[toma nota]
O Mundo Universitário só
regressa em Setembro, mas
nós continuamos a trabalhar. Envia as tuas sugestões, críticas, comentários e
ideias para o email:
[c.v.]
Mordaz,
crítica,oral
e escrita.
Clara Ferreira Alves.
P. 18-19
[7ª arte]
Shrek 2,
Spider-Man 2,
o Verão aquece nas salas
de cinema.
P. 25
[jukebox]
Da Weasel,
D3o e Lata
Dog em
entrevistas
exclusivas.
P. 26
[email protected]
Director: Gonçalo Sousa Uva | Terça-feira 8 de Junho 2004 | N.º 3 | Quinzenal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt
AGARRA
QUE
NÃO DÓI!
O Euro 2004 escrito nas estrelas.
P. 8-9
8 JUNHO 2004
[ índice ]
[ notícias ]
6e7
[ ídolos ]
Propinas votadas por correspondêcia
Rui Unas, artista de cabaré, homem de
princípios, sonha com o estatuto de
abelha maia do século XXI.
O reitor da Universidade de Coimbra, Seabra Santos, trocou as
voltas aos estudantes e anunciou que a votação do valor das propinas naquele estabelecimento vai passar a ser feito por correspondência. A decisão foi tomada na sequência da invasão da reunião do Senado por cerca de 100 estudantes, que inviabilizaram a
fixação do valor máximo das propinas, 852 euros. Miguel Duarte,
presidente da Associação Académica de Coimbra, já reagiu e
garantiu ao jornal Público que «serão feitas todas as diligências
necessárias», reconhecendo que a relação entre os estudantes e
o reitor da UC é «delicada».
8e9
[ flash ]
Com o Euro à porta, falámos com
alguns dos mais conhecidos profetas
da nossa praça. Simara, Alexandrino e
Cisse em exclusivo para o MU.
12, 13 e 14
[ noites e copos ]
Estejam em Coimbra, Lisboa ou Porto,
nós vamos atrás. Click! E é vê-los de
copo na mão e sempre a fumar...
sempre a fumar.
18 e 19
[ c.v. ]
Festival Mundial da Juventude
De 8 a 14 de Agosto, Barcelona vai acolher a terceira edição do
Festival Mundial da Juventude. Ao todo são esperados cerca de
10 mil jovens vindos de todas as partes do mundo para partilhar
ideias e discutir temas como a educação e o papel do jovem na
sociedade. Outro dos objectivos do encontro é reforçar as redes
de organizações juvenis a nível nacional e internacional, assim
como promover o diálogo entre as organizações juvenis e governamentais.As inscrições são até 30 de Junho e os preços variam
consoante o país de origem das pessoas. Mais informações no
"site": www.festivalmundialjoventut.org/.
Novo portal europeu da juventude
26
[ jukebox ]
Quais são os direitos dos jovens enquanto cidadãos europeus? Como
é que os jovens de um Estado-membro da União Europeia podem ir
estudar para outro país? O que é o voluntariado e onde se podem inscrever? É a resposta a estas e outras questões que o primeiro Portal
Europeu da Juventude, disponível em todas as línguas oficiais da
União Europeia (UE), pretende dar. Lançado pela Comissão Europeia,
o objectivo do portal é contribuir para o exercício de uma cidadania
activa. Dirigido aos 75 milhões de jovens da União Europeia (UE) entre
os 15 e os 25 anos, o portal oferece ligações a 10 mil "sites" na Internet, de âmbito regional, nacional e europeu.
Da Weasel Re-Definidos. Tony Fortuna
e os D3o. Lata Dog a mostrar o
caminho.
Mais dinheiro para as Universidades
Clara Ferreira Alves no país dos
baldas. Gente a mais nas
Universidades e cada vez menos
hábitos de leitura.
04 [ poder à palavra ]
A opinar é que a gente
se entende.
22 [ play ]
O regresso da série Gran
Turismo e o Euro 2004.
09 [ moda ]
O regresso do “pé de gesso”.
Contra tudo e todos.
25 [ 7ª arte ]
Vem aí um Verão recheado de
sequelas. Burros, aranhas aos
montes.
16 [ iluminados ]
Maria David fala de “Europa”
e da escrita como solução
para os seus problemas.
20 [ 5ª Dimensão ]
As prendas do Dia da Criança.
Podem ver mas não tocar. São
todas nossas.
Trinta universidades públicas e politécnicos vão receber 33 milhões
de euros para se modernizarem e atrairem novos alunos. A garantia
foi dada pela ministra da Ciência e Ensino Superior, Graça Carvalho,
e os montantes vão ser distribuídos sob a forma de contratos-programa celebrados com as diferentes universidades.
Painel de Ouro
27 [ cultura ]
Teatro e danças orientais
segundo
as suas intérpretes.
O Mundo Universitário errou
Na última edição, a 25 de Maio, o artigo sobre os exames apresentava
o Dr. Francisco Louçã como professor da Universidade Nova, quando na verdade
dá aulas no Instituto Superior de Engenharia e Gestão (ISEG), em Lisboa.
Pelo erro, as nossas mais sinceras desculpas ao professor, instituto, alunos e leitores.
O Mundo Universitário deve-se também ao
apoio e contributo das marcas apresentadas
no Painel de Ouro.
Ficha Técnica: Título registado no I.C.S. sob o nº 124469 | Propriedade: Metro News Publicações Lda | Empresa nº 223575 | Matrícula nº 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 505434229 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa
Uva | Chefe de redacção: Miguel Pacheco | Colaboradores: Miguel Aragão; Sara Gomes | Projecto Gráfico: Sara del Rio | Paginação: Sara del Rio | Revisão: Adriana Duarte Sá | Ilustradores: André Laranjinha, Bruno Franquet e Carlos Pontes | Sede Redacção: Rua Damião
de Góis nº 48 3ºE 1495-043 Algés | Tel: 21 4112300 | Fax: 21 4112302 | Tiragem: 30 000 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Lisgráfica, Impressão e Artes Gráficas, S.A; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena
2|
4|
8 JUNHO 2004
[ intervenção ]
PODER À PALAVRA.
A opinião que interessa.
Com calma
A melhor maneira de encarar um curso superior é adoptar um processo de descontracção, dentro de certos limites (de responsabilidade). Uma falta sem causa
justa aparente nunca fez mal a ninguém... umas saídas à noite durante a semana
também não...Sou contra os obcecados pelos estudos, enfim, para mim, um bom
aluno é aquele que faz umas quantas cadeiras por semestre, que se vai divertindo e descontraindo com os amigos e que tenha uma média razoável ( onze/doze
valores). Quando estes alunos e os alunos “viciados” nos estudos (marrões) olharem para todo o percurso já realizado irão ter visões diferentes... uns irão estar
orgulhosos, os
outros tentarão recuperar
o tempo perdiEis a confissão do aluno apático que viu no fundo do posdo...
so apenas um poço fundo. Esta vida que levo... contínuos
actos de levantar e cair, levantar e cair, sempre assim,
nesta podridão, esta merda de existência, embora cada
Alice Dias, Instirealidade tenha a sua oportunidade. É bom saber diferentuto Superior
ciar a sorte de cada um, pisco o olho ao destino pois sei
de Economia
que tudo é relativo, e tento não deixar de acreditar que
e Gestão
cada um pode construir o seu. Ser hoje, não é ser amanhã. Tentarei fazê-lo, executarei o plano, sem alterar as
variáveis e viva a possibilidade ínfima da mudança, o que
fui, o que sou... é-me indiferente, acredito que a próxima
vez que for ao casino, a sorte irá sorrir-me. Afinal de contas, a vida é simplesmente um teatro composto por maus
actores. Serei eu mais um...
Não!
Definitivamente “não”.
ILUSTRAÇÃO DE ANDRÉ LARANJINHA
Confissões
Rui Amaral, Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa
Capítulo I
Para quando a privatização do ar?
Assim serão os dias, infatigavelmente semelhantes. Não vale a pena tentarem
desviar o rumo. Por muito que se esforcem não o irão conseguir. Jamais o
conseguiram.
- Sua, luta, trabalha, investiga aquilo que quiseres.
Podes lutar por ser feliz, por ter saúde, por ser rico, por teres uma
maravilhosa família, um potente jaguar, uma piscina na tua enorme casa.
Tudo
é possível nesta vida e também a certeza que vais morrer.
- És pequeno, tão demasiadamente pequeno. Fraco, básico, o universo
engole a
tua inteligência, a criatividade, a divergência. Não tens sequer capacidade
para imaginar o universo.
- Como é o universo?
É finito, mas se é finito terá ele umas paredes a bloquear
a infinidade, e o
que há para lá das paredes...
Tem de haver algo, e mais algo e mais algo. Mas o quê?
- És tão pequeno. Tu e eu e nós e vós e eles. Eles sim,
são pequenos.
- Mas e o sonho?!
Já há longo tempo esperava por uma oportunidade de poder expressar o meu
descontentamento e indignação perante a existência da EMEL e o seu modus
operandi. Se, por um lado, é sabido que o nível de vida dos portugueses é baixo;
que o automóvel é, para nós, ainda um bem de luxo e que a geografia urbana de
Lisboa é, por natureza, descompensada, quando observada a EMEL "em movimento", é mais difícil manter o discernimento necessário à argumentação.
A empresa em causa não parece considerar o organismo urbano como produto da
acção e vontade dos homens, actuando em face das possibilidades geográficas
do meio. Com o compadrio da Câmara - logo, do poder político instituído -, um
agente (?!) da EMEL, depois de imobilizar o precioso meio de transporte de um
honesto e cumpridor cidadão, pode mandar rebocá-lo caso o "infractor" não proceda às diligências necessárias para a solicitação do desbloqueio e respectivas liquidações. Note-se que, o número de telefone para o qual deve ligar, é taxado. Por
tê-lo já experienciado, tendo já esperado cinco horas, posso
assegurar que as equipas de desbloqueio são insuficientes
para uma acção atempada e eficaz que colmate as razias
indiscriminadas que os fiscais perpetram. Se até há bem
pouco tempo a EMEL não nos fazia falta - sequer existia -,
porquê habituarmo-nos passivamente? Em minha opinião, a
EMEL pratica uma forma de violência psicológica coerciva,
atentando à propriedade privada e às liberdades fundamentais, em nome de outros interesses que não a harmonização
das nossas cidades. Quem está comigo?
Critica.
A bem ou a mal.
Rui Amaral, Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa
NÓS
PUBLICAMOS
NA MESMA.
[email protected]
Hugo Simões, Universidade Autónoma de Lisboa
6|
8 JUNHO 2004
[ ídolos ]
Sempre controverso, o programa “Cabaret da Coxa” introduziu
em Portugal um novo estilo de fazer televisão: jovem e irreverente. Mas qual é afinal a receita de tamanho sucesso? E quem
é o homem por detrás da personagem? Rui Unas, a Abelha
Maia do século XXI ou simplesmente um “copinho de leite”?
| ENTREVISTA Miguel Aragão e Sara Gomes | FOTOS Alexandre Nobre
“Sou um
homem de princípios”
Mundo Universitário | Porquê “A
minha Vida é um Cabaret”? O livro e
a realidade misturam-se?
Rui Unas | Eu entendo, de facto, que
a minha vida é um cabaré, mas um
cabaré muito limpinho, porque na realidade sou quase um copinho de leite.
Não correspondo nada àquela imagem do homem da noite, dos vícios,
das mulheres, das bebidas, boémio e
tal. A minha vida é um cabaré cheio de
variedades, mas com tudo muito arrumadinho.
é que nós conseguimos juntar no mesmo sítio pessoas, convidados e artistas que não têm nada a ver uns com
os outros. Creio que o programa desperta paixões. Como tal há pessoas
que o adoram e outras que não gostam lá muito. Mas é consensual que
tem um espaço na televisão. E, se
calhar, é preciso um programa destas
características para balizar a televisão.
Temos a Eucaristia Dominical. Nós
estamos do outro lado. Nós não temos
moral nenhuma.
MU | Acaba de ser lançado um DVD
com os melhores momentos do
“Cabaret da Coxa”. Qual é o segredo do programa?
RU | Costumo defini-lo com uma frase
muito simples: é onde a liberdade e a
libertinagem estão de mãos dadas. No
entanto, o que contribui para que o
programa seja de culto e tão diferente
MU | Há limites?
RU | Tenho carta
branca para dizer e
fazer o que quiser
apenas com um
limite: não ferir os
meus convidados.
Estou ali para espicaçá-los, mas sou
incapaz de lhes denegrir a imagem ou
espezinhá-los. E poderia fazer isso,
mas não faço porque vai contra os
meus princípios. Sim, porque eu sou
um homem de princípios.
MU | Interpretas a personagem do
machista. Com que parte da personagem é que mais te identificas?
RU | Eu sou, eu sou… A história do
machismo... Honestamente, eu sou o
mais liberal possível. Partilho as
minhas actividades domésticas: vou às
compras, passeio o cão, cozinho muito
bem. Portanto, não sou nada machista.
Antes até me chateava quando me
chamavam “ganda maluco”, porque
para mim a expressão sempre teve
uma conotação pejorativa. Eu chamo
“ganda maluco” àquele tipo que anda
com o carro todo artilhado ou ao que
bebe cinco shots de seguida, porque
julga que é o maior. Mas já percebi que
as pessoas quando se referem a mim
com essa expressão fazem-no de uma
forma carinhosa. E, de facto, faço figuras na televisão que só um “ganda
maluco” era capaz.
“Sou o mais liberal possível. Partilho as minhas
actividades domésticas. Vou às compras, passeio o
cão, cozinho muito bem.Portanto,
não sou nada machista.”
8 JUNHO 2004
|7
[ ídolos ]
Gostava que os meus programas fossem recordados como algo que
marcou uma forma de estar na televisão.”
MU | És muito auto-crítico?
RU | Brutalmente auto-crítico. Auto-crítico e inseguro. Hoje tenho mais confiança naquilo que faço, mas há uns
anos fazia coisas que achava que não
tinham piada nenhuma. Agora é diferente, embore continue a ser auto-crítico. Mas também gosto de me ver
quando estou bem.
MU | Não tens medo que a receita
se esgote?
RU | Bem, acho que o programa ainda
é capaz de durar mais uns tempinhos,
ainda pode evoluir. Até porque, em
Setembro, vamos fazer uma reestruturação a nível de imagem, e em termos
de conteúdos provavelmente também,
mantendo a essência do programa.
MU | A televisão acaba por ser um
meio um pouco ingrato, na medida
em que tudo se consome com grande rapidez?
RU | Sim, sim. Mas o ‘showbiz’ é
assim. É uma máquina de lavar: a
pessoa anda lá à volta e depois sai e
entra outra. Suga uma pessoa. O mais
difícil em televisão não é estar, mas
mantermo-nos lá em cima. Posso não
estar no pelotão da frente, mas continuo a trabalhar. Há 8 anos que faço
televisão quase ininterruptamente e
isso é quase um feito, porque as pessoas deixam-se fascinar pelo mediatismo. É claro que depois de sair do
anonimato e de me ver junto aos
maiores, deixei-me deslumbrar um
bocadinho. Mas rapidamente percebi
que o que queria fazer era trabalhar,
fazer os meus programinhas e divertir
as pessoas.
MU | Quando dizes que rapidamente percebeste que o que querias era
trabalhar, o que é que te levou a
essa conclusão?
RU | Senti-me mal. Comecei a perceber que não era aquilo que me movia.
Até porque, como sou um copinho de
leite do caraças – não bebo, não fumo
– não me sentia bem naquele ambiente. Há pessoas que passam a vida
toda em festas, vocês não imaginam:
actores de novelas e apresentadores.
Eu sempre fui mais recatado e a
minha preocupação é fazer o meu trabalho e estar bem comigo para ter
uma boa performance no trabalho.
MU | Consegues fazer vingar todas
as tuas ideias ou há muitas que são
desaproveitadas?
RU | Actualmente, estou apenas limi-
tado pelo factor dinheiro, que é determinante. Sem algum dinheiro, não
posso fazer reportagens que gostaria,
não posso ter um estúdio maior, não
posso ter condições que me permitiriam fazer mais e melhor. Mas, muitas
vezes, a necessidade aguça o engenho. E nós somos engenhosos a fazer
um programa de qualidade, creio eu,
apesar de termos parcos recursos.
MU | E longe da televisão, olhando
para a situação do país, o que é que
te preocupa mais?
RU | Não penso muito nisso, mas
preocupam-me coisas essenciais
como a saúde. A minha mãe tem que
acordar às cinco da manhã para ir para
o centro de saúde, o que é ridículo. A
saúde, a justiça, continuam a ser pilares que ainda estão muito frágeis na
nossa sociedade. Mas isto é conversa
de político (risos). E eu não vou por aí.
MU | Sobre o teu percurso profissional. Começaste na Rádio Seixal
aos 17 anos...
RU | Já toda a gente sabe a minha
vida, é impressionante (risos).
MU | Depois tiraste um curso na
ETIC (Escola Técnica de Imagem e
Comunicação). Porque é que optaste por essa formação?
RU | Com 18 anos, quando terminei o
secundário, já tinha a ideia de apresentar um projecto a uma estação –
eu e os meus actuais sócios da Sigma
3 – que era o “Alta-Voltagem”. E então
pensei: “Espera aí, Rui, o que é que tu
vais fazer da tua vida? Vais tirar enfermagem ou fisioterapia? Na altura estava na área de saúde e decidi que ía
arriscar e ía para um curso técnico de
imagem e comunicação, que era de
um ano, e me dava as bases para
fazer televisão”. E assim foi. Tive o
Carlos Pinto Coelho como professor e
quando estava pelos meus vinte anos,
ele convidou-me para integrar a equipa do “Acontece”. Achou que eu tinha
bases, talento e vocação para integrar
a equipa dele. Paralelamente, o projecto do “Alta-Voltagem” foi aceite e
passado um ano de “Acontece” fui-me
embora. Depois, já não tinha tempo
para pensar em faculdade, porque no
fundo já estava a aprender.
MU | Mas nunca sentiste falta de
uma formação universitária?
RU | A minha base em termos jornalísticos é muito pragmática. Aprendi no
terreno, com as correcções de quem
Dois filmes em 2004
MU | Depois dos “Imortais”, contracenaste em dois filmes que vão ser
exibidos em 2004, o “Kiss Me” e o “Sorte Nula”. Qual é o teu preferido?
RU | Não sei responder. São dois filmes completamente distintos. O “Kiss
Me” é uma grande produção, o outro é um filme menos pretensioso e assumidamente comercial.
MU | O cinema é uma paixão antiga?
RU | Não (risos). Isto surgiu há um ano e tal quando o António Pedro Vasconcelos me convidou para fazer “Os Imortais”.
MU | E no futuro, estás a pensar apostar na faceta de actor?
RU | Ainda tenho de decidir se vou assumir isso como uma carreira paralela,
mas a verdade é que não tenho formação nem currículo que me permita
dizer que sou actor.
MU | Há muitas pessoas que têm o
curso de actor e nunca puderam
mostrar o que valem. Não achas
que é injusto teres essa oportunidade porque és conhecido?
RU | Sim, às vezes. Não gosto da
ideia de concorrer com actores profissionais quando eu não sou actor...
Mas se me fazem um convite dirigido, vou dizer que não?
de direito. Se me perguntarem se é de
todo dispensável a formação académica, obviamente que não. O saber é
sempre positivo. Mas também sei de
gente que sai do curso universitário
sem preparação nenhuma. E pior ainda, sem vocação nenhuma.
MU |“Alta-Voltagem”, “Sub-26”,
“3000 segundos”, “Curto-Circuito”,
sentes que revolucionaste o panorama audiovisual para os jovens?
RU | Fui sempre fazendo, ao logo da
minha curta carreira, programas diferentes, mas um bocado iguais. Diferentes na forma, mas o conteúdo
mantinha-se o mesmo. O “Curto-Circuito” foi, para mim, o mais importante, porque pude arriscar mais. Costu-
UNAS EM TOP
Jimba: “É um dos meus alteregos, o ‘non-sense’ do Cabaret.”
Nuno Markl: “Uma das figuras de
proa do humor nacional. É um
génio e uma excelente pessoa.”
Marisa Cruz: “Talentosa, divertida, uma ‘sex-symbol’. Tem um
grande par de mamas. “
Scolari: “É o nosso seleccionador. Não tenho mais nada a
dizer.”
Durão Barroso: “Não me desperta grande simpatia.”
Bush: “É pá, prefiro o Durão.”
mo dizer que gostava de ser recordado como a Abelha Maia deste novo
século. A Abelha Maia é um ícone e
eu, sem querer estar a meter-me em
bicos de pés, gostava que os meus
programas fossem recordados como
algo que marcou uma forma de estar
na televisão. Não faço as coisas com
esse propósito, mas se surgir, era
porreiro. Sempre deixava a minha
marca. | O
8|
8 JUNHO 2004
[ flash ]
Euro 2004
A caminho
da glória?
Scolari? É mole, chato, inflexível. O Euro? Portugal não passa
da primeira fase, vai ser campeão, ganha se tiver fé. Confusos?
As palavras não são nossas, as previsões muito menos. Fala
quem sabe. Nós acreditamos.
Mestre Cisse
Astrólogo
Astrólogo, medium africano e “com garantia”. É assim que
Mestre Cisse se define. O anúncio vinha num jornal e como
assegura “resultados positivos em sete dias”, diz tratar
“com sucesso de jogos” e dá “previsões
do futuro”, não hesitámos em ligarlhe. Do outro lado, Mestre Cisse revelou-se um optimista: “Portugal vai
ganhar tudo e só empata com a
como os Espanha.” Então, dia 12, o jogo cones têm de ser
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ba no Rossio
e rebendo.”
ara
Ssitrm
óloga
A
Alexandrino
Hipnotizador
8 JUNHO 2004
|9
[ flash ]
Nós
acreditamos!
Gonçalo Uva, director
Miguel Pacheco, jornalista
Será a Selecção Nacional capaz
de corresponder às expectativas dos
portugueses durante o Europeu?
Depois de uma desastrosa campanha
no Mundial e de uma série de jogos
particulares menos conseguida, o que
esperam os adeptos da equipa das
quinas? Tudo, quase nada ou seja o
que Deus quiser? Fizemos a sondagem e no Mundo as opiniões divergem. O sector feminino “irrita-se” com
o facto de “os portugueses terem um
discurso à partida derrotista”. Mas,
apesar de considerarem que “até
Miguel Aragão, jornalista
merecem perder só por causa das barbaridades que dizem”, as senhoras
acreditam que é possível chegar à
final! E, à imagem de Simara, avançam
com o exemplo dos brasileiros que,
dizem, “torcem sempre pela sua selecção, independentemente das exibições”. Pudera, com cinco Campeonatos do Mundo no papo... Menos crente,
mais crítica, a ala masculina acredita
que é possível chegar à meia-final.
Revela-se, no entanto, indignada com
a “falta de empenho” e de “amor à
camisola” demonstradas pela Selec-
A aldeia da
Sara Gomes, jornalista
ção durante a fase de preparação para
o Euro2004. Quanto a preferências no
lote dos convocados, além das pernas
de Figo, as meninas cá do sítio elegem
Pauleta, pela sua “humildade”, “entrega” e “eficácia”. Aliás, é quase unânime a opinião de que o açoriano é
quem melhor tem representado o “querer” e o “empenho” necessários para
triunfar numa competição deste calibre. Fica outra pergunta: Será que tem
faltado à equipa das quinas a noção
da importância das suas prestações
perante os milhões de portugueses?
“É só um jogo”, dirão os menos ferrenhos. Pois é, mas com encargos superiores a 600 milhões de euros e com
uma visibilidade que se traduz em 1,2
milhões de espectadores ao vivo e
mais de 10 mil milhões através da televisão, já para não falar nos mais de 8
mil jornalistas... é preciso acreditar, e
para isso estamos cá nós. Mas, acima
de tudo, é preciso ter consciência das
responsabilidades. Percam mas corram! Fiquem-se pela primeira fase –
ou não! – , mas dêem-lhes com tudo!
Viva o Euro 2004! Viva Portugal! | O
meia branca
[ moda ]
É difícil de acreditar, mas os catálogos de moda
comprovam-no. A meia branca, também conhecida por
“pé de gesso”, está de volta. O tema é controverso.
Alguns dizem que lhes dá “sorte”, outros que “não há
nada pior do que um homem nuinho e de meia branca”.
| SARA GOMES
Não há dúvidas que todas ou pelo
menos quase todas as pessoas já usaram meias brancas, muitas vezes
embaraçadas com os olhares de troça
dos amigos e desculpando-se (para si
e para os outros) de que eram as únicas que tinham, que foi alguém da
família que ofereceu ou que todas as
outras meias estavam para lavar.
No entanto, esta Primavera-Verão
acabaram-se as desculpas. É que a
meia branca está na moda. Por isso,
quem sempre gostou de exibir um “pé
de gesso” ou é um “fashion victim”,
tem agora uma oportunidade para tirar
as suas meias brancas do fundo da
gaveta e usá-las de cabeça levantada.
Com ténis, sapatos, fato preto, calções
ou saias. As opções são muitas e
todas elas válidas. Isto se se acreditar
nos catálogos de moda e nos estilistas – portugueses e estrangeiros.
Experimentem passar uma vista de
olhos pela conceituada revista “Colezzione (Uomo, Spring 2004)” e deixemse seduzir (agora, isto é só para as
meninas) pelos músculos torneados
dos jovens com cara de anúncio de
“after-shave”, ar de italiano, olhar perdido a dar uma de filósofo (alguém
acredita?) e, imagine-se, os pés tapadinhos por meias brancas. Algumas
curtas, outras caneladas, finas, tipo
aula de aeróbica ou arregaçadas. Por
vezes, até ao joelho.
Surpresos? Compreende-se. O “caso”
até já suscitou polémica no Governo
holandês: no início do ano, o ministério das Finanças “desaconselhou” o
uso da meia branca por uma “questão
de bom gosto”. Estupefactos ou contra a “ostracização” da meia branca, o
canal de notícias BBC, a Reuters e
alguns jornais estrangeiros abriram
um
debate.
H o u v e
quem defendesse o uso da meia
branca “só na privacidade do
lar”. Houve quem argumentasse que
a meia branca lhe “dá sorte”. E houve
também quem confessasse que se um
“tipo” lhe aparecesse para um encontro com meias brancas, era “tiro e queda” para o abandonar no meio da rua.
Uma confissão sincera, que me fez
lembrar uma conversa que ouvi há
uns anos entre duas raparigas e em
que uma delas dizia que “não há nada
pior do que imaginar um homem todo
nuinho e de meia branca”.
Discussões e argumentos à parte,
goste-se ou não, a verdade é que as
meias brancas estão de volta. E não
interessa se os calcanhares e as pontas estão encardidos ou se as meias
continuam a ser um meio publicitário
(quem não teve uma meia branquinha
com o símbolo da Adidas, Reebok,
Lotto?). Como o importante no mundo
da moda é não passar despercebido,
o que me admira é que as meias brancas não tivessem voltado há mais tempo. É a lógica: “Falem mal de mim,
mas falem!” | O
10 |
8 JUNHO 2004
[ escaldante ]
É VOTAR
é votar!!
Ele é caras bonitas, ele é gente gira. Sem medos nem pudores, o Mundo Universitário lança-se
na escolha das caras que fazem furor por esse país fora.
1
2
3
Sérgio Modesto. Rapaz bem parecido, saudável,
visto pela última vez nas páginas do segundo número
do Mundo Universitário na secção escaldante. A competição foi feroz mas na altura em que fechámos o concurso,
a vitória era inequívoca. Estava escolhido o nosso vencedor da semana, o prémio segue para o Porto, aos outros
os espólios da vitória, infelizmente nada. Os fãs ditam,
o Mundo Universitário obedece. Quase a contra-gosto
que os telemóveis são bem giros.
O vencedor da semana
Sérgio Modesto, 23 anos
Nuno Pinheiro, 26
anos, E.S.E. Coimbra
Paulo Leitão, 20 anos,
Fac. Eng. do Porto
Ricardo Major, 21 anos,
Fac. de Arquitectura Coimbra
Os prémios?
Estes telemóveis Siemens M55 e C62 para o vencedor e vencedora.
Para votares? Envia um sms para o 4478 com as iniciais MU e o número
do candidato (a). Exemplo: para votares na Joana Rosado, 19 anos, escreve
"MU (espaço) 5". Cada sms custa 0,6. Cada voto por SMS vale por 10.
Também podes votar on-line em www.mundouniversitario.pt.
Tens a mania que és giro ou gira? Queres ganhar
um telemóvel? Em Setembro vamos voltar a eleger o mais belo
e a mais bela da freguesia.
COM O APOIO DE
Envia a tua fotografia e dados pessoais (nome, Universidade
e telefone) para [email protected]. Os dados
são confidenciais. Os prémios é que não.
Andreia Silva, 24 anos, Joana Rosado, 19 anos, Mariana Pinto, 22 anos
Lusíada do Porto
Fac. Arq. de Coimbra
Fac. de Psic. de Coimbra
A vencedora da semana
Raquel Borges, 24 anos
4
5
6
Mais uma concorrente surpreendida, mais um telemóvel
entregue. Raquel Borges, Instituto de Contabilidade e Administração do Porto. Mais uma incrédula. “Houve muita gente
que me dizia - Ó Raquel, estás a ficar famosa”. Eu nunca
pensei que ia ganhar”. Nós nunca duvidámos. Nem da Raquel
nem das restantes candidatas. A competição foi feroz, o nosso
site esteve ao rubro, os milhares de jurados rendidos à beleza
das nossas candidatas. Do Porto para Lisboa, a Raquel vem
cá fazer-nos uma visita ainda esta semana. Pelo menos foi o
que ela prometeu. Será por causa do telemóvel?
12 |
8 JUNHO 2004
[ noites e copos ]
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Lisboa
Gostamos da língua...
...gostamos das cores.
Os anjos de Charlie na noite de Lisboa. Não os viram? Nem sabem o que perderam...
Comvento!! Qual Kapital, qual quê!
Ela agarra no braço, ele agarra na palhinha. É a felicidade conjungal.
Por mim ainda cabia mais uma. Até trouxe a minha t-shirt branca.
Vão connosco para todo o lado.
Data de validade do extintor: 24 de Maio de 2005.
Só 22 anos? Com essa carinha?
Tenham medooo, tenham muito medo.
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People, Comvento, Abs e bares de Santos. Não dá para fazer tudo numa noite? Claro que dá. E olhem
que as vistas são boas. Para o rio, entenda-se. Eu gosto é do Verãooo, de .... err...e.... e e ao fim do
dia, bem abraçados, a ver o pôr do Sol, patrocinados por uma bebidaaaa qualquerr.
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8 JUNHO 2004
| 13
[ noites e copos ]
Coimbra
Anda cá, não fujas.
Ó meu, tira lá a fotografia que ela foge! Depois ninguém acredita.
Digam ahhh....
...digam queijooo.
Apetecia-me algo, mas não sei bem o quê. Olha a fotooo!!
...não digam nada....
Via Latina e Remix, as paragens habituais, os exageros do costume. Goste-se e anseia-se por mais.
...que nós também não dizemos.
14 |
8 JUNHO 2004
[ noites e copos ]
COM O APOIO DE:
www.centralfaces.pt
Porto
Ela ri-se, ele aproveita. Vamos lá a olhar para cima ó rapazinho.
Ficamos com a detrás. Sim, a do meio. Jack Daniels com gelo nunca falha.
Umas mais sérias...
...outros mais espantados.
São as minhas maninhas queridas.
Por mim ela mostrava o umbigo...
Para mais tarde recordar.
Já viste do boné? É lá do ginásio. Levanta pesos todos os dias. Eu nunca falho.
O Porto a valer a pena.
O nosso amor é lindoooo.
Os tops são para elas, ó meu. Tapa-me esses pêlos.
É rosa, é rosa, é Amo-te Porto, Zoo, Registus, Vogue. É a Invicta depois da festa da Liga dos Campeões, sempre em grande.
Tira a mão daí!
16 |
8 JUNHO 2004
[ iluminados ]
Na roleta do
amor e ódio
Aos 21 anos, publicou o seu primeiro livro, “Europa”, que foi recomendado pelo júri do
Grande Prémio “Acontece” de Romance e é a história do fim de uma relação enquanto
se assiste à destruição do velho continente. Maria David, pseudónimo de
Raquel Ribeiro, tem hoje 23 anos, é jornalista, faz colecção de postais e confessa gostar de matar as suas personagens. Porque, diz, é quando é mais “livre”. | Sara Gomes
Mundo Universitário | Maria David
ou Raquel Ribeiro. Com qual das
duas estou a falar?
Maria David | Com a Maria David.
MU | Estás a referir-te ao “Europa”....
MD | Não, estou a referir-me ao meu
primeiro livro, de quando eu tinha
mais ou menos 16 anos.
MU | Quem é uma e quem é outra?
MD | O pseudónimo surgiu como uma
defesa, mas torna-se cada vez mais
difícil fugir ao nome verda-
MU | Mas o “Europa” foi o teu único
livro publicado, não foi?
MD | Sim.
MU | O facto de ter sido recomendado pelo júri do Grande Prémio
“Acontece” de Romance teve muita importância para ti?
MD | Bastante. Ainda não sei quantificá-la, mas teve a importância que
deve ter para qualquer jovem de 20
anos que quer escrever livros e vê,
assim, sem fazer absolutamente
nada, o seu livro publicado numa
óptima editora, que é a ASA.
deiro. A Raquel escreve nos jornais, é
jornalista. A Maria escreve livros. São
o interior e o exterior da mesma pessoa. Qual delas é o interior ou o exterior, as pessoas terão de descobrir...
MU | Como é que a escrita surge na
tua vida?
MD | Cedo. Comecei logo pela prosa,
por uma história que foi ganhando
cada vez mais braços, mais personagens. Quando dei por mim, estava a
escrever um romance, que assumiu
um papel de diário: eram os meus
problemas, angústias, sonhos e
desejos projectados.
MU | Fizeste o curso
de Ciências
da
Comunicação da
Universid a d e
Nova. Em
que é que
a tua formação
contribuiu
para a tua
escrita?
MD | Ajudou sobretudo na descoberta
de autores de filosofia, de estética ou
de literatura, que me fizeram olhar de
maneira diferente para o mundo. Ah, e
claro, descobri o cinema, apesar de ele
ter sido descoberto pelo Lumière um
século antes [risos]... E isso mudou
tudo na minha vida, na minha escrita!
MU | A tua escrita é cinematográfica?
MD | É mais a acção que é cinematográfica. Ou seja, a construção das
personagens, as elipses temporais.
Na verdade, quando escrevo, estou
também a construir um filme na minha
cabeça. Só não sou capaz de o realizar, com máquinas e tudo isso. O
B.I.
Nome:
cinema é a arte
Raquel
Cristin
Data d
maior de todas,
a R
e N
Natural ascimento: D ibeiro
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Curso:
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Nova d
eu não consigo lá
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L
ão: Jo
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chegar.
a do P
úblico
MU | E para quando
um novo livro?
MD | A escrita para mim é como um bém é dolorosa. Vivo
impulso, mas que tem de ser contro- muito tempo com elas e a partir de
lado: tenho um trabalho, prazos, certa altura é como uma relação que
horários. Além disso, puseram-me na sabes que vai ter fim mas tens de
cabeça que "o segundo livro é mais aguentar mais um pouco para teu
importante do que o primeiro, porque entretenimento ou porque não tens
é aquele que confirma e desmente" e coragem de terminar.
tenho medo disso. Não quero ser
apenas mais uma rapariga que MU | Uma relação entre o amor e o
escreveu um livro. Sinto que o tempo ódio?
corre atrás de mim e tenho urgência MD | Amo até os vilões, mas nunca
de voltar a escrever.
odeio as minhas personagens, se
bem que às vezes me apetece matáMU | Falas como se não pudesses las. Deve ser por isso que faço muiviver sem a escrita...
tos assassinatos quando escrevo.
MD | A escrita é uma espécie de solu- Uma ilusão? Talvez. É como com a
ção para os meus problemas, uma escrita: mato a realidade, mas não
solução que não encontro em mim e consigo apagar a memória dela. No
que só os “outros” (as personagens) entanto, durante quatro ou cinco
podem resolver. Isto num primeiro horas, sou livre. | O
nível... depois há outros.
MU | Quais?
MD | Uma necessidade interior, um impulso quase metafísico, mas também físico – é
como dormir, como comer,
como o desejo. Há ainda um
terceiro nível: mais
do que uma projecção, escrevo
para sair de mim.
O eu que escreve
tem coragem para
tudo, é espontâneo, livre, sem censuras. É como um
mundo paralelo.
MU | A tua relação
com as personagens
é de uma grande
cumplicidade.
MD | Sim, mas tam-
18 |
8 JUNHO 2004
[ c.v. ]
Mordaz, crítica, violenta.
Adjectivos não faltam para quem as palavras dificilmente conseguem resumir tudo. Clara Ferreira Alves.
Cronista, jornalista, directora da Casa Fernando Pessoa,
escritora. Nos livros, o amor, a morte e a vida. Nas bancas, o
seu último livro de contos, "Mala de senhora e outras histórias". As demais contam-se aqui.
ENTREVISTA Miguel Pacheco | FOTOS Alexandre Nobre
“Há uma
balda generalizada”
Mundo Universitário | Em termos de
hábitos de leitura, o país está na cauda da Europa. Lê-se pouco e mal?
Clara Ferreira Alves | Acho que sim.
Também se lê mal noutros países, mas
não se lê tão pouco. Poucas pessoas
compram livros, acho que 1% dos portugueses, e desse número a maioria
não compra literatura. O que é mau.
MU | Nas universidades o problema
é ainda mais grave? Lêem-se poucos jornais, folheiam-se revistas...
CFA | Hoje acho que nem mesmo os
O país e a política
Há um clima de pessimismo instalado em Portugal?
Há porque o clima económico é pessimista. Nós já atravessámos ciclos
destes e quando não há dinheiro é
complicado. A situação internacional
é confusa e não é pessimista, mas
péssima.
Mas não somos pessimistas no
sentido de refilarmos muito e agirmos pouco?
CFA | Nós não somos um povo tradicionalmente pessimista. Somos lamechas, sentimentais, saudosistas,
somos muitos bons a improvisar, mas
não gostamos de planear nada a prazo. Mas não somos tristes. Há é um
clima de desconfiança. As pessoas
não estão inteiramente convencidas
que este pessoal político tenha grande qualidade. Isso é mau, porque
quem governa são os políticos. | O
jornais e as revistas, exceptuando
aqueles que são muito ilustrados.
Vêm com poucos hábitos de leitura ou
nenhuns e na Universidade também
não ganham esses hábitos. O que eu
acho estranho é que antes as sebentas obrigavam-nos a queimar as pestanas e a concentrar. A leitura é uma
actividade que exige atenção. Bem
sei que vivemos num mundo de dispersão, de acesso rápido à informação, em que o suporte livro foi substituído pelo suporte audiovisual. Isso é
óbvio, não podemos ter ilusões. Mas
mesmo assim, acho que o panorama
é particularmente tenebroso em Portugal
MU | E os culpados, quem são?
CFA | Acho que as reformas do ensino
falharam. Houve coisas boas e coisas
más, mas o falhanço é evidente. Há
duas disciplinas que os portugueses
têm que aprender bem que são o português e a matemática. Têm de aprender a língua, aprender a falar, a usar a
língua, a ler para saber usar a língua.
Saber gramática, saber sintaxe, conhecer a literatura, conhecer os clássicos.
Por outro lado, a Matemática como a
música, espevita a capacidade de
lidar com conceitos abstractos. E
nós portugueses, em particular,
temos dificuldade em lidar com
conceitos abstractos. Isso nota-se na nossa história, no nosso
quotidiano. As universidades
estão cheias de gente que não
é capaz de raciocinar, nem
usando a linguagem, nem usando conceitos abstractos.
MU | Com a falta de emprego e de
expectativas, o Ensino Superior corre o risco de ser banalizado?
CFA | Houve uma explosão de acesso ao ensino superior. Antigamente
era só para quem tinha dinheiro. Hoje
o ensino tornou-se universal e gratuito
mas o pior é que não se cultiva a
excelência nas universidades portuguesas, nem nas públicas, nem nas
privadas. Acabam por ser aqueles
que estão pior preparados e não tiveram acesso às universidades públicas
– que ainda são as melhores, apesar
de tudo – que acabam por passar o
cheque às universidades privadas.
Por outro lado nas universidades
públicas – e todos se queixam, alunos
e professores – o sistema não parece
estar a funcionar muito bem. As propinas não deveriam ser tão baixas
como são hoje. Deveria existir uma
diferenciação e emprego para os
jovens universitários. As bolsas para
os bons alunos também são importantes. Quem ler as memórias da Hillary
Clinton, percebe que tanto ela como o
Presidente Clinton trabalharam durante toda a universidade.
MU | E isso reflecte-se no ambiente
das universidades?
CFA | Acho que há uma balda
generalizada e os alunos habituaram-se à balda. Os professores
ganham pouco, dão aulas
Os estudantes continuam abandonados, entregues a si mesmos.
Há alunos a mais nas universidades
8 JUNHO 2004
| 19
[ c.v. ]
Não somos um povo
tradicionalmente pessimista
num sítio e noutro, o acompanhamento dos alunos universitários é
raro. No meu tempo estávamos
abandonados no curso de Direito ao
terror puro e à intimidação dos professores. Hoje os alunos continuam
abandonados e entregues a si mesmos. Há alunos a mais nas universidades e nunca saberemos quantos
génios é que se perderam pelo caminho. Igualmente problemáticos são
estes numerus clausus, estas entradas por uma décima em Medicina,
em Direito. É complicado estarmos a
excluir alunos com base em critérios
puramente estatísticos ou numéricos.
Cada aluno, para ser devidamente
apreciado, tem de ser entrevistado.
MU | Mas é um critério subjectivo...
CFA | Que já se usa com sucesso noutras universidades e com bons resultados. Claro que podemos dizer “depois
há cunhas”. Mas a entrevista não deve
ser o único critério, mas é importante.
Nem sei se é possível, dado o pouco
tempo disponível dos professores.
Tínhamos que reformar tudo.
MU | Como é que tem acompanhado
os últimos anos de políticas educativas?
CFA | Há boas intenções. Os ministros
da educação não têm
sido maus, nem idiotas, nem maus técnicos. Há uma genuína
intenção de reformar
e melhorar. As pessoas não estão ali
para brincar. Só que
por uma razão ou por
outra, o sistema está
tão minado, há tantos
anos, que acaba
sempre por emperrar.
O que não quer dizer
que nalguns sectores
não haja bons resultados. A Universidade
Pública portuguesa,
de um modo geral, é
boa. Nos estudos
científicos também se
Quem é que dava...
Um bom Primeiro-Ministro e ainda
não sabe?
Não faço ideia. Há gente com qualidade, imensos bons primeiros ministros que estão agora a entrar nas Universidades. A política continua a atrair
as pessoas e infelizmente também os
piores carreiristas. Os partidos estão
muito mal organizados, especialmente os partidos do centro que, ou se
renovam, ou vão envelhecer mal. Os
comícios, as bandeirinhas, as reuniões magnas, os jovens já não estão
nada interessados naquilo. Tem de
tem melhorado imenso. Claro que muitos destes jovens acabarão no estrangeiro. Cá são muito bons mas depois
não encontram emprego.
MU | Falta ambição aos estudantes,
vontade de trabalharem lá fora?
CFA | Os bons acabam por entrar, os
médios e os maus nem por isso. Cá a
cunha continua a funcionar, o nome de
família, etc. Nisso não nos distinguimos
de outros países. Em Portugal continua
a haver um sistema de cunhas no mercado de emprego e há um desespero
terrível dos jovens universitários que
quando saem das universidades não
têm perspectivas.
Escrita própria
Nunca lhe aconteceu olhar para as suas crónicas e
pensar “se calhar exagerei...”
Para dizer a verdade, não. Talvez daqui a uns anos.
Posso é enganar-me e o engano conduz ao exagero.
Eu sempre tive uma escrita violenta, não na forma
porque não injurio ninguém – o Camilo era bem pior mas ela é violenta na crítica. Interessa-me provocar
um sentido de violência nas pessoas. Não me interessam escritas brancas. Não me interessa escrever
colunas de opinião.
Existe um sentido de missão naquilo que escreve?
Não, não. Tenho horror a missionários.
Há algum tema que não consiga pôr no papel?
Acho que é muito difícil escrever sobre sexo, embora
eu já tenha feito um texto, que não era erótico, mas
pornográfico num trabalho que fiz com o Julião Sarmento. Mas percebi o quão difícil é. Detesto textos
eróticos. O pornográfico não me importo, mas o erótico acho uma parvoíce e percebi que é muito difícil
escrever sobre sexo. A maioria dos escritores que
descrevem cenas sexuais hetero é uma risada e o
ridículo é o pior que pode acontecer.
Seria um bom tema para um futuro romance.?
Ai não. De maneira nenhuma.
Pelo tema ou por se tratar de um romance?
O sexo, pelo menos para mim, nunca pode ser o
tema central de um livro. Diz-se que só há três temas,
o sexo, o amor e a morte. Mas interessam-me mais o
amor e a morte. As ideias para os meus próximos
livros já estão na minha cabeça. Um será sobre o
mundo em que vivemos e o Médio Oriente, o terrorismo, esta quase terceira guerra mundial. O segundo
terá a ver com Camões e Pessoa, mas é sobre Portugal e os portugueses. São as nossas duas mitologias.
O Camões da glória, épico, o Portugal no seu esplendor. Pessoa é o oposto, a introspecção, a mágoa,
alguém que quase se auto aniquila. Quando o escrever serei bem mais velhinha.
haver uma renovação das ideias,
uma nova frescura nesses partidos.
Por outro lado, é muito difícil ser PM.
Nós temos uma grande tendência
para acharmos que são todos uns
idiotas. Mas não são.
Um bom escritor e ainda não
sabe?
Também não sei. O Saramago às
vezes faz uns discursos muito terminais sobre a morte do romance. Eu
acho que não, acho que o romance
não morre, Há sempre gente, com
16, 17 anos que quer escrever, que
quer fazer poemas, escrever livros.
Existem tantos cursos superiores que,
como dizia o outro, alguns acabam a
cortar cabelos ou a guiar táxis.
MU | A solução passa...
CFA | Por cortar e instituir cursos puramente técnicos. Hoje toda a gente
quer ter o título de doutor. Aquilo que
no meu tempo era um professor de
ginástica, hoje é um catedrático em
ciências motricidade. Títulos toda a
gente tem. Acho é que há uma overdose. Não se arranjaram cursos de prestígio em Portugal nem escolas de prestígio. Há uma grande confusão. Nunca
se sabe precisamente quais são os
melhores cursos. | O
20 |
8 JUNHO 2004
[ 5.ª dimensão ]
Brinquedos há muitos
Fica a lista do que recebemos no dia 1 de Junho. Pouca coisa é certo, mas a idade já pesa. Já não nos vêem
como as crianças que somos, infantes do consumo e da prenda alheia, revolucionários birrentos à espera
que nos dêem o mundo e mais qualquer coisa.
Dieta mp3
Formato
duvidoso
Não é a crédito, nem é cartão. Mas
quase. O novo Muvo Slim é fininho,
tem 256 Mb de memória, rádio FM,
aguenta 120 músicas em mp3, tem
gravador de voz digital e 17 horas de
vida útil. Isto no papel. Na balança, a
dieta chegou aos 34g, o ideal para bolsos pequenos e rabos gordos.
Para agentes pouco-secretos, não-fumadores inveterados, fotógrafos com a mania
de que quanto mais pequeno melhor.
Máquina fotográfica, cãmara de filmar,
gravador de voz, disco portátil e até um
spy-surveillance mode, capaz de tirar fotografias automaticamente. Cabe tudo nesta
James Bond Digital Camera, tudo em formato kitsch-zippo. Só não serve é de isqueiro. Vá-se lá saber porquê.
P.V.P. 215 euros | www.muvo.com
Corta que se farta
E mexe, remexe, se encosta, se enrosca, se abre, se corta para mim. A nova Gillette M3 Power é tudo isso e
mais. No cabo esconde-se o segredo, um pequeno motor que emite vibrações, que levanta os
pêlos, que permitem um melhor corte.
Com o dobro do preço de uma Mach3
convencional, vamos ver se é desta que o barbear fica mesmo
mais perfeito.
P.V.P. variável |
www.gillette.com
Morrer de sede
Catorze dias. É quanto demora esta central
de cervejas em formato miniatura a criar
uma loira. Não é necessário esterilizar,
ferver ou roer aos unhas com desejo.
Basta juntar água da torneira à levedura de cerveja, esperar e beber.
Um "quem espera sempre alcança" em formato de tortura lenta.
P.V.P. 60 euros | www.iwantoneofthose.com
Muito
à frente
"Criados para aquecimento e arrefecimento nas sessões de treino" lê-se no
site da marca. Enfim, comentários para quê? Quem é que se imagina de
meia branca e com estes Puma Taper nas sessões de jogging ao fim-de-semana? Já leram o nosso artigo sobre a meia branca?
Leiam que vale a pena. Mas estes não são
para pés-de-gesso. Lembram o
Brasil, são lindos e nem são
muito caros. O difícil é
arranjar alguém que os
mande dos Estados Unidos para o nosso cantinho
lusitano.
P.V.P. 75 euros | www.puma.com
P.V.P. 25 euros | www.gizmosuk.com
À prova
Rato do som
de bala?
Este bichinho do som consegue reproduzir música em qualquer superfície. Desde vidros a mesas, chegando aos 75
decibéis. Como? Através de um material,
o Terfenol-D, utilizado pelos militares
americanos nos sonares e que transforma as frequências em vibrações. Um
Soundbug do tamanho de um rato de
computador e que promete revolucionar
o mercado das colunas de som.
P.V.P. 30 euros | www.soundbug.biz
Lembram-se do "toma-lá-ó-meu-que-vai-aterrar-na-areia"? Esta é a nova versão bandeira-azul, o novo Nokia 5140, "antes torcer do
que quebrar".Com câmara incluída, ecrã de
4069 cores de alta resolução, capa protectora e capacidades tri-band. Resiste a salpicos,
à poeira e a quedas acidentais, são as promessas dos senhores da Nokia. Giro, giro é
a aplicação Fitness Coach para organizar os
treinos e a bússola digital. Um mimo.
Ainda sem preço | www.nokia.pt
22 |
8 JUNHO 2004
[ play ]
ABRAM ALAS
Críticas | Miguel Aragão
Até os comemos
PC | UEFA EURO 2004
Sempre a abrir
PS2 | GT4: Prologue
A poucos dias do início da maior
,A série Gran Turismo, que já vendeu 35 milhões de cópias
lentes animações, no capítulo gráfico
desde o seu lançamento em 1997, conhece agora um novo título: GT4
podemos ainda contar com réplicas
Prologue. Prólogo porque estamos perante um aperitivo do que será o
bem convincentes dos estádios que
GT4 definitivo, uma espécie de demo. Em vez de 500 carros, conduziacolhem o Euro, assim como de boa
mos 64. No lugar de 100 pistas, apenas 5. Não há Modo Championsparte dos jogadores. No som, há “Forhip, nem tão pouco se pode jogar online. Ideal para as primeiras voltas
ça” de Nelly Furtado como não podia
ao volante de Prologue, o Modo School põe-nos em contacto com as
deixar de ser, e comentários de Hélder
principais novidades na condução. A princípio, no asfalto, parecem
Conduto e Jorge Perestrelo, à imagem
subtis, mas assim que colocamos as rodas na
de FIFA 2004.
terra batida... Os carros têm personalidade,
No geral, ficácomportam-se de forma super realista, nada foi
mos
bem
deixado ao acaso e até o seu simples peso tem
impressionados
uma palavra a dizer quando enfrentamos curvas
com esta aposmais apertadas. A condução não é fácil, como os
ta da Electronifãs da série podem testemunhar, mas depois de
ca Arts, um
um período de adaptação torna-se viciante e
jogo com condirecompensadora. Para premiar os mais audações para agrazes, a Polyphny resolveu incluir um sistema que
dar aos fãs do
penaliza quem choca contra as protecções:
género ou, um
durante dez segundos o carro só anda a 50 quidia mais tarde,
lómetros hora. Uma novidade que não faz
uma recordaesquecer a ausência dos danos em tempo-real,
ção do evento
obrigação imposta pelos fabricantes presentes
que há muito
no jogo. Dos modelos mais modernos como o
Antes de FIFA e de ISS Pro Evo, era o videoaguardamos
Mitsubishi Lancer Evolution VIII M e Volkswagen
jogo preferido de quase todos os fãs do Descom grande
Lupo Cup aos mais antigos Mazda Roadster 1.6
porto Rei. A primeira versão de Sensible Socexpectativa.A
e Toyota Celica GT-Four Rally. Todos estão muicer (Sensi) foi criada para o Commodore
ver se é desta
to bem representados. Falta escrever que a ediAmiga em 1992. Passado um ano, a revista
que Portugal se
ção é limitada e se destina, supostamente, aos
Amiga Power já o colocava no Top dos cem
torna mesmo
malucos da série GT. Mas têm de ser mesmo
melhores jogos de sempre... em primeiro
campeão da
uns “gandas malucos”, porque não os estamos a
lugar. Com jogadores de tamanho muito reduEuropa.
ver a pagar tanto por esta espécie de demo.
zido – cerca de 1 centímetro -, o jogo apresentava uma mecânica nunca antes vista. Ao
longo dos anos, Sensi foi sofrendo várias
O MELHOR | Comentários em português; gráficos em geral, reproduções dos estádios em
actualizações e em 94 ganhou uma nova
O MELHOR | Reproduções das viaturas;
particular
cenários
dimensão. Sensible World of Soccer incluía
quase todas as equipas do mundo, novos
O PIOR | Ausência dos nomes dos jogadores
O PIOR | Ausência de Modo Chamda selecção da Holanda
pionship; número de carros e pistas
sons, Modo Carreira... Uma loucura!
NOTA | 13/20
NOTA | 12/20
competição de futebol da Europa, um
evento que, estima-se, será visto por
nove milhões de pessoas em todo o
mundo, aqui fica a nossa impressão
sobre a versão videojogável do espectáculo que vai decorrer em Portugal.
Desenvolvido pela EA Canada, UEFA
EURO 2004 é um simulador de futebol
bem ao estilo da série FIFA, mas com
algumas diferenças consideráveis. No
relvado, a IA (Inteligência Artificial) dos
intervenientes dá sinais de ter sido
melhorada e há alguns movimentos
novos... de resto, é mais realista do
que qualquer das anteriores tentativas
da EA de recriar o Desporto Rei. Bem,
escusado será dizer que não é PES3
(Pro Evolution Soccer), mas mais lento
e menos intuitivo. A inclusão de um
medidor de moral (moral meter) é uma
das principais inovações. O sistema
avalia a performance dos jogadores e
premeia uma actuação convincente
com uma subida dos índicies de confiança. Se na prática funciona? Sim e
não. Os jogadores mais dotados rapidamente atingem altos níveis de confiança, moral puxa moral... mas os
mais esforçados (aka “cepos”) ficam
com a tarefa dificultada. Além de exce-
Futebol de primeira
Beba com moderação.
Publi-reportagem
8 JUNHO 2004
| 25
[ 7ª arte ]
QUEM DÁ UMA,
DÁ DUAS
| A ESTREAR |
Sequelas, a bem dizer. Com a chegada do Verão há estreias para todos
os gostos. Há burros falantes, aranhas esvoaçantes, mafiosos com fartura, dançarinos e feiticeiros à mistura. Razões suficientes para prescindir de
outros programas mais quentes. | Miguel Aragão
Dirty Dancing: Havana Nights
Quem não se lembra do Patrick Swayze como Johnny Castle, da Jennifer Grey
na pele de Frances “Baby” Houseman ou do tema “Time of My Life”? Este filme
é um remake de “Dirty Dancing”, que marcou uma geração. Em 1987, com um
investimento de apenas 6 milhões de dólares rendeu 150 milhões no mundo
inteiro, um dos registos mais rentáveis da história do cinema. “Havana Nights”
relata a aventura de uma adolescente norte-americana que resolve mudar-se
para Cuba em vésperas da Revolução e se apaixona por um dançarino talentoso local. Os actores mudam, a dança continua. | Estreia a 8 de Julho
Shrek 2
É um dos filmes mais aguardados deste Verão. Se o primeiro foi uma surpresa,
este é já uma certeza. Nos EUA, já rendeu 238 milhões de dólares em menos
de quinze diass e bateu o recorde do filme mais lucrativo num só dia com 45
milhões de dólares. Ao regressar da sua lua-de-mel com a Princesa Fiona
(Cameron Diaz), Shrek (Mike Myers) recebe um convite dos sogros para jantar.
Os problemas começam quando eles descobrem que a sua filha não se casou
com o Príncipe (Rupert Everett) a quem havia sido prometida e enviam o Gato
das Botas (António Banderas) para matar o ogre. Tudo isto, mais um Burro tresloucado e inesquecível (Eddie Murphy) a acompanhar. | Estreia a 1 de Julho
The Whole Ten Yards
Realizado por Howard Deutch, no lugar de Jonathan Lynn do original, “Falsas
Aparências 2” mostra um Jimmy “The Tulip” Tudeski (Bruce Willis) a levar uma
vida tranquila, depois de com sucesso ter forjado a sua morte com a ajuda do
seu amigo Oz (Matthew Perry). Até que, um dia, é o próprio Oz que lhe retira o
sossego, quando lhe bate à porta pedindo-lhe que salve a sua mulher (Natasha
Henstridge) das mãos da máfia húngara. As críticas não são muito abonatórias
e apesar dos actores, parece que as piadas não funcionam e o argumento é
vazio. Parece, porque só acreditamos quando virmos. | Estreia a 4 de Agosto
Harry Potter and the Prisioner of Azkaban
No terceiro filme da série, o aprendiz de feiticeiro criado por JK Rowling apresenta-se para o terceiro ano em Hogwarts e é surpreendido pela notícia da fuga
de Sirus Black da prisão de Azkaban. Com toda a escola em polvorosa, corre a
história de que o prisioneiro em fuga pretende matar Harry Potter. Mas o aprendiz acaba por ir conhecendo melhor o fugitivo e descobre uma relação entre ele
e os seus pais. Chris Columbus deixa a cadeira de realizador e já com o o mexicano Alfonso Cuarón no comando, o novo filme é mais sombrio e misterioso
que os seus antecessores. Mais uma bomba de Verão a prometer bater recordes de bilheteira | Estreia a 29 de Julho
Spider-Man 2
O Homem-Aranha está de volta às lides cinematográficas. Um orçamento de
210 milhões de dólares foi o necessário para dar vida à luta de Peter Parker
com Dr. Otto Octavius, o vilão dos tentáculos. No elenco, a sequela mantém-se
fiel ao original e mantém Tobey Maguire e Kirsten Dunst nos papéis principais.
Já o mau da fita, polvo em versão metálica, ficou entregue a Alfred Molina, vulgo
Dr. Octupus. Em 2002, o primeiro Spider-Man arrecadou cerca de 403 milhões
de dólares, e o novo filme promete bater recordes nas transposições da Marvel
para o grande ecrã. Nós é que já babamos com a perspectiva de um Justiceiro
versus Homem-Aranha. Era bom, era. | Estreia a 15 de Julho
Hellboy
“Hellboy”, um dos mais populares
heróis dos “comics” americanos, foi
criado por Mike Mignola, já vendeu
centenas de milhares de livros e chega agora o cinema pelas mãos de
Guillermo del Toro. Com muito suspense, acção e humor, o filme mergulha no fantástico mundo da BD e
dá a conhecer a história enigmática
de um super-herói que se assemelha
a um diabo e tem poderes extraordinários. Mas quem é, afinal, Hellboy?
Ninguém sabe ao certo, a começar
pelo próprio. Vindo ao mundo através de um misterioso ritual mágico,
este super-herói foi acolhido pelo
“Bureau for Paranormal Research
and Defense”, de que se tornou principal agente, dedicando a sua vida a
resolver casos estranhos, que envolvem monstros, personagens e criaturas lendárias que revelam mundos
paralelos. E góticos.
The Ladykillers
Assinado
pelos irmãos
Coen, Ethan
e Joel, “The
Ladykillers”
é o “remake”
de uma pérola da comédia inglesa
dos estúdios Ealing, “O Quinteto era
de cordas”, realizada por Alexander
Mackendrick em 1955. Com Tom
Hanks no papel principal, o filme
conta a história de um ladrão, que
se hospeda na casa de uma velha
negra, viúva e muito religiosa, para
com a ajuda de um “gang” cavar um
túnel e roubar um barco-casino.
Humor q.b para ver já na próxima
semana.
26 |
8 JUNHO 2004
AgendaConcertos
[ jukebox ]
Da Weasel
Sem moral
NORTE
PORTO
Da Weasel quer dizer doninha, mas qualquer tentativa de os definir é pura ilusão. Rap, soul, jazz ou
hardcore? Nah... Com eles, a música é outra. Daí “Re-Definições”, o novo albúm. Os pais do hip-pop
português fazem 10 anos. Dêem-lhes os parabéns. Eles merecem. | SARA GOMES
MU | O que mudou neste álbum? E
o que é que se mantém?
Pacman | Há sempre uma tentativa
de elaborar um conceito para um disco. O que aconteceu connosco neste
álbum foi pegar em alguns temas
como ‘carrossel’ ou ‘casa’ e tentar dar-lhes uma nova leitura. Além disso,
também procurámos controlar mais a
nossa irracionalidade no estúdio.
MU | Este é um álbum crítico, mas
ao mesmo tempo festivo. Uma forma de celebrar os vossos 10 anos?
P | (Risos) Na verdade, nós nem nos
lembrámos que tinham passado 10
anos... As editoras e os jornais é que
têm sublinhado isso. Quanto à crítica
e à positividade, uma carreira musical
D3o,
é feita de diferentes fases, mas o que
acho que sobressai é que é um disco
em que mostramos que sabemos
mais aquilo que queremos e também
que o mais importante para nós é o
ouvinte ter liberdade para fazer os
seus próprios juízos.
MU | Daí limitarem-se mais à descrição de situações e pessoas...
P | Sim. Continua a haver uma opinião muito forte nas nossas letras,
mas antes era como se disséssemos
“Faz isto. Não faças aquilo!”. Agora
não. Estamos a tentar deixar de fazer
juízos morais.
MU | Há 10 anos quando começaram, o rap e o hip-pop em Portugal
era quase inexistente. Hoje, tudo é
diferente. Há ou não competição
entre as bandas?
P | Os Da Weasel têm um campeonato muito próprio, porque é difícil
encontrar uma banda que faça o mesmo tipo de som que nós... Mas a competição é sempre saudável e no hippop é bastante feroz, já que faz parte
da história deste tipo de música haver
batalhas entre as bandas e as etnias.
MU | Algum dia vai ser possível
definir os Da Weasel?
P | É complicado. Por exemplo, acho
muito arriscado dizer que os Red Hot
Chili Peppers são rock quando na verdade são muito mais do que isso. Da
Weasel há de ser sempre Da Weasel!
trio maravilha
Os D3o. Blues-rock com punk à mistura, live-band por
excelência, promessa nacional que por nós subia ao estrelato.
Novo EP, “8 tracks on Red”, nova temporada de concertos. Tó
Rui na guitarra, Miguel na bateria. Na entrevista, voz e guitarra,
Tony Fortuna .
outro EP e este foi tentar colmatar a falta de concertos.
Como ficámos quatro meses
sem tocar ao vivo estivermos a
fazer músicas novas.
MU | Como é que tem sido a vida
dos D3o desde o último EP, o “six
pack”, até este “eight track”?
Tony Fortuna | Nós não temos assim
tanta disponibilidade quanto isso. Trabalha-se, estuda-se e mais não sei o
quê. O que estivemos a fazer entre o
Lata
MU | Faltam oportunidades?
TF | Toda a gente conhece os lobbys,
mas eu não gosto muito de falar sobre
isso. Acho que o trabalho das pessoas
se reflecte nas oportunidades que
têm. Se te empenhares, consegues
fazer as coisas, até porque tudo acontece por acaso. Encontrares uma pes-
para cão
soa que gosta do que estás a fazer e
convidar-te para fazer alguma coisa.
MU | E quanto ao futuro? Já há
alguma coisa definida?
TF | Nós não queremos seguir uma
linha, mas estamos a evoluir como
compositores, estamos mais próximos
uns dos outros. O que queremos fazer
é rock. Agora se é uma linha mais
dura, ou não, isso já não sei. Às vezes
as coisas surgem e é por aí.
Mp3s dos D3o em:
www.musicactiva.pt/radios.htm
Festival do Dragão
| Estádio do Dragão |
Tel.: 225 570 400.
16 de Junho | Iggy Pop & The Stooges, The Darkness, Cinerama.
17 de Junho | David Bowie, The Charlatans, Starsailor, Ute Lemper.
18 de Junho | Deep Purple, Scorpions.
Bilhetes a 30 euros (1 dia) ou 75
euros (3 dias)
D3o | 18 Junho | Carpe Diem em Santo Tirso
19 Junho | Fnac Gaia Shopping |
21h45
GAIA
Pedro Abrunhosa & Bandemónio |
Cais de Gaia | 9 de Junho | 22h |
Tel.:217 815 880 | 15 euros.
AVEIRO
Alanis Morissette | Praça Euro | 25
de Junho | 22h | 25 euros.
SUL
LISBOA
Dido | Torre de Belém | 6 de Julho |
20h45 | Bilhetes entre 25 e 30 euros.
Ute Lemper | CCB | Tel.:213 612 444 |
19 de Julho | Bilhetes entre 12 e 42
euros.
Pink | Pavilhão Atlântico | 31 de Julho
| 21h | Tel.:218 918 409 | Bilhetes
entre 22 e 32 euros.
D3o | 25 Junho | Fnac Chiado
26 de Junho | Fnac Columbo
FARO
David Fonseca | Cais da Doca | 19
de Junho | 22h | Tel.: 217 815 880 |
Bilhetes a 15 euros.
Temos cd’s para
oferecer.
Envia uma sugestão criativa para
melhorar o MU para o email:
[email protected].
As melhores ideias serão premiadas com
discos dos Da Weasel, D3o e Lata Dog!
Entre o hip-pop, o reggae, Londres e Lisboa. Lata Dog no
álbum de estreia, Hugo Gouveia estampado no B.I.. Curioso
de novas sonoridades, novos caminhos, colados e
percoridos no novo “Lead the Way”.
rádios, é mais fácil alguém se especializar num mercado minoritário e conseguir sobreviver. E é frustrante, saber
que os músicos ou são muito bons ou
não têm oportunidade de evoluir.
MU | Como é que tem corrido a aposta no mercado
nacional?
Hugo Gouveia | Depende para
que lado é que um gajo acorda.
De um certo ponto de vista é
desmoralizante ver como as
instituições musicais funcionam
em Portugal. Por outro lado,
aprende-se bastante e acho
MU | Depois deste “Lead the Way”,
da participação no fllme “Tudo Isto
é Fado”, qual é próximo passo?
HG | Este álbum é lançado agora,
mas algumas das músicas já têm
alguns anos. Tenho vontade de voltar
ao estúdio, voltar a produzir música,
de apostar em novas sonoridades,
novos caminhos.
que há muita coisa nova, com qualidade, mas nota-se uma falta de formação profissional. Não é formação
musical, os músicos são bons, mas há
pouca auto-estima.
MU | Londres é assim tão diferente
de Lisboa?
HG | Por haver tanta variedade, tantos
sítios para tocar, tantas editoras e
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| 27
[ cultura ]
ENTRE O
TEATRO E
A DANÇA
AgendaCultural
teatro, dança e exposições
NORTE
“Hollywood Boulevard”
A mostra reúne três artistas norteamericanos - Jack Pierson, John Baldessari e Richard Prince – e tem
como ponto de partida a monumental
avenida da cidade da ilusão.
PORTO | Galeria Presença.
Tel.:226060188. Até 15 de Junho, das
10h às 19h30. Entrada livre.
Lígia Martins vai ser protagonista de “Alice no
País das Maravilhas” e Sara do Vale está a
encenar “As Noivas da Pérsia”, que cruza o
teatro com a dança oriental. Em comum: a
paixão pelas artes do palco. | SARA GOMES
Lígia no país das maravilhas...
Não tenta disfarçar a ansiedade que
sente sempre que lhe falam no seu
primeiro papel como protagonista.
Lígia Martins, 22 anos, estudante do
3º ano de Gestão em Faro, vai interpretar a Alice do conto de Lewis Carroll. Ou seja, vai dar vida à “Alice no
País das Maravilhas”, adaptada pelo
grupo de teatro Sin-Cera da Universidade do Algarve, com
estreia marcada para 15
de Julho na antiga Fábrica
da Cerveja em Faro.
“A Alice é uma criança
muito curiosa e teimosa”,
diz Lígia. “Ela quer saber
tudo e no seu mundo de
fantasia vai deparar-se com situações
estranhas, que vão acabar por desafiar o próprio público.” Uma adaptação
fiel ao conto? “O texto tem cortes, mas
respeita bastante a história original”.
Lígia, que já participou em duas peças
(“As Moscas”, de Jean Paul Sartre e
“Recortes”, com base em improvisações), vê assim a sua paixão pelo teatro ganhar outra vida. “A minha irmã
mais velha já fazia teatro na escola.
Foi uma espécie de contágio”.
Um contágio que a levou a fazer cinco
meses de formação com o grupo SinCera e a descobrir “outra realidade,
outros sentimentos”. E no futuro, o teatro pode vir a substituir o curso? “Sei
que em Portugal é muito difícil viver do
teatro, mas se houver oportunidade,
porque não?”
... e Sara na Pérsia
Interessou-se por teatro, decidiu ser actriz e entrou no Conservatório. Pelo meio, experimentou dança oriental e
descobriu que lhe interessa
cruzar o teatro e a dança. Sara
do Vale, 24 anos, gosta “de fusões e
de desconstruir”. Por isso, despiu a
máscara de actriz e as roupas de bailarina e está a encenar “Noivas da
Pérsia”, que estreia a 20 de Julho no
Festival de Monsaraz.
A peça é uma adaptação do romance
“Noivas Persas” da escritora israelita
Dorit Rabynian e conta a história de
cinco mulheres “divididas entre dese-
jos e medos”. Um retrato “comovente”,
para o qual Sara fez questão de criar
uma “partitura de movimento”. “O teatro e a dança só por si acabam por se
esgotar. Interessa-me explorar a relação entre as duas artes”.
O desejo de levantar questões e baralhar conceitos nasceu no Conservatório, que terminou este ano, embora
ainda lhe falte fazer o estágio. “A experiência das aulas foi estimulante. Trabalhamos com tantos professores,
com tantas linguagens diferentes, que
acabamos por perceber que há mil e
um caminhos a explorar”.
E assim parece ser para Sara: o ano
passado coreografou “As Deusas da
Dança” na Comuna e tem feito várias
peças para crianças, entre as quais
“As Lendas do Mar”, adaptação da
obra homónima de José Jorge Letria,
actualmente em cena no Teatro Estúdio Mário Viegas, em Lisboa. Projectos
não lhe faltam. “O Amante” de Marguerite Duras é um dos seus textos preferidos. Quem sabe, um dia destes, num
teatro perto de nós. Sempre com dança.
| TEATRO |
| LIVROS |
A pornografia
das palavras
Quando começou a escrever “Escovei o
Cabelo 100 Vezes antes de me Deitar”, a
siciliana Melissa Paranello tinha apenas 15
anos e uma vida sexual invulgar – relações
homossexuais, com casais, desconhecidos e muita violência.
Porque, diz no livro, queria “encontrar o amor”. Hoje, Melissa
tem 18 anos, já vendeu mais de 800 mil exemplares em todo o
mundo e afirma que a escrita se tornou “uma forma de libertação”. Para alguns, ela é “lírica e devastadora”, para outros “apenas mais uma a querer ser o centro das atenções”.
Preço: 13,23 euros.
“Ensaio sobre a Cegueira”,
de José Saramago
O Bando volta a reflectir sobre a cegueira, não daqueles
que estão privados do sentido da visão, mas dos que
vendo, não enxergam. A mensagem é clara: “Quando
todos fecharmos os olhos e os voltarmos a abrir, será
possível ver e criar um mundo diferente”. A companhia de
João Brites, que celebra 30 anos, acrescenta assim mais
uma etapa a um percurso marcado pelo questionamento dos
valores universais.
PALMELA | Vale de Barris. Tel.:
212336850. De 1 a 25 de Julho, 4ª
a dom. às 21h30. Bilhetes entre 7,5
e 15 euros.
“Vou lá visitar pastores”, de
Manuel Wiborg
Wiborg encena e interpreta um monólogo baseado no livro “Vou Lá Visitar
Pastores - exploração epistolar de um
percurso angolano em território Kuvale”, do poeta angolano Ruy Duarte de
Carvalho.
PORTO | Teatro Rivoli. Tel.:223392200.
Até 9 de Junho, às 21h45. Bilhetes a 7,5
euros.
“Reconhecer – Um Lugar”
A artista Gabriela Albergaria apresenta
desenhos, fotografias e uma instalação, resultado de uma pesquisa que
fez em Viseu entre 2003 e 2004.
VISEU | Galeria António Henriques.
Tel.:232467270. Até 19 de Junho, das
15h às 19h30. Entrada livre.
SUL
“Bonfim”
João Pedro Vale apresenta uma instalação a convite da Luzboa (Bienal
Internacional da Luz em Lisboa), onde
aborda o tema da luz na sua faceta
mais espiritual.
LISBOA | Museu do Chiado.
Tel.:213432148. Até 4 de Julho, das 10h
às 18h. Bilhetes a 1,5 euros.
“Mátria 1 - O Jogo Eterno”, pela
companhia La Fura Dels Baus
“Naumon” é o velho navio de mercadorias onde decorre a peça, que conta
com a colaboração do escritor catalão
Rafael Argullol. Depois de Lisboa, o
barco aporta na Figueira da Foz entre
2 e 4 de Julho.
LISBOA | Cais de Santos.
Tel.:210036300. Até 20 de Junho, às
22h. Bilhetes a 35 euros.
“Gravuras” de Vieira da Silva
Além das várias facetas da memória,
esta exposição da obra de Vieira da
Silva reflecte sobre o poder da imaginação.
ÉVORA | Fundação Eugénio de Almeida. Tel.:266748300. Até 29 de Agosto,
das 9h30 às 18h30. Entrada livre.
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