[toma nota] O Mundo Universitário só regressa em Setembro, mas nós continuamos a trabalhar. Envia as tuas sugestões, críticas, comentários e ideias para o email: [c.v.] Mordaz, crítica,oral e escrita. Clara Ferreira Alves. P. 18-19 [7ª arte] Shrek 2, Spider-Man 2, o Verão aquece nas salas de cinema. P. 25 [jukebox] Da Weasel, D3o e Lata Dog em entrevistas exclusivas. P. 26 [email protected] Director: Gonçalo Sousa Uva | Terça-feira 8 de Junho 2004 | N.º 3 | Quinzenal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt AGARRA QUE NÃO DÓI! O Euro 2004 escrito nas estrelas. P. 8-9 8 JUNHO 2004 [ índice ] [ notícias ] 6e7 [ ídolos ] Propinas votadas por correspondêcia Rui Unas, artista de cabaré, homem de princípios, sonha com o estatuto de abelha maia do século XXI. O reitor da Universidade de Coimbra, Seabra Santos, trocou as voltas aos estudantes e anunciou que a votação do valor das propinas naquele estabelecimento vai passar a ser feito por correspondência. A decisão foi tomada na sequência da invasão da reunião do Senado por cerca de 100 estudantes, que inviabilizaram a fixação do valor máximo das propinas, 852 euros. Miguel Duarte, presidente da Associação Académica de Coimbra, já reagiu e garantiu ao jornal Público que «serão feitas todas as diligências necessárias», reconhecendo que a relação entre os estudantes e o reitor da UC é «delicada». 8e9 [ flash ] Com o Euro à porta, falámos com alguns dos mais conhecidos profetas da nossa praça. Simara, Alexandrino e Cisse em exclusivo para o MU. 12, 13 e 14 [ noites e copos ] Estejam em Coimbra, Lisboa ou Porto, nós vamos atrás. Click! E é vê-los de copo na mão e sempre a fumar... sempre a fumar. 18 e 19 [ c.v. ] Festival Mundial da Juventude De 8 a 14 de Agosto, Barcelona vai acolher a terceira edição do Festival Mundial da Juventude. Ao todo são esperados cerca de 10 mil jovens vindos de todas as partes do mundo para partilhar ideias e discutir temas como a educação e o papel do jovem na sociedade. Outro dos objectivos do encontro é reforçar as redes de organizações juvenis a nível nacional e internacional, assim como promover o diálogo entre as organizações juvenis e governamentais.As inscrições são até 30 de Junho e os preços variam consoante o país de origem das pessoas. Mais informações no "site": www.festivalmundialjoventut.org/. Novo portal europeu da juventude 26 [ jukebox ] Quais são os direitos dos jovens enquanto cidadãos europeus? Como é que os jovens de um Estado-membro da União Europeia podem ir estudar para outro país? O que é o voluntariado e onde se podem inscrever? É a resposta a estas e outras questões que o primeiro Portal Europeu da Juventude, disponível em todas as línguas oficiais da União Europeia (UE), pretende dar. Lançado pela Comissão Europeia, o objectivo do portal é contribuir para o exercício de uma cidadania activa. Dirigido aos 75 milhões de jovens da União Europeia (UE) entre os 15 e os 25 anos, o portal oferece ligações a 10 mil "sites" na Internet, de âmbito regional, nacional e europeu. Da Weasel Re-Definidos. Tony Fortuna e os D3o. Lata Dog a mostrar o caminho. Mais dinheiro para as Universidades Clara Ferreira Alves no país dos baldas. Gente a mais nas Universidades e cada vez menos hábitos de leitura. 04 [ poder à palavra ] A opinar é que a gente se entende. 22 [ play ] O regresso da série Gran Turismo e o Euro 2004. 09 [ moda ] O regresso do “pé de gesso”. Contra tudo e todos. 25 [ 7ª arte ] Vem aí um Verão recheado de sequelas. Burros, aranhas aos montes. 16 [ iluminados ] Maria David fala de “Europa” e da escrita como solução para os seus problemas. 20 [ 5ª Dimensão ] As prendas do Dia da Criança. Podem ver mas não tocar. São todas nossas. Trinta universidades públicas e politécnicos vão receber 33 milhões de euros para se modernizarem e atrairem novos alunos. A garantia foi dada pela ministra da Ciência e Ensino Superior, Graça Carvalho, e os montantes vão ser distribuídos sob a forma de contratos-programa celebrados com as diferentes universidades. Painel de Ouro 27 [ cultura ] Teatro e danças orientais segundo as suas intérpretes. O Mundo Universitário errou Na última edição, a 25 de Maio, o artigo sobre os exames apresentava o Dr. Francisco Louçã como professor da Universidade Nova, quando na verdade dá aulas no Instituto Superior de Engenharia e Gestão (ISEG), em Lisboa. Pelo erro, as nossas mais sinceras desculpas ao professor, instituto, alunos e leitores. O Mundo Universitário deve-se também ao apoio e contributo das marcas apresentadas no Painel de Ouro. Ficha Técnica: Título registado no I.C.S. sob o nº 124469 | Propriedade: Metro News Publicações Lda | Empresa nº 223575 | Matrícula nº 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 505434229 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Chefe de redacção: Miguel Pacheco | Colaboradores: Miguel Aragão; Sara Gomes | Projecto Gráfico: Sara del Rio | Paginação: Sara del Rio | Revisão: Adriana Duarte Sá | Ilustradores: André Laranjinha, Bruno Franquet e Carlos Pontes | Sede Redacção: Rua Damião de Góis nº 48 3ºE 1495-043 Algés | Tel: 21 4112300 | Fax: 21 4112302 | Tiragem: 30 000 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Lisgráfica, Impressão e Artes Gráficas, S.A; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena 2| 4| 8 JUNHO 2004 [ intervenção ] PODER À PALAVRA. A opinião que interessa. Com calma A melhor maneira de encarar um curso superior é adoptar um processo de descontracção, dentro de certos limites (de responsabilidade). Uma falta sem causa justa aparente nunca fez mal a ninguém... umas saídas à noite durante a semana também não...Sou contra os obcecados pelos estudos, enfim, para mim, um bom aluno é aquele que faz umas quantas cadeiras por semestre, que se vai divertindo e descontraindo com os amigos e que tenha uma média razoável ( onze/doze valores). Quando estes alunos e os alunos “viciados” nos estudos (marrões) olharem para todo o percurso já realizado irão ter visões diferentes... uns irão estar orgulhosos, os outros tentarão recuperar o tempo perdiEis a confissão do aluno apático que viu no fundo do posdo... so apenas um poço fundo. Esta vida que levo... contínuos actos de levantar e cair, levantar e cair, sempre assim, nesta podridão, esta merda de existência, embora cada Alice Dias, Instirealidade tenha a sua oportunidade. É bom saber diferentuto Superior ciar a sorte de cada um, pisco o olho ao destino pois sei de Economia que tudo é relativo, e tento não deixar de acreditar que e Gestão cada um pode construir o seu. Ser hoje, não é ser amanhã. Tentarei fazê-lo, executarei o plano, sem alterar as variáveis e viva a possibilidade ínfima da mudança, o que fui, o que sou... é-me indiferente, acredito que a próxima vez que for ao casino, a sorte irá sorrir-me. Afinal de contas, a vida é simplesmente um teatro composto por maus actores. Serei eu mais um... Não! Definitivamente “não”. ILUSTRAÇÃO DE ANDRÉ LARANJINHA Confissões Rui Amaral, Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa Capítulo I Para quando a privatização do ar? Assim serão os dias, infatigavelmente semelhantes. Não vale a pena tentarem desviar o rumo. Por muito que se esforcem não o irão conseguir. Jamais o conseguiram. - Sua, luta, trabalha, investiga aquilo que quiseres. Podes lutar por ser feliz, por ter saúde, por ser rico, por teres uma maravilhosa família, um potente jaguar, uma piscina na tua enorme casa. Tudo é possível nesta vida e também a certeza que vais morrer. - És pequeno, tão demasiadamente pequeno. Fraco, básico, o universo engole a tua inteligência, a criatividade, a divergência. Não tens sequer capacidade para imaginar o universo. - Como é o universo? É finito, mas se é finito terá ele umas paredes a bloquear a infinidade, e o que há para lá das paredes... Tem de haver algo, e mais algo e mais algo. Mas o quê? - És tão pequeno. Tu e eu e nós e vós e eles. Eles sim, são pequenos. - Mas e o sonho?! Já há longo tempo esperava por uma oportunidade de poder expressar o meu descontentamento e indignação perante a existência da EMEL e o seu modus operandi. Se, por um lado, é sabido que o nível de vida dos portugueses é baixo; que o automóvel é, para nós, ainda um bem de luxo e que a geografia urbana de Lisboa é, por natureza, descompensada, quando observada a EMEL "em movimento", é mais difícil manter o discernimento necessário à argumentação. A empresa em causa não parece considerar o organismo urbano como produto da acção e vontade dos homens, actuando em face das possibilidades geográficas do meio. Com o compadrio da Câmara - logo, do poder político instituído -, um agente (?!) da EMEL, depois de imobilizar o precioso meio de transporte de um honesto e cumpridor cidadão, pode mandar rebocá-lo caso o "infractor" não proceda às diligências necessárias para a solicitação do desbloqueio e respectivas liquidações. Note-se que, o número de telefone para o qual deve ligar, é taxado. Por tê-lo já experienciado, tendo já esperado cinco horas, posso assegurar que as equipas de desbloqueio são insuficientes para uma acção atempada e eficaz que colmate as razias indiscriminadas que os fiscais perpetram. Se até há bem pouco tempo a EMEL não nos fazia falta - sequer existia -, porquê habituarmo-nos passivamente? Em minha opinião, a EMEL pratica uma forma de violência psicológica coerciva, atentando à propriedade privada e às liberdades fundamentais, em nome de outros interesses que não a harmonização das nossas cidades. Quem está comigo? Critica. A bem ou a mal. Rui Amaral, Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa NÓS PUBLICAMOS NA MESMA. [email protected] Hugo Simões, Universidade Autónoma de Lisboa 6| 8 JUNHO 2004 [ ídolos ] Sempre controverso, o programa “Cabaret da Coxa” introduziu em Portugal um novo estilo de fazer televisão: jovem e irreverente. Mas qual é afinal a receita de tamanho sucesso? E quem é o homem por detrás da personagem? Rui Unas, a Abelha Maia do século XXI ou simplesmente um “copinho de leite”? | ENTREVISTA Miguel Aragão e Sara Gomes | FOTOS Alexandre Nobre “Sou um homem de princípios” Mundo Universitário | Porquê “A minha Vida é um Cabaret”? O livro e a realidade misturam-se? Rui Unas | Eu entendo, de facto, que a minha vida é um cabaré, mas um cabaré muito limpinho, porque na realidade sou quase um copinho de leite. Não correspondo nada àquela imagem do homem da noite, dos vícios, das mulheres, das bebidas, boémio e tal. A minha vida é um cabaré cheio de variedades, mas com tudo muito arrumadinho. é que nós conseguimos juntar no mesmo sítio pessoas, convidados e artistas que não têm nada a ver uns com os outros. Creio que o programa desperta paixões. Como tal há pessoas que o adoram e outras que não gostam lá muito. Mas é consensual que tem um espaço na televisão. E, se calhar, é preciso um programa destas características para balizar a televisão. Temos a Eucaristia Dominical. Nós estamos do outro lado. Nós não temos moral nenhuma. MU | Acaba de ser lançado um DVD com os melhores momentos do “Cabaret da Coxa”. Qual é o segredo do programa? RU | Costumo defini-lo com uma frase muito simples: é onde a liberdade e a libertinagem estão de mãos dadas. No entanto, o que contribui para que o programa seja de culto e tão diferente MU | Há limites? RU | Tenho carta branca para dizer e fazer o que quiser apenas com um limite: não ferir os meus convidados. Estou ali para espicaçá-los, mas sou incapaz de lhes denegrir a imagem ou espezinhá-los. E poderia fazer isso, mas não faço porque vai contra os meus princípios. Sim, porque eu sou um homem de princípios. MU | Interpretas a personagem do machista. Com que parte da personagem é que mais te identificas? RU | Eu sou, eu sou… A história do machismo... Honestamente, eu sou o mais liberal possível. Partilho as minhas actividades domésticas: vou às compras, passeio o cão, cozinho muito bem. Portanto, não sou nada machista. Antes até me chateava quando me chamavam “ganda maluco”, porque para mim a expressão sempre teve uma conotação pejorativa. Eu chamo “ganda maluco” àquele tipo que anda com o carro todo artilhado ou ao que bebe cinco shots de seguida, porque julga que é o maior. Mas já percebi que as pessoas quando se referem a mim com essa expressão fazem-no de uma forma carinhosa. E, de facto, faço figuras na televisão que só um “ganda maluco” era capaz. “Sou o mais liberal possível. Partilho as minhas actividades domésticas. Vou às compras, passeio o cão, cozinho muito bem.Portanto, não sou nada machista.” 8 JUNHO 2004 |7 [ ídolos ] Gostava que os meus programas fossem recordados como algo que marcou uma forma de estar na televisão.” MU | És muito auto-crítico? RU | Brutalmente auto-crítico. Auto-crítico e inseguro. Hoje tenho mais confiança naquilo que faço, mas há uns anos fazia coisas que achava que não tinham piada nenhuma. Agora é diferente, embore continue a ser auto-crítico. Mas também gosto de me ver quando estou bem. MU | Não tens medo que a receita se esgote? RU | Bem, acho que o programa ainda é capaz de durar mais uns tempinhos, ainda pode evoluir. Até porque, em Setembro, vamos fazer uma reestruturação a nível de imagem, e em termos de conteúdos provavelmente também, mantendo a essência do programa. MU | A televisão acaba por ser um meio um pouco ingrato, na medida em que tudo se consome com grande rapidez? RU | Sim, sim. Mas o ‘showbiz’ é assim. É uma máquina de lavar: a pessoa anda lá à volta e depois sai e entra outra. Suga uma pessoa. O mais difícil em televisão não é estar, mas mantermo-nos lá em cima. Posso não estar no pelotão da frente, mas continuo a trabalhar. Há 8 anos que faço televisão quase ininterruptamente e isso é quase um feito, porque as pessoas deixam-se fascinar pelo mediatismo. É claro que depois de sair do anonimato e de me ver junto aos maiores, deixei-me deslumbrar um bocadinho. Mas rapidamente percebi que o que queria fazer era trabalhar, fazer os meus programinhas e divertir as pessoas. MU | Quando dizes que rapidamente percebeste que o que querias era trabalhar, o que é que te levou a essa conclusão? RU | Senti-me mal. Comecei a perceber que não era aquilo que me movia. Até porque, como sou um copinho de leite do caraças – não bebo, não fumo – não me sentia bem naquele ambiente. Há pessoas que passam a vida toda em festas, vocês não imaginam: actores de novelas e apresentadores. Eu sempre fui mais recatado e a minha preocupação é fazer o meu trabalho e estar bem comigo para ter uma boa performance no trabalho. MU | Consegues fazer vingar todas as tuas ideias ou há muitas que são desaproveitadas? RU | Actualmente, estou apenas limi- tado pelo factor dinheiro, que é determinante. Sem algum dinheiro, não posso fazer reportagens que gostaria, não posso ter um estúdio maior, não posso ter condições que me permitiriam fazer mais e melhor. Mas, muitas vezes, a necessidade aguça o engenho. E nós somos engenhosos a fazer um programa de qualidade, creio eu, apesar de termos parcos recursos. MU | E longe da televisão, olhando para a situação do país, o que é que te preocupa mais? RU | Não penso muito nisso, mas preocupam-me coisas essenciais como a saúde. A minha mãe tem que acordar às cinco da manhã para ir para o centro de saúde, o que é ridículo. A saúde, a justiça, continuam a ser pilares que ainda estão muito frágeis na nossa sociedade. Mas isto é conversa de político (risos). E eu não vou por aí. MU | Sobre o teu percurso profissional. Começaste na Rádio Seixal aos 17 anos... RU | Já toda a gente sabe a minha vida, é impressionante (risos). MU | Depois tiraste um curso na ETIC (Escola Técnica de Imagem e Comunicação). Porque é que optaste por essa formação? RU | Com 18 anos, quando terminei o secundário, já tinha a ideia de apresentar um projecto a uma estação – eu e os meus actuais sócios da Sigma 3 – que era o “Alta-Voltagem”. E então pensei: “Espera aí, Rui, o que é que tu vais fazer da tua vida? Vais tirar enfermagem ou fisioterapia? Na altura estava na área de saúde e decidi que ía arriscar e ía para um curso técnico de imagem e comunicação, que era de um ano, e me dava as bases para fazer televisão”. E assim foi. Tive o Carlos Pinto Coelho como professor e quando estava pelos meus vinte anos, ele convidou-me para integrar a equipa do “Acontece”. Achou que eu tinha bases, talento e vocação para integrar a equipa dele. Paralelamente, o projecto do “Alta-Voltagem” foi aceite e passado um ano de “Acontece” fui-me embora. Depois, já não tinha tempo para pensar em faculdade, porque no fundo já estava a aprender. MU | Mas nunca sentiste falta de uma formação universitária? RU | A minha base em termos jornalísticos é muito pragmática. Aprendi no terreno, com as correcções de quem Dois filmes em 2004 MU | Depois dos “Imortais”, contracenaste em dois filmes que vão ser exibidos em 2004, o “Kiss Me” e o “Sorte Nula”. Qual é o teu preferido? RU | Não sei responder. São dois filmes completamente distintos. O “Kiss Me” é uma grande produção, o outro é um filme menos pretensioso e assumidamente comercial. MU | O cinema é uma paixão antiga? RU | Não (risos). Isto surgiu há um ano e tal quando o António Pedro Vasconcelos me convidou para fazer “Os Imortais”. MU | E no futuro, estás a pensar apostar na faceta de actor? RU | Ainda tenho de decidir se vou assumir isso como uma carreira paralela, mas a verdade é que não tenho formação nem currículo que me permita dizer que sou actor. MU | Há muitas pessoas que têm o curso de actor e nunca puderam mostrar o que valem. Não achas que é injusto teres essa oportunidade porque és conhecido? RU | Sim, às vezes. Não gosto da ideia de concorrer com actores profissionais quando eu não sou actor... Mas se me fazem um convite dirigido, vou dizer que não? de direito. Se me perguntarem se é de todo dispensável a formação académica, obviamente que não. O saber é sempre positivo. Mas também sei de gente que sai do curso universitário sem preparação nenhuma. E pior ainda, sem vocação nenhuma. MU |“Alta-Voltagem”, “Sub-26”, “3000 segundos”, “Curto-Circuito”, sentes que revolucionaste o panorama audiovisual para os jovens? RU | Fui sempre fazendo, ao logo da minha curta carreira, programas diferentes, mas um bocado iguais. Diferentes na forma, mas o conteúdo mantinha-se o mesmo. O “Curto-Circuito” foi, para mim, o mais importante, porque pude arriscar mais. Costu- UNAS EM TOP Jimba: “É um dos meus alteregos, o ‘non-sense’ do Cabaret.” Nuno Markl: “Uma das figuras de proa do humor nacional. É um génio e uma excelente pessoa.” Marisa Cruz: “Talentosa, divertida, uma ‘sex-symbol’. Tem um grande par de mamas. “ Scolari: “É o nosso seleccionador. Não tenho mais nada a dizer.” Durão Barroso: “Não me desperta grande simpatia.” Bush: “É pá, prefiro o Durão.” mo dizer que gostava de ser recordado como a Abelha Maia deste novo século. A Abelha Maia é um ícone e eu, sem querer estar a meter-me em bicos de pés, gostava que os meus programas fossem recordados como algo que marcou uma forma de estar na televisão. Não faço as coisas com esse propósito, mas se surgir, era porreiro. Sempre deixava a minha marca. | O 8| 8 JUNHO 2004 [ flash ] Euro 2004 A caminho da glória? Scolari? É mole, chato, inflexível. O Euro? Portugal não passa da primeira fase, vai ser campeão, ganha se tiver fé. Confusos? As palavras não são nossas, as previsões muito menos. Fala quem sabe. Nós acreditamos. Mestre Cisse Astrólogo Astrólogo, medium africano e “com garantia”. É assim que Mestre Cisse se define. O anúncio vinha num jornal e como assegura “resultados positivos em sete dias”, diz tratar “com sucesso de jogos” e dá “previsões do futuro”, não hesitámos em ligarlhe. Do outro lado, Mestre Cisse revelou-se um optimista: “Portugal vai ganhar tudo e só empata com a como os Espanha.” Então, dia 12, o jogo cones têm de ser es gu rtu po ” e. os , mpr “No Euro2004 tra a Grécia são “favas contadas”? fé. Acreditar se m de ter muita mara é que “Claro. Vai marcar o Pauleta ou o Si ga brasileiros, tê lo tró as da o isã ev pr isa as av Candidatos? A Figo.” E na final, também ganha- Dono de rem na final, m um sentido de nda se encont “No dia 12 mos? “Sim, sim. Portugal vai jogar o. br m humor muito pa França e Hola ze De em sor e hipnotiza ita fe i rticular, o prof fo o pe isã es ev l, dor Alexandrin pr ga ta rtu eses Po e a qu l ve contra a França e ganha por 1-0. o “Firme e Hirto rá vo fa ta s no ai M su ”. ce tra ui ss ” não acrediou eq o r a da l ze ta Selecção no Eu Na do volto a fa s ra Quem marca é o Pauleta. Tenho a tu al vão ser maus” ro2004. “Os re o o Tarot, por , profetizou, “m sultados eira fase. Entre certeza!” Tudo bem. Não o contra- perd ra-se. Segund as se me cont ssava da prim em pa ”. o s As nã ratarem não re sim as do in se ga qu jo ndo, ficamos m há é pa das at s, riamos. Na verdade, nem quereõe uito mais desc O herói da Se es e superstiç ansados! lecção, na su vão ao seu con- mos. Com tantas certezas, é caso isso tantas previsõ a opinião, vai anónimos, que também pouc es ser Figo, mas str is. ilu na o, io çã ac o importa pois rn te in s da selec re para perguntar: o que nos tem a do ga fazer má figur “Portugal vai é verdade, jo a”. A explicaçã perder e E o que dizem dizer sobre a hipótese de um ata- no sultório. “Sim, o do desaire po facto de “Scola se vai passar”. e qu e o r derá residir o at be ch sa ri É . se le r de m Querem ol m e” ta que terrorista? ”Não vai acontecer , os um portugueses sã a vez que os jo consultas? “G m gadores o “firmes e hirto rito é muito bo de Scolari nas nada. As pessoas podem ficar duro” pa s” e precisam m dele. O espí sta ra go e os de “alguém qu as o or m l, ie iss ntar, do tipo “e É . fé a inflexíve uit m descansadas.” Um optimista, porm Colonial”. Ou x-comando da o. E Scolari te reresidirá na falta Guerra dentro do grup , que todos ac tanto. Ainda não estão confian- tas durant de sexo sentid rrente positiva co e a pelos atlea io a ár pr um , ss ov ce a iso e ne r o es se é prec i tá Va gi tes? Não sofram mais e consul. o ar qu drino não acre e a antecede? gal vai ganh e dita nessa po Alexanditem que Portu apoio dentro ssibilidade po tem já este “Grande Cientista”. das f.... qu equipa, muito r que “em vez de e o no os lh rm ra ba al pa tra m s en õe te st muito dã ge o, Há facilidades de pagamento! su le e va dá nos treinos m as que o Sc ”. Mezinhas .” Pois bem, m olari lhes fora do campo nte acendesse as afinal, e nã Portugal, onde que toda a ge m bo o ficando em ra am é “E pr qu m s? e vai parar a Ta co se adepto e qu as te.” Está-se m ça? “A um país ena, daquel à esmo a ver. Co de Lesuma vela pequ ssem sempre mo é que não so antes?! Af s e as acende para jun, do pensámos nisdo ca er lva in re rm al pe do , “s ra ão fo nos su ra os pa m ala ai ganhando men s esforçados conversa resv “Eu não acre , mesmo os e dispõem hora certa”. A e o Euro2004. de técnicas em evoluídas”. E a indium entados durant at nh ocionais mais s ne ei o ív m qu tê ss o e po di nã ze o r eç to de da nh po co e ss do terrorista du ibilidade de um tecer. Em tarólogos qu rante a compe atental, algo vai acon dito e todos os tição? “Isso é do Governo pa Itália fora de Portuga em as ar um disparate M ss o. pa ra a ss fa iri di ze se r o pu cação bl sim ici ís da av de gr hipnotizador. Af ao evento”, re i que algo matou o inal, “os terroris Dezembro prev tas não precisa para nada, ba m do Euro . st a ça po an re m ou Fr um a bo m tam com isto tu ba no Rossio e rebendo.” ara Ssitrm óloga A Alexandrino Hipnotizador 8 JUNHO 2004 |9 [ flash ] Nós acreditamos! Gonçalo Uva, director Miguel Pacheco, jornalista Será a Selecção Nacional capaz de corresponder às expectativas dos portugueses durante o Europeu? Depois de uma desastrosa campanha no Mundial e de uma série de jogos particulares menos conseguida, o que esperam os adeptos da equipa das quinas? Tudo, quase nada ou seja o que Deus quiser? Fizemos a sondagem e no Mundo as opiniões divergem. O sector feminino “irrita-se” com o facto de “os portugueses terem um discurso à partida derrotista”. Mas, apesar de considerarem que “até Miguel Aragão, jornalista merecem perder só por causa das barbaridades que dizem”, as senhoras acreditam que é possível chegar à final! E, à imagem de Simara, avançam com o exemplo dos brasileiros que, dizem, “torcem sempre pela sua selecção, independentemente das exibições”. Pudera, com cinco Campeonatos do Mundo no papo... Menos crente, mais crítica, a ala masculina acredita que é possível chegar à meia-final. Revela-se, no entanto, indignada com a “falta de empenho” e de “amor à camisola” demonstradas pela Selec- A aldeia da Sara Gomes, jornalista ção durante a fase de preparação para o Euro2004. Quanto a preferências no lote dos convocados, além das pernas de Figo, as meninas cá do sítio elegem Pauleta, pela sua “humildade”, “entrega” e “eficácia”. Aliás, é quase unânime a opinião de que o açoriano é quem melhor tem representado o “querer” e o “empenho” necessários para triunfar numa competição deste calibre. Fica outra pergunta: Será que tem faltado à equipa das quinas a noção da importância das suas prestações perante os milhões de portugueses? “É só um jogo”, dirão os menos ferrenhos. Pois é, mas com encargos superiores a 600 milhões de euros e com uma visibilidade que se traduz em 1,2 milhões de espectadores ao vivo e mais de 10 mil milhões através da televisão, já para não falar nos mais de 8 mil jornalistas... é preciso acreditar, e para isso estamos cá nós. Mas, acima de tudo, é preciso ter consciência das responsabilidades. Percam mas corram! Fiquem-se pela primeira fase – ou não! – , mas dêem-lhes com tudo! Viva o Euro 2004! Viva Portugal! | O meia branca [ moda ] É difícil de acreditar, mas os catálogos de moda comprovam-no. A meia branca, também conhecida por “pé de gesso”, está de volta. O tema é controverso. Alguns dizem que lhes dá “sorte”, outros que “não há nada pior do que um homem nuinho e de meia branca”. | SARA GOMES Não há dúvidas que todas ou pelo menos quase todas as pessoas já usaram meias brancas, muitas vezes embaraçadas com os olhares de troça dos amigos e desculpando-se (para si e para os outros) de que eram as únicas que tinham, que foi alguém da família que ofereceu ou que todas as outras meias estavam para lavar. No entanto, esta Primavera-Verão acabaram-se as desculpas. É que a meia branca está na moda. Por isso, quem sempre gostou de exibir um “pé de gesso” ou é um “fashion victim”, tem agora uma oportunidade para tirar as suas meias brancas do fundo da gaveta e usá-las de cabeça levantada. Com ténis, sapatos, fato preto, calções ou saias. As opções são muitas e todas elas válidas. Isto se se acreditar nos catálogos de moda e nos estilistas – portugueses e estrangeiros. Experimentem passar uma vista de olhos pela conceituada revista “Colezzione (Uomo, Spring 2004)” e deixemse seduzir (agora, isto é só para as meninas) pelos músculos torneados dos jovens com cara de anúncio de “after-shave”, ar de italiano, olhar perdido a dar uma de filósofo (alguém acredita?) e, imagine-se, os pés tapadinhos por meias brancas. Algumas curtas, outras caneladas, finas, tipo aula de aeróbica ou arregaçadas. Por vezes, até ao joelho. Surpresos? Compreende-se. O “caso” até já suscitou polémica no Governo holandês: no início do ano, o ministério das Finanças “desaconselhou” o uso da meia branca por uma “questão de bom gosto”. Estupefactos ou contra a “ostracização” da meia branca, o canal de notícias BBC, a Reuters e alguns jornais estrangeiros abriram um debate. H o u v e quem defendesse o uso da meia branca “só na privacidade do lar”. Houve quem argumentasse que a meia branca lhe “dá sorte”. E houve também quem confessasse que se um “tipo” lhe aparecesse para um encontro com meias brancas, era “tiro e queda” para o abandonar no meio da rua. Uma confissão sincera, que me fez lembrar uma conversa que ouvi há uns anos entre duas raparigas e em que uma delas dizia que “não há nada pior do que imaginar um homem todo nuinho e de meia branca”. Discussões e argumentos à parte, goste-se ou não, a verdade é que as meias brancas estão de volta. E não interessa se os calcanhares e as pontas estão encardidos ou se as meias continuam a ser um meio publicitário (quem não teve uma meia branquinha com o símbolo da Adidas, Reebok, Lotto?). Como o importante no mundo da moda é não passar despercebido, o que me admira é que as meias brancas não tivessem voltado há mais tempo. É a lógica: “Falem mal de mim, mas falem!” | O 10 | 8 JUNHO 2004 [ escaldante ] É VOTAR é votar!! Ele é caras bonitas, ele é gente gira. Sem medos nem pudores, o Mundo Universitário lança-se na escolha das caras que fazem furor por esse país fora. 1 2 3 Sérgio Modesto. Rapaz bem parecido, saudável, visto pela última vez nas páginas do segundo número do Mundo Universitário na secção escaldante. A competição foi feroz mas na altura em que fechámos o concurso, a vitória era inequívoca. Estava escolhido o nosso vencedor da semana, o prémio segue para o Porto, aos outros os espólios da vitória, infelizmente nada. Os fãs ditam, o Mundo Universitário obedece. Quase a contra-gosto que os telemóveis são bem giros. O vencedor da semana Sérgio Modesto, 23 anos Nuno Pinheiro, 26 anos, E.S.E. Coimbra Paulo Leitão, 20 anos, Fac. Eng. do Porto Ricardo Major, 21 anos, Fac. de Arquitectura Coimbra Os prémios? Estes telemóveis Siemens M55 e C62 para o vencedor e vencedora. Para votares? Envia um sms para o 4478 com as iniciais MU e o número do candidato (a). Exemplo: para votares na Joana Rosado, 19 anos, escreve "MU (espaço) 5". Cada sms custa 0,6. Cada voto por SMS vale por 10. Também podes votar on-line em www.mundouniversitario.pt. Tens a mania que és giro ou gira? Queres ganhar um telemóvel? Em Setembro vamos voltar a eleger o mais belo e a mais bela da freguesia. COM O APOIO DE Envia a tua fotografia e dados pessoais (nome, Universidade e telefone) para [email protected]. Os dados são confidenciais. Os prémios é que não. Andreia Silva, 24 anos, Joana Rosado, 19 anos, Mariana Pinto, 22 anos Lusíada do Porto Fac. Arq. de Coimbra Fac. de Psic. de Coimbra A vencedora da semana Raquel Borges, 24 anos 4 5 6 Mais uma concorrente surpreendida, mais um telemóvel entregue. Raquel Borges, Instituto de Contabilidade e Administração do Porto. Mais uma incrédula. “Houve muita gente que me dizia - Ó Raquel, estás a ficar famosa”. Eu nunca pensei que ia ganhar”. Nós nunca duvidámos. Nem da Raquel nem das restantes candidatas. A competição foi feroz, o nosso site esteve ao rubro, os milhares de jurados rendidos à beleza das nossas candidatas. Do Porto para Lisboa, a Raquel vem cá fazer-nos uma visita ainda esta semana. Pelo menos foi o que ela prometeu. Será por causa do telemóvel? 12 | 8 JUNHO 2004 [ noites e copos ] COM O APOIO DE: www.centralfaces.pt Lisboa Gostamos da língua... ...gostamos das cores. Os anjos de Charlie na noite de Lisboa. Não os viram? Nem sabem o que perderam... Comvento!! Qual Kapital, qual quê! Ela agarra no braço, ele agarra na palhinha. É a felicidade conjungal. Por mim ainda cabia mais uma. Até trouxe a minha t-shirt branca. Vão connosco para todo o lado. Data de validade do extintor: 24 de Maio de 2005. Só 22 anos? Com essa carinha? Tenham medooo, tenham muito medo. INVESTE EM TI MESMO! People, Comvento, Abs e bares de Santos. Não dá para fazer tudo numa noite? Claro que dá. E olhem que as vistas são boas. Para o rio, entenda-se. Eu gosto é do Verãooo, de .... err...e.... e e ao fim do dia, bem abraçados, a ver o pôr do Sol, patrocinados por uma bebidaaaa qualquerr. FAZ O TEU BOOK FOTOGRÁFICO NA CENTRALFACES - people. Publicidade - Castings - Trabalhos Temporários e muito mais! Para mais informações: 912212779 | [email protected] 8 JUNHO 2004 | 13 [ noites e copos ] Coimbra Anda cá, não fujas. Ó meu, tira lá a fotografia que ela foge! Depois ninguém acredita. Digam ahhh.... ...digam queijooo. Apetecia-me algo, mas não sei bem o quê. Olha a fotooo!! ...não digam nada.... Via Latina e Remix, as paragens habituais, os exageros do costume. Goste-se e anseia-se por mais. ...que nós também não dizemos. 14 | 8 JUNHO 2004 [ noites e copos ] COM O APOIO DE: www.centralfaces.pt Porto Ela ri-se, ele aproveita. Vamos lá a olhar para cima ó rapazinho. Ficamos com a detrás. Sim, a do meio. Jack Daniels com gelo nunca falha. Umas mais sérias... ...outros mais espantados. São as minhas maninhas queridas. Por mim ela mostrava o umbigo... Para mais tarde recordar. Já viste do boné? É lá do ginásio. Levanta pesos todos os dias. Eu nunca falho. O Porto a valer a pena. O nosso amor é lindoooo. Os tops são para elas, ó meu. Tapa-me esses pêlos. É rosa, é rosa, é Amo-te Porto, Zoo, Registus, Vogue. É a Invicta depois da festa da Liga dos Campeões, sempre em grande. Tira a mão daí! 16 | 8 JUNHO 2004 [ iluminados ] Na roleta do amor e ódio Aos 21 anos, publicou o seu primeiro livro, “Europa”, que foi recomendado pelo júri do Grande Prémio “Acontece” de Romance e é a história do fim de uma relação enquanto se assiste à destruição do velho continente. Maria David, pseudónimo de Raquel Ribeiro, tem hoje 23 anos, é jornalista, faz colecção de postais e confessa gostar de matar as suas personagens. Porque, diz, é quando é mais “livre”. | Sara Gomes Mundo Universitário | Maria David ou Raquel Ribeiro. Com qual das duas estou a falar? Maria David | Com a Maria David. MU | Estás a referir-te ao “Europa”.... MD | Não, estou a referir-me ao meu primeiro livro, de quando eu tinha mais ou menos 16 anos. MU | Quem é uma e quem é outra? MD | O pseudónimo surgiu como uma defesa, mas torna-se cada vez mais difícil fugir ao nome verda- MU | Mas o “Europa” foi o teu único livro publicado, não foi? MD | Sim. MU | O facto de ter sido recomendado pelo júri do Grande Prémio “Acontece” de Romance teve muita importância para ti? MD | Bastante. Ainda não sei quantificá-la, mas teve a importância que deve ter para qualquer jovem de 20 anos que quer escrever livros e vê, assim, sem fazer absolutamente nada, o seu livro publicado numa óptima editora, que é a ASA. deiro. A Raquel escreve nos jornais, é jornalista. A Maria escreve livros. São o interior e o exterior da mesma pessoa. Qual delas é o interior ou o exterior, as pessoas terão de descobrir... MU | Como é que a escrita surge na tua vida? MD | Cedo. Comecei logo pela prosa, por uma história que foi ganhando cada vez mais braços, mais personagens. Quando dei por mim, estava a escrever um romance, que assumiu um papel de diário: eram os meus problemas, angústias, sonhos e desejos projectados. MU | Fizeste o curso de Ciências da Comunicação da Universid a d e Nova. Em que é que a tua formação contribuiu para a tua escrita? MD | Ajudou sobretudo na descoberta de autores de filosofia, de estética ou de literatura, que me fizeram olhar de maneira diferente para o mundo. Ah, e claro, descobri o cinema, apesar de ele ter sido descoberto pelo Lumière um século antes [risos]... E isso mudou tudo na minha vida, na minha escrita! MU | A tua escrita é cinematográfica? MD | É mais a acção que é cinematográfica. Ou seja, a construção das personagens, as elipses temporais. Na verdade, quando escrevo, estou também a construir um filme na minha cabeça. Só não sou capaz de o realizar, com máquinas e tudo isso. O B.I. Nome: cinema é a arte Raquel Cristin Data d maior de todas, a R e N Natural ascimento: D ibeiro ezembro i dade: sublime, está aciPo Curso: de 198 0 Ciência rto ma dos homens e s da C Univers omunica idade ção, Nova d eu não consigo lá Profiss e L ão: Jo rnalist isboa chegar. a do P úblico MU | E para quando um novo livro? MD | A escrita para mim é como um bém é dolorosa. Vivo impulso, mas que tem de ser contro- muito tempo com elas e a partir de lado: tenho um trabalho, prazos, certa altura é como uma relação que horários. Além disso, puseram-me na sabes que vai ter fim mas tens de cabeça que "o segundo livro é mais aguentar mais um pouco para teu importante do que o primeiro, porque entretenimento ou porque não tens é aquele que confirma e desmente" e coragem de terminar. tenho medo disso. Não quero ser apenas mais uma rapariga que MU | Uma relação entre o amor e o escreveu um livro. Sinto que o tempo ódio? corre atrás de mim e tenho urgência MD | Amo até os vilões, mas nunca de voltar a escrever. odeio as minhas personagens, se bem que às vezes me apetece matáMU | Falas como se não pudesses las. Deve ser por isso que faço muiviver sem a escrita... tos assassinatos quando escrevo. MD | A escrita é uma espécie de solu- Uma ilusão? Talvez. É como com a ção para os meus problemas, uma escrita: mato a realidade, mas não solução que não encontro em mim e consigo apagar a memória dela. No que só os “outros” (as personagens) entanto, durante quatro ou cinco podem resolver. Isto num primeiro horas, sou livre. | O nível... depois há outros. MU | Quais? MD | Uma necessidade interior, um impulso quase metafísico, mas também físico – é como dormir, como comer, como o desejo. Há ainda um terceiro nível: mais do que uma projecção, escrevo para sair de mim. O eu que escreve tem coragem para tudo, é espontâneo, livre, sem censuras. É como um mundo paralelo. MU | A tua relação com as personagens é de uma grande cumplicidade. MD | Sim, mas tam- 18 | 8 JUNHO 2004 [ c.v. ] Mordaz, crítica, violenta. Adjectivos não faltam para quem as palavras dificilmente conseguem resumir tudo. Clara Ferreira Alves. Cronista, jornalista, directora da Casa Fernando Pessoa, escritora. Nos livros, o amor, a morte e a vida. Nas bancas, o seu último livro de contos, "Mala de senhora e outras histórias". As demais contam-se aqui. ENTREVISTA Miguel Pacheco | FOTOS Alexandre Nobre “Há uma balda generalizada” Mundo Universitário | Em termos de hábitos de leitura, o país está na cauda da Europa. Lê-se pouco e mal? Clara Ferreira Alves | Acho que sim. Também se lê mal noutros países, mas não se lê tão pouco. Poucas pessoas compram livros, acho que 1% dos portugueses, e desse número a maioria não compra literatura. O que é mau. MU | Nas universidades o problema é ainda mais grave? Lêem-se poucos jornais, folheiam-se revistas... CFA | Hoje acho que nem mesmo os O país e a política Há um clima de pessimismo instalado em Portugal? Há porque o clima económico é pessimista. Nós já atravessámos ciclos destes e quando não há dinheiro é complicado. A situação internacional é confusa e não é pessimista, mas péssima. Mas não somos pessimistas no sentido de refilarmos muito e agirmos pouco? CFA | Nós não somos um povo tradicionalmente pessimista. Somos lamechas, sentimentais, saudosistas, somos muitos bons a improvisar, mas não gostamos de planear nada a prazo. Mas não somos tristes. Há é um clima de desconfiança. As pessoas não estão inteiramente convencidas que este pessoal político tenha grande qualidade. Isso é mau, porque quem governa são os políticos. | O jornais e as revistas, exceptuando aqueles que são muito ilustrados. Vêm com poucos hábitos de leitura ou nenhuns e na Universidade também não ganham esses hábitos. O que eu acho estranho é que antes as sebentas obrigavam-nos a queimar as pestanas e a concentrar. A leitura é uma actividade que exige atenção. Bem sei que vivemos num mundo de dispersão, de acesso rápido à informação, em que o suporte livro foi substituído pelo suporte audiovisual. Isso é óbvio, não podemos ter ilusões. Mas mesmo assim, acho que o panorama é particularmente tenebroso em Portugal MU | E os culpados, quem são? CFA | Acho que as reformas do ensino falharam. Houve coisas boas e coisas más, mas o falhanço é evidente. Há duas disciplinas que os portugueses têm que aprender bem que são o português e a matemática. Têm de aprender a língua, aprender a falar, a usar a língua, a ler para saber usar a língua. Saber gramática, saber sintaxe, conhecer a literatura, conhecer os clássicos. Por outro lado, a Matemática como a música, espevita a capacidade de lidar com conceitos abstractos. E nós portugueses, em particular, temos dificuldade em lidar com conceitos abstractos. Isso nota-se na nossa história, no nosso quotidiano. As universidades estão cheias de gente que não é capaz de raciocinar, nem usando a linguagem, nem usando conceitos abstractos. MU | Com a falta de emprego e de expectativas, o Ensino Superior corre o risco de ser banalizado? CFA | Houve uma explosão de acesso ao ensino superior. Antigamente era só para quem tinha dinheiro. Hoje o ensino tornou-se universal e gratuito mas o pior é que não se cultiva a excelência nas universidades portuguesas, nem nas públicas, nem nas privadas. Acabam por ser aqueles que estão pior preparados e não tiveram acesso às universidades públicas – que ainda são as melhores, apesar de tudo – que acabam por passar o cheque às universidades privadas. Por outro lado nas universidades públicas – e todos se queixam, alunos e professores – o sistema não parece estar a funcionar muito bem. As propinas não deveriam ser tão baixas como são hoje. Deveria existir uma diferenciação e emprego para os jovens universitários. As bolsas para os bons alunos também são importantes. Quem ler as memórias da Hillary Clinton, percebe que tanto ela como o Presidente Clinton trabalharam durante toda a universidade. MU | E isso reflecte-se no ambiente das universidades? CFA | Acho que há uma balda generalizada e os alunos habituaram-se à balda. Os professores ganham pouco, dão aulas Os estudantes continuam abandonados, entregues a si mesmos. Há alunos a mais nas universidades 8 JUNHO 2004 | 19 [ c.v. ] Não somos um povo tradicionalmente pessimista num sítio e noutro, o acompanhamento dos alunos universitários é raro. No meu tempo estávamos abandonados no curso de Direito ao terror puro e à intimidação dos professores. Hoje os alunos continuam abandonados e entregues a si mesmos. Há alunos a mais nas universidades e nunca saberemos quantos génios é que se perderam pelo caminho. Igualmente problemáticos são estes numerus clausus, estas entradas por uma décima em Medicina, em Direito. É complicado estarmos a excluir alunos com base em critérios puramente estatísticos ou numéricos. Cada aluno, para ser devidamente apreciado, tem de ser entrevistado. MU | Mas é um critério subjectivo... CFA | Que já se usa com sucesso noutras universidades e com bons resultados. Claro que podemos dizer “depois há cunhas”. Mas a entrevista não deve ser o único critério, mas é importante. Nem sei se é possível, dado o pouco tempo disponível dos professores. Tínhamos que reformar tudo. MU | Como é que tem acompanhado os últimos anos de políticas educativas? CFA | Há boas intenções. Os ministros da educação não têm sido maus, nem idiotas, nem maus técnicos. Há uma genuína intenção de reformar e melhorar. As pessoas não estão ali para brincar. Só que por uma razão ou por outra, o sistema está tão minado, há tantos anos, que acaba sempre por emperrar. O que não quer dizer que nalguns sectores não haja bons resultados. A Universidade Pública portuguesa, de um modo geral, é boa. Nos estudos científicos também se Quem é que dava... Um bom Primeiro-Ministro e ainda não sabe? Não faço ideia. Há gente com qualidade, imensos bons primeiros ministros que estão agora a entrar nas Universidades. A política continua a atrair as pessoas e infelizmente também os piores carreiristas. Os partidos estão muito mal organizados, especialmente os partidos do centro que, ou se renovam, ou vão envelhecer mal. Os comícios, as bandeirinhas, as reuniões magnas, os jovens já não estão nada interessados naquilo. Tem de tem melhorado imenso. Claro que muitos destes jovens acabarão no estrangeiro. Cá são muito bons mas depois não encontram emprego. MU | Falta ambição aos estudantes, vontade de trabalharem lá fora? CFA | Os bons acabam por entrar, os médios e os maus nem por isso. Cá a cunha continua a funcionar, o nome de família, etc. Nisso não nos distinguimos de outros países. Em Portugal continua a haver um sistema de cunhas no mercado de emprego e há um desespero terrível dos jovens universitários que quando saem das universidades não têm perspectivas. Escrita própria Nunca lhe aconteceu olhar para as suas crónicas e pensar “se calhar exagerei...” Para dizer a verdade, não. Talvez daqui a uns anos. Posso é enganar-me e o engano conduz ao exagero. Eu sempre tive uma escrita violenta, não na forma porque não injurio ninguém – o Camilo era bem pior mas ela é violenta na crítica. Interessa-me provocar um sentido de violência nas pessoas. Não me interessam escritas brancas. Não me interessa escrever colunas de opinião. Existe um sentido de missão naquilo que escreve? Não, não. Tenho horror a missionários. Há algum tema que não consiga pôr no papel? Acho que é muito difícil escrever sobre sexo, embora eu já tenha feito um texto, que não era erótico, mas pornográfico num trabalho que fiz com o Julião Sarmento. Mas percebi o quão difícil é. Detesto textos eróticos. O pornográfico não me importo, mas o erótico acho uma parvoíce e percebi que é muito difícil escrever sobre sexo. A maioria dos escritores que descrevem cenas sexuais hetero é uma risada e o ridículo é o pior que pode acontecer. Seria um bom tema para um futuro romance.? Ai não. De maneira nenhuma. Pelo tema ou por se tratar de um romance? O sexo, pelo menos para mim, nunca pode ser o tema central de um livro. Diz-se que só há três temas, o sexo, o amor e a morte. Mas interessam-me mais o amor e a morte. As ideias para os meus próximos livros já estão na minha cabeça. Um será sobre o mundo em que vivemos e o Médio Oriente, o terrorismo, esta quase terceira guerra mundial. O segundo terá a ver com Camões e Pessoa, mas é sobre Portugal e os portugueses. São as nossas duas mitologias. O Camões da glória, épico, o Portugal no seu esplendor. Pessoa é o oposto, a introspecção, a mágoa, alguém que quase se auto aniquila. Quando o escrever serei bem mais velhinha. haver uma renovação das ideias, uma nova frescura nesses partidos. Por outro lado, é muito difícil ser PM. Nós temos uma grande tendência para acharmos que são todos uns idiotas. Mas não são. Um bom escritor e ainda não sabe? Também não sei. O Saramago às vezes faz uns discursos muito terminais sobre a morte do romance. Eu acho que não, acho que o romance não morre, Há sempre gente, com 16, 17 anos que quer escrever, que quer fazer poemas, escrever livros. Existem tantos cursos superiores que, como dizia o outro, alguns acabam a cortar cabelos ou a guiar táxis. MU | A solução passa... CFA | Por cortar e instituir cursos puramente técnicos. Hoje toda a gente quer ter o título de doutor. Aquilo que no meu tempo era um professor de ginástica, hoje é um catedrático em ciências motricidade. Títulos toda a gente tem. Acho é que há uma overdose. Não se arranjaram cursos de prestígio em Portugal nem escolas de prestígio. Há uma grande confusão. Nunca se sabe precisamente quais são os melhores cursos. | O 20 | 8 JUNHO 2004 [ 5.ª dimensão ] Brinquedos há muitos Fica a lista do que recebemos no dia 1 de Junho. Pouca coisa é certo, mas a idade já pesa. Já não nos vêem como as crianças que somos, infantes do consumo e da prenda alheia, revolucionários birrentos à espera que nos dêem o mundo e mais qualquer coisa. Dieta mp3 Formato duvidoso Não é a crédito, nem é cartão. Mas quase. O novo Muvo Slim é fininho, tem 256 Mb de memória, rádio FM, aguenta 120 músicas em mp3, tem gravador de voz digital e 17 horas de vida útil. Isto no papel. Na balança, a dieta chegou aos 34g, o ideal para bolsos pequenos e rabos gordos. Para agentes pouco-secretos, não-fumadores inveterados, fotógrafos com a mania de que quanto mais pequeno melhor. Máquina fotográfica, cãmara de filmar, gravador de voz, disco portátil e até um spy-surveillance mode, capaz de tirar fotografias automaticamente. Cabe tudo nesta James Bond Digital Camera, tudo em formato kitsch-zippo. Só não serve é de isqueiro. Vá-se lá saber porquê. P.V.P. 215 euros | www.muvo.com Corta que se farta E mexe, remexe, se encosta, se enrosca, se abre, se corta para mim. A nova Gillette M3 Power é tudo isso e mais. No cabo esconde-se o segredo, um pequeno motor que emite vibrações, que levanta os pêlos, que permitem um melhor corte. Com o dobro do preço de uma Mach3 convencional, vamos ver se é desta que o barbear fica mesmo mais perfeito. P.V.P. variável | www.gillette.com Morrer de sede Catorze dias. É quanto demora esta central de cervejas em formato miniatura a criar uma loira. Não é necessário esterilizar, ferver ou roer aos unhas com desejo. Basta juntar água da torneira à levedura de cerveja, esperar e beber. Um "quem espera sempre alcança" em formato de tortura lenta. P.V.P. 60 euros | www.iwantoneofthose.com Muito à frente "Criados para aquecimento e arrefecimento nas sessões de treino" lê-se no site da marca. Enfim, comentários para quê? Quem é que se imagina de meia branca e com estes Puma Taper nas sessões de jogging ao fim-de-semana? Já leram o nosso artigo sobre a meia branca? Leiam que vale a pena. Mas estes não são para pés-de-gesso. Lembram o Brasil, são lindos e nem são muito caros. O difícil é arranjar alguém que os mande dos Estados Unidos para o nosso cantinho lusitano. P.V.P. 75 euros | www.puma.com P.V.P. 25 euros | www.gizmosuk.com À prova Rato do som de bala? Este bichinho do som consegue reproduzir música em qualquer superfície. Desde vidros a mesas, chegando aos 75 decibéis. Como? Através de um material, o Terfenol-D, utilizado pelos militares americanos nos sonares e que transforma as frequências em vibrações. Um Soundbug do tamanho de um rato de computador e que promete revolucionar o mercado das colunas de som. P.V.P. 30 euros | www.soundbug.biz Lembram-se do "toma-lá-ó-meu-que-vai-aterrar-na-areia"? Esta é a nova versão bandeira-azul, o novo Nokia 5140, "antes torcer do que quebrar".Com câmara incluída, ecrã de 4069 cores de alta resolução, capa protectora e capacidades tri-band. Resiste a salpicos, à poeira e a quedas acidentais, são as promessas dos senhores da Nokia. Giro, giro é a aplicação Fitness Coach para organizar os treinos e a bússola digital. Um mimo. Ainda sem preço | www.nokia.pt 22 | 8 JUNHO 2004 [ play ] ABRAM ALAS Críticas | Miguel Aragão Até os comemos PC | UEFA EURO 2004 Sempre a abrir PS2 | GT4: Prologue A poucos dias do início da maior ,A série Gran Turismo, que já vendeu 35 milhões de cópias lentes animações, no capítulo gráfico desde o seu lançamento em 1997, conhece agora um novo título: GT4 podemos ainda contar com réplicas Prologue. Prólogo porque estamos perante um aperitivo do que será o bem convincentes dos estádios que GT4 definitivo, uma espécie de demo. Em vez de 500 carros, conduziacolhem o Euro, assim como de boa mos 64. No lugar de 100 pistas, apenas 5. Não há Modo Championsparte dos jogadores. No som, há “Forhip, nem tão pouco se pode jogar online. Ideal para as primeiras voltas ça” de Nelly Furtado como não podia ao volante de Prologue, o Modo School põe-nos em contacto com as deixar de ser, e comentários de Hélder principais novidades na condução. A princípio, no asfalto, parecem Conduto e Jorge Perestrelo, à imagem subtis, mas assim que colocamos as rodas na de FIFA 2004. terra batida... Os carros têm personalidade, No geral, ficácomportam-se de forma super realista, nada foi mos bem deixado ao acaso e até o seu simples peso tem impressionados uma palavra a dizer quando enfrentamos curvas com esta aposmais apertadas. A condução não é fácil, como os ta da Electronifãs da série podem testemunhar, mas depois de ca Arts, um um período de adaptação torna-se viciante e jogo com condirecompensadora. Para premiar os mais audações para agrazes, a Polyphny resolveu incluir um sistema que dar aos fãs do penaliza quem choca contra as protecções: género ou, um durante dez segundos o carro só anda a 50 quidia mais tarde, lómetros hora. Uma novidade que não faz uma recordaesquecer a ausência dos danos em tempo-real, ção do evento obrigação imposta pelos fabricantes presentes que há muito no jogo. Dos modelos mais modernos como o Antes de FIFA e de ISS Pro Evo, era o videoaguardamos Mitsubishi Lancer Evolution VIII M e Volkswagen jogo preferido de quase todos os fãs do Descom grande Lupo Cup aos mais antigos Mazda Roadster 1.6 porto Rei. A primeira versão de Sensible Socexpectativa.A e Toyota Celica GT-Four Rally. Todos estão muicer (Sensi) foi criada para o Commodore ver se é desta to bem representados. Falta escrever que a ediAmiga em 1992. Passado um ano, a revista que Portugal se ção é limitada e se destina, supostamente, aos Amiga Power já o colocava no Top dos cem torna mesmo malucos da série GT. Mas têm de ser mesmo melhores jogos de sempre... em primeiro campeão da uns “gandas malucos”, porque não os estamos a lugar. Com jogadores de tamanho muito reduEuropa. ver a pagar tanto por esta espécie de demo. zido – cerca de 1 centímetro -, o jogo apresentava uma mecânica nunca antes vista. Ao longo dos anos, Sensi foi sofrendo várias O MELHOR | Comentários em português; gráficos em geral, reproduções dos estádios em actualizações e em 94 ganhou uma nova O MELHOR | Reproduções das viaturas; particular cenários dimensão. Sensible World of Soccer incluía quase todas as equipas do mundo, novos O PIOR | Ausência dos nomes dos jogadores O PIOR | Ausência de Modo Chamda selecção da Holanda pionship; número de carros e pistas sons, Modo Carreira... Uma loucura! NOTA | 13/20 NOTA | 12/20 competição de futebol da Europa, um evento que, estima-se, será visto por nove milhões de pessoas em todo o mundo, aqui fica a nossa impressão sobre a versão videojogável do espectáculo que vai decorrer em Portugal. Desenvolvido pela EA Canada, UEFA EURO 2004 é um simulador de futebol bem ao estilo da série FIFA, mas com algumas diferenças consideráveis. No relvado, a IA (Inteligência Artificial) dos intervenientes dá sinais de ter sido melhorada e há alguns movimentos novos... de resto, é mais realista do que qualquer das anteriores tentativas da EA de recriar o Desporto Rei. Bem, escusado será dizer que não é PES3 (Pro Evolution Soccer), mas mais lento e menos intuitivo. A inclusão de um medidor de moral (moral meter) é uma das principais inovações. O sistema avalia a performance dos jogadores e premeia uma actuação convincente com uma subida dos índicies de confiança. Se na prática funciona? Sim e não. Os jogadores mais dotados rapidamente atingem altos níveis de confiança, moral puxa moral... mas os mais esforçados (aka “cepos”) ficam com a tarefa dificultada. Além de exce- Futebol de primeira Beba com moderação. Publi-reportagem 8 JUNHO 2004 | 25 [ 7ª arte ] QUEM DÁ UMA, DÁ DUAS | A ESTREAR | Sequelas, a bem dizer. Com a chegada do Verão há estreias para todos os gostos. Há burros falantes, aranhas esvoaçantes, mafiosos com fartura, dançarinos e feiticeiros à mistura. Razões suficientes para prescindir de outros programas mais quentes. | Miguel Aragão Dirty Dancing: Havana Nights Quem não se lembra do Patrick Swayze como Johnny Castle, da Jennifer Grey na pele de Frances “Baby” Houseman ou do tema “Time of My Life”? Este filme é um remake de “Dirty Dancing”, que marcou uma geração. Em 1987, com um investimento de apenas 6 milhões de dólares rendeu 150 milhões no mundo inteiro, um dos registos mais rentáveis da história do cinema. “Havana Nights” relata a aventura de uma adolescente norte-americana que resolve mudar-se para Cuba em vésperas da Revolução e se apaixona por um dançarino talentoso local. Os actores mudam, a dança continua. | Estreia a 8 de Julho Shrek 2 É um dos filmes mais aguardados deste Verão. Se o primeiro foi uma surpresa, este é já uma certeza. Nos EUA, já rendeu 238 milhões de dólares em menos de quinze diass e bateu o recorde do filme mais lucrativo num só dia com 45 milhões de dólares. Ao regressar da sua lua-de-mel com a Princesa Fiona (Cameron Diaz), Shrek (Mike Myers) recebe um convite dos sogros para jantar. Os problemas começam quando eles descobrem que a sua filha não se casou com o Príncipe (Rupert Everett) a quem havia sido prometida e enviam o Gato das Botas (António Banderas) para matar o ogre. Tudo isto, mais um Burro tresloucado e inesquecível (Eddie Murphy) a acompanhar. | Estreia a 1 de Julho The Whole Ten Yards Realizado por Howard Deutch, no lugar de Jonathan Lynn do original, “Falsas Aparências 2” mostra um Jimmy “The Tulip” Tudeski (Bruce Willis) a levar uma vida tranquila, depois de com sucesso ter forjado a sua morte com a ajuda do seu amigo Oz (Matthew Perry). Até que, um dia, é o próprio Oz que lhe retira o sossego, quando lhe bate à porta pedindo-lhe que salve a sua mulher (Natasha Henstridge) das mãos da máfia húngara. As críticas não são muito abonatórias e apesar dos actores, parece que as piadas não funcionam e o argumento é vazio. Parece, porque só acreditamos quando virmos. | Estreia a 4 de Agosto Harry Potter and the Prisioner of Azkaban No terceiro filme da série, o aprendiz de feiticeiro criado por JK Rowling apresenta-se para o terceiro ano em Hogwarts e é surpreendido pela notícia da fuga de Sirus Black da prisão de Azkaban. Com toda a escola em polvorosa, corre a história de que o prisioneiro em fuga pretende matar Harry Potter. Mas o aprendiz acaba por ir conhecendo melhor o fugitivo e descobre uma relação entre ele e os seus pais. Chris Columbus deixa a cadeira de realizador e já com o o mexicano Alfonso Cuarón no comando, o novo filme é mais sombrio e misterioso que os seus antecessores. Mais uma bomba de Verão a prometer bater recordes de bilheteira | Estreia a 29 de Julho Spider-Man 2 O Homem-Aranha está de volta às lides cinematográficas. Um orçamento de 210 milhões de dólares foi o necessário para dar vida à luta de Peter Parker com Dr. Otto Octavius, o vilão dos tentáculos. No elenco, a sequela mantém-se fiel ao original e mantém Tobey Maguire e Kirsten Dunst nos papéis principais. Já o mau da fita, polvo em versão metálica, ficou entregue a Alfred Molina, vulgo Dr. Octupus. Em 2002, o primeiro Spider-Man arrecadou cerca de 403 milhões de dólares, e o novo filme promete bater recordes nas transposições da Marvel para o grande ecrã. Nós é que já babamos com a perspectiva de um Justiceiro versus Homem-Aranha. Era bom, era. | Estreia a 15 de Julho Hellboy “Hellboy”, um dos mais populares heróis dos “comics” americanos, foi criado por Mike Mignola, já vendeu centenas de milhares de livros e chega agora o cinema pelas mãos de Guillermo del Toro. Com muito suspense, acção e humor, o filme mergulha no fantástico mundo da BD e dá a conhecer a história enigmática de um super-herói que se assemelha a um diabo e tem poderes extraordinários. Mas quem é, afinal, Hellboy? Ninguém sabe ao certo, a começar pelo próprio. Vindo ao mundo através de um misterioso ritual mágico, este super-herói foi acolhido pelo “Bureau for Paranormal Research and Defense”, de que se tornou principal agente, dedicando a sua vida a resolver casos estranhos, que envolvem monstros, personagens e criaturas lendárias que revelam mundos paralelos. E góticos. The Ladykillers Assinado pelos irmãos Coen, Ethan e Joel, “The Ladykillers” é o “remake” de uma pérola da comédia inglesa dos estúdios Ealing, “O Quinteto era de cordas”, realizada por Alexander Mackendrick em 1955. Com Tom Hanks no papel principal, o filme conta a história de um ladrão, que se hospeda na casa de uma velha negra, viúva e muito religiosa, para com a ajuda de um “gang” cavar um túnel e roubar um barco-casino. Humor q.b para ver já na próxima semana. 26 | 8 JUNHO 2004 AgendaConcertos [ jukebox ] Da Weasel Sem moral NORTE PORTO Da Weasel quer dizer doninha, mas qualquer tentativa de os definir é pura ilusão. Rap, soul, jazz ou hardcore? Nah... Com eles, a música é outra. Daí “Re-Definições”, o novo albúm. Os pais do hip-pop português fazem 10 anos. Dêem-lhes os parabéns. Eles merecem. | SARA GOMES MU | O que mudou neste álbum? E o que é que se mantém? Pacman | Há sempre uma tentativa de elaborar um conceito para um disco. O que aconteceu connosco neste álbum foi pegar em alguns temas como ‘carrossel’ ou ‘casa’ e tentar dar-lhes uma nova leitura. Além disso, também procurámos controlar mais a nossa irracionalidade no estúdio. MU | Este é um álbum crítico, mas ao mesmo tempo festivo. Uma forma de celebrar os vossos 10 anos? P | (Risos) Na verdade, nós nem nos lembrámos que tinham passado 10 anos... As editoras e os jornais é que têm sublinhado isso. Quanto à crítica e à positividade, uma carreira musical D3o, é feita de diferentes fases, mas o que acho que sobressai é que é um disco em que mostramos que sabemos mais aquilo que queremos e também que o mais importante para nós é o ouvinte ter liberdade para fazer os seus próprios juízos. MU | Daí limitarem-se mais à descrição de situações e pessoas... P | Sim. Continua a haver uma opinião muito forte nas nossas letras, mas antes era como se disséssemos “Faz isto. Não faças aquilo!”. Agora não. Estamos a tentar deixar de fazer juízos morais. MU | Há 10 anos quando começaram, o rap e o hip-pop em Portugal era quase inexistente. Hoje, tudo é diferente. Há ou não competição entre as bandas? P | Os Da Weasel têm um campeonato muito próprio, porque é difícil encontrar uma banda que faça o mesmo tipo de som que nós... Mas a competição é sempre saudável e no hippop é bastante feroz, já que faz parte da história deste tipo de música haver batalhas entre as bandas e as etnias. MU | Algum dia vai ser possível definir os Da Weasel? P | É complicado. Por exemplo, acho muito arriscado dizer que os Red Hot Chili Peppers são rock quando na verdade são muito mais do que isso. Da Weasel há de ser sempre Da Weasel! trio maravilha Os D3o. Blues-rock com punk à mistura, live-band por excelência, promessa nacional que por nós subia ao estrelato. Novo EP, “8 tracks on Red”, nova temporada de concertos. Tó Rui na guitarra, Miguel na bateria. Na entrevista, voz e guitarra, Tony Fortuna . outro EP e este foi tentar colmatar a falta de concertos. Como ficámos quatro meses sem tocar ao vivo estivermos a fazer músicas novas. MU | Como é que tem sido a vida dos D3o desde o último EP, o “six pack”, até este “eight track”? Tony Fortuna | Nós não temos assim tanta disponibilidade quanto isso. Trabalha-se, estuda-se e mais não sei o quê. O que estivemos a fazer entre o Lata MU | Faltam oportunidades? TF | Toda a gente conhece os lobbys, mas eu não gosto muito de falar sobre isso. Acho que o trabalho das pessoas se reflecte nas oportunidades que têm. Se te empenhares, consegues fazer as coisas, até porque tudo acontece por acaso. Encontrares uma pes- para cão soa que gosta do que estás a fazer e convidar-te para fazer alguma coisa. MU | E quanto ao futuro? Já há alguma coisa definida? TF | Nós não queremos seguir uma linha, mas estamos a evoluir como compositores, estamos mais próximos uns dos outros. O que queremos fazer é rock. Agora se é uma linha mais dura, ou não, isso já não sei. Às vezes as coisas surgem e é por aí. Mp3s dos D3o em: www.musicactiva.pt/radios.htm Festival do Dragão | Estádio do Dragão | Tel.: 225 570 400. 16 de Junho | Iggy Pop & The Stooges, The Darkness, Cinerama. 17 de Junho | David Bowie, The Charlatans, Starsailor, Ute Lemper. 18 de Junho | Deep Purple, Scorpions. Bilhetes a 30 euros (1 dia) ou 75 euros (3 dias) D3o | 18 Junho | Carpe Diem em Santo Tirso 19 Junho | Fnac Gaia Shopping | 21h45 GAIA Pedro Abrunhosa & Bandemónio | Cais de Gaia | 9 de Junho | 22h | Tel.:217 815 880 | 15 euros. AVEIRO Alanis Morissette | Praça Euro | 25 de Junho | 22h | 25 euros. SUL LISBOA Dido | Torre de Belém | 6 de Julho | 20h45 | Bilhetes entre 25 e 30 euros. Ute Lemper | CCB | Tel.:213 612 444 | 19 de Julho | Bilhetes entre 12 e 42 euros. Pink | Pavilhão Atlântico | 31 de Julho | 21h | Tel.:218 918 409 | Bilhetes entre 22 e 32 euros. D3o | 25 Junho | Fnac Chiado 26 de Junho | Fnac Columbo FARO David Fonseca | Cais da Doca | 19 de Junho | 22h | Tel.: 217 815 880 | Bilhetes a 15 euros. Temos cd’s para oferecer. Envia uma sugestão criativa para melhorar o MU para o email: [email protected]. As melhores ideias serão premiadas com discos dos Da Weasel, D3o e Lata Dog! Entre o hip-pop, o reggae, Londres e Lisboa. Lata Dog no álbum de estreia, Hugo Gouveia estampado no B.I.. Curioso de novas sonoridades, novos caminhos, colados e percoridos no novo “Lead the Way”. rádios, é mais fácil alguém se especializar num mercado minoritário e conseguir sobreviver. E é frustrante, saber que os músicos ou são muito bons ou não têm oportunidade de evoluir. MU | Como é que tem corrido a aposta no mercado nacional? Hugo Gouveia | Depende para que lado é que um gajo acorda. De um certo ponto de vista é desmoralizante ver como as instituições musicais funcionam em Portugal. Por outro lado, aprende-se bastante e acho MU | Depois deste “Lead the Way”, da participação no fllme “Tudo Isto é Fado”, qual é próximo passo? HG | Este álbum é lançado agora, mas algumas das músicas já têm alguns anos. Tenho vontade de voltar ao estúdio, voltar a produzir música, de apostar em novas sonoridades, novos caminhos. que há muita coisa nova, com qualidade, mas nota-se uma falta de formação profissional. Não é formação musical, os músicos são bons, mas há pouca auto-estima. MU | Londres é assim tão diferente de Lisboa? HG | Por haver tanta variedade, tantos sítios para tocar, tantas editoras e 8 JUNHO 2004 | 27 [ cultura ] ENTRE O TEATRO E A DANÇA AgendaCultural teatro, dança e exposições NORTE “Hollywood Boulevard” A mostra reúne três artistas norteamericanos - Jack Pierson, John Baldessari e Richard Prince – e tem como ponto de partida a monumental avenida da cidade da ilusão. PORTO | Galeria Presença. Tel.:226060188. Até 15 de Junho, das 10h às 19h30. Entrada livre. Lígia Martins vai ser protagonista de “Alice no País das Maravilhas” e Sara do Vale está a encenar “As Noivas da Pérsia”, que cruza o teatro com a dança oriental. Em comum: a paixão pelas artes do palco. | SARA GOMES Lígia no país das maravilhas... Não tenta disfarçar a ansiedade que sente sempre que lhe falam no seu primeiro papel como protagonista. Lígia Martins, 22 anos, estudante do 3º ano de Gestão em Faro, vai interpretar a Alice do conto de Lewis Carroll. Ou seja, vai dar vida à “Alice no País das Maravilhas”, adaptada pelo grupo de teatro Sin-Cera da Universidade do Algarve, com estreia marcada para 15 de Julho na antiga Fábrica da Cerveja em Faro. “A Alice é uma criança muito curiosa e teimosa”, diz Lígia. “Ela quer saber tudo e no seu mundo de fantasia vai deparar-se com situações estranhas, que vão acabar por desafiar o próprio público.” Uma adaptação fiel ao conto? “O texto tem cortes, mas respeita bastante a história original”. Lígia, que já participou em duas peças (“As Moscas”, de Jean Paul Sartre e “Recortes”, com base em improvisações), vê assim a sua paixão pelo teatro ganhar outra vida. “A minha irmã mais velha já fazia teatro na escola. Foi uma espécie de contágio”. Um contágio que a levou a fazer cinco meses de formação com o grupo SinCera e a descobrir “outra realidade, outros sentimentos”. E no futuro, o teatro pode vir a substituir o curso? “Sei que em Portugal é muito difícil viver do teatro, mas se houver oportunidade, porque não?” ... e Sara na Pérsia Interessou-se por teatro, decidiu ser actriz e entrou no Conservatório. Pelo meio, experimentou dança oriental e descobriu que lhe interessa cruzar o teatro e a dança. Sara do Vale, 24 anos, gosta “de fusões e de desconstruir”. Por isso, despiu a máscara de actriz e as roupas de bailarina e está a encenar “Noivas da Pérsia”, que estreia a 20 de Julho no Festival de Monsaraz. A peça é uma adaptação do romance “Noivas Persas” da escritora israelita Dorit Rabynian e conta a história de cinco mulheres “divididas entre dese- jos e medos”. Um retrato “comovente”, para o qual Sara fez questão de criar uma “partitura de movimento”. “O teatro e a dança só por si acabam por se esgotar. Interessa-me explorar a relação entre as duas artes”. O desejo de levantar questões e baralhar conceitos nasceu no Conservatório, que terminou este ano, embora ainda lhe falte fazer o estágio. “A experiência das aulas foi estimulante. Trabalhamos com tantos professores, com tantas linguagens diferentes, que acabamos por perceber que há mil e um caminhos a explorar”. E assim parece ser para Sara: o ano passado coreografou “As Deusas da Dança” na Comuna e tem feito várias peças para crianças, entre as quais “As Lendas do Mar”, adaptação da obra homónima de José Jorge Letria, actualmente em cena no Teatro Estúdio Mário Viegas, em Lisboa. Projectos não lhe faltam. “O Amante” de Marguerite Duras é um dos seus textos preferidos. Quem sabe, um dia destes, num teatro perto de nós. Sempre com dança. | TEATRO | | LIVROS | A pornografia das palavras Quando começou a escrever “Escovei o Cabelo 100 Vezes antes de me Deitar”, a siciliana Melissa Paranello tinha apenas 15 anos e uma vida sexual invulgar – relações homossexuais, com casais, desconhecidos e muita violência. Porque, diz no livro, queria “encontrar o amor”. Hoje, Melissa tem 18 anos, já vendeu mais de 800 mil exemplares em todo o mundo e afirma que a escrita se tornou “uma forma de libertação”. Para alguns, ela é “lírica e devastadora”, para outros “apenas mais uma a querer ser o centro das atenções”. Preço: 13,23 euros. “Ensaio sobre a Cegueira”, de José Saramago O Bando volta a reflectir sobre a cegueira, não daqueles que estão privados do sentido da visão, mas dos que vendo, não enxergam. A mensagem é clara: “Quando todos fecharmos os olhos e os voltarmos a abrir, será possível ver e criar um mundo diferente”. A companhia de João Brites, que celebra 30 anos, acrescenta assim mais uma etapa a um percurso marcado pelo questionamento dos valores universais. PALMELA | Vale de Barris. Tel.: 212336850. De 1 a 25 de Julho, 4ª a dom. às 21h30. Bilhetes entre 7,5 e 15 euros. “Vou lá visitar pastores”, de Manuel Wiborg Wiborg encena e interpreta um monólogo baseado no livro “Vou Lá Visitar Pastores - exploração epistolar de um percurso angolano em território Kuvale”, do poeta angolano Ruy Duarte de Carvalho. PORTO | Teatro Rivoli. Tel.:223392200. Até 9 de Junho, às 21h45. Bilhetes a 7,5 euros. “Reconhecer – Um Lugar” A artista Gabriela Albergaria apresenta desenhos, fotografias e uma instalação, resultado de uma pesquisa que fez em Viseu entre 2003 e 2004. VISEU | Galeria António Henriques. Tel.:232467270. Até 19 de Junho, das 15h às 19h30. Entrada livre. SUL “Bonfim” João Pedro Vale apresenta uma instalação a convite da Luzboa (Bienal Internacional da Luz em Lisboa), onde aborda o tema da luz na sua faceta mais espiritual. LISBOA | Museu do Chiado. Tel.:213432148. Até 4 de Julho, das 10h às 18h. Bilhetes a 1,5 euros. “Mátria 1 - O Jogo Eterno”, pela companhia La Fura Dels Baus “Naumon” é o velho navio de mercadorias onde decorre a peça, que conta com a colaboração do escritor catalão Rafael Argullol. Depois de Lisboa, o barco aporta na Figueira da Foz entre 2 e 4 de Julho. LISBOA | Cais de Santos. Tel.:210036300. Até 20 de Junho, às 22h. Bilhetes a 35 euros. “Gravuras” de Vieira da Silva Além das várias facetas da memória, esta exposição da obra de Vieira da Silva reflecte sobre o poder da imaginação. ÉVORA | Fundação Eugénio de Almeida. Tel.:266748300. Até 29 de Agosto, das 9h30 às 18h30. Entrada livre.