I97D<HEDJ((& I97DD;H:;H;:; 9WdedFehjk]WbJ[b$0('*-&*&&&<Wn0('*-&*&&(][hWb6YWded$fj DIRECTOR João Peixoto de Sousa Nº 1245 / 18 Abril de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20€ www.vidaeconomica.pt SUPLEMENTO FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO Capital de risco tem défice de execução SUPLEMENTO ARAN Após-venda é ferramenta de fidelização do sector automóvel Fundos de investimento mobiliário perdem mais de 2,5 mil milhões de euros no primeiro trimestre Resgates valem quase o dobro das subscrições O mercado dos fundos de investimento mobiliário (FIM) ainda não conseguiu recompor-se dos efeitos da crise financeira provocada pelo subprime. No final do primeiro trimestre de 2008, os resgates ultrapassaram os 5227 mihões de euros, ou seja, quase o dobro das subscrições efectuadas no mesmo período, correspondendo a um saldo negativo superior a 2,5 mil milhões de euros. No espaço de um ano, o valor total dos activos geridos pelos FIM passou de 29 339 milhões para 22 372 milhões e euros. Esta perda global de quase sete mil milhões de euros, no espaço de apenas um ano, deve-se, essencialmente, à falta de confiança dos investidores. Os fundos de obrigações, por serem mais defensivos, são os mais penalizados. Face à instabilidade dos mercados activos sob gestão em baixa SUPLEMENTO TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO 29339 30144 PME despertam para factor segurança 25763 22372 SUPLEMENTO Kaizen Metodologia Kaizen aumentou produtividade na Caetano Bus em 30% SEGUROS Assurfinance capta 25% dos novos clientes do BES Maio 07 Julho 07 Dez. 07 Maio 08 Valores em milhões de euros Fonte: APFIPP financeiros, as gestoras de fundos adoptam uma postura mais defensiva, recomendando a Santander Asset Management aos seus clientes a opção por fundos de retorno absoluto. O rumo seguido, desde o início do ano, por esta gestora aponta para uma selecção mais creteriosa na escolha dos activos que compõem os portfólios e para uma maior diversificação dos mesmos. Seja como for, a convicção é que a intervenção do Governo e dos bancos centrais irá permitir recuperar da crise, perspectivando-se uma alteração da situação ainda durante o corrente ano. A sociedade gestora nacional com maior volume de activos continua a ser a Caixagest, com 5408 milhões de euros, e 24% de quota de mercado. Pág. 34 Pág. 38 BANCA CGD acusada de discriminação nos seguros Pág. 38 CRÉDITO Estudo da Eurofactor revela Empresas portuguesas demoram 99 dias a pagar Pág. 5 Contratos abusivos sustentam grande distribuição Débito de importâncias desproporcionadas face ao volume de compras ou serviços prestados ao fornecedor, penalizações de 17% ou 20% por atrasos nas entregas, contratos de margem garantida, retirada de produtos de linha de venda quase sem aviso são alguns dos abusos praticados pela grande distribuição. As autoridades com competência para intervir não reagem e quem se queixa “apanha por tabela”. O fecho de um canal de vendas que representa mais de 65% da facturação pode atirar a empresa para a falência. Os fornecedores têm medo de denunciar a situação e só falam do assunto sob compromisso de completo anonimato. O Grupo Jerónimo Martins é o alvo das maiores manifestações de descontentamento. Uma análise jurídica da PLMJ de um contrato proposto por várias empresas desta grande cadeia de distribuição aponta para ilicitudes graves à lei da concorrência. O domínio das marcas próprias ou de insígnia sobre marcas terceiras reduz a escolha do consumidor e inflaciona os preços. trabalho TELECOMUNICAÇÕES Sinistralidade deve baixar 25% até 2012 Colt aponta para liderança na internet Pág. 23 Pág. 32 PUB 01245 9 720972 000037 ACTUALIDADE 2 sexta-feira, 18 Abril de 2008 Abertura NESTA EDIÇÃO CAUSAS DO DIA-A-DIA A NOVA LEI DO DIVÓRCIO ANTÓNIO VILAR ADVOGADO antoniovilar@antoniovilarpt Espero que neste processo de democratização do egoísmo e da banalidade os tribunais venham a tomar a sério os danos não patrimoniais do ex-cônjuge que vê terminada uma relação “contratual” sem, para tal, ser tida em conta a sua vontade. O casamento, com a matriz legal que ainda vigora, está, na prática, em vias de extinção, enquanto a família se descaracterizou tanto já – por referência a um padrão vigente durante tempos imemoriais – que é difícil defini-la, hoje, até legalmente. E, agora, o “simplex” chegou às mentes brilhantes das causas ditas “fracturantes” com propostas legislativas que tornarão o divórcio um doce: bastará, para tal, a vontade de um qualquer dos consortes sem que o outro tenha, sequer, direito de contraditório. E diz-se que isto são medidas de esquerda moderna… embora melhor fora considerá-las liminarmente retrógradas e imbecis. Os clássicos – a que talvez valha a pena um dia voltar – diziam que o casamento era o “principium urbis et quasi seminarium rei publicae” (Cícero), ou seja, o modo essencial de constituição da família. Visto, agora, como um acto, é tido geralmente por um negócio jurídico bilateral que gera, portanto, relações jurídicas pessoais e patrimoniais. Ora é numa concepção meramente contratualista que o legislador hoje enfrenta o casamento: trata-se de um contrato que se pode romper como qualquer outro. E é aqui que surge, então, o projecto de lei que visa tornar legal que a declaração de vontade de um dos cônjuges seja fundamento suficiente para a dissolução do casamento. Admito que, no mundo contemporâneo e na nossa era civilizacional, se aceite que ninguém esteja obrigado a ficar casado. Mas a nova Lei pretende ir muito mais além: rompe-se o contrato matrimonial com a mesma irresponsabilidade com que se apaga um cigarro. Como advogado que em muitos anos de actividade tive que lidar com milhares de casos de divórcio e, logo, com alguma experiência da problemática jurídica em causa, revolta-me a irresponsabilidade com que o legislador aborda tais questões, tanto mais quanto se expandem direitos (?) para todos e se omitem obrigações correspondentes que não poderão ser ignoradas. Sendo certo que as leis são para cumprir (também as leis injustas?) apenas quero, no transe, sublinhar que aparentemente não deixará de vigorar o princípio da reparação de danos não patrimoniais causados ao outro cônjuge pela dissolução (unilateral) do casamento. E, assim, espero que neste processo de democratização do egoísmo e da banalidade os tribunais venham a tomar a sério os danos não patrimoniais do ex-conjuge que vê terminada uma relação “contratual” sem, para tal, ser tida em conta a sua vontade. Qualquer contrato livremente celebrado deve ser pontualmente cumprido. E se incumprido – mesmo esse “insignificante” contrato matrimonial – não poderão ignorar-se os danos que a ruptura do mesmo possa causar. Talvez, então, por este caminho, possa superar-se a leviandade com que o nosso tempo trata o “casa e descasa”. Pág. 6 ACTUALIDADE Pág. 23 Pág. 36 GRUPO JERÓNIMO MARTINS COBRA MARGENS EXAGERADAS Uma análise jurídica realizada pela PLMJ chega à conclusão que a Jerónimo martins tem práticas comerciais abusivas. E estas são várias, tendo em conta um contrato realizado entre a Gestiretalho, a Recheio, a J. Gomes Camacho, a Liedesol, todas empresas da JM, e um fornecedor. Uma situação que não é compreensível e que deveria ser sujeita à atenção das autoridades competentes. EMPRESAS SINISTRALIDADE LABORAL DEVE BAIXAR EM 25% ATÉ 2012 Portugal, com um ano de atraso relativamente aos restantes países europeus, apresentou a estratégia na área da segurança e da saúde no trabalho. Paulo Morgado de carvalho, presidente da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), considera a prevenção e a fiscalização essenciais. E que estão reunidas condições para continuar o esforço de redução da sinistralidade laboral. MERCADOS CRESCIMENTO NA ZONA EURO PERMITE QUE TAXAS DE JURO NÃO DESÇAM O Banco Central Europeu optou por manter a taxa de juro de referência. O BCE aponta o risco de aumento da inflação, mas reafirma que os fundamentos da economia são consistentes. Tudo indica que a instituição não vai adoptar uma política monetária expansionista, pelo menos num futuro próximo. HUMOR ECONÓMICO BREVES EMPRESÁRIOS NACIONAIS ESTÃO CONFIANTES Os empresários portugueses estão confiantes na prestação das suas empresas ao longo do presente ano. Metade dos agentes económicos inquiridos no estudo da Eurofactor prevê mesmo um aumento da rentabilidade. O que contrasta claramente com o pessimismo manifestado no exercício passado. A rentabilidade atinge o melhor registo entre os países europeus analisados, com quase metade a esperar igualmente um crescimento do volume de negócios e dos investimentos. Só a Alemanha bate Portugal na escalada do indicador dinâmico de crescimento. Daqui se pode concluir que as coisas não estarão tão mal como se tem feito crer, refere a empresa de factoring. Os preços das matérias-primas e da energia continuam a representar as principais preocupações para a actividade económica. EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE LISBOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000-081 Lisboa • Tel 217 815 410 • Fax 217 815 415 E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009 EMPRESA CERTIFICADA MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS TIRAGEM CONTROLADA PELA: TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 23.700 4000 Município (Porto) TAXA PAGA Registo na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477 EMPRESAS CITADAS Mota-Engil ............................ 03 Google .................................. 24 Grupo Jerónimo Martins ......... 06 Hitachi Consulting ................. 24 Recheio ................................ 06 Richdun................................ 24 PLMJ.................................... 06 Dunhill ................................. 24 Deutsche Bank ...................... 10 TAP ...................................... 26 Citigroup............................... 10 British Airways ...................... 26 Leadership ............................ 13 Pestana ................................ 27 Ikea...................................... 14 EasyJet ................................. 27 Century 21 Portugal ............... 15 Vila Sol ................................. 27 Sonae Sierra ......................... 15 Artagón................................. 27 CB Richard Ellis .................... 15 BCP ..................................... 29 AMGI.................................... 15 Gerium ................................. 29 Invesfer ................................ 15 Cofina................................... 29 Vicaima ................................ 20 Controlinveste ....................... 29 Cepsa ................................... 20 Colt ...................................... 32 Total ..................................... 20 BBVA ................................... 36 Metrovac............................... 21 Personal Value....................... 36 El Corte Inglés....................... 21 ParaRede .............................. 41 BREVE EXPORTAÇÕES TÊXTEIS ACELERAM A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) revelou satisfação com o desempenho do sector no primeiro mês do ano. Espera agora que a estratégia de internacionalização continue a dar resultados, a par dos apoios resultantes do QREN. Depois de terem fechado o ano passado com um crescimento de 4,2%, as exportações têxteis e vestuário aceleraram 5,3%, no passado mês de Janeiro. As vendas para o exterior totalizaram quase 379 milhões de euros, com destaque para a evolução das exportações de artigos têxteis, com segmentos a crescerem dois dígitos. Também se verificou uma forte evolução nos tecidos de malha. Em sentido contrário mantêm-se os têxteislar, uma tendência que já se faz notar há alguns anos. As importações aumentaram 6,3%, devido à pressão de países terceiros, especialmente da China. 4 ACTUALIDADE sexta-feira, 18 Abril de 2008 14% 7,9 mil 5,6 mil Aumento das importações de alimentos e bebidas, no ano passado milhões de euros Orçamento do Serviço Nacional de Saúde milhões de euros investimento público para o próximo exercício TENDÊNCIAS ECONÓMETRO PAES DO AMARAL FISCO REFORÇA DETECÇÃO DE IMPOSTOS EM FALTA (milhões de euros) Chegou ao conhecimento do público enquanto “patrão” da TVI. Deu nas vistas como empresário e acabou por “largar” o canal de televisão. E não perdeu tempo a diversificar a sua actividade. Entrou em força no mercado livreiro e nas novas tecnologias. Agora está também no mundo da moda e sabe-se que quer reforçar a sua presença no sector financeiro. Em Londres já tem uma participação considerável num banco de investimento. Por certo que irá bastante mais longe. 1000 900 800 700 600 500 VITOR CONSTÂNCIO 400 O governador do Banco de Portugal, nos últimos tempos, tem revelado um trajecto errático. Admite que os bancos cometem irregularidades, mas nada tem sido feito para contrariar a tendência de quase prepotência de algumas entidades financeiras. Também diz que pretende tornar a informação bancária mais acessível aos consumidores, só que não refere prazos. Sobretudo, o governador parece reagir apenas quando não tem outra possibilidade. É um claro exemplo do ditado “casa roubada, trancas à porta”. 300 200 100 0 2005 2006 2007 Fonte: Ministério das Finanças TAXA DE INFLAÇÃO HOMÓLOGA AUMENTA (em %) 3.1 JORGE COELHO 3 A entrada de Coelho para a Mota-Engil será sempre discutível, pelo menos em termos éticos. Mas a questão que agora se levanta é outra, que, todavia, não deixa de ter a ver com o sector da construção. Foi Jorge Coelho que, enquanto ministro, decretou há cerca de uma década as medidas restritivas na região da Ota. Ora, subsistem muitas dúvidas quanto à constitucionalidade de tal medida. Caso os subscritores do processo que exigem indemnizações ganhem, então os contribuintes terão que proceder ao seu pagamento. O responsável., é certo, não será alvo de qualquer queixa. MARIA DE LURDES RODRIGUES 2.9 2.8 2.7 2.6 2.5 2.4 2.3 2.2 2.1 Janeiro 07 Março 08 Fonte: INE A ministra sai derrotada do braço-de-ferro com os professores. Acabou mesmo por recuar face às exigências dos sindicatos. Estes têm agora a possibilidade de ditarem algumas regras. A teimosia, em política, pode-se pagar muito cara. Tudo seria evitável, caso a ministra não tivesse feito dos docentes os bodes expiatórios da falência do sistema educativo nacional. E muita água vai ainda correr debaixo da ponte. A ministra acabará por admitir que o modelo de avaliação pretendido não é exequível. Trata-se meramente de bom senso. PRODUÇÃO NA CONSTRUÇÃO CHEGA A TERRENO POSITIVO (médias móveis de três meses, %) 1 0 -1 -2 -3 COLUNA DO LEITOR -4 -5 -6 ENCERRAMENTO DOS “HIPERS” AO DOMINGO PENALIZA CONSUMIDORES? No seguimento da notícia publicado pelo jornal nacional “Vida Económica”, onde o Luís Vieira e Silva refere que em nada o comércio tradicional sofre com esta grande alteração, é mais do que claro que é “pura” mentira, visto que o chamado comércio tradicional e o comércio de cidade encontra-se numa situação que em nada prevalece, visto que para poder superar esta situação precisa de apoio imediato para poder contratar funcionários de forma a poder aumentar os seus horário de funcionamento, de forma a poder aproveitar o encerramento dos hiper. Em relação à pequena estatística do aumento de postos de trabalho, no caso de os “hiper” abrirem ao domingo, é óbvio que no caso de ser “verdade” a criação de 4 mil novos empregados, nos hipermercados, é claro que cerca de mais de metade do valor seriam desempregados do actual comércio tradicional e comércio de cidade. É importante ainda referir que os “hiper” não criam postos de trabalho, mas sim aumentam acentuadamente a rotação dos mesmos, criando sim uma insegurança muito maior em todo o tipo de carreiras profissionais e até mesmo uma grande degradação do ponto de vista de objectivos pessoais de carreira. Imaginando que o comércio tradicional e o comércio de cidade conseguiria aumentar os seus horários de funcionamento, todos os postos de trabalho criados seriam, no mínimo, de um ano, aumentando a qualidade de vida de todos os intervenientes, uma maior estabilidade na carreira e até mesmo na qualidade de atendimento de cada um destes negócios. E, neste caso, o aumento de postos de trabalho, seria sim de cerca de 9, remunerados e com uma maior estabilidade. É importante ainda referir que no caso dos “hiper”, é quase impossível, gerir e fiscalizar os seus impostos e todo o tipo de fugas, enquanto todo o comércio tradicional e de cidade se rege por um espírito muito mais rígido e sem grandes margens de manobra, o que é bem melhor para a economia do próprio país, inclusive na questão de todo o tipo de compras que cada um faz para o desenvolvimento do seu negócio. É importante, sim, olharmos, com um espírito crítico, esta filosofia comercial que em muito tem vindo a degradar o nosso país, e toda a economia do mesmo, pois, se continuarmos desta forma, a apoiar quem não precisa de apoio iremos entrar numa crise muito mais grave e sem retorno! É claro e lógico que a economia nacional só pode ser sustentada enquanto o comércio tradicional e de cidade existir, visto que cerca de 70% da nossa população vive do comércio. RUI VOGADO -7 -8 Fevereiro 07 Fevereiro 08 Fonte: INE REVISTA DE IMPRENSA EXPANSIÓN FMI revê crescimento espanhol em baixa O Fundo Monetário Internacional reviu as previsões de crescimento espanhol em baixa, para 1,8%, este ano, o nível mais baixo em 15 anos. A espanha poderá representar uma exccepção na zona euro, devido à sua particular vulnerabilidade à crise financeira (...). A economia espanhola está muito dependente do sector imobiliário e tem um elevado défice ao nível da conta corrente, o que faz com que esteja susceptível aos fluxos de capital estrangeiros. Este é um país que está mais sujeito aos riscos do que a maioria dos países da zona euro, na óptica do FMI. Para a União europeia é esperado um crescimento de 1,4%, sendo que os riscos estão equilibrados. FINANCIAL TIMES Europeus vêem China como maior ameaça à estabilidade A China ultrpassou os Estados Unidos como a principal ameaça à estabilidade, da perspectiva dos europeus. O Tibete e as exportações baratas daquele país mudaram a opinião dos europeus. Desde o ano passado, duplicou o número daqueles que encara a China como a maior ameaça. Depois das tensões entre a Europa e a China, por via das taxas cambiais e questões comerciais, a situação degradou-se muito em face do Tibete. Os italianos revelam-se os mais preocupados com o peso crescente da China no contexto económico, seguindo-se a França e a Alemanha. No ano passado, estes três países colocaram os Estados Unidos no topo desta tabela (...). Actualidade sexta-feira, 18 Abril de 2008 Catarina Frade, directora do OEC, avisa Estudo da Eurofactor revela agravamento dos atrasos “É imperativo reforçar a responsabilidade das instituições financeiras” Integrado no ciclo de conferências “Que informação para o consumidor?”, que decorreu recentemente na Universidade Portucalense no Porto, a directora do Observatório do Endividamento dos Consumidores (OEC), Catarina Frade, defendeu, através da sua apresentação sobre a “Informação para os Serviços Financeiros em Particular como Meio de Prevenção do Excessivo Endividamento”, ser “necessário um novo paradigma de protecção ao endividamento: o princípio do empréstimo responsável”. S egundo os dados mais recentes do Ministério da Economia e do Gabinete de Orientação ao Endividamento dos Consumidores (GOEC), cerca de 3 % das famílias portuguesas enfrentaram dificuldades de endividamento em 2007. Paralelamente ao crescimento verificado relativamente a 2006 em números absolutos, cerca de cem mil agregados familiares sobreendividados, registou-se também um aumento do número de pedidos de ajuda quer ao GOEC quer à DECO (Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores). Para Catarina Frade, o actual elevado endividamento dos portugueses resultou do seu desejo de melhorar a sua qualidade de vida. Na verdade, “os portugueses aproveitaram 5 Empresas portuguesas demoram 99 dias a pagar Número médio de dias de pagamento praticados 100 99 94 90 80 81 70 60 63 61 63 61 56 50 40 38 38 30 20 18 10 0 “Os consumidores devem “poder defender seus interesses e exprimir os seus problemas”, afirma Catarina Frade. 12 2006 2007 2006 Portugal 2007 espanha Prazo teórico Atraso de pagamento Total Fonte: Eurofactor as condições favoráveis da conjuntura económica, com a baixa continuada da taxa de juro (existente no final da década passada), para investirem na compra de casa e aquisição de bens de consumo”. No entanto, na opinião da jurista, as principais causas para o endividamento “continuam a ser o desemprego, a deterioração das condições laborais, a doença e o divórcio. De todo o modo, em alguns processos, também se regista uma gestão deficiente do orçamento familiar”, pois, frequentemente, ao entrarem em dificuldades, “as famílias não recorrem imediatamente a apoio”, procurando resolver a crise pelos seus meios, chegando mesmo a “contrair novos créditos”, referiu. Nesse sentido, o “sobreendividamento é ainda um fenómeno pouco visível em Portugal”. Contudo, “o crédito malparado é ainda uma pequena percentagem do total de crédito concedido [cerca de 2%] e ainda está dentro das margens calculadas pelas instituições financeiras para o efeito”. Acreditando que é importante existir uma campanha de informação que ajude as pessoas a perceberem “a linguagem complexa” do crédito, porque “não basta dar a informação, é preciso que as pessoas percebam a informação que lhes é transmitida”, Catarina Frade defende ser “necessário um novo paradigma de protecção ao endividamento: o princípio do empréstimo responsável”. No decurso da sua apresentação, a directora do OEC procurou ainda ex- por os sete pressupostos base do princípio do empréstimo responsável, segundo a ECRC (European Coalition for Responsible Credit), e que visam o reforço da responsabilidade das instituições financeiras. Assim, o crédito, como elemento essencial para uma participação na sociedade, deve “ser acessível a todos”. “Deve ser transparente e compreensível”, dotando os credores de toda a informação relevante para uma correcta avaliação dos riscos decorrentes do crédito. Adicionalmente, o “empréstimo deve ser razoável, responsável e justo”, determinando o nível de endividamento adequado, o tipo de produto, a duração e as condições contratuais justas. Fernanda Silva Teixeira Portugal está cada vez pior no retrato, em matéria de atrasos de pagamentos. Em média, as empresas portuguesas estão a demorar 99 dias a concretizar os seus pagamentos, o que revela uma tendência de agravamento da situação diagnosticada no ano passado, quando a média de pagamentos em Portugal era de 94 dias. As conclusões foram apresentadas esta semana pela Eurofactor, que publicou a sexta edição do barómetro europeu que compara a postura das empresas nos sete países em que está presente: Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Bélgica e Reino Unido. “Em matéria de pagamentos, Portugal está mesmo na cauda da Europa e apresenta uma cultura de mau pagador”, confirma Rui Esteves, directorgeral da Eurofactor Portugal. No inquérito realizado a 3000 empresários europeus, onde Portugal representa 10% da amostra, não existe outro país que demore tanto tempo a pagar. Em Portugal, o prazo teórico assumido pelas empresas já é um dos mais altos dos países comparados, com 61 dias, em média. Mas, além desse prazo, a média de atrasos em Portugal foi de 38 dias em 2007, o que perfaz os 99 dias que, em média, as empresas lusas demoram a concretizar os seus pagamentos. Entre os países analisados pela Eurofactor, Portugal foi mesmo aquele que registou maior agravamento da sua situação, com a maior parte dos países a melhorar a sua performance no cumprimento de obrigações. A outra excepção do grupo é a Itália, que passou de 93 para 94 dias de pagamento, num ligeiro agravamento, mas onde o número de dias de atraso efectivo, para lá do prazo teórico, se mantém estável e é bem mais reduzido que em Portugal (21 dias). A Espanha é o terceiro país desta lista que demora mais tempo a pagar, demorando, em média, 73 dias, mas apresentando uma boa recuperação face aos 81 dias registados no ano anterior. Aliás, em Espanha, o atraso de pagamentos para lá do prazo teórico era em 2007 de apenas 12 dias. ANA SANTOS GOMES [email protected] Carvalho da Silva afirma “Diabolização do sindicalismo é um erro estratégico” M anuel Carvalho da Silva, líder da CGTP - Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses, defendeu, recentemente no Porto, a necessidade de “um debate profundo com os actores que existem e estão no terreno, com os sindicatos e com os patrões” que permita “produzir efeitos de mudança”. Convidado para um debate sobre o “Livro Branco das Relações Laborais” - organizado pela Federação Distrital do Porto do Partido Socialista e que contou ainda com a participação do líder da UGT - União Geral dos Trabalhadores, João Proença, e de Rocha Novo, em representação da CIP - Confederação da Industria Portuguesa — Carvalho da Silva advogou também que a “diabolização” do sindicalismo é um “erro estratégico profundo”, considerando “impensável” obter um quadro de relações laborais eficaz numa “lógica de combate ao sindicalismo e às organizações dos trabalhadores”. Ainda segundo o líder da CGTP, “ao discutir as leis la- borais, não podemos deixar de constatar que os trabalhadores vêm sendo profundamente penalizados, com mais desemprego, com o aumento acelerado de precariedade e com mais rupturas de solidariedade”. “Temos de ter a noção de que os professores mais jovens já têm adquirido uma coisa, vão ganhar menos um terço do que ganhavam os mais velhos para as mesmas funções e exigências”, acrescentou Carvalho da Silva, referindo, em concreto, a actual situação profissional dos professores. João Proença, dirigente da UGT, e o último a intervir no debate, defendeu uma posição comum com o líder da CGTP, criticando a omissão do Livro Branco em matérias essenciais como o reforço da negociação colectiva. Para João Proença, a Comissão do Livro Branco (CLB) errou ao “assumir uma postura anti-sindical”, desvalorizando a negociação colectiva e colocando um “forte acento na individualização das relações de trabalho”, o que contri- buirá para “um agravamento dos desequilíbrios que actualmente já se verificam”. Como exemplo desta desvalorização, foi proposta a concentração das competências dos representantes para a segurança e higiene no trabalho nas comissões dos trabalhadores. Na conclusão da sua intervenção, este dirigente da UGT reforçou o argumento de que “a flexibilidade nunca se obterá pela via da flexibilidade individual ou pela precariedade, mas sim por via da negociação colectiva”. Entretanto, e por seu lado, Rocha Novo, representante da CIP, tinha já argumentado que “a renovação dos quadros das empresas é uma necessidade que deve ser encarada de frente”, considerando que “a renovação do quadro das empresas não pode ser cega, nem feita de qualquer maneira, mas um emprego tem de pressupor ajustamento ao posto de trabalho e empenhamento do trabalhador”, referiu. Na verdade, segundo a posição oficial da CIP, o principal desafio da revisão do Código de Tra- balho é o combate à “rigidez do quadro regulador das relações laborais”, pois este “impede as empresas portuguesas de serem mais competitivas e de se adaptarem às mutações impostas pela concorrência global”. Como tal, esta revisão apresenta-se como uma verdadeira “oportunidade para introduzir maior flexibilidade àquele quadro” legislativo. Por outro lado, e alertando para o facto de que “a flexibilidade não se visa apenas facilidade em despedir”, Rocha Novo sublinhou também que “essa exigência, compreende também outras condições orientadas para a potenciação da criação de empre- go”, seja “através da criação de novas empresas ou desenvolvimento das empresas existentes”. Relativamente à exclusividade das estruturas sindicais na legitimidade para a negociação colectiva, o dirigente da CIP propôs que os contratos colectivos de trabalho devem poder ser celebrados com outras organizações, como as comissões de trabalhadores. Adicionalmente, a CIP defende também uma “adequada definição do direito à greve”, a “reformulação do regime das faltas” e o “aumento da duração do período experimental”. Fernanda Silva Teixeira PUB #2%.%#2%-%12%. #ONFUSO !3IBECTRATADASUACANDIDATURAAO12%. n-AISDEVINTEANOSDEEXPERIãNCIAEMFUNDOSCOMUNITÕRIOS n-AISDEPROJECTOSAPROVADOS 3)"%#EMAILSIBEC SIBECPT 6 ACTUALIDADE sexta-feira, 18 Abril de 2008 Contratos abusivos sustentam grande distribuição C omo é possível continuarem a abrir cada vez mais hipermercados se a população não cresce nem o rendimento das famílias aumenta, antes pelo contrário, até diminui? Foi com esta pergunta que a “Vida Económica” foi confrontada por diversos fornecedores das grandes superfícies, que preferiram manter o anonimato, com medo de represálias, quando procurava obter respostas sobre a actividade da grande distribuição em Portugal. E a resposta poderá estar nos contratos de margem garantida e outros contratos com cláusulas abusivas “impostos” pelas centrais de compras das empresas pertencentes a grandes grupos de distribuição aos seus fornecedores. Há contratos celebrados entre distribuidores e fornecedores que contêm clásulas abusivas a favor dos primeiros sobre os segundos. Segundo nos contaram alguns fornecedores, “quem quiser assina, quem não quiser não assina. Não há pistolas nem facas apontadas a ninguém”. Por que razão assinam então os fornecedores tais contratos que, em hipótese, os pode conduzir à falência? A explicação encontra-se, em princípio, no poder negocial que as empresas distribuidoras hoje têm, em resultado da concentração, seja por aquisições, seja pela organização em centrais de compras. Conforme contou à “Vida Económica” um fornecedor da grande distribuição, os contratos são feitos pelo distribuidor praticamente sem margem de negociação. “Ou aceitamos ou não aceitamos”, disse. “Tenho clientes que valem mais de 65% da facturação da empresa. Nestes casos, é difícil prescindir de trabalhar com ele”, disse-nos um outro fornecedor. Mas há quem não trabalhe com a grande distribuição. É que, só para colocar os seus produtos na prateleira dos hipermercados, os fornecedores têm de pagar um direito de entrada – um dos fornecedores disse terem-lhe cobrado 12 500 contos por um produto – com o risco de ele poder ser retirado de linha a qualquer momento por parte do distribuidor. Quando é possível aos fornecedores fazerem as contas, os riscos estão mais ou menos contidos, já que eles têm a possibilidade de incluir no preço de venda do pro- duto o montante que pagam ao distribuidor. Contudo, como há cláusulas que permitem a este debitar no preço a pagar ao fornecedor “n” custos resultantes de serviços prestados a título de promoção ou cooperação comercial, mas não só, a situação pode complicar-se seriamente para os fornecedores. Pelo atraso na entrega de mercadorias, por exemplo, realizada à tarde, quando deveria ser de manhã, as distribuidoras enviam aos fornecedores notas de débito superiores a 17% sobre o valor da mercadoria. Um fornecedor fala inclusive num débito de 20%. Contratos de margem garantida são um suicídio Vários fornecedores da grande distribuição revelara conhecer a existência de contratos de margem garantida. Mas nenhum dos contactados pela VE disse alinhar nesse tipo de contratos. Mesmo assim, apesar de proibidos pela lei da concorrência, a avaliar pelos relatos, ainda há quem se sujeite ao pagamento de uma margem fixa sobre o preço inicial do produto, independentemente de todas as circunstâncias futuras que determinem uma baixa do valor do preço final de venda. É o que acontece com os descontos promocionais lançados durante o contrato ou por descidas de preço provocadas pela concorrência. A este propósito, houve um for- necedor que disse ter deixado de trabalhar com o Grupo Jerónimo Martins porque uma das lojas do grupo queria impor-lhe uma descida de preço pelo facto de o mesmo produto estar a ser vendido numa outra loja do grupo a um valor mais baixo. E há vários episódios de descontentamento face a este grupo, mesmo por parte de quem tem contratos em vigor. “Entre os grandes distribuidores com quem trabalhamos, da Jerónimo Martins guardamos a imagem mais negativa”, disse-nos um destes fornecedores. Outro é da opinião que, “aceitar um contrato de margem garantida é um autêntico suicídio para quem o assina”. João Poleri, admininistrador da Outeirinho – Turismo e Indústria SA, que negociea com as grandes superfícies há 18 anos – o único entre oito fornecedores que dá a cara pela questão – explica-nos qual é a principal dificuldade dos contratos de margem garantida: “É termos a certeza que vamos vender produto para rentabilizar investimento efectuado. A incerteza é constante. Com o crescimento que as marcas próprias de primeiro preço têm em Portugal, essencialmente as marcas das insígnias, quando referenciamos a nossa marca e queremos privilegiar e ganhar notoriedade, nunca temos a certeza da rentabilidade que vamos ter no negócio”. VIRGÍLIO FERREIRA [email protected] CONSUMIDOR LESADO Não se pense que, enquanto uns guerreiam, outros retiram dividendos, isto é, que o consumidor sai a ganhar. Nem sempre é assim. Já referimos que o fornecedor procura incluir no preço os custos previstos com a distribuição. E que daí resulta uma inflação de preço, sobretudo nos produtos alimentares. Conforme nos explicou um fornecedor, “o investimento na abertura da superfície comercial não é coberto pela percentagem da distribuição obtida com venda de produtos alimentares. Como a percentagem da distribuição é fixa, ela aumenta em proporção do valor do produto vendido. Daqui a explicação para os produtos não alimentares concorrerem cada vez mais com o espaço de venda dos produtos alimentares. Relativamente aos produtos alimentares, “chegamos a assistir a leilões de entrada nas grandes superfícies”, disse-nos também um fornecedor. E o que está a acontecer, neste momento, é o distribuidor limitar a entrada de produtos que concorram em preço e em qualidade com os produtos de marca própria, ou seja, as marcas de insígnia. “Interessa ter ao lado destas marcas próprias produtos mais caros, que, por pouco que sejam vendidos, dão mais margem ao consumidor e promovem a venda do produto de marca própria”, disseram-nos. Ou seja, o consumidor vê assim reduzida a sua escolha em termos de varieda de produtos, acabando por comprar produtos pensando serem mais baratos, mas que ao cabo e ao resto estão inflacionados. Grupo Jerónimo Martins cobra margens exageradas Uma análise jurídica, efectuada pela PLMJ, a um contrato celebrado entre a Gestiretalho, a Recheio – Cash & Carry, a J. Gomes Camacho e a Liedesol – todas elas empresas do Grupo Jerónimo Martins – e um fornecedor, aponta para práticas comerciais abusivas. Uma delas tem a ver com o débito directo aos fornecedores de um montante relativo ao Fundo de Apoio às Vendas. O débito efectuado, “uma vez esgotado o prazo em que o mesmo deveria ter sido aplicado, ou seja, independentemente de terem ou não sido efectivamente prestados serviços pelo distribuidor, viola a proibição imposta pelo art. 4º-A do DL nº 370/93”. Cometem também abuso quando debitam importâncias contratadas a título de serviços de cooperação e desenvolvimento comercial que correspondam a benefícios do comprador não proporcionais com o seu volume de compras ou serviços por ele prestados ao fornecedor. É o que acontece, regra geral, quando são debitados valores fora do Fundo de Apoio às Vendas, ainda que contratados com o fornecedor. A compensação de débitos sobre fornecedores com créditos de outras empresas do grupo por parte da Gestiretalho, sem observância do princípio da reciprocidade, foi outra prática ilícita detectada pela PLMJ. A possibilidade de o distribuidor poder suspender a qualquer momento a venda de produtos fornecidos, com um prazo de pré-aviso de três dias, pode ser extremanente lesivo para os fornecedores, não só pelo facto deste ter pago um valor elevado de prémio de entrada, como também de essa decisão poder ser tomada à sexta-feira. A penalização de 20% sobre o preço de compra em caso de insatisfação total ou parcial de quaisquer encomenda pode ser excessiva, sobretudo se esse montante ultrapassar signficativamente o valor do prejuízo ou dano a ressarcir ao distribuidor. A devolução de mercadorias aceites pelo distribuidor é também susceptível de contrariar os deveres impostos pela boa-fé. Isso acontecerá quando a violação de quaiquer normas legais ou disposições contratuais seja também imputável ao distribuidor. Contudo, nada disto é clarificado no contrato proposto ao fornecedor. “A atribuição de obrigações sujeita à criatividade do distribuidor facilmente gerará situações abusivas”, conclui o mesma análise jurídica. Entre outras coisas, a PLMJ recomenda que o contrato fixe um prazo para o distribuidor aceitar as mercadorias fornecidas, visto que o direito ao pagamento das facturas está dependente da referida aceitação. Recomenda ainda a não aceitação da cessão da posição contratual, sem o acordo da contraparte, salvo se a identidade do terceiro constar do contrato inicial. Isto é importante sobretudo nos casos em que que o grupo adquire ou é adquirido por outro grupo. “A certeza jurídica, que se obteria através de uma melhor clareza dos textos contratuais, evitaria com frequência o conflito entre as partes e a remissão da solução dos litígios para o tribunal”, aponta. Seja como for, a dispersão do clausulado contratual por vários documentos ou contratos dificulta esta clareza. Mas, conclua-se, isto é um caminho difícil, tendo em conta que os fornecedores se apresentam numa situação desvantajosa. Face à inércia da actuação das instituições com competências para actuarem nesta área, a solução é os fornecedores tentarem contornar o problema mediante a negociação e clarificação das cláusulas que incluam os pontos aqui analisados. Facturação por preço líquido deve ser reduzida a escrito No caso de os fornecedores praticarem um sistema de facturação por preço líquido com o grupo JM (facturação “net” ou “net net”), a PLMJ recomenda que este seja previamente negociado entre as partes e que esse compromisso seja reduzido a escrito. Essa disposição escrita deve conter: a especificação exaustiva das rubricas que passem a ser descontadas em factura e das que continuam a ser pagas periodicamente por nota de débito/crédito; respectiva percentagem e base de cálculo e data precisa da entrada em vigor dessa forma de facturação. actualidade sexta-feira, 18 Abril de 2008 7 Práticas anticoncorrenciais são pouco fiscalizadas A s práticas comerciais abusivas cometidas pela grande distribuição sobre os seus fornecedores parecem ser um “ilustre desconhecido” e coisa que apenas diz respeito às partes envolvidas. Tanto ao nível associativo empresarial ou dos consumidores, como das entidades que têm por dever fiscalizar as contas ou a responsabilidade de quem comete o acto ilícito, seja por inércia dos lesados, seja por omisão do dever de actuar, estranha-se o generalizado desconhecimento e o comum “lavar as mãos” sobre o assunto. ROC não avaliam reservas para eventuais coimas Os revisores oficiais de contas não estão sujeitos a uma recomendação específica, no sentido de fazerem a avaliação dos contratos entre fornecedores e grandes distribuidores e avaliarem/exigirem a constituição de reservas para eventuais multas aplicadas pela autoridade da concorrência. A entidade reguladora da profissão referiu à “Vida Económica” que essa é uma consideração da responsabilidade da gestão da empresa. A Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC) deixou claro não existe uma recomenção ou a obrigatoriedade de proceder à eventual avaliação dos contratos para constituição de provisões com aquele objectivo. O profissional apenas tem que deixar explícita qual a sua opinião e se está ou não de acordo com uma dada decisão. Naquele âmbito não existe qualquer determinação, mas uma mera consideração às contas apresentadas. A situação não é diferente quanto à eventual necessidade de na aprovação de contas os ROC verificarem se os modelos dos contratos comerciais com os fornecedores estarem sujeitos a uma validação independente, para assegurar que estão de acordo com a lei da concorrência. Mais uma vez, a OROC adianta que o profissional se limita a verificar que a legislação em vigor é aplicada. Como tal, aquele tipo de função não cabe ao revisor oficial de contas. A fiscalização não é da responsabilidade do revisor, foi adiantado. Câmara Luso-Alemã recomenda o cumprimento das leis da concorrência Sendo as empresas de distribuição alemãs, muito rigorosas e efectivas na aplicação da Lei da Concorrência, qual seria a posição, nomeadamente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA), perante um caso de incumprimento grave por parte das distribuidoras? Questionada pela VE, a CCILA diz não se pronunciar sobre questões particulares, Câmara Luso-Espanhola desconhece práticas ilegais por parte da grande distribuição ou seja, sobre questões relativas à vida interna das empresas. Os motivos? Esta câmara argumenta que “não tem um conhecimento exaustivo sobre as mesmas”. “Apenas podemos recomendar e defender o cumprimento das leis da concorrência por parte das empresas sejam elas alemães ou portuguesas”, acrescenta. Um estudo sobre os custos de distribuição e o impacto no preço ao consumidor ajudaria a definir os contornos e as consequências das práticas anticoncorrenciais. Contactada pela VE, a Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO) informa que não possui qualquer estudo, nem qualquer abordagem sobre a correlação de forças entre produtores e distribuidores. Autoridade da Concorrência espanhola investiga preços dos alimentos Desconhecimento. É esta a palavra chave da Câmara de Comércio e Indústria Luso-espanhola (CCILE) quando se fala de alegadas práticas ilegais promovidas pela grande distribuição junto dos seus fornecedores. “Até ao momento actual, não temos recebido nem temos conhecimento de quaisquer queixas/reivindicações por parte dos nossos associados, portugueses e espanhóis, no que concerne a práticas ilegais levadas a cabo pelos grandes distribuidores, em Portugal”, destacam as fontes desta câmara à VE. Mas a Câmara Luso-Espanhola não fica por aqui e fala, mesmo, de resultados positivos quando se tratou de pôr em contacto empresas espanholas e grandes distribuidores portugueses. As suas palavras à VE são, de novo, reveladoras: “Podemos adiantar que a CCILE já organizou, ao longo deste ano, duas missões empresariais, em Portugal, concretamente de Sevilha e Málaga, cujos contactos incidiram, em grande parte, nos grandes distribuidores, sendo que o ‘feedback’ foi e tem sido sempre positivo”. AdC não garante inexistência de contratos ilegais Nas fusões realizadas na área da distribuição, a VE questionou a Autoridade da Concorrência se estava garantida a inexistência quaisquer contratos ilegais entre o adquirente e os fornecedores quer na fixação de preços quer em contratos de margem garantida. Em resposta, foi-nos esclarecido tratarem-se de “dois tipos de processos distintos e que não comunicam entre si”. Fundamentalmente, a maioria dos processos em análise são “operações de concentração de empresas que têm que ser previamente autorizadas pela AdC, antes de serem realizadas”. “A investigação de práticas restritivas da concorrência” é outro tipo de análise a cargo de outro departamento. No entanto, “este tipo de contra-ordenações só são divulgados pela AdC quando são encerrados, por estarem ao abrigo do segredo de justiça”, salvaguardou. “Em suma, a resposta à sua questão é negativa”, a AdC não garante a inexistência de contratos ilegais. VIRGÍLIO FERREIRA, GUILHERME OSSWALD, SANDRA RIBEIRO E FERNANDA TEIXEIRA PUB ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA Nos termos legais e estatutários, convoco a Assembleia Geral Ordinária do CLUBE DE NEGÓCIOS GALIZA NORTE DE PORTUGAL para reunir na Rua de Ceuta, 118 - 2º andar, Porto, pelas 18H30 do dia 26 de Maio de 2008 , com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS 1. Análise da situação actual da Associação; 2. Eleição dos corpos gerentes para o próximo triénio; 3. Outros assuntos de interesse. A investigação aos grandes grupos também chegou a Espanha. A Comissão Nacional da Concorrência (CNC) incorporou expedientes sancionatórios contra associações de empresários da indústria alimentar. Esta situação ocorre na sequência das investigações iniciadas no Outono passado, sobre a evolução em alta do preço dos alimentos e as denúncias apresentadas por várias organizações de consumidores. Aquela comissão estima que parece improvável provar a existência de acordos explícitos entre os produtores e distribuidores de alimentos para aumentar os preços. No entanto, tendo em conta a informação disponível, poderão ser feitos alguns avanços no sentido de provar que certas práticas tinham por objectivo restringir, limitar ou impedir a concorrência. A intenção passa agora por saber se a política de comuni- cação colocada em prática no seio dos grupos pretendia colocar em prática uma estratégia contra a livre concorrência. A Lei da Concorrência, em Espanha, impede todo o acordo, decisão ou recomendação colectiva, prática concertada ou paralela que pretenda impedir, restringir ou falsear a concorrência em todo ou parte do mercado nacional. A violação deste artigo pode ser considerada uma infracção grave, com uma multa até 5% do volume de negócios total da empresa infractora no exercício anterior ao da imposição da multa. Pode ser considerada muito grave, com multa até 10% do volume de negócios total. No caso de não ser possível delimitar o volume de negócios, as infracções graves podem ser sancionadas com multas entre 500 mil e 10 milhões de euros e as muito graves com multas de mais de 10 milhões de euros. Se a esta Convocatória não comparecer o número estatutário de metade dos Associados, fica desde já feita segunda Convocatória para meia hora depois, esta pelas 19H00 do mesmo dia, deliberando, então, a Assembleia com qualquer número de Associados. Porto, 18 Abril de 2008 8 OPINIÃO sexta-feira, 18 Abril de 2008 A. magalhães pinto Prioridades Economista [email protected] http://poliscopio.blogspot.com P essoa amiga fez-me chegar à mão um texto precioso. Não sei quem o escreveu. Não fui eu. Mas, para além duma reflexão serena sobre uma questão candente da actualidade portuguesa, o projecto de comboios de alta velocidade (TGV), alinha argumentos que são de uma força extraordinária. Qualquer um de nós que se tenha deslocado aos países europeus do Norte sabe que a realidade para ali descrita pelo autor do texto é verdadeira. E dá que pensar. Por isso, cedo a minha voz neste jornal ao autor desse texto (juntando-lhe algumas anotações minhas, em bold), esperando que ele faça o meu Leitor pensar. bejamente conhecida. Está na excelência das suas escolas, na qualidade do seu ensino superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches e jardins-de-infância em cada esquina, nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade, num serviço de saúde eficientíssimo, nos baixos gastos com a defesa, na reduzida corrupção. Não construíram estádios de futebol desnecessários, não constroem aeroportos em cima de pântanos, não optam por ter comboios supersónicos para fazer a linha da Póvoa, tudo projectos que só agradam a meia dúzia de multinacionais e que nada importam ou melhoram a vida do cidadão comum, nem já nem no futuro. Portugal é o país europeu com mais auto-estradas Travar para pensar por quilómetro quadrado. Porquê e para quê? É isso. A grande diferença é que, ali, Experimente ir de Copenhaga a Esto- no Norte da Europa, o cidadão está pricolmo de comboio. Comprado o bilhete, meiro; e, aqui, no Sul, o cidadão vem no dá consigo numa composição que só se fim. Primeiro está a vaidade pessoal dos diferencia dos nossos Alfa por ser menos governantes, o objectivo de “deixar obra”, luxuoso e dotado de menos serviços de o serviço aos amigos, a corrupção. apoio aos passageiros. O TGV é um transÉ por igual confortáporte adaptado a paível. ses de dimensão contiA grande diferença A viagem, através de nental, extensos, com é que, ali, no Norte florestas geladas e plagrandes distâncias no nícies brancas a perder seu todo nacional, da Europa, o cidadão de vista, demora nada onde o comboio rápimenos de cinco horas. do é, numa perspectiva está primeiro; Parece um excesso. de “tempo de viagem/ e, aqui, no Sul, Mas não é. A distâncusto por passageiro”, cia entre aquelas duas simultaneamente como cidadão vem cidades é como ir do petitivo com o transPorto ao Algarve, mais porte aéreo e com o no fim ou menos. Mas tamtransporte rodoviário. bém não se pode dizer É por isso, por respeito que seja rápido. Qualquer TGV cobriria dos cidadãos e por sensatez governativa, a distância, no máximo, em três horas. para além da já referida pressão de certos Não fora conhecer a realidade económi- grupos que fornecem as tecnologias corca e social desses países, daria comigo a respondentes, que existe TGV em Franpensar que os nórdicos, emblemas únicos ça ou Espanha (com pequenas extensões dos superávites orçamentais, seriam mes- a países vizinhos), e que o encontramos mo uns tontos. Se não os conhecesse bem, na Noruega, na Suécia, na Holanda e em perguntaria onde gastam eles os abundan- muitos outros países ricos. tes recursos resultantes da sua substantiva Tirar vinte ou trinta minutos ao “Liscriação de riqueza. boa-Porto” ferroviário, à custa de um inA resposta a esta última questão é so- vestimento de cerca de sete mil milhões e AZUIL BARROS Especialista no crescimento de negócios Director Regional Quantum organization Portugal F atalmente, vivemos a fazer comparações. Haverá sempre aquelas empresas e empresários que consideramos melhores do que nós e aqueles que consideramos piores. Contudo, na verdade, não existe tal distinção qualificativa hierárquica: superior ou inferior. Todas as empresas têm talentos únicos que podem desabrochar quando são correctamente despertados. No passado tratava-se mais de “olhar para o número um” e de todos quererem alcançar ou de construir caminhos semelhantes. As empresas comparavam-se mais umas às outras, disputavam os seus melhores colaboradores na expectativa de reproduzirem estratégias similares. Os consumidores pareciam fascinados por quererem ser vistos como o “número um”. Nos nossos dias tal não se verifica! Este tipo de mentalidade levou à construção de um pensamento medíocre na gestão empresarial, construíram-se organizações rígidas e burocráticas, despegadas de novas ideias. Criou-se uma mentalidade meio de euros, não trará qualquer benefí- tantas de que são feitas as campanhas eleicio à economia do País. Dir-se-á que tais torais. Eleito, logo se esqueceu ou, então, investimentos vão criar trabalho e, por a pressa com que se foi embora não o deiisso, emprego, numa altura em que o res- xou sequer iniciar tal política. E estamos pectivo mercado está muito deprimido. hoje com a mesma errada escala de prioUma falácia. Como, aliás, o Doutor Mi- ridades de sempre. É caso para perguntar que podemos fazer para que guel Cadilhe repetidamente os governantes não usem o aponta, sem que pareça haEstamos hoje voto que lhes entregamos ver muita gente a ouvi-lo. O mesmo montante de dinheicontra nós. Se calhar, estacom a mesma ro investido em projectos mos condenados a não pomais trabalho-intensivos e der fazer nada. Mas é muito errada escala mais rapidamente reprodifícil aceitar estar condenade prioridades do a algo injusto sem sequer dutores criará muito mais emprego do que projectos lutar pela absolvição. Talvez de sempre faraónicos como os do Novo pudéssemos encontrar alguAeroporto de Lisboa ou do ma inspiração na luta que os TGV. Ademais, dado o TGV ser hoje professores do meu país levaram a cabo um projecto praticamente não financia- com tão evidente sucesso. Obrigaram o do pela União Europeia, ser o referido Governo a recuar. Um bom exemplo, no investimento um presente envenenado qual deveríamos reflectir mais. Afinal, em para várias gerações de portugueses que, democracia há mais hipóteses de influencom mais ou menos engenharia financei- ciar o modo de governar sem ser o voto. ra, o vão ter de pagá-lo. E já que falamos de exemplos vindos da Com aquele dinheiro podem construir- estranja, talvez seja bom recordarmos o se mil escolas básicas e secundárias de exemplo suíço, onde os referendos são freprimeiríssimo mundo, que substituam as quentes. Por exemplo, não se fizeram automais de cinco mil obsoletas e subdimen- estradas na Suíça sem primeiro perguntar sionadas existentes, mais mil creches ine- aos cidadãos se as queriam ou não. xistentes, mais mil centros de dia para os É imperioso que o recurso ao referendo nossos idosos. Ainda sobrariam cerca de seja cada vez mais frequente em Portugal. 3,5 mil milhões de euros para aplicar em Particularmente, quando está em causa remuitas outras carências, como projectos alizar projectos que fazem apelo a grandes retintamente nacionais ou como como a recursos financeiros. Os quais, recursos urgente reabilitação de toda a degradada financeiros, são, como se sabe, de todos rede viária secundária. nós. *** *** Pode ser que quem escreveu este texto esteja enganado. Como pode ser que não. Tem um bom aliado na justeza da sua análise. Durão Barroso, hoje Presidente da Comissão Europeia e antigo Primeiro-Ministro de Portugal. Na campanha que o conduziu ao Poder nacional, Durão afirmou a dado momento: “Comigo, não haverá projectos faraónicos enquanto houver crianças, velhos e doentes sem a adequada protecção”. Uma ilusão, como “Post-scriptum”: Agradeceria muito ao Senhor Ministro das Finanças se ele me informasse se o indivíduo que ganhou UM MILHÃO DE EUROS nossos no nebuloso negócio do edifício dos CTT de Coimbra pagou IRS sobre essa verba ou não. E ainda mais agradeceria se ele, de acordo com os seus elevados princípios de justiça a que nos habituou, colocasse o nome do referido senhor na lista de devedores ao Fisco publicada na Internet. Trabalhe “com os outros” em vez de “competir contra os outros”… onde se acredita que poucas coisas novas funcionam, que os outros podem roubar o seu conceito e, sobretudo, não ajuda os seus parceiros de negócio e trabalhadores a terem sucesso. Actualmente, o consumidor está “farto” de ser “igual” aos outros. Ao marketing global contrapõe-se uma economia global. E, doravante, triunfará o marketing de nicho. Estamos na era do conhecimento e da especificidade. O consumidor vê o seu ego ferido quando se depara com exérci- O consumidor quer pertencer a uma elite, quer que compreenda os seus problemas e ambições e que “desenhe” uma oferta só para ele tos que consomem o mesmo que ele. O consumidor quer pertencer a uma elite, quer que compreenda os seus problemas e ambições e que “desenhe” uma oferta só para ele. Esse tipo de atitude fá-lo-á sentir-se único e expande o seu ego. Do ponto de vista da sua empresa, este tipo de actuação estratégica, permite-lhe fidelizar clientes e defender as suas margens de lucro. O desafio empresarial dos nossos dias passa por estabelecer parcerias e alianças estratégicas potenciadoras de sinergias que lhe permitam atingir os seus objectivos. Se olhar para os mercados (e também para o seu mercado), verá que há uma imensidão de clientes que não estão satisfeitos com o seu “status quo”, querem lutar por obter a excelência, mas que só se deparam com ofertas “normais”. Este tipo de estratégia requer que conheça o “íntimo” da sua empresa, dos seus colaboradores e dos seus parceiros de negócio, que não se intimide com os seus concorrentes que possuem outras forças Se olhar para os mercados (e também para o seu mercado), verá que há uma imensidão de clientes que não estão satisfeitos com o seu “status quo”, querem lutar para obter a excelência, mas só se deparam com ofertas “normais”. que não as suas, e que redescubra os seus talentos, crie relações sinérgicas, valorize as diferenças e procure trabalhar de uma forma mais estreita com os outros. Faça com que, na sua empresa, um mais um seja realmente igual a três ou mais. opinião sexta-feira, 18 Abril de 2008 9 Notas sobre contratos públicos Pedido de informação prévia sobre a viabilidade de operações urbanísticas O Novo Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (Lei nº 60/2007 que procedeu à sexta alteração ao Decreto Lei nº 555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 177/2001, de 4 de Junho), em vigor desde o passado dia 4 de Março, prevê, tal como anteriormente, a possibilidade dos particulares, efectuarem um Pedido de Informação Prévia (PIP) sobre a viabilidade de determinada operação urbanística. A importância de tal figura radica na possibilidade dos particulares de tomarem conhecimento dos condicionamentos legais e regulamentares a que estarão vinculados (infra-estruturas, servidões administrativas, restrições de utilidade pública, índices urbanísticos, cérceas, afastamentos, etc) num eventual pedido de licenciamento ou na apresentação de comunicação prévia e, também, nas vantagens económicas que daí decorrem. Especificamente no que toca à informação prévia, esta suscita duas questões distintas: por um lado, a da legitimidade para apresentar o pedido e, por outro, a dos efeitos da informação prévia prestada. No que diz respeito à legitimidade, mantém-se a possibilidade do pedido poder ser apresentado por qualquer interessado, mesmo que este não seja pro- prietário do prédio (como, por exemplo, tário e demais titulares de direitos reais um interessado em comprar certo terre- sobre o prédio, a ser efectuada pela Câno para realizar determinada constru- mara Municipal. ção). A Câmara delibera sobre tais pedidos Nestas circunstâncias, “o pedido de no prazo de 20 dias, ou seja, quando se informação prévia inclui a identifica- trate de pedido de informação prévia soção daquele, bem como dos titulares bre determinada operação urbanística ou de qualquer outro direito real sobre o conjunto de operações urbanísticas direcprédio, através de certidão emitida pela tamente relacionadas. Tal prazo é alargaconservatória do registo predial” ( art. do para 30 dias quando esteja em causa 14º, nº 3 ). pedido de informação De acordo com tal prévia sobre operação disposição legal, ao de loteamento, em O requerente tem contrário do estabeleárea não abrangida por cido ainda nos regimes plano de pormenor, ou de apresentar o anteriores (Regime obra de construção, jurídico do Licenciaampliação ou alteração respectivo pedido de mento de Obras Partiem área não abrangida culares — Decreto-Lei licenciamento no prazo pormenor ou operação nº 448/91, de 29 de loteamento. de um ano a contar da deOs Novembro, e Regime prazos indicados Jurídico do Licenciapara a referida deliberadata da notificação mento Municipal de ção contam-se a partir Operações de loteade três datas distintas, mento e de Obras de consoante a situação Urbanização — Decreto-Lei nº 445/91, de concreta: da data da recepção do pedido 20 de Novembro) ao Regime Jurídico da ou da entrega dos elementos de aperfeiçoUrbanização e da Edificação, actualmente amento do pedido do particular, nos casos os requerentes que não têm legitimidade em que tal se verifique e que seja proferido para formular o pedido de licenciamento despacho de aperfeiçoamento pelo Presiou autorização podem apresentar o pedi- dente da Câmara Municipal; da data da do de informação prévia. recepção do último dos pareceres, autorizaEsta solução implica a notificação da ções ou aprovações emitidos pelas entidaabertura do procedimento ao proprie- des exteriores ao município, sempre que se ana medeiros Advogada verifique a consulta a tais entidades e, por fim, da data do termo do prazo para entrega dos pareceres, autorizações ou aprovações supra indicados, quando as entidades consultadas não se pronunciem. Em relação aos efeitos da informação prévia, cumpre referir que, quando esta é favorável, torna-se constitutiva de direitos e tem conteúdo de natureza vinculativa para um futuro pedido de licenciamento ou apresentação de comunicação prévia da operação urbanística a que respeita. Contudo, importa não esquecer que a Câmara só está vinculada ao respeito pelo conteúdo dessa informação por um certo período de tempo, ou seja, o requerente tem de apresentar o respectivo pedido de licenciamento no prazo de um ano a contar da data da notificação daquela informação. Contudo, decorrido esse prazo, o particular pode sempre requerer ao Presidente da Câmara a “declaração de que se mantêm os pressupostos de facto e de direito que levaram à anterior decisão favorável”, devendo ser proferida a respectiva decisão no prazo de 20 dias. Se a decisão for favorável ou não existir resposta no prazo legal, corre novamente o prazo de um ano para a apresentação de pedido de licenciamento ou da comunicação prévia com a aproveitamento dos efeitos da informação prévia prestada. [email protected] Gabinete de Advogados António Vilar e Associados O “cluster” da saúde S etenta instituições de natureza pública e privada formalizaram na passada sexta-feira a criação do primeiro pólo de competitividade e tecnologia nacional: o HCP Health Cluster Portugal. O projecto agrega entidades da mais diversa natureza, de empresas a hospitais, de universidades a institutos de investigação, englobando algumas das instituições de referência da área da saúde no nosso País. Ao nível dos centros de investigação, este projecto abarca, entre outras, entidades como a Fundação Champalimaud, o IPATIMUP - Instituto Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, o IMM – Instituto de Medicina Molecular de Lisboa ou o Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra, mas também o INL - Instituto Ibérico de Nanotecnologias, o INESC – Instituto de Engenharia e Sistemas de Computadores (Porto), o CITEVE – Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário ou o Instituto Gulbenkian da Ciência, que atestam da transversalidade científica desta área de “negócio”. Junte-lhes o Avepark (Guimarães) e o Biocant - Centro de Inovação em Biotecnologia (se- diado em Cantanhede), as Universidades do Porto, Minho, Coimbra, Lisboa e Católica, os principais protagonistas da indústria farmacêutica nacional, vários fornecedores de dispositivos médicos e prestadores de serviços associados e algumas das principais unidades de saúde públicas e privadas para se perceber o compromisso que o “sector” devotou a este projecto. A liderança formal pertence ao presidente da farmacêutica Bial, Luís Portela, ficando a ex-Ministra da Saúde e actual responsável da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, com a presidência do Conselho Fiscal. Apesar de agregar entidades predominantemente privadas, de o Ministro da Economia, Manuel Pinho, se ter manifestado “surpreendido pelo dinamismo da sociedade civil no projecto do HCP” e de ter a CCDRN – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte como único representante formal do Estado, não se devem desvalorizar os méritos públicos nesta importante iniciativa estratégica para o desenvolvimento do nosso País e para a diversificação da nossa base empresarial. Em verdade, temos pelo me- Ricardo Rio [email protected] http://econominho.blogspot. com “Basta que as entidades públicas assumam o seu papel de facilitadoras para que algo de bom possa surgir” nos que recuar até 2006, altura em que foram publicados os primeiros esboços do Norte 2015 – o estudo de posicionamento estratégico prospectivo que a CCDRN promoveu como documento norteador do novo Quadro Comunitário — para identificar as primeiras referências estruturadas à emergência de um “cluster” ligado à “Saúde, Dispositivos Médicos e Farmacêutica” no Norte do País. Não terá sido, pois, por acaso que a própria formalização do Health Cluster Portugal tenha tido lugar nas instalações da CCDRN, pese embora a manifesta abrangência nacional das entidades envolvidas. Como seria expectável e desejável, as prioridades elencadas no Norte 2015 foram repercutidas nas opções estratégicas insertas no Programa Operacional da Região Norte, no Eixo 1 –Competitividade, inovação e Conhecimento, tendo como objectivo o “Apoio à criação e consolidação de “clusters” emergentes e de empresas de base tecnológica em sectores que promovam o interface com as competências e capacidades regionais em ciência e tecnologia”, o que é convergente com as políticas de apoio às estratégias de Eficiência Colectiva que a Agenda para a Competitividade também consagra. Através deste tipo de iniciativas, pretende-se promover uma maior interligação entre a produção do conhecimento científico, a investigação aplicada e o posicionamento comercial dos produtos e serviços que possam vir a ser patenteados, a nível internacional, em áreas de elevado valor acrescentado. A inovação é a palavra de ordem, para o que se pretende aproveitar o reconhecimento do trabalho produzido no meio académico envolvido, a experiência de sucesso de instituições como a Bial e o potencial que pode resultar de uma lógica de efectiva cooperação entre toda esta gama de instituições. Esta associação assumiu como áreas prioritárias iniciais os domínios do bem-estar e envelhecimento, das doenças neurodegenerativas, dos vários tipos de cancros e doenças cardiovasculares e a telemedicina. Como seria de esperar, os projectos que venham a ser apresentados merecerão uma especial majoração nas diversas candidaturas que podem vir a formular aos Programas Operacionais referidos do Quadro de Referência Estratégica Nacional, exigindo-se ainda um substancial esforço da parte dos promotores. É que, como tantas vezes acontece, basta que as entidades públicas assumam o seu papel de facilitadoras para que algo de bom possa surgir da dita sociedade civil. 10 internacional Indústria europeia começa a dar sinais de preocupação A Europa não vai escapar aos efeitos mais negativos da crise do crédito. E o impacto poderá começar a fazer-se sentir em cerca de seis meses, avisam as principais organizações industriais. Até agora as perspectivas eram mais optimistas na Europa do que nos Estados Unidos. A economia real acabará mesmo por ser afectada, por via da crise no crédito, das taxas de juro, dos aumentos das matérias-primas e as exigências salariais. Muitos industriais consideram mesmo que se vive um dos contextos de negócios mais complicados dos últimos anos. No entanto, também há quem mantenha algum optimismo, resultante do desempenho dos mercados emergentes. Estes poderão ser uma espécie de “tábua de salvação”. O que acontece é que os preços das matériasprimas e os custos dos salários podem ser profundamente afectados pela crise financeira. Daí as principais economias estarem a fazer um esforço de concertação de estratégias. Se o problema acaba por ser global, então as medidas a adoptar também terão que ser de todas as partes envolvidas. Banca mundial despede milhares A crise do sector financeiro está a provocar milhares de despedimentos entre os bancos. As entidades financeiras mais abaladas pelos problemas, nos Estados Unidos, já eliminaram mais de 34 mil postos de trabalho. Na Europa os reflexos também se fazem sentir. Em poucos dias, o Deutsche Bank depediu 150 empregados. O grande problema é que algumas das principais entidades financeiras mundiais preparam despedimentos ainda mais elevados. Por exemplo, o Citigroup, até há pouco tempo o maior banco do mundo, pretende despedir perto de 10% da sua unidade de negócios de valores. Com a agravante que os bancos europeus e norte-americanos tendem a ser acompanhados pelos seus congéneres japoneses. Os resultados do sector financeiro nipónico estão a suscitar muitas preocupações. Ainda que no Japão os despedimentos representem um dos últimos recursos, tal possibilidade não é colocada de parte. Alguns bancos receiam descidas nos lucros superiores a 30%, um valor excessivo e que terá graves consequências no futuro. sexta-feira, 18 Abril de 2008 Itália e Espanha são os países mais afectados pela crise Breves China passa a segunda potência mundial alimentos e energia são o problema mais grave para a economia (%) Reino Unido Preços alimentos e energia 40 Impostos 25 12 Custos habitação Desemprego 4 Taxas cambiais 4 Falta de poder de compra 2 França Itália Espanha Alemanha EUA 42 4 6 7 6 23 25 4 9 4 43 1 11 10 3 37 22 1 12 4 46 8 4 9 19 28 32 26 17 3 Fonte: FT Os italianos e os espanhóis são aqueles que estão a sentir mais a crise do crédito nos grandes países ocidentais. No entanto, também são os cidadãos que têm mais confiança nos seus governos para fazer face aos problemas, revela um estudo do “Financial Times”. Enquanto que a maioria dos europeus garante que ainda não sente o impacto da crise, muitos espanhóis e italianos consideram que os tempos estão mais difíceis. A boa notícia é que os cidadãos daqueles dois países têm confiança nas capacidades dosseus políticos. Em contrapartida, o Reino unido parece ter perdido a quase total confiança no seu actual primeiroministro. Gordon Brown é visto como inadequado para dirigir o país pela maioria dos britânicos. O estudo revela que 68% dos britânicos não têm confiança na capacidade do Governo para fazer face à crise. Esse valor cai para 52% na Alemanha, para 51% nos Estados Unidos, para 50% em França, para 43% na Itália e 36% em Espanha. Por sua vez, os britânicos e os italianos colocam os impostos excessivos como o principal problema das suas economias. Na maior parte dos países, o aumento dos preços dos alimentos e da energia é visto como o principal problema económico. A crise do crédito tem registado efeitos variáveis nas principais economias, com perto de metade dos alemães a referir que ainda não teve impacto nas suas vidas diárias. Cerca de 44% dos britânicos e 35% dos franceses referiram o mesmo. De notar que a maioria dos inquiridos está de acordo em que os governos ou os bancos centrais devem ajudar os bancos com problemas. FMI diz que governos devem recorrer a fundos públicos O Fundo Monetário Internacional ceiro, o que inclui a utilização de fundos (FMI) considera que os problemas do públicos nos casos em que são colocadas sector financeiro se agravaram considera- em risco as estabilidades financeira e velmente. Acentuaram-se os riscos sobre macroeconómica. Resta saber quando e o crescimento mundial e como deverão ser utilizaas perdas provocadas pela dos esses fundos públicos. crise do “subprime” contiApesar das intervenções FMI de um nuam a crescer. A instituipor parte dos principais pacote de ção acha que os governos bancos centrais, a realidainiciativas para devem ter um papel mais de é que os mercados fiinterventivo. nanceiros continuam sob fazer face, no O organismo apela aos fortes tensões. Agora aincurto prazo, estados que se preparem da mais agravadas por um ao turbilhão para ajudar as entidades contexto macroeconómimais atingidas pela crise. co mais preocupante. Para financeiro Isto para evitar que os daalém de que as instituições nos sejam muito maiores, financeiras estão menos como a possibilidade de uma crise sisté- capitalizadas e está-se numa fase de dimica no sector e/ou maiores danos sobre minuição generalizada do crédito. Parece as economias. Ou seja, o FMI insta à cria- que se está perante uma crise que não se ção de um pacote de iniciativas para fazer soluciona, por si só, através da correcção face, no curto prazo, ao turbilhão finan- do mercado. O Banco Mundial colocou a China como segunda potência mundial, em termos de poder de compra, um cálculo que valoriza as taxas cambiais. Este tipo de cálculo favorece mercados como o chinês, já que mantêm artificialmente o valor das suas moedas. Por isso é que aparecem na tabela dos dez mais países emergentes como o Brasil, a Índia e a Rússia. A Espanha, em contrapartida, desaparece do ranking. Independentemente do método realizado, a realidade é que o sistema adoptado pelo Banco Mundial antecipa uma simulação bastante fidedigna do que se passará no futuro. Um cenário que reserva já cinco dos 12 primeiros lugares a mercados emergentes e que reflecte o potencial destes países. Um outro aspecto interessante é que se regista uma perda de peso gradual das economias industrializadas no PIB global. As nações em desenvolvimento já representam cerca de 41% do valor total. Todas as regiões emergentes ganharam importância, com excepção da América Latina. Daqui se pode concluir que a riqueza está a aumentar, por um lado, sendo que na base desse mesmo crescimento estão, sobretudo, os países emergentes. É a economia mundial que dá indicações de fortes mudanças. Investidores recorrem cada vez mais às matérias-primas As matérias-primas servem cada vez mais de refúgio aos investidores receosos das incertezas bolsistas. O arroz também entrou nos activos em forte alta, com preços a rondarem os 22 dólares (por cada 43,5 kg) no mercado. Em apenas um ano, o preço do arroz duplicou. Vários factores estarão na base desta situação nos preços das matérias-primas, para além da desvalorização do dólar. Mais importante será o crescimento das economias menos desenvolvidas, a um ritmo superior a que pode absorver a oferta. E tudo indica que, na área alimentar, esta tendência vai durar vários anos. Ou seja, não parece descabido afirmar que as carteiras de investimento a longo prazo devem deter uma certa parte em matériasprimas, dependendo do perfil de risco do investidor. Não há, entretanto, razões para pensar que os preços das matérias-primas vão baixar no curto prazo, isto porque é cada vez mais cara a sua produção. A realidade é que as explorações com menores custos estão em plena capacidade, neste momento. Quanto aos alimentos, coloca o problema da inflação. Por isso, os governos deverão estar particularmente atentos a este fenómeno. Baixo custo chega aos computadores portáteis O que começou por ser um projecto de carácter humanitário, o desenvolvimento de computadores portáteis para escolas dos países em vias de desenvolvimento, encontrou agora um novo e promissor nicho de mercado no mundo desenvolvido. Os fabricantes de PC notaram que o novo formato de baixo consumo e preço tem espaço garantido nos mercados desenvolvidos. O Asus EEE é um bom exemplo disso mesmo. O seu lançamentos nos Estados Unidos resultou em cerca de 800 mil unidades vendidas. O forte desenvolvimento da tecnologia destes aparelhos possibilitou comercializar um portátil ligeiro, por apenas 300 euros, contra os habituais dois mil euros. A realidade é que se conseguiu um bom rendimento dos programas que são normalmente utilizados pelo utilizador tradicional. O baixo consumo possibilitou ainda incluir baterias de menores dimensão e peso, com uma duração média de três horas. Um outro aspecto interessante que faz pensar que o sucesso está garantido é que são aparelhos em que se adequam a vários tipos de públicos, desde utilizadores de poucos conhecimentos até quase profissionais, desde individuais até empresas. A evolução está a ser rápida, pelo que há mercado certo para os novos equipamentos. PUB Rodapé 257x6 mm Espaço dedicado às Pequenas e Médias Empresas de Portugal BARÓMETRO PME* Todas as semanas, exprima a sua opinião no Portal das PME 18 de Abril de 2008 | Suplemento Nº131 Resultados da Semana de 03 a 09 de Abril de 2008: O anúncio do Governo da redução do IVA para 20%, a partir de 1 de Julho, trará benefícios para as empresas? Sim – 40% Não – 55% Talvez – 15% Tema em auscultação até 16 de Abril de 2008: Embora as previsões do FMI apontem para um abrandamento económico português em 2008 (com a economia a crescer apenas 1,3%, abaixo dos 1,9% de 2007), o Governo português não vê razões para rever as suas previsões para o crescimento da economia nacional. Concorda com esta opção do Governo? Participe. Dê o seu contributo em: www.pmeportugal.pt *Através deste barómetro pretende-se auscultar e conhecer a opinião e hábitos dos utilizadores on-line do Portal das PME, relativamente a temas da actualidade económica. 12 PME sexta-feira, 18 Abril de 2008 Viseu inaugura Palácio do Gelo Shopping J á está aberto o novo shopping da Península Ibérica. O Palácio do Gelo, em Viseu, é um projecto do Grupo Visabeira e assume-se como um espaço inovador, onde se juntam comércio, desporto e lazer. O shopping representou um investimento global de 120 milhões de euros e vai criar mais de 3200 postos de trabalho. São 175 mil m2, distribuídos por cinco pisos e um total de 164 lojas, com introdução de novas marcas do mercado nacional e as habituais marcas de prestígio, e diversas áreas de lazer, com conceitos inovadores. Segundo um comunicado enviado pela empresa, o novo empreendimento conta com “amplos espaços de circulação, zonas de estar de elevado conforto, forte impacto visual interior e exterior, novos conceitos de entretenimento para toda a família e em especial para as crianças, pista de gelo, acesso gratuito à internet wireless para os visitantes bem como outras inúmeras valências que por certo cativarão muitos clientes ao longo do país e das cidades espanholas limítrofes”. Situado no centro do país, o shopping pretende contribuir para o desenvolvimento da região e atrair os habitantes que residam junto à fronteira e em Espanha. O Palácio do Gelo tem “uma área de influência de 500 mil pessoas a 40 minutos de automóvel”, refere o comunicado. O espaço alberga ainda o maior hipermercado da região e um inédito bar, onde as paredes, a decoração, os bancos e os copos são de gelo. Para além de uma área de 9000 m2 de terraços com vista para as Serras da Estrela e do Caramulo, o novo centro comercial integra um centro de inovação e desenvolvimento do Grupo Visabeira com cerca de 12 000 m2, para além de uma área de habitação que se está a desenvolver na zona envolvente. Consultório de Fundos Comunitários POUSADA DA JUVENTUDE EM COIMBRA Somos duas mulheres com formação superior (cursos de gestão hoteleira e de marketing turístico) e pretendemos formar uma empresa cujo objecto social será a criação e exploração de uma pousada da juventude privada. Para isso pretendemos remodelar um edifício propriedade da família e equipá-lo devidamente, onde pensamos gastar 500.000 G (obras de remodelação – 300.000 G; equipamentos hoteleiros – 200.000 G). Teremos acesso aos fundos comunitários? Que apoios poderemos usufruir? RESPOSTA A actividade turística (CAE rev. 2- 55....) enquadra-se no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). A cidade de Coimbra insere-se na NUT II Centro, que é uma região pertencente ao Objectivo 1 do FEDER, isto é, tem um rendimento “per capita” inferior a 75% do rendimento médio por habitante da União Europeia, logo não apresenta quaisquer restrições quanto às despesas elegíveis e taxas de apoio. Dentro do QREN, o sistema de incentivos aplicável é o SI Inovação. Ao contrário de todos os outros sectores de actividade, os projectos do sector do turismo, em casos devidamente justificados, podem incluir, como despesas elegíveis, a construção de edifícios, obras de remodelação e outras construções, desde que directamente relacionadas com o exercício das actividades. Assim, todas as despesas de investimento são despesas elegíveis. Parece-nos um projecto inovador, dotado de recursos qualificados e inserido num sector com fortes dinâmicas de crescimento, que complementa, a jusante, a mobilidade “low cost”. Para além de todas as condições gerais e específicas de elegibilidade do promotor e do projecto que têm de ser cumpridas, destacamos a necessidade de todos os projectos de arquitectura, memórias descritivas e licenças encontrarem-se previamente aprovados. Quanto aos apoios, no caso de aprovação do projecto, prevê-se um incentivo reembolsável, sem pagamento de juros ou outros encargos, com um prazo de financiamento máximo de 10 anos e um período de carência de capital até 3 anos. As amortizações são efectuadas em prestações semestrais, iguais e sucessivas. A taxa base máxima é de 35%, a qual poderá ser acrescida de uma majoração de 20 p. p. a atribuir a pequenas empresas. Igualmente, poderá ser atribuída uma majoração de 10 p. p. referente ao empreendedorismo feminino, mediante parecer positivo da Comissão de Cidadania e da Igualdade de Género. Assim, estima-se um subsídio reembolsável de 65% do investimento elegível, ou seja 325.000 G. “À posteriori” este subsídio reembolsável poderá ser convertido em não reembolsável, dentro de certos limites e em certas condições, isto é, em função da avaliação do desempenho do projecto, até ao montante máximo de 75% do incentivo reembolsável, desde que não supere 40% das despesas elegíveis, em ESB. Colaboração: PUB www.sibec.pt [email protected] Tel.: 228348500 Gaia lança clube de investidores para promover actividade empresarial A Câmara de Gaia apresentou recen- mentos”, admitiu o ex-ministro dos Negótemente, através da empresa muni- cios Estrangeiros, sustentando a necessidade cipal Amigaia (Agência Municipal de “defender a excelência como valor para a de Investimento de Vila Nova de Gaia), o dinamização do investimento em Gaia”. Amigaia Investors Club, um conjunto de Temos como missão “aumentar a compeserviços de apoio à actividade empresarial. titividade e a notoriedade do tecido empreO Amigaia Investors Club é uma “alian- sarial e a internacionalização da actividade ça entre empresários e o município” que empresarial do concelho de Gaia”, referiu pretende afirmar-se como factor de dina- ainda Martins da Cruz. mização e internacionalização da actividade A principal aposta desta nova associação empresarial do concelho. Esta é uma “nova passará assim pela internacionalização, diperspectiva de fazer política com espírito namismo, desenvolvimento, investimento, positivo”, salientou o vicesucesso, sustentabilidade e presidente da autarquia, inovação, palavras proferiMarco António Costa. das bastantes vezes durante O Amigaia Este é “um novo d2esaa sessão. fio na luta contra a inércia”, O Amigaia Investors Investors afirmou por sua vez o emClub arranca com 15 sóClub arranca baixador António Martins cios fundadores, nomeadada Cruz, presidente do mente a construtora Motacom 15 sócios Conselho de AdministraEngil, o El Corte Inglês, o fundadores ção da Amigaia. Grupo Luís Simões, a Nel“Queremos dar um son Quintas Imobiliária e exemplo da nossa vontade The Fladgate Partnership, de mudar as coisas, de acreditar que é pos- entre outros. sível mudar a realidade”, afirmou o autarca Este clube de investidores, surgido da Marco António Costa, numa alusão a esta necessidade de promover um contexto fa“aliança entre empresários e o município”. vorável à competitividade empresarial, tem Adicionalmente, este clube de inves- como principais destinatários empresas e tidores, lançado pela Amigaia, pretende organismos que possuam capacidade recoresponder ao “estrangulamento sem prece- nhecida para promover o desenvolvimento dentes” dos processos de investimento na da actividade económica no concelho de burocracia estatal. Nesse sentido, Marco Gaia. António Costa lamentou ainda a existência Os sócios, entre outras vantagens, tede “funcionários sem rosto que atrasam o rão acesso a uma bolsa de oportunidades desenvolvimento de Portugal”. de investimento no concelho, à particiPor sua vez, Martins da Cruz salientou pação em missões empresariais e terão que o clube de investidores apresentado é apoio personalizado na captação de in“um novo desafio na luta contra a inércia. vestimentos. Não é habitual um município criar infra-estruturas com o objectivo de captar investiFernanda Silva Teixeira PME sexta-feira, 18 Abril de 2008 13 Carlos Oliveira, presidente da Leadership, considera “Há uma co-relação muito forte entre as empresas mais avançadas e o consumo de consultoria” “Há empresas que compram software em vez de comprar soluções de negócio” – afirma Carlos Oliveira. Em entrevista à “Vida Económica”, o presidente da Leadership considera que as empresas nem sempre integram a despesa elevada que fazem em tecnologia com uma visão prévia da reestruturação dos seus processos. “Muitas vezes automatizam processos que deviam ser alterados” - refere. Depois de ter sido deputado pelo círculo da emigração no início da carreira, Carlos Oliveira deixou a política e enveredou pela consultoria, sem deixar de pensar fora das fronteiras. A actividade da Leadership desenvolvida fora de Portugal já representa 52% do total. Vida Económica – Que objectivos estiveram na base do arranque da Leadership? Carlos Oliveira – A Leadership surgiu com o objectivo de formar uma empresa de referência na consultoria de gestão. Penso que este é um dos grandes traços distintivos. Há vários modelos de negócios na prestação de serviços de consultoria. Muitas vezes está associada ou a grandes empresas internacionais que já têm uma rede de clientes grande e funcionam numa lógica multinacional ou em empresas locais que têm uma lógica de maximização do rendimento accionista. A empresa é um brand comercial para a prestação de serviços muito individuais, em redor de um professor universitário ou de um perito numa certa área. Toda a empresa está montada e estruturada para apoiar na prestação desses serviços muito especializados e para a maximização do valor accionista no final desse mesmo ano. Geralmente são empresas que terminam quando essas pessoas deixam de estar activas no mercado. Portanto, há um grande hiato entre a oferta multinacional que é massificada e depois as ofertas mais costumizadas locais, que são também empresas que geralmente têm dificuldade em serem consultores de negócio, isto é, de irem às empresas e ouvirem os problemas dos clientes. A Leadership foi criada para ser uma empresa de prestação de serviços no topo do mercado em termos de qualidade, não é focada só no topo dos clientes. Combinamos uma qualidade internacional com a flexibilidade e a costumização que as empresas mais pequenas conseguem oferecer, e é esse posicionamento de tentar oferecer o melhor destes dois mundos que tem feito com que a nossa empresa tenha crescido 50% ao ano. VE – Em que áreas é que dispõem de soluções? CO – Em todos os sectores económicos. Trabalhamos a estratégia na organização, nas operações, nas tecnologias de negócio que é a área cinzenta entre consultoria de alta direcção, e tecnologias de informação. Apoiamos também a implementação. Fazemos alguma formação e ‘coaching’. Em termos de facturação, ficámos muito acima dos nossos objectivos o ano passado. Começámos um processo de internacionalização há dois anos atrás, para Angola, Cabo Verde e Espanha, e os nossos resultados já espelham este esforço de internacionalização. A maior parte da nossa facturação (52%) é internacional, o que, para nós, é muito importante em termos da credibilidade do nosso modelo. VE – Essa vertente internacional envolve empresas portuguesas? CO – Pouco. Trabalhamos com PME espanholas, assim como grupos empresariais, administração pública e multinacionais. Num mercado tão competitivo como o espanhol, o que leva estas empresas a contratar a Leadership? Não conhecemos estas pessoas. É uma abordagem pura de mercado. Para nós, é muito importante crescermos pelo nosso próprio valor. Em Angola, é a mesma coisa. Uma coisa é vender produtos para Angola, outra coisa é ter lá escritório, o que tem um grande impacto na organização da empresa em Portugal. Angola é um mercado muito competitivo e exigente. É um mercado onde encontra- “A maior parte da nossa facturação (52%) é internacional, o que para nós é muito importante em termos da credibilidade do nosso modelo” – diz Carlos Oliveira. mos espanhóis, sul-africanos, brasileiros, indianos, e, no nosso caso, grandes empresas de consultoria. Começamos agora uma nova fase de internacionalização que engloba a África do Sul e os EUA. Uma vez que crescemos 67% em volume de negócios, tínhamos de dar atenção a esse crescimento VE – Em Portugal, também já têm clientes na administração pública? CO – Em Portugal, mais de 40% do nosso negócio é administração pública. Dos 15 ministérios, trabalhamos com 11. Além da Administração Central trabalhamos também com autarquias. VE: Quais são os factores determinantes na consultoria? CO - Muitas vezes, a diferença não está na técnica, mas na alma da empresa. Hoje em dia, quem gasta dinheiro com consultoria não quer ficar só com os Powerpoints. Quer que se faça alguma transformação dentro da empresa. Para as pequenas e médias empresas é importantíssimo, porque elas não têm capacidade financeira para pagar por uma ideia. Normalmente não têm recursos para implementar a ideia. Esta orientação para a inovação tem muito de criatividade. Muito do que nós fazemos com as empresas é estudar o seu DNA estratégico e a partir daí tentar formular uma aposta competitiva e soluções operacionais diferentes. Aí também temos uma grande taxa de sucesso porque o que nós estamos a fazer na empresa é único. Temos, aqui, um conceito único para a empresa, não há franchising. Em Espanha, funciona nos mesmos moldes até em termos de certificação de qualidade. As decisões aqui na empresa são muito partilhadas com a gestão do topo. Na qualidade e no preço, somos uma das melhores ofertas do mercado. Nos concursos onde estamos com outras empresas, estamos sempre no topo. Estamos muito orientados para o cliente e isso faz uma grande diferença. VE – Considera que as PME devem consumir mais consultoria? CO - Acho que sim. É aquela história do sapo que está em água quente, esta vai aquecendo lentamente e ele não nota a diferença. É o que acontece nas empresas. É preciso alguém que avise das mudanças e apresente soluções que já tiveram sucesso noutras empresas. Claramente que inovação, competitividade e internacionalização, tudo isso precisa de apoios. Quanto mais apoio as empresas tiverem, mais sucesso elas vão ter. Aliás há uma co-relação muito forte entre as empresas mais avançadas e o consumo de consultoria. Até os líderes que mais se destacam têm mais “coach”. Penso que os desafios competitivos que existem na economia portuguesa são grandes e as empresas precisam de alguma ajuda. Às vezes chegamos tarde às empresas. Vemos empresas familiares que não se adaptaram, não se profissionalizaram, não separaram a parte accionista da parte da gestão, não instituíram um modelo de meritocracia transversal a toda a empresa. Há casos de empresas que estão a perder quota de mercado, não se reposicionaram, não alteraram o seu posicionamento na cadeia de valor. Empresas que são muito boas tecnicamente mas não têm as competências de gestão para fazer uma análise competitiva e ver onde têm de se posicionar para aumentar o retorno do esforço que a empresa faz no mercado. Muitas vezes, estas empresas estão com uma grande abrangência, em vez de se posicionarem numa das partes do mercado. Estão também mais sujeitas a processos que resultam da globalização, que é uma empresa grande chega com novas ferramentas e com uma estrutura de custos leve porque é mundial. Uma empresa internacional entra em Portugal a competir com armas completamente diferentes. Estas empresas precisam de ter uma visão prospectiva dos próximos cinco, seis anos porque é essa visão e não só o esforço e a qualidade do seu trabalho, que conta. Se eu estou a trabalhar muito bem mas na direcção errada, eu tenho de me reposicionar e a qualidade para o futuro é muito importante. VE – Quais são os maiores obstáculos à expansão das empresas na actual envolvente? CO – Uma das evoluções da economia, que já se nota há alguns anos mas que vai acelerar, é uma maior incorporação da tecnologia nos seus processos, maior automatismo para ganhar produtividade. Há empresas que não sabem fazer isso. Compram software em vez de comprar soluções de negócio, não integram a despesa elevada que fazem em tecnologia com uma visão prévia da reestruturação dos seus processos. Muitas vezes automatizam processos que deviam ser alterados. A incorporação tecnológica é fundamental para as empresas vencerem. Uma segunda vertente é trabalho em parceria. Os negócios estão com uma cadeia de valor cada vez mais desagregada, onde não se faz tudo dentro da empresa. Há cada vez mais interdependência entre fornecedores, por isso é preciso desenvolver competências para trabalhar nestes ecossistemas mais complexos. A nossa característica mais individualista como pessoas, às vezes, é um impedimento a trabalharmos mais em equipa e em parceria mm dentro de empresas. Somos pequenas empresas, por isso juntos temos uma capacidade de oferecer um melhor trabalho do que isolados. Isso vê-se nalguns dos esforços de internacionalização que as empresas têm de fazer. Se não se associarem, mesmo empresas que estão em directa concorrência aqui em Portugal, não têm tanto sucesso. Fazer modelos de cooperação é fundamental para as empresas. Em Portugal, temos imensas pessoas nas PME que têm imensa qualidade técnica mas depois em termos de disciplina organizacional já falham mais. Luís Rodrigues 14 sexta-feira, 18 Abril de 2008 Imobiliário Oferta comercial do complexo rondará os 100 mil m² 650 milhões de euros investidos em Portugal até 2015 Projecto resulta de um investimento de 170 milhões de euros IKEA apresenta primeiro centro comercial em Portugal O Inter IKEA Centre Group (IICG), subsidiária do grupo IKEA, apresentou o primeiro centro comercial que irá desenvolver na Península Ibérica. Trata-se da unidade de Matosinhos, ligada à loja IKEA já existente, mas ainda sem designação, que será escolhida após concurso lançado ao público. O projecto, que resulta de um investimento de 170 milhões de euros, será, aliás o maior centro comercial do grupo IKEA na Europa, ao contar com uma área total de cerca de 67 500 m² de área bruta locável (ABL), dos quais 95% estão já colocados, e a que se juntam os cerca de 35 000 m² da loja IKEA, já em funcionamento. Assim, no total, o complexo IKEA oferecerá uma área comercial que rondará os 100 mil m². “O conceito inovador do projecto refere-se à integração da loja IKEA no centro comercial, tornando-se assim mais uma loja do centro, como todas as outras, apesar de ser a âncora mais importante do projecto”, adiantou Vasco Jorge, o director do novo centro. O projecto contempla a criação de 110 postos de trabalho directos e 2800 indirectos. Com uma área de influência de 2,8 milhões de pessoas a 45 minutos de distância, o centro comercial IICG de Matosinhos prevê atingir os 15 milhões de visitantes no primeiro ano de actividade. Com abertura prevista para o último trimestre de 2008, este centro comercial contará com uma oferta comercial de 200 lojas, das quais 14 são lojas-âncora, destacandose marcas de empresas como FNAC, Auchan, Rádio Popular, Lusomundo, Inditex, H&M, Sfera, ou Sportzone, para além da própria loja IKEA. O espaço terá dois pisos, 4000 m² de área de restauração, com 30 restaurantes, e 5100 lugares de estacionamento. De acordo com o director do novo centro, o IKEA aposta na “diferenciação” para atrair visitantes para este centro, numa região já dotada de vários equipamentos comerciais semelhantes. “Primeiro, porque temos uma loja IKEA integrada no centro comercial e, depois, pela nossa filosofia ‘family friendly’, pelos serviços, conforto e facilidade de acessos e estacionamento”, disse. Grupo quer abrir outro centro comercial em Portugal mercial no país – cuja localização ainda não está decidida –, integrado no plano de expansão da empresa em Portugal, que prevê um investimento global de 660 milhões de euros até 2015. Este valor contempla a construção de sete lojas, que incluem as unidades de Matosinhos e Alfragide, dois centros comerciais IICG (incluindo o de Matosinhos) e três fábricas Sweedwood em Paços de Ferreira. IKEA DA GALIZA NÃO INTERFERE COM PROJECTO EM MATOSINHOS A eventual abertura de uma unidade IKEA na Galiza, qualquer que seja a data programada, não colocará em causa o projecto de desenvolvimento da unidade de Matosinhos. Segundo Vasco Jorge, director do IKEA Matosinhos, “os nossos investimentos são planeados numa lógica de longo prazo” e mesmo sabendo que, actualmente, uma grande fatia “dos nossos clientes são espanhóis”, os estudos realizados apontam para uma área de influência de 45 minutos, ou seja, até Viana do Castelo. Estas declarações foram proferidas durante a apresentação do novo centro comercial do Inter IKEA Centre Group (IICG), que está a nascer junto à loja IKEA de Matosinhos. A lógica de expansão do IICG passa assim pelo desenvolvimento de centros comerciais ligados a lojas IKEA numa perspectiva de gestão a longo prazo e mantendo a sua propriedade. Actualmente, está em curso a construção de duas outras unidades na Península Ibérica, nomeadamente em Jerez de la Frontera e Valladolid. O IICG gere actualmente 700 mil m2 de espaço em 24 centros comerciais distribuídos por oito países europeus, sendo que estão em fase de desenvolvimento oito novos espaços. Estes recebem anualmente 90 milhões de visitantes e registam um volume de negócios de dois mil milhões de euros. O grupo prevê abrir mais um centro co- MARC BARROS [email protected] Lisbon Prime index Valores das rendas registam ligeiro aumento Os valores médios dos arrendamentos do mercado de escritórios de Lisboa, nos dois primeiros meses do ano, exibem sinais de continuidade face aos valores com que se fechou o ano de 2007, verificando ligeiros aumentos no corredor Miraflores – Porto Salvo e nas zonas centrais de Lisboa, sendo esta subida mais evidente nas áreas nobres da cidade de Lisboa. No interior da cidade de Lisboa os eixos da Avenida da Liberdade, Saldanha até Entrecampos, as rendas contratadas alcançaram valores médios acima dos 16J/m2, reflexo de a procura desta zona se direccionar, fundamentalmente, para edifícios de qualidade e da cada vez maior exígua oferta existente. A zona oeste registou valores acima dos 12 /m2, igualando o patamar alcançado no último trimestre do ano transacto e superando os trimestres anteriores do mesmo ano, onde se tinham verificado valores muito próximos desta marca mas todavia inferiores. A explicação para esta ligeira subida dos valores de renda contratados, durante o início deste ano, é reflexo da natureza dos negócios realizados. O Lisbon Prime Index revela uma aparente diferenciação na procura, dentro e fora da cidade de Lisboa. No interior da cidade, a fraca oferta existente dirige a procura para edifícios usados de boa qualidade, ao mesmo tempo que fora, na zona oeste, as empresas têm preferido edifícios novos com grandes áreas, principalmente, em complexos de escritórios. Proibida a reprodução do LISBON PRIME INDEX JAN 2005 MAR 2005 MAI 2005 JUL 2005 Índice Taxa Confidencial de variação Imobiliário média (2005=100) dos últimos 12 meses SET 2005 NOV 2005 JAN 2006 MAR 2006 MAI 2006 JUL 2006 Conheça a nova Confidencial Imobiliário Peça um exemplar gratuito em: [email protected] Assine já! imobiliário sexta-feira, 18 Abril de 2008 Century 21 Portugal expande-se no continente africano A Century 21 Portugal está a desenvolver um ambicioso plano de expansão da marca, que passa pela chegada da rede a novos pontos fora do território nacional. A presença no arquipélago de Cabo Verde é já uma realidade, e a empresa está a preparar a chegada ao mercado angolano através de Portugal. “O principal objectivo para Cabo Verde em 2008 é a consolidação da nossa presença naquele mercado, junto dos agentes locais e internacionais, bem como a captação de novo produto para ser promovido no exterior”, disse Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal. Outra das metas da marca para 2008 passa pelo crescimento do número de lojas naquele arquipélago. “Queremos abrir um espaço exclusivo Century 21 nas ilhas do Sal, Boavista e São Vicente, que se têm revelado mercados bastante interessantes”. A Century 21 Portugal está também a trabalhar na entrada no mercado angolano. Ricardo Sousa explicou que a marca tem uma parceria com agentes locais, para a inauguração de uma agência de mediação imobiliária em Luanda, da qual a Century 21 objectivo da marca é “avaliar as potencialidades do sector da mediação imobiliária em Luanda”, Centro Campanhã colocado em 65% A CB Richard Ellis concluiu recentemente uma operação de arrendamento de uma área de mais de cerca de 5000 m² no Centro Campanhã, na cidade do Porto. Somando este negócio à recente colocação de empresas como a GEG, Dimetronic, Synthes e Logistel, entre outras, a CB Richard Ellis já assegurou a ocupação de 65% daquele empreendimento de escritórios, restando ainda disponíveis para arrendamento cerca de 3000 m² de escritórios e uma zona para restauração. Promovido pela Invesfer, o Centro Campanhã é constituído por três edifícios de escritórios com um total de cerca de 9300 m², uma residência universitária para 210 estudantes, e por uma zona de restauração e serviços com cerca de 450 m² distribuídos por cinco lojas com áreas aproximadas entre os 80 e os 100 m², que servirão a utilização diária de cerca de 1750 pessoas. Servido de um parque de estacionamento com capacidade para 470 viaturas, este complexo de escritórios dispõe de excelentes acessibilidades, usufruindo do principal interface de transportes públicos do Porto. AMGI implementa soluções “verdes” Portugal é uma das proprietárias. O administrador da Century 21 reconhece que, para já, o grande reconhecendo que esta “será uma grande oportunidade de negócio a médio prazo”. Sonae Sierra cria Sierra Portugal Fund no valor de 300 milhões de euros A Sonae Sierra anunciou a criação do Sierra Portugal Fund (SPF), um fundo de investimento com capitais próprios no valor de 300 milhões de euros. O novo fundo passa a deter oito dos centros comerciais da Sonae Sierra em operação em Portugal (Arrábida Shopping, GaiaShopping, SerraShopping, 8ª Avenida, LoureShopping, Rio Sul Seixal, Centro Comercial Continente de Portimão e 15 Centro Comercial Modelo de Albufeira), com um valor de mercado de 425 milhões de euros, e aos quais se somarão três projectos planeados para o território nacional, que representam um valor total estimado de 235 milhões de euros após a inauguração. No âmbito desta operação, juntaram-se à Sonae Sierra três investidores, com um investimento conjunto de 120 milhões de eu- ros: o LGPI – Local Government Pensions Institution (fundo de pensões finlandês de trabalhadores municipais), o Ilmarinen (seguro mútuo de pensões finlandês) e o Continental European Fund I e o Continental European Fund II (dois fundos imobiliários geridos pela Schroders Investment Management). Para além do investimento no fundo, Sonae Sierra fica responsável pela sua gestão. A construção e desenvolvimento de projectos imobiliários de diversos segmentos segundo moldes que privilegiam os cuidados ambientais e a responsabilidade social, bem como o desenvolvimento e aplicação de produtos ecológicos, constituem o enfoque central da AMGI - Recuperação, Arquitectura e Design. Esta empresa dedica-se a projectos de remodelação e construção de imóveis, procurando aliar um design inovador a cuidados ambientais e ecológicos. O chamado mercado das «casas verdes» começa a ganhar um novo ímpeto em Portugal. Nesse sentido, a AMGI procura conciliar os desejos desta crescente procura com a utilização de energias renováveis como a geotérmica, a eólica, a fotovoltaica, sistemas de aproveitamento das águas da chuva e das águas residuais, assim como a já conhecida implantação de painéis solares, para aquecimento das águas. As ferramentas utilizadas pela AMGI permitem, por exemplo, uma quase independência da rede pública de energia (através da combinação das energias eólica e fotovoltaica), o que favorece a diminuição do desgaste ambiental e evita o recurso a energias esgotáveis e poluentes. Segundo António Amaral, administrador da AMGI e responsável pelo acompanhamento dos projectos, a AMGI procura “adequar as condições exteriores à qualidade do imóvel e à satisfação do cliente. Nos projectos de construção de raiz, assumimos a preocupação de realizar estudos prévios de orientação solar, para que o imóvel tenha o máximo aproveitamento de energia no Inverno e a máxima protecção no Verão em relação ao excesso de calor”. Marc Barros [email protected] Legal & Imobiliário Propriedade horizontal Destruição parcial do edifício “Sou um dos condóminos de um prédio de escritórios que ficou parcialmente destruído por um incêndio. Existia seguro, mas acabámos de constatar que não é suficiente, pois parece que nunca tinha sido actualizado. O problema que se coloca agora é que um dos condóminos, proprietário da fracção que ficou mais afectada, logo por cima da minha, diz que não conseguirá suportar as despesas que excedem o seguro relativas à reparação da sua fracção e que, por esse motivo, não está de acordo com a reconstrução que os demais preferem, o que dificulta a unanimidade. Já disse ao condómino em questão que até lhe poderei comprar a fracção para fazer um escritório duplex. Como poderemos decidir este problema?” Muito embora a questão não ter sido colocada relativamente ao seguro e eventual responsabilização pela desactualização do mesmo, não se pode deixar de referir que, num edifício constituído em propriedade horizontal, para além da obrigatoriedade da existência de seguro contra o risco de incêndio, das partes comuns e das fracções autónomas, a actualização do seguro é também imposta por lei, de tal modo que, se a assembleia de condóminos não deliberar o montante da actualização anual, o administrador deverá fazê-lo de acordo com o índice publicado trimestralmente pelo Instituto de MARIA DOS ANJOS GUERRA Advogada [email protected] Seguros de Portugal. Independentemente da eventual responsabilização da(s) pessoa(s) que deveriam, nos termos supra, ter actualizado o seguro, no que concerne à deliberação sobre o futuro do edifício, desconhecemos qual o grau de destruição do mesmo, pelo que há que começar por esclarecer que se a destruição do imóvel corresponder a um mínimo de três quartos do seu valor, qualquer condómino tem o direito de exigir a venda do terreno e dos materiais pela forma que a assembleia vier a indicar. No caso de a destruição atingir uma parte menor, como provavelmente será o caso do imóvel em questão, a assembleia poderá deliberar a reconstrução do edi- fício. Para tal não é necessária a unanimidade, pois bastará que a deliberação seja aprovada pela maioria do número de condóminos e do capital investido. O condómino que não quer participar nas despesas da reconstrução pode ser obrigado a alienar os seus direitos a outros condóminos, segundo o valor entre eles acordado ou fixado judicialmente, se tal for necessário, sendo-lhe permitido escolher o condómino ou condóminos a quem a transmissão deve ser feita, nada obstando a que tal venda seja feita ao leitor para ampliação do seu escritório. 16 COMÉRCIO EXTERNO sexta-feira, 18 Abril de 2008 OPORTUNIDADE DE COMPRA E VENDA DE EMPRESAS VENDA NORTE GRANDE PORTO Hotel 4 Estrelas – Charme e Requinte no Norte de Portugal. Unidade com 58 quartos e suites, piscina, dois restaurantes, campo de ténis, auditório, entre outras facilidades. Hotel de charme e requinte. Preço pedido: J 7.000.000,00. Ref. PT 0004 MC 025 0505 Parafarmácia – Norte Litoral. Comercialização de produtos para fins hospitalares e para farmácias, comércio de produtos dietéticos. Empresa localizada em Braga, financeiramente saudável, com vasta carteira de clientes. Com bom potencial de crescimento e diversificação. Preço pedido: J 550.000,00. Ref. PT 004 MC 034 03 06 Quinta com 170 ha na Região Demarcada do Douro Superior. Letra B e marcas próprias. Produto de excelente qualidade. Venda total ou parcial. Preço sob Pedido. Ref. PT 0005 AES 0003 0108 Empresa de Injecção de plásticos, líder de mercado. Ref. PT 0011 RMI 0005 05 07 Empresa com projecto inovador na área das novas tecnologias procura investidor estratégico. Ref. PT 003 HB 032 1106 Clínica de Medicina no Trabalho, Higiene e Segurança. Imagem forte, boa carteira de clientes e significativa abrangência geográfica. Preço Pedido: J 185.000. Ref. PT 004 JP 016 0104 Empresa de Construção Civil a actuar em Portugal e Espanha, em forte crescimento nestes dois mercados. Empresa certificada pela AENOR e com alvará de classe 5. Com projecto de internacionalização em curso para outros países. Vol. Vendas 2006: LISBOA E VALE DO TEJO J 3.000.000. Previsão 2007: J 4.000.000. Venda parcial. Venda de participação, baseada no valor total da empresa (100%) de J 3.500.000,00. Ref. PT 004 MCA 046 0607 Escritório de Contabilidade - Grande Porto Norte. 20 anos de actividade; carteira de 120 clientes fidelizados; mercado do Grande Porto. EBITDA: J 41.000; Valor pedido: J 190.000. Ref . PT 0004 TSA 0001 0208 Panificação – Indústria e Comércio. Distrito do Porto. Mais de 25 anos de experiência no mercado. Preço pedido: J 3.200.000,00. Ref. PT 0004 MCA 0050 1107 Agência de Viagens e Turismo e de Outras Actividades de Apoio. Vocacionada para o segmento corporate/empresarial, organização de congressos e eventos. Preço pedido: J 1.200.000,00. Ref. PT 004 JP 044 0107 Centro de Imagiologia / Radiologia. Localização privilegiada em Lisboa. Convenções com várias entidades públicas e privadas. Experiência e reputação no mercado. Facturação superior a J 2.000.000. Ref. PT 004 MC 042 0107 Indústria de Transformação de Acrílicos. Muito rentável. Volu- me de vendas J 670.000. Ref. PT 0009 JCL 0005 0907 Grossista de vinhos e bebidas alcoólicas, com marca própria, vocacionada para a importação e distribuição de grandes marcas nacionais e estrangeiras, com contrato com as principais grandes superfícies (distribuição moderna). Ref. PT 0009 JCL 0030 1207 Empresa de prestação de serviços ao domicílio, líder de mercado, situada em Lisboa. Preço pedido: J 250.000. Ref. PT 0009 JCL 0010 1007 CENTRO SUL Empresa líder regional de Gestão de Resíduos Industriais, situada no centro do país, em forte crescimento. Vol. Vendas 2006: J 1.500.000. Ref .PT 0003 HBE 0054 0807 Indústria e Comércio de Lacticínios em Portugal. Vasta Experiência. Marcas registadas. Preço pedido: J 2.500.000. Ref. PT 004 JP 047 0707 Empresa de Construção Civil Alvará Classe 5 – Aveiro. Agrega diversas sociedades ligadas à construção civil e urbanismo, desenvolvendo a sua actividade maioritariamente nos concelhos de Aveiro, Ílhavo, Oliveira do Bairro, Anadia, Águeda e Figueira da Foz, mas também no Brasil e em Cabo Verde. Ref. PT 005 PR 003 0303 Manutenção Industrial Electrónica e Pneumática em grandes unidades industriais. Preço pedido: J 2,000,000. Ref. PT 0014 VFE 0007 06 07 Empresa de fabricação de artigos em plástico. Ref. PT 0014 VFE 0011 0807 Indústria de Moldes e Protótipos Para Plásticos. Empresa industrial do sector dos moldes para componentes plásticos para utilização predominante no sector automóvel. Preço pedido: J 4.500.000. Ref . PT 0014 VFE 0012 0907 Loja em centro de Cidade. Serviços de comércio a retalho de vestuário. Ref. PT 0014 VFE 0004 04 07 Restaurante no Centro de Cidade. Preço pedido: J 500.000. Ref. PT 0014 VFE 0022 0108 Clínica Fisiatra – Região Centro Interior. Preço sob Pedido. Ref. PT 0017 MMO 0006 0907 Fundição manual de metais: peças destinadas a aplicações em louças e outros, ferragens para a construção civil. Fundição manual de metais não ferrosos. Ferragens para a construção civil. Preço sob Pedido. Ref. PT 0016 FMV 0004 0208 Comercialização e fretagem de iates. Representante oficial de um fabricante europeu de veleiros. Presente em Portugal, Caraíbas e Brasil. Ref. PT 003 GK 023 07 04 COMPRA Empresas de Segurança com ligações a Centrais Receptoras de Alarmes (CRA). Tipo de clientes: empresariais e/ou particulares. Ref. PT 0009 JCL 1014 0308 SERVIÇOS E PRODUTOS PARA EMPRESAS PUB 0ECICOSTURA0EÀASE-ÖQUINAS DE#OSTURA,DA 2UA"ARâODE3ABROSA! ,)3"/! 4ELs&AX )NFORMAÀâOs%XPEDIÀâODIÖRIAPARATODOOPA¤SDEPEÀASORIGINAISE GEN£RICASs!PARELHOSDISPOSITIVOSMOTORESCANDEEIROSAGULHASLINHAS DECOSTURAFERRAMENTASEUTENS¤LIOSABRASIVOSEL½MINASPARAMÖQUINASDE CORTEPINOSEPISTOLASDEETIQUETAREPISTOLASDELIMPEZA -ARCAS"ROTHERs$ÓRKOPP!DLERs*UKIs+ANSAI3PECIALs+INGTEXs+Ms -ITSUBISHIs0EGASUSs2IMOLDIs3INGERs5NION3PECIALs9AMATO 3ERVIÀOS!SSISTäNCIA4£CNICAs2EPARAÀâO 6 ]Ê" /ÊÊ,*,)-Ê Ê,"]Ê 1-/,]Ê 6Ê Ê ", ]Ê° ÃVÀÌÀÊiÊ-Ì>`\ ÃÌ°Ê >V°Ê£ÓxʨʣäÊÊ nÇääÊ"" "wV>ÊiÊÀ>âj\ <>Ê`ÕÃÌÀ>]ÊÌiÊÓ£äÓ£ÓÊ qÊnÇääÊ"" ÜÜÜ°LiÀV>vÀ°V >\Ê}iÀ>JLiÀV>vÀ°V PORTIANGA, S.A. Comércio internacional e participações A PORTIANGA é uma trading, do GRUPO SALVADOR CAETANO (SGPS), S.A., que trabalha exclusivamente com os PALOP. Detém Associadas na República de Cabo Verde e na República de Angola. Sector de exportação principal: - Automóveis Ligeiros e Pesados. - Peças, Acessórios e Componentes. QUALIDADE E SIGILO… www.lf-traducoes.com.pt [email protected] Telefone: 919393459 Negócios e Empresas sexta-feira, 18 Abril de 2008 Diferenças interculturais na selecção dos mercados D João Mendes 17 Jorge Teixeira Executive MBA da Escuela de Negócios Caixanova [email protected] o ponto de vista económico, po- do seu sócio principal ou da experiência demos considerar que a globaliza- “vivida pelo vizinho concorrente”. Tornação assenta basicamente em 3 ca- se necessário reflectir de uma forma mais racterísticas: a livre mobilidade de capitais, racional quanto aos passos a dar quando o aumento do comércio internacional no seleccionamos determinado mercado. Demundo e finalmente a internacionalização vemos, pois, começar pelo mais elementar: da empresa e interdependência económica. o de obter um conhecimento profundo Assim sendo, fará hoje sentido dizer que dos mercados-alvo, de forma a permitir uma empresa é portuguesa, espanhola ou a tomada de uma decisão que nos permialemã quando os empréstimos se podem ta reduzir o risco. As prioridades deverão pedir em ienes ou dólares e os accionistas passar por um estudo interno da nossa são estrangeiros? Poderemos considerar o empresa e dos nossos concorrentes, um mundo (ou “Aldeia Global”) como um só estudo dos mercados potenciais ao nível mercado, na medida em que os brinque- social, político, económico e dos futuros dos produzidos na China e os refrigerantes concorrentes, elaboração de uma lista reamericanos são consumidos à escala global duzida de países, conhecer os apoios coe o nosso vinho do Porto pode ser apre- munitários existentes e locais à instalação ciado nos cinco continentes? Dito isto, se forem aplicáveis, conhecer as regras de uma questão inevitavelmente se coloca comercialização aplicáveis ao seu produto, acerca de quais serão as consequências da conhecer as regras de etiquetagem, embaglobalização sobre a diversidade cultural: lagem, etc, prever as reacções dos concorestarão as culturas a convergir devido ao rentes locais e dos potenciais concorrentes, a definição das formas fenómeno da globalicomo irá estar presenzação? A resposta é a de te nesse mercado. Não que, em boa verdade, o Em Portugal raras vezes as empresas mundo continua a ser falham nos seus objecmulticultural e que as e Espanha tivos de internacionaliempresas que operam verificam-se elevados zação não por “culpa” no mercado internados seus produtos ou cional que revelam índices de aversão dos RH escolhidos para incapacidades: como à incerteza, essa função, mas pelo desconhecer a cultusimples facto de desra específica de cada em relação ao conhecerem as regras país e a sua percepção básicas de negociação e do produto ou serviço pagamento pontual como se estabelecem as —, desconhecer qual a relações comerciais com estrutura de consumo do país – como é gasto o dinheiro nas di- os operadores desse mercado. Tomemos ferentes categorias de produtos e serviços, como exemplo o acto de cumprimentar de conhecer a percepção do êxito e de ri- o nosso interlocutor. Nos EUA não existe queza, não proceder às necessárias adapta- muita proximidade no contacto, um aperções culturais das marcas e das políticas de to de mão é distante e não tão próximo comunicação, às normas e valores sociais, entre os povos latinos. O Modelo de Hofstede (Hofstede, culturais e religiosos do país, têm, fatal1980,2001) é o mais utilizado para medir mente, como resultado o insucesso. A decisão de internacionalização de uma as diferenças culturais entre países. O moqualquer empresa, seja ela de pequena ou delo foi elaborado a partir de um estudo de grande dimensão, não deverá, nem pode- 160.000 entrevistas a empregados da IBM rá, ser efectuada de uma forma empírica: em todo o mundo (50 países), o que lhe pela sensibilidade do gestor da empresa, permitiu isolar o efeito da cultura do país, da cultura da empresa. As dimensões cul- centrando a comparação nos casos limite. turais identificadas por Hofstede são: a Em termos de distância ao poder, a Dinadistância ao poder (DP) – que representa o marca, ou outros países nórdicos, valoram grau em que os indivíduos com menor po- pouco o status, não sendo aconselhável a der nas organizações aceitam uma distribui- ostentação de riqueza, a escolha do hoção desigual de poder, a aversão à incerteza tel por exemplo deverá recair sobre uma (AI) – indica o grau em que os indivíduos unidade de qualidade média, bem como a se relacionam com o receio ou insegurança escolha de um representante jovem e com perante situações novas, o individualismo- conhecimentos técnicos elevados. Um país individualista como os colectivismo (IDV) – o Estados Unidos valoriza individualismo expressa mais a competitividade preocupações individuNos EUA do produto e o preço, ais e de contexto mais por contraponto ao copróximo, por outro lado um aperto de mão nhecimento pessoal ou o colectivismo alarga o é distante da empresa. Nos países âmbito de referência a com predominância de grupos mais amplos aos e não tão próximo valores tradicionalmente quais o individuo se sente masculinos, como o Javinculado, a masculinicomo entre pão, se a nossa empresa dade-feminilidade (MA) os povos latinos é jovem ou com presen– faz referência ao grau ça em poucos mercados, de predominância numa as hipóteses de entrada sociedade de valores tradicionalmente associados ao perfil masculi- serão ainda menores. Não temos um prono ou feminino das pessoas, e a atitude face cesso de demonstração do que já fizemos, ao tempo – orientada ao curto ou ao longo encaram como falta de consistência e é um país em que o insucesso é valorizado neprazo. Este modelo constitui uma ferramenta gativamente. Existe um “stress on results” interessante que poderá, e deverá, ajudar nestes países. Em Portugal e Espanha veos decisores a conhecerem as diferenças rificam-se elevados índices de aversão à culturais existentes entre países e em con- incerteza, nomeadamente em relação ao sequência a agir em conformidade na se- cumprimento dos prazos de entrega e de lecção dos mercados. Tecemos em seguida pagamento. Estabelecem-se por vezes alalgumas considerações práticas em termos gumas relações de confiança mas do tipo das implicações das diferentes dimensões “sim, mas por escrito”. Voltaremos seguraculturais que este modelo nos demonstra, mente a esta temática em posterior artigo. Beleza e saúde na Exponor Domotex com balanço positivo prepara nova edição A s últimas novidades para estar na moda em destaque na Exponor, de 19 a 21 de Abril. Substituto do Botox é uma das novidades mais aguardadas. Com a cultura do corpo e a aparência com uma importância cada vez mais assumida na sociedade actual e o Verão à espreita, a Exponor apresenta a maior feira nacional do sector. A partir de 19 de Abril, e durante três dias, o público pode conhecer empresas que se destacam pelo rigor e avanço tecnológico no mercado (o dia 21 de Abril é reservado a profissionais), nas áreas da cosmética, estética, cabelos, bemestar e saúde. Uma das novidades mais aguardadas é o Hialurox, “um novo método antienve- lhecimento que pretende substituir-se ao incómodo botox”. O produto da LQT, representante da marca Corpora em Portugal, é uma “alternativa natural às injecções e cirurgias, restituindo a elasticidade à pele com segurança”, refere fonte da empresa. No certame pode ser ainda testada “uma tecnologia inovadora na área do combate à gordura”, revela Eunice Pinto, da Eurocarsil/Bios Portugal. A EXxpocosmética vai ainda dar a conhecer áreas como a cosmética capilar, os spas e a hidroterapia: “são três dias absolutamente contagiantes, onde está sempre alguma actividade, demonstração ou espectáculo a acontecer, em palco ou nos stands dos expositores”, afirma Joana Vila Pouca, directora da feira. Dimensões culturais de Hofstede Países DP IDV MA AI Dinamarca 18 74 16 23 Japão 54 46 95 92 Portugal 63 27 31 104 Espanha 57 51 42 86 EUA 40 91 62 46 Fonte: Elaborado a partir de Hofstede F oram 1442 expositores em 97083 m2, que deram à Domotex 2008 os melhores resultados de sempre e confirmaram a posição de principal evento mundial no sector dos pavimentos. De 17 a 20 de Janeiro, em Hanôver, o certame recebeu mais de 47 mil visitantes de 80 países, que puderam encontrar as mais recentes novidades do mercado mundial de tapeçaria, pavimentos têxteis e flexíveis, laminados e parquetes, pedras naturais e artificiais, azulejos e cerâmica, bem como as respectivas técnicas de colocação. O sucesso é de tal forma flagrante que a cerca de nove meses do próximo evento – Domotex 2009 – já estão abertas as inscrições para os expositores que desejem estar no local. Até 30 de Abril, quem se inscrever beneficia de um desconto de três euros/m2. A Domotex é uma plataforma privilegiada para apresentação das novidades, produtos e colecções das empresas do sector, e para a descoberta de novos parceiros de negócio nas áreas do comércio, ofícios, indústria e da arquitectura. Este ano, os expositores mostraram-se muito satisfeitos com os contactos que conseguiram estabelecer com empresas de todo o mundo. Empresas portuguesas presentes na Domotex 2008: Amorim; Corkart; Granorte; Lusolã; Lusotufo; M.A.Salgueiro; MJC; Poliface; Ribadão; XPZ Madeiras. PUB 18 negócios e empresas sexta-feira, 18 Abril de 2008 Juan José Toríbio, professor do IESE, fala de uma desaceleração da economia espanhola que poderá durar dois anos Portugal cresce menos que Espanha por causa do desequilíbrio das contas públicas O que justifica a diferença de crescimento económico entre Portugal e Espanha? Para Juan José Toríbio, executivo e professor do IESE, uma das escolas de negócios mais conhecidas do país vizinho – que esteve, há pouco, no Porto, a convite da AESE, uma escola de negócios portuguesa –, acima de tudo, o desequilíbrio das nossas contas públicas. Quanto a Espanha, o seu florescimento deve-se, no seu entender, à concorrência interna, à expansão para o exterior, sendo que, agora, este movimento poderá conhecer algum retraimento. Neste caso, referiu o académico, a prioridade é outra: o equilíbrio das contas externas. Vida Económica – As relações económicas entre Portugal e Espanha são cada vez mais estreitas. Algo que era inevitável no contexto europeu? Juan José Toríbio – Não são relações estreitas, são relações importantes. Olhemos para os números: 10% das exportações espanholas têm Portugal como destino. O que quer dizer que Portugal é um dos nossos principais clientes. Por outro lado, 25% das exportações portugueses dirigemse ao outro lado da fronteira, a Espanha. Ou seja, Espanha é o primeiro mercado para Portugal. VE – Espanha é mais importante para Portugal do que o contrário? JJT – Sim, em termos percentuais. Em termos absolutos, isto não se verifica. A balança comercial é favorável a Espanha, mas muito pouco favorável. Em termos percentuais, volto a dizer, 10% das exportações espanholas têm Portugal como destino. Do lado português, estamos a falar de 25% das exportações. Isto quer dizer que somos, em termos mútuos, clientes importantes. VE – A balança é equilibrada? É assim? JJT – Espanha beneficia de um superávite, mas é pequeno. Mas somos o primeiro investidor estrangeiro em Portugal. No ano passado, quase 60% do investimento estrangeiro em Portugal ficou a dever-se a Espanha, logo seguida pela França. Sob esta perspectiva, estamos, de facto, a falar de algo muito importante. Não nos podemos esquecer, contudo, que o investimento de Portugal em Espanha está a crescer, e a crescer muito. VE – As PME têm um papel importante a desempenhar em todo esse movimento? JJT – Sim, sim, cada vez mais. Tudo começou com as grandes empresas, mas cada vez mais as pequenas e médias empresas têm um papel importante a desempenhar. VE – Isto era inevitável? JJT – Creio que era inevitável, absolutamente, inevitável. O estranho é que não se tenha produzido antes. VE – Os dois países estavam de costas voltadas? JJT – Não tinha sentido, não tinha sentido nenhum. A incorporação dos dois países na União Europeia, a própria união monetária, bem como o tratado de Schengen e a livre circulação de pessoas levaram, de facto, a um importante movimento de integração. Este vai ser, sem dúvida alguma, cada vez mais estreito. VE – Algo que é importante para a economia dos dois países, de Portugal e de Espanha? JJT – Sem dúvida, na medida em que sejamos países mais abertos, melhor será a utilização dos respectivos recursos internos. É algo que vai ser, já é, favorável ao crescimento dos dois países. VE – Mais para Espanha do que para Portugal? JJT – Não necessariamente. VE – Nós somos um país mais pequeno, com uma economia mais débil? JJT – Mas mais pequenos do que a Espanha são a Dinamarca, a Holanda, a Bélgica, todos eles países muito prósperos. Portugal é maior do que estes Estados. Agora, uma outra coisa é o diferencial de crescimento económico que marcou os dois países nos últimos três, quatro anos. VE – Como explica isso? JJT – O crescimento espanhol foi mais equilibrado, sobretudo ao nível das contas públicas, algo que não aconteceu em Portugal. Houve necessidade de corrigir o défice e isto levou ao estabelecimento de políticas de contracção relativamente à economia portuguesa. VE – Mas isso não explica tudo, todo o atraso português? JJT – Mas creio que é o factor fundamental. VE – Estamos também a falar de uma questão de falta de visão das empresas portuguesas? JJT – Não o diria assim. É evidente que todos, as empresas portuguesas e as espanholas, todos podem melhorar. Mas julgo que a chave do menor crescimento português, nos últimos anos, está, como referi, num crescimento desequilibrado das contas públicas. Na minha opinião, este foi o elemento fundamental. VE – Portugal é um mercado de teste para as empresas espanholas? JJT – Não, penso que é um mercado natural. Não me parece que seja de prova no sentido de que Espanha investe em Portugal para ver se o pode fazer noutros países. O que acontece é que é o mercado natural, é muito fácil. VE – As empresas portuguesas têm sucesso no mercado espanhol? Por vezes, os empresários portugueses queixam-se de algum proteccionismo? Como é que comenta estas ideias? JJT – Não vejo as coisas dessa forma. Não creio que o mercado espanhol seja um mercado protegido. Há uma publicação do Banco Mundial muito interessante a este respeito - “Fazer Negócios em 2008” é a sua denominação –, a qual analisa país por país os factores que o tornam mais atractivo ao investimento estrangeiro, estabelecendo, a partir daí, um ranking. Ora, o que se verifica em relação a Espanha é que ocupa, entre 158 países, o 36º lugar, logo seguida por Portugal, no 37º lugar. Estamos praticamente par a par nesta matéria. “A balança comercial é favorável a Espanha, mas muito pouco favorável”, revela Juan José Toríbio, professor do IESE. Gostaria ainda de dizer que é mais fácil iniciar um negócio em Portugal, sendo que é, por seu lado, mais fácil a sua manutenção em Espanha. O mercado laboral, por exemplo, é um pouco mais flexível em Espanha do que em Portugal. Os impostos indirectos são também um pouco mais baixos. Mas, de facto, não diria que Espanha ou Portugal são países proteccionistas, porque não o somos. Afinal, estamos na União Europeia. VE – Esta pergunta está relacionada com o tema da conferência que acaba de dar, aqui, no Porto, a convite da AESE. Qual o papel da economia espanhola na União Europeia e no mundo? JJT – A economia espanhola registou, nos últimos anos, um grande dinamismo, tendo, mesmo, crescido bastante mais do que a média da União Europeia. Deu-se, aliás, uma mudança qualitativa muito importante em Espanha. Lamentavelmente, foi um crescimento desequilibrado face ao exterior que acabou por originar grandes necessidades de financiamento externo. Uma situação que nos vai causar dificuldades, sobretudo agora que os mercados financeiros internacionais se deparam com problemas de liquidez. Vamos, sem dúvida, começar a sentir obstáculos para mantermos a taxa de crescimento que conseguimos até ao momento. O próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) já veio rever em baixa a previsão de crescimento de Espanha. De qualquer modo, este deverá ser maior do que a média da União Europeia. Considero, por isso, que vamos passar por um período de desaceleração económica, provavelmente ao longo de dois anos, mas que servirá também para equilibrar as contas externas. VE – Há quem diga, em Portugal, que o desenvolvimento espanhol se deve a uma união de forças, ao estabelecimento de uma parceria forte entre o Governo e as empresas? JJT – Não sei se existiu uma parceria forte, mas certamente que tivemos, nos últimos anos, Governos estáveis e capazes de compreender as iniciativas dos empresários. E isto tanto dentro como fora do país. O Governo, por outro lado, privatizou muitas das empresas que tinha, deixando a iniciativa económica ao tecido empresarial. VE – Que se modernizou muito? JJT – Sem dúvida alguma. Os empresários espanhóis modernizaram-se muito e graças a duas ordens de razões: por um lado, devido à concorrência interna, muito forte, e, por outro, ao que isto obrigou, ou seja, à saída para o exterior. Todo o programa de investimentos das empresas espanholas nos mercados estrangeiros, com o Governo espanhol a mostrar-se, sem dúvida, um apoio importante, acabou por modernizar muito a economia espanhola. SANDRA RIBEIRO [email protected] PUB negócios e empresas sexta-feira, 18 Abril de 2008 19 Gabriela Silva, administradora da LíderPartner, afirma “Chamada Grátis revoluciona contactos das empresas com os seus clientes” A empresa portuguesa LíderPartner desenvolveu o sistema Chamada Grátis. Presente nos portais de várias empresas nacionais, o serviço é “imediato e gratuito”. O objectivo é melhorar a comunicação entre a empresa e o cliente. “É imediato e gratuito”, garante Gabriela Silva, administradora da LíderPartner. Vida Económica – Como surge a LíderPartner? Gabriela Silva – A LíderPartner é uma empresa recente. Fizemos um estudo porque estávamos à procura de algo inovador para trazer para Portugal e surgiu o conceito Chamada Grátis. Estabelecemos parcerias e desenvolvemos uma plataforma 100% online, onde as empresas gerem todo o sistema sem necessidade da nossa intervenção. O objectivo é que as empresas sejam autónomas: através de um login no nosso site, o cliente pode aceder à sua conta e efectuar diversas operações, como criar novos botões, alterar contactos, visualizar os contactos recebidos por data, hora e tempo de contacto, reencaminhar contactos fora de horário de expediente para um móvel. Com esta funcionalidade as empresas conseguem falar com os seus clientes mesmo estando encerradas, etc. Reparámos que, hoje em dia, a Internet é um mundo sem fim, ninguém vive sem Internet, mas também é muito impessoal, porque não há voz do outro lado. O Chamada Grátis é um serviço inovador e que vem revolucionar a forma de contacto das empresas com os seus clientes. Esta forma de contacto pelo site aumenta em 45% os contactos de novos clientes com as empresas, uma evolução ao nível da Internet. A assinatura da empresa é isso mesmo, “chamadagrátis “A voz do seu site ”. VE – Que empresas já são vossas clientes? GS – A empresa está já em vários sectores de negócio, como é o caso do sector imobiliário, automóvel, seguros, construção, segurança, turismo, emprego e perviços, eventos, indústria, como exemplo a Renault Boavista, PortoSeguro, Glassdrive, Expressglass, Arrábida Lake Towers, Boavista Palace, O’ Porto Bessa Leite Complex II, Frontal Imobiliária, HST, entre outras. VE – Quanto pode custar o serviço a uma empresa? GS – O serviço não tem qualquer investimento em equipamento ou software. A partir de 50 euros, uma empresa pode ter o Chamada Grátis no seu site, com direito a um número de contactos por mês incluindo e um número ilimitado de botões no site, também é possível colocar o botão em “neswletter” ou “emails” das empresas, o sucesso nas “neswletters” está ser surpreendente porque torna as mesmas em muito mais eficazes no seu retorno, o cliente mal recebe a “neswletter” pode clicar no botão e imediatamente está a falar gratuitamente com a empresa que a enviou. VE – Depois de consolidar o mercado em Portugal, a empresa pretende ultrapassar fronteiras? GS – Sim, nomeadamente no Brasil e Espanha. Mas agora o nosso objectivo é que até ao final do ano o Chamada Grátis seja conhecido pelo cliente final. “O melhor momento para contactar com o cliente é quando este visita o site da empresa”, afirma Gabriela Silva. VE – Em que me- dida é que o vosso serviço pode ajudar as empresas a melhorarem o seu relacionamento com os clientes? GS – O primeiro impacto que criamos no cliente é muito positivo, dado que o mesmo fica muito surpreendido com a empresa, pois nunca pensa que o contacto com ele é automático, mas que a empresa lhe está a ligar “manualmente”, e, dada a rapidez do contacto, cria essa impressão positiva no cliente, logo a empresa vai realizar o 1º contacto com um cliente que já se encontra agradado e surpreendido com esta, esta pequena diferença pode fazer a diferença na venda. VE – Qual é o “feedback” das empresas que já usam o serviço? GS – Muito bom. Aconselham e recomendam a outros administradores de outras empresas. Um elevado número de clientes foi recomendado através de clientes que já usam o serviço. Para o teste gratuito do sistema as empresas podem aceder ao site e efectuar esse teste www.chamada-gratis.com . PATRÍCIA FLORES PUB 20 negócios e empresas Vicaima parte à conquista do mercado francês sexta-feira, 18 Abril de 2008 A Vicaima, empresa produtora de portas interiores, obteve um importante reconhecimento da sua actividade no mercado francês. O reposicionamento da marca sob o conceito “harmonia inesperada” e a criação da primeira colecção de “alta costura” em portas interiores foram os motivos que levaram à atribuição de um galardão atribuído no âmbito de design global e estratégia de marca. A comunicação da Vicaima foi premiada num congresso organizado por uma revista francesa da especialidade. A campanha da nova colecção envolve um investimento de 500 mil euros, com destaque para a criaCampanha ção de novas funções para as portas interiores. A empresa, da Vicaima na sua estratégia de comunienvolve cação, foca sobretudo o factor inovação. Os suportes de investimento comunicação englobam um de 500 mil evento de lançamento em Paris, publicidade na imprensa, euros marketing directo, um catálogo e um site. O filme da colecção Black & White apresenta uma abordagem estilística, reforçando a pureza das linhas. O grupo conta com cerca de 1200 colaboradores e dedica-se sobretudo à transformação e distribuição de madeiras e derivados. Além de Portugal, está presente em mercados como a Bélgica, a Espanha, a Itália, a Polónia, o Reino Unido e a Irlanda. A maior parte da produção está orientada para a exportação. A França passou a ser um dos mercados desejados pelos seus responsáveis. Esta estratégia de divulgação vai nesse sentido, pelo que estão previstos novos investimentos. Cepsa e Total juntam operações em Portugal As petrolíferas Cepsa e Total vão juntar as suas operações no mercado português. O acordo contempla a aquisição, por parte da Cepsa, da rede de estações de serviço da Total. Também respeita à comercialização dos lubrificantes e outros derivados das marcas Total e ELF. A nova rede de estações de serviço, que irá integrar as actuais redes das duas petrolíferas, contará com 302 pontos de venda e irá operar sob a dupla marca Cepsa/Total. Por via deste acordo, os seus responsáveis acreditam que será possível reduzir os custos operacionais, optimizar os aprovisionamentos e a logística, a par de uma gestão comercial mais equilibrada quanto à presença geográfica e canais de venda. Por sua vez, o volume de negócios resultante deverá permitir incrementar as sinergias da integração já existente das actividades na Península Ibérica. Reabilitação internacional abre novas oportunidades às construtoras O Governo pretende colocar em prática um programa de reabilitação do património português existente no mundo. Um projecto que poderá abrir novas oportunidades às empresas de construção nacionais. Estas podem entrar em mercados onde não há a tradição da presença portuguesa. Por outro lado, pode ser mais uma possibilidade para o sector da construção reforçar a presença em determinados mercados. O anúncio foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, aquando da sua passagem por Omã (onde também existem muitos vestígios da passagem dos Portugueses). Em causa está o lançamento de um programa que integra as áreas da inventariação, reabilitação e valorização dos principais marcos físicos das conquistas e da passagem durante o período da expansão. Assim, o principal objectivo é garantir a herança cultural portuguesa e desenvolver, em seu torno, projectos turísticos. Naturalmente, sem colocar em risco a traça e as características dos monumentos a intervencionar. O Brasil, a costa ocidental africana e o sudeste asiático serão as regiões onde o programa terá um maior peso, de acordo com aquele responsável político. O referido programa deverá ter início ainda este ano. No longo prazo, a intenção é mobilizar as parcerias público-privadas com empresas, fundações e municípios. Neste último caso, os projectos vão decorrer no âmbito dos acordos de geminação. “A ideia é associar fundos públicos e privados e visa projectar a imagem do país em todas as regiões em que Portugal deixou um rasto da sua presença histórica, associando, na medida do possível, a promoção dos nossos interesses económicos e comerciais.” O ministro admite que se trata de um projecto vasto e ambicioso e deverá ser realizado ao longo das próximas décadas. Para a Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS) trata-se de um programa que representa oportunidades de negócio interessantes. negócios e empresas sexta-feira, 18 Abril de 2008 21 Parcerias com o mercado espanhol poderão ser iniciadas Metrovac reforça acreditações O Metrovac, laboratório de ensaios e calibração que presta serviços na área da tecnologia e metrologia do vácuo, conta obter a acreditação dos ensaios de estanquidade pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC) já no próximo Verão. Estes poderão vir a ser aplicados a um grande número de produtos e materiais, desde os preservativos aos “pacemakers”, passando pelos circuitos de refrigeração e depósitos de combustível, adianta Orlando Teodoro, director do Metrovac. Vida Económica - Qual é o nível de acreditação do laboratório integrado no Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa? Orlando Teodoro - Até ao momento, o laboratório está acreditado, apenas, para realizar calibrações entre a pressão atmosférica e 10-2 mbar, contudo espera, a qualquer momento, receber a acreditação para calibrações desde 30 bar até 10-6, cobrindo, assim, a zona de pressão designada de alto vácuo. Calibrações de temperatura, ensaios de estufas, calibrações de barómetros “in situ” e calibrações de fugas poderão, igualmente, vir a ser acreditadas, no entanto, ainda estão por definir os prazos de conclusão dos respectivos processos. VE – Quais são as áreas de investimento? OT - Nos últimos dois anos, contudo, as principais áreas de investimento do grupo foram a metrologia do vácuo e os ensaios de estanquidade – serviços que, segundo o director do laboratório e actual presidente da Sociedade Portuguesa de Vácuo, implicaram um investimento de 200 mil euros, não sendo oferecidos por mais nenhum laboratório nacional. Altamente vocacionado para a prestação de serviços à comunidade industrial, os principais clientes com que a Metrovac se encontra, actualmente, a colaborar pertencem ao sector do gás, ao sector farmacêutico, metalúrgico e metalomecânico. Aumentar o número de clientes nos mercados potencialmente utilizadores dos serviços prestados pelo laboratório da Costa da Caparica é, todavia, um dos grandes objectivos para 2008. Parcerias com o mercado espanhol poderão, inclusive, ser iniciadas, uma vez que a exclusividade com o mercado nacional, dependendo do desenvolvimento tecnológico da indústria e da respectiva dependência de fornecedores estrangeiros, poderá não se revelar suficiente para manter economicamente viável o laboratório. VE – De que forma a inclusão do Metrovac no Programa de Incentivos à Modernização da Economia (PRIME) contribui para o seu progressivo sucesso e desenvolvimento? OT – Sendo o Metrovac um laboratório universitário, a sua integração no PRIME através da Medida de Apoio às Actuais InfraEstruturas Tecnológicas foi, sem dúvida, essencial: uma vez que as receitas provenientes dos serviços prestados ainda estão longe de conseguirem suportar os investimentos feitos, não teria sido possível oferecer uma estrutura com este nível de qualificação se não “Espanha é um mercado com grande potencial na área de serviços que oferecemos”, afirma Orlando Teodoro. tivéssemos recebido este grande incentivo e financiamento. VE – Que outras ajudas ou comparticipações financeiras apoiam, actualmente, o laboratório e as respectivas investigações? OT – Para além do PRIME, recebemos financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia através de projectos específicos – como é exemplo o projecto da cortiça – e de financiamento plurianual. Recebemos, igualmente, apoio da direcção da Faculdade de Ciências e Tecnologia. VE – Que mudanças concretas estão a ocorrer nos serviços prestados pela Metrovac, no âmbito das novas directivas europeias, que visam uma legislação que quantifica o grau de estanquicidade dos aparelhos de ar condicionado (a entrar em vigor a partir de Junho deste ano)? OT – De facto, irá, em breve, ser aplicado um novo regulamento comunitário, que estabelece a obrigatoriedade de inspecções periódicas a todos os equipamentos com mais de três kg de gases halogenados, ou seja, aos típicos aparelhos de refrigeração. O objectivo será limitar as libertações de gases com efeito de estufa, daí que os requisitos de estanquicidade sejam consideráveis. No entanto, correspondem, exactamente, ao know-how existente no Metrovac, que, nesse âmbito, está a trabalhar intensivamente na qualificação de detectores de fugas, na calibração de fugas e nos serviços de inspecção com equipamento de alta sensibilidade. SARA NOVAIS PUB 22 negócios e empresas Multinacionais aderem ao “Health Cluster Portugal” A cerimónia pública de constituição do novo Pólo de Competitividade da Saúde, o “Health Cluster Portugal”, juntou recentemente no Porto representantes ao mais alto nível de 68 instituições associadas fundadoras, ladeadas por vários representantes do Governo, que apoiará o “cluster” através do QREN. O presidente dos laboratórios Bial, Luís Portela, e também presidente da Direcção do Pólo, partilhou com a “Vida Económica” o sentimento de “satisfação” por ver que “há uma adesão fracamente grande” à iniciativa, adiantando que há já também “algumas multinacionais” em fase de adesão ao projecto. “Ao longo dos últimos 15 anos, nós, Bial, tivemos uma experiência muito positiva de um relacionamento muito bom com as instituições de investigação científica do país e mesmo de fora do país. E percebemos que era possível construir a ponte entre as instituições da ciências e as empresas, que é algo que faz falta no país”, explicou Luís Portela à “Vida Económica” à margem da cerimónia de constituição do ‘Health Cluster Portugal’. “E fomos percebendo que havia outras empresas e instituições que estavam interessadas em alargar o diálogo entre si e procurar construir projectos conjuntos”, acrescentou. “É difícil arranjar um projecto que nos interesse mais como instituição, pois tem instituições de investigação muito boas e a indústria com quem nós podemos relacionar-nos”, disse Sobrinho Simões, presidente do IPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto), à “Vida Económica”, explicando que “o IMPATIMUP não só se associou como foi uma das instituições que promoveu [a iniciativa], porque achou que era importantíssimo para o próprio IPATIMUP e para o conjunto das instituições ligadas à saúde e para o país esta associação”. “Percebemos que era possível construir a ponte entre as instituições da ciências e as empresas, que é algo que faz falta no país”, disse Luís Portela à VE. Opinião semelhante foi manifestada à “Vida Económica” por Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud. “A Fundação Champalimaud foi influenciada por alguns dos que tomaram esta iniciativa, que nos explicaram os objectivos e porque é que o faziam e nós consideramos que era importante estar presente”, disse a ex-ministra da Saúde. ”Certamente que teremos alguma coisa a dar e todos em conjunto”. ”Acho que a própria consciência do que vamos tendo e do que vamos fazendo é importante. Somos tentados a fazer individualmente as coisas, fazemos sozinhos coisas que podíamos fazer em conjunto de uma melhor maneira. Este é um caminho que nós, na Fundação Champalimaud, queremos fazer, que é fazer com outros coisas que faz sentido que façamos em conjunto, disse ainda Leonor Beleza. A importância do ‘cluster’ foi também realçado pelo ministro Manuel Pinho. “É muito importante esta iniciativa, porque está em linha com a política do Governo no objectivo de criar pólos de competitividade”, disse o governante, garantindo que o projecto “vai ser apoiado pelo QREN”. TERESA SILVEIRA [email protected] sexta-feira, 18 Abril de 2008 José Martino, da Espaço Visual, revela à “Vida Económica” “Floricultura é um sector competitivo e com potencial” Ainda que com características e contextos económico-financeiros próprios, as fileiras da floricultura e do kiwi são “competitivas” e “com potencial” na economia agrícola nacional. Em entrevista à “Vida Económica” a propósito da participação da empresa “Espaço Visual” na Agro 2008, José Martino, responsável pelos planos estratégicos das duas fileiras, não tem dúvidas: os apoios do PRODER não devem tardar, pois da sua atribuição depende a competitividade e uma maior internacionalização daqueles sectores. Vida Económica - Que balanço faz da participação da empresa “Espaço Visual” na Agro 2008, que decorreu em Braga em Março último? José Martino (JM) - Fazemos um balanço positivo. Conseguimos realizar alguns bons negócios, nomeadamente projectos de investimento no âmbito da floricultura, licenciamento de explorações agropecuárias (vacarias), processos de ‘globalgap’ e HACCP. Julgamos, porém, que poderíamos ter conseguido captar mais negócios se tivesse havido uma maior afluência de agricultores, cujo alheamento tem a ver, na minha opinião, com um limitado número de stands com exposição de factores de produção e serviços para a agricultura. Espero que nas próximas edições a organização tenha a preocupação de trabalhar para os agricultores, que são o mercado preferencial de um certame deste tipo. VE - A presença no certame resultou de um convite da Associação de Floricultores de Portugal (AFP). Como caracteriza a floricultura em Portugal? JM - É um sector jovem e em expansão, com uma enorme potencialidade. Mas é evidente a relativa desorganização do sector, facto que é sentido pelos produtores de flores e agentes que trabalham na fileira. A produção florícola nacional representa 6,7% da produção agrícola nacional total. Há cerca de 1300 explorações, com uma área total de 900 hectares, sendo a região do Ribatejo e Oeste a que mais expressão tem (27%), seguindo-se a do Entre Douro e Minho (24%) e a da Beira Litoral (18%). É uma fileira que precisa de uma grande reorganização, de forma a colocar-se ao serviço da agricultura e da economia portuguesa. VE – Referiu que a floricultura é uma das fileiras mais competitivas da agricultura portuguesa. É verdade? JM - A floricultura é uma das fileiras mais competitivas, porque possuímos excelentes condições climáticas para esta actividade. Por outro lado, trata-se de uma actividade intensiva que, apesar de requerer uma forte capacidade financeira para o investimento inicial e para a exploração das culturas, se consegue amortizar a curto prazo, desde que bem gerida quanto à produção, qualidade e gestão económica. Esta rentabilidade económica é muito difícil de encontrar noutras actividades agrícolas. VE - E a internacionalização do sector? Começa já a desenvolver-se ou ainda é incipiente? JM - A balança comercial no período de 2000/2004 teve um valor médio de importações de 59 milhões de euros, muito superior ao das exportações, que foi de 22 milhões, o que revela que a internacionalização do sector tem um grande potencial de crescimento, que pode ser explorado nos próximos anos. Existe uma grande vontade por parte dos floricultores de conseguirem concentrar as produções e obter a certificação das suas flores. A ex- “A produção florícola nacional representa 6,7% da produção agrícola nacional total. Existem cerca de 1300 explorações com uma área total de 900 hectares”, explicou José Martino à “Vida Económica”. portação das flores portuguesas vai traduzir-se em melhor negócio efectivo, porque irá tirar partido das ajudas financeiras ao investimento que PRODER vai apoiar até 2013. VE - Como é que a floricultura lida com a presença de empresas de flores de outros países? JM - Lida bem, porque há muitos anos que existe um mercado aberto e concorrencial que tem obrigado os floricultores a serem competitivos, pois nos últimos quadros comunitários poucos apoios públicos têm recebido. Há empresas estrangeiras que se têm instalado em Portugal produzindo flores, sobretudo no Sul, o que tem contribuído para a melhoria tecnológica da actividade. Por outro lado, a Norte tem existido uma integração comercial entre a produção portuguesa e as empresas de distribuição da Galiza. Como a importação de flor é necessária porque Portugal não conseguirá produzir tudo para abastecer o mercado nacional, a aposta tem de passar pela especialização na exportação das espécies onde somos mais competitivos. VE – E como é que têm trabalhado para tirar o melhor proveito dos apoios dos PRODER? JM - O sector está organizado em torno da AFP (Associação de Floricultores de Portugal), que elaborou um Plano Estratégico de fileira para a flor de corte, que faz o diagnóstico desta fileira e traça os objectivos e as estratégias para que, em 2013, esteja mais forte e competitiva, elencando os apoios públicos que necessita para o seu desenvolvimento. Dúvidas nos apoios do PRODER à fileira do kiwi VE - Para além da floricultura, trabalha igualmente com o sector do kiwi. Foi, aliás, responsável pelo Plano Estratégico da fileira no Entre Douro-e-Minho. Como está, neste momento, a fileira do Kiwi em Portugal? JM - É uma fileira competitiva, que gera emprego, cria riqueza, exporta e que pode dar um forte apoio ao desenvolvimento da agricultura nas regiões do Norte e Centro. A liderança é assumida pela APK - Associação dos Kiwicultores de Portugal que apresentou ao Ministério da Agricultura uma proposta de Plano Estratégico, fazendo propostas para captar os apoios que o PRODER deve acautelar para o Kiwi. VE – Como é que os apoios, nomeadamente os comunitários, estão a ser disponibilizados? JM - Até este momento, os apoios comunitários para o investimento ainda não foram disponibilizados. Além disso, o projecto de legislação para estes apoios, colocado recentemente à discussão pública, geram-nos alguma preocupação porque há diferenças muito grandes entre o que se pretende legislar e o que foi anunciado durante o ano de 2007. Temos necessidade de projectos nos quais as empresas de comercialização e exportação dos kiwis se possam candidatar e obter aprovação em 2008 e que possam traduzir-se em candidaturas dos kiwicultores no período de 2009 a 2013. TERESA SILVEIRA [email protected] empresas sexta-feira, 18 Abril de 2008 23 Presidente da Autoridade para as Condições de Trabalho em entrevista Sinistralidade laboral deve baixar em 25% até 2012 A União Europeia (EU) quer obrigar os 27 Estados-membros a adoptar medidas de segurança e saúde no trabalho tendentes a reduzir em 25% os acidentes de trabalho até 2012. Com mais de um ano de atraso face à Europa, Portugal apresentou, esta semana, a sua estratégia nacional nesta área. Em entrevista à “Vida Económica”, Paulo Morgado de Carvalho, presidente da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), explica que a “prevenção e a fiscalização são essenciais” e “complementares” e que “estão reunidas boas condições para prosseguir o esforço conjunto de reduzir a sinistralidade laboral”. Vida Económica - A Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho agora publicada surge na sequência de uma nova estratégia da União Europeia nessa matéria aprovada para 2007-2012 e anunciada no início de 2007. Portugal apenas publica a sua estratégia cerca de um ano depois. A que é que deveu este atraso? a prevenção e controlo realizada pelos inspectores do trabalho no terreno. Das mais-valias criadas com esta junção de competências e com o trabalho em rede que estamos a desenvolver pensamos que estão reunidas boas condições para prosseguir o esforço conjunto de reduzir a sinistralidade laboral. Paulo Morgado de Carvalho - A publicação da Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho resultou de uma profunda reflexão sobre as especificidades nacionais nesta matéria, de forma a adaptar as orientações da Estratégia da União Europeia definidas pela Comissão em Fevereiro de 2007 e segundo a Resolução do Conselho da União Europeia de Junho de 2007 à realidade portuguesa. Esta reflexão teve lugar num amplo processo de participação em que foram intervenientes quer a Autoridade para as Condições do Trabalho quer os vários parceiros sociais, o que naturalmente dilatou o seu prazo de conclusão. PMC - A acção da ACT está orientada para ambas as formas de intervenção que refere. As áreas da prevenção e da fiscalização são ambas essenciais e assumem-se complementares no que diz respeito à efectivação de condições de trabalho seguras e, consequentemente, à redução da sinistralidade. A complementaridade das duas funções constata-se ao verificar que a função inspectiva tem, além do controlo, uma vertente e efeitos preventivos, mas tam- As 8 orientações do Parlamento Europeu aos 27 Estados ACT fiscalizou estaleiros de construção civil 1. Requisitos mínimos para a qualidade dos serviços preventivos e da inspecção do trabalho VE - Com que meios humanos e materiais deverá trabalhar a ACT para cumprir esse objectivo? E através de que metodologias, prioritariamente? Fiscalização ou prevenção? Data da operação Dias 18 e 19 de Março de 2008 Meios envolvidos 127 inspectores do trabalho das 5 direcções-regionais Destinatários da visita 248 estaleiros de construção civil, num total de 577 empresas e 1453 trabalhadores fiscalizados Infracções verificadas 630 infracções em matéria de segurança na construção, sendo a falta de planeamento e de coordenação da segurança em obra a responsável pelas principais irregularidades 2. Sanções mais severas 3. Melhores avaliações da aplicação da legislação 4. Intercâmbio das melhores práticas 5. Reforço da cultura da prevenção e dos sistemas de alerta precoce, incluindo o acesso mais amplo da sociedade a informações relativas às condições de trabalho e de segurança nos locais de trabalho 6. Maior participação dos trabalhadores no local de trabalho 7. Encorajamento dos empregadores a cumprirem as suas obrigações no domínio da segurança e saúde no trabalho 8. Reforço do recurso aos acordos de concertação social FONTE: Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) VE - A Estratégia Europeia prevê a redução em média de 25% da taxa total de incidência de acidentes de trabalho na União Europeia a 27 até ao ano de 2012. Portugal está em condições de cumprir essa meta? PMC - A redução da sinistralidade continua a ser um dos objectivos orientadores da acção deste organismo, cuja prossecução se vê hoje facilitada pela junção da área da promoção para a segurança e saúde no trabalho e da área inspectiva. Estão considerados como domínios de intervenção principal da actividade inspectiva da ACT as matérias de cuja acção possa resultar uma efectiva mais-valia reguladora, preferencialmente com efeito multiplicador a esse nível. Prevê-se uma estreita articulação entre ambas as áreas para que se potenciem os resultados e se criem melhores condições de trabalho. Realizaremos, por exemplo, nos próximos três anos, uma campanha nacional de avaliação de riscos e desenvolvimento da prevenção junto das micro e pequenas empresas, que envolverá a divulgação da informação necessária à adopção de boas práticas na área da segurança e saúde no trabalho por estas empresas, mas também FONTE: Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) bém pelo facto de a promoção para a segurança e saúde no trabalho ser também reguladora. VE - Foi divulgado a 14 de Janeiro último no site da ACT a lista de candidatos admitidos ao concurso externo de admissão a estágio para ingresso na carreira de inspector do trabalho. Em que fase se encontra este concurso? PMC - Relativamente ao concurso de admissão de 100 candidatos a estágio, irá ser marcada brevemente a data para a realização da prova escrita de conhecimentos. Segue-se a entrevista profissional de selecção, esperando-se conseguir dinamizar o processo, de forma a que se possa contar com aqueles inspectores o mais rapidamente possível. VE - Que balanço faz da actividade da ACT depois da reestruturação de serviços decorrente da extinção da IGT e do ISHST? A concentração de sinergias a que se propunham está a ter reflexos positivos no trabalho da nova ACT e na concretização dos objectivos? PMC - O balanço que se pode efectuar hoje é bastante “Apesar da criação da Autoridade para as Condições do Trabalho ser recente, temos indicadores muito satisfatórios ao nível dos resultados”, revelou Paulo Morgado de Carvalho à “Vida Económica”. positivo. De facto, apesar da criação da Autoridade para as Condições do Trabalho ser recente, temos indicadores muito satisfatórios ao nível dos resultados. A reestruturação organizacional efectuada, pelas sinergias criadas, permite, de uma forma integrada, conjugar esforços no sentido da efectiva melhoria das condições do trabalho. Ao nível inspectivo, com a criação das cinco direcções regionais e da Direcção de Serviços de Apoio à Actividade Inspectiva reforçou-se a harmonização, a coordenação e a eficácia actividade inspectiva a nível nacional. Na verdade, com a nova estrutura da ACT e o planeamento estratégico desenvolvido foi já possível em 2008 (de acordo com os dados provisórios do 1º trimestre), nomeadamente através do aumento das acções nacionais coordenadas, por exemplo, regularizar 718 trabalhadores que tinham uma situação contratual que configurava trabalho não declarado ou trabalho precário ilegal, o que significa um resultado muito superior ao de 2007. Têm sido organizadas acções com resultados muito positivos em variadíssimos sectores de actividade, desde a construção civil, transportes rodoviários, comércio, restauração, empresas de prestação de serviços, que permitiram, só no primeiro trimestre de 2008, realizar mais de 15 mil intervenções, suspender mais de 700 trabalhos em que se apresentavam situações de risco grave para a integridade física dos trabalhadores, determinar mais de 4800 alterações em locais de trabalhos, processos de trabalho ou equipamentos para assegurar a necessária segurança, proferir quase duas mil advertências escritas e aplicar mais de 4300 autos com um valor mínimo de coimas na ordem dos quatro milhões e meio de euros. Também na área da promoção da segurança e saúde tem sido acelerado o processo de autorização das empresas prestadoras de serviços de segurança e saúde, assim como a certificação dos técnicos. Por outro lado, continuamos a receber e apoiar inúmeros projectos em matéria de prevenção de riscos profissionais, submetidos por diversas entidades, nomeadamente para fins de investigação científica. VE – E qual é o grande objectivo da ACT para 2008? Em que áreas prioritárias têm programado actuar? PMC - A ACT é um serviço de promoção da melhoria das condições de trabalho, prevenção, controlo, auditoria e fiscalização. O Plano de Actividades para 2008-2010 assume como visão a consolidação de um sistema de inspecção com ênfase nos resultados e na efectivação de condições de trabalho seguras, dignas e sustentáveis, de cuja acção possa resultar a redução dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais, a eliminação do trabalho não declarado e irregular e a promoção das garantias fundamentais associadas ao trabalho digno. Também o desenvolvimento de programas que ajudem a dinamizar as políticas nacionais para a segurança e saúde no trabalho, com ampla participação social e a constituição de uma verdadeira rede nacional de prevenção constituem os desafios da ACT para os próximos anos. Na área da promoção, estes desafios consubstanciam-se em levar mais e melhor informação ao encontro dos agentes económicos e dos trabalhadores, no apoio à realização de projectos na área da segurança e saúde no trabalho, na aplicação de um inquérito nacional às condições de trabalho, que pretendemos desenvolver. Tudo para conhecer melhor o meio de intervenção, melhorar o sistema estatístico de acidentes de trabalho e doenças profissionais e inserir os conteúdos da prevenção nos “curricula” escolares. TERESA SILVEIRA [email protected] 24 empresas sexta-feira, 18 Abril de 2008 EGP coloca 89% dos alunos em seis meses TERESA SILVEIRA [email protected] A Escola de Gestão do Porto (EGP) anunciou esta semana que conseguiu, “em apenas seis meses”, a colocação profissional de 89% dos seus alunos de MBA, sendo que, desse total, 56% foram colocados três meses após o fim da formação. A EGP congratula-se com a “elevada empregabilidade” registada pela Escola, que, em 2007, “cresceu 130% face ao período homólogo do ano anterior”, demonstrando que “cada vez mais empresas recorrem à EGP como parceira de recrutamento”. Em comunicado, a escola liderada por Daniel Bessa, que vai transformar-se, já em Setembro, em conjunto com a ISFEP da Faculdade de Economia do Porto, na Business School Interna- tional, revela que, dos alunos de MBA que ingressaram em novos projectos, 79% fizeram-no “por intermédio da EGP, através de parcerias com empresas”. Em 2007, um total de 105 empresas nacionais e internacionais apresentaram propostas profissionais concretas aos alunos MBA da EGP, as quais deram origem a 180 oportunidades de emprego, revelou a Escola. Empresas como a Sonae, a Colep-CCL, a Aenor, a Bial, o BPI, a Deloitte, a Egor, a Fundação de Serralves, a Gamobar, a Inditex, a Ibersol, a Martifer, a MotaEngil, a Optimus, a Organtex, a Quimonda, a Rar, a Unicer e a Vicaima são algumas das que já recrutaram quadros na Escola de Gestão do Porto. = = A! @? 23"&%*DC."$34"+*6"%"&,&5&1&*1.%&$.,/*+"&2*23&,"3*6" -4,2H5.+4,&3.%..2*23&,"72$"+/.134(4F2 -$+4*-4,&1.2"+&(*2+"DC.'4-%",&-3"+%.431*-""%,*-*231"3*5" &G-%*$&2$1.-.+H(*$.&"+'"#E3*$.1&,*22*5. 43.1."04*,*$"1%.1./.-.25*5P*: .1,"3.? ,4 ;/B(2 # #%# & % !# 5,3<26/.9;* 64 -.#64,U-6 ;6-66,65;. -*6+9* ✃ 64.))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) 69*-*))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))!6:;*3)))))))))))) °G65;92+<25;.))))))))))))))))))).4*23))))))))))))))))))))))))))))))) ®$24$632,2;66.5=26-.))))).?.473*9.:-632=96 => @?769® ® % 5G))))))))))))))))))))))) ::25*5;.G)))))))))))))))))))) ®!*9*6./.2;6.5=26,1.8<.=*3.5G°))))))))))))))))))):6)))))))))))))) 56=*369-.))))))))))))))) .+2;.4)))))564.<,*9;O6 ,6465°)))))))))))))))))))))))))))) S-$.0)))))))=L32-6*;Q))))))))))) .42;2-6.4564.-.))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) ® $632,2;6 6 .5=26 N ,6+9*5P* ,9.:,.4 7*9* -.:7.:*: -. .5=26 . ,6+9*5P* $$%&#))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) $ ! $ ' I #K Hitachi Consulting nomeia novo líder na área de Business Strategy Services Richdun passa a representar a Dunhill no mercado nacional 2/&$*"+/"1"E$-*$.27$*"*2%&.-3"2 22*-"-3&21"#"+)"%.1&2%.2*,/.23.2 '25,3<R-6 %*3.1'25,3<R-6 ` A Google está a entrar em força no mercado português. O motor de busca mais conhecido do mundo tem 15 milhões de euros disponíveis para captar anunciantes. O processo é simples, a empresa disponibiliza um tipo de “cheque”, com um limite de 50 euros às PME e empresários que pretenderem aderir a uma campanha publicitária com o Google AdWords. A empresa de consultoria Hitachi Consulting nomeia John Furth como líder da nova prática global de Business Strategy Services. A Hitachi Consulting é a unidade de negócio global de consultoria de negócio e de tecnologia da Hitachi Ltd, com escritórios nos Estados Unidos, Japão e Europa. Segundo a empresa, os seus consultores estão “empenhados em apoiar os seus clientes a conseguir resultados rápidos e mensuráveis, que proporcionem um retorno sustentável, aportando valor ao negócio e aos seus accionistas”. 1*-$*/"*2&23*-"3B1*.2 B %Q,52,6: A,2*2:-.65;*: B <5,265L926:-*.-*. 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Google procura anunciantes nacionais PUB #% $ ! #%$ (!KJ Associação Portuguesa de Seniores de Golfe distribui prémios *%"$.-H,*$" #65P*3692:;S=O6·G:8 ·!69;6 %.3 *? &,"*+/"1"&-$.,&-%"2 .5,64.5-*:=2-*.,65642,*7; >>>=2-*.,65642,*7; Em momentos de crise, o mercado dos produtos de luxo, tradicionalmente, garante um desempenho bastante positivo. Estes artigos acabam por funcionar como um refúgio para aqueles que dispõem de alguma liquidez financeira. O grupo Dunhill passou a ser representado pela empresa Richdun em Portugal. A intenção é reforçar a presença no mercado nacional, a par do impulso das respectivas vendas. Assim, neste cenário, logo no primeiro ano de actividade, a Richdun anunciou a intenção de investir um milhão de euros, no sentido de dar mais visibilidade à marca representada. Da estratégia para este ano consta a abertura de uma nova loja, que se localizará numa zona de referência da capital. associativismo sexta-feira, 18 Abril de 2008 25 Associações de apoio a empresas do interior alertam “Crise dura e perdura no interior do país” O défice português em 2007 foi o mais baixo dos últimos 30 anos. Com as finanças públicas “controladas”, o Governo anunciou uma redução do IVA para 20%, já em Julho. Para José Sócrates a crise está ultrapassada e a “casa está agora em ordem”. Mas como está o interior do país a sentir o anunciado “fim da crise”? É a pergunta para a qual todos procuram resposta. A crise económica portuguesa está ultrapassada? O Governo diz que sim. Os economistas e teóricos não chegam a um consenso. As associações de apoio às empresas do interior do país falam numa só voz: a crise não acabou. O interior do país parece ser um palco privilegiado para o acentuar de problemas socioeconómicos e tem enfrentado graves problemas de desertificação e baixa natalidade, com as empresas a deslocarem-se para os centros urbanos e a emigração a crescer significativamente. mas acredita que a medida não é suficiente. “Estimular o investimento privado é a única forma sólida de promover as exportações” e o Estado deve actuar sobre a oferta. Um contacto próximo com as empresas é essencial para identificar o foco dos problemas e encontrar soluções. “Quem está nos gabinetes não tem noção da realidade”, defende César Amaro, secretário geral da Associação Comercial e Industrial de Castelo Branco (ACICB). O problema da “implementação dos grandes lobbies” é gritante para o comércio tradicional”, num país onde A crise dura e perdura “nada se produz e tudo se consome” e onde a “oferta “O Governo As associações refutam a acaba por ser excessiva”. está a entreter ideia do fim da crise econóJoão Albuquerque, da mica em Portugal, e idenAssociação Comercial as pessoas tificam alguns pontos onde Industrial de Barcelos se deve actuar para melho(ACIB), acredita que Escom números rar a situação. A “burocrapanha é um modelo a sehipotéticos” cia, os atrasos na justiça, a guir e deixa um conselho carga fiscal e a legislação lapara o Governo: “é preciso boral” são alguns dos ponouvir os intervenientes a tos focados pela Associação Empresarial nível local/ regional, as medidas não poda Região de Viseu (AIRV), na voz do dem ser globais”. presidente João Rebelo de Sousa. “Os indicadores não enganam: não há “Se o Estado pagasse o que deve aos fim da crise no interior (até mesmo a norfornecedores, sem atrasos” já seria uma te do Porto)”. O secretário-geral da ACIB grande ajuda. O presidente da AIRV re- acredita que “no global talvez a crise talvez conhece que as empresas do interior tive- esteja no fim, mas é preciso não esquecer a ram um incentivo fiscal de IRC positivo, equidade regional”. Ponte da Barca assume-se como município de eficiência energética Promover o município de Ponte da Barca como território de energia limpa. Foi com este objectivo que a câmara municipal assinou um protocolo de colaboração para a eficiência energética. O acordo foi firmado com o INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial, o INESC/Porto – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores e a empresa SmartWatt – Eficiência Energética e Microgeração. O protocolo tem a duração de cinco anos (renovável por igual período) e é o primeiro passo para a criação de um “cluster” energético no concelho. O sector energético – sobretudo o das energias renováveis, limpas e de co-geração – tem um “grande potencial, não apenas pela sua comprovada rentabilidade económica, como também pela necessidade de diminuir a dependência energética de Por- tugal face ao exterior e de reduzir os factores promotores do aquecimento global”, referiu o presidente da autarquia, António Vassalo Abreu. A área é encarada pelo município como uma importante alavanca para o desenvolvimento da região e deve atrair investidores interessados em explorar, economicamente, as potencialidades energéticas: os recursos eólicos, os solares e os hídricos, a biomassa ou mesmo as matérias-primas para a produção de biocombustíveis. No âmbito do protocolo, foi formalizado um acordo de desenvolvimento de um plano de acção para a eficiência energética municipal, a ser realizado pelo INESC/Porto. A criação de um sistema de contabilidade energética municipal, a implementar pela SmartWatt, empresa especializada nesta área a funcionar na FEUP, foi mais um dos acordos firmado. O outro parceiro deste protocolo, o INEGI, fica responsável pela implementação de um sistema de eficiência energética das piscinas municipais de Ponte da Barca. Descida do IVA tem apenas efeitos psicológicos “A descida do IVA vai ter agora um efeito na economia, nos preços e na expectativa das pessoas”. A frase é do Primeiro-Ministro, José Socrates, mas a ideia é rebatida pelas associações do interior do país. João Albuquerque, da ACI de Barcelos, acredita que a grande mais-valia da descida do IVA é claramente psicológica, “não inverte o ciclo de desemprego”, é apenas um “encorajamento para as empresas”. Do ponto de vista do crescimento não terá impacto, mas é um bom sinal”. O presidente da Associação Empresarial da Região de Viseu, João Rebelo de Sousa, não duvida que “não vai ter repecussões no desempenho das empresas”. O Governo está a “entreter as pessoas com números hipotéticos. Andam a brincar com as pessoas: o consumidor não vai encontrar nada de palpável com a descida do IVA, quando Espanha tem uma diferença de quatro pontos percentuais”, acusa César Amaro, secretário-geral da ACI de Castelo Branco. Aumento dos benefícios fiscais foi positivo, mas “claramente insuficiente” Em Setembro de 2007, os benefícios fiscais para as empresas do interior do país aumentaram. Os benefícios fiscais para as actividades económicas no Interior do país passaram de cinco para dez por cento. Quanto às novas empresas, os benefícios fiscais subiram de dez por cento para 15 por cento. O aumento dos benefícios fiscais foi uma medida aplaudida pelos empresários do Interior, mas “claramente insuficiente”. Para César Amaro, a razão é simples: “para usufruir dos benefícios é preciso produzir e não temos condições para isso”. Mário Frota acredita nas mais-valias do novo regime sobre práticas comerciais desleais “Consumidores terão mais facilidade em assegurar direitos práticos” Já está em vigor o novo diploma que regula as práticas comerciais desleais das empresas face aos consumidores. O decretolei visa reforçar as garantias dos consumidores, antes, durante e depois de uma transacção comercial. “A nova lei é pensada sobretudo para o mercado interno, limitado pelas fronteiras dos 27 estados-membros da União Europeia”. Para Mário Frota, presidente da Associação Portuguesa para a Defesa do Direito do Consumo (APDDC), “o ordenamento jurídico português já oferecia soluções para a maior parte das questões” mas as alterações introduzidas encurtaram a diferença entre a lei dos livros e a lei em acta, e os “consumidores terão mais facilidade em assegurar direitos práticos” O diploma classifica como práticas comerciais desleais, as que condicionem as opções dos consumidores, através de informação falsa ou susceptível de induzir o consumidor em erro, em relação ao preço do produto ou à sua forma de cálculo, por exemplo. São ainda consideradas desleais as práticas comerciais enganosas, agressivas ou omissões de dados. A confiança dos consumidores é vital para a competitividade e só é possível se “as empresas se pautarem por critérios de transparência, rigor e lealdade”. Mário Frota defende que “é necessário actuar sobre os agentes inescrupulosos do mercado”. De acordo com o Ministério da Economia e Inovação, a averiguação dos casos será da responsabilidade dos organismos do Estado, como a ASAE e a Direcção-Geral do Consumidor. As coimas podem variam entre 250 euros e 3740,98 euros, no caso de o infractor ser uma pessoa singular, e 3000 euros e 44891,81 euros, para pessoa colectiva. 26 sexta-feira, 18 Abril de 2008 Tap quer transportar mais 300 mil passageiros a partir do Porto Turismo Reforço internacional do enoturismo requer Marca Portugal mais forte British Airways com voos diários a partir de Faro TAP reforça operação no Norte A transportadora aérea nacional está a reforçar a sua operação no aeroporto do Porto, fruto dos resultados positivos que tem registado, como revelou a “Vida Económica” na anterior edição. Segundo Luiz Gama Mor, vice-presidente da TAP, “os nossos objectivos passam por ampliar a importância do papel” que o Porto desempenha, “tanto através do reforço dos principais destinos que oferece como no desenvolvimento de novos mercados que possam interessar a Portugal”. Em declarações à Vida Económica, este administrador confirmou que a empresa está a desenvolver o centro de operações do aeroporto do Porto: “O Porto é o nosso segundo hub e vamos continuar a investir nele. Vamos criar um novo destino internacional directo para Salvador da Bahia, de grande interesse não só para Portugal mas também para a Galiza, já aumentámos a frequência Porto-Funchal e vamos aumentar a frequência Porto-Nova Iorque”. Falando à margem da assinatura do protocolo de promoção entre a TAP e a Adeturn, Luiz Gama Mor revelou que os resultados obtidos pela companhia nacional, paralelamente ao facto de este aeroporto “funcionar como uma válvula” face aos estrangulamentos sentidos no aeroporto de Lisboa, permitem à TAP percorrer “mais uma etapa” no aprofundamento da operação do Porto. “Essa direcção começou TAP regista maior lucro de sempre A companhia aérea nacional apresentou os seus resultados de 2007, registando lucros de 32,8 milhões de euros, mais 349% face a 2006. Por outro lado, a empresa juntou 26 novos aviões à sua frota, sendo que a oferta de assentos por quilómetro cresceu 18% face a 2006, o que inevitavelmente conduziu a uma quebra na taxa de ocupação (“load factor”), de 73 para 71%. Não obstante, a procura registou um acréscimo de 14,9% e um aumento do número de passageiros em 13%, para 8 milhões, dos quais 1,5 milhões no Porto, como referiu Luiz Gama Mor. Para 2008 o objectivo definido pelo Governo para a TAP passa por atingir um resultado de 64 milhões de euros. com a introdução de voos para destinos internacionais a partir do Porto, que são actualmente 18. Crescemos 24% em número de passageiros em 2007; do total de 8 milhões de passageiros que a TAP transportou o ano passado, 1,5 milhões foi transportado no Porto. Prevemos crescer mais 300 mil passageiros este ano, sendo que no primeiro trimestre crescemos 39%”, revelou Gama Mor. TAP e Adeturn firmam acordo de promoção Nesse sentido, a TAP e a Adeturn Turismo Norte de Portugal assinaram um protocolo de cooperação promocional da região no estrangeiro. Segundo Jorge Osório, presidente da Adeturn, este acordo pretende “ampliar e consolidar o crescimento da região a nível internacional”, aproveitando “as oportunidades que a TAP nos oferece”. Desta forma, o protocolo, válido até final do ano, tem como alvos prioritários os mercados de Espanha, Alemanha, França, Holanda, Bélgica, Reino Unido, Itália, Suíça, Luxemburgo, EUA e Brasil. O investimento que a Ade- turn realizará neste conjunto de actividades promocional, que rondará “os 150 a 200 mil euros, complementados com os meios da TAP”, envolve a realização de “workshops, concursos, operações junto da rede de distribuição internacional e convites a jornalistas estrangeiros”, entre outros. Por seu turno, a TAP promoverá a marca Porto e Norte de Portugal nesses mesmos destinos. O acordo permitirá “identificar os principais agentes que operam este destino, no sentido de promover o incremento das suas operações, devendo ainda ser assinalados aqueles que ainda não operam para a região”. Numa fase posterior, “será avaliada a potencialidade dos mesmos para o início da operação, baseada em apoio e organização de visitas, publicidade, campanhas comerciais e banners nos sítios de comércio na internet, bem como mailings directos destinados a segmentos específicos”. Recorde-se que o Porto e o Norte de Portugal foram a região turística nacional que registou maior taxa de crescimento em 2007. Já em Janeiro de 2008, o crescimento da região Norte foi de 3,5%. A British Airways aumentou a sua presença no mercado português com voos diários a partir de Faro para LondresGatwick. Esta era uma ligação até aqui operada desde o aeroporto de Gatwick pela GB Airways, companhia aérea franchisada da British Airways. Com esta ligação, é melhorada a cobertura da British Airways no território português, neste caso particular na região sul de Portugal. Segundo Jordi Porcel, director-geral da British Airways para Portugal e Espanha, “esta nova rota irá beneficiar o turismo em Portugal, uma vez que contribuirá para reforçar a entrada de ingleses no Algarve e, por outro lado, os portugueses irão beneficiar de uma maior oferta de ligações a uma importante capital financeira e cultural europeia”. UE e EUA celebram acordo de céu aberto O novo Acordo de Transportes Aéreos entre a UE e os EUA permite, pela primeira vez, que as companhias aéreas europeias possa voar sem restrições a partir de qualquer ponto da UE para qualquer ponto dos EUA. Este é considerado um dos acordos mais ambiciosos alguma vez negociados no domínio dos serviços aéreos. Os dois maiores mercados da aviação, que abrangem 60% do tráfego mundial, irão trabalhar em conjunto em todos os sectores da política da aviação. Em Maio de 2008, a Comissão Europeia irá iniciar a segunda fase das negociações com os EUA. Todas as companhias aéreas da UE podem agora operar voos directos para os EUA a partir de qualquer ponto na Europa e não apenas a partir do respectivo país. O acordo suprime todas as restrições em termos de rotas, preços e número de voos semanais. Muitas companhias aéreas vão aumentar o número de voos e de destinos no domingo. O número de voos entre Londres-Heathrow e os EUA, por exemplo, vai aumentar cerca de 20% em comparação com o mês de Abril de 2007. Tendo em conta os cerca de 50 milhões de passageiros que se deslocam anualmente entre a UE e os EUA, o acordo cobre, de longe, o maior mercado internacional do transporte aéreo. A supressão de todas as restrições de acesso ao mercado vai estimular a concorrência e é esperada uma diminuição no preço dos voos transatlânticos. Os benefícios para os consumidores podem atingir os 12 mil milhões de euros nos primeiros cinco anos. O acordo pode levar à criação de 80 000 postos de trabalho de ambos os lados do Atlântico. Turismo sexta-feira, 18 Abril de 2008 Reforço do enoturismo requer ligação da marca Portugal com empresas O reforço internacional do enoturismo português requer a criação de uma identidade nacional mais forte no exterior, gerando uma imagem unitária que não se compadece com a fragmentação de projectos promocionais levados a cabo pelos agentes económicos do sector de forma isolada, nomeadamente empresas vinhateiras. Por outro lado, não se pode diluir, nessa identidade, a valia mundial de marcas e destinos criada ao longo de séculos pelos vinhos portugueses, como sejam o vinho do Porto e o Douro. Aparentemente paradoxais, estas foram duas das conclusões a que chegaram os vários agentes do sector reunidos num debate promovido pela ViniPortugal. Todos, porém, mostraram o seu acordo quanto à necessidade de uma crescente interligação entre os vinhos, o turismo e a gastronomia em Portugal. O debate em torno dos mercados prioritários estabelecidos no relatório Porter concluiu pela necessidade de um maior investimento nas rotas do vinho/enoturismo, acompanhado de maior consistência, continuidade e focalização na mensagem, bem como um crescente investimento em relações públicas, em detrimento do investimento em publicidade. A dualidade marca Portugal versus marcas de empresas “requer a responsabilização dos vários operadores” (nomeadamente em torno das associações do sector) e “a adopção de tácticas conforme o “target” e o interlocutor”. Marca Portugal vs. identidades regionais Segundo João Pombo, administrador da Herdade do Meio e fundador da Geotur, a importância da ligação entre os vinhos e o turismo é inegável, mas “o mercado português é tão diminuto” que “o país deve estar presente no exterior como um todo”. Na sua perspectiva, os produtores e operadores do segmento do enoturismo devem apostar numa estratégia conjunta que passa pela promoção da Marca Portugal. “Portugal é o 15º destino turístico dos últimos 20 anos” e gerou “receitas entre 7 e 8 mil milhões de euros de 2002 a 2007”, algo a que os promotores do enoturismo não devem estar alheios. Ao contrário, Cristiano Van Zeller, um dos produtores associados aos Douro Boys, afirmou que “a Marca Portugal não transmite a confiança e a notoriedade” internacionais que algumas regiões, como o Douro, gozam. “Isto porque a notoriedade da marca depende de factores que os empresários não controlam”. Para este produtor, é necessário “oferecer marcas com continuidade e consequência”, algo que em Portugal, ao longo dos séculos, apenas o vinho do Porto fez com sucesso. E concluiu: “A Marca Portugal é um desperdício de tempo, energia e recursos, pois este é um negócio de pessoas e relações públicas”. Marc Barros [email protected] 27 easyJet aumenta resultados A easyJet registou um crescimento de 20,5% na sua operação global em Março de 2008 face a igual período do ano anterior, com um total de 3,7 milhões de passageiros, sendo que o factor de ocupação aumentou três pontos percentuais no mesmo período. Estes resultados globais representam as rotas da easyJet incluindo as rotas GB Airways. A partir de Abril de 2008, as estatísticas de tráfego, que serão apresentadas de Maio em diante, não serão analisadas separadamente. Nos voos operados pela easyJet, esse crescimento foi de 13,7%, com 3,5 milhões de passageiros e um aumento do “load factor” em 2,9%, enquanto na GB Airways o resultado decresceu em 10,8%, diminuindo igualmento o “load factor” em 3,4%. Conventual Vineyard & Golf Resort em Évora Vila Sol aposta em turismo de luxo no Alentejo A partir de 2008 a Vila do Redondo contará com um empreendimento de luxo que combina turismo residencial, golfe e uma unidade hoteleira, num investimento que ascende aos 87 milhões de euros, divididos pelas três fases do projecto, com conclusão prevista para 2015. O novo empreendimento tem a chancela Vila Sol e pretende levar para o Alentejo um projecto de turismo de luxo e golfe único até agora naquela região. Sob a promessa “Inspired in Nature, designed by art”, o Vila Sol Évora promete inspirarse na natureza a nas características da região para proporcionar uma oferta única de turismo e lazer. “Qualidade, autenticidade e respeito por aquilo que cada região tem de mais genuíno é o compromisso da marca” – quem o afirma é Pedro Farinha dos Santos, Administrador do Grupo Atlântica. O resort Vila Sol Évora irá surgir na Herdade da Palheta e estende-se ao longo de 300 hectares, com uma área total de construção de 89.500 m2 nas três fases que compreendem o projecto. A 1ª fase contempla a construção de uma unidade hoteleira de luxo com 73 quartos, um campo de golfe de 18 buracos e “clubhouse”, a plantação de 26 hectares de vinha e de 30 hectares de olival, a construção de uma barragem e 31 lotes com cerca de 3000 m2 para a construção de moradias, dos quais 22 lotes se destinam à criação de um núcleo de Aldeias Alentejanas em banda. A 2ª fase compreende a construção de moradias turísticas isoladas, num total de 54 lotes com 3000 a 7000 m2, e a reabilitação do montado de Azinho. A última fase comporta 131 lotes, que, também, deverão seguir o modelo das típicas Aldeias Alentejanas. “O mais importante deste projecto é desenvolver um conceito assente na qualidade que, simultaneamente, permita às pessoas usufruírem daquilo que o Alentejo tem de mais autêntico, desde a beleza natural da região à tradição conventual, às experiências ligadas ao vinho, até à traça arquitéctónica da região que estará patente no projecto do hotel e das moradias”, refere o mesmo este responsável, que acredita no potencial deste conceito pioneiro de turismo de luxo e golfe em pleno Alentejo. Pestana lança novo projecto em Moçambique Actualmente detentor e gestor de três unidades hoteleiras em Moçambique, o grupo Pestana vai lançar em breve um novo projecto para a ilha de Inhaca, onde é proprietário de um terreno de 75 hectares. O projecto delineado passa pela construção de um empreendimento imobiliário turístico com um campo de golfe de 9 buracos, com 150 moradias com piscinas individuais, um boutique hotel de 40 quartos e a ampliação do actual Pestana Inhaca Lodge de 40 para 80 quartos. Para além disso, está prevista a criação de uma zona comercial com marina e lago e o alargamento da pista aérea de Inhaca de 600 metros para 1500 metros. O investimento a realizar neste projecto é de cerca de 50 milhões de euros, proporcionando mais cerca de 150 postos de trabalho. Actualmente está em curso a elaboração do estudo de impacto ambiental. Recorde-se que, naquele país da África Austral, o grupo detém as unidades Pestana Rovuma hotel, unidade de quatro estrelas, com 120 quartos, um centro de escritórios e um centro comercial; o Pestana Bazaruto Lodge, hotel de charme de quatro estrelas situado no arquipélago de Bazaruto, recente- mente remodelado e ampliado, e que agora oferece 40 bungalows; e o Pestana Inhaca Lodge, na ilha de Inhaca, que também sofreu uma profunda remodelação no último ano e tem disponíveis 40 quartos. O volume de negócios em 2007, nestas três unidades, totalizou os oito milhões de dólares, que empregam cerca de 310 colaboradores (dos quais 98% são moçambicanos) e realizou, nos últimos anos, 130 mil horas de formação, incluindo estágios noutras unidades do grupo fora de Moçambique, envolvendo 4500 formandos. Este projecto enquadra-se na estratégia de internacionalização do grupo que, a nível global, com as suas duas marcas de hotelaria (Pestana Hotels & Resorts e Pousadas de Portugal) detém e gere 81 unidades hoteleiras e cerca de 8200 quartos. O processo de internacionalização em curso marca presença em sete países (Portugal, Brasil, Argentina, Moçambique, África do Sul, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe), sendo que o grupo anunciou recentemente a sua presença em mais dois países, através da construção de um hotel na Venezuela (Pestana Caracas) e em Londres (Pestana Londres). Sofitel Lisboa regista resultados históricos O Sofitel Lisboa registou resultados históricos em 2007, com um saldo positivo de 500 mil euros e um ROI de 145%. No âmbito da nova estratégia da marca, o Sofitel Lisboa, com 80 colaboradores, prepara-se para reforçar a sua equipa. Para esse efeito, a Sofitel estabeleceu uma estratégia que passa pela redefinição de todos os componentes da marca, como serviços, distribuição, preços, comunicações e recursos humanos. Na sequência do novo posicionamento da marca, a Sofitel vai ter um novo logótipo, que representará a sua ligação com os clientes e os colaboradores. Grupo espanhol compra ilha no rio Minho O grupo espanhol Artagón comprou a ilha da Boega, no rio Minho, onde pretende desenvolver um projecto turístico, num investimento de 102 milhões de euros. A ilha, localizada entre Vila Nova de Cerveira e La Guardia, em Espanha, tem cerca de 60 hectares. Neste espaço, o promotor pretende desenvolver, numa primeira fase, já aprovada, um hotel com 350 quartos e um campo de golfe de 18 buracos. Numa segunda fase, ainda dependente de aprovação, está prevista a construção de 150 moradias de luxo e um porto desportivo. O projecto teve início há cerca de dois anos, quando o grupo adquiriu a ilha, que passará a chamar-se Ilha Artagón. O grupo, sediado em Huelva, encontra-se a desenvolver vários projectos em Portugal, entre os quais um empreendimento de 450 habitações entre Portimão e Armação de Pêra, num investimento de 41 milhões de euros. Para o centro do Estoril, o grupo pretende promover 150 apartamentos de luxo, cuja obra deverá arrancar no segundo trimestre de 2008, num investimento de 31,4 milhões de euros. No Brasil, o grupo Artagón adquiriu seis milhões de metros quadrados de terreno em Natal para a promoção de vivendas e a construção de cinco campos de golfe. 28 Instituto CFA tem mais de 90 mil membros em todo o mundo & sexta-feira, 18 Abril de 2008 Ócio Negócios Tenistas Ana Ivanovic e Daniela Hantuchova entregam cheque de 104 mil euros à HFH Destaques da semana Madrid recebeu Salão de Gourmets Para os verdadeiros amantes da culinária, o Salão Internacional do Clube de Gourmets serviu muita comida, conferências, concursos e várias actividades paralelas. O Salão de Gourmets, pioneiro em Espanha e com uma repercussão internacional assinalável, conheceu, de 14 a 17 de Abril, a sua 22ª edição. com uma grande variedade de produtos da indústria agroalimentar polaca. O Salão de Gourmets foi criado em 1999 com o objectivo de aproximar os consumidores do mundo da gastronomia e é uma oportunidade única para o público conhecer e experimentar novos produtos expostos por profissionais do sector. A feira reuniu, num espaço de 17 mil m2, cerca de 1300 expositores, espanhóis e estrangeiros. produtos tradicionais, apreciando, como afirma, “criar e transformar, sem que isso altere a sua essência”. Natural de Alfândega da Fé, Marco Gomes tem ganho um reconhecimento crescente. Para além de outras distinções e actividades, é membro da equipa nacional de cozinheiros e vice-presidente da primeira Associação Profissional de Cozinheiros e Pasteleiros do Norte de Portugal. Além disso, participou em 2005 no World Culinary Grand Prix, na Escó- Restaurante Foz Velha festejou cinco anos Entre peixe e vegetais, fumados, massas e produtos frescos, doçaria e queijos, aguardentes, licores, champagne e vinhos, os pavilhões de exposição da Cristal, Telefónica Madrid Arena e Satélite da Casa de Campo de Madrid acolheram a maior exibição de alimentos e bebidas de qualidade, que contou com mais de 69 mil visitantes. Este ano, a Polónia foi país convidado da feira, que contou O restaurante Foz Velha festejou o quinto aniversário. A importante data do espaço, localizado – como a designação desvenda – na Foz do Douro, no Porto, foi assinalada pelos proprietários, o chefe Marco Gomes e a mulher, Carla Seixas, com o menu Cinco Anos, Cinco Sentidos. Os convivas puderam apreciar a arte gastronómica de Marco Gomes e a sua equipa, admirando as cores, cheirando sublimes aromas, saboreando cada iguaria, usando até em determinado momento as mãos para comer e ouvindo o estalido crocante da finalização do prato de sobremesa. Paulo Amorim, do G7, o grupo dos grandes produtores de vinhos, que mantém uma parceria com o Foz Velha, referiu que a degustação foi “uma experiência única”. Além do Foz Velha, Marco Gomes abriu, recentemente, o restaurante Segredos da Terra, em Felgueiras. O baptismo do novo projecto não esconde a paixão do cozinheiro pelos PUB cia, e foi medalha de bronze, por duas vezes consecutivas, na Olympiade der Köche, na Alemanha. No final do ano passado representou ainda Portugal nas Nações Unidas, em Nova Iorque, e recebeu o prémio Infante D. Henrique na categoria de culinária. Jovens portugueses vencem em Espanha concurso de âmbito internacional Uma nova geração de portugueses começa europeia. Entre os concorrentes, estiveram a afirmar-se lá fora. É o caso da Marta Calvá- equipas de escolas como a London Business School ou a Universidade Luiggi Bocconi rio, do João Almeida e do Hugo Fontinha. É que estes jovens, com idades compre- de Milão. Esta competição poderá ainda leendidas entre os 21 e os 25 anos – as suas var os jovens lusos até Nova Iorque, a cidade licenciaturas são nas áreas da Gestão e da de acolhimento da final mundial. E porque nada acontece por acaso, lemEconomia pela Católica -, acabam de vencer, em Espanha, e, de forma destacada, a bramos ao leitor que este prémio surge num primeira etapa de uma das mais importan- momento em que a Marta, o João e o Hugo tes competições do sector financeiro a nível se encontravam, em Madrid, a tirar um masinternacional: a CFA Investment Research ter em Finanças pela Universidade Carlos III, Challenge. dois deles ainda a trabalhar para empresas A cerimónia de entrega dos prémios de- como o BPI e Sonae. A instituição académica correu – este evento é organizado pelo CFA citada é uma das mais prestigiadas para o esEspanha, patrocinado pelo El Economista e tudo das finanças no país vizinho. Bolsa e Mercados Espanhóis-, há pouco tempo, na bolsa de Madrid, com o presidente da CFA em Espanha a afirmar que “este ano o concurso tinha sido de altíssima qualidade, com a equipa vencedora a ser escolhida por unanimidade”. Sobre o trabalho destes jovens portugueses a, que Equipa vencedora, protagonizada pelos três jovens portugueses, escolhida por unanimise junta um dade e trabalho considerado de qualidade superior. canadiano, foi ainda dito que era de “qualidade superior Resta-nos dizer que o Instituto CFA, em linha com o trabalho de analistas pro- afinal a organização que está por detrás de fissionais credenciados e ligados à banca de tudo isto, é uma instituição de referência investimento”. no mundo financeiro, com mais de 90 mil O futuro, esse, vai ser por certo promissor membros um pouco por todo o mundo. O para a Marta, o João e o Hugo. É que es- seu objectivo último, de acordo com aquilo tes jovens, para além da bolsa e dos prémios que chegou à nossa redacção, é a atribuição dos patrocinadores, tiveram a oportunidade do título de Chartered Financial Analyst – algo que acontece pela primeira vez – de (CFA). Este um reconhecido “golden-stanrepresentar Espanha, em Londres, onde dard” para todos os profissionais da banca ontem, dia 17, se realizou a competição de investimento. sexta-feira, 18 Abril de 2008 & 29 Ócio Negócios Cofina e Controlinveste aliam-se para concorrer ao quinto canal; Barros convida Belmiro para a sua direcção na AEP Cisão PT Há um grupo de intrépidos accionistas, como João Oliveira, ex-presidente do BPA, ou Meira Fernandes, que integrava a lista de Miguel Cadilhe no BCP, que se queixaram junto da CMVM do comportamento da PT aquando da operação de cisão da ex-PTultimédia. Em causa está o modelo escolhido pela gestão da PT que forçou os accionistas a pagar imposto sobre o “dividendo em espécie” recebido. Segundo a administração da PT, o modelo foi o mais vantajoso para a sociedade e para os accionistas, mas a verdade é que alguns defendem que foi vantajoso apenas para o Fisco. E alegavam que havia uma alternativa que garantia a “neutralidade fiscal”. Bastava que a PT aplicasse o sistema de cisão/fusão que a Sonae adoptou quando separou a Indústria da holding. Na PT, o “spin off ” teve o carácter de dividendo em espécie ,pelo que os accionistas tiveram de pagar 20% de imposto. No caso de proceder primeiro à criação de uma nova sociedade que recebia a participação da PT na PTM, e depois a fusão das duas sociedades, não havia lugar ao pagamento de imposto. Na Polónia, o leilão de um terreno foi disputado por dois grupos portugueses Aparentemente, a PT receou que a sua operação não se enquadrasse na lei e jogou pelo seguro, gerando uma receita adicional ao Estado da ordem dos 250 milhões de euros. João Oliveira enviou várias cartas para a PT, a primeira das quais quando o tema foi colocado à apreciação dos accionistas. O ex-banqueiro pedia que a carta fosse lida na AG para advertir os accionistas que havia um modelo alternativo que garantia a neutralidade fiscal. Mas reparou depois, na acta da AG, que a sua carta não foi lida. Esgotada a conversa com a PT, avançou para a CMVM, relatando com detalhes a troca de informações e as respostas que foi recebendo. Estes minoritários não aceitam que tivessem de pagar imposto por uma operação forçada pela Autoridade da Concorrência, depois da ofensiva da Sonae.com sobre a companhia. Para João Oliveira, se fossem os accionistas, de posse de toda a informação, a aprovar o modelo, nada havia a censurar. Mas a verdade é que a deliberação foi genérica, como constava da ordem de trabalhos, tendo cabido à administração escolher a modalidade. Leilão A carta Carlos Santos Ferreira estreou-se, como presidente do BCP, a escrever aos accionistas. A primeira diferença em relação aos antecessores é o seu poder de síntese. Pelo menos, na estreia precisou de poucas linhas. É verdade que as novidades não eram entusiasmantes. A carta vai directa ao bolso ou à conta bancária dos accionistas. Ainda assim, poderia gastar linhas e papel em explicações e detalhes sobre o aumento de capital a crise financeira. Mas limita-se ao essencial. Aproveita apenas para recordar que a acção da equipa a que preside se desenvolverá segundo cinco eixos – recentrar a actividade do banco nos clientes; expansão das operações de retalho nos mercados de maior potencial; reforço da disciplina de “pricing” de risco e de gestão do capital; simplificação das estruturas e processos do banco e fortalecimento da reputação institucional. Por estranho e bizarro que pareça, a verdade é que uma hasta pública efectuada na longínqua cidade de Posdan (Polónia) foi discutida por duas empresas portuguesas. Ou melhor: pelas sucursais polacas de duas empresas portuguesas. A Câmara local lançou um concurso para vender, através de leilão competitivo, um terreno destinado a acolher um complexo imobiliário. Foram 13 as companhias que levantaram o caderno de encargos, mas só duas apuradas para o leilão final. Uma de Lisboa, outra de Braga. A base de licitação era de 19 milhões de euros. Lance daqui, lance dali, o leilão acabou perto dos 25 milhões de euros. Nessa altura, a construtora de Braga abandonou o jogo. Nesta batalha Norte-Sul, a vencedora foi a Gerium, uma promotora imobiliária do Estoril. Mas os polacos ficaram a saber que os portugueses não gostam de resultados combinados. O QUE SE DIZ Coligação Tudo indica que os concorrentes ao quinto canal, que o Governo colocará a leilão no fim desta legislatura, se apresen- tarão coligados numa única candidatura. A Cofina, de Paulo Fernandes, e a Controlinveste, de Joaquim Oliveira, terão concluído que o melhor era aliarem-se, em vez de entrar numa disputa de resultado incerto. O cimento desta parceria é a Zon, ex- PTMultimédia, que deverá surgir como patrocinadora e líder do consórcio. Paulo Fernandes e Oliveira são accionistas da Zon. Oliveira tem de resto outras parcerias com a Zon, como é o caso da Sportv. Proença de Carvalho surge como o representante público do consórcio. Quinze anos depois de ser o promotor da candidatura derrotada pela SIC e TVI no primeiro concurso, Proença regressa ao palco televisivo. Belmiro Depois de garantir alguns notáveis como Adalberto Neiva de Oliveira ou Artur Santos Silva na sua lista dos órgãos sociais, José António Barros tenta convencer Belmiro de Azevedo a integrar a direcção. Belmiro sempre foi avesso a estes movimentos, mas Barros não desiste de, em nome de um novo ciclo e tendo em conta a maior disponibilidade do colega engenheiro, convencer o patrão da Sonae a abrilhantar a lista que vai encabeçar. VisionariUm A próxima direcção da AEP está inclinada a vender o Visionarium, no Europarque, ao Ministério da Ciência. Há um ano, um grupo aliado a um conglomerado americano do sector apresentou uma proposta à AEP para transformar o Visionariam num fábrica de conteúdos e realidade virtual para as PME nortenhas. Mas as negociações encalharam e o protocolo nunca foi assinado. Num primeiro momento, as partes divergiam quanto à avaliação do activo e a forma de a AEP permanecer ligada ao projecto. Um acordo definitivo nunca terá sido atingido. A solução que se perfila para retirar do universo AEP um equipamento deficitário para o qual a associação não tem vocação para gerir é incluí-lo na rede estatal, negociando a sua transferência para o Ministério da Ciência. Espanha Os operadores turísticos dividem-se sobre os méritos e virtudes do plano de promoção conjunto entre Portugal e Espanha. Se, por um lado, faz sentido promover em destinos longínquos a Península Ibérica com um único destino, há quem receie que a aliança seja assimétrica e venha a beneficiar só a Espanha. A parceria traduz-se na produção e divulgação de conteúdos temáticos comuns, como vindimas, wellness, rotas de turismo religioso ou cultural. Este ano, o plano ibérico alargou-se ao Japão e Canadá. A Ibéria representa 8,3% dos turistas mundiais – 70 milhões de turistas/ano. Portugal fica com um quinto deste contingente. 30 sexta-feira, 18 Abril de 2008 Controlo da qualidade afere da credibilidade da profissão de TOC Fiscalidade CTOC define critérios de selecção para controlo da qualidade O controlo da qualidade passou a ser um instrumento prioritário na estratégia definida pela Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC). Considera a entidade reguladora que se trata de garantir a credibilidade da actividades destes profissionais. No âmbito do Regulamento do Controlo da Qualidade, a selecção dos técnicos cuja actividade será objecto de controlo será realizada por sorteio. A Comissão tem a responsabilidade de fixar e divulgar os critérios de selecção. Estes assentam em sete premissas, cada uma das quais com um determinado peso. Assim, o primeiro critério tem a ver com TOC sobre os quais recaíram queixas na câmara, por incumprimento do Estatuto ou do Código Deontológico (cerca de 20%). Depois, profissionais sobre os quais recaíram queixas sobre outros incumprimentos (cerca de 5%). O terceiro ponto refere-se àqueles profissionais que apresentaram queixa de colegas por incumprimento do nº 2 do artº 56º do ECTOC (na ordem dos 5%). Outros critérios são os que dizem respeito aos técnicos oficiais de contas que se ofereceram para serem controlados. Outro critério tem a ver com TOC no âmbito do processo de acompanhamento de estágios, a indicar ainda pela Comissão de Inscrição, bem como a indicar por deliberação da direcção. Finalmente, o sétimo critério de selecção é exercido aleatoriamente pelos TOC remanescentes (até ao limite de 40%). Após o sorteio, o profissional será notificado, nos termos e para efeitos do referido regulamento. Entretanto, algumas instituições de ensino estão a abrir candidaturas para cursos de preparação para os exames de avaliação profissional da CTOC. Trata-se de garantir a revisão e a actualização de conhecimentos relacionados com as matérias sujeitas a avaliação, tendo em conta o exame de acesso à profissão. Os cursos destinam-se a bacharéis e licenciados, em cursos integrados na lista de cursos reconhecidos pela CTOC e que tencionem proceder à sua inscrição na profissão. DGCI reforça competências nos preços de transferência A Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) adquiriu licenças de utilização de uma das bases de dados mais utilizadas pelas administrações tributárias estrangeiras e por contribuintes, na análise dos preços de transferência praticados em operações entre entidades relacionadas. Trata-se de Amadeus, que possibilita maiores aferição e controlo por parte da inspecção tributária, tendo em conta o cumprimento do princípio de plena concorrência nestas operações. Para a DGCI, trata-se de um passo muito importante, face a futuras negociações de acordos prévios de preços de transferência no reforço das competências das equipas de auditoria tributária, na neutralização de certas práticas abusivas de planeamento fiscal, assentes na manipulação dos preços de transferência. Embora a legislação fiscal permita a utilização da informação disponibilizada pelas bases de dados internas da DGCI, a aquisição das licenças é encarada como uma mais-valia para a administração tributária. De facto, possibilita o acesso a um conjunto de informação pública, designadamente financeira, comercial e societária mais vasta, não se limitando à realidade nacional. A selecção dos profissionais assenta em sete critérios PRÁTICA FISCAL IRS – fecho actividade c/contabibilidade organizada Um sujeito passivo de IRS com contabilidade organizada adquiriu para o exercício da s/actividade diversos activos imobilizados, nomeadamente equipamento administrativo e de transporte, os quais afectou à actividade e dos quais deduziu o IVA suportado nas aquisições e no final do corrente exercício pretende efectuar o fecho da s/ actividade de categoria B. Neste contexto, para além do apuramento normal do resultado da actividade corrente o que deverá ser efectuado para o fecho contabilístico e fiscal da mesma, nomeadamente: 1. o imobilizado deverá ser “desafectado”, i.e. “vendido” ao titular do rendimento ou a um terceiro, cobrado IVA e apurando as mais ou menos-valias fiscais? 2. qual o timing para efectuar a respectiva declaração de fecho de actividade na Mod.3 IRS, coincidindo esse momento com a “dissolução e liquidação” da actividade, ou existe alguma declaração adicional dado que tem contabilidade organizada; 3. existe mais alguma obrigação declarativa, para além da comunicação de fim de actividade para efeitos de IVA e IRS, e do Mod.3 de IRS, e qual os seus timings de entrega? 4. em consequência do fecho da actividade de cat. B com contabilidade organizada quando pode o sujeito passivo reabrir a actividade, mas sem estar sujeito à obrigatoriedade de possuir contabilidade organizada? Resposta da Assessora Fiscal Para efeitos de IRS a cessação de actividade ocorre, nos termos do art. 114.º do CIRS, quando verificadas as condições nele referidas. A cessação deve ser comunicada no prazo de trinta dias através da respectiva declaração de cessação (n.º 3 do art. 112.º do CIRS). O património que o empresário afectar a uso privado deverá ser valorizado pelo valor de mercado (valor estimado de venda), apurando os proveitos e as maisvalias contabilísticas e fiscais. A declaração modelo 3 deve ser apresentada no prazo estabelecido para a 2.ª fase, ou seja de 16 de Abril a 25 de Maio, visto que está obrigado a enviar a declaração pela internet, pois diz estar abrangido pelo regime da contabilidade. Se a cessação tiver ocorrido em 2007, para que no momento do reinício da actividade não seja assumido o regime em que estava enquadrado quando cessou, terá que o fazer a partir de Janeiro de 2009, como dispõe o n.º 11 do art. 28.º do CIRS. No que respeita ao IVA, a cessação de actividade ocorre, nos termos do art.º 33.º do CIVA, quando verificadas as condições nele referidas. A cessação deve ser comunicada no prazo de trinta dias através da respectiva declaração de cessação (art.º 32.º do CIVA). Deverá liquidar IVA relativamente aos bens que afectar a uso próprio ou que alienar, nos termos gerais. Informação elaborada pela APOTEC - Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade [email protected] AGENDA FISCAL ABRIL rente ao ano de 2007, se igual ou inferior a J 250 ou da 1ª prestação se superior. • IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas − Entrega das importâncias retidas no mês de Março sobre os rendimentos sujeitos a retenção na fonte de IRC. • IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares − Entrega da declaração modelo 3, em suporte de papel, com anexos, pelos sujeitos passivos com rendimentos das Categoria A (trabalho dependente), B (empresariais e profissionais), E (capitais), F (prediais), G (mais valias) e H (pensões). Até ao dia 20 • IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares - Entrega, pelas entidades obrigadas a efectuar retenção, do imposto deduzido em Março pela aplicação das taxas liberatórias previstas no artº 71º do CIRS. - Entrega, pelas entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, das importâncias deduzidas em Março sobre rendimentos de capitais e prediais e rendimentos de propriedade intelectual ou industrial e prestações de serviços (Categoria B). − Entrega do imposto deduzido em Março sobre os rendimentos do trabalho dependente e de pensões, com excepção das de alimentos. • IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas - Entrega da declaração de alterações pelos sujeitos passivos de IRC que, tendo anteriormente optado pelo regime geral de determinação do lucro tributável, queiram renovar a opção, bem como por todos os que, reunindo os pressupostos de inclusão no regime simplificado, estejam em condições de exercer a opção. - Entrega da declaração de opção ou da declaração de alterações relativa ao regime especial de tributação de grupos de sociedades. • Imposto de Selo − Entrega, por meio de guia, nas tesourarias da Fazenda Pública, do imposto cobrado em Marçoo, pelas entidades a quem incumbe essa obrigação. • IVA - Imposto sobre o valor acrescentado – Entrega da Declaração Modelo 1074, em triplicado donde constarão as aquisições efectuadas durante o ano anterior pelos retalhistas sujeitos ao regime de tributação previsto no art. 60º do CIVA. Até dia 30 Até ao dia 31 • IMI – ImpostoMunicipal sobre Imóveis − Pagamento da totalidade do Imposto refe- • IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares − Entrega da declaração de alterações, pelos sujeitos passivos de IRS, que tendo anteriormente optado por utilizar a contabilidade organizada como forma de determinação do rendimento, queiram renovar a opção, bem como todos os que reunindo os pressupostos de inclusão no regime simplificado estejam em condições de exercer a opção. • IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas - Entrega da declaração de alterações pelos sujeitos passivos de IRC que, tendo anteriormente optado pelo regime geral de determinação do lucro tributável, queiram renovar a opção, bem como por todos os que reunindo os pressupostos de inclusão no regime simplificado estejam em condições de exercer a opção. - Entrega da declaração de opção ou da declaração de alterações relativa ao regime especial de tributação de grupos de sociedades. MAIO Até ao dia 10 • IVA - Imposto sobre o valor acrescentado - Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Março. O pagamento pode ser efectuado através das caixas automáticas Multibanco, nas Tesourarias de Finanças informatizadas e nos balcões dos CTT. O pagamento pode ainda ser efectuado via Internet. Conjuntamente com a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmissões intracomunitárias isentas, efectuadas no mês de Março. • IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares Os notários, conservadores, secretários judiciais e secretários técnicos de justiça devem entregar à Direcção-Geral dos Impostos a relação dos actos praticados no mês anterior, susceptíveis de produzir rendimentos sujeitos a IRS. Novo Serviço de Finanças de Torres Vedras Entrou em fincionamento no passado dia 1 de Abril o novo Serviço de Finanças de Torres Vedras que vem substituir os extintos Serviços de Finanças de Torres Vedras 1 e 2, abrangendo a área da totalidade das freguesias deste Concelho. Os funcionários sem funções de chefia integrados nos quadros dos serviços agora extintos serão colocados em lugares vagos dos serviços que integram a área fiscal da Direcção de Finanças de Lisboa, enquanto os funcionários que se encontram providos nos cargos de chefia tributária deveriam ter requerido ao passado dia 21 de Fevereiro a sua passagem para Direcção de Finanças de Lisboa. fiscalidade sexta-feira, 18 Abril de 2008 31 Contas & Impostos Correcções contabilísticas devem ficar datadas Os lançamentos de correcção a efectuar na contabilidade serão sempre realizados na data em que os eventuais erros e omissões forem detectados, fazendo-se, contudo, no descritivo, referência às datas em que se realizaram as operações e os respectivos documentos. Em termos fiscais, sendo as correcções favoráveis ao Estado, deve entregar declarações de substituição desses períodos e pagar o imposto adicional. No caso de IRC, quanto a eventuais correcções relativas a custos de exercícios anteriores terá de atender ao n.º 1 do artigo 18.º do CIRC. Após o encerramento e aprovação das contas de uma empresa, um TOC deparou-se com um obstáculo: o programa das amortizações tinha tido um problema e as amortizações consideradas não eram as precisas porque as amortizações de anos anteriores não estavam correctas. O que deve o profissional fazer nesta situação? Os lançamentos de correcção a efectuar na contabilidade serão sempre realizados na data em que os eventuais erros e omissões forem detectados, fazendo-se, contudo, no descritivo, referência às datas em que se realizaram as operações e os respectivos documentos. Sempre que estejam envolvidas correcções de custos e proveitos de exercícios anteriores serão utilizadas as contas 69.7 - Correcções relativas a exercícios anteriores e 79.7 - Correcções relativas a exercícios anteriores, ou a conta 59 - Resultados transitados, quando as regularizações a efectuar sejam de tal magnitude que as demonstrações financeiras de um ou mais períodos anteriores deixem de ser credíveis à data da sua emissão, conforme o disposto na Directriz Contabilística n.º 8. Em termos fiscais, sendo as correcções favoráveis ao Estado, deve entregar declarações de substituição desses períodos e pagar o imposto adicional. No caso de IRC, quanto a eventuais correcções relativas a custos de exercícios anteriores terá de atender ao n.º 1 do artigo 18.º do CIRC. Deste modo, se verificar que foram, de facto, omitidos lançamentos, efectuados lançamentos em duplicado, cometidos erros de registo, deve, como Técnico Oficial de Contas responsável pela contabilidade no momento em que esses erros e omissões forem detectados, proceder à sua correcção, não só em termos contabilísticos mas também em termos fiscais, pois só dessa forma as demonstrações financeiras darão uma imagem verdadeira e apropriada da situação económica e financeira. Será, pois, crucial a determinação das causas do erro ou da emissão para poder proceder às correcções adequadas. Deverá então não só registar os bens na respectiva subconta do imobilizado por contrapartida da adequada conta de terceiros ou meios monetários, mas também os valores das amortizações referentes a exercícios anteriores. Determina a Directriz Contabilística n.º 8, de 19 de Novem- Os recém-casados e o Fisco A Para cada um dos serviços, é solicitado o abrigo do dever de colaboração consagrado na Lei Geral Tributária aos contribuintes recém-casados que ine no Código do Procedimento e diquem o nome do prestador do serviço, Processo Tributário, a Direcção-Geral de a identificação fiscal e a morada do mesImpostos está a notificar os contribuintes mo, para além da forma de pagamento, recém-casados para que estes, no prazo de nomeadamente saber como foram pagos 15 dias, respondam a um conjunto de in- os diversos serviços prestados, se foi atraformações relacionadas com a realização vés de cheque, qual a data do cheque, o do seu casamento, sob pena de a ausên- banco e o seu número. E se o pagamento foi feito, por cia de resposta exemplo, de forno prazo estabema faseada, com lecido originar “No inquérito enviado cheques pré-daa instauração de tados, então, deum processo de aos contribuintes recémvem ser identicontra-ordenacasados, a Direcção-Geral ficados cada um ção fiscal punível dos cheques. com uma coima de Impostos solicita Caso algum dos que pode variar serviços tenha aos mesmos o envio de entre os 100 e os sido oferecido, 2500 euros. fotocópias de todos os os contribuintes No inquérito recém-casados que acompanha documentos que possuam e devem indicar o a notificação, os que permitam identificar os local da aquisicontribuintes reção, a identificém-casados devalores pagos” cação da pessoa vem informar o que ofereceu e, Fisco sobre a data se possível, o vado casamento, o número de convidados e o respectivo lor da oferta. No entanto, a Direcção-Geral de Imvalor unitário, discriminado por adulto e crianças, e ainda indicar se na mesma data postos já admitiu que nos questionários que estão a ser enviados há perguntas que e no mesmo local houve outro evento. Ao inquérito é anexa uma tabela que os podem não fazer sentido, nomeadamencontribuintes recém-casados devem pre- te perguntar quem ofereceu o vestido de encher com todos os serviços prestados, noiva, tendo em conta que o objectivo é como a iluminação, o restaurante, o servi- identificar o prestador de serviço para veço de confecção de refeições, a animação, rificar se houve facturação. No inquérito enviado aos contribuino vestido de noiva, a florista, o fotógrafo, tes recém-casados, a Direcção-Geral de entre outros. bro, que a correcção de exercícios anteriores se fará pelo registo nas contas 697 ou 797 - Correcções relativas a exercícios anteriores, porém refere a mesma Directriz que, tratando-se de um erro fundamental, deverá este ser relevado numa conta 59 – Resultados transitados. De acordo com o ponto 3 da Directriz, apenas se considera existir erro fundamental quando o lapso detectado for de tal magnitude que as demonstrações financeiras de um ou mais períodos anteriores deixem de ser consideradas como credíveis à data da sua emissão. (Informação elaborada pela Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas) Sofia Gonçalves Gomes Jurista da CTOC Impostos solicita aos mesmos o envio de tor de risco de evasão fiscal. Ao invés, fotocópias de todos os documentos que na Madeira, a Administração Fiscal não possuam e que permitam identificar os irá contactar os contribuintes recém-cavalores pagos. sados para apresentarem os documentos Ora, tal medida suscitou inúmeras críti- comprovativos das despesas efectuadas cas. Exige-se bom senso nesta matéria, so- com o casamento. bretudo no que respeita ao âmbito da apliEntende o Secretário Regional das Ficação da lei. É certo que o combate à fuga nanças que não faz sentido tomar medidas ao Fisco é importante para o País, mas há quase que de perseguição aos contribuinlimites que têm tes, visto tratar-se de ser traçados. de “uma questão Talvez por isso o cívica de todos “Salvo melhor opinião, secretário de Esos contribuintado dos Assuntes apresentarem a DGCI deveria incluir tos Fiscais tenha os documentos nas suas notificações a reconhecido que comprovativos”. os pedidos de inSustenta ainda voluntariedade da prestação formação a conque a Administribuintes recémde informação, tendo tração Fiscal discasados exigidos põe de “outros como óbvia consequência a por algumas dicritérios e indicarecções distritais dores fundameninaplicabilidade de qualquer tais para aferir se de Finanças são coima a quem não responder houve evasão fis“excessivos” e que cal sem ser necesvão ser “corrigiàs ditas missivas” sário tomar essas dos”, destacando medidas quase a importância que de perseguido cruzamento de dados da informação fiscal dos contri- ção aos contribuintes”. Salvo melhor opinião, a DGCI deveria buintes, em particular do sector da restauração, e assegurou que os contribuintes incluir nas suas notificações a voluntarieque não prestarem essa informação não dade da prestação de informação, tendo como óbvia consequência a inaplicabiliserão punidos com coimas. O secretário de Estado dos Assuntos dade de qualquer coima a quem não resFiscais negou que o Fisco esteja a con- ponder às ditas missivas. Esta obrigatoriedade de reportar ao Fistrolar os contribuintes com os pedidos de informação sobre casamentos, numa co a sua actividade existe, de facto, mas acção que decorre já há quatro anos e aos prestadores de serviços e não a quem que visa apenas cruzar dados num sec- deles beneficia. 32 telecomunicações sexta-feira, 18 Abril de 2008 Artur Miranda, gestor de marketing da Colt, comenta a evolução do operador que trabalha em exclusivo para as empresas Colt reforça presença no Porto e fala de liderança no segmento da internet Como está o mercado do Norte a reagir à Colt Telecom? Falámos com os seus responsáveis, há um ano atrás, aquando da apresentação formal da empresa aos clientes desta região, e agora voltamos a falar, no momento de mais uma apresentação. Segundo Artur Miranda, gestor de marketing da Colt, os resultados são positivos, com a empresa – esta sessão esteve ligada à divulgação de uma solução de ethernet – a afirmar-se, a nível nacional, líder no mundo da internet. Lembramos que a Colt trabalha, em exclusivo, para o mercado empresarial. VoIP já suporta negócios com alguma criticidade VE – Falou, agora, de voz sobre IP. Eu pergunto: como comenta aqueles que dizem que esta tecnologia não apresenta grande qualidade, fiabilidade? AM – Bem, penso que tudo terá a ver com o facto de estarmos perante a oferta adequada para o cliente adequado. Neste momento, a voz sobre IP já tem a maturidade suficiente para suportar um negócio com alguma criticidade. Nós temos já clientes que, dependendo muito de soluções de voz, optaram pelo VoIP. Mas uma opção como esta depende também de um outro factor: de quanto o cliente está disposto a investir por forma a ter uma solução robusta. “Não é fácil a uma empresa ter, internamente, processos e capacidades que lhe permitam responder da mesma forma ao mercado de massas e ao mercado empresarial”, destaca Artur Miranda, gestor de marketing da Colt. Vida Económica – O que levou a Colt a realizar este evento, esta apresentação, uma vez mais, na cidade do Porto? Artur Miranda – O que suporta este evento é a nossa actividade, as nossas operações, a sua continuidade. Algo que acontece, no Porto, pelo menos de uma forma formal, já há cerca de um ano. Julgamos, por isso, fundamental, nesta fase, nós procedermos à divulgação, e com alguma regularidade, do nosso portefólio. E, claro está, começamos pela área com um maior destaque no mercado, ou seja, a internet. Afinal, estamos a falar de um portefólio que se insere no nosso negócio de rede de dados, sendo que este segmento é onde nos destacamos, claramente, da concorrência. Com todo o respeito pela concorrência, devo acrescentar que somos líderes nesta área da internet. Aliás, o nosso histórico a nível nacional mostra mesmo isso: é o produto que nós mais vendemos e é também o mais diferenciador. Este evento acaba por ser uma oportunidade, uma forma de passarmos a mensagem sobre este tipo de serviços. VE – Posso deduzir pelas suas palavras que a reacção das grandes empresas, aqui, no Norte, tem sido positiva às ofertas da Colt? É isso? AM – Sem dúvida nenhuma, sem dúvida nenhuma. VE – Este mercado está a crescer mais do que Lisboa? AM – É evidente. Neste momento, está a crescer mais, porque também começámos mais tarde. De qualquer modo, nota-se que, por vezes, há um certo receio inicial. Os clientes olham para a solução e questionamse sobre o seu funcionamento. Acontece, porém, que, depois de instalada, o tal receio desaparece, com os resultados a mostraremse positivos. E como estamos perante um portefólio alargado, este acaba por abranger vários tipos de realizações, desde as mais pequenas até às de maior dimensão. É, sem dúvida nenhuma, o produto adequado para o nosso mercado. VE – E prevêem, no curto, médio prazo, lançar mais alguma novidade? AM – O que nós queremos, neste momento, é consolidar os contactos realizados neste evento. Além disto, pretendemos, ainda antes do Verão, realizar um outro evento, desta feita, ligado a uma nova área de serviços. Este relacionado com a voz sobre IP, como já fizemos em Lisboa. VE – Dizia-se que o VoIP iria ser responsável pelo surgimento de novas empresas, de novos negócios. Algo que acabou por não acontecer? AM – É um bom ponto. Em relação a esse assunto, devo dizer que o plano de negócios ideal para o VoIP é aquele que está ligado a uma empresa com mais de 50 empregados e menos de 300. A nossa oferta casa-se muito bem com este tipo de organização. O mesmo se passa com a própria internet de que falámos, hoje, no evento. É também o tipo de oferta que casa muito bem com um determinado tipo de cliente. Uma empresa muito pequena não precisa de uma solução de internet a ligar dois pontos. Mas uma empresa com maior dimensão com mais de 20 pessoas, assim é que é justo, é a ideal para o tipo de soluções que apresentamos. Mas o que nós queremos é mesmo isto: criar oportunidades que nos permitam discutir estes assuntos com os clientes. Nós também acabamos por aprender com a realidade que chega até anos, ficamos a saber se estamos a fazer bem ou mal. Além disto, este tipo de eventos proporcionam-nos ainda uma outra oportunidade: a de “evangelizarmos” o mercado para uma nova tendência, a de levar as pessoas a pensarem de uma forma diferente. VE – Aliás, vê-se por este evento que a Colt esforça-se por ter uma relação próxima com os clientes, algo que tem a ver com o facto de estarmos a falar de grandes clientes? AM – Julgo que aquilo que acaba de afirmar está relacionado com a própria dinâmica da Colt. Prestar um bom serviço é uma questão de atitude, prestar um bom serviço não tem, apenas, a ver com tecnologia, é algo que está, de igual forma, relacionado com as pessoas, com a sua atitude. Aliás, está no DNA da Colt a prestação de um bom serviço, sermos rápidos a instalar as soluções. Se as coisas correrem mal, a nossa atitude é a mesma. Ou seja, esforçamo-nos por sermos claros, abertos, tentando encontrar as soluções para os problemas. A nossa atitude, esforçamo-nos para isso, é sempre construtiva, ao colocarmos a Colt numa situação de parceria e de compromisso. Nunca nos colocamos numa posição de cliente/vendedor. VE – Essas dificuldades que acaba de mencionar têm a ver com o facto de precisarem das infra-estruturas da PT? AM – Essas dificuldades podem, por exemplo, estar relacionadas com as câmaras municipais. Os processos nem sempre são fáceis, nem sempre estão de acordo com as necessidades das empresas. Estamos também a falar de algo que poderá estar relaciona- do com as limitações do próprio cliente ou, mesmo, de algo que poderá correr mal dentro da Colt. Devo, no entanto, dizer que as limitações que enfrentamos estão ligadas à parte burocrática. Os nossos parceiros e fornecedores estão oleados e até são bastante rápidos, sendo que o grande problema está na parte burocrática. VE – Como é que se estabelece a relação da Colt com os clientes? É a empresa que propõe uma determinada solução ou são os clientes que pedem algo mais avançado? AM – Nós temos uma unidade dentro da empresa denominada de serviços profissionais. Algo, na nossa opinião, de diferente e inovador no mercado. Afinal, estamos a falar de serviços constituídos por um conjunto de consultores, de engenheiros – isto a nível nacional, mas também internacional – que trabalham no desenvolvimento de soluções, no seu suporte. Só para lhe dar um exemplo: se uma pessoa X, de Itália, souber muito de um dado assunto que envolve um cliente nosso, essa pessoa desloca-se a Lisboa para ajudar. E o mesmo se passa no sentido inverso. SANDRA RIBEIRO [email protected] Operadores de nicho vão sobreviver VE – Falando, agora, do mercado das telecomunicações, como é que perspectiva o seu futuro? Há pouco, falou na sobrevivência de apenas, alguns operadores. Mantém essa posição? AM – Em primeiro lugar, devo afirmar que esta é uma opinião muito pessoal. Penso que a Colt vai ficar, como é óbvio. Para empresas como a Sonae e como a Oni, as coisas poderão ser um pouco mais difíceis e isto não só pela forma como estão a abordar o mercado mas também por este não ser assim tão grande, tão apelativo. A este nível, eu destacaria os operadores de nicho, portadores de valor acrescentado, como é o caso da Colt. VE – A concorrência dos operadores móveis, a televisão digital terrestre vai trazer uma nova configuração ao mercado? AM – Penso que ainda é cedo para falarmos sobre isso, sobre a televisão digital terrestre. De facto, penso que há um risco. Enquanto empresa da rede fixa, considero que há alguma ameaça por parte dos operadores móveis. VE – Até porque são cada vez mais fiáveis? AM – Sim, mas as soluções dos operadores móveis aplicam-se, sobretudo, às PME, até mais às pequenas empresas do que às médias. E isto acontece porque as médias e as grandes empresas precisam de fiabilidade. Não é fácil a uma empresa ter, internamente, processos e capacidades que lhes permitam responder da mesma forma ao mercado de massas e ao mercado empresarial. Este está muito mais ligado, exige, sobretudo soluções à medida. VE – Mas eles também têm unidades empresariais? AM – Mas são reduzidas. Vejamos o exemplo, à excepção do incumbente, que se dirigiram a todos os mercados. O que é que lhes aconteceu? Foram um insucesso. Julgo, assim, que os operadores móveis não são, com as ofertas que têm, uma ameaça. empresas familiares sexta-feira, 18 Abril de 2008 33 O trabalho dos familiares na empresa familiar (II de II) Jesus e Francisco Negreira del Rio. Professores da Escuela de Negocios Caixanova Na semana anterior, afirmámos que a incorporação de membros da família na empresa familiar deveria responder a um processo de reflexão prévio no qual se definem as linhas de actuação. Vejamos algumas questões importantes que devem ser incluídas na sua agenda de reuniões: • Quem pode trabalhar na empresa familiar? Partimos da necessidade de contratar por parte da empresa; sem esta necessidade prévia não há lugar a nenhuma incorporação por muito próximo que o membro da família seja. Na verdade, será que contrataríamos alguém de fora se não precisássemos? A nossa obrigação é contratar a pessoa profissionalmente mais habilitada que consigamos encontrar e – salvo se as nossas próprias normas definidas no Protocolo Familiar não o impedirem – se um membro da família for o mais capaz não há motivo para não o contratar, mas, claro, de uma forma planeada e de acordo com as mesmas normas estabelecidas antecipadamente para todos. • Os familiares directos e os familiares por afinidade devem ter o mesmo tipo de tratamento? Os familiares por afinidade têm uma problemática específica e susceptível de gerar conflitos. Se a relação entre os diferentes familiares por afinidade da nossa família está sujeita a diferentes sensibilidades económicas e de poder, conflitos ou invejas, devemos evitar a presença de todos eles na empresa, por muito válido que este seja em termos profissionais. De qualquer forma, conhecemos várias empresas familiares onde algum familiar por afinidade desempenha um importante papel na empresa sem que isso gere qualquer tipo de conflito na dinâmica das relações familiares. O habitual é que a regulação para os consanguíneos e para os seus cônjuges seja diferente, de forma a evitar o que na prática dá lugar em muitas empresas a uma importante fonte de conflitos. • Podemos fazer distinções entre gerações? Certamente. As normas que definirmos para a nossa gerações não precisam de forma alguma de ser as mesmas para os nossos filhos. Muitas coisas mudam no intervalo de tempo que separa as duas gerações: amadurecimento do negócio, crescimento da empresa, aumento considerável do número de familiares, diferentes possibilidades de pre- Herdade da Calada aposta no mercado externo A Herdade da Calada, empresa vinícola desde 2000, pretende ser conhecida como uma produtora de vinhos e azeite de qualidade. Isto, em detrimento da quantidade do produto. Localizada a 10 quilómetros de Évora, dispõe 30 hectares de vinha, que produzem anualmente 120 mil garrafas de vinho Tinto, Branco e Licoroso. A produção é, actualmente, comercializada no mercado nacional e na Alemanha, Bélgica, Holanda, Reino Unido, Suíça e Canadá. Mas o objectivo da empresa e seus proprietários é mais ambicioso (Maria Fernandes e Jean Claude Penauille): agora querem entrar nos Estados Unidos, no Brasil e na Ásia. Com isso pretende subir, já este ano, o valor das exportações no negócio, valor que ronda actualmente os 37%, para os 45 por cento. A pensar nos gostos desses mercados, e como forma de ampliar o portefólio de gama média, a empresa acaba de lançar dois novos vinhos: o JCM Branco e o JVM Tinto. Para estes, a Herdade da Calada apostou numa imagem moderna, e de fácil leitura. Desde o início que a empresa decidiu apostar nas castas portugue- Consultório da empresa familiar sas, que produzem, na sua maioria, vinhos tintos (65%). Como explica Luís Galo, director-geral da Herdade da Calada, a empresa utiliza castas estrangeiras apenas para dar algumas nuances aos vinhos. Ao nível nacional, a Herdade da Calada pretende reforçar a sua presença no mercado. Para tal, em 2006, reformulou a sua rede de parceiros. Simultaneamente, a empresa quer investir na produção de azeite extra virgem. A estratégia é a mesma: apostar na qualidade, em detrimento da quantidade. A produção existente teve boa aceitação na Alemanha e Suíça, sendo mercados a potenciar. Mas a aposta vai essencialmente para países onde o consumo do azeite está agora a iniciar: norte da Europa, EUA e Japão. A aposta da Herdade da Calada no azeite é tal que a empresa admite que este produto pode vir a suplantar as vendas do vinho. As previsões apontam para que em três anos represente entre 50 e 60% do volume de negócios da Herdade. Alexandra Costa [email protected] Herdade do Esporão apresenta novos vinhos A Herdade do Esporão apresentou alguns dos seus novos vinhos num jantar degustação que teve lugar no restaurante Degusto, em Matosinhos. Conduzido pelo chefe de cozinha Luís Américo e pelo enólogo do Esporão, David Baverstock, este evento ofereceu a possibilidade de conhecer algumas das novas propostas daquela empresa localizada no Alentejo. Assim, depois da prova de um espumante branco da Herdade do Es- porão como aperitivo, foram apresentados os vinhos Esporão Duas Castas branco 2007, este elaborado a partir das variedades Arinto e Antão Vaz, que demonstrou uma imensa frescura com notas vegetais. Em seguida, mais um exemplar do já afamado Late Harvest, este de 2007 e produzido com base na casta francesa Semillon, famosa pela produção destes vinhos extraídos a partir da chamada podridão nobre da uva. Especialistas na Consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares paração, importância das línguas, e a regulamentação que fizermos deve considerar estas questões. • Devemos limitar as condições de acesso exigindo um determinado C.V.? Sim, e não apenas para garantirmos que a pessoa que vai ser integradas seja a mais capacitada para o desempenho do seu trabalho. Numa empresa familiar é muito importante que sejamos capazes de transmitir às gerações seguintes uma cultura de responsabilidade e esforço, e exigir-lhes um C.V que inclua variáveis de formação e de experiência é uma forma de demonstrar que interiorizaram esses valores. • Quando é que devemos pagar-lhes? Quanto pagaríamos ao mesmo profissional se não fosse membro da família? Se aumentarmos este valor, estaremos a estabelecer uma diferença salarial apenas como consequência do apelido. A não ser que todos os membros da família trabalhassem na empresa (e tivessem igual número de acções) e todos usufruíssem desse benefício, estaríamos a criar as bases para um conflito. • Deve receber mais o que tiver mais responsabilidades? Claro que sim. Um director comercial deve ganhar mais do que um administrativo que não tem grandes responsabilidades, e deve ser assim ainda que os dois sejam meus filhos e goste deles de igual modo. O leitor desculpe estarmos a repetir-nos, mas pagaria o mesmo aos dois se não fossem da família? • Onde regulamos estas e outras questões? No Protocolo Familiar. Este deve contemplar a casuística concreta da nossa família e proporcionar soluções que sejam boas para a empresa e, logo, também para a família. Quanto aos tintos, foram dados a conhecer o Esporão Quatro Castas 2004, onde sobressai a sua grande elegância como nota principal e, em seguida, a versão de 2005 deste vinho, ainda um pouco cru e com potencial para crescer em garrafa. Para terminar, foi servido um vinho licoroso produzido no Esporão, frutado e intenso, de corpo redondo. zx Há um ano, chegámos a acordo com o meu pai relativamente à sucessão da empresa. Eu ficaria responsável pela direcção-geral, o meu irmão assumiria a direcção comercial (até ao momento era eu o responsável) e a minha irmã mais nova seria a nova directora de recursos humanos e serviços administrativos. O meu pai ainda não deixou a empresa, temos bastantes discussões com ele diariamente, além do mais acho que o meu irmão não cumpre satisfatoriamente as obrigações que aceitou. O que posso fazer? zx A pergunta é difícil, mas tentarei dar resposta às diferentes questões que coloca. Em primeiro lugar, e relativamente ao papel do seu pai na empresa, e se ainda é accionista da mesma, entendo que sim, deve tentar mantê-lo pontualmente informado sobre o andamento da empresa, bem como informá-lo sobre as decisões mais importantes (aquelas que afectam a estratégia da empresa). Para tal deve tentar que abandone a sua presença na empresa e o seu envolvimento em questões operativas do dia-a-dia, e passe a exercer um papel activo na administração do negócio, não na sua gestão. Têm um conselho de administração? Funciona adequadamente? Quando reúnem? Têm alguma definição da ordem do dia relativamente aos diferentes conselhos do ano? Esta poderia ser a solução para a sobreposição que agora se verifica com o seu pai na direcção da empresa. Ajude o fundador a participar na empresa no seu novo papel, é conveniente que ele assuma a responsabilidade de liderar o Conselho, essa posição ira permitir-lhe estar informado sobre o desenvolvimento da empresa (reduzirá muito as incertezas) ao mesmo tempo que enquanto proprietário poderá expor a sua visão e orientação. Relativamente ao seu irmão, é imprescindível que desenvolvam um sistema de direcção por objectivos e o correspondente sistema de avaliação do desempenho. A sua visão, e não quero avaliar se é ou não correcta, baseada em critérios subjectivos da direcção, não é válida para a análise do papel do seu irmão na empresa ou da sua idoneidade para o cargo. Analisaram a possibilidade de contratar um conselheiro externo que os ajude em ambas as questões? Entendo que precisem de profissionalizar a empresa no que se refere aos familiares que trabalham na mesma e profissionalizar a sua administração separando a propriedade da gestão. O momento é crítico, mas a sua empresa sairá reforçada. Abel Maia Marc Barros [email protected] www.efconsulting.es Santiago Compostela – Valencia – Porto [email protected] Envie-nos as suas questões para [email protected] 34 sexta-feira, 18 Abril de 2008 mota engil: 14,5% desde o início do ano Mercados teixeira duarte: -22% desde o início do ano Dentro de sete anos o défice petrolífero será de 13,5 milhões barris/dia Fundos de Investimento Mobiliário no 1º trimestre de 2008 Índices Resgates valem quase o dobro das subscrições A crise internacional dos mercados financeiros tem penalizado a “indústria” dos fundos de investimento mobiliário. Segundo dados da APFIPP relativos ao 1º trimestre de 2008, o valor dos resgates é praticamente o dobro das subscrições de unidades de participação, quando antes do despoletar da crise dos mercados – periodo de Janeiro a Julho de 2007 – a relação foi de paridade.Em declarações à “Vida Económica” a Santander Gestão de Activos2ª sociedade gestora nacional em termos de quota de mercado – acredita na recuperação da crise financeira em 2008, o que lhe permitirá assumir uma postura menos defensiva nos portfolios geridos. No entretanto vai oferecendo aos seus clientes alternativas adequadas. Em 31 de Março de 2008, segundo dados da APFIPP, o valor dos activos geridos pelos fundos de investimento mobiliário (FIM) ascendeu a 22 372 milhões de euros, precisamente menos 24% que em Março de 2007 e já menos 13% que no inicio deste ano. Com Fundos de Investimento Mobiliário Relação entre Resgates e Subscrições B 2.2 B B 2 B B 1.8 B B 1.6 1.4 B 1.2 1 B Janeiro a Julho 07 (antes da crise financeira) Agosto 07 Setembro 07 Outubro 07 Novembro 07 Dezembro 07 Janeiro 08 Fevereiro 08 Março 08 Fonte: APFIPP efeito, no actual e conturbado contexto de instabilidade dos mercados financeiros – despoletada com a chamada crise do “subprime” – a “indústria dos fundos” tende a ser penalizada não só pela crise de crédito mas também quando é confrontada com alternativas na captação de recursos” tipo depósitos Santander Gestão de Activos oferece alternativas A Santander Asset Management, segundo dados da APFIPP, detém a 2ª quota de mercado nos fundos de investimento mobiliário (20% em Março 08 e 19,5% no final de 2007); contudo como atrás se referiu, o valor da carteira diminuiu 10,6% desde o início do ano e o saldo negativo acumulado no 1º tr. 08 entre subscrições e resgates é de 440 milhões de euros. Por isso, a “Vida Económica” colocou à Santander Gestão de Activos um conjunto de questões cujas respostas pudessem contribuir para um esclarecimento da situação da industria de fundos mobiliários. Vida Económica (VE) – O movimento, aliás generalizado ao mercado, de “desinvestimento” nos fundos de investimento mobiliário teve a sua origem na sequência das tensões mundiais geradas pela crise do “subprime” a partir no 2º semestre de 2007 ou as causas vêm mais de trás? Santander Gestão de Activos (SGA) – O movimento de resgates de fundos esteve directamente ligado à crise de “subprime” bem como a consequente crise de liquidez que esta crise originou. VE – Que tipo de fundos estão a ser penalizados? Os fundos mais penalizados em termos de resgates são os mais defensivos, nomeadamente, os fundos de obrigações. A penalização destes fundos deve-se não só ao facto de o mercado do crédito estar a atravessar um período de elevada turbulência devido à falta de liquidez e à exposição do sector financeiro ao “subprime” como também à oferta de alternativas de investimento. VE – Que alternativas tem o Banco oferecido e negociado com os clientes? SGA – A Santander Asset Management tem recomendado aos clientes nesta fase do mercado a opção por fundos de retorno absoluto, nomeadamente, o Santander Global (apresentou até ao momento em 2008 uma taxa bruta equivalente de 7,8%) e o Santander Carteira alternativa (fundo de “hedge funds”) VE – Que perspectivas para 2008 quanto à evolução das carteiras de fundos mobiliários, designadamente no Santander Asset Management? SGA – Relativamente à Santander Asset Management, face à instabilidade dos mercados financeiros, foi adoptada uma postura mais defensiva nos portefólios geridos desde o início do ano. Esta postura defensiva foi efectuada através de mercado de derivados (futuros e opções) mas também através de uma escolha criteriosa dos activos que compõem os portfolios e de uma maior diversificação dos mesmos. Acreditamos que a intervenção dos governos e bancos centrais irá permitir uma recuperação desta crise, pelo que perspectivamos uma alteração desta postura durante o corrente ano. psi20 11 200 11 000 10 800 10-04 com aparentes supertaxas” ou diversos produtos estruturados, todos eles atractivos para investimentos de curto prazo. Esta penalização da “indústria de fundos” está bem visível no nivel atingido pelos valores de resgates face às subscrições de unidades de participação dos FIM, relação esta que evoluiu de forma galopante a seguir ao despoletar da crise financeira internacional, e que consistentemente se mantém até ao fim do 1º trimestre de 2008. Refira-se que, no ano de 2007, o saldo negativo entre subscrições e resgates foi de 3836 milhões de euros, sendo que até final de Julho o valor acumulado era praticamente nulo (relação resgates/subscrições à volta de 1,0); por sua vez, no final do 1º trimestre de 2008, o saldo negativo atinge 2504 milhões de euros o que significa que tal relação ronda os 2,0. Os fundos de obrigações com taxa indexada e os fundos de tesouraria, cujo peso conjunto aproxima-se dos 50% dos activos geridos, são os principais responsaveis por todo este desinvestimento”. Aliás, desde o início de 2008, apenas duas categorias de fundos registaram saldo positivo entre subscrições e resgates: os fundos de obrigações taxa fixa Euro com uma quota de mercado de apenas 1,4% (saldo de 12,7 milhões de euros) e os Fundos Especiais de Investimento que, detendo uma quota de 7%, apresentam no 1º trimestre deste ano um irrelevante saldo positivo de 0,2 milhões de euros. Os PPR apresentam neste periodo um saldo negativo de 171 milhões de euros. A sociedade gestora nacional com maior volume de activos sob gestão (quota de mercado igual a 24%) continua a ser a Caixagest (5408 milhões de euros em Março 08), embora tenha perdido carteira desde o início do ano na ordem dos 13%. Segue-se-lhe a Santander Gestão de Activos com uma quota de mercado de 20%, mas também acusando uma variação negativa desde o início do ano da ordem dos 11%. Imediatamente no ranking aparece a BPI Gestão de Activos, evidenciando uma quota de 15,7% mas apresentando uma queda da carteira superior a 15% . A.M. 11-04 14-04 15-04 16-04 PSI 20 (Fecho) (16/04) 11104,67 Var. Semana 0,85% Var. 2008 -14,71% Dow Jones (Fecho) (16/04)12526,29 Var. Semana -0,01% Var. 2008 -5,57% Nasdaq (Fecho) (16/04) 1836,49 Var. Semana 0,56% Var. 2008 -11,92% Ibex (Fecho) (16/04) 13637,6 Var. Semana 0,28% Var. 2008 -10,17% Dax (Fecho) (16/04) 6702,84 Var. Semana -0,28% Var. 2008 -16,91% CAC 40 (Fecho) (16/04) 4855,1 Var. Semana -0,41% Var. 2008 -13,72% cAmbial eurodólar 1.6000 1.5800 1.5600 10-04 11-04 Eurodólar 14-04 15-04 (Fecho) (16/04) 16-04 1,5956 Var. Semana Var. 2008 0,96% 8,39% Euro Libra (Fecho) (16/04) 0,8084 Var. Semana Var. 2008 Euro Iene 1,25% 10,23% (Fecho) (16/04) 161,90 Var. Semana Var. 2008 1,00% -1,84% monetário euribor 6m 4.78 4.76 4.74 10-04 11-04 14-04 15-04 16-04 Euribor 6m (Fecho) (16/04) 4,7760 Var. Abs. Semana 0,0290% Var. Abs. 2008 0,0670% Euribor 3m (Fecho) (16/04) 4,7740 Var. Abs. Semana 0,0300% Var. Abs. 2008 0,0840% Euribor 1Y (Fecho) (16/04) Var. Abs. Semana Var. Abs. 2008 4,7800 0,0310% 0,0260% mercadorias petróleo 112.00 109.00 106.00 10-04 11-04 14-04 Petróleo (Brent) (16/04) Var. Semana Var.2008 Ouro (Fecho) (16/04) Var. Semana Var. 2008 Prata (Fecho) (16/04) Var. Semana Var. 2008 15-04 16-04 110,4 2,65% 17,04% 943,70 2,03% 13,26% 18,21 2,02% 23,29% mercados sexta-feira, 18 Abril de 2008 Bruxelas E sta é uma crónica diferente do habitual. Desta vez, não escreverei sobre mercados nem sobre bancos centrais. O objectivo deste texto é dar-vos conta do que tive oportunidade de observar no decurso de uma recente visita de estudo a Bruxelas. Nos últimos meses, frequentei um curso do Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF), que consistiu num conjunto alargado de conferências com diversas personalidades de renome. Por ali passaram nomes do meio empresarial, como Belmiro de Azevedo, Américo Amorim ou Manuel Violas. Também pude assistir a palestras de universitários, entre os quais Braga de Macedo, Miguel Beleza e Adriano Moreira. E, por fim, outras personalidades como D. Manuel Clemente, o General Loureiro dos Santos ou o ex-ministro Nuno Morais Sarmento. O balanço que faço do programa é de que foi excelente, ecléctico, e terminou com uma viagem a Bruxelas para conhecer os bastidores do Parlamento e da Comissão Europeia. Contudo, regressei preocupado. Em Bruxelas, o grupo de alunos teve várias reuniões de trabalho. Destaco um encontro com o representante de um grupo de lóbi empresarial vocacionado para pequenas e médias empresas europeias. E as sessões realizadas com três dedicados eurodeputados portugueses – Elisa Ferreira, Ilda Figueiredo e José Ribeiro e Castro. Também estavam previstas audiências com Miguel Portas e Carlos Coelho, mas, infelizmente, os dois cancelaram à última hora. A primeira impressão que se tem de Bruxelas é a de que ali se vive bem. Apesar do clima, as pessoas circulam no exterior e não se sente grande stress. A partir das seis da tarde, vê-se muita gente a fazer desporto na rua. A segunda observação é a de que, nesta cidade, quem quer trabalhar tem amplas oportunidades para o fazer e, também, que quem não o quer fazer não sofre muita pressão para se mexer. Em Bru- 35 ricardo Arroja Pedro Arroja Gestão de Patrimónios S.A. www.pedroarroja.com xelas, dada a distância dos actores que avaliam o desempenho dos 785 deputados – os cidadãos que os elegem –, trabalhar ou não é, largamente, uma questão pessoal e de consciência. As razões que justificam o meu regresso angustiado são duas. Primeiro, o orçamento adstrito ao funcionamento da máquina em Bruxelas é de sete mil milhões de euros. Pelo que observei na cidade, receio que, apesar da boa vontade de muitos deputados, a taxa de desperdício seja elevada. Não compreendo que existam 785 deputados nem sei como é possível discutir soluções de compromisso com este número de participantes. Também não me parece razoável que cada deputado possa ter dois assistentes e que estes possuam igualmente os seus ajudantes, por mais diligentes que todos eles sejam. E, por fim, considero inaceitável que muitos deputados decidam dar início aos seus fins-de-semana à quinta-feira à tarde. Segundo, e mais importante, as iniciativas e políticas discutidas em Bruxelas não chegam a Portugal, em particular aos sectores de actividade e às populações que mais tarde serão directamente afectadas. Neste momento, debatem-se importantes matérias no domínio da certificação ambiental de produtos químicos. Que vão ter impacto directo sobre algumas das mais importantes indústrias nacionais. Por exemplo, na têxtil e no mobiliário, que utilizam componentes químicos com elevada intensidade. A questão que se coloca é saber se esta informação chega, em tempo útil, aos empresários portugueses do sector e às cidades que mais dependem dos empregos gerados por estas indústrias. Duvido. É, por isso, que o trabalho dos deputados em Bruxelas é encarado pelos portugueses como irrelevante. Os nossos representantes deveriam servir de ligação entre a burocracia e o que se passa no terreno. Deveriam deslocar-se a cidades como Famalicão, Paredes ou Paços de Ferreira. E dialogar com os agentes locais. Ao mesmo tempo, as associações empresariais também deveriam ter representação permanente em Bruxelas para fazerem chegar aos burocratas as suas preocupações. Através desta reciprocidade, o trabalho dos deputados seria mais eficaz e mais apreciado. E os portugueses retirariam maior proveito das iniciativas comunitárias. Porque, é preciso não esquecer, dentro em breve Portugal será, a exemplo de muitos outros países, um contribuinte líquido da União Europeia. # ) #$(" 0$ "-$ )"!%/""#"-$# )"#"-$#$"#-, " %" )$ #$"#$ #" -, "*$ )"0$#$"&#,"- )"# "$##$$%-2# .#$# 0$"-$ )%#$$#-, "-$ net.investidor Www.Spiegel.De/ international/business/ O “Der Spiegel” (“O Espelho”) é uma revista de referência nos “media” europeus. Para o leitor nacional, tem, no entanto, o óbice de se encontrar escrita na língua de Goethe. Contudo, o site da revista alemã não tem esse obstáculo da língua, uma vez que tem uma versão internacional na língua franca-inglesa. A revista não é propriamente conhecida pela sua vertente económico-financeira, mas pela sua generalidade, 6503 03.$50 =*4 # "$%$& ##" "% "##"!%0"#$# 3#"(, !% 0$ "-$&#%$"$%## 0# "%"#%#$$#% .##*& "$ -, "$%%#, 1$*"# "#####%# "&$ #$"#$ na linha de revistas como a “Time” e a “Newsweek”. No entanto, ao observar-se o site da “Der Spiegel”, facilmente nos apercebemos que a qualidade jornalística da revista também se reflecte na sua secção económica. O acesso à “Der Spiegel”pode ser feito através da sua homepage” “www.spiegel ” ou directamente para o mundo das notícias económico-financeiras através deste “link” agora apresentado: “www.spiegel.de/international/business”. Através desta entrada directa para as “Financial News Online” o ciberinvestidor tem à sua disposição as referidas notícias por ordem de importância e actualidade ou seccionadas pelos mais diversos “subítens”: Fusões e Aquisições, Mercados Financeiros e Monetário, “Private Equity”, entre tantos outros. Acresce ainda a possibilidade de se aceder a um naipe dos melhores “opinion leaders” mundiais sobre matérias político-económico-financeira. Verdadeiramente imperdível e indispensável no dia-a-dia para seguir todas as vicissitudes do mundo “globalizado” que nos referencia. Tudo isto apresenta-se num “lay-out” sóbrio, que dá sequência ao rigor e sobriedade do formato papel do periódico alemão. Um site a colocar nos “Favoritos”. % "# $&"1#$&"" 0$"-$*"%"#&"## "## "$%"%#$'#$/""#"-$### -,$ # ""##,$*"#"&"&#,$"""- "$+ ##$$%-2#.#$# "# "-$#%$ $ $#"#$# 3# ""$&$# %-2# (','041$3$#,'$&0/B.,&$0/?$-03,45B7>0:(429! !(- 9$8 9.$,-(/&0.(/'$4(/&0.(/'$47,'$(&0/0.,&$15 0.( 03$'$ 045$- :0/53,%6,/5( .$,- 0-,&,500(/7,0'( (8(.1-$3(4'0-,7300-A5,&$3?$.(/5$-/$;3($'0630 40 $3$0()(,50(/7,0&+(26(7$-(/: (%,5(. (.,5,'0(./0.('( /0.(6&$35>0 &0.0/: /07$-03'( B' (* (7=-,'0$5@ 0-,&,500(/7,0<&0%3$/?$&3(4&(.1$3$'(41(4$4'((/7,0(&0%3$/?$ !" 36 mercados sexta-feira, 18 Abril 2008 Crescimento na Zona Euro permite que taxas de juro não desçam O BCE manteve a taxa de juro de referência inalterada nos 4%, com o seu presidente, Jean– Claude Trichet, a frisar uma vez mais os riscos de aumento da inflação, reafirmando também que os fundamentos da economia da Zona Euro continuam a mostrar robustez, apesar de a incerteza permanecer elevada, dando sinal ao mercado que não adoptará uma política monetária expansionista num futuro próximo. O Banco Central Europeu, como esperado, decidiu-se pela manutenção da taxa de juro nos 4%. Na sua análise para a sustentação do preço do dinheiro ao mesmo nível, o BCE refere a manutenção da pressão ascendente sobre os preços no curto e médio prazos que advém dos preços dos bens energéticos e alimentares, existindo ainda perigo de efeitos de segunda ordem. Desta forma, o BCE voltou a afirmar que a sua prioridade é a manutenção das expectativas de inflação e que não existe espaço para complacência nesse aspecto, pelo que se espera a manutenção do nível de taxa de juro nos próximos meses. O Banco de Inglaterra, por sua vez, decidiu-se por um corte de 25 p.b. na sua taxa de referência para 5%. Esta decisão foi justificada pela deterioração das condições nos mercados de crédito e do abrandamento da economia, o qual será suficiente para amenizar a pressão ascendente sobre os preços. Recorde-se que, no Reino Unido, os preços das casas dimi- nuíram 2,5%, em Março, e a variação anual desacelerou de 4,2% para 1,1%. Na UEM, o indicador de sentimento económico dos investidores subiu de 0,4, em Março, para 4,1, em Abril, acima das expectativas que apontavam para uma deterioração da confiança dos investidores. Na Alemanha, a produção industrial também surpreendeu pela positiva, aumentando 0,4% no intra-mês, em Fevereiro. Este aumento deveu-se ao sector da construção que beneficiou de condições climatéricas excepcionalmente favoráveis, o que, conjugado com o declínio das encomendas à indústria, leva a que se espere uma deterioração deste indicador nos próximos meses. Na Zona Euro, os indicadores de sentimento no sector empresarial em algumas das suas principais economia, surpreenderam positivamente em Março. Assim, o indicador IFO alemão subiu para 104,8, contra 104,1 em Fevereiro, contrariando as expecta- tivas dos analistas, que previam uma queda para 103,5. Tanto o índice que avalia a situação corrente como as expectativas para o desempenho da actividade nos próximos seis meses registaram melhorias face ao mês anterior. Também em França, o indicador de sentimento no sector empresarial subiu para 109 em Março, mais dois pontos do que em Fevereiro. Por fim, refere-se a melhoria do indicador belga para 1,2, contra 0,2 em Fevereiro. Crescimento mundial revisto em baixa O FMI reviu em baixa as previsões de crescimento mundial para o ano de 2008 e de 2009 em 0,5% e 0,6%, respectivamente, para 3,7 % e 3,8%. A economia norteamericana viu as previsões de crescimento serem revistas para 0,5% e 0,6%, em 2008 e 2009, uma redução de 1% e 1,2%. A Zona Euro, por sua vez, de acordo com aquele organismo internacional ,deverá crescer 1,4%, este ano, e 1,2%, em 2009, o que representa um decréscimo de 0,2% e 0,7%, respectivamente. A confiança do consumidor norte-americano caiu mais do que o esperado, o índice de preços das casas continuou a mostrar queda dos preços da habitação e o comportamento dos preços no produtor veio intensificar os receios quanto a um possível cenário de estagflação. De acordo com o Conference Taxas comerciais nos Estados Unidos sobem apesar dos cortes da FED Fonte: Bloomberg Board, a confiança do consumidor caiu para 75 em Março, contra 87,3 no mês anterior, o nível mais baixo dos últimos cinco anos; e o índice de preços S&P / Case Shiller de Dezembro caiu 2,1% em termos mensais e 9,1% em termos homólogos. Paralelamente, o índice de preços no produtor de Março aumentou 1% face a Dezembro e 7,4% face a Janeiro de 2007. No final da semana passada, Bem Bernanke reiterou que no actual cenário a principal preocupação da Reserva Federal é o crescimento, considerando que os riscos continuam no sentido de maior enfraquecimento da economia. De acordo com o presidente da FED, estes riscos prendem-se com uma possível deterioração mais pronunciada das condições no mercado imobiliário e de trabalho. BBVA permite deixar capital para o final do empréstimo à habitação De acordo com a Personal Value O Crédito Habitação Fácil Plus BBVA representa uma solução diferenciadora neste segmento de mer- Perspectivam-se tempos difíceis para o resto do presente exercício no que respeita ao desempenho dos mercados. Considera a sociedade gestora de patrimónios Personal Value que o mercado vai colocar de parte a questão da crise financeira e vai centrar-se nos efeitos da economia, em especial no que se refere aos resultados das empresas. Em termos de mercado accionista nacional, o panorama não é animador. Isto porque as empresas cado. A novidade consiste na possibilidade de deixar para o final até 100% do valor do empréstimo. O pagamento a deixar para o final é determinado pela relação financiamento “versus” garantia. Assim, o cliente pode pagar apenas juros, optando por deixar a totalidade para o final se a relação for igual ou inferior a metade ou pode ter prestações mais reduzidas, caso deixe até metade para o final, isto se a relação for superior a metade. O que a instituição financeira pretende, de acordo com os seus promotores, é que os clientes tenham a possibilidade de ajustarem o seu crédito à habitação, de acordo com cada momento da sua vida. A intenção é permitir uma maior flexibilização. O cliente pode pagar só juros durante todo o período do empréstimo, amortizando quando o desejar, sem qualquer penalização. De notar que é possível suspender o pagamento de três prestações consecutivas por ano, com o máximo de 12, sendo que a grelha de “spreads” vai desde 0,35%, uma das mais baixas do mercado. Portugal cresce abaixo de 2% As previsões do FMI para Portugal apontam para um crescimento de 1,3%, em 2008, e 1,4%, em 2009. Recorde-se que, em Janeiro, o FMI esperava que a economia portuguesa crescesse 1,8%, em 2008. Entretanto, as exportações cresceram 22,3% no intra-mês, 7,2% em termos anuais, em Janeiro, após um mês de Dezembro em que diminuíram quase 20%. As encomendas à indústria desaceleraram de 3,6%, em termos anuais, em Janeiro, para 2% no “year-to-date”, em Fevereiro. O principal contributo veio das encomendas domésticas que abrandaram de 8,4% para 4,2%. As encomendas vindas do exterior continuam em terreno negativo, apresentando uma variação homóloga de -1%. Martim Porto Mercado vai centrar-se nos efeitos da economia real não terão capacidade para manterem o ritmo exportador. A crise espanhola também vai reflectir-se no mercado nacional, segundo a Personal Value. “As claras excepções são a EDP, fruto do seu ambicioso plano estratégico em termos de energias alternativas. A Mota-Engil e a Cimpor, em resultado do pacote de infra-estruturas a implementar nos próximos anos, e a Sonae, face à posição dominante que possui nos mercados da distribuição e do imo- biliário comercial.” Uma coisa é certa, o actual cenário vai tornar clara a distinção entre as boas empresas, capazes de suportarem os momentos de desaceleração económica, sem colocarem em causa as margens de lucro, e aquelas sem essa capacidade. A nível internacional, o investidor deverá optar por uma carteira que combine uma alocação importante a sectores defensivos com uma alocação ao sector financeiro. mercados sexta-feira, 18 Abril de 2008 Revisita aos problemas de agência e ao “backdating” O fantasma dos escândalos corpo- mance” com o tema: “compensação dos rativos voltou a assombrar os executivos que presidem a perdas de mimercados nos últimos meses, lhões de dólares”. Terminou o seu discurnão apenas pela deflagração das explosões so com a pergunta: “Como é que alguns financeiras relacionadas com o segmen- executivos estão tão bem quando as suas to de mercado dos títulos hipotecários companhias estão tão mal?” (vulgo “subprime”), mas, também, como A esta pergunta foram, desde logo, suscitámos na Crónica do mês transacto, chamados a responder (e ainda antes do com as recentes denúncias sobre opera- colapso da Bear Stearns) “gestores”como ções de “backdating” – opções retroac- Ângelo Mozilo, Presidente (ainda em tivas de compra de acções para a Admi- funções) da Countrywide Financial (que nistração e Alta-Direcção de Sociedades auferiu 120 milhões de USD em remuAbertas, que conferem aos beneficiários nerações e em produto de vendas de um ganho imediato e sem risco, através acções que detinha), Charles Prince, exde remunerações e bónus que, como se Presidente do Citigroup (que arrecadou tem constatado, nada ou pouco têm de 10 milhões em remunerações, acrescidos correlativo bom desempenho dos seus de 28 milhões em stock options e, ainmandatos. da, mais 1,5 milhões por ano, tudo em Quando se pensava que a probabilida- USD, para a sua “dourada” reforma) e, de de se detectarem novos episódios de entre outros, que continuam a ser ouvicosmética contabilística – a exemplo da- dos no Congresso norte-americano Stanqueles que marcaram a história recente ley O’Neil, também ex-Presidente da de empresas como a Enron, WorldCom, Merrill Lynch (com um “despedimento” Adelphia, Tyco, Xerox, Parmalat, Adec- compensado com 161 milhões de USD). co, entre várias outras – já estaria ultra- Todos sob investigação de suspeitas de passada sob a rigidez do Sarbanes-Oxley fraudes envolvendo a atribuição de inAct, eis que surgem novos problemas centivos em proveito próprio, apesar de envolvendo modelos terem estado à frente salariais assentes no pade instituições que gamento de “prémios” foram das principais Surgem novos e vultuosas indemnizaresponsáveis pela “criproblemas ções aos principais exese do subprime”, recutivos, em detrimento criando, sem o crivo envolvendo modelos dos demais accionistas dos seus accionistas e da própria sustentae na ausência de uma salariais assentes no bilidade das Sociedades supervisão eficiente, pagament de prémios as chamadas CollateComerciais onde geraram, por sua acção e ralized Debt Obligaaos principais responsabilidade, elevations. executivos dos prejuízos ou perdas Na raiz desta situirreparáveis. ação estão, como se No passado dia 7 de assinalou na última Março, Henry Waxman, Chairman da Crónica, os já longamente analisados House Oversight and Government Re- “Problemas de Agência”, que se diagform Committee norte-americano, abria nosticam na existente separação entre a o seu discurso na segunda audiência acer- propriedade (acionista) e o seu controlo ca da supervisão sobre a “pay for perfor- (gestores), no des-(alinhamento) entre as Luís Vasconcelos Gestão de Patrimónios Ok2deal [email protected] A lan Greenspan não necessita apresentações. Ocupou o cargo de Presidente da Reserva Federal Americana (Fed) durante quase duas décadas, sendo considerado por muitos como um dos principais responsáveis pela reviravolta que a economia americana deu após os ataques de 11 Setembro de 2001. O chamado “Greenspan put”, estratégia implementada pela primeira vez em 1998 após o colapso do Long-Term Capital Management e que consistia em assegurar a liquidez nos mercados financeiros via descida de taxas de juro, conduziu a uma rápida descida destas dos 6,25% para os 1% no espaço de um ano e meio e à manutenção nestes níveis historicamente baixos até a economia americana começar a dar sinais de recuperação. Mas, perante a actual “bolha” do sector imobiliário e a crise no mercado de crédito americano como um todo, essa decisiva intervenção via política monetária tem sido ao longo das últimas semanas alvo de duras críticas e Greenspan, outrora aclamado, é hoje um dos bodes expiatórios. As críticas ao referido “Greenspan Put” não são novas, pois ao longo dos últimos anos foram muitos os que 37 M. JORGE C. CASTELA Economista & Jurista jorge. [email protected] Sem espaço para entrar, ainda nestas decisões dos Administradores (o “agente”) e os interesses dos acionistas (o “prin- linhas, para a prometida análise do Principal”), com uma efectiva diluição do cípio do “Comply and Explain” que decontrolo das Sociedades Abertas e com os veria presidir, transversalmente, a todos concomitantes conflitos (“de agência”), os modelos de Governação Corporativa que se agravam nos diferentes domínios adoptados pelas Sociedades Abertas, ese interesses em jogo, e que se têm revela- paço fica só para três referências a mecado como verdadeiros mecanismos de ex- nismos que previnam os efeitos do repripropriação da riqueza que se gera nessas cing e do “backdating”: uma, desde logo, Sociedades. para a necessidade de adopção de normas Riqueza cujo destino deveria reverter estatutárias (e legais, se caso for), para topara a sustentabilidade das Sociedades e tal “disclosure”, envolvendo quer a remupara retorno dos invesneração dos principais timentos dos seus accioexecutivos, quer as suas nistas, mas que, ao invés, e o seu Como é que alguns componentes se vão acumulando em peso no EBITDA gerado diversas formas de “enpela sua gestão, fazendo executivos estão riquecimento sem causa” alinhar a estratégia de retão bem dos seus putativos “Admuneração da Sociedade ministradores”. com a do mercado; ouquando as suas Em causa estão, clatra, com vista a cercear companhias estão ramente, antes e mais possíveis efeitos negatido que questões de revos das “stock options”, tão mal? gulação e de supervisão, através de um acordo problemas de Governade “lock up”, em que se ção Corporativa: uma proíba a venda de acções deficiente monitorização, por parte dos num preestabelecido período de tempo, accionistas, dos actos de gestão de Admi- nunca inferior a 360 dias, após o termo nistradores que actuam como verdadeiros dos seus mandatos; por fim, se caso for e “free riders” que se perpetuam no poder, para que os gestores partilhem, efectivafocados em resultados de curto prazo, mente, os ganhos e perdas da sua gestão para justificarem remunerações, prémios, com os ganhos e perdas da Sociedade e opções de compra de acções (stock op- accionistas, retendo o valor dos bónus e tions com flip in), “golden parachutes”, eventuais indemnizações a conceder a essem qualquer correlação com os resulta- tes mesmos Administradores, durante um dos de médio e longo prazo. período nunca inferior a 5 anos (também Problemas que, por seu turno, se agra- contados sobre o termo dos seus mandavam com a ainda persistente promiscui- tos), de molde a que quer os ganhos quer dade entre empresas de auditoria e os as perdas da Sociedade registadas nesse seus auditados, com a conivência dos período se reflictam, formalmente indebancos de investimento que propagam xados, no seu montante. “recomendações” de Sociedades mal avaComo em tudo o que envolve risco, liadas para investidores desinformados e, também aqui se premeiam o tempo, a paainda, com a irresponsabilidade e, muito ciência e o dinheiro próprio com que se frequentemente, a incompetência na ava- joga o jogo do mercado, mas sem se jogar liação dos riscos por parte das agências com o tempo, a paciência e o dinheiro de rating. dos outros. Greenspan: de herói a vilão defendiam que o facto de a Fed “oferecer por esse mundo fora, tem usufruído daum copo de água cada vez que os mer- quilo que se poderia apelidar de uma cados soluçavam” acabava por encorajar “desregulamentação conveniente”. Isto excessos na tomada de risco por parte dos é, quando as coisas correm bem, deixa-se investidores, o que, em última instância, o mercado trabalhar livremente, quando conduziria à formação de bolhas especu- algo começa a correr mal, salva-se o merlativas. Essa falsa sensação de segurança cado. Foi isso que aconteceu com o episóconduzia-os a assumir riscos acrescidos. dio do Long Term Capital Management Será que se podem atrie foi isso que aconteceu buir culpas a Greenspan mais recentemente com a no que concerne à actual Bear Stearns. Confrontar crise financeira? os benefícios e malefícios As opiniões divergem. Greenspan, outrora de tais intervenções nos Greenspan, teoricamenmercados financeiros aclamado, é hoje te um defensor da “Mão implicaria gastar muitas Invisível” dos mercados linhas e seguramente não um dos bodes e da não intervenção por conduziria a uma conexpiatórios parte dos Governos, reclusão consensual. velou-se na prática um O que importa reter é neo-keynesiano. O seu que, para uns, Greenspan único “pecado” foi apesalvou a economia, para nas promover uma interoutros, apenas adiou o venção activa nos mercados, desacreditan- rebentar de uma ou várias bolhas (ou pior do o livre funcionamento destes. Aliás, se ainda estimulou o aumento e proliferação houve algo que as últimas crises financei- destas). Para mim não é possível culparas revelaram, é que o modelo clássico da bilizar Greenspan da crise actual. Como economia americana, porta-bandeira do diz Martin Wolf, colunista do Financial capitalismo mundial e que serve de exem- Times, “...é sempre mais fácil procurar plo para inúmeras economias espalhadas culpados do que procurar entender o que é que aconteceu, porque é que aconteceu e o que poderemos fazer para prevenir a repetição desta crise...”. Como é fácil comprovar pelo último estudo do FMI, são vários os países que se deparam com crises no mercado imobiliário (com bolhas especulativas) de amplitude muito superior à da economia americana. Segundo esta entidade, os factores de carácter fundamental que justificam subidas nos preços das casas são o crescimento do rendimento disponível “per capita”, o poder aquisitivo, as alterações na população activa, as taxas de juro, o crescimento do crédito e as alterações nos preços dos activos. Assim, ainda que um longo período de baixas taxas de juro acompanhado de uma excessiva facilidade no acesso ao crédito, possam ter promovido uma aceleração do mercado imobiliário, não é possível culpar directamente a Fed. Esta, face à actual dimensão do mercado de dívida pública norte-americana, não controla as taxas de juro de longo prazo (estas terse-ão mantido nos últimos anos historicamente baixas perante a ávida procura de títulos de longo prazo americanos por parte das economias emergentes, em particular da economia chinesa). 38 mercados sexta-feira, 18 Abril de 2008 seguros CGD acusada de discriminação nos seguros O provedor de Justiça quer ver o grupo CGD a mudar as regras de agravamento do prémio de seguros aos cidadãos com deficiência e doenças graves. A recomendação foi enviada ao Ministério. Depois de ter recebido muitas denúncias que davam conta do agravamento dos prémios de seguro de contratos de vida de clientes da Caixa Geral de Depósitos (CGD), tendo como fundamento a sua deficiência ou doença grave, o provedor de Justiça emitiu uma recomendação ao Ministério das Finanças onde lhe solicita que, “enquanto representante do accionista Estado, emita orientações ao Grupo CGD no sentido de que as respectivas empresas não recusem a celebração de contratos de seguro de vida associados a créditos à habitação, nem tão-pouco agravem os respectivos prémios, com fundamento exclusivo ou principal na qualidade de deficientes ou na exis- tência de especiais riscos agravados de saúde dos mesmos”. Há muito que as denúncias vinham sendo apresentadas por clientes que se sentiram discriminados por verem negada a subscrição de uma apólice de seguro de vida ou, quando aceite, esta apólice era sujeita a um significativo agravamento do prémio. Em causa estão não só cidadãos portadores de deficiência mas também com riscos agravados de saúde, como os doentes oncológicos e os diabéticos. Para Nascimento Rodrigues, é incompreensível que o Estado português — o mesmo que fez aprovar o diploma legal que QIS 4 já está curso Já está a decorrer o quarto estudo de impacto quantitativo (QIS – Quantitative Impact Study) para seguradoras, sob coordenação da Comissão Europeia. Nesta fase de testes para avaliação do impacto da aplicação da futura directiva Solvência II, as companhias de seguros participantes terão oportunidade de se debruçar sobre a calibragem da fórmula standard do SCR, a utilização de metodologias simplificadas, o impacto sobre os grupos de seguros, a comparação dos resultados da fórmula standard com os produzidos por modelos internos totais e parciais e o desenho e calibragem do cálculo do Minimum Capital Requirement – MCR. Ao Instituto de Seguros de Portugal (ISP) caberá o papel de interlocutor entre as empresas participantes, o Comité das Autoridades Europeias de Supervisão dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (CEIOPS) e a Comissão Europeia. O QIS 4 decorre até 7 de Julho para empresas individuais e até 31 de Julho para grupos de seguradoras. INML faz perícias para FGA O Instituto de Seguros de Portugal (ISP) estabeleceu um protocolo com o Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), para a prestação de serviços no domínio da sua actividade pericial ao Fundo de Garantia Automóvel (FGA). Assim, o FGA passará a requisitar ao INML o serviço de avaliação de dano corporal e/ou perícias complementares nas áreas da ortopedia, neurologia e psicologia. Fernando Nogueira, presidente do ISP, considera que este protocolo traz “a garantia para os lesados de uma avaliação isenta e profissional da sua condição física”, lembrando que “a justa compensação das vítimas constitui quase sempre operação difícil, sobretudo pela complexidade dos elementos a considerar, sendo a avaliação do dano corporal, em nossa opinião, o verdadeiro pilar do sistema de cálculo das indemnizações devidas por acidente rodoviário”. A cerimónia de assinatura do protocolo foi presidida pelo ministro da Justiça, Alberto Costa. Fernando Nogueira e Duarte Nuno Vieira representaram, respectivamente o ISP e o INML, instituições a que presidem. proíbe e pune as práticas discriminatórias dos cidadãos portadores de deficiência e de riscos agravados de saúde — não oriente as empresas de que é detentor no sentido do cumprimento do preceituado na lei”. O provedor de Justiça invoca o Decreto-Lei número 230/80 para lembrar que o diploma estende a todos os portadores de deficiência com grau de incapacidade igual ou superior a 60% o direito à aquisição ou construção de habitação própria em regime bonificado. ANA SANTOS GOMES [email protected] Tranquilidade e BES reforçam laços A Tranquilidade reafirmou o seu orgulho por ter contribuído para a captação de 25% dos novos clientes do Banco Espírito Santo (BES) em 2007. Na Convenção Assurfinance BES/Tranquilidade 2008, realizado em Lisboa e em Santa Maria da Feira, nos dias 7 e 9, respectivamente, Peter Brito e Cunha, presidente da Comissão Executiva da Tranquilidade lembrou também que os agentes da seguradora conseguiram captar 19% do crédito à habitação contratado no BES no ano passado. O projecto de Assurfinan- ce, que coloca actualmente 1600 agentes da seguradora a comercializar produtos do BES, está em curso desde 1998. Ricardo Salgado, presidente da Comissão Executiva do BES, não tem dúvidas de que “em Portugal esta parceria entre banca e seguros foi a única que conseguiu vingar de forma tão expressiva e com enorme sucesso”, tendo assegurado isso mesmo de viva voz aos mais de 2500 colaboradores da Tranquilidade que participaram na convenção. ANA SANTOS GOMES [email protected] Liberty lança Troféu Criar 08 A Liberty Seguros lançou o Troféu Criar 08, iniciativa que irá premiar a ideia de negócios mais inovadora para sectores estratégicos do mercado. Nesta primeira edição, o Troféu Criar 08 procura apoiar projectos empresariais para o concelho da Covilhã, disponibilizando três prémios monetários para apoiar a criação de uma empresa naquele concelho da Beira Baixa. A ideia mais inovadora receberá um prémio de 20 mil euros. As segunda e terceira classificadas receberão, respectivamente, 10 mil e 5 mil euros. À iniciativa da Liberty Seguros associaram já o Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã – Parkurbis, a Câmara Municipal da Covilhã, a Fundação da Juventude e a Ensigest. Todas estas entidades responderam ao repto da Liberty em estimular o empreendedorismo e inovação no interior do país. Para José António de Sousa, CEO da Liberty Seguros, esta iniciativa “responde ao apelo feito recentemente na Guarda pelo senhor Presidente da República, no sentido de que os empresários e as empresas deste país contribuam não com palavras, mas com actos concretos, na luta contra a desertificação do interior de Portugal”. O CEO da Liberty garante que “este concurso premiará os melhores projectos com acesso a know-how e capital de risco para a implementação dos mesmos nas zonas industrias e Parque Tecnológico da Covilhã, um verdadeiro ninho de empresas dinâmicas que estão a aproveitar os imensos recursos que o eixo Covilhã – Guarda – Fundão – Castelo Branco proporciona aos empresários, entre os quais os acessos privilegiados ao maior mercado internacional receptor de produtos portugueses e gerador de receitas de turismo (Espanha) por um lado, e os recursos humanos altamente motivados e preparados que estão a sair da Universidade das Beiras por outro”. Para este concurso de ideias de negócio serão aceites candidaturas nas áreas de Software e Multimédia, Saúde e Bem-Estar, Agro-Alimentar e Energias Alternativas. O prazo de entrega dos trabalhos termina a 31 de Maio de 2008. ANA SANTOS GOMES [email protected] PUB mercados sexta-feira, 18 Abril de 2008 39 No horizonte de sete anos Preço actual do petróleo poderá ser irrisório O recente máximo de 114,50 dólares o barril de petróleo em Nova Iorque parece ainda ser um preço irrisório para aquilo que poderá acontecer nos próximos sete anos. Ou seja, mais do que a relação oferta-procura, a explicação para os níveis actuais e futuros do preço do crude está na vertente financeira e na globalização. A opção pelo investimento em “commodities” quer agrícolas, quer ao nível da energia marcou o último ano e continua a revelar o sentimento dos investidores durante 2008. A queda do dólar para os níveis mais baixos de sempre face ao euro estimula a subida do petróleo porque os contratos de futuros e todos os produtos estruturados com base nesta “commoditie” são denominados em dólares. Logo, comprar esta “commoditie” tem sido cada vez mais barato porque o dólar tem-se tornado mais fracos, perante a divisa europeia. Num recente encontro de jornalistas com um dos advogados com maiores conhecimentos da matéria em Portugal, Agostinho Miranda, foram avançados alguns dados espectaculares. O número de “hedge funds” com barris de petróleo cresceu três vezes em 10 anos, mas há mais. Para quem pense que 114 dólares é um recorde, basta dizer que este é o valor idêntico ao da crise dos anos 70 e 80, descontando a inflação. Logo, este máximo já foi atingido e já foi testado. Mas, diferentemente daquela década, o consumidor americano só sente 25% do impacto do preço porque tem grande volume de produção própria, enquanto a Europa importa 75% das suas necessidades e está em forte processo de aumento da de- pendência, com o declínio dos campos do Mar do Norte. E embora a Agência Internacional de Energia tenha afirmado recentemente que a procura de petróleo está a abrandar, a verdade é que ninguém acredita, e mais: até hoje nenhuma instituição, incluindo a OPEP e a ONU, conseguiram dar números fiáveis sobre as existências e as necessidades de crude mundiais. Há, no entanto, dois números que circulam nos gabinetes de estudos de grandes petrolíferas mundiais e que revelam que na actualidade, com consumos diários médios de 86 milhões de barris/dia, existirá um excesso de produção da ordem dos 2 milhões de barris/dia, situação que tem levado o cartel da OPEP, que representa cerca de 44% da produção mundial, a revelar que existe petróleo suficiente no mercado e, logo, não é necessário aumentar a produção/oferta. Existe um segundo número altamente preocupante e que nos deixará com saudades de preços de 110 ou 120 dólares o barril. Está previsto que dentro de sete anos exista um défice de 13,5 milhões de barris/ dia, segundo o mesmo especialista, que tem trabalhado para as grandes “majors” petrolíferas mundiais, tanto de “up-stream” como de refinação. Como arrendar uma plataforma Não é usual, mas há um multimilionário de ascendência norueguesa e cipriota, John Fredriksen, que as arrenda por uns módicos 600 mil dólares diários, revelou o elconfidencial.com. Este milionário, que vive na Noruega, utilizou os seus vastos conhecimentos na área do petróleo para entrar no negócio e hoje tem uma fortuna calculada em 7 mil milhões de dólares. A Seadrill é a sua companhia que tem equipamento para o mar ultraprofundo e está a trabalhar desde as costas do Golfo do México até às costas do Brasil. Actualmente tem 4 plataformas e tem outras 8 em construção. É um número impressionante porque só existem 39 plataformas em todo o Mundo para águas ultraprofundas. Preços do arroz batem recordes O preço do arroz continua em alta. Dois factores contribuíram esta semana para o agravamento do seu custo. As Filipinas anunciaram que pretendem adquirir um milhão de toneladas, sendo que este país é o maior importador mundial de arroz. Por outro lado, tudo indica que as sementeiras nos Estados Unidos vão ser adiadas, tendo em conta as más condições climatéricas. O preço é superior a 14,3 euros (por 100 libras). Desde o início do ano, o aumento foi de cerca de 64%, estando agora a níveis jamais atingidos por este produto. As Filipinas estão na base do aumento dos preços em flecha. Basta ter em conta que, só no ano passado, este país representou perto de 15% das necessidades anuais, o correspondente a 1,9 milhões de toneladas. O crescimento da procura e a quebra nas exportações estão a beneficiar esta tendência. Os analistas acreditam que os preços vão manter-se elevados e até podem chegar a novos picos ao longo do ano. De salientar ainda que a China, o Egipto, o Vietname e a Índia, que em conjunto representam mais de um terço das exportações, têm apresentado quebras nas respectivas vendas. Pergunta-se se a recessão norte-americana não irá refrear o consumo? A resposta já foi dada. Boa parte do preço incorpora especulação e isso nada tem a ver com recessão dos EUA e, por outro lado, a indexação do preço crude do dólar em nada favorece a situação, porque a economia americana está confortável com um dólar fraco, mas que lhe permite ser competitiva em termos de exportações globais. Recorde-se que o seu défice externo não pára de crescer. Outra questão premente tem a ver com investimento na optimização da extracção e com a descoberta de novos poços. Um outro número preocupante revela que dos 48 países produtores mundiais, 33 países estão em “declínio”, o que significa que alguns deles atingiram há vários anos o pico da produção e estão agora com menos reservas ou estão a caminhar para o esgotamento. Acresce que 70% do petróleo existente está dentro daquilo que se chamam “restos”, ou seja, os blocos entraram em declínio de produção e estão com um nível abaixo do qual se torna caro extrair. E, por enquanto, não foi criada tecnologia para uma extracção de “restos” suficientemente eficaz e produtiva. Os especialistas acreditam que seriam necessários 22 mil milhões de dólares para manter os actuais níveis de produção, ou seja, mais de mil milhões de dólares anuais durante os próximos 20 anos a aplicar no sector energético. Isto significa 2% do PIB mundial a aplicar, o que para os especialistas é algo manifestamente impossível por não existirem recursos. Alternativas Os investidores continuam a apostar forte no petróleo e em todos os produtos financei- ros que lhe estão associados. Para quando o rebalanceamento? Parece que fechar posições, ganhar maisvalias com a especulação em “commodities” de energia e partir para outro tipo de investimentos não está nas expectativas de curto/ médio prazo dos especuladores. O raciocínio é simples. Todos os factores conhecidos só farão aumentar os preços do petróleo nos próximos anos, não só porque existem conflitos regionais no Médio Oriente, em África ou na América do Sul e que farão disparar preços, mas, também, porque não existem alternativas credíveis, tanto em novos espaços de perfuração como em outras energias para o curto prazo. Mesmo as recentes descobertas anunciadas, caso da Bacia de Santos, no Brasil, ou todas as descobertas na costa ocidental de África, só estarão verdadeiramente no mercado dentro de 5 a 10 anos e durante esse período será sempre a especular. Por último, não há novos locais e o Árctico, onde se perspectiva existirem 25% das reservas petrolíferas e gasistas mundiais, tem o problema legal de ocupação exigido por vários países, mas também a forte questão ambiental. Aliás, este problema está a fazer reduzir a produção no Canadá e a prazo terá impacto nas areias betuminosas do Orenoco, na América do Sul. As alternativas da biomassa são difíceis de sustentar a prazo porque isso significa alterar a produção alimentar para a opção energia, enquanto o nuclear implica novos desenvolvimentos tecnológicos que só estarão disponíveis dentro de 10 anos, e o mesmo acontece à opção hidrogénio. As soluções de energias renováveis dificilmente satisfarão mais de que 1% das necessidades mundiais energéticas. VN Groupama distinguida como melhor gestora de activos europeia A Groupama Asset Management recebeu, pelo segundo ano consecutivo, o primeiro prémio na categoria de Melhor Sociedade de Gestão de Activos Europeia no “Grand Prix Eurofonds”. Este prémio ficou a dever-se à qualidade dos produtos e à regularidade dos desempenhos desta sociedade de gestão de activos, detida pelo grupo Groupama. Este prémio juntou-se a outros já recebidos este ano. Nos galardões “Sicav La Tribune – Morningstar”, a empresa destacou-se ao ser considerada a segunda melhor, en- quanto grupo global. Já nos “Lipper Fund Awards” mereceu o troféu de melhor promotor generalista em todas as categorias a três anos. O grupo Groupama pretende posicionar-se entre as dez primeiras seguradoras europeias. PUB MERCADOS 40 sexta-feira, 18 Abril de 2008 Mercado Monetário Interbancário Inflação começa a assustar Esta semana, a Euribor 3M voltou a passar os máximos dos últimos 3 meses, fixandose muito perto de 4,80%. Tal ilustra que a actuação do BCE no que resFilipe garcia peita a injecção de [email protected] liquidez no sistema não está a ser suficiente para reduzir a desconfiança no mercado interbancário. Segundo o Presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, o mundo está a ser agora vítima de no pas- sado ter tido demasiada facilidade em aceder ao crédito. Na semana passada, o BCE voltou a deixar inalterada a taxa de referência em 4,0%, realçando que não houve alteração de postura no combate da inflação. No dia seguinte, a inflação nos armazenistas alemães veio dar mais força às palavras de Trichet. Os preços a este nível subiram em Março 1,6% em termos mensais, elevando para 7,1% o aumento face a igual mês de 2007, sendo este o valor mais elevado dos últimos 26 anos! Em França, os preços subiram no mês passado 0,8% e 3,5% ao ano, valores já não vistos há uma década. Na Alemanha registou-se +0,5 e 3,1%, respectivamente. Na zona euro Yield curve euro e dólar como um todo, a inflação de Março foi de 1,0%, colocando a homóloga em 3,6%! O instituto alemão ZEW publicou o índice de confiança de Março, baseado no inquérito a 307 analistas e investidores institucionais. O mercado, que esperava uma ligeira melhoria de -32 para -29, foi apanhado de surpresa com um valor de 40. Assim, depois de 3 meses a recuperar, a confiança dos investidores está novamente em queda. Na opinião do Presidente do ZEW, o BCE tem feito um bom trabalho ao não descer as taxas, dadas as pressões inflacionistas, recomendado aos responsáveis do Banco Central que se mantenham nesta linha de actuação. euribor - 3 m, 6 m e 1 ano Análise de mercados produzida a 16-Abr-2008 Yield 10 anos euro benchmark EURIBOR - 3M, 6M e 1Y 5.00 EUR 4.50 4.4 4.850 4.3 3M 4.2 4.00 4.750 4.1 6M 3.50 4.0 1Y 3.00 3.9 4.650 USD 2.50 2.00 Voltou a ser uma semana de poucas alterações nas taxas fixas. Por um lado, o mercado refugiou-se em obrigações após os desapontantes resultados da General Electric. O “spread” dos dois anos entre “swap” e títulos do tesouro voltou a alargar para 0,83%. A queda da confiança dos consumidores dos EUA para os mínimos dos últimos 26 anos contribuiu para o refúgio em títulos de dívida pública. O mercado apresenta nesta altura poucas alternativas interessantes de cobertura, face a uma expectativa de correcção do diferencial entre Euribor e taxa do BCE no segundo semestre. 3.8 3.7 4.550 1W Taxas MMI T/N 1 W 2 W 1 M 2 M 3 M 6 M 9 M 1 Y 1M 2M 3M 6M 9M 1Y 1Y 2Y 5Y 10 Y condições dos bancos centraisData 3,96 4,18 4,20 4,25 4,45 4,64 4,62 4,64 4,57 BCE Euro Refinancing Rate 4,00% 26/06/07 Euro Marginal Lending 5,00% 26/06/07 Euro Deposit Facility 3,00% 26/06/07 EUA FED Funds R.UnidoGB Prime Rate Suíça Target Libor 3M Japão Repo BoJ 2,25% 5,25% 2,75% 0,50% 18/03/08 07/02/08 13/09/07 21/02/07 30 Y 04-Jan 03-Feb Euro fra’s Forward Rate Agreements Tipo* Bid Ask 1X4 4,680 4,700 3X6 4,518 4,548 1X7 4,654 4,674 3X9 4,500 4,520 6X12 4,206 4,226 12x24 3,877 3,907 *1x4 - Período termina a 4 meses, com início a 1M 04-Mar Sep 03-Apr Euro irs Interest Swaps vs Euribor 6M Prazo Bid 2Y 4,293 3Y 4,221 5Y 4,216 8Y 4,365 10Y 4,484 20Y 4,761 30Y 4,730 Ask 4,313 4,229 4,224 4,373 4,492 4,769 4,738 Oct Nov Dec Jan Feb Evolução euribor (em basis points) N/A 12.Set.07 1M 4.353% 3M 4.744% 1Y 4.751% leilões bce Last Tender Minium Bid Marginal Rate 4.444% 4.744% 4.720% 08.Abr.08 4,00% 4,23% Mar Apr 03.Out.07 -0.091 0.000 0.031 4.371% 4.786% 4.709% -0.018 -0.043 0.042 Mercado Cambial Eur/Usd quebra em alta. Libra colapsa EUR/USD Após algumas semanas de comportamento mais lateral, o Eur/Usd quebrou em alta o triângulo de consolidação. De um ponto de vista meramente técnico, fica aberto o caminho para um novo arranque do euro, com objectivos perto de 1,65 dólares. Nos últimos dias, o mercado “falava” muito neste triângulo ascendente e de alguma forma a sua quebra em alta teve algo de “profecia auto-realizável”. Esse é um aspecto a ter em conta nas novas posições longas de Eur/ Usd, já que se pode ter tratado de um “false-break”. Primeiro suporte relevante a 1,5750. EUR/dólar FIXING 16.Abr.08 Variação Semanal (%) Variação Variação no mês (%) desde 1 Jan. (%) EUR/JPY Durante a semana que passou o Eur/Jpy esteve muito “encostado” à principal resistência relevante, nos 161,50 ienes. É de esperar que surjam novos testes em alta nos próximos dias. Se partir com sucesso as barreiras a 161,50 e 162,30 ienes o “cross” fica com caminho aberto para 165 ienes a seguir. No entanto, para já, o panorama de médio prazo do Eur/Jpy continua bastante indefinido. Há suporte nos 152 ienes e resistências nos 161,50 e 162,30 ienes. EUR/USD 1.5928 1.28% 0.73% 8.20% EUR/JPY 161.41 0.03% 2.57% -2.13% EUR/GBP 0.8061 1.05% 1.29% 9.92% EUR/CHF 1.5896 -0.24% 1.00% -3.93% EUR/NOK 7.8985 -0.54% -1.89% -0.75% EUR/SEK 9.4038 0.44% 0.07% -0.40% EUR/DKK 7.4603 0.00% 0.05% 0.03% EUR/PLN 3.4213 -0.98% -2.86% -4.79% EUR/AUD 1.7069 0.76% -1.53% 1.86% EUR/NZD 2.0223 2.31% 0.72% 6.30% EUR/GBP Nada de novo a dizer. O “cross” continua a registar novos máximos semana após semana, evidenciando a debilidade da libra, que colapsou nos últimos meses. A moeda britânica perdeu mais de 20% face ao euro desde EUR/CAD 1.6073 0.32% -0.94% 11.24% EUR/ZAR 12.7100 3.31% -0.79% 26.72% EUR/BRL 2.6641 -0.02% -3.31% 2.61% Setembro do ano passado e, apesar de o ritmo da queda parecer “insustentável”, ainda não está à vista o fim. análise técnica - psi-20 - xetra dax psi-20 PSI-20 - Poucas novidades nesta semana. Nos últimos dias, o PSI 20 tem estado em consolidação lateral, sem grandes destaques. O índice encontra-se ainda abaixo em cima dos 11 000 pontos, níveis que seria importante serem recuperados, para afastar o cenário de novo teste aos mínimos do ano. Está ainda em aberto a possibilidade de um teste à zona dos 11 500 pontos. Níveis a reter para o curto prazo: Suportes: 10 470 e 10 750 pontos. Resistências: 11 240 e 11 450 / 11 500 pontos. Analisando o índice numa perspectiva de médio/longo prazo, verifica-se que a recente correcção do PSI20 veio de encontro a uma linha de tendência relevante. Essa linha, que nasce no primeiro trimestre de 2003, já foi visitada por algumas vezes e voltou a fornecer suporte ao índice. Enquanto a cotação estiver acima da linha, hoje cerca de 10 000 pontos, pode-se considerar que o PSI20 está em tendência de alta de médio prazo. XETRA DAX - Também no DAX há pouco a acrescentar face ao que tem sido referido nas últimas semanas. O índice encontra-se numa zona bastante mais neutral, podendo variar entre 6375/6400 e 7050 pontos sem que daí se possam tirar conclusões muito relevantes para o médio prazo. Os 6660 pontos continuem um nível pivot, ora resistência, ora suporte no curto prazo. Deverão ser observados como suportes os 6200, 6375, 6400, 6415 e 6515 pontos e como resistências os 6660, 6845/6900 e 7000/7100 pontos. xetra dax mercados sexta-feira, 18 Abril de 2008 consultório financeiro Mercado “abençoou” entrada de Jorge Coelho na Mota-Engil Na semana em que Jorge Coelho foi confirmado como novo CEO da maior construtora nacional, o título da Mota-Engil valorizou-se mais de 5%. Ajudou também a divulgação do início da construção de um empreendimento imobiliário em Angola no valor de 380 milhões Como reagiu a acção da Mota-Engil à entrada de Jorge Coelho para CEO? Muito bem, com a acção a valorizar-se mais de 5% após o anúncio oficial do convite formal para que Jorge Coelho assuma a presidência do Conselho de Administração da Mota-Engil SGPS, enquanto António Mota transita para presidente do Conselho de Administração (“chairman”). Os analistas (e eventualmente os investidores) consideram a nomeação de Jorge Coelho, que desempenhou funções de Ministro das Obras Públicas na legislatura liderada por António Guterres, como uma mais-valia para a abordagem para um período onde serão abertos inúmeros concursos públicos relacionados com obras públicas de envergadura: novo aeroporto, TGV, nova ponte sobre o Tejo, auto-estradas, etc. A construção de infra-estruturas em Portugal está a mostrar sinais de recuperação devido à melhoria no investimento público e caso a Mota-Engil ganhe algum dos novos projectos pode consolidar a sua posição com a maior empresa portuguesa do sector. Que mais tem condicionado positivamente a evolução da acção da Mota-Engil? O título da maior construtora nacional também reagiu muito positivamente ao anúncio na semana passada do início da construção do Salinas Village, um empreendimento residencial em Benguela, no valor de 380 milhões de euros. Esta reacção faz todo o sentido, pois com esta empreitada a construtora Mota-Engil fica, por um lado, com uma carteira de encomendas que passou a ascender a cerca de 700 milhões de euros e, por outro lado, suporta o aumento da exposição da empresa ao negócio na construção em Africa, um mercado que apresenta um forte crescimento. Deste modo, é difícil manter actualizada uma base de dados sobre o grupo MotaEngil, tal é a feérica avalanche de notícias de euros, bem como o facto de no research “Iberian Small & Mid Caps 2008” do Santander a Mota-Engil surgir como a única empresa portuguesa que integra a lista de “value ideas”: empresas arriscadas mas com elevado potencial de retornos. Mota-Engil com “saltos” muito positivos em 2008 5.5 Portugueses resgatam certificados de aforro O novo regime dos certificados de aforro entrou em vigor há apenas dois meses. Mas o resultado é evidente, os aforradores estão desconfiados. Durante esse período de tempo foram resgatados cerca de 502 milhões de euros no que se refere aos certificados de aforro. A tendência é para se generalizar a fuga a este produto de poupança estatal. Com a agravante que é agora muito menor o interesse pela sua aquisição, ao contrário do que sempre sucedeu. Dos resgates efectuados, perto de metade, em valor, foi efectuado ao longo do mês de Março. Por sua vez, a adesão à nova série está abaixo das expectativas. Aliás, a adesão pode ser considerada mesmo bastante fraca. Basta ter em conta que, nos dois últimos meses, o valor subscrito ficou muito abaixo daquele verificado apenas em Janeiro. Daqui se pode concluir que os certificados de aforro estão a perder o interesse, enquanto produto de poupança e até de investimento. 5.3 ParaRede duplica lucro 5.1 A ParaRede mais do que duplicou o seu lucro, no primeiro trimestre, para 210 mil euros. Um resultado que terá ficado a deverse, sobretudo ao crescimento nos resultados operacionais. Estes duplicaram, para 636 mil euros, refere a empresa em comunicado. O “cash-flow” operacional cresceu 89%, relativamente aos três primeiros meses do ano passado, o que é atribuído à alteração que se tem registado no “mix” de vendas, nomeadamente o crescimento das áreas de maiopr valor acrescentado – produtos próprios e prestação de serviços. A empresa, entretanto, procedeu à fusão das áreas de consultoria em tecnologias da informação com a de arquitectura e desenvolvimento e da junção da integração de infra-estruturas com o suporte Multivendor. O volume de negócios registou um acréscimo de 18%, no período em análise, para 13,5 milhões de euros. Por sua vez, a margem bruta sai reforçada em 52%, o que se traduziu em 5,8 milhões de euros. A divisão de “outsourcing” apresentou um forte crescimento de 164%, pelo que já detém um peso de mais de 20% no volume global de vendas da empresa. A área de consultoria cresceu 154%, detendo agora um peso de 15%, enquanto os pagamentos electrónicos e a integração de infra-estruturas representam 22% e 43%, respectivamente, do volume de negócios. 4.9 4.7 4.5 4.3 4.1 3.9 3.7 3.5 14/01/08 que vão surgindo. Em Portugal, recorde-se e sublinhe-se o facto de o consórcio liderado pela Mota-Engil ter vencido o concurso para a concessão da via rodoviária da Grande Lisboa e, no ano passado, ter adquirido a Tertir e a Ternor e desta forma conseguiu a integração das actividades portuárias, transporte ferroviário de mercadorias e operação de infra-estruturas logísticas. Com estas aquisições, a empresa liderada por António Mota aumentou também o grau de diversificação dos seus negócios particularmente nesta área, onde entrou recentemente com as operações portuárias em Setúbal através da SadoPort. Mota-Engil é cada vez a maior construtora nacional. Fonte: Relatório & Conta 2007 – Mota-Engil SGPS 41 15-4-2008 O futuro apresenta-se com a manutenção de um elevado ritmo de crescimento? A própria Mota-Engil prevê registar um crescimento de 10% do volume de negócios este ano e que as margens de EBITDA e de EBIT se deverão manter nos níveis do ano passado. Recorde-se que em 2007 a Mota-Engil apresentou lucros de 98 milhões de euros (note-se que subida de cerca de 203% no seu resultado líquido para os 98 milhões de euros, fica-se a dever sobretudo à maisvalia relacionada com a Oferta Pública de Subscrição da Martifer) e um crescimento de 15,9% do volume de negócios para 1,4 mil milhões de euros. As margens de EBITDA e EBIT foram de 17,7% e 10,6%, respectivamente. A área de Ambiente e Serviços deverá registar um crescimento das receitas também superior a 105% enquanto das Concessões de Transportes deverá ver o volume de negócios crescer perto de 10%. Já em 2007 o principal “driver” dos resultados foi a subida de 113% face ao ano anterior nas receitas da área de ambiente e serviços para 249 milhões de euros. Na área de Engenharia e Construção, as receitas deverão registar um crescimento de dois dígitos. Em relação à participada Martifer, a Mota-Engil diz que a empresa manterá a capacidade de criação de valor, esperando-se que venha a duplicar o volume de negócios. Martim Porto Encontros Millennium percorrem o país O Millennium bcp realiza uma nova série de encontros, visitando todas as capitais de distrito e outras praças comerciais relevantes. É uma oportunidade de diálogo com os clientes e as entidades locais. Em Maio, os encontros chegam a Castelo Branco, seguindose o Porto, no início de Julho. O momento central destes encontros é a conferência, com um orador convidado a proferir uma palestra de interesse nacional ou regional. É proporcionado o debate sobre os caminhos do desenvolvimento económico, à escala local. As sessões são moderadas por profissionais da comunicação social. Trata-se de um elemento importante da estratégia de dinamização comercial e institucional do banco. 42 mercados sexta-feira, 18 Abril de 2008 Sector bancário em alerta Os comentários dos analistas são contraditórios, mas todos parecem confluir num ponto: a crise do crédito hipotecário ainda não teve fim à vista e a banca é o sector mais afectado. Os mercados financeiros antecipam as situações com cerca de 6 meses a 1 ano de antecedência e um recente estudo da Bloomberg publicitado em vários órgãos de comunicação social dava conta que o pessimismo no mercado de capitais de todo o Mundo estaria a diminuir, com a probabilidade de quedas, embora não tão acentuadas. No entanto, a zona Euro tem visto um problema grande a transformarse em questão estrutural: a inflação que em Março atingiu um recorde dos últimos 16 anos, nos 3,6% em termos médios. Este facto impede o BCE de tomar a decisão de que todos gostariam: a descida da taxa de juro de referência. Não o poderá fazer, pois a inflação está bem acima dos 2% de média que esta instituição deu como meta máxima. As previsões do BCE vão no sentido de um recuo da inflação para próximo dos 2% mas, apenas em 2009. A componente energia, com destaque para o petróleo – que esta semana atingiu o recorde de sempre – e para as matériasprimas agrícolas, nomeadamente do arroz que atingiu outro recorde, impede a estabilização dos preços. A banca ressente-se com a crise de liquidez, a crise de crédito, a crise de confiança e o risco de incumprimentos. A generalidade da banca nacional tem sido penalizada, mas o Millennium bcp acaba por ser um dos mais prejudicados pela conjuntura, dado que está com um processo de aumento de capital até 1300 milhões de euros. Santos Ferreira desdramatizou a situação, mas as acções caíram 5% a meio da semana e o corte do “price-target” do Santander para 1,80 euros por acção, com TÍTULOS EURONEXT LISBOA Título Última Cotação ALTRI SGPS 4.55 B. COM. PORT. 1.86 B.ESP. SANTO 11.81 BANIF-SGPS 3.16 B. POP. ESP. 11.23 BANCO BPI 3.62 BRISA 9.60 COFINA,SGPS 1.60 CORT. AMORIM 1.55 CIMPOR,SGPS 5.95 EDP 4.11 MOTA ENGIL 5.75 FINIBANCO 4.10 GALP ENERGIA 16.44 IMPRESA,SGPS 1.52 J. MARTINS 4.93 MARTIFER 8.98 NOVABASE 4.37 PARAREDE 0.20 P. TELECOM 8.08 PORTUCEL 2.37 REDES E. NAC. 3.49 S. COSTA 1.59 SEMAPA 8.85 SONAECOM 2.41 SONAE,SGPS 1.16 SONAE IND. 4.59 SAG GEST 2.18 TEIX. DUARTE 1.55 Z. MULTIMEDIA 7.77 Variação Semanal Máximo 52 Sem -2.15% 7.41 -3.38% 3.87 -1.99% 17.98 0.32% 6.75 -2.94% 16.04 0.84% 6.96 3.67% 10.46 0.00% 2.07 0.00% 2.19 -0.34% 7.72 0.24% 5.00 9.52% 8.35 6.49% 5.10 4.85% 19.50 -3.80% 3.23 1.76% 5.73 3.10% 12.00 10.91% 5.28 5.26% 0.26 2.15% 9.67 7.24% 3.18 -0.85% 4.08 1.27% 2.89 3.51% 13.70 0.63% 5.24 -0.86% 1.98 -1.08% 11.04 -3.54% 3.10 1.31% 4.23 -0.13% 12.74 Última Cotação 11.28 36.59 25.79 18.89 20.86 69.33 52.07 74.65 11.3 181.8 24.62 Variação Semanal -2.42% -0.84% 7.28% -1.10% -6.29% -0.46% -1.57% -0.81% -0.62% -1.73% -1.72% a redução da recomendação de “manter” empresas do sector. Um recente relatório para “underweight”, criou maior tensão. da Fidelity afirma que as companhias com O banco tem garantido o encaixe, dado forte exposição a países em forte crescique foram contratadas instituições finan- mento demográfico tenderão a beneficiar ceiras que tomaram firme a operação. No do elevado volume de obras em infra-esmercado e até meio da setruturas de todo o tipo. mana tinham sido negoA generalidade das consA banca ressenteciados 25% dos direitos trutoras nacionais, com disponíveis no mercado. destaque para a Motase com a crise de Pela positiva evoluiu Engil, estão posicionaa PT cujas acções com das em alguns dos países liquidez, a crise direito ao dividendo poemergentes da Europa e de crédito, a crise derão ser transaccionadas de África. até à sessão de hoje (6ª Externamente os rede confiança feira). O “dividend yield” ceios continuam a e o risco de será da ordem dos 7%, centrar-se na evolução um dos mais elevados do do preço do crude, que incumprimentos. mercado financeiro naameaça bater recordes cional. sucessivos. O nível actual Outra empresa que é equivalente ao atingido está a evoluir muito bem é a Mota-Engil nas crises dos anos 70 e 80, descontando e deverá influenciar positivamente outras a inflação. PAINEL BANCO POPULAR TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS Título B.POPULAR INDITEX REPSOL YPF TELEFONICA FRA. TELECOM LVMH BAYER AG O.N. DEUTSCHE BK DT. TELEKOM VOLKSWAGEN ING GROEP VÍTOR NORINHA [email protected] Mínimo 52 Sem 3.45 1.51 10.62 2.62 6.72 3.00 8.91 1.20 1.28 4.75 3.54 3.53 2.74 7.51 1.29 3.71 5.40 2.01 0.10 6.90 1.63 2.75 1.01 7.31 2.07 1.05 4.14 1.67 1.10 6.76 EPS Est Act 0.30 0.17 1.22 0.45 1.13 0.46 0.33 0.10 0.17 0.47 0.26 0.22 -- 0.63 0.14 0.22 0.19 0.25 -- 0.64 0.20 0.24 0.14 1.05 0.05 0.08 0.57 0.16 0.37 0.32 EPS Est Fut 0.37 0.18 1.38 0.53 1.20 0.53 0.37 0.11 0.20 0.51 0.29 0.22 -- 0.69 0.18 0.28 0.17 0.27 -- 0.72 0.18 0.21 0.16 1.17 0.09 0.11 0.69 0.19 0.40 0.39 PER Est Act 15.17 11.27 9.66 7.01 9.90 7.92 29.45 16.67 9.12 12.74 15.69 26.14 -- 26.22 11.01 22.19 48.28 17.76 -- 12.61 11.79 14.73 11.36 8.43 47.16 14.26 8.10 14.07 4.19 24.59 PER Est Fut 12.47 10.22 8.56 5.92 9.34 6.87 25.95 15.09 7.75 11.58 14.37 26.74 -- 23.90 8.54 17.78 52.21 15.95 -- 11.16 13.39 16.39 10.26 7.60 27.02 10.50 6.69 11.47 3.92 19.97 Div. Yield Ind 1.10% 4.11% 4.06% 4.75% 4.19% 5.17% 3.23% 2.19% 3.55% 3.61% 2.68% 1.91% 2.07% 0.92% 0.00% 1.95% 0.00% 0.00% 0.00% 7.12% 1.48% 0.00% 0.00% 2.88% 0.00% 2.60% 0.00% 7.56% 1.10% 2.57% Div. Yield Est 1.47% 4.11% 4.65% 5.71% 4.82% 5.38% 3.26% 2.34% 3.87% 3.85% 3.19% 2.03% -- 2.03% 0.47% 2.06% 0.00% 0.00% -- 7.14% 4.15% 3.94% -- 2.83% 0.43% 3.08% 3.60% 4.82% 2.22% 3.32% Data Act 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 Hora Act 16:35:01 16:37:59 16:35:00 16:35:00 15:44:45 16:35:00 16:37:23 16:35:00 16:35:00 16:37:33 16:37:42 16:39:15 16:35:00 16:39:13 16:35:01 16:35:01 16:35:00 16:35:00 16:35:01 16:37:17 16:39:11 16:38:43 16:35:01 16:38:50 16:35:01 16:35:01 16:39:54 16:35:00 16:39:14 16:35:02 PAINEL BANCO POPULAR Máximo 52 Sem 16.07 53.90 30.59 23.48 27.33 89.36 66.45 118.51 15.87 199.70 34.74 Mínimo 52 Sem 8.51 31.00 18.27 16.04 19.22 61.95 45.60 64.62 9.92 104.24 18.77 EPS Est Act 1.13 2.24 2.46 1.63 1.99 4.67 3.86 8.37 0.76 12.03 3.47 EPS Est Fut 1.20 2.57 2.47 1.86 2.13 5.17 4.36 10.23 0.85 13.46 3.69 PER Est Act 9.95 16.31 10.48 11.58 10.48 14.83 13.50 8.93 14.80 15.11 7.10 PER Est Fut Div. Yield Ind 9.38 4.19% 14.24 2.87% 10.46 3.88% 10.18 3.97% 9.78 6.23% 13.41 2.31% 11.94 2.59% 7.31 6.03% 13.25 6.91% 13.50 0.99% 6.68 6.01% Div. Yield Est 4.82% 3.25% 4.14% 5.29% 6.55% 2.53% 2.69% 5.84% 7.02% 1.14% 6.23% Data Act 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 16-04-2008 Hora Act 16:35:57 16:35:57 16:35:57 16:35:57 16:39:20 16:36:04 16:35:09 16:35:00 16:35:14 16:35:29 16:38:29 Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados. PUB em foco sexta-feira, 18 Abril de 2008 Empresas de pescado em peso na feira de Bruxelas A Associação da Indústria Alimentar pelo Frio (ALIF), que filia o sector industrial da congelação de pescado, estará presente na “European Seafood Exposition”, uma das mais importantes feiras desta área, a qual tem lugar entre 22 e 24 de Abril, em Bruxelas. Estão já confirmadas as presenças de 23 empresas nacionais, dos sectores do pescado congelado, salgado seco, fresco e da comercialização de pescado e prestação de serviços. Portugal no 27º lugar do e-Readiness Rankings Portugal ocupa, pelo segundo ano consecutivo, a 27º posição do ranking internacional de desenvolvimento tecnológico, de acordo com o e-Readiness Ranking de 2008, um estudo da Economist Intelligence Unit, em colaboração com o Institute for Business Value da IBM, que classifica os países segundo o seu grau de preparação tecnológica. Após anos de algum declínio relativo, o resultado de Portugal nos índices do e-Readiness tem vindo a melhorar de forma consistente desde 2006. Ainda assim, mantém-se abaixo da média da Europa Ocidental, posicionando-se como o penúltimo país dos 17 europeus considerados no estudo. Impresa lança-se no segmento do turismo O grupo Impresa, detentor do semanário “Expresso” e dos canais SIC, lançou a Impresa Turismo e Lazer, que visa juntar, numa unidade, a produção de conteúdos de turismo e lazer, quer para o grupo, quer para clientes externos, numa perspectiva multimédia: online, offline e media. Este é visto como um passo na aposta de diversificação das suas fontes de receita. Detida em partes iguais pela Impresa Digital e pela Impresa Jornais, a Impresa Turismo e Lazer pretende atingir um mercado em expansão, com Portugal a bater em 2007 o recorde de turistas (12 milhões) e o mercado interno a ultrapassar os 9 mil milhões de euros no ano passado. O objectivo é, no espaço de um ano, ser líder na produção destes conteúdos em Portugal. Um dos principais produtos é a criação do portal Escape (www. escape.pt). A ITL é ainda responsável pela criação de guias como o Boa Cama Boa Mesa. A Impresa Turismo e Lazer prevê uma facturação superior a um milhão de euros em 2009, o seu primeiro ano completo de actividade, estando o break-even previsto no final desse período. Festa do vinho e das Adegas anima Azambuja D ecorre entre hoje e Domingo, em Aveiras de Cima, Azambuja, uma das maiores festas de vinho do Ribatejo. Trata-se da Àvinho, a Festa do Vinho e das Adegas. O visitante só tem de comprar uma caneca, por dois euros, e “beber à discrição”. O objectivo é desafiar os presentes a provarem o vinho das cerca de 15 adegas privadas presentes. Para acompanhar a prova, “não foram esquecidas barraquinhas de apetitosos petiscos pelo meio do percurso”. Tratase de “um dos poucos concursos de vinho do produtor que ainda resiste”, e que já vai na 26ª edição. A vertente técnica é controlada pelo Instituto da Vinha e do Vinho. 43 Bastonário dos biólogos quer melhor governança Tomou posse há dias o novo bastonário da Ordem dos Biólogos, Domingos Abreu, que na cerimónia alertou para o “clima de conflito no ordenamento do território e na conservação da natureza” que existe em Portugal. Para Domingos Abreu, “não é compreensível como Portugal prescinde do envolvimento e das capacidades das suas organizações públicas profissionais na definição dos modelos de gestão pública dos interesses nacionais nas áreas em que estas, enquanto entidades públicas, por definição, devem estar envolvidas”. A definição da política nacional de conservação da natureza e biodiversidade é um mau exemplo a esse nível. Ray-Ban regressa ao design original Os conhecidos Ray-Ban regressam em força com a colecção Primavera-Verão, através de dois modelos novos, os RB 2140 e RB 2143. Trata-se de uma reprodução do original e representa o modelo de topo da colecção passada. Os Ray-Ban Wayfarer apresentam novas cores para a nova estação. O primeiro modelo tem nove tonalidades diferentes, enquanto que o segundo disponibiliza quatro cores. PUB Nº 1245 / 18 Abril 2008 Semanal J 2,20 Portugal Continental Autoeuropa duplica produção em 2010 Governo coloca para consulta Sistema de Normalização Contabilística A Volkswagen Autoeuropa tem como meta duplicar a produção a partir de 2010, passando a montar 800 automóveis por dia e, assim, aproveitar toda a actual capacidade instalada de 180 mil unidades por ano. Para isso, a fábrica vai produzir um quarto modelo, que se vai juntar ao monovolume Sharan, que vai ter uma nova geração em 2010, ao descapotável Eos e ao desportivo Scirocco (na foto), cuja produção vai arrancar nos próximos meses. O recém-nomeado director da fábrica, Andreas Hinrichs, adianta que o próximo modelo será conhecido nas próximas semanas. O novo Volkswagen Polo tem sido apontado pela comunicação social como o automóvel em questão, contudo Hinrichs não dá certezas. “Toda a gente está muito focada no Polo, mas pode haver uma surpresa”, referiu o executivo. O Governo colocou para consulta pública o novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC). Os objectivos são a simplificação contabilística para as empresas e a uniformizção de de processos, relativamente aos restantes países europeus. O sistema deverá entrar em funcionamento em 2010. Com o SNC as empresas evitarão a dupla contabilidade. O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, considera que a normalização vai possibilitar a redução de custos de contexto das empresas. A adopção das normas internacionais de contabilidade está a ser realizada pela Comissão de Normalização Contabilística (CNC). As pequenas empresas terão normas próprias. Empresas de segurança e saúde no trabalho sujeitas a auditorias Reis Campos reconduzido na presidência da AICCOPN O Executivo pretende, ainda este ano, promover auditorias às 90 empresas prestadoras de serviços na área da segurança e da saúde no trabalho e que operam legalmente no trabalho. O problema é que existem cerca de 490 empresas prestadoras deste tipo de serviços, sendo que quatro centenas estão em processo de análise. A intenção do Governo é sujeitar este sector de actividade a critérios de qualidade mais exigentes. Esta foi uma das medidas anunciadas durante a apresentação da Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho, para o período até 2013. Reis Campos iniciou o seu segundo mandato de três anos à frente dos destinos da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN). Apenas uma lista foi a sufrágio, prova que a anterior direcção desenvolveu um trbalho positivo. O presidente reeleito faz-se acompanhar pela maioria dos elementos que esteve no primeiro mandato. A nova direcção apresentou-se com um programa de acção que aponta para a necessidade de reclamar do poder político medidas urgentes que permitam iniciar, ainda este ano, um novo ciclo de crescimento. PUB OS PODERES CONCORRENCIAIS A produção industrial nacional registou um aumento mensal de 0,3%, em fevereiro. Uma boa notícia, tendo em conta que se verificou uma quebra de 1,4%, em Janeiro e face ao mês de Dezembro. Pode-se afirmar que houve uma recuperação considerável. Em termos homólogos, a produção industrial teve um acréscimo de 0,6%, em Fevereiro, o que contraria a descida de 1,5% de Janeiro, face a período homólogo do ano passado. Estrutura da Obra: - Introdução - Definição e tipos de providências cautelares - O poder para decretar providências cautelares - O caso Português - O caso específico de uma medida cautelar ordenada por um Tribunal Comum em relação com uma arbitragem que se encontra pendente - Conclusão Autor: Gonçalo Malheiro Formato: 15,5 x 23 cm Págs.: 80 Preço: A 10 ADE ID NOV Crédito à habitação volta a subir Esta monografia tem como objecto a arbitragem e dentro desta as regras legais aplicáveis, nacional e internacionalmente, quando num processo arbitral pretende a parte o decretamento de uma providência cautelar, tendo que escolher entre o Tribunal Arbitral e o Tribunal Comum. Também são apreciadas as razões práticas e estratégicas que importa considerar por quem está envolvido numa arbitragem e terá que optar pelo Tribunal Arbitral ou pelo Tribunal Comum. Pedidos para: Vida Económica - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. • 4049-037 PORTO Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail encomendas: [email protected] Nome Morada C. Postal Nº Contribuinte E-mail SIM. Solicito o envio de exemplar(es) do livro OS PODERES CONCORRENCIAIS DOS TRIBUNAIS ARBITRAIS E DOS TRIBUNAIS COMUNS PARA DECRETAMENTO DE PROVIDÊNCIAS CAUTELARES. Para o efeito envio cheque/vale nº Debitem A Cód. Seg. , s/ o , no meu cartão Solicito o envio à cobrança. (Acrescem A 4 para despesas de envio e cobrança). ASSINATURA , no valor de A com o nº emitido em nome de e válido até / Produção industrial recupera . Mais uma má notícia para as famílias. As taxas Euribor, utilizadas no crédito à habitação, voltaram a agravar-se. Tudo indica que as prestações no crédito à habitação vão tornar a aumentar. A Euribor a três meses está agora em 4,774% e a 12 meses em 4,780%. Trata-se da resposta do mercado ao facto de o Banco Central Europeu não possuir margem para descer as taxas de juro. Menos ainda quando a inflação continua a atingir níveis cada vez mais preocupantes. O combate à inflação é o objectivo principal do BCE, pelo que está fora a descida dos juros. NOTA DE FECHO Século XXI: o século da mulher? Celebrou-se no passado dia 8 de Março o Dia Internacional da Mulher. Fora da minha casa. Porque, na minha casa, todos os dias é o dia da mulher. Tendo abdicado há muito do poder real, restrinjo-me a lutar pelas aparências, na linha do que dizia Monsenhor Escrivá: “As melhores casas são aquelas onde, sob a aparência de que quem manda são eles, quem verdadeiramente manda são elas...” Seja como for, o recentíssimo livro, Microtrends (de M. Penn) salienta o crescente domínio de algumas profissões pelo sexo feminino. Que profissões são essas? As Jorge A. Vasconcellos e Sá profissões da palavra: relações públicas (hoje 70% mulheMestre Drucker School res nos EUA, contra 30% em PhD Columbia University Professor Catedrático 1970); jornalismo (57%); advogadas e estudantes de direito (50%), directoras de faculdades de direito (66%); etc. Por oposição às profissões técnicas, onde pontificam os homens: arquitectura (só 14% mulheres); professores de ciências (15%); etc. Ou as profissões físicas: Forças Armadas (só 7% de mulheres); operadoras de máquinas (14%); etc. Em Portugal? A tendência é a mesma, sendo de salientar um sector em especial: a Justiça: a percentagem de magistrados judiciais, do Ministério Público e advogados é de, respectivamente, 47%, 50% e 50% e superior à média na força de trabalho em geral. De realçar que este domínio do feminino na Justiça tende a acentuar-se. Devido à tendência que vem do passado: entre 1994 e 2006 a percentagem de advogadas cresceu de 35% para 50%. E porque sendo a idade média dos homens superior eles sairão do sistema pela reforma. O que trazem as senhoras às profissões da palavra (um fenómeno distinto e por mais acentuado, da sua crescente importância no mercado de trabalho em geral)? As suas características específicas. E quais são estas? E passo a citar vários estudos (atenção não é a minha opinião... que eu sobre este tema percebo muito pouco...) “Sendo a idade média dos homens superior eles sairão do sistema pela reforma” Primeiro: melhor espírito de grupo. Já que as mulheres são melhores “team players”, por serem menos competitivas, mais “self-effacing” e ouvirem mais(?!). Segundo: mais intuição, especialmente importante na tomada das decisões nas empresas onde geralmente não se dispõe mais de 60% da informação necessária. Terceiro: mais organizadas e práticas. Os homens adoram reuniões. Por razões do passado: continuação das centenas de milhares de anos de conselhos de caça; e do presente: evita terem de pensar. Donde não trabalham, reúnem-se. Ou preparam a próxima. Ou analisam a última. As mulheres? Detestam reuniões, pelo que estas são 1) poucas, 2) curtas e 3) pontuais. Também aceitam viajar muito menos que os homens. Quarto: Multifacetadas (conseguem fazer mais coisas ao mesmo tempo) e maior capacidade de trabalho (há quem defenda que também são mais persistentes (?)). Bem, certamente que as mulheres não são perfeitas no trabalho, porque perfeita, perfeita, só a mulher de cada um de nós, porque tem sempre razão... Mas há quem diga que o século XXI será o século da mulher, porque agora o trabalho físico é menos importante e a aptidão técnica releva sobretudo na parte baixa da empresa. No topo é necessário duas qualidades onde as mulheres são francamente superiores aos homens: intuição (para se ter visão) e sensibilidade (para criar espírito de grupo). Pelo que - segundo alguns — as mulheres estariam biologicamente melhor preparadas para os desafios deste século. Que por isso será um século dominado pelas mulheres. Uma novidade. Ou não? É que, quando disseram a Churchill que uns sociólogos previam que no ano 2000 as mulheres dominariam o mundo, ele respondeu: ainda? tecnologias de informação ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1245, DE 18 DE ABRIL DE 2008, E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Oracle, IBM e Microsoft debatem tema à mesa de pequeno-almoço da “Vida Económica” Portugal está apto a receber modelo SaaS José Fernandes, Microsoft Luís Ganhão, Oracle Jorge Soares, IBM Mercado das TI ainda está em retracção A té 2012, pelo menos um terço dos investimentos em aplicações de software empresarial será em subscrições e não em licenças de produto, diz a Garter. Uma mudança que poderá antever o sucesso que o conceito SaaS (Software as a Service) tem vindo a alcançar nos mercados por todo o mundo. Porque com SaaS, a entidade utilizadora paga os serviços de software em proporção ao que usa. Quase como se da conta da luz se tratasse. Os grandes fornecedores estão todos lá. No SaaS. Por isso, resolvemos sentar à mesma mesa de pequeno-almoço três nomes de peso: IBM, Oracle e Microsoft. E perguntamos se, afinal, as coisas são assim tão simples. Porque se lermos no “papel”, é tudo perfeito. Mas será mesmo? E mesmo que seja ajustado a uma grande parte das empresas, nomeadamente portuguesas, porque é que muitas vezes o conceito “não pega”? Quais as dificuldades que os grandes players estão a ter na proliferação deste modelo? Estão as empresas portuguesas aptas a ter as suas aplicações “fora de casa”? Jorge Soares, arquitecto sénior da IBM, José Fernandes, director da Microsoft e Luís Ganhão, Sales Consultant da Oracle prevêem que as empresas lusas estejam aptas a abraçar o modelo SaaS. Pág. 7 PME despertam para factor segurança Pág. 4 Cesce reorganiza negócio Pág. 6 2 tecnologias de informação sexta-feira,18 Abril de 2008 Oracle, IBM e Microsoft debatem tema à mesa de pequeno-almoço da “Vida Económica” Portugal está pronto para receber SaaS Até 2012, pelo menos um terço dos investimentos em aplicações de software empresarial será em subscrições e não em licenças de produto, diz o Garter. Uma mudança que poderá antever o sucesso que o conceito SaaS (Software as a Service) tem vindo a alcançar nos mercados por todo o mundo. Porque, com SaaS, a entidade utilizadora paga os serviços de software em proporção ao que usa. Quase como se da conta da luz se tratasse. Os grandes fornecedores estão todos lá. No SaaS. Por isso, resolvemos sentar à mesma mesa de pequeno-almoço três nomes de peso: IBM, Oracle e Microsoft. E perguntamos se, afinal, as coisas são assim tão simples. Porque se lermos no “papel”, é tudo perfeito. Mas será mesmo? Estão as empresas portuguesas aptas a ter as suas aplicações “fora de casa”? Jorge Soares, arquitecto sénior da IBM, José Fernandes, director da Microsoft, e Luís Ganhão, Sales Consultant da Oracle, prevêem que as empresas lusas estejam aptas a abraçar o modelo SaaS. Como podem os departamentos de Tecnologias de Informação (TI) beneficiar ao adicionar aplicações SaaS ao seu portfólio de serviços? Quais as implicações, no ambiente de computação das empresas, da adição de aplicações externamente hospedadas? O que é necessário fazer para se estar preparado para SaaS? Estão as empresas portuguesas receptivas a este modelo? Jorge Soares, arquitecto sénior da IBM, José Fernandes, director da Microsoft, e Luís Ganhão, sales consultant da Oracle prevêem que as empresas lusas estejam aptas a abraçar o modelo SaaS. Mas vamos por partes. Oferecer o software como serviço. De forma sintética, SaaS pode ser definido como “software utilizado como um serviço hospedado e acedido através da Internet”. Em contraste com o modelo de licença normalmente usado para software no local, o acesso à aplicação SaaS é frequentemente vendido usando o modelo de subscrição, com os consumidores a apenas pagarem uma taxa pelo uso da aplicação. As estruturas de taxas variam de aplicação para aplicação, sendo que alguns provedores cobram uma taxa básica por acesso ilimitado a algumas ou todas as características das aplicações, mecanismo efectivo de distribuição de enquanto outros cobram taxas que va- software cria uma oportunidade para os riam com o uso. departamentos de TI mudarem o seu foco Basta dar uma volta pela internet para de empregar e dar suporte a aplicações vermos a dimensão que este modelo está para o de gerenciar os serviços que aquelas a ter no mercado. Comunicação social, aplicações oferecem. Mas há alguma especificidade para acofornecedores e clientes explanam por todo o mundo virtual as vantagens e des- lher SaaS? Não propriamente. Mas os três convidados da vantagens de fornecer “Vida Económio software como um ca” concordaram serviço. Há mesmo que o primeiro quem defenda o que se Basta dar uma volta pela passo é que a pode denominar de “ a empresa cliente evangelização” do mointernet para vermos se conheça a si vimento Software as a a dimensão que este Service. própria e saiba, o Segundo eles, os esmais exactamenmodelo está a ter no pecialistas, SaaS tem o te quanto lhe for potencial de transforpossível, o que mercado. Há quem mar o modo pelo qual defenda “ a evangelização” quer. departmentos de TI se As pequenas e relacionam, bem como médias empresas do movimento SaaS. de pensar o papel que são umas exceesses departamentos lentes candidatas têm como provedores ao SaaS. Nos Esde serviços de comtados Unidos, a putação para o resto da empresa. E di- adopção deste modelo entre as PME dozem que a emergência do SaaS como um brou nos últimos três anos. A facilidade de uso, implementação e manutenção parecem influenciar positivamente a compra do serviço, em vez da licença. A projecção é de que o modelo de negócio se expanda ainda mais entre as médias empresas que, até ao momento, apresentaram investimentos seis vezes maiores do que as organizações de pequeno porte. Segurança continua a preocupar empresários … mas já não tanto O tema segurança dos dados assola a mente dos empresários. Mas a postura dos gestores está a começar a mudar. Segundo Jorge Soares, da IBM, as empresas ainda afloram esta questão mas agora com mais alguma coerência. “Penso que é um pouco como quando surgiu o multibanco. Há alguma desconfiança numa primeira fase que, com a utilização, se vai desvanecendo. Daqui a uns anos acredito que seja uma pergunta automaticamente respondida”. José Fernandes, director da Microsoft, admite que, neste caso, é também papel dos fabricantes, quando colocam deter- Os convidados em discurso directo José Fernandes, Microsoft José Fernandes admite que é também papel dos fabricantes, quando colocam determinadas soluções no mercado, explicar claramente o que está em causa. Mas há outro ângulo de abordagem dado pelo director. A verdade é que os gestores confiam mais nos dados que têm dentro da sua empresa, mas com os quais não estão a ter os devidos cuidados para os preservarem, do que nos dados que entregam a alguém que tem todos os métodos para os preservar. Luís Ganhão, Oracle “A verdade é que, quando confrontados com o nível de segurança que os profissionais nesta área têm e quando comparam com a que a própria empresa pratica, acabam sempre por preferir que outros cuidem dos seus dados”. Para a Oracle, e pelos contactos que têm tido e por alguns negócios que estão a ser lançados e vão brevemente entrar em produção, claramente Portugal está “apto” a abraçar o conceito SaaS. Jorge Soares, IBM O tema segurança dos dados assola a mente dos empresários. Mas a postura dos gestores está a começar a mudar. Segundo Jorge Soares, as empresas ainda afloram esta questão mas agora com mais alguma coerência. “Penso que é um pouco como quando surgiu o multibanco. Há alguma desconfiança numa primeira fase que, com a utilização, se vai desvanecendo. Daqui a uns anos acredito que seja uma pergunta automaticamente respondida”. tecnologias de informação minadas soluções no mercado, explicar “sossega” os clientes. Mas, mesmo assim, claramente o que está em causa. Mas há por exemplo José Fernandes acredita haoutro ângulo de abordagem dado por José ver lugar para todos. “O facto de haver Fernandes. A verdade é que os gestores um nome por detrás pode ser importante confiam mais nos dados que têm dentro mas depois acho que vai haver pequenas da sua empresa, mas com os quais não es- empresas a criarem aplicações em modelo tão a ter os devidos cuidados para os pre- SaaS. Temos já alguns casos em que isso servarem, do que nos dados que entregam está a acontecer. Ou seja, cria-se aqui uma a alguém que tem todos os métodos para parceria com uma grande marca sobre a os preservar. qual empresas mais pequenas desenvol“Uma pequena empresa tem redundân- vam os seus próprios modelos e vendam cia nos seus dados? Muito provavelmente em SaaS”. não. E o serviço, sendo fornecido por proNa “vida real”, como é que tudo aconfissionais, diminui brutalmente qualquer tece? As empresas já pedem SaaS? Quais tipo de risco. Repare que qualquer ameaça as primeiras perguntas que fazem? Jorge que haja é o fabricante ou o parceiro que Soares, da IBM, defende que as empresas tem que responder por isso. Desse ponto já sabem mais ou menos o que querem. de vista, a segurança é maior. Porque se “O que acontece muitas vezes é haver um de alguma forma a confidencialidade dos misto de curiosidade em saber se este ou dados for quebrada é o fim do negócio e aquele modelo se aplica à sua organização ninguém vai querer correr esse risco”, ex- e que benefício poderá trazer. Mas é verplicou o responsável da Microsoft. dade que às vezes é mais curiosidade do a A experiência da Oracle é mais “positi- vontade de passar à acção”. va”, sendo que Luís Ganhão admite que Relativamente ao tempo de decisão, hoje as empresas já estão mais seguras na Jorge Soares admite que, neste caso esentrega da sua informação. “Acho que isso pecífico, seja mais curto do que o habijá deixou de ser pretual, uma vez que ocupação”. o retorno é mais Também Jorge Sofacilmente tangível As pequenas e médias ares corrobora desta do que noutras siempresas são umas opinião até pela extuações. periência que as emA Microsoft deexcelentes candidatas presas já vão tendo fende um modelo no outsourcing. “E que “foge” um pouao SaaS. Nos Estados as grandes empreco do clássico SaaS. Unidos, a adopção deste sas estão a passar Um modelo mais essas mensagens às híbrido que é o sofmodelo entre as PME pequenas organizatware + serviço. “A ções. Repare: por empresa tem um dobrou nos últimos três mail com certeza problema que pode anos. circula informação ser resolvido ou muito mais crítica com SaaS puro ou do que a depositada com um misto de no repositório de dados…”, ilustrou o ar- ambas as soluções. Pode haver vantagens quitecto sénior da IBM. em ter algum software residente. Porque, “A verdade é que, quando confrontados por exemplo, é verdade que as comunicacom o nível de segurança que os profis- ções são cada vez mais fiáveis e a largura sionais nesta área têm e quando compa- de banda é boa mas e se por algum motivo ram com a que a própria empresa pratica eu um dia não tenho conectividade? Fico acabam sempre por preferir que outros sem sistema. Não podemos esquecer isso. cuidem dos seus dados”, acrescentou Luís Obviamente que os sistemas devem ter a Ganhão. redundância possível, sabendo de antemão que essa redundância tem custos”. No SaaS Consensual parece igualmente ser as vai haver espaço áreas mais “solicitadas” para SaaS. Repara todos cursos Humanos, CRM, mail… ou seja, todas as ferramentas que no fundo são hoMas se a segurança e a confiança no rizontais às necessidades do negócio. “player” é assim tão absolutamente necessária, sobretudo em conceitos como Como irá este o SaaS em que para aceder à aplicação se mercado evoluir? está dependente de um fornecedor, haverá Qual será o futuro deste conceito? Veio espaço para nomes menos sonante do que a IBM, a Microsoft, a SAP, a Oracle ou a para ficar? Aliás, o conceito de SaaS é freGoogle? Os convidados concordam que a quentemente associado aos ASP (Appli“marca” é importante no sentido em que cation Services Providers) que nos anos BENEFÍCIOS APRESENTADOS PELO MODELO SAAS Melhor qualidade de serviço • permite que os provedores introduzam inovações simultaneamente para toda a base instalada • melhor disponibilidade • provedor tem que tratar o cliente bem para ele “não fugir” • provedor foca-se em qualidade de serviço, não em “features” como quando se vendem licenças • provedores oferecem test drive • acesso não limitado pela localização geográfica Centralização • empresa cliente não tem que tratar de delivery, operação, suporte • cliente só “usa” a TI • especialistas em TI estão centralizados no provedor • são compartilhados por todos os clientes • empresa cliente mantém seu foco no seu negócio Menor preço • SaaS é despesa operacional mensal e não despesa de capital • muito mais fácil convencer o director financeiro • não há grande despesa inicial com hardware e licenças • implementação muito rápida e menos dispendiosa • redução de custos internos de manutenção, upgrade de HW e SW, staff sexta-feira, 18 Abril de 2008 1990 ofereciam aplicações de negócio pela Internet. Estas tentativas iniciais de software distribuído pela web tinham mais em comum com as tradicionais aplicações nas organizações (on-premise) do que com as modernos aplicações SaaS em algumas coisas, tais como licenciamento e arquitetura. Como aquelas aplicações eram originalmente construídas como aplicações para um único inquilino (“single-tenant”), as habilidades para compartilhar dados e processos com outras aplicações eram limitadas, e tendiam a oferecer poucos benefícios económicos em relação aos seus parceiros localmente instalados. Pelo menos foi com estes argumentos que a indústria justificou o desaparecimento deste conceito. Mas, hoje, as aplicações SaaS tiram vantagens dos benefícios da centralização através de uma instância única, uma arquitetura multi-inquilinos (“multi-tenants”) e provêm uma experiência mais rica em características e competitiva quando comparável às aplicações locais (on-premise). Uma típica aplicação SaaS é oferecida tanto diretamente pelo vendedor ou por um intermediário chamado agregador, que empacota ofertas SaaS de diferentes vendedores e as oferece como parte de uma plataforma unificada de aplicações. O que pode correr mal… Mas, então, o que pode eventualmente correr mal? A esta questão os convidados literalmente deram a volta para “o que fazer para evitar que corra mal”. E de uma coisa estão os três em acordo: as empresas têm que conhecer os seus processos de negócio. “Se não o fizerem efectivamente pode correr mal. Temos de os ajudar a conhecerem-se a si próprios”. Outro aspecto a ter em conta é o facto de mais de metade dos “early adopters” de SaaS terem duas, por vezes três, aplicações sobre diferentes plataformas. “O que poderá acontecer é mais tarde voltarem a ter o pesadelo da integração”. Aqui, a Microsoft fala em interoperabilidade, palavra que José Fernandes considera ser chave em todo este processo. “A questão do ‘sign on’ é fundamental. Eu tenho várias pessoas com várias ferramentas. Será que tenho de fazer o ‘sign on’ para cada uma das aplicações. O ideal era ter um conjunto de serviços que quando um trabalhador se autentica pudesse entrar nessas aplicações. Penso que será essa interoperabilidade que vai ser o grande desafio para que tudo seja transparente e para que a pessoa salte de aplicação em aplicação à medida que precise. Se isto 3 não for bem feito, sim, podemos ter um problema”. Mas está ou não Portugal apto a acolher o conceito nas suas empresas. Para Oracle, e pelos contactos que têm tido e por alguns negócios que estão a ser lançados e vão brevemente entrar em produção, claramente sim. A Microsoft é mais “suave” e diz que “estamos a ver o mercado evoluir no sentido positivo”. Já a IBM diz não perceber porque não há-de vingar já que apresenta benefícios quer para as empresas, quer para os ISV. 25% das aplicações de negócio em 2011 vão ser entregues através de SaaS Os números são do Gartner. Se, em 2005, estimava que o Software as a Service representasse cerca de 5% das receitas de aplicações de negócio, esse valor deverá ascender aos 25% até 2011. Estes analistas admitem que este modelo de entrega de software varia significativamente por segmento de mercado. No CRM, por exemplo, o SaaS representava qualquer coisa como 8% do total das receitas de software em 2005. Mas, por invés, se falarmos em ERP e Supply Chain Management, o Gartner já assume que esse valor desce para menos de 4%. Segundo a análise do Garter, a maioria das experiências SaaS estão a ser focadas em iniciativas departamentais individuais, como seja a gestão da força de vendas. Excepto nas PME. Nas pequenas e médias empresas, os analistas admitem estarem a começar a ver os players a fornecerem potencialidades mais em processos “endto-end”. O Gartner defende ainda que, à medida que mais empresas adoptem este modelo, a dinâmica de como as aplicações são compradas e vendidas vai mudando. Nos últimos anos, o principal comprador de SaaS eram os líderes de negócio, tais como os vice-presidente das vendas ou o responsável pelos recursos humanos, sem grande envolvimento das TI central. Esse panorama está agora a mudar à medida que as empresas começam a ter noção de que, ao que parece, o SaaS veio para ficar. “Os responsáveis pelo negócio e as TI devem envolver-se na selecção dos processos e na gestão dos contratos de SaaS. Ter estas duas partes envolvidas no processo conduz a que seja tomada uma melhor, mais eficiente e efectiva decisão”. SUSANA MARVÃO [email protected] 4 tecnologias de informação sexta-feira,18 Abril de 2008 Filipe Rolo, director de vendas da Trend Micro em Portugal, acredita PME despertam para factor segurança Filipe Rolo, director de vendas da Trend Micro em Portugal, garante que as pequenas e médias empresas estão progressivamente a dotar-se de mecanismos de defesa contra as ameaças de segurança. VE – Têm sentido que o aumento exponencial de ataques, assim como a sua sofisticação, tem vindo a criar novas oportunidades para os fornecedores? As empresas estão cada vez mais despertas para o factor segurança. A procura de soluções de gestão centralizada já não existe apenas nas grandes organizações, com redes informáticas de grande dimensão e complexidade, mas também nas pequenas e médias empresas. Até porque Filipe Rolo, director de vendas da Trend Micro em Portugal, garante que, nos últimos anos, assistimos de forma ascendente à profissionalização dos criminosos, que está directamente relacionada com o aumento dos ataques maliciosos. A estratégia de infecção sofreu também alterações, sendo que o que anteriormente estava centralizado em ataques de e-mail transformou-se em ataques Web. siderados seguros, como os de empresas da “Fortune 500”, escolas e organizações governamentais. As ameaças de segurança já não estão também limitadas aos PC. Os dispositivos móveis, à medida que vão ficando mais sofisticados, ficam em risco de um ataque semelhante com vírus, spam, trojans, malware, entre outros tipos de códigos maliciosos. Também os gadgets com capacidades wireless, tais como Wi-Fi e Bluetooth, e de armazenamento, tornam-se importantes fontes de dados e portadores de infecções. FR – Nos últimos anos, assistimos de forma ascendente à profissionalização dos criminosos, que está directamente relacionada com o aumento dos ataques maliciosos. A estratégia de infecção sofreu também alterações – o que anteriormente estava centralizado em ataques de e-mail transformou-se em ataques Web. A maior parte destes ataques direccionam o utilizador a sites maliciosos, que exploram as vulnerabilidades do VE – Quais os principais desafios que o mercado porbrowser. Numa versão mais avançada, os criminosos conseguem introduzir-se na Web oficial das empresas e inserem có- tuguês apresenta? FR – As pequenas e médias empresas estão progressivamendigos maliciosos. Assim, quando o utilizador faz uma pesquisa te a dotar-se de mecanismos de defesa Google e acede ao site da empresa, fica contra as ameaças de segurança. Embocom o seu PC automaticamente infecUma das apostas ra tenham redes de menor dimensão e tado. A preocupação com a segurança, com menos utilizadores, sentem cada tanto nos utilizadores individuais como estratégicas da Trend vez mais que as soluções de segurança empresariais, tem vindo a aumentar em lhes permitem reduzir ataques impreviconsonância com o crescimento das Micro para 2008 no síveis que anteriormente colocavam em ameaças e dos formatos de propagação. mercado nacional perigo a sua produtividade ou eficácia Dado o trabalho de consciencialização de trabalho. Este é um importante desados fabricantes de segurança como a continuará a ser a fio para o tecido empresarial português. Trend Micro, os utilizadores estão cada Tendo em conta as características deste vez mais atentos a possíveis ataques, essegurança para as tipo de empresas (redes de menor dipecialmente durante a sua utilização da pequenas e médias mensão, falta de técnicos especializados Internet. para gestão das soluções implementadas No entanto, embora exista esta maior empresas. e menor preparação dos colaboradores atenção ao tópico das ameaças informápara os temas de segurança tecnológica), ticas, dado o carácter imprevisível de grande parte delas, os utilizadores permanecem quase sempre desenvolvemos soluções “chave na mão”, que permitem a gesdependentes da antecipação dos fabricantes experientes para tão simplificada e central de toda a segurança. As Trend Miestarem preparados contra possíveis ataques. Esta realidade cro Worry Free Solutions e as NeatSuite for SMB aumentam parece determinar, para o futuro próximo, a atenção contí- a rentabilidade e a eficiência operacional, garantindo pouco nua dos utilizadores para se manterem informados e alerta e envolvimento técnico em questões de segurança informática. garantirem a segurança de todos os seus dispositivos. VE – Ainda se verifica alguma apatia no ciclo de deVE – Na visão da Trend Micro, como se vai comportar cisão do investimento por parte das empresas? Ou este ciclo já está mais curto? o mercado nos próximos dois anos? FR – O ciclo de decisão das empresas, nomeadamente FR – O último Relatório de Ameaças de 2007 e Novas Tendências de Malware para 2008 da Trend Micro salienta das pequenas e médias empresas, é caracteristicamente lonque os “hackers” estão a intensificar os seus ataques a sites go, mas tende a diminuir devido à necessidade de aposta na considerados legítimos. O número de páginas web compro- segurança de informação. As empresas começam a entender metidas com códigos de malware tem vindo a crescer lenta- a necessidade de contemplarem no seu investimento anual mente, tendo no entanto já superado o número de websites uma parcela para a segurança informática, o que contribui maliciosos, criados especificamente por cibercriminosos. Esta substancialmente para a diminuição do ciclo de decisão e imtendência aponta para novos perigos para sites até aqui con- plementação de soluções de segurança. VE – Quais as principais linhas estratégicas para 2008? FR – Uma das apostas estratégicas da Trend Micro para 2008 no mercado nacional continuará a ser a segurança para as pequenas e médias empresas. Com menores recursos técnicos e económicos e baixo grau de conhecimentos tecnológicos, este tipo de empresas está cada vez mais consciente da necessidade de segurança e necessita de produtos especialmente direccionados para as suas características. VE – Qual a abordagem que fazem ao mercado luso? Difere em algum aspecto das restantes casas europeias? FR – O mercado da segurança informática tende continuamente a crescer e a realidade portuguesa não é excepção. Como salientei anteriormente, o mercado nacional está caracterizado pelas pequenas e médias empresas. VE – Qual o cliente tipo da Trend Micro no nosso país? FR – Somos uma empresa essencialmente focalizada em soluções empresariais, trabalhando com todo o tipo de empresas – desde grandes organizações, administração pública, faculdades e outras entidades, a pequenas e médias empresas. No entanto, consideramos essencial partilhar com os utilizadores individuais o nosso amplo conhecimento e experiência em segurança. Como tal, desenvolvemos diversas soluções adaptáveis também a utilizadores domésticos. VE – Quais os cinco passos que uma pequena e média empresa deve dar para se proteger? FR – As PME necessitam cada vez mais de proteger o utilizador que acede aos seus conteúdos Web. Necessitam de boas práticas de segurança, como a aplicação de filtros, para bloquear o acesso a sites maliciosos e a códigos de infecção que estejam escondidos em ficheiros executáveis. As empresas devem obter soluções de: defesa integrada “all in one” (uma única solução que oferece protecção contra malware, spyware e outras ameaças emergentes); protecção automática contra ameaças (bloqueia rapidamente códigos maliciosos sem interrupções ou intervenção manual); e administração zero (protege sem necessidade de gestão, reduzindo o custo total de propriedade). EMPRESAS JÁ ESTÃO CONSCIENTES DOS PERIGOS Mas será que os departamentos de TI estão já suficientemente preparados para lidar com as crescentes ameaças aos seus dados? Filipe Rolo admite que as empresas estão cada vez mais despertas para o factor segurança. A procura de soluções de gestão centralizada já não existe apenas nas grandes organizações, com redes informáticas de grande dimensão e complexidade, mas também nas pequenas e médias empresas, tão características do tecido empresarial português. “Nestas, temos vindo a acompanhar um aumento da sua procura por soluções fáceis de utilizar e implementar e que permitam uma gestão da segurança ‘sem complicações”. No seu entender, este facto prova que a segurança é um elemento base para a eficácia e rentabilidade de qualquer empresa, seja qual for a sua dimensão. Sendo assim, deve estar na base de toda a sua governação, exigindo um planeamento antecipado dos factores críticos de negócio e dos mecanismos de recuperação rápida. Este tipo de planeamento permite à organização diminuir o tempo e quebra na produtividade e reduzir as possibilidades de perda de informações confidenciais. “É de realçar ainda a crescente importância da segurança nas empresas com grande mobilidade entre os colaboradores, exigindo que os equipamentos utilizados no exterior possam sempre estar em conformidade com as políticas de segurança da rede interna. Penso que esta é uma preocupação transversal às empresas de todos os sectores. Os colaboradores móveis, equipados com computadores portáteis, desprotegidos e inseguros, podem inadvertidamente ou intencionalmente expor a informação confidencial da empresa através das redes sem fios. Devido ao aumento do número de dispositivos USB, todos os computadores empresariais ficam sobre perigo. O tempo, dinheiro e reputação de uma instituição estão em risco quando ocorre qualquer tipo de perda de dados, exigindo aos profissionais de segurança agir de forma imediata para recuperar informações cruciais e eliminar a fuga”. SUSANA MARVÃO [email protected] tecnologias de informação sexta-feira, 18 Abril de 2008 5 Entre 10 mil candidaturas de 60 países Seara.com recebe menção honrosa com site da fundação Serralves A Seara.com conquistou um prémio (director criativo da AKQA), Matt Groemundial de reconhecimento pelo trabalho ning (criador dos “Simpsons”) e Rob Glaefectuado no site da Fundação de Serralves ser (CEO da Real Networks), entre outras (www.serralves.pt). A “Menção Honro- de igual reconhecimento público. sa” na categoria das instituições culturais Na mesma categoria da Seara.com estão foi atribuída pela The International instituições Academy of Digital Arts and Scientão prestices (Estados Unidos da América) no giadas e rePrémios são decorrer da 12ª edição dos “Webby conhecidas a Awards”. Considerados pelo prestinível internaatribuídos giado jornal “The New York Times” cional como como os “Oscars da Internet”, estes o Museu de em função da prémios são atribuídos em função Arte Moderna excelência dos sites da excelência dos sites candidatos (MOMA), o em cerca de 70 categorias. Este ano, Guggecandidatos em cerca Museu houve mais de 10 mil candidaturas, nheim Bilbao oriundas de mais de 60 países. (Espanha), o de 70 categorias Esta “Menção Honrosa” significa Ford’s Theque a Seara.com ficou entre os 15% atre Virtual de candidaturas escolhidas pelo exiTour (EUA), a gente júri dos “Webby Awards”. O júri é Britsh Telecom (Reino Unido), o Tate Tracomposto por figuras incontestadas como cks HD, o Lower East Side Tenement MuDavid Bowie (músico), Richard Branson seum (EUA), o Palazzo Grassi (Itália) ou o (fundador do Virgin Group), Rei Inamoto Mingei Internacional Musem (EUA). Ataques maliciosos afectam sites fiáveis No passado, os utilizadores tinham que visitar sites maliciosos intencionalmente ou clicar em anexos de email maliciosos para se tornarem vitimas de uma ameaça de segurança. Mas a realidade de hoje é substancialmente diferente. Actualmente, os hackers estão a comprometer web sites legítimos e a utilizá-los como um meio de distribuição para ataques a computadores domésticos e empresariais. A Symantec, uma empresa de segurança, verificou que os atacantes estão a dedicar-se, em específico, a sites que possuem maior probabilidade de serem de confiança para os utilizadores finais, como por exemplo sites de redes sociais. Os atacantes estão a tirar partido de vulnerabilidades específicas de sites que podem ser utilizadas como um meio de lançar outros ataques. Durante os últimos seis meses de uma estreita colaboração com a Fundação de Serralves. 2007, diz a Symantec que existiram qualquer coisa como 11 mil vulnerabilidades de “cross-site scripting”, específicas de sites, reportadas na Internet. Estas representam vulnerabilidades em web sites individuais. Contudo, apenas 473 das mesmas (cerca de 4%) foram corrigidas pelos administradores dos web sites afectados, durante o mesmo período, representando uma janela de oportunidades enorme para os hackers que procuram lançar ataques. O “phishing” continua a ser um problema. Nos últimos seis meses de 2007, a Symantec observou quase 88 mil hospedeiros de “phishing” - computadores que hospedam um ou mais web sites de “phishing”. O relatório elaborado pela Symantec também verificou que os atacantes estão à procura de informação confidencial de utilizador final que poderá ser utilizada, de forma frau- Formação para empresas Vida económica NCurso de ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA (25h) A Critical Links anunciou a contratação de Vasco Correia para o lugar de Director Comercial para o Sul da Europa. Este responsável ficará sediado no escritório de Lisboa. Vasco Correia traz para a Critical Links uma extensa experiência na área de vendas e de desenvolvimento de negócio, com provas dadas na indústria das tecnologias de informação e das telecomunicações, Mais recentemente, ocupava funções de Desenvolvimento de Negócio na Telindus, um integrador de sistemas europeu. de modernidade e de funcionalidade, além de a imagem on-line ser fiel à realidade do museu. Para a elaboração do site, houve dulenta, para ganho financeiro e estão menos focados em computadores ou dispositivos que contêm a informação. Nos últimos seis meses de 2007, 68% de ameaças maliciosas mais predominantes, reportadas à Symantec, tentavam comprometer informação confidencial. Finalmente, os atacantes estão a tirar partido uma economia paralela amadurecida para vender, comprar e trocar informação furtada. Esta economia caracteriza-se pelo número de características comuns às economias tradicionais. Por exemplo, forças de mercado da oferta e da procura possuem um impacto directo no preço. Informação de cartões de crédito, que se tornou abundante neste ambiente, contabilizou 13% de todos os bens publicitados – decrescendo 22% em relação ao período passado e foram vendidos a um preço mínimo de 40 dólares. PUB ABRIL Critical Links reforça equipa No caso do Museu de Serralves, a Seara. com já havia sido reconhecida, no início deste ano, por um conjunto significativo de especialistas do sector que participaram numa análise a diversos trabalhos na web a convite do jornal “Público”. Os elogios foram dirigidos para o facto de as páginas serem muito apelativas visualmente, sobretudo pela forma como a informação está organizada, dando a sensação de espaço, 6 a 29 de Maio: 3as e 5as das 17h00 às 20h30 (7 sessões). Palácio da Bolsa Preço: 425+IVA. Assinantes: G340 + IVA NCurso de COACHING E DESENVOLVIMENTO PESSOAL PARA QUADROS DIRECTIVOS (8h) 9 de Maio: das 09h00 às 18h00 Preço: 125+IVA. Assinantes: G 100 + IVA NCurso de ESPANHA: DIVERSIDADE EMPRESARIAL E CULTURAL (8h) 28 de Maio: das 09h00 às 18h00 Preço: 150+IVA. Assinantes: G125 + IVA NRESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES 29 de Maio: das 09h00 às 18h00 (8h) Palácio da Bolsa Preço: 150+IVA. Assinantes: G125 + IVA INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES Ana Maria Vieira – Vida Económica Editorial, SA • Rua Gonçalo Cristóvão nº111, 6ºEsq., 4049-037 Porto TELEFONE: 223399457/0 FAX: 222058098 • Mail: [email protected] 6 tecnologias de informação sexta-feira,18 Abril de 2008 Reestruturação CESCE: regresso às origens Empresa decidiu reorganizar o negócio, focalizando-se nas suas áreas “core”: o armazenamento e a segurança. Simultaneamente, aponta baterias a novas áreas emergentes, como a distribuição, a saúde e as “utilities” Presente no mercado nacional desde 1998, a CESCE não necessita de grandes apresentações. Pautada pela discrição, o seu negócio tradicional sempre foi o do armazenamento informático. Mas a empresa rapidamente percebeu que necessitava de alargar o âmbito do seu negócio. “Havia necessidade de a CESCE ganhar competências em outras áreas”, afirma Paulo Pinto, Country Sales & Operations Director da CESCE. Simultaneamente, a SIA, cuja área “core” é a segurança informática, também estava interessada em diversificar o seu negócio. Estávamos em 2004, data em que a CESCE foi adquirida pelo grupo SIA e assumir uma vertente internacional. A integração entre as duas empresas foi fácil, mesmo porque o negócio do armazenamento convergia com o da segurança. Agora a empresa pode oferecer uma solução integrada aos seus clientes. Com a vantagem da partilha de conhecimentos/experiências entre as várias filiais do grupo. Feitas as contas, e dado que se mantiveram as equipas, Paulo Pinto faz uma avaliação positiva da operação. Mas ainda é possível fazer mais. E é nisto que a CESCE está apostada. A organização, que efectua uma reorganização a cada dois anos, aponta agora baterias a uma refocalização das suas áreas “core”: armazenamento e segurança. E nem a entrada de novos concorrentes, na área do armazenamento para mainframe, fez equacionar a estratégia da CESCE. É certo que teve algum impacto no negócio, mas também “nos permitiu focalizar a atenção em outras áreas, como a dos ambientes distribuídos”, constata Paulo Pinto. E mesmo o impacto sentido foi relativo, dado que, apesar de ter havido uma dimensão relativa das vendas, os contratos de manutenção mantiveram-se. “Acreditamos que é possível obter vendas adicionais no armazenamento para cobrir essas reduções”, afirma o responsável máximo da CESCE. E a fórmula é simples: há que criar novas áreas de negócio. Estas vão desde o arquivo de correio electrónico, passando pelo ciclo de vida da informação, entre outras. E são áreas que foram desenvolvidas pós-2004, ou seja, fruto da fusão com a SIA. “Hoje os clientes não pedem armazenamento puro”, afirma Paulo Pinto. As empresas têm projectos e querem soluções e funcionalidades. O que equivale a dizer que há um domínio da componente serviços e software versus o hardware. O que já se reflecte nas vendas. O ano passado, os serviços representaram mais do que as vendas de produto. Distribuição que, em 2004, era de 30%-70%. Isto acontece, em primeiro lugar, porque, hoje em dia, o custo do armazenamento é muito competitivo. O aumento da concorrência implica automaticamente uma redução dos preços. “O que não acontece em relação à prestação de serviços”, constata Paulo Pinto. Em parte pelo custo elevado dos recursos humanos qualificados. Sendo que este cenário também ocorre na segurança informática. Quanto à área de segurança, a fusão com a SIA vai aumentar o negócio. “Desde 2004 que as ven- das têm vindo sempre a crescer”, constata Paulo Pinto. Aliás, em 2007, “quase duplicaram”. Mesmo assim, o grosso do negócio ainda vem do armazenamento (cerca de 70%). Quem actua na área da segurança tem muito que se preocupar. A CESCE optou por incidir a sua actividade em quatro categorias: infra-estrutura pública, sistemas antifraude; gestão de identidades; e serviços de plataformas (“web services”). Tendo em conta o cenário interno da empresa e o do mercado, a CESCE decidiu, na sua reestruturação de 2008, refocalizar a sua atenção no storage e na segurança. Sem esquecer as áreas de negócio emergentes, mas sempre relacionadas com as duas anteriores. Isto porque existem novas necessidades de armazenamento e de segurança. É o caso da saúde, do arquivo, da Administração Pública, da distribuição e das utilities. Por outro lado, a reestruturação não implica, afirma Paulo Pinto, o abandono das áreas de Mobilidade e de Entreprise System Management. Mas vão ter menos atenção. Outra área em crescendo e onde a CESCE aposta forte é a dos serviços. E aqui o que se pretende é o desenvolvimento de serviços profissionais: das áreas “core”; de consultadoria e de gestão (mas sempre relacionadas com storage e segurança). Esta é uma nova área mento disponível e sua adequação às soluções existentes e ainda com a expectativa quantificada do retorno. Estes factores são determinantes para a selecção e aquisição de produtos e serviços inovadores. Como a preocupação do retorno do investimento é uma, senão a mais importante, decisão que viabiliza esse mesmo investimento, as empresas preocupam-se cada vez mais, em diversificar os factores que estarão na base do retorno. Há que identificar claramente a razão do investimento, o que determina a sua necessidade e qual a vantagem operacional decorrente. Em resumo, “o que quer ganhar a organização”, “como o quer ganhar” e “quando o vai ganhar”. Nunca existem investimentos exclusivamente internos, já que apenas fazem sentido quando são orientados ou repercutidos no cliente. Aí é que podemos medir o retorno. É aqui que surge a vertente operacional que determina o que vai ser alterado Um novo organigrama para uma nova estratégia A refocalização no armazenamento e na segurança implicaram mudanças na própria organização. Se, antes, cada área tinha a sua própria equipa, agora há apenas um director comercial e um único responsável técnico. Desta forma, há menos pessoas envolvidas numa mesma operação, o que permite a simplificação do modelo de negócio e o aumento da competitividade, ao mesmo tempo que possibilita a disponibilização de soluções integradas. O mercado evolui e as empresas necessitam de ter flexibilidade suficiente para acompanhar essas mudanças. A CESCE optou por estabelecer uma reestruturação a cada dois anos. A última ocorre este ano, e implica uma espécie de regresso às origens. Apesar de manter o interesse na mobilidade e nos Enterprise System Managment, a estratégia agora é refocalizar no armazenamento e na segurança informática. E até a entrada em novas áreas, como saúde, distribuição e “utilities”, terá de estar sempre relacionada com os negócios core. Tudo para reforçar a posição da empresa no mercado nacional e atingir um crescimento de 10% das vendas. Alexandra Costa [email protected] CESCE Volume de negócios de 2007 – 16,1 milhões de euros Clientes – cerca de 140 Colaboradores – 70 Áreas core – armazenamento e segurança informática Aposta em 2008: saúde, distribuição e utilities Pilares das TIC: investimento vs. retorno “Captação, Armazenamento, Tratamento e Disponibilização da Informação: estes são os pilares das TIC, que permitem às empresas estarem na vanguarda da inovação.” Investir em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) é um dos objectivos das organizações que pretendem dotar os seus colaboradores de ferramentas e simultaneamente estar a par das inovações tecnológicas e na vanguarda de novos serviços e soluções integradas. Esta aposta conduz a uma vantagem competitiva e a uma elevada rentabilização de custos, contribuindo também para uma produtividade superior. A vantagem competitiva que as empresas pretendem alcançar e que as tornará uma mais-valia para o mercado encerra duas vertentes: financeira e operacional, interligadas no sucesso ou insucesso do investimento. A vertente financeira do investimento está directamente relacionada com o orça- de negócios, que foi recentemente criada. na organização e qual a vantagem competitiva que é criada com o investimento. Disponibilizar a vantagem é por si só insuficiente, sendo necessário utilizá-la da melhor forma. É neste contexto que deve ser analisada a rentabilidade do potencial de investimento. Assim, não é suficiente diminuir custos é também necessário criar mais valias. É fundamental para as organizações terem a informação e possuírem as ferramentas que a transformem numa mais-valia, como a captação, armazenamento, tratamento e disponibilização da informação. Estes são os pilares das TIC, que permitem às empresas estarem na vanguarda da inovação. Na vertente de disponibilização da informação, a comunicação continua a ser determinante como factor de transposição do investimento para o exterior das organizações. Muitas empresas descuram este factor, que permanece na base do sucesso. A Javier Gutierrez, Director-geral da OKI Systems Ibérica, Suc. Portugal informação só tem valor se for utilizada, se for rentabilizada, se comunicada. Essa comunicação pode assumir formato escrito, verbal ou visual, e assume sempre a função de “rosto” da organização, o factor diferenciador. Os elementos dos sistemas de informação que são considerados “periféricos” assumem neste contexto uma importância fulcral, como é o caso da Impressão. A titulo exemplificativo, o investimento em soluções de impressão é captador de mais valias exteriores às organizações, tornando o uso da cor num catalisador da comunicação e indutor da interiorização da imagem institucional. Comunicar é assim transmitir informação de forma perceptível e atractiva. É fazer chegar a mensagem através dos meios tecnológicos mais avançados, comunicando com cor e qualidade, transmitindo o investimento e a aposta na inovação e potenciando consequentemente parte do retorno desejado. tecnologias de informação sexta-feira, 18 Abril de 2008 7 Mercado das TI continua em retracção O mercado das Tecnologias de Informação começa a dar nota de movimentações mas na hora do investimento volta a adiar a decisão. António Fontinha, administrador do grupo Soft, conversou com a “Vida Económica” e explicou a sua estratégia para o mercado espanhol e apontou a segurança como a área onde as empresas portuguesas estão mais desfalcadas. Fornecer soluções de software optimizadas para pequenos, médios e grandes sistemas, independentemente da plataforma de hardware e adaptáveis à maioria das actividades empresariais. Este é o objectivo do grupo Soft, uma empresa de capitais portugueses que actua no mercado das Tecnologias de Informação. Em conversa com a “Vida Económica”, António Fontinha, administrador, admitiu que ainda existe alguma retracção e um consequente adiar da decisão na altura do investimento. “A retracção mantém-se. O mercado dá nota de movimentações mas na hora do investimento volta-se a adiar”, explicou. De todas a áreas onde o grupo Soft está presente é o conjunto de soluções, software e serviços, para a área de Gestão de Recur- A entrada em Espanha deu-se através de uma negociação directa e centralizada a nível ibérico com base nas necessidades de expansão e suporte que a componente portuguesa tinha sos Humanos o que se destaca mais, contribuindo com cerca de 85% do volume de negócios. Questionado sobre qual a área que precisamente representa um maior desafio, António Fontinha menciona que, dentro das soluções que oferecem ao mercado, “o maior desafio é a capacidade de obtenção de novos clientes num nicho de mercado (RH) face à forte concorrência das ofertas de soluções abrangentes de toda a actividade de uma empresa”. Para sustentar a actividade, o administrador define a estratégia numa palavra: fidelização: “Fidelizar os nossos clientes, que consideramos um sucesso, aumentar a oferta, quer do ponto de vista tecnológico quer de novas soluções e a consolidação futura da internacionalização”. E, hoje, qual é a principal variável para a qual uma empresa olha quando vai fazer uma solução ou produto? O retorno do investimento? O TCO? O impacto que vai ter na organização?... Da experiência da Soft, os principais factores são precisamente o know-how investido no projecto e o reconhecimento que o mercado terá, devido a esse facto. Relativamente à área em que acredita estarem as empresas portuguesas mais desfalcadas, António Fontinha destaca a segurança. “É sem margem para dúvidas a área em que não se investe. É evidente que não estamos a falar de grandes empresas, mas sim na generalidade das PME”. Recentemente, a empresa avançou até ao mercado espanhol. A entrada no país vizinho deu-se através de uma negociação directa e centralizada a nível ibérico com base nas necessidades de expansão e suporte que a componente portuguesa tinha. “A solução em causa baseia-se em duas vertentes distintas: na nossa oferta de Base de Dados de Gestão de Recursos Humanos a nível ibérico com actualização e acesso, Front-Office via intranet, a partir das cerca Actualmente, o grupo luso está à procura de parceiros em Espanha, visto “não perspectivarmos de momento a presença directa”, disse à Vida Económica António Fontinha, administrador do grupo Soft. de 110 lojas da cadeia Douglas (95 em Espanha e 14 em Portugal) e em outsourcing de gestão administrativa em Portugal”. Actualmente, o grupo luso está à procura de parceiros em Espanha, visto “não perspectivarmos de momento a presença directa”. Com cerca de 40 pessoas ao serviço, António Fontinha desabafa que contrariamente ao que se possa pensar não é fácil recrutar profissionais, “principalmente porque nós privilegiamos a ‘construção’ do profissional connosco, isto é, preferimos formar os colaboradores e mantê-los connosco em vez de admitir profissionais Transformar os dados em conhecimento: o BI como motor do ERP As empresas lidam, hoje em dia, com uma grande variedade de dados provenientes de sistemas, fontes e divisões distintas. Todavia, os dados por si só não constituem conhecimento: acumular dados não é produtivo para as empresas se estas não forem capazes de extrair o seu valor. O afastamento dos sistemas e a falta de indicadores de rendimento podem provocar a perda de informação relevante para o negócio. Assim, oferecer uma única versão da verdade é uma meta perseguida por qualquer negócio que pretenda tomar decisões baseadas em informação fiável, precisa e actualizada. O aparecimento de sistemas ERP abriu novos horizontes para a gestão da informação empresarial, já que permite reunir informações existentes na hora em sistemas departamentais sem ligação. Rapidamente, estes sistemas vieram originar novas necessidades empresariais que implica uma crescente demanda no acesso à informação por um número cada vez maior de utilizadores. Funcionários, fornecedores, clientes e sócios precisam aceder à informação empresarial, combinar os dados e integrar informação de fontes externas ou de histórico que estão fora do alcance do ERP. SUSANA MARVÃO [email protected] A inteligência do negócio (Business In- porting, os quadros directivos, os analistas, telligence ou BI) aproveita todas as fontes os quadros de resultados ou a gestão de de dados para oferecer uma visão integra- ocorrências, é possível tirar o maior partido da e detalhada da informação que ajuda dos dados do ERP: os utilizadores recebem as empresas a melhorar o conhecimento e informação crítica no momento preciso, compreensão do seu negócio, melhorando num formado que se adapta às suas necesao mesmo tempo o seu rendimento. As sidades e a um estilo de trabalho. Através da plataforma de ferramentas BI ofereself-service, os reprecem a capacidade de Para tirar plenamente sentantes de vendas, resposta, flexibilidapartido das capacidades por exemplo, recede, interactividade e bem nos seus PDA funcionalidade necesBI dos sistemas ERP alertas via e-mail das sárias para libertar os e integrar de forma compras do cliente; profissionais de TI da os directores de mapesada responsabilieficaz as tecnologias rketing, informações dade de extrair os dadas suas campanhas dos dos seus sistemas existentes na empresa, a em PDF; e os execuERP. Graças ao BI, estandardização numa tivos monitorizam as os utilizadores finais métricas chave graças já não necessitam de plataforma BI é a opção a dashboards interacformação e conhecimais eficaz tivos. mentos avançados do A inteligência de código proprietário dos fornecedor de ERP para criar, utilizar e negócio serve posteriormente para adequar distribuir comunicações com o enfoque e a os silos de informação para vários ambientes relacionados com o ERP. Deste modo, informação que pretendem. a colaboração e eficiência alcançam níveis Múltiplas ferramentas superiores na empresa: o BI permite que as Através de capacidades BI, como o re- empresas conheçam os seus pontos fortes e formados noutras empresas. Assim, são raras as vezes em que vamos ao mercado preferindo as admissões para formação na nossa cultura e prática. O contacto com as Universidades é feito através dos departamentos de apoio a jovens licenciados que privilegiamos”. E qual será o maior receio para um grupo como a Soft? Basicamente, diz António Fontinha, a capacidade de dar resposta à evolução constante da tecnologia e até quando e como se conseguirá manter e acompanhar essa mesma evolução nas soluções oferecidas ao mercado. Manuel Martín responsável de pré-venda BI da Cognos Espanha as suas debilidades, assim como medir os riscos e as oportunidades do mercado. Para isso, mostra os dados armazenados nos sistemas operacionais e transforma-os em informação útil e relevante. Partilhar informação significativa é possível mediante a criação de comunicações nas quais colaboram clientes, parceiros e outras entidades externas à organização. Interfaces intuitivos e facilidade de acesso à informação coexistem nas ferramentas de BI com a criação de comunicações complexas para utilizadores avançados, em idiomas distintos, baseados em múltiplas fontes de informação e aplicações que estão a ser utilizadas. Para tirar plenamente partido das capacidades BI dos sistemas ERP e integrar de forma eficaz as tecnologias existentes na empresa, a estandardização numa plataforma BI é a opção mais eficaz. Com este modelo, obtemos uma visão do negócio realmente completa que integre absolutamente todos os sistemas críticos da empresa. Quando à metadata, deve também ser homogénea em toda a organização, com um repositório que permita que os novos sistemas e funcionalidades de análise sejam facilmente integrados com a arquitectura TI. 8 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO sexta-feira,18 Abril de 2008 EDITORIAL O mercado nacional de Tecnologias de Informação é muito competitivo. Em todas as áreas e em todos os sectores. E existem inúmeras empresas a oferecerem os seus serviços, sejam de capitais nacionais, sejam multinacionais. Com nomes mais sonantes ou de postura mais discreta. Mas a verdade é que, hoje, a consolidação do mercado é uma realidade e não há lugar para os “menos bons”. Por isso não se justifica, pior, não se admite, que uma empresa não tenha um bom, senão excelente, atendimento ao cliente. Em Fevereiro, aconteceume um caso do insólito. E aqui não há hipóteses de ter havido mal-entendidos porque a protagonista da história fui mesmo eu. Liguei para uma empresa da nossa praça sem me identificar como jornalista. Do outro lado, atendemme com um sonoro “Tou.” Digo eu: “Tou? Desculpe, não estou a falar para a Xpto?” Respondem que sim. Achei estranho, pois um “Tou” não é, definitivamente, a melhor forma de atender o telefone. Mas pensei que se calhar estava a ligar para uma linha interna, para um departamento técnico que não estivesse habituado a lidar com o cliente final… Puro engano. Aquele era o número de telefone do departamento comercial… Com muito esforço lá fui explicando o que pretendia. Queria uma solução que, garantiram-me clientes da Xpto, era excelente. Eu apenas precisava de saber preços e condições de assistência. Nada feito. Hoje não queriam fazer negócio. Ou pelo menos comigo. Primeiro, disseram-me que não tinham a solução. Eu, quase mais interessada na compra do que eles na venda, disse que tinham! Que tinha precisamente sido uma empresa cliente que me havia sugerido a Xpto. Mas os meus esforços foram inglórios. A Xpto simplesmente não estava para fazer negócio naquele dia. Eu, já com um tom de cliente irritada, perguntei: “Atendem-me o telefone com um ‘Tou’, depois dizem-me que não têm uma solução que eu sei que têm, diga-me lá, agora, se eu tenho condições para fazer negócio com vocês!” Do outro lado, respondem-me com um sincero e cru… “Pois, assim sendo, pareceme que não“… PS: Por via das dúvidas voltei a ligar à empresa cliente da Xpto para saber se eles continuavam a fornecer o serviço que tinha pedido. E sim, eles, ainda hoje, prestam esse serviço. SUSANA MARVÃO [email protected] Ricardo Parreira, director-geral da PHC “A sorte só está ao alcance de quem a procura” A “Vida Económica” conhece-o bem. A ele e à empresa que é a menina dos seus olhos. Ricardo Parreira, director-geral da PHC, aceitou o desafio de responder a perguntas que extravasam, em muito, a sua actividade. Pedimos-lhe que tirasse a gravata e descontraísse. E ficámos a saber que é um homem realizado. Gosta de ler livros técnicos, um romance de quando em vez e, admite, os relatórios de contas que diariamente lhe preenchem o espaço de leitura. E se fosse jornalista, que título daria Ricardo Parreira a uma reportagem sobre o percurso da PHC em Portugal? Sem hesitar: “a sorte só está ao alcance de quem a procura”. A PHC é uma empresa especializada no desenvolvimento de software de gestão. O seu principal objectivo é desenvolver ferramentas de fácil utilização que permitam às companhias automatizar os seus processos, de forma a diminuir a margem de erro das tomadas de decisão. RICARDO PARREIRA EM DISCURSO DIRECTO Há quanto tempo integra os quadros da PHC? 18 anos. Desde que fundei a empresa. Passatempo preferido: Ler, golfe e crianças. Sonho que ainda falta concretizar: Já concretizei a maior parte dos sonhos. Não tenho agora nenhum sonho pelo qual seja obcecado. Local de férias favorito: Alpes. Período da história que mais o fascina: Descobrimentos portugueses. Gostaria de ser o principal protagonista de que filme? Porquê? Do filme da minha vida. Acho que teria muitas histórias para contar. Que banda sonora usaria para ilustrar a história da sua vida? A banda sonora do Star Wars. Livros técnicos, romances, policiais… ou o relatório de contas? Técnicos (muitos) e romances (poucos). Relatórios de contas (diariamente) Automóvel: prazer ou necessidade? Prazer e necessidade. Programa de televisão que mais o cativa: Jornal das 9, da Sic Noticias. Descreva a sua relação com o telecomando: Proximidade. E com os gadgets? Intensa. Entende-se bem com livros de instruções? Tento sempre não os ler. Em último caso, lá terá que ser. Habitualmente, com quantos telemóveis anda? Um. Que computador tem, neste momento, na sua secretária? Um portátil Tsunami. Aliás, tem secretária ou a mobilidade tomou posse da sua vida? Tenho secretária, onde realmente estou raramente. O portátil e o telemóvel estão sempre comigo. Aproximadamente, quanto tempo por ano passa fora de Portugal? Entre 1 e 2 meses, conforme os anos. Se fosse jornalista, que título daria a uma reportagem sobre o percurso da PHC em Portugal? “A sorte só está ao alcance de quem a procura”. Tecnologia e meio ambiente, será possível uma amizade? Hoje em dia, já não se discute o facto de as empresas terem de aderir às novas e mais recentes tecnologias para manter os altos níveis de competitividade e eficiência num mercado tão dinâmico como o actual. Uma questão central, e matéria de discussão em diferentes países, consiste em saber se a utilização destas tecnologias poderá ser realmente uma ameaça para o meio ambiente ou se, por outro lado, poderá conseguir minimizar os impactos causados servindo esta causa ecológica. Será possível ser amigo do ambiente e ao mesmo tempo utilizar tecnologias de ponta? Existe realmente uma amizade verdadeira entre estes cenários ou serão totalmente antagónicos? Ao contrário do que se poderá pensar, a tecnologia pode de facto ser amiga do ambiente. Não só os equipamentos em si poderão minimizar o impacto ambiental como as soluções implementadas poderão ajudar a diminuir o consumo de recursos não renováveis e a poluição na sociedade. A utilização de tecnologias que permitem a diminuição do uso do papel, fomentando a comunicação electrónica, é uma das inúmeras soluções possíveis de enumerar. Por exemplo, o envio de e-mail em vez de fax ou todo processo da factura electrónica, são diferentes acções utilizadas que previnem o desperdício de recursos, principalmente se pensarmos que um milhão de facturas equivale aproximadamente a 500 Kg de celulose. SOFIA GUIMARÃES Responsável da Área de IT Operations T-Systems Portugal O recurso à videoconferência é outra solução chave neste tema. Em muitos casos, esta tecnologia pode permitir que uma viagem, realizada pelo ar ou por terra, seja totalmente desnecessária. Segundo algumas estimativas, apenas nos 3 últimos anos, mais de 40.000 videoconferências realizadas por um dos operadores mundiais terão prevenido a produção de 7000 toneladas de CO2, sendo que iniciativas como a ZEM (Zero Emission Meetings) têm cada vez uma maior adesão. Na realidade, todos os equipamentos que são produzidos com dispositivos que poupam energia, que a reciclem ou que utilizem fontes de energia alternativas estão ao serviço do ambiente. Cada vez mais, as empresas de tecnologias têm de conseguir garantir um aumento da eficiência energética, reduzindo as emissões de CO2, optimizando as operações e utilizando energias regenerativas. É necessário identificar e desenvolver produtos inovadores e serviços que promovam o uso eficiente de recursos pelo cliente, aumentando o conhecimento destes temas em toda a sociedade. Existe de facto um conceito que relaciona de forma positiva a tecnologia com o meio ambiente – o “Green IT”. Este é um concei- to global e crescente no qual os fornecedores e os utilizadores de tecnologias vivem e agem em consciência ambiental. Para o fornecedor de serviços, o “Green IT” é a criação de soluções que ajudam o ambiente, dando ao mesmo tempo a conhecer aos seus clientes novos procedimentos que contribuam para a preservação do mesmo. Segundo um estudo da IDC, a nível mundial sobre o “Green IT”, mais de 50% dos consumidores admite ter em consideração as características “Green” utilizadas e apresentadas quando estão a escolher um fornecedor de tecnologia e mais de 80% dos empresários refere que o “Green IT” tem uma importância crescente na sua empresa. Este estudo revela ainda que a principal razão que leva uma empresa a adoptar o conceito é a redução de custos operativos. Na realidade, nem todas as empresas que falam do “Green IT” aplicam as medidas relacionadas com este conceito. Em Portugal, o “Green IT” é já uma realidade, sobretudo nas grandes empresas com directivas internacionais. Há cada vez mais uma consciência ambiental e no mercado concorrencial no qual vivemos hoje em dia, uma empresa que não é amiga do ambiente será claramente menos competitiva. Sendo um factor cada vez mais importante, é preciso consciencializar mais do que falar. Há que viver o “Green IT”, possibilitando a existência de uma amizade entre a tecnologia e o meio ambiente. sexta-feira, 18 Abril de 2008 editorial António Teixeira Lopes Presidente da direcção da ARAN Discutir o presente para melhorar o futuro A ARAN vai levar a cabo nos próximos meses dois eventos que provam a preocupação da Associação em ajudar os empresários do sector automóvel em levar de vencida as adversidades com que estes se deparam diariamente e, assim, a prepararem o futuro. O primeiro vai ser a Convenção Nacional do Após-Venda, que vai ter lugar no Novotel Vermar, na Póvoa de Varzim, no dia 31 de Maio. O segundo vai ser a IX Convenção da ARAN/Management Awards 2008, a realizar brevemente. Em relação à Convenção Nacional do Após-venda, o objectivo da ARAN é juntar na Póvoa de Varzim os representantes das oficinas para discutir os seus direitos e deveres, face às muitas pressões de que são alvo. Uma destas é o cumprimento das exigentes normas e leis a que são obrigados para poderem ter as portas abertas dentro da legalidade, algumas das quais revelam excesso de zelo por parte do legislador. Outro tema em destaque vai ser a questão entre as oficinas e as seguradoras. Isto porque algumas companhias de seguros continuam a cometer exageros na hora de recomendar oficinas aos clientes com veículos sinistrados para reparação. Compreendo que, sendo as companhias empresas que, obviamente, visam o lucro, queiram defender os seus interesses. Não o podem fazer, porém, à custa da sonegação do direito à escolha da oficina pelo cliente. Aliás, a este propósito, a ARAN vai enviar folhetos explicativos a todas as oficinas portuguesas, para que estas possam distribuir juntos dos seus clientes. Esta campanha é igual à que a Associação realizou, com sucesso, em anos anteriores. Em tudo semelhante à questão entre oficinas e seguradoras, a oposição entre os rebocadores e as empresas de assistência em viagem (propriedade das companhias de seguros) não vai ser esquecida na Convenção Nacional do Após-Venda. Temas como a legislação dos tempos de condução e repouso e o novo regime de transportes rodoviários vão estar em destaque. Realce ainda para o sector das carroçarias, com um ponto de situação para esta actividade. O negócio dos novos, além do após-venda Na IX Convenção da ARAN/Management Awards 2008, o comércio automóvel vai ser o tema central. Assim, além da discussão da actual conjuntura económica e fiscal do sector, vão estar em evidência o retalho – com a tendência de criação de grandes grupos que há – e o comércio de usados. O certificado digital, a importação, este tipo de viaturas nos grandes grupos, a garantia, o crédito e a apresentação do “Usado Certo” vão ser os pratos fortes deste painel. III CASA festejou aniversário este mês O CENTRO DE ARBITRAGEM DO SECTOR AUTOMÓVEL (CASA) completou, no passado dia 4 de Abril, 14 anos de existência. Até Dezembro de 2007, o CASA já tinha prestado cerca de 22 mil informações e recebido 4451 processos de reclamação, num total que suplanta 26 mil serviços prestados a consumidores e empresas. O CASA é uma entidade autorizada, pelo Ministério da Justiça, a fazer informação, mediação, conciliação e arbitragem de conflitos na área do sector automóvel e tem competência para dirimir litígios decorrentes de: a) compra e venda de veículos novos ou usados; b) prestação de serviços de assistência, manutenção e reparação automóvel; c) compra e venda de peças, órgãos ou quaisquer outros materiais destinados a ser aplicados em veículos automóveis; d) revenda de combustíveis, óleos e lubrificantes. O CASA tem por objectivo informar consumidores e agentes económicos do sector automóvel sobre os seus direitos e deveres e disponibilizar mecanismos de resolução de conflitos simplificados, céleres, isentos e eficazes, através de meios extrajudiciais como a mediação, a conciliação e arbitragem. Foi criado por uma associação que congrega as principais associações representativas do sector automóvel — a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), a Associação Nacional das Empresas do Comércio e Reparação Automóvel (ANECRA), a Associação Nacional das Empresas de Parques de Estacionamento (ANEPE), a Associação Nacional dos Revendedores de Combustíveis (ANAREC), a Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN), o Centro de Formação Profissional para a Reparação (CEPRA) — as principais associações de consumidores — o Automóvel Clube de Portugal (ACP) e a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) e o Estado, através da Direcção Geral do Consumidor (DGC). O CASA tem âmbito nacional, pelo que podem ser apresentadas reclamações provenientes de qualquer parte do país e não tem qualquer limitação quanto ao valor das reclamações. As principais características do CASA são: Voluntariedade: As partes envolvidas aceitam os meios disponibilizados pelo CASA como forma de resolução do conflito. Facilidade: O processo é simplificado, sem prejuízo da garantia dos meios de prova e de defesa. Celeridade: Os litígios são resolvidos em tempo útil para a realização dos interesses das partes. Eficácia: As sentenças proferidas pelo Tribunal Arbitral têm a mesma força executiva que as Sentenças do Tribunal de 1ª Instância. Caso a decisão não seja cumprida, esta pode ser executada imediatamente num tribunal judicial. Baixo custo: A informação e a mediação são gratuitas. Caso o processo transite para a fase de conciliação e arbitragem, as partes pagam um preparo, calculado com base no valor da reclamação. O CASA presta os seus serviços através de um Serviço de Apoio Jurídico e de um Tribunal Arbitral. O Serviço de Apoio Jurídico tem por função: a) prestar informações sobre as matérias de competência do CASA; b) fazer a triagem e recepção das reclamações que cabem na competência do CASA; c) prestar informação jurídica às partes, no âmbito dos processos de reclamação; d) promover a mediação dos conflitos objecto dos processos de reclamação; e) instruir os processos de reclamação, com vista à sua apreciação pelo tribunal arbitral. O Tribunal Arbitral tem por função dirimir, através da conciliação e arbitragem, os conflitos que, sendo objecto de um processo de reclamação, não obtiveram resolução em sede de mediação. Quem pode recorrer Podem recorrer ao CASA na qualidade de reclamantes tanto os consumidores quanto as empresas que prestam serviços ou vendem bens abrangidos pela competência do CASA. As empresas só podem recorrer ao CASA se pretenderem dirimir conflitos em que estejam em causa questões relacionadas com a qualidade do serviço prestado ou do bem vendido, e desde que sejam aderentes do CASA. Os agentes económicos que desenvolvam uma actividade compreendida no âmbito da competência material do CASA também podem recorrer, relativamente a outros profissionais que lhe tenham vendido bens ou prestado serviços, para exercerem o seu direito de regresso contra quem lhe tenha vendido bens ou prestado serviços directamente relacionados com o objecto de um litígio já dirimido pelo tribunal arbitral do CASA. O CASA conta com a adesão de mais de mil empresas, que garantem aos seus clientes a resolução de todos os problemas através dos nossos serviços. ARAN fornece certificados digitais de registo automóvel A ARAN, na qualidade de pessoa colectiva de utilidade pública representativa dos comerciantes de veículos automóveis, pode fornecer certificados digitais de registo automóvel às empresas do sector de actividade que reúnam os requisitos de idoneidade numerados na lei. Recorde-se que os certificados digitais são um cartão semelhante a um cartão bancário, que funciona como o bilhete de identidade da empresa, contendo a assinatura digital do seu titular, e permitirá, além de aceder às funcionalidades relacionadas com o registo automóvel on-line, aceder a outros serviços públicos, efectuar transacções electrónicas com segurança e remeter e recepcionar comunicações via electrónica com confidencialidade garantida. Estas operações podem ser efectuadas no portal do automóvel (em www.automovelonline.pt). A criação deste certificado digital recorre da criação, com a publicação no Diário da República de 31 de Janeiro do Decreto-Lei 20/2008 e da Portaria 99/2008, de um regime profissional de registo automóvel via Internet para profissionais. Os diplomas prevêem um regime transitório especial (em vigor até 31 de Dezembro de 2008), simplificado e menos oneroso, que permitirá a regularização dos registos de transmissão de propriedade de veículos ocorrida antes de 31 de Outubro de 2005, fixando uma taxa de apenas 10 euros, se este for promovido por via electrónica. O registo pode ser solicitado pelo comprador ou pelo vendedor com base em documentos que indiciem a efectiva transmissão do veículo. Trata-se de uma medida que visa incentivar a regularização do registo automóvel. Do certificado de matrícula constarão todos os registos em vigor excepto os que publicitem providências judiciais ou administrativas que determinem a apreensão do veículo, e os que publicitem a publicidade do veículo adquirida por entidade comercial que tenha por actividade principal a compra de veículos para revenda e que proceda a pedido de registo de tal facto em virtude de alienação de veículo no exercício dessa actividade, nos termos e com as limitações fixadas por portaria do membro do governo responsável pela área da justiça. Nestes casos, se o veículo não for objecto de reven- da pela entidade comercial no prazo de 180 dias, a contar da aquisição da sua propriedade, a propriedade adquirida por tal entidade passa a ser mencionada no certificado de matrícula. Estabelece-se ainda que seja disponibilizada on-line informação referente ao registo de veículos permanentemente actualizada, com valor de certidão, à semelhança do que já se verifica com a certidão permanente do registo comercial e dispensando a entrega de certidões em papel. Independentemente da vigência do regime transitório especial acima descrito, qualquer registo promovido por via electrónica através do portal do automóvel implica o pagamento de apenas 50% dos emolumentos habitualmente devidos por cada averbamento, quer este se refira a transacções de veículos novos ou usados e independentemente da data dessas transacções. ARRENDA-SE OFICINA DE REPARAÇÕES DE AUTOMÓVEIS COM TODO O EQUIPAMENTO NECESSÁRIO AO SEU FUNCIONAMENTO COM SERVIÇO DE REBOQUE BOA CLIENTELA ZONA DE CANTANHEDE CONTACTO – 963 971 118 Ficha técnica Suplemento ARAN - Associação Nacional do Ramo Automóvel Director: António Teixeira Lopes Redacção: Aquiles Pinto, Bernardo Ferreira da Silva, Cristina Ferreira, Fátima Neto, João Lopes, Luís Cabral, Maria Manuel Lopes, Neli Valkanova e Nuno Santos Arranjo Gráfico e Paginação: Célia César, Fernando Pinheiro, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida Propriedade, Edição, Produção e Administração: ARAN - Associação Nacional do Ramo Automóvel, em colaboração com o Jornal Vida Económica Contactos: Rua Faria Guimarães, 631 • 4200-191 Porto Tel. 225 091 053 • Fax: 225 090 646 • [email protected] • www. aran.pt Periodicidade mensal Distribuição gratuita aos associados da ARAN IV sexta-feira, 18 Abril de 2008 Mazda estabeleceu recorde de vendas na Europa no ano fiscal A Mazda Motor Europe (MME) fixou dois recordes históricos de vendas em Março. Os excelentes resultados conseguidos durante o último trimestre de 2007 dos seus dois mais recentes modelos, os novos 2 e 6 (na foto), elevaram as vendas do ano fiscal de Abril de 2007 a Março de 2008 para 327 mil unidades. Este resultado foi, em parte, devido ao recorde nos resultados de Março, em que a Mazda vendeu 45 mil veículos, naquele que foi o melhor mês de sempre em termos de volume de vendas da marca. “O nosso programa de renovação de modelos está a ter um impacto positivo nas nossas vendas”, segundo o presidente-executivo da MME, James Muir. “Estamos apenas no meio deste processo, com mais produtos para chegar. O reconhecimento da marca encontra-se na posição mais elevada de todos os tempos na Europa e a nossa organização, mais do que nunca, está a trabalhar em conjunto como uma equipa que se pode orgulhar de suas realizações. Parabéns a todos os meus colegas para um trabalho bem feito”, acrescentou o executivo. Este registo vem na sequência de um recorde de vendas estabelecido em Janeiro e um aumento na ordem dos 32% nas vendas em Fevereiro. Os recordes de vendas para o ano fiscal foram estabelecidos em três países – Rússia, Reino Unido e Portugal –, com um total de 14 países a atingirem crescimentos relevantes. Um factorchave para este sucesso deve-se ao novo Mazda 2. Durante os últi- mos três meses, 20 400 unidades do utilitário encontraram dono na Europa, apesar de, nalguns dos mercados, o modelo apenas ter sido lançado em Janeiro. A segunda geração do Mazda6, que foi lançada ainda mais tarde do que o 2, foi, igualmente, bem sucedida, alcançando um volume de 16 600 unidades. “A nossa rede europeia de concessionários têm vindo a fazer um grande trabalho há já vários anos”, disse o vice-presidente para as vendas da MME. “E os nossos resultados para o ano fiscal reflectem e confirmam isso mesmo. Começámos este ano com a mais forte gama Mazda de sempre. Desde então, com as novas gerações 2 e 6, ambos muito populares, olhamos para o futuro com optimismo”, defendeu Philip Waring. Volvo e Irmãos Mota fornecem autocarros ao Instituto Português do Sangue A Auto Sueco e a empresa carroçadora Irmãos Mota & Cª., Lda., ambas associadas da ARAN, forneceram oito autocarros Volvo B7R ao Instituto Português do Sangue (IPS), que vão servir de unidades móveis de recolha. Na cerimónia de entrega das novas unidades móveis (a distribuir por Coimbra, Lisboa e Porto), estiveram presentes a ministra da Saúde, Ana Jorge, o presidente do conselho directivo do IPS, Gabriel de Olim, e o coordenador do projecto das unidades móveis do IPS, José António Ribeiro. O gestor comercial autocarros da Auto Sueco, Manuel Castro e Matos, o sócio-gerente da Irmãos Mota & Cª., Lda., Joaquim Mota, representaram as empresas. Gabriel de Olim afirmou que estes autocarros vêm acrescentar uma outra dimensão ao IPS. “Pela pri- meira vez temos uma frota própria para colheita, que é autónoma”, referiu. Questionado sobre as razões que levaram à eleição das viaturas Volvo para este projecto pioneiro em Portugal, José António Ribeiro referiu que depois de auscultar o mercado das viaturas de passageiros e alguns dos clientes, o IPS ficou “com a certeza” de que estaria “a fazer uma opção correcta”. Quanto às vantagens das novas unidades móveis, apontou que permitem fazer quatro recolhas de sangue simultâneas e cerca de 80 por dia. “Para nós o conceito é 100% de autonomia e condições de dádiva adequadas ao bem-estar dos nossos dadores e funcionários, que potenciam a qualidade do nosso serviço”, acrescentou Ribeiro. Tais condições tornaram-se possíveis através do “know-how” e profissionalismo da Irmãos Mota & Cª., Lda., como referiu Joaquim Mota. “Nós e a Auto Sueco empenhámo-nos muito, e tivemos imenso gosto em trabalhar neste projecto, fornecendo estes autocarros, que agradaram ao senhor presidente do IPS”, disse. A ministra da Saúde ressalvou, por seu turno, a grande importância desta nova frota, ao afirmar que os autocarros estão muito bem equipados, têm boas condições de segurança, de tranquilidade, de comodidade para os dadores, bem como uma boa visibilidade exterior. “O que é muito tranquilizante para quem está a doar o seu sangue Possuem ainda todos os requisitos para que uma colheita seja feita com qualidade, ao mesmo tempo que permitem colheitas muito mais eficazes, porque os técnicos se podem dirigir junto dos dadores, rentabilizando e facilitando a vida dos mesmos”, explicou a governante. em destaque Auto Sueco Automóveis com novo stand Volvo em Queluz A Auto Sueco Automóveis inaugurou um novo stand de exposição e vendas de automóveis Volvo em Queluz. O investimento realizado englobou a reformulação total do edifício e a criação de uma área de stand com 1000 m2. “A abertura deste novo concessionário tem como objectivo potenciar a competitividade dos automóveis Volvo, na região de Lisboa, bem como aumentar o portefólio de negócio da Auto Sueco Automóveis” afirmou o presidente do grupo Auto Sueco, Tomaz Jervell, na inauguração do novo espaço da empresa. Relativamente ao serviço após- -venda, a Auto Sueco Automóveis dispõe de 31 postos de atendimento, prestando todos os serviços de manutenção e assistência. O stand situa-se na estrada Consiglieri Pedroso, 119 em Queluz de Baixo, com o número de telefone 21. 4349000 e está aberto de segunda a sexta-feira das 9.00 às 19.00 e ao sábado das 10.00 às 14.00. O serviço ao público da área oficinal funcionará de segunda a sexta-feira das 08.00 às 17.00, sendo que a entrega e recolha das viaturas pode ser efectuada entre as 7.45 e as 22.00 durante a semana e ao sábado das 9.00 às 17.00. Peugeot 207 na marca do milhão O Peugeot 207 já ultrapassou a fasquia de um milhão de veículos produzidos. Esta marca é atingida menos de dois anos após o seu lançamento, na Primavera de 2006. Comercializado em mais de uma centena de países, o modelo francês alcançou os 521 mil veículos vendidos em 2007, o primeiro ano completo de comercialização, tendo ultrapassado em mais de 20 mil unidades o seu objectivo de vendas mundiais estabelecido para esse ano. O 207 lidera o segmento dos utilitários na Europa, com 440 mil veículos matriculados. Além disso, é um dos segmentos mais competitivos, com mais de 70 modelos comercializados. No mercado dos coupés-cabriolets, o 207 CC seguiu as pisadas do 206 CC, liderando também o seu segmento, com mais de 45 mil veículos vendidos em 2007. Nos primeiros meses de 2008, o 207 mantém o mesmo ritmo de vendas e confirma a liderança na Europa. Em Portugal, o 207 vendeu 13 mil unidades e em Fevereiro foi líder do segmento com uma quota de 12,6%. De destacar que esta performance assenta no sucesso individual de cada uma das silhuetas disponíveis para os clientes. Primeiro elemento da família a ser comercializado, a berlina representa 84% das vendas, enquanto a SW já representa perto de 11% das vendas. À semelhança da Europa, o CC foi o coupé-cabriolet mais vendido no mercado nacional no ano passado, liderando o respectivo segmento com 15% de penetração. Cerca de 5% dos 207 “portugueses” são CC. Renault-Nissan e Better Place prosseguem estratégia de automóveis sem emissões A Aliança Renault-Nissan e a iniciativa dinamarquesa Project Better Place anunciaram a segunda fase do desenvolvimento do programa de veículos sem emissões. Assim, a Renault fornecerá, em 2011, aos consumidores dinamarqueses automóveis 100% eléctricos, às normas europeias, que proporcionam a mobilidade com zero emissões e oferecem performances de condução similares às de um motor a gasolina. Por seu turno, a Nissan, através de uma filial comum com a NEC, concebeu uma bateria de ião de lítio que responde às necessidades de um veículo eléctrico e assegurará a sua produção em grande escala. Este anúncio vem na sequência da assinatura a 21 de Janeiro de 2008 em Jerusalém, de um memorando de entendimento entre a Renault e a Project Better Place para a primeira comercialização em larga escala de automóveis eléctricos. Na Dinamarca estão a ser reunidas as condições necessárias à comercialização em larga escala de automóveis eléctricos. O Governo dinamarquês apoiará os clientes através de incitações fiscais, a Renault fornecerá os automóveis eléctricos e a Better Place Denmark construirá uma rede de recarga das baterias em todo o território nacional. sexta-feira, 18 Abril de 2008 V Nissan com ano fiscal de forte crescimento “As vendas da Nissan em Portugal cresceram de uma forma muito significativa, ultrapassando largamento o crescimento do mercado”, afirma Diogo Jardim. A Nissan cresceu 31% no ano fiscal de 2007 (Abril 2007 a Março 2008) face ao exercício anterior, pelo que foi a marca generalista que mais cresceu no mercado nacional naquele período, muito acima dos 8% da média. O primeiro trimestre do ano civil de 2008 revelou-se também ele decisivo para a performance da Nissan em Portugal, com impressionante crescimento de 91,6% nas vendas por comparação com igual período de 2007. Esta subida permitiu ao ramo português da Nissan Iberia fechar os primeiros seis meses do Plano Portugal 360º, programa que visa levar à recuperação da marca, em todas as vertentes do negócio, até 2010, com excelentes perspectivas para o cumprimento dos seus ambiciosos objectivos. Para o brand director da Nissan Ibéria – Portugal, Diogo Jardim, estes primeiros seis meses de aplicação do Plano Portugal 360º reve- laram-se extremamente compensadores. “Toda a equipa de Portugal e de Espanha se empenhou e apesar de algumas restrições externas conseguimos alcançar no essencial os principais objectivos a que nos propusemos: as vendas da Nissan em Portugal cresceram de uma forma muito significativa, ultrapassando largamento o crescimento do mercado, e, em consonância com os nossos concessionários, foi realizado um forte investimento que nos permitiu nestes seis meses concluir o trabalho de implementação da nova imagem de rede”, referiu Jardim. “Vamos agora prosseguir a fase seguinte do Plano Portugal 360º com uma confiança reforçada no atingimento dos nossos ambiciosos objectivos: duplicar as vendas da Nissan até 2010, por comparação com 2006 e alcançar níveis de satisfação do cliente entre os melhores da indústria automóvel”, concluiu. Plano Portugal 360° tem duas fases O Plano Portugal 360º abarca duas fases, uma relativa ao período referente ao segundo Semestre de 2007 (Outubro 2007 a Março de 2008) e outra referente aos exercícios fiscais de 2008, 2009 e 2010. No longo prazo, o objectivo é levar a Nissan das 5151 unidades vendidas em 2006 para o dobro desse valor, ou seja, um crescimento de sensivelmente 100%, para atingir as 10 mil unidades vendidas em 2010. Para a ajudar a alcançar este objectivo a Nissan conta com um calendário de lançamentos constantes de novos produtos até 2010. Nesse calendário destacam-se a curto prazo três importantes – por diferentes razões – novidades: Pick Up, Murano e GT-R. A chegada da nova Nissan Pick Up representa o regresso, depois de Pequeno modelo tem preços entre 13 500 e 18 500 euros Lisboa recebeu novo Fiat 500 em festa É cerca de um ano de ausência, ao mercado nacional de um dos produtos mais conhecidos da marca e que historicamente é responsável por uma parte significativa dos resultados comerciais da Nissan no nosso mercado. Claramente posicionado como veículo comercial, a Pick Up vai permitir à Nissan estar de novo representada nos dois principais subsegmentos deste mercado: na vertente de lazer com a Navara e na de trabalho com a Pick Up. Pelo seu lado, Murano e GT-R representam os ícones mais expressivos da Nissan no design e na tecnologia de excepção. Serão por certo dois importantes motores do reconhecimento da marca nos próximos anos. Na estratégia de expansão de vendas da Nissan, o desenvolvimento e especialização da rede de concessionários da marca, quer ao nível de viaturas de passageiros, quer de oficial. O novo Fiat 500 chegou, finalmente, a Portugal. O modelo, considerado o Carro do Ano 2008, pode ter três motorizações, um 1.2 a gasolina com 69 cv, um 1.3 turbodiesel com 75 cv e um 1.4 a gasolina com 100 cv. Consoante o nível de equipamento, os preços do motor mais pequeno situam-se entre os 13 500 e os 15 500 euros e os do motor 1.3 diesel ficam entre os 15 500 e os 17 500, enquanto o 1.4 a gasolina tem preços entre 16 500 e 18 500 euros. Para o lançamento do novo 500, a Fiat uniu esforços com a MTV e com a cidade de Lisboa e criou um grande evento inédito que muitos apelidaram desde logo como a “festa do ano”. O modelo era, sem dúvida, o automóvel mais esperado do momento. Um pouco por isso e também porque o 500 é muito mais do que apenas mais um modelo da gama Fiat, é um verdadeiro “everyday masterpiece”, tem sido recebido não com as habituais e tradicionais apresentações mas sim com uma grande celebração. Foi isso que aconteceu no passado sábado, 5 de Abril, com o largo do Camões e a rua do Norte, no Bairro Alto, zona mais “trendy” da veículos comerciais, assume um papel crucial na melhoria dos níveis de satisfação dos clientes. Neste contexto, está em fase de conclusão a renovação da imagem de toda a rede de concessionários Nissan e vai ser inaugurada em breve, no Porto, a primeira concessão específica para veículos comerciais. Para isso, a Nissan Ibéria irá contar com a experiência neste segmento de mercado de um grupo nacional especializado nesta área de negócio. Recorde-se que os mercados de Portugal e Espanha estão unidos, desde Janeiro de 2007, numa nova empresa, a Nissan Iberia. Em Espanha, a Nissan está a aplicar um plano similar de crescimento das operações comerciais, designado por TOP e que tem como meta alcançar um volume de vendas recorde de 100 mil unidades em 2010, o que significa um crescimento de 60% relativamente ao exercício de 2006 capital, a vestirem-se de festa e a receberem convidados, transeuntes e público em geral com um espectacular show cruzando música, dança, design, moda, teatro, artes circenses e projecções multimédia que as ruas repletas de gente em festa, vibrante, prestaram, de algum modo, também elas a sua homenagem à chegada do Carro do Ano 2008. À semelhança do que sucedeu noutras cidades – como por exemplo Turim, Londres, Tóquio e Sidney –, foi em clima de grande animação que milhares de pessoas celebraram a chegada do novo ícone da Fiat. Um espectáculo teatral de 30 minutos no largo de Camões, evocativo à história dos 50 anos do 500, integrada na história recente de Portugal, deu o mote e serviu de introdução para o desvendar do automóvel que agora chega ao mercado português. A festa prosseguiu depois noite fora com as actuações dos DJ que levaram ao rubro os milhares de pessoas que lotaram por completo a rua do Norte. Masters at Work, Félix Da Housecat, Dezperados e Nicola Conte foram então os anfitriões de um acontecimento que tão cedo não será esquecido na noite de Lisboa. VI sexta-feira, 18 Abril de 2008 Concluem especialistas nas Conversas ao Pequeno-almoço do IPAM Após-venda é ferramenta de fidelização de clientes no sector automóvel O contacto que o apósvenda permite é uma importante ferramenta de fidelização de clientes no sector automóvel, segundo a directora de comunicação e de marketing da Toyota Caetano Portugal. “No nosso país só se compra carro a cada 7,5 anos, uma média superior à europeia. O após-venda deve aproveitar cada contacto para saber quais as preferências do cliente. É no contacto com o cliente que se pode ganhar”, afirmou Paula Arriscado na mais recente edição das Conversas ao Pequeno-almoço”, uma iniciativa do Instituto de Português de Administração e Marketing (IPAM). O sector automóvel deve, na medida do possível, apostar cada vez mais na comunicação “one to one” O administrador da Confiauto, concessionário da Renault e da Nissan para os distritos do Porto e de Braga, concorda que todas as áreas são cada vez mais importantes. “Contudo, a grande ferramenta de fidelização é o após-venda”, sublinha José Gonçalves Pereira. O responsável pela concessão da Lexus no Porto, Alexandre Silva, acrescentou que a relação com o cliente tem que ser repartida e dá o exemplo da marca que representa. “O vendedor tem que se concentrar nas vendas, mas deve ir contactando o cliente. A seguir, há um departamento de gestão do cliente, que é quem o acompanha ao contactá-lo regularmente. Depois, há o departamento de após-venda. Estes três pontos são importantes e o vendedor não se pode alhear do processo. Aliás, este é, muitas vezes, quem marca a primeira revisão do automóvel”, explica Alexandre Silva. Esta interacção entre os vários intervenientes no negócio automóvel tem, então, cada vez mais importância. Por exemplo no caso da Sporvap, concessionário da Audi no Porto, um dos instrumentos utilizados é colocar um vendedor de serviço à oficina. “Nas viaturas com quatro ou mais anos ele faz, em alguns casos, um estudo que apresenta ao cliente. Temos tido sucesso com esta iniciativa”, referiu o director comercial da empresa do grupo Gocial, para quem tão importante como conquistar novos clientes é manter os actuais proprietários da marca em questão. “A SIVA [o importador], por exemplo, já premeia bastante a fidelização”, acrescenta Miguel Bianchi Aguiar. A importância de acompanhar as tendências Outra forma de as empresas do sector comunicarem para o mercado é entenderem que há vários clientes-tipo. “Enquanto entendermos que os consumidores são todos iguais, não nos vamos desenvolver”, avisou o responsável pela comunicação institucional na Toyota Caetano Portugal, O período de vida útil do automóvel deve, segundo os especialista do sector, ser aproveitado para tentar a fidelização dos clientes. Bruno Galante. A mesma fonte adiantou que, nos próximos meses, os concessionários da marca japonesa vão ter cantos direccionados para vários consumidores diferentes. “Vamos, por exemplo, ter o canto energia, com o híbrido Prius e outros modelos, e o canto Urban, com o Aygo e outros modelos. Em cada canto vamos comunicar de forma diferente, pois o consumidor é distinto”, adiantou Galante. Também presente na iniciativa do IPAM, o director de comunicação do grupo Auto Sueco, José Albuquerque concordou que é necessário acompanhar as tendências e “o sector automóvel deve, na medida do possível, apostar cada vez mais” na comunicação “one to one”. Venda “on-line” vai crescer A propósito de tendências da comercialização, Ana Paula Cruz, docente do IPAM, avisou que “o consumidor que vem aí e que hoje tem 15 anos compra tudo ‘on-line’, pelo que é provável que o mesmo aconteça com os automóveis”. Paula Arriscado referiu que na Europa ainda não se vendem muitos carros “on-line”, mas a tendência é que a Internet ganhe cada vez mais importância, a qual hoje já tem em termos de “base de informação objectiva e subjectiva”. Gonçalves Pereira, da Confiauto, acredita que as novas gerações vão configurar o seu novo automóvel ainda em casa. “Os grandes ‘showrooms’ vão desaparecer, sendo substituídos por centros de ensaio. Os vendedores não vão deixar de ser muito importantes, mas haverá, acredito, esta mudança. E se calhar não estamos a falar de um futuro tão longínquo quanto se possa pensar, talvez dentro de dez anos isso já suceda”, vaticinou a mesma fonte. Alexandre Silva, da Lexus, acrescentou, por seu turno, que as vendas pela Internet já acontecem nos veículos usados e que nos novos tem importância crescente. “Nos novos, as pessoas já trazem, actualmente, a lição bem estudada da Internet e só vêm ver o carro e negociar um eventual desconto ao stand”, referiu. Com patrocínio a equipa de BTT e redução de emissões de CO2 Suzuki mais “saudável” A Suzuki está mais saudável. Por um lado, anunciou o patrocínio a uma equipa de BTT e, por outro, com a redução das emissões de CO2 nos seus modelos. Nas duas rodas, a marca passou a associar o seu nome à Berg Cycles/Sport Zone. No âmbito desta iniciativa, a equipa tem já à sua disposição um SX4 e Grand Vitara. O primeiro modelo está ao serviço de Marco Fidalgo, atleta profissional de Down Hill e FreeRide, Marco Fidalgo, que fará uso do Suzuki SX4, quer a nível profissional como pessoal. Os restantes membros da Team Berg Cycles/Sport Zone Powered by Suzuki, incluindo atletas e comitiva, vai recorrer ao SUV Grand Vitara. De acordo com o importador, a Cimpomóvel Veículos Ligeiros, o objectivo do patrocínio é promover uma nova dinâmica no que diz respeito ao desporto, à saúde e ao lazer. “A equipa agora apelidada de Berg Cycles/Sport Zone Powered by Suzuki tem vindo a desenvolver com sucesso acções ligadas à formação, lazer e competição, com o objectivo de desenvolver o espírito da adrenalina e do desporto, sempre com o maior profissionalismo”, conclui a marca. Gama mais “verde” Em relação à redução das emissões, segundo a marca nipónica, fica cumprida mais uma etapa no sentido de minimizar o impacto ambiental dos seus veículos e reduziu em toda a gama as emissões de CO2. O destaque deste esforço am- biental é o Swift 1.3 DDiS. A versão diesel deste Suzuki emite agora 120 g/km de CO2. Esta cifra será a fasquia pela qual a marca vai nivelar os seus novos produtos, começando desde já com o citadino Splash, nas versões gasolina e diesel, que a marca comercializará em breve. Assim, e segundo as novas regras do Imposto sobre veículos, cujo peso da componente ambiental é grande, a Suzuki aumenta a sua competitividade, reforçando a imagem de defesa ambiental e propondo modelos com preços mais concorrenciais. A diminuição do valor do imposto, obtida pela marca através da redução das emissões, será totalmente repercutida nos preços de venda ao público, beneficiando, claramente, os clientes da marca. sexta-feira, 18 Abril de 2008 Nos termos do artº 217, nº 7, do Código do Trabalho, os mapas de férias devem estar afixados nos locais de trabalho entre o dia 15 de Abril e o dia 31 de Outubro de cada ano. Reproduzimos em seguida algumas das disposições mais importantes do regime das férias e do disposto nesta matéria nos contratos colectivos de trabalho aplicáveis ao sector, que devem ser observadas: 1. MARCAÇÃO DO PERÍODO DE FÉRIAS Deve ser feita por mútuo acordo entre a entidade patronal e o trabalhador. No caso de não haver acordo, compete à entidade patronal elaborar o mapa de férias, depois de ouvir a comissão de trabalhadores, ou, na falta desta, a comissão sindical ou intersindical, se estas existirem, na empresa (Clª 67ª nº 3 do CCT do Sector Automóvel). No caso de ser a entidade patronal a marcar as férias, deverão elas recair no período compreendido entre 1 de Maio e 31 de Outubro, salvo se outra coisa resultar de acordo com as entidades atrás referidas (art. 217, nº 3, do Cod. do Trabalho e clª 67ª, nº 4, do referido CCT). Para as empresas abrangidas pelo CCT do Sector Automóvel, as férias só devem ser marcadas para serem gozadas interpoladamente, desde que haja acordo entre a entidade empregadora e os trabalhadores e desde que a este seja assegurado um período mínimo de dez dias úteis consecutivos (Cla. 67ª nº 8 do referido CCT) Neste caso, deve indicar-se tal situação, no mapa de férias, ou seja, a data do início e termo de cada um dos períodos de férias. 2. PERÍODO DE FÉRIAS Os trabalhadores têm direito a 22 dias úteis de férias remuneradas (art. 213º, nº 1, do Cód. do Trabalho), excluindo sábados, domingos e feriados. O artº 213º, nº 3, do Código do Trabalho prevê que aquela duração seja aumentada, no caso de o trabalhador não ter faltado, no ano a que as férias se reportam (em princípio no ano anterior ao do gozo das férias), ou no caso de ter apenas faltas justificadas nesse ano, nos seguintes termos: a) 3 dias até ao máximo de uma falta ou 2 meios dias; b) 2 dias até ao máximo de 2 faltas ou 4 meios dias; c) 1 dia até ao máximo de 3 faltas ou 6 meios dias. Diga-se que qualquer falta injustificada afasta o eventual direito a esta duração aumentada das férias e que contam para a sua determinação todas as faltas justificadas, com excepção das dadas por licenças por maternidade ou paternidade (artº 97º, nº 1, da Lei 35/2004), consideradas pelo art. 50’º, nº 1 do Código como prestação efectiva de serviço. Contam também os dias de suspensão do contrato de trabalho por facto respeitante ao trabalhador, equiparados às faltas justificadas pelo artº 213º, nº 4, do CT. Temos no entanto entendido que este regime de duração aumentada das férias não se aplica às empresas abrangidas pelo CCT do Sector Automóvel. Com efeito, entendemos que a referida norma não é imperativa, podendo ser afastada por disposição da contratação colectiva de trabalho aplicável. E, ao contrário do que dispõe o artº 213º, nº1, do Cód. do Trabalho, a cláusula 65ª nº1 daquele CCT não prevê um período mínimo de férias, mas um período único de 22 dias úteis, não admitindo um outro diferente. Atendendo à regra do artº 4º do Código do Trabalho, que consagra a prevalência das normas dos intrumentos de regulamentação colectiva de trabalho sobre as do Código, quando delas não resulte o contrário, como, em nosso entender,é o caso, a referida cláusula do CCT do Sector Automóvel afasta, relativamente às empresas a que se aplica, a duração aumentada das férias, prevista naquele dispositivo do Código. Não queremos, contudo, deixar de prevenir os nossos associados que este entendimento não é pacífico. Para alguns, o Código do Trabalho, no que respeita ao regime das férias, é imperativo, não admitindo regulamentação em contrário da contratação colectiva aplicável. Para outros, embora o não seja, as cláusulas dos instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho que prevêem a duração de 22 dias úteis para as férias não impedem a duração aumentada e não se opõem a esta, valendo por isso quanto a ela o disposto no artº 213º, nº3, daquele Código. Parece-nos, por isso, que os nossos associados não poderão contar com uma orientação segura, no sentido proposto, por parte da jurisprudência que vier a ser emitida pelos Tribunais sobre o assunto. E não queremos também deixar de dizer que, admitindo que muitos dos nossos associados entendam como benéfico para as suas empresas o incentivo à assiduidade que a duração aumentada das férias representa e a pretendam consagrar nas mesmas, nenhum obstáculo vemos, nesses casos, à sua aplicação voluntária, independentemente de os seus trabalhadores terem ou não direito a ela. Assim, só os trabalhadores a que se aplique o CCT das Garagens, Estações de Serviço e Postos de Abastecimento de Combustíveis, ou seja, as empresas que exclusivamente se dediquem a estas actividades ou à montagem de pneumáticos, terão direito àquela duração aumentada, de mais três, dois ou um dia de férias, consoan- te, no ano a que as férias se reportam, tenham dado, respectivamente, até uma, duas ou três faltas justificadas ou dois, quatro ou seis meios dias de faltas justificadas. No ano de admissão, o trabalhador tem direito, após 6 meses completos de execução do contrato, a gozar dois dias úteis por cada mês de duração do contrato, até ao máximo de 20 dias úteis. Se sobrevier o termo do ano civil, antes de decorrido este prazo de 6 meses, ou antes de gozadas as férias pode o trabalhador usufruí-las até 30 de Junho do ano civil subsequente. Contudo, neste último caso, não pode resultar para o trabalhador um período de férias, nesse ano civil subsequente, superior a 30 dias. Os trabalhadores admitidos com contrato cuja duração total não atinja 6 meses têm direito a gozar dois dias úteis por cada por cada mês completo de duração do contrato. 3. ENCERRAMENTO DAS EMPRESAS PARA FÉRIAS Desde que seja assegurado o gozo integral do direito a férias de todos os trabalhadores, a empresa ou qualquer dos seus estabelecimentos poderá encerrar para férias do pessoal, nos seguintes períodos: Entre 1 de Maio e 31 de Outubro: Em princípio, até 15 dias consecutivos; Período superior a 15 dias consecutivos, quando a natureza da actividade assim o exigir ou mediante parecer favorável da Comissão de Trabalhadores. Entre 1 de Novembro e 30 de Abril do ano seguinte: Mediante parecer favorável da Comissão de Trabalhadores; Até 5 dias úteis consecutivos, durante as férias escolares do Natal. SERVIÇOS JURÍDICOS Mapa de férias – afixação até 15 de Abril VII " 1. Inscrição no Cadastro Comercial: O objectivo do cadastro comercial é identificar e caracterizar os estabelecimentos comerciais com vista à constituição de uma base de informação capaz de permitir a realização de estudos sobre o sector (DL nº 462/99, de 5 de Novembro) 2. Afixação do período de funcionamento: Entende-se por período de funcionamento o intervalo de tempo diário durante o qual os estabelecimentos podem exercer a sua actividade (Artigo 160º do Código do Trabalho, Artigo 176º da Lei nº 35/2004, de 29 de Julho, e DL nº 48/96, de 15 de Maio) 3. Afixação de preços: Todos os bens destinados à venda a retalho devem exibir o preço de venda ao consumidor, incluídas neste todas as taxas e impostos (DL nº 162/99, de 13 de Maio) 4. Afixação do valor/hora do Espaço Oficinal Ocupado: De acordo com as regras da afixação obrigatória de preços na venda ou prestações de serviços ao consumidor, havendo taxas de deslocação ou outras previamente estabelecidas, devem as mesmas ser indicadas especificamente (DL nº 162/99, de 13 de Maio) 5. Orçamentação: Em relação às despesas de or- çamentação, essa matéria não está especificamente regulada na lei, embora se possa entender, e decorra dos princípios gerais de direito, que, se houve efectivamente a prestação de um serviço (a elaboração do orçamento), este pode e deve ser cobrado (Código Civil, Directiva CNQ 18/2000) 6. Informação Obrigatória na Exposição de Veículos Usados: Na venda de automóveis ligeiros de passageiros e motociclos usados é obrigatória a prestação das seguintes informações: Matrícula; preço; ano de construção, conforme o respectivo livrete; data de matrícula, conforme o respectivo livrete; registos de propriedade anteriores e seu número, conforme o respectivo título; garantia de fábrica – prazo de garantia e quilómetros, ou qualquer outra garantia dada pelo fabricante, cujo prazo ainda não tenha expirado; Garantia de usado – prazo ou quilómetros, ou outra garantia que o vendedor conceda (DL nº 74/93, de 10 de Março) 7. Informação Obrigatória na Exposição de Veículos Novos: É obrigatório, na comercialização ou locação financeira de automóveis novos de passageiros, disponibilizar ao consumidor informações sobre a economia de combustível e S íntese Legislativa ADMINISTRATIVA DL n.º 40/2008, de 10.03 Altera o Decreto-Lei n.º 78/2003, de 23 de Abril, que cria a bolsa de emprego público Portaria n.º 232/2008, de 11.03 Determina quais os elementos que devem instruir os pedidos de informação prévia, de licenciamento e de autorização referentes a todos os tipos de operações urbanísticas, e revoga a Portaria n.º 1110/2001, de 19 de Setembro. DL n.º 50/2008, de 19.03 Procede à 16.ª alteração ao Decreto-Lei n.º 38 382, de 7 de Agosto de 1951, que estabelece o Regulamento Geral das Edificações Urbanas AMBIENTAL DL n.º 45/2008, de 11.03 das obrigações decorrentes para o Estado Português do Regulamento (CE) n.º 1013/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de Junho, relativo à transferência de resíduos, e revoga o Decreto-Lei n.º 296/95, de 17 de Novembro. DL n.º 46/2008 12.03 Aprova o regime da gestão de resíduos de construção e demolição função do sexo no acesso a bens e serviços e seu fornecimento, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2004/113/CE, do Conselho, de 13 de Dezembro Portaria n.º 246/2008, de 27.03 Prorroga, por um ano, o prazo previsto no artigo 19.º da Portaria n.º 1192-B/2006, de 3 de Novembro (NRAU) COMERCIAL Procede à terceira alteração ao Decreto- DL n.º 42/2008, de 10.03.08 DL n.º 67/2008, de 8.04 Lei n.º 196/2003, de 23 de Agosto, que transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2000/53/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de Setembro, relativa aos veículos em fim de vida CIVIL Assegura a execução e garante o cum- Lei 14/2008, de 12.03 primento, na ordem jurídica interna, as emissões de dióxido de carbono (CO 2) dos veículos. E devem ainda disponibilizar gratuitamente aos consumidores a consulta do guia de economia de combustível a elaborar e publicitar pela Direcção-Geral de Viação (DGV) até 31 de Dezembro de cada ano, já a partir de 2001, referente aos modelos de automóveis ligeiros de passageiros novos que serão colocados no mercado e comercializados no ano seguinte. Os responsáveis pelos pontos de venda poderão adquirir os exemplares do guia à DGV (DL nº 304/2001, de 26 de Novembro) 8. Livro de reclamações: O Decreto-Lei nº 156/2005, de 15 de Setembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei nº 371/2007, de 6 de Novembro, estabelece a obrigatoriedade de disponibilização do livro de reclamações por parte de todos os estabelecimentos de fornecimento de bens ou prestação de serviços. 9. Facturas: A factura ou documento equivalente devem ser emitidos o mais tardar no 5º dia útil seguinte ao do momento em que o imposto é devido. Todavia, em caso de pagamentos relativos a uma transmissão de bens ou prestação de serviços ainda não efectuada, a data da emissão Proíbe e sanciona a discriminação em Aprova o regime jurídico a que fica sujeita a actividade de comércio a retalho exercida por feirantes, bem como o regime aplicável às feiras e aos recintos onde as mesmas se realizam Portaria n.º 234/2008, de 12.03 Altera o Regulamento do Registo Comercial, aprovado pela Portaria n.º 657-A/2006, de 29 de Janeiro, com as do documento comprovativo coincidirá sempre com a da percepção de tal montante (Artigo 35º do Código do IVA) 10. Relação de Bens Transaccionados: Os proprietários, administradores, directores, ou quaisquer outros responsáveis dos estabelecimentos em que se proceda à guarda, fabrico, transformação, restauração e comercialização de, entre outros bens, ferro velho, sucata, veículos e acessórios ou quaisquer outros que possam ocultar actividades de receptação ou comercialização ilícita de bens constituem-se na obrigação de entregar no departamento da Polícia Judiciária com jurisdição na área em que se situam, até quarta-feira da semana seguinte àquela a que respeitam, relações completas, conforme modelo exclusivo cuja cópia lhes é facultada em suporte digital ou de papel, das transacções efectuadas, com identificação dos respectivos intervenientes e objectos transaccionados, incluindo os que lhe tenham sido entregues para venda ou permuta, a pedido ou por ordem de outrem (DL nº 275A/2000, de 9 de Novembro, alterado pelo DL nº 304/2002, de 13 de Dezembro, (Lei Orgânica da Polícia Judiciária). alterações introduzidas pela Portaria n.º 1416-A/2006, de 19 de Dezembro Lei n.º 16/2008, de 1.04 Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2004/48/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril, relativa ao respeito dos direitos de propriedade intelectual, procedendo à terceira alteração ao Código da Propriedade Industrial, à sétima alteração ao Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos e à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 332/97, de 27 de Novembro CONSUMO DL n.º 57/2008, de 26.03 Estabelece o regime aplicável às práticas comerciais desleais das empresas nas relações com os consumidores, ocorridas antes, durante ou após uma transacção comercial relativa a um bem ou serviço, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2005/29/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de Maio, relativa às práticas comerciais desleais das empresas nas relações com os consumidores no mercado interno RODOVIÁRIA & TRANSPORTES DL n.º 43/2008, de 10.03 Cria a Taxa de Regulação das Infra-Estruturas Rodoviárias e aprova o respectivo regime jurídico DL n.º 63-A/2008, de 02.04 Altera o Decreto-Lei n.º 170-A/2007, de 4 de Maio, e respectivos anexos, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2006/89/CE, da Comissão, de 3 de Novembro, que adapta pela sexta vez ao progresso técnico a Directiva n.º 94/55/CE, do Conselho, de 21 de Novembro, relativa ao transporte rodoviário de mercadorias perigosas SERVIÇOS JURÍDICOS Algumas obrigações inerentes à actividade comercial VIII sexta-feira, 18 Abril de 2008 BREVES Lista de actividades A ARAN reuniu com o Instituto de Registos e Notariado, I.P. no passado dia 7 de Abril, em Lisboa, no intuito de esclarecer algumas das questões que nos têm colocado os senhores associados relativamente aos aspectos mais práticos do registo online de veículos. A ARAN tem já mais uma sessão de esclarecimento agendada com aquele Instituto para o próximo dia 24 de Abril. O Presidente da Direcção da ARAN, António Teixeira Lopes, reuniu por duas vezes no Mês de Março com o Presidente da ANTRAL, com vista à definição de uma posição e de uma estratégia conjuntas relativamente a dois grandes problemas com que se debate a classe dos prestadores de serviço de pronto-socorro: O livrete individual de controlo e o gasóleo profissional, cujo regime está para já apenas previsto para os veículos pesados. Nesse sentido a ARAN dirigiu também diversas exposições ao Governo com o objectivo de alargar o âmbito de aplicação daquele regime de gasóleo profissional. A ARAN tem vindo a remeter inúmeras solicitações à ACT – Autoridade para as Condições de Trabalho, com o objectivo de agendar uma reunião com esta entidade para discutir a aplicação das disposições relativas ao livrete individual de controlo, mas. lamentavelmente, ainda não conseguiu ser recebida. Entretanto, a ARAN encontra-se a elaborar um estudo comparativo que incide sobre as disposições legais relativas ao livrete, tacógrafos e publicidade de horários de trabalho para apresentar junto da ACT. A ARAN tem estado empenhada em esclarecer a situação legal em que se encontra a Mediagnóstico / Medissegurança, com quem cancelou o protocolo que mantinha em matéria de SHST, designadamente junto dos serviços de Finanças e junto dos serviços do Registo Comercial. Local de Afectação – Actividade de Pronto-Socorro O Regulamento (CEE) nº 3820/85, relativo à introdução de um aparelho de controlo no domínio dos transportes rodoviários, foi revogado pelo Regulamento (CE) nº561/2006 de 15 de Março, relativo à harmonização de certas disposições em matéria social no domínio dos transportes rodoviários. Ao abrigo do Regulamento (CE) nº561/2006 e do Regulamento (CEE) nº 3821/85, de 20 de Dezembro, ficam dispensados da obrigação de instalar e/ou utilizar o aparelho de controlo (tacógrafo), para além dos referidos no artigo 3º do Regulamento (CE) nº 561/2006, os transportes a que se refere o nº 2º da Portaria n.º 222/2008, de 5 de Março. A Portaria nº 222/2008, estabelece como local de afectação das empresas de veículos Pronto-Socorro, para além da sede, o local onde a empresa disponha de instalações fixas e a partir de onde exerce toda ou parte da sua actividade, desde que averbado no respectivo alvará ou certificado, devendo a licença de cada veículo da empresa especificar um único local de afectação. Apreensão do automóvel através da internet Segundo informação divulgada pelo portal do Ministério da Justiça, aqui reproduzida, a partir de Abril deste ano será possível pedir a apreensão do veículo através da Internet. As pessoas passarão a dispor de uma nova arma para actualizar o registo automóvel. Poderão pedir a partir de suas casas, sem deslocações, a apreensão de um veículo que já não é seu, mas que continua registado em seu nome. Até agora, a apreensão do veículo tem de ser pedida junto do IMTT, das autoridades policiais ou das conservatórias do registo. Esta medida é especialmente relevante, tendo em conta que o Ministério da Finanças já divulgou um comunicado em que afirma que não se irá proceder à liquidação oficiosa do IUC relativamente aos contribuintes que solicitarem a apreensão do veículo. Atendimento telefónico da ACT na área da promoção da segurança e saúde no trabalho A partir do dia 7 de Abril, a Autoridade para as Condições do Trabalho, através do seu número geral (213 308 700) disponibiliza um serviço de atendimento telefónico temático na área da promoção da segurança e saúde no trabalho. Temas abrangidos por este serviço telefónico e respectivos horários de atendimento: Processo de autorização de empresas prestadoras de serviços externos de SHST Ás segundas e quintas-feiras, das 10h00 às 12h00 Certificação da aptidão profissional de técnicos e técnicos superiores de SHT. Às terças-feiras, das 10h00 às 12h00 Às quintas-feiras, das 14h30 às 16h30 Homologação, reconhecimento e validação de formação na área da SHT Às quartas e sextas-feiras, das 10h00 às 12h00 Notificações e autorizações obrigatórias em matéria de SHT Às segundas e quartas-feiras, das 14h30 às 16h30 SERVIÇOS JURÍDICOS " Obrigações laborais INFORMAÇÕES DE AFIXAÇÃO OBRIGATÓRIA 1. Dever de Informação: O empregador deve afixar na empresa, em local apropriado, a informação relativa aos direitos e deveres do trabalhador em matéria de igualdade e não discriminação (Artigo 31º da Lei nº 35/2004, de 29 de Julho) 2. Mapas de Horário de Trabalho: Em todos os locais de trabalho deve ser afixado em lugar bem visível um mapa de horário de trabalho elaborado pelo empregador donde conste também o início e termo do período de funcionamento da empresa ou estabelecimento. Sempre que os elementos de indicação obrigatória não forem comuns a todos os trabalhadores, devem constar dos mapas os nomes dos trabalhadores cujo regime seja diferente do estabelecido para os restantes (artigo 179º do Código do Trabalho) 3. Mapas de Horário de Trabalho nas viaturas: A bordo das viaturas comerciais afectas a empresas com actividades comerciais, industriais ou de serviços, quando conduzidas por sócios gerentes, deve existir uma isenção de horário especial para sócios-gerentes, comunicada à ACT. Quando estas viaturas sejam conduzidas por trabalhadores sujeitos a um horário de trabalho normal e fixo, deve o respectivo horário estar afixado nas viaturas, constando outro exemplar nas instalações da empresa. Quando conduzidas por motoristas, sujeitos, portanto a horários móveis, devem estes funcionários poder comprovar por documento a sua categoria profissional, e ser portadores de um livrete individual de controlo conforme ao Decreto Regional nº 96/82, de 16 de Dezembro, cuja validação depende de registo e autenticação pela ACT. Para as viaturas adquiridas em sistema de leasing, vale o que atrás foi referido, devendo estas, além disso, trazer cópia do contrato de locação financeira e do livrete (artigo 179º do Código do Trabalho) 4. Mapa de Férias: O mapa de férias, com início e termo dos períodos de férias de cada trabalhador, deve estar afixado na empresa, em local e de forma bem visível, entre 15 de Abril e 31 de Outubro de cada ano (Artigo 217º do Código do Trabalho) 5. Apólice do Seguro de Acidentes de Trabalho: Todas as empresas que tenham normalmente ao seu serviço mais de cinco trabalhadores devem afixar, nos respectivos estabelecimentos e em lugar bem visível, as disposições da lei e seus regulamentos, referentes às obrigações dos sinistrados e dos responsáveis. Os recibos de retribuição devem obrigatoriamente, identificar a empresa de seguros para a qual o risco se encontra transferido à data da sua emissão (artigo 66º do DL nº 143/99, de 30 de Abril) 6. Plano de Formação: O empregador deve elaborar planos de formação anuais ou plurianuais, com base no diagnóstico de necessidades dos trabalhadores e dar a conhecê-lo aos trabalhadores, na parte que a cada um respeita, bem como à comissão de trabalhadores, ou na sua falta, à comissão sindical ou intersindical, ou aos delegados sindicais. O plano de formação deve especificar os objectivos, as acções que dão lugar à emissão de certificados de formação profissional, as entidades formadoras, o local e o horário de realização das acções (artigo 165º da Lei nº 35/2004, de 29 de Julho) 7. Informação sobre Direitos Decorrentes de Maternidade ou Paternidade: O empregador deve afixar na empresa, em local apropriado, a informação relativa aos direitos e deveres do trabalhador em matéria de maternidade e paternidade (artigo 67º da Lei nº 35/2004, de 29 de Julho) 8. Informação Relativa aos Postos de Trabalho Permanentes: O empregador deve afixar informação relativa à existência de postos de trabalho permanentes que se encontrem disponíveis na empresa ou estabelecimento, para efeitos de exercício do direito de preferência na admissão, pelos trabalhadores contratados a termo (artigo 133º do Código do Trabalho) 9. Regulamentos internos: O empregador deve dar publicidade ao conteúdo do regulamento interno de empresa, designadamente afixando-o na sede da empresa e nos locais de trabalho, de modo a possibilitar o seu pleno conhecimento, a todo o tempo, pelos trabalhadores (artigo 153º do Código do Trabalho) ALGUMAS OBRIGAÇÕES LABORAIS A CUMPRIR EM DATA NÃO FIXA 1. Dever de Informação ao Trabalhador: O empregador tem o dever de informar por escrito o trabalhador sobre aspectos relevantes do contrato de trabalho, através de um ou vários documentos assinados pelo empregador, ou mesmo reduzindo a escrito o contrato de trabalho, desde que deste constem todos os elementos de indicação obrigatória, como sejam a identificação do empregador; existência de relação de coligação societária, se for o caso; sede ou domicílio do empregador; local de trabalho; categoria profissional e descrição sumária do seu conteúdo funcional; data de celebração do contrato e início dos seus efeitos; duração previsível do contrato, se este for sujeito a termo resolutivo; duração das férias, ou critérios para a sua determinação; prazos de aviso prévio a observar pelo empregador e trabalhador para a cessação do contrato ou critérios para a sua determinação; valor e periodicidade da retribuição; período normal de trabalho diário e semanal, especificando os casos em que é definido em termos médios; instrumento de regulamentação colectiva aplicável, se for o caso. Esta informação deve ser prestada nos 60 dias subsequentes à execução do contrato (artigos 97º e 98º do Código do Trabalho) 2. Comunicação Relativa aos Contratos a Termo: O empregador deve comunicar a celebração e a cessação de contrato a termo à Comissão de Trabalhadores, e, tratando-se de trabalhador filiado em associação sindical, à respectiva estrutura representativa, no prazo de 5 dias úteis a contar da celebração ou cessação do contrato (artigo 133º do Código do Trabalho) 3. Registo do Tempo de Trabalho: O empregador deve manter um registo que permita apurar o número de horas de trabalho prestadas pelo trabalhador, por dia e por semana, com indicação da hora de início e de termo do trabalho (artigo 162º do Código do Trabalho) 4. Registo de Trabalho Suplementar: O empregador deve possuir um registo do trabalho suplementar, onde, antes do início da prestação e logo após o seu termo, são anotadas as horas de início e termo do trabalho suplementar. Este registo deve conter a indicação expressa do fundamento da prestação de trabalho suplementar, os períodos de descanso compensatório gozados pelo trabalhador e deve ser visado pelo trabalhador imediatamente a seguir à sua prestação (artigo 204º do Código do Trabalho) 5. Registo de Pessoal: O empregador deve manter permanentemente actualizado o registo do pessoal em cada um dos seus estabelecimentos, com indicação dos nomes, datas de nascimento e admissão, modalidades dos contratos, categorias, promoções, retribuições, datas de início e termo das férias, faltas que impliquem perda da retribuição ou diminuição dos dias de férias (artigo 120º do Código do Trabalho) Sirer – alterações dos prazos de preenchimento O prazo limite para preen- ano de 2007 terminava no dia chimento do MIRR foi alarga- 31 de Março de 2008. do por mais um ano Em 31 de Março de 2008, O Decreto-Lei n.º 178/2006, foi publicada a Portaria n.º de 5 de Setembro, que aprovou 249-B/2008, que vem prorroo regime geral da gestão de re- gar o prazo limite para preensíduos, criou o Sistema Inte- chimento dos Mapas Integragrado de Registo Electrónico dos de Registos de Resíduos de Resíduos (SIRER), sistema (MIRR) relativos ao ano de que cria por via electrónica um 2007. Assim, o prazo de premecanismo enchimento de registo dos mapas e acesso a de registo dados sobre de resíduos O prazo registos. relativos aos de preenchimento A Pordados do taria n.º ano de 2007 dos mapas 1408/2006, é deferido de 18 de para 31 de de 2007 De ze m b ro , Março de é deferido para 31 alterada 2009, data pela Poraté à qual, de Março de 2009 taria n.º simultane320/2007, amente, se de 23 de efectiva o Março, aprovou o regula- preenchimento dos dados relamento de funcionamento do tivos ao ano de 2008. SIRER, estabelecendo as rePara as empresas que tenham gras de registo, bem como a preenchido, até 31 de Março, gestão da respectiva base de os dados relativos ao ano de dados. 2007, consideram-se válidos, De acordo com esta regula- sem prejuízo da possibilidade mentação, o prazo limite de de introdução de eventuais acpreenchimento dos mapas de tualizações por parte dos utiliregisto de resíduos relativos ao zadores. Aplicação de películas nos vidros automóveis Conforme publicado na Revista ARAN no pas- concedidas por outros estados membros são consisado mês de Janeiro, o Decreto-Lei n.º 40/2003, de deradas equivalentes à homologação nacional. 11 de Março, alterado e republicado pelo DecreNa sequência da reunião do Conselho Directito-Lei n.º 392/2007, de 27 de Dezembro, aprova vo do IMTT, I.P, realizada em 20 de Março de o Regulamento Relativo aos Vidros de Segurança 2008, foi aprovado, e enviado para publicação no e aos Materiais para Vidros dos Automóveis e seus Diário da República, o despacho previsto no n.º Reboques. Este diploma estabelece as condições 1 do artigo 21º do referido Decreto-Lei. Após a para a aplicação de películas coloridas nos vidros sua publicação e entrada em vigor, estão criadas as dos automóveis, estabelecendo igualmente as re- condições necessárias para que os Centros de Cagras de instalação de películas tegoria B procedam plásticas coloridas não homoàs inspecções extralogadas, conjuntamente com ordinárias, previstas os vidros. Estas últimas devem no artigo 25º daquele Caso as películas estejam ser aplicadas no lado interior Decreto-Lei. conformes com o de vidros homologados, em Desta forma, após todas as janelas de automóveis aprovação no Centro Regulamento Relativo das categorias M1 e N1. de Inspecção, os proEste regime jurídico prevê reprietários dos veículos aos Vidros de Segurança gras relativas a homologação e com películas instalae aos Materiais para respectiva marca. Assim, caso as das, podem concluir a películas estejam conformes com legalização desta transVidros dos Automóveis e o Regulamento Relativo aos Viformação procedendo seus Reboques, ser-lhes-á dros de Segurança e aos Mateao averbamento do riais para Vidros dos Automóveis Documento Único ou concedida homologação e seus Reboques ser-lhes-á conCertificado de Matrícedida homologação nacional, cula junto dos servipor um período de cinco anos a ços do IMTT, I.P. contar da data da respectiva concessão. Entretanto e até à data, o IMTT, I.P informa De acordo com o artigo 21.º do citado diploma, que foram consideradas equivalentes à homologaas películas devem conter marca de homologação. ção nacional as marcas constantes apresentadas na Esta marca deve ser claramente legível e indelével listagem de películas com homologação reconhequando a película esteja afixada no vidro. cida, disponível no site do IMTT; I.P (www.imtt. As homologações válidas, e respectivas marcas, pt). " Alteração da regulamentação de veículos em fim de vida A gestão de veículos em fim de vida sofreu significativas alterações nos últimos anos, consequência da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 196/2003, de 23 de Agosto. No passado dia 8 de Abril, foi publicado em Diário da República o Decreto-Lei n.º 68/2008, que vem alterar o anterior diploma. Das várias alterações introduzidas, salientam-se as seguintes: - Alargamento, na medida do possível, das disposições até agora aplicáveis apenas aos veículos abrangidos pela directiva comunitária às restantes tipologias de veículos. - Num processo de perda total, as seguradoras são obrigadas a informarem os seus clientes sobre a obrigatoriedade do salvado ser entregue num centro de abate licenciado. - Regras sobre transporte de veículos em fim de vida. - Incremento significativo das penalizações previstas para as infracções cometidas no âmbito da gestão de veículos em fim de vida (VFV). Gestão de VFV A redução da quantidade de resíduos a eliminar proveniente de veículos e de VFV, bem como a melhoria contínua do desempenho ambiental de todos os operadores intervenientes no ciclo de vida dos veículos, constituem objectivos a atingir com a presente regulamentação. De acordo com a alínea f ) do artigo 2.º do citado diploma, entende-se por operadores, entre outros, os fabricantes, os importadores e os distribuidores de veículos, as entidades que procedem à reparação e manutenção de veículos, as companhias de seguro automóvel, os transportadores de VFV e seus componentes, os operadores dos centros de recepção, de desmantelamento e de fragmentação. Todos os operadores são responsáveis pela gestão dos VFV, seus componentes e materiais. Sem prejuízo da aplicação de outros regimes legais (óleos usados, acumuladores e pneus usados), as empresas de reparação e manutenção automóvel são responsáveis pelo adequado encaminhamento para tratamento dos componentes e materiais que constituam resíduos e que sejam resultantes de intervenções por si realizadas em veículos. As empresas que efectuem transporte deste resíduo devem desenvolver a sua actividade sem colocar em perigo a saúde pública e o ambiente. Codificação e Informação De acordo com o disposto no artigo 7.º do citado diploma, os fabricantes ou importadores de veículos devem utilizar nomenclatura normalizada para rotulagem e identificação de componentes e materiais de veículos. Adicionalmente, estes operadores possuem um prazo máximo de seis meses, após início da comercialização de um novo veículo, para disponibilizar informações de desmantelamento. Novos procedimentos devem ser adoptados pelas empresas seguradoras. Assim, sempre que tenham qualquer intervenção num processo que leve à declaração de perda total, as empresas seguradoras informam o respectivo proprietário da obrigatoriedade de apresentação de um certificado de destruição para efeitos de cancelamento de matrícula e do registo, e de quem é responsável por essa apresentação. Funcionamento do Sistema Integrado Os proprietários ou detentores de VFV são responsáveis pelo seu encaminhamento, e custos do mesmo, para um centro de recepção ou para operador de desmantelamento. Caso um veículo tenha sofrido danos que impossibilitem definitivamente a circulação ou afectem gravemente as suas condições de segurança, o proprietário deve enviar, no prazo máximo de 30 dias a contar da data em que o veículo fique inutilizado, para um centro de recepção ou desmantelamento. Sempre que se verifique abandono de veículos, as autoridades municipais ou policiais competentes devem proceder ao respectivo encaminhamento, sendo os custos decorrentes responsabilidade do proprietário do veículo abandonado. No caso de salvados que integrem a esfera patrimonial de uma companhia de seguros, esta fica responsável pelo seu encaminhamento, no prazo máximo de 30 dias a contar da data em que o veículo seja considerado salvado. Actividades de Transporte O transporte de VFV está sujeito ao regime constante da Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio. De acordo com o ponto 1 do artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 64/2008, a actividade de transporte de VFV só pode ser realizada por operadores registados no Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos (SIRER). Sempre que se realize um transporte de VFV a partir de operadores de desmantelamento, o mesmo deve ser acompanhado de cópia do respectivo certificado de destruição ou de um documento único que contenha informação relativa aos VFV transportados. As empresas licenciadas para a actividade de pronto-socorro podem efectuar transporte de VFV, desde que os veículos pronto-socorro tenham uma capacidade máxima de transporte de três VFV. Destaca-se o facto de o transporte de VFV deve cumprir um conjunto de requisitos técnicos fixados no anexo V do recente diploma. Local de afectação na actividade de pronto-socorro O Regulamento (CEE) nº 3820/85, relativo à introdução de um aparelho de controlo no domínio dos transportes rodoviários, foi revogado pelo Regulamento (CE) nº 561/2006, de 15 de Março, relativo à harmonização de certas disposições em matéria social no domínio dos transportes rodoviários. Ao abrigo do Regulamento (CE) nº 561/2006 e do Regulamento (CEE) nº 3821/85, de 20 de Dezembro, ficam dispensados da obrigação de instalar e/ou utilizar o aparelho de controlo (tacógrafo), para além dos referidos no artigo 3º do Regulamento (CE) nº 561/2006, os transportes a que se refere o nº 2º da Portaria n.º 222/2008, de 5 de Março. A Portaria nº 222/2008 estabelece como local de afectação das empresas de veículos pronto-socorro, para além da sede, o local onde a empresa disponha de instalações fixas e a partir de onde exerce toda ou parte da sua actividade, desde que averbado no respectivo alvará ou certificado, devendo a licença de cada veículo da empresa especificar um único local de afectação. IX SERVIÇOS TÉCNICOS sexta-feira, 18 Abril de 2008 sexta-feira, 18 Abril de 2008 F ormação Profissional CURSOS DE FORMAÇÃO ARAN 2008 FORMAÇÃO X CURSOS DE FORMAÇÃO ARAN Designação Duração Início Fim Horário Valor Gestão Oficinal 21h 03-03-08 11-03-08 19-22h 120€ Gestão Ambiental 15h 31-03-08 04-04-08 19-22h 85€ Inglês Inicial -Nível I 15h 14-04-08 18-04-08 19-22h 85€ Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho 15h 05-05-08 09-05-08 19-22h 85€ 9h 26-05-08 28-05-08 19-22h 55€ Inglês Intermédio – Nível II Atendimento ao Cliente 15h 06-10-08 10-10-08 19-22h 85€ Finanças para não financeiros 21h 13-10-08 21-10-08 19-22h 120€ 9h 22-10-08 24-10-08 19-22h 55€ Técnicas de Negociação Imagem na Empresa Gestão e Comércio Automóvel Gestão de Equipas Inglês Comercial – Nível III Gestão de Reuniões 9h 28-10-08 30-10-08 19-22h 55€ 21h 03-11-08 11-11-08 19-22h 120€ 9h 12-11-08 14-11-08 19-22h 55€ 15h 17-11-08 21-11-08 19-22h 85€ 9h 25-11-08 27-11-08 19-22h 55€ Local: Instalações da ARAN - Rua Faria Guimarães 631 4200-291 Porto Tel. 22 509 10 53 Fax. 22 509 06 46 E-mail: [email protected] Condições exigidas para a inscrição ser considerada válida: 1. Ficha de Inscrição preenchida; 2. Cheque do montante endossado à ARAN ou transferência bancária (Banco: Caixa Geral de Depósitos - NIB 0035 0442 00002848930 69); 3. Cópias de B.I., Cartão de Contribuinte. Obs. As vagas são preenchidas por ordem de chegada das inscrições, documentos e pagamento. Para se inscrever contactar o Departamento de Recursos Humanos e Formação da ARAN: Tel. 22 509 10 53 Fax. 22 509 06 46 E-mail: [email protected] " FORMAÇÃO Gabinete de Emprego da ARAN OFERTAS: Referência 03/07 Empresa do Ramo Automóvel sediada no Porto pretende recrutar: Pintor / Chapeiro Auto Requisitos: - Sem experiência; - Disponibilidade imediata. Oferece: - Retribuição mínima prevista pelo contracto colectivo. Referência 05/07 Empresa de Reparação Automóvel sediada no Porto, pretende recrutar: Mecânico Auto Requisitos: - Sem ou com pouca experiência; Polivalente. Oferece: - Retribuição mínima prevista pelo contracto colectivo. Referência 06/07 PLANOS DE FORMAÇÃO NAS EMPRESAS O empregador deve elaborar planos de formação, anuais ou plurianuais, de forma a cumprir com a obrigatoriedade legal exigida no Código do Trabalho. Ao trabalhador com contrato sem termo, no âmbito da formação contínua, deve ser assegurada um número mínimo de 35 horas anuais de formação certificada, devendo abranger pelo menos 10% destes trabalhadores. Empresa de Reparação Automóvel sediada no Porto (Leça do Balio), pretende recrutar: Chapeiro Auto Requisitos: - Experiência mínima de 3 anos; Carta de Condução; Idade superior a 20 anos. O trabalhador contratado a termo também tem direito a receber formação dentro de limites estabelecidos no Código do Trabalho, sempre que a duração do contrato inicial ou com renovações exceda seis meses. Referência 01/08 Os planos de formação devem ser elaborados com base no Diagnóstico das Necessidades de Qualificação dos trabalhadores, ou seja, deve-se realizar um inquérito por escrito das necessidades de formação, onde conste a identificação do funcionário, as variadas áreas existentes, sugestões de cursos pretendidos, disponibilidade em termos de horário e outras questões relevantes. Oficinas Auto sediadas na Galiza (Espanha), pretendem recrutar: - 3 Mecânicos Auto (Vigo); - 3 Aprendizes de Mecânica (Porriño; Vigo) - 2 Pintores Auto (Marín; Vigo); - 1 Chapeiro (Vigo) - 1 Electricista (Puenteareas); - 1 Caixeiro (Porriño). Referência 02/08 Empresa de Reparação Automóvel sediada em Vila Nova de Gaia, pretende recrutar: Electricista Auto Requisitos: - Com ou sem experiência; Idade: de 18 a 35 anos; Oferece: - Retribuição de acordo com a experiência. Preferencialmente: 12º. Ano de Escolaridade Referência 03/08 Empresa de Reparação Automóvel sediada em Leça do Balio, pretende recrutar: Técnico de Mecatrónica Requisitos: - Experiência mínima de 1 ano; Idade: de 20 a 30 anos; Oferece: - Retribuição de acordo com a experiência. Depois de analisar os diagnósticos de necessidades de cada um dos seus trabalhadores, o empregador deve apresentar um plano de formação em que deve especificar, nomeadamente, os objectivos, as acções que dão lugar à emissão de certificados de formação profissional, as entidades formadoras, o local e horário de realização das acções. É importante referir que a obrigatoriedade de execução de um plano de formação não se aplica às microempresas. Para mais informações, contactar o Departamento de Recursos Humanos e Formação da ARAN. Maria Manuel Lopes Os interessados devem contactar o Gabinete de Emprego da ARAN Tel. 22 509 10 53; e-mail: [email protected] sexta-feira, 18 Abril de 2008 XI Jaguar e Land Rover passam da Ford para o construtor indiano Tata Negócio de luxo A Ford e a Tata acordaram finalmente a passagem da Jaguar e da Land Rover para a alçada do construtor indiano. O negócio, que está avaliado em quase 1,5 mil milhões de euros, representa a entrada da Tata nos automóveis de luxo. A Ford anunciou oficialmente a venda da Jaguar e da Land Rover à indiana Tata por 2,3 mil milhões de dólares (1,46 mil milhões de euros), devendo a operação ficar concluída até ao próximo mês de Setembro. Recorde-se que as negociações arrancaram em Agosto do ano passado, tendo a decisão de vendas de ambas xo da bandeira da Tata”. As vendas da Aston Martin, primeiro, e da Jaguar e Land Rover, agora, surgem para que o grupo americano compense o prejuízo superior a 8,5 mil milhões de euros registado no ano passado, motivado, sobretudo, pelas parcas vendas no mercado de origem. Nesta estratégia de revisão das operações globais, a Ford pare- as marcas sido tomada pelo grupo Ford, depois de em Março ter acertado a cedência da Aston Martin a um consórcio do Kuwait, por 480 milhões de libras (672 milhões de euros). O objectivo do construtor norte-americano é voltar a concentrar-se na marca principal. “Agora é tempo de a Ford se concentrar em integrar a marca globalmente, enquanto implementamos o nosso plano de criar uma Ford Motor Company forte e com crescimento”, afirmou o presidente do grupo Ford, Alan Mulally, para quem “a Jaguar e a Land Rover são marcas espantosas”. O executivo diz-se confiante de que ambas as marcas manterão a mesma filosofia “debai- ce, pelo menos por enquanto, deixar a divisão de automóveis de luxo apenas a cargo da Volvo. Ford vai manter ligação às marcas Contudo, a Ford não vai cortar, definitivamente, o “cordão umbilical” com a Jaguar e a Land Rover e vai manter a colaboração na área técnica, sobretudo no que concerne a motores. Além disso, vai contribuir, talvez por pressão dos sindicatos, com 600 milhões de dólares (380 milhões de euros), para os planos de pensões de ambas as marcas inglesas que passam, agora, para as mãos de uma empresa Jaguar XK mais competitivo da ex-colónia britânica. Adicionalmente, a Ford vai fornecer crédito, durante o ano seguinte à efectivação do negócio, aos concessionários das marcas. O presidente do grupo Tata afirmou-se satisfeito pela conclusão do negócio e deixou garantias de que as identidades das marcas não vão ser “beliscadas”. “Estamos muito agradados com a possibilidade de a Jaguar e da Land Rover virem a ser uma parte significativa do nosso negócio automóvel. Temos um grande respeito pelas duas marcas e vamos esforçar-nos para preservar as suas heranças, mantendo as suas identidades intactas”, disse Ratan Tata. “Este é um bom acordo. Oferece à equipa de gestão e aos empregados da Jaguar Land Rover a segurança necessária para que continuem a focalizar-se em conseguir os melhores resultados”, referiu o vice-presidente executivo da Ford Europa, Lewis Booth. O presidente do grupo indiano, Ratan Tata, sublinha a manutenção da “linhagem” da Jaguar e da Land Rover. “Temos um grande respeito pelas duas marcas e vamos esforçar-nos para preservar as suas heranças, mantendo as suas identidades intactas”, garantiu. (café). A aquisição da Jaguar e da Land Rover surge como uma forma de a marca da ex-colónia britânica entrar, pela porta grande, no segmento de veículos de luxo, muito diferente dos automóveis populares que produz à data. De resto, no capítulo de carros baratos, prepara-se para subir (ou baixar) a fasquia, com o Tata Nano. Também conhecido como “1 lakh car” - ou 100 mil rupias, a moeda indiana –, o modelo vai chegar ao modelo é ser barato, este novo Tata não oferece elementos que hoje são considerados básicos nos automóveis, como travões ABS, airbags ou vidros eléctricos. A ideia do Nano partiu do próprio presidente do grupo. “Todos os dias, vejo famílias equilibrandose em cima de motociclos nas ruas da Índia. O pai conduz, o filho agarra-se ao volante e a mulher vai na pendura com um bebé no colo. Queria oferecer um meio de trans- mercado indiano nos próximos meses e vai custar, de acordo com a empresa, cerca de 2500 dólares (1700 euros). Mostrado ao mundo em Janeiro último, no Salão Automóvel de Nova Deli, o Tata Nano tem quatro portas e o mesmo número de lugares, com um comprimento de 3,1 m, uma largura de 1,5 m e uma altura de 1,6 m. Desenvolvido pela alemã Bosch, o motor é um pequeno dois cilindros a gasolina com 623 cc e 33 cv que não lhe permite velocidades cruzeiro superiores a 70 km/h. Como o grande objectivo do porte mais seguro a essas pessoas”, advoga Ratan Tata. Existe a probabilidade de a marca vir a lançar a segunda geração do modelo na Europa, que nunca vai chegar antes de 2011. Claro está que por cá o modelo será um pouco mais caro, até porque aqui há mais obrigatoriedades, como por exemplo a presença de ABS em todos automóveis novos. Além disso, terá de cumprir os requisitos ambientais e de segurança que por cá se usam. Do Nano aos modelos de luxo Embora seja mais reconhecida, pelo menos em Portugal, como uma marca de automóveis, a actividade da Tata abrange mais actividades. Ao todo, o grupo indiano agrega 96 empresas em 120 países e tem uma facturação anual média de 48 mil milhões de dólares (32,5 mil milhões de euros). Ao longo dos últimos anos, investiu muito na aquisição de várias empresas internacionais. Destaque para a anglo-holandesa Corus (aço), a inglesa Tetley (chá) ou, entre outras, a americana Eight O’Clock Coffee A Jaguar lançou em Portugal uma versão melhorada do seu desportivo XK, perspectivando a marca inglesa entregar as primeiras unidades em Junho. Esta versão actualizada do modelo passa a incorporar de série equipamentos antes apenas disponíveis como opção. Assim, o XK inclui agora série sensores de estacionamento dianteiros, a conectividade áudio iPod/USB, espelhos exteriores com antiencandeamento e recolha eléctrica e a recirculação automática de ar. Quanto a preços, o Coupé varia entre os 117 mil e os 135 mil euros, enquanto o Cabrio varia entre os 116 mil e os 143 mil euros. O renovado Jaguar XK incorpora também novos pacotes de equipamento opcional, que irão permitir aos clientes personalizar ainda mais o seu novo desportivo. O pacote “Pre- Aquiles Pinto [email protected] mium Luxury Pack” encontra-se disponível por 5553 euros no XK8 e inclui o interior Luxury com costura contrastante, sistema de acesso sem chave, manete da alavanca de velocidades em couro, selector de velocidades com moldura cromada e as jantes em liga leve Carelia de 19 polegadas. Este mesmo pacote encontra-se disponível na versão ainda mais desportiva XKR por 6200 euros, incluindo, em substituição às jantes de 19 polegadas, a opção entre dois tipos de jantes em liga leve de 20 polegadas, Selena ou Takoba. Na versão XKR, encontra-se também disponível o pacote “Dynamic Pack”, que inclui sistemas de suspensão, amortecedores e direcção revistos, bem como o potente sistema de travagem Alcon de elevadas prestações e as jantes em liga leve Takoba de 20 polegadas por 5 645 euros. XII sexta-feira, 18 Abril de 2008 Desportivo Nissan GT-R já pode ser encomendado O Nissan GT-R já pode ser encomendado. As primeiras unidades só chegam ao nosso país em Março do próximo ano, mas as reservas já podem ser feitas em troca de oito mil euros… de sinal. Os preços deste ícone dos automóveis superdesportivos rondam os 120 mil euros. O s preços do Nissan GTR em Portugal já foram anunciados. O nível de equipamento base vai custar 119 990 euros, o Premium Edition vai ser proposto por 121 690 euros, e o Black Edition por 123 390 euros. De acordo com a Nissan, as entregas na Europa do modelo vão ter início em Março do próximo ano, mas as reservas são já aceites desde o início de este mês. Realce para o facto destas também poderem ser feita na Internet, através do “site” www. gtrnissan.com. O sinal a pagar é de oito mil euros. Como já foi referido, o Nissan GT-R só vai chegar à Europa no próximo ano, mas já está à venda no Japão desde o fim de 2007. No País do Sol Nascente é proposto, consoante a versão, por preços entre os 47 e os 51 mil euros. Um símbolo dos automóveis superdesportivos A marca japonesa organizou vários eventos e experiências personalizadas para os “eleitos” que perspectivam – e não sonham apenas como os comuns dos mortais – um GT-R. O objectivo da marca nipónica neste período de “caça ao sonho” é dar a oportunidade de ver o carro de perto, conhecê-lo e, finalmente, experimentar as suas prestações antes da aquisição. Durante as próximas semanas e meses serão publicados mais detalhes sobre estes eventos especiais Nissan para futuros clientes do GT-R. Importa explicar que toda esta “pompa e circunstância” em torno do modelo deve-se ao facto de estarmos perante uma marca mítica. Com efeito, se o carro de sonho dos americanos é o Corvette e o dos europeus é o Porsche 911, o ícone dos japoneses é o GT-R. A Nissan mostrou o modelo em Outubro, no Salão de Tóquio, cumprindo a promessa que deixara na edição de 2001 do certame nipónico. O GT-R monta um impressionante motor 3.8 a gasolina com dois turbos e seis cilindros em V capaz de debitar uns expressivos 480 cv às 6400 rpm e um impressionante binário de 588 Nm, estável das 3200 às 5200 rotações. Este “arsenal” é passado às rodas através do novo sistema de transmissão Nissan GR6 com caixa de seis velocidades de dupla embraiagem com funcionamento sequencial, ligada a um sistema de tracção total. Esta caixa de velocidades sequencial utiliza embraiagens húmidas e separadas para as mudanças ímpares (primeira, terceira e quinta) e pares (segunda, quarta e sexta) e faz uma pré-selecção das mudanças imediatamente inferior e superior para conseguir passagens de caixa mais rápidas. O condutor efectua as passagens de caixa através de patilhas situadas atrás do volante. A Nissan submeteu o GT-R a “treinos” no circuito de Nurburgring (Nordschliefe), no sentido de afirmar as credenciais deste super-desportivo. Com a pista alemã parcialmente molhada, o modelo registou um tempo mais As reservas do Nissan GT-R já podem ser feitas em troca de oito mil euros de sinal. O preço deste super-desportivo ronda os 120 mil euros. rápido por volta de 7,38 minutos, o que o coloca entre os mais rápidos dos modelos de produção (sem serem de competição) que já rodaram naquele mítico circuito. Clientes VIP, concessionários VIP Inspirado nos míticos Skyline, o desportivo é definido pela Nissan como “um supercarro para qualquer pessoa, em qualquer lugar e em qualquer altura”, tendo sido desenvolvido para permitir grande diversão de condução com segurança e com um mínimo de impacto no ambiente. As características distintas deste modelo não se notam apenas no design e no motor, mas também num processo de produção especial. Os componentes com fibra de carbono, alumínio e aço são montados com base num processo de elevada precisão que inclui uma série de testes de vibração. Os motores e as transmissões são colocados por apenas um operário num ambiente “limpo”. Além disso, cada GT-R é sujeito a uma bateria de testes maior do que o normal antes de entrar nos circuitos comerciais. Para sublinhar este “clima”, a Nissan vai criar uma rede de concessionários especializados, designados de Centros de Alta Performance Nissan. O objectivo do construtor com esta opção é assegurar que os clientes do GTR receberão o nível de atenção e serviço pós-venda adequado a este automóvel. Estes centros vão investir na formação técnica e de venda para que os colaboradores possam oferecer o nível de qualidade e formação que um automóvel como este requer e, de igual forma, vão investir nos equipamentos de oficina necessários para manter e reparar o GT-R se necessário. Os Centros de Alta Performance Nissan foram escolhidos por partilharem a mesma paixão pelo GT-R que os clientes deste desportivo, bem como em função do cumprimento de critérios muito exigentes em termos de satisfação do cliente, recursos e localização. Aquiles Pinto [email protected] Marca baixa emissões de CO2 na fábrica de Barcelona A A fábrica catalã da Nissan baixou as emissões de CO2 em 9400 toneladas, 12%, desde 2005, superando o objectivo da empresa para 2010. fábrica da Nissan em Barcelona, a maior da marca japonesa em Espanha, baixou as emissões de CO2 em 9400 toneladas, 12%, desde 2005, superando o objectivo da empresa para 2010 a implementar em todas as suas unidades fabris em todo o mundo. O objectivo para 2010 estabelece uma redução de 7% nas emissões de CO2 das fábricas, em comparação com o nível em 2005. o vice-presidente das operações industriais espanholas da Nissan, Jose Vicente de los Mozos, refere que o plano da empresa “passa por tornar as instalações de produção uma referência em gestão ambiental para todas as unidades fabris da Nissan em todo o mundo”. As reduções na unidade fabril da Zona Franca de Barcelona foram conseguidas através de várias medidas, incluindo a renovação e controlo da climatização, ar condicionado e iluminação, para reduzir as fugas de ar comprimido. Em conjunto com a fábrica de comerciais ligeiros em Ávila, a empresa reduziu as emissões de CO2 durante a fase de produção em cerca de 7% em Espanha desde 2005. Até 2010, a Nissan espera que as suas unidades fabris no país vizinho reduzam as emissões de CO2 num total de 16 mil toneladas, ou 13%, em comparação com os níveis de 2005, com a expectativa de que unidade fabril da Zona Franca só por si reduza as emissões em 20%. Várias novas medidas de redução de CO2 serão implementadas na perspectiva de ajudarem as unidades fabris a cumprirem os seus objectivos. No ano passado, foram instalados 1338 painéis solares térmicos e foto voltaicos. Os painéis solares irão permitir a redução das emissões de CO2 na unidade fabril em 377 toneladas combinadas por ano. A Zona Franca de Barcelona também introduziu recentemente 10% de combustível biodiesel para veículos que operam dentro da unidade fabril, o que irá reduzir as emissões de CO2 em 177 toneladas por ano. Entre outras medidas ambientais, as fábricas vão aumentar a reciclagem dos seus desperdícios – incluindo sucata, óleo e plástico – até 6,6% até 2010 e até 2% actualmente, graças ao aperfeiçoamento na gestão de desperdícios. As unidades fabris também estão a implementar medidas para aperfeiçoar a reutilização e recuperação de água, após uma análise exaustiva desses processos. As emissões de compostos orgânicos voláteis (COV) serão reduzidas em 25% em 2010, em comparação com 2004. Este Verão, a unidade fabril de Barcelona introduziu dois novos oxidantes térmicos regeneradores que irão permitir a redução de emissões de COV em 9%. sexta-feira, 18 Abril de 2008 XIII Alfa Romeo Mi.To chega no segundo semestre do ano A Alfa Romeo vai entrar, pela primeira vez, no segmento dos utilitários, com a chegada, no decorrer da segunda metade de 2008, do Mi.To. Este baptismo do modelo surge por alusão a duas cidades chave na história da marca italiana, Milão e Turim, e deixa cair outras designações apontadas para o “alfinha”. Recorde-se que foi conhecido na fase de desenvolvimento por Júnior e depois pensou-se que viria a “dar-se pelo nome” de Furiosa. A Alfa Romeo vai chegar ao segmento dos utilitários no decorrer da segunda metade do ano com a chegada do Mi.To. O objectivo da marca italiana com o aguardado modelo é concorrer com algumas propostas “premium” da classe, como o Mini ou o Audi A1, que vai ser lançado em 2010 e cujas formas gerais foram reveladas no Salão de Tóquio, em Outubro passado, com o “concept-car” Metroproject Quattro. É um facto que recorre à mesma plataforma do “primo” Fiat Punto, mas, não fosse um Alfa, o Mi.To foi redimensionado para apresentar uma imagem mais desportiva. Assim, apenas a distância entre eixos de 2,51 m é a mesma. De resto, é mais baixo (1,44 contra 1,49 m), mas mais comprido (4,06 contra 4,03 m) e mais largo (1,72 em vez de 1,69 m). Os motores com que vai estar disponível na primeira fase de comercialização vão ser quatro, dois diesel e dois a gasolina, todas turbo e com potências entre os 90 e os 155 cv. A gasolina, a oferta vai residir no 1.4 com 135 e 155 cv, enquanto a diesel a escolha vai poder ser feita entre o 1.6 com 90 ou 120 cv. Ainda não está confirmado, mas é possível que o modelo venha também a receber um 1.4 a gasolina (atmosférico) com 90 cv. Realce, em termos tecnológi- cos, para o dispositivo Alfa DNA, que está presente pela primeira vez em modelos do grupo deste segmento. Trata-se de comando que actua sobre o motor, travões, direcção, suspensões e caixa de velocidades, permitindo três diferentes tipos de comportamento da viatura com base no estilo de condução mais apropriado à situação ou aos desejos do condutor: o desportivo Dynamic, o Normal e o indicado para condições de pouca aderência All Weather. Viagem entre Milão e Turim em nome da imagem de marca A designação do Mi.To tem uma história curiosa. Ao longo do projecto, o modelo foi sempre reconhecido, a nível interno, por Júnior, um nome consensual e habitual na casa de Milão para designar os seus produtos de menores dimensões. Depois, o construtor do grupo Fiat promoveu uma inédita votação “online” para eleger um nome para o modelo, tendo ganho a opção Furiosa. Quando se pensava que o “baptismo” estava feito, a Alfa Romeo decidiu-se por Mi.To. Para além de fazer um trocadilho com a palavra mito, este nome evoca, segundo a Alfa Romeo, a história da marca, estabelecendo uma ligação entre o passado e o futuro, ou seja, entre Milão, ci- Mercedes acelera lançamentos dade onde foi fundada, e Turim (que se escreve Torino em italiano), onde está sediado o grupo Fiat. Mais do que os perto de 150 km que distam Milão e Turim, este “piccolo gigante” pretende aproximar-se da imagem de marca típica da Alfa Romeo, qual ícone do design italiano. A inspiração do modelo no superdesportivo 8C Competizione é grande, com destaque para o formato da superfície vidrada lateral, o “triângulo” que caracteriza o párachoques dianteiro ou o design dos grupos ópticos anteriores e dos faróis posteriores em LED. Aquiles Pinto [email protected] Preços SLK Modelo Caixa Valor (em G) SLK 200 Kompressor Manual 45 461 SLK 280 Manual 62 304 SLK 350 Manual 70 464 SLK 200 Kompressor Automática 48 564 SLK 280 Automática 64 149 SLK 350 Automática 71 752 SLK 55 AMG Automática 110 012 Modelo Caixa Valor (em G) SL 280 Automática 101 998 SL 350 Automática 113 812 SL 500 Automática 154 253 SL 600 Automática 197 585 SL 63 AMG Automática 197 795 SL 65 AMG Automática 279 362 Preços SL A Mercedes lançou, de uma assentada, três “restylings” Portugal. São este o SLK, o SL e o CLS. Com cerca de 650 novos componentes, o novo SLK é ainda mais dinâmico e proporciona uma experiência de condução ainda mais emocionante. As características mais relevantes em termos de visual referem-se à nova configuração da secção dianteira e traseira, um interior meticulosamente modificado, com um novo painel de instrumentos e volante desportivo de três raios. O ágil motor V6, com 305 cv e sistema de direcção directa, este último disponível opcionalmente, revelam o carácter dinâmico do modelo de dois lugares SLK 350. De referir ainda que toda a sua gama de motores é mais econó- mica e apresenta um nível de emissões de CO2 mais baixo. Os preços variam entre os 45 461 e os 71 752 euros. Quanto ao SL, o “roadster” do segmento “premium”, apresenta-se com um novo design, reforçando ainda mais o seu carácter desportivo. Os novos atributos deste modelo também se reflectem nas qualidades de comportamento deste dois lugares, agora com performance mais dinâmica devido ao novo sistema de direcção directa. O novo SL 350 está equipado com motor com 316 cv e regista um consumo de combustível inferior de 0,4 litros aos 100 km relativamente ao modelo anterior. A gama de modelos SL irá apresentar dois modelos de seis cilindros que equipam o SL 350 e o novo SL 280 (231 cv), assim como o SL 500 com um motor V8 e o modelo topo da gama SL 600 com um motor V12. Em relação a preços, o SL custa entre 101 998 e os 279 362 euros. Sobre o CLS, este coupé de quarto portas foi aperfeiçoado, dispondo agora de atractivos acrescidos. A nova versão base do modelo de lançamento, o CLS 280, equipado com um motor V6, debita 231 cv de potência. O CLS 63 AMG, com motor V8 da AMG de 6.3 e 514 cv de potência, apresenta-se agora com jantes de liga leve AMG de 19 polegadas e um novo sistema de escape desportivo AMG. Os preços do modelo situam-se entre 84 171 e 159 752 euros. Preços CLS Modelo Caixa Valor (em G) CLS 320 CDI Automática 84 171 CLS 280 Automática 78 748 CLS 350 CGI Automática 84 899 CLS 500 Automática 114 041 CLS 63 AMG Automática 159 752 XIV sexta-feira, 18 Abril de 2008 Ensaio Renault Clio Break 1.5 dCi 85 cv Dynamique S A medida do mercado nacional Há carros que parecem feitos à medida do mercado português. É o caso das carrinhas do segmento dos utilitários, excelentes para “disfarçar” o parco poder de compra luso com um espaço razoável na mala. O mais recente (bom) exemplo é a Renault Clio Break. O mercado português caracteriza-se por ser muito receptivo às carrinhas e aos modelos dos segmentos mais baixos, devido à fiscalidade automóvel que por cá se pratica e ao baixo poder de compra das famílias portuguesas. Foi neste cenário favorável que a Renault lançou a versão Break do Clio. Muito semelhante ao carro até onde pode ser – ou seja, até ao pilar C – a Clio Break não inventa muito em termos estéticos face à berlina e é diferente naquilo que deve ser: na capacidade da bagageira, que “incha” até uns generosos 439 litros, mais 50% do que a berlina. Para os passageiros, o espaço é bom para quem vai à frente e apenas razoável para quem vai atrás. Ora, isso não deverá constituir grande problema, já que as famílias com filhos pequenos não precisam de muitos espaço para os jovens viajantes da “cozinha”, mas vem o espaço de carga da mala como “pão para a boca”, já que entre o carrinho do bebé, a bicicleta do irmão e o saco com a “tralha” para o fim-de-semana, qualquer espaço livre vale ouro. Ao volante, o modelo mostra-se um típico Renault. Ou seja, conseguir uma posição de condução óptima não é tarefa fácil (o volante deveria regular em profundidade e não apenas em altura), mas o conforto é regra. Este “bom ambiente” é, de resto, complementado pela qualidade aparente dos materiais e da montagem do habitáculo. Uma vez em andamento, o motor 1.5 dCi com 85 cv da unidade ensaiada mostra-se sempre disponível e solícito nas recuperações. Obviamente que não para pensar que estamos perante um modelo desportivo, mas, para quem privilegia o conforto a bordo típico dos familiares, este motor passa com distinção. Em termos de comportamento, a apreciação é semelhante à do motor. Com efeito, a aderência à estrada é boa, mas, quando muito “apertada”, a Clio Break recorda os cm de comprimento que tem a mais face à berlina. O conforto impera, de novo. Proposto por 19 900 euros, a Clio Break 1.5 dCi 85 cv Dynamique S, oferece de série, entre outros elementos, seis airbags, ar condicionado manual, rádio com CD, vidros traseiros escurecidos e computador de bordo. Pode colocar-se a questão se a Clio não será concorrente da “irmã” do segmento acima, a Mégane Break. A versão com nível de equipamento semelhante e o mesmo motor, a Pack Clim, é mais cara cerca de quatro mil euros (a maior custa 22 950 euros). Como vantagem a Mégane tem o facto de ter dimensões (não muito) mais generosas, mas, por outro lado, além de ser mais cara, está já em final de carreira, estando a sucessora prevista para o início do próximo ano. Aquiles Pinto [email protected] Renault clio break 1.5 dCi 85 cv Dynamique S Cilindrada 1461 cc Potência Acel. 0-100 km/h Vel. Max. Consumo misto Emissões de CO2 Preço 85 cv 12,7 segundos 174 km/h 4,4 l/100 km 117 g/km 19 900 euros Ensaio Peugeot 308 1.6 HDi 110 Sport Qualidade de leão “Acusado” de ter uma imagem muito colada à do 207, o novo Peugeot 308 defendese dessas críticas com uma personalidade própria, revelada com uma observação mais profunda e, sobretudo, com uma qualidade acima da média. L ançado no fim do ano passado, o Peugeot 308 tem disputado os lugares cimeiros das distinções do Carro do Ano um pouco por toda a Europa. Só não tem vencido muitos galardões, porque os jurados o acusam de não ser muito diferente do 307 e ser, mesmo, demasiado parecido com o 207. É verdade que não se pode falar em “cisão”, mas uma observação mais atenta revela personalidade própria. Com 4,276 m de comprimento, 1,815 de largura, 1,498 de altura e 2,608 de distância entre eixos, a frente e a traseira do modelo revelam isso mesmo. Mas é no interior que isso mais se nota, com a maioria dos componentes do tablier e do revestimento das portas serem novas. Isto tanto em termos de imagem como de qualidade percebida. Com efeito, estes são muito mais agradáveis ao toque e mostram uma montagem superior. A propósito de agradabilidade, a versão ensaiada, a Sport com motor 1.6 HDi, oferece de série tejadilho panorâmico em vidro, o que contribui muito para o bem-estar a bordo. Qualidade é, de facto, a palavra que “salta à vista” no Peugeot 308. Isto porque, além do “toque”, o modelo melhorou bastante face ao antecessor em vários aspectos. Outro exemplo é o comportamento, que está agora ao nível das melhores propostas do segmento médio-baixo. O motor 1.6 HDi com 110 cv, que equipava a versão ensaiada, com o nível de equipamento Sport, faz uma boa dupla com o chassis do Peugeot 308, não só para condutores que preferem viagens confortáveis, mas também para os que gostam de uma condução mais “apressada”. Proposto por 25 295 euros, o Peugeot 308 1.6 HDi 110 Sport inclui de série, além do já referido tejadilho panorâmico em vidro, elementos como múltiplos airbags, ESP (controlo de estabilidade), regulador da velocidade cruzeiro, ar condicionado automático de duas zonas, rádio com CD ou o computador de bordo. Aquiles Pinto [email protected] Peugeot 308 Cilindrada Potência Acel. 0-100 km/h Vel. Max. Consumo misto Emissões de CO2 Preço 1.6 HDi 110 Sport 1560 cc 110 cv 11,3 segundos 174 km/h 4,7 l/100 km 130 g/km 25 295 euros ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1245, DE 18 DE ABRIL DE 2008, E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE CAPITAL DE RISCO COM DÉFICE DE EXECUÇÃO EM PORTUGAL Colaborações: EXPOFRANCHISE 2008 ALLBECON abre as portas aos empreendedores arranca com expansão em rede em 2009 2 franchising e empreendEDorismo sexta-feira, 18 Abril de 2008 Expofranchise 2008 sob o selo da certificação UFI A próxima edição da Expofranchise, que terá lugar entre 9 e 11 de Maio, abrirá as suas portas aos empreendedores já com a certificação “UFI Approved Event”. Durante três dias, cerca de 10 mil visitantes poderão conhecer as propostas de empresas de 45 sectores de actividade. Paralelamente, conferências práticas e a apresentação da Franchise University constituirão outros pontos fortes do certame. A 13ª edição da Expofranchise realizar-se-á entre 9 e 11 Maio 2008 na FIL de Lisboa, com o propósito declarado de ser “o maior evento de criação de negócios em Portugal”. Com a presença de 150 expositores, reunidos numa área bruta de 10 300 m2, o certame deverá acolher cerca de 10 mil visitantes à procura de novas oportunidades de carreira. A Expofranchise 2008 surge com um conceito ampliado, pensada de uma forma global para responder à totalidade das necessidades de quem quer criar um negócio próprio. Para além do contacto directo com mais de 150 responsáveis de marcas de mais de 45 sectores de actividade, a proposta da Expofranchise 2008 é que o empreendedor possa, durante três dias, recolher informação prática para abrir a sua empresa, iniciar um negócio em determinado sector de acti- O franchising representa 3% do PIB. São mais de 4,7 mil milhões de euros de facturação que as empresas de franchising obtiveram em 2007. vidade, bem como tomar contacto e ouvir na primeira pessoa os testemunhos de quem já deu o primeiro passo. Para além disso, o certame proporcionará a possibilidade de frequentar conferências práticas, pontos de encontro com empresários e o contacto com empresas especialistas na área de informação a quem pretende criar um negócio. Recorde-se que a Expofranchise 2007 recebeu 165 expositores e 9637 visitantes. As conferências debruçar-se-ão sobre questões práticas, como financiamento, aspectos jurídico-legais do franchising, programas de apoio ao auto-emprego, programas de incentivo local e regional, entidades de apoio, processo de incio de actividade e criação de empresa, fornecedores de apoio a montagem da unidades, empresas de sinaléctica, montagem de loja, gestão de frotas, marketing e imagem, oportunidades imobiliárias e formação especializada Neste âmbito, a Expofranchise será igualmente o palco da apresentação do programa detalhado da Franchising University, entidade de formação do IFF com ursos 100% adaptados ao franchising destinados ao franchisador e a sua equipa. O programa será composto por quatro cursos de especialização de oito módulos cada (12 para o mini-MBA) com uma carga média de um dia por mês nas seguintes áreas: Especialização em Expansão de Redes, Especialização em Gestão de Redes, Especialização em Recursos Humanos e Desenvolvimento Pessoal, Especialização em Marketing de Redes, Mini-MBA. Novas marcas de origem nacional O franchising representa 3% do PIB nacional. Segundo os números divulgados pelo Instituto de Informação em Franchising (IIF), são mais de 4,7mil milhões de euros de facturação que as empresas de Marc Barros [email protected] franchising obtiveram em 2007, o que indica a importância que este sistema tem na economia, em especial por serem quase todas empresas retalhistas, em geral de pequena dimensão. Por outro lado, o sector emprega 67 mil pessoas, sendo que em 2007 contribuiu com a criação líquida de quase 4 mil postos de trabalho. O conjunto das redes emprega 1,3% de toda a população empregada em Portugal. Segundo o estudo, 2007 destacou-se pelo número recorde de entrada de novas marcas no mercado em regime de franchising (97 marcas), na sua grande maioria (72%) de origem nacional. O dinamismo do sector leva a que sejam 501 as redes de franchising a operar em Portugal. Além da imobiliária, consultoria financeira, estética e moda, o ano de 2007 trouxe um novo leque de ofertas: fitness feminino, funerárias, restaurantes eróticos, construção civil, entre outras. Os principais indicadores apontam para um crescimento de 6% a 8% do mercado, num total de 11271 unidades ou lojas, sendo 65% pertença de franchisados e apenas 35% à própria marca, o que revela uma certa solidez das marcas. Só em 2007 foram abertas 1120 unidades, valor bastante superior aos anos anteriores e um sinal positivo para o sector. PUB franchising e empreendEDorismo sexta-feira, 18 Abril de 2008 3 Capital de risco tem défice de execução em Portugal MARC BARROS [email protected] O Easy Investment Forum reuniu em Milão investidores e novos projectos de toda a Europa que representam um elevado potencial de valorização. O balanço foi positivo, uma vez que se tratou “de uma excelente forma de conhecer oportunidades de investimento que estão ainda numa fase inicial de desenvolvimento”. Ao contrário, a indústria de capital de risco em Portugal “não conseguiu ainda resolver aquela que é a principal causa do seu atraso estrutural: a ausência de execução”, considera Francisco Banha, presidente da FNABA. O Easy Investment Forum proporciona potencialidades que, em Milão, não se cingiram “às 22 empresas que se apresentaram no evento mas também às outras 30 que não foram seleccionadas, bem como a 15 outras empresas italianas que aproveitaram o evento para se apresentar numa iniciativa paralela ao Easy”, designada “Early stage investors”, disse Francisco Banha. A estas, juntou-se a “oportunidade de fazer algum networking com outros investidores interessados nestas fases de desenvolvimento (‘early stage’ e ‘start-up’), o que representa uma troca de experiências muito rica em termos de práticas, se tivermos em conta que estiveram lá investidores de 11 países de toda a Europa”. O aumento significativo da aprendizagem por parte de dezenas de empreendedores “sobre a compreensão da natureza dos investidores, os seus objectivos e motivações que se encontram por detrás dos investimentos que estes realizam” é um dos resultados concretos que Francisco Banha ressalta do encontro, a que se junta a “projecção internacional que teve o projecto português que lá foi apresentado” (ver caixa). Fóruns Easy são “atalho” A crescente dificuldade das empresas em se financiarem, bem como o seu custo, implica a busca de alternativas. Para Francisco Banha, os fóruns do Easy são um “atalho na árdua caminhada que é a angariação de capital internacional”. Para além “do vantajoso acesso a um conjunto de ferramentas e consultoria que permitem aos empreendedores melhorar o seu plano de negócios”, estes têm ainda uma “excelente oportunidade de se apresentar a uma plateia que ronda os 150 investidores com quem podem realizar sessões particulares”. O CEO da Gesventure referiu que “para qualquer empresa angariar capital no exterior tem de se assumir como global e isso reflecte-se desde logo na forma como a empresa perspectiva o seu modelo de negócio”, o qual “tem de suportar a ambição de liderança num determinado segmento de mercado através de uma solução que permita mudar os hábitos dos clientes em diversas áreas geográficas”. Tal facto obriga, continua, “a que o empreendedor tenha de identificar clientes com necessidades ainda não satisfeitas, em vez de somente alcançar um novo nível de desempenho, promover melhorias incrementais, atender melhor às actuais expectativas ou acrescentar mais um produto/serviço à gama de produtos/serviços já existentes”. Para além disso, é necessário que “os investidores consigam ver na equipa empreendedora as competências – tecnologia, relacionamento com clientes, acesso e agilidade de âmbito global e capital intelectual — necessárias para conseguir que a sua ideia possibilite uma razoável velocidade de chegada ao mer- cado, tendo em conta os objectivos traçados para o referido mercado global”. Indústria de capital de risco não supera atraso estrutural Em Portugal, o presidente da FNABA reconhece que a indústria de capital de risco “não conseguiu ainda resolver aquela que é a principal causa do seu atraso estrutural: a ausência de execução”. Durante o segundo semestre de 2006 e o primeiro semestre de 2007, “o número de projectos efectivamente financiados com o recurso a capital de risco e via ‘business angels’, voltou a ser quase incipiente”. Apesar de no domínio conceptual “se terem verificado algumas alterações bastante significativas”, o facto é que “ao nível da sua execução continua a existir um grande obstáculo ao sucesso de um modelo favorável ao empreendedorismo e a principal causa da ineficácia das acções adjacentes ao referido modelo”. Portugal apresenta “falhas na aplicação de capital nas fases iniciais de financiamento, muito aquém, portanto, de economias que já perceberam como se financia a cadeia de valor do conhecimento”, considera. Na vertente do Venture Capital (financiamento de projectos cujo ciclo de vida se encontra nas fases iniciais), Francisco Banha elogia a criação do programa Finicia, o qual, na sua essência, permite que “ideias que visem criar protótipos de novos produtos ou novos modelos de negócio possam captar a atenção de uma Sociedade de Capital de Risco (SCR)”. Importante foi ainda a publicação do Decreto-Lei nº 375/2007, que reconhece o Estatuto de Business Angel com a criação da figura do ICR (Investidor de Capital de Risco). Este “concretiza um primeiro passo no reconhecimento dos ‘business angels’ e do seu papel na promoção de novos projectos empresariais, bem como o seu contributo para o desenvolvimento do capital de risco e do empreendedorismo em Portugal”. Porém, “apesar dos aspectos positivos, a actual legislação ainda não é suficiente para contribuir para um aumento do número de BA no nosso país, uma vez que, do ponto de vista fiscal, o Orçamento Geral de Estado de 2008 não se revela muito interessante para os ‘business angels’. Aliás, avisa, “todas as entidades envolvidas neste importante processo deveriam reflectir sobre o porquê de até ao momento ainda não se ter registado uma única inscrição de um ICR na CMVM, contrariando assim as expectativas inicialmente criadas com a publicação do citado decreto-lei”. “Corporate ventures” dão acesso a fluxo de produtos e serviços inovadores O desafio passa assim pela criação de “Todas as entidades deveriam reflectir sobre o porquê de até ao momento ainda não se ter registado uma única inscrição de um ICR na CMVM”, avisa Francisco Banha. “um ecossistema cada vez mais favorável, que envolva vários agentes e assegure mecanismos de captação de liquidez em articulação com o mercado de capitais, ao mesmo tempo que sensibiliza as empresas para a importância desta ferramenta de capitalização”. Ao Estado cabe “preservar a envolvente propícia ao correcto funcionamento dos mercados e, mais selectivamente, a pró-actividade requerida em áreas onde reconhecidamente se detectem falhas de mercado”. Francisco Banha revela que o Estado tem ainda alguns passos a dar no que toca aos “business angels’, “sendo necessário reduzir a carga fiscal inerente aos investimentos, no- meadamente através de um mecanismo de crédito de imposto, bem como pela operacionalização de fundos de co-investimento entre o Estado e os ‘business angels’. No sector privado, aquele responsável deposita “alguma esperança no potencial de ‘corporate venturing’ do nosso PSI 20”. Garantindo que o ‘corporate venturing ’“tem uma grande implantação como estratégia de crescimento nos Estados Unidos”, na Europa, e nomeadamente em Portugal, “esta metodologia não é tão utilizada, e isto pode ser uma consequência da menor relevância dada ao investimento de capital de risco na Europa relativamente aos Estados Unidos”. 4 franchising e empreendEDorismo sexta-feira, 18 Abril de 2008 Inovação no franchising - exemplos práticos U ma rede de franchising tem que estar sempre apta a inovar, a lançar novos produtos, serviços e novas tecnologias. Este é o segredo de uma organização moderna em franchising, que deverá ser ágil, rápida, em permanente mudança, pronta a antecipar as tendências e a distinguir-se da concorrência. A inovação é um estado de espírito permanente. Nunca o franchisador e franchisado devem pensar que têm o negócio perfeito, pois, se o fizerem, serão rapidamente ultrapassados pela concorrência. Normalmente, o mercado procura copiar os conceitos, com um formato e com produtos parecidos, mas, quando isto acontece, já o franchisador moderno deverá estar noutro processo mais actual, lançando novas tecnologias, produtos, marketing mais agressivo e melhores processos de venda. Irei a seguir apresentar alguns exemplos de processos de inovação desde o lançamento de quatro marcas do grupo Onebiz do qual sou administrador: O caso Fiducial: Há 10 anos atrás, o grupo Onebiz lançou a Fiducial, conceito único e inovador pela metodologia de contabilidade focada no empresário, com relatórios standard mensais e muito dirigida ao apoio à gestão. Esta metodologia foi sendo alvo de tentativas de réplicas pelos concorrentes. Recentemente, a inovação da marca teve o lema “o fim da contabilidade tradicional”, através da total automatização e processamento de dados via internet, com armazenamento da informação nos servidores do master e com integração total dos dados com os clientes. O processo de gestão da informação é muito eficiente e integrado, com valor acrescentado adicional face ao mercado. Quando os concorrentes começarem a tentar seguir estas novas práticas e atingirem capacidade para o fazerem, já a Fiducial deverá estar com novos e inovadores processos, não só ao nível da tecnologia mas também dos serviços e marketing. O caso da Exchange: Em 2001, foi lançada a Exchange, conceito único e inovador na área de consultores em financiamentos, tendo o último senso do IFF considerado a marca (no mercado global de franchising) como a que mais cresceu nos últimos cinco anos. Hoje são imensas as marcas que actuam neste segmento, apesar de nos primeiros três anos a Exchange ter sido o único operador no mercado (“first mover”). A marca, em função da inovação do conceito, teve que vencer muitas resistências no mercado, educá-lo e comunicar os seus serviços (até então desconhecidos do mercado), através de campanhas agressivas e informativas. A inovação faz-se também pela constante renovação da sua imagem e pontos de venda, pela formação continuada dos seus quadros (os quais têm pela for- Pedro Santos Administrador Grupo Onebiz [email protected] mação uma mais-valia de soluções inovadoras face à concorrência) e também pela forte notoriedade de marca. O caso NBB: A NBB foi a primeira empresa em Portugal na área do Business Brokerage (compra e venda de empresas). O modelo NBB foi consolidado em Portugal durante cinco anos, sendo a NBB a rede líder em Portugal no seu mercado, apesar da entrada recente de vários concorrentes. A NBB apostou no desenvolvimento de uma plataforma integrada de avaliação de empresas, com elaboração automatizada e multilingue dos relatórios e com publicação online no seu portal das oportunidades de compra e venda. Em face do enorme sucesso na venda de empresas e da sua inovadora tecnologia e metodologia, a NBB desenvolveu uma forte expansão Internacional, sendo hoje a rede internacional líder no seu sector em termos de número de países (15). O facto de uma empresa 100% portuguesa ser hoje líder internacional no seu sector, representa uma grande bandeira para o franchising português, pela capacidade de inovação, oferta de serviços e metodologias multilingue e processos automatizados a nível mundial. Hoje, a inovação para o cliente final passa pela mais-valia da rede internacional, capaz de vender uma empresa em todos os continentes e com “partners” locais. O caso Accive Insurance: Em 2002, face à nova directiva comunitária de seguros, a Accive lançou um projecto inovador de corretor de seguros com rede de franchising multioferta. Em função da inovação do modelo, demorou três anos a conseguir junto do Instituto de Seguros de Portugal o licenciamento necessário, pois, apesar do projecto estar dentro da nova directiva europeia de seguros, como a legislação portuguesa não estava ainda adaptada, resultou num difícil processo de obtenção da licença de corretor em franchising. Com a consolidação da rede foram automatizados os processos de emissão de apólices, cartas verdes e gestão de sinistros, tendo o franchisado total autonomia via sistema online na sua gestão de carteira e suporte da estrutura no “back-office” da corretora. Face às grandes barreiras de entrada pela inovação do projecto e sua complexidade, não se torna fácil a concorrentes conseguirem adoptar em tempo útil o modelo de negócio da Accive, sendo uma mais-valia para os seus franchisados pela inovação existente. Com estes exemplos procurei identificar alguns esforços de inovação constante, necessários à afirmação de uma marca no seu mercado e no mercado global. Inovar é um estado de espírito que deve estar presente nos empreendedores, franchisadores e franchisados! FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO sexta-feira, 18 Abril de 2006 RE/Max com 250 agências em 2008 Allbecon A RE/Max viu crescer os seus resultados em mais de 35% em 2007 face ao período homólogo. A rede mediou mais de 21 700 transacções, que movimentaram 1,3 mil milhões de euros. Com este resultado, a rede de mediação imobiliária superou os objectivos estabelecidos para o ano de 2007. A facturação cresceu 35,5% – mais 10,5% que o previsto –, enquanto o volume total de negócios movimentado pela RE/Max aumentou 30%, contra um acréscimo esperado de 25%. O crescimento da RE/MAX no ano transacto foi gerado por um aumento de quase 30% no número de transacções imobiliárias mediadas pela rede. Manuel Alvarez, presidente executivo da RE/Max Portugal, disse que “o aumento de penetração da marca foi conseguido à custa do nosso maior concorrente, a venda directa entre particulares”. A RE/Max quer fechar o ano de 2008 com um volume de negócio de 1,6 mil milhões de euros e mais de 31 mil transacções realizadas. O número de agências deverá este ano subir para 250. dá início a expansão em rede em 2009 A Allbecon, multinacional de capitais holandeses que actua no sector do trabalho temporário, pretende arrancar com o projecto de expansão em franchising em 2009. Segundo Miguel Evaristo, director-geral da empresa em Portugal, o objectivo a longo prazo é o de atingir “75% de agências franchisadas e 25% de agências próprias”. Na sua opinião, a conjuntura do país “é propícia a esse crescimento”, pois “vive-se uma época de teste às empresas portuguesas. Num clima de concorrência global, as empresas procuram ferramentas que as ajudem a obter níveis superiores de eficiência. O trabalho temporário é sem dúvida uma dessas ferramentas”, assegura. A empresa, presente em Portugal (Lisboa e Porto) éespecializada em quatro áreas distintas: Business Service, Industrial Service, Logistic Service e Call Center. A expansão em rede através deste modelo de negócio “não será uma experiência nova para o grupo Allbecon Olympia”, explica Miguel Evaristo, uma vez que “estamos fortemente implantados via franchising em países como a Holanda”. Na sua perspectiva, o franchising apresenta-se como “a forma mais sustentada de crescimento que pode haver, pois baseia-se numa relação de ‘win-win’, que se traduz, posteriormente, num serviço prestado a empresas e colaboradores de elevada qualidade”. Porém, para o cumprimento dos Trabalho temporário em crescimento O sector do trabalho temporário “está em crescimento”, assegura Miguel Evaristo. Cada vez mais as empresas identificam esta ferramenta como forma de “obtenção de produtividade e redução de custos através da flexibilização da sua estrutura de recursos humanos”. Para os trabalhadores, “é uma forma fácil, rápida e prática de encontrar trabalho e, em muitos casos, de ficar definitivamente nos quadros das empresas”. A Allbecon Portugal fechou o ano com uma carteira de 100 clientes, o que representa um incremento de 21% objectivos traçados colocam-se alguns obstáculos. Segundo Miguel Evaristo, o sector do trabalho temporário “vive num contexto de elevados condicionalismos ao nível da sua regulamentação. O processo de acreditação de uma nova empresa de trabalho temporário no mercado é algo que leva o seu tempo”. Neste caso, tratando-se de uma empresa que pretende expandir-se através de uma rede de franchising, a prudência aconselha ao desenvolvimento de “estudos de mercados que contemplam matérias de regulamentação, autorização, entre outras”. Em suma, refere, “estamos à procura de uma fórmula de funcionamento que sirva os interesses de todos os stakeholders em torno da nossa organização”. 2008 será ano de “break even” Não obstante, a Allbecon Portugal pretende atingir o “break even” em 2008 e alcançar um volume de facturação na ordem dos 4 milhões de euros, aumentando a sua carteira para 150 clientes, num crescimento estimado de 50% neste indicador face ao ano anterior. Em 2007, o volume de negócios foi de 2,5 milhões de euros, o que repre- 5 senta um crescimento de 25% face ao ano anterior, e o correspondente a cerca de 840 contratos de trabalho, num total de 210 mil horas facturadas, o que representa um incremento de 36% neste indicador. Com este desempenho, fechou o ano com uma carteira de 100 clientes, o que representa um incremento de 21% face a 2006. Refira-se que, no ano transacto, cerca de 60% dos trabalhadores temporários da Allbecon assinaram contrato de trabalho directo com as empresas onde foram colocados. “O ano passado foi extremamente positivo, por termos conseguido uma excelente prestação, de tal forma que alargámos a nossa carteira de clientes e registámos um bom crescimento das vendas, o que são excelentes indicadores, que nos dão confiança para o futuro”, enaltece o mesmo responsável. Recorde-se que, no início de 2007, a Allbecon expandiu-se para o Porto, uma aposta estratégica para a sua consolidação e crescimento. “O mercado do Porto, com uma estrutura assente na indústria, proporciona um potencial de crescimento de negócio muito grande e permite servir melhor os clientes que detemos em Lisboa e que, em simultâneo, necessitam dos nossos serviços no Porto”, conclui Miguel Evaristo. MARC BARROS [email protected] “Business angels” investem nos sectores dos serviços e software A Associação Portuguesa de Business Angels (APBA) apresentou dois novos projectos nos sectores dos serviços e software, para angariação de investimento o valor de 3,6 milhões de euros. As empresas GuestCentric Systems e We Sell apresentaram os seus projectos, direccionados para os sectores dos serviços e software. A GuestCentric opera no mercado do Software, e a We Sell opera no mercado dos serviços ao consumidor. Ambos os projectos assentam na inovação e nas tecnologias da informação. A GuestCentric Systems, uma “start up” fundada em Outubro de 2006, apresentou uma unidade de negócio que pretende conquistar a liderança no âmbito das plataformas de e-comércio na indústria hoteleira. A We Sell apresentou, por sua vez, o seu projecto “Car Office”, que consiste em criar uma vantagem competitiva para os utilizadores de viaturas, através da disponibilização de comunicação em andamento, com acesso a ferramentas informáticas, que possibilitarão estar em contacto permanente com todo o mundo. Eficiência energética promove competitividade O BIC-Minho pretende sensibilizar as empresas para a eficiência energética, para o que integra o projecto transfronteiriço GENER, no âmbito do qual tem vindo a promover em Braga e Guimarães sessões com empresários. Victor Sá Carneiro, director-geral do BIC-Minho, sublinha que, do ponto de vista empresarial, a eficiência energética deve ser “encarada como um investimento e não como um custo”, que a considera como “uma prática fundamental para melhorar a competitividade das empresas”. O especialista Pontes Bento alertou os empresários minhotos para a necessidade de adoptarem rapidamente medidas de eficiência energética como forma de conseguirem vantagens em termos de mercado e de estarem melhor preparadas para reagir às novas exigências. Entre as principais recomendações daquele especialista, destacam-se a necessidade de gerir a energia como forma de poupar, a construção ou adaptação de infra-estruturas mediante os princípios da gestão energética, a formação de técnicos e, naturalmente, a diversificação das fontes de abastecimento energético mediante o aproveitamento de fontes renováveis. 6 franchising e empreendEDorismo sexta-feira, 18 Abril de 2008 Ginásios da Educação com conceito multisserviços É um conceito de educação que se pretende inovador, aliando espaço, imagem e metodologia. Os Ginásios de Educação estão a alargar a sua rede por todo o país: em 2008 serão criadas 30 novas unidades. Vida Económica - Em que consistem os Ginásios de Educação? Miguel Marques - Trata-se de um novo conceito de espaço, imagem e metodologia, destinado a prestar uma vasta gama de serviços de educação. A denominação, Ginásios da Educação, procura marcar a diferença com o existente no mercado. Temos como um dos principais eixos de actuação, o que se convencionou em Portugal designar por “explicações”, um método integrado de as ministrar. A rede DaVinci proporciona no apoio escolar extracurricular um método e sistema integrado de aprendizagem que visa o alto rendimento escolar dos alunos. Prestamos serviços educativos suplementares aos da escola, procuramos transmitir confiança aos alunos e às famílias na marca através do nosso trabalho e dos resultados dos nossos alunos. VE - Como nasceu o projecto? MM - O projecto nasceu há 15 anos com a criação da Explicalgarve, um dos mais antigos centros de explicações nacional. Em 2006 e 2007, registou-se a marca e o conceito Ginásios da Educação DaVinci, formatou-se e profissionalizou-se todo o projecto, ajustou-se a ima- gem, os métodos pedagógicos e os métodos de gestão, desenvolveu-se software apropriado, tudo com o propósito de efectuar a expansão a nível nacional. VE - Quantos centros dispõem e qual o objectivo de expansão? MM - Dispomos de dois Ginásios, em Faro, que funcionam como unidades piloto e como incubadoras de ideias do projecto. Entre unidades próprias e unidades em franchising estão previstas para abertura as primeiras unidades no decorrer do primeiro trimestre de 2008. Dispomos, com o acordo de reserva, de parceiros para 46 concelhos de todos os distritos do país. Estão presentemente em andamento os processos de selecção para a definição da primeira fase de expansão. Prevemos abrir em todo o país 30 unidades no decorrer de 2008. Dependendo dos modelos de implantação (básico, standard e hiper), o investimento inicial dos franchisados poderá variar entre 20 mil e 100 mil euros. Estão ainda previstos outros três ginásios próprios, em princípio no Algarve. VE - Qual é o público-alvo? MM - O conceito multisserviços de educação é diri- A A primeira loja da Fantasy Store em Portugal, inaugurada em Setembro de 2007, no Amoreiras Shopping Center, superou as expectativas seis meses após a sua abertura ao público, com vendas médias mensais superiores, 50 mil euros. Para este resultado contribuiu a elevada frequência de tráfego na loja, calculada em 600 pessoas por dia, durante a semana, e em 2500 pessoas/dia, aos fins-de-semana. Num estudo encomendado pela Mundicenter, a Fantasy Store foi a primeira classificada em Atendimento e Espaço Físico, dois dos critérios de avaliação, nos quais obteve a nota máxima (100%). Em ambos os casos, o resultado esteve acima da média obtida entre todas as lojas do Amoreiras Shopping Center, que foi de 72,4% em Atendimento e 95% no Espaço Físico. Na loja poderão ser adquiridos produtos da Disney e Warner Bros; licenciados exclusivamente para a Fantasy Store, bem como artigos associados a outras personagens, como os Simpsons, a Barbie, o Snoopy, entre muitos mais. Representada em Portugal pela Linhas e Coordenadas, Lda., a Fantasy Store entrou no nosso país inserida numa estratégia de expansão da marca que previa ultrapassar as 200 lojas em toda a Europa e Marrocos, até ao final de 2007. Actualmente, a maioria das lojas (mais de 170) situa-se em Itália, berço da marca, em 2001. Veigas Imobiliária reforça presença em Lisboa gido a todos os todos os níveis de ensino desde o primeiro ciclo do ensino básico até ao ensino superior. O público-alvo é bastante diverso, visto que o pacote de serviços oferecidos pela rede também o é: desde das explicações convencionais, passando pelas explicações com uso das novas ferramentas tecnológicas e de comunicação (“e-learning” e ensino à distância); a psico-pedagogia e orientação vocacional; o apoio escolar ao domicílio; os planos de integração para estrangeiros; a ocupação de tempos livres; a preparação para exames normais e para exames especiais, as línguas; a informática; o “elearning” para terceira idade; a formação profissional, entre outros. VE - Quais tem sido os re- sultados até ao momento? MM - As unidades piloto de Faro têm neste momento 290 alunos, prevendo-se chegar ao fim do corrente ano lectivo com aproximadamente 400 inscrições. Com o início do ano lectivo normalmente dispomos de aproximadamente 150 inscrições que vão gradualmente aumentando com o decorrer do ano escolar até ao seu final em Junho/Julho, atingindo então o seu máximo. Visto possuirmos três modelos de implantação, temos metas diferentes: em grandes centros urbanos, em unidades “standard”, prevemos uma média superior a 200 alunos. Em unidades básicas para zonas de menor população estudantil prevemos uma média aproximada de 100 alunos por unidade. MRW com 75 lojas MRW, empresa especializada no transporte urgente de documentos e pequenas encomendas, inaugurou, em São Domingos de Rana, a septagésima quinta loja franchisada da rede portuguesa. A abertura está assente na estratégia de expansão da marca para o país, que tem por objectivo reforçar a capilaridade e excelência dos serviços de transporte urgente prestados pela empresa. Os clientes MRW desta zona da grande Lisboa, até agora servidos pela loja franchisada de Estoril, passam a contar com mais uma loja na zona, o que lhes proporciona um ser- Fantasy Store cresce em volume de vendas viço de maior proximidade, por forma a responder às crescentes exigências do concelho de Cascais. Segundo Miguel Carrolo, o franchisado que agora abre a Loja de S. Domingos de Rana, e que já possui as lojas MRW de Amadora e Sintra, “o sucesso da nossa marca assenta principalmente nos recursos humanos e na qualidade do serviço prestado”. A mais recente loja MRW em Portugal vem reforçar a presença da marca no distrito de Lisboa, onde actualmente possui já 19 lojas franchisadas. A nível ibérico a MRW ultrapassou recentemente as 800 lojas. A empresa de mediação imobiliária Veigas Imobiliária abriu três novas lojas em Lisboa. As novas lojas Veigas Imobiliária de Avenidas Novas, Campolide e Conde Redondo vêm reforçar a estratégia de expansão da rede, a nível nacional, levada a cabo pela empresa. Com um investimento global por agência de 75 mil euros, as novas lojas da rede de franchising da Veigas Imobiliária esperam vir a recuperar este valor no seu primeiro ano de actividade, contando para tal com uma facturação global estimada por agência de aproximadamente em 830 mil euros. Para estas novas lojas foram definidos como objectivos prioritários a conquista da liderança nas suas áreas de actuação, quer em número de transacções quer em valor de negócios. A Veigas Imobiliária conta com uma rede de 68 agências a operar no mercado ibérico. Para 2008, a marca tem como objectivo abrir 90 agências. Clínica Zézinha Peniche abraça franchising A clínica de estética Zézinha Peniche pretende alargar a sua rede nacional através da expansão em franchising. Segundo a própria confirmou à “Vida Económica”, em 2008 serão criadas duas novas clínicas, “sendo uma em Lisboa, na rua Braancamp, e uma outra no Algarve, já que tenho muitas solicitações nesse sentido. A expansão em redes de franchising está prevista para 2009”. A lógica geográfica de distribuição envolve “as capitais de distrito, sendo o Porto a minha grande aposta”. No entanto, continuou, “não descarto a possibilidade de termos parcerias na vizinha Espanha. A marca Zézinha Peniche (ZP) poderá franchisar dois tipos de conceitos: estética e cabeleireiro, ou apenas estética. Aquela responsável salientou que uma loja tipo tem uma facturação de 30 mil euros mensais, o que torna o negócio interessante, tendo em conta que a maior parte é proveniente da prestação de serviços e não da venda de produtos”. VR Business Brokers capta investidores espanhóis para Portugal A VR Business Brokers, rede internacional de franchising especializada na intermediação de compra e venda de PME, celebrou um mandato de representação com um comprador espanhol, interessado na aquisição de empresas ou grupos industriais portugueses que sejam líderes ou de referência no seu segmento de produto. Estas empresas devem estar em fase de expansão e possuir uma equipa directiva profissional e apresentar um volume de negócios entre os 15 e os 50 milhões de euros. O montante do investimento não foi revelado, mas o grupo investidor, especializado em capital de expansão, pretende efectuar três aquisições em 2008. A empresa anunciou, depois de realizada a segunda convenção ibérica da rede em 2007, que tem em carteira cerca de 325 mandatos de venda na Península Ibérica, representando 560 milhões de euros. A expansão a curto prazo da rede para Itália, Brasil e Argentina foi um dos objectivos apresentados. Para além dos EUA, a VRBB está presente em Portugal, Espanha, Colômbia, Venezuela e a partir de Janeiro de 2008 no Chile. No final do evento, Pedro Marques, director- -geral da VRBB Portugal, frisou que a “actividade de fusões e aquisições no segmento das PME tem cada vez mais um carácter internacional, pois os investidores procuram oportunidades em mais do que um continente sendo crescente o recurso a redes internacionais”. Em Portugal, a marca detém um valor total das empresas cuja venda representa de 60,8 milhões de euros de activos. No total, são 22 as empresas que requisitaram os serviços da VR Business Brokers para transaccionar partes ou a totalidade do seu capital social. O valor das empresas industriais assume um peso de 60% no total de negócios em carteira. Os sectores da imprensa, construção, tecnologias de informação e distribuição completam o portefólio de negócios representados. franchising e empreendEDorismo sexta-feira, 18 Abril de 2008 Sporting forma novos talentos em franchising A Academia Sporting, projecto de formação de novos talentos futebolísticos, está a desenvolver um projecto de expansão em rede da marca para captar receitas, divulgar a imagem do clube e, ao mesmo tempo, assegurar uma maior amplitude na captação de jovens talentos. Até final do ano serão abertas 14 novas unidades. 2009 poderá ser o ano da internacionalização. pertence ao clube, ou cativar escolas de futebol já existentes que pretendam usufruir do modelo de formação Academia Sporting. Os contratos de franchising têm envolvido, até agora, profissionais tradicionalmente ligados ao futebol, como ex-futebolistas e treinadores. SCP assegura formação técnica e presencial A aposta estratégica na procura e formação de novos talentos desportivos que o Sporting Clube de Portugal lançou há vários anos atrás, no âmbito do chamado projecto Roquette, culminando no lançamento da Academia Sporting, derivou, em 2006, para a expansão do seu modelo de formação através do franchising. Actualmente com 14 Escolas Academia em funcionamento um pouco por todo o país, o Sporting pretende abrir, até final do ano, 16 novas unidades, estando em perspectiva a internacionalização do conceito em 2009. O objectivo do clube não é mais do que multiplicar uma receita de sucesso comprovado na formação e que já deu ao mundo do futebol talentos como Figo, Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma, Simão Sabrosa, Hugo Viana, Nani, João Moutinho ou Miguel Veloso, entre muitos outros. Por outro lado, este passo pretende promover a marca Sporting e procurar novas fontes de receita para a sociedade desportiva. O projecto teve o seu início em quatro Escolas Academia localizadas na periferia da capital, cujos resultados foram considerados encorajadores. Até final do ano serão 30 os centros de formação para crianças entre os 5 e os 14 anos de idade. O Sporting pretende atrair para este projecto parceiros com comprovado espírito empreendedor e perfil empresarial, uma vez que nenhuma destas escolas Desta forma, o modelo de negócio envolve pagamento de um montante inicial ao clube para garantir o direito de entrada, a que se juntam 15% da facturação, esta proveniente do pagamento das mensalidades dos jovens atletas. Futuros talentos que despontem nestas escolas ficarão sob a alçada do Sporting. As escolas deverão ainda dispor de condições técnicas, como campo de futebol, balneário, entre outros, definidas pelo Sporting. Por sua vez, o clube compromete-se a fornecer formação técnica e presencial regular aos parceiros e a emprestar a sua imagem comunicacional. Os resultados obtidos até ao momento são reveladores da eficácia desta estratégia: cerca de três mil jovens aderiram já à formação Sporting, dos quais cerca de 50% são sócios do clube. Mais ainda, o Sporting consegue ampliar o seu círculo de influência na captação de novos talentos e reduzir custos de formação, o que é bastante positivo do ponto de vista da fidelização. Como referido, o próximo passo será a internacionalização, depois de estabilizada a primeira fase deste projecto em Portugal. Luxemburgo, EUA, Canadá, Suíça, Angola e Moçambique são algumas das possibilidades para esta internacionalização do franchising do Sporting, sendo que, muito recentemente, o presidente do clube, Filipe Soares Franco, deslocou-se à África do Sul, onde foram analisadas várias propostas de franchising da Academia Sporting. MARC BARROS [email protected] Porto e Benfica seguem exemplo Tanto FC Porto como Benfica reconheceram o potencial que o franchising poderá mostrar nesta dimensão, tendo lançado os seus respectivos projectos. O clube da Invicta apostou no projecto Dragon Force, estando já em curso as obras de requalificação das instalações da Constituição para o albergar. A iniciativa visa aumentar o número de adeptos, a notoriedade da marca e a exploração de um novo mercado de prospecção. O Dragon Force pretende instalar uma unidade em cada capital de distrito. O projecto engloba ainda a criação de campos de férias (Dragon Force Summer Camp), onde serão acolhidos, durante as férias de Natal, Páscoa e de Verão, jovens inte- ressados em combinar actividades desportivas e culturais. Por seu turno, o clube da Luz firmou uma parceria com a empresa de franchising Área F10, com o propósito de criar cinco novas escolas até ao final de 2008 e, a partir do primeiro ano, 10, 15 e 20 escolas até ao ano três de funcionamento. Actualmente o Benfica tem um conjunto de 40 escolas a funcionar no país e estrangeiro. Também este projecto, à semelhança dos desenhados por Sporting e FC Porto e que se dirige a jovens entre os três e os 14 anos, pretende fidelizar cada vez mais cedo os jovens à marca Benfica e aumentar a sua capacidade de prospecção de talentos futebolísticos. 7 consultório O que proporciona o franchising A Assistência De maneira a assegurar a uniformidade e bom funcionamento do negócio, o franchisador tem geralmente interesse na prestação de assistência ao franchisado em várias vertentes do negócio, podendo assim o franchisado ficar com uma maior disponibilidade para se concentrar na actividade principal do negócio. Tais serviços deverão ser devidamente previstos na fase pré-contratual e no contrato definitivo e podem revestir as formas seguintes: José Vieira Lopes Managing director da Team Vision Selecção do local Será o caso de o franchisado que ainda não possuiu qualquer local. Nos outros casos, o franchisador terá de dar o seu aval, podendo ser uma das condicionantes para seleccionar franchisados. Realização de estudos de mercado O franchisado tem acesso a informações sobre as condicionantes do seu mercado local, em termos de dimensão de mercado, características de poder de compra, preferências, e concorrência. Projectos de arquitectura A uniformidade do ambiente exterior e interior de toda a rede é essencial, como elemento caracterizador e de funcionalidade. A empresa franchisadora tanto pode entregar uma loja pronta a abrir ao público como poderá apenas fornecer os projectos de arquitectura que obrigatoriamente o franchisado deverá respeitar, mediante a sua adaptação ao local. Assistência jurídica Importante sobretudo após o início de funcionamento. Formação inicial e contínua É de extrema importância o franchisado adquirir todos os conhecimentos técnicos e procedimentos ao bom desenvolvimento do negócio. A formação contínua do franchisado e dos seus colaboradores é essencial, como forma de introduzir novos produtos e serviços, e melhoramentos e adaptações às exigências do mercado. Assistência técnica Refere-se ao manuseamento de equipamentos, instrumentos e serviços de apoio à gestão, contabilidade, recursos humanos, etc. breves Fiducial cresce 27% em 2007 A Fiducial, rede multinacional franco-americana de contabilidade e consultoria que actua em Portugal, obteve um crescimento de 27% em 2007, ao atingir um volume de negócios da sua rede de 4,3 milhões de euros, em comparação com o ano de 2006, em que registou uma facturação de 3,38 milhões de euros. Em 2007, a rede Fiducial detinha 63 unidades em território português, contra 57 em 2006. Para 2008 a marca prevê um crescimento do volume de negócios superior a 15%, sendo o objectivo final os 5 milhões de euros de facturação. Para isso, a estratégia passa por oferecer novos serviços aos clientes actuais, bem como angariar empresas que necessitem de serviços profissionais e de qualidade que só uma marca internacional consegue proporcionar. O crescimento da rede também não será descurado. De acordo com Ilídio Faria, “a Fiducial continuará a procurar activamente profissionais e empreendedores que partilhem a missão da marca, e que desejem desenvolver um negócio atractivo aliado a uma referência mundial do sector”. As baterias estarão, por isso, apontadas para empreendedores dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Bragança, Aveiro, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Beja e Madeira. “O ano de 2008 será um ano marcante para a rede, com o lançamento, em Maio, do SaaS e a implementação de um novo plano de marketing e de serviços”. Vivafit & Pilates Fit abre novo centro no Porto A Vivafit & Pilates Fit, rede de centros de treino para mulheres e pioneira em Portugal na aposta de circuitos de 30 minutos, reforça-se a Norte com a abertura de um novo centro no Porto, sito na Avenida Júlio Dinis. “Sensibilizar as mulheres para o perigo do sedentaris- mo e mostrar que bastam treinos de 30 minutos para começar a ter uma vida mais saudável é a nossa missão” afirma Vânia Verardi, franchisada do novo centro. Em ano de quinto aniversário, os 69 centros activos em Portugal contam com mais de 25 mil alunas. AXT inaugura nova unidade A AXT Capital, empresa de consultoria financeira, inaugurou a sua primeira loja no Porto, na Rua Nau Trindade. Este pretende ser um marco importante para a AXT, já que as sócias do novo franchisado, Isabel Guerra e Mónica Mandim, suportadas pelo “master-franchise” Jorge Pires têm já uma larga experiência na área financeira. A partir da sua agência, localizada nas Antas, irão trabalhar num raio de cerca de 25 km da cidade do Porto. Isabel Guerra e Mónica Mandim contam com mais de 20 anos de experiência. O objectivo da AXT é abrir 80 agências franchisadas nas principais cidades do país. Cada loja deverá ter uma dimensão mínima de 50 m2, uma área de recepção, atendimento ao público e espaço reservado para clientes e gabinete de reuniões. 8 franchising e empreendEDorismo sexta-feira, 18 Abril de 2008 Movimento cívico Novo Portugal lança sete desígnios para Portugal Empreendendores mobilizam esforços para dinamizar sociedade U m conjunto de 120 jovens empreendedores, das mais diversas áreas e formações, como a economia, a gestão, o conhecimento, a sociedade ou a cultura, realizaram um trabalho de reflexão destinado a fazer emergir, a partir de sete referenciais de valor, outros tantos desígnios para Portugal. Tendo como cenário o Rio Douro, estes empreendedores, oriundos do seio da ANJE, elencaram um conjunto de referenciais, a saber: as pessoas, o espaço, os recursos, os valores; o conhecimento; a cultura e a organização, os quais determinaram uma metodologia de trabalho baseada em sete grupos de trabalho que tiveram como desafio apontar sete desígnios claros e fundamentados que, no seu conjunto, funcionem como um primeiro contributo deste movimento cívico. No que concerne ao designío espaço, foi vincada “a necessidade de afirmar a centralidade da posição geoestratégica de Portugal no contexto global”, assente na sua “vocação atlântica e europeia”, baseada numa nova visão de desenvolvimento que “valorize o espaço terrestre e marítimo”, num modelo organizacional afirmado em regiões, reforçando ainda a competitividade territorial através da consolidação de um sistema urbano de dimensões intermédias baseado em cidades distintivas. Tal desiderato seria atingido através da “criação de um modelo de ordenamento e gestão territorial de âmbito regional, com poder executivo resultante de legitimidade democrática conferida por sufrágio universal”, do “reforço da competitividade nacional através de uma política de desenvolvimento de redes urbanas”, assente nas características distintivas locais induzindo sinergias mensuráveis e da “valorização da especificidade das duas áreas metropolitanas, Lisboa e Porto, de modo a potenciar a competitividade das mesmas num cenário global”. Um outro propósito é a promoção do conceito de Cidade PT2025, que inclui a Flexi-cidade, Inova-cidade e Eco-cidade, aproveitando os espaços urbanos existentes como indutores de ambientes de excelência, focados no desenvolvimento estratégico local e da sua região, potenciando um contexto inclusivo, diversificado e interactivo. Portugal nos 20 mais desenvolvidos em 2028 No que respeita ao desígnio conhecimento, este movimento aponta a data de 2028 para que Portugal tenha atingido o 20º lugar entre os países mais desenvolvidos.Mas, para atingir aquela meta, Portugal “terá de alcançar uma taxa de literacia e de escolaridade secundária de 98% e aumentar para 2,5% o PIB destinado à I&D”, defende o movimento Novo Portugal. A criação de hábitos de trabalho em rede, adoptando modelos colaborativos de criatividade e inovação, é outra medida, já que o actual modelo económico do conhecimento baseia-se na interacção entre governo, associações empresariais e sindicatos, muitas vezes a trabalhar isoladamente. “Importa incluir no modelo económico do conhecimento também as universidades, as start-ups e as grandes empresas, bem como organizações de inovação social, num esquema de funcionamento assente em redes colaborativas”. Dessa interacção obter-se-á, referem, “uma diminuição dos bloqueios à acção e maior capacidade de colaboração, de análise prospectiva, de inovar políticas e incentivos”. Estabelecer uma cultura de responsabilidade resume o que se enquadra no desígnio valores, promovendo “a responsabilidade pessoal, para que, com autonomia e sentido crítico, se combata uma cultura de facilitismo, hedonismo e relativismo”; a responsabilidade cívica, “porque é necessária uma educação para a cidadania, tendente a combater a corrupção, a impunidade, o acriticismo, a intolerância e a exclusão”; a responsabilidade organizacional, “porque é necessário que as organizações sejam agentes de coesão social e promovam as “melhores práticas” numa óptica de excelência e exigência”, adoptando padrões aceites pela sociedade no seu próprio funcionamento. Por sua vez, o desígnio recursos propõe que Portugal adopte uma estratégia de longo prazo, assumida institucionalmente ao mais alto nível e assente em dois grandes pilares. O primeiro pilar passa pela “definição de desígnios nacionais socialmente partilhados e com objectivos concretos em duas áreas onde o mercado e a iniciativa privada beneficiam do suporte da actuação do Estado a um nível infra-estrutural”. O segundo pilar assenta na “estabilização de um enquadramento regulatório e um modelo de actuação das instituições públicas que remova barreiras à actuação da iniciativa privada”. O objectivo a 25 anos é garantir níveis de riqueza superiores à média europeia, social e ambientalmente sustentáveis. Cultura gera riqueza O desígnio cultura advoga a “educação para apreciação da cultura como um bem maior capaz de gerar riqueza”, nomeadamente tirando partido das “enormes potencialidades do turismo cultural”. Portugal deve tornar-se uma “referência internacional no plano cultural abordando a cultura de uma forma sustentada”. A gestão da cultura terá de ser feita prioritariamente ao nível regional. O desígnio organização assenta na necessidade de estabelecer “um grupo de processos e fundações assente em mecanismos que promovam a responsabilização dos eleitos face aos eleitores”. Pretende este movimento “uma maior independência da administração pública face aos partidos políticos, uma maior transparência na governação e uma maior eficácia na gestão com o objectivo de construir uma referência na boa gestão dos recursos com base nos princípios da transparência e escrutínio, promoção e identificação do mérito e responsabilidade”. Por último, o desígnio pessoas defende como prioridade nacional “a valorização e qualificação pessoais, promovendo e reforçando o princípio da subsidiariedade”. Assim, o Movimento Novo Portugal incentiva a natalidade (“elevando o papel da mulher, apoiando a família e facilitando a adopção”), a promoção da imigração, “de modo criterioso, consciencioso e integrador”, e a valorização da mobilidade, “reduzindo a rigidez no trabalho, na educação e na habitação”. Os pontos críticos de um contrato de franchising O que devo analisar num contrato de franchising antes de o assinar? A assinatura de um contrato de franchising deve estar sujeita a uma prévia e cuidadosa análise do seu conteúdo, em confronto Cavaleiro Machado com as respectivas informações Advogado pré-contratuais e negociações V V A Advogados Assessor Jurídico da APF havidas. De acordo com a [email protected] trina dominante, para sabermos se estamos perante um verdadeiro contrato de franchising, Cláusulas traiçoeiras importa verificar se no docusão as de não mento que nos foi fornecido se concorrência encontram plasmadas, por um e obrigação de compras lado, as obrigações essenciais do franchisador, a saber, (i) a exclusivas cedência do uso de uma marca já implantada no mercado, (ii) a comunicação do saber-fazer (que pressupõe a existência do mesmo) e (iii) o fornecimento de assistência técnica; por outro lado, as obrigações essenciais do franchisado, a saber, (i) a utilização da imagem de marca do franchisador, (ii) o pagamento de uma contrapartida e (iii) a sujeição ao controlo do franchisador. A falta de qualquer uma destas cláusulas importa, na nossa opinião, a rejeição da tipificação do documento como “contrato de franchising”. Decorrentes das obrigações supra, surgem necessariamente outras cláusulas típicas dum contrato de franchising, que impõem obrigações para o franchisado, nomeadamente (i) de localização do estabelecimento, (ii) publicidade local, (iii) comunicação de “benfeitorias” no saber-fazer, (iv) sigilo, (v) proibição de cessão da posição contratual. Reconhecem-se, ainda, outras cláusulas que, apesar de comuns à maioria dos contratos de franchising, a doutrina e jurisprudência, porém, não as consideram como essenciais ao mesmo, nomeadamente, (i) exclusividade territorial, (ii) reaquisição de stocks, (iii) indemnização de clientela, (iv) não concorrência, (v) compras exclusivas, (vi) fixação de stocks mínimos, (vi) objectivos de vendas, (vii) preços recomendados e máximos, (viii) fundo de marketing e publicidade. Apesar de partirem da iniciativa do franchisador, as cláusulas de exclusividade territorial, não concorrência, compras exclusivas, objectivos de vendas, preços e fundo de publicidade têm-se revelado uma verdadeira armadilha para os próprios franchisadores, que nelas se enlaçam e acabam por cair. Porque não essenciais ao contrato de franchising, estas cláusulas, ainda que deles típicas, são extremamente sensíveis aos ditames do Direito da Concorrência, pelo que, ao mínimo desvio, são condenadas à nulidade, quando não condenam todo o contrato à nulidade. Cláusulas que considero especialmente traiçoeiras são as de não concorrência e obrigação de compras exclusivas, já que a sua imposição (excepto se o franchisador for o titular das instalações do franchisado) obriga, sob pena de nulidade da cláusula, a que a duração das mesmas não exceda um período máximo de cinco anos, não valendo qualquer cláusula de renovação automática. Ora, tal imperativo, porque não é de acolher no mesmo contrato distintos prazos entre obrigações, impôs aos franchisadores a redução do prazo do contrato de franchising para os cinco anos, ficando por cautelar que a amortização dos investimentos efectuados pelo franchisado se consegue dentro deste prazo. Conteúdo contratual à parte e porque somos um povo de boafé e de incautos, a falta de acompanhamento por um advogado leva-nos a confiar na palavra do outro – mais ainda se representar uma marca de grande notoriedade – sem sequer nos passar pela cabeça confrontar os elementos de identificação do franchisador com a respectiva certidão do registo comercial e verificar se (i) quem vai assinar o contrato tem os necessários poderes para obrigar o franchisador, e (ii) se o franchisador, pelo seu objecto social, pode celebrar e obrigar-se por aquele contrato de franchising em concreto; bem como confrontar os elementos fornecidos sobre os respectivos sinais distintivos de comércio com os respectivos registos de propriedade industrial, em especial se estivermos perante um “master franchisado”, onde importa aquilatar do indispensável averbamento da respectiva licença. Admita-se que verificar a meio de uma relação contratual a ilegitimidade de uma das partes sempre seria um enorme imbróglio jurídico, com prováveis pesadas consequências pecuniárias. No mais e antecipadamente, espera-se que o franchisado tenha procedido aos necessários estudos de mercado e avaliação crítica do negócio, por ele mesmo ou por técnicos por si directamente escolhidos. Nº 01 / ABRIL 2008 / Suplemento do Jornal Vida Económica EDITORIAL Euclides A. Coimbra CEO, KICG – Kaizen Institute Consulting Group Caros leitores, Começámos a editar o Kaizen Fórum em 2002 e realizámos uma edição trimestral até 2005. Nessa altura, e devido a uma reorganização importante do Kaizen Institute a nível global, parámos com as edições regulares do Kaizen Fórum. Temos agora o grande prazer de reiniciar a edição regular desta publicação e tencionamos mantê-la durante muitos anos. Entretanto, o Kaizen Institute não parou a sua actividade em Portugal e, pelo contrário, tem vindo a apoiar cada vez mais empresas nos seus esforços de melhoria contínua. Em 2005 o quadro de consultores era de 12 e neste momento é de 27, o que representa um crescimento de mais de 100% nestes 3 últimos anos. O interesse pela Implementação de Sistemas de Melhoria Contínua (verdadeiro significado de Kaizen) não tem parado de crescer pelo mundo fora, como consequência do extraordinário sucesso da Toyota Motor Corporation. Estes sistemas são também conhecidos por Sistemas Lean ou então 6 Sigma. O objectivo final é sempre o de introduzir nas organizações uma cultura de melhoria contínua da Qualidade, Custo e Serviço ao cliente, e claramente conseguir resultados extraordinários nos resultados financeiros. Nos últimos três anos, o Kaizen Institute Portugal tem apoiado importantes empresas e organizações tais como o Grupo Bosch, a Salvador Caetano (cujo projecto Kaizen é relatado nesta edição do Kaizen Fórum), o Hospital Geral de Santo António e a Sonae (só para citar alguns casos). Nas próximas edições relataremos também com detalhe outros projectos realizados. Outro aspecto importante a realçar dos últimos 3 anos é o desenvolvimento das metodologias de melhoria contínua Kaizen que realizamos e que agrupamos num meta modelo designado KMS – Kaizen Management System. Com base na experiência internacional do Kaizen Institute de 25 anos, conseguimos reunir e desenvolver um conjunto de metodologias muito eficazes na realização de melhorias de qualidade, redução de custos e melhoria do serviço ao cliente. Outra tendência verificada nos últimos anos é a entrada do Kaizen e dos Sistemas de Melhoria Contínua em sectores não industriais tais como a Saúde e os serviços em geral. Em Portugal, o Kaizen Institute tem vindo a apoiar o Hospital Geral de Santo António no desenvolvimento e implementação de um Sistema Kaizen para a Logística, designado HLS – Hospital Logistics System. Qualquer organização pode beneficiar da introdução de um sistema Kaizen e começar de imediato acções de melhoria que podem revolucionar completamente o desempenho da organização medido nos seus indicadores mais importantes. Além de todos os projectos realizados no país, o Kaizen Institute Portugal tem vindo a participar em projectos internacionais entre os quais destacamos a introdução da Logística Alternativa (Logística Lean da Toyota) no grupo PSA (em Espanha e na República Checa) e também um projecto no maior produtor mundial de alumínio na Rússia. Estes projectos internacionais têm também contribuído para o grande desenvolvimento da nossa equipa em Portugal. Esperamos que a reedição do Kaizen Fórum venha a ser útil às organizações interessadas no Kaizen e no Lean e que sirva de inspiração para o desenvolvimento destes sistemas no nosso país. Pela nossa parte tudo faremos para contribuir para isso. O KMS – Kaizen Management System A história do desenvolvimento do Kaizen e do Lean nas empresas está directamente associada à evolução da organização da Toyota Motor Corporation. De facto, desde o final da 2ª Guerra Mundial que a Toyota tem vindo a introduzir actividades Kaizen que deram origem ao famoso TPS – Toyota Production System (mais conhecido pelo sistema Just In Time ou Lean). Ao longo dos últimos 60 anos a Toyota tem vindo a estender as actividades de melhoria contínua em todas as grandes funções da empresa, nomeadamente no Desenvolvimento do Produto e no Marketing e Vendas. O esquema ao lado representa o que hoje em dia é conhecido como o TMS – Toyota Management System. Hoje em dia, as melhores empresas a nível mundial estão a desenvolver actividades Kaizen e a organizar modelos de gestão de forma a perenizar o Kaizen no seu significado de Mudar para Melhor. Trata-se de construir uma cultura de mudança para melhor (melhoria contínua) onde cada colaborador é estimulado a procurar melhorias nos seus métodos de trabalho de acordo com o espírito Kaizen (everywhere, everybody, everyday Kaizen). Empresas como a Valeo, PSA, Bosch, Nestlé, Unilever, Porsche e outras têm vindo a desenvolver os seus próprios Modelos de Melhoria Contínua e a utilizá-los como o principal instrumento de uma estratégia de competitividade assente na melhoria contínua do QCDM – Qualidade, Custos, Delivery e Motivation. O Kaizen Institute Consulting Group tem vindo a desenvolver nos últimos quatro anos um metamodelo de melhoria contínua designado KMS – Kaizen Management System. Este modelo serve de base para o desenvolvimento de modelos customizados de melhoria contínua para qualquer empresa ou organização em função das suas características particulares. Um modelo de melhoria contínua (também conhecidos por CI – Continuous Improvement models) é constituído por três grandes elementos: Missão e Objectivos; Ferramentas de Melhoria; Princípios Fundamentais. Estrutura do KMS Missão e objectivos A missão de um sistema de melhoria contínua é a de promover o desenvolvimento da organização de forma a garantir a sua competitividade e obter uma posição de Excelência. Para tal é necessário envolver todos os colaboradores em actividades de melhoria enquadradas numa estratégia clara. Os objectivos são sempre constituídos por importantes KPI – Key Performance Indicators em termos de Qualidade, Custo e Delivery (ou serviço ao cliente). Cada empresa deverá definir a sua missão e objectivos estratégicos em termos de melhoria contínua. Ferramentas (o quê e como) O segundo grande elemento do sistema são os modelos e as ferramentas de melhoria a adoptar (“o quê”). Durante muitos anos as empresas tentaram implementar ferramentas de uma forma isolada (tais como SPC, Resolução de Problemas, smed, Manutenção Autónoma) sem cuidar de definir os objectivos estratégicos e sem cuidar do envolvimento dos vários níveis hierárquicos. Os resultados na maioria dos casos mostram uma regressão e falta de sustentabilidade. Para conseguir um sistema sustentável é necessário pensar em “como” aplicar as ferramentas. A isto chamamos no Kaizen a Gestão da Mudança e aqui incluímos o desenvolvimento de capacidade interna de mudança, a definição clara da direcção e do controlo e a adopção de uma organização eficaz. Claro que os modelos e ferramentas de melhoria devem ser escolhidos de forma a serem o mais eficazes possível e isto depende fortemente do sector de actividade de cada empresa. Adoptar cegamente os modelos da Toyota normalmente dá resultados menos bons. Princípios fundamentais Por último, temos os princípios ou valores fundamentais do sistema. Sempre relacionados com a criação de uma aguda percepção daquilo que é desperdício ou perdas e envolvendo os colaboradores que estão mais próximos destes desperdícios. Ao mesmo tempo, envolvendo a cadeia hierárquica em termos de suporte para a eliminação dos desperdícios. Outros valores tais como a Criação de Fluxo, Sistemas Pull, Gestão Visual, Não Culpar Não Julgar, Processo e Resultado devem ser considerados. II sexta-feira, 18 Abril de 2008 Informa o administrador-executivo da empresa, Jorge Pinto Metodologia Kaizen aumentou produtividade na Caetano Bus em 30% ANTES DEPOIS • Aumento de Produção de 5 carros/sem para 7 carros/sem (para 2 modelos de autocarro distintos); • Redução do número de horas gastas por carro; • Aumento da Produtividade dos abastecimentos à linha em 30% e 40% (nos modelos Tourino e Cobus, respectivamente); • Redução das paragens por falta de abastecimento; • Redução do número de alterações a peças feitas pelos operadores; • Redução do número de defeitos detectados na inspecção final. Melhores resultados foram na área produtiva A implementação da metodologia Kaizen na empresa fabricante de autocarros Caetano Bus aumentou a produtividade em 30% desde 2005. “Em 2004 produzimos 450 autocarros com pouco mais de 600 pessoas e em 2007 produzimos 700 com 598 colaboradores. Isto é, o número total de pessoas manteve-se, enquanto a produção cresceu bastante”, disse à “Vida Económica” o administrador-executivo da empresa, Jorge Pinto. O produto de “bandeira” da Caetano Bus é o Cobus, autocarro que circula em vários aeroportos de todo o mundo e que é responsável por quase metade da sua produção. A Caetano Bus, empresa que produz carroçarias para autocarros, resulta de uma parceria entre o grupo Salvador Caetano e a Evobus, a divisão de autocarros da Daimler. Na fábrica existem três linhas, duas dedicadas para os modelos “Tourino” e “Cobus” e a terceira vocacionada para modelos de Turismo de grande capacidade e Urbanos. A situação de partida destas linhas caracterizava-se por operações de montagem não balanceadas, falta de trabalho normalizado, abastecimentos feitos em contentores de rede em lotes de 5 carros. Paralelamente assistia-se a operadores a alterarem peças de forma a conseguirem monta-las e paragens de operadores por falta de materiais. Avançou-se, então, para a implementação de um Modelo Kaizen nas Linhas de Montagem. Começou-se por um projecto piloto na secção de acabamentos da linha Tourino. Após os bons resultados alcançados neste projecto avançou-se para outras secções da empresa. Os objectivos inicialmente propostos foram: • Aumentar em 25% a produtividade (medidas em horas/carro); ANTES • Aumentar em 20% a produtividade das pessoas directamente ligadas ao abastecimento à linha; • Dotar a empresa de um fluxo de material optimizado, criando condições para a implementação de sistema de gestão em Pull Flow. Foram então aplicados os conceitos do Total Flow Management: • Implementação do Pull Flow com uma forte componente de Gestão Visual e utilização de Kanbans; • Organização física dos transportes para acelerar os fluxos de materiais em toda a Supply Chain; • Standard work. Como resultados do projecto nas linhas de montagem destacam-se: ANTES DEPOIS O projecto também está a passar por outras áreas da empresa, como por exemplo o departamento de desenvolvimento e projecto. Foram definidos para este Departamento os seguintes objectivos: • Reduzir 50% o lead time total de projecto; • Aumentar 30% a produtividade do departamento; • Libertar 25% de espaço administrativo; • Melhorar a qualidade dos processos (diminuição de erros e retrabalho); • Normalizar os processos; • Reduzir o tempo de procura de informação. No Departamento verificou-se que foi libertada uma sala e a movimentação dos colaboradores foi minimizada. O aumento de produtividade e a diminuição de erros e retrabalho no Planeamento de Protótipos foram também resultados das acções desencadeadas. Os resultados foram menos visíveis do que na produção. “Este teve duas fases, uma de resultados imediatos, com as DEPOIS acções 5S (reorganização da infraestrutura física), a reformulação dos postos e a eliminação dos documentos que não eram necessários. Porém, quando chegou ao processo indirecto, os resultados não foram tão evidentes como antes. É uma área mais complicada e o tipo de reacção é outro”, explica Jorge Pinto. Mesmo na área produtiva, o executivo reconhece que o aumento de encomendas facilitou o processo. “O número total de pessoas manteve-se, enquanto a produção cresceu bastante, uma subida que minorou o impacto deste aumento de produtividade comparativamente a se este crescimento tivesse acontecido num período de estabilidade de encomendas, porque aí sobrariam postos de trabalho… No caso dos indirectos, o cenário é diferente e por isso a resistência à mudança é natural que seja maior”, afirma. “Tivemos a felicidade de arrancar com a reestruturação quando a conjuntura era favorável e o mercado permitiunos crescer. Se estivéssemos num período de estabilidade de encomendas, é provável que o mesmo tipo de resistência também tivesse havido na produção. Quando há postos de trabalho em causa, é natural que as pessoas reajam”. sexta-feira, 18 Abril de 2008 III Administrador-executivo da Caetano Bus, Jorge Pinto, afirma “Questão da produtividade do trabalhador português é um mito” O aumento de produtividade na Caetano Bus em 30% desde 2005 (ver artigo ao lado), com a implementação da metodologia Kaizen, vem atestar a produtividade dos portugueses. O administrador-executivo desta fábrica de autocarros, Jorge Pinto, não tem, aliás, dúvidas de que este assunto não passa de um mito e que o importante é criar condições, dando como exemplo o que se passou na Caetano Bus. “As pessoas começaram a perceber que esta melhoria na produtividade passava muito pelas melhorias nas condições de trabalho, as quais começaram a ser também motivadoras, porque viam as secções em que a metodologia Kaizen já estava a ser implementada e percebiam que estas eram mais limpas e arrumadas, enfim, mais agradáveis para trabalhar”, refere este responsável pela Caetano Bus. Vida Económica- Como arrancou o processo de implementação da metodologia Kaizen? Jorge Pinto- O projecto arrancou em meados de 2005 e este é um processo que ainda não acabou. Mas importa fazer uma contextualização histórica. A Caetano Bus começou a operar em 2002 e resulta da antiga divisão fabril de Vila Nova de Gaia do grupo Salvador Caetano e foi criada depois da “joint-venture” com a Evobus [pertença da Daimler]. A Caetano Bus começou a operar logo a seguir ao 11 de Setembro, que afectou fortemente os investimentos relacionados com os aeroportos. Ou seja, as encomendas do Cobus, que era, já na altura, um produto muito importante, caíram quase para zero. Além disso, a seguir começou uma crise económica da Europa, depois do “boom” de 2000. Por isso, a Caetano Bus dá os primeiros passos num enquadramento francamente mau. Daí que até ao fim de 2004 a empresa tenha acumulado prejuízos, o que, por sua vez, levou a que houvesse pouco investimento em inovação. Além disso, algumas marcas começaram a ver-nos como concorrentes por força da entrada da EvoBus, o que também não facilitou. Em 2004, quando se decide começar a reestruturação… VE- Foi nessa altura que entrou para a empresa? JP- Sim. Eu estou no grupo Salvador Caetano desde Novembro de 2004. Comecei por trabalhar em outra empresa do grupo, em Inglaterra, também para a reestruturar, e entrei para o conselho de administração da Caetano Bus em Abril de 2005. VE- Como encontrou a Caetano Bus? JP- A empresa estava, como já disse, estagnada e o moral estava baixo. Além disso, a empresa estava bastante burocratizada, porque em momentos de estagnação muitas vezes “inventam-se” tarefas. A questão que se pôs foi como seria possível alterar isto. Eu tinha a sensação que se chegássemos à beira do departamento de projecto, de logística ou o de engenharia e disséssemos “vocês têm que melhorar a produtividade”, provavelmente não teríamos grandes resultados. Por isso, a estratégia foi ser o cliente a puxar e o cliente destes sectores indirectos todos é a produção. Foi por isso que o primeiro sector a ser visado foi a pro- dução. Neste cenário, havia um problema de desmoralização interna, pelo que seria melhor alguém do exterior, com “knowhow” e, ao mesmo tempo, com uma certa independência. Eu já tinha trabalhado com o Instituto Kaizen em outra empresa e, nesse sentido, definimos uma estratégia. Vida Económica- Processos como este são a prova da produtividade do trabalhador português? Jorge Pinto- A questão da produtividade do trabalhador português é um mito. Lembro-me que, quando comecei a falar de produtividade aqui, houve algumas reacções do género “querem que trabalhemos mais” ou “querem explorar-nos”. Aliás, houve algumas situações de greve em 2005. Nas reuniões que tive com os colaboradores, dei-lhes muitas vezes o exemplo da produtividade na comparação com a mudança de um pneu, que é o seguinte: se você pegar num carro de há 40 anos e for mudar um pneu, tem uma chave manual e as porcas estão enferrujadas. O resultado é que demora para aí uma hora a mudar o pneu e são precisas duas pessoas para fazê-lo. Pelo contrário, na Fórmula 1 uma pessoa só demora oito segundos a mudar uma roda. E não fica mais cansada. Portanto, a questão é criar condições. De facto, as pessoas começaram a perceber que esta melhoria na produtividade passava muito pelas melhorias nas condições de trabalho, as quais começaram a ser também motivadoras, porque as pessoas viam as secções em que a metodologia Kaizen já estava a ser implementada e percebiam que estas eram mais limpas e arrumadas, enfim, mais agradáveis para trabalhar. Aliás, hoje em dia, tenho a impressão que a maioria das pessoas era incapaz de trabalhar nas condições que tinham há cinco anos. VE- Além da quantidade, também notam melhorias em termos de qualidade? JP- A qualidade foi um desafio paralelo. Uma das consequências do mau arranque desta empresa foi o facto de o nosso parceiro, nomeadamente no modelo Tourino, não estar satisfeito com o cumprimento de prazos nem com a qualidade. Por isso, tivemos que melhorar estes dois aspectos. Medimos isso desde que a Caetano Bus foi criada e Jorge Pinto, sobre o facto de a Caetano Bus ser portuguesa nos negócios internacionais: “Até agora, nunca foi obstáculo”. houve uma grande progressão. Em termos de qualidade, neste momento, estamos, pelo menos, ao nível das melhores fábricas da Mercedes. Ao nível do cumprimento dos prazos de entrega, as coisas entraram nos eixos e há mais de um ano que o prazo de entrega para todos os produtos ronda os 98%. A qualidade, os prazos de entrega e a produtividade são objectivos estratégicos para a empresa. VE- Os processos Kaizen estão na empresa há algum tempo. A relação é para continuar? JP- Como referi, o actual projecto vai até ao final de 2009. Depois dessa data vamos, de certeza, continuar a ter projectos de melhoria. Por isso, prevejo oportunidades de continuarmos a trabalhar com o Instituto Kaizen, mas não posso, neste momento, dar a certeza. Cobus é um sucesso a nível mundial VE- Conversemos sobre a empresa. Como foi 2007 para a Caetano Bus? JP- O ano passado foi bom, até porque tivemos uma conjuntura favorável. Produzimos 700 unidades e facturámos 75,5 milhões de euros, com um resultado operacional de 7,5 milhões de euros. VE- O Cobus é responsável por que fatia da produção? JP- É o nosso produto de “bandeira” e representou mais de 320 unidades. VE- Portugal é um país competitivo como carroçador de autocarros ou a Caetano Bus é uma excepção à regra? JP- Este ainda é um sector com muita mão-de-obra intensiva e nós temos a vantagem – nesta perspectiva, porque em outras é, obviamente, uma desvantagem – competitiva de termos um custo de mão-de-obra bastante mais baixo do que outros países europeus. Por exemplo, aqui na Caetano Bus o nosso custo de mão-de-obra ronda os 18 mil euros por ano por pessoa, a empresa espanhola do nosso sector que tem esse custo mais baixo tem 24 mil euros. E se formos para Inglaterra temos empresas com um custo médio de 40 mil euros. Num produto em que o preço de mão-de-obra é, como já referi, importante, isso deveria ser um factor de competitividade da indústria nacional… VE- Contudo… JP- Em relação à Caetano Bus, não estaríamos na posição em que estamos se não fossemos competitivos. Contudo, em relação à generalidade do sector, há alguns aspectos negativos. Estamos num mercado que é muito pouco exigente em termos gerais, no qual a legislação de construção e segurança, por exemplo, não é igual à do resto da Europa. Ora, isso pode levar a algum facilitismo, o que não é um factor de competitividade para a indústria nacional, primeiramente para aqueles que abastecem sobretudo o mercado português. Isto pode parecer polémico, mas recordo que, há alguns anos, a diferença de exigência ambiental entre a indústria europeia e a norte-americana chegou a ser visto como prejudicial para a competitividade da Europa, pois estava a produzir em condições mais difíceis e restritivas. É isso que acontece em Portugal, pelo menos até que haja uma homogeneização da legislação nacional que nos obrigue a todos regermo-nos pelos mesmos padrões e a sermos competitivos exactamente dentro desses padrões. Por outro lado, de volta à Caetano Bus, a empresa está lucrativa e saudável, mas, como costumo dizer, se estivéssemos em Inglaterra, os custos com o pessoal seriam multiplicados por 2,5. Resultado, não entraria no “vermelho”, mas teria margens muito mais pequenas. Por isso, ainda temos um caminho a percorrer em termos de produtividade. VE- Quais os objectivos da Caetano Bus para 2008? JP- Este ano, em termos orçamentais, temos previsto um decréscimo do volume, já que em 2007, como já disse, fomos favorecidos por alguns factores de conjuntura. Porém, no que se refere aos resultados, o objectivo é semelhante. À partida, este ano será de consolidação e para 2009 temos previsto alguns projectos que, a concretizarem-se, vão permitir que seja um novo ano de crescimento. IV sexta-feira, 18 Abril de 2008 Alguns eventos Kaizen… Seminário “Excelência Operacional nas Unidades de Saúde” O Caso de Sucesso do Hospital de Santo António 23 ABRIL, LISBOA 3 Aumento de produtividade Grupo Alvo: Administradores, Gestores de Topo e Directores de Serviço de Unidades de Saúde 3 Motivação dos colaboradores 3 Custos mais baixos Kaizen Study Tour a empresas líderes Kaizen e na implementação de uma 3 Processos normalizados 16 a 21 JUNHO, JAPÃO mundiais na realização de actividades 3 Redução do tempo de procura Benchmarking no Japão Enfoque no GembaKAIZEN, Just-In-Time e Lean 3 Espaço libertado cultura de Melhoria Contínua. Será possível observar a realidade do Gemba (terreno) e os resultados em termos de Produtividade, Qualidade e Serviço conseguidos pela aplicação das mais avançadas técnicas de melhoria NÍVEL DE SERVIÇO PRODUTIVIDADE operacional. STOCKS Evento orientado a Administradores, Gestores de Topo e Directores de Departamento Seminário “Kaizen Management System” 17 JUNHO, PORTO Objectivo: Conhecer metamodelo estruturado para Gestão da Melhoria Contínua. Compreender a filosofia Kaizen e as potencialidades das ferramentas Kaizen. Programa: 3 Kaizen Management System 3 Resistência à Mudança 3 Modelo dos Muda 3 Total Flow Management 3 Total Productive Maintenance 3 Total Quality Control 3 Total Service Management 3 Total Change Management Possíveis empresas a visitar: Toyota, Yamaha Group, Matsushita, Mori Seiki e Yazaki Acções de Formação Kaizen College 2008 Formação em contexto empresarial com visitas ao Gemba… Durante este ano as acções de formação Kaizen College serão realizadas em empresas. Para além da natureza teórico-prática destas sessões (com realização de exercícios de prática simulada) serão realizadas visitas ao Gemba para observação da implementação dos conceitos apresentados. Em breve serão divulgadas as datas de realização destes eventos!!!