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DIRECTOR
João Peixoto de Sousa
Nº 1245 / 18 Abril de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20€
www.vidaeconomica.pt
SUPLEMENTO
FRANCHISING
E EMPREENDEDORISMO
Capital de risco
tem défice
de execução
SUPLEMENTO ARAN
Após-venda
é ferramenta
de fidelização
do sector
automóvel
Fundos de investimento mobiliário perdem
mais de 2,5 mil milhões de euros no primeiro trimestre
Resgates valem quase
o dobro das subscrições
O mercado dos fundos de investimento mobiliário (FIM) ainda não
conseguiu recompor-se dos efeitos
da crise financeira provocada pelo
subprime.
No final do primeiro trimestre
de 2008, os resgates ultrapassaram
os 5227 mihões de euros, ou seja,
quase o dobro das subscrições efectuadas no mesmo período, correspondendo a um saldo negativo superior a 2,5 mil milhões de euros.
No espaço de um ano, o valor
total dos activos geridos pelos FIM
passou de 29 339 milhões para 22
372 milhões e euros.
Esta perda global de quase sete
mil milhões de euros, no espaço
de apenas um ano, deve-se, essencialmente, à falta de confiança dos
investidores. Os fundos de obrigações, por serem mais defensivos, são
os mais penalizados.
Face à instabilidade dos mercados
activos sob gestão em baixa
SUPLEMENTO
TECNOLOGIAS
DE INFORMAÇÃO
29339
30144
PME despertam
para factor
segurança
25763
22372
SUPLEMENTO Kaizen
Metodologia
Kaizen aumentou
produtividade
na Caetano Bus
em 30%
SEGUROS
Assurfinance capta
25% dos novos
clientes do BES
Maio 07
Julho 07
Dez. 07
Maio 08
Valores em milhões de euros
Fonte: APFIPP
financeiros, as gestoras de fundos
adoptam uma postura mais defensiva, recomendando a Santander
Asset Management aos seus clientes
a opção por fundos de retorno absoluto.
O rumo seguido, desde o início
do ano, por esta gestora aponta
para uma selecção mais creteriosa
na escolha dos activos que compõem os portfólios e para uma
maior diversificação dos mesmos.
Seja como for, a convicção é que a
intervenção do Governo e dos bancos centrais irá permitir recuperar
da crise, perspectivando-se uma alteração da situação ainda durante o
corrente ano.
A sociedade gestora nacional com
maior volume de activos continua a
ser a Caixagest, com 5408 milhões
de euros, e 24% de quota de mercado.
Pág. 34
Pág. 38
BANCA
CGD acusada
de discriminação
nos seguros
Pág. 38
CRÉDITO
Estudo da Eurofactor revela
Empresas
portuguesas
demoram 99 dias
a pagar
Pág. 5
Contratos abusivos sustentam
grande distribuição
Débito de importâncias desproporcionadas
face ao volume de compras ou serviços prestados ao fornecedor, penalizações de 17% ou
20% por atrasos nas entregas, contratos de
margem garantida, retirada de produtos de linha de venda quase sem aviso são alguns dos
abusos praticados pela grande distribuição.
As autoridades com competência para intervir não reagem e quem se queixa “apanha por
tabela”. O fecho de um canal de vendas que representa mais de 65% da facturação pode atirar a empresa para a falência. Os fornecedores
têm medo de denunciar a situação e só falam
do assunto sob compromisso de completo anonimato.
O Grupo Jerónimo Martins é o alvo das
maiores manifestações de descontentamento.
Uma análise jurídica da PLMJ de um contrato proposto por várias empresas desta grande
cadeia de distribuição aponta para ilicitudes
graves à lei da concorrência.
O domínio das marcas próprias ou de insígnia sobre marcas terceiras reduz a escolha do
consumidor e inflaciona os preços.
trabalho
TELECOMUNICAÇÕES
Sinistralidade
deve baixar 25%
até 2012
Colt aponta
para liderança
na internet
Pág. 23
Pág. 32
PUB
01245
9 720972 000037
ACTUALIDADE
2
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Abertura
NESTA EDIÇÃO
CAUSAS DO DIA-A-DIA
A NOVA LEI DO DIVÓRCIO
ANTÓNIO VILAR
ADVOGADO
antoniovilar@antoniovilarpt
Espero que neste processo de
democratização do egoísmo e da banalidade
os tribunais venham a tomar a sério os
danos não patrimoniais do ex-cônjuge que
vê terminada uma relação “contratual” sem,
para tal, ser tida em conta a sua vontade.
O
casamento, com a matriz legal que ainda vigora, está, na prática,
em vias de extinção, enquanto a família se descaracterizou tanto já
– por referência a um padrão vigente durante tempos imemoriais
– que é difícil defini-la, hoje, até legalmente. E, agora, o “simplex” chegou às
mentes brilhantes das causas ditas “fracturantes” com propostas legislativas
que tornarão o divórcio um doce: bastará, para tal, a vontade de um qualquer dos consortes sem que o outro tenha, sequer, direito de contraditório.
E diz-se que isto são medidas de esquerda moderna… embora melhor fora
considerá-las liminarmente retrógradas e imbecis.
Os clássicos – a que talvez valha a pena um dia voltar – diziam que o casamento era o “principium urbis et quasi seminarium rei publicae” (Cícero),
ou seja, o modo essencial de constituição da família. Visto, agora, como um
acto, é tido geralmente por um negócio jurídico bilateral que gera, portanto,
relações jurídicas pessoais e patrimoniais. Ora é numa concepção meramente contratualista que o legislador hoje enfrenta o casamento: trata-se de um
contrato que se pode romper como qualquer outro. E é aqui que surge, então, o projecto de lei que visa tornar legal que a declaração de vontade de um
dos cônjuges seja fundamento suficiente para a dissolução do casamento.
Admito que, no mundo contemporâneo e na nossa era civilizacional, se
aceite que ninguém esteja obrigado a ficar casado. Mas a nova Lei pretende
ir muito mais além: rompe-se o contrato matrimonial com a mesma irresponsabilidade com que se apaga um cigarro.
Como advogado que em muitos anos de actividade tive que lidar com
milhares de casos de divórcio e, logo, com alguma experiência da problemática jurídica em causa, revolta-me a irresponsabilidade com que o legislador
aborda tais questões, tanto mais quanto se expandem direitos (?) para todos
e se omitem obrigações correspondentes que não poderão ser ignoradas.
Sendo certo que as leis são para cumprir (também as leis injustas?) apenas
quero, no transe, sublinhar que aparentemente não deixará de vigorar o
princípio da reparação de danos não patrimoniais causados ao outro cônjuge
pela dissolução (unilateral) do casamento. E, assim, espero que neste processo de democratização do egoísmo e da banalidade os tribunais venham
a tomar a sério os danos não patrimoniais do ex-conjuge que vê terminada
uma relação “contratual” sem, para tal, ser tida em conta a sua vontade.
Qualquer contrato livremente celebrado deve ser pontualmente cumprido. E se incumprido – mesmo esse “insignificante” contrato matrimonial
– não poderão ignorar-se os danos que a ruptura do mesmo possa causar.
Talvez, então, por este caminho, possa superar-se a leviandade com que o
nosso tempo trata o “casa e descasa”.
Pág. 6
ACTUALIDADE
Pág. 23
Pág. 36
GRUPO JERÓNIMO MARTINS COBRA MARGENS
EXAGERADAS
Uma análise jurídica realizada pela PLMJ chega à conclusão que
a Jerónimo martins tem práticas comerciais abusivas. E estas são
várias, tendo em conta um contrato realizado entre a Gestiretalho, a
Recheio, a J. Gomes Camacho, a Liedesol, todas empresas da JM, e
um fornecedor. Uma situação que não é compreensível e que deveria
ser sujeita à atenção das autoridades competentes.
EMPRESAS
SINISTRALIDADE LABORAL DEVE BAIXAR
EM 25% ATÉ 2012
Portugal, com um ano de atraso relativamente aos restantes países
europeus, apresentou a estratégia na área da segurança e da saúde
no trabalho. Paulo Morgado de carvalho, presidente da Autoridade
para as Condições de Trabalho (ACT), considera a prevenção e a fiscalização essenciais. E que estão reunidas condições para continuar
o esforço de redução da sinistralidade laboral.
MERCADOS
CRESCIMENTO NA ZONA EURO PERMITE
QUE TAXAS DE JURO NÃO DESÇAM
O Banco Central Europeu optou por manter a taxa de juro de referência. O BCE aponta o risco de aumento da inflação, mas reafirma
que os fundamentos da economia são consistentes. Tudo indica que
a instituição não vai adoptar uma política monetária expansionista,
pelo menos num futuro próximo.
HUMOR ECONÓMICO
BREVES
EMPRESÁRIOS NACIONAIS
ESTÃO CONFIANTES
Os empresários portugueses estão confiantes na prestação das suas empresas ao longo do presente ano. Metade dos agentes económicos inquiridos no estudo da Eurofactor prevê mesmo um aumento da rentabilidade.
O que contrasta claramente com o pessimismo manifestado no exercício
passado.
A rentabilidade atinge o melhor registo entre os países europeus analisados, com quase metade a esperar igualmente um crescimento do volume
de negócios e dos investimentos. Só a Alemanha bate Portugal na escalada
do indicador dinâmico de crescimento. Daqui se pode concluir que as coisas não estarão tão mal como se tem feito crer, refere a empresa de factoring. Os preços das matérias-primas e da energia continuam a representar
as principais preocupações para a actividade económica.
EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de
Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima
Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão;
E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e
Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto
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EMPRESA
CERTIFICADA
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PELA:
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TAXA PAGA
Registo na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477
EMPRESAS CITADAS
Mota-Engil ............................ 03
Google .................................. 24
Grupo Jerónimo Martins ......... 06
Hitachi Consulting ................. 24
Recheio ................................ 06
Richdun................................ 24
PLMJ.................................... 06
Dunhill ................................. 24
Deutsche Bank ...................... 10
TAP ...................................... 26
Citigroup............................... 10
British Airways ...................... 26
Leadership ............................ 13
Pestana ................................ 27
Ikea...................................... 14
EasyJet ................................. 27
Century 21 Portugal ............... 15
Vila Sol ................................. 27
Sonae Sierra ......................... 15
Artagón................................. 27
CB Richard Ellis .................... 15
BCP ..................................... 29
AMGI.................................... 15
Gerium ................................. 29
Invesfer ................................ 15
Cofina................................... 29
Vicaima ................................ 20
Controlinveste ....................... 29
Cepsa ................................... 20
Colt ...................................... 32
Total ..................................... 20
BBVA ................................... 36
Metrovac............................... 21
Personal Value....................... 36
El Corte Inglés....................... 21
ParaRede .............................. 41
BREVE
EXPORTAÇÕES
TÊXTEIS
ACELERAM
A Associação Têxtil e Vestuário
de Portugal (ATP) revelou satisfação com o desempenho do
sector no primeiro mês do ano.
Espera agora que a estratégia de
internacionalização continue a
dar resultados, a par dos apoios
resultantes do QREN. Depois de
terem fechado o ano passado
com um crescimento de 4,2%,
as exportações têxteis e vestuário aceleraram 5,3%, no passado mês de Janeiro.
As vendas para o exterior totalizaram quase 379 milhões de
euros, com destaque para a evolução das exportações de artigos
têxteis, com segmentos a crescerem dois dígitos. Também se
verificou uma forte evolução nos
tecidos de malha. Em sentido
contrário mantêm-se os têxteislar, uma tendência que já se faz
notar há alguns anos. As importações aumentaram 6,3%, devido à pressão de países terceiros,
especialmente da China.
4
ACTUALIDADE
sexta-feira, 18 Abril de 2008
14%
7,9 mil
5,6 mil
Aumento
das importações
de alimentos
e bebidas,
no ano passado
milhões de euros
Orçamento
do Serviço
Nacional de Saúde
milhões de euros
investimento
público para o
próximo exercício
TENDÊNCIAS
ECONÓMETRO
PAES DO AMARAL
FISCO REFORÇA DETECÇÃO DE IMPOSTOS EM
FALTA (milhões de euros)
Chegou ao conhecimento do público enquanto “patrão” da TVI. Deu
nas vistas como empresário e acabou por “largar” o canal de televisão.
E não perdeu tempo a diversificar a sua actividade. Entrou em força
no mercado livreiro e nas novas tecnologias. Agora está também no
mundo da moda e sabe-se que quer reforçar a sua presença no sector financeiro. Em Londres já tem uma participação considerável num
banco de investimento. Por certo que irá bastante mais longe.
1000
900
800
700
600
500
VITOR CONSTÂNCIO
400
O governador do Banco de Portugal, nos últimos tempos, tem revelado
um trajecto errático. Admite que os bancos cometem irregularidades,
mas nada tem sido feito para contrariar a tendência de quase prepotência de algumas entidades financeiras. Também diz que pretende
tornar a informação bancária mais acessível aos consumidores, só
que não refere prazos. Sobretudo, o governador parece reagir apenas
quando não tem outra possibilidade. É um claro exemplo do ditado
“casa roubada, trancas à porta”.
300
200
100
0
2005
2006
2007
Fonte: Ministério das Finanças
TAXA DE INFLAÇÃO HOMÓLOGA AUMENTA (em %)
3.1
JORGE COELHO
3
A entrada de Coelho para a Mota-Engil será sempre discutível, pelo
menos em termos éticos. Mas a questão que agora se levanta é outra,
que, todavia, não deixa de ter a ver com o sector da construção. Foi
Jorge Coelho que, enquanto ministro, decretou há cerca de uma década as medidas restritivas na região da Ota. Ora, subsistem muitas
dúvidas quanto à constitucionalidade de tal medida. Caso os subscritores do processo que exigem indemnizações ganhem, então os
contribuintes terão que proceder ao seu pagamento. O responsável.,
é certo, não será alvo de qualquer queixa.
MARIA DE LURDES RODRIGUES
2.9
2.8
2.7
2.6
2.5
2.4
2.3
2.2
2.1
Janeiro 07
Março 08
Fonte: INE
A ministra sai derrotada do braço-de-ferro com os professores. Acabou mesmo por recuar face às exigências dos sindicatos. Estes têm
agora a possibilidade de ditarem algumas regras. A teimosia, em política, pode-se pagar muito cara. Tudo seria evitável, caso a ministra
não tivesse feito dos docentes os bodes expiatórios da falência do
sistema educativo nacional. E muita água vai ainda correr debaixo
da ponte. A ministra acabará por admitir que o modelo de avaliação
pretendido não é exequível. Trata-se meramente de bom senso.
PRODUÇÃO NA CONSTRUÇÃO CHEGA A TERRENO
POSITIVO (médias móveis de três meses, %)
1
0
-1
-2
-3
COLUNA DO LEITOR
-4
-5
-6
ENCERRAMENTO DOS “HIPERS” AO DOMINGO
PENALIZA CONSUMIDORES?
No seguimento da notícia
publicado pelo jornal nacional “Vida Económica”, onde
o Luís Vieira e Silva refere
que em nada o comércio tradicional sofre com esta grande alteração, é mais do que
claro que é “pura” mentira,
visto que o chamado comércio tradicional e o comércio
de cidade encontra-se numa
situação que em nada prevalece, visto que para poder
superar esta situação precisa
de apoio imediato para poder
contratar funcionários de forma a poder aumentar os seus
horário de funcionamento, de
forma a poder aproveitar o encerramento dos hiper.
Em relação à pequena estatística do aumento de postos
de trabalho, no caso de os
“hiper” abrirem ao domingo, é
óbvio que no caso de ser “verdade” a criação de 4 mil novos
empregados, nos hipermercados, é claro que cerca de mais
de metade do valor seriam desempregados do actual comércio tradicional e comércio de
cidade. É importante ainda referir que os “hiper” não criam
postos de trabalho, mas sim
aumentam acentuadamente a
rotação dos mesmos, criando
sim uma insegurança muito
maior em todo o tipo de carreiras profissionais e até mesmo uma grande degradação do
ponto de vista de objectivos
pessoais de carreira.
Imaginando que o comércio
tradicional e o comércio de
cidade conseguiria aumentar
os seus horários de funcionamento, todos os postos de
trabalho criados seriam, no
mínimo, de um ano, aumentando a qualidade de vida de
todos os intervenientes, uma
maior estabilidade na carreira
e até mesmo na qualidade de
atendimento de cada um destes negócios. E, neste caso,
o aumento de postos de trabalho, seria sim de cerca de
9, remunerados e com uma
maior estabilidade.
É importante ainda referir que no caso dos “hiper”,
é quase impossível, gerir e
fiscalizar os seus impostos e
todo o tipo de fugas, enquanto
todo o comércio tradicional e
de cidade se rege por um espírito muito mais rígido e sem
grandes margens de manobra,
o que é bem melhor para a
economia do próprio país, inclusive na questão de todo o
tipo de compras que cada um
faz para o desenvolvimento do
seu negócio.
É importante, sim, olharmos, com um espírito crítico,
esta filosofia comercial que em
muito tem vindo a degradar o
nosso país, e toda a economia
do mesmo, pois, se continuarmos desta forma, a apoiar
quem não precisa de apoio
iremos entrar numa crise muito mais grave e sem retorno!
É claro e lógico que a economia nacional só pode ser
sustentada enquanto o comércio tradicional e de cidade existir, visto que cerca de
70% da nossa população vive
do comércio.
RUI VOGADO
-7
-8
Fevereiro 07
Fevereiro 08
Fonte: INE
REVISTA DE IMPRENSA
EXPANSIÓN
FMI revê crescimento espanhol em baixa
O Fundo Monetário Internacional reviu as previsões de crescimento
espanhol em baixa, para 1,8%, este ano, o nível mais baixo em 15 anos.
A espanha poderá representar uma exccepção na zona euro, devido à
sua particular vulnerabilidade à crise financeira (...).
A economia espanhola está muito dependente do sector imobiliário e
tem um elevado défice ao nível da conta corrente, o que faz com que
esteja susceptível aos fluxos de capital estrangeiros. Este é um país que
está mais sujeito aos riscos do que a maioria dos países da zona euro,
na óptica do FMI. Para a União europeia é esperado um crescimento
de 1,4%, sendo que os riscos estão equilibrados.
FINANCIAL TIMES
Europeus vêem China como maior ameaça à estabilidade
A China ultrpassou os Estados Unidos como a principal ameaça à estabilidade, da perspectiva dos europeus. O Tibete e as exportações baratas daquele país mudaram a opinião dos europeus. Desde o ano passado, duplicou o número daqueles que encara a China como a maior
ameaça. Depois das tensões entre a Europa e a China, por via das taxas
cambiais e questões comerciais, a situação degradou-se muito em face
do Tibete. Os italianos revelam-se os mais preocupados com o peso
crescente da China no contexto económico, seguindo-se a França e
a Alemanha. No ano passado, estes três países colocaram os Estados
Unidos no topo desta tabela (...).
Actualidade
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Catarina Frade, directora do OEC, avisa
Estudo da Eurofactor revela agravamento dos atrasos
“É imperativo reforçar a responsabilidade
das instituições financeiras”
Integrado no ciclo de conferências “Que
informação para o consumidor?”, que
decorreu recentemente na Universidade
Portucalense no Porto, a directora do
Observatório do Endividamento dos
Consumidores (OEC), Catarina Frade,
defendeu, através da sua apresentação
sobre a “Informação para os Serviços
Financeiros em Particular como Meio de
Prevenção do Excessivo Endividamento”,
ser “necessário um novo paradigma de
protecção ao endividamento: o princípio
do empréstimo responsável”.
S
egundo os dados mais
recentes do Ministério da Economia e do
Gabinete de Orientação ao
Endividamento dos Consumidores (GOEC), cerca
de 3 % das famílias portuguesas enfrentaram dificuldades de endividamento
em 2007. Paralelamente
ao crescimento verificado
relativamente a 2006 em
números absolutos, cerca
de cem mil agregados familiares sobreendividados,
registou-se também um
aumento do número de
pedidos de ajuda quer ao
GOEC quer à DECO (Associação Portuguesa para
a Defesa dos Consumidores).
Para Catarina Frade, o
actual elevado endividamento dos portugueses
resultou do seu desejo de
melhorar a sua qualidade
de vida. Na verdade, “os
portugueses aproveitaram
5
Empresas portuguesas
demoram 99 dias a pagar
Número médio de dias
de pagamento praticados
100
99
94
90
80
81
70
60
63
61
63
61
56
50
40
38
38
30
20
18
10
0
“Os consumidores devem “poder defender seus interesses e exprimir
os seus problemas”, afirma Catarina Frade.
12
2006
2007
2006
Portugal
2007
espanha
Prazo teórico
Atraso de pagamento
Total
Fonte: Eurofactor
as condições favoráveis da
conjuntura
económica,
com a baixa continuada da
taxa de juro (existente no
final da década passada),
para investirem na compra
de casa e aquisição de bens
de consumo”.
No entanto, na opinião
da jurista, as principais
causas para o endividamento “continuam a ser o
desemprego, a deterioração das condições laborais,
a doença e o divórcio. De
todo o modo, em alguns
processos, também se regista uma gestão deficiente do orçamento familiar”,
pois, frequentemente, ao
entrarem em dificuldades,
“as famílias não recorrem
imediatamente a apoio”,
procurando resolver a crise
pelos seus meios, chegando
mesmo a “contrair novos
créditos”, referiu.
Nesse sentido, o “sobreendividamento é ainda um
fenómeno pouco visível
em Portugal”. Contudo, “o
crédito malparado é ainda
uma pequena percentagem do total de crédito
concedido [cerca de 2%] e
ainda está dentro das margens calculadas pelas instituições financeiras para o
efeito”.
Acreditando que é importante existir uma campanha de informação que
ajude as pessoas a perceberem “a linguagem complexa” do crédito, porque
“não basta dar a informação, é preciso que as pessoas percebam a informação
que lhes é transmitida”,
Catarina Frade defende ser
“necessário um novo paradigma de protecção ao endividamento: o princípio
do empréstimo responsável”.
No decurso da sua apresentação, a directora do
OEC procurou ainda ex-
por os sete pressupostos
base do princípio do empréstimo responsável, segundo a ECRC (European
Coalition for Responsible
Credit), e que visam o reforço da responsabilidade
das instituições financeiras.
Assim, o crédito, como
elemento essencial para
uma participação na sociedade, deve “ser acessível a
todos”. “Deve ser transparente e compreensível”, dotando os credores de toda a
informação relevante para
uma correcta avaliação dos
riscos decorrentes do crédito. Adicionalmente, o
“empréstimo deve ser razoável, responsável e justo”,
determinando o nível de
endividamento adequado,
o tipo de produto, a duração e as condições contratuais justas.
Fernanda Silva Teixeira
Portugal está cada vez pior
no retrato, em matéria de atrasos de pagamentos. Em média,
as empresas portuguesas estão
a demorar 99 dias a concretizar os seus pagamentos, o que
revela uma tendência de agravamento da situação diagnosticada no ano passado, quando a
média de pagamentos em Portugal era de 94 dias. As conclusões foram apresentadas
esta semana pela Eurofactor,
que publicou a sexta edição do
barómetro europeu que compara a postura das empresas
nos sete países em que está
presente: Portugal, Espanha,
França, Itália, Alemanha, Bélgica e Reino Unido.
“Em matéria de pagamentos, Portugal está mesmo na
cauda da Europa e apresenta
uma cultura de mau pagador”,
confirma Rui Esteves, directorgeral da Eurofactor Portugal.
No inquérito realizado a 3000
empresários europeus, onde
Portugal representa 10% da
amostra, não existe outro país
que demore tanto tempo a pagar. Em Portugal, o prazo teórico assumido pelas empresas já
é um dos mais altos dos países
comparados, com 61 dias, em
média. Mas, além desse prazo,
a média de atrasos em Portugal foi de 38 dias em 2007,
o que perfaz os 99 dias que,
em média, as empresas lusas
demoram a concretizar os seus
pagamentos. Entre os países
analisados pela Eurofactor,
Portugal foi mesmo aquele que
registou maior agravamento da
sua situação, com a maior parte dos países a melhorar a sua
performance no cumprimento
de obrigações. A outra excepção do grupo é a Itália, que
passou de 93 para 94 dias de
pagamento, num ligeiro agravamento, mas onde o número
de dias de atraso efectivo, para
lá do prazo teórico, se mantém
estável e é bem mais reduzido
que em Portugal (21 dias). A
Espanha é o terceiro país desta
lista que demora mais tempo
a pagar, demorando, em média, 73 dias, mas apresentando uma boa recuperação face
aos 81 dias registados no ano
anterior. Aliás, em Espanha, o
atraso de pagamentos para lá
do prazo teórico era em 2007
de apenas 12 dias.
ANA SANTOS GOMES
[email protected]
Carvalho da Silva afirma
“Diabolização do sindicalismo é um erro estratégico”
M
anuel Carvalho da Silva, líder da CGTP
- Confederação Geral
dos Trabalhadores Portugueses,
defendeu, recentemente no Porto, a necessidade de “um debate profundo com os actores que
existem e estão no terreno, com
os sindicatos e com os patrões”
que permita “produzir efeitos de
mudança”. Convidado para um
debate sobre o “Livro Branco das
Relações Laborais” - organizado
pela Federação Distrital do Porto
do Partido Socialista e que contou ainda com a participação do
líder da UGT - União Geral dos
Trabalhadores, João Proença, e de
Rocha Novo, em representação
da CIP - Confederação da Industria Portuguesa — Carvalho
da Silva advogou também que a
“diabolização” do sindicalismo é
um “erro estratégico profundo”,
considerando “impensável” obter
um quadro de relações laborais
eficaz numa “lógica de combate
ao sindicalismo e às organizações
dos trabalhadores”.
Ainda segundo o líder da
CGTP, “ao discutir as leis la-
borais, não podemos deixar de
constatar que os trabalhadores
vêm sendo profundamente penalizados, com mais desemprego,
com o aumento acelerado de precariedade e com mais rupturas de
solidariedade”. “Temos de ter a
noção de que os professores mais
jovens já têm adquirido uma coisa, vão ganhar menos um terço
do que ganhavam os mais velhos
para as mesmas funções e exigências”, acrescentou Carvalho da
Silva, referindo, em concreto, a
actual situação profissional dos
professores.
João Proença, dirigente da
UGT, e o último a intervir no
debate, defendeu uma posição
comum com o líder da CGTP,
criticando a omissão do Livro
Branco em matérias essenciais
como o reforço da negociação
colectiva.
Para João Proença, a Comissão
do Livro Branco (CLB) errou ao
“assumir uma postura anti-sindical”, desvalorizando a negociação
colectiva e colocando um “forte
acento na individualização das relações de trabalho”, o que contri-
buirá para “um agravamento dos
desequilíbrios que actualmente
já se verificam”. Como exemplo
desta desvalorização, foi proposta
a concentração das competências
dos representantes para a segurança e higiene no trabalho nas
comissões dos trabalhadores.
Na conclusão da sua intervenção, este dirigente da UGT reforçou o argumento de que “a flexibilidade nunca se obterá pela
via da flexibilidade individual ou
pela precariedade, mas sim por
via da negociação colectiva”.
Entretanto, e por seu lado, Rocha Novo, representante da CIP,
tinha já argumentado que “a renovação dos quadros das empresas é uma necessidade que deve
ser encarada de frente”, considerando que “a renovação do quadro das empresas não pode ser
cega, nem feita de qualquer maneira, mas um emprego tem de
pressupor ajustamento ao posto
de trabalho e empenhamento do
trabalhador”, referiu.
Na verdade, segundo a posição
oficial da CIP, o principal desafio da revisão do Código de Tra-
balho é o combate à “rigidez do
quadro regulador das relações laborais”, pois este “impede as empresas portuguesas de serem mais
competitivas e de se adaptarem
às mutações impostas pela concorrência global”. Como tal, esta
revisão apresenta-se como uma
verdadeira “oportunidade para
introduzir maior flexibilidade
àquele quadro” legislativo.
Por outro lado, e alertando
para o facto de que “a flexibilidade não se visa apenas facilidade
em despedir”, Rocha Novo sublinhou também que “essa exigência, compreende também outras
condições orientadas para a potenciação da criação de empre-
go”, seja “através da criação de
novas empresas ou desenvolvimento das empresas existentes”.
Relativamente à exclusividade
das estruturas sindicais na legitimidade para a negociação colectiva, o dirigente da CIP propôs
que os contratos colectivos de
trabalho devem poder ser celebrados com outras organizações,
como as comissões de trabalhadores.
Adicionalmente, a CIP defende também uma “adequada definição do direito à greve”, a “reformulação do regime das faltas”
e o “aumento da duração do período experimental”.
Fernanda Silva Teixeira
PUB
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6
ACTUALIDADE
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Contratos abusivos
sustentam grande
distribuição
C
omo é possível continuarem a abrir cada vez mais
hipermercados se a população não cresce nem o rendimento das famílias aumenta, antes
pelo contrário, até diminui? Foi
com esta pergunta que a “Vida
Económica” foi confrontada por
diversos fornecedores das grandes
superfícies, que preferiram manter o anonimato, com medo de
represálias, quando procurava obter respostas sobre a actividade da
grande distribuição em Portugal. E
a resposta poderá estar nos contratos de margem garantida e outros
contratos com cláusulas abusivas
“impostos” pelas centrais de compras das empresas pertencentes a
grandes grupos de distribuição aos
seus fornecedores.
Há contratos celebrados entre
distribuidores e fornecedores que
contêm clásulas abusivas a favor
dos primeiros sobre os segundos.
Segundo nos contaram alguns fornecedores, “quem quiser assina,
quem não quiser não assina. Não
há pistolas nem facas apontadas a
ninguém”. Por que razão assinam
então os fornecedores tais contratos que, em hipótese, os pode conduzir à falência?
A explicação encontra-se, em
princípio, no poder negocial que as
empresas distribuidoras hoje têm,
em resultado da concentração, seja
por aquisições, seja pela organização em centrais de compras.
Conforme contou à “Vida Económica” um fornecedor da grande
distribuição, os contratos são feitos
pelo distribuidor praticamente sem
margem de negociação. “Ou aceitamos ou não aceitamos”, disse.
“Tenho clientes que valem mais
de 65% da facturação da empresa.
Nestes casos, é difícil prescindir de
trabalhar com ele”, disse-nos um
outro fornecedor.
Mas há quem não trabalhe com
a grande distribuição. É que, só
para colocar os seus produtos na
prateleira dos hipermercados, os
fornecedores têm de pagar um direito de entrada – um dos fornecedores disse terem-lhe cobrado 12
500 contos por um produto – com
o risco de ele poder ser retirado de
linha a qualquer momento por
parte do distribuidor.
Quando é possível aos fornecedores fazerem as contas, os riscos
estão mais ou menos contidos, já
que eles têm a possibilidade de
incluir no preço de venda do pro-
duto o montante que pagam ao
distribuidor. Contudo, como há
cláusulas que permitem a este debitar no preço a pagar ao fornecedor “n” custos resultantes de serviços prestados a título de promoção
ou cooperação comercial, mas não
só, a situação pode complicar-se
seriamente para os fornecedores.
Pelo atraso na entrega de mercadorias, por exemplo, realizada
à tarde, quando deveria ser de
manhã, as distribuidoras enviam
aos fornecedores notas de débito
superiores a 17% sobre o valor da
mercadoria. Um fornecedor fala
inclusive num débito de 20%.
Contratos de margem
garantida são um suicídio
Vários fornecedores da grande
distribuição revelara conhecer a
existência de contratos de margem garantida. Mas nenhum dos
contactados pela VE disse alinhar
nesse tipo de contratos. Mesmo
assim, apesar de proibidos pela lei
da concorrência, a avaliar pelos relatos, ainda há quem se sujeite ao
pagamento de uma margem fixa
sobre o preço inicial do produto,
independentemente de todas as
circunstâncias futuras que determinem uma baixa do valor do preço final de venda. É o que acontece com os descontos promocionais
lançados durante o contrato ou
por descidas de preço provocadas
pela concorrência.
A este propósito, houve um for-
necedor que disse ter deixado de
trabalhar com o Grupo Jerónimo
Martins porque uma das lojas do
grupo queria impor-lhe uma descida de preço pelo facto de o mesmo
produto estar a ser vendido numa
outra loja do grupo a um valor
mais baixo. E há vários episódios
de descontentamento face a este
grupo, mesmo por parte de quem
tem contratos em vigor. “Entre os
grandes distribuidores com quem
trabalhamos, da Jerónimo Martins
guardamos a imagem mais negativa”, disse-nos um destes fornecedores. Outro é da opinião que,
“aceitar um contrato de margem
garantida é um autêntico suicídio
para quem o assina”.
João Poleri, admininistrador da
Outeirinho – Turismo e Indústria
SA, que negociea com as grandes
superfícies há 18 anos – o único entre oito fornecedores que dá a cara
pela questão – explica-nos qual é a
principal dificuldade dos contratos
de margem garantida: “É termos a
certeza que vamos vender produto para rentabilizar investimento
efectuado. A incerteza é constante.
Com o crescimento que as marcas
próprias de primeiro preço têm em
Portugal, essencialmente as marcas
das insígnias, quando referenciamos a nossa marca e queremos
privilegiar e ganhar notoriedade,
nunca temos a certeza da rentabilidade que vamos ter no negócio”.
VIRGÍLIO FERREIRA
[email protected]
CONSUMIDOR LESADO
Não se pense que, enquanto uns
guerreiam, outros retiram dividendos, isto é, que o consumidor sai
a ganhar. Nem sempre é assim. Já
referimos que o fornecedor procura incluir no preço os custos previstos com a distribuição. E que
daí resulta uma inflação de preço,
sobretudo nos produtos alimentares.
Conforme nos explicou um fornecedor, “o investimento na abertura da superfície comercial não
é coberto pela percentagem da
distribuição obtida com venda
de produtos alimentares. Como
a percentagem da distribuição é
fixa, ela aumenta em proporção do
valor do produto vendido. Daqui
a explicação para os produtos não
alimentares concorrerem cada vez
mais com o espaço de venda dos
produtos alimentares.
Relativamente aos produtos alimentares, “chegamos a assistir
a leilões de entrada nas grandes
superfícies”, disse-nos também
um fornecedor. E o que está a
acontecer, neste momento, é o distribuidor limitar a entrada de produtos que concorram em preço e
em qualidade com os produtos de
marca própria, ou seja, as marcas
de insígnia. “Interessa ter ao lado
destas marcas próprias produtos
mais caros, que, por pouco que
sejam vendidos, dão mais margem
ao consumidor e promovem a venda do produto de marca própria”,
disseram-nos. Ou seja, o consumidor vê assim reduzida a sua
escolha em termos de varieda de
produtos, acabando por comprar
produtos pensando serem mais baratos, mas que ao cabo e ao resto
estão inflacionados.
Grupo Jerónimo Martins
cobra margens exageradas
Uma análise jurídica, efectuada pela PLMJ, a um contrato celebrado
entre a Gestiretalho, a Recheio – Cash & Carry, a J. Gomes Camacho
e a Liedesol – todas elas empresas do Grupo Jerónimo Martins – e
um fornecedor, aponta para práticas comerciais abusivas.
Uma delas tem a ver com o débito directo aos fornecedores de um
montante relativo ao Fundo de Apoio às Vendas. O débito efectuado,
“uma vez esgotado o prazo em que o mesmo deveria ter sido aplicado, ou seja, independentemente de terem ou não sido efectivamente
prestados serviços pelo distribuidor, viola a proibição imposta pelo
art. 4º-A do DL nº 370/93”.
Cometem também abuso quando debitam importâncias contratadas
a título de serviços de cooperação e desenvolvimento comercial que
correspondam a benefícios do comprador não proporcionais com o
seu volume de compras ou serviços por ele prestados ao fornecedor.
É o que acontece, regra geral, quando são debitados valores fora do
Fundo de Apoio às Vendas, ainda que contratados com o fornecedor.
A compensação de débitos sobre fornecedores com créditos de outras empresas do grupo por parte da Gestiretalho, sem observância
do princípio da reciprocidade, foi outra prática ilícita detectada pela
PLMJ.
A possibilidade de o distribuidor poder suspender a qualquer momento a venda de produtos fornecidos, com um prazo de pré-aviso
de três dias, pode ser extremanente lesivo para os fornecedores, não
só pelo facto deste ter pago um valor elevado de prémio de entrada,
como também de essa decisão poder ser tomada à sexta-feira.
A penalização de 20% sobre o preço de compra em caso de insatisfação total ou parcial de quaisquer encomenda pode ser excessiva,
sobretudo se esse montante ultrapassar signficativamente o valor do
prejuízo ou dano a ressarcir ao distribuidor.
A devolução de mercadorias aceites pelo distribuidor é também susceptível de contrariar os deveres impostos pela boa-fé. Isso acontecerá quando a violação de quaiquer normas legais ou disposições
contratuais seja também imputável ao distribuidor. Contudo, nada
disto é clarificado no contrato proposto ao fornecedor.
“A atribuição de obrigações sujeita à criatividade do distribuidor
facilmente gerará situações abusivas”, conclui o mesma análise jurídica.
Entre outras coisas, a PLMJ recomenda que o contrato fixe um prazo para o distribuidor aceitar as mercadorias fornecidas, visto que
o direito ao pagamento das facturas está dependente da referida
aceitação.
Recomenda ainda a não aceitação da cessão da posição contratual,
sem o acordo da contraparte, salvo se a identidade do terceiro constar do contrato inicial. Isto é importante sobretudo nos casos em que
que o grupo adquire ou é adquirido por outro grupo.
“A certeza jurídica, que se obteria através de uma melhor clareza
dos textos contratuais, evitaria com frequência o conflito entre as
partes e a remissão da solução dos litígios para o tribunal”, aponta.
Seja como for, a dispersão do clausulado contratual por vários documentos ou contratos dificulta esta clareza.
Mas, conclua-se, isto é um caminho difícil, tendo em conta que
os fornecedores se apresentam numa situação desvantajosa. Face
à inércia da actuação das instituições com competências para actuarem nesta área, a solução é os fornecedores tentarem contornar
o problema mediante a negociação e clarificação das cláusulas que
incluam os pontos aqui analisados.
Facturação por preço líquido deve ser reduzida a escrito
No caso de os fornecedores praticarem um sistema de facturação
por preço líquido com o grupo JM (facturação “net” ou “net net”),
a PLMJ recomenda que este seja previamente negociado entre as
partes e que esse compromisso seja reduzido a escrito.
Essa disposição escrita deve conter: a especificação exaustiva das
rubricas que passem a ser descontadas em factura e das que continuam a ser pagas periodicamente por nota de débito/crédito; respectiva percentagem e base de cálculo e data precisa da entrada em
vigor dessa forma de facturação.
actualidade
sexta-feira, 18 Abril de 2008
7
Práticas anticoncorrenciais são pouco fiscalizadas
A
s práticas comerciais abusivas cometidas pela grande distribuição sobre os
seus fornecedores parecem ser um
“ilustre desconhecido” e coisa que
apenas diz respeito às partes envolvidas.
Tanto ao nível associativo empresarial ou dos consumidores,
como das entidades que têm por
dever fiscalizar as contas ou a responsabilidade de quem comete o
acto ilícito, seja por inércia dos lesados, seja por omisão do dever de
actuar, estranha-se o generalizado
desconhecimento e o comum “lavar as mãos” sobre o assunto.
ROC não avaliam reservas
para eventuais coimas
Os revisores oficiais de contas
não estão sujeitos a uma recomendação específica, no sentido de
fazerem a avaliação dos contratos
entre fornecedores e grandes distribuidores e avaliarem/exigirem a
constituição de reservas para eventuais multas aplicadas pela autoridade da concorrência. A entidade
reguladora da profissão referiu à
“Vida Económica” que essa é uma
consideração da responsabilidade
da gestão da empresa.
A Ordem dos Revisores Oficiais
de Contas (OROC) deixou claro
não existe uma recomenção ou
a obrigatoriedade de proceder à
eventual avaliação dos contratos
para constituição de provisões
com aquele objectivo. O profissional apenas tem que deixar explícita qual a sua opinião e se está
ou não de acordo com uma dada
decisão. Naquele âmbito não existe qualquer determinação, mas
uma mera consideração às contas
apresentadas.
A situação não é diferente quanto à eventual necessidade de na
aprovação de contas os ROC verificarem se os modelos dos contratos comerciais com os fornecedores
estarem sujeitos a uma validação
independente, para assegurar que
estão de acordo com a lei da concorrência. Mais uma vez, a OROC
adianta que o profissional se limita
a verificar que a legislação em vigor
é aplicada. Como tal, aquele tipo
de função não cabe ao revisor oficial de contas. A fiscalização não é
da responsabilidade do revisor, foi
adiantado.
Câmara Luso-Alemã
recomenda o cumprimento
das leis da concorrência
Sendo as empresas de distribuição alemãs, muito rigorosas e
efectivas na aplicação da Lei da
Concorrência, qual seria a posição, nomeadamente da Câmara de
Comércio e Indústria Luso-Alemã
(CCILA), perante um caso de incumprimento grave por parte das
distribuidoras? Questionada pela
VE, a CCILA diz não se pronunciar sobre questões particulares,
Câmara Luso-Espanhola
desconhece práticas ilegais
por parte da grande
distribuição
ou seja, sobre questões relativas
à vida interna das empresas. Os
motivos? Esta câmara argumenta
que “não tem um conhecimento
exaustivo sobre as mesmas”.
“Apenas podemos recomendar
e defender o cumprimento das
leis da concorrência por parte das
empresas sejam elas alemães ou
portuguesas”, acrescenta.
Um estudo sobre os custos de
distribuição e o impacto no preço
ao consumidor ajudaria a definir
os contornos e as consequências
das práticas anticoncorrenciais.
Contactada pela VE, a Associação Portuguesa para a Defesa dos
Consumidores (DECO) informa
que não possui qualquer estudo,
nem qualquer abordagem sobre a
correlação de forças entre produtores e distribuidores.
Autoridade da Concorrência espanhola
investiga preços dos alimentos
Desconhecimento. É esta a palavra chave da Câmara de Comércio e Indústria Luso-espanhola
(CCILE) quando se fala de alegadas práticas ilegais promovidas
pela grande distribuição junto dos
seus fornecedores.
“Até ao momento actual, não
temos recebido nem temos conhecimento de quaisquer queixas/reivindicações por parte dos
nossos associados, portugueses e
espanhóis, no que concerne a práticas ilegais levadas a cabo pelos
grandes distribuidores, em Portugal”, destacam as fontes desta
câmara à VE.
Mas a Câmara Luso-Espanhola
não fica por aqui e fala, mesmo,
de resultados positivos quando se
tratou de pôr em contacto empresas espanholas e grandes distribuidores portugueses.
As suas palavras à VE são, de
novo, reveladoras: “Podemos
adiantar que a CCILE já organizou, ao longo deste ano, duas
missões empresariais, em Portugal, concretamente de Sevilha e
Málaga, cujos contactos incidiram, em grande parte, nos grandes distribuidores, sendo que o
‘feedback’ foi e tem sido sempre
positivo”.
AdC não garante
inexistência
de contratos ilegais
Nas fusões realizadas na área
da distribuição, a VE questionou
a Autoridade da Concorrência
se estava garantida a inexistência
quaisquer contratos ilegais entre
o adquirente e os fornecedores
quer na fixação de preços quer
em contratos de margem garantida.
Em resposta, foi-nos esclarecido tratarem-se de “dois tipos de
processos distintos e que não comunicam entre si”.
Fundamentalmente, a maioria
dos processos em análise são “operações de concentração de empresas que têm que ser previamente
autorizadas pela AdC, antes de
serem realizadas”.
“A investigação de práticas restritivas da concorrência” é outro
tipo de análise a cargo de outro
departamento. No entanto, “este
tipo de contra-ordenações só são
divulgados pela AdC quando são
encerrados, por estarem ao abrigo
do segredo de justiça”, salvaguardou.
“Em suma, a resposta à sua
questão é negativa”, a AdC não
garante a inexistência de contratos ilegais.
VIRGÍLIO FERREIRA,
GUILHERME OSSWALD,
SANDRA RIBEIRO
E FERNANDA TEIXEIRA
PUB
ASSEMBLEIA
GERAL
ORDINÁRIA
Nos termos legais e estatutários, convoco a
Assembleia Geral Ordinária do CLUBE DE NEGÓCIOS
GALIZA NORTE DE PORTUGAL para reunir na Rua de
Ceuta, 118 - 2º andar, Porto, pelas 18H30 do dia 26
de Maio de 2008 , com a seguinte:
ORDEM DE TRABALHOS
1. Análise da situação actual da Associação;
2. Eleição dos corpos gerentes para o próximo triénio;
3. Outros assuntos de interesse.
A investigação aos grandes grupos também chegou a Espanha. A Comissão
Nacional da Concorrência (CNC) incorporou expedientes sancionatórios contra
associações de empresários da indústria
alimentar. Esta situação ocorre na sequência das investigações iniciadas no
Outono passado, sobre a evolução em
alta do preço dos alimentos e as denúncias apresentadas por várias organizações
de consumidores.
Aquela comissão estima que parece improvável provar a existência de acordos explícitos entre os produtores e distribuidores
de alimentos para aumentar os preços. No
entanto, tendo em conta a informação disponível, poderão ser feitos alguns avanços
no sentido de provar que certas práticas
tinham por objectivo restringir, limitar ou
impedir a concorrência. A intenção passa
agora por saber se a política de comuni-
cação colocada em prática no seio dos
grupos pretendia colocar em prática uma
estratégia contra a livre concorrência.
A Lei da Concorrência, em Espanha,
impede todo o acordo, decisão ou recomendação colectiva, prática concertada
ou paralela que pretenda impedir, restringir ou falsear a concorrência em todo
ou parte do mercado nacional. A violação
deste artigo pode ser considerada uma
infracção grave, com uma multa até 5%
do volume de negócios total da empresa
infractora no exercício anterior ao da imposição da multa. Pode ser considerada
muito grave, com multa até 10% do volume de negócios total. No caso de não ser
possível delimitar o volume de negócios,
as infracções graves podem ser sancionadas com multas entre 500 mil e 10
milhões de euros e as muito graves com
multas de mais de 10 milhões de euros.
Se a esta Convocatória não comparecer o número
estatutário de metade dos Associados, fica desde já
feita segunda Convocatória para meia hora depois,
esta pelas 19H00 do mesmo dia, deliberando, então,
a Assembleia com qualquer número de Associados.
Porto, 18 Abril de 2008
8
OPINIÃO
sexta-feira, 18 Abril de 2008
A. magalhães
pinto
Prioridades
Economista
[email protected]
http://poliscopio.blogspot.com
P
essoa amiga fez-me chegar à mão um
texto precioso. Não sei quem o escreveu. Não fui eu. Mas, para além
duma reflexão serena sobre uma questão
candente da actualidade portuguesa, o
projecto de comboios de alta velocidade
(TGV), alinha argumentos que são de
uma força extraordinária. Qualquer um
de nós que se tenha deslocado aos países
europeus do Norte sabe que a realidade
para ali descrita pelo autor do texto é verdadeira. E dá que pensar. Por isso, cedo
a minha voz neste jornal ao autor desse
texto (juntando-lhe algumas anotações
minhas, em bold), esperando que ele faça
o meu Leitor pensar.
bejamente conhecida. Está na excelência
das suas escolas, na qualidade do seu ensino superior, nos seus museus e escolas
de arte, nas creches e jardins-de-infância
em cada esquina, nas políticas pró-activas
de apoio à terceira idade, num serviço de
saúde eficientíssimo, nos baixos gastos
com a defesa, na reduzida corrupção. Não
construíram estádios de futebol desnecessários, não constroem aeroportos em cima
de pântanos, não optam por ter comboios
supersónicos para fazer a linha da Póvoa,
tudo projectos que só agradam a meia
dúzia de multinacionais e que nada importam ou melhoram a vida do cidadão
comum, nem já nem no futuro. Portugal
é o país europeu com mais auto-estradas
Travar para pensar
por quilómetro quadrado. Porquê e para
quê? É isso. A grande diferença é que, ali,
Experimente ir de Copenhaga a Esto- no Norte da Europa, o cidadão está pricolmo de comboio. Comprado o bilhete, meiro; e, aqui, no Sul, o cidadão vem no
dá consigo numa composição que só se fim. Primeiro está a vaidade pessoal dos
diferencia dos nossos Alfa por ser menos governantes, o objectivo de “deixar obra”,
luxuoso e dotado de menos serviços de o serviço aos amigos, a corrupção.
apoio aos passageiros.
O TGV é um transÉ por igual confortáporte adaptado a paível.
ses de dimensão contiA grande diferença
A viagem, através de
nental, extensos, com
é que, ali, no Norte
florestas geladas e plagrandes distâncias no
nícies brancas a perder
seu todo nacional,
da Europa, o cidadão
de vista, demora nada
onde o comboio rápimenos de cinco horas.
do é, numa perspectiva
está primeiro;
Parece um excesso.
de “tempo de viagem/
e, aqui, no Sul,
Mas não é. A distâncusto por passageiro”,
cia entre aquelas duas
simultaneamente como cidadão vem
cidades é como ir do
petitivo com o transPorto ao Algarve, mais
porte aéreo e com o
no fim
ou menos. Mas tamtransporte rodoviário.
bém não se pode dizer
É por isso, por respeito
que seja rápido. Qualquer TGV cobriria dos cidadãos e por sensatez governativa,
a distância, no máximo, em três horas. para além da já referida pressão de certos
Não fora conhecer a realidade económi- grupos que fornecem as tecnologias corca e social desses países, daria comigo a respondentes, que existe TGV em Franpensar que os nórdicos, emblemas únicos ça ou Espanha (com pequenas extensões
dos superávites orçamentais, seriam mes- a países vizinhos), e que o encontramos
mo uns tontos. Se não os conhecesse bem, na Noruega, na Suécia, na Holanda e em
perguntaria onde gastam eles os abundan- muitos outros países ricos.
tes recursos resultantes da sua substantiva
Tirar vinte ou trinta minutos ao “Liscriação de riqueza.
boa-Porto” ferroviário, à custa de um inA resposta a esta última questão é so- vestimento de cerca de sete mil milhões e
AZUIL BARROS
Especialista no crescimento
de negócios
Director Regional
Quantum organization
Portugal
F
atalmente, vivemos a fazer comparações. Haverá sempre aquelas empresas e empresários que consideramos
melhores do que nós e aqueles que consideramos piores. Contudo, na verdade, não
existe tal distinção qualificativa hierárquica: superior ou inferior.
Todas as empresas têm talentos únicos
que podem desabrochar quando são correctamente despertados.
No passado tratava-se mais de “olhar para
o número um” e de todos quererem alcançar ou de construir caminhos semelhantes.
As empresas comparavam-se mais umas às
outras, disputavam os seus melhores colaboradores na expectativa de reproduzirem
estratégias similares. Os consumidores pareciam fascinados por quererem ser vistos
como o “número um”. Nos nossos dias tal
não se verifica!
Este tipo de mentalidade levou à construção de um pensamento medíocre na
gestão empresarial, construíram-se organizações rígidas e burocráticas, despegadas
de novas ideias. Criou-se uma mentalidade
meio de euros, não trará qualquer benefí- tantas de que são feitas as campanhas eleicio à economia do País. Dir-se-á que tais torais. Eleito, logo se esqueceu ou, então,
investimentos vão criar trabalho e, por a pressa com que se foi embora não o deiisso, emprego, numa altura em que o res- xou sequer iniciar tal política. E estamos
pectivo mercado está muito deprimido. hoje com a mesma errada escala de prioUma falácia. Como, aliás, o Doutor Mi- ridades de sempre. É caso para perguntar
que podemos fazer para que
guel Cadilhe repetidamente
os governantes não usem o
aponta, sem que pareça haEstamos hoje
voto que lhes entregamos
ver muita gente a ouvi-lo. O
mesmo montante de dinheicontra nós. Se calhar, estacom a mesma
ro investido em projectos
mos condenados a não pomais trabalho-intensivos e
der fazer nada. Mas é muito
errada escala
mais rapidamente reprodifícil aceitar estar condenade prioridades do a algo injusto sem sequer
dutores criará muito mais
emprego do que projectos
lutar pela absolvição. Talvez
de sempre
faraónicos como os do Novo
pudéssemos encontrar alguAeroporto de Lisboa ou do
ma inspiração na luta que os
TGV. Ademais, dado o TGV ser hoje professores do meu país levaram a cabo
um projecto praticamente não financia- com tão evidente sucesso. Obrigaram o
do pela União Europeia, ser o referido Governo a recuar. Um bom exemplo, no
investimento um presente envenenado qual deveríamos reflectir mais. Afinal, em
para várias gerações de portugueses que, democracia há mais hipóteses de influencom mais ou menos engenharia financei- ciar o modo de governar sem ser o voto.
ra, o vão ter de pagá-lo.
E já que falamos de exemplos vindos da
Com aquele dinheiro podem construir- estranja, talvez seja bom recordarmos o
se mil escolas básicas e secundárias de exemplo suíço, onde os referendos são freprimeiríssimo mundo, que substituam as quentes. Por exemplo, não se fizeram automais de cinco mil obsoletas e subdimen- estradas na Suíça sem primeiro perguntar
sionadas existentes, mais mil creches ine- aos cidadãos se as queriam ou não.
xistentes, mais mil centros de dia para os
É imperioso que o recurso ao referendo
nossos idosos. Ainda sobrariam cerca de seja cada vez mais frequente em Portugal.
3,5 mil milhões de euros para aplicar em Particularmente, quando está em causa remuitas outras carências, como projectos alizar projectos que fazem apelo a grandes
retintamente nacionais ou como como a recursos financeiros. Os quais, recursos
urgente reabilitação de toda a degradada financeiros, são, como se sabe, de todos
rede viária secundária.
nós.
***
***
Pode ser que quem escreveu este texto
esteja enganado. Como pode ser que não.
Tem um bom aliado na justeza da sua
análise. Durão Barroso, hoje Presidente
da Comissão Europeia e antigo Primeiro-Ministro de Portugal. Na campanha
que o conduziu ao Poder nacional, Durão afirmou a dado momento: “Comigo,
não haverá projectos faraónicos enquanto
houver crianças, velhos e doentes sem a
adequada protecção”. Uma ilusão, como
“Post-scriptum”: Agradeceria muito ao
Senhor Ministro das Finanças se ele me
informasse se o indivíduo que ganhou
UM MILHÃO DE EUROS nossos no
nebuloso negócio do edifício dos CTT
de Coimbra pagou IRS sobre essa verba
ou não. E ainda mais agradeceria se ele,
de acordo com os seus elevados princípios
de justiça a que nos habituou, colocasse o
nome do referido senhor na lista de devedores ao Fisco publicada na Internet.
Trabalhe “com os outros”
em vez de “competir contra os outros”…
onde se acredita que poucas coisas novas
funcionam, que os outros podem roubar
o seu conceito e, sobretudo, não ajuda os
seus parceiros de negócio e trabalhadores a
terem sucesso.
Actualmente, o consumidor está “farto”
de ser “igual” aos outros. Ao marketing
global contrapõe-se uma economia global.
E, doravante, triunfará o marketing de nicho.
Estamos na era do conhecimento e da
especificidade. O consumidor vê o seu
ego ferido quando se depara com exérci-
O consumidor quer
pertencer a uma elite,
quer que compreenda os
seus problemas e ambições
e que “desenhe” uma
oferta só para ele
tos que consomem o mesmo que ele. O
consumidor quer pertencer a uma elite,
quer que compreenda os seus problemas
e ambições e que “desenhe” uma oferta só
para ele. Esse tipo de atitude fá-lo-á sentir-se único e expande o seu ego.
Do ponto de vista da sua empresa, este
tipo de actuação estratégica, permite-lhe fidelizar clientes e defender as suas margens
de lucro.
O desafio empresarial dos nossos dias
passa por estabelecer parcerias e alianças
estratégicas potenciadoras de sinergias que
lhe permitam atingir os seus objectivos.
Se olhar para os mercados (e também
para o seu mercado), verá que há uma
imensidão de clientes que não estão satisfeitos com o seu “status quo”, querem lutar
por obter a excelência, mas que só se deparam com ofertas “normais”.
Este tipo de estratégia requer que conheça o “íntimo” da sua empresa, dos
seus colaboradores e dos seus parceiros de
negócio, que não se intimide com os seus
concorrentes que possuem outras forças
Se olhar para os mercados
(e também para o seu
mercado), verá que há
uma imensidão de clientes
que não estão satisfeitos
com o seu “status quo”,
querem lutar para obter
a excelência, mas
só se deparam
com ofertas “normais”.
que não as suas, e que redescubra os seus
talentos, crie relações sinérgicas, valorize as
diferenças e procure trabalhar de uma forma mais estreita com os outros.
Faça com que, na sua empresa, um mais
um seja realmente igual a três ou mais.
opinião
sexta-feira, 18 Abril de 2008
9
Notas sobre contratos públicos
Pedido de informação prévia
sobre a viabilidade de operações
urbanísticas
O
Novo Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (Lei
nº 60/2007 que procedeu à sexta alteração ao Decreto Lei nº 555/99,
de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº
177/2001, de 4 de Junho), em vigor
desde o passado dia 4 de Março, prevê,
tal como anteriormente, a possibilidade
dos particulares, efectuarem um Pedido
de Informação Prévia (PIP) sobre a viabilidade de determinada operação urbanística.
A importância de tal figura radica na
possibilidade dos particulares de tomarem conhecimento dos condicionamentos legais e regulamentares a que estarão
vinculados (infra-estruturas, servidões
administrativas, restrições de utilidade
pública, índices urbanísticos, cérceas,
afastamentos, etc) num eventual pedido
de licenciamento ou na apresentação de
comunicação prévia e, também, nas vantagens económicas que daí decorrem.
Especificamente no que toca à informação prévia, esta suscita duas questões
distintas: por um lado, a da legitimidade
para apresentar o pedido e, por outro,
a dos efeitos da informação prévia prestada.
No que diz respeito à legitimidade,
mantém-se a possibilidade do pedido
poder ser apresentado por qualquer interessado, mesmo que este não seja pro-
prietário do prédio (como, por exemplo, tário e demais titulares de direitos reais
um interessado em comprar certo terre- sobre o prédio, a ser efectuada pela Câno para realizar determinada constru- mara Municipal.
ção).
A Câmara delibera sobre tais pedidos
Nestas circunstâncias, “o pedido de no prazo de 20 dias, ou seja, quando se
informação prévia inclui a identifica- trate de pedido de informação prévia soção daquele, bem como dos titulares bre determinada operação urbanística ou
de qualquer outro direito real sobre o conjunto de operações urbanísticas direcprédio, através de certidão emitida pela tamente relacionadas. Tal prazo é alargaconservatória do registo predial” ( art. do para 30 dias quando esteja em causa
14º, nº 3 ).
pedido de informação
De acordo com tal
prévia sobre operação
disposição legal, ao
de loteamento, em
O requerente tem
contrário do estabeleárea não abrangida por
cido ainda nos regimes
plano de pormenor, ou
de apresentar o
anteriores
(Regime
obra de construção,
jurídico do Licenciaampliação ou alteração
respectivo pedido de
mento de Obras Partiem área não abrangida
culares — Decreto-Lei licenciamento no prazo pormenor ou operação
nº 448/91, de 29 de
loteamento.
de um ano a contar da deOs
Novembro, e Regime
prazos indicados
Jurídico do Licenciapara a referida deliberadata da notificação
mento Municipal de
ção contam-se a partir
Operações de loteade três datas distintas,
mento e de Obras de
consoante a situação
Urbanização — Decreto-Lei nº 445/91, de concreta: da data da recepção do pedido
20 de Novembro) ao Regime Jurídico da ou da entrega dos elementos de aperfeiçoUrbanização e da Edificação, actualmente amento do pedido do particular, nos casos
os requerentes que não têm legitimidade em que tal se verifique e que seja proferido
para formular o pedido de licenciamento despacho de aperfeiçoamento pelo Presiou autorização podem apresentar o pedi- dente da Câmara Municipal; da data da
do de informação prévia.
recepção do último dos pareceres, autorizaEsta solução implica a notificação da ções ou aprovações emitidos pelas entidaabertura do procedimento ao proprie- des exteriores ao município, sempre que se
ana medeiros
Advogada
verifique a consulta a tais entidades e, por
fim, da data do termo do prazo para entrega dos pareceres, autorizações ou aprovações supra indicados, quando as entidades
consultadas não se pronunciem.
Em relação aos efeitos da informação
prévia, cumpre referir que, quando esta é
favorável, torna-se constitutiva de direitos
e tem conteúdo de natureza vinculativa
para um futuro pedido de licenciamento
ou apresentação de comunicação prévia
da operação urbanística a que respeita.
Contudo, importa não esquecer que a
Câmara só está vinculada ao respeito pelo
conteúdo dessa informação por um certo
período de tempo, ou seja, o requerente
tem de apresentar o respectivo pedido de
licenciamento no prazo de um ano a contar da data da notificação daquela informação. Contudo, decorrido esse prazo, o
particular pode sempre requerer ao Presidente da Câmara a “declaração de que se
mantêm os pressupostos de facto e de direito que levaram à anterior decisão favorável”, devendo ser proferida a respectiva
decisão no prazo de 20 dias.
Se a decisão for favorável ou não existir
resposta no prazo legal, corre novamente
o prazo de um ano para a apresentação
de pedido de licenciamento ou da comunicação prévia com a aproveitamento dos
efeitos da informação prévia prestada.
[email protected]
Gabinete de Advogados
António Vilar e Associados
O “cluster” da saúde
S
etenta instituições de natureza pública e privada
formalizaram na passada
sexta-feira a criação do primeiro pólo de competitividade e
tecnologia nacional: o HCP Health Cluster Portugal.
O projecto agrega entidades da mais diversa natureza,
de empresas a hospitais, de
universidades a institutos de
investigação, englobando algumas das instituições de referência da área da saúde no
nosso País.
Ao nível dos centros de investigação, este projecto abarca,
entre outras, entidades como
a Fundação Champalimaud, o
IPATIMUP - Instituto Patologia e Imunologia Molecular da
Universidade do Porto, o IMM
– Instituto de Medicina Molecular de Lisboa ou o Centro de
Neurociências e Biologia Celular de Coimbra, mas também o
INL - Instituto Ibérico de Nanotecnologias, o INESC – Instituto de Engenharia e Sistemas
de Computadores (Porto), o
CITEVE – Centro Tecnológico
da Indústria Têxtil e do Vestuário ou o Instituto Gulbenkian
da Ciência, que atestam da
transversalidade científica desta
área de “negócio”.
Junte-lhes o Avepark (Guimarães) e o Biocant - Centro de
Inovação em Biotecnologia (se-
diado em Cantanhede), as Universidades do Porto, Minho,
Coimbra, Lisboa e Católica, os
principais protagonistas da indústria farmacêutica nacional,
vários fornecedores de dispositivos médicos e prestadores de
serviços associados e algumas
das principais unidades de saúde públicas e privadas para se
perceber o compromisso que o
“sector” devotou a este projecto.
A liderança formal pertence
ao presidente da farmacêutica Bial, Luís Portela, ficando
a ex-Ministra da Saúde e actual responsável da Fundação
Champalimaud, Leonor Beleza,
com a presidência do Conselho
Fiscal.
Apesar de agregar entidades
predominantemente privadas,
de o Ministro da Economia,
Manuel Pinho, se ter manifestado “surpreendido pelo dinamismo da sociedade civil no
projecto do HCP” e de ter a
CCDRN – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento
Regional do Norte como único
representante formal do Estado,
não se devem desvalorizar os
méritos públicos nesta importante iniciativa estratégica para
o desenvolvimento do nosso
País e para a diversificação da
nossa base empresarial.
Em verdade, temos pelo me-
Ricardo Rio
[email protected]
http://econominho.blogspot.
com
“Basta que as
entidades públicas
assumam o
seu papel de
facilitadoras para
que algo de bom
possa surgir”
nos que recuar até 2006, altura
em que foram publicados os
primeiros esboços do Norte
2015 – o estudo de posicionamento estratégico prospectivo que a CCDRN promoveu
como documento norteador
do novo Quadro Comunitário
— para identificar as primeiras
referências estruturadas à emergência de um “cluster” ligado à
“Saúde, Dispositivos Médicos
e Farmacêutica” no Norte do
País.
Não terá sido, pois, por acaso
que a própria formalização do
Health Cluster Portugal tenha
tido lugar nas instalações da
CCDRN, pese embora a manifesta abrangência nacional das
entidades envolvidas.
Como seria expectável e desejável, as prioridades elencadas no Norte 2015 foram
repercutidas nas opções estratégicas insertas no Programa
Operacional da Região Norte,
no Eixo 1 –Competitividade,
inovação e Conhecimento, tendo como objectivo o “Apoio à
criação e consolidação de “clusters” emergentes e de empresas
de base tecnológica em sectores
que promovam o interface com
as competências e capacidades
regionais em ciência e tecnologia”, o que é convergente com
as políticas de apoio às estratégias de Eficiência Colectiva
que a Agenda para a Competitividade também consagra.
Através deste tipo de iniciativas, pretende-se promover uma
maior interligação entre a produção do conhecimento científico, a investigação aplicada e o
posicionamento comercial dos
produtos e serviços que possam
vir a ser patenteados, a nível internacional, em áreas de elevado valor acrescentado.
A inovação é a palavra de
ordem, para o que se pretende
aproveitar o reconhecimento
do trabalho produzido no meio
académico envolvido, a experiência de sucesso de instituições
como a Bial e o potencial que
pode resultar de uma lógica de
efectiva cooperação entre toda
esta gama de instituições.
Esta associação assumiu como
áreas prioritárias iniciais os domínios do bem-estar e envelhecimento, das doenças neurodegenerativas, dos vários tipos de
cancros e doenças cardiovasculares e a telemedicina.
Como seria de esperar, os
projectos que venham a ser
apresentados merecerão uma
especial majoração nas diversas
candidaturas que podem vir a
formular aos Programas Operacionais referidos do Quadro
de Referência Estratégica Nacional, exigindo-se ainda um
substancial esforço da parte dos
promotores.
É que, como tantas vezes
acontece, basta que as entidades públicas assumam o seu
papel de facilitadoras para que
algo de bom possa surgir da
dita sociedade civil.
10
internacional
Indústria
europeia começa
a dar sinais
de preocupação
A Europa não vai escapar aos
efeitos mais negativos da crise do
crédito. E o impacto poderá começar a fazer-se sentir em cerca
de seis meses, avisam as principais organizações industriais. Até
agora as perspectivas eram mais
optimistas na Europa do que nos
Estados Unidos.
A economia real acabará mesmo
por ser afectada, por via da crise
no crédito, das taxas de juro, dos
aumentos das matérias-primas
e as exigências salariais. Muitos
industriais consideram mesmo
que se vive um dos contextos de
negócios mais complicados dos
últimos anos. No entanto, também há quem mantenha algum
optimismo, resultante do desempenho dos mercados emergentes.
Estes poderão ser uma espécie de
“tábua de salvação”. O que acontece é que os preços das matériasprimas e os custos dos salários podem ser profundamente afectados
pela crise financeira. Daí as principais economias estarem a fazer
um esforço de concertação de
estratégias. Se o problema acaba
por ser global, então as medidas a
adoptar também terão que ser de
todas as partes envolvidas.
Banca mundial
despede milhares
A crise do sector financeiro
está a provocar milhares de despedimentos entre os bancos. As
entidades financeiras mais abaladas pelos problemas, nos Estados Unidos, já eliminaram mais
de 34 mil postos de trabalho. Na
Europa os reflexos também se
fazem sentir. Em poucos dias, o
Deutsche Bank depediu 150 empregados.
O grande problema é que algumas das principais entidades
financeiras mundiais preparam
despedimentos ainda mais elevados. Por exemplo, o Citigroup,
até há pouco tempo o maior banco do mundo, pretende despedir
perto de 10% da sua unidade de
negócios de valores.
Com a agravante que os
bancos europeus e norte-americanos tendem a ser acompanhados pelos seus congéneres
japoneses. Os resultados do sector financeiro nipónico estão a
suscitar muitas preocupações.
Ainda que no Japão os despedimentos representem um dos últimos recursos, tal possibilidade
não é colocada de parte. Alguns
bancos receiam descidas nos lucros superiores a 30%, um valor
excessivo e que terá graves consequências no futuro.
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Itália e Espanha
são os países mais
afectados pela crise
Breves
China passa a segunda potência
mundial
alimentos e energia são o problema
mais grave para a economia (%)
Reino Unido
Preços alimentos
e energia
40
Impostos
25
12
Custos habitação
Desemprego
4
Taxas cambiais 4
Falta de poder
de compra 2
França
Itália
Espanha Alemanha EUA
42
4
6
7
6
23
25
4
9
4
43
1
11
10
3
37
22
1
12
4
46
8
4
9
19
28
32
26
17
3
Fonte: FT
Os italianos e os espanhóis são aqueles
que estão a sentir mais a crise do crédito
nos grandes países ocidentais. No entanto, também são os cidadãos que têm mais
confiança nos seus governos para fazer
face aos problemas, revela um estudo do
“Financial Times”.
Enquanto que a maioria dos europeus
garante que ainda não sente o impacto da
crise, muitos espanhóis e italianos consideram que os tempos estão mais difíceis.
A boa notícia é que os cidadãos daqueles
dois países têm confiança nas capacidades dosseus políticos. Em contrapartida,
o Reino unido parece ter perdido a quase
total confiança no seu actual primeiroministro. Gordon Brown é visto como
inadequado para dirigir o país pela maioria dos britânicos.
O estudo revela que 68% dos britânicos não têm confiança na capacidade
do Governo para fazer face à crise. Esse
valor cai para 52% na Alemanha, para
51% nos Estados Unidos, para 50% em
França, para 43% na Itália e 36% em
Espanha. Por sua vez, os britânicos e os
italianos colocam os impostos excessivos como o principal problema das suas
economias. Na maior parte dos países, o
aumento dos preços dos alimentos e da
energia é visto como o principal problema económico.
A crise do crédito tem registado efeitos
variáveis nas principais economias, com
perto de metade dos alemães a referir que
ainda não teve impacto nas suas vidas diárias. Cerca de 44% dos britânicos e 35%
dos franceses referiram o mesmo. De notar que a maioria dos inquiridos está de
acordo em que os governos ou os bancos
centrais devem ajudar os bancos com problemas.
FMI diz que governos
devem recorrer a fundos
públicos
O Fundo Monetário Internacional ceiro, o que inclui a utilização de fundos
(FMI) considera que os problemas do públicos nos casos em que são colocadas
sector financeiro se agravaram considera- em risco as estabilidades financeira e
velmente. Acentuaram-se os riscos sobre macroeconómica. Resta saber quando e
o crescimento mundial e
como deverão ser utilizaas perdas provocadas pela
dos esses fundos públicos.
crise do “subprime” contiApesar das intervenções
FMI de um
nuam a crescer. A instituipor parte dos principais
pacote
de
ção acha que os governos
bancos centrais, a realidainiciativas para
devem ter um papel mais
de é que os mercados fiinterventivo.
nanceiros continuam sob
fazer face, no
O organismo apela aos
fortes tensões. Agora aincurto prazo,
estados que se preparem
da mais agravadas por um
ao turbilhão
para ajudar as entidades
contexto macroeconómimais atingidas pela crise.
co mais preocupante. Para
financeiro
Isto para evitar que os daalém de que as instituições
nos sejam muito maiores,
financeiras estão menos
como a possibilidade de uma crise sisté- capitalizadas e está-se numa fase de dimica no sector e/ou maiores danos sobre minuição generalizada do crédito. Parece
as economias. Ou seja, o FMI insta à cria- que se está perante uma crise que não se
ção de um pacote de iniciativas para fazer soluciona, por si só, através da correcção
face, no curto prazo, ao turbilhão finan- do mercado.
O Banco Mundial colocou a China como segunda potência mundial, em termos de poder de compra, um cálculo que valoriza as taxas cambiais. Este tipo de cálculo
favorece mercados como o chinês, já que mantêm artificialmente o valor das suas moedas. Por isso é que aparecem na tabela dos dez mais países emergentes como o
Brasil, a Índia e a Rússia. A Espanha, em contrapartida,
desaparece do ranking.
Independentemente do método realizado, a realidade é
que o sistema adoptado pelo Banco Mundial antecipa
uma simulação bastante fidedigna do que se passará
no futuro. Um cenário que reserva já cinco dos 12 primeiros lugares a mercados emergentes e que reflecte o
potencial destes países.
Um outro aspecto interessante é que se regista uma
perda de peso gradual das economias industrializadas
no PIB global. As nações em desenvolvimento já representam cerca de 41% do valor total. Todas as regiões
emergentes ganharam importância, com excepção da
América Latina. Daqui se pode concluir que a riqueza
está a aumentar, por um lado, sendo que na base desse
mesmo crescimento estão, sobretudo, os países emergentes. É a economia mundial que dá indicações de fortes mudanças.
Investidores recorrem cada vez
mais às matérias-primas
As matérias-primas servem cada vez mais de refúgio aos
investidores receosos das incertezas bolsistas. O arroz
também entrou nos activos em forte alta, com preços a
rondarem os 22 dólares (por cada 43,5 kg) no mercado.
Em apenas um ano, o preço do arroz duplicou.
Vários factores estarão na base desta situação nos preços
das matérias-primas, para além da desvalorização do dólar. Mais importante será o crescimento das economias
menos desenvolvidas, a um ritmo superior a que pode
absorver a oferta. E tudo indica que, na área alimentar,
esta tendência vai durar vários anos. Ou seja, não parece descabido afirmar que as carteiras de investimento a
longo prazo devem deter uma certa parte em matériasprimas, dependendo do perfil de risco do investidor.
Não há, entretanto, razões para pensar que os preços
das matérias-primas vão baixar no curto prazo, isto porque é cada vez mais cara a sua produção. A realidade é
que as explorações com menores custos estão em plena
capacidade, neste momento. Quanto aos alimentos, coloca o problema da inflação. Por isso, os governos deverão estar particularmente atentos a este fenómeno.
Baixo custo chega aos
computadores portáteis
O que começou por ser um projecto de carácter humanitário, o desenvolvimento de computadores portáteis
para escolas dos países em vias de desenvolvimento,
encontrou agora um novo e promissor nicho de mercado
no mundo desenvolvido.
Os fabricantes de PC notaram que o novo formato de
baixo consumo e preço tem espaço garantido nos mercados desenvolvidos. O Asus EEE é um bom exemplo
disso mesmo. O seu lançamentos nos Estados Unidos
resultou em cerca de 800 mil unidades vendidas. O
forte desenvolvimento da tecnologia destes aparelhos
possibilitou comercializar um portátil ligeiro, por apenas 300 euros, contra os habituais dois mil euros. A
realidade é que se conseguiu um bom rendimento dos
programas que são normalmente utilizados pelo utilizador tradicional. O baixo consumo possibilitou ainda
incluir baterias de menores dimensão e peso, com uma
duração média de três horas.
Um outro aspecto interessante que faz pensar que o
sucesso está garantido é que são aparelhos em que se
adequam a vários tipos de públicos, desde utilizadores de poucos conhecimentos até quase profissionais,
desde individuais até empresas. A evolução está a ser
rápida, pelo que há mercado certo para os novos equipamentos.
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Rodapé
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Espaço dedicado às Pequenas e Médias Empresas de Portugal
BARÓMETRO PME*
Todas as semanas, exprima a sua opinião no Portal das PME
18 de Abril de 2008 | Suplemento Nº131
Resultados da Semana de 03 a 09 de Abril de 2008:
O anúncio do Governo da redução do IVA para 20%,
a partir de 1 de Julho, trará benefícios para as
empresas?
Sim – 40%
Não – 55%
Talvez – 15%
Tema em auscultação até 16 de Abril de 2008:
Embora as previsões do FMI apontem para um abrandamento económico português em 2008 (com a economia
a crescer apenas 1,3%, abaixo dos 1,9% de 2007), o
Governo português não vê razões para rever as suas
previsões para o crescimento da economia nacional.
Concorda com esta opção do Governo?
Participe. Dê o seu contributo em:
www.pmeportugal.pt
*Através deste barómetro pretende-se auscultar e conhecer a opinião e hábitos dos utilizadores on-line do Portal das PME, relativamente a temas da actualidade económica.
12
PME
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Viseu inaugura
Palácio do Gelo Shopping
J
á está aberto o novo shopping da Península Ibérica. O Palácio do Gelo, em Viseu, é um projecto do Grupo Visabeira
e assume-se como um espaço inovador, onde
se juntam comércio, desporto e lazer.
O shopping representou um investimento
global de 120 milhões de euros e vai criar
mais de 3200 postos de trabalho.
São 175 mil m2, distribuídos por cinco
pisos e um total de 164 lojas, com introdução de novas marcas do mercado nacional e
as habituais marcas de prestígio, e diversas
áreas de lazer, com conceitos inovadores.
Segundo um comunicado enviado pela empresa, o novo empreendimento conta com
“amplos espaços de circulação, zonas de
estar de elevado conforto, forte impacto visual interior e exterior, novos conceitos de
entretenimento para toda a família e em especial para as crianças, pista de gelo, acesso
gratuito à internet wireless para os visitantes
bem como outras inúmeras valências que
por certo cativarão muitos clientes ao longo
do país e das cidades espanholas limítrofes”.
Situado no centro do país, o shopping pretende contribuir para o desenvolvimento
da região e atrair os habitantes que residam
junto à fronteira e em Espanha. O Palácio
do Gelo tem “uma área de influência de 500
mil pessoas a 40 minutos de automóvel”, refere o comunicado.
O espaço alberga ainda o maior hipermercado da região e um inédito bar, onde as
paredes, a decoração, os bancos e os copos
são de gelo.
Para além de uma área de 9000 m2 de terraços com vista para as Serras da Estrela e do
Caramulo, o novo centro comercial integra
um centro de inovação e desenvolvimento
do Grupo Visabeira com cerca de 12 000
m2, para além de uma área de habitação que
se está a desenvolver na zona envolvente.
Consultório de Fundos Comunitários
POUSADA DA JUVENTUDE EM COIMBRA
Somos duas mulheres com formação superior (cursos de gestão hoteleira e de
marketing turístico) e pretendemos formar uma empresa cujo objecto social será
a criação e exploração de uma pousada da juventude privada. Para isso pretendemos remodelar um edifício propriedade da família e equipá-lo devidamente, onde
pensamos gastar 500.000 G (obras de remodelação – 300.000 G; equipamentos
hoteleiros – 200.000 G).
Teremos acesso aos fundos comunitários? Que apoios poderemos usufruir?
RESPOSTA
A actividade turística (CAE rev. 2- 55....) enquadra-se no Quadro de Referência
Estratégico Nacional (QREN).
A cidade de Coimbra insere-se na NUT II Centro, que é uma região pertencente
ao Objectivo 1 do FEDER, isto é, tem um rendimento “per capita” inferior a 75% do
rendimento médio por habitante da União Europeia, logo não apresenta quaisquer
restrições quanto às despesas elegíveis e taxas de apoio.
Dentro do QREN, o sistema de incentivos aplicável é o SI Inovação.
Ao contrário de todos os outros sectores de actividade, os projectos do sector do
turismo, em casos devidamente justificados, podem incluir, como despesas elegíveis, a construção de edifícios, obras de remodelação e outras construções, desde
que directamente relacionadas com o exercício das actividades. Assim, todas as
despesas de investimento são despesas elegíveis.
Parece-nos um projecto inovador, dotado de recursos qualificados e inserido
num sector com fortes dinâmicas de crescimento, que complementa, a jusante, a
mobilidade “low cost”.
Para além de todas as condições gerais e específicas de elegibilidade do promotor
e do projecto que têm de ser cumpridas, destacamos a necessidade de todos os
projectos de arquitectura, memórias descritivas e licenças encontrarem-se previamente aprovados.
Quanto aos apoios, no caso de aprovação do projecto, prevê-se um incentivo
reembolsável, sem pagamento de juros ou outros encargos, com um prazo de financiamento máximo de 10 anos e um período de carência de capital até 3 anos. As
amortizações são efectuadas em prestações semestrais, iguais e sucessivas.
A taxa base máxima é de 35%, a qual poderá ser acrescida de uma majoração
de 20 p. p. a atribuir a pequenas empresas. Igualmente, poderá ser atribuída uma
majoração de 10 p. p. referente ao empreendedorismo feminino, mediante parecer
positivo da Comissão de Cidadania e da Igualdade de Género.
Assim, estima-se um subsídio reembolsável de 65% do investimento elegível,
ou seja 325.000 G. “À posteriori” este subsídio reembolsável poderá ser convertido em não reembolsável, dentro de certos limites e em certas condições, isto
é, em função da avaliação do desempenho do projecto, até ao montante máximo
de 75% do incentivo reembolsável, desde que não supere 40% das despesas
elegíveis, em ESB.
Colaboração:
PUB
www.sibec.pt
[email protected]
Tel.: 228348500
Gaia lança clube de investidores
para promover actividade empresarial
A
Câmara de Gaia apresentou recen- mentos”, admitiu o ex-ministro dos Negótemente, através da empresa muni- cios Estrangeiros, sustentando a necessidade
cipal Amigaia (Agência Municipal de “defender a excelência como valor para a
de Investimento de Vila Nova de Gaia), o dinamização do investimento em Gaia”.
Amigaia Investors Club, um conjunto de
Temos como missão “aumentar a compeserviços de apoio à actividade empresarial.
titividade e a notoriedade do tecido empreO Amigaia Investors Club é uma “alian- sarial e a internacionalização da actividade
ça entre empresários e o município” que empresarial do concelho de Gaia”, referiu
pretende afirmar-se como factor de dina- ainda Martins da Cruz.
mização e internacionalização da actividade
A principal aposta desta nova associação
empresarial do concelho. Esta é uma “nova passará assim pela internacionalização, diperspectiva de fazer política com espírito namismo, desenvolvimento, investimento,
positivo”, salientou o vicesucesso, sustentabilidade e
presidente da autarquia,
inovação, palavras proferiMarco António Costa.
das bastantes vezes durante
O Amigaia
Este é “um novo d2esaa sessão.
fio na luta contra a inércia”,
O Amigaia Investors
Investors
afirmou por sua vez o emClub arranca com 15 sóClub arranca
baixador António Martins
cios fundadores, nomeadada Cruz, presidente do
mente a construtora Motacom 15 sócios
Conselho de AdministraEngil, o El Corte Inglês, o
fundadores
ção da Amigaia.
Grupo Luís Simões, a Nel“Queremos dar um
son Quintas Imobiliária e
exemplo da nossa vontade
The Fladgate Partnership,
de mudar as coisas, de acreditar que é pos- entre outros.
sível mudar a realidade”, afirmou o autarca
Este clube de investidores, surgido da
Marco António Costa, numa alusão a esta necessidade de promover um contexto fa“aliança entre empresários e o município”. vorável à competitividade empresarial, tem
Adicionalmente, este clube de inves- como principais destinatários empresas e
tidores, lançado pela Amigaia, pretende organismos que possuam capacidade recoresponder ao “estrangulamento sem prece- nhecida para promover o desenvolvimento
dentes” dos processos de investimento na da actividade económica no concelho de
burocracia estatal. Nesse sentido, Marco Gaia.
António Costa lamentou ainda a existência
Os sócios, entre outras vantagens, tede “funcionários sem rosto que atrasam o rão acesso a uma bolsa de oportunidades
desenvolvimento de Portugal”.
de investimento no concelho, à particiPor sua vez, Martins da Cruz salientou pação em missões empresariais e terão
que o clube de investidores apresentado é apoio personalizado na captação de in“um novo desafio na luta contra a inércia. vestimentos.
Não é habitual um município criar infra-estruturas com o objectivo de captar investiFernanda Silva Teixeira
PME
sexta-feira, 18 Abril de 2008
13
Carlos Oliveira, presidente da Leadership, considera
“Há uma co-relação muito forte
entre as empresas mais avançadas
e o consumo de consultoria”
“Há empresas que compram software
em vez de comprar soluções de negócio”
– afirma Carlos Oliveira. Em entrevista
à “Vida Económica”, o presidente da
Leadership considera que as empresas
nem sempre integram a despesa elevada
que fazem em tecnologia com uma visão
prévia da reestruturação dos seus processos.
“Muitas vezes automatizam processos que
deviam ser alterados” - refere.
Depois de ter sido deputado pelo círculo
da emigração no início da carreira, Carlos
Oliveira deixou a política e enveredou
pela consultoria, sem deixar de pensar fora
das fronteiras. A actividade da Leadership
desenvolvida fora de Portugal já representa
52% do total.
Vida Económica – Que objectivos estiveram na base
do arranque da Leadership?
Carlos Oliveira – A Leadership surgiu com o objectivo de formar uma empresa de referência na consultoria de gestão. Penso
que este é um dos grandes traços distintivos. Há vários modelos de negócios na prestação de serviços de consultoria. Muitas
vezes está associada ou a grandes empresas internacionais que
já têm uma rede de clientes grande e funcionam numa lógica
multinacional ou em empresas locais que têm uma lógica de maximização do rendimento accionista. A empresa é um brand comercial para a prestação de serviços muito individuais, em redor
de um professor universitário ou de um perito numa certa área.
Toda a empresa está montada e estruturada para apoiar na prestação desses serviços muito especializados e para a maximização
do valor accionista no final desse mesmo ano. Geralmente são
empresas que terminam quando essas pessoas deixam de estar
activas no mercado. Portanto, há um grande hiato entre a oferta
multinacional que é massificada e depois as ofertas mais costumizadas locais, que são também empresas que geralmente têm
dificuldade em serem consultores de negócio, isto é, de irem às
empresas e ouvirem os problemas dos clientes.
A Leadership foi criada para ser uma empresa de prestação
de serviços no topo do mercado em termos de qualidade, não é
focada só no topo dos clientes. Combinamos uma qualidade internacional com a flexibilidade e a costumização que as empresas mais pequenas conseguem oferecer, e é esse posicionamento
de tentar oferecer o melhor destes dois mundos que tem feito
com que a nossa empresa tenha crescido 50% ao ano.
VE – Em que áreas é que dispõem de soluções?
CO – Em todos os sectores económicos. Trabalhamos a estratégia na organização, nas operações, nas tecnologias de negócio
que é a área cinzenta entre consultoria de alta direcção, e tecnologias de informação. Apoiamos também a implementação.
Fazemos alguma formação e ‘coaching’. Em termos de facturação, ficámos muito acima dos nossos objectivos o ano passado.
Começámos um processo de internacionalização há dois anos
atrás, para Angola, Cabo Verde e Espanha, e os nossos resultados já espelham este esforço de internacionalização.
A maior parte da nossa facturação (52%) é internacional, o
que, para nós, é muito importante em termos da credibilidade
do nosso modelo.
VE – Essa vertente internacional envolve empresas
portuguesas?
CO – Pouco. Trabalhamos com PME espanholas, assim
como grupos empresariais, administração pública e multinacionais. Num mercado tão competitivo como o espanhol, o que
leva estas empresas a contratar a Leadership? Não conhecemos
estas pessoas. É uma abordagem pura de mercado. Para nós, é
muito importante crescermos pelo nosso próprio valor. Em Angola, é a mesma coisa. Uma coisa é vender produtos para Angola, outra coisa é ter lá escritório, o que tem um grande impacto
na organização da empresa em Portugal. Angola é um mercado
muito competitivo e exigente. É um mercado onde encontra-
“A maior parte da nossa facturação (52%) é internacional, o que para nós é muito importante em termos da credibilidade do nosso modelo” – diz
Carlos Oliveira.
mos espanhóis, sul-africanos, brasileiros, indianos, e, no nosso
caso, grandes empresas de consultoria. Começamos agora uma
nova fase de internacionalização que engloba a África do Sul e
os EUA. Uma vez que crescemos 67% em volume de negócios,
tínhamos de dar atenção a esse crescimento
VE – Em Portugal, também já têm clientes na administração pública?
CO – Em Portugal, mais de 40% do nosso negócio é administração pública. Dos 15 ministérios, trabalhamos com 11.
Além da Administração Central trabalhamos também com autarquias.
VE: Quais são os factores determinantes na consultoria?
CO - Muitas vezes, a diferença não está na técnica, mas na
alma da empresa. Hoje em dia, quem gasta dinheiro com consultoria não quer ficar só com os Powerpoints. Quer que se faça
alguma transformação dentro da empresa. Para as pequenas e
médias empresas é importantíssimo, porque elas não têm capacidade financeira para pagar por uma ideia. Normalmente não
têm recursos para implementar a ideia. Esta orientação para a
inovação tem muito de criatividade. Muito do que nós fazemos
com as empresas é estudar o seu DNA estratégico e a partir daí
tentar formular uma aposta competitiva e soluções operacionais
diferentes. Aí também temos uma grande taxa de sucesso porque o que nós estamos a fazer na empresa é único.
Temos, aqui, um conceito único para a empresa, não há franchising. Em Espanha, funciona nos mesmos moldes até em termos de certificação de qualidade. As decisões aqui na empresa
são muito partilhadas com a gestão do topo. Na qualidade e
no preço, somos uma das melhores ofertas do mercado. Nos
concursos onde estamos com outras empresas, estamos sempre
no topo. Estamos muito orientados para o cliente e isso faz uma
grande diferença.
VE – Considera que as PME devem consumir mais
consultoria?
CO - Acho que sim. É aquela história do sapo que está em
água quente, esta vai aquecendo lentamente e ele não nota a
diferença. É o que acontece nas empresas. É preciso alguém
que avise das mudanças e apresente soluções que já tiveram
sucesso noutras empresas. Claramente que inovação, competitividade e internacionalização, tudo isso precisa de apoios.
Quanto mais apoio as empresas tiverem, mais sucesso elas vão
ter. Aliás há uma co-relação muito forte entre as empresas mais
avançadas e o consumo de consultoria. Até os líderes que mais
se destacam têm mais “coach”. Penso que os desafios competitivos que existem na economia portuguesa são grandes e as
empresas precisam de alguma ajuda. Às vezes chegamos tarde
às empresas. Vemos empresas familiares que não se adaptaram,
não se profissionalizaram, não separaram a parte accionista da
parte da gestão, não instituíram um modelo de meritocracia
transversal a toda a empresa. Há casos de empresas que estão
a perder quota de mercado, não se reposicionaram, não alteraram o seu posicionamento na cadeia de valor. Empresas que
são muito boas tecnicamente mas não têm as competências de
gestão para fazer uma análise competitiva e ver onde têm de se
posicionar para aumentar o retorno do esforço que a empresa
faz no mercado. Muitas vezes, estas empresas estão com uma
grande abrangência, em vez de se posicionarem numa das partes do mercado. Estão também mais sujeitas a processos que resultam da globalização, que é uma empresa grande chega com
novas ferramentas e com uma estrutura de custos leve porque
é mundial. Uma empresa internacional entra em Portugal a
competir com armas completamente diferentes. Estas empresas precisam de ter uma visão prospectiva dos próximos cinco,
seis anos porque é essa visão e não só o esforço e a qualidade do
seu trabalho, que conta. Se eu estou a trabalhar muito bem mas
na direcção errada, eu tenho de me reposicionar e a qualidade
para o futuro é muito importante.
VE – Quais são os maiores obstáculos à expansão das
empresas na actual envolvente?
CO – Uma das evoluções da economia, que já se nota há
alguns anos mas que vai acelerar, é uma maior incorporação da
tecnologia nos seus processos, maior automatismo para ganhar
produtividade. Há empresas que não sabem fazer isso. Compram software em vez de comprar soluções de negócio, não
integram a despesa elevada que fazem em tecnologia com uma
visão prévia da reestruturação dos seus processos. Muitas vezes
automatizam processos que deviam ser alterados. A incorporação tecnológica é fundamental para as empresas vencerem. Uma
segunda vertente é trabalho em parceria. Os negócios estão com
uma cadeia de valor cada vez mais desagregada, onde não se faz
tudo dentro da empresa. Há cada vez mais interdependência
entre fornecedores, por isso é preciso desenvolver competências para trabalhar nestes ecossistemas mais complexos. A nossa
característica mais individualista como pessoas, às vezes, é um
impedimento a trabalharmos mais em equipa e em parceria mm
dentro de empresas. Somos pequenas empresas, por isso juntos
temos uma capacidade de oferecer um melhor trabalho do que
isolados. Isso vê-se nalguns dos esforços de internacionalização
que as empresas têm de fazer. Se não se associarem, mesmo empresas que estão em directa concorrência aqui em Portugal, não
têm tanto sucesso. Fazer modelos de cooperação é fundamental
para as empresas. Em Portugal, temos imensas pessoas nas PME
que têm imensa qualidade técnica mas depois em termos de
disciplina organizacional já falham mais.
Luís Rodrigues
14
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Imobiliário
Oferta comercial
do complexo rondará
os 100 mil m²
650 milhões de euros
investidos em Portugal
até 2015
Projecto resulta de um investimento de 170 milhões de euros
IKEA apresenta primeiro centro comercial em Portugal
O Inter IKEA Centre Group (IICG), subsidiária do grupo IKEA,
apresentou o primeiro centro comercial que irá desenvolver na
Península Ibérica. Trata-se da unidade de Matosinhos, ligada à loja
IKEA já existente, mas ainda sem designação, que será escolhida
após concurso lançado ao público. O projecto, que resulta de um
investimento de 170 milhões de euros, será, aliás o maior centro
comercial do grupo IKEA na Europa, ao contar com uma área
total de cerca de 67 500 m² de área bruta locável (ABL), dos quais
95% estão já colocados, e a que se juntam os cerca de 35 000 m²
da loja IKEA, já em funcionamento.
Assim, no total, o complexo IKEA oferecerá uma área comercial que rondará os 100 mil
m². “O conceito inovador do projecto refere-se à integração da loja IKEA no centro comercial, tornando-se assim mais uma loja do
centro, como todas as outras, apesar de ser a
âncora mais importante do projecto”, adiantou Vasco Jorge, o director do novo centro. O
projecto contempla a criação de 110 postos
de trabalho directos e 2800 indirectos.
Com uma área de influência de 2,8 milhões
de pessoas a 45 minutos de distância, o centro
comercial IICG de Matosinhos prevê atingir
os 15 milhões de visitantes no primeiro ano de
actividade. Com abertura prevista para o último trimestre de 2008, este centro comercial
contará com uma oferta comercial de 200 lojas, das quais 14 são lojas-âncora, destacandose marcas de empresas como FNAC, Auchan,
Rádio Popular, Lusomundo, Inditex, H&M,
Sfera, ou Sportzone, para além da própria loja
IKEA. O espaço terá dois pisos, 4000 m² de
área de restauração, com 30 restaurantes, e
5100 lugares de estacionamento.
De acordo com o director do novo centro,
o IKEA aposta na “diferenciação” para atrair
visitantes para este centro, numa região já
dotada de vários equipamentos comerciais
semelhantes. “Primeiro, porque temos uma
loja IKEA integrada no centro comercial e,
depois, pela nossa filosofia ‘family friendly’,
pelos serviços, conforto e facilidade de acessos
e estacionamento”, disse.
Grupo quer abrir outro centro
comercial em Portugal
mercial no país – cuja localização
ainda não está decidida –, integrado no plano de expansão da
empresa em Portugal, que prevê
um investimento global de 660
milhões de euros até 2015. Este
valor contempla a construção de
sete lojas, que incluem as unidades de Matosinhos e Alfragide,
dois centros comerciais IICG
(incluindo o de Matosinhos) e
três fábricas Sweedwood em Paços de Ferreira.
IKEA DA GALIZA NÃO INTERFERE COM PROJECTO
EM MATOSINHOS
A eventual abertura de uma unidade IKEA na Galiza, qualquer que seja a data programada, não colocará em causa o projecto de desenvolvimento da unidade de Matosinhos.
Segundo Vasco Jorge, director do IKEA Matosinhos, “os nossos investimentos são planeados numa lógica de longo prazo” e mesmo sabendo que, actualmente, uma grande
fatia “dos nossos clientes são espanhóis”, os estudos realizados apontam para uma área
de influência de 45 minutos, ou seja, até Viana do Castelo.
Estas declarações foram proferidas durante a apresentação do novo centro comercial
do Inter IKEA Centre Group (IICG), que está a nascer junto à loja IKEA de Matosinhos.
A lógica de expansão do IICG passa assim pelo desenvolvimento de centros comerciais ligados a lojas IKEA numa perspectiva de gestão a longo prazo e mantendo a sua
propriedade. Actualmente, está em curso a construção de duas outras unidades na
Península Ibérica, nomeadamente em Jerez de la Frontera e Valladolid.
O IICG gere actualmente 700 mil m2 de espaço em 24 centros comerciais distribuídos por oito países europeus, sendo que estão em fase de desenvolvimento oito novos
espaços. Estes recebem anualmente 90 milhões de visitantes e registam um volume de
negócios de dois mil milhões de euros.
O grupo prevê abrir mais um centro co-
MARC BARROS
[email protected]
Lisbon Prime index
Valores das rendas registam ligeiro aumento
Os valores médios dos arrendamentos do mercado de escritórios de Lisboa, nos dois primeiros meses do ano, exibem sinais de continuidade face aos valores com que se fechou o ano
de 2007, verificando ligeiros aumentos no corredor Miraflores
– Porto Salvo e nas zonas centrais de Lisboa, sendo esta subida
mais evidente nas áreas nobres da cidade de Lisboa.
No interior da cidade de Lisboa os eixos da Avenida da Liberdade, Saldanha até Entrecampos, as rendas contratadas alcançaram valores médios acima dos 16J/m2, reflexo de a procura
desta zona se direccionar, fundamentalmente, para edifícios de
qualidade e da cada vez maior exígua oferta existente.
A zona oeste registou valores acima dos 12 /m2, igualando o
patamar alcançado no último trimestre do ano transacto e superando os trimestres anteriores do mesmo ano, onde se tinham
verificado valores muito próximos desta marca mas todavia inferiores.
A explicação para esta ligeira subida dos valores de renda contratados, durante o início deste ano, é reflexo da natureza dos
negócios realizados. O Lisbon Prime Index revela uma aparente
diferenciação na procura, dentro e fora da cidade de Lisboa. No
interior da cidade, a fraca oferta existente dirige a procura para
edifícios usados de boa qualidade, ao mesmo tempo que fora, na
zona oeste, as empresas têm preferido edifícios novos com grandes áreas, principalmente, em complexos de escritórios.
Proibida
a reprodução
do
LISBON
PRIME INDEX
JAN
2005
MAR
2005
MAI
2005
JUL
2005
Índice
Taxa Confidencial
de variação
Imobiliário
média
(2005=100)
dos últimos
12 meses
SET
2005
NOV
2005
JAN
2006
MAR
2006
MAI
2006
JUL
2006
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imobiliário
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Century 21 Portugal
expande-se
no continente africano
A Century 21 Portugal está a desenvolver um ambicioso plano de
expansão da marca, que passa pela
chegada da rede a novos pontos fora
do território nacional. A presença
no arquipélago de Cabo Verde é já
uma realidade, e a empresa está a
preparar a chegada ao mercado angolano através de Portugal.
“O principal objectivo para Cabo
Verde em 2008 é a consolidação da
nossa presença naquele mercado,
junto dos agentes locais e internacionais, bem como a captação de
novo produto para ser promovido
no exterior”, disse Ricardo Sousa,
administrador da Century 21 Portugal. Outra das metas da marca
para 2008 passa pelo crescimento
do número de lojas naquele arquipélago. “Queremos abrir um espaço
exclusivo Century 21 nas ilhas do
Sal, Boavista e São Vicente, que se
têm revelado mercados bastante interessantes”.
A Century 21 Portugal está
também a trabalhar na entrada
no mercado angolano. Ricardo
Sousa explicou que a marca tem
uma parceria com agentes locais,
para a inauguração de uma agência de mediação imobiliária em
Luanda, da qual a Century 21
objectivo da marca é “avaliar as
potencialidades do sector da mediação imobiliária em Luanda”,
Centro Campanhã
colocado em 65%
A CB Richard Ellis concluiu recentemente uma
operação de arrendamento
de uma área de mais de cerca de 5000 m² no Centro
Campanhã, na cidade do
Porto. Somando este negócio à recente colocação
de empresas como a GEG,
Dimetronic, Synthes e Logistel, entre outras, a CB
Richard Ellis já assegurou
a ocupação de 65% daquele
empreendimento de escritórios,
restando ainda disponíveis para
arrendamento cerca de 3000 m²
de escritórios e uma zona para
restauração.
Promovido pela Invesfer, o
Centro Campanhã é constituído
por três edifícios de escritórios
com um total de cerca de 9300
m², uma residência universitária
para 210 estudantes, e por uma
zona de restauração e serviços
com cerca de 450 m² distribuídos
por cinco lojas com áreas aproximadas entre os 80 e os 100 m²,
que servirão a utilização diária de
cerca de 1750 pessoas. Servido
de um parque de estacionamento
com capacidade para 470 viaturas, este complexo de escritórios
dispõe de excelentes acessibilidades, usufruindo do principal
interface de transportes públicos
do Porto.
AMGI implementa
soluções “verdes”
Portugal é uma das proprietárias.
O administrador da Century 21
reconhece que, para já, o grande
reconhecendo que esta “será uma
grande oportunidade de negócio
a médio prazo”.
Sonae Sierra cria Sierra Portugal Fund
no valor de 300 milhões de euros
A Sonae Sierra anunciou a
criação do Sierra Portugal Fund
(SPF), um fundo de investimento
com capitais próprios no valor de
300 milhões de euros.
O novo fundo passa a deter
oito dos centros comerciais da
Sonae Sierra em operação em
Portugal (Arrábida Shopping,
GaiaShopping, SerraShopping,
8ª Avenida, LoureShopping,
Rio Sul Seixal, Centro Comercial Continente de Portimão e
15
Centro Comercial Modelo de
Albufeira), com um valor de
mercado de 425 milhões de euros, e aos quais se somarão três
projectos planeados para o território nacional, que representam
um valor total estimado de 235
milhões de euros após a inauguração.
No âmbito desta operação, juntaram-se à Sonae Sierra três investidores, com um investimento
conjunto de 120 milhões de eu-
ros: o LGPI – Local Government
Pensions Institution (fundo de
pensões finlandês de trabalhadores municipais), o Ilmarinen
(seguro mútuo de pensões finlandês) e o Continental European
Fund I e o Continental European
Fund II (dois fundos imobiliários
geridos pela Schroders Investment Management). Para além
do investimento no fundo, Sonae
Sierra fica responsável pela sua
gestão.
A construção e desenvolvimento de projectos imobiliários de
diversos segmentos segundo moldes que privilegiam os cuidados
ambientais e a responsabilidade
social, bem como o desenvolvimento e aplicação de produtos
ecológicos, constituem o enfoque
central da AMGI - Recuperação, Arquitectura e Design. Esta
empresa dedica-se a projectos de
remodelação e construção de imóveis, procurando aliar um design
inovador a cuidados ambientais e
ecológicos.
O chamado mercado das «casas verdes» começa a ganhar um
novo ímpeto em Portugal. Nesse
sentido, a AMGI procura conciliar os desejos desta crescente procura com a utilização de energias
renováveis como a geotérmica,
a eólica, a fotovoltaica, sistemas
de aproveitamento das águas da
chuva e das águas residuais, assim
como a já conhecida implantação
de painéis solares, para aquecimento das águas. As ferramentas
utilizadas pela AMGI permitem,
por exemplo, uma quase independência da rede pública de energia
(através da combinação das energias
eólica e fotovoltaica), o que favorece
a diminuição do desgaste ambiental
e evita o recurso a energias esgotáveis
e poluentes.
Segundo António Amaral, administrador da AMGI e responsável pelo acompanhamento dos
projectos, a AMGI procura “adequar as condições exteriores à qualidade do imóvel e à satisfação do
cliente. Nos projectos de construção de raiz, assumimos a preocupação de realizar estudos prévios
de orientação solar, para que o
imóvel tenha o máximo aproveitamento de energia no Inverno e
a máxima protecção no Verão em
relação ao excesso de calor”. Marc Barros
[email protected]
Legal & Imobiliário
Propriedade horizontal
Destruição parcial do edifício
“Sou um dos condóminos de um prédio de escritórios que ficou
parcialmente destruído por um incêndio.
Existia seguro, mas acabámos de constatar que não é suficiente,
pois parece que nunca tinha sido actualizado.
O problema que se coloca agora é que um dos condóminos, proprietário da fracção que ficou mais afectada, logo por cima da
minha, diz que não conseguirá suportar as despesas que excedem o seguro relativas à reparação da sua fracção e que, por esse
motivo, não está de acordo com a reconstrução que os demais
preferem, o que dificulta a unanimidade.
Já disse ao condómino em questão que até lhe poderei comprar a
fracção para fazer um escritório duplex. Como poderemos decidir
este problema?”
Muito embora a questão não ter
sido colocada relativamente ao seguro e eventual responsabilização
pela desactualização do mesmo,
não se pode deixar de referir que,
num edifício constituído em propriedade horizontal, para além da
obrigatoriedade da existência de
seguro contra o risco de incêndio,
das partes comuns e das fracções
autónomas, a actualização do seguro é também imposta por lei,
de tal modo que, se a assembleia
de condóminos não deliberar o
montante da actualização anual,
o administrador deverá fazê-lo de
acordo com o índice publicado
trimestralmente pelo Instituto de
MARIA DOS ANJOS
GUERRA
Advogada
[email protected]
Seguros de Portugal.
Independentemente da eventual
responsabilização da(s) pessoa(s)
que deveriam, nos termos supra,
ter actualizado o seguro, no que
concerne à deliberação sobre o
futuro do edifício, desconhecemos qual o grau de destruição do
mesmo, pelo que há que começar
por esclarecer que se a destruição
do imóvel corresponder a um mínimo de três quartos do seu valor,
qualquer condómino tem o direito de exigir a venda do terreno
e dos materiais pela forma que a
assembleia vier a indicar.
No caso de a destruição atingir
uma parte menor, como provavelmente será o caso do imóvel
em questão, a assembleia poderá
deliberar a reconstrução do edi-
fício. Para tal não é necessária a
unanimidade, pois bastará que
a deliberação seja aprovada pela
maioria do número de condóminos e do capital investido.
O condómino que não quer
participar nas despesas da reconstrução pode ser obrigado a alienar
os seus direitos a outros condóminos, segundo o valor entre eles
acordado ou fixado judicialmente, se tal for necessário, sendo-lhe
permitido escolher o condómino
ou condóminos a quem a transmissão deve ser feita, nada obstando a que tal venda seja feita ao
leitor para
ampliação
do seu escritório.
16
COMÉRCIO EXTERNO
sexta-feira, 18 Abril de 2008
OPORTUNIDADE DE COMPRA E VENDA DE EMPRESAS
VENDA
NORTE
GRANDE PORTO
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Portugal. Unidade com
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PT 0004 MC 025 0505
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produtos para fins hospitalares e para farmácias,
comércio de produtos
dietéticos. Empresa localizada em Braga, financeiramente saudável,
com vasta carteira de
clientes. Com bom potencial de crescimento e
diversificação. Preço pedido: J 550.000,00. Ref.
PT 004 MC 034 03 06
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Superior. Letra B e marcas próprias. Produto
de excelente qualidade.
Venda total ou parcial.
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PT 0005 AES 0003
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plásticos, líder de mercado. Ref. PT 0011 RMI
0005 05 07
Empresa com projecto inovador na
área das novas tecnologias procura investidor estratégico. Ref. PT
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forte crescimento nestes dois
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de participação, baseada no valor total da empresa (100%) de
J 3.500.000,00. Ref. PT 004
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Escritório de Contabilidade - Grande Porto Norte. 20 anos de actividade; carteira de 120 clientes
fidelizados; mercado do Grande
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segmento corporate/empresarial, organização de congressos e eventos. Preço pedido: J 1.200.000,00. Ref.
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em Lisboa. Convenções com
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Acrílicos. Muito rentável. Volu-
me de vendas J 670.000. Ref.
PT 0009 JCL 0005 0907
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própria, vocacionada para a
importação e distribuição de
grandes marcas nacionais e
estrangeiras, com contrato
com as principais grandes
superfícies (distribuição moderna). Ref. PT 0009 JCL
0030 1207
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mercado, situada em Lisboa.
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2006: J 1.500.000. Ref .PT 0003 HBE 0054 0807
Indústria e Comércio de Lacticínios em Portugal. Vasta Experiência. Marcas registadas. Preço pedido: J 2.500.000.
Ref. PT 004 JP 047 0707
Empresa de Construção Civil Alvará Classe 5 – Aveiro. Agrega diversas sociedades ligadas à construção civil e urbanismo, desenvolvendo a sua actividade maioritariamente
nos concelhos de Aveiro, Ílhavo, Oliveira do Bairro, Anadia, Águeda e Figueira da Foz, mas também no Brasil e
em Cabo Verde. Ref. PT 005 PR 003 0303
Manutenção Industrial Electrónica e Pneumática em grandes
unidades industriais. Preço pedido: J 2,000,000. Ref. PT
0014 VFE 0007 06 07
Empresa de fabricação de artigos em plástico. Ref. PT 0014
VFE 0011 0807
Indústria de Moldes e Protótipos Para Plásticos. Empresa industrial do sector dos moldes para componentes plásticos
para utilização predominante no sector automóvel. Preço
pedido: J 4.500.000. Ref . PT 0014 VFE 0012 0907
Loja em centro de Cidade. Serviços de comércio a retalho
de vestuário. Ref. PT 0014 VFE 0004 04 07
Restaurante no Centro de Cidade. Preço pedido: J 500.000.
Ref. PT 0014 VFE 0022 0108
Clínica Fisiatra – Região Centro Interior. Preço sob Pedido.
Ref. PT 0017 MMO 0006 0907
Fundição manual de metais: peças destinadas a aplicações
em louças e outros, ferragens para a construção civil. Fundição manual de metais não ferrosos. Ferragens para a
construção civil. Preço sob Pedido. Ref. PT 0016 FMV
0004 0208
Comercialização e
fretagem de iates.
Representante oficial de um fabricante europeu de
veleiros. Presente
em Portugal, Caraíbas e Brasil. Ref.
PT 003 GK 023
07 04
COMPRA
Empresas de Segurança com ligações a Centrais Receptoras de Alarmes (CRA). Tipo de clientes: empresariais e/ou particulares. Ref. PT 0009 JCL 1014 0308
SERVIÇOS E PRODUTOS PARA EMPRESAS
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Comércio internacional
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CAETANO (SGPS), S.A., que
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Telefone: 919393459
Negócios e Empresas
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Diferenças interculturais
na selecção dos mercados
D
João
Mendes
17
Jorge
Teixeira
Executive MBA
da Escuela de Negócios Caixanova
[email protected]
o ponto de vista económico, po- do seu sócio principal ou da experiência
demos considerar que a globaliza- “vivida pelo vizinho concorrente”. Tornação assenta basicamente em 3 ca- se necessário reflectir de uma forma mais
racterísticas: a livre mobilidade de capitais, racional quanto aos passos a dar quando
o aumento do comércio internacional no seleccionamos determinado mercado. Demundo e finalmente a internacionalização vemos, pois, começar pelo mais elementar:
da empresa e interdependência económica. o de obter um conhecimento profundo
Assim sendo, fará hoje sentido dizer que dos mercados-alvo, de forma a permitir
uma empresa é portuguesa, espanhola ou a tomada de uma decisão que nos permialemã quando os empréstimos se podem ta reduzir o risco. As prioridades deverão
pedir em ienes ou dólares e os accionistas passar por um estudo interno da nossa
são estrangeiros? Poderemos considerar o empresa e dos nossos concorrentes, um
mundo (ou “Aldeia Global”) como um só estudo dos mercados potenciais ao nível
mercado, na medida em que os brinque- social, político, económico e dos futuros
dos produzidos na China e os refrigerantes concorrentes, elaboração de uma lista reamericanos são consumidos à escala global duzida de países, conhecer os apoios coe o nosso vinho do Porto pode ser apre- munitários existentes e locais à instalação
ciado nos cinco continentes? Dito isto, se forem aplicáveis, conhecer as regras de
uma questão inevitavelmente se coloca comercialização aplicáveis ao seu produto,
acerca de quais serão as consequências da conhecer as regras de etiquetagem, embaglobalização sobre a diversidade cultural: lagem, etc, prever as reacções dos concorestarão as culturas a convergir devido ao rentes locais e dos potenciais concorrentes,
a definição das formas
fenómeno da globalicomo irá estar presenzação? A resposta é a de
te nesse mercado. Não
que, em boa verdade, o
Em Portugal
raras vezes as empresas
mundo continua a ser
falham nos seus objecmulticultural e que as
e Espanha
tivos de internacionaliempresas que operam
verificam-se elevados
zação não por “culpa”
no mercado internados seus produtos ou
cional que revelam
índices de aversão
dos RH escolhidos para
incapacidades: como
à incerteza,
essa função, mas pelo
desconhecer a cultusimples facto de desra específica de cada
em relação ao
conhecerem as regras
país e a sua percepção
básicas de negociação e
do produto ou serviço
pagamento pontual
como se estabelecem as
—, desconhecer qual a
relações comerciais com
estrutura de consumo
do país – como é gasto o dinheiro nas di- os operadores desse mercado. Tomemos
ferentes categorias de produtos e serviços, como exemplo o acto de cumprimentar
de conhecer a percepção do êxito e de ri- o nosso interlocutor. Nos EUA não existe
queza, não proceder às necessárias adapta- muita proximidade no contacto, um aperções culturais das marcas e das políticas de to de mão é distante e não tão próximo
comunicação, às normas e valores sociais, entre os povos latinos.
O Modelo de Hofstede (Hofstede,
culturais e religiosos do país, têm, fatal1980,2001) é o mais utilizado para medir
mente, como resultado o insucesso.
A decisão de internacionalização de uma as diferenças culturais entre países. O moqualquer empresa, seja ela de pequena ou delo foi elaborado a partir de um estudo de
grande dimensão, não deverá, nem pode- 160.000 entrevistas a empregados da IBM
rá, ser efectuada de uma forma empírica: em todo o mundo (50 países), o que lhe
pela sensibilidade do gestor da empresa, permitiu isolar o efeito da cultura do país,
da cultura da empresa. As dimensões cul- centrando a comparação nos casos limite.
turais identificadas por Hofstede são: a Em termos de distância ao poder, a Dinadistância ao poder (DP) – que representa o marca, ou outros países nórdicos, valoram
grau em que os indivíduos com menor po- pouco o status, não sendo aconselhável a
der nas organizações aceitam uma distribui- ostentação de riqueza, a escolha do hoção desigual de poder, a aversão à incerteza tel por exemplo deverá recair sobre uma
(AI) – indica o grau em que os indivíduos unidade de qualidade média, bem como a
se relacionam com o receio ou insegurança escolha de um representante jovem e com
perante situações novas, o individualismo- conhecimentos técnicos elevados. Um país
individualista como os
colectivismo (IDV) – o
Estados Unidos valoriza
individualismo expressa
mais a competitividade
preocupações individuNos EUA
do produto e o preço,
ais e de contexto mais
por contraponto ao copróximo, por outro lado
um aperto de mão
nhecimento pessoal ou
o colectivismo alarga o
é distante
da empresa. Nos países
âmbito de referência a
com predominância de
grupos mais amplos aos
e não tão próximo
valores tradicionalmente
quais o individuo se sente
masculinos, como o Javinculado, a masculinicomo entre
pão, se a nossa empresa
dade-feminilidade (MA)
os povos latinos
é jovem ou com presen– faz referência ao grau
ça em poucos mercados,
de predominância numa
as hipóteses de entrada
sociedade de valores tradicionalmente associados ao perfil masculi- serão ainda menores. Não temos um prono ou feminino das pessoas, e a atitude face cesso de demonstração do que já fizemos,
ao tempo – orientada ao curto ou ao longo encaram como falta de consistência e é um
país em que o insucesso é valorizado neprazo.
Este modelo constitui uma ferramenta gativamente. Existe um “stress on results”
interessante que poderá, e deverá, ajudar nestes países. Em Portugal e Espanha veos decisores a conhecerem as diferenças rificam-se elevados índices de aversão à
culturais existentes entre países e em con- incerteza, nomeadamente em relação ao
sequência a agir em conformidade na se- cumprimento dos prazos de entrega e de
lecção dos mercados. Tecemos em seguida pagamento. Estabelecem-se por vezes alalgumas considerações práticas em termos gumas relações de confiança mas do tipo
das implicações das diferentes dimensões “sim, mas por escrito”. Voltaremos seguraculturais que este modelo nos demonstra, mente a esta temática em posterior artigo.
Beleza e saúde na Exponor
Domotex com balanço positivo
prepara nova edição
A
s últimas novidades para estar na
moda em destaque na Exponor,
de 19 a 21 de Abril. Substituto do
Botox é uma das novidades mais aguardadas.
Com a cultura do corpo e a aparência
com uma importância cada vez mais assumida na sociedade actual e o Verão à espreita, a Exponor apresenta a maior feira
nacional do sector. A partir de 19 de Abril,
e durante três dias, o público pode conhecer empresas que se destacam pelo rigor e
avanço tecnológico no mercado (o dia 21
de Abril é reservado a profissionais), nas
áreas da cosmética, estética, cabelos, bemestar e saúde.
Uma das novidades mais aguardadas é
o Hialurox, “um novo método antienve-
lhecimento que pretende substituir-se ao
incómodo botox”. O produto da LQT,
representante da marca Corpora em Portugal, é uma “alternativa natural às injecções
e cirurgias, restituindo a elasticidade à pele
com segurança”, refere fonte da empresa.
No certame pode ser ainda testada “uma
tecnologia inovadora na área do combate à
gordura”, revela Eunice Pinto, da Eurocarsil/Bios Portugal.
A EXxpocosmética vai ainda dar a conhecer áreas como a cosmética capilar, os
spas e a hidroterapia: “são três dias absolutamente contagiantes, onde está sempre alguma actividade, demonstração ou espectáculo a acontecer, em palco ou nos stands
dos expositores”, afirma Joana Vila Pouca,
directora da feira.
Dimensões culturais de Hofstede
Países
DP
IDV
MA
AI
Dinamarca
18
74
16
23
Japão
54
46
95
92
Portugal
63
27
31
104
Espanha
57
51
42
86
EUA
40
91
62
46
Fonte: Elaborado a partir de Hofstede
F
oram 1442 expositores em 97083
m2, que deram à Domotex 2008
os melhores resultados de sempre e
confirmaram a posição de principal evento
mundial no sector dos pavimentos.
De 17 a 20 de Janeiro, em Hanôver, o
certame recebeu mais de 47 mil visitantes de 80 países, que puderam encontrar
as mais recentes novidades do mercado
mundial de tapeçaria, pavimentos têxteis e
flexíveis, laminados e parquetes, pedras naturais e artificiais, azulejos e cerâmica, bem
como as respectivas técnicas de colocação.
O sucesso é de tal forma flagrante que
a cerca de nove meses do próximo evento – Domotex 2009 – já estão abertas as
inscrições para os expositores que desejem
estar no local. Até 30 de Abril, quem se
inscrever beneficia de um desconto de três
euros/m2.
A Domotex é uma plataforma privilegiada para apresentação das novidades, produtos e colecções das empresas do sector,
e para a descoberta de novos parceiros de
negócio nas áreas do comércio, ofícios, indústria e da arquitectura.
Este ano, os expositores mostraram-se
muito satisfeitos com os contactos que
conseguiram estabelecer com empresas de
todo o mundo.
Empresas portuguesas presentes na Domotex 2008: Amorim; Corkart; Granorte;
Lusolã; Lusotufo; M.A.Salgueiro; MJC;
Poliface; Ribadão; XPZ Madeiras.
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18
negócios e empresas
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Juan José Toríbio, professor do IESE, fala de uma desaceleração da economia espanhola
que poderá durar dois anos
Portugal cresce menos que Espanha
por causa do desequilíbrio
das contas públicas
O que justifica a diferença de crescimento económico entre Portugal e Espanha? Para Juan
José Toríbio, executivo e professor do IESE, uma das escolas de negócios mais conhecidas
do país vizinho – que esteve, há pouco, no Porto, a convite da AESE, uma escola de
negócios portuguesa –, acima de tudo, o desequilíbrio das nossas contas públicas. Quanto a
Espanha, o seu florescimento deve-se, no seu entender, à concorrência interna, à expansão
para o exterior, sendo que, agora, este movimento poderá conhecer algum retraimento.
Neste caso, referiu o académico, a prioridade é outra: o equilíbrio das contas externas.
Vida Económica – As relações económicas entre
Portugal e Espanha são cada vez mais estreitas.
Algo que era inevitável no contexto europeu?
Juan José Toríbio – Não são relações estreitas, são relações importantes. Olhemos para os números: 10% das
exportações espanholas têm Portugal como destino. O que
quer dizer que Portugal é um dos nossos principais clientes.
Por outro lado, 25% das exportações portugueses dirigemse ao outro lado da fronteira, a Espanha. Ou seja, Espanha
é o primeiro mercado para Portugal.
VE – Espanha é mais importante para Portugal do
que o contrário?
JJT – Sim, em termos percentuais. Em termos absolutos,
isto não se verifica. A balança comercial é favorável a Espanha, mas muito pouco favorável.
Em termos percentuais, volto a dizer, 10% das exportações
espanholas têm Portugal como destino. Do lado português,
estamos a falar de 25% das exportações. Isto quer dizer que
somos, em termos mútuos, clientes importantes.
VE – A balança é equilibrada? É assim?
JJT – Espanha beneficia de um superávite, mas é pequeno.
Mas somos o primeiro investidor estrangeiro em Portugal.
No ano passado, quase 60% do investimento estrangeiro
em Portugal ficou a dever-se a Espanha, logo seguida pela
França. Sob esta perspectiva, estamos, de facto, a falar de
algo muito importante. Não nos podemos esquecer, contudo, que o investimento de Portugal em Espanha está a
crescer, e a crescer muito.
VE – As PME têm um papel importante a desempenhar em todo esse movimento?
JJT – Sim, sim, cada vez mais. Tudo começou com as
grandes empresas, mas cada vez mais as pequenas e médias
empresas têm um papel importante a desempenhar.
VE – Isto era inevitável?
JJT – Creio que era inevitável, absolutamente, inevitável.
O estranho é que não se tenha produzido antes.
VE – Os dois países estavam de costas voltadas?
JJT – Não tinha sentido, não tinha sentido nenhum. A
incorporação dos dois países na União Europeia, a própria
união monetária, bem como o tratado de Schengen e a livre
circulação de pessoas levaram, de facto, a um importante
movimento de integração. Este vai ser, sem dúvida alguma,
cada vez mais estreito.
VE – Algo que é importante para a economia dos
dois países, de Portugal e de Espanha?
JJT – Sem dúvida, na medida em que sejamos países
mais abertos, melhor será a utilização dos respectivos recursos internos. É algo que vai ser, já é, favorável ao crescimento dos dois países.
VE – Mais para Espanha do que para Portugal?
JJT – Não necessariamente.
VE – Nós somos um país mais pequeno, com uma
economia mais débil?
JJT – Mas mais pequenos do que a Espanha são a Dinamarca, a Holanda, a Bélgica, todos eles países muito
prósperos. Portugal é maior do que estes Estados.
Agora, uma outra coisa é o diferencial de crescimento
económico que marcou os dois países nos últimos três,
quatro anos.
VE – Como explica isso?
JJT – O crescimento espanhol foi mais equilibrado, sobretudo ao nível das contas públicas, algo que não aconteceu em Portugal. Houve necessidade de corrigir o défice
e isto levou ao estabelecimento de políticas de contracção
relativamente à economia portuguesa.
VE – Mas isso não explica tudo, todo o atraso português?
JJT – Mas creio que é o factor fundamental.
VE – Estamos também a falar de uma questão de
falta de visão das empresas portuguesas?
JJT – Não o diria assim. É evidente que todos, as empresas portuguesas e as espanholas, todos podem melhorar.
Mas julgo que a chave do menor crescimento português,
nos últimos anos, está, como referi, num crescimento desequilibrado das contas públicas. Na minha opinião, este foi
o elemento fundamental.
VE – Portugal é um mercado de teste para as empresas espanholas?
JJT – Não, penso que é um mercado natural. Não
me parece que seja de prova no sentido de que Espanha
investe em Portugal para ver se o pode fazer noutros
países. O que acontece é que é o mercado natural, é
muito fácil.
VE – As empresas portuguesas têm sucesso no
mercado espanhol? Por vezes, os empresários portugueses queixam-se de algum proteccionismo? Como
é que comenta estas ideias?
JJT – Não vejo as coisas dessa forma. Não creio que o
mercado espanhol seja um mercado protegido. Há uma
publicação do Banco Mundial muito interessante a este
respeito - “Fazer Negócios em 2008” é a sua denominação
–, a qual analisa país por país os factores que o tornam
mais atractivo ao investimento estrangeiro, estabelecendo,
a partir daí, um ranking.
Ora, o que se verifica em relação a Espanha é que
ocupa, entre 158 países, o 36º lugar, logo seguida por
Portugal, no 37º lugar. Estamos praticamente par a par
nesta matéria.
“A balança comercial é favorável a Espanha, mas muito pouco favorável”, revela Juan José Toríbio, professor do IESE.
Gostaria ainda de dizer que é mais fácil iniciar um negócio em Portugal, sendo que é, por seu lado, mais fácil a sua
manutenção em Espanha. O mercado laboral, por exemplo, é um pouco mais flexível em Espanha do que em Portugal. Os impostos indirectos são também um pouco mais
baixos. Mas, de facto, não diria que Espanha ou Portugal
são países proteccionistas, porque não o somos. Afinal, estamos na União Europeia.
VE – Esta pergunta está relacionada com o tema
da conferência que acaba de dar, aqui, no Porto, a
convite da AESE. Qual o papel da economia espanhola na União Europeia e no mundo?
JJT – A economia espanhola registou, nos últimos anos,
um grande dinamismo, tendo, mesmo, crescido bastante
mais do que a média da União Europeia. Deu-se, aliás,
uma mudança qualitativa muito importante em Espanha.
Lamentavelmente, foi um crescimento desequilibrado
face ao exterior que acabou por originar grandes necessidades de financiamento externo. Uma situação que nos
vai causar dificuldades, sobretudo agora que os mercados
financeiros internacionais se deparam com problemas de
liquidez. Vamos, sem dúvida, começar a sentir obstáculos
para mantermos a taxa de crescimento que conseguimos até
ao momento. O próprio Fundo Monetário Internacional
(FMI) já veio rever em baixa a previsão de crescimento de
Espanha. De qualquer modo, este deverá ser maior do que
a média da União Europeia. Considero, por isso, que vamos passar por um período de desaceleração económica,
provavelmente ao longo de dois anos, mas que servirá também para equilibrar as contas externas.
VE – Há quem diga, em Portugal, que o desenvolvimento espanhol se deve a uma união de forças,
ao estabelecimento de uma parceria forte entre o
Governo e as empresas?
JJT – Não sei se existiu uma parceria forte, mas certamente que tivemos, nos últimos anos, Governos estáveis e
capazes de compreender as iniciativas dos empresários. E
isto tanto dentro como fora do país. O Governo, por outro
lado, privatizou muitas das empresas que tinha, deixando a
iniciativa económica ao tecido empresarial.
VE – Que se modernizou muito?
JJT – Sem dúvida alguma. Os empresários espanhóis
modernizaram-se muito e graças a duas ordens de razões:
por um lado, devido à concorrência interna, muito forte,
e, por outro, ao que isto obrigou, ou seja, à saída para o
exterior. Todo o programa de investimentos das empresas
espanholas nos mercados estrangeiros, com o Governo espanhol a mostrar-se, sem dúvida, um apoio importante,
acabou por modernizar muito a economia espanhola.
SANDRA RIBEIRO
[email protected]
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negócios e empresas
sexta-feira, 18 Abril de 2008
19
Gabriela Silva, administradora da LíderPartner, afirma
“Chamada Grátis revoluciona contactos
das empresas com os seus clientes”
A empresa portuguesa LíderPartner desenvolveu o
sistema Chamada Grátis. Presente nos portais de
várias empresas nacionais, o serviço é “imediato e
gratuito”. O objectivo é melhorar a comunicação
entre a empresa e o cliente. “É imediato e
gratuito”, garante Gabriela Silva, administradora da
LíderPartner.
Vida Económica – Como surge
a LíderPartner?
Gabriela Silva – A LíderPartner
é uma empresa recente. Fizemos
um estudo porque estávamos à
procura de algo inovador para trazer para Portugal e surgiu o conceito Chamada Grátis. Estabelecemos parcerias e desenvolvemos
uma plataforma 100% online,
onde as empresas gerem todo o
sistema sem necessidade da nossa
intervenção. O objectivo é que as
empresas sejam autónomas: através de um login no nosso site, o
cliente pode aceder à sua conta e
efectuar diversas operações, como
criar novos botões, alterar contactos, visualizar os contactos recebidos por data, hora e tempo de contacto, reencaminhar contactos fora
de horário de expediente para um
móvel. Com esta funcionalidade
as empresas conseguem falar com
os seus clientes mesmo estando encerradas, etc.
Reparámos que, hoje em dia,
a Internet é um mundo sem fim,
ninguém vive sem Internet, mas
também é muito impessoal, porque não há voz do outro lado.
O Chamada Grátis é um serviço
inovador e que vem revolucionar
a forma de contacto das empresas
com os seus clientes. Esta forma
de contacto pelo site aumenta em
45% os contactos de novos clientes
com as empresas, uma evolução ao
nível da Internet. A assinatura da
empresa é isso mesmo, “chamadagrátis “A voz do seu site ”.
VE – Que empresas já são vossas clientes?
GS – A empresa está já em vários
sectores de negócio, como é o caso
do sector imobiliário, automóvel, seguros, construção, segurança, turismo, emprego e perviços,
eventos, indústria, como exemplo
a Renault Boavista, PortoSeguro,
Glassdrive, Expressglass, Arrábida Lake Towers, Boavista Palace,
O’ Porto Bessa Leite Complex II,
Frontal Imobiliária, HST, entre
outras.
VE – Quanto pode custar o
serviço a uma empresa?
GS – O serviço não tem qualquer investimento em equipamento ou software. A partir de
50 euros, uma empresa pode ter o
Chamada Grátis no seu site, com
direito a um número de contactos
por mês incluindo e um número
ilimitado de botões no site, também é possível colocar o botão em
“neswletter” ou “emails” das empresas, o sucesso nas “neswletters”
está ser surpreendente porque torna as mesmas em muito mais eficazes no seu retorno, o cliente mal
recebe a “neswletter” pode clicar
no botão e imediatamente está a
falar gratuitamente com a empresa
que a enviou.
VE – Depois de
consolidar o mercado em Portugal,
a empresa pretende ultrapassar
fronteiras?
GS – Sim, nomeadamente
no
Brasil e Espanha.
Mas agora o nosso objectivo é que
até ao final do ano
o Chamada Grátis
seja conhecido pelo
cliente final.
“O melhor momento para contactar com o cliente é quando
este visita o site da empresa”, afirma Gabriela Silva.
VE – Em que me-
dida é que o vosso
serviço pode ajudar as empresas
a melhorarem o seu relacionamento com os clientes?
GS – O primeiro impacto que
criamos no cliente é muito positivo, dado que o mesmo fica muito
surpreendido com a empresa, pois
nunca pensa que o contacto com
ele é automático, mas que a empresa lhe está a ligar “manualmente”,
e, dada a rapidez do contacto, cria
essa impressão positiva no cliente,
logo a empresa vai realizar o 1º
contacto com um cliente que já se
encontra agradado e surpreendido
com esta, esta pequena diferença
pode fazer a diferença na venda.
VE – Qual é o “feedback” das
empresas que já usam o serviço?
GS – Muito bom. Aconselham e
recomendam a outros administradores de outras empresas. Um elevado número de clientes foi recomendado através de clientes que já
usam o serviço. Para o teste gratuito do sistema as empresas podem
aceder ao site e efectuar esse teste
www.chamada-gratis.com .
PATRÍCIA FLORES
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20
negócios e empresas
Vicaima parte à conquista
do mercado francês
sexta-feira, 18 Abril de 2008
A Vicaima, empresa produtora de portas interiores,
obteve um importante reconhecimento da sua actividade no mercado francês. O reposicionamento da marca
sob o conceito “harmonia inesperada” e a criação da
primeira colecção de “alta costura” em portas interiores
foram os motivos que levaram à atribuição de um galardão atribuído no âmbito de design global e estratégia
de marca.
A comunicação da Vicaima foi premiada num congresso organizado por uma revista francesa da especialidade. A campanha da nova colecção envolve um
investimento de 500 mil euros, com destaque para a criaCampanha
ção de novas funções para as
portas interiores. A empresa,
da Vicaima
na sua estratégia de comunienvolve
cação, foca sobretudo o factor inovação. Os suportes de
investimento
comunicação englobam um
de 500 mil
evento de lançamento em Paris, publicidade na imprensa,
euros
marketing directo, um catálogo e um site. O filme da colecção Black & White apresenta uma abordagem estilística, reforçando a pureza das linhas.
O grupo conta com cerca de 1200 colaboradores e
dedica-se sobretudo à transformação e distribuição de
madeiras e derivados. Além de Portugal, está presente em mercados como a Bélgica, a Espanha, a Itália, a
Polónia, o Reino Unido e a Irlanda. A maior parte da
produção está orientada para a exportação. A França
passou a ser um dos mercados desejados pelos seus responsáveis. Esta estratégia de divulgação vai nesse sentido, pelo que estão previstos novos investimentos.
Cepsa e Total
juntam operações
em Portugal
As petrolíferas Cepsa e Total vão
juntar as suas operações no mercado português. O acordo contempla
a aquisição, por parte da Cepsa, da
rede de estações de serviço da Total.
Também respeita à comercialização
dos lubrificantes e outros derivados
das marcas Total e ELF. A nova rede
de estações de serviço, que irá integrar as actuais redes das duas petrolíferas, contará com 302 pontos de
venda e irá operar sob a dupla marca
Cepsa/Total. Por via deste acordo, os
seus responsáveis acreditam que será
possível reduzir os custos operacionais, optimizar os aprovisionamentos e a logística, a par de uma gestão
comercial mais equilibrada quanto
à presença geográfica e canais de
venda. Por sua vez, o volume de
negócios resultante deverá permitir
incrementar as sinergias da integração já existente das actividades na
Península Ibérica.
Reabilitação
internacional
abre novas
oportunidades
às construtoras
O Governo pretende colocar em
prática um programa de reabilitação
do património português existente
no mundo. Um projecto que poderá abrir novas oportunidades às
empresas de construção nacionais.
Estas podem entrar em mercados
onde não há a tradição da presença
portuguesa. Por outro lado, pode
ser mais uma possibilidade para o
sector da construção reforçar a presença em determinados mercados.
O anúncio foi feito pelo ministro
dos Negócios Estrangeiros, Luís
Amado, aquando da sua passagem
por Omã (onde também existem
muitos vestígios da passagem dos
Portugueses). Em causa está o
lançamento de um programa que
integra as áreas da inventariação,
reabilitação e valorização dos principais marcos físicos das conquistas
e da passagem durante o período
da expansão. Assim, o principal
objectivo é garantir a herança cultural portuguesa e desenvolver, em
seu torno, projectos turísticos. Naturalmente, sem colocar em risco a
traça e as características dos monumentos a intervencionar.
O Brasil, a costa ocidental africana e o sudeste asiático serão as regiões onde o programa terá um maior
peso, de acordo com aquele responsável político. O referido programa
deverá ter início ainda este ano. No
longo prazo, a intenção é mobilizar
as parcerias público-privadas com
empresas, fundações e municípios.
Neste último caso, os projectos vão
decorrer no âmbito dos acordos de
geminação. “A ideia é associar fundos públicos e privados e visa projectar a imagem do país em todas
as regiões em que Portugal deixou
um rasto da sua presença histórica,
associando, na medida do possível,
a promoção dos nossos interesses
económicos e comerciais.”
O ministro admite que se trata de
um projecto vasto e ambicioso e deverá ser realizado ao longo das próximas décadas. Para a Associação das
Empresas de Construção e Obras
Públicas (AECOPS) trata-se de um
programa que representa oportunidades de negócio interessantes.
negócios e empresas
sexta-feira, 18 Abril de 2008
21
Parcerias com o mercado espanhol poderão ser iniciadas
Metrovac reforça acreditações
O Metrovac, laboratório de ensaios e calibração que presta serviços na área
da tecnologia e metrologia do vácuo, conta obter a acreditação dos ensaios de
estanquidade pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC) já no próximo Verão.
Estes poderão vir a ser aplicados a um grande número de produtos e materiais,
desde os preservativos aos “pacemakers”, passando pelos circuitos de refrigeração e
depósitos de combustível, adianta Orlando Teodoro, director do Metrovac.
Vida Económica - Qual é o
nível de acreditação do laboratório integrado no Departamento de Física da Faculdade
de Ciências e Tecnologia da
Universidade Nova de Lisboa?
Orlando Teodoro - Até ao momento, o laboratório está acreditado, apenas, para realizar calibrações
entre a pressão atmosférica e 10-2
mbar, contudo espera, a qualquer
momento, receber a acreditação
para calibrações desde 30 bar até
10-6, cobrindo, assim, a zona de
pressão designada de alto vácuo.
Calibrações de temperatura, ensaios de estufas, calibrações de barómetros “in situ” e calibrações de
fugas poderão, igualmente, vir a
ser acreditadas, no entanto, ainda
estão por definir os prazos de conclusão dos respectivos processos.
VE – Quais são as áreas de
investimento?
OT - Nos últimos dois anos,
contudo, as principais áreas de
investimento do grupo foram a
metrologia do vácuo e os ensaios
de estanquidade – serviços que,
segundo o director do laboratório
e actual presidente da Sociedade
Portuguesa de Vácuo, implicaram
um investimento de 200 mil euros, não sendo oferecidos por mais
nenhum laboratório nacional.
Altamente vocacionado para a
prestação de serviços à comunidade industrial, os principais clientes
com que a Metrovac se encontra,
actualmente, a colaborar pertencem ao sector do gás, ao sector
farmacêutico, metalúrgico e metalomecânico. Aumentar o número
de clientes nos mercados potencialmente utilizadores dos serviços prestados pelo laboratório da
Costa da Caparica é, todavia, um
dos grandes objectivos para 2008.
Parcerias com o mercado espanhol
poderão, inclusive, ser iniciadas,
uma vez que a exclusividade com
o mercado nacional, dependendo
do desenvolvimento tecnológico
da indústria e da respectiva dependência de fornecedores estrangeiros, poderá não se revelar suficiente para manter economicamente
viável o laboratório.
VE – De que forma a inclusão do Metrovac no Programa
de Incentivos à Modernização
da Economia (PRIME) contribui para o seu progressivo sucesso e desenvolvimento?
OT – Sendo o Metrovac um
laboratório universitário, a sua
integração no PRIME através da
Medida de Apoio às Actuais InfraEstruturas Tecnológicas foi, sem
dúvida, essencial: uma vez que as
receitas provenientes dos serviços
prestados ainda estão longe de
conseguirem suportar os investimentos feitos, não teria sido possível oferecer uma estrutura com
este nível de qualificação se não
“Espanha é um mercado com grande potencial na área de serviços que oferecemos”,
afirma Orlando Teodoro.
tivéssemos recebido este grande
incentivo e financiamento.
VE – Que outras ajudas ou
comparticipações
financeiras
apoiam, actualmente, o laboratório e as respectivas investigações?
OT – Para além do PRIME,
recebemos financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia
através de projectos específicos
– como é exemplo o projecto da
cortiça – e de financiamento plurianual. Recebemos, igualmente,
apoio da direcção da Faculdade de
Ciências e Tecnologia.
VE – Que mudanças concretas estão a ocorrer nos serviços prestados pela Metrovac,
no âmbito das novas directivas
europeias, que visam uma legislação que quantifica o grau
de estanquicidade dos aparelhos de ar condicionado (a entrar em vigor a partir de Junho
deste ano)?
OT – De facto, irá, em breve, ser
aplicado um novo regulamento comunitário, que estabelece a obrigatoriedade de inspecções periódicas
a todos os equipamentos com mais
de três kg de gases halogenados, ou
seja, aos típicos aparelhos de refrigeração. O objectivo será limitar as
libertações de gases com efeito de
estufa, daí que os requisitos de estanquicidade sejam consideráveis.
No entanto, correspondem, exactamente, ao know-how existente
no Metrovac, que, nesse âmbito,
está a trabalhar intensivamente na
qualificação de detectores de fugas,
na calibração de fugas e nos serviços de inspecção com equipamento de alta sensibilidade.
SARA NOVAIS
PUB
22
negócios e empresas
Multinacionais
aderem ao “Health
Cluster Portugal”
A
cerimónia pública de constituição do
novo Pólo de Competitividade da
Saúde, o “Health Cluster Portugal”,
juntou recentemente no Porto representantes ao mais alto nível de 68 instituições
associadas fundadoras, ladeadas por vários
representantes do Governo, que apoiará o
“cluster” através do QREN. O presidente
dos laboratórios Bial, Luís Portela, e também presidente da Direcção do Pólo, partilhou com a “Vida Económica” o sentimento
de “satisfação” por ver que “há uma adesão
fracamente grande” à iniciativa, adiantando
que há já também “algumas multinacionais”
em fase de adesão ao projecto.
“Ao longo dos últimos 15 anos, nós, Bial,
tivemos uma experiência muito positiva de
um relacionamento muito bom com as instituições de investigação científica do país e
mesmo de fora do país. E percebemos que
era possível construir a ponte entre as instituições da ciências e as empresas, que é algo
que faz falta no país”, explicou Luís Portela à
“Vida Económica” à margem da cerimónia
de constituição do ‘Health Cluster Portugal’. “E fomos percebendo que havia outras
empresas e instituições que estavam interessadas em alargar o diálogo entre si e procurar
construir projectos conjuntos”, acrescentou.
“É difícil arranjar um projecto que nos
interesse mais como instituição, pois tem
instituições de investigação muito boas e a
indústria com quem nós podemos relacionar-nos”, disse Sobrinho Simões, presidente do IPATIMUP (Instituto de Patologia e
Imunologia Molecular da Universidade do
Porto), à “Vida Económica”, explicando
que “o IMPATIMUP não só se associou
como foi uma das instituições que promoveu [a iniciativa], porque achou que era importantíssimo para o próprio IPATIMUP e
para o conjunto das instituições ligadas à
saúde e para o país esta associação”.
“Percebemos que era possível construir a ponte entre
as instituições da ciências e as empresas, que é algo
que faz falta no país”, disse Luís Portela à VE.
Opinião semelhante foi manifestada à
“Vida Económica” por Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud. “A
Fundação Champalimaud foi influenciada
por alguns dos que tomaram esta iniciativa,
que nos explicaram os objectivos e porque
é que o faziam e nós consideramos que era
importante estar presente”, disse a ex-ministra da Saúde. ”Certamente que teremos
alguma coisa a dar e todos em conjunto”.
”Acho que a própria consciência do que
vamos tendo e do que vamos fazendo é importante. Somos tentados a fazer individualmente as coisas, fazemos sozinhos coisas
que podíamos fazer em conjunto de uma
melhor maneira. Este é um caminho que
nós, na Fundação Champalimaud, queremos fazer, que é fazer com outros coisas que
faz sentido que façamos em conjunto, disse
ainda Leonor Beleza.
A importância do ‘cluster’ foi também
realçado pelo ministro Manuel Pinho. “É
muito importante esta iniciativa, porque
está em linha com a política do Governo
no objectivo de criar pólos de competitividade”, disse o governante, garantindo que
o projecto “vai ser apoiado pelo QREN”.
TERESA SILVEIRA
[email protected]
sexta-feira, 18 Abril de 2008
José Martino, da Espaço Visual, revela à “Vida Económica”
“Floricultura é um sector
competitivo e com potencial”
Ainda que com características e contextos económico-financeiros próprios, as fileiras da floricultura e do kiwi são “competitivas” e “com
potencial” na economia agrícola nacional. Em
entrevista à “Vida Económica” a propósito da
participação da empresa “Espaço Visual” na
Agro 2008, José Martino, responsável pelos planos estratégicos das duas fileiras, não tem dúvidas: os apoios do PRODER não devem tardar,
pois da sua atribuição depende a competitividade e uma maior internacionalização daqueles
sectores.
Vida Económica - Que balanço faz
da participação da empresa “Espaço
Visual” na Agro 2008, que decorreu
em Braga em Março último?
José Martino (JM) - Fazemos um balanço positivo. Conseguimos realizar alguns
bons negócios, nomeadamente projectos
de investimento no âmbito da floricultura, licenciamento de explorações agropecuárias (vacarias), processos de ‘globalgap’
e HACCP. Julgamos, porém, que poderíamos ter conseguido captar mais negócios
se tivesse havido uma maior afluência de
agricultores, cujo alheamento tem a ver,
na minha opinião, com um limitado número de stands com exposição de factores
de produção e serviços para a agricultura.
Espero que nas próximas edições a organização tenha a preocupação de trabalhar
para os agricultores, que são o mercado
preferencial de um certame deste tipo.
VE - A presença no certame resultou de um convite da Associação
de Floricultores de Portugal (AFP).
Como caracteriza a floricultura em
Portugal?
JM - É um sector jovem e em expansão,
com uma enorme potencialidade. Mas é
evidente a relativa desorganização do sector, facto que é sentido pelos produtores
de flores e agentes que trabalham na fileira. A produção florícola nacional representa 6,7% da produção agrícola nacional
total. Há cerca de 1300 explorações, com
uma área total de 900 hectares, sendo a
região do Ribatejo e Oeste a que mais
expressão tem (27%), seguindo-se a do
Entre Douro e Minho (24%) e a da Beira
Litoral (18%). É uma fileira que precisa
de uma grande reorganização, de forma a
colocar-se ao serviço da agricultura e da
economia portuguesa.
VE – Referiu que a floricultura é
uma das fileiras mais competitivas
da agricultura portuguesa. É verdade?
JM - A floricultura é uma das fileiras
mais competitivas, porque possuímos excelentes condições climáticas para esta actividade. Por outro lado, trata-se de uma
actividade intensiva que, apesar de requerer uma forte capacidade financeira para
o investimento inicial e para a exploração
das culturas, se consegue amortizar a curto prazo, desde que bem gerida quanto à
produção, qualidade e gestão económica.
Esta rentabilidade económica é muito
difícil de encontrar noutras actividades
agrícolas.
VE - E a internacionalização do
sector? Começa já a desenvolver-se
ou ainda é incipiente?
JM - A balança comercial no período de
2000/2004 teve um valor médio de importações de 59 milhões de euros, muito
superior ao das exportações, que foi de
22 milhões, o que revela que a internacionalização do sector tem um grande
potencial de crescimento, que pode ser
explorado nos próximos anos. Existe uma
grande vontade por parte dos floricultores
de conseguirem concentrar as produções
e obter a certificação das suas flores. A ex-
“A produção florícola nacional representa 6,7% da produção agrícola nacional total. Existem cerca de
1300 explorações com uma área total de 900 hectares”, explicou José Martino à “Vida Económica”.
portação das flores portuguesas vai traduzir-se em melhor negócio efectivo, porque
irá tirar partido das ajudas financeiras ao
investimento que PRODER vai apoiar até
2013.
VE - Como é que a floricultura lida
com a presença de empresas de flores de outros países?
JM - Lida bem, porque há muitos anos
que existe um mercado aberto e concorrencial que tem obrigado os floricultores
a serem competitivos, pois nos últimos
quadros comunitários poucos apoios públicos têm recebido. Há empresas estrangeiras que se têm instalado em Portugal
produzindo flores, sobretudo no Sul, o
que tem contribuído para a melhoria tecnológica da actividade. Por outro lado,
a Norte tem existido uma integração
comercial entre a produção portuguesa
e as empresas de distribuição da Galiza.
Como a importação de flor é necessária
porque Portugal não conseguirá produzir
tudo para abastecer o mercado nacional,
a aposta tem de passar pela especialização
na exportação das espécies onde somos
mais competitivos.
VE – E como é que têm trabalhado para tirar o melhor proveito dos
apoios dos PRODER?
JM - O sector está organizado em torno da AFP (Associação de Floricultores
de Portugal), que elaborou um Plano
Estratégico de fileira para a flor de corte,
que faz o diagnóstico desta fileira e traça os objectivos e as estratégias para que,
em 2013, esteja mais forte e competitiva,
elencando os apoios públicos que necessita para o seu desenvolvimento.
Dúvidas nos apoios
do PRODER à fileira do kiwi
VE - Para além da floricultura,
trabalha igualmente com o sector
do kiwi. Foi, aliás, responsável pelo
Plano Estratégico da fileira no Entre
Douro-e-Minho. Como está, neste
momento, a fileira do Kiwi em Portugal?
JM - É uma fileira competitiva, que gera
emprego, cria riqueza, exporta e que pode
dar um forte apoio ao desenvolvimento da
agricultura nas regiões do Norte e Centro.
A liderança é assumida pela APK - Associação dos Kiwicultores de Portugal que
apresentou ao Ministério da Agricultura
uma proposta de Plano Estratégico, fazendo propostas para captar os apoios que o
PRODER deve acautelar para o Kiwi.
VE – Como é que os apoios, nomeadamente os comunitários, estão a
ser disponibilizados?
JM - Até este momento, os apoios comunitários para o investimento ainda
não foram disponibilizados. Além disso,
o projecto de legislação para estes apoios,
colocado recentemente à discussão pública, geram-nos alguma preocupação
porque há diferenças muito grandes entre o que se pretende legislar e o que foi
anunciado durante o ano de 2007. Temos necessidade de projectos nos quais
as empresas de comercialização e exportação dos kiwis se possam candidatar e
obter aprovação em 2008 e que possam
traduzir-se em candidaturas dos kiwicultores no período de 2009 a 2013.
TERESA SILVEIRA
[email protected]
empresas
sexta-feira, 18 Abril de 2008
23
Presidente da Autoridade para as Condições de Trabalho em entrevista
Sinistralidade laboral
deve baixar em 25%
até 2012
A União Europeia (EU) quer obrigar os 27 Estados-membros a adoptar medidas de
segurança e saúde no trabalho tendentes a reduzir em 25% os acidentes de trabalho até
2012. Com mais de um ano de atraso face à Europa, Portugal apresentou, esta semana, a
sua estratégia nacional nesta área. Em entrevista à “Vida Económica”, Paulo Morgado de
Carvalho, presidente da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), explica que a
“prevenção e a fiscalização são essenciais” e “complementares” e que “estão reunidas boas
condições para prosseguir o esforço conjunto de reduzir a sinistralidade laboral”.
Vida Económica - A Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho agora publicada surge na sequência de uma nova estratégia da União
Europeia nessa matéria aprovada para 2007-2012 e
anunciada no início de 2007. Portugal apenas publica a sua estratégia cerca de um ano depois. A que é
que deveu este atraso?
a prevenção e controlo realizada pelos inspectores do
trabalho no terreno. Das mais-valias criadas com esta
junção de competências e com o trabalho em rede que
estamos a desenvolver pensamos que estão reunidas
boas condições para prosseguir o esforço conjunto de
reduzir a sinistralidade laboral.
Paulo Morgado de Carvalho - A publicação da
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho resultou de uma profunda reflexão sobre as especificidades nacionais nesta matéria, de forma a adaptar as
orientações da Estratégia da União Europeia definidas
pela Comissão em Fevereiro de 2007 e segundo a Resolução do Conselho da União Europeia de Junho de 2007 à
realidade portuguesa. Esta reflexão teve lugar num amplo
processo de participação em que foram intervenientes
quer a Autoridade para as Condições do Trabalho quer
os vários parceiros sociais, o que naturalmente dilatou o
seu prazo de conclusão.
PMC - A acção da ACT está orientada para ambas as
formas de intervenção que refere. As áreas da prevenção
e da fiscalização são ambas essenciais e assumem-se complementares no que diz respeito à efectivação de condições de trabalho seguras e, consequentemente, à redução
da sinistralidade. A complementaridade das duas funções
constata-se ao verificar que a função inspectiva tem, além
do controlo, uma vertente e efeitos preventivos, mas tam-
As 8 orientações do Parlamento
Europeu aos 27 Estados
ACT fiscalizou estaleiros
de construção civil
1. Requisitos mínimos para a qualidade dos serviços
preventivos e da inspecção do trabalho
VE - Com que meios humanos e materiais deverá
trabalhar a ACT para cumprir esse objectivo? E através de que metodologias, prioritariamente? Fiscalização ou prevenção?
Data da operação
Dias 18 e 19 de Março
de 2008
Meios envolvidos
127 inspectores
do trabalho
das 5 direcções-regionais
Destinatários
da visita
248 estaleiros
de construção civil,
num total
de 577 empresas
e 1453 trabalhadores
fiscalizados
Infracções
verificadas
630 infracções em matéria
de segurança na construção,
sendo a falta de planeamento
e de coordenação da segurança
em obra a responsável pelas
principais irregularidades
2. Sanções mais severas
3. Melhores avaliações da aplicação da legislação
4. Intercâmbio das melhores práticas
5. Reforço da cultura da prevenção e dos sistemas de
alerta precoce, incluindo o acesso mais amplo da
sociedade a informações relativas às condições de
trabalho e de segurança nos locais de trabalho
6. Maior participação dos trabalhadores no local de
trabalho
7. Encorajamento dos empregadores a cumprirem as
suas obrigações no domínio da segurança e saúde
no trabalho
8. Reforço do recurso aos acordos de concertação
social
FONTE: Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT)
VE - A Estratégia Europeia prevê a redução em média de 25% da taxa total de incidência de acidentes
de trabalho na União Europeia a 27 até ao ano de
2012. Portugal está em condições de cumprir essa
meta?
PMC - A redução da sinistralidade continua a ser um
dos objectivos orientadores da acção deste organismo,
cuja prossecução se vê hoje facilitada pela junção da
área da promoção para a segurança e saúde no trabalho
e da área inspectiva. Estão considerados como domínios de intervenção principal da actividade inspectiva
da ACT as matérias de cuja acção possa resultar uma
efectiva mais-valia reguladora, preferencialmente com
efeito multiplicador a esse nível. Prevê-se uma estreita
articulação entre ambas as áreas para que se potenciem
os resultados e se criem melhores condições de trabalho.
Realizaremos, por exemplo, nos próximos três anos,
uma campanha nacional de avaliação de riscos e desenvolvimento da prevenção junto das micro e pequenas
empresas, que envolverá a divulgação da informação necessária à adopção de boas práticas na área da segurança
e saúde no trabalho por estas empresas, mas também
FONTE: Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT)
bém pelo facto de a promoção para a segurança e saúde
no trabalho ser também reguladora.
VE - Foi divulgado a 14 de Janeiro último no site
da ACT a lista de candidatos admitidos ao concurso externo de admissão a estágio para ingresso na
carreira de inspector do trabalho. Em que fase se
encontra este concurso?
PMC - Relativamente ao concurso de admissão de 100
candidatos a estágio, irá ser marcada brevemente a data para
a realização da prova escrita de conhecimentos. Segue-se a
entrevista profissional de selecção, esperando-se conseguir
dinamizar o processo, de forma a que se possa contar com
aqueles inspectores o mais rapidamente possível.
VE - Que balanço faz da actividade da ACT depois
da reestruturação de serviços decorrente da extinção
da IGT e do ISHST? A concentração de sinergias a
que se propunham está a ter reflexos positivos no
trabalho da nova ACT e na concretização dos objectivos?
PMC - O balanço que se pode efectuar hoje é bastante
“Apesar da criação da Autoridade para as Condições do Trabalho ser
recente, temos indicadores muito satisfatórios ao nível dos resultados”,
revelou Paulo Morgado de Carvalho à “Vida Económica”.
positivo. De facto, apesar da criação da Autoridade para
as Condições do Trabalho ser recente, temos indicadores
muito satisfatórios ao nível dos resultados. A reestruturação organizacional efectuada, pelas sinergias criadas,
permite, de uma forma integrada, conjugar esforços no
sentido da efectiva melhoria das condições do trabalho.
Ao nível inspectivo, com a criação das cinco direcções
regionais e da Direcção de Serviços de Apoio à Actividade Inspectiva reforçou-se a harmonização, a coordenação e a eficácia actividade inspectiva a nível nacional.
Na verdade, com a nova estrutura da ACT e o planeamento estratégico desenvolvido foi já possível em 2008
(de acordo com os dados provisórios do 1º trimestre),
nomeadamente através do aumento das acções nacionais
coordenadas, por exemplo, regularizar 718 trabalhadores que tinham uma situação contratual que configurava
trabalho não declarado ou trabalho precário ilegal, o que
significa um resultado muito superior ao de 2007. Têm
sido organizadas acções com resultados muito positivos
em variadíssimos sectores de actividade, desde a construção civil, transportes rodoviários, comércio, restauração,
empresas de prestação de serviços, que permitiram, só
no primeiro trimestre de 2008, realizar mais de 15 mil
intervenções, suspender mais de 700 trabalhos em que se
apresentavam situações de risco grave para a integridade
física dos trabalhadores, determinar mais de 4800 alterações em locais de trabalhos, processos de trabalho ou
equipamentos para assegurar a necessária segurança, proferir quase duas mil advertências escritas e aplicar mais de
4300 autos com um valor mínimo de coimas na ordem
dos quatro milhões e meio de euros.
Também na área da promoção da segurança e saúde
tem sido acelerado o processo de autorização das empresas prestadoras de serviços de segurança e saúde, assim
como a certificação dos técnicos. Por outro lado, continuamos a receber e apoiar inúmeros projectos em matéria de prevenção de riscos profissionais, submetidos por
diversas entidades, nomeadamente para fins de investigação científica.
VE – E qual é o grande objectivo da ACT para 2008?
Em que áreas prioritárias têm programado actuar?
PMC - A ACT é um serviço de promoção da melhoria
das condições de trabalho, prevenção, controlo, auditoria
e fiscalização. O Plano de Actividades para 2008-2010
assume como visão a consolidação de um sistema de
inspecção com ênfase nos resultados e na efectivação de
condições de trabalho seguras, dignas e sustentáveis, de
cuja acção possa resultar a redução dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais, a eliminação do trabalho não declarado e irregular e a promoção das garantias
fundamentais associadas ao trabalho digno. Também o
desenvolvimento de programas que ajudem a dinamizar
as políticas nacionais para a segurança e saúde no trabalho, com ampla participação social e a constituição de
uma verdadeira rede nacional de prevenção constituem os
desafios da ACT para os próximos anos. Na área da promoção, estes desafios consubstanciam-se em levar mais e
melhor informação ao encontro dos agentes económicos
e dos trabalhadores, no apoio à realização de projectos
na área da segurança e saúde no trabalho, na aplicação
de um inquérito nacional às condições de trabalho, que
pretendemos desenvolver. Tudo para conhecer melhor o
meio de intervenção, melhorar o sistema estatístico de
acidentes de trabalho e doenças profissionais e inserir os
conteúdos da prevenção nos “curricula” escolares.
TERESA SILVEIRA
[email protected]
24
empresas
sexta-feira, 18 Abril de 2008
EGP coloca 89% dos alunos
em seis meses
TERESA SILVEIRA
[email protected]
A
Escola de Gestão do Porto (EGP) anunciou esta
semana que conseguiu,
“em apenas seis meses”, a colocação profissional de 89% dos
seus alunos de MBA, sendo que,
desse total, 56% foram colocados três meses após o fim da formação.
A EGP congratula-se com a
“elevada empregabilidade” registada pela Escola, que, em 2007,
“cresceu 130% face ao período
homólogo do ano anterior”, demonstrando que “cada vez mais
empresas recorrem à EGP como
parceira de recrutamento”.
Em comunicado, a escola liderada por Daniel Bessa, que vai
transformar-se, já em Setembro,
em conjunto com a ISFEP da
Faculdade de Economia do Porto, na Business School Interna-
tional, revela que, dos alunos de
MBA que ingressaram em novos
projectos, 79% fizeram-no “por
intermédio da EGP, através de
parcerias com empresas”.
Em 2007, um total de 105
empresas nacionais e internacionais apresentaram propostas profissionais concretas aos
alunos MBA da EGP, as quais
deram origem a 180 oportunidades de emprego, revelou a Escola.
Empresas como a Sonae, a Colep-CCL, a Aenor, a Bial, o BPI,
a Deloitte, a Egor, a Fundação
de Serralves, a Gamobar, a Inditex, a Ibersol, a Martifer, a MotaEngil, a Optimus, a Organtex, a
Quimonda, a Rar, a Unicer e a
Vicaima são algumas das que já
recrutaram quadros na Escola de
Gestão do Porto.
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I #K
Hitachi Consulting
nomeia novo líder
na área de Business
Strategy Services
Richdun passa a
representar a Dunhill
no mercado nacional
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A Google está a entrar em força no mercado português. O motor de busca mais conhecido do
mundo tem 15 milhões de euros
disponíveis para captar anunciantes. O processo é simples, a empresa disponibiliza um tipo de
“cheque”, com um limite de 50
euros às PME e empresários que
pretenderem aderir a uma campanha publicitária com o Google
AdWords.
A empresa de consultoria Hitachi Consulting nomeia John
Furth como líder da nova prática global de Business Strategy
Services.
A Hitachi Consulting é a unidade de negócio global de consultoria de negócio e de tecnologia
da Hitachi Ltd, com escritórios
nos Estados Unidos, Japão e Europa. Segundo a empresa, os seus
consultores estão “empenhados
em apoiar os seus clientes a conseguir resultados rápidos e mensuráveis, que proporcionem um
retorno sustentável, aportando
valor ao negócio e aos seus accionistas”.
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A Associação Portuguesa de
Seniores de Golfe – Delegação
Norte apresentou a lista dos principais premiados no troféu “El
Corte Inglés”. A competição teve
lugar no Clube de Golfe de Miramar, no final do mês passado. A
lista de prémios reflecte os muitos
apoios concedidos para este tipo
de desporto. De facto, dos prémios constam cruzeiros no Rio
Douro até estadias em vários hotéis, passando por garrafas de vinho e de azeite. O que é também
um reflexo do número crescente
de adeptos do golfe.
Google procura
anunciantes nacionais
PUB
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Associação Portuguesa
de Seniores de Golfe
distribui prémios
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>>>=2-*.,65642,*7;
Em momentos de crise, o
mercado dos produtos de luxo,
tradicionalmente, garante um
desempenho bastante positivo.
Estes artigos acabam por funcionar como um refúgio para
aqueles que dispõem de alguma liquidez financeira. O grupo
Dunhill passou a ser representado pela empresa Richdun em
Portugal.
A intenção é reforçar a presença no mercado nacional, a par
do impulso das respectivas vendas. Assim, neste cenário, logo
no primeiro ano de actividade, a
Richdun anunciou a intenção de
investir um milhão de euros, no
sentido de dar mais visibilidade
à marca representada. Da estratégia para este ano consta a abertura de uma nova loja, que se localizará numa zona de referência
da capital.
associativismo
sexta-feira, 18 Abril de 2008
25
Associações de apoio a empresas do interior alertam
“Crise dura e perdura no interior do país”
O défice português em 2007 foi o mais baixo dos últimos
30 anos. Com as finanças públicas “controladas”, o Governo
anunciou uma redução do IVA para 20%, já em Julho. Para José
Sócrates a crise está ultrapassada e a “casa está agora em ordem”.
Mas como está o interior do país a sentir o anunciado “fim da
crise”?
É a pergunta para a qual todos procuram resposta. A crise económica portuguesa está ultrapassada?
O Governo diz que sim. Os economistas e teóricos não chegam a um consenso.
As associações de apoio às empresas do
interior do país falam numa só voz: a crise não acabou.
O interior do país parece ser um palco
privilegiado para o acentuar de problemas
socioeconómicos e tem enfrentado graves
problemas de desertificação e baixa natalidade, com as empresas a deslocarem-se
para os centros urbanos e a emigração a
crescer significativamente.
mas acredita que a medida não é suficiente.
“Estimular o investimento privado é
a única forma sólida de promover as exportações” e o Estado deve actuar sobre a
oferta.
Um contacto próximo com as empresas
é essencial para identificar o foco dos problemas e encontrar soluções. “Quem está
nos gabinetes não tem noção da realidade”,
defende César Amaro, secretário geral da
Associação Comercial e Industrial de Castelo Branco (ACICB).
O problema da “implementação dos
grandes lobbies” é gritante para o comércio
tradicional”, num país onde
A crise dura e perdura
“nada se produz e tudo se
consome” e onde a “oferta
“O Governo
As associações refutam a
acaba por ser excessiva”.
está a entreter
ideia do fim da crise econóJoão Albuquerque, da
mica em Portugal, e idenAssociação
Comercial
as pessoas
tificam alguns pontos onde
Industrial de Barcelos
se deve actuar para melho(ACIB), acredita que Escom números
rar a situação. A “burocrapanha é um modelo a sehipotéticos”
cia, os atrasos na justiça, a
guir e deixa um conselho
carga fiscal e a legislação lapara o Governo: “é preciso
boral” são alguns dos ponouvir os intervenientes a
tos focados pela Associação Empresarial nível local/ regional, as medidas não poda Região de Viseu (AIRV), na voz do dem ser globais”.
presidente João Rebelo de Sousa.
“Os indicadores não enganam: não há
“Se o Estado pagasse o que deve aos fim da crise no interior (até mesmo a norfornecedores, sem atrasos” já seria uma te do Porto)”. O secretário-geral da ACIB
grande ajuda. O presidente da AIRV re- acredita que “no global talvez a crise talvez
conhece que as empresas do interior tive- esteja no fim, mas é preciso não esquecer a
ram um incentivo fiscal de IRC positivo, equidade regional”.
Ponte da Barca assume-se
como município de eficiência
energética
Promover o município de
Ponte da Barca como território
de energia limpa. Foi com este
objectivo que a câmara municipal assinou um protocolo de
colaboração para a eficiência
energética. O acordo foi firmado com o INEGI – Instituto de
Engenharia Mecânica e Gestão Industrial, o INESC/Porto
– Instituto de Engenharia de
Sistemas e Computadores e a
empresa SmartWatt – Eficiência
Energética e Microgeração.
O protocolo tem a duração de
cinco anos (renovável por igual
período) e é o primeiro passo para a criação de um “cluster” energético no concelho. O
sector energético – sobretudo
o das energias renováveis, limpas e de co-geração – tem um
“grande potencial, não apenas
pela sua comprovada rentabilidade económica, como também
pela necessidade de diminuir a
dependência energética de Por-
tugal face ao exterior e de reduzir os factores promotores do
aquecimento global”, referiu o
presidente da autarquia, António Vassalo Abreu.
A área é encarada
pelo município como
uma importante alavanca para o desenvolvimento da região
e deve atrair investidores interessados em
explorar, economicamente, as
potencialidades energéticas: os
recursos eólicos, os solares e os
hídricos, a biomassa ou mesmo
as matérias-primas para a produção de biocombustíveis.
No âmbito do protocolo, foi
formalizado um acordo de desenvolvimento de um plano de
acção para a eficiência energética municipal, a ser realizado
pelo INESC/Porto.
A criação de um sistema de
contabilidade energética municipal, a implementar pela SmartWatt, empresa especializada
nesta área a funcionar na FEUP,
foi mais um dos acordos firmado. O outro parceiro deste protocolo, o INEGI, fica responsável pela implementação de um
sistema de eficiência energética
das piscinas municipais de Ponte da Barca.
Descida do IVA tem apenas efeitos
psicológicos
“A descida do IVA vai ter agora um efeito
na economia, nos preços e na expectativa
das pessoas”. A frase é do Primeiro-Ministro, José Socrates, mas a ideia é rebatida
pelas associações do interior do país.
João Albuquerque, da ACI de Barcelos,
acredita que a grande mais-valia da descida do IVA é claramente psicológica, “não
inverte o ciclo de desemprego”, é apenas
um “encorajamento para as empresas”. Do
ponto de vista do crescimento não terá impacto, mas é um bom sinal”.
O presidente da Associação Empresarial
da Região de Viseu, João Rebelo de Sousa,
não duvida que “não vai ter repecussões no
desempenho das empresas”.
O Governo está a “entreter as pessoas
com números hipotéticos. Andam a brincar com as pessoas: o consumidor não vai
encontrar nada de palpável com a descida
do IVA, quando Espanha tem uma diferença de quatro pontos percentuais”, acusa
César Amaro, secretário-geral da ACI de
Castelo Branco.
Aumento dos benefícios fiscais
foi positivo, mas “claramente
insuficiente”
Em Setembro de 2007, os benefícios fiscais para as empresas do interior do país
aumentaram.
Os benefícios fiscais para as actividades
económicas no Interior do país passaram
de cinco para dez por cento. Quanto às novas empresas, os benefícios fiscais subiram
de dez por cento para 15 por cento.
O aumento dos benefícios fiscais foi
uma medida aplaudida pelos empresários
do Interior, mas “claramente insuficiente”.
Para César Amaro, a razão é simples: “para
usufruir dos benefícios é preciso produzir e
não temos condições para isso”.
Mário Frota acredita nas mais-valias do novo regime sobre práticas
comerciais desleais
“Consumidores terão mais
facilidade em assegurar direitos
práticos”
Já está em vigor o novo diploma que regula as práticas comerciais desleais das empresas face
aos consumidores. O decretolei visa reforçar as garantias dos
consumidores, antes, durante e
depois de uma transacção comercial.
“A nova lei é pensada sobretudo para o mercado interno,
limitado pelas fronteiras dos
27 estados-membros da União
Europeia”. Para Mário Frota,
presidente da Associação Portuguesa para a Defesa do Direito
do Consumo (APDDC), “o ordenamento jurídico português
já oferecia soluções para a maior
parte das questões” mas as alterações introduzidas encurtaram
a diferença entre a lei dos livros
e a lei em acta, e os “consumidores terão mais facilidade em
assegurar direitos práticos”
O diploma classifica como práticas comerciais desleais, as que
condicionem as opções dos consumidores, através de informação
falsa ou susceptível de induzir o
consumidor em erro, em relação
ao preço do produto ou à sua forma de cálculo, por exemplo.
São ainda consideradas desleais as práticas comerciais enganosas, agressivas ou omissões
de dados.
A confiança dos consumidores é vital para a competitividade e só é possível se “as empresas se pautarem por critérios de
transparência, rigor e lealdade”.
Mário Frota defende que “é necessário actuar sobre os agentes
inescrupulosos do mercado”.
De acordo com o Ministério da
Economia e Inovação, a averiguação dos casos será da responsabilidade dos organismos do Estado,
como a ASAE e a Direcção-Geral
do Consumidor.
As coimas podem variam entre 250 euros e 3740,98 euros,
no caso de o infractor ser uma
pessoa singular, e 3000 euros e
44891,81 euros, para pessoa colectiva.
26
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Tap quer transportar
mais 300 mil passageiros a
partir do Porto
Turismo
Reforço internacional do
enoturismo requer Marca
Portugal mais forte
British
Airways
com voos
diários a partir
de Faro
TAP reforça
operação
no Norte
A transportadora aérea nacional está a reforçar a sua operação no aeroporto do Porto,
fruto dos resultados positivos
que tem registado, como revelou a “Vida Económica” na
anterior edição. Segundo Luiz
Gama Mor, vice-presidente
da TAP, “os nossos objectivos
passam por ampliar a importância do papel” que o Porto
desempenha, “tanto através do
reforço dos principais destinos
que oferece como no desenvolvimento de novos mercados que possam interessar a
Portugal”.
Em declarações à Vida Económica, este administrador
confirmou que a empresa
está a desenvolver o centro
de operações do aeroporto do
Porto: “O Porto é o nosso segundo hub e vamos continuar
a investir nele. Vamos criar
um novo destino internacional directo para Salvador da
Bahia, de grande interesse não
só para Portugal mas também
para a Galiza, já aumentámos
a frequência Porto-Funchal e
vamos aumentar a frequência
Porto-Nova Iorque”.
Falando à margem da assinatura do protocolo de promoção entre a TAP e a Adeturn, Luiz Gama Mor revelou
que os resultados obtidos pela
companhia nacional, paralelamente ao facto de este aeroporto “funcionar como uma
válvula” face aos estrangulamentos sentidos no aeroporto
de Lisboa, permitem à TAP
percorrer “mais uma etapa” no
aprofundamento da operação
do Porto.
“Essa direcção começou
TAP regista maior lucro de sempre
A companhia aérea nacional apresentou os seus resultados de
2007, registando lucros de 32,8 milhões de euros, mais 349%
face a 2006. Por outro lado, a empresa juntou 26 novos aviões
à sua frota, sendo que a oferta de assentos por quilómetro cresceu 18% face a 2006, o que inevitavelmente conduziu a uma
quebra na taxa de ocupação (“load factor”), de 73 para 71%.
Não obstante, a procura registou um acréscimo de 14,9% e um
aumento do número de passageiros em 13%, para 8 milhões,
dos quais 1,5 milhões no Porto, como referiu Luiz Gama Mor.
Para 2008 o objectivo definido pelo Governo para a TAP passa
por atingir um resultado de 64 milhões de euros.
com a introdução de voos
para destinos internacionais a
partir do Porto, que são actualmente 18. Crescemos 24%
em número de passageiros em
2007; do total de 8 milhões de
passageiros que a TAP transportou o ano passado, 1,5
milhões foi transportado no
Porto. Prevemos crescer mais
300 mil passageiros este ano,
sendo que no primeiro trimestre crescemos 39%”, revelou
Gama Mor.
TAP e Adeturn firmam
acordo de promoção
Nesse sentido, a TAP e a
Adeturn Turismo Norte de
Portugal assinaram um protocolo de cooperação promocional da região no estrangeiro.
Segundo Jorge Osório, presidente da Adeturn, este acordo
pretende “ampliar e consolidar
o crescimento da região a nível
internacional”, aproveitando
“as oportunidades que a TAP
nos oferece”. Desta forma, o
protocolo, válido até final do
ano, tem como alvos prioritários os mercados de Espanha,
Alemanha, França, Holanda,
Bélgica, Reino Unido, Itália,
Suíça, Luxemburgo, EUA e
Brasil.
O investimento que a Ade-
turn realizará neste conjunto
de actividades promocional,
que rondará “os 150 a 200 mil
euros, complementados com
os meios da TAP”, envolve
a realização de “workshops,
concursos, operações junto da
rede de distribuição internacional e convites a jornalistas
estrangeiros”, entre outros.
Por seu turno, a TAP promoverá a marca Porto e Norte de
Portugal nesses mesmos destinos.
O acordo permitirá “identificar os principais agentes que
operam este destino, no sentido de promover o incremento
das suas operações, devendo
ainda ser assinalados aqueles
que ainda não operam para a
região”. Numa fase posterior,
“será avaliada a potencialidade
dos mesmos para o início da
operação, baseada em apoio e
organização de visitas, publicidade, campanhas comerciais e
banners nos sítios de comércio
na internet, bem como mailings directos destinados a segmentos específicos”.
Recorde-se que o Porto e
o Norte de Portugal foram a
região turística nacional que
registou maior taxa de crescimento em 2007. Já em Janeiro
de 2008, o crescimento da região Norte foi de 3,5%.
A British Airways aumentou a sua presença no mercado português com voos
diários a partir de Faro para LondresGatwick. Esta era uma ligação até aqui
operada desde o aeroporto de Gatwick pela GB Airways, companhia aérea
franchisada da British Airways. Com
esta ligação, é melhorada a cobertura
da British Airways no território português, neste caso particular na região
sul de Portugal. Segundo Jordi Porcel,
director-geral da British Airways para
Portugal e Espanha, “esta nova rota irá
beneficiar o turismo em Portugal, uma
vez que contribuirá para reforçar a entrada de ingleses no Algarve e, por outro lado, os portugueses irão beneficiar
de uma maior oferta de ligações a uma
importante capital financeira e cultural
europeia”.
UE e EUA
celebram
acordo
de céu aberto
O novo Acordo de Transportes Aéreos
entre a UE e os EUA permite, pela primeira vez, que as companhias aéreas
europeias possa voar sem restrições a
partir de qualquer ponto da UE para
qualquer ponto dos EUA. Este é considerado um dos acordos mais ambiciosos
alguma vez negociados no domínio dos
serviços aéreos. Os dois maiores mercados da aviação, que abrangem 60%
do tráfego mundial, irão trabalhar em
conjunto em todos os sectores da política da aviação. Em Maio de 2008, a
Comissão Europeia irá iniciar a segunda
fase das negociações com os EUA.
Todas as companhias aéreas da UE podem agora operar voos directos para os
EUA a partir de qualquer ponto na Europa e não apenas a partir do respectivo
país. O acordo suprime todas as restrições em termos de rotas, preços e número de voos semanais. Muitas companhias aéreas vão aumentar o número de
voos e de destinos no domingo. O número de voos entre Londres-Heathrow
e os EUA, por exemplo, vai aumentar
cerca de 20% em comparação com o
mês de Abril de 2007.
Tendo em conta os cerca de 50 milhões
de passageiros que se deslocam anualmente entre a UE e os EUA, o acordo
cobre, de longe, o maior mercado internacional do transporte aéreo. A supressão de todas as restrições de acesso ao
mercado vai estimular a concorrência
e é esperada uma diminuição no preço
dos voos transatlânticos. Os benefícios
para os consumidores podem atingir os
12 mil milhões de euros nos primeiros
cinco anos. O acordo pode levar à criação de 80 000 postos de trabalho de
ambos os lados do Atlântico.
Turismo
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Reforço
do enoturismo
requer ligação
da marca Portugal
com empresas
O reforço internacional do enoturismo português requer a criação
de uma identidade nacional mais
forte no exterior, gerando uma
imagem unitária que não se compadece com a fragmentação de
projectos promocionais levados a
cabo pelos agentes económicos do
sector de forma isolada, nomeadamente empresas vinhateiras. Por
outro lado, não se pode diluir, nessa identidade, a valia mundial de
marcas e destinos criada ao longo
de séculos pelos vinhos portugueses, como sejam o vinho do Porto
e o Douro.
Aparentemente paradoxais, estas foram duas das conclusões a
que chegaram os vários agentes do
sector reunidos num debate promovido pela ViniPortugal. Todos,
porém, mostraram o seu acordo
quanto à necessidade de uma crescente interligação entre os vinhos,
o turismo e a gastronomia em Portugal.
O debate em torno dos mercados prioritários estabelecidos
no relatório Porter concluiu pela
necessidade de um maior investimento nas rotas do vinho/enoturismo, acompanhado de maior
consistência, continuidade e focalização na mensagem, bem como
um crescente investimento em relações públicas, em detrimento do
investimento em publicidade.
A dualidade marca Portugal versus marcas de empresas “requer a
responsabilização dos vários operadores” (nomeadamente em torno das associações do sector) e “a
adopção de tácticas conforme o
“target” e o interlocutor”.
Marca Portugal vs.
identidades regionais
Segundo João Pombo, administrador da Herdade do Meio e fundador da Geotur, a importância
da ligação entre os vinhos e o turismo é inegável, mas “o mercado
português é tão diminuto” que “o
país deve estar presente no exterior
como um todo”. Na sua perspectiva, os produtores e operadores do
segmento do enoturismo devem
apostar numa estratégia conjunta
que passa pela promoção da Marca
Portugal. “Portugal é o 15º destino turístico dos últimos 20 anos”
e gerou “receitas entre 7 e 8 mil
milhões de euros de 2002 a 2007”,
algo a que os promotores do enoturismo não devem estar alheios.
Ao contrário, Cristiano Van Zeller, um dos produtores associados
aos Douro Boys, afirmou que “a
Marca Portugal não transmite a
confiança e a notoriedade” internacionais que algumas regiões, como
o Douro, gozam. “Isto porque a
notoriedade da marca depende de
factores que os empresários não
controlam”. Para este produtor, é
necessário “oferecer marcas com
continuidade e consequência”,
algo que em Portugal, ao longo
dos séculos, apenas o vinho do
Porto fez com sucesso. E concluiu:
“A Marca Portugal é um desperdício de tempo, energia e recursos,
pois este é um negócio de pessoas
e relações públicas”.
Marc Barros
[email protected]
27
easyJet aumenta
resultados
A easyJet registou um crescimento de 20,5% na sua operação
global em Março de 2008 face a
igual período do ano anterior,
com um total de 3,7 milhões de
passageiros, sendo que o factor de
ocupação aumentou três pontos
percentuais no mesmo período.
Estes resultados globais representam as rotas da easyJet incluindo
as rotas GB Airways. A partir de
Abril de 2008, as estatísticas de
tráfego, que serão apresentadas
de Maio em diante, não serão
analisadas separadamente. Nos
voos operados pela easyJet, esse
crescimento foi de 13,7%, com
3,5 milhões de passageiros e um
aumento do “load factor” em
2,9%, enquanto na GB Airways
o resultado decresceu em 10,8%,
diminuindo igualmento o “load
factor” em 3,4%.
Conventual Vineyard & Golf Resort em Évora
Vila Sol aposta
em turismo de luxo
no Alentejo
A partir de 2008 a Vila do Redondo contará
com um empreendimento de luxo que combina
turismo residencial, golfe e uma unidade hoteleira,
num investimento que ascende aos 87 milhões de
euros, divididos pelas três fases do projecto, com
conclusão prevista para 2015.
O novo empreendimento tem a chancela Vila
Sol e pretende levar para o Alentejo um projecto
de turismo de luxo e golfe único até agora naquela
região. Sob a promessa “Inspired in Nature, designed by art”, o Vila Sol Évora promete inspirarse na natureza a nas características da região para
proporcionar uma oferta única de turismo e lazer.
“Qualidade, autenticidade e respeito por aquilo
que cada região tem de mais genuíno é o compromisso da marca” – quem o afirma é Pedro Farinha
dos Santos, Administrador do Grupo Atlântica.
O resort Vila Sol Évora irá surgir na Herdade da
Palheta e estende-se ao longo de 300 hectares, com
uma área total de construção de 89.500 m2 nas
três fases que compreendem o projecto.
A 1ª fase contempla a construção de uma unidade hoteleira de luxo com 73 quartos, um campo de
golfe de 18 buracos e “clubhouse”, a plantação de
26 hectares de vinha e de 30 hectares de olival, a
construção de uma barragem e 31 lotes com cerca
de 3000 m2 para a construção de moradias, dos
quais 22 lotes se destinam à criação de um núcleo
de Aldeias Alentejanas em banda.
A 2ª fase compreende a construção de moradias
turísticas isoladas, num total de 54 lotes com 3000
a 7000 m2, e a reabilitação do montado de Azinho.
A última fase comporta 131 lotes, que, também,
deverão seguir o modelo das típicas Aldeias Alentejanas.
“O mais importante deste projecto é desenvolver um conceito assente na qualidade que, simultaneamente, permita às pessoas usufruírem daquilo que o Alentejo tem de mais autêntico, desde
a beleza natural da região à tradição conventual,
às experiências ligadas ao vinho, até à traça arquitéctónica da região que estará patente no projecto do hotel e das moradias”, refere o mesmo
este responsável, que acredita no potencial deste
conceito pioneiro de turismo de luxo e golfe em
pleno Alentejo.
Pestana lança novo projecto
em Moçambique
Actualmente detentor e gestor de três unidades
hoteleiras em Moçambique, o grupo Pestana vai lançar em breve um novo projecto para a ilha de Inhaca,
onde é proprietário de um terreno de 75 hectares. O
projecto delineado passa pela construção de um empreendimento imobiliário turístico com um campo
de golfe de 9 buracos, com 150 moradias com piscinas individuais, um boutique hotel de 40 quartos
e a ampliação do actual Pestana Inhaca Lodge de 40
para 80 quartos. Para além disso, está prevista a criação de uma zona comercial com marina e lago e o
alargamento da pista aérea de Inhaca de 600 metros
para 1500 metros.
O investimento a realizar neste projecto é de cerca
de 50 milhões de euros, proporcionando mais cerca
de 150 postos de trabalho. Actualmente está em curso a elaboração do estudo de impacto ambiental.
Recorde-se que, naquele país da África Austral,
o grupo detém as unidades Pestana Rovuma hotel,
unidade de quatro estrelas, com 120 quartos, um
centro de escritórios e um centro comercial; o Pestana Bazaruto Lodge, hotel de charme de quatro estrelas situado no arquipélago de Bazaruto, recente-
mente remodelado e ampliado, e que agora oferece
40 bungalows; e o Pestana Inhaca Lodge, na ilha de
Inhaca, que também sofreu uma profunda remodelação no último ano e tem disponíveis 40 quartos.
O volume de negócios em 2007, nestas três unidades, totalizou os oito milhões de dólares, que empregam cerca de 310 colaboradores (dos quais 98%
são moçambicanos) e realizou, nos últimos anos,
130 mil horas de formação, incluindo estágios noutras unidades do grupo fora de Moçambique, envolvendo 4500 formandos.
Este projecto enquadra-se na estratégia de internacionalização do grupo que, a nível global, com as
suas duas marcas de hotelaria (Pestana Hotels & Resorts e Pousadas de Portugal) detém e gere 81 unidades hoteleiras e cerca de 8200 quartos. O processo
de internacionalização em curso marca presença em
sete países (Portugal, Brasil, Argentina, Moçambique, África do Sul, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe), sendo que o grupo anunciou recentemente a
sua presença em mais dois países, através da construção de um hotel na Venezuela (Pestana Caracas)
e em Londres (Pestana Londres).
Sofitel Lisboa
regista resultados
históricos O Sofitel Lisboa registou resultados históricos em 2007, com
um saldo positivo de 500 mil euros e um ROI de 145%. No âmbito da nova estratégia da marca,
o Sofitel Lisboa, com 80 colaboradores, prepara-se para reforçar a
sua equipa. Para esse efeito, a Sofitel estabeleceu uma estratégia que
passa pela redefinição de todos os
componentes da marca, como serviços, distribuição, preços, comunicações e recursos humanos. Na
sequência do novo posicionamento da marca, a Sofitel vai ter um
novo logótipo, que representará
a sua ligação com os clientes e os
colaboradores.
Grupo espanhol
compra ilha
no rio Minho
O grupo espanhol Artagón
comprou a ilha da Boega, no rio
Minho, onde pretende desenvolver um projecto turístico, num
investimento de 102 milhões de
euros. A ilha, localizada entre Vila
Nova de Cerveira e La Guardia,
em Espanha, tem cerca de 60 hectares. Neste espaço, o promotor
pretende desenvolver, numa primeira fase, já aprovada, um hotel
com 350 quartos e um campo de
golfe de 18 buracos. Numa segunda fase, ainda dependente de
aprovação, está prevista a construção de 150 moradias de luxo e um
porto desportivo. O projecto teve
início há cerca de dois anos, quando o grupo adquiriu a ilha, que
passará a chamar-se Ilha Artagón.
O grupo, sediado em Huelva, encontra-se a desenvolver vários projectos em Portugal, entre os quais
um empreendimento de 450 habitações entre Portimão e Armação de Pêra, num investimento de
41 milhões de euros. Para o centro do Estoril, o grupo pretende
promover 150 apartamentos de
luxo, cuja obra deverá arrancar no
segundo trimestre de 2008, num
investimento de 31,4 milhões de
euros. No Brasil, o grupo Artagón
adquiriu seis milhões de metros
quadrados de terreno em Natal
para a promoção de vivendas e a
construção de cinco campos de
golfe.
28
Instituto CFA tem mais
de 90 mil membros em
todo o mundo
&
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Ócio
Negócios
Tenistas Ana Ivanovic
e Daniela Hantuchova
entregam cheque de 104
mil euros à HFH
Destaques da semana
Madrid recebeu Salão de Gourmets
Para os verdadeiros amantes da culinária, o Salão Internacional do Clube de Gourmets serviu muita comida, conferências, concursos e várias actividades paralelas.
O Salão de Gourmets, pioneiro em Espanha e com uma
repercussão internacional assinalável, conheceu, de 14 a
17 de Abril, a sua 22ª edição.
com uma grande variedade de produtos da indústria agroalimentar polaca.
O Salão de Gourmets foi criado em 1999 com o objectivo
de aproximar os consumidores do mundo da gastronomia
e é uma oportunidade única para o público conhecer e experimentar novos produtos expostos por profissionais do
sector. A feira reuniu, num espaço de 17 mil m2, cerca de
1300 expositores, espanhóis e estrangeiros.
produtos tradicionais, apreciando, como afirma, “criar e
transformar, sem que isso altere a sua essência”.
Natural de Alfândega da Fé, Marco Gomes tem ganho um
reconhecimento crescente. Para além de outras distinções
e actividades, é membro da equipa nacional de cozinheiros
e vice-presidente da primeira Associação Profissional de
Cozinheiros e Pasteleiros do Norte de Portugal. Além disso,
participou em 2005 no World Culinary Grand Prix, na Escó-
Restaurante Foz Velha
festejou cinco anos
Entre peixe e vegetais, fumados, massas e produtos frescos, doçaria e queijos, aguardentes, licores, champagne
e vinhos, os pavilhões de exposição da Cristal, Telefónica
Madrid Arena e Satélite da Casa de Campo de Madrid acolheram a maior exibição de alimentos e bebidas de qualidade, que contou com mais de 69 mil visitantes.
Este ano, a Polónia foi país convidado da feira, que contou
O restaurante Foz Velha festejou o quinto aniversário. A
importante data do espaço, localizado – como a designação
desvenda – na Foz do Douro, no Porto, foi assinalada pelos
proprietários, o chefe Marco Gomes e a mulher, Carla Seixas, com o menu Cinco Anos, Cinco Sentidos.
Os convivas puderam apreciar a arte gastronómica de Marco Gomes e a sua equipa, admirando as cores, cheirando
sublimes aromas, saboreando cada iguaria, usando até em
determinado momento as mãos para comer e ouvindo o estalido crocante da finalização do prato de sobremesa. Paulo
Amorim, do G7, o grupo dos grandes produtores de vinhos,
que mantém uma parceria com o Foz Velha, referiu que a
degustação foi “uma experiência única”.
Além do Foz Velha, Marco Gomes abriu, recentemente, o
restaurante Segredos da Terra, em Felgueiras. O baptismo
do novo projecto não esconde a paixão do cozinheiro pelos
PUB
cia, e foi medalha de bronze, por duas vezes consecutivas,
na Olympiade der Köche, na Alemanha. No final do ano
passado representou ainda Portugal nas Nações Unidas,
em Nova Iorque, e recebeu o prémio Infante D. Henrique
na categoria de culinária.
Jovens portugueses vencem em Espanha
concurso de âmbito internacional
Uma nova geração de portugueses começa europeia. Entre os concorrentes, estiveram
a afirmar-se lá fora. É o caso da Marta Calvá- equipas de escolas como a London Business
School ou a Universidade Luiggi Bocconi
rio, do João Almeida e do Hugo Fontinha.
É que estes jovens, com idades compre- de Milão. Esta competição poderá ainda leendidas entre os 21 e os 25 anos – as suas var os jovens lusos até Nova Iorque, a cidade
licenciaturas são nas áreas da Gestão e da de acolhimento da final mundial.
E porque nada acontece por acaso, lemEconomia pela Católica -, acabam de vencer, em Espanha, e, de forma destacada, a bramos ao leitor que este prémio surge num
primeira etapa de uma das mais importan- momento em que a Marta, o João e o Hugo
tes competições do sector financeiro a nível se encontravam, em Madrid, a tirar um masinternacional: a CFA Investment Research ter em Finanças pela Universidade Carlos III,
Challenge.
dois deles ainda a trabalhar para empresas
A cerimónia de entrega dos prémios de- como o BPI e Sonae. A instituição académica
correu – este evento é organizado pelo CFA citada é uma das mais prestigiadas para o esEspanha, patrocinado pelo El Economista e tudo das finanças no país vizinho.
Bolsa e Mercados Espanhóis-,
há pouco tempo, na bolsa de
Madrid, com o
presidente da
CFA em Espanha a afirmar
que “este ano o
concurso tinha
sido de altíssima qualidade,
com a equipa
vencedora
a
ser escolhida
por unanimidade”. Sobre o
trabalho destes
jovens portugueses a, que Equipa vencedora, protagonizada pelos três jovens portugueses, escolhida por unanimise junta um dade e trabalho considerado de qualidade superior.
canadiano, foi
ainda dito que era de “qualidade superior
Resta-nos dizer que o Instituto CFA,
em linha com o trabalho de analistas pro- afinal a organização que está por detrás de
fissionais credenciados e ligados à banca de tudo isto, é uma instituição de referência
investimento”.
no mundo financeiro, com mais de 90 mil
O futuro, esse, vai ser por certo promissor membros um pouco por todo o mundo. O
para a Marta, o João e o Hugo. É que es- seu objectivo último, de acordo com aquilo
tes jovens, para além da bolsa e dos prémios que chegou à nossa redacção, é a atribuição
dos patrocinadores, tiveram a oportunidade do título de Chartered Financial Analyst
– algo que acontece pela primeira vez – de (CFA). Este um reconhecido “golden-stanrepresentar Espanha, em Londres, onde dard” para todos os profissionais da banca
ontem, dia 17, se realizou a competição de investimento.
sexta-feira, 18 Abril de 2008
&
29
Ócio
Negócios
Cofina e Controlinveste
aliam-se para concorrer ao
quinto canal; Barros convida
Belmiro para a sua direcção
na AEP
Cisão PT
Há um grupo de intrépidos accionistas, como João Oliveira, ex-presidente do BPA, ou Meira Fernandes, que integrava
a lista de Miguel Cadilhe no BCP, que se queixaram junto da
CMVM do comportamento da PT aquando da operação de cisão da ex-PTultimédia. Em causa está o modelo escolhido pela
gestão da PT que forçou os accionistas a pagar imposto sobre o
“dividendo em espécie” recebido. Segundo a administração da
PT, o modelo foi o mais vantajoso para a sociedade e para os
accionistas, mas a verdade é que alguns defendem que foi vantajoso apenas para o Fisco. E alegavam que havia uma alternativa
que garantia a “neutralidade fiscal”. Bastava que a PT aplicasse
o sistema de cisão/fusão que a Sonae adoptou quando separou
a Indústria da holding.
Na PT, o “spin off ” teve o carácter de dividendo em espécie
,pelo que os accionistas tiveram de pagar 20% de imposto. No
caso de proceder primeiro à criação de uma nova sociedade
que recebia a participação da PT na PTM, e depois a fusão
das duas sociedades, não havia lugar ao pagamento de imposto.
Na Polónia, o leilão de um
terreno foi disputado por dois
grupos portugueses
Aparentemente, a PT receou que a sua operação não se enquadrasse na lei e jogou pelo seguro, gerando uma receita adicional
ao Estado da ordem dos 250 milhões de euros.
João Oliveira enviou várias cartas para a PT, a primeira das
quais quando o tema foi colocado à apreciação dos accionistas.
O ex-banqueiro pedia que a carta fosse lida na AG para advertir
os accionistas que havia um modelo alternativo que garantia a
neutralidade fiscal. Mas reparou depois, na acta da AG, que a
sua carta não foi lida. Esgotada a conversa com a PT, avançou
para a CMVM, relatando com detalhes a troca de informações
e as respostas que foi recebendo.
Estes minoritários não aceitam que tivessem de pagar imposto por uma operação forçada pela Autoridade da Concorrência,
depois da ofensiva da Sonae.com sobre a companhia. Para João
Oliveira, se fossem os accionistas, de posse de toda a informação,
a aprovar o modelo, nada havia a censurar. Mas a verdade é que
a deliberação foi genérica, como constava da ordem de trabalhos,
tendo cabido à administração escolher a modalidade.
Leilão
A carta
Carlos Santos Ferreira estreou-se, como presidente do
BCP, a escrever aos accionistas.
A primeira diferença em relação
aos antecessores é o seu poder de
síntese. Pelo menos, na estreia
precisou de poucas linhas.
É verdade que as novidades
não eram entusiasmantes. A carta vai directa ao bolso ou à conta
bancária dos accionistas. Ainda
assim, poderia gastar linhas e
papel em explicações e detalhes
sobre o aumento de capital a
crise financeira. Mas limita-se
ao essencial.
Aproveita apenas para recordar que a acção da equipa a que
preside se desenvolverá segundo
cinco eixos – recentrar a actividade do banco nos clientes;
expansão das operações de retalho nos mercados de maior
potencial; reforço da disciplina
de “pricing” de risco e de gestão
do capital; simplificação das estruturas e processos do banco e
fortalecimento da reputação institucional.
Por estranho e bizarro que pareça, a verdade é que uma hasta
pública efectuada na longínqua
cidade de Posdan (Polónia) foi
discutida por duas empresas
portuguesas. Ou melhor:
pelas sucursais polacas de
duas empresas portuguesas.
A Câmara local lançou um concurso para
vender, através de leilão
competitivo, um terreno
destinado a acolher um
complexo
imobiliário.
Foram 13 as companhias
que levantaram o caderno
de encargos, mas só duas
apuradas para o leilão final.
Uma de Lisboa, outra de Braga.
A base de licitação era de 19 milhões de euros. Lance daqui, lance
dali, o leilão acabou perto dos 25
milhões de euros. Nessa altura, a
construtora de Braga abandonou
o jogo. Nesta batalha Norte-Sul,
a vencedora foi a Gerium, uma
promotora imobiliária do Estoril.
Mas os polacos ficaram a saber
que os portugueses não gostam
de resultados combinados.
O QUE SE DIZ
Coligação
Tudo indica que os concorrentes ao
quinto canal, que o Governo colocará a
leilão no fim desta legislatura, se apresen-
tarão coligados numa única candidatura.
A Cofina, de Paulo Fernandes, e a Controlinveste, de Joaquim Oliveira, terão
concluído que o melhor era aliarem-se,
em vez de entrar numa disputa de resultado incerto. O cimento desta parceria
é a Zon, ex- PTMultimédia, que deverá surgir como patrocinadora e líder do
consórcio. Paulo Fernandes e Oliveira são
accionistas da Zon. Oliveira tem de resto
outras parcerias com a Zon, como é o caso
da Sportv. Proença de Carvalho surge
como o representante público do consórcio. Quinze anos depois de ser o promotor
da candidatura derrotada pela SIC e TVI
no primeiro concurso, Proença regressa ao
palco televisivo.
Belmiro
Depois
de garantir
alguns notáveis como
Adalberto
Neiva
de
Oliveira ou
Artur Santos Silva na
sua lista dos órgãos sociais, José António
Barros tenta convencer Belmiro de Azevedo a integrar a direcção. Belmiro sempre
foi avesso a estes movimentos, mas Barros
não desiste de, em nome de um novo ciclo
e tendo em conta a maior disponibilidade
do colega engenheiro, convencer o patrão
da Sonae a abrilhantar a lista que vai encabeçar.
VisionariUm
A próxima direcção da AEP está inclinada a vender o Visionarium, no Europarque, ao Ministério da Ciência. Há
um ano, um grupo aliado a um conglomerado americano do sector apresentou
uma proposta à AEP para transformar o
Visionariam num fábrica de conteúdos
e realidade virtual para as PME nortenhas. Mas as negociações encalharam e
o protocolo nunca foi assinado. Num
primeiro momento, as partes divergiam
quanto à avaliação do activo e a forma
de a AEP permanecer ligada ao projecto. Um acordo definitivo nunca terá sido
atingido. A solução que se perfila para retirar do universo AEP um equipamento
deficitário para o qual a associação não
tem vocação para gerir é incluí-lo na rede
estatal, negociando a sua transferência
para o Ministério da Ciência.
Espanha
Os operadores turísticos dividem-se
sobre os méritos e virtudes do plano de
promoção conjunto entre Portugal e Espanha.
Se, por um lado, faz sentido promover em destinos longínquos a Península
Ibérica com um único destino, há quem
receie que a aliança seja assimétrica e venha a beneficiar só a Espanha. A parceria
traduz-se na produção e divulgação de
conteúdos temáticos comuns, como vindimas, wellness, rotas de turismo religioso ou cultural. Este ano, o plano ibérico
alargou-se ao Japão e Canadá.
A Ibéria representa 8,3% dos turistas
mundiais – 70 milhões de turistas/ano.
Portugal fica com um quinto deste contingente.
30
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Controlo da qualidade
afere da credibilidade
da profissão de TOC
Fiscalidade
CTOC define
critérios de selecção
para controlo
da qualidade
O
controlo da qualidade
passou a ser um instrumento prioritário na
estratégia definida pela Câmara
dos Técnicos Oficiais de Contas
(CTOC). Considera a entidade
reguladora que se trata de garantir a credibilidade da actividades
destes profissionais. No âmbito
do Regulamento do Controlo da
Qualidade, a selecção dos técnicos cuja actividade será objecto
de controlo será realizada por
sorteio.
A Comissão tem a responsabilidade de fixar e divulgar os critérios de selecção. Estes assentam
em sete premissas, cada uma das
quais com um determinado peso.
Assim, o primeiro critério tem
a ver com TOC sobre os quais
recaíram queixas na câmara, por
incumprimento do Estatuto ou
do Código Deontológico (cerca
de 20%). Depois, profissionais
sobre os quais recaíram queixas
sobre outros incumprimentos
(cerca de 5%). O terceiro ponto refere-se àqueles profissionais
que apresentaram queixa de colegas por incumprimento do nº
2 do artº 56º do ECTOC (na
ordem dos 5%).
Outros critérios são os que
dizem respeito aos técnicos oficiais de contas que se ofereceram
para serem controlados. Outro
critério tem a ver com TOC no
âmbito do processo de acompanhamento de estágios, a indicar
ainda pela Comissão de Inscrição, bem como a indicar por deliberação da direcção. Finalmente, o sétimo critério de selecção
é exercido aleatoriamente pelos
TOC remanescentes (até ao limite de 40%). Após o sorteio, o
profissional será notificado, nos
termos e para efeitos do referido
regulamento.
Entretanto, algumas instituições de ensino estão a abrir
candidaturas para cursos de
preparação para os exames de
avaliação profissional da CTOC.
Trata-se de garantir a revisão e a
actualização de conhecimentos
relacionados com as matérias
sujeitas a avaliação, tendo em
conta o exame de acesso à profissão. Os cursos destinam-se a
bacharéis e licenciados, em cursos integrados na lista de cursos
reconhecidos pela CTOC e que
tencionem proceder à sua inscrição na profissão.
DGCI reforça
competências
nos preços
de transferência
A Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) adquiriu licenças de
utilização de uma das bases de
dados mais utilizadas pelas administrações tributárias estrangeiras
e por contribuintes, na análise
dos preços de transferência praticados em operações entre entidades relacionadas.
Trata-se de Amadeus, que
possibilita maiores aferição e
controlo por parte da inspecção tributária, tendo em conta
o cumprimento do princípio de
plena concorrência nestas operações. Para a DGCI, trata-se de
um passo muito importante, face
a futuras negociações de acordos
prévios de preços de transferência
no reforço das competências das
equipas de auditoria tributária,
na neutralização de certas práticas abusivas de planeamento fiscal, assentes na manipulação dos
preços de transferência.
Embora a legislação fiscal permita a utilização da informação disponibilizada pelas bases
de dados internas da DGCI, a
aquisição das licenças é encarada como uma mais-valia para
a administração tributária. De
facto, possibilita o acesso a um
conjunto de informação pública, designadamente financeira,
comercial e societária mais vasta, não se limitando à realidade
nacional.
A selecção
dos profissionais
assenta em sete critérios
PRÁTICA FISCAL
IRS – fecho actividade
c/contabibilidade organizada
Um sujeito passivo de IRS com contabilidade organizada adquiriu para
o exercício da s/actividade diversos
activos imobilizados, nomeadamente equipamento administrativo e
de transporte, os quais afectou à
actividade e dos quais deduziu o
IVA suportado nas aquisições e no
final do corrente exercício pretende
efectuar o fecho da s/ actividade de
categoria B.
Neste contexto, para além do apuramento normal do resultado da actividade corrente o que deverá ser efectuado para o fecho contabilístico e
fiscal da mesma, nomeadamente:
1. o imobilizado deverá ser “desafectado”, i.e. “vendido” ao titular
do rendimento ou a um terceiro,
cobrado IVA e apurando as mais ou
menos-valias fiscais?
2. qual o timing para efectuar a
respectiva declaração de fecho de
actividade na Mod.3 IRS, coincidindo esse momento com a “dissolução e liquidação” da actividade,
ou existe alguma declaração adicional dado que tem contabilidade
organizada;
3. existe mais alguma obrigação declarativa, para além da comunicação
de fim de actividade para efeitos de
IVA e IRS, e do Mod.3 de IRS, e
qual os seus timings de entrega?
4. em consequência do fecho da
actividade de cat. B com contabilidade organizada quando pode o
sujeito passivo reabrir a actividade,
mas sem estar sujeito à obrigatoriedade de possuir contabilidade organizada?
Resposta da
Assessora Fiscal
Para efeitos de IRS a cessação de
actividade ocorre, nos termos do art.
114.º do CIRS, quando verificadas
as condições nele referidas. A cessação deve ser comunicada no prazo
de trinta dias através da respectiva
declaração de cessação (n.º 3 do art.
112.º do CIRS). O património que
o empresário afectar a uso privado
deverá ser valorizado pelo valor de
mercado (valor estimado de venda),
apurando os proveitos e as maisvalias contabilísticas e fiscais. A
declaração modelo 3 deve ser apresentada no prazo estabelecido para
a 2.ª fase, ou seja de 16 de Abril a
25 de Maio, visto que está obrigado
a enviar a declaração pela internet,
pois diz estar abrangido pelo regime
da contabilidade.
Se a cessação tiver ocorrido em
2007, para que no momento do
reinício da actividade não seja assumido o regime em que estava enquadrado quando cessou, terá que
o fazer a partir de Janeiro de 2009,
como dispõe o n.º 11 do art. 28.º
do CIRS. No que respeita ao IVA,
a cessação de actividade ocorre,
nos termos do art.º 33.º do CIVA,
quando verificadas as condições
nele referidas. A cessação deve ser
comunicada no prazo de trinta dias
através da respectiva declaração de
cessação (art.º 32.º do CIVA). Deverá liquidar IVA relativamente aos
bens que afectar a uso próprio ou
que alienar, nos termos gerais.
Informação elaborada pela APOTEC - Associação Portuguesa
de Técnicos de Contabilidade
[email protected]
AGENDA FISCAL
ABRIL
rente ao ano de 2007, se igual ou inferior a J
250 ou da 1ª prestação se superior.
• IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas
− Entrega das importâncias retidas no mês de
Março sobre os rendimentos sujeitos a retenção na fonte de IRC.
• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares
− Entrega da declaração modelo 3, em suporte de papel, com anexos, pelos sujeitos
passivos com rendimentos das Categoria A
(trabalho dependente), B (empresariais e profissionais), E (capitais), F (prediais), G (mais
valias) e H (pensões).
Até ao dia 20
• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares
- Entrega, pelas entidades obrigadas a efectuar retenção, do imposto deduzido em Março
pela aplicação das taxas liberatórias previstas
no artº 71º do CIRS.
- Entrega, pelas entidades que disponham
ou devam dispor de contabilidade organizada, das importâncias deduzidas em Março
sobre rendimentos de capitais e prediais e
rendimentos de propriedade intelectual ou
industrial e prestações de serviços (Categoria B).
− Entrega do imposto deduzido em Março sobre os rendimentos do trabalho dependente e
de pensões, com excepção das de alimentos.
• IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas
- Entrega da declaração de alterações pelos
sujeitos passivos de IRC que, tendo anteriormente optado pelo regime geral de determinação do lucro tributável, queiram renovar a
opção, bem como por todos os que, reunindo
os pressupostos de inclusão no regime simplificado, estejam em condições de exercer
a opção.
- Entrega da declaração de opção ou da declaração de alterações relativa ao regime
especial de tributação de grupos de sociedades.
• Imposto de Selo
− Entrega, por meio de guia, nas tesourarias
da Fazenda Pública, do imposto cobrado em
Marçoo, pelas entidades a quem incumbe
essa obrigação.
• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado
– Entrega da Declaração Modelo 1074, em
triplicado donde constarão as aquisições
efectuadas durante o ano anterior pelos retalhistas sujeitos ao regime de tributação previsto no art. 60º do CIVA.
Até dia 30
Até ao dia 31
• IMI – ImpostoMunicipal sobre Imóveis
− Pagamento da totalidade do Imposto refe-
• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares
− Entrega da declaração de alterações,
pelos sujeitos passivos de IRS, que tendo
anteriormente optado por utilizar a contabilidade organizada como forma de determinação do rendimento, queiram renovar a
opção, bem como todos os que reunindo os
pressupostos de inclusão no regime simplificado estejam em condições de exercer a
opção.
• IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas
- Entrega da declaração de alterações pelos
sujeitos passivos de IRC que, tendo anteriormente optado pelo regime geral de determinação do lucro tributável, queiram renovar a
opção, bem como por todos os que reunindo
os pressupostos de inclusão no regime simplificado estejam em condições de exercer a
opção.
- Entrega da declaração de opção ou da declaração de alterações relativa ao regime
especial de tributação de grupos de sociedades.
MAIO
Até ao dia 10
• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado
- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório
via Internet da declaração periódica relativa
às operações realizadas no mês de Março. O
pagamento pode ser efectuado através das caixas automáticas Multibanco, nas Tesourarias
de Finanças informatizadas e nos balcões dos
CTT. O pagamento pode ainda ser efectuado
via Internet. Conjuntamente com a declaração
periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmissões intracomunitárias isentas, efectuadas no mês de Março.
• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares
Os notários, conservadores, secretários judiciais
e secretários técnicos de justiça devem entregar
à Direcção-Geral dos Impostos a relação dos actos praticados no mês anterior, susceptíveis de
produzir rendimentos sujeitos a IRS.
Novo Serviço de Finanças de Torres Vedras
Entrou em fincionamento no passado dia 1 de Abril o novo Serviço de Finanças de Torres
Vedras que vem substituir os extintos Serviços de Finanças de Torres Vedras 1 e 2, abrangendo a área da totalidade das freguesias deste Concelho.
Os funcionários sem funções de chefia integrados nos quadros dos serviços agora extintos
serão colocados em lugares vagos dos serviços que integram a área fiscal da Direcção de
Finanças de Lisboa, enquanto os funcionários que se encontram providos nos cargos de
chefia tributária deveriam ter requerido ao passado dia 21 de Fevereiro a sua passagem
para Direcção de Finanças de Lisboa.
fiscalidade
sexta-feira, 18 Abril de 2008
31
Contas & Impostos
Correcções contabilísticas
devem ficar datadas
Os lançamentos de correcção a efectuar na contabilidade serão
sempre realizados na data em que os eventuais erros e omissões
forem detectados, fazendo-se, contudo, no descritivo, referência
às datas em que se realizaram as operações e os respectivos
documentos.
Em termos fiscais, sendo as correcções favoráveis ao Estado, deve
entregar declarações de substituição desses períodos e pagar o
imposto adicional. No caso de IRC, quanto a eventuais correcções
relativas a custos de exercícios anteriores terá de atender ao n.º 1
do artigo 18.º do CIRC.
Após o encerramento e aprovação das
contas de uma empresa, um TOC deparou-se com um obstáculo: o programa
das amortizações tinha tido um problema e as amortizações consideradas
não eram as precisas porque as amortizações de anos anteriores não estavam
correctas. O que deve o profissional fazer nesta situação?
Os lançamentos de correcção a efectuar na contabilidade serão sempre realizados na data em que os eventuais erros e
omissões forem detectados, fazendo-se,
contudo, no descritivo, referência às datas
em que se realizaram as operações e os respectivos documentos. Sempre que estejam
envolvidas correcções de custos e proveitos
de exercícios anteriores serão utilizadas as
contas 69.7 - Correcções relativas a exercícios anteriores e 79.7 - Correcções relativas a exercícios anteriores, ou a conta 59
- Resultados transitados, quando as regularizações a efectuar sejam de tal magnitude
que as demonstrações financeiras de um
ou mais períodos anteriores deixem de ser
credíveis à data da sua emissão, conforme o
disposto na Directriz Contabilística n.º 8.
Em termos fiscais, sendo as correcções
favoráveis ao Estado, deve entregar declarações de substituição desses períodos e pagar o imposto adicional. No caso de IRC,
quanto a eventuais correcções relativas a
custos de exercícios anteriores terá de atender ao n.º 1 do artigo 18.º do CIRC.
Deste modo, se verificar que foram, de
facto, omitidos lançamentos, efectuados
lançamentos em duplicado, cometidos erros de registo, deve, como Técnico Oficial
de Contas responsável pela contabilidade
no momento em que esses erros e omissões
forem detectados, proceder à sua correcção, não só em termos contabilísticos mas
também em termos fiscais, pois só dessa
forma as demonstrações financeiras darão
uma imagem verdadeira e apropriada da
situação económica e financeira.
Será, pois, crucial a determinação das
causas do erro ou da emissão para poder
proceder às correcções adequadas.
Deverá então não só registar os bens na
respectiva subconta do imobilizado por
contrapartida da adequada conta de terceiros ou meios monetários, mas também
os valores das amortizações referentes a
exercícios anteriores. Determina a Directriz Contabilística n.º 8, de 19 de Novem-
Os recém-casados e o Fisco
A
Para cada um dos serviços, é solicitado
o abrigo do dever de colaboração
consagrado na Lei Geral Tributária aos contribuintes recém-casados que ine no Código do Procedimento e diquem o nome do prestador do serviço,
Processo Tributário, a Direcção-Geral de a identificação fiscal e a morada do mesImpostos está a notificar os contribuintes mo, para além da forma de pagamento,
recém-casados para que estes, no prazo de nomeadamente saber como foram pagos
15 dias, respondam a um conjunto de in- os diversos serviços prestados, se foi atraformações relacionadas com a realização vés de cheque, qual a data do cheque, o
do seu casamento, sob pena de a ausên- banco e o seu número. E se o pagamento foi feito, por
cia de resposta
exemplo, de forno prazo estabema faseada, com
lecido originar
“No inquérito enviado
cheques pré-daa instauração de
tados, então, deum processo de
aos contribuintes recémvem ser identicontra-ordenacasados, a Direcção-Geral
ficados cada um
ção fiscal punível
dos cheques.
com uma coima
de Impostos solicita
Caso algum dos
que pode variar
serviços
tenha
aos mesmos o envio de
entre os 100 e os
sido oferecido,
2500 euros.
fotocópias de todos os
os contribuintes
No inquérito
recém-casados
que acompanha
documentos que possuam e
devem indicar o
a notificação, os
que permitam identificar os
local da aquisicontribuintes reção, a identificém-casados devalores pagos”
cação da pessoa
vem informar o
que ofereceu e,
Fisco sobre a data
se possível, o vado
casamento,
o número de convidados e o respectivo lor da oferta.
No entanto, a Direcção-Geral de Imvalor unitário, discriminado por adulto e
crianças, e ainda indicar se na mesma data postos já admitiu que nos questionários
que estão a ser enviados há perguntas que
e no mesmo local houve outro evento.
Ao inquérito é anexa uma tabela que os podem não fazer sentido, nomeadamencontribuintes recém-casados devem pre- te perguntar quem ofereceu o vestido de
encher com todos os serviços prestados, noiva, tendo em conta que o objectivo é
como a iluminação, o restaurante, o servi- identificar o prestador de serviço para veço de confecção de refeições, a animação, rificar se houve facturação.
No inquérito enviado aos contribuino vestido de noiva, a florista, o fotógrafo,
tes recém-casados, a Direcção-Geral de
entre outros.
bro, que a correcção de exercícios anteriores se fará pelo registo nas contas 697 ou
797 - Correcções relativas a exercícios anteriores, porém refere a mesma Directriz
que, tratando-se de um erro fundamental,
deverá este ser relevado numa conta 59
– Resultados transitados. De acordo com
o ponto 3 da Directriz, apenas se considera existir erro fundamental quando o
lapso detectado for de tal magnitude que
as demonstrações financeiras de um ou
mais períodos anteriores deixem de ser
consideradas como credíveis à data da sua
emissão.
(Informação elaborada pela Câmara dos
Técnicos Oficiais de Contas)
Sofia Gonçalves
Gomes
Jurista da CTOC
Impostos solicita aos mesmos o envio de tor de risco de evasão fiscal. Ao invés,
fotocópias de todos os documentos que na Madeira, a Administração Fiscal não
possuam e que permitam identificar os irá contactar os contribuintes recém-cavalores pagos.
sados para apresentarem os documentos
Ora, tal medida suscitou inúmeras críti- comprovativos das despesas efectuadas
cas. Exige-se bom senso nesta matéria, so- com o casamento.
bretudo no que respeita ao âmbito da apliEntende o Secretário Regional das Ficação da lei. É certo que o combate à fuga nanças que não faz sentido tomar medidas
ao Fisco é importante para o País, mas há quase que de perseguição aos contribuinlimites que têm
tes, visto tratar-se
de ser traçados.
de “uma questão
Talvez por isso o
cívica de todos
“Salvo melhor opinião,
secretário de Esos
contribuintado dos Assuntes apresentarem
a DGCI deveria incluir
tos Fiscais tenha
os documentos
nas suas notificações a
reconhecido que
comprovativos”.
os pedidos de inSustenta ainda
voluntariedade da prestação
formação a conque a Administribuintes recémde informação, tendo
tração Fiscal discasados exigidos
põe de “outros
como óbvia consequência a
por algumas dicritérios e indicarecções distritais
dores fundameninaplicabilidade de qualquer
tais para aferir se
de Finanças são
coima a quem não responder
houve evasão fis“excessivos” e que
cal sem ser necesvão ser “corrigiàs ditas missivas”
sário tomar essas
dos”, destacando
medidas quase
a
importância
que de perseguido cruzamento
de dados da informação fiscal dos contri- ção aos contribuintes”.
Salvo melhor opinião, a DGCI deveria
buintes, em particular do sector da restauração, e assegurou que os contribuintes incluir nas suas notificações a voluntarieque não prestarem essa informação não dade da prestação de informação, tendo
como óbvia consequência a inaplicabiliserão punidos com coimas.
O secretário de Estado dos Assuntos dade de qualquer coima a quem não resFiscais negou que o Fisco esteja a con- ponder às ditas missivas.
Esta obrigatoriedade de reportar ao Fistrolar os contribuintes com os pedidos
de informação sobre casamentos, numa co a sua actividade existe, de facto, mas
acção que decorre já há quatro anos e aos prestadores de serviços e não a quem
que visa apenas cruzar dados num sec- deles beneficia.
32
telecomunicações
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Artur Miranda, gestor de marketing da Colt, comenta a evolução do operador que trabalha em exclusivo para as empresas
Colt reforça presença no Porto e fala
de liderança no segmento da internet
Como está o mercado do Norte a reagir à Colt Telecom? Falámos com os seus
responsáveis, há um ano atrás, aquando da apresentação formal da empresa
aos clientes desta região, e agora voltamos a falar, no momento de mais uma
apresentação. Segundo Artur Miranda, gestor de marketing da Colt, os
resultados são positivos, com a empresa – esta sessão esteve ligada à divulgação
de uma solução de ethernet – a afirmar-se, a nível nacional, líder no mundo
da internet. Lembramos que a Colt trabalha, em exclusivo, para o mercado
empresarial.
VoIP já suporta negócios
com alguma criticidade
VE – Falou, agora, de voz sobre IP. Eu pergunto: como comenta aqueles que dizem que
esta tecnologia não apresenta
grande qualidade, fiabilidade?
AM – Bem, penso que tudo
terá a ver com o facto de estarmos perante a oferta adequada
para o cliente adequado. Neste
momento, a voz sobre IP já tem
a maturidade suficiente para suportar um negócio com alguma
criticidade. Nós temos já clientes que, dependendo muito de
soluções de voz, optaram pelo
VoIP. Mas uma opção como esta
depende também de um outro
factor: de quanto o cliente está
disposto a investir por forma a
ter uma solução robusta.
“Não é fácil a uma empresa ter, internamente, processos e capacidades que lhe permitam responder da mesma forma ao mercado de massas e ao mercado empresarial”,
destaca Artur Miranda, gestor de marketing da Colt.
Vida Económica – O que levou a Colt a realizar este evento, esta apresentação, uma vez
mais, na cidade do Porto?
Artur Miranda – O que suporta este evento é a nossa actividade, as nossas operações,
a sua continuidade. Algo que
acontece, no Porto, pelo menos
de uma forma formal, já há cerca
de um ano.
Julgamos, por isso, fundamental, nesta fase, nós procedermos
à divulgação, e com alguma regularidade, do nosso portefólio.
E, claro está, começamos pela
área com um maior destaque
no mercado, ou seja, a internet.
Afinal, estamos a falar de um
portefólio que se insere no nosso
negócio de rede de dados, sendo
que este segmento é onde nos
destacamos, claramente, da concorrência.
Com todo o respeito pela concorrência, devo acrescentar que
somos líderes nesta área da internet. Aliás, o nosso histórico
a nível nacional mostra mesmo
isso: é o produto que nós mais
vendemos e é também o mais
diferenciador. Este evento acaba
por ser uma oportunidade, uma
forma de passarmos a mensagem
sobre este tipo de serviços.
VE – Posso deduzir pelas
suas palavras que a reacção
das grandes empresas, aqui,
no Norte, tem sido positiva às
ofertas da Colt? É isso?
AM – Sem dúvida nenhuma,
sem dúvida nenhuma.
VE – Este mercado está a
crescer mais do que Lisboa?
AM – É evidente. Neste momento, está a crescer mais, porque também começámos mais
tarde. De qualquer modo, nota-se que, por vezes, há um certo
receio inicial. Os clientes olham
para a solução e questionamse sobre o seu funcionamento.
Acontece, porém, que, depois de
instalada, o tal receio desaparece,
com os resultados a mostraremse positivos.
E como estamos perante um
portefólio alargado, este acaba
por abranger vários tipos de realizações, desde as mais pequenas
até às de maior dimensão. É, sem
dúvida nenhuma, o produto adequado para o nosso mercado.
VE – E prevêem, no curto,
médio prazo, lançar mais alguma novidade?
AM – O que nós queremos,
neste momento, é consolidar os
contactos realizados neste evento. Além disto, pretendemos,
ainda antes do Verão, realizar um
outro evento, desta feita, ligado
a uma nova área de serviços. Este
relacionado com a voz sobre IP,
como já fizemos em Lisboa.
VE – Dizia-se que o VoIP
iria ser responsável pelo surgimento de novas empresas, de
novos negócios. Algo que acabou por não acontecer?
AM – É um bom ponto. Em
relação a esse assunto, devo dizer que o plano de negócios ideal para o VoIP é aquele que está
ligado a uma empresa com mais
de 50 empregados e menos de
300. A nossa oferta casa-se muito bem com este tipo de organização.
O mesmo se passa com a própria internet de que falámos,
hoje, no evento. É também o
tipo de oferta que casa muito
bem com um determinado tipo
de cliente. Uma empresa muito pequena não precisa de uma
solução de internet a ligar dois
pontos. Mas uma empresa com
maior dimensão com mais de 20
pessoas, assim é que é justo, é a
ideal para o tipo de soluções que
apresentamos.
Mas o que nós queremos é
mesmo isto: criar oportunidades
que nos permitam discutir estes
assuntos com os clientes. Nós
também acabamos por aprender com a realidade que chega
até anos, ficamos a saber se estamos a fazer bem ou mal. Além
disto, este tipo de eventos proporcionam-nos ainda uma outra
oportunidade: a de “evangelizarmos” o mercado para uma nova
tendência, a de levar as pessoas
a pensarem de uma forma diferente.
VE – Aliás, vê-se por este
evento que a Colt esforça-se
por ter uma relação próxima
com os clientes, algo que tem
a ver com o facto de estarmos
a falar de grandes clientes?
AM – Julgo que aquilo que
acaba de afirmar está relacionado com a própria dinâmica da
Colt. Prestar um bom serviço é
uma questão de atitude, prestar
um bom serviço não tem, apenas, a ver com tecnologia, é algo
que está, de igual forma, relacionado com as pessoas, com a sua
atitude.
Aliás, está no DNA da Colt
a prestação de um bom serviço, sermos rápidos a instalar as
soluções. Se as coisas correrem
mal, a nossa atitude é a mesma.
Ou seja, esforçamo-nos por sermos claros, abertos, tentando
encontrar as soluções para os
problemas. A nossa atitude, esforçamo-nos para isso, é sempre
construtiva, ao colocarmos a
Colt numa situação de parceria e
de compromisso. Nunca nos colocamos numa posição de cliente/vendedor.
VE – Essas dificuldades que
acaba de mencionar têm a ver
com o facto de precisarem das
infra-estruturas da PT?
AM – Essas dificuldades podem, por exemplo, estar relacionadas com as câmaras municipais. Os processos nem sempre
são fáceis, nem sempre estão de
acordo com as necessidades das
empresas.
Estamos também a falar de
algo que poderá estar relaciona-
do com as limitações do próprio
cliente ou, mesmo, de algo que
poderá correr mal dentro da
Colt. Devo, no entanto, dizer
que as limitações que enfrentamos estão ligadas à parte burocrática. Os nossos parceiros e
fornecedores estão oleados e até
são bastante rápidos, sendo que
o grande problema está na parte
burocrática.
VE – Como é que se estabelece a relação da Colt com os
clientes? É a empresa que propõe uma determinada solução
ou são os clientes que pedem
algo mais avançado?
AM – Nós temos uma unidade
dentro da empresa denominada
de serviços profissionais. Algo,
na nossa opinião, de diferente e
inovador no mercado. Afinal, estamos a falar de serviços constituídos por um conjunto de consultores, de engenheiros – isto a
nível nacional, mas também internacional – que trabalham no
desenvolvimento de soluções, no
seu suporte.
Só para lhe dar um exemplo:
se uma pessoa X, de Itália, souber muito de um dado assunto
que envolve um cliente nosso,
essa pessoa desloca-se a Lisboa
para ajudar. E o mesmo se passa
no sentido inverso.
SANDRA RIBEIRO
[email protected]
Operadores de nicho vão sobreviver
VE – Falando, agora, do mercado das telecomunicações,
como é que perspectiva o seu futuro? Há pouco, falou na
sobrevivência de apenas, alguns operadores. Mantém essa
posição?
AM – Em primeiro lugar, devo afirmar que esta é uma opinião
muito pessoal. Penso que a Colt vai ficar, como é óbvio. Para
empresas como a Sonae e como a Oni, as coisas poderão ser um
pouco mais difíceis e isto não só pela forma como estão a abordar o mercado mas também por este não ser assim tão grande,
tão apelativo. A este nível, eu destacaria os operadores de nicho,
portadores de valor acrescentado, como é o caso da Colt.
VE – A concorrência dos operadores móveis, a televisão
digital terrestre vai trazer uma nova configuração ao mercado?
AM – Penso que ainda é cedo para falarmos sobre isso, sobre a
televisão digital terrestre. De facto, penso que há um risco. Enquanto empresa da rede fixa, considero que há alguma ameaça
por parte dos operadores móveis.
VE – Até porque são cada vez mais fiáveis?
AM – Sim, mas as soluções dos operadores móveis aplicam-se,
sobretudo, às PME, até mais às pequenas empresas do que às
médias. E isto acontece porque as médias e as grandes empresas
precisam de fiabilidade. Não é fácil a uma empresa ter, internamente, processos e capacidades que lhes permitam responder da
mesma forma ao mercado de massas e ao mercado empresarial.
Este está muito mais ligado, exige, sobretudo soluções à medida.
VE – Mas eles também têm unidades empresariais?
AM – Mas são reduzidas. Vejamos o exemplo, à excepção do
incumbente, que se dirigiram a todos os mercados. O que é que
lhes aconteceu? Foram um insucesso. Julgo, assim, que os operadores móveis não são, com as ofertas que têm, uma ameaça.
empresas familiares
sexta-feira, 18 Abril de 2008
33
O trabalho dos familiares na empresa familiar (II de II)
Jesus e Francisco Negreira del Rio.
Professores da Escuela de Negocios Caixanova
Na semana anterior, afirmámos que a incorporação de
membros da família na empresa familiar deveria responder
a um processo de reflexão prévio no qual se definem as
linhas de actuação. Vejamos algumas questões importantes
que devem ser incluídas na sua agenda de reuniões:
• Quem pode trabalhar na empresa familiar?
Partimos da necessidade de contratar por parte da empresa; sem esta necessidade prévia não há lugar a nenhuma
incorporação por muito próximo que o membro da família
seja. Na verdade, será que contrataríamos alguém de fora
se não precisássemos?
A nossa obrigação é contratar a pessoa profissionalmente
mais habilitada que consigamos encontrar e – salvo se as
nossas próprias normas definidas no Protocolo Familiar não
o impedirem – se um membro da família for o mais capaz
não há motivo para não o contratar, mas, claro, de uma
forma planeada e de acordo com as mesmas normas estabelecidas antecipadamente para todos.
• Os familiares directos e os familiares por afinidade devem ter o mesmo tipo de tratamento?
Os familiares por afinidade têm uma problemática específica e susceptível de gerar conflitos. Se a relação entre
os diferentes familiares por afinidade da nossa família está
sujeita a diferentes sensibilidades económicas e de poder,
conflitos ou invejas, devemos evitar a presença de todos
eles na empresa, por muito válido que este seja em termos
profissionais.
De qualquer forma, conhecemos várias empresas familiares onde algum familiar por afinidade desempenha um
importante papel na empresa sem que isso gere qualquer
tipo de conflito na dinâmica das relações familiares. O habitual é que a regulação para os consanguíneos e para os seus
cônjuges seja diferente, de forma a evitar o que na prática
dá lugar em muitas empresas a uma importante fonte de
conflitos.
• Podemos fazer distinções entre gerações?
Certamente. As normas que definirmos para a nossa gerações não precisam de forma alguma de ser as mesmas
para os nossos filhos. Muitas coisas mudam no intervalo
de tempo que separa as duas gerações: amadurecimento
do negócio, crescimento da empresa, aumento considerável
do número de familiares, diferentes possibilidades de pre-
Herdade da Calada
aposta no mercado externo
A Herdade da Calada, empresa
vinícola desde 2000, pretende ser
conhecida como uma produtora de
vinhos e azeite de qualidade. Isto, em
detrimento da quantidade do produto.
Localizada a 10 quilómetros de
Évora, dispõe 30 hectares de vinha,
que produzem anualmente 120 mil
garrafas de vinho Tinto, Branco e Licoroso. A produção é, actualmente,
comercializada no mercado nacional
e na Alemanha, Bélgica, Holanda,
Reino Unido, Suíça e Canadá.
Mas o objectivo da empresa e seus
proprietários é mais ambicioso (Maria Fernandes e Jean Claude Penauille): agora querem entrar
nos Estados Unidos, no
Brasil e na Ásia. Com
isso pretende subir, já
este ano, o valor das exportações no negócio,
valor que ronda actualmente os 37%, para os
45 por cento.
A pensar nos gostos desses mercados, e
como forma de ampliar
o portefólio de gama
média, a empresa acaba de lançar dois novos
vinhos: o JCM Branco
e o JVM Tinto. Para
estes, a Herdade da Calada apostou
numa imagem moderna, e de fácil
leitura.
Desde o início que a empresa decidiu apostar nas castas portugue-
Consultório da empresa familiar
sas, que produzem, na sua maioria,
vinhos tintos (65%). Como explica
Luís Galo, director-geral da Herdade
da Calada, a empresa utiliza castas
estrangeiras apenas para dar algumas
nuances aos vinhos.
Ao nível nacional, a Herdade da Calada pretende reforçar a sua presença
no mercado. Para tal, em 2006, reformulou a sua rede de parceiros. Simultaneamente, a empresa quer investir
na produção de azeite extra virgem. A
estratégia é a mesma: apostar na qualidade, em detrimento da quantidade.
A produção existente teve boa aceitação
na Alemanha e Suíça, sendo mercados
a potenciar. Mas a aposta vai essencialmente para países onde o consumo do
azeite está agora a iniciar: norte da Europa, EUA e Japão.
A aposta da Herdade da Calada no
azeite é tal que a empresa admite que
este produto pode vir a suplantar as
vendas do vinho. As previsões apontam para que em três anos represente
entre 50 e 60% do volume de negócios da Herdade.
Alexandra Costa
[email protected]
Herdade do Esporão
apresenta novos vinhos
A Herdade do Esporão apresentou
alguns dos seus novos vinhos num
jantar degustação que teve lugar no
restaurante Degusto, em Matosinhos.
Conduzido pelo chefe de cozinha
Luís Américo e pelo enólogo do Esporão, David Baverstock, este evento
ofereceu a possibilidade de conhecer
algumas das novas propostas daquela
empresa localizada no Alentejo.
Assim, depois da prova de um espumante branco da Herdade do Es-
porão como aperitivo, foram apresentados os vinhos Esporão Duas Castas
branco 2007, este elaborado a partir
das variedades Arinto e Antão Vaz,
que demonstrou uma imensa frescura
com notas vegetais. Em seguida, mais
um exemplar do já afamado Late
Harvest, este de 2007 e produzido
com base na casta francesa Semillon,
famosa pela produção destes vinhos
extraídos a partir da chamada podridão nobre da uva.
Especialistas na Consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
paração, importância das línguas, e a regulamentação que
fizermos deve considerar estas questões.
• Devemos limitar as condições de acesso exigindo um
determinado C.V.?
Sim, e não apenas para garantirmos que a pessoa que vai
ser integradas seja a mais capacitada para o desempenho
do seu trabalho. Numa empresa familiar é muito importante
que sejamos capazes de transmitir às gerações seguintes
uma cultura de responsabilidade e esforço, e exigir-lhes um
C.V que inclua variáveis de formação e de experiência é
uma forma de demonstrar que interiorizaram esses valores.
• Quando é que devemos pagar-lhes?
Quanto pagaríamos ao mesmo profissional se não fosse
membro da família? Se aumentarmos este valor, estaremos
a estabelecer uma diferença salarial apenas como consequência do apelido. A não ser que todos os membros da
família trabalhassem na empresa (e tivessem igual número
de acções) e todos usufruíssem desse benefício, estaríamos
a criar as bases para um conflito.
• Deve receber mais o que tiver mais responsabilidades?
Claro que sim. Um director comercial deve ganhar mais
do que um administrativo que não tem grandes responsabilidades, e deve ser assim ainda que os dois sejam meus
filhos e goste deles de igual modo. O leitor desculpe estarmos a repetir-nos, mas pagaria o mesmo aos dois se não
fossem da família?
• Onde regulamos estas e outras questões?
No Protocolo Familiar. Este deve contemplar a casuística
concreta da nossa família e proporcionar soluções que sejam boas para a empresa e, logo, também para a família.
Quanto aos tintos, foram dados a
conhecer o Esporão Quatro Castas
2004, onde sobressai a sua grande
elegância como nota principal e, em
seguida, a versão de 2005 deste vinho, ainda um pouco cru e com potencial para crescer em garrafa. Para
terminar, foi servido um vinho licoroso produzido no Esporão, frutado
e intenso, de corpo redondo.
zx Há um ano, chegámos a acordo com o meu pai
relativamente à sucessão da empresa. Eu ficaria
responsável pela direcção-geral, o meu irmão assumiria a
direcção comercial (até ao momento era eu o responsável)
e a minha irmã mais nova seria a nova directora de recursos
humanos e serviços administrativos. O meu pai ainda não
deixou a empresa, temos bastantes discussões com ele
diariamente, além do mais acho que o meu irmão não
cumpre satisfatoriamente as obrigações que aceitou. O que
posso fazer?
zx A pergunta é difícil, mas tentarei dar resposta às
diferentes questões que coloca. Em primeiro lugar, e
relativamente ao papel do seu pai na empresa, e se ainda
é accionista da mesma, entendo que sim, deve tentar
mantê-lo pontualmente informado sobre o andamento
da empresa, bem como informá-lo sobre as decisões
mais importantes (aquelas que afectam a estratégia
da empresa). Para tal deve tentar que abandone a sua
presença na empresa e o seu envolvimento em questões
operativas do dia-a-dia, e passe a exercer um papel activo
na administração do negócio, não na sua gestão. Têm um
conselho de administração? Funciona adequadamente?
Quando reúnem? Têm alguma definição da ordem do
dia relativamente aos diferentes conselhos do ano? Esta
poderia ser a solução para a sobreposição que agora se
verifica com o seu pai na direcção da empresa. Ajude
o fundador a participar na empresa no seu novo papel,
é conveniente que ele assuma a responsabilidade de
liderar o Conselho, essa posição ira permitir-lhe estar
informado sobre o desenvolvimento da empresa (reduzirá
muito as incertezas) ao mesmo tempo que enquanto
proprietário poderá expor a sua visão e orientação.
Relativamente ao seu irmão, é imprescindível que
desenvolvam um sistema de direcção por objectivos e o
correspondente sistema de avaliação do desempenho.
A sua visão, e não quero avaliar se é ou não correcta,
baseada em critérios subjectivos da direcção, não é
válida para a análise do papel do seu irmão na empresa
ou da sua idoneidade para o cargo.
Analisaram a possibilidade de contratar um conselheiro
externo que os ajude em ambas as questões? Entendo
que precisem de profissionalizar a empresa no que
se refere aos familiares que trabalham na mesma
e profissionalizar a sua administração separando a
propriedade da gestão. O momento é crítico, mas a sua
empresa sairá reforçada.
Abel Maia
Marc Barros
[email protected]
www.efconsulting.es
Santiago Compostela – Valencia – Porto
[email protected]
Envie-nos as suas questões para
[email protected]
34
sexta-feira, 18 Abril de 2008
mota engil:
14,5%
desde
o início do ano
Mercados
teixeira duarte:
-22%
desde
o início do ano
Dentro de sete anos
o défice petrolífero
será de 13,5 milhões
barris/dia
Fundos de Investimento Mobiliário no 1º trimestre de 2008
Índices
Resgates valem quase o dobro
das subscrições
A crise internacional dos
mercados financeiros tem penalizado a “indústria” dos fundos
de investimento mobiliário.
Segundo dados da APFIPP relativos ao 1º trimestre de 2008,
o valor dos resgates é praticamente o dobro das subscrições
de unidades de participação,
quando antes do despoletar da
crise dos mercados – periodo
de Janeiro a Julho de 2007 – a
relação foi de paridade.Em declarações à “Vida Económica” a
Santander Gestão de Activos2ª sociedade gestora nacional
em termos de quota de mercado – acredita na recuperação da
crise financeira em 2008, o que
lhe permitirá assumir uma postura menos defensiva nos portfolios geridos. No entretanto
vai oferecendo aos seus clientes
alternativas adequadas.
Em 31 de Março de 2008,
segundo dados da APFIPP, o
valor dos activos geridos pelos
fundos de investimento mobiliário (FIM) ascendeu a 22
372 milhões de euros, precisamente menos 24% que em
Março de 2007 e já menos 13%
que no inicio deste ano. Com
Fundos de Investimento Mobiliário
Relação entre Resgates e Subscrições
B
2.2
B
B
2
B
B
1.8
B
B
1.6
1.4
B
1.2
1
B
Janeiro a
Julho 07
(antes da
crise
financeira)
Agosto 07
Setembro 07 Outubro 07 Novembro 07 Dezembro 07 Janeiro 08
Fevereiro 08
Março 08
Fonte: APFIPP
efeito, no actual e conturbado
contexto de instabilidade dos
mercados financeiros – despoletada com a chamada crise do
“subprime” – a “indústria dos
fundos” tende a ser penalizada
não só pela crise de crédito mas
também quando é confrontada com alternativas na captação de recursos” tipo depósitos
Santander Gestão de Activos oferece alternativas
A Santander Asset Management, segundo dados da APFIPP, detém a 2ª quota de mercado
nos fundos de investimento mobiliário (20%
em Março 08 e 19,5% no final de 2007); contudo como atrás se referiu, o valor da carteira
diminuiu 10,6% desde o início do ano e o saldo
negativo acumulado no 1º tr. 08 entre subscrições e resgates é de 440 milhões de euros.
Por isso, a “Vida Económica” colocou à Santander Gestão de Activos um conjunto de questões cujas respostas pudessem contribuir para
um esclarecimento da situação da industria de
fundos mobiliários.
Vida Económica (VE) – O movimento,
aliás generalizado ao mercado, de “desinvestimento” nos fundos de investimento
mobiliário teve a sua origem na sequência
das tensões mundiais geradas pela crise do
“subprime” a partir no 2º semestre de 2007
ou as causas vêm mais de trás? Santander Gestão de Activos (SGA) – O movimento de resgates de fundos esteve directamente ligado à crise de “subprime” bem como
a consequente crise de liquidez que esta crise
originou.
VE – Que tipo de fundos estão a ser penalizados?
Os fundos mais penalizados em termos de
resgates são os mais defensivos, nomeadamente, os fundos de obrigações. A penalização destes fundos deve-se não só ao facto de o
mercado do crédito estar a atravessar um período de elevada turbulência devido à falta de
liquidez e à exposição do sector financeiro ao
“subprime” como também à oferta de alternativas de investimento.
VE – Que alternativas tem o Banco oferecido e negociado com os clientes?
SGA – A Santander Asset Management tem
recomendado aos clientes nesta fase do mercado
a opção por fundos de retorno absoluto, nomeadamente, o Santander Global (apresentou até
ao momento em 2008 uma taxa bruta equivalente de 7,8%) e o Santander Carteira alternativa (fundo de “hedge funds”)
VE – Que perspectivas para 2008 quanto
à evolução das carteiras de fundos mobiliários, designadamente no Santander Asset
Management?
SGA – Relativamente à Santander Asset Management, face à instabilidade dos mercados
financeiros, foi adoptada uma postura mais
defensiva nos portefólios geridos desde o início do ano. Esta postura defensiva foi efectuada através de mercado de derivados (futuros
e opções) mas também através de uma escolha
criteriosa dos activos que compõem os portfolios e de uma maior diversificação dos mesmos.
Acreditamos que a intervenção dos governos e
bancos centrais irá permitir uma recuperação
desta crise, pelo que perspectivamos uma alteração desta postura durante o corrente ano.
psi20
11 200
11 000
10 800
10-04
com aparentes supertaxas” ou
diversos produtos estruturados, todos eles atractivos para
investimentos de curto prazo.
Esta penalização da “indústria
de fundos” está bem visível no
nivel atingido pelos valores de
resgates face às subscrições de
unidades de participação dos
FIM, relação esta que evoluiu
de forma galopante a seguir ao
despoletar da crise financeira
internacional, e que consistentemente se mantém até ao fim
do 1º trimestre de 2008.
Refira-se que, no ano de 2007,
o saldo negativo entre subscrições e resgates foi de 3836 milhões de euros, sendo que até final de Julho o valor acumulado
era praticamente nulo (relação
resgates/subscrições à volta de
1,0); por sua vez, no final do
1º trimestre de 2008, o saldo
negativo atinge 2504 milhões
de euros o que significa que tal
relação ronda os 2,0.
Os fundos de obrigações com
taxa indexada e os fundos de
tesouraria, cujo peso conjunto
aproxima-se dos 50% dos activos
geridos, são os principais responsaveis por todo este desinvestimento”. Aliás, desde o início de
2008, apenas duas categorias de
fundos registaram saldo positivo
entre subscrições e resgates: os
fundos de obrigações taxa fixa
Euro com uma quota de mercado de apenas 1,4% (saldo de 12,7
milhões de euros) e os Fundos
Especiais de Investimento que,
detendo uma quota de 7%, apresentam no 1º trimestre deste ano
um irrelevante saldo positivo de
0,2 milhões de euros. Os PPR
apresentam neste periodo um
saldo negativo de 171 milhões de
euros.
A sociedade gestora nacional
com maior volume de activos
sob gestão (quota de mercado
igual a 24%) continua a ser a
Caixagest (5408 milhões de
euros em Março 08), embora
tenha perdido carteira desde
o início do ano na ordem dos
13%. Segue-se-lhe a Santander
Gestão de Activos com uma
quota de mercado de 20%, mas
também acusando uma variação
negativa desde o início do ano
da ordem dos 11%. Imediatamente no ranking aparece a
BPI Gestão de Activos, evidenciando uma quota de 15,7%
mas apresentando uma queda
da carteira superior a 15% .
A.M.
11-04
14-04
15-04
16-04
PSI 20 (Fecho) (16/04) 11104,67
Var. Semana
0,85%
Var. 2008
-14,71%
Dow Jones (Fecho) (16/04)12526,29
Var. Semana
-0,01%
Var. 2008
-5,57%
Nasdaq (Fecho) (16/04)
1836,49
Var. Semana
0,56%
Var. 2008
-11,92%
Ibex (Fecho) (16/04)
13637,6
Var. Semana
0,28%
Var. 2008
-10,17%
Dax (Fecho) (16/04)
6702,84
Var. Semana
-0,28%
Var. 2008
-16,91%
CAC 40 (Fecho) (16/04)
4855,1
Var. Semana
-0,41%
Var. 2008
-13,72%
cAmbial
eurodólar
1.6000
1.5800
1.5600
10-04
11-04
Eurodólar
14-04
15-04
(Fecho) (16/04)
16-04
1,5956
Var. Semana
Var. 2008
0,96%
8,39%
Euro Libra
(Fecho) (16/04)
0,8084
Var. Semana
Var. 2008
Euro Iene
1,25%
10,23%
(Fecho) (16/04)
161,90
Var. Semana
Var. 2008
1,00%
-1,84%
monetário
euribor 6m
4.78
4.76
4.74
10-04
11-04
14-04
15-04
16-04
Euribor 6m
(Fecho) (16/04) 4,7760
Var. Abs. Semana
0,0290%
Var. Abs. 2008
0,0670%
Euribor 3m
(Fecho) (16/04) 4,7740
Var. Abs. Semana
0,0300%
Var. Abs. 2008
0,0840%
Euribor 1Y
(Fecho) (16/04)
Var. Abs. Semana
Var. Abs. 2008
4,7800
0,0310%
0,0260%
mercadorias
petróleo
112.00
109.00
106.00
10-04
11-04
14-04
Petróleo
(Brent) (16/04)
Var. Semana
Var.2008
Ouro
(Fecho) (16/04)
Var. Semana
Var. 2008
Prata
(Fecho) (16/04)
Var. Semana
Var. 2008
15-04
16-04
110,4
2,65%
17,04%
943,70
2,03%
13,26%
18,21
2,02%
23,29%
mercados
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Bruxelas
E
sta é uma crónica diferente do habitual. Desta vez,
não escreverei sobre mercados nem sobre bancos
centrais. O objectivo deste texto é dar-vos conta
do que tive oportunidade de observar no decurso de uma
recente visita de estudo a Bruxelas. Nos últimos meses,
frequentei um curso do Instituto de Estudos Superiores
Financeiros e Fiscais (IESF), que consistiu num conjunto alargado de conferências com diversas personalidades
de renome. Por ali passaram nomes do meio empresarial,
como Belmiro de Azevedo, Américo Amorim ou Manuel
Violas. Também pude assistir a palestras de universitários,
entre os quais Braga de Macedo, Miguel Beleza e Adriano Moreira. E, por fim, outras personalidades como D.
Manuel Clemente, o General Loureiro dos Santos ou o
ex-ministro Nuno Morais Sarmento. O balanço que faço
do programa é de que foi excelente, ecléctico, e terminou
com uma viagem a Bruxelas para conhecer os bastidores
do Parlamento e da Comissão Europeia. Contudo, regressei preocupado.
Em Bruxelas, o grupo de alunos teve várias reuniões de
trabalho. Destaco um encontro com o representante de
um grupo de lóbi empresarial vocacionado para pequenas
e médias empresas europeias. E as sessões realizadas com
três dedicados eurodeputados portugueses – Elisa Ferreira,
Ilda Figueiredo e José Ribeiro e Castro. Também estavam
previstas audiências com Miguel Portas e Carlos Coelho,
mas, infelizmente, os dois cancelaram à última hora. A primeira impressão que se tem de Bruxelas é a de que ali se
vive bem. Apesar do clima, as pessoas circulam no exterior
e não se sente grande stress. A partir das seis da tarde, vê-se
muita gente a fazer desporto na rua. A segunda observação
é a de que, nesta cidade, quem quer trabalhar tem amplas
oportunidades para o fazer e, também, que quem não o
quer fazer não sofre muita pressão para se mexer. Em Bru-
35
ricardo Arroja
Pedro Arroja
Gestão de Patrimónios S.A.
www.pedroarroja.com
xelas, dada a distância dos actores que avaliam o desempenho dos 785 deputados – os cidadãos que os elegem –,
trabalhar ou não é, largamente, uma questão pessoal e de
consciência.
As razões que justificam o meu regresso angustiado são
duas. Primeiro, o orçamento adstrito ao funcionamento
da máquina em Bruxelas é de sete mil milhões de euros.
Pelo que observei na cidade, receio que, apesar da boa
vontade de muitos deputados, a taxa de desperdício seja
elevada. Não compreendo que existam 785 deputados
nem sei como é possível discutir soluções de compromisso
com este número de participantes. Também não me parece razoável que cada deputado possa ter dois assistentes e
que estes possuam igualmente os seus ajudantes, por mais
diligentes que todos eles sejam. E, por fim, considero inaceitável que muitos deputados decidam dar início aos seus
fins-de-semana à quinta-feira à tarde. Segundo, e mais importante, as iniciativas e políticas discutidas em Bruxelas
não chegam a Portugal, em particular aos sectores de actividade e às populações que mais tarde serão directamente
afectadas.
Neste momento, debatem-se importantes matérias no
domínio da certificação ambiental de produtos químicos.
Que vão ter impacto directo sobre algumas das mais importantes indústrias nacionais. Por exemplo, na têxtil e
no mobiliário, que utilizam componentes químicos com
elevada intensidade. A questão que se coloca é saber se
esta informação chega, em tempo útil, aos empresários
portugueses do sector e às cidades que mais dependem
dos empregos gerados por estas indústrias. Duvido. É, por
isso, que o trabalho dos deputados em Bruxelas é encarado
pelos portugueses como irrelevante. Os nossos representantes deveriam servir de ligação entre a burocracia e o que
se passa no terreno. Deveriam deslocar-se a cidades como
Famalicão, Paredes ou Paços de Ferreira. E dialogar com
os agentes locais. Ao mesmo tempo, as associações empresariais também deveriam ter representação permanente em
Bruxelas para fazerem chegar aos burocratas as suas preocupações. Através desta reciprocidade, o trabalho dos deputados seria mais eficaz e mais apreciado. E os portugueses retirariam maior proveito das iniciativas comunitárias.
Porque, é preciso não esquecer, dentro em breve Portugal
será, a exemplo de muitos outros países, um contribuinte
líquido da União Europeia.
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net.investidor
Www.Spiegel.De/
international/business/
O “Der Spiegel” (“O Espelho”) é uma revista de referência nos “media” europeus. Para o leitor nacional,
tem, no entanto, o óbice de se encontrar escrita na
língua de Goethe. Contudo, o site da revista alemã não
tem esse obstáculo da língua, uma vez que tem uma
versão internacional na língua franca-inglesa.
A revista não é propriamente conhecida pela sua vertente económico-financeira, mas pela sua generalidade,
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na linha de revistas como a “Time” e a “Newsweek”.
No entanto, ao observar-se o site da “Der Spiegel”,
facilmente nos apercebemos que a qualidade jornalística da revista também se reflecte na sua secção
económica.
O acesso à “Der Spiegel”pode ser feito através da
sua homepage” “www.spiegel ” ou directamente para
o mundo das notícias económico-financeiras através
deste “link” agora apresentado: “www.spiegel.de/international/business”. Através desta entrada directa
para as “Financial News Online” o ciberinvestidor tem
à sua disposição as referidas notícias por ordem de
importância e actualidade ou seccionadas pelos mais
diversos “subítens”: Fusões e Aquisições, Mercados
Financeiros e Monetário, “Private Equity”, entre tantos
outros. Acresce ainda a possibilidade de se aceder a
um naipe dos melhores “opinion leaders” mundiais
sobre matérias político-económico-financeira. Verdadeiramente imperdível e indispensável no dia-a-dia para
seguir todas as vicissitudes do mundo “globalizado”
que nos referencia.
Tudo isto apresenta-se num “lay-out” sóbrio, que dá
sequência ao rigor e sobriedade do formato papel do
periódico alemão. Um site a colocar nos “Favoritos”.
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!"
36
mercados
sexta-feira, 18 Abril 2008
Crescimento na Zona Euro permite
que taxas de juro não desçam
O BCE manteve a taxa de juro de referência
inalterada nos 4%, com o seu presidente, Jean– Claude Trichet, a frisar uma vez mais os riscos
de aumento da inflação, reafirmando também
que os fundamentos da economia da Zona Euro
continuam a mostrar robustez, apesar de a incerteza
permanecer elevada, dando sinal ao mercado que
não adoptará uma política monetária expansionista
num futuro próximo.
O Banco Central Europeu,
como esperado, decidiu-se pela
manutenção da taxa de juro nos
4%. Na sua análise para a sustentação do preço do dinheiro ao
mesmo nível, o BCE refere a manutenção da pressão ascendente
sobre os preços no curto e médio
prazos que advém dos preços dos
bens energéticos e alimentares,
existindo ainda perigo de efeitos
de segunda ordem. Desta forma,
o BCE voltou a afirmar que a sua
prioridade é a manutenção das
expectativas de inflação e que não
existe espaço para complacência
nesse aspecto, pelo que se espera
a manutenção do nível de taxa de
juro nos próximos meses.
O Banco de Inglaterra, por sua
vez, decidiu-se por um corte de
25 p.b. na sua taxa de referência
para 5%. Esta decisão foi justificada pela deterioração das condições nos mercados de crédito e
do abrandamento da economia,
o qual será suficiente para amenizar a pressão ascendente sobre os
preços. Recorde-se que, no Reino
Unido, os preços das casas dimi-
nuíram 2,5%, em Março, e a variação anual desacelerou de 4,2%
para 1,1%.
Na UEM, o indicador de sentimento económico dos investidores subiu de 0,4, em Março,
para 4,1, em Abril, acima das
expectativas que apontavam para
uma deterioração da confiança
dos investidores. Na Alemanha,
a produção industrial também
surpreendeu pela positiva, aumentando 0,4% no intra-mês,
em Fevereiro. Este aumento deveu-se ao sector da construção
que beneficiou de condições climatéricas excepcionalmente favoráveis, o que, conjugado com
o declínio das encomendas à indústria, leva a que se espere uma
deterioração deste indicador nos
próximos meses.
Na Zona Euro, os indicadores
de sentimento no sector empresarial em algumas das suas principais economia, surpreenderam
positivamente em Março. Assim,
o indicador IFO alemão subiu
para 104,8, contra 104,1 em Fevereiro, contrariando as expecta-
tivas dos analistas, que previam
uma queda para 103,5. Tanto o
índice que avalia a situação corrente como as expectativas para
o desempenho da actividade nos
próximos seis meses registaram
melhorias face ao mês anterior.
Também em França, o indicador de sentimento no sector
empresarial subiu para 109 em
Março, mais dois pontos do que
em Fevereiro. Por fim, refere-se a
melhoria do indicador belga para
1,2, contra 0,2 em Fevereiro.
Crescimento mundial
revisto em baixa
O FMI reviu em baixa as previsões de crescimento mundial para
o ano de 2008 e de 2009 em 0,5%
e 0,6%, respectivamente, para
3,7 % e 3,8%. A economia norteamericana viu as previsões de crescimento serem revistas para 0,5%
e 0,6%, em 2008 e 2009, uma
redução de 1% e 1,2%. A Zona
Euro, por sua vez, de acordo com
aquele organismo internacional
,deverá crescer 1,4%, este ano, e
1,2%, em 2009, o que representa
um decréscimo de 0,2% e 0,7%,
respectivamente.
A confiança do consumidor
norte-americano caiu mais do
que o esperado, o índice de preços das casas continuou a mostrar
queda dos preços da habitação e
o comportamento dos preços no
produtor veio intensificar os receios quanto a um possível cenário de estagflação.
De acordo com o Conference
Taxas comerciais nos Estados Unidos
sobem apesar dos cortes da FED
Fonte: Bloomberg
Board, a confiança do consumidor caiu para 75 em Março, contra 87,3 no mês anterior, o nível
mais baixo dos últimos cinco
anos; e o índice de preços S&P
/ Case Shiller de Dezembro caiu
2,1% em termos mensais e 9,1%
em termos homólogos. Paralelamente, o índice de preços no
produtor de Março aumentou
1% face a Dezembro e 7,4% face
a Janeiro de 2007.
No final da semana passada,
Bem Bernanke reiterou que no
actual cenário a principal preocupação da Reserva Federal é o
crescimento, considerando que
os riscos continuam no sentido de maior enfraquecimento
da economia. De acordo com o
presidente da FED, estes riscos
prendem-se com uma possível
deterioração mais pronunciada
das condições no mercado imobiliário e de trabalho.
BBVA permite deixar capital
para o final do empréstimo
à habitação
De acordo com a Personal Value
O Crédito Habitação
Fácil Plus BBVA representa
uma solução diferenciadora neste segmento de mer-
Perspectivam-se tempos
difíceis para o resto do
presente exercício no que
respeita ao desempenho
dos mercados. Considera
a sociedade gestora de patrimónios Personal Value
que o mercado vai colocar
de parte a questão da crise
financeira e vai centrar-se
nos efeitos da economia,
em especial no que se
refere aos resultados das
empresas.
Em termos de mercado
accionista nacional, o panorama não é animador.
Isto porque as empresas
cado. A novidade consiste
na possibilidade de deixar
para o final até 100% do
valor do empréstimo. O
pagamento a deixar para
o final é determinado pela
relação financiamento “versus” garantia.
Assim, o cliente pode
pagar apenas juros, optando por deixar a totalidade
para o final se a relação for
igual ou inferior a metade
ou pode ter prestações mais
reduzidas, caso deixe até
metade para o final, isto se
a relação for superior a metade. O que a instituição financeira pretende, de acordo com os seus promotores,
é que os clientes tenham a
possibilidade de ajustarem
o seu crédito à habitação,
de acordo com cada momento da sua vida.
A intenção é permitir
uma maior flexibilização.
O cliente pode pagar só
juros durante todo o período do empréstimo, amortizando quando o desejar,
sem qualquer penalização.
De notar que é possível
suspender o pagamento de
três prestações consecutivas
por ano, com o máximo de
12, sendo que a grelha de
“spreads” vai desde 0,35%,
uma das mais baixas do
mercado.
Portugal cresce abaixo de 2%
As previsões do FMI para
Portugal apontam para um crescimento de 1,3%, em 2008, e
1,4%, em 2009. Recorde-se que,
em Janeiro, o FMI esperava que
a economia portuguesa crescesse
1,8%, em 2008. Entretanto, as
exportações cresceram 22,3% no
intra-mês, 7,2% em termos anuais, em Janeiro, após um mês de
Dezembro em que diminuíram
quase 20%. As encomendas à indústria desaceleraram de 3,6%,
em termos anuais, em Janeiro,
para 2% no “year-to-date”, em
Fevereiro. O principal contributo
veio das encomendas domésticas
que abrandaram de 8,4% para
4,2%. As encomendas vindas do
exterior continuam em terreno
negativo, apresentando uma variação homóloga de -1%.
Martim Porto
Mercado vai centrar-se
nos efeitos da economia real
não terão capacidade para
manterem o ritmo exportador. A crise espanhola
também vai reflectir-se
no mercado nacional, segundo a Personal Value.
“As claras excepções são
a EDP, fruto do seu ambicioso plano estratégico
em termos de energias alternativas. A Mota-Engil
e a Cimpor, em resultado
do pacote de infra-estruturas a implementar nos
próximos anos, e a Sonae,
face à posição dominante
que possui nos mercados
da distribuição e do imo-
biliário comercial.”
Uma coisa é certa, o
actual cenário vai tornar
clara a distinção entre as
boas empresas, capazes de
suportarem os momentos
de desaceleração económica, sem colocarem em
causa as margens de lucro,
e aquelas sem essa capacidade. A nível internacional, o investidor deverá
optar por uma carteira
que combine uma alocação importante a sectores
defensivos com uma alocação ao sector financeiro.
mercados
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Revisita aos problemas de agência
e ao “backdating”
O
fantasma dos escândalos corpo- mance” com o tema: “compensação dos
rativos voltou a assombrar os executivos que presidem a perdas de mimercados nos últimos meses, lhões de dólares”. Terminou o seu discurnão apenas pela deflagração das explosões so com a pergunta: “Como é que alguns
financeiras relacionadas com o segmen- executivos estão tão bem quando as suas
to de mercado dos títulos hipotecários companhias estão tão mal?”
(vulgo “subprime”), mas, também, como
A esta pergunta foram, desde logo,
suscitámos na Crónica do mês transacto, chamados a responder (e ainda antes do
com as recentes denúncias sobre opera- colapso da Bear Stearns) “gestores”como
ções de “backdating” – opções retroac- Ângelo Mozilo, Presidente (ainda em
tivas de compra de acções para a Admi- funções) da Countrywide Financial (que
nistração e Alta-Direcção de Sociedades auferiu 120 milhões de USD em remuAbertas, que conferem aos beneficiários nerações e em produto de vendas de
um ganho imediato e sem risco, através acções que detinha), Charles Prince, exde remunerações e bónus que, como se Presidente do Citigroup (que arrecadou
tem constatado, nada ou pouco têm de 10 milhões em remunerações, acrescidos
correlativo bom desempenho dos seus de 28 milhões em stock options e, ainmandatos.
da, mais 1,5 milhões por ano, tudo em
Quando se pensava que a probabilida- USD, para a sua “dourada” reforma) e,
de de se detectarem novos episódios de entre outros, que continuam a ser ouvicosmética contabilística – a exemplo da- dos no Congresso norte-americano Stanqueles que marcaram a história recente ley O’Neil, também ex-Presidente da
de empresas como a Enron, WorldCom, Merrill Lynch (com um “despedimento”
Adelphia, Tyco, Xerox, Parmalat, Adec- compensado com 161 milhões de USD).
co, entre várias outras – já estaria ultra- Todos sob investigação de suspeitas de
passada sob a rigidez do Sarbanes-Oxley fraudes envolvendo a atribuição de inAct, eis que surgem novos problemas centivos em proveito próprio, apesar de
envolvendo
modelos
terem estado à frente
salariais assentes no pade instituições que
gamento de “prémios”
foram das principais
Surgem novos
e vultuosas indemnizaresponsáveis pela “criproblemas
ções aos principais exese do subprime”, recutivos, em detrimento
criando, sem o crivo
envolvendo modelos
dos demais accionistas
dos seus accionistas
e da própria sustentae na ausência de uma
salariais assentes no
bilidade das Sociedades
supervisão eficiente,
pagament de prémios as chamadas CollateComerciais onde geraram, por sua acção e
ralized Debt Obligaaos principais
responsabilidade, elevations.
executivos
dos prejuízos ou perdas
Na raiz desta situirreparáveis.
ação estão, como se
No passado dia 7 de
assinalou na última
Março, Henry Waxman, Chairman da Crónica, os já longamente analisados
House Oversight and Government Re- “Problemas de Agência”, que se diagform Committee norte-americano, abria nosticam na existente separação entre a
o seu discurso na segunda audiência acer- propriedade (acionista) e o seu controlo
ca da supervisão sobre a “pay for perfor- (gestores), no des-(alinhamento) entre as
Luís Vasconcelos
Gestão de Patrimónios
Ok2deal
[email protected]
A
lan Greenspan não necessita apresentações. Ocupou o cargo de Presidente da Reserva Federal Americana (Fed) durante quase duas décadas,
sendo considerado por muitos como um
dos principais responsáveis pela reviravolta que a economia americana deu após os
ataques de 11 Setembro de 2001. O chamado “Greenspan put”, estratégia implementada pela primeira vez em 1998 após
o colapso do Long-Term Capital Management e que consistia em assegurar a liquidez nos mercados financeiros via descida
de taxas de juro, conduziu a uma rápida
descida destas dos 6,25% para os 1% no
espaço de um ano e meio e à manutenção
nestes níveis historicamente baixos até a
economia americana começar a dar sinais
de recuperação.
Mas, perante a actual “bolha” do sector imobiliário e a crise no mercado de
crédito americano como um todo, essa
decisiva intervenção via política monetária tem sido ao longo das últimas semanas alvo de duras críticas e Greenspan,
outrora aclamado, é hoje um dos bodes
expiatórios. As críticas ao referido “Greenspan Put” não são novas, pois ao longo
dos últimos anos foram muitos os que
37
M. JORGE C.
CASTELA
Economista &
Jurista jorge.
[email protected]
Sem espaço para entrar, ainda nestas
decisões dos Administradores (o “agente”) e os interesses dos acionistas (o “prin- linhas, para a prometida análise do Principal”), com uma efectiva diluição do cípio do “Comply and Explain” que decontrolo das Sociedades Abertas e com os veria presidir, transversalmente, a todos
concomitantes conflitos (“de agência”), os modelos de Governação Corporativa
que se agravam nos diferentes domínios adoptados pelas Sociedades Abertas, ese interesses em jogo, e que se têm revela- paço fica só para três referências a mecado como verdadeiros mecanismos de ex- nismos que previnam os efeitos do repripropriação da riqueza que se gera nessas cing e do “backdating”: uma, desde logo,
Sociedades.
para a necessidade de adopção de normas
Riqueza cujo destino deveria reverter estatutárias (e legais, se caso for), para topara a sustentabilidade das Sociedades e tal “disclosure”, envolvendo quer a remupara retorno dos invesneração dos principais
timentos dos seus accioexecutivos, quer as suas
nistas, mas que, ao invés,
e o seu
Como é que alguns componentes
se vão acumulando em
peso no EBITDA gerado
diversas formas de “enpela sua gestão, fazendo
executivos estão
riquecimento sem causa”
alinhar a estratégia de retão bem
dos seus putativos “Admuneração da Sociedade
ministradores”.
com a do mercado; ouquando as suas
Em causa estão, clatra, com vista a cercear
companhias estão
ramente, antes e mais
possíveis efeitos negatido que questões de revos das “stock options”,
tão mal?
gulação e de supervisão,
através de um acordo
problemas de Governade “lock up”, em que se
ção Corporativa: uma
proíba a venda de acções
deficiente monitorização, por parte dos num preestabelecido período de tempo,
accionistas, dos actos de gestão de Admi- nunca inferior a 360 dias, após o termo
nistradores que actuam como verdadeiros dos seus mandatos; por fim, se caso for e
“free riders” que se perpetuam no poder, para que os gestores partilhem, efectivafocados em resultados de curto prazo, mente, os ganhos e perdas da sua gestão
para justificarem remunerações, prémios, com os ganhos e perdas da Sociedade e
opções de compra de acções (stock op- accionistas, retendo o valor dos bónus e
tions com flip in), “golden parachutes”, eventuais indemnizações a conceder a essem qualquer correlação com os resulta- tes mesmos Administradores, durante um
dos de médio e longo prazo.
período nunca inferior a 5 anos (também
Problemas que, por seu turno, se agra- contados sobre o termo dos seus mandavam com a ainda persistente promiscui- tos), de molde a que quer os ganhos quer
dade entre empresas de auditoria e os as perdas da Sociedade registadas nesse
seus auditados, com a conivência dos período se reflictam, formalmente indebancos de investimento que propagam xados, no seu montante.
“recomendações” de Sociedades mal avaComo em tudo o que envolve risco,
liadas para investidores desinformados e, também aqui se premeiam o tempo, a paainda, com a irresponsabilidade e, muito ciência e o dinheiro próprio com que se
frequentemente, a incompetência na ava- joga o jogo do mercado, mas sem se jogar
liação dos riscos por parte das agências com o tempo, a paciência e o dinheiro
de rating.
dos outros.
Greenspan: de herói a vilão
defendiam que o facto de a Fed “oferecer por esse mundo fora, tem usufruído daum copo de água cada vez que os mer- quilo que se poderia apelidar de uma
cados soluçavam” acabava por encorajar “desregulamentação conveniente”. Isto
excessos na tomada de risco por parte dos é, quando as coisas correm bem, deixa-se
investidores, o que, em última instância, o mercado trabalhar livremente, quando
conduziria à formação de bolhas especu- algo começa a correr mal, salva-se o merlativas. Essa falsa sensação de segurança cado. Foi isso que aconteceu com o episóconduzia-os a assumir riscos acrescidos.
dio do Long Term Capital Management
Será que se podem atrie foi isso que aconteceu
buir culpas a Greenspan
mais recentemente com a
no que concerne à actual
Bear Stearns. Confrontar
crise financeira?
os benefícios e malefícios
As opiniões divergem.
Greenspan, outrora de tais intervenções nos
Greenspan, teoricamenmercados
financeiros
aclamado, é hoje
te um defensor da “Mão
implicaria gastar muitas
Invisível” dos mercados
linhas e seguramente não
um dos bodes
e da não intervenção por
conduziria a uma conexpiatórios
parte dos Governos, reclusão consensual.
velou-se na prática um
O que importa reter é
neo-keynesiano. O seu
que, para uns, Greenspan
único “pecado” foi apesalvou a economia, para
nas promover uma interoutros, apenas adiou o
venção activa nos mercados, desacreditan- rebentar de uma ou várias bolhas (ou pior
do o livre funcionamento destes. Aliás, se ainda estimulou o aumento e proliferação
houve algo que as últimas crises financei- destas). Para mim não é possível culparas revelaram, é que o modelo clássico da bilizar Greenspan da crise actual. Como
economia americana, porta-bandeira do diz Martin Wolf, colunista do Financial
capitalismo mundial e que serve de exem- Times, “...é sempre mais fácil procurar
plo para inúmeras economias espalhadas culpados do que procurar entender o que
é que aconteceu, porque é que aconteceu
e o que poderemos fazer para prevenir
a repetição desta crise...”. Como é fácil
comprovar pelo último estudo do FMI,
são vários os países que se deparam com
crises no mercado imobiliário (com bolhas especulativas) de amplitude muito
superior à da economia americana. Segundo esta entidade, os factores de carácter fundamental que justificam subidas
nos preços das casas são o crescimento do
rendimento disponível “per capita”, o poder aquisitivo, as alterações na população
activa, as taxas de juro, o crescimento do
crédito e as alterações nos preços dos activos. Assim, ainda que um longo período
de baixas taxas de juro acompanhado de
uma excessiva facilidade no acesso ao crédito, possam ter promovido uma aceleração do mercado imobiliário, não é possível culpar directamente a Fed. Esta, face
à actual dimensão do mercado de dívida
pública norte-americana, não controla as
taxas de juro de longo prazo (estas terse-ão mantido nos últimos anos historicamente baixas perante a ávida procura
de títulos de longo prazo americanos por
parte das economias emergentes, em particular da economia chinesa).
38
mercados
sexta-feira, 18 Abril de 2008
seguros
CGD acusada de discriminação
nos seguros
O provedor de Justiça quer
ver o grupo CGD a mudar
as regras de agravamento
do prémio de seguros aos
cidadãos com deficiência
e doenças graves. A
recomendação foi enviada
ao Ministério.
Depois de ter recebido muitas denúncias que davam conta do agravamento dos prémios de seguro de
contratos de vida de clientes da Caixa Geral de Depósitos (CGD), tendo
como fundamento a sua deficiência ou
doença grave, o provedor de Justiça
emitiu uma recomendação ao Ministério das Finanças onde lhe solicita que,
“enquanto representante do accionista
Estado, emita orientações ao Grupo
CGD no sentido de que as respectivas
empresas não recusem a celebração de
contratos de seguro de vida associados
a créditos à habitação, nem tão-pouco
agravem os respectivos prémios, com
fundamento exclusivo ou principal na
qualidade de deficientes ou na exis-
tência de especiais riscos agravados de
saúde dos mesmos”.
Há muito que as denúncias vinham
sendo apresentadas por clientes que se
sentiram discriminados por verem negada a subscrição de uma apólice de
seguro de vida ou, quando aceite, esta
apólice era sujeita a um significativo
agravamento do prémio. Em causa
estão não só cidadãos portadores de
deficiência mas também com riscos
agravados de saúde, como os doentes
oncológicos e os diabéticos. Para Nascimento Rodrigues, é incompreensível
que o Estado português — o mesmo
que fez aprovar o diploma legal que
QIS 4 já está curso
Já está a decorrer o quarto estudo de impacto quantitativo (QIS
– Quantitative Impact Study) para
seguradoras, sob coordenação da
Comissão Europeia. Nesta fase de
testes para avaliação do impacto da aplicação da futura directiva Solvência II, as companhias de
seguros participantes terão oportunidade de se debruçar sobre a calibragem da fórmula standard do
SCR, a utilização de metodologias
simplificadas, o impacto sobre os
grupos de seguros, a comparação
dos resultados da fórmula standard
com os produzidos por modelos internos totais e parciais e o desenho
e calibragem do cálculo do Minimum Capital Requirement – MCR.
Ao Instituto de Seguros de Portugal (ISP) caberá o papel de interlocutor entre as empresas participantes, o Comité das Autoridades
Europeias de Supervisão dos Seguros e Pensões Complementares de
Reforma (CEIOPS) e a Comissão
Europeia. O QIS 4 decorre até 7 de
Julho para empresas individuais e
até 31 de Julho para grupos de seguradoras.
INML faz perícias para FGA
O Instituto de Seguros de Portugal (ISP) estabeleceu um protocolo com o Instituto Nacional de
Medicina Legal (INML), para a
prestação de serviços no domínio
da sua actividade pericial ao Fundo de Garantia Automóvel (FGA).
Assim, o FGA passará a requisitar
ao INML o serviço de avaliação de
dano corporal e/ou perícias complementares nas áreas da ortopedia, neurologia e psicologia.
Fernando Nogueira, presidente do
ISP, considera que este protocolo
traz “a garantia para os lesados de
uma avaliação isenta e profissional
da sua condição física”, lembrando
que “a justa compensação das vítimas constitui quase sempre operação difícil, sobretudo pela complexidade dos elementos a considerar,
sendo a avaliação do dano corporal, em nossa opinião, o verdadeiro
pilar do sistema de cálculo das indemnizações devidas por acidente
rodoviário”. A cerimónia de assinatura do protocolo foi presidida pelo
ministro da Justiça, Alberto Costa.
Fernando Nogueira e Duarte Nuno
Vieira representaram, respectivamente o ISP e o INML, instituições
a que presidem.
proíbe e pune as práticas discriminatórias dos cidadãos portadores de deficiência e de riscos agravados de saúde
— não oriente as empresas de que é
detentor no sentido do cumprimento
do preceituado na lei”.
O provedor de Justiça invoca o Decreto-Lei número 230/80 para lembrar que o diploma estende a todos os
portadores de deficiência com grau de
incapacidade igual ou superior a 60%
o direito à aquisição ou construção de
habitação própria em regime bonificado.
ANA SANTOS GOMES
[email protected]
Tranquilidade e BES
reforçam laços
A Tranquilidade reafirmou o seu orgulho por ter
contribuído para a captação de 25% dos novos
clientes do Banco Espírito
Santo (BES) em 2007. Na
Convenção Assurfinance
BES/Tranquilidade 2008,
realizado em Lisboa e em
Santa Maria da Feira, nos
dias 7 e 9, respectivamente, Peter Brito e Cunha,
presidente da Comissão
Executiva da Tranquilidade lembrou também que
os agentes da seguradora
conseguiram captar 19%
do crédito à habitação
contratado no BES no ano
passado.
O projecto de Assurfinan-
ce, que coloca actualmente 1600 agentes da
seguradora a comercializar produtos do BES, está
em curso desde 1998. Ricardo Salgado, presidente
da Comissão Executiva
do BES, não tem dúvidas
de que “em Portugal esta
parceria entre banca e seguros foi a única que conseguiu vingar de forma tão
expressiva e com enorme
sucesso”, tendo assegurado isso mesmo de viva voz
aos mais de 2500 colaboradores da Tranquilidade
que participaram na convenção.
ANA SANTOS GOMES
[email protected]
Liberty lança Troféu Criar 08
A Liberty Seguros lançou o
Troféu Criar 08, iniciativa que irá
premiar a ideia de negócios mais
inovadora para sectores estratégicos do mercado. Nesta primeira
edição, o Troféu Criar 08 procura apoiar projectos empresariais
para o concelho da Covilhã,
disponibilizando três prémios
monetários para apoiar a criação
de uma empresa
naquele
concelho
da Beira
Baixa. A
ideia mais
inovadora
receberá
um prémio de 20 mil euros.
As segunda e terceira classificadas receberão, respectivamente,
10 mil e 5 mil euros.
À iniciativa da Liberty Seguros associaram já o Parque de
Ciência e Tecnologia da Covilhã
– Parkurbis, a Câmara Municipal da Covilhã, a Fundação da
Juventude e a Ensigest. Todas
estas entidades responderam ao
repto da Liberty em estimular o
empreendedorismo e inovação
no interior do país. Para José António de Sousa, CEO da Liberty
Seguros, esta iniciativa “responde
ao apelo feito recentemente na
Guarda pelo senhor Presidente
da República, no sentido de que
os empresários e as empresas deste país contribuam
não
com
palavras,
mas com actos concretos, na luta
contra a desertificação do interior
de Portugal”. O CEO da Liberty
garante que “este concurso premiará os melhores projectos com
acesso a know-how e capital de
risco para a implementação dos
mesmos nas zonas industrias e
Parque Tecnológico da Covilhã,
um verdadeiro ninho de empresas dinâmicas que estão a aproveitar os imensos recursos que o
eixo Covilhã – Guarda – Fundão
– Castelo Branco proporciona
aos empresários, entre os quais
os acessos privilegiados ao maior
mercado internacional receptor
de produtos portugueses e gerador de receitas de turismo (Espanha) por um lado, e os recursos
humanos altamente motivados
e preparados que estão a sair da
Universidade das Beiras por outro”.
Para este concurso de ideias
de negócio serão
aceites candidaturas
nas áreas de Software e Multimédia, Saúde e Bem-Estar,
Agro-Alimentar e Energias Alternativas. O prazo de entrega
dos trabalhos termina a 31 de
Maio de 2008.
ANA SANTOS GOMES
[email protected]
PUB
mercados
sexta-feira, 18 Abril de 2008
39
No horizonte de sete anos
Preço actual do petróleo
poderá ser irrisório
O recente máximo de 114,50 dólares o barril de petróleo em Nova Iorque parece ainda
ser um preço irrisório para aquilo que poderá acontecer nos próximos sete anos. Ou
seja, mais do que a relação oferta-procura, a explicação para os níveis actuais e futuros
do preço do crude está na vertente financeira e na globalização.
A opção pelo investimento em “commodities” quer agrícolas, quer ao nível da energia
marcou o último ano e continua a revelar o
sentimento dos investidores durante 2008. A
queda do dólar para os níveis mais baixos de
sempre face ao euro estimula a subida do petróleo porque os contratos de futuros e todos
os produtos estruturados com base nesta “commoditie” são denominados em dólares. Logo,
comprar esta “commoditie” tem sido cada vez
mais barato porque o dólar tem-se tornado
mais fracos, perante a divisa europeia.
Num recente encontro de jornalistas com
um dos advogados com maiores conhecimentos da matéria em Portugal, Agostinho
Miranda, foram avançados alguns dados
espectaculares. O número de “hedge funds” com barris de petróleo cresceu três vezes em 10 anos, mas há mais. Para quem
pense que 114 dólares é um recorde, basta
dizer que este é o valor idêntico ao da crise
dos anos 70 e 80, descontando a inflação.
Logo, este máximo já foi atingido e já foi
testado. Mas, diferentemente daquela década, o consumidor americano só sente 25%
do impacto do preço porque tem grande
volume de produção própria, enquanto a
Europa importa 75% das suas necessidades
e está em forte processo de aumento da de-
pendência, com o declínio dos campos do
Mar do Norte.
E embora a Agência Internacional de
Energia tenha afirmado recentemente que a
procura de petróleo está a abrandar, a verdade é que ninguém acredita, e mais: até hoje
nenhuma instituição, incluindo a OPEP e
a ONU, conseguiram dar números fiáveis
sobre as existências e as necessidades de crude mundiais. Há, no entanto, dois números
que circulam nos gabinetes de estudos de
grandes petrolíferas mundiais e que revelam
que na actualidade, com consumos diários
médios de 86 milhões de barris/dia, existirá um excesso de produção da ordem dos 2
milhões de barris/dia, situação que tem levado o cartel da OPEP, que representa cerca de 44% da produção mundial, a revelar
que existe petróleo suficiente no mercado
e, logo, não é necessário aumentar a produção/oferta. Existe um segundo número altamente preocupante e que nos deixará com
saudades de preços de 110 ou 120 dólares o
barril. Está previsto que dentro de sete anos
exista um défice de 13,5 milhões de barris/
dia, segundo o mesmo especialista, que tem
trabalhado para as grandes “majors” petrolíferas mundiais, tanto de “up-stream” como
de refinação.
Como arrendar uma plataforma
Não é usual, mas há um multimilionário de ascendência norueguesa e cipriota, John
Fredriksen, que as arrenda por uns módicos 600 mil dólares diários, revelou o elconfidencial.com.
Este milionário, que vive na Noruega, utilizou os seus vastos conhecimentos na área
do petróleo para entrar no negócio e hoje tem uma fortuna calculada em 7 mil milhões
de dólares. A Seadrill é a sua companhia que tem equipamento para o mar ultraprofundo e está a trabalhar desde as costas do Golfo do México até às costas do Brasil. Actualmente tem 4 plataformas e tem outras 8 em construção. É um número impressionante
porque só existem 39 plataformas em todo o Mundo para águas ultraprofundas.
Preços do arroz batem recordes
O preço do arroz continua em alta.
Dois factores contribuíram esta semana
para o agravamento do seu custo. As
Filipinas anunciaram que pretendem
adquirir um milhão de toneladas, sendo que este país é o maior importador
mundial de arroz. Por outro lado, tudo
indica que as sementeiras nos Estados
Unidos vão ser adiadas, tendo em conta
as más condições climatéricas.
O preço é superior a 14,3 euros (por
100 libras). Desde o início do ano, o
aumento foi de cerca de 64%, estando
agora a níveis jamais atingidos por este
produto. As Filipinas estão na base do
aumento dos preços em flecha. Basta ter
em conta que, só no ano passado, este
país representou perto de 15% das necessidades anuais, o correspondente a
1,9 milhões de toneladas. O crescimento da procura e a quebra nas exportações
estão a beneficiar esta tendência.
Os analistas acreditam que os preços
vão manter-se elevados e até podem chegar a novos picos ao longo do ano. De
salientar ainda que a China, o Egipto,
o Vietname e a Índia, que em conjunto
representam mais de um terço das exportações, têm apresentado quebras nas
respectivas vendas.
Pergunta-se se a recessão norte-americana
não irá refrear o consumo? A resposta já foi
dada. Boa parte do preço incorpora especulação e isso nada tem a ver com recessão dos
EUA e, por outro lado, a indexação do preço
crude do dólar em nada favorece a situação,
porque a economia americana está confortável com um dólar fraco, mas que lhe permite
ser competitiva em termos de exportações
globais. Recorde-se que o seu défice externo
não pára de crescer.
Outra questão premente tem a ver com
investimento na optimização da extracção e
com a descoberta de novos poços. Um outro
número preocupante revela que dos 48 países produtores mundiais, 33 países estão em
“declínio”, o que significa que alguns deles
atingiram há vários anos o pico da produção
e estão agora com menos reservas ou estão
a caminhar para o esgotamento. Acresce
que 70% do petróleo existente está dentro
daquilo que se chamam “restos”, ou seja, os
blocos entraram em declínio de produção e
estão com um nível abaixo do qual se torna
caro extrair. E, por enquanto, não foi criada
tecnologia para uma extracção de “restos”
suficientemente eficaz e produtiva.
Os especialistas acreditam que seriam
necessários 22 mil milhões de dólares para
manter os actuais níveis de produção, ou
seja, mais de mil milhões de dólares anuais
durante os próximos 20 anos a aplicar no
sector energético. Isto significa 2% do PIB
mundial a aplicar, o que para os especialistas
é algo manifestamente impossível por não
existirem recursos.
Alternativas
Os investidores continuam a apostar forte
no petróleo e em todos os produtos financei-
ros que lhe estão associados. Para quando o
rebalanceamento?
Parece que fechar posições, ganhar maisvalias com a especulação em “commodities”
de energia e partir para outro tipo de investimentos não está nas expectativas de curto/
médio prazo dos especuladores.
O raciocínio é simples. Todos os factores
conhecidos só farão aumentar os preços do
petróleo nos próximos anos, não só porque
existem conflitos regionais no Médio Oriente, em África ou na América do Sul e que
farão disparar preços, mas, também, porque
não existem alternativas credíveis, tanto em
novos espaços de perfuração como em outras energias para o curto prazo.
Mesmo as recentes descobertas anunciadas, caso da Bacia de Santos, no Brasil, ou
todas as descobertas na costa ocidental de
África, só estarão verdadeiramente no mercado dentro de 5 a 10 anos e durante esse
período será sempre a especular.
Por último, não há novos locais e o Árctico, onde se perspectiva existirem 25% das
reservas petrolíferas e gasistas mundiais, tem
o problema legal de ocupação exigido por
vários países, mas também a forte questão
ambiental. Aliás, este problema está a fazer
reduzir a produção no Canadá e a prazo terá
impacto nas areias betuminosas do Orenoco, na América do Sul. As alternativas
da biomassa são difíceis de sustentar a prazo porque isso significa alterar a produção
alimentar para a opção energia, enquanto
o nuclear implica novos desenvolvimentos
tecnológicos que só estarão disponíveis dentro de 10 anos, e o mesmo acontece à opção
hidrogénio. As soluções de energias renováveis dificilmente satisfarão mais de que 1%
das necessidades mundiais energéticas.
VN
Groupama distinguida como melhor gestora
de activos europeia
A Groupama Asset Management recebeu, pelo segundo ano consecutivo, o
primeiro prémio na categoria de Melhor
Sociedade de Gestão de Activos Europeia
no “Grand Prix Eurofonds”. Este prémio
ficou a dever-se à qualidade dos produtos
e à regularidade dos desempenhos desta
sociedade de gestão de activos, detida pelo
grupo Groupama.
Este prémio juntou-se a outros já recebidos este ano. Nos galardões “Sicav La Tribune – Morningstar”, a empresa destacou-se
ao ser considerada a segunda melhor, en-
quanto grupo global. Já nos “Lipper Fund
Awards” mereceu o troféu de melhor promotor generalista em todas as categorias
a três anos. O grupo Groupama pretende
posicionar-se entre as dez primeiras seguradoras europeias.
PUB
MERCADOS
40
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Mercado Monetário Interbancário
Inflação começa a assustar
Esta semana, a
Euribor 3M voltou a passar os máximos dos últimos
3 meses, fixandose muito perto de
4,80%. Tal ilustra
que a actuação do
BCE no que resFilipe garcia
peita a injecção de
[email protected]
liquidez no sistema não está a ser
suficiente para reduzir a desconfiança no
mercado interbancário. Segundo o Presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker,
o mundo está a ser agora vítima de no pas-
sado ter tido demasiada facilidade em aceder ao crédito.
Na semana passada, o BCE voltou a deixar inalterada a taxa de referência em 4,0%,
realçando que não houve alteração de postura no combate da inflação. No dia seguinte,
a inflação nos armazenistas alemães veio dar
mais força às palavras de Trichet. Os preços
a este nível subiram em Março 1,6% em
termos mensais, elevando para 7,1% o aumento face a igual mês de 2007, sendo este o
valor mais elevado dos últimos 26 anos! Em
França, os preços subiram no mês passado
0,8% e 3,5% ao ano, valores já não vistos
há uma década. Na Alemanha registou-se
+0,5 e 3,1%, respectivamente. Na zona euro
Yield curve euro e dólar
como um todo, a inflação de Março foi de
1,0%, colocando a homóloga em 3,6%!
O instituto alemão ZEW publicou o índice de confiança de Março, baseado no
inquérito a 307 analistas e investidores
institucionais. O mercado, que esperava
uma ligeira melhoria de -32 para -29, foi
apanhado de surpresa com um valor de 40. Assim, depois de 3 meses a recuperar,
a confiança dos investidores está novamente em queda. Na opinião do Presidente do
ZEW, o BCE tem feito um bom trabalho
ao não descer as taxas, dadas as pressões inflacionistas, recomendado aos responsáveis
do Banco Central que se mantenham nesta
linha de actuação.
euribor - 3 m, 6 m e 1 ano
Análise de mercados produzida a 16-Abr-2008
Yield 10 anos euro benchmark
EURIBOR - 3M, 6M e 1Y
5.00
EUR
4.50
4.4
4.850
4.3
3M
4.2
4.00
4.750
4.1
6M
3.50
4.0
1Y
3.00
3.9
4.650
USD
2.50
2.00
Voltou a ser uma semana de poucas alterações nas taxas fixas. Por um lado, o mercado refugiou-se em obrigações após os desapontantes resultados da General Electric. O
“spread” dos dois anos entre “swap” e títulos
do tesouro voltou a alargar para 0,83%. A
queda da confiança dos consumidores dos
EUA para os mínimos dos últimos 26 anos
contribuiu para o refúgio em títulos de dívida pública. O mercado apresenta nesta
altura poucas alternativas interessantes de
cobertura, face a uma expectativa de correcção do diferencial entre Euribor e taxa
do BCE no segundo semestre.
3.8
3.7
4.550
1W
Taxas MMI
T/N
1 W
2 W
1 M
2 M
3 M
6 M
9 M
1 Y
1M
2M
3M
6M
9M
1Y
1Y
2Y
5Y
10 Y
condições dos bancos centraisData
3,96
4,18
4,20
4,25
4,45
4,64
4,62
4,64
4,57
BCE
Euro Refinancing Rate 4,00% 26/06/07
Euro Marginal Lending 5,00% 26/06/07
Euro Deposit Facility 3,00% 26/06/07
EUA FED Funds
R.UnidoGB Prime Rate
Suíça Target Libor 3M
Japão Repo BoJ
2,25%
5,25%
2,75%
0,50%
18/03/08
07/02/08
13/09/07
21/02/07
30 Y
04-Jan
03-Feb
Euro fra’s
Forward Rate Agreements
Tipo*
Bid
Ask
1X4 4,680
4,700
3X6 4,518
4,548
1X7 4,654
4,674
3X9 4,500
4,520
6X12 4,206
4,226
12x24 3,877
3,907
*1x4 - Período termina a 4 meses, com início a 1M
04-Mar
Sep
03-Apr
Euro irs
Interest Swaps vs Euribor 6M
Prazo
Bid
2Y 4,293
3Y 4,221
5Y 4,216
8Y 4,365
10Y 4,484
20Y 4,761
30Y 4,730
Ask
4,313
4,229
4,224
4,373
4,492
4,769
4,738
Oct
Nov
Dec
Jan
Feb
Evolução euribor (em basis points)
N/A
12.Set.07
1M
4.353%
3M
4.744%
1Y
4.751%
leilões bce Last Tender
Minium Bid
Marginal Rate
4.444%
4.744%
4.720%
08.Abr.08
4,00%
4,23%
Mar
Apr
03.Out.07
-0.091
0.000
0.031
4.371%
4.786%
4.709%
-0.018
-0.043
0.042
Mercado Cambial
Eur/Usd quebra em alta. Libra colapsa
EUR/USD
Após algumas semanas de
comportamento mais lateral, o
Eur/Usd quebrou em alta o triângulo de consolidação.
De um ponto de vista meramente técnico, fica aberto o caminho para um novo arranque
do euro, com objectivos perto de
1,65 dólares.
Nos últimos dias, o mercado
“falava” muito neste triângulo
ascendente e de alguma forma a
sua quebra em alta teve algo de
“profecia auto-realizável”. Esse é
um aspecto a ter em conta nas
novas posições longas de Eur/
Usd, já que se pode ter tratado
de um “false-break”. Primeiro
suporte relevante a 1,5750.
EUR/dólar
FIXING
16.Abr.08
Variação
Semanal (%)
Variação
Variação
no mês (%) desde 1 Jan. (%)
EUR/JPY
Durante a semana que passou
o Eur/Jpy esteve muito “encostado” à principal resistência relevante, nos 161,50 ienes. É de
esperar que surjam novos testes
em alta nos próximos dias. Se
partir com sucesso as barreiras a
161,50 e 162,30 ienes o “cross”
fica com caminho aberto para
165 ienes a seguir.
No entanto, para já, o panorama de médio prazo do Eur/Jpy
continua bastante indefinido.
Há suporte nos 152 ienes e resistências nos 161,50 e 162,30
ienes.
EUR/USD
1.5928
1.28%
0.73%
8.20%
EUR/JPY
161.41
0.03%
2.57%
-2.13%
EUR/GBP
0.8061
1.05%
1.29%
9.92%
EUR/CHF
1.5896
-0.24%
1.00%
-3.93%
EUR/NOK
7.8985
-0.54%
-1.89%
-0.75%
EUR/SEK
9.4038
0.44%
0.07%
-0.40%
EUR/DKK
7.4603
0.00%
0.05%
0.03%
EUR/PLN
3.4213
-0.98%
-2.86%
-4.79%
EUR/AUD
1.7069
0.76%
-1.53%
1.86%
EUR/NZD
2.0223
2.31%
0.72%
6.30%
EUR/GBP
Nada de novo a dizer. O
“cross” continua a registar novos
máximos semana após semana,
evidenciando a debilidade da
libra, que colapsou nos últimos
meses. A moeda britânica perdeu
mais de 20% face ao euro desde
EUR/CAD
1.6073
0.32%
-0.94%
11.24%
EUR/ZAR
12.7100
3.31%
-0.79%
26.72%
EUR/BRL
2.6641
-0.02%
-3.31%
2.61%
Setembro do ano passado e, apesar de o ritmo da queda parecer
“insustentável”, ainda não está à
vista o fim.
análise técnica - psi-20 - xetra dax
psi-20
PSI-20 - Poucas novidades nesta semana. Nos últimos dias, o PSI
20 tem estado em consolidação lateral, sem grandes destaques.
O índice encontra-se ainda abaixo em cima dos 11 000 pontos,
níveis que seria importante serem recuperados, para afastar o cenário de novo teste aos mínimos do ano. Está ainda em aberto a
possibilidade de um teste à zona dos 11 500 pontos.
Níveis a reter para o curto prazo: Suportes: 10 470 e 10 750
pontos. Resistências: 11 240 e 11 450 / 11 500 pontos.
Analisando o índice numa perspectiva de médio/longo prazo,
verifica-se que a recente correcção do PSI20 veio de encontro
a uma linha de tendência relevante. Essa linha, que nasce no
primeiro trimestre de 2003, já foi visitada por algumas vezes e
voltou a fornecer suporte ao índice. Enquanto a cotação estiver
acima da linha, hoje cerca de 10 000 pontos, pode-se considerar que o PSI20 está em tendência de alta de médio prazo.
XETRA DAX - Também no DAX há
pouco a acrescentar face ao que tem
sido referido nas últimas semanas.
O índice encontra-se numa zona
bastante mais neutral, podendo variar entre 6375/6400 e 7050 pontos sem que daí se possam tirar
conclusões muito relevantes para o
médio prazo. Os 6660 pontos continuem um nível pivot, ora resistência,
ora suporte no curto prazo. Deverão
ser observados como suportes os
6200, 6375, 6400, 6415 e 6515
pontos e como resistências os 6660,
6845/6900 e 7000/7100 pontos.
xetra dax
mercados
sexta-feira, 18 Abril de 2008
consultório financeiro
Mercado “abençoou” entrada
de Jorge Coelho na Mota-Engil
Na semana em que Jorge Coelho foi confirmado como novo CEO da maior construtora
nacional, o título da Mota-Engil valorizou-se
mais de 5%. Ajudou também a divulgação do
início da construção de um empreendimento
imobiliário em Angola no valor de 380 milhões
Como reagiu a acção da Mota-Engil à entrada de Jorge Coelho para CEO?
Muito bem, com a acção a valorizar-se
mais de 5% após o anúncio oficial do convite formal para que Jorge Coelho assuma a
presidência do Conselho de Administração
da Mota-Engil SGPS, enquanto António
Mota transita para presidente do Conselho
de Administração (“chairman”).
Os analistas (e eventualmente os investidores) consideram a nomeação de Jorge
Coelho, que desempenhou funções de
Ministro das Obras Públicas na legislatura liderada por António Guterres, como
uma mais-valia para a abordagem para um
período onde serão abertos inúmeros concursos públicos relacionados com obras
públicas de envergadura: novo aeroporto,
TGV, nova ponte sobre o Tejo, auto-estradas, etc.
A construção de infra-estruturas em Portugal está a mostrar sinais de recuperação
devido à melhoria no investimento público
e caso a Mota-Engil ganhe algum dos novos projectos pode consolidar a sua posição com a maior empresa portuguesa do
sector.
Que mais tem condicionado positivamente
a evolução da acção da Mota-Engil?
O título da maior construtora nacional
também reagiu muito positivamente ao
anúncio na semana passada do início da
construção do Salinas Village, um empreendimento residencial em Benguela, no
valor de 380 milhões de euros.
Esta reacção faz todo o sentido, pois com
esta empreitada a construtora Mota-Engil
fica, por um lado, com uma carteira de encomendas que passou a ascender a cerca
de 700 milhões de euros e, por outro lado,
suporta o aumento da exposição da empresa ao negócio na construção em Africa, um
mercado que apresenta um forte crescimento. Deste modo, é difícil manter actualizada
uma base de dados sobre o grupo MotaEngil, tal é a feérica avalanche de notícias
de euros, bem como o facto de no research
“Iberian Small & Mid Caps 2008” do Santander a Mota-Engil surgir como a única empresa
portuguesa que integra a lista de “value ideas”:
empresas arriscadas mas com elevado potencial
de retornos.
Mota-Engil com “saltos” muito positivos em 2008
5.5
Portugueses resgatam
certificados de aforro
O novo regime dos certificados de aforro
entrou em vigor há apenas dois meses. Mas
o resultado é evidente, os aforradores estão
desconfiados. Durante esse período de tempo foram resgatados cerca de 502 milhões de
euros no que se refere aos certificados de aforro. A tendência é para se generalizar a fuga
a este produto de poupança estatal. Com a
agravante que é agora muito menor o interesse pela sua aquisição, ao contrário do que
sempre sucedeu. Dos resgates efectuados,
perto de metade, em valor, foi efectuado ao
longo do mês de Março. Por sua vez, a adesão
à nova série está abaixo das expectativas. Aliás, a adesão pode ser considerada mesmo bastante fraca. Basta ter em conta que, nos dois
últimos meses, o valor subscrito ficou muito
abaixo daquele verificado apenas em Janeiro.
Daqui se pode concluir que os certificados de
aforro estão a perder o interesse, enquanto
produto de poupança e até de investimento.
5.3
ParaRede duplica lucro
5.1
A ParaRede mais do que duplicou o seu
lucro, no primeiro trimestre, para 210 mil
euros. Um resultado que terá ficado a deverse, sobretudo ao crescimento nos resultados
operacionais. Estes duplicaram, para 636 mil
euros, refere a empresa em comunicado.
O “cash-flow” operacional cresceu 89%,
relativamente aos três primeiros meses do ano
passado, o que é atribuído à alteração que se
tem registado no “mix” de vendas, nomeadamente o crescimento das áreas de maiopr
valor acrescentado – produtos próprios e
prestação de serviços. A empresa, entretanto,
procedeu à fusão das áreas de consultoria em
tecnologias da informação com a de arquitectura e desenvolvimento e da junção da
integração de infra-estruturas com o suporte
Multivendor. O volume de negócios registou um acréscimo de 18%, no período em
análise, para 13,5 milhões de euros. Por sua
vez, a margem bruta sai reforçada em 52%,
o que se traduziu em 5,8 milhões de euros. A
divisão de “outsourcing” apresentou um forte crescimento de 164%, pelo que já detém
um peso de mais de 20% no volume global
de vendas da empresa. A área de consultoria
cresceu 154%, detendo agora um peso de
15%, enquanto os pagamentos electrónicos e
a integração de infra-estruturas representam
22% e 43%, respectivamente, do volume de
negócios.
4.9
4.7
4.5
4.3
4.1
3.9
3.7
3.5
14/01/08
que vão surgindo. Em Portugal, recorde-se
e sublinhe-se o facto de o consórcio liderado pela Mota-Engil ter vencido o concurso
para a concessão da via rodoviária da Grande Lisboa e, no ano passado, ter adquirido
a Tertir e a Ternor e desta forma conseguiu
a integração das actividades portuárias,
transporte ferroviário de mercadorias e operação de infra-estruturas logísticas. Com
estas aquisições, a empresa liderada por
António Mota aumentou também o grau de
diversificação dos seus negócios particularmente nesta área, onde entrou recentemente com as operações portuárias em Setúbal
através da SadoPort.
Mota-Engil é cada vez a maior construtora nacional.
Fonte: Relatório & Conta 2007 – Mota-Engil SGPS
41
15-4-2008
O futuro apresenta-se com a manutenção
de um elevado ritmo de crescimento?
A própria Mota-Engil prevê registar um
crescimento de 10% do volume de negócios este ano e que as margens de EBITDA
e de EBIT se deverão manter nos níveis do
ano passado.
Recorde-se que em 2007 a Mota-Engil
apresentou lucros de 98 milhões de euros
(note-se que subida de cerca de 203% no
seu resultado líquido para os 98 milhões
de euros, fica-se a dever sobretudo à maisvalia relacionada com a Oferta Pública de
Subscrição da Martifer) e um crescimento de 15,9% do volume de negócios para
1,4 mil milhões de euros. As margens de
EBITDA e EBIT foram de 17,7% e 10,6%,
respectivamente.
A área de Ambiente e Serviços deverá registar um crescimento das receitas também superior a 105% enquanto das Concessões de Transportes deverá ver o volume
de negócios crescer perto de 10%. Já em
2007 o principal “driver” dos resultados
foi a subida de 113% face ao ano anterior
nas receitas da área de ambiente e serviços para 249 milhões de euros.
Na área de Engenharia e Construção, as
receitas deverão registar um crescimento
de dois dígitos. Em relação à participada
Martifer, a Mota-Engil diz que a empresa
manterá a capacidade de criação de valor,
esperando-se que venha a duplicar o volume de negócios.
Martim Porto
Encontros Millennium
percorrem o país
O Millennium bcp realiza uma nova série
de encontros, visitando todas as capitais de
distrito e outras praças comerciais relevantes. É uma oportunidade de diálogo com os
clientes e as entidades locais. Em Maio, os encontros chegam a Castelo Branco, seguindose o Porto, no início de Julho. O momento
central destes encontros é a conferência, com
um orador convidado a proferir uma palestra de interesse nacional ou regional. É proporcionado o debate sobre os caminhos do
desenvolvimento económico, à escala local.
As sessões são moderadas por profissionais da
comunicação social. Trata-se de um elemento
importante da estratégia de dinamização comercial e institucional do banco.
42
mercados
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Sector bancário em alerta
Os comentários dos analistas são contraditórios, mas todos parecem confluir num
ponto: a crise do crédito hipotecário ainda
não teve fim à vista e a banca é o sector
mais afectado.
Os mercados financeiros antecipam as
situações com cerca de 6 meses a 1 ano
de antecedência e um recente estudo da
Bloomberg publicitado em vários órgãos
de comunicação social dava conta que o
pessimismo no mercado de capitais de
todo o Mundo estaria a diminuir, com a
probabilidade de quedas, embora não tão
acentuadas. No entanto, a zona Euro tem
visto um problema grande a transformarse em questão estrutural: a inflação que em
Março atingiu um recorde dos últimos 16
anos, nos 3,6% em termos médios. Este
facto impede o BCE de tomar a decisão
de que todos gostariam: a descida da taxa
de juro de referência. Não o poderá fazer,
pois a inflação está bem acima dos 2% de
média que esta instituição deu como meta
máxima. As previsões do BCE vão no sentido de um recuo da inflação para próximo
dos 2% mas, apenas em 2009.
A componente energia, com destaque
para o petróleo – que esta semana atingiu
o recorde de sempre – e para as matériasprimas agrícolas, nomeadamente do arroz
que atingiu outro recorde, impede a estabilização dos preços.
A banca ressente-se com a crise de liquidez, a crise de crédito, a crise de confiança
e o risco de incumprimentos. A generalidade da banca nacional tem sido penalizada, mas o Millennium bcp acaba por
ser um dos mais prejudicados pela conjuntura, dado que está com um processo
de aumento de capital até 1300 milhões
de euros. Santos Ferreira desdramatizou a
situação, mas as acções caíram 5% a meio
da semana e o corte do “price-target” do
Santander para 1,80 euros por acção, com
TÍTULOS EURONEXT LISBOA
Título
Última Cotação ALTRI SGPS
4.55
B. COM. PORT.
1.86
B.ESP. SANTO
11.81
BANIF-SGPS
3.16
B. POP. ESP.
11.23
BANCO BPI
3.62
BRISA
9.60
COFINA,SGPS
1.60
CORT. AMORIM
1.55
CIMPOR,SGPS
5.95
EDP
4.11
MOTA ENGIL
5.75
FINIBANCO
4.10
GALP ENERGIA
16.44
IMPRESA,SGPS
1.52
J. MARTINS
4.93
MARTIFER
8.98
NOVABASE
4.37
PARAREDE
0.20
P. TELECOM
8.08
PORTUCEL
2.37
REDES E. NAC.
3.49
S. COSTA
1.59
SEMAPA
8.85
SONAECOM
2.41
SONAE,SGPS
1.16
SONAE IND.
4.59
SAG GEST
2.18
TEIX. DUARTE
1.55
Z. MULTIMEDIA
7.77
Variação Semanal Máximo 52 Sem
-2.15%
7.41
-3.38%
3.87
-1.99%
17.98
0.32%
6.75
-2.94%
16.04
0.84%
6.96
3.67%
10.46
0.00%
2.07
0.00%
2.19
-0.34%
7.72
0.24%
5.00
9.52%
8.35
6.49%
5.10
4.85%
19.50
-3.80%
3.23
1.76%
5.73
3.10%
12.00
10.91%
5.28
5.26%
0.26
2.15%
9.67
7.24%
3.18
-0.85%
4.08
1.27%
2.89
3.51%
13.70
0.63%
5.24
-0.86%
1.98
-1.08%
11.04
-3.54%
3.10
1.31%
4.23
-0.13%
12.74
Última Cotação 11.28
36.59
25.79
18.89
20.86
69.33
52.07
74.65
11.3
181.8
24.62
Variação Semanal
-2.42%
-0.84%
7.28%
-1.10%
-6.29%
-0.46%
-1.57%
-0.81%
-0.62%
-1.73%
-1.72%
a redução da recomendação de “manter” empresas do sector. Um recente relatório
para “underweight”, criou maior tensão. da Fidelity afirma que as companhias com
O banco tem garantido o encaixe, dado forte exposição a países em forte crescique foram contratadas instituições finan- mento demográfico tenderão a beneficiar
ceiras que tomaram firme a operação. No do elevado volume de obras em infra-esmercado e até meio da setruturas de todo o tipo.
mana tinham sido negoA generalidade das consA banca ressenteciados 25% dos direitos
trutoras nacionais, com
disponíveis no mercado.
destaque para a Motase com a crise de
Pela positiva evoluiu
Engil, estão posicionaa PT cujas acções com
das em alguns dos países
liquidez, a crise
direito ao dividendo poemergentes da Europa e
de crédito, a crise
derão ser transaccionadas
de África.
até à sessão de hoje (6ª Externamente os rede confiança
feira). O “dividend yield”
ceios
continuam
a
e o risco de
será da ordem dos 7%,
centrar-se na evolução
um dos mais elevados do
do preço do crude, que
incumprimentos.
mercado financeiro naameaça bater recordes
cional.
sucessivos. O nível actual
Outra empresa que
é equivalente ao atingido
está a evoluir muito bem é a Mota-Engil nas crises dos anos 70 e 80, descontando
e deverá influenciar positivamente outras a inflação.
PAINEL BANCO POPULAR
TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS
Título
B.POPULAR
INDITEX
REPSOL YPF
TELEFONICA
FRA. TELECOM
LVMH
BAYER AG O.N.
DEUTSCHE BK
DT. TELEKOM
VOLKSWAGEN
ING GROEP
VÍTOR NORINHA
[email protected]
Mínimo 52 Sem
3.45
1.51
10.62
2.62
6.72
3.00
8.91
1.20
1.28
4.75
3.54
3.53
2.74
7.51
1.29
3.71
5.40
2.01
0.10
6.90
1.63
2.75
1.01
7.31
2.07
1.05
4.14
1.67
1.10
6.76
EPS Est Act
0.30
0.17
1.22
0.45
1.13
0.46
0.33
0.10
0.17
0.47
0.26
0.22
--
0.63
0.14
0.22
0.19
0.25
--
0.64
0.20
0.24
0.14
1.05
0.05
0.08
0.57
0.16
0.37
0.32
EPS Est Fut
0.37
0.18
1.38
0.53
1.20
0.53
0.37
0.11
0.20
0.51
0.29
0.22
--
0.69
0.18
0.28
0.17
0.27
--
0.72
0.18
0.21
0.16
1.17
0.09
0.11
0.69
0.19
0.40
0.39
PER Est Act
15.17
11.27
9.66
7.01
9.90
7.92
29.45
16.67
9.12
12.74
15.69
26.14
--
26.22
11.01
22.19
48.28
17.76
--
12.61
11.79
14.73
11.36
8.43
47.16
14.26
8.10
14.07
4.19
24.59
PER Est Fut
12.47
10.22
8.56
5.92
9.34
6.87
25.95
15.09
7.75
11.58
14.37
26.74
--
23.90
8.54
17.78
52.21
15.95
--
11.16
13.39
16.39
10.26
7.60
27.02
10.50
6.69
11.47
3.92
19.97
Div. Yield Ind
1.10%
4.11%
4.06%
4.75%
4.19%
5.17%
3.23%
2.19%
3.55%
3.61%
2.68%
1.91%
2.07%
0.92%
0.00%
1.95%
0.00%
0.00%
0.00%
7.12%
1.48%
0.00%
0.00%
2.88%
0.00%
2.60%
0.00%
7.56%
1.10%
2.57%
Div. Yield Est
1.47%
4.11%
4.65%
5.71%
4.82%
5.38%
3.26%
2.34%
3.87%
3.85%
3.19%
2.03%
--
2.03%
0.47%
2.06%
0.00%
0.00%
--
7.14%
4.15%
3.94%
--
2.83%
0.43%
3.08%
3.60%
4.82%
2.22%
3.32%
Data Act
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
Hora Act
16:35:01
16:37:59
16:35:00
16:35:00
15:44:45
16:35:00
16:37:23
16:35:00
16:35:00
16:37:33
16:37:42
16:39:15
16:35:00
16:39:13
16:35:01
16:35:01
16:35:00
16:35:00
16:35:01
16:37:17
16:39:11
16:38:43
16:35:01
16:38:50
16:35:01
16:35:01
16:39:54
16:35:00
16:39:14
16:35:02
PAINEL BANCO POPULAR
Máximo 52 Sem
16.07
53.90
30.59
23.48
27.33
89.36
66.45
118.51
15.87
199.70
34.74
Mínimo 52 Sem
8.51
31.00
18.27
16.04
19.22
61.95
45.60
64.62
9.92
104.24
18.77
EPS Est Act
1.13
2.24
2.46
1.63
1.99
4.67
3.86
8.37
0.76
12.03
3.47
EPS Est Fut
1.20
2.57
2.47
1.86
2.13
5.17
4.36
10.23
0.85
13.46
3.69
PER Est Act
9.95
16.31
10.48
11.58
10.48
14.83
13.50
8.93
14.80
15.11
7.10
PER Est Fut Div. Yield Ind
9.38
4.19%
14.24
2.87%
10.46
3.88%
10.18
3.97%
9.78
6.23%
13.41
2.31%
11.94
2.59%
7.31
6.03%
13.25
6.91%
13.50
0.99%
6.68
6.01%
Div. Yield Est
4.82%
3.25%
4.14%
5.29%
6.55%
2.53%
2.69%
5.84%
7.02%
1.14%
6.23%
Data Act
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
16-04-2008
Hora Act
16:35:57
16:35:57
16:35:57
16:35:57
16:39:20
16:36:04
16:35:09
16:35:00
16:35:14
16:35:29
16:38:29
Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida.
Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.
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em foco
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Empresas de pescado
em peso na feira
de Bruxelas
A Associação da Indústria Alimentar pelo Frio (ALIF), que filia
o sector industrial da congelação
de pescado, estará presente na
“European Seafood Exposition”,
uma das mais importantes feiras
desta área, a qual tem lugar entre
22 e 24 de Abril, em Bruxelas.
Estão já confirmadas as presenças
de 23 empresas nacionais, dos sectores do pescado congelado, salgado seco, fresco e da comercialização
de pescado e prestação de serviços.
Portugal no 27º
lugar do e-Readiness
Rankings
Portugal ocupa, pelo segundo
ano consecutivo, a 27º posição do
ranking internacional de desenvolvimento tecnológico, de acordo com
o e-Readiness Ranking de 2008, um
estudo da Economist Intelligence
Unit, em colaboração com o Institute for Business Value da IBM,
que classifica os países segundo o
seu grau de preparação tecnológica.
Após anos de algum declínio relativo, o resultado de Portugal nos
índices do e-Readiness tem vindo
a melhorar de forma consistente
desde 2006. Ainda assim, mantém-se abaixo da média da Europa
Ocidental, posicionando-se como
o penúltimo país dos 17 europeus
considerados no estudo.
Impresa lança-se
no segmento do turismo
O
grupo Impresa, detentor
do semanário “Expresso”
e dos canais SIC, lançou
a Impresa Turismo e Lazer, que
visa juntar, numa unidade, a produção de conteúdos de turismo e
lazer, quer para o grupo, quer para
clientes externos, numa perspectiva multimédia: online, offline e
media. Este é visto como um passo
na aposta de diversificação das suas
fontes de receita. Detida em partes iguais pela
Impresa Digital e pela Impresa
Jornais, a Impresa Turismo e Lazer pretende atingir um mercado
em expansão, com Portugal a bater em 2007 o recorde de turistas
(12 milhões) e o mercado interno
a ultrapassar os 9 mil milhões de
euros no ano passado. O objectivo
é, no espaço de um ano, ser líder
na produção destes conteúdos em
Portugal.
Um dos principais produtos é
a criação do portal Escape (www.
escape.pt). A ITL é ainda responsável pela criação de guias como o
Boa Cama Boa Mesa. A Impresa
Turismo e Lazer prevê uma facturação superior a um milhão de
euros em 2009, o seu primeiro ano
completo de actividade, estando o
break-even previsto no final desse
período. Festa do vinho e das Adegas
anima Azambuja
D
ecorre entre hoje e Domingo, em Aveiras de
Cima, Azambuja, uma
das maiores festas de vinho do Ribatejo. Trata-se da Àvinho, a Festa
do Vinho e das Adegas.
O visitante só tem de comprar
uma caneca, por dois euros, e
“beber à discrição”. O objectivo é
desafiar os presentes a provarem o
vinho das cerca de 15 adegas privadas presentes. Para acompanhar
a prova, “não foram esquecidas
barraquinhas de apetitosos petiscos pelo meio do percurso”. Tratase de “um dos poucos concursos de
vinho do produtor que ainda resiste”, e que já vai na 26ª edição. A
vertente técnica é controlada pelo
Instituto da Vinha e do Vinho.
43
Bastonário
dos biólogos quer
melhor governança
Tomou posse há dias o novo
bastonário da Ordem dos Biólogos, Domingos Abreu, que na
cerimónia alertou para o “clima
de conflito no ordenamento do
território e na conservação da natureza” que existe em Portugal.
Para Domingos Abreu, “não é
compreensível como Portugal
prescinde do envolvimento e das
capacidades das suas organizações
públicas profissionais na definição
dos modelos de gestão pública dos
interesses nacionais nas áreas em
que estas, enquanto entidades públicas, por definição, devem estar
envolvidas”. A definição da política nacional de conservação da natureza e biodiversidade é um mau
exemplo a esse nível.
Ray-Ban regressa
ao design original
Os conhecidos Ray-Ban regressam em força com a colecção
Primavera-Verão, através de dois
modelos novos, os RB 2140 e RB
2143. Trata-se de uma reprodução
do original e representa o modelo
de topo da colecção passada. Os
Ray-Ban Wayfarer apresentam novas cores para a nova estação.
O primeiro modelo tem nove
tonalidades diferentes, enquanto
que o segundo disponibiliza quatro cores.
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Nº 1245 / 18 Abril 2008 Semanal J 2,20 Portugal Continental
Autoeuropa duplica produção
em 2010
Governo coloca
para consulta Sistema
de Normalização
Contabilística
A Volkswagen Autoeuropa tem como meta duplicar
a produção a partir de 2010,
passando a montar 800 automóveis por dia e, assim, aproveitar toda a actual capacidade
instalada de 180 mil unidades
por ano. Para isso, a fábrica
vai produzir um quarto modelo, que se vai juntar ao monovolume
Sharan, que vai ter uma nova geração em 2010, ao descapotável Eos
e ao desportivo Scirocco (na foto), cuja produção vai arrancar nos
próximos meses.
O recém-nomeado director da fábrica, Andreas Hinrichs, adianta
que o próximo modelo será conhecido nas próximas semanas. O
novo Volkswagen Polo tem sido apontado pela comunicação social
como o automóvel em questão, contudo Hinrichs não dá certezas.
“Toda a gente está muito focada no Polo, mas pode haver uma surpresa”, referiu o executivo.
O Governo colocou para consulta pública o
novo Sistema de Normalização Contabilística
(SNC). Os objectivos são a simplificação contabilística para as empresas e a uniformizção de
de processos, relativamente aos restantes países
europeus. O sistema deverá entrar em funcionamento em 2010.
Com o SNC as empresas evitarão a dupla
contabilidade. O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, considera que a normalização
vai possibilitar a redução de custos de contexto das empresas. A adopção das normas internacionais de contabilidade está a ser realizada
pela Comissão de Normalização Contabilística
(CNC). As pequenas empresas terão normas
próprias.
Empresas de segurança e saúde
no trabalho sujeitas a auditorias
Reis Campos reconduzido
na presidência da AICCOPN
O Executivo pretende, ainda este ano, promover auditorias às 90 empresas prestadoras de serviços na área da segurança e da saúde no trabalho e que operam legalmente no
trabalho. O problema é que existem cerca de 490 empresas
prestadoras deste tipo de serviços, sendo que quatro centenas estão em processo de análise. A intenção do Governo
é sujeitar este sector de actividade a critérios de qualidade
mais exigentes. Esta foi uma das medidas anunciadas durante a apresentação da Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho, para o período até 2013.
Reis Campos iniciou o seu segundo mandato de três
anos à frente dos destinos da Associação dos Industriais da
Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN). Apenas
uma lista foi a sufrágio, prova que a anterior direcção desenvolveu um trbalho positivo. O presidente reeleito faz-se
acompanhar pela maioria dos elementos que esteve no primeiro mandato. A nova direcção apresentou-se com um
programa de acção que aponta para a necessidade de reclamar do poder político medidas urgentes que permitam
iniciar, ainda este ano, um novo ciclo de crescimento.
PUB
OS PODERES
CONCORRENCIAIS
A produção industrial
nacional registou um aumento mensal de 0,3%, em
fevereiro. Uma boa notícia,
tendo em conta que se verificou uma quebra de 1,4%,
em Janeiro e face ao mês de
Dezembro. Pode-se afirmar
que houve uma recuperação
considerável. Em termos homólogos, a produção industrial teve um acréscimo de
0,6%, em Fevereiro, o que
contraria a descida de 1,5%
de Janeiro, face a período
homólogo do ano passado.
Estrutura da Obra:
- Introdução
- Definição e tipos de
providências cautelares
- O poder para decretar
providências cautelares
- O caso Português
- O caso específico de uma
medida cautelar ordenada
por um Tribunal Comum
em relação com uma
arbitragem que se encontra
pendente
- Conclusão
Autor: Gonçalo Malheiro
Formato: 15,5 x 23 cm
Págs.: 80
Preço: A 10
ADE
ID
NOV
Crédito
à habitação
volta a subir
Esta monografia tem como objecto a arbitragem e dentro desta as regras
legais aplicáveis, nacional e internacionalmente, quando num processo
arbitral pretende a parte o decretamento de uma providência cautelar, tendo que escolher entre o Tribunal Arbitral e o Tribunal Comum. Também
são apreciadas as razões práticas e estratégicas que importa considerar
por quem está envolvido numa arbitragem e terá que optar pelo Tribunal
Arbitral ou pelo Tribunal Comum.
Pedidos para: Vida Económica - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. • 4049-037 PORTO
Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail encomendas: [email protected]

Nome
Morada
C. Postal
Nº Contribuinte
E-mail
 SIM. Solicito o envio de
exemplar(es) do livro OS PODERES CONCORRENCIAIS DOS TRIBUNAIS
ARBITRAIS E DOS TRIBUNAIS COMUNS PARA DECRETAMENTO DE PROVIDÊNCIAS CAUTELARES.
Para o efeito envio cheque/vale nº
 Debitem A
Cód. Seg.
, s/ o
, no meu cartão
 Solicito o envio à cobrança. (Acrescem A 4 para despesas de envio e cobrança).
ASSINATURA
, no valor de A
com o nº
emitido em nome de
e válido até
/
Produção
industrial
recupera
.
Mais uma má notícia para
as famílias. As taxas Euribor,
utilizadas no crédito à habitação, voltaram a agravar-se.
Tudo indica que as prestações no crédito à habitação
vão tornar a aumentar. A Euribor a três meses está agora
em 4,774% e a 12 meses em
4,780%. Trata-se da resposta do mercado ao facto de o
Banco Central Europeu não
possuir margem para descer
as taxas de juro. Menos ainda quando a inflação continua a atingir níveis cada vez
mais preocupantes. O combate à inflação é o objectivo
principal do BCE, pelo que
está fora a descida dos juros.
NOTA DE FECHO
Século XXI:
o século da mulher?
Celebrou-se no passado dia 8 de Março o Dia Internacional da Mulher. Fora da minha casa. Porque, na minha
casa, todos os dias é o dia da mulher.
Tendo abdicado há muito do poder real, restrinjo-me
a lutar pelas aparências, na linha do que dizia Monsenhor
Escrivá: “As melhores casas são
aquelas onde, sob a aparência
de que quem manda são eles,
quem verdadeiramente manda
são elas...”
Seja como for, o recentíssimo
livro, Microtrends (de M. Penn)
salienta o crescente domínio de
algumas profissões pelo sexo feminino.
Que profissões são essas? As
Jorge A.
Vasconcellos e Sá
profissões da palavra: relações
públicas (hoje 70% mulheMestre Drucker School
res nos EUA, contra 30% em
PhD Columbia University
Professor Catedrático
1970); jornalismo (57%); advogadas e estudantes de direito
(50%), directoras de faculdades de direito (66%); etc.
Por oposição às profissões técnicas, onde pontificam os
homens: arquitectura (só 14% mulheres); professores de
ciências (15%); etc. Ou as profissões físicas: Forças Armadas (só 7% de mulheres); operadoras de máquinas (14%);
etc.
Em Portugal? A tendência é a mesma, sendo de salientar um sector em especial: a Justiça: a percentagem de magistrados judiciais, do Ministério Público e advogados é
de, respectivamente, 47%, 50% e 50% e superior à média
na força de trabalho em geral.
De realçar que este domínio do feminino na Justiça tende a acentuar-se. Devido à tendência que vem do passado:
entre 1994 e 2006 a percentagem de advogadas cresceu
de 35% para 50%. E porque sendo a idade média dos homens superior eles sairão do sistema pela reforma.
O que trazem as senhoras às profissões da palavra (um
fenómeno distinto e por mais acentuado, da sua crescente
importância no mercado de trabalho em geral)?
As suas características específicas. E quais são estas? E
passo a citar vários estudos (atenção não é a minha opinião... que eu sobre este tema percebo muito pouco...)
“Sendo a idade média dos homens
superior eles sairão do sistema pela
reforma”
Primeiro: melhor espírito de grupo. Já que as mulheres
são melhores “team players”, por serem menos competitivas, mais “self-effacing” e ouvirem mais(?!).
Segundo: mais intuição, especialmente importante na
tomada das decisões nas empresas onde geralmente não se
dispõe mais de 60% da informação necessária.
Terceiro: mais organizadas e práticas. Os homens adoram reuniões. Por razões do passado: continuação das
centenas de milhares de anos de conselhos de caça; e do
presente: evita terem de pensar. Donde não trabalham, reúnem-se. Ou preparam a próxima. Ou analisam a última.
As mulheres? Detestam reuniões, pelo que estas são 1)
poucas, 2) curtas e 3) pontuais. Também aceitam viajar
muito menos que os homens.
Quarto: Multifacetadas (conseguem fazer mais coisas ao
mesmo tempo) e maior capacidade de trabalho (há quem
defenda que também são mais persistentes (?)).
Bem, certamente que as mulheres não são perfeitas no
trabalho, porque perfeita, perfeita, só a mulher de cada
um de nós, porque tem sempre razão...
Mas há quem diga que o século XXI será o século da
mulher, porque agora o trabalho físico é menos importante e a aptidão técnica releva sobretudo na parte baixa
da empresa.
No topo é necessário duas qualidades onde as mulheres são francamente superiores aos homens: intuição (para
se ter visão) e sensibilidade (para criar espírito de grupo).
Pelo que - segundo alguns — as mulheres estariam biologicamente melhor preparadas para os desafios deste século.
Que por isso será um século dominado pelas mulheres.
Uma novidade.
Ou não? É que, quando disseram a Churchill que uns
sociólogos previam que no ano 2000 as mulheres dominariam o mundo, ele respondeu: ainda?
tecnologias
de informação
ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1245, DE 18 DE ABRIL DE 2008,
E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
Oracle, IBM e Microsoft debatem tema à mesa de pequeno-almoço da “Vida Económica”
Portugal está apto
a receber modelo SaaS
José Fernandes,
Microsoft
Luís Ganhão,
Oracle
Jorge Soares,
IBM
Mercado das TI
ainda está em retracção
A
té 2012, pelo menos um terço dos investimentos em aplicações de software
empresarial será em subscrições e não em licenças de produto, diz a Garter.
Uma mudança que poderá antever o sucesso que o conceito SaaS (Software as a
Service) tem vindo a alcançar nos mercados por todo o mundo. Porque com SaaS, a entidade utilizadora paga os serviços de software em proporção ao que usa. Quase como
se da conta da luz se tratasse. Os grandes fornecedores estão todos lá. No SaaS. Por isso,
resolvemos sentar à mesma mesa de pequeno-almoço três nomes de peso: IBM, Oracle
e Microsoft. E perguntamos se, afinal, as coisas são assim tão simples. Porque se lermos
no “papel”, é tudo perfeito. Mas será mesmo? E mesmo que seja ajustado a uma grande
parte das empresas, nomeadamente portuguesas, porque é que muitas vezes o conceito
“não pega”? Quais as dificuldades que os grandes players estão a ter na proliferação
deste modelo? Estão as empresas portuguesas aptas a ter as suas aplicações “fora de
casa”? Jorge Soares, arquitecto sénior da IBM, José Fernandes, director da Microsoft e
Luís Ganhão, Sales Consultant da Oracle prevêem que as empresas lusas estejam aptas
a abraçar o modelo SaaS.
Pág. 7
PME despertam
para factor segurança
Pág. 4
Cesce
reorganiza negócio
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2
tecnologias de informação
sexta-feira,18 Abril de 2008
Oracle, IBM e Microsoft debatem tema à mesa de pequeno-almoço da “Vida Económica”
Portugal está pronto para receber SaaS
Até 2012, pelo menos um terço dos investimentos em aplicações
de software empresarial será em subscrições e não em licenças de
produto, diz o Garter.
Uma mudança que poderá antever o sucesso que o conceito SaaS
(Software as a Service) tem vindo a alcançar nos mercados por
todo o mundo. Porque, com SaaS, a entidade utilizadora paga os
serviços de software em proporção ao que usa. Quase como se da
conta da luz se tratasse.
Os grandes fornecedores estão todos lá. No SaaS. Por isso,
resolvemos sentar à mesma mesa de pequeno-almoço três nomes de
peso: IBM, Oracle e Microsoft. E perguntamos se, afinal, as coisas
são assim tão simples. Porque se lermos no “papel”, é tudo perfeito.
Mas será mesmo?
Estão as empresas portuguesas aptas a ter as suas aplicações “fora
de casa”? Jorge Soares, arquitecto sénior da IBM, José Fernandes,
director da Microsoft, e Luís Ganhão, Sales Consultant da Oracle,
prevêem que as empresas lusas estejam aptas a abraçar o modelo
SaaS.
Como podem os departamentos de Tecnologias de Informação (TI) beneficiar ao
adicionar aplicações SaaS ao seu portfólio
de serviços? Quais as implicações, no ambiente de computação das empresas, da
adição de aplicações externamente hospedadas? O que é necessário fazer para se estar preparado para SaaS? Estão as empresas portuguesas receptivas a este modelo?
Jorge Soares, arquitecto sénior da IBM,
José Fernandes, director da Microsoft, e
Luís Ganhão, sales consultant da Oracle
prevêem que as empresas lusas estejam aptas a abraçar o modelo SaaS.
Mas vamos por partes. Oferecer o software como serviço. De forma sintética,
SaaS pode ser definido como “software
utilizado como um serviço hospedado e
acedido através da Internet”. Em contraste com o modelo de licença normalmente
usado para software no local, o acesso à
aplicação SaaS é frequentemente vendido
usando o modelo de subscrição, com os
consumidores a apenas pagarem uma taxa
pelo uso da aplicação. As estruturas de
taxas variam de aplicação para aplicação,
sendo que alguns provedores cobram uma
taxa básica por acesso ilimitado a algumas
ou todas as características das aplicações, mecanismo efectivo de distribuição de
enquanto outros cobram taxas que va- software cria uma oportunidade para os
riam com o uso.
departamentos de TI mudarem o seu foco
Basta dar uma volta pela internet para de empregar e dar suporte a aplicações
vermos a dimensão que este modelo está para o de gerenciar os serviços que aquelas
a ter no mercado. Comunicação social, aplicações oferecem. Mas há alguma especificidade para acofornecedores e clientes explanam por
todo o mundo virtual as vantagens e des- lher SaaS? Não propriamente. Mas os três
convidados da
vantagens de fornecer
“Vida Económio software como um
ca” concordaram
serviço. Há mesmo
que o primeiro
quem defenda o que se
Basta dar uma volta pela
passo é que a
pode denominar de “ a
empresa cliente
evangelização” do mointernet para vermos
se conheça a si
vimento Software as a
a dimensão que este
Service. própria e saiba, o
Segundo eles, os esmais exactamenmodelo está a ter no
pecialistas, SaaS tem o
te quanto lhe for
potencial de transforpossível, o que
mercado. Há quem
mar o modo pelo qual
defenda “ a evangelização” quer.
departmentos de TI se
As pequenas e
relacionam, bem como
médias
empresas
do movimento SaaS.
de pensar o papel que
são umas exceesses departamentos
lentes candidatas
têm como provedores
ao SaaS. Nos Esde serviços de comtados Unidos, a
putação para o resto da empresa. E di- adopção deste modelo entre as PME dozem que a emergência do SaaS como um brou nos últimos três anos. A facilidade
de uso, implementação e manutenção parecem influenciar positivamente a compra
do serviço, em vez da licença. A projecção
é de que o modelo de negócio se expanda ainda mais entre as médias empresas
que, até ao momento, apresentaram investimentos seis vezes maiores do que as
organizações de pequeno porte.
Segurança continua
a preocupar empresários
… mas já não tanto
O tema segurança dos dados assola a
mente dos empresários. Mas a postura
dos gestores está a começar a mudar. Segundo Jorge Soares, da IBM, as empresas ainda afloram esta questão mas agora
com mais alguma coerência. “Penso que
é um pouco como quando surgiu o multibanco. Há alguma desconfiança numa
primeira fase que, com a utilização, se vai
desvanecendo. Daqui a uns anos acredito
que seja uma pergunta automaticamente
respondida”.
José Fernandes, director da Microsoft,
admite que, neste caso, é também papel
dos fabricantes, quando colocam deter-
Os convidados em discurso directo
José Fernandes, Microsoft
José Fernandes admite que é também papel dos fabricantes, quando colocam determinadas soluções no mercado,
explicar claramente o que está em causa. Mas há outro
ângulo de abordagem dado pelo director. A verdade é que
os gestores confiam mais nos dados que têm dentro da sua
empresa, mas com os quais não estão a ter os devidos cuidados para os preservarem, do que nos dados que entregam a alguém que tem todos os métodos para os preservar.
Luís Ganhão, Oracle
“A verdade é que, quando confrontados com o nível de
segurança que os profissionais nesta área têm e quando
comparam com a que a própria empresa pratica, acabam
sempre por preferir que outros cuidem dos seus dados”.
Para a Oracle, e pelos contactos que têm tido e por alguns
negócios que estão a ser lançados e vão brevemente entrar
em produção, claramente Portugal está “apto” a abraçar o
conceito SaaS.
Jorge Soares, IBM
O tema segurança dos dados assola a mente dos empresários. Mas a postura dos gestores está a começar a mudar.
Segundo Jorge Soares, as empresas ainda afloram esta
questão mas agora com mais alguma coerência. “Penso
que é um pouco como quando surgiu o multibanco. Há
alguma desconfiança numa primeira fase que, com a utilização, se vai desvanecendo. Daqui a uns anos acredito que
seja uma pergunta automaticamente respondida”.
tecnologias de informação
minadas soluções no mercado, explicar “sossega” os clientes. Mas, mesmo assim,
claramente o que está em causa. Mas há por exemplo José Fernandes acredita haoutro ângulo de abordagem dado por José ver lugar para todos. “O facto de haver
Fernandes. A verdade é que os gestores um nome por detrás pode ser importante
confiam mais nos dados que têm dentro mas depois acho que vai haver pequenas
da sua empresa, mas com os quais não es- empresas a criarem aplicações em modelo
tão a ter os devidos cuidados para os pre- SaaS. Temos já alguns casos em que isso
servarem, do que nos dados que entregam está a acontecer. Ou seja, cria-se aqui uma
a alguém que tem todos os métodos para parceria com uma grande marca sobre a
os preservar.
qual empresas mais pequenas desenvol“Uma pequena empresa tem redundân- vam os seus próprios modelos e vendam
cia nos seus dados? Muito provavelmente em SaaS”.
não. E o serviço, sendo fornecido por proNa “vida real”, como é que tudo aconfissionais, diminui brutalmente qualquer tece? As empresas já pedem SaaS? Quais
tipo de risco. Repare que qualquer ameaça as primeiras perguntas que fazem? Jorge
que haja é o fabricante ou o parceiro que Soares, da IBM, defende que as empresas
tem que responder por isso. Desse ponto já sabem mais ou menos o que querem.
de vista, a segurança é maior. Porque se “O que acontece muitas vezes é haver um
de alguma forma a confidencialidade dos misto de curiosidade em saber se este ou
dados for quebrada é o fim do negócio e aquele modelo se aplica à sua organização
ninguém vai querer correr esse risco”, ex- e que benefício poderá trazer. Mas é verplicou o responsável da Microsoft.
dade que às vezes é mais curiosidade do a
A experiência da Oracle é mais “positi- vontade de passar à acção”.
va”, sendo que Luís Ganhão admite que
Relativamente ao tempo de decisão,
hoje as empresas já estão mais seguras na Jorge Soares admite que, neste caso esentrega da sua informação. “Acho que isso pecífico, seja mais curto do que o habijá deixou de ser pretual, uma vez que
ocupação”.
o retorno é mais
Também Jorge Sofacilmente tangível
As pequenas e médias
ares corrobora desta
do que noutras siempresas são umas
opinião até pela extuações.
periência que as emA Microsoft deexcelentes candidatas
presas já vão tendo
fende um modelo
no outsourcing. “E
que “foge” um pouao SaaS. Nos Estados
as grandes empreco do clássico SaaS.
Unidos, a adopção deste
sas estão a passar
Um modelo mais
essas mensagens às
híbrido que é o sofmodelo entre as PME
pequenas organizatware + serviço. “A
ções. Repare: por
empresa tem um
dobrou nos últimos três
mail com certeza
problema que pode
anos.
circula informação
ser resolvido ou
muito mais crítica
com SaaS puro ou
do que a depositada
com um misto de
no repositório de dados…”, ilustrou o ar- ambas as soluções. Pode haver vantagens
quitecto sénior da IBM.
em ter algum software residente. Porque,
“A verdade é que, quando confrontados por exemplo, é verdade que as comunicacom o nível de segurança que os profis- ções são cada vez mais fiáveis e a largura
sionais nesta área têm e quando compa- de banda é boa mas e se por algum motivo
ram com a que a própria empresa pratica eu um dia não tenho conectividade? Fico
acabam sempre por preferir que outros sem sistema. Não podemos esquecer isso.
cuidem dos seus dados”, acrescentou Luís Obviamente que os sistemas devem ter a
Ganhão.
redundância possível, sabendo de antemão que essa redundância tem custos”.
No SaaS
Consensual parece igualmente ser as
vai haver espaço
áreas mais “solicitadas” para SaaS. Repara todos
cursos Humanos, CRM, mail… ou seja,
todas as ferramentas que no fundo são hoMas se a segurança e a confiança no rizontais às necessidades do negócio.
“player” é assim tão absolutamente necessária, sobretudo em conceitos como Como irá este
o SaaS em que para aceder à aplicação se mercado evoluir?
está dependente de um fornecedor, haverá
Qual será o futuro deste conceito? Veio
espaço para nomes menos sonante do que
a IBM, a Microsoft, a SAP, a Oracle ou a para ficar? Aliás, o conceito de SaaS é freGoogle? Os convidados concordam que a quentemente associado aos ASP (Appli“marca” é importante no sentido em que cation Services Providers) que nos anos
BENEFÍCIOS APRESENTADOS PELO MODELO SAAS
Melhor qualidade de serviço
• permite que os provedores introduzam inovações simultaneamente para toda
a base instalada
• melhor disponibilidade
• provedor tem que tratar o cliente bem para ele “não fugir”
• provedor foca-se em qualidade de serviço, não em “features” como quando
se vendem licenças
• provedores oferecem test drive
• acesso não limitado pela localização geográfica
Centralização
• empresa cliente não tem que tratar de delivery, operação, suporte
• cliente só “usa” a TI
• especialistas em TI estão centralizados no provedor
• são compartilhados por todos os clientes
• empresa cliente mantém seu foco no seu negócio
Menor
preço
• SaaS é despesa operacional mensal e não despesa de capital
• muito mais fácil convencer o director financeiro
• não há grande despesa inicial com hardware e licenças
• implementação muito rápida e menos dispendiosa
• redução de custos internos de manutenção, upgrade de HW e SW, staff
sexta-feira, 18 Abril de 2008
1990 ofereciam aplicações de negócio
pela Internet. Estas tentativas iniciais
de software distribuído pela web tinham
mais em comum com as tradicionais aplicações nas organizações (on-premise) do
que com as modernos aplicações SaaS em
algumas coisas, tais como licenciamento
e arquitetura. Como aquelas aplicações
eram originalmente construídas como
aplicações para um único inquilino (“single-tenant”), as habilidades para compartilhar dados e processos com outras aplicações eram limitadas, e tendiam a oferecer
poucos benefícios económicos em relação
aos seus parceiros localmente instalados.
Pelo menos foi com estes argumentos que
a indústria justificou o desaparecimento
deste conceito. Mas, hoje, as aplicações
SaaS tiram vantagens dos benefícios da
centralização através de uma instância
única, uma arquitetura multi-inquilinos
(“multi-tenants”) e provêm uma experiência mais rica em características e competitiva quando comparável às aplicações
locais (on-premise). Uma típica aplicação SaaS é oferecida tanto diretamente
pelo vendedor ou por um intermediário
chamado agregador, que empacota ofertas
SaaS de diferentes vendedores e as oferece
como parte de uma plataforma unificada
de aplicações.
O que pode correr mal…
Mas, então, o que pode eventualmente
correr mal? A esta questão os convidados
literalmente deram a volta para “o que fazer para evitar que corra mal”. E de uma
coisa estão os três em acordo: as empresas têm que conhecer os seus processos de
negócio. “Se não o fizerem efectivamente
pode correr mal. Temos de os ajudar a conhecerem-se a si próprios”. Outro aspecto
a ter em conta é o facto de mais de metade
dos “early adopters” de SaaS terem duas,
por vezes três, aplicações sobre diferentes
plataformas. “O que poderá acontecer é
mais tarde voltarem a ter o pesadelo da
integração”.
Aqui, a Microsoft fala em interoperabilidade, palavra que José Fernandes considera ser chave em todo este processo. “A
questão do ‘sign on’ é fundamental. Eu
tenho várias pessoas com várias ferramentas. Será que tenho de fazer o ‘sign on’
para cada uma das aplicações. O ideal era
ter um conjunto de serviços que quando
um trabalhador se autentica pudesse entrar nessas aplicações. Penso que será essa
interoperabilidade que vai ser o grande
desafio para que tudo seja transparente e
para que a pessoa salte de aplicação em
aplicação à medida que precise. Se isto
3
não for bem feito, sim, podemos ter um
problema”.
Mas está ou não Portugal apto a acolher
o conceito nas suas empresas. Para Oracle, e pelos contactos que têm tido e por
alguns negócios que estão a ser lançados
e vão brevemente entrar em produção,
claramente sim. A Microsoft é mais “suave” e diz que “estamos a ver o mercado
evoluir no sentido positivo”. Já a IBM diz
não perceber porque não há-de vingar já
que apresenta benefícios quer para as empresas, quer para os ISV.
25% das aplicações
de negócio em 2011
vão ser entregues
através de SaaS
Os números são do Gartner. Se, em
2005, estimava que o Software as a Service representasse cerca de 5% das receitas
de aplicações de negócio, esse valor deverá
ascender aos 25% até 2011. Estes analistas admitem que este modelo de entrega
de software varia significativamente por
segmento de mercado. No CRM, por
exemplo, o SaaS representava qualquer
coisa como 8% do total das receitas de
software em 2005. Mas, por invés, se falarmos em ERP e Supply Chain Management, o Gartner já assume que esse valor
desce para menos de 4%.
Segundo a análise do Garter, a maioria
das experiências SaaS estão a ser focadas
em iniciativas departamentais individuais, como seja a gestão da força de vendas.
Excepto nas PME. Nas pequenas e médias
empresas, os analistas admitem estarem
a começar a ver os players a fornecerem
potencialidades mais em processos “endto-end”.
O Gartner defende ainda que, à medida que mais empresas adoptem este modelo, a dinâmica de como as aplicações
são compradas e vendidas vai mudando.
Nos últimos anos, o principal comprador
de SaaS eram os líderes de negócio, tais
como os vice-presidente das vendas ou o
responsável pelos recursos humanos, sem
grande envolvimento das TI central. Esse
panorama está agora a mudar à medida
que as empresas começam a ter noção de
que, ao que parece, o SaaS veio para ficar.
“Os responsáveis pelo negócio e as TI devem envolver-se na selecção dos processos e na gestão dos contratos de SaaS. Ter
estas duas partes envolvidas no processo
conduz a que seja tomada uma melhor,
mais eficiente e efectiva decisão”.
SUSANA MARVÃO
[email protected]
4
tecnologias de informação
sexta-feira,18 Abril de 2008
Filipe Rolo, director de vendas da Trend Micro em Portugal, acredita
PME despertam
para factor segurança
Filipe Rolo, director de vendas da Trend Micro em Portugal, garante
que as pequenas e médias empresas estão progressivamente a dotar-se
de mecanismos de defesa contra as ameaças de segurança.
VE – Têm sentido que o aumento exponencial de ataques, assim como a sua sofisticação, tem vindo a criar
novas oportunidades para os fornecedores?
As empresas estão cada vez mais despertas para o factor segurança. A procura de
soluções de gestão centralizada já não existe apenas nas grandes organizações, com redes
informáticas de grande dimensão e complexidade, mas também nas pequenas e médias
empresas. Até porque Filipe Rolo, director de vendas da Trend Micro em Portugal,
garante que, nos últimos anos, assistimos de forma ascendente à profissionalização dos
criminosos, que está directamente relacionada com o aumento dos ataques maliciosos.
A estratégia de infecção sofreu também alterações, sendo que o que anteriormente estava
centralizado em ataques de e-mail transformou-se em ataques Web.
siderados seguros, como os de empresas da “Fortune 500”,
escolas e organizações governamentais. As ameaças de segurança já não estão também limitadas aos PC. Os dispositivos
móveis, à medida que vão ficando mais sofisticados, ficam
em risco de um ataque semelhante com vírus, spam, trojans,
malware, entre outros tipos de códigos maliciosos. Também
os gadgets com capacidades wireless, tais como Wi-Fi e Bluetooth, e de armazenamento, tornam-se importantes fontes de
dados e portadores de infecções.
FR – Nos últimos anos, assistimos de forma ascendente à
profissionalização dos criminosos, que está directamente relacionada com o aumento dos ataques maliciosos. A estratégia
de infecção sofreu também alterações – o que anteriormente
estava centralizado em ataques de e-mail transformou-se em
ataques Web. A maior parte destes ataques direccionam o utilizador a sites maliciosos, que exploram as vulnerabilidades do
VE – Quais os principais desafios que o mercado porbrowser. Numa versão mais avançada, os criminosos conseguem introduzir-se na Web oficial das empresas e inserem có- tuguês apresenta?
FR – As pequenas e médias empresas estão progressivamendigos maliciosos. Assim, quando o utilizador faz uma pesquisa
te a dotar-se de mecanismos de defesa
Google e acede ao site da empresa, fica
contra as ameaças de segurança. Embocom o seu PC automaticamente infecUma das apostas
ra tenham redes de menor dimensão e
tado. A preocupação com a segurança,
com menos utilizadores, sentem cada
tanto nos utilizadores individuais como
estratégicas da Trend
vez mais que as soluções de segurança
empresariais, tem vindo a aumentar em
lhes permitem reduzir ataques impreviconsonância com o crescimento das
Micro para 2008 no
síveis que anteriormente colocavam em
ameaças e dos formatos de propagação.
mercado nacional
perigo a sua produtividade ou eficácia
Dado o trabalho de consciencialização
de trabalho. Este é um importante desados fabricantes de segurança como a
continuará a ser a
fio para o tecido empresarial português.
Trend Micro, os utilizadores estão cada
Tendo em conta as características deste
vez mais atentos a possíveis ataques, essegurança para as
tipo de empresas (redes de menor dipecialmente durante a sua utilização da
pequenas e médias
mensão, falta de técnicos especializados
Internet.
para gestão das soluções implementadas
No entanto, embora exista esta maior
empresas.
e menor preparação dos colaboradores
atenção ao tópico das ameaças informápara os temas de segurança tecnológica),
ticas, dado o carácter imprevisível de
grande parte delas, os utilizadores permanecem quase sempre desenvolvemos soluções “chave na mão”, que permitem a gesdependentes da antecipação dos fabricantes experientes para tão simplificada e central de toda a segurança. As Trend Miestarem preparados contra possíveis ataques. Esta realidade cro Worry Free Solutions e as NeatSuite for SMB aumentam
parece determinar, para o futuro próximo, a atenção contí- a rentabilidade e a eficiência operacional, garantindo pouco
nua dos utilizadores para se manterem informados e alerta e envolvimento técnico em questões de segurança informática.
garantirem a segurança de todos os seus dispositivos.
VE – Ainda se verifica alguma apatia no ciclo de deVE – Na visão da Trend Micro, como se vai comportar cisão do investimento por parte das empresas? Ou este
ciclo já está mais curto?
o mercado nos próximos dois anos?
FR – O ciclo de decisão das empresas, nomeadamente
FR – O último Relatório de Ameaças de 2007 e Novas
Tendências de Malware para 2008 da Trend Micro salienta das pequenas e médias empresas, é caracteristicamente lonque os “hackers” estão a intensificar os seus ataques a sites go, mas tende a diminuir devido à necessidade de aposta na
considerados legítimos. O número de páginas web compro- segurança de informação. As empresas começam a entender
metidas com códigos de malware tem vindo a crescer lenta- a necessidade de contemplarem no seu investimento anual
mente, tendo no entanto já superado o número de websites uma parcela para a segurança informática, o que contribui
maliciosos, criados especificamente por cibercriminosos. Esta substancialmente para a diminuição do ciclo de decisão e imtendência aponta para novos perigos para sites até aqui con- plementação de soluções de segurança.
VE – Quais as principais linhas estratégicas para
2008?
FR – Uma das apostas estratégicas da Trend Micro para
2008 no mercado nacional continuará a ser a segurança para
as pequenas e médias empresas. Com menores recursos técnicos e económicos e baixo grau de conhecimentos tecnológicos, este tipo de empresas está cada vez mais consciente da necessidade de segurança e necessita de produtos especialmente
direccionados para as suas características.
VE – Qual a abordagem que fazem ao mercado luso?
Difere em algum aspecto das restantes casas europeias?
FR – O mercado da segurança informática tende continuamente a crescer e a realidade portuguesa não é excepção.
Como salientei anteriormente, o mercado nacional está caracterizado pelas pequenas e médias empresas.
VE – Qual o cliente tipo da Trend Micro no nosso
país?
FR – Somos uma empresa essencialmente focalizada em
soluções empresariais, trabalhando com todo o tipo de
empresas – desde grandes organizações, administração pública, faculdades e outras entidades, a pequenas e médias
empresas. No entanto, consideramos essencial partilhar
com os utilizadores individuais o nosso amplo conhecimento e experiência em segurança. Como tal, desenvolvemos diversas soluções adaptáveis também a utilizadores
domésticos.
VE – Quais os cinco passos que uma pequena e média
empresa deve dar para se proteger?
FR – As PME necessitam cada vez mais de proteger o utilizador que acede aos seus conteúdos Web. Necessitam de
boas práticas de segurança, como a aplicação de filtros, para
bloquear o acesso a sites maliciosos e a códigos de infecção
que estejam escondidos em ficheiros executáveis. As empresas devem obter soluções de: defesa integrada “all in one”
(uma única solução que oferece protecção contra malware,
spyware e outras ameaças emergentes); protecção automática contra ameaças (bloqueia rapidamente códigos maliciosos
sem interrupções ou intervenção manual); e administração
zero (protege sem necessidade de gestão, reduzindo o custo
total de propriedade).
EMPRESAS JÁ ESTÃO CONSCIENTES DOS PERIGOS
Mas será que os departamentos
de TI estão já suficientemente
preparados para lidar com as crescentes ameaças aos seus dados?
Filipe Rolo admite que as empresas estão cada vez mais despertas
para o factor segurança. A procura de soluções de gestão centralizada já não existe apenas nas
grandes organizações, com redes
informáticas de grande dimensão
e complexidade, mas também nas
pequenas e médias empresas, tão
características do tecido empresarial português. “Nestas, temos
vindo a acompanhar um aumento
da sua procura por soluções fáceis
de utilizar e implementar e que
permitam uma gestão da segurança ‘sem complicações”.
No seu entender, este facto prova
que a segurança é um elemento
base para a eficácia e rentabilidade de qualquer empresa, seja qual
for a sua dimensão. Sendo assim,
deve estar na base de toda a sua
governação, exigindo um planeamento antecipado dos factores
críticos de negócio e dos mecanismos de recuperação rápida.
Este tipo de planeamento permite
à organização diminuir o tempo e
quebra na produtividade e reduzir
as possibilidades de perda de informações confidenciais.
“É de realçar ainda a crescente
importância da segurança nas
empresas com grande mobilidade entre os colaboradores, exigindo que os equipamentos utilizados no exterior possam sempre
estar em conformidade com as
políticas de segurança da rede
interna. Penso que esta é uma
preocupação transversal às empresas de todos os sectores. Os
colaboradores móveis, equipados
com computadores portáteis,
desprotegidos e inseguros, podem inadvertidamente ou intencionalmente expor a informação
confidencial da empresa através
das redes sem fios. Devido ao
aumento do número de dispositivos USB, todos os computadores
empresariais ficam sobre perigo.
O tempo, dinheiro e reputação
de uma instituição estão em risco quando ocorre qualquer tipo
de perda de dados, exigindo aos
profissionais de segurança agir
de forma imediata para recuperar
informações cruciais e eliminar a
fuga”.
SUSANA MARVÃO
[email protected]
tecnologias de informação
sexta-feira, 18 Abril de 2008
5
Entre 10 mil candidaturas de 60 países
Seara.com recebe menção honrosa
com site da fundação Serralves
A Seara.com conquistou um prémio (director criativo da AKQA), Matt Groemundial de reconhecimento pelo trabalho ning (criador dos “Simpsons”) e Rob Glaefectuado no site da Fundação de Serralves ser (CEO da Real Networks), entre outras
(www.serralves.pt). A “Menção Honro- de igual reconhecimento público.
sa” na categoria das instituições culturais
Na mesma categoria da Seara.com estão
foi atribuída pela The International
instituições
Academy of Digital Arts and Scientão
prestices (Estados Unidos da América) no
giadas e rePrémios são
decorrer da 12ª edição dos “Webby
conhecidas a
Awards”. Considerados pelo prestinível internaatribuídos
giado jornal “The New York Times”
cional como
como os “Oscars da Internet”, estes
o Museu de
em função da
prémios são atribuídos em função
Arte Moderna
excelência dos sites
da excelência dos sites candidatos
(MOMA), o
em cerca de 70 categorias. Este ano,
Guggecandidatos em cerca Museu
houve mais de 10 mil candidaturas,
nheim Bilbao
oriundas de mais de 60 países.
(Espanha), o
de 70 categorias
Esta “Menção Honrosa” significa
Ford’s Theque a Seara.com ficou entre os 15%
atre Virtual
de candidaturas escolhidas pelo exiTour (EUA), a
gente júri dos “Webby Awards”. O júri é Britsh Telecom (Reino Unido), o Tate Tracomposto por figuras incontestadas como cks HD, o Lower East Side Tenement MuDavid Bowie (músico), Richard Branson seum (EUA), o Palazzo Grassi (Itália) ou o
(fundador do Virgin Group), Rei Inamoto Mingei Internacional Musem (EUA).
Ataques maliciosos
afectam sites fiáveis
No passado, os utilizadores tinham que visitar sites maliciosos
intencionalmente ou clicar em
anexos de email maliciosos para se
tornarem vitimas de uma ameaça
de segurança. Mas a realidade de
hoje é substancialmente diferente.
Actualmente, os hackers estão a
comprometer web sites legítimos e a
utilizá-los como um meio de distribuição para ataques a computadores domésticos e empresariais. A Symantec, uma empresa de segurança,
verificou que os atacantes estão a
dedicar-se, em específico, a sites que
possuem maior probabilidade de
serem de confiança para os utilizadores finais, como por exemplo sites
de redes sociais.
Os atacantes estão a tirar partido
de vulnerabilidades específicas de
sites que podem ser utilizadas como
um meio de lançar outros ataques.
Durante os últimos seis meses de
uma estreita colaboração com a Fundação
de Serralves.
2007, diz a Symantec que existiram
qualquer coisa como 11 mil vulnerabilidades de “cross-site scripting”,
específicas de sites, reportadas na
Internet. Estas representam vulnerabilidades em web sites individuais. Contudo, apenas 473 das mesmas (cerca de 4%) foram corrigidas
pelos administradores dos web sites
afectados, durante o mesmo período, representando uma janela de
oportunidades enorme para os hackers que procuram lançar ataques.
O “phishing” continua a ser um
problema. Nos últimos seis meses
de 2007, a Symantec observou quase 88 mil hospedeiros de “phishing”
- computadores que hospedam um
ou mais web sites de “phishing”.
O relatório elaborado pela Symantec também verificou que os atacantes estão à procura de informação
confidencial de utilizador final que
poderá ser utilizada, de forma frau-
Formação para empresas
Vida económica
NCurso de ANÁLISE
ECONÓMICO-FINANCEIRA (25h)
A Critical Links anunciou a
contratação de Vasco Correia para
o lugar de Director Comercial
para o Sul da Europa. Este responsável ficará sediado no escritório
de Lisboa.
Vasco Correia traz para a Critical Links uma extensa experiência
na área de vendas e de desenvolvimento de negócio, com provas
dadas na indústria das tecnologias
de informação e das telecomunicações, Mais recentemente, ocupava funções de Desenvolvimento
de Negócio na Telindus, um integrador de sistemas europeu.
de modernidade e de funcionalidade, além
de a imagem on-line ser fiel à realidade do
museu. Para a elaboração do site, houve
dulenta, para ganho financeiro e
estão menos focados em computadores ou dispositivos que contêm a
informação. Nos últimos seis meses
de 2007, 68% de ameaças maliciosas mais predominantes, reportadas
à Symantec, tentavam comprometer
informação confidencial.
Finalmente, os atacantes estão a
tirar partido uma economia paralela
amadurecida para vender, comprar e
trocar informação furtada. Esta economia caracteriza-se pelo número de
características comuns às economias
tradicionais. Por exemplo, forças de
mercado da oferta e da procura possuem um impacto directo no preço.
Informação de cartões de crédito,
que se tornou abundante neste ambiente, contabilizou 13% de todos
os bens publicitados – decrescendo
22% em relação ao período passado
e foram vendidos a um preço mínimo de 40 dólares.
PUB
ABRIL
Critical Links
reforça equipa
No caso do Museu de Serralves, a Seara.
com já havia sido reconhecida, no início
deste ano, por um conjunto significativo
de especialistas do sector que participaram
numa análise a diversos
trabalhos na
web a convite do jornal
“Público”.
Os elogios
foram dirigidos para
o facto de
as páginas
serem muito apelativas
visualmente, sobretudo pela forma como a informação está
organizada, dando a sensação de espaço,
6 a 29 de Maio:
3as e 5as das 17h00 às 20h30 (7
sessões). Palácio da Bolsa
Preço: 425+IVA.
Assinantes: G340 + IVA
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NRESPONSABILIDADE SOCIAL
DAS ORGANIZAÇÕES
29 de Maio:
das 09h00 às 18h00 (8h)
Palácio da Bolsa
Preço: 150+IVA.
Assinantes: G125 + IVA
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES
Ana Maria Vieira – Vida Económica Editorial, SA • Rua Gonçalo Cristóvão nº111, 6ºEsq., 4049-037 Porto
TELEFONE: 223399457/0 FAX: 222058098 • Mail: [email protected]
6
tecnologias de informação
sexta-feira,18 Abril de 2008
Reestruturação
CESCE: regresso às origens
Empresa decidiu reorganizar o negócio, focalizando-se nas suas áreas “core”: o armazenamento e a segurança. Simultaneamente, aponta baterias a
novas áreas emergentes, como a distribuição, a saúde e as “utilities”
Presente no mercado nacional
desde 1998, a CESCE não necessita de grandes apresentações.
Pautada pela discrição, o seu negócio tradicional sempre foi o
do armazenamento informático.
Mas a empresa rapidamente percebeu que necessitava de alargar
o âmbito do seu negócio. “Havia
necessidade de a CESCE ganhar
competências em outras áreas”,
afirma Paulo Pinto, Country Sales
& Operations Director da CESCE. Simultaneamente, a SIA, cuja
área “core” é a segurança informática, também estava interessada
em diversificar o seu negócio. Estávamos em 2004, data em que a
CESCE foi adquirida pelo grupo
SIA e assumir uma vertente internacional.
A integração entre as duas empresas foi fácil, mesmo porque o
negócio do armazenamento convergia com o da segurança. Agora
a empresa pode oferecer uma solução integrada aos seus clientes.
Com a vantagem da partilha de
conhecimentos/experiências entre
as várias filiais do grupo. Feitas as
contas, e dado que se mantiveram
as equipas, Paulo Pinto faz uma
avaliação positiva da operação.
Mas ainda é possível fazer mais.
E é nisto que a CESCE está apostada. A organização, que efectua
uma reorganização a cada dois
anos, aponta agora baterias a uma
refocalização das suas áreas “core”:
armazenamento e segurança. E
nem a entrada de novos concorrentes, na área do armazenamento
para mainframe, fez equacionar
a estratégia da CESCE. É certo
que teve algum impacto no negócio, mas também “nos permitiu focalizar a atenção em outras
áreas, como a dos ambientes distribuídos”, constata Paulo Pinto.
E mesmo o impacto sentido foi
relativo, dado que, apesar de ter
havido uma dimensão relativa das
vendas, os contratos de manutenção mantiveram-se. “Acreditamos
que é possível obter vendas adicionais no armazenamento para
cobrir essas reduções”, afirma o
responsável máximo da CESCE.
E a fórmula é simples: há que criar
novas áreas de negócio. Estas vão
desde o arquivo de correio electrónico, passando pelo ciclo de vida
da informação, entre outras. E
são áreas que foram desenvolvidas
pós-2004, ou seja, fruto da fusão
com a SIA.
“Hoje os clientes não pedem armazenamento puro”, afirma Paulo
Pinto. As empresas têm projectos
e querem soluções e funcionalidades. O que equivale a dizer que há
um domínio da componente serviços e software versus o hardware.
O que já se reflecte nas vendas. O
ano passado, os serviços representaram mais do que as vendas de
produto. Distribuição que, em
2004, era de 30%-70%.
Isto acontece, em primeiro lugar,
porque, hoje em dia, o custo do
armazenamento é muito competitivo. O aumento da concorrência
implica automaticamente uma
redução dos preços. “O que não
acontece em relação à prestação
de serviços”, constata Paulo Pinto.
Em parte pelo custo elevado dos
recursos humanos qualificados.
Sendo que este cenário também
ocorre na segurança informática.
Quanto à área de segurança, a
fusão com a SIA vai aumentar o
negócio. “Desde 2004 que as ven-
das têm vindo sempre a crescer”,
constata Paulo Pinto. Aliás, em
2007, “quase duplicaram”. Mesmo assim, o grosso do negócio
ainda vem do armazenamento
(cerca de 70%).
Quem actua na área da segurança tem muito que se preocupar. A
CESCE optou por incidir a sua
actividade em quatro categorias:
infra-estrutura pública, sistemas
antifraude; gestão de identidades;
e serviços de plataformas (“web
services”).
Tendo em conta o cenário interno da empresa e o do mercado,
a CESCE decidiu, na sua reestruturação de 2008, refocalizar a sua
atenção no storage e na segurança.
Sem esquecer as áreas de negócio
emergentes, mas sempre relacionadas com as duas anteriores. Isto
porque existem novas necessidades de armazenamento e de segurança. É o caso da saúde, do arquivo, da Administração Pública, da
distribuição e das utilities.
Por outro lado, a reestruturação
não implica, afirma Paulo Pinto,
o abandono das áreas de Mobilidade e de Entreprise System Management. Mas vão ter menos
atenção.
Outra área em crescendo e onde
a CESCE aposta forte é a dos serviços. E aqui o que se pretende
é o desenvolvimento de serviços
profissionais: das áreas “core”; de
consultadoria e de gestão (mas
sempre relacionadas com storage e
segurança). Esta é uma nova área
mento disponível e sua adequação às soluções existentes e ainda com a expectativa
quantificada do retorno. Estes factores são
determinantes para a selecção e aquisição
de produtos e serviços inovadores. Como
a preocupação do retorno do investimento
é uma, senão a mais importante, decisão
que viabiliza esse mesmo investimento, as
empresas preocupam-se cada vez mais, em
diversificar os factores que estarão na base
do retorno.
Há que identificar claramente a razão
do investimento, o que determina a sua
necessidade e qual a vantagem operacional
decorrente. Em resumo, “o que quer ganhar a organização”, “como o quer ganhar”
e “quando o vai ganhar”. Nunca existem
investimentos exclusivamente internos,
já que apenas fazem sentido quando são
orientados ou repercutidos no cliente. Aí é
que podemos medir o retorno.
É aqui que surge a vertente operacional que determina o que vai ser alterado
Um novo organigrama para
uma nova estratégia
A refocalização no armazenamento e na segurança implicaram
mudanças na própria organização.
Se, antes, cada área tinha a sua
própria equipa, agora há apenas
um director comercial e um único
responsável técnico. Desta forma,
há menos pessoas envolvidas numa
mesma operação, o que permite a
simplificação do modelo de negócio e o aumento da competitividade, ao mesmo tempo que possibilita a disponibilização de soluções
integradas.
O mercado evolui e as empresas necessitam de ter flexibilidade
suficiente para acompanhar essas
mudanças. A CESCE optou por
estabelecer uma reestruturação a
cada dois anos. A última ocorre
este ano, e implica uma espécie
de regresso às origens. Apesar de
manter o interesse na mobilidade
e nos Enterprise System Managment, a estratégia agora é refocalizar no armazenamento e na
segurança informática. E até a entrada em novas áreas, como saúde,
distribuição e “utilities”, terá de
estar sempre relacionada com os
negócios core. Tudo para reforçar
a posição da empresa no mercado
nacional e atingir um crescimento
de 10% das vendas.
Alexandra Costa
[email protected]
CESCE
Volume de negócios de 2007 – 16,1 milhões de euros
Clientes – cerca de 140
Colaboradores – 70
Áreas core – armazenamento e segurança informática
Aposta em 2008: saúde, distribuição e utilities
Pilares das TIC: investimento vs. retorno
“Captação, Armazenamento, Tratamento e Disponibilização da Informação: estes
são os pilares das TIC, que permitem às
empresas estarem na vanguarda da inovação.”
Investir em Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC) é um dos objectivos
das organizações que pretendem dotar os
seus colaboradores de ferramentas e simultaneamente estar a par das inovações tecnológicas e na vanguarda de novos serviços
e soluções integradas. Esta aposta conduz a
uma vantagem competitiva e a uma elevada rentabilização de custos, contribuindo
também para uma produtividade superior.
A vantagem competitiva que as empresas
pretendem alcançar e que as tornará uma
mais-valia para o mercado encerra duas
vertentes: financeira e operacional, interligadas no sucesso ou insucesso do investimento.
A vertente financeira do investimento
está directamente relacionada com o orça-
de negócios, que foi recentemente
criada.
na organização e qual a vantagem competitiva que é criada com o investimento. Disponibilizar a vantagem é por si só
insuficiente, sendo necessário utilizá-la da
melhor forma. É neste contexto que deve
ser analisada a rentabilidade do potencial
de investimento. Assim, não é suficiente
diminuir custos é também necessário criar
mais valias.
É fundamental para as organizações terem a informação e possuírem as ferramentas que a transformem numa mais-valia,
como a captação, armazenamento, tratamento e disponibilização da informação.
Estes são os pilares das TIC, que permitem
às empresas estarem na vanguarda da inovação.
Na vertente de disponibilização da informação, a comunicação continua a ser
determinante como factor de transposição
do investimento para o exterior das organizações. Muitas empresas descuram este factor, que permanece na base do sucesso. A
Javier Gutierrez,
Director-geral da OKI Systems
Ibérica, Suc. Portugal
informação só tem valor se for utilizada, se
for rentabilizada, se comunicada. Essa comunicação pode assumir formato escrito,
verbal ou visual, e assume sempre a função
de “rosto” da organização, o factor diferenciador. Os elementos dos sistemas de informação que são considerados “periféricos”
assumem neste contexto uma importância
fulcral, como é o caso da Impressão. A titulo exemplificativo, o investimento em
soluções de impressão é captador de mais
valias exteriores às organizações, tornando
o uso da cor num catalisador da comunicação e indutor da interiorização da imagem
institucional.
Comunicar é assim transmitir informação de forma perceptível e atractiva. É fazer chegar a mensagem através dos meios
tecnológicos mais avançados, comunicando com cor e qualidade, transmitindo
o investimento e a aposta na inovação e
potenciando consequentemente parte do
retorno desejado.
tecnologias de informação
sexta-feira, 18 Abril de 2008
7
Mercado das TI continua em retracção
O mercado das Tecnologias de Informação começa a dar nota de movimentações mas na
hora do investimento volta a adiar a decisão. António Fontinha, administrador do grupo Soft,
conversou com a “Vida Económica” e explicou a sua estratégia para o mercado espanhol e
apontou a segurança como a área onde as empresas portuguesas estão mais desfalcadas.
Fornecer soluções de software optimizadas para pequenos, médios e grandes sistemas, independentemente da plataforma
de hardware e adaptáveis à maioria das actividades empresariais. Este é o objectivo
do grupo Soft, uma empresa de capitais
portugueses que actua no mercado das
Tecnologias de Informação. Em conversa
com a “Vida Económica”, António Fontinha, administrador, admitiu que ainda
existe alguma retracção e um consequente
adiar da decisão na altura do investimento. “A retracção mantém-se. O mercado
dá nota de movimentações mas na hora
do investimento volta-se a adiar”, explicou.
De todas a áreas onde o grupo Soft está
presente é o conjunto de soluções, software
e serviços, para a área de Gestão de Recur-
A entrada em Espanha
deu-se através de uma
negociação directa e
centralizada a nível ibérico
com base nas necessidades
de expansão e suporte que
a componente portuguesa
tinha
sos Humanos o que se destaca mais, contribuindo com cerca de 85% do volume de
negócios.
Questionado sobre qual a área que precisamente representa um maior desafio,
António Fontinha menciona que, dentro
das soluções que oferecem ao mercado, “o
maior desafio é a capacidade de obtenção
de novos clientes num nicho de mercado
(RH) face à forte concorrência das ofertas
de soluções abrangentes de toda a actividade de uma empresa”.
Para sustentar a actividade, o administrador define a estratégia numa palavra:
fidelização: “Fidelizar os nossos clientes,
que consideramos um sucesso, aumentar a
oferta, quer do ponto de vista tecnológico
quer de novas soluções e a consolidação futura da internacionalização”.
E, hoje, qual é a principal variável para
a qual uma empresa olha quando vai fazer uma solução ou produto? O retorno
do investimento? O TCO? O impacto que
vai ter na organização?... Da experiência
da Soft, os principais factores são precisamente o know-how investido no projecto
e o reconhecimento que o mercado terá,
devido a esse facto.
Relativamente à área em que acredita
estarem as empresas portuguesas mais desfalcadas, António Fontinha destaca a segurança. “É sem margem para dúvidas a área
em que não se investe. É evidente que não
estamos a falar de grandes empresas, mas
sim na generalidade das PME”.
Recentemente, a empresa avançou até
ao mercado espanhol. A entrada no país
vizinho deu-se através de uma negociação
directa e centralizada a nível ibérico com
base nas necessidades de expansão e suporte que a componente portuguesa tinha. “A
solução em causa baseia-se em duas vertentes distintas: na nossa oferta de Base de
Dados de Gestão de Recursos Humanos
a nível ibérico com actualização e acesso,
Front-Office via intranet, a partir das cerca
Actualmente, o grupo luso está à procura de parceiros em Espanha, visto “não perspectivarmos de momento a
presença directa”, disse à Vida Económica António Fontinha, administrador do grupo Soft.
de 110 lojas da cadeia Douglas (95 em Espanha e 14 em Portugal) e em outsourcing
de gestão administrativa em Portugal”. Actualmente, o grupo luso está à procura de
parceiros em Espanha, visto “não perspectivarmos de momento a presença directa”.
Com cerca de 40 pessoas ao serviço,
António Fontinha desabafa que contrariamente ao que se possa pensar não é fácil
recrutar profissionais, “principalmente
porque nós privilegiamos a ‘construção’
do profissional connosco, isto é, preferimos formar os colaboradores e mantê-los
connosco em vez de admitir profissionais
Transformar os dados em conhecimento:
o BI como motor do ERP
As empresas lidam, hoje em dia, com
uma grande variedade de dados provenientes de sistemas, fontes e divisões distintas.
Todavia, os dados por si só não constituem
conhecimento: acumular dados não é produtivo para as empresas se estas não forem
capazes de extrair o seu valor. O afastamento dos sistemas e a falta de indicadores de
rendimento podem provocar a perda de
informação relevante para o negócio. Assim, oferecer uma única versão da verdade
é uma meta perseguida por qualquer negócio que pretenda tomar decisões baseadas
em informação fiável, precisa e actualizada.
O aparecimento de sistemas ERP abriu
novos horizontes para a gestão da informação empresarial, já que permite reunir
informações existentes na hora em sistemas
departamentais sem ligação. Rapidamente,
estes sistemas vieram originar novas necessidades empresariais que implica uma crescente demanda no acesso à informação por
um número cada vez maior de utilizadores.
Funcionários, fornecedores, clientes e sócios precisam aceder à informação empresarial, combinar os dados e integrar informação de fontes externas ou de histórico
que estão fora do alcance do ERP.
SUSANA MARVÃO
[email protected]
A inteligência do negócio (Business In- porting, os quadros directivos, os analistas,
telligence ou BI) aproveita todas as fontes os quadros de resultados ou a gestão de
de dados para oferecer uma visão integra- ocorrências, é possível tirar o maior partido
da e detalhada da informação que ajuda dos dados do ERP: os utilizadores recebem
as empresas a melhorar o conhecimento e informação crítica no momento preciso,
compreensão do seu negócio, melhorando num formado que se adapta às suas necesao mesmo tempo o seu rendimento. As sidades e a um estilo de trabalho. Através
da plataforma de
ferramentas BI ofereself-service, os reprecem a capacidade de
Para tirar plenamente
sentantes de vendas,
resposta, flexibilidapartido das capacidades
por exemplo, recede, interactividade e
bem nos seus PDA
funcionalidade necesBI dos sistemas ERP
alertas via e-mail das
sárias para libertar os
e integrar de forma
compras do cliente;
profissionais de TI da
os directores de mapesada responsabilieficaz as tecnologias
rketing, informações
dade de extrair os dadas suas campanhas
dos dos seus sistemas
existentes na empresa, a
em PDF; e os execuERP. Graças ao BI,
estandardização numa
tivos monitorizam as
os utilizadores finais
métricas chave graças
já não necessitam de
plataforma BI é a opção
a dashboards interacformação e conhecimais eficaz
tivos.
mentos avançados do
A inteligência de
código proprietário
dos fornecedor de ERP para criar, utilizar e negócio serve posteriormente para adequar
distribuir comunicações com o enfoque e a os silos de informação para vários ambientes relacionados com o ERP. Deste modo,
informação que pretendem.
a colaboração e eficiência alcançam níveis
Múltiplas ferramentas
superiores na empresa: o BI permite que as
Através de capacidades BI, como o re- empresas conheçam os seus pontos fortes e
formados noutras empresas. Assim, são
raras as vezes em que vamos ao mercado
preferindo as admissões para formação na
nossa cultura e prática. O contacto com as
Universidades é feito através dos departamentos de apoio a jovens licenciados que
privilegiamos”.
E qual será o maior receio para um grupo como a Soft? Basicamente, diz António
Fontinha, a capacidade de dar resposta à
evolução constante da tecnologia e até
quando e como se conseguirá manter e
acompanhar essa mesma evolução nas soluções oferecidas ao mercado.
Manuel Martín
responsável de pré-venda BI da Cognos
Espanha
as suas debilidades, assim como medir os
riscos e as oportunidades do mercado. Para
isso, mostra os dados armazenados nos
sistemas operacionais e transforma-os em
informação útil e relevante. Partilhar informação significativa é possível mediante a
criação de comunicações nas quais colaboram clientes, parceiros e outras entidades
externas à organização. Interfaces intuitivos
e facilidade de acesso à informação coexistem nas ferramentas de BI com a criação de
comunicações complexas para utilizadores
avançados, em idiomas distintos, baseados
em múltiplas fontes de informação e aplicações que estão a ser utilizadas.
Para tirar plenamente partido das capacidades BI dos sistemas ERP e integrar de
forma eficaz as tecnologias existentes na
empresa, a estandardização numa plataforma BI é a opção mais eficaz. Com este
modelo, obtemos uma visão do negócio
realmente completa que integre absolutamente todos os sistemas críticos da empresa. Quando à metadata, deve também ser
homogénea em toda a organização, com
um repositório que permita que os novos
sistemas e funcionalidades de análise sejam
facilmente integrados com a arquitectura
TI.
8
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
sexta-feira,18 Abril de 2008
EDITORIAL
O mercado nacional de
Tecnologias de Informação
é muito competitivo. Em
todas as áreas e em todos os
sectores. E existem inúmeras empresas a oferecerem
os seus serviços, sejam de
capitais nacionais, sejam
multinacionais. Com nomes mais sonantes ou de
postura mais discreta. Mas
a verdade é que, hoje, a
consolidação do mercado é
uma realidade e não há lugar para os “menos bons”.
Por isso não se justifica,
pior, não se admite, que
uma empresa não tenha
um bom, senão excelente,
atendimento ao cliente.
Em Fevereiro, aconteceume um caso do insólito. E
aqui não há hipóteses de
ter havido mal-entendidos
porque a protagonista da
história fui mesmo eu.
Liguei para uma empresa da nossa praça sem me
identificar como jornalista.
Do outro lado, atendemme com um sonoro “Tou.”
Digo eu: “Tou? Desculpe, não estou a falar para
a Xpto?” Respondem que
sim. Achei estranho, pois
um “Tou” não é, definitivamente, a melhor forma
de atender o telefone. Mas
pensei que se calhar estava a
ligar para uma linha interna, para um departamento
técnico que não estivesse
habituado a lidar com o
cliente final… Puro engano. Aquele era o número
de telefone do departamento comercial…
Com muito esforço lá fui
explicando o que pretendia.
Queria uma solução que,
garantiram-me clientes da
Xpto, era excelente. Eu
apenas precisava de saber
preços e condições de assistência. Nada feito. Hoje
não queriam fazer negócio.
Ou pelo menos comigo.
Primeiro, disseram-me que
não tinham a solução. Eu,
quase mais interessada na
compra do que eles na venda, disse que tinham! Que
tinha precisamente sido
uma empresa cliente que
me havia sugerido a Xpto.
Mas os meus esforços foram inglórios. A Xpto simplesmente não estava para
fazer negócio naquele dia.
Eu, já com um tom de
cliente irritada, perguntei:
“Atendem-me o telefone
com um ‘Tou’, depois dizem-me que não têm uma
solução que eu sei que têm,
diga-me lá, agora, se eu tenho condições para fazer
negócio com vocês!” Do
outro lado, respondem-me
com um sincero e cru…
“Pois, assim sendo, pareceme que não“…
PS: Por via das dúvidas
voltei a ligar à empresa
cliente da Xpto para saber
se eles continuavam a fornecer o serviço que tinha
pedido. E sim, eles, ainda
hoje, prestam esse serviço.
SUSANA MARVÃO
[email protected]
Ricardo Parreira, director-geral da PHC
“A sorte só está ao alcance
de quem a procura”
A “Vida Económica” conhece-o bem. A ele e
à empresa que é a menina dos seus olhos. Ricardo Parreira, director-geral da PHC, aceitou
o desafio de responder a perguntas que extravasam, em muito, a sua actividade. Pedimos-lhe
que tirasse a gravata e descontraísse. E ficámos
a saber que é um homem realizado. Gosta de
ler livros técnicos, um romance de quando em
vez e, admite, os relatórios de contas que diariamente lhe preenchem o espaço de leitura.
E se fosse jornalista, que título daria Ricardo
Parreira a uma reportagem sobre o percurso da
PHC em Portugal? Sem hesitar: “a sorte só está
ao alcance de quem a procura”.
A PHC é uma empresa especializada no desenvolvimento de software de gestão. O seu
principal objectivo é desenvolver ferramentas
de fácil utilização que permitam às companhias automatizar os seus processos, de forma
a diminuir a margem de erro das tomadas de
decisão.
RICARDO PARREIRA EM DISCURSO DIRECTO
Há quanto tempo integra os quadros da PHC?
18 anos. Desde que fundei a empresa.
Passatempo preferido:
Ler, golfe e crianças.
Sonho que ainda falta concretizar:
Já concretizei a maior parte dos sonhos. Não tenho agora nenhum sonho
pelo qual seja obcecado.
Local de férias favorito:
Alpes.
Período da história que mais o fascina:
Descobrimentos portugueses.
Gostaria de ser o principal protagonista de que filme? Porquê?
Do filme da minha vida. Acho que teria muitas histórias para contar.
Que banda sonora usaria para ilustrar a história da sua vida?
A banda sonora do Star Wars.
Livros técnicos, romances, policiais… ou o relatório de contas?
Técnicos (muitos) e romances (poucos).
Relatórios de contas (diariamente)
Automóvel: prazer ou necessidade?
Prazer e necessidade.
Programa de televisão que mais o cativa:
Jornal das 9, da Sic Noticias.
Descreva a sua relação com o telecomando:
Proximidade.
E com os gadgets?
Intensa.
Entende-se bem com livros de instruções?
Tento sempre não os ler. Em último caso, lá terá que ser.
Habitualmente, com quantos telemóveis anda?
Um.
Que computador tem, neste momento, na sua secretária?
Um portátil Tsunami.
Aliás, tem secretária ou a mobilidade tomou posse da sua vida?
Tenho secretária, onde realmente estou raramente. O portátil e o telemóvel
estão sempre comigo.
Aproximadamente, quanto tempo por ano passa fora de Portugal?
Entre 1 e 2 meses, conforme os anos.
Se fosse jornalista, que título daria a uma reportagem sobre o percurso
da PHC em Portugal?
“A sorte só está ao alcance de quem a procura”.
Tecnologia e meio ambiente,
será possível uma amizade?
Hoje em dia, já não se discute o facto de as
empresas terem de aderir às novas e mais recentes tecnologias para manter os altos níveis de
competitividade e eficiência num mercado tão
dinâmico como o actual.
Uma questão central, e matéria de discussão
em diferentes países, consiste em saber se a utilização destas tecnologias poderá ser realmente
uma ameaça para o meio ambiente ou se, por
outro lado, poderá conseguir minimizar os impactos causados servindo esta causa ecológica.
Será possível ser amigo do ambiente e ao mesmo tempo utilizar tecnologias de ponta? Existe
realmente uma amizade verdadeira entre estes
cenários ou serão totalmente antagónicos?
Ao contrário do que se poderá pensar, a tecnologia pode de facto ser amiga do ambiente.
Não só os equipamentos em si poderão minimizar o impacto ambiental como as soluções
implementadas poderão ajudar a diminuir o
consumo de recursos não renováveis e a poluição na sociedade.
A utilização de tecnologias que permitem
a diminuição do uso do papel, fomentando a
comunicação electrónica, é uma das inúmeras
soluções possíveis de enumerar. Por exemplo, o
envio de e-mail em vez de fax ou todo processo
da factura electrónica, são diferentes acções utilizadas que previnem o desperdício de recursos,
principalmente se pensarmos que um milhão
de facturas equivale aproximadamente a 500
Kg de celulose.
SOFIA GUIMARÃES
Responsável da Área de IT Operations
T-Systems Portugal
O recurso à videoconferência é outra solução
chave neste tema. Em muitos casos, esta tecnologia pode permitir que uma viagem, realizada
pelo ar ou por terra, seja totalmente desnecessária. Segundo algumas estimativas, apenas nos
3 últimos anos, mais de 40.000 videoconferências realizadas por um dos operadores mundiais
terão prevenido a produção de 7000 toneladas
de CO2, sendo que iniciativas como a ZEM
(Zero Emission Meetings) têm cada vez uma
maior adesão.
Na realidade, todos os equipamentos que
são produzidos com dispositivos que poupam
energia, que a reciclem ou que utilizem fontes
de energia alternativas estão ao serviço do ambiente. Cada vez mais, as empresas de tecnologias têm de conseguir garantir um aumento da
eficiência energética, reduzindo as emissões de
CO2, optimizando as operações e utilizando
energias regenerativas. É necessário identificar
e desenvolver produtos inovadores e serviços
que promovam o uso eficiente de recursos pelo
cliente, aumentando o conhecimento destes temas em toda a sociedade.
Existe de facto um conceito que relaciona
de forma positiva a tecnologia com o meio
ambiente – o “Green IT”. Este é um concei-
to global e crescente no qual os fornecedores
e os utilizadores de tecnologias vivem e agem
em consciência ambiental. Para o fornecedor
de serviços, o “Green IT” é a criação de soluções que ajudam o ambiente, dando ao mesmo
tempo a conhecer aos seus clientes novos procedimentos que contribuam para a preservação
do mesmo. Segundo um estudo da IDC, a nível mundial sobre o “Green IT”, mais de 50%
dos consumidores admite ter em consideração
as características “Green” utilizadas e apresentadas quando estão a escolher um fornecedor
de tecnologia e mais de 80% dos empresários
refere que o “Green IT” tem uma importância
crescente na sua empresa. Este estudo revela
ainda que a principal razão que leva uma empresa a adoptar o conceito é a redução de custos
operativos.
Na realidade, nem todas as empresas que
falam do “Green IT” aplicam as medidas relacionadas com este conceito. Em Portugal, o
“Green IT” é já uma realidade, sobretudo nas
grandes empresas com directivas internacionais.
Há cada vez mais uma consciência ambiental
e no mercado concorrencial no qual vivemos
hoje em dia, uma empresa que não é amiga do
ambiente será claramente menos competitiva.
Sendo um factor cada vez mais importante, é
preciso consciencializar mais do que falar. Há
que viver o “Green IT”, possibilitando a existência de uma amizade entre a tecnologia e o
meio ambiente.
sexta-feira, 18 Abril de 2008
editorial
António
Teixeira Lopes
Presidente
da direcção
da ARAN
Discutir o presente
para melhorar
o futuro
A ARAN vai levar a cabo nos próximos meses dois eventos que provam a
preocupação da Associação em ajudar os
empresários do sector automóvel em levar de vencida as adversidades com que
estes se deparam diariamente e, assim, a
prepararem o futuro. O primeiro vai ser
a Convenção Nacional do Após-Venda,
que vai ter lugar no Novotel Vermar, na
Póvoa de Varzim, no dia 31 de Maio.
O segundo vai ser a IX Convenção da
ARAN/Management Awards 2008, a realizar brevemente.
Em relação à Convenção Nacional
do Após-venda, o objectivo da ARAN é
juntar na Póvoa de Varzim os representantes das oficinas para discutir os seus
direitos e deveres, face às muitas pressões
de que são alvo. Uma destas é o cumprimento das exigentes normas e leis a que
são obrigados para poderem ter as portas
abertas dentro da legalidade, algumas das
quais revelam excesso de zelo por parte
do legislador.
Outro tema em destaque vai ser a questão entre as oficinas e as seguradoras.
Isto porque algumas companhias de seguros continuam a cometer exageros na
hora de recomendar oficinas aos clientes
com veículos sinistrados para reparação.
Compreendo que, sendo as companhias
empresas que, obviamente, visam o lucro, queiram defender os seus interesses.
Não o podem fazer, porém, à custa da
sonegação do direito à escolha da oficina
pelo cliente.
Aliás, a este propósito, a ARAN vai enviar folhetos explicativos a todas as oficinas portuguesas, para que estas possam
distribuir juntos dos seus clientes. Esta
campanha é igual à que a Associação realizou, com sucesso, em anos anteriores.
Em tudo semelhante à questão entre
oficinas e seguradoras, a oposição entre
os rebocadores e as empresas de assistência em viagem (propriedade das companhias de seguros) não vai ser esquecida
na Convenção Nacional do Após-Venda.
Temas como a legislação dos tempos de
condução e repouso e o novo regime de
transportes rodoviários vão estar em destaque. Realce ainda para o sector das carroçarias, com um ponto de situação para
esta actividade.
O negócio dos novos,
além do após-venda
Na IX Convenção da ARAN/Management Awards 2008, o comércio automóvel vai ser o tema central. Assim, além
da discussão da actual conjuntura económica e fiscal do sector, vão estar em
evidência o retalho – com a tendência de
criação de grandes grupos que há – e o
comércio de usados. O certificado digital, a importação, este tipo de viaturas
nos grandes grupos, a garantia, o crédito
e a apresentação do “Usado Certo” vão
ser os pratos fortes deste painel.
III
CASA festejou aniversário este mês
O
CENTRO DE ARBITRAGEM
DO SECTOR AUTOMÓVEL
(CASA) completou, no passado dia
4 de Abril, 14 anos de existência. Até Dezembro de 2007, o CASA já tinha prestado cerca
de 22 mil informações e recebido 4451 processos de reclamação, num total que suplanta
26 mil serviços prestados a consumidores e
empresas.
O CASA é uma entidade autorizada, pelo
Ministério da Justiça, a fazer informação, mediação, conciliação e arbitragem de conflitos
na área do sector automóvel e tem competência para dirimir litígios decorrentes de:
a) compra e venda de veículos novos ou
usados;
b) prestação de serviços de assistência, manutenção e reparação automóvel;
c) compra e venda de peças, órgãos ou
quaisquer outros materiais destinados a ser
aplicados em veículos automóveis;
d) revenda de combustíveis, óleos e lubrificantes.
O CASA tem por objectivo informar consumidores e agentes económicos do sector
automóvel sobre os seus direitos e deveres e
disponibilizar mecanismos de resolução de
conflitos simplificados, céleres, isentos e eficazes, através de meios extrajudiciais como a
mediação, a conciliação e arbitragem.
Foi criado por uma associação que congrega as principais associações representativas do sector automóvel — a Associação
Automóvel de Portugal (ACAP), a Associação Nacional das Empresas do Comércio e
Reparação Automóvel (ANECRA), a Associação Nacional das Empresas de Parques
de Estacionamento (ANEPE), a Associação
Nacional dos Revendedores de Combustíveis (ANAREC), a Associação Nacional
do Ramo Automóvel (ARAN), o Centro
de Formação Profissional para a Reparação
(CEPRA) — as principais associações de
consumidores — o Automóvel Clube de
Portugal (ACP) e a Associação Portuguesa
para a Defesa do Consumidor (DECO) e o
Estado, através da Direcção Geral do Consumidor (DGC).
O CASA tem âmbito nacional, pelo que
podem ser apresentadas reclamações provenientes de qualquer parte do país e não tem
qualquer limitação quanto ao valor das reclamações.
As principais características do CASA são:
Voluntariedade: As partes envolvidas aceitam os meios disponibilizados pelo CASA
como forma de resolução do conflito.
Facilidade: O processo é simplificado, sem
prejuízo da garantia dos meios de prova e de
defesa.
Celeridade: Os litígios são resolvidos em
tempo útil para a realização dos interesses das
partes.
Eficácia: As sentenças proferidas pelo Tribunal Arbitral têm a mesma força executiva que
as Sentenças do Tribunal de 1ª Instância. Caso
a decisão não seja cumprida, esta pode ser executada imediatamente num tribunal judicial.
Baixo custo: A informação e a mediação são
gratuitas. Caso o processo transite para a fase
de conciliação e arbitragem, as partes pagam
um preparo, calculado com base no valor da
reclamação.
O CASA presta os seus serviços através de
um Serviço de Apoio Jurídico e de um Tribunal Arbitral.
O Serviço de Apoio Jurídico tem por função:
a) prestar informações sobre as matérias de
competência do CASA;
b) fazer a triagem e recepção das reclamações que cabem na competência do CASA;
c) prestar informação jurídica às partes, no
âmbito dos processos de reclamação;
d) promover a mediação dos conflitos objecto dos processos de reclamação;
e) instruir os processos de reclamação, com
vista à sua apreciação pelo tribunal arbitral.
O Tribunal Arbitral tem por função dirimir,
através da conciliação e arbitragem, os conflitos que, sendo objecto de um processo de
reclamação, não obtiveram resolução em sede
de mediação.
Quem pode recorrer
Podem recorrer ao CASA na qualidade de
reclamantes tanto os consumidores quanto
as empresas que prestam serviços ou vendem bens abrangidos pela competência do
CASA.
As empresas só podem recorrer ao CASA se
pretenderem dirimir conflitos em que estejam
em causa questões relacionadas com a qualidade do serviço prestado ou do bem vendido, e
desde que sejam aderentes do CASA.
Os agentes económicos que desenvolvam
uma actividade compreendida no âmbito da
competência material do CASA também podem recorrer, relativamente a outros profissionais que lhe tenham vendido bens ou prestado serviços, para exercerem o seu direito de
regresso contra quem lhe tenha vendido bens
ou prestado serviços directamente relacionados com o objecto de um litígio já dirimido
pelo tribunal arbitral do CASA.
O CASA conta com a adesão de mais de
mil empresas, que garantem aos seus clientes
a resolução de todos os problemas através dos
nossos serviços.
ARAN fornece certificados digitais de registo automóvel
A
ARAN, na qualidade de pessoa colectiva de utilidade pública representativa
dos comerciantes de veículos automóveis, pode fornecer certificados digitais de
registo automóvel às empresas do sector de
actividade que reúnam os requisitos de idoneidade numerados na lei. Recorde-se que os
certificados digitais são um cartão semelhante
a um cartão bancário, que funciona como o
bilhete de identidade da empresa, contendo
a assinatura digital do seu titular, e permitirá,
além de aceder às funcionalidades relacionadas com o registo automóvel on-line, aceder a
outros serviços públicos, efectuar transacções
electrónicas com segurança e remeter e recepcionar comunicações via electrónica com
confidencialidade garantida. Estas operações
podem ser efectuadas no portal do automóvel
(em www.automovelonline.pt).
A criação deste certificado digital recorre
da criação, com a publicação no Diário da
República de 31 de Janeiro do Decreto-Lei
20/2008 e da Portaria 99/2008, de um regime
profissional de registo automóvel via Internet
para profissionais.
Os diplomas prevêem um regime transitório especial (em vigor até 31 de Dezembro de
2008), simplificado e menos oneroso, que permitirá a regularização dos registos de transmissão de propriedade de veículos ocorrida antes
de 31 de Outubro de 2005, fixando uma taxa
de apenas 10 euros, se este for promovido por
via electrónica. O registo pode ser solicitado
pelo comprador ou pelo vendedor com base
em documentos que indiciem a efectiva transmissão do veículo. Trata-se de uma medida
que visa incentivar a regularização do registo
automóvel.
Do certificado de matrícula constarão todos
os registos em vigor excepto os que publicitem providências judiciais ou administrativas
que determinem a apreensão do veículo, e os
que publicitem a publicidade do veículo adquirida por entidade comercial que tenha por
actividade principal a compra de veículos para
revenda e que proceda a pedido de registo de
tal facto em virtude de alienação de veículo no
exercício dessa actividade, nos termos e com as
limitações fixadas por portaria do membro do
governo responsável pela área da justiça. Nestes casos, se o veículo não for objecto de reven-
da pela entidade comercial no prazo de 180
dias, a contar da aquisição da sua propriedade,
a propriedade adquirida por tal entidade passa
a ser mencionada no certificado de matrícula.
Estabelece-se ainda que seja disponibilizada on-line informação referente ao registo de
veículos permanentemente actualizada, com
valor de certidão, à semelhança do que já se
verifica com a certidão permanente do registo
comercial e dispensando a entrega de certidões
em papel.
Independentemente da vigência do regime
transitório especial acima descrito, qualquer
registo promovido por via electrónica através
do portal do automóvel implica o pagamento
de apenas 50% dos emolumentos habitualmente devidos por cada averbamento, quer
este se refira a transacções de veículos novos
ou usados e independentemente da data dessas transacções.
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Ficha técnica
Suplemento ARAN - Associação Nacional do Ramo Automóvel
Director: António Teixeira Lopes
Redacção: Aquiles Pinto, Bernardo Ferreira da Silva, Cristina Ferreira, Fátima Neto, João Lopes, Luís Cabral, Maria Manuel Lopes, Neli Valkanova
e Nuno Santos
Arranjo Gráfico e Paginação: Célia César, Fernando Pinheiro, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida
Propriedade, Edição, Produção e Administração: ARAN - Associação Nacional do Ramo Automóvel, em colaboração com o Jornal Vida Económica
Contactos: Rua Faria Guimarães, 631 • 4200-191 Porto
Tel. 225 091 053 • Fax: 225 090 646 • [email protected] • www. aran.pt
Periodicidade mensal
Distribuição gratuita aos associados da ARAN
IV
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Mazda estabeleceu recorde
de vendas na Europa no ano fiscal
A
Mazda Motor Europe
(MME) fixou dois recordes históricos de vendas
em Março. Os excelentes resultados conseguidos durante o último trimestre de 2007 dos seus
dois mais recentes modelos, os
novos 2 e 6 (na foto), elevaram
as vendas do ano fiscal de Abril
de 2007 a Março de 2008 para
327 mil unidades. Este resultado
foi, em parte, devido ao recorde
nos resultados de Março, em que
a Mazda vendeu 45 mil veículos,
naquele que foi o melhor mês de
sempre em termos de volume de
vendas da marca.
“O nosso programa de renovação de modelos está a ter um impacto positivo nas nossas vendas”,
segundo o presidente-executivo
da MME, James Muir. “Estamos
apenas no meio deste processo,
com mais produtos para chegar.
O reconhecimento da marca encontra-se na posição mais elevada
de todos os tempos na Europa e
a nossa organização, mais do que
nunca, está a trabalhar em conjunto como uma equipa que se
pode orgulhar de suas realizações.
Parabéns a todos os meus colegas para um trabalho bem feito”,
acrescentou o executivo.
Este registo vem na sequência
de um recorde de vendas estabelecido em Janeiro e um aumento
na ordem dos 32% nas vendas em
Fevereiro. Os recordes de vendas
para o ano fiscal foram estabelecidos em três países – Rússia, Reino
Unido e Portugal –, com um total de 14 países a atingirem crescimentos relevantes. Um factorchave para este sucesso deve-se ao
novo Mazda 2. Durante os últi-
mos três meses, 20 400 unidades
do utilitário encontraram dono
na Europa, apesar de, nalguns
dos mercados, o modelo apenas ter sido lançado em Janeiro.
A segunda geração do Mazda6,
que foi lançada ainda mais tarde
do que o 2, foi, igualmente, bem
sucedida, alcançando um volume
de 16 600 unidades. “A nossa
rede europeia de concessionários
têm vindo a fazer um grande trabalho há já vários anos”, disse o
vice-presidente para as vendas da
MME. “E os nossos resultados
para o ano fiscal reflectem e confirmam isso mesmo. Começámos
este ano com a mais forte gama
Mazda de sempre. Desde então,
com as novas gerações 2 e 6, ambos muito populares, olhamos
para o futuro com optimismo”,
defendeu Philip Waring.
Volvo e Irmãos Mota fornecem autocarros
ao Instituto Português do Sangue
A
Auto Sueco e a empresa
carroçadora Irmãos Mota
& Cª., Lda., ambas associadas da ARAN, forneceram oito
autocarros Volvo B7R ao Instituto
Português do Sangue (IPS), que
vão servir de unidades móveis de
recolha. Na cerimónia de entrega
das novas unidades móveis (a distribuir por Coimbra, Lisboa e Porto), estiveram presentes a ministra
da Saúde, Ana Jorge, o presidente
do conselho directivo do IPS, Gabriel de Olim, e o coordenador do
projecto das unidades móveis do
IPS, José António Ribeiro. O gestor comercial autocarros da Auto
Sueco, Manuel Castro e Matos, o
sócio-gerente da Irmãos Mota &
Cª., Lda., Joaquim Mota, representaram as empresas.
Gabriel de Olim afirmou que estes autocarros vêm acrescentar uma
outra dimensão ao IPS. “Pela pri-
meira vez temos uma frota própria
para colheita, que é autónoma”, referiu. Questionado sobre as razões
que levaram à eleição das viaturas
Volvo para este projecto pioneiro
em Portugal, José António Ribeiro
referiu que depois de auscultar o
mercado das viaturas de passageiros
e alguns dos clientes, o IPS ficou
“com a certeza” de que estaria “a
fazer uma opção correcta”. Quanto às vantagens das novas unidades
móveis, apontou que permitem
fazer quatro recolhas de sangue
simultâneas e cerca de 80 por dia.
“Para nós o conceito é 100% de
autonomia e condições de dádiva
adequadas ao bem-estar dos nossos
dadores e funcionários, que potenciam a qualidade do nosso serviço”,
acrescentou Ribeiro. Tais condições tornaram-se possíveis através
do “know-how” e profissionalismo
da Irmãos Mota & Cª., Lda., como
referiu Joaquim Mota. “Nós e a
Auto Sueco empenhámo-nos muito, e tivemos imenso gosto em trabalhar neste projecto, fornecendo
estes autocarros, que agradaram ao
senhor presidente do IPS”, disse. A
ministra da Saúde ressalvou, por seu
turno, a grande importância desta
nova frota, ao afirmar que os autocarros estão muito bem equipados,
têm boas condições de segurança,
de tranquilidade, de comodidade
para os dadores, bem como uma
boa visibilidade exterior. “O que
é muito tranquilizante para quem
está a doar o seu sangue Possuem
ainda todos os requisitos para que
uma colheita seja feita com qualidade, ao mesmo tempo que permitem colheitas muito mais eficazes,
porque os técnicos se podem dirigir
junto dos dadores, rentabilizando e
facilitando a vida dos mesmos”, explicou a governante.
em destaque
Auto Sueco Automóveis
com novo stand Volvo em Queluz
A Auto Sueco Automóveis inaugurou um novo stand de exposição
e vendas de automóveis Volvo em
Queluz. O investimento realizado
englobou a reformulação total do
edifício e a criação de uma área
de stand com 1000 m2. “A abertura deste novo concessionário tem
como objectivo potenciar a competitividade dos automóveis Volvo,
na região de Lisboa, bem como aumentar o portefólio de negócio da
Auto Sueco Automóveis” afirmou
o presidente do grupo Auto Sueco,
Tomaz Jervell, na inauguração do
novo espaço da empresa.
Relativamente ao serviço após-
-venda, a Auto Sueco Automóveis
dispõe de 31 postos de atendimento, prestando todos os serviços de
manutenção e assistência. O stand
situa-se na estrada Consiglieri Pedroso, 119 em Queluz de Baixo,
com o número de telefone 21.
4349000 e está aberto de segunda a sexta-feira das 9.00 às 19.00
e ao sábado das 10.00 às 14.00. O
serviço ao público da área oficinal
funcionará de segunda a sexta-feira
das 08.00 às 17.00, sendo que a
entrega e recolha das viaturas pode
ser efectuada entre as 7.45 e as
22.00 durante a semana e ao sábado das 9.00 às 17.00.
Peugeot 207 na marca do milhão
O Peugeot 207 já ultrapassou a fasquia de um
milhão de veículos produzidos. Esta marca é
atingida menos de dois
anos após o seu lançamento, na Primavera de
2006. Comercializado
em mais de uma centena de países, o modelo
francês alcançou os 521
mil veículos vendidos em
2007, o primeiro ano completo de
comercialização, tendo ultrapassado em mais de 20 mil unidades o
seu objectivo de vendas mundiais
estabelecido para esse ano. O 207
lidera o segmento dos utilitários na
Europa, com 440 mil veículos matriculados. Além disso, é um dos
segmentos mais competitivos, com
mais de 70 modelos comercializados. No mercado dos coupés-cabriolets, o 207 CC seguiu as pisadas do 206 CC, liderando também
o seu segmento, com mais de 45
mil veículos vendidos em 2007.
Nos primeiros meses de 2008, o
207 mantém o mesmo ritmo de
vendas e confirma a liderança na
Europa. Em Portugal, o 207 vendeu 13 mil unidades e em Fevereiro foi líder do segmento com uma
quota de 12,6%. De destacar que
esta performance assenta no sucesso individual de cada uma das
silhuetas disponíveis para os clientes. Primeiro elemento da família a
ser comercializado, a berlina representa 84% das vendas, enquanto
a SW já representa perto de 11%
das vendas. À semelhança da Europa, o CC foi o coupé-cabriolet
mais vendido no mercado nacional no ano passado, liderando o
respectivo segmento com 15% de
penetração. Cerca de 5% dos 207
“portugueses” são CC.
Renault-Nissan e Better Place prosseguem
estratégia de automóveis sem emissões
A Aliança Renault-Nissan e a iniciativa dinamarquesa Project Better
Place anunciaram a segunda fase
do desenvolvimento do programa
de veículos sem emissões. Assim,
a Renault fornecerá, em 2011, aos
consumidores dinamarqueses automóveis 100% eléctricos, às normas europeias, que proporcionam
a mobilidade com zero emissões
e oferecem performances de condução similares às de um motor a
gasolina. Por seu turno, a Nissan,
através de uma filial comum com
a NEC, concebeu uma bateria de
ião de lítio que responde às necessidades de um veículo eléctrico
e assegurará a sua produção em
grande escala. Este anúncio vem
na sequência da assinatura a 21 de
Janeiro de 2008 em Jerusalém, de
um memorando de entendimento
entre a Renault e a Project Better
Place para a primeira comercialização em larga escala de automóveis
eléctricos.
Na Dinamarca estão a ser reunidas
as condições necessárias à comercialização em larga escala de automóveis eléctricos. O Governo dinamarquês apoiará os clientes através
de incitações fiscais, a Renault fornecerá os automóveis eléctricos e
a Better Place Denmark construirá
uma rede de recarga das baterias
em todo o território nacional.
sexta-feira, 18 Abril de 2008
V
Nissan
com ano
fiscal
de forte
crescimento
“As vendas da Nissan em Portugal cresceram de uma forma muito significativa,
ultrapassando largamento o crescimento do mercado”, afirma Diogo Jardim.
A
Nissan cresceu 31% no ano
fiscal de 2007 (Abril 2007 a
Março 2008) face ao exercício anterior, pelo que foi a marca
generalista que mais cresceu no
mercado nacional naquele período,
muito acima dos 8% da média. O
primeiro trimestre do ano civil de
2008 revelou-se também ele decisivo para a performance da Nissan
em Portugal, com impressionante
crescimento de 91,6% nas vendas
por comparação com igual período
de 2007. Esta subida permitiu ao
ramo português da Nissan Iberia
fechar os primeiros seis meses do
Plano Portugal 360º, programa que
visa levar à recuperação da marca,
em todas as vertentes do negócio,
até 2010, com excelentes perspectivas para o cumprimento dos seus
ambiciosos objectivos.
Para o brand director da Nissan
Ibéria – Portugal, Diogo Jardim,
estes primeiros seis meses de aplicação do Plano Portugal 360º reve-
laram-se extremamente compensadores. “Toda a equipa de Portugal e
de Espanha se empenhou e apesar
de algumas restrições externas conseguimos alcançar no essencial os
principais objectivos a que nos propusemos: as vendas da Nissan em
Portugal cresceram de uma forma
muito significativa, ultrapassando largamento o crescimento do
mercado, e, em consonância com
os nossos concessionários, foi realizado um forte investimento que
nos permitiu nestes seis meses concluir o trabalho de implementação
da nova imagem de rede”, referiu
Jardim. “Vamos agora prosseguir
a fase seguinte do Plano Portugal
360º com uma confiança reforçada no atingimento dos nossos
ambiciosos objectivos: duplicar as
vendas da Nissan até 2010, por
comparação com 2006 e alcançar
níveis de satisfação do cliente entre
os melhores da indústria automóvel”, concluiu.
Plano Portugal 360°
tem duas fases
O Plano Portugal 360º abarca
duas fases, uma relativa ao período
referente ao segundo Semestre de
2007 (Outubro 2007 a Março de
2008) e outra referente aos exercícios fiscais de 2008, 2009 e 2010.
No longo prazo, o objectivo é levar
a Nissan das 5151 unidades vendidas em 2006 para o dobro desse
valor, ou seja, um crescimento de
sensivelmente 100%, para atingir
as 10 mil unidades vendidas em
2010.
Para a ajudar a alcançar este objectivo a Nissan conta com um calendário de lançamentos constantes
de novos produtos até 2010. Nesse
calendário destacam-se a curto prazo três importantes – por diferentes
razões – novidades: Pick Up, Murano e GT-R.
A chegada da nova Nissan Pick
Up representa o regresso, depois de
Pequeno modelo tem preços entre 13 500 e 18 500 euros
Lisboa recebeu novo
Fiat 500 em festa
É
cerca de um ano de ausência, ao
mercado nacional de um dos produtos mais conhecidos da marca e
que historicamente é responsável
por uma parte significativa dos resultados comerciais da Nissan no
nosso mercado. Claramente posicionado como veículo comercial,
a Pick Up vai permitir à Nissan
estar de novo representada nos
dois principais subsegmentos deste
mercado: na vertente de lazer com
a Navara e na de trabalho com a
Pick Up.
Pelo seu lado, Murano e GT-R
representam os ícones mais expressivos da Nissan no design e na
tecnologia de excepção. Serão por
certo dois importantes motores do
reconhecimento da marca nos próximos anos.
Na estratégia de expansão de vendas da Nissan, o desenvolvimento e
especialização da rede de concessionários da marca, quer ao nível
de viaturas de passageiros, quer de
oficial. O novo Fiat 500 chegou, finalmente, a Portugal. O modelo,
considerado o Carro do Ano 2008,
pode ter três motorizações, um 1.2 a gasolina
com 69 cv, um 1.3 turbodiesel com 75 cv
e um 1.4 a gasolina com 100 cv. Consoante
o nível de equipamento, os preços do motor mais pequeno situam-se entre os 13 500
e os 15 500 euros e os do motor 1.3 diesel
ficam entre os 15 500 e os 17 500, enquanto
o 1.4 a gasolina tem preços entre 16 500 e
18 500 euros. Para o lançamento do novo
500, a Fiat uniu esforços com a MTV e com
a cidade de Lisboa e criou um grande evento
inédito que muitos apelidaram desde logo
como a “festa do ano”. O modelo era, sem
dúvida, o automóvel mais esperado do momento. Um pouco por isso e também porque
o 500 é muito mais do que apenas mais um
modelo da gama Fiat, é um verdadeiro “everyday masterpiece”, tem sido recebido não
com as habituais e tradicionais apresentações
mas sim com uma grande celebração. Foi
isso que aconteceu no passado sábado, 5 de
Abril, com o largo do Camões e a rua do
Norte, no Bairro Alto, zona mais “trendy” da
veículos comerciais, assume um papel crucial na melhoria dos níveis
de satisfação dos clientes. Neste
contexto, está em fase de conclusão
a renovação da imagem de toda a
rede de concessionários Nissan e vai
ser inaugurada em breve, no Porto,
a primeira concessão específica para
veículos comerciais. Para isso, a Nissan Ibéria irá contar com a experiência neste segmento de mercado
de um grupo nacional especializado
nesta área de negócio.
Recorde-se que os mercados de
Portugal e Espanha estão unidos,
desde Janeiro de 2007, numa nova
empresa, a Nissan Iberia. Em Espanha, a Nissan está a aplicar um
plano similar de crescimento das
operações comerciais, designado
por TOP e que tem como meta alcançar um volume de vendas recorde de 100 mil unidades em 2010,
o que significa um crescimento de
60% relativamente ao exercício de
2006
capital, a vestirem-se de festa e a receberem
convidados, transeuntes e público em geral
com um espectacular show cruzando música,
dança, design, moda, teatro, artes circenses e
projecções multimédia que as ruas repletas
de gente em festa, vibrante, prestaram, de algum modo, também elas a sua homenagem
à chegada do Carro do Ano 2008.
À semelhança do que sucedeu noutras cidades – como por exemplo Turim, Londres,
Tóquio e Sidney –, foi em clima de grande
animação que milhares de pessoas celebraram a chegada do novo ícone da Fiat. Um
espectáculo teatral de 30 minutos no largo de
Camões, evocativo à história dos 50 anos do
500, integrada na história recente de Portugal, deu o mote e serviu de introdução para
o desvendar do automóvel que agora chega
ao mercado português. A festa prosseguiu depois noite fora com as actuações dos DJ que
levaram ao rubro os milhares de pessoas que
lotaram por completo a rua do Norte. Masters at Work, Félix Da Housecat, Dezperados
e Nicola Conte foram então os anfitriões de
um acontecimento que tão cedo não será esquecido na noite de Lisboa.
VI
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Concluem especialistas nas Conversas ao Pequeno-almoço do IPAM
Após-venda é ferramenta de fidelização
de clientes no sector automóvel
O
contacto que o apósvenda permite é uma
importante ferramenta de fidelização de clientes no
sector automóvel, segundo a
directora de comunicação e de
marketing da Toyota Caetano
Portugal. “No nosso país só se
compra carro a cada 7,5 anos,
uma média superior à europeia.
O após-venda deve aproveitar
cada contacto para saber quais
as preferências do cliente. É no
contacto com o cliente que se
pode ganhar”, afirmou Paula Arriscado na mais recente edição
das Conversas ao Pequeno-almoço”, uma iniciativa do Instituto
de Português de Administração e
Marketing (IPAM).
O sector automóvel
deve, na medida
do possível, apostar
cada vez mais
na comunicação
“one to one”
O administrador da Confiauto, concessionário da Renault e
da Nissan para os distritos do
Porto e de Braga, concorda que
todas as áreas são cada vez mais
importantes. “Contudo, a grande ferramenta de fidelização é o
após-venda”, sublinha José Gonçalves Pereira. O responsável pela
concessão da Lexus no Porto,
Alexandre Silva, acrescentou que
a relação com o cliente tem que
ser repartida e dá o exemplo da
marca que representa. “O vendedor tem que se concentrar nas
vendas, mas deve ir contactando
o cliente. A seguir, há um departamento de gestão do cliente, que
é quem o acompanha ao contactá-lo regularmente. Depois, há
o departamento de após-venda.
Estes três pontos são importantes e o vendedor não se pode
alhear do processo. Aliás, este
é, muitas vezes, quem marca a
primeira revisão do automóvel”,
explica Alexandre Silva.
Esta interacção entre os vários
intervenientes no negócio automóvel tem, então, cada vez mais
importância. Por exemplo no
caso da Sporvap, concessionário
da Audi no Porto, um dos instrumentos utilizados é colocar
um vendedor de serviço à oficina. “Nas viaturas com quatro
ou mais anos ele faz, em alguns
casos, um estudo que apresenta
ao cliente. Temos tido sucesso
com esta iniciativa”, referiu o director comercial da empresa do
grupo Gocial, para quem tão importante como conquistar novos
clientes é manter os actuais proprietários da marca em questão.
“A SIVA [o importador], por
exemplo, já premeia bastante a
fidelização”, acrescenta Miguel
Bianchi Aguiar.
A importância de
acompanhar as tendências
Outra forma de as empresas do
sector comunicarem para o mercado é entenderem que há vários
clientes-tipo. “Enquanto entendermos que os consumidores são
todos iguais, não nos vamos desenvolver”, avisou o responsável
pela comunicação institucional
na Toyota Caetano Portugal,
O período de vida útil do automóvel deve, segundo os especialista do sector,
ser aproveitado para tentar a fidelização dos clientes.
Bruno Galante. A mesma fonte
adiantou que, nos próximos meses, os concessionários da marca
japonesa vão ter cantos direccionados para vários consumidores
diferentes. “Vamos, por exemplo, ter o canto energia, com o
híbrido Prius e outros modelos,
e o canto Urban, com o Aygo e
outros modelos. Em cada canto
vamos comunicar de forma diferente, pois o consumidor é distinto”, adiantou Galante.
Também presente na iniciativa
do IPAM, o director de comunicação do grupo Auto Sueco,
José Albuquerque concordou
que é necessário acompanhar as
tendências e “o sector automóvel deve, na medida do possível,
apostar cada vez mais” na comunicação “one to one”.
Venda “on-line” vai crescer
A propósito de tendências
da comercialização, Ana Paula
Cruz, docente do IPAM, avisou
que “o consumidor que vem aí
e que hoje tem 15 anos compra
tudo ‘on-line’, pelo que é provável que o mesmo aconteça com
os automóveis”.
Paula Arriscado referiu que
na Europa ainda não se vendem
muitos carros “on-line”, mas a
tendência é que a Internet ganhe cada vez mais importância,
a qual hoje já tem em termos de
“base de informação objectiva e
subjectiva”.
Gonçalves Pereira, da Confiauto, acredita que as novas gerações vão configurar o seu novo
automóvel ainda em casa. “Os
grandes ‘showrooms’ vão desaparecer, sendo substituídos por
centros de ensaio. Os vendedores não vão deixar de ser muito
importantes, mas haverá, acredito, esta mudança. E se calhar
não estamos a falar de um futuro
tão longínquo quanto se possa
pensar, talvez dentro de dez anos
isso já suceda”, vaticinou a mesma fonte.
Alexandre Silva, da Lexus,
acrescentou, por seu turno, que
as vendas pela Internet já acontecem nos veículos usados e que
nos novos tem importância crescente. “Nos novos, as pessoas
já trazem, actualmente, a lição
bem estudada da Internet e só
vêm ver o carro e negociar um
eventual desconto ao stand”,
referiu.
Com patrocínio a equipa de BTT e redução de emissões de CO2
Suzuki mais “saudável”
A
Suzuki está mais saudável.
Por um lado, anunciou o
patrocínio a uma equipa
de BTT e, por outro, com a redução das emissões de CO2 nos seus
modelos. Nas duas rodas, a marca passou a associar o seu nome
à Berg Cycles/Sport Zone. No
âmbito desta iniciativa, a equipa
tem já à sua disposição um SX4 e
Grand Vitara.
O primeiro modelo está ao
serviço de Marco Fidalgo, atleta
profissional de Down Hill e FreeRide, Marco Fidalgo, que fará
uso do Suzuki SX4, quer a nível
profissional como pessoal. Os
restantes membros da Team Berg
Cycles/Sport Zone Powered by
Suzuki, incluindo atletas e comitiva, vai recorrer ao SUV Grand
Vitara.
De acordo com o importador,
a Cimpomóvel Veículos Ligeiros,
o objectivo do patrocínio é promover uma nova dinâmica no
que diz respeito ao desporto, à
saúde e ao lazer. “A equipa agora
apelidada de Berg Cycles/Sport
Zone Powered by Suzuki tem
vindo a desenvolver com sucesso
acções ligadas à formação, lazer e
competição, com o objectivo de
desenvolver o espírito da adrenalina e do desporto, sempre com o
maior profissionalismo”, conclui
a marca.
Gama mais “verde”
Em relação à redução das emissões, segundo a marca nipónica,
fica cumprida mais uma etapa no
sentido de minimizar o impacto
ambiental dos seus veículos e reduziu em toda a gama as emissões
de CO2.
O destaque deste esforço am-
biental é o Swift 1.3 DDiS. A
versão diesel deste Suzuki emite
agora 120 g/km de CO2. Esta
cifra será a fasquia pela qual a
marca vai nivelar os seus novos
produtos, começando desde já
com o citadino Splash, nas versões gasolina e diesel, que a marca
comercializará em breve.
Assim, e segundo as novas regras
do Imposto sobre veículos, cujo
peso da componente ambiental
é grande, a Suzuki aumenta a
sua competitividade, reforçando
a imagem de defesa ambiental e
propondo modelos com preços
mais concorrenciais.
A diminuição do valor do imposto, obtida pela marca através
da redução das emissões, será
totalmente repercutida nos preços de venda ao público, beneficiando, claramente, os clientes da
marca.
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Nos termos do artº 217, nº 7, do Código do
Trabalho, os mapas de férias devem estar afixados nos locais de trabalho entre o dia 15 de
Abril e o dia 31 de Outubro de cada ano.
Reproduzimos em seguida algumas das disposições mais importantes do regime das férias
e do disposto nesta matéria nos contratos colectivos de trabalho aplicáveis ao sector, que devem
ser observadas:
1. MARCAÇÃO DO PERÍODO
DE FÉRIAS
Deve ser feita por mútuo acordo entre a entidade patronal e o trabalhador. No caso de não
haver acordo, compete à entidade patronal elaborar o mapa de férias, depois de ouvir a comissão de trabalhadores, ou, na falta desta, a comissão sindical ou intersindical, se estas existirem,
na empresa (Clª 67ª nº 3 do CCT do Sector
Automóvel). No caso de ser a entidade patronal
a marcar as férias, deverão elas recair no período
compreendido entre 1 de Maio e 31 de Outubro,
salvo se outra coisa resultar de acordo com as entidades atrás referidas (art. 217, nº 3, do Cod. do
Trabalho e clª 67ª, nº 4, do referido CCT).
Para as empresas abrangidas pelo CCT do
Sector Automóvel, as férias só devem ser marcadas para serem gozadas interpoladamente, desde
que haja acordo entre a entidade empregadora e
os trabalhadores e desde que a este seja assegurado um período mínimo de dez dias úteis consecutivos (Cla. 67ª nº 8 do referido CCT)
Neste caso, deve indicar-se tal situação, no
mapa de férias, ou seja, a data do início e termo
de cada um dos períodos de férias.
2. PERÍODO DE FÉRIAS
Os trabalhadores têm direito a 22 dias úteis
de férias remuneradas (art. 213º, nº 1, do Cód.
do Trabalho), excluindo sábados, domingos e
feriados.
O artº 213º, nº 3, do Código do Trabalho
prevê que aquela duração seja aumentada, no
caso de o trabalhador não ter faltado, no ano a
que as férias se reportam (em princípio no ano
anterior ao do gozo das férias), ou no caso de ter
apenas faltas justificadas nesse ano, nos seguintes termos:
a) 3 dias até ao máximo de uma falta ou 2
meios dias;
b) 2 dias até ao máximo de 2 faltas ou 4 meios
dias;
c) 1 dia até ao máximo de 3 faltas ou 6 meios
dias.
Diga-se que qualquer falta injustificada afasta
o eventual direito a esta duração aumentada das
férias e que contam para a sua determinação todas as faltas justificadas, com excepção das dadas
por licenças por maternidade ou paternidade
(artº 97º, nº 1, da Lei 35/2004), consideradas
pelo art. 50’º, nº 1 do Código como prestação
efectiva de serviço. Contam também os dias de
suspensão do contrato de trabalho por facto
respeitante ao trabalhador, equiparados às faltas
justificadas pelo artº 213º, nº 4, do CT.
Temos no entanto entendido que este regime
de duração aumentada das férias não se aplica
às empresas abrangidas pelo CCT do Sector
Automóvel.
Com efeito, entendemos que a referida norma não é imperativa, podendo ser afastada por
disposição da contratação colectiva de trabalho
aplicável. E, ao contrário do que dispõe o artº
213º, nº1, do Cód. do Trabalho, a cláusula 65ª
nº1 daquele CCT não prevê um período mínimo de férias, mas um período único de 22 dias
úteis, não admitindo um outro diferente. Atendendo à regra do artº 4º do Código do Trabalho, que consagra a prevalência das normas dos
intrumentos de regulamentação colectiva de
trabalho sobre as do Código, quando delas não
resulte o contrário, como, em nosso entender,é
o caso, a referida cláusula do CCT do Sector
Automóvel afasta, relativamente às empresas a
que se aplica, a duração aumentada das férias,
prevista naquele dispositivo do Código.
Não queremos, contudo, deixar de prevenir
os nossos associados que este entendimento não
é pacífico.
Para alguns, o Código do Trabalho, no que
respeita ao regime das férias, é imperativo, não
admitindo regulamentação em contrário da
contratação colectiva aplicável. Para outros, embora o não seja, as cláusulas dos instrumentos de
regulamentação colectiva de trabalho que prevêem a duração de 22 dias úteis para as férias não
impedem a duração aumentada e não se opõem
a esta, valendo por isso quanto a ela o disposto
no artº 213º, nº3, daquele Código. Parece-nos,
por isso, que os nossos associados não poderão
contar com uma orientação segura, no sentido
proposto, por parte da jurisprudência que vier a
ser emitida pelos Tribunais sobre o assunto.
E não queremos também deixar de dizer que,
admitindo que muitos dos nossos associados entendam como benéfico para as suas empresas o
incentivo à assiduidade que a duração aumentada das férias representa e a pretendam consagrar
nas mesmas, nenhum obstáculo vemos, nesses
casos, à sua aplicação voluntária, independentemente de os seus trabalhadores terem ou não
direito a ela.
Assim, só os trabalhadores a que se aplique o
CCT das Garagens, Estações de Serviço e Postos de Abastecimento de Combustíveis, ou seja,
as empresas que exclusivamente se dediquem a
estas actividades ou à montagem de pneumáticos, terão direito àquela duração aumentada,
de mais três, dois ou um dia de férias, consoan-
te, no ano a que as férias se reportam, tenham
dado, respectivamente, até uma, duas ou três
faltas justificadas ou dois, quatro ou seis meios
dias de faltas justificadas.
No ano de admissão, o trabalhador tem direito, após 6 meses completos de execução do
contrato, a gozar dois dias úteis por cada mês
de duração do contrato, até ao máximo de 20
dias úteis.
Se sobrevier o termo do ano civil, antes de
decorrido este prazo de 6 meses, ou antes de gozadas as férias pode o trabalhador usufruí-las até
30 de Junho do ano civil subsequente.
Contudo, neste último caso, não pode resultar para o trabalhador um período de férias, nesse ano civil subsequente, superior a 30 dias.
Os trabalhadores admitidos com contrato
cuja duração total não atinja 6 meses têm direito a gozar dois dias úteis por cada por cada mês
completo de duração do contrato.
3. ENCERRAMENTO DAS EMPRESAS
PARA FÉRIAS
Desde que seja assegurado o gozo integral
do direito a férias de todos os trabalhadores, a
empresa ou qualquer dos seus estabelecimentos
poderá encerrar para férias do pessoal, nos seguintes períodos:
Entre 1 de Maio e 31 de Outubro:
Em princípio, até 15 dias consecutivos;
Período superior a 15 dias consecutivos,
quando a natureza da actividade assim o
exigir ou mediante parecer favorável da
Comissão de Trabalhadores.
Entre 1 de Novembro e 30 de Abril do
ano seguinte:
Mediante parecer favorável da Comissão
de Trabalhadores;
Até 5 dias úteis consecutivos, durante as
férias escolares do Natal.
SERVIÇOS JURÍDICOS
Mapa de férias – afixação até 15 de Abril
VII
"
1. Inscrição no Cadastro Comercial: O objectivo do cadastro comercial é identificar e caracterizar os estabelecimentos comerciais com vista
à constituição de uma base de informação capaz
de permitir a realização de estudos sobre o sector
(DL nº 462/99, de 5 de Novembro)
2. Afixação do período de funcionamento:
Entende-se por período de funcionamento o intervalo de tempo diário durante o qual os estabelecimentos podem exercer a sua actividade (Artigo 160º do Código do Trabalho, Artigo 176º da
Lei nº 35/2004, de 29 de Julho, e DL nº 48/96,
de 15 de Maio)
3. Afixação de preços: Todos os bens destinados à venda a retalho devem exibir o preço de
venda ao consumidor, incluídas neste todas as taxas e impostos (DL nº 162/99, de 13 de Maio)
4. Afixação do valor/hora do Espaço Oficinal
Ocupado: De acordo com as regras da afixação
obrigatória de preços na venda ou prestações
de serviços ao consumidor, havendo taxas de
deslocação ou outras previamente estabelecidas,
devem as mesmas ser indicadas especificamente
(DL nº 162/99, de 13 de Maio)
5. Orçamentação: Em relação às despesas de or-
çamentação, essa matéria não está especificamente
regulada na lei, embora se possa entender, e decorra dos princípios gerais de direito, que, se houve
efectivamente a prestação de um serviço (a elaboração do orçamento), este pode e deve ser cobrado
(Código Civil, Directiva CNQ 18/2000)
6. Informação Obrigatória na Exposição de
Veículos Usados: Na venda de automóveis ligeiros de passageiros e motociclos usados é obrigatória a prestação das seguintes informações:
Matrícula; preço; ano de construção, conforme
o respectivo livrete; data de matrícula, conforme o respectivo livrete; registos de propriedade
anteriores e seu número, conforme o respectivo
título; garantia de fábrica – prazo de garantia e
quilómetros, ou qualquer outra garantia dada
pelo fabricante, cujo prazo ainda não tenha expirado; Garantia de usado – prazo ou quilómetros,
ou outra garantia que o vendedor conceda (DL
nº 74/93, de 10 de Março)
7. Informação Obrigatória na Exposição de
Veículos Novos: É obrigatório, na comercialização ou locação financeira de automóveis novos
de passageiros, disponibilizar ao consumidor
informações sobre a economia de combustível e
S íntese Legislativa
ADMINISTRATIVA
DL n.º 40/2008, de 10.03
Altera o Decreto-Lei n.º 78/2003, de 23 de
Abril, que cria a bolsa de emprego público
Portaria n.º 232/2008, de 11.03
Determina quais os elementos que devem instruir os pedidos de informação
prévia, de licenciamento e de autorização referentes a todos os tipos de operações urbanísticas, e revoga a Portaria n.º
1110/2001, de 19 de Setembro.
DL n.º 50/2008, de 19.03
Procede à 16.ª alteração ao Decreto-Lei
n.º 38 382, de 7 de Agosto de 1951, que
estabelece o Regulamento Geral das Edificações Urbanas
AMBIENTAL
DL n.º 45/2008, de 11.03
das obrigações decorrentes para o Estado Português do Regulamento (CE) n.º
1013/2006, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 14 de Junho, relativo
à transferência de resíduos, e revoga o
Decreto-Lei n.º 296/95, de 17 de Novembro.
DL n.º 46/2008 12.03
Aprova o regime da gestão de resíduos de
construção e demolição
função do sexo no acesso a bens e serviços e seu fornecimento, transpondo para
a ordem jurídica interna a Directiva n.º
2004/113/CE, do Conselho, de 13 de
Dezembro
Portaria n.º 246/2008, de 27.03
Prorroga, por um ano, o prazo previsto no
artigo 19.º da Portaria n.º 1192-B/2006,
de 3 de Novembro (NRAU)
COMERCIAL
Procede à terceira alteração ao Decreto- DL n.º 42/2008, de 10.03.08
DL n.º 67/2008, de 8.04
Lei n.º 196/2003, de 23 de Agosto, que
transpõe para a ordem jurídica interna a
Directiva n.º 2000/53/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 18 de Setembro, relativa aos veículos em fim de vida
CIVIL
Assegura a execução e garante o cum- Lei 14/2008, de 12.03
primento, na ordem jurídica interna,
as emissões de dióxido de carbono (CO 2) dos
veículos. E devem ainda disponibilizar gratuitamente aos consumidores a consulta do guia de
economia de combustível a elaborar e publicitar
pela Direcção-Geral de Viação (DGV) até 31 de
Dezembro de cada ano, já a partir de 2001, referente aos modelos de automóveis ligeiros de passageiros novos que serão colocados no mercado
e comercializados no ano seguinte. Os responsáveis pelos pontos de venda poderão adquirir os
exemplares do guia à DGV (DL nº 304/2001,
de 26 de Novembro)
8. Livro de reclamações: O Decreto-Lei nº
156/2005, de 15 de Setembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei nº 371/2007, de 6 de
Novembro, estabelece a obrigatoriedade de disponibilização do livro de reclamações por parte
de todos os estabelecimentos de fornecimento de
bens ou prestação de serviços.
9. Facturas: A factura ou documento equivalente devem ser emitidos o mais tardar no 5º dia
útil seguinte ao do momento em que o imposto
é devido. Todavia, em caso de pagamentos relativos a uma transmissão de bens ou prestação de
serviços ainda não efectuada, a data da emissão
Proíbe e sanciona a discriminação em
Aprova o regime jurídico a que fica sujeita
a actividade de comércio a retalho exercida por feirantes, bem como o regime
aplicável às feiras e aos recintos onde as
mesmas se realizam
Portaria n.º 234/2008, de 12.03
Altera o Regulamento do Registo Comercial, aprovado pela Portaria n.º
657-A/2006, de 29 de Janeiro, com as
do documento comprovativo coincidirá sempre
com a da percepção de tal montante (Artigo 35º
do Código do IVA)
10. Relação de Bens Transaccionados: Os
proprietários, administradores, directores, ou
quaisquer outros responsáveis dos estabelecimentos em que se proceda à guarda, fabrico,
transformação, restauração e comercialização de,
entre outros bens, ferro velho, sucata, veículos e
acessórios ou quaisquer outros que possam ocultar actividades de receptação ou comercialização
ilícita de bens constituem-se na obrigação de
entregar no departamento da Polícia Judiciária
com jurisdição na área em que se situam, até
quarta-feira da semana seguinte àquela a que
respeitam, relações completas, conforme modelo
exclusivo cuja cópia lhes é facultada em suporte
digital ou de papel, das transacções efectuadas,
com identificação dos respectivos intervenientes
e objectos transaccionados, incluindo os que lhe
tenham sido entregues para venda ou permuta,
a pedido ou por ordem de outrem (DL nº 275A/2000, de 9 de Novembro, alterado pelo DL nº
304/2002, de 13 de Dezembro, (Lei Orgânica
da Polícia Judiciária).
alterações introduzidas pela Portaria n.º
1416-A/2006, de 19 de Dezembro
Lei n.º 16/2008, de 1.04
Transpõe para a ordem jurídica interna
a Directiva n.º 2004/48/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29
de Abril, relativa ao respeito dos direitos
de propriedade intelectual, procedendo
à terceira alteração ao Código da Propriedade Industrial, à sétima alteração
ao Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos e à segunda alteração ao
Decreto-Lei n.º 332/97, de 27 de Novembro
CONSUMO
DL n.º 57/2008, de 26.03
Estabelece o regime aplicável às práticas
comerciais desleais das empresas nas
relações com os consumidores, ocorridas
antes, durante ou após uma transacção
comercial relativa a um bem ou serviço,
transpondo para a ordem jurídica interna
a Directiva n.º 2005/29/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de Maio,
relativa às práticas comerciais desleais
das empresas nas relações com os consumidores no mercado interno
RODOVIÁRIA & TRANSPORTES
DL n.º 43/2008, de 10.03
Cria a Taxa de Regulação das Infra-Estruturas Rodoviárias e aprova o respectivo
regime jurídico
DL n.º 63-A/2008, de 02.04
Altera o Decreto-Lei n.º 170-A/2007, de
4 de Maio, e respectivos anexos, transpondo para a ordem jurídica interna a
Directiva n.º 2006/89/CE, da Comissão,
de 3 de Novembro, que adapta pela sexta
vez ao progresso técnico a Directiva n.º
94/55/CE, do Conselho, de 21 de Novembro, relativa ao transporte rodoviário
de mercadorias perigosas
SERVIÇOS JURÍDICOS
Algumas obrigações inerentes à actividade comercial
VIII
sexta-feira, 18 Abril de 2008
BREVES
Lista de actividades
A ARAN reuniu com o
Instituto de Registos e Notariado, I.P. no passado dia
7 de Abril, em Lisboa, no
intuito de esclarecer algumas das questões que nos
têm colocado os senhores
associados relativamente
aos aspectos mais práticos do registo online de
veículos. A ARAN tem já
mais uma sessão de esclarecimento agendada com
aquele Instituto para o
próximo dia 24 de Abril.
O Presidente da Direcção da ARAN, António
Teixeira Lopes, reuniu
por duas vezes no Mês de
Março com o Presidente
da ANTRAL, com vista à
definição de uma posição
e de uma estratégia conjuntas relativamente a dois
grandes problemas com
que se debate a classe dos
prestadores de serviço de
pronto-socorro: O livrete
individual de controlo e o
gasóleo profissional, cujo
regime está para já apenas
previsto para os veículos
pesados. Nesse sentido a
ARAN dirigiu também
diversas exposições ao Governo com o objectivo de
alargar o âmbito de aplicação daquele regime de
gasóleo profissional.
A ARAN tem vindo a
remeter inúmeras solicitações à ACT – Autoridade
para as Condições de Trabalho, com o objectivo de
agendar uma reunião com
esta entidade para discutir
a aplicação das disposições
relativas ao livrete individual de controlo, mas.
lamentavelmente, ainda
não conseguiu ser recebida. Entretanto, a ARAN
encontra-se a elaborar um
estudo comparativo que
incide sobre as disposições
legais relativas ao livrete,
tacógrafos e publicidade
de horários de trabalho
para apresentar junto da
ACT.
A ARAN tem estado
empenhada em esclarecer
a situação legal em que se
encontra a Mediagnóstico
/ Medissegurança, com
quem cancelou o protocolo que mantinha em matéria de SHST, designadamente junto dos serviços
de Finanças e junto dos
serviços do Registo Comercial.
Local de Afectação – Actividade de
Pronto-Socorro
O Regulamento (CEE) nº 3820/85, relativo à introdução de um
aparelho de controlo no domínio dos transportes rodoviários, foi
revogado pelo Regulamento (CE) nº561/2006 de 15 de Março, relativo à harmonização de certas disposições em matéria social no
domínio dos transportes rodoviários.
Ao abrigo do Regulamento (CE) nº561/2006 e do Regulamento (CEE) nº 3821/85, de 20 de Dezembro, ficam dispensados da
obrigação de instalar e/ou utilizar o aparelho de controlo (tacógrafo), para além dos referidos no artigo 3º do Regulamento (CE)
nº 561/2006, os transportes a que se refere o nº 2º da Portaria n.º
222/2008, de 5 de Março.
A Portaria nº 222/2008, estabelece como local de afectação das
empresas de veículos Pronto-Socorro, para além da sede, o local
onde a empresa disponha de instalações fixas e a partir de onde exerce toda ou parte da sua actividade, desde que averbado no respectivo
alvará ou certificado, devendo a licença de cada veículo da empresa
especificar um único local de afectação.
Apreensão do automóvel através
da internet
Segundo informação divulgada pelo portal do Ministério da Justiça, aqui reproduzida, a partir de Abril deste ano será possível pedir a
apreensão do veículo através da Internet.
As pessoas passarão a dispor de uma nova arma para actualizar o
registo automóvel. Poderão pedir a partir de suas casas, sem deslocações, a apreensão de um veículo que já não é seu, mas que continua
registado em seu nome.
Até agora, a apreensão do veículo tem de ser pedida junto do
IMTT, das autoridades policiais ou das conservatórias do registo.
Esta medida é especialmente relevante, tendo em conta que o Ministério da Finanças já divulgou um comunicado em que afirma que
não se irá proceder à liquidação oficiosa do IUC relativamente aos
contribuintes que solicitarem a apreensão do veículo.
Atendimento
telefónico da ACT
na área
da promoção
da segurança e
saúde no trabalho
A partir do dia 7 de Abril, a Autoridade
para as Condições do Trabalho, através
do seu número geral (213 308 700) disponibiliza um serviço de atendimento
telefónico temático na área da promoção
da segurança e saúde no trabalho. Temas
abrangidos por este serviço telefónico e
respectivos horários de atendimento:
Processo de autorização de empresas
prestadoras de serviços externos de
SHST
Ás segundas e quintas-feiras, das
10h00 às 12h00
Certificação da aptidão profissional de técnicos e técnicos superiores
de SHT.
Às terças-feiras, das 10h00 às
12h00
Às quintas-feiras, das 14h30 às
16h30
Homologação, reconhecimento
e validação de formação na área da
SHT
Às quartas e sextas-feiras, das
10h00 às 12h00
Notificações e autorizações obrigatórias em matéria de SHT
Às segundas e quartas-feiras, das
14h30 às 16h30
SERVIÇOS JURÍDICOS
"
Obrigações laborais
INFORMAÇÕES DE AFIXAÇÃO OBRIGATÓRIA
1. Dever de Informação: O
empregador deve afixar na empresa, em local apropriado, a informação relativa aos direitos e deveres do trabalhador em matéria
de igualdade e não discriminação
(Artigo 31º da Lei nº 35/2004, de
29 de Julho)
2. Mapas de Horário de Trabalho: Em todos os locais de trabalho deve ser afixado em lugar
bem visível um mapa de horário
de trabalho elaborado pelo empregador donde conste também
o início e termo do período de
funcionamento da empresa ou
estabelecimento. Sempre que os
elementos de indicação obrigatória não forem comuns a todos os
trabalhadores, devem constar dos
mapas os nomes dos trabalhadores cujo regime seja diferente
do estabelecido para os restantes
(artigo 179º do Código do Trabalho)
3. Mapas de Horário de Trabalho nas viaturas: A bordo das
viaturas comerciais afectas a
empresas com actividades comerciais, industriais ou de serviços, quando conduzidas por
sócios gerentes, deve existir uma
isenção de horário especial para
sócios-gerentes, comunicada
à ACT. Quando estas viaturas
sejam conduzidas por trabalhadores sujeitos a um horário de
trabalho normal e fixo, deve o
respectivo horário estar afixado
nas viaturas, constando outro
exemplar nas instalações da empresa. Quando conduzidas por
motoristas, sujeitos, portanto
a horários móveis, devem estes
funcionários poder comprovar
por documento a sua categoria
profissional, e ser portadores de
um livrete individual de controlo conforme ao Decreto Regional nº 96/82, de 16 de Dezembro, cuja validação depende de
registo e autenticação pela ACT.
Para as viaturas adquiridas em
sistema de leasing, vale o que
atrás foi referido, devendo estas,
além disso, trazer cópia do contrato de locação financeira e do
livrete (artigo 179º do Código
do Trabalho)
4. Mapa de Férias: O mapa de
férias, com início e termo dos períodos de férias de cada trabalhador,
deve estar afixado na empresa, em
local e de forma bem visível, entre
15 de Abril e 31 de Outubro de
cada ano (Artigo 217º do Código
do Trabalho)
5. Apólice do Seguro de Acidentes de Trabalho: Todas as empresas que tenham normalmente
ao seu serviço mais de cinco trabalhadores devem afixar, nos respectivos estabelecimentos e em lugar
bem visível, as disposições da lei
e seus regulamentos, referentes às
obrigações dos sinistrados e dos
responsáveis. Os recibos de retribuição devem obrigatoriamente,
identificar a empresa de seguros
para a qual o risco se encontra
transferido à data da sua emissão
(artigo 66º do DL nº 143/99, de
30 de Abril)
6. Plano de Formação: O empregador deve elaborar planos de
formação anuais ou plurianuais,
com base no diagnóstico de necessidades dos trabalhadores e dar
a conhecê-lo aos trabalhadores, na
parte que a cada um respeita, bem
como à comissão de trabalhadores, ou na sua falta, à comissão
sindical ou intersindical, ou aos
delegados sindicais. O plano de
formação deve especificar os objectivos, as acções que dão lugar
à emissão de certificados de formação profissional, as entidades
formadoras, o local e o horário de
realização das acções (artigo 165º
da Lei nº 35/2004, de 29 de Julho)
7. Informação sobre Direitos
Decorrentes de Maternidade ou
Paternidade: O empregador deve
afixar na empresa, em local apropriado, a informação relativa aos
direitos e deveres do trabalhador
em matéria de maternidade e paternidade (artigo 67º da Lei nº
35/2004, de 29 de Julho)
8. Informação Relativa aos
Postos de Trabalho Permanentes:
O empregador deve afixar informação relativa à existência de
postos de trabalho permanentes
que se encontrem disponíveis na
empresa ou estabelecimento, para
efeitos de exercício do direito de
preferência na admissão, pelos
trabalhadores contratados a termo (artigo 133º do Código do
Trabalho)
9. Regulamentos internos: O
empregador deve dar publicidade
ao conteúdo do regulamento interno de empresa, designadamente afixando-o na sede da empresa
e nos locais de trabalho, de modo
a possibilitar o seu pleno conhecimento, a todo o tempo, pelos
trabalhadores (artigo 153º do
Código do Trabalho)
ALGUMAS OBRIGAÇÕES
LABORAIS A CUMPRIR
EM DATA NÃO FIXA
1. Dever de Informação ao
Trabalhador: O empregador tem
o dever de informar por escrito o
trabalhador sobre aspectos relevantes do contrato de trabalho, através
de um ou vários documentos assinados pelo empregador, ou mesmo
reduzindo a escrito o contrato de
trabalho, desde que deste constem
todos os elementos de indicação
obrigatória, como sejam a identificação do empregador; existência
de relação de coligação societária,
se for o caso; sede ou domicílio
do empregador; local de trabalho;
categoria profissional e descrição
sumária do seu conteúdo funcional; data de celebração do contrato
e início dos seus efeitos; duração
previsível do contrato, se este for
sujeito a termo resolutivo; duração das férias, ou critérios para a
sua determinação; prazos de aviso
prévio a observar pelo empregador e trabalhador para a cessação
do contrato ou critérios para a sua
determinação; valor e periodicidade da retribuição; período normal
de trabalho diário e semanal, especificando os casos em que é
definido em termos médios; instrumento de regulamentação colectiva aplicável, se for o caso. Esta
informação deve ser prestada nos
60 dias subsequentes à execução
do contrato (artigos 97º e 98º do
Código do Trabalho)
2. Comunicação Relativa aos
Contratos a Termo: O empregador deve comunicar a celebração
e a cessação de contrato a termo
à Comissão de Trabalhadores, e,
tratando-se de trabalhador filiado
em associação sindical, à respectiva estrutura representativa, no
prazo de 5 dias úteis a contar da
celebração ou cessação do contrato (artigo 133º do Código do
Trabalho)
3. Registo do Tempo de Trabalho: O empregador deve manter
um registo que permita apurar
o número de horas de trabalho
prestadas pelo trabalhador, por
dia e por semana, com indicação
da hora de início e de termo do
trabalho (artigo 162º do Código
do Trabalho)
4. Registo de Trabalho Suplementar: O empregador deve
possuir um registo do trabalho
suplementar, onde, antes do início da prestação e logo após o
seu termo, são anotadas as horas
de início e termo do trabalho
suplementar. Este registo deve
conter a indicação expressa do
fundamento da prestação de trabalho suplementar, os períodos de
descanso compensatório gozados
pelo trabalhador e deve ser visado
pelo trabalhador imediatamente a
seguir à sua prestação (artigo 204º
do Código do Trabalho)
5. Registo de Pessoal: O empregador deve manter permanentemente actualizado o registo
do pessoal em cada um dos seus
estabelecimentos, com indicação
dos nomes, datas de nascimento
e admissão, modalidades dos contratos, categorias, promoções, retribuições, datas de início e termo
das férias, faltas que impliquem
perda da retribuição ou diminuição dos dias de férias (artigo 120º
do Código do Trabalho)
Sirer – alterações dos prazos
de preenchimento
O prazo limite para preen- ano de 2007 terminava no dia
chimento do MIRR foi alarga- 31 de Março de 2008.
do por mais um ano
Em 31 de Março de 2008,
O Decreto-Lei n.º 178/2006, foi publicada a Portaria n.º
de 5 de Setembro, que aprovou 249-B/2008, que vem prorroo regime geral da gestão de re- gar o prazo limite para preensíduos, criou o Sistema Inte- chimento dos Mapas Integragrado de Registo Electrónico dos de Registos de Resíduos
de Resíduos (SIRER), sistema (MIRR) relativos ao ano de
que cria por via electrónica um 2007. Assim, o prazo de premecanismo
enchimento
de
registo
dos mapas
e acesso a
de
registo
dados sobre
de
resíduos
O prazo
registos.
relativos aos
de preenchimento
A
Pordados
do
taria
n.º
ano de 2007
dos mapas
1408/2006,
é deferido
de 18 de
para 31 de
de 2007
De ze m b ro ,
Março
de
é deferido para 31
alterada
2009, data
pela
Poraté à qual,
de Março de 2009
taria
n.º
simultane320/2007,
amente, se
de 23 de
efectiva
o
Março, aprovou o regula- preenchimento dos dados relamento de funcionamento do tivos ao ano de 2008.
SIRER, estabelecendo as rePara as empresas que tenham
gras de registo, bem como a preenchido, até 31 de Março,
gestão da respectiva base de os dados relativos ao ano de
dados.
2007, consideram-se válidos,
De acordo com esta regula- sem prejuízo da possibilidade
mentação, o prazo limite de de introdução de eventuais acpreenchimento dos mapas de tualizações por parte dos utiliregisto de resíduos relativos ao zadores.
Aplicação de películas
nos vidros automóveis
Conforme publicado na Revista ARAN no pas- concedidas por outros estados membros são consisado mês de Janeiro, o Decreto-Lei n.º 40/2003, de deradas equivalentes à homologação nacional.
11 de Março, alterado e republicado pelo DecreNa sequência da reunião do Conselho Directito-Lei n.º 392/2007, de 27 de Dezembro, aprova vo do IMTT, I.P, realizada em 20 de Março de
o Regulamento Relativo aos Vidros de Segurança 2008, foi aprovado, e enviado para publicação no
e aos Materiais para Vidros dos Automóveis e seus Diário da República, o despacho previsto no n.º
Reboques. Este diploma estabelece as condições 1 do artigo 21º do referido Decreto-Lei. Após a
para a aplicação de películas coloridas nos vidros sua publicação e entrada em vigor, estão criadas as
dos automóveis, estabelecendo igualmente as re- condições necessárias para que os Centros de Cagras de instalação de películas
tegoria B procedam
plásticas coloridas não homoàs inspecções extralogadas, conjuntamente com
ordinárias, previstas
os vidros. Estas últimas devem
no artigo 25º daquele
Caso as películas estejam
ser aplicadas no lado interior
Decreto-Lei.
conformes com o
de vidros homologados, em
Desta forma, após
todas as janelas de automóveis
aprovação
no Centro
Regulamento Relativo
das categorias M1 e N1.
de Inspecção, os proEste regime jurídico prevê reprietários dos veículos
aos Vidros de Segurança
gras relativas a homologação e
com películas instalae aos Materiais para
respectiva marca. Assim, caso as
das, podem concluir a
películas estejam conformes com
legalização desta transVidros dos Automóveis e
o Regulamento Relativo aos Viformação procedendo
seus Reboques, ser-lhes-á
dros de Segurança e aos Mateao averbamento do
riais para Vidros dos Automóveis
Documento Único ou
concedida homologação
e seus Reboques ser-lhes-á conCertificado de Matrícedida homologação nacional,
cula junto dos servipor um período de cinco anos a
ços do IMTT, I.P.
contar da data da respectiva concessão.
Entretanto e até à data, o IMTT, I.P informa
De acordo com o artigo 21.º do citado diploma, que foram consideradas equivalentes à homologaas películas devem conter marca de homologação. ção nacional as marcas constantes apresentadas na
Esta marca deve ser claramente legível e indelével listagem de películas com homologação reconhequando a película esteja afixada no vidro.
cida, disponível no site do IMTT; I.P (www.imtt.
As homologações válidas, e respectivas marcas, pt).
"
Alteração da regulamentação de veículos em fim de vida
A gestão de veículos em fim de vida sofreu significativas alterações nos últimos
anos, consequência da entrada em vigor do
Decreto-Lei n.º 196/2003, de 23 de Agosto.
No passado dia 8 de Abril, foi publicado
em Diário da República o Decreto-Lei n.º
68/2008, que vem alterar o anterior diploma. Das várias alterações introduzidas, salientam-se as seguintes:
- Alargamento, na medida do possível,
das disposições até agora aplicáveis apenas
aos veículos abrangidos pela directiva comunitária às restantes tipologias de veículos.
- Num processo de perda total, as seguradoras são obrigadas a informarem os seus
clientes sobre a obrigatoriedade do salvado
ser entregue num centro de abate licenciado.
- Regras sobre transporte de veículos em
fim de vida.
- Incremento significativo das penalizações previstas para as infracções cometidas
no âmbito da gestão de veículos em fim de
vida (VFV).
Gestão de VFV
A redução da quantidade de resíduos a
eliminar proveniente de veículos e de VFV,
bem como a melhoria contínua do desempenho ambiental de todos os operadores
intervenientes no ciclo de vida dos veículos, constituem objectivos a atingir com a
presente regulamentação.
De acordo com a alínea f ) do artigo 2.º
do citado diploma, entende-se por operadores, entre outros, os fabricantes, os importadores e os distribuidores de veículos,
as entidades que procedem à reparação e
manutenção de veículos, as companhias de
seguro automóvel, os transportadores de
VFV e seus componentes, os operadores
dos centros de recepção, de desmantelamento e de fragmentação.
Todos os operadores são responsáveis pela
gestão dos VFV, seus componentes e materiais. Sem prejuízo da aplicação de outros
regimes legais (óleos usados, acumuladores
e pneus usados), as empresas de reparação
e manutenção automóvel são responsáveis
pelo adequado encaminhamento para tratamento dos componentes e materiais que
constituam resíduos e que sejam resultantes
de intervenções por si realizadas em veículos.
As empresas que efectuem transporte
deste resíduo devem desenvolver a sua actividade sem colocar em perigo a saúde pública e o ambiente.
Codificação e Informação
De acordo com o disposto no artigo 7.º
do citado diploma, os fabricantes ou importadores de veículos devem utilizar nomenclatura normalizada para rotulagem e
identificação de componentes e materiais
de veículos. Adicionalmente, estes operadores possuem um prazo máximo de seis
meses, após início da comercialização de
um novo veículo, para disponibilizar informações de desmantelamento.
Novos procedimentos devem ser adoptados pelas empresas seguradoras. Assim,
sempre que tenham qualquer intervenção
num processo que leve à declaração de perda total, as empresas seguradoras informam
o respectivo proprietário da obrigatoriedade de apresentação de um certificado de
destruição para efeitos de cancelamento de
matrícula e do registo, e de quem é responsável por essa apresentação.
Funcionamento do Sistema
Integrado
Os proprietários ou detentores de VFV
são responsáveis pelo seu encaminhamento, e custos do mesmo, para um centro de
recepção ou para operador de desmantelamento.
Caso um veículo tenha sofrido danos
que impossibilitem definitivamente a circulação ou afectem gravemente as suas
condições de segurança, o proprietário
deve enviar, no prazo máximo de 30 dias
a contar da data em que o veículo fique
inutilizado, para um centro de recepção ou
desmantelamento.
Sempre que se verifique abandono de
veículos, as autoridades municipais ou policiais competentes devem proceder ao respectivo encaminhamento, sendo os custos
decorrentes responsabilidade do proprietário do veículo abandonado.
No caso de salvados que integrem a esfera
patrimonial de uma companhia de seguros,
esta fica responsável pelo seu encaminhamento, no prazo máximo de 30 dias a contar da data em que o veículo seja considerado salvado.
Actividades de Transporte
O transporte de VFV está sujeito ao regime constante da Portaria n.º 335/97, de
16 de Maio. De acordo com o ponto 1 do
artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 64/2008, a
actividade de transporte de VFV só pode
ser realizada por operadores registados no
Sistema Integrado de Registo Electrónico
de Resíduos (SIRER).
Sempre que se realize um transporte de
VFV a partir de operadores de desmantelamento, o mesmo deve ser acompanhado de
cópia do respectivo certificado de destruição ou de um documento único que contenha informação relativa aos VFV transportados.
As empresas licenciadas para a actividade
de pronto-socorro podem efectuar transporte de VFV, desde que os veículos pronto-socorro tenham uma capacidade máxima de transporte de três VFV.
Destaca-se o facto de o transporte de
VFV deve cumprir um conjunto de requisitos técnicos fixados no anexo V do recente
diploma.
Local de afectação
na actividade
de pronto-socorro
O Regulamento (CEE) nº
3820/85, relativo à introdução de um aparelho de
controlo no domínio dos
transportes rodoviários, foi
revogado pelo Regulamento
(CE) nº 561/2006, de 15 de
Março, relativo à harmonização de certas disposições
em matéria social no domínio dos transportes rodoviários.
Ao abrigo do Regulamento (CE) nº 561/2006 e do
Regulamento (CEE) nº
3821/85, de 20 de Dezembro, ficam dispensados da
obrigação de instalar e/ou
utilizar o aparelho de controlo (tacógrafo), para além
dos referidos no artigo 3º
do Regulamento (CE) nº
561/2006, os transportes a
que se refere o nº 2º da Portaria n.º 222/2008, de 5 de
Março.
A Portaria nº 222/2008
estabelece como local de
afectação das empresas de
veículos
pronto-socorro,
para além da sede, o local
onde a empresa disponha de
instalações fixas e a partir de
onde exerce toda ou parte
da sua actividade, desde que
averbado no respectivo alvará ou certificado, devendo a
licença de cada veículo da
empresa especificar um único local de afectação.
IX
SERVIÇOS TÉCNICOS
sexta-feira, 18 Abril de 2008
sexta-feira, 18 Abril de 2008
F ormação Profissional
CURSOS DE FORMAÇÃO ARAN
2008
FORMAÇÃO
X
CURSOS DE FORMAÇÃO ARAN
Designação
Duração
Início
Fim
Horário
Valor
Gestão Oficinal
21h
03-03-08
11-03-08
19-22h
120€
Gestão Ambiental
15h
31-03-08
04-04-08
19-22h
85€
Inglês Inicial -Nível I
15h
14-04-08
18-04-08
19-22h
85€
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho
15h
05-05-08
09-05-08
19-22h
85€
9h
26-05-08
28-05-08
19-22h
55€
Inglês Intermédio – Nível II
Atendimento ao Cliente
15h
06-10-08
10-10-08
19-22h
85€
Finanças para não financeiros
21h
13-10-08
21-10-08
19-22h
120€
9h
22-10-08
24-10-08
19-22h
55€
Técnicas de Negociação
Imagem na Empresa
Gestão e Comércio Automóvel
Gestão de Equipas
Inglês Comercial – Nível III
Gestão de Reuniões
9h
28-10-08
30-10-08
19-22h
55€
21h
03-11-08
11-11-08
19-22h
120€
9h
12-11-08
14-11-08
19-22h
55€
15h
17-11-08
21-11-08
19-22h
85€
9h
25-11-08
27-11-08
19-22h
55€
Local: Instalações da ARAN - Rua Faria Guimarães 631 4200-291 Porto
Tel. 22 509 10 53 Fax. 22 509 06 46 E-mail: [email protected]
Condições exigidas para a inscrição ser considerada válida:
1. Ficha de Inscrição preenchida;
2. Cheque do montante endossado à ARAN ou transferência bancária (Banco: Caixa Geral de Depósitos - NIB 0035 0442 00002848930 69);
3. Cópias de B.I., Cartão de Contribuinte.
Obs. As vagas são preenchidas por ordem de chegada das inscrições, documentos e pagamento.
Para se inscrever contactar o Departamento de Recursos Humanos e Formação da ARAN:
Tel. 22 509 10 53 Fax. 22 509 06 46 E-mail: [email protected]
"
FORMAÇÃO
Gabinete de Emprego da ARAN
OFERTAS:
Referência 03/07
Empresa do Ramo Automóvel sediada no Porto pretende recrutar:
Pintor / Chapeiro Auto
Requisitos: - Sem experiência; - Disponibilidade imediata.
Oferece: - Retribuição mínima prevista pelo contracto colectivo.
Referência 05/07
Empresa de Reparação Automóvel sediada no Porto, pretende recrutar:
Mecânico Auto
Requisitos: - Sem ou com pouca experiência; Polivalente.
Oferece: - Retribuição mínima prevista pelo contracto colectivo.
Referência 06/07
PLANOS
DE FORMAÇÃO
NAS
EMPRESAS
O empregador deve elaborar planos de formação, anuais
ou plurianuais, de forma a cumprir com a obrigatoriedade
legal exigida no Código do Trabalho.
Ao trabalhador com contrato sem termo, no âmbito da
formação contínua, deve ser assegurada um número mínimo de 35 horas anuais de formação certificada, devendo abranger pelo menos 10% destes trabalhadores.
Empresa de Reparação Automóvel sediada no Porto (Leça do Balio), pretende recrutar:
Chapeiro Auto
Requisitos: - Experiência mínima de 3 anos; Carta de Condução; Idade superior a 20 anos.
O trabalhador contratado a termo também tem direito a
receber formação dentro de limites estabelecidos no Código do Trabalho, sempre que a duração do contrato inicial ou com renovações exceda seis meses.
Referência 01/08
Os planos de formação devem ser elaborados com base
no Diagnóstico das Necessidades de Qualificação dos
trabalhadores, ou seja, deve-se realizar um inquérito por
escrito das necessidades de formação, onde conste a
identificação do funcionário, as variadas áreas existentes, sugestões de cursos pretendidos, disponibilidade em
termos de horário e outras questões relevantes.
Oficinas Auto sediadas na Galiza (Espanha), pretendem recrutar:
- 3 Mecânicos Auto (Vigo);
- 3 Aprendizes de Mecânica (Porriño; Vigo)
- 2 Pintores Auto (Marín; Vigo);
- 1 Chapeiro (Vigo)
- 1 Electricista (Puenteareas);
- 1 Caixeiro (Porriño).
Referência 02/08
Empresa de Reparação Automóvel sediada em Vila Nova de Gaia, pretende recrutar:
Electricista Auto
Requisitos: - Com ou sem experiência; Idade: de 18 a 35 anos;
Oferece: - Retribuição de acordo com a experiência.
Preferencialmente: 12º. Ano de Escolaridade
Referência 03/08
Empresa de Reparação Automóvel sediada em Leça do Balio, pretende recrutar:
Técnico de Mecatrónica
Requisitos: - Experiência mínima de 1 ano; Idade: de 20 a 30 anos; Oferece: - Retribuição de acordo com a experiência.
Depois de analisar os diagnósticos de necessidades de
cada um dos seus trabalhadores, o empregador deve
apresentar um plano de formação em que deve especificar, nomeadamente, os objectivos, as acções que dão
lugar à emissão de certificados de formação profissional,
as entidades formadoras, o local e horário de realização
das acções.
É importante referir que a obrigatoriedade de execução
de um plano de formação não se aplica às microempresas.
Para mais informações, contactar o Departamento de
Recursos Humanos e Formação da ARAN.
Maria Manuel Lopes
Os interessados devem contactar o Gabinete de Emprego da ARAN Tel. 22 509 10 53; e-mail: [email protected]
sexta-feira, 18 Abril de 2008
XI
Jaguar e Land Rover passam da Ford
para o construtor indiano Tata
Negócio de luxo
A Ford e a Tata acordaram finalmente
a passagem da Jaguar e da Land Rover para a alçada
do construtor indiano. O negócio, que está avaliado
em quase 1,5 mil milhões de euros, representa a
entrada da Tata nos automóveis de luxo.
A
Ford anunciou oficialmente
a venda da Jaguar e da Land
Rover à indiana Tata por
2,3 mil milhões de dólares (1,46
mil milhões de euros), devendo
a operação ficar concluída até ao
próximo mês de Setembro. Recorde-se que as negociações arrancaram em Agosto do ano passado,
tendo a decisão de vendas de ambas
xo da bandeira da Tata”. As vendas
da Aston Martin, primeiro, e da
Jaguar e Land Rover, agora, surgem para que o grupo americano
compense o prejuízo superior a 8,5
mil milhões de euros registado no
ano passado, motivado, sobretudo,
pelas parcas vendas no mercado de
origem. Nesta estratégia de revisão
das operações globais, a Ford pare-
as marcas sido tomada pelo grupo
Ford, depois de em Março ter acertado a cedência da Aston Martin a
um consórcio do Kuwait, por 480
milhões de libras (672 milhões de
euros). O objectivo do construtor
norte-americano é voltar a concentrar-se na marca principal. “Agora
é tempo de a Ford se concentrar
em integrar a marca globalmente,
enquanto implementamos o nosso plano de criar uma Ford Motor
Company forte e com crescimento”, afirmou o presidente do grupo
Ford, Alan Mulally, para quem “a
Jaguar e a Land Rover são marcas
espantosas”. O executivo diz-se
confiante de que ambas as marcas
manterão a mesma filosofia “debai-
ce, pelo menos por enquanto, deixar a divisão de automóveis de luxo
apenas a cargo da Volvo.
Ford vai manter ligação
às marcas
Contudo, a Ford não vai cortar, definitivamente, o “cordão
umbilical” com a Jaguar e a Land
Rover e vai manter a colaboração
na área técnica, sobretudo no que
concerne a motores. Além disso,
vai contribuir, talvez por pressão
dos sindicatos, com 600 milhões
de dólares (380 milhões de euros),
para os planos de pensões de ambas
as marcas inglesas que passam, agora, para as mãos de uma empresa
Jaguar XK mais
competitivo
da ex-colónia britânica. Adicionalmente, a Ford vai fornecer crédito,
durante o ano seguinte à efectivação do negócio, aos concessionários das marcas.
O presidente do grupo Tata afirmou-se satisfeito pela conclusão do
negócio e deixou garantias de que
as identidades das marcas não vão
ser “beliscadas”. “Estamos muito
agradados com a possibilidade de
a Jaguar e da Land Rover virem a
ser uma parte significativa do nosso negócio automóvel. Temos um
grande respeito pelas duas marcas e
vamos esforçar-nos para preservar
as suas heranças, mantendo as suas
identidades intactas”, disse Ratan
Tata.
“Este é um bom acordo. Oferece à equipa de gestão e aos empregados da Jaguar Land Rover a
segurança necessária para que continuem a focalizar-se em conseguir
os melhores resultados”, referiu o
vice-presidente executivo da Ford
Europa, Lewis Booth.
O presidente do grupo indiano, Ratan Tata, sublinha a manutenção da “linhagem” da Jaguar e da Land Rover. “Temos um grande respeito pelas duas marcas
e vamos esforçar-nos para preservar as suas heranças, mantendo as suas identidades intactas”, garantiu.
(café). A aquisição da Jaguar e da
Land Rover surge como uma forma de a marca da ex-colónia britânica entrar, pela porta grande,
no segmento de veículos de luxo,
muito diferente dos automóveis
populares que produz à data. De
resto, no capítulo de carros baratos, prepara-se para subir (ou baixar) a fasquia, com o Tata Nano.
Também conhecido como “1 lakh
car” - ou 100 mil rupias, a moeda
indiana –, o modelo vai chegar ao
modelo é ser barato, este novo Tata
não oferece elementos que hoje são
considerados básicos nos automóveis, como travões ABS, airbags ou
vidros eléctricos.
A ideia do Nano partiu do próprio presidente do grupo. “Todos
os dias, vejo famílias equilibrandose em cima de motociclos nas ruas
da Índia. O pai conduz, o filho
agarra-se ao volante e a mulher vai
na pendura com um bebé no colo.
Queria oferecer um meio de trans-
mercado indiano nos próximos
meses e vai custar, de acordo com
a empresa, cerca de 2500 dólares
(1700 euros).
Mostrado ao mundo em Janeiro último, no Salão Automóvel de
Nova Deli, o Tata Nano tem quatro portas e o mesmo número de
lugares, com um comprimento de
3,1 m, uma largura de 1,5 m e uma
altura de 1,6 m. Desenvolvido pela
alemã Bosch, o motor é um pequeno dois cilindros a gasolina com
623 cc e 33 cv que não lhe permite
velocidades cruzeiro superiores a 70
km/h. Como o grande objectivo do
porte mais seguro a essas pessoas”,
advoga Ratan Tata.
Existe a probabilidade de a marca vir a lançar a segunda geração
do modelo na Europa, que nunca
vai chegar antes de 2011. Claro
está que por cá o modelo será um
pouco mais caro, até porque aqui
há mais obrigatoriedades, como
por exemplo a presença de ABS
em todos automóveis novos. Além
disso, terá de cumprir os requisitos
ambientais e de segurança que por
cá se usam.
Do Nano aos modelos
de luxo
Embora seja mais reconhecida,
pelo menos em Portugal, como
uma marca de automóveis, a actividade da Tata abrange mais actividades. Ao todo, o grupo indiano
agrega 96 empresas em 120 países
e tem uma facturação anual média
de 48 mil milhões de dólares (32,5
mil milhões de euros). Ao longo
dos últimos anos, investiu muito
na aquisição de várias empresas
internacionais. Destaque para a
anglo-holandesa Corus (aço), a inglesa Tetley (chá) ou, entre outras,
a americana Eight O’Clock Coffee
A
Jaguar lançou em Portugal uma
versão melhorada do seu desportivo
XK, perspectivando a marca inglesa
entregar as primeiras unidades em Junho.
Esta versão actualizada do modelo passa a
incorporar de série equipamentos antes apenas disponíveis como opção. Assim, o XK
inclui agora série sensores de estacionamento
dianteiros, a conectividade áudio iPod/USB,
espelhos exteriores com antiencandeamento
e recolha eléctrica e a recirculação automática
de ar. Quanto a preços, o Coupé varia entre
os 117 mil e os 135 mil euros, enquanto o
Cabrio varia entre os 116 mil e os 143 mil
euros.
O renovado Jaguar XK incorpora também
novos pacotes de equipamento opcional, que
irão permitir aos clientes personalizar ainda
mais o seu novo desportivo. O pacote “Pre-
Aquiles Pinto
[email protected]
mium Luxury Pack” encontra-se disponível
por 5553 euros no XK8 e inclui o interior
Luxury com costura contrastante, sistema de
acesso sem chave, manete da alavanca de velocidades em couro, selector de velocidades
com moldura cromada e as jantes em liga
leve Carelia de 19 polegadas.
Este mesmo pacote encontra-se disponível
na versão ainda mais desportiva XKR por
6200 euros, incluindo, em substituição às
jantes de 19 polegadas, a opção entre dois
tipos de jantes em liga leve de 20 polegadas,
Selena ou Takoba. Na versão XKR, encontra-se também disponível o pacote “Dynamic Pack”, que inclui sistemas de suspensão, amortecedores e direcção revistos, bem
como o potente sistema de travagem Alcon
de elevadas prestações e as jantes em liga leve
Takoba de 20 polegadas por 5 645 euros.
XII
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Desportivo Nissan GT-R
já pode ser encomendado
O Nissan GT-R já pode ser encomendado. As primeiras unidades só chegam ao nosso país em Março do próximo ano, mas as reservas já podem ser
feitas em troca de oito mil euros… de sinal. Os preços deste ícone dos automóveis superdesportivos rondam os 120 mil euros.
O
s preços do Nissan GTR em Portugal já foram
anunciados. O nível
de equipamento base vai custar
119 990 euros, o Premium Edition vai ser proposto por 121
690 euros, e o Black Edition por
123 390 euros. De acordo com a
Nissan, as entregas na Europa do
modelo vão ter início em Março
do próximo ano, mas as reservas
são já aceites desde o início de
este mês. Realce para o facto destas também poderem ser feita na
Internet, através do “site” www.
gtrnissan.com. O sinal a pagar é
de oito mil euros.
Como já foi referido, o Nissan
GT-R só vai chegar à Europa no
próximo ano, mas já está à venda
no Japão desde o fim de 2007. No
País do Sol Nascente é proposto,
consoante a versão, por preços
entre os 47 e os 51 mil euros.
Um símbolo
dos automóveis
superdesportivos
A marca japonesa organizou
vários eventos e experiências personalizadas para os “eleitos” que
perspectivam – e não sonham
apenas como os comuns dos
mortais – um GT-R. O objectivo
da marca nipónica neste período
de “caça ao sonho” é dar a oportunidade de ver o carro de perto,
conhecê-lo e, finalmente, experimentar as suas prestações antes da
aquisição. Durante as próximas
semanas e meses serão publicados
mais detalhes sobre estes eventos especiais Nissan para futuros
clientes do GT-R.
Importa explicar que toda esta
“pompa e circunstância” em torno do modelo deve-se ao facto de
estarmos perante uma marca mítica. Com efeito, se o carro de sonho dos americanos é o Corvette
e o dos europeus é o Porsche 911,
o ícone dos japoneses é o GT-R.
A Nissan mostrou o modelo
em Outubro, no Salão de Tóquio, cumprindo a promessa que
deixara na edição de 2001 do certame nipónico. O GT-R monta
um impressionante motor 3.8 a
gasolina com dois turbos e seis
cilindros em V capaz de debitar
uns expressivos 480 cv às 6400
rpm e um impressionante binário
de 588 Nm, estável das 3200 às
5200 rotações.
Este “arsenal” é passado às rodas através do novo sistema de
transmissão Nissan GR6 com
caixa de seis velocidades de dupla
embraiagem com funcionamento sequencial, ligada a um sistema de tracção total. Esta caixa
de velocidades sequencial utiliza
embraiagens húmidas e separadas
para as mudanças ímpares (primeira, terceira e quinta) e pares
(segunda, quarta e sexta) e faz
uma pré-selecção das mudanças
imediatamente inferior e superior
para conseguir passagens de caixa
mais rápidas. O condutor efectua
as passagens de caixa através de
patilhas situadas atrás do volante.
A Nissan submeteu o GT-R a
“treinos” no circuito de Nurburgring (Nordschliefe), no sentido
de afirmar as credenciais deste
super-desportivo. Com a pista
alemã parcialmente molhada, o
modelo registou um tempo mais
As reservas do Nissan GT-R já podem ser feitas em troca de oito mil euros
de sinal. O preço deste super-desportivo ronda os 120 mil euros.
rápido por volta de 7,38 minutos,
o que o coloca entre os mais rápidos dos modelos de produção
(sem serem de competição) que já
rodaram naquele mítico circuito.
Clientes VIP,
concessionários VIP
Inspirado nos míticos Skyline,
o desportivo é definido pela Nissan como “um supercarro para
qualquer pessoa, em qualquer lugar e em qualquer altura”, tendo
sido desenvolvido para permitir
grande diversão de condução com
segurança e com um mínimo de
impacto no ambiente.
As características distintas deste
modelo não se notam apenas no
design e no motor, mas também
num processo de produção especial. Os componentes com fibra
de carbono, alumínio e aço são
montados com base num processo de elevada precisão que inclui
uma série de testes de vibração.
Os motores e as transmissões são
colocados por apenas um operário num ambiente “limpo”. Além
disso, cada GT-R é sujeito a uma
bateria de testes maior do que o
normal antes de entrar nos circuitos comerciais.
Para sublinhar este “clima”,
a Nissan vai criar uma rede de
concessionários especializados,
designados de Centros de Alta
Performance Nissan. O objectivo
do construtor com esta opção é
assegurar que os clientes do GTR receberão o nível de atenção
e serviço pós-venda adequado
a este automóvel. Estes centros
vão investir na formação técnica
e de venda para que os colaboradores possam oferecer o nível
de qualidade e formação que um
automóvel como este requer e,
de igual forma, vão investir nos
equipamentos de oficina necessários para manter e reparar o GT-R
se necessário. Os Centros de Alta
Performance Nissan foram escolhidos por partilharem a mesma
paixão pelo GT-R que os clientes
deste desportivo, bem como em
função do cumprimento de critérios muito exigentes em termos
de satisfação do cliente, recursos
e localização.
Aquiles Pinto
[email protected]
Marca baixa emissões de CO2 na fábrica de Barcelona
A
A fábrica catalã da Nissan baixou as emissões de CO2 em 9400 toneladas, 12%, desde 2005, superando o objectivo da empresa para 2010.
fábrica da Nissan em Barcelona, a maior da marca
japonesa em Espanha, baixou as emissões de CO2 em 9400
toneladas, 12%, desde 2005, superando o objectivo da empresa
para 2010 a implementar em
todas as suas unidades fabris em
todo o mundo. O objectivo para
2010 estabelece uma redução de
7% nas emissões de CO2 das
fábricas, em comparação com o
nível em 2005. o vice-presidente
das operações industriais espanholas da Nissan, Jose Vicente
de los Mozos, refere que o plano da empresa “passa por tornar
as instalações de produção uma
referência em gestão ambiental
para todas as unidades fabris da
Nissan em todo o mundo”.
As reduções na unidade fabril
da Zona Franca de Barcelona foram conseguidas através de várias
medidas, incluindo a renovação
e controlo da climatização, ar
condicionado e iluminação, para
reduzir as fugas de ar comprimido. Em conjunto com a fábrica
de comerciais ligeiros em Ávila,
a empresa reduziu as emissões de
CO2 durante a fase de produção em cerca de 7% em Espanha
desde 2005. Até 2010, a Nissan
espera que as suas unidades fabris no país vizinho reduzam as
emissões de CO2 num total de
16 mil toneladas, ou 13%, em
comparação com os níveis de
2005, com a expectativa de que
unidade fabril da Zona Franca
só por si reduza as emissões em
20%. Várias novas medidas de redução de CO2 serão implementadas na perspectiva de ajudarem
as unidades fabris a cumprirem os
seus objectivos. No ano passado,
foram instalados 1338 painéis
solares térmicos e foto voltaicos.
Os painéis solares irão permitir a
redução das emissões de CO2 na
unidade fabril em 377 toneladas
combinadas por ano.
A Zona Franca de Barcelona
também introduziu recentemente 10% de combustível biodiesel
para veículos que operam dentro
da unidade fabril, o que irá reduzir as emissões de CO2 em 177
toneladas por ano. Entre outras
medidas ambientais, as fábricas
vão aumentar a reciclagem dos
seus desperdícios – incluindo sucata, óleo e plástico – até 6,6%
até 2010 e até 2% actualmente,
graças ao aperfeiçoamento na
gestão de desperdícios. As unidades fabris também estão a implementar medidas para aperfeiçoar
a reutilização e recuperação de
água, após uma análise exaustiva
desses processos.
As emissões de compostos orgânicos voláteis (COV) serão reduzidas em 25% em 2010, em
comparação com 2004. Este Verão, a unidade fabril de Barcelona
introduziu dois novos oxidantes
térmicos regeneradores que irão
permitir a redução de emissões de
COV em 9%.
sexta-feira, 18 Abril de 2008
XIII
Alfa Romeo Mi.To chega
no segundo semestre do ano
A Alfa Romeo vai entrar, pela
primeira vez, no segmento dos
utilitários, com a chegada, no
decorrer da segunda metade de
2008, do Mi.To. Este baptismo do
modelo surge por alusão a duas
cidades chave na história da marca
italiana, Milão e Turim, e deixa cair
outras designações apontadas
para o “alfinha”.
Recorde-se que foi conhecido
na fase de desenvolvimento por
Júnior e depois pensou-se que viria
a “dar-se pelo nome” de Furiosa.
A
Alfa Romeo vai chegar ao
segmento dos utilitários
no decorrer da segunda
metade do ano com a chegada
do Mi.To. O objectivo da marca
italiana com o aguardado modelo
é concorrer com algumas propostas “premium” da classe, como o
Mini ou o Audi A1, que vai ser
lançado em 2010 e cujas formas
gerais foram reveladas no Salão
de Tóquio, em Outubro passado,
com o “concept-car” Metroproject Quattro.
É um facto que recorre à mesma plataforma do “primo” Fiat
Punto, mas, não fosse um Alfa,
o Mi.To foi redimensionado para
apresentar uma imagem mais desportiva. Assim, apenas a distância
entre eixos de 2,51 m é a mesma.
De resto, é mais baixo (1,44 contra 1,49 m), mas mais comprido
(4,06 contra 4,03 m) e mais largo
(1,72 em vez de 1,69 m).
Os motores com que vai estar
disponível na primeira fase de
comercialização vão ser quatro,
dois diesel e dois a gasolina, todas
turbo e com potências entre os 90
e os 155 cv. A gasolina, a oferta
vai residir no 1.4 com 135 e 155
cv, enquanto a diesel a escolha vai
poder ser feita entre o 1.6 com 90
ou 120 cv. Ainda não está confirmado, mas é possível que o modelo venha também a receber um
1.4 a gasolina (atmosférico) com
90 cv.
Realce, em termos tecnológi-
cos, para o dispositivo Alfa DNA,
que está presente pela primeira
vez em modelos do grupo deste
segmento. Trata-se de comando
que actua sobre o motor, travões,
direcção, suspensões e caixa de
velocidades, permitindo três diferentes tipos de comportamento
da viatura com base no estilo de
condução mais apropriado à situação ou aos desejos do condutor:
o desportivo Dynamic, o Normal
e o indicado para condições de
pouca aderência All Weather.
Viagem entre Milão e Turim
em nome da imagem
de marca
A designação do Mi.To tem
uma história curiosa. Ao longo
do projecto, o modelo foi sempre reconhecido, a nível interno,
por Júnior, um nome consensual e habitual na casa de Milão
para designar os seus produtos
de menores dimensões. Depois,
o construtor do grupo Fiat promoveu uma inédita votação “online” para eleger um nome para
o modelo, tendo ganho a opção
Furiosa. Quando se pensava que
o “baptismo” estava feito, a Alfa
Romeo decidiu-se por Mi.To.
Para além de fazer um trocadilho
com a palavra mito, este nome
evoca, segundo a Alfa Romeo, a
história da marca, estabelecendo
uma ligação entre o passado e o
futuro, ou seja, entre Milão, ci-
Mercedes acelera lançamentos
dade onde foi fundada, e Turim
(que se escreve Torino em italiano), onde está sediado o grupo
Fiat.
Mais do que os perto de 150
km que distam Milão e Turim,
este “piccolo gigante” pretende
aproximar-se da imagem de marca típica da Alfa Romeo, qual
ícone do design italiano. A inspiração do modelo no superdesportivo 8C Competizione é grande,
com destaque para o formato da
superfície vidrada lateral, o “triângulo” que caracteriza o párachoques dianteiro ou o design
dos grupos ópticos anteriores e
dos faróis posteriores em LED.
Aquiles Pinto
[email protected]
Preços SLK
Modelo
Caixa
Valor (em G)
SLK 200 Kompressor Manual
45 461
SLK 280
Manual
62 304
SLK 350
Manual
70 464
SLK 200 Kompressor Automática
48 564
SLK 280
Automática
64 149
SLK 350
Automática
71 752
SLK 55 AMG
Automática
110 012
Modelo
Caixa
Valor (em G)
SL 280
Automática
101 998
SL 350
Automática
113 812
SL 500
Automática
154 253
SL 600
Automática
197 585
SL 63 AMG
Automática
197 795
SL 65 AMG
Automática
279 362
Preços SL
A
Mercedes lançou, de uma assentada,
três “restylings” Portugal. São este
o SLK, o SL e o CLS. Com cerca
de 650 novos componentes, o novo SLK
é ainda mais dinâmico e proporciona uma
experiência de condução ainda mais emocionante. As características mais relevantes
em termos de visual referem-se à nova configuração da secção dianteira e traseira, um
interior meticulosamente modificado, com
um novo painel de instrumentos e volante
desportivo de três raios. O ágil motor V6,
com 305 cv e sistema de direcção directa,
este último disponível opcionalmente, revelam o carácter dinâmico do modelo de
dois lugares SLK 350. De referir ainda que
toda a sua gama de motores é mais econó-
mica e apresenta um nível de emissões de
CO2 mais baixo. Os preços variam entre
os 45 461 e os 71 752 euros. Quanto ao
SL, o “roadster” do segmento “premium”,
apresenta-se com um novo design, reforçando ainda mais o seu carácter desportivo.
Os novos atributos deste modelo também
se reflectem nas qualidades de comportamento deste dois lugares, agora com performance mais dinâmica devido ao novo
sistema de direcção directa.
O novo SL 350 está equipado com motor com 316 cv e regista um consumo de
combustível inferior de 0,4 litros aos 100
km relativamente ao modelo anterior. A
gama de modelos SL irá apresentar dois
modelos de seis cilindros que equipam o
SL 350 e o novo SL 280 (231 cv), assim
como o SL 500 com um motor V8 e o
modelo topo da gama SL 600 com um
motor V12. Em relação a preços, o SL
custa entre 101 998 e os 279 362 euros.
Sobre o CLS, este coupé de quarto portas foi aperfeiçoado, dispondo agora de
atractivos acrescidos. A nova versão base
do modelo de lançamento, o CLS 280,
equipado com um motor V6, debita 231
cv de potência. O CLS 63 AMG, com
motor V8 da AMG de 6.3 e 514 cv de
potência, apresenta-se agora com jantes
de liga leve AMG de 19 polegadas e um
novo sistema de escape desportivo AMG.
Os preços do modelo situam-se entre 84
171 e 159 752 euros.
Preços CLS
Modelo
Caixa
Valor (em G)
CLS 320 CDI
Automática
84 171
CLS 280
Automática
78 748
CLS 350 CGI
Automática
84 899
CLS 500
Automática
114 041
CLS 63 AMG
Automática
159 752
XIV
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Ensaio Renault Clio Break 1.5 dCi 85 cv Dynamique S
A medida
do mercado
nacional
Há carros que parecem feitos à medida
do mercado português.
É o caso das carrinhas do segmento
dos utilitários, excelentes para “disfarçar”
o parco poder de compra luso com um
espaço razoável na mala. O mais recente
(bom) exemplo é a Renault Clio Break.
O
mercado português caracteriza-se por ser muito receptivo às carrinhas e aos modelos dos segmentos
mais baixos, devido à fiscalidade automóvel que
por cá se pratica e ao baixo poder de compra das famílias
portuguesas. Foi neste cenário favorável que a Renault lançou a versão Break do Clio.
Muito semelhante ao carro até onde pode ser – ou seja,
até ao pilar C – a Clio Break não inventa muito em termos
estéticos face à berlina e é diferente naquilo que deve ser:
na capacidade da bagageira, que “incha” até uns generosos
439 litros, mais 50% do que a berlina. Para os passageiros, o
espaço é bom para quem vai à frente e apenas razoável para
quem vai atrás. Ora, isso não deverá constituir grande problema, já que as famílias com filhos pequenos não precisam
de muitos espaço para os jovens viajantes da “cozinha”, mas
vem o espaço de carga da mala como “pão para a boca”, já
que entre o carrinho do bebé, a bicicleta do irmão e o saco
com a “tralha” para
o fim-de-semana, qualquer espaço livre vale ouro. Ao volante, o modelo mostra-se um típico Renault. Ou seja, conseguir uma posição de condução óptima não é tarefa fácil (o
volante deveria regular em profundidade e não apenas em
altura), mas o conforto é regra. Este “bom ambiente” é, de
resto, complementado pela qualidade aparente dos materiais
e da montagem do habitáculo. Uma vez em andamento, o
motor 1.5 dCi com 85 cv da unidade ensaiada mostra-se
sempre disponível e solícito nas recuperações. Obviamente
que não para pensar que estamos perante um modelo desportivo, mas, para quem privilegia o conforto a bordo típico
dos familiares, este motor passa com distinção.
Em termos de comportamento, a apreciação é semelhante à do motor. Com efeito, a aderência à estrada é boa, mas,
quando muito “apertada”, a Clio Break recorda os cm de
comprimento que tem a mais face à berlina. O conforto
impera, de novo. Proposto por 19 900 euros, a Clio Break 1.5 dCi 85 cv Dynamique S, oferece de série, entre
outros elementos, seis airbags, ar condicionado manual, rádio com CD,
vidros traseiros escurecidos e computador
de bordo.
Pode colocar-se a questão se a Clio não será concorrente
da “irmã” do segmento acima, a Mégane Break. A versão
com nível de equipamento semelhante e o mesmo motor, a
Pack Clim, é mais cara cerca de quatro mil euros (a maior
custa 22 950 euros). Como vantagem a Mégane tem o facto
de ter dimensões (não muito) mais generosas, mas, por outro lado, além de ser mais cara, está já em final de carreira,
estando a sucessora prevista para o início do próximo ano.
Aquiles Pinto
[email protected]
Renault clio break 1.5 dCi 85 cv Dynamique S
Cilindrada
1461 cc
Potência
Acel. 0-100 km/h
Vel. Max.
Consumo misto
Emissões de CO2
Preço
85 cv
12,7 segundos
174 km/h
4,4 l/100 km
117 g/km
19 900 euros
Ensaio Peugeot 308 1.6 HDi 110 Sport
Qualidade de leão
“Acusado” de ter uma imagem muito colada à do 207, o novo Peugeot 308 defendese dessas críticas com uma personalidade própria, revelada com uma observação
mais profunda e, sobretudo, com uma qualidade acima da média.
L
ançado no fim do ano passado, o Peugeot 308 tem disputado os lugares cimeiros das distinções do Carro do
Ano um pouco por toda a Europa. Só não tem vencido muitos galardões, porque os jurados o acusam de não ser
muito diferente do 307 e ser, mesmo, demasiado parecido
com o 207.
É verdade que não se pode falar em “cisão”, mas uma
observação mais atenta revela personalidade própria. Com
4,276 m de comprimento, 1,815 de largura, 1,498 de altura
e 2,608 de distância entre eixos, a frente e a traseira do modelo revelam isso mesmo. Mas é no interior que isso mais
se nota, com a maioria dos componentes do tablier e do revestimento das portas serem novas. Isto tanto em termos de
imagem como de qualidade percebida. Com efeito, estes são
muito mais agradáveis ao toque e mostram uma montagem
superior. A propósito de agradabilidade, a versão ensaiada, a
Sport com motor 1.6 HDi, oferece de série tejadilho panorâmico em vidro, o que contribui muito para o bem-estar a
bordo. Qualidade é, de facto, a palavra que “salta à vista” no
Peugeot 308. Isto porque, além do “toque”, o modelo melhorou bastante face ao antecessor em vários aspectos. Outro
exemplo é o comportamento, que está agora ao nível das melhores propostas do segmento médio-baixo.
O motor 1.6 HDi com 110 cv, que equipava a versão
ensaiada, com o nível de equipamento Sport, faz uma boa
dupla com o chassis do Peugeot 308, não só para condutores
que preferem viagens confortáveis, mas também para os que
gostam de uma condução mais “apressada”.
Proposto por 25 295 euros, o Peugeot 308 1.6 HDi 110
Sport inclui de série, além do já referido tejadilho panorâmico em vidro, elementos como múltiplos airbags, ESP (controlo de estabilidade), regulador da velocidade cruzeiro, ar
condicionado automático de duas zonas, rádio com CD ou
o computador de bordo.
Aquiles Pinto
[email protected]
Peugeot 308
Cilindrada
Potência
Acel. 0-100 km/h
Vel. Max.
Consumo misto
Emissões de CO2
Preço
1.6 HDi 110 Sport
1560 cc
110 cv
11,3 segundos
174 km/h
4,7 l/100 km
130 g/km
25 295 euros
ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1245, DE 18 DE ABRIL DE 2008,
E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
CAPITAL DE RISCO
COM DÉFICE
DE EXECUÇÃO
EM PORTUGAL
Colaborações:
EXPOFRANCHISE 2008
ALLBECON
abre as portas
aos empreendedores
arranca com expansão
em rede em 2009
2
franchising e empreendEDorismo
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Expofranchise 2008 sob o selo da certificação UFI
A próxima edição da Expofranchise, que terá lugar entre 9 e 11 de Maio, abrirá as suas portas aos
empreendedores já com a certificação “UFI Approved Event”. Durante três dias, cerca de 10 mil visitantes
poderão conhecer as propostas de empresas de 45 sectores de actividade. Paralelamente, conferências práticas
e a apresentação da Franchise University constituirão outros pontos fortes do certame.
A
13ª edição da Expofranchise realizar-se-á entre 9 e 11 Maio 2008
na FIL de Lisboa, com o propósito
declarado de ser “o maior evento de criação
de negócios em Portugal”. Com a presença de 150 expositores, reunidos numa área
bruta de 10 300 m2, o certame deverá acolher cerca de 10 mil visitantes à procura de
novas oportunidades de carreira.
A Expofranchise 2008 surge com um
conceito ampliado, pensada de uma forma
global para responder à totalidade das necessidades de quem quer criar um negócio
próprio. Para além do contacto directo com
mais de 150 responsáveis de marcas de mais
de 45 sectores de actividade, a proposta da
Expofranchise 2008 é que o empreendedor
possa, durante três dias, recolher informação prática para abrir a sua empresa, iniciar
um negócio em determinado sector de acti-
O franchising representa 3% do PIB. São mais
de 4,7 mil milhões de
euros de facturação que
as empresas de franchising
obtiveram em 2007.
vidade, bem como tomar contacto e ouvir
na primeira pessoa os testemunhos de quem
já deu o primeiro passo.
Para além disso, o certame proporcionará a possibilidade de frequentar conferências práticas, pontos de encontro com
empresários e o contacto com empresas
especialistas na área de informação a quem
pretende criar um negócio. Recorde-se que
a Expofranchise 2007 recebeu 165 expositores e 9637 visitantes.
As conferências debruçar-se-ão sobre
questões práticas, como financiamento,
aspectos jurídico-legais do franchising,
programas de apoio ao auto-emprego, programas de incentivo local e regional, entidades de apoio, processo de incio de actividade e criação de empresa, fornecedores de
apoio a montagem da unidades, empresas
de sinaléctica, montagem de loja, gestão de
frotas, marketing e imagem, oportunidades imobiliárias e formação especializada
Neste âmbito, a Expofranchise será igualmente o palco da apresentação do programa detalhado da Franchising University,
entidade de formação do IFF com ursos
100% adaptados ao franchising destinados
ao franchisador e a sua equipa. O programa será composto por quatro cursos de especialização de oito módulos cada (12 para
o mini-MBA) com uma carga média de
um dia por mês nas seguintes áreas: Especialização em Expansão de Redes, Especialização em Gestão de Redes, Especialização
em Recursos Humanos e Desenvolvimento Pessoal, Especialização em Marketing de
Redes, Mini-MBA.
Novas marcas de origem nacional
O franchising representa 3% do PIB
nacional. Segundo os números divulgados
pelo Instituto de Informação em Franchising (IIF), são mais de 4,7mil milhões de
euros de facturação que as empresas de
Marc Barros
[email protected]
franchising obtiveram em 2007, o que indica a importância que este sistema tem
na economia, em especial por serem quase todas empresas retalhistas, em geral de
pequena dimensão. Por outro lado, o sector emprega 67 mil pessoas, sendo que em
2007 contribuiu com a criação líquida de
quase 4 mil postos de trabalho. O conjunto das redes emprega 1,3% de toda a população empregada em Portugal.
Segundo o estudo, 2007 destacou-se
pelo número recorde de entrada de novas
marcas no mercado em regime de franchising (97 marcas), na sua grande maioria
(72%) de origem nacional. O dinamismo
do sector leva a que sejam 501 as redes de
franchising a operar em Portugal. Além da
imobiliária, consultoria financeira, estética
e moda, o ano de 2007 trouxe um novo
leque de ofertas: fitness feminino, funerárias, restaurantes eróticos, construção civil,
entre outras.
Os principais indicadores apontam para
um crescimento de 6% a 8% do mercado,
num total de 11271 unidades ou lojas,
sendo 65% pertença de franchisados e apenas 35% à própria marca, o que revela uma
certa solidez das marcas. Só em 2007 foram abertas 1120 unidades, valor bastante
superior aos anos anteriores e um sinal positivo para o sector.
PUB
franchising e empreendEDorismo
sexta-feira, 18 Abril de 2008
3
Capital de risco
tem défice de execução
em Portugal
MARC BARROS
[email protected]
O Easy Investment Forum reuniu em Milão investidores e novos projectos de toda a
Europa que representam um elevado potencial de valorização. O balanço foi positivo,
uma vez que se tratou “de uma excelente forma de conhecer oportunidades de
investimento que estão ainda numa fase inicial de desenvolvimento”. Ao contrário, a
indústria de capital de risco em Portugal “não conseguiu ainda resolver aquela que é a
principal causa do seu atraso estrutural: a ausência de execução”, considera Francisco
Banha, presidente da FNABA.
O
Easy Investment Forum proporciona potencialidades que, em Milão,
não se cingiram “às 22 empresas
que se apresentaram no evento mas também
às outras 30 que não foram seleccionadas,
bem como a 15 outras empresas italianas
que aproveitaram o evento para se apresentar
numa iniciativa paralela ao Easy”, designada
“Early stage investors”, disse Francisco Banha. A estas, juntou-se a “oportunidade de
fazer algum networking com outros investidores interessados nestas fases de desenvolvimento (‘early stage’ e ‘start-up’), o que representa uma troca de experiências muito rica
em termos de práticas, se tivermos em conta
que estiveram lá investidores de 11 países de
toda a Europa”. O aumento significativo da aprendizagem
por parte de dezenas de empreendedores “sobre a compreensão da natureza dos investidores, os seus objectivos e motivações que se
encontram por detrás dos investimentos que
estes realizam” é um dos resultados concretos
que Francisco Banha ressalta do encontro, a
que se junta a “projecção internacional que
teve o projecto português que lá foi apresentado” (ver caixa). Fóruns Easy são “atalho”
A crescente dificuldade das empresas em
se financiarem, bem como o seu custo, implica a busca de alternativas. Para Francisco
Banha, os fóruns do Easy são um “atalho na
árdua caminhada que é a angariação de capital internacional”. Para além “do vantajoso
acesso a um conjunto de ferramentas e consultoria que permitem aos empreendedores
melhorar o seu plano de negócios”, estes têm
ainda uma “excelente oportunidade de se
apresentar a uma plateia que ronda os 150
investidores com quem podem realizar sessões particulares”. O CEO da Gesventure referiu que “para
qualquer empresa angariar capital no exterior tem de se assumir como global e isso reflecte-se desde logo na forma como a empresa perspectiva o seu modelo de negócio”, o
qual “tem de suportar a ambição de liderança num determinado segmento de mercado
através de uma solução que permita mudar
os hábitos dos clientes em diversas áreas geográficas”.
Tal facto obriga, continua, “a que o empreendedor tenha de identificar clientes com
necessidades ainda não satisfeitas, em vez de
somente alcançar um novo nível de desempenho, promover melhorias incrementais,
atender melhor às actuais expectativas ou
acrescentar mais um produto/serviço à gama
de produtos/serviços já existentes”. Para
além disso, é necessário que “os investidores
consigam ver na equipa empreendedora as
competências – tecnologia, relacionamento
com clientes, acesso e agilidade de âmbito
global e capital intelectual — necessárias
para conseguir que a sua ideia possibilite
uma razoável velocidade de chegada ao mer-
cado, tendo em conta os objectivos traçados
para o referido mercado global”. Indústria de capital de risco
não supera atraso estrutural
Em Portugal, o presidente da FNABA reconhece que a indústria de capital de risco
“não conseguiu ainda resolver aquela que é
a principal causa do seu atraso estrutural: a
ausência de execução”. Durante o segundo
semestre de 2006 e o primeiro semestre de
2007, “o número de projectos efectivamente
financiados com o recurso a capital de risco
e via ‘business angels’, voltou a ser quase incipiente”. Apesar de no domínio conceptual “se terem verificado algumas alterações bastante
significativas”, o facto é que “ao nível da
sua execução continua a existir um grande
obstáculo ao sucesso de um modelo favorável ao empreendedorismo e a principal
causa da ineficácia das acções adjacentes ao
referido modelo”. Portugal apresenta “falhas
na aplicação de capital nas fases iniciais de
financiamento, muito aquém, portanto, de
economias que já perceberam como se financia a cadeia de valor do conhecimento”,
considera.
Na vertente do Venture Capital (financiamento de projectos cujo ciclo de vida se
encontra nas fases iniciais), Francisco Banha
elogia a criação do programa Finicia, o qual,
na sua essência, permite que “ideias que visem criar protótipos de novos produtos ou
novos modelos de negócio possam captar a
atenção de uma Sociedade de Capital de Risco (SCR)”.
Importante foi ainda a publicação do
Decreto-Lei nº 375/2007, que reconhece
o Estatuto de Business Angel com a criação
da figura do ICR (Investidor de Capital de
Risco). Este “concretiza um primeiro passo
no reconhecimento dos ‘business angels’ e
do seu papel na promoção de novos projectos empresariais, bem como o seu contributo
para o desenvolvimento do capital de risco e
do empreendedorismo em Portugal”. Porém, “apesar dos aspectos positivos, a
actual legislação ainda não é suficiente para
contribuir para um aumento do número de
BA no nosso país, uma vez que, do ponto de
vista fiscal, o Orçamento Geral de Estado de
2008 não se revela muito interessante para
os ‘business angels’. Aliás, avisa, “todas as entidades envolvidas neste importante processo deveriam reflectir sobre o porquê de até
ao momento ainda não se ter registado uma
única inscrição de um ICR na CMVM,
contrariando assim as expectativas inicialmente criadas com a publicação do citado
decreto-lei”. “Corporate ventures” dão acesso
a fluxo de produtos e serviços
inovadores
O desafio passa assim pela criação de
“Todas as entidades deveriam reflectir sobre o porquê de até ao momento
ainda não se ter registado uma única inscrição de um ICR na CMVM”,
avisa Francisco Banha.
“um ecossistema cada vez mais favorável,
que envolva vários agentes e assegure mecanismos de captação de liquidez em articulação com o mercado de capitais, ao
mesmo tempo que sensibiliza as empresas
para a importância desta ferramenta de
capitalização”. Ao Estado cabe “preservar
a envolvente propícia ao correcto funcionamento dos mercados e, mais selectivamente, a pró-actividade requerida em áreas
onde reconhecidamente se detectem falhas
de mercado”. Francisco Banha revela que o Estado tem
ainda alguns passos a dar no que toca aos
“business angels’, “sendo necessário reduzir
a carga fiscal inerente aos investimentos, no-
meadamente através de um mecanismo de
crédito de imposto, bem como pela operacionalização de fundos de co-investimento
entre o Estado e os ‘business angels’.
No sector privado, aquele responsável
deposita “alguma esperança no potencial
de ‘corporate venturing’ do nosso PSI 20”.
Garantindo que o ‘corporate venturing
’“tem uma grande implantação como estratégia de crescimento nos Estados Unidos”,
na Europa, e nomeadamente em Portugal,
“esta metodologia não é tão utilizada, e isto
pode ser uma consequência da menor relevância dada ao investimento de capital de
risco na Europa relativamente aos Estados
Unidos”.
4
franchising e empreendEDorismo
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Inovação no franchising
- exemplos práticos
U
ma rede de franchising tem que
estar sempre apta a inovar, a lançar novos produtos, serviços e novas tecnologias. Este é o segredo de uma
organização moderna em franchising, que
deverá ser ágil, rápida, em permanente
mudança, pronta a antecipar as tendências
e a distinguir-se da concorrência.
A inovação é um estado de espírito permanente. Nunca o franchisador e franchisado devem pensar que têm o negócio
perfeito, pois, se o fizerem, serão rapidamente ultrapassados pela concorrência.
Normalmente, o mercado procura copiar
os conceitos, com um formato e com produtos parecidos, mas, quando isto acontece, já o franchisador moderno deverá estar
noutro processo mais actual, lançando novas tecnologias, produtos, marketing mais
agressivo e melhores processos de venda.
Irei a seguir apresentar alguns exemplos
de processos de inovação desde o lançamento de quatro marcas do grupo Onebiz
do qual sou administrador:
O caso Fiducial: Há 10 anos atrás, o
grupo Onebiz lançou a Fiducial, conceito único e inovador pela metodologia de
contabilidade focada no empresário, com
relatórios standard mensais e muito dirigida ao apoio à gestão. Esta metodologia foi
sendo alvo de tentativas de réplicas pelos
concorrentes. Recentemente, a inovação da
marca teve o lema “o fim da contabilidade
tradicional”, através da total automatização e processamento de dados via internet,
com armazenamento da informação nos
servidores do master e com integração total dos dados com os clientes. O processo
de gestão da informação é muito eficiente
e integrado, com valor acrescentado adicional face ao mercado. Quando os concorrentes começarem a tentar seguir estas
novas práticas e atingirem capacidade para
o fazerem, já a Fiducial deverá estar com
novos e inovadores processos, não só ao nível da tecnologia mas também dos serviços
e marketing.
O caso da Exchange: Em 2001, foi lançada a Exchange, conceito único e inovador
na área de consultores em financiamentos,
tendo o último senso do IFF considerado a
marca (no mercado global de franchising)
como a que mais cresceu nos últimos cinco anos. Hoje são imensas as marcas que
actuam neste segmento, apesar de nos
primeiros três anos a Exchange ter sido o
único operador no mercado (“first mover”). A marca, em função da inovação do
conceito, teve que vencer muitas resistências no mercado, educá-lo e comunicar os
seus serviços (até então desconhecidos do
mercado), através de campanhas agressivas
e informativas. A inovação faz-se também
pela constante renovação da sua imagem e
pontos de venda, pela formação continuada dos seus quadros (os quais têm pela for-
Pedro Santos
Administrador
Grupo Onebiz
[email protected]
mação uma mais-valia de soluções inovadoras face à concorrência) e também pela
forte notoriedade de marca.
O caso NBB: A NBB foi a primeira
empresa em Portugal na área do Business
Brokerage (compra e venda de empresas).
O modelo NBB foi consolidado em Portugal durante cinco anos, sendo a NBB a rede
líder em Portugal no seu mercado, apesar
da entrada recente de vários concorrentes.
A NBB apostou no desenvolvimento de
uma plataforma integrada de avaliação
de empresas, com elaboração automatizada e multilingue dos relatórios e com
publicação online no seu portal das oportunidades de compra e venda. Em face do
enorme sucesso na venda de empresas e da
sua inovadora tecnologia e metodologia,
a NBB desenvolveu uma forte expansão
Internacional, sendo hoje a rede internacional líder no seu sector em termos de
número de países (15). O facto de uma
empresa 100% portuguesa ser hoje líder
internacional no seu sector, representa
uma grande bandeira para o franchising
português, pela capacidade de inovação,
oferta de serviços e metodologias multilingue e processos automatizados a nível
mundial. Hoje, a inovação para o cliente
final passa pela mais-valia da rede internacional, capaz de vender uma empresa em
todos os continentes e com “partners” locais.
O caso Accive Insurance: Em 2002,
face à nova directiva comunitária de seguros, a Accive lançou um projecto inovador de corretor de seguros com rede de
franchising multioferta. Em função da
inovação do modelo, demorou três anos
a conseguir junto do Instituto de Seguros de Portugal o licenciamento necessário, pois, apesar do projecto estar dentro
da nova directiva europeia de seguros,
como a legislação portuguesa não estava
ainda adaptada, resultou num difícil processo de obtenção da licença de corretor
em franchising. Com a consolidação da
rede foram automatizados os processos de
emissão de apólices, cartas verdes e gestão de sinistros, tendo o franchisado total
autonomia via sistema online na sua gestão de carteira e suporte da estrutura no
“back-office” da corretora. Face às grandes barreiras de entrada pela inovação do
projecto e sua complexidade, não se torna
fácil a concorrentes conseguirem adoptar
em tempo útil o modelo de negócio da
Accive, sendo uma mais-valia para os seus
franchisados pela inovação existente.
Com estes exemplos procurei identificar alguns esforços de inovação constante,
necessários à afirmação de uma marca no
seu mercado e no mercado global. Inovar
é um estado de espírito que deve estar presente nos empreendedores, franchisadores
e franchisados!
FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO
sexta-feira, 18 Abril de 2006
RE/Max com 250 agências
em 2008
Allbecon
A RE/Max viu crescer os seus
resultados em mais de 35% em
2007 face ao período homólogo.
A rede mediou mais de 21 700
transacções, que movimentaram
1,3 mil milhões de euros. Com
este resultado, a rede de mediação imobiliária superou os
objectivos estabelecidos para o
ano de 2007. A facturação cresceu 35,5% – mais 10,5% que
o previsto –, enquanto o volume
total de negócios movimentado
pela RE/Max aumentou 30%,
contra um acréscimo esperado
de 25%.
O crescimento da RE/MAX no
ano transacto foi gerado por um aumento de quase 30% no número
de transacções imobiliárias mediadas pela rede. Manuel Alvarez,
presidente executivo da RE/Max Portugal, disse que “o aumento de
penetração da marca foi conseguido à custa do nosso maior concorrente, a venda directa entre particulares”. A RE/Max quer fechar o
ano de 2008 com um volume de negócio de 1,6 mil milhões de euros e mais de 31 mil transacções realizadas. O número de agências
deverá este ano subir para 250.
dá início
a expansão
em rede
em 2009
A
Allbecon,
multinacional
de capitais holandeses que
actua no sector do trabalho temporário, pretende arrancar
com o projecto de expansão em
franchising em 2009. Segundo
Miguel Evaristo, director-geral da
empresa em Portugal, o objectivo
a longo prazo é o de atingir “75%
de agências franchisadas e 25% de
agências próprias”. Na sua opinião,
a conjuntura do país “é propícia a
esse crescimento”, pois “vive-se uma
época de teste às empresas portuguesas. Num clima de concorrência
global, as empresas procuram ferramentas que as ajudem a obter níveis
superiores de eficiência. O trabalho
temporário é sem dúvida uma dessas ferramentas”, assegura.
A empresa, presente em Portugal (Lisboa e Porto) éespecializada
em quatro áreas distintas: Business
Service, Industrial Service, Logistic
Service e Call Center.
A expansão em rede através deste
modelo de negócio “não será uma
experiência nova para o grupo Allbecon Olympia”, explica Miguel
Evaristo, uma vez que “estamos fortemente implantados via franchising em países como a Holanda”.
Na sua perspectiva, o franchising
apresenta-se como “a forma mais
sustentada de crescimento que
pode haver, pois baseia-se numa
relação de ‘win-win’, que se traduz,
posteriormente, num serviço prestado a empresas e colaboradores de
elevada qualidade”.
Porém, para o cumprimento dos
Trabalho temporário
em crescimento
O sector do trabalho temporário
“está em crescimento”, assegura
Miguel Evaristo. Cada vez mais as
empresas identificam esta ferramenta como forma de “obtenção
de produtividade e redução de
custos através da flexibilização
da sua estrutura de recursos humanos”. Para os trabalhadores, “é
uma forma fácil, rápida e prática
de encontrar trabalho e, em muitos casos, de ficar definitivamente
nos quadros das empresas”.
A Allbecon Portugal
fechou o ano com uma
carteira de 100 clientes,
o que representa um
incremento de 21%
objectivos traçados colocam-se alguns obstáculos. Segundo Miguel
Evaristo, o sector do trabalho temporário “vive num contexto de elevados condicionalismos ao nível da
sua regulamentação. O processo de
acreditação de uma nova empresa
de trabalho temporário no mercado é algo que leva o seu tempo”.
Neste caso, tratando-se de uma
empresa que pretende expandir-se
através de uma rede de franchising,
a prudência aconselha ao desenvolvimento de “estudos de mercados
que contemplam matérias de regulamentação, autorização, entre
outras”. Em suma, refere, “estamos
à procura de uma fórmula de funcionamento que sirva os interesses
de todos os stakeholders em torno
da nossa organização”.
2008 será ano
de “break even”
Não obstante, a Allbecon Portugal pretende atingir o “break even”
em 2008 e alcançar um volume de
facturação na ordem dos 4 milhões
de euros, aumentando a sua carteira para 150 clientes, num crescimento estimado de 50% neste
indicador face ao ano anterior. Em
2007, o volume de negócios foi de
2,5 milhões de euros, o que repre-
5
senta um crescimento de 25%
face ao ano anterior, e o correspondente a cerca de 840 contratos de trabalho, num total
de 210 mil horas facturadas, o
que representa um incremento
de 36% neste indicador.
Com este desempenho, fechou o ano com uma carteira
de 100 clientes, o que representa um incremento de 21%
face a 2006. Refira-se que, no
ano transacto, cerca de 60%
dos trabalhadores temporários
da Allbecon assinaram contrato de trabalho directo com as
empresas onde foram colocados.
“O ano passado foi extremamente positivo, por termos
conseguido uma excelente prestação, de tal forma que alargámos a nossa carteira de clientes
e registámos um bom crescimento das vendas, o que são
excelentes indicadores, que nos
dão confiança para o futuro”,
enaltece o mesmo responsável.
Recorde-se que, no início de
2007, a Allbecon expandiu-se
para o Porto, uma aposta estratégica para a sua consolidação
e crescimento. “O mercado do
Porto, com uma estrutura assente na indústria, proporciona
um potencial de crescimento
de negócio muito grande e permite servir melhor os clientes
que detemos em Lisboa e que,
em simultâneo, necessitam dos
nossos serviços no Porto”, conclui Miguel Evaristo.
MARC BARROS
[email protected]
“Business angels”
investem nos sectores
dos serviços e software
A Associação Portuguesa de Business Angels (APBA) apresentou
dois novos projectos nos sectores dos serviços e software, para angariação de investimento o valor de 3,6 milhões de euros. As empresas
GuestCentric Systems e We Sell apresentaram os seus projectos, direccionados para os sectores dos serviços e software. A GuestCentric
opera no mercado do Software, e a We Sell opera no mercado dos
serviços ao consumidor. Ambos os projectos assentam na inovação
e nas tecnologias da informação.
A GuestCentric Systems, uma “start up” fundada em Outubro de
2006, apresentou uma unidade de negócio que pretende conquistar
a liderança no âmbito das plataformas de e-comércio na indústria
hoteleira.
A We Sell apresentou, por sua vez, o seu projecto “Car Office”, que
consiste em criar uma vantagem competitiva para os utilizadores de
viaturas, através da disponibilização de comunicação em andamento, com acesso a ferramentas informáticas, que possibilitarão estar
em contacto permanente com todo o mundo.
Eficiência energética
promove competitividade
O BIC-Minho pretende sensibilizar as empresas para a eficiência
energética, para o que integra o projecto transfronteiriço GENER, no
âmbito do qual tem vindo a promover em Braga e Guimarães sessões
com empresários. Victor Sá Carneiro, director-geral do BIC-Minho,
sublinha que, do ponto de vista empresarial, a eficiência energética
deve ser “encarada como um investimento e não como um custo”,
que a considera como “uma prática fundamental para melhorar a
competitividade das empresas”.
O especialista Pontes Bento alertou os empresários minhotos para a
necessidade de adoptarem rapidamente medidas de eficiência energética como forma de conseguirem vantagens em termos de mercado e de estarem melhor preparadas para reagir às novas exigências.
Entre as principais recomendações daquele especialista, destacam-se a necessidade de gerir a energia como forma de poupar, a
construção ou adaptação de infra-estruturas mediante os princípios
da gestão energética, a formação de técnicos e, naturalmente, a
diversificação das fontes de abastecimento energético mediante o
aproveitamento de fontes renováveis.
6
franchising e empreendEDorismo
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Ginásios da Educação
com conceito multisserviços
É um conceito de educação que se
pretende inovador, aliando espaço, imagem
e metodologia. Os Ginásios de Educação
estão a alargar a sua rede por todo o país:
em 2008 serão criadas 30 novas unidades.
Vida Económica - Em
que consistem os Ginásios de Educação?
Miguel Marques - Trata-se de um novo conceito de
espaço, imagem e metodologia, destinado a prestar uma
vasta gama de serviços de
educação. A denominação,
Ginásios da Educação, procura marcar a diferença com
o existente no mercado. Temos como um dos principais
eixos de actuação, o que se
convencionou em Portugal
designar por “explicações”,
um método integrado de as
ministrar. A rede DaVinci
proporciona no apoio escolar extracurricular um método e sistema integrado de
aprendizagem que visa o alto
rendimento escolar dos alunos. Prestamos serviços educativos suplementares aos da
escola, procuramos transmitir confiança aos alunos e às
famílias na marca através do
nosso trabalho e dos resultados dos nossos alunos.
VE - Como nasceu o
projecto?
MM - O projecto nasceu
há 15 anos com a criação da
Explicalgarve, um dos mais
antigos centros de explicações nacional. Em 2006 e
2007, registou-se a marca e
o conceito Ginásios da Educação DaVinci, formatou-se
e profissionalizou-se todo o
projecto, ajustou-se a ima-
gem, os métodos pedagógicos e os métodos de gestão, desenvolveu-se software
apropriado, tudo com o propósito de efectuar a expansão
a nível nacional.
VE - Quantos centros
dispõem e qual o objectivo de expansão?
MM - Dispomos de dois
Ginásios, em Faro, que funcionam como unidades piloto e como incubadoras
de ideias do projecto. Entre
unidades próprias e unidades
em franchising estão previstas para abertura as primeiras unidades no decorrer do
primeiro trimestre de 2008.
Dispomos, com o acordo de
reserva, de parceiros para 46
concelhos de todos os distritos do país. Estão presentemente em andamento os
processos de selecção para a
definição da primeira fase de
expansão. Prevemos abrir em
todo o país 30 unidades no
decorrer de 2008. Dependendo dos modelos de implantação (básico, standard e
hiper), o investimento inicial
dos franchisados poderá variar entre 20 mil e 100 mil
euros. Estão ainda previstos
outros três ginásios próprios,
em princípio no Algarve.
VE - Qual é o público-alvo?
MM - O conceito multisserviços de educação é diri-
A
A primeira loja da Fantasy Store em Portugal, inaugurada em
Setembro de 2007, no Amoreiras Shopping Center, superou as expectativas seis meses
após a sua abertura ao público, com vendas médias mensais superiores, 50 mil euros.
Para este resultado contribuiu
a elevada frequência de tráfego na loja, calculada em 600
pessoas por dia, durante a semana, e em 2500 pessoas/dia,
aos fins-de-semana.
Num estudo encomendado
pela Mundicenter, a Fantasy
Store foi a primeira classificada em Atendimento e Espaço
Físico, dois dos critérios de
avaliação, nos quais obteve
a nota máxima (100%). Em
ambos os casos, o resultado
esteve acima da média obtida
entre todas as lojas do Amoreiras Shopping Center, que foi
de 72,4% em Atendimento e
95% no Espaço Físico.
Na loja poderão ser adquiridos
produtos da Disney e Warner
Bros; licenciados exclusivamente para a Fantasy Store,
bem como artigos associados
a outras personagens, como os
Simpsons, a Barbie, o Snoopy,
entre muitos mais.
Representada em Portugal pela
Linhas e Coordenadas, Lda., a
Fantasy Store entrou no nosso
país inserida numa estratégia
de expansão da marca que previa ultrapassar as 200 lojas em
toda a Europa e Marrocos, até
ao final de 2007. Actualmente, a maioria das lojas (mais de
170) situa-se em Itália, berço
da marca, em 2001.
Veigas Imobiliária
reforça presença em Lisboa
gido a todos os todos os níveis
de ensino desde o primeiro
ciclo do ensino básico até ao
ensino superior. O público-alvo é bastante diverso, visto
que o pacote de serviços oferecidos pela rede também o
é: desde das explicações convencionais, passando pelas
explicações com uso das novas ferramentas tecnológicas
e de comunicação (“e-learning” e ensino à distância); a
psico-pedagogia e orientação
vocacional; o apoio escolar ao
domicílio; os planos de integração para estrangeiros; a
ocupação de tempos livres; a
preparação para exames normais e para exames especiais,
as línguas; a informática; o “elearning” para terceira idade;
a formação profissional, entre outros.
VE - Quais tem sido os re-
sultados até ao momento?
MM - As unidades piloto
de Faro têm neste momento 290 alunos, prevendo-se
chegar ao fim do corrente
ano lectivo com aproximadamente 400 inscrições.
Com o início do ano lectivo normalmente dispomos
de aproximadamente 150
inscrições que vão gradualmente aumentando com o
decorrer do ano escolar até
ao seu final em Junho/Julho,
atingindo então o seu máximo. Visto possuirmos três
modelos de implantação,
temos metas diferentes: em
grandes centros urbanos, em
unidades “standard”, prevemos uma média superior a
200 alunos. Em unidades
básicas para zonas de menor
população estudantil prevemos uma média aproximada
de 100 alunos por unidade.
MRW com 75 lojas
MRW, empresa especializada no transporte urgente de documentos e pequenas encomendas, inaugurou, em São Domingos de Rana, a septagésima
quinta loja franchisada da rede portuguesa. A abertura está
assente na estratégia de expansão da marca para o país, que
tem por objectivo reforçar a capilaridade e excelência dos
serviços de transporte urgente prestados pela empresa.
Os clientes MRW desta zona da grande Lisboa, até agora
servidos pela loja franchisada de Estoril, passam a contar
com mais uma loja na zona, o que lhes proporciona um ser-
Fantasy Store
cresce em volume de vendas
viço de maior proximidade, por forma a responder às crescentes exigências do concelho de Cascais. Segundo Miguel
Carrolo, o franchisado que agora abre a Loja de S. Domingos de Rana, e que já possui as lojas MRW de Amadora
e Sintra, “o sucesso da nossa marca assenta principalmente
nos recursos humanos e na qualidade do serviço prestado”.
A mais recente loja MRW em Portugal vem reforçar a
presença da marca no distrito de Lisboa, onde actualmente possui já 19 lojas franchisadas. A nível ibérico a MRW
ultrapassou recentemente as 800 lojas.
A empresa de mediação imobiliária Veigas Imobiliária abriu
três novas lojas em Lisboa. As
novas lojas Veigas Imobiliária
de Avenidas Novas, Campolide
e Conde Redondo vêm reforçar
a estratégia de expansão da
rede, a nível nacional, levada
a cabo pela empresa. Com um
investimento global por agência de 75 mil euros, as novas
lojas da rede de franchising da
Veigas Imobiliária esperam vir
a recuperar este valor no seu
primeiro ano de actividade,
contando para tal com uma
facturação global estimada por
agência de aproximadamente
em 830 mil euros. Para estas
novas lojas foram definidos
como objectivos prioritários
a conquista da liderança nas
suas áreas de actuação, quer
em número de transacções
quer em valor de negócios. A
Veigas Imobiliária conta com
uma rede de 68 agências a
operar no mercado ibérico.
Para 2008, a marca tem como
objectivo abrir 90 agências.
Clínica Zézinha Peniche
abraça franchising
A clínica de estética Zézinha Peniche pretende alargar a
sua rede nacional através da expansão em franchising.
Segundo a própria confirmou à “Vida Económica”, em
2008 serão criadas duas novas clínicas, “sendo uma em
Lisboa, na rua Braancamp, e uma outra no Algarve, já
que tenho muitas solicitações nesse sentido. A expansão
em redes de franchising está prevista para 2009”. A lógica
geográfica de distribuição envolve “as capitais de distrito,
sendo o Porto a minha grande aposta”. No entanto, continuou, “não descarto a possibilidade de termos parcerias
na vizinha Espanha.
A marca Zézinha Peniche (ZP) poderá franchisar dois
tipos de conceitos: estética e cabeleireiro, ou apenas estética. Aquela responsável salientou que uma loja tipo tem
uma facturação de 30 mil euros mensais, o que torna o
negócio interessante, tendo em conta que a maior parte
é proveniente da prestação de serviços e não da venda de
produtos”.
VR Business Brokers capta investidores espanhóis para Portugal
A
VR
Business
Brokers, rede internacional de franchising especializada na
intermediação de compra
e venda de PME, celebrou
um mandato de representação com um comprador
espanhol, interessado na
aquisição de empresas ou
grupos industriais portugueses que sejam líderes ou
de referência no seu segmento de produto. Estas
empresas devem estar em
fase de expansão e possuir
uma equipa directiva profissional e apresentar um
volume de negócios entre
os 15 e os 50 milhões de
euros. O montante do investimento não foi revelado, mas o grupo investidor,
especializado em capital de
expansão, pretende efectuar três aquisições em 2008.
A empresa anunciou,
depois de realizada a segunda convenção ibérica
da rede em 2007, que tem
em carteira cerca de 325
mandatos de venda na
Península Ibérica, representando 560 milhões de
euros. A expansão a curto
prazo da rede para Itália,
Brasil e Argentina foi um
dos objectivos apresentados. Para além dos EUA,
a VRBB está presente em
Portugal, Espanha, Colômbia, Venezuela e a partir de Janeiro de 2008 no
Chile. No final do evento,
Pedro Marques, director-
-geral da VRBB Portugal,
frisou que a “actividade
de fusões e aquisições no
segmento das PME tem
cada vez mais um carácter
internacional, pois os investidores procuram oportunidades em mais do que
um continente sendo crescente o recurso a redes internacionais”.
Em Portugal, a marca
detém um valor total das
empresas cuja venda representa de 60,8 milhões
de euros de activos. No total, são 22 as empresas que
requisitaram os serviços da
VR Business Brokers para
transaccionar partes ou a
totalidade do seu capital
social. O valor das empresas industriais assume
um peso de 60% no total
de negócios em carteira.
Os sectores da imprensa,
construção, tecnologias de
informação e distribuição
completam o portefólio de
negócios representados.
franchising e empreendEDorismo
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Sporting forma novos
talentos em franchising
A Academia Sporting, projecto de formação de novos talentos futebolísticos,
está a desenvolver um projecto de expansão em rede da marca para captar
receitas, divulgar a imagem do clube e, ao mesmo tempo, assegurar uma maior
amplitude na captação de jovens talentos. Até final do ano serão abertas 14
novas unidades. 2009 poderá ser o ano da internacionalização.
pertence ao clube, ou cativar escolas de futebol já existentes que
pretendam usufruir do modelo
de formação Academia Sporting.
Os contratos de franchising têm
envolvido, até agora, profissionais
tradicionalmente ligados ao futebol, como ex-futebolistas e treinadores.
SCP assegura formação
técnica e presencial
A
aposta estratégica na procura e formação de novos
talentos desportivos que o
Sporting Clube de Portugal lançou há vários anos atrás, no âmbito do chamado projecto Roquette, culminando no lançamento
da Academia Sporting, derivou,
em 2006, para a expansão do seu
modelo de formação através do
franchising. Actualmente com 14
Escolas Academia em funcionamento um pouco por todo o país,
o Sporting pretende abrir, até final
do ano, 16 novas unidades, estando em perspectiva a internacionalização do conceito em 2009.
O objectivo do clube não é mais
do que multiplicar uma receita de
sucesso comprovado na formação
e que já deu ao mundo do futebol
talentos como Figo, Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma, Simão
Sabrosa, Hugo Viana, Nani, João
Moutinho ou Miguel Veloso, entre muitos outros. Por outro lado,
este passo pretende promover a
marca Sporting e procurar novas
fontes de receita para a sociedade
desportiva.
O projecto teve o seu início em
quatro Escolas Academia localizadas na periferia da capital, cujos
resultados foram considerados encorajadores. Até final do ano serão
30 os centros de formação para
crianças entre os 5 e os 14 anos
de idade. O Sporting pretende
atrair para este projecto parceiros
com comprovado espírito empreendedor e perfil empresarial, uma
vez que nenhuma destas escolas
Desta forma, o modelo de negócio envolve pagamento de um
montante inicial ao clube para garantir o direito de entrada, a que
se juntam 15% da facturação, esta
proveniente do pagamento das
mensalidades dos jovens atletas.
Futuros talentos que despontem
nestas escolas ficarão sob a alçada
do Sporting. As escolas deverão
ainda dispor de condições técnicas, como campo de futebol,
balneário, entre outros, definidas
pelo Sporting. Por sua vez, o clube compromete-se a fornecer formação técnica e presencial regular
aos parceiros e a emprestar a sua
imagem comunicacional.
Os resultados obtidos até ao
momento são reveladores da eficácia desta estratégia: cerca de três
mil jovens aderiram já à formação
Sporting, dos quais cerca de 50%
são sócios do clube. Mais ainda, o
Sporting consegue ampliar o seu
círculo de influência na captação
de novos talentos e reduzir custos
de formação, o que é bastante positivo do ponto de vista da fidelização.
Como referido, o próximo passo
será a internacionalização, depois
de estabilizada a primeira fase deste
projecto em Portugal. Luxemburgo, EUA, Canadá, Suíça, Angola e
Moçambique são algumas das possibilidades para esta internacionalização do franchising do Sporting,
sendo que, muito recentemente, o
presidente do clube, Filipe Soares
Franco, deslocou-se à África do
Sul, onde foram analisadas várias
propostas de franchising da Academia Sporting.
MARC BARROS
[email protected]
Porto e Benfica seguem exemplo
Tanto FC Porto como Benfica reconheceram o potencial que o franchising poderá mostrar nesta dimensão, tendo lançado os seus respectivos projectos. O clube da Invicta apostou no projecto Dragon
Force, estando já em curso as obras de requalificação das instalações da Constituição para o albergar.
A iniciativa visa aumentar o número de adeptos, a
notoriedade da marca e a exploração de um novo
mercado de prospecção.
O Dragon Force pretende instalar uma unidade em
cada capital de distrito. O projecto engloba ainda a criação de campos de férias (Dragon Force
Summer Camp), onde serão acolhidos, durante as
férias de Natal, Páscoa e de Verão, jovens inte-
ressados em combinar actividades desportivas e
culturais.
Por seu turno, o clube da Luz firmou uma parceria com a empresa de franchising Área F10, com o
propósito de criar cinco novas escolas até ao final
de 2008 e, a partir do primeiro ano, 10, 15 e 20
escolas até ao ano três de funcionamento. Actualmente o Benfica tem um conjunto de 40 escolas a
funcionar no país e estrangeiro. Também este projecto, à semelhança dos desenhados por Sporting e
FC Porto e que se dirige a jovens entre os três e os
14 anos, pretende fidelizar cada vez mais cedo os
jovens à marca Benfica e aumentar a sua capacidade de prospecção de talentos futebolísticos.
7
consultório
O que proporciona o franchising
A Assistência
De maneira a assegurar a uniformidade e bom funcionamento do negócio, o franchisador tem geralmente
interesse na prestação de assistência ao franchisado em várias vertentes do negócio, podendo assim
o franchisado ficar com uma maior
disponibilidade para se concentrar
na actividade principal do negócio.
Tais serviços deverão ser devidamente previstos na fase pré-contratual e
no contrato definitivo e podem revestir as formas seguintes:
José Vieira Lopes
Managing director da Team Vision
Selecção do local
Será o caso de o franchisado que ainda não possuiu qualquer local.
Nos outros casos, o franchisador terá de dar o seu aval, podendo ser
uma das condicionantes para seleccionar franchisados.
Realização de estudos de mercado
O franchisado tem acesso a informações sobre as condicionantes do
seu mercado local, em termos de dimensão de mercado, características de poder de compra, preferências, e concorrência.
Projectos de arquitectura
A uniformidade do ambiente exterior e interior de toda a rede é essencial, como elemento caracterizador e de funcionalidade.
A empresa franchisadora tanto pode entregar uma loja pronta a abrir
ao público como poderá apenas fornecer os projectos de arquitectura
que obrigatoriamente o franchisado deverá respeitar, mediante a sua
adaptação ao local.
Assistência jurídica
Importante sobretudo após o início de funcionamento.
Formação inicial e contínua
É de extrema importância o franchisado adquirir todos os conhecimentos técnicos e procedimentos ao bom desenvolvimento do negócio. A formação contínua do franchisado e dos seus colaboradores
é essencial, como forma de introduzir novos produtos e serviços, e
melhoramentos e adaptações às exigências do mercado.
Assistência técnica
Refere-se ao manuseamento de equipamentos, instrumentos e serviços de apoio à gestão, contabilidade, recursos humanos, etc.
breves
Fiducial cresce 27% em 2007
A Fiducial, rede multinacional
franco-americana de contabilidade e consultoria que actua em
Portugal, obteve um crescimento
de 27% em 2007, ao atingir um
volume de negócios da sua rede de
4,3 milhões de euros, em comparação com o ano de 2006, em que
registou uma facturação de 3,38
milhões de euros. Em 2007, a
rede Fiducial detinha 63 unidades
em território português, contra 57
em 2006.
Para 2008 a marca prevê um crescimento do volume de negócios
superior a 15%, sendo o objectivo final os 5 milhões de euros de
facturação. Para isso, a estratégia
passa por oferecer novos serviços
aos clientes actuais, bem como angariar empresas que necessitem de
serviços profissionais e de qualidade que só uma marca internacional
consegue proporcionar.
O crescimento da rede também não
será descurado. De acordo com Ilídio Faria, “a Fiducial continuará a
procurar activamente profissionais
e empreendedores que partilhem
a missão da marca, e que desejem
desenvolver um negócio atractivo
aliado a uma referência mundial
do sector”. As baterias estarão, por
isso, apontadas para empreendedores dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Bragança, Aveiro, Guarda,
Castelo Branco, Portalegre, Beja e
Madeira. “O ano de 2008 será um
ano marcante para a rede, com o
lançamento, em Maio, do SaaS e a
implementação de um novo plano
de marketing e de serviços”.
Vivafit & Pilates Fit abre novo centro no Porto
A Vivafit & Pilates Fit, rede de
centros de treino para mulheres e
pioneira em Portugal na aposta de
circuitos de 30 minutos, reforça-se
a Norte com a abertura de um novo
centro no Porto, sito na Avenida
Júlio Dinis. “Sensibilizar as mulheres para o perigo do sedentaris-
mo e mostrar que bastam treinos
de 30 minutos para começar a ter
uma vida mais saudável é a nossa
missão” afirma Vânia Verardi, franchisada do novo centro. Em ano de
quinto aniversário, os 69 centros
activos em Portugal contam com
mais de 25 mil alunas.
AXT inaugura nova unidade
A AXT Capital, empresa de consultoria financeira, inaugurou a sua
primeira loja no Porto, na Rua Nau
Trindade. Este pretende ser um marco importante para a AXT, já que as
sócias do novo franchisado, Isabel
Guerra e Mónica Mandim, suportadas pelo “master-franchise” Jorge
Pires têm já uma larga experiência
na área financeira. A partir da sua
agência, localizada nas Antas, irão
trabalhar num raio de cerca de 25
km da cidade do Porto. Isabel Guerra e Mónica Mandim contam com
mais de 20 anos de experiência.
O objectivo da AXT é abrir 80 agências franchisadas nas principais cidades do país. Cada loja deverá ter
uma dimensão mínima de 50 m2,
uma área de recepção, atendimento
ao público e espaço reservado para
clientes e gabinete de reuniões.
8
franchising e empreendEDorismo
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Movimento cívico Novo Portugal lança sete desígnios para Portugal
Empreendendores
mobilizam esforços
para dinamizar sociedade
U
m conjunto de 120 jovens
empreendedores, das mais
diversas áreas e formações, como a economia, a gestão,
o conhecimento, a sociedade ou a
cultura, realizaram um trabalho de
reflexão destinado a fazer emergir,
a partir de sete referenciais de valor, outros tantos desígnios para
Portugal. Tendo como cenário o
Rio Douro, estes empreendedores,
oriundos do seio da ANJE, elencaram um conjunto de referenciais, a
saber: as pessoas, o espaço, os recursos, os valores; o conhecimento;
a cultura e a organização, os quais
determinaram uma metodologia
de trabalho baseada em sete grupos de trabalho que tiveram como
desafio apontar sete desígnios claros e fundamentados que, no seu
conjunto, funcionem como um
primeiro contributo deste movimento cívico.
No que concerne ao designío
espaço, foi vincada “a necessidade
de afirmar a centralidade da posição geoestratégica de Portugal no
contexto global”, assente na sua
“vocação atlântica e europeia”,
baseada numa nova visão de desenvolvimento que “valorize o
espaço terrestre e marítimo”, num
modelo organizacional afirmado
em regiões, reforçando ainda a
competitividade territorial através
da consolidação de um sistema
urbano de dimensões intermédias
baseado em cidades distintivas.
Tal desiderato seria atingido
através da “criação de um modelo
de ordenamento e gestão territorial de âmbito regional, com poder executivo resultante de legitimidade democrática conferida por
sufrágio universal”, do “reforço da
competitividade nacional através
de uma política de desenvolvimento de redes urbanas”, assente
nas características distintivas locais
induzindo sinergias mensuráveis e
da “valorização da especificidade
das duas áreas metropolitanas,
Lisboa e Porto, de modo a potenciar a competitividade das mesmas
num cenário global”.
Um outro propósito é a promoção do conceito de Cidade
PT2025, que inclui a Flexi-cidade, Inova-cidade e Eco-cidade,
aproveitando os espaços urbanos
existentes como indutores de ambientes de excelência, focados no
desenvolvimento estratégico local
e da sua região, potenciando um
contexto inclusivo, diversificado e
interactivo.
Portugal nos 20 mais
desenvolvidos em 2028
No que respeita ao desígnio
conhecimento, este movimento
aponta a data de 2028 para que
Portugal tenha atingido o 20º
lugar entre os países mais desenvolvidos.Mas, para atingir aquela
meta, Portugal “terá de alcançar
uma taxa de literacia e de escolaridade secundária de 98% e
aumentar para 2,5% o PIB destinado à I&D”, defende o movimento Novo Portugal. A criação
de hábitos de trabalho em rede,
adoptando modelos colaborativos de criatividade e inovação,
é outra medida, já que o actual
modelo económico do conhecimento baseia-se na interacção
entre governo, associações empresariais e sindicatos, muitas vezes a
trabalhar isoladamente. “Importa
incluir no modelo económico do
conhecimento também as universidades, as start-ups e as grandes
empresas, bem como organizações
de inovação social, num esquema
de funcionamento assente em redes colaborativas”. Dessa interacção obter-se-á, referem, “uma diminuição dos bloqueios à acção e
maior capacidade de colaboração,
de análise prospectiva, de inovar
políticas e incentivos”.
Estabelecer uma cultura de responsabilidade resume o que se enquadra no desígnio valores, promovendo “a responsabilidade pessoal,
para que, com autonomia e sentido
crítico, se combata uma cultura de
facilitismo, hedonismo e relativismo”; a responsabilidade cívica,
“porque é necessária uma educação
para a cidadania, tendente a combater a corrupção, a impunidade,
o acriticismo, a intolerância e a exclusão”; a responsabilidade organizacional, “porque é necessário que
as organizações sejam agentes de
coesão social e promovam as “melhores práticas” numa óptica de
excelência e exigência”, adoptando
padrões aceites pela sociedade no
seu próprio funcionamento.
Por sua vez, o desígnio recursos
propõe que Portugal adopte uma
estratégia de longo prazo, assumida institucionalmente ao mais alto
nível e assente em dois grandes pilares. O primeiro pilar passa pela
“definição de desígnios nacionais
socialmente partilhados e com
objectivos concretos em duas áreas onde o mercado e a iniciativa
privada beneficiam do suporte da
actuação do Estado a um nível infra-estrutural”. O segundo pilar
assenta na “estabilização de um
enquadramento regulatório e um
modelo de actuação das instituições públicas que remova barreiras
à actuação da iniciativa privada”.
O objectivo a 25 anos é garantir
níveis de riqueza superiores à média europeia, social e ambientalmente sustentáveis.
Cultura gera riqueza
O desígnio cultura advoga a
“educação para apreciação da cultura como um bem maior capaz
de gerar riqueza”, nomeadamente
tirando partido das “enormes potencialidades do turismo cultural”. Portugal deve tornar-se uma
“referência internacional no plano
cultural abordando a cultura de
uma forma sustentada”. A gestão
da cultura terá de ser feita prioritariamente ao nível regional.
O desígnio organização assenta
na necessidade de estabelecer “um
grupo de processos e fundações
assente em mecanismos que promovam a responsabilização dos
eleitos face aos eleitores”. Pretende este movimento “uma maior
independência da administração
pública face aos partidos políticos,
uma maior transparência na governação e uma maior eficácia na
gestão com o objectivo de construir uma referência na boa gestão
dos recursos com base nos princípios da transparência e escrutínio,
promoção e identificação do mérito e responsabilidade”.
Por último, o desígnio pessoas
defende como prioridade nacional
“a valorização e qualificação pessoais, promovendo e reforçando o
princípio da subsidiariedade”. Assim, o Movimento Novo Portugal
incentiva a natalidade (“elevando
o papel da mulher, apoiando a família e facilitando a adopção”), a
promoção da imigração, “de modo
criterioso, consciencioso e integrador”, e a valorização da mobilidade,
“reduzindo a rigidez no trabalho,
na educação e na habitação”.
Os pontos críticos de um contrato de franchising
O que devo analisar
num contrato
de franchising
antes de o assinar?
A assinatura de um contrato
de franchising deve estar sujeita
a uma prévia e cuidadosa análise
do seu conteúdo, em confronto
Cavaleiro Machado
com as respectivas informações
Advogado
pré-contratuais e negociações
V V A Advogados
Assessor Jurídico da APF
havidas. De acordo com a [email protected]
trina dominante, para sabermos
se estamos perante um verdadeiro contrato de franchising,
Cláusulas traiçoeiras
importa verificar se no docusão as de não
mento que nos foi fornecido se
concorrência
encontram plasmadas, por um
e obrigação de compras
lado, as obrigações essenciais
do franchisador, a saber, (i) a
exclusivas
cedência do uso de uma marca
já implantada no mercado, (ii)
a comunicação do saber-fazer (que pressupõe a existência do
mesmo) e (iii) o fornecimento de assistência técnica; por outro
lado, as obrigações essenciais do franchisado, a saber, (i) a utilização da imagem de marca do franchisador, (ii) o pagamento
de uma contrapartida e (iii) a sujeição ao controlo do franchisador.
A falta de qualquer uma destas cláusulas importa, na nossa
opinião, a rejeição da tipificação do documento como “contrato
de franchising”. Decorrentes das obrigações supra, surgem necessariamente outras cláusulas típicas dum contrato de franchising, que impõem obrigações para o franchisado, nomeadamente (i) de localização do estabelecimento, (ii) publicidade local,
(iii) comunicação de “benfeitorias” no saber-fazer, (iv) sigilo,
(v) proibição de cessão da posição contratual. Reconhecem-se,
ainda, outras cláusulas que, apesar de comuns à maioria dos
contratos de franchising, a doutrina e jurisprudência, porém,
não as consideram como essenciais ao mesmo, nomeadamente, (i) exclusividade territorial, (ii) reaquisição de stocks, (iii)
indemnização de clientela, (iv) não concorrência, (v) compras
exclusivas, (vi) fixação de stocks mínimos, (vi) objectivos de
vendas, (vii) preços recomendados e máximos, (viii) fundo de
marketing e publicidade.
Apesar de partirem da iniciativa do franchisador, as cláusulas
de exclusividade territorial, não concorrência, compras exclusivas, objectivos de vendas, preços e fundo de publicidade têm-se
revelado uma verdadeira armadilha para os próprios franchisadores, que nelas se enlaçam e acabam por cair. Porque não
essenciais ao contrato de franchising, estas cláusulas, ainda que
deles típicas, são extremamente sensíveis aos ditames do Direito
da Concorrência, pelo que, ao mínimo desvio, são condenadas
à nulidade, quando não condenam todo o contrato à nulidade.
Cláusulas que considero especialmente traiçoeiras são as de
não concorrência e obrigação de compras exclusivas, já que a
sua imposição (excepto se o franchisador for o titular das instalações do franchisado) obriga, sob pena de nulidade da cláusula,
a que a duração das mesmas não exceda um período máximo
de cinco anos, não valendo qualquer cláusula de renovação
automática. Ora, tal imperativo, porque não é de acolher no
mesmo contrato distintos prazos entre obrigações, impôs aos
franchisadores a redução do prazo do contrato de franchising
para os cinco anos, ficando por cautelar que a amortização dos
investimentos efectuados pelo franchisado se consegue dentro
deste prazo.
Conteúdo contratual à parte e porque somos um povo de boafé e de incautos, a falta de acompanhamento por um advogado
leva-nos a confiar na palavra do outro – mais ainda se representar
uma marca de grande notoriedade – sem sequer nos passar pela
cabeça confrontar os elementos de identificação do franchisador
com a respectiva certidão do registo comercial e verificar se (i)
quem vai assinar o contrato tem os necessários poderes para obrigar o franchisador, e (ii) se o franchisador, pelo seu objecto social,
pode celebrar e obrigar-se por aquele contrato de franchising em
concreto; bem como confrontar os elementos fornecidos sobre
os respectivos sinais distintivos de comércio com os respectivos
registos de propriedade industrial, em especial se estivermos perante um “master franchisado”, onde importa aquilatar do indispensável averbamento da respectiva licença.
Admita-se que verificar a meio de uma relação contratual a ilegitimidade de uma das partes sempre seria um enorme imbróglio jurídico, com prováveis pesadas consequências pecuniárias.
No mais e antecipadamente, espera-se que o franchisado tenha
procedido aos necessários estudos de mercado e avaliação crítica
do negócio, por ele mesmo ou por técnicos por si directamente
escolhidos.
Nº 01 / ABRIL 2008 / Suplemento do Jornal Vida Económica
EDITORIAL
Euclides A. Coimbra
CEO, KICG – Kaizen
Institute Consulting Group
Caros leitores,
Começámos a editar o Kaizen Fórum em
2002 e realizámos uma edição trimestral até
2005. Nessa altura, e devido a uma reorganização importante do Kaizen Institute a nível
global, parámos com as edições regulares do
Kaizen Fórum. Temos agora o grande prazer
de reiniciar a edição regular desta publicação
e tencionamos mantê-la durante muitos anos.
Entretanto, o Kaizen Institute não parou a sua
actividade em Portugal e, pelo contrário, tem
vindo a apoiar cada vez mais empresas nos
seus esforços de melhoria contínua. Em 2005
o quadro de consultores era de 12 e neste
momento é de 27, o que representa um crescimento de mais de 100% nestes 3 últimos
anos.
O interesse pela Implementação de Sistemas de Melhoria Contínua (verdadeiro significado de Kaizen) não tem parado de crescer
pelo mundo fora, como consequência do extraordinário sucesso da Toyota Motor Corporation.
Estes sistemas são também conhecidos por
Sistemas Lean ou então 6 Sigma. O objectivo
final é sempre o de introduzir nas organizações
uma cultura de melhoria contínua da Qualidade, Custo e Serviço ao cliente, e claramente
conseguir resultados extraordinários nos resultados financeiros.
Nos últimos três anos, o Kaizen Institute
Portugal tem apoiado importantes empresas e
organizações tais como o Grupo Bosch, a Salvador Caetano (cujo projecto Kaizen é relatado
nesta edição do Kaizen Fórum), o Hospital Geral de Santo António e a Sonae (só para citar
alguns casos). Nas próximas edições relataremos também com detalhe outros projectos
realizados. Outro aspecto importante a realçar
dos últimos 3 anos é o desenvolvimento das
metodologias de melhoria contínua Kaizen que
realizamos e que agrupamos num meta modelo designado KMS – Kaizen Management System. Com base na experiência internacional do
Kaizen Institute de 25 anos, conseguimos reunir e desenvolver um conjunto de metodologias muito eficazes na realização de melhorias
de qualidade, redução de custos e melhoria do
serviço ao cliente.
Outra tendência verificada nos últimos anos é
a entrada do Kaizen e dos Sistemas de Melhoria
Contínua em sectores não industriais tais como
a Saúde e os serviços em geral. Em Portugal, o
Kaizen Institute tem vindo a apoiar o Hospital
Geral de Santo António no desenvolvimento e
implementação de um Sistema Kaizen para a
Logística, designado HLS – Hospital Logistics
System. Qualquer organização pode beneficiar
da introdução de um sistema Kaizen e começar de imediato acções de melhoria que podem
revolucionar completamente o desempenho da
organização medido nos seus indicadores mais
importantes.
Além de todos os projectos realizados no país,
o Kaizen Institute Portugal tem vindo a participar em projectos internacionais entre os quais
destacamos a introdução da Logística Alternativa (Logística Lean da Toyota) no grupo PSA (em
Espanha e na República Checa) e também um
projecto no maior produtor mundial de alumínio
na Rússia. Estes projectos internacionais têm
também contribuído para o grande desenvolvimento da nossa equipa em Portugal.
Esperamos que a reedição do Kaizen Fórum
venha a ser útil às organizações interessadas no
Kaizen e no Lean e que sirva de inspiração para
o desenvolvimento destes sistemas no nosso
país. Pela nossa parte tudo faremos para contribuir para isso.
O KMS – Kaizen
Management System
A história do desenvolvimento do Kaizen e do Lean nas empresas está directamente associada à evolução da organização da Toyota Motor Corporation. De
facto, desde o final da 2ª Guerra Mundial que a Toyota tem vindo a introduzir
actividades Kaizen que deram origem ao
famoso TPS – Toyota Production System (mais conhecido pelo sistema Just
In Time ou Lean). Ao longo dos últimos
60 anos a Toyota tem vindo a estender
as actividades de melhoria contínua em
todas as grandes funções da empresa,
nomeadamente no Desenvolvimento do
Produto e no Marketing e Vendas. O esquema ao lado representa o que hoje em
dia é conhecido como o TMS – Toyota
Management System.
Hoje em dia, as melhores empresas a
nível mundial estão a desenvolver actividades Kaizen e a organizar modelos
de gestão de forma a perenizar o Kaizen no seu significado de Mudar para
Melhor. Trata-se de construir uma cultura de mudança para melhor (melhoria
contínua) onde cada colaborador é estimulado a procurar melhorias nos seus
métodos de trabalho de acordo com o
espírito Kaizen (everywhere, everybody,
everyday Kaizen).
Empresas como a Valeo, PSA, Bosch, Nestlé, Unilever, Porsche e outras
têm vindo a desenvolver os seus próprios Modelos de Melhoria Contínua
e a utilizá-los como o principal instrumento de uma estratégia de competitividade assente na melhoria contínua do
QCDM – Qualidade, Custos, Delivery
e Motivation.
O Kaizen Institute Consulting Group
tem vindo a desenvolver nos últimos
quatro anos um metamodelo de melhoria contínua designado KMS – Kaizen Management System. Este modelo
serve de base para o desenvolvimento
de modelos customizados de melhoria
contínua para qualquer empresa ou organização em função das suas características particulares.
Um modelo de melhoria contínua
(também conhecidos por CI – Continuous Improvement models) é constituído por três grandes elementos:
Missão e Objectivos;
Ferramentas de Melhoria;
Princípios Fundamentais.
Estrutura do KMS
Missão e objectivos
A missão de um sistema de melhoria contínua é
a de promover o desenvolvimento da organização
de forma a garantir a sua competitividade e obter
uma posição de Excelência. Para tal é necessário
envolver todos os colaboradores em actividades
de melhoria enquadradas numa estratégia clara.
Os objectivos são sempre constituídos por importantes KPI – Key Performance Indicators em termos de Qualidade, Custo e Delivery (ou serviço ao
cliente). Cada empresa deverá definir a sua missão e objectivos estratégicos em termos de melhoria contínua.
Ferramentas (o quê e como)
O segundo grande elemento do sistema são
os modelos e as ferramentas de melhoria a
adoptar (“o quê”). Durante muitos anos as empresas tentaram implementar ferramentas de
uma forma isolada (tais como SPC, Resolução
de Problemas, smed, Manutenção Autónoma)
sem cuidar de definir os objectivos estratégicos
e sem cuidar do envolvimento dos vários níveis
hierárquicos. Os resultados na maioria dos casos
mostram uma regressão e falta de sustentabilidade. Para conseguir um sistema sustentável é necessário pensar em “como”
aplicar as ferramentas. A isto chamamos no Kaizen a Gestão da Mudança e aqui incluímos o desenvolvimento de capacidade
interna de mudança, a definição clara da direcção e do controlo e a adopção de uma organização eficaz. Claro que os modelos
e ferramentas de melhoria devem ser escolhidos de forma a serem o mais eficazes possível e isto depende fortemente do sector
de actividade de cada empresa. Adoptar cegamente os modelos da Toyota normalmente dá resultados menos bons.
Princípios fundamentais
Por último, temos os princípios ou valores fundamentais do sistema. Sempre relacionados com a
criação de uma aguda percepção daquilo que é desperdício ou perdas e envolvendo os colaboradores
que estão mais próximos destes desperdícios. Ao mesmo tempo, envolvendo a cadeia hierárquica em termos de suporte para a
eliminação dos desperdícios. Outros valores tais como a Criação de Fluxo, Sistemas Pull, Gestão Visual, Não Culpar Não Julgar,
Processo e Resultado devem ser considerados.
II
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Informa o administrador-executivo da empresa, Jorge Pinto
Metodologia Kaizen aumentou
produtividade na Caetano Bus em 30%
ANTES
DEPOIS
• Aumento de Produção de 5 carros/sem para 7 carros/sem (para 2 modelos de autocarro distintos);
• Redução do número de horas gastas por carro;
• Aumento da Produtividade dos abastecimentos à
linha em 30% e 40% (nos modelos Tourino e Cobus,
respectivamente);
• Redução das paragens por falta de abastecimento;
• Redução do número de alterações a peças feitas pelos operadores;
• Redução do número de defeitos detectados na inspecção final.
Melhores resultados foram na área produtiva
A implementação da metodologia Kaizen na empresa fabricante de autocarros Caetano Bus aumentou a
produtividade em 30% desde 2005. “Em 2004 produzimos 450 autocarros com pouco mais de 600 pessoas
e em 2007 produzimos 700 com 598 colaboradores.
Isto é, o número total de pessoas manteve-se, enquanto a produção cresceu bastante”, disse à “Vida Económica” o administrador-executivo da empresa, Jorge
Pinto. O produto de “bandeira” da Caetano Bus é o
Cobus, autocarro que circula em vários aeroportos de
todo o mundo e que é responsável por quase metade
da sua produção.
A Caetano Bus, empresa que produz carroçarias para
autocarros, resulta de uma parceria entre o grupo Salvador Caetano e a Evobus, a divisão de autocarros da
Daimler.
Na fábrica existem três linhas, duas dedicadas para os
modelos “Tourino” e “Cobus” e a terceira vocacionada
para modelos de Turismo de grande capacidade e Urbanos.
A situação de partida destas linhas caracterizava-se por
operações de montagem não balanceadas, falta de trabalho normalizado, abastecimentos feitos em contentores
de rede em lotes de 5 carros. Paralelamente assistia-se
a operadores a alterarem peças de forma a conseguirem
monta-las e paragens de operadores por falta de materiais.
Avançou-se, então, para a implementação de um Modelo Kaizen nas Linhas de Montagem.
Começou-se por um projecto piloto na secção de acabamentos da linha Tourino. Após os bons resultados alcançados neste projecto avançou-se para outras secções
da empresa.
Os objectivos inicialmente propostos foram:
• Aumentar em 25% a produtividade (medidas em horas/carro);
ANTES
• Aumentar em 20% a produtividade das pessoas directamente ligadas ao abastecimento à linha;
• Dotar a empresa de um fluxo de material optimizado,
criando condições para a implementação de sistema de
gestão em Pull Flow.
Foram então aplicados os conceitos do Total Flow Management:
• Implementação do Pull Flow com uma forte componente de Gestão Visual e utilização de Kanbans;
• Organização física dos transportes para acelerar os
fluxos de materiais em toda a Supply Chain;
• Standard work.
Como resultados do projecto nas linhas de montagem
destacam-se:
ANTES
DEPOIS
O projecto também está a passar por outras áreas da empresa, como por exemplo o departamento de desenvolvimento e projecto.
Foram definidos para este Departamento os seguintes
objectivos:
• Reduzir 50% o lead time total de projecto;
• Aumentar 30% a produtividade do departamento;
• Libertar 25% de espaço administrativo;
• Melhorar a qualidade dos processos (diminuição de
erros e retrabalho);
• Normalizar os processos;
• Reduzir o tempo de procura de informação.
No Departamento verificou-se que foi libertada uma
sala e a movimentação dos colaboradores foi minimizada.
O aumento de produtividade e a diminuição de erros e
retrabalho no Planeamento de Protótipos foram também
resultados das acções desencadeadas.
Os resultados foram menos visíveis do que na produção.
“Este teve duas fases, uma de resultados imediatos, com as
DEPOIS
acções 5S (reorganização da infraestrutura física), a reformulação dos postos e a eliminação dos documentos que
não eram necessários. Porém, quando chegou ao processo indirecto, os resultados não foram tão evidentes como
antes. É uma área mais complicada e o tipo de reacção é
outro”, explica Jorge Pinto.
Mesmo na área produtiva, o executivo reconhece que o
aumento de encomendas facilitou o processo. “O número
total de pessoas manteve-se, enquanto a produção cresceu
bastante, uma subida que minorou o impacto deste aumento de produtividade comparativamente a se este crescimento tivesse acontecido num período de estabilidade de
encomendas, porque aí sobrariam postos de trabalho…
No caso dos indirectos, o cenário é diferente e por isso a
resistência à mudança é natural que seja maior”, afirma.
“Tivemos a felicidade de arrancar com a reestruturação
quando a conjuntura era favorável e o mercado permitiunos crescer. Se estivéssemos num período de estabilidade
de encomendas, é provável que o mesmo tipo de resistência
também tivesse havido na produção. Quando há postos de
trabalho em causa, é natural que as pessoas reajam”.
sexta-feira, 18 Abril de 2008
III
Administrador-executivo da Caetano Bus, Jorge Pinto, afirma
“Questão da produtividade
do trabalhador português é um mito”
O aumento de produtividade na Caetano Bus em 30%
desde 2005 (ver artigo ao lado), com a implementação
da metodologia Kaizen, vem atestar a produtividade dos
portugueses. O administrador-executivo desta fábrica de
autocarros, Jorge Pinto, não tem, aliás, dúvidas de que este
assunto não passa de um mito e que o importante é criar
condições, dando como exemplo o que se passou na Caetano
Bus. “As pessoas começaram a perceber que esta melhoria na
produtividade passava muito pelas melhorias nas condições
de trabalho, as quais começaram a ser também motivadoras,
porque viam as secções em que a metodologia Kaizen já estava
a ser implementada e percebiam que estas eram mais limpas e
arrumadas, enfim, mais agradáveis para trabalhar”, refere este
responsável pela Caetano Bus.
Vida Económica- Como arrancou o
processo de implementação da metodologia Kaizen?
Jorge Pinto- O projecto arrancou em
meados de 2005 e este é um processo que
ainda não acabou. Mas importa fazer uma
contextualização histórica. A Caetano Bus
começou a operar em 2002 e resulta da antiga divisão fabril de Vila Nova de Gaia do
grupo Salvador Caetano e foi criada depois
da “joint-venture” com a Evobus [pertença da Daimler]. A Caetano Bus começou
a operar logo a seguir ao 11 de Setembro,
que afectou fortemente os investimentos
relacionados com os aeroportos. Ou seja,
as encomendas do Cobus, que era, já na
altura, um produto muito importante, caíram quase para zero. Além disso, a seguir
começou uma crise económica da Europa, depois do “boom” de 2000. Por isso,
a Caetano Bus dá os primeiros passos num
enquadramento francamente mau. Daí
que até ao fim de 2004 a empresa tenha
acumulado prejuízos, o que, por sua vez,
levou a que houvesse pouco investimento
em inovação. Além disso, algumas marcas
começaram a ver-nos como concorrentes
por força da entrada da EvoBus, o que
também não facilitou. Em 2004, quando
se decide começar a reestruturação…
VE- Foi nessa altura que entrou para
a empresa?
JP- Sim. Eu estou no grupo Salvador Caetano desde Novembro de 2004. Comecei
por trabalhar em outra empresa do grupo,
em Inglaterra, também para a reestruturar,
e entrei para o conselho de administração
da Caetano Bus em Abril de 2005.
VE- Como encontrou a Caetano
Bus?
JP- A empresa estava, como já disse, estagnada e o moral estava baixo. Além disso,
a empresa estava bastante burocratizada,
porque em momentos de estagnação muitas vezes “inventam-se” tarefas. A questão
que se pôs foi como seria possível alterar
isto. Eu tinha a sensação que se chegássemos à beira do departamento de projecto,
de logística ou o de engenharia e disséssemos “vocês têm que melhorar a produtividade”, provavelmente não teríamos grandes resultados. Por isso, a estratégia foi ser
o cliente a puxar e o cliente destes sectores
indirectos todos é a produção. Foi por isso
que o primeiro sector a ser visado foi a pro-
dução. Neste cenário, havia um problema
de desmoralização interna, pelo que seria
melhor alguém do exterior, com “knowhow” e, ao mesmo tempo, com uma certa independência. Eu já tinha trabalhado
com o Instituto Kaizen em outra empresa
e, nesse sentido, definimos uma estratégia.
Vida Económica- Processos como
este são a prova da produtividade do
trabalhador português?
Jorge Pinto- A questão da produtividade do trabalhador português é um mito.
Lembro-me que, quando comecei a falar
de produtividade aqui, houve algumas reacções do género “querem que trabalhemos mais” ou “querem explorar-nos”. Aliás, houve algumas situações de greve em
2005. Nas reuniões que tive com os colaboradores, dei-lhes muitas vezes o exemplo da produtividade na comparação com
a mudança de um pneu, que é o seguinte:
se você pegar num carro de há 40 anos e
for mudar um pneu, tem uma chave manual e as porcas estão enferrujadas. O resultado é que demora para aí uma hora a
mudar o pneu e são precisas duas pessoas
para fazê-lo. Pelo contrário, na Fórmula
1 uma pessoa só demora oito segundos a
mudar uma roda. E não fica mais cansada.
Portanto, a questão é criar condições. De
facto, as pessoas começaram a perceber
que esta melhoria na produtividade passava muito pelas melhorias nas condições de
trabalho, as quais começaram a ser também motivadoras, porque as pessoas viam
as secções em que a metodologia Kaizen
já estava a ser implementada e percebiam
que estas eram mais limpas e arrumadas,
enfim, mais agradáveis para trabalhar. Aliás, hoje em dia, tenho a impressão que a
maioria das pessoas era incapaz de trabalhar nas condições que tinham há cinco
anos.
VE- Além da quantidade, também
notam melhorias em termos de qualidade?
JP- A qualidade foi um desafio paralelo. Uma das consequências do mau
arranque desta empresa foi o facto de o
nosso parceiro, nomeadamente no modelo Tourino, não estar satisfeito com
o cumprimento de prazos nem com a
qualidade. Por isso, tivemos que melhorar estes dois aspectos. Medimos isso
desde que a Caetano Bus foi criada e
Jorge Pinto, sobre o facto de a Caetano Bus ser portuguesa nos negócios internacionais: “Até agora, nunca foi obstáculo”.
houve uma grande progressão. Em termos de qualidade, neste momento, estamos, pelo menos, ao nível das melhores
fábricas da Mercedes. Ao nível do cumprimento dos prazos de entrega, as coisas entraram nos eixos e há mais de um
ano que o prazo de entrega para todos
os produtos ronda os 98%. A qualidade,
os prazos de entrega e a produtividade
são objectivos estratégicos para a empresa.
VE- Os processos Kaizen estão na
empresa há algum tempo. A relação
é para continuar?
JP- Como referi, o actual projecto vai
até ao final de 2009. Depois dessa data vamos, de certeza, continuar a ter projectos
de melhoria. Por isso, prevejo oportunidades de continuarmos a trabalhar com
o Instituto Kaizen, mas não posso, neste
momento, dar a certeza.
Cobus é um sucesso a nível
mundial
VE- Conversemos sobre a empresa.
Como foi 2007 para a Caetano Bus?
JP- O ano passado foi bom, até porque
tivemos uma conjuntura favorável. Produzimos 700 unidades e facturámos 75,5
milhões de euros, com um resultado operacional de 7,5 milhões de euros.
VE- O Cobus é responsável por que
fatia da produção?
JP- É o nosso produto de “bandeira” e
representou mais de 320 unidades.
VE- Portugal é um país competitivo
como carroçador de autocarros ou a
Caetano Bus é uma excepção à regra?
JP- Este ainda é um sector com muita mão-de-obra intensiva e nós temos a
vantagem – nesta perspectiva, porque
em outras é, obviamente, uma desvantagem – competitiva de termos um custo
de mão-de-obra bastante mais baixo do
que outros países europeus. Por exemplo,
aqui na Caetano Bus o nosso custo de
mão-de-obra ronda os 18 mil euros por
ano por pessoa, a empresa espanhola do
nosso sector que tem esse custo mais baixo tem 24 mil euros. E se formos para
Inglaterra temos empresas com um custo
médio de 40 mil euros. Num produto
em que o preço de mão-de-obra é, como
já referi, importante, isso deveria ser um
factor de competitividade da indústria
nacional…
VE- Contudo…
JP- Em relação à Caetano Bus, não estaríamos na posição em que estamos se não
fossemos competitivos. Contudo, em relação à generalidade do sector, há alguns
aspectos negativos. Estamos num mercado que é muito pouco exigente em termos
gerais, no qual a legislação de construção
e segurança, por exemplo, não é igual à do
resto da Europa. Ora, isso pode levar a algum facilitismo, o que não é um factor de
competitividade para a indústria nacional,
primeiramente para aqueles que abastecem sobretudo o mercado português. Isto
pode parecer polémico, mas recordo que,
há alguns anos, a diferença de exigência
ambiental entre a indústria europeia e a
norte-americana chegou a ser visto como
prejudicial para a competitividade da Europa, pois estava a produzir em condições
mais difíceis e restritivas. É isso que acontece em Portugal, pelo menos até que haja
uma homogeneização da legislação nacional que nos obrigue a todos regermo-nos
pelos mesmos padrões e a sermos competitivos exactamente dentro desses padrões.
Por outro lado, de volta à Caetano Bus,
a empresa está lucrativa e saudável, mas,
como costumo dizer, se estivéssemos em
Inglaterra, os custos com o pessoal seriam
multiplicados por 2,5. Resultado, não entraria no “vermelho”, mas teria margens
muito mais pequenas. Por isso, ainda temos um caminho a percorrer em termos
de produtividade.
VE- Quais os objectivos da Caetano
Bus para 2008?
JP- Este ano, em termos orçamentais,
temos previsto um decréscimo do volume,
já que em 2007, como já disse, fomos favorecidos por alguns factores de conjuntura. Porém, no que se refere aos resultados,
o objectivo é semelhante. À partida, este
ano será de consolidação e para 2009 temos previsto alguns projectos que, a concretizarem-se, vão permitir que seja um
novo ano de crescimento.
IV
sexta-feira, 18 Abril de 2008
Alguns eventos Kaizen…
Seminário
“Excelência Operacional nas Unidades de Saúde”
O Caso de Sucesso do Hospital de Santo António
23 ABRIL, LISBOA
3 Aumento de produtividade
Grupo Alvo:
Administradores, Gestores
de Topo e Directores de
Serviço
de Unidades de Saúde
3 Motivação dos colaboradores
3 Custos mais baixos
Kaizen Study Tour a empresas líderes
Kaizen e na implementação de uma
3 Processos normalizados
16 a 21 JUNHO, JAPÃO
mundiais na realização de actividades
3 Redução do tempo de procura
Benchmarking no Japão
Enfoque no GembaKAIZEN,
Just-In-Time e Lean
3 Espaço libertado
cultura de Melhoria Contínua. Será
possível observar a realidade do
Gemba (terreno) e os resultados em
termos de Produtividade, Qualidade e
Serviço conseguidos pela aplicação das
mais avançadas técnicas de melhoria
NÍVEL DE SERVIÇO
PRODUTIVIDADE
operacional.
STOCKS
Evento orientado a Administradores,
Gestores de Topo e Directores de
Departamento
Seminário
“Kaizen Management System”
17 JUNHO, PORTO
Objectivo:
Conhecer metamodelo estruturado para Gestão da Melhoria Contínua.
Compreender a filosofia Kaizen e as potencialidades das ferramentas
Kaizen.
Programa:
3 Kaizen Management System
3 Resistência à Mudança
3 Modelo dos Muda
3 Total Flow Management
3 Total Productive Maintenance
3 Total Quality Control
3 Total Service Management
3 Total Change Management
Possíveis empresas a visitar:
Toyota, Yamaha Group, Matsushita,
Mori Seiki e Yazaki
Acções de Formação
Kaizen College 2008
Formação em contexto empresarial
com visitas ao Gemba…
Durante este ano as acções de
formação Kaizen College serão
realizadas em empresas. Para
além da natureza teórico-prática
destas sessões (com realização
de exercícios de prática simulada)
serão realizadas visitas ao Gemba
para observação da implementação
dos conceitos apresentados.
Em breve serão
divulgadas as datas
de realização destes
eventos!!!
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Resgates valem quase o dobro das subscrições