~TA DA D~CI~a QUINTA CONFER1NC!A DA CO MISSÃO MISTA DEMARCADORA DE LIMITES BR! SILEIRO-BOLIVIANA, REALIZADA ElIl1 VINTE E DOIS DE JULHO DO ANO DE MIL NOVECENTOS E SESSENTA E UM. A Aos vinte e dois dias do mes de julho do ano de mil n.Q. vecentos e sessenta e um, sendo Presidente da República dos Esta dos Unidos do Brasil Sua Excelência o Senhor Doutor Jânio da va Quadros, Ministro' de Estado das Relações Exteriores Sua 1ência o Senhor Doutor Afonso Arinos de Melo Franco, e Sil Exce Presidente da República da Bolívia Sua Excelência o Senhor Doutor Victor Paz Est4nssoro, Ministro das Relações Exteriores Sua Excelência o Se nhor Embaixador Doutor Eduardo Arze Quiroga, reuniram-se na de brasileira de Corumbá,'Estado de ~1ato cida Grosso, na Subsede da Co missão Brasileira, situada na rua 13 de junho na 562, a fim de reâ, lizar a dácima quinta Conferência da Comissão Mista Demarcadora de Limites Brasileiro - Boliviana, as seguintes pessoas: Senhores Co ronel Francisco Fontoura de Azambuja, Chefe, Major Sinval Pinheiro, • Subchefe, e Francisco Loncan, Ajudante Técnico, como Secretário"ad -hoc ff , por parte da Comissão Brasileira; e os Senhores Embaixa dor Antônio ~~gro Moreno, Presidente, Coronel Rafael Sainz Céspe des, Delegado Chefe, Major Adalid Balcázar Saucedo,Ajudante Geode sista, como Secretário "ad-hoc", pela Comissão Boliviana. 2. Pelo princípio de Alternabilidade vigorante para a presidência da Co missão Mista, assumiu-a o Senhor Embaixador Doutor Antônio Mogro ~mreno,Pre5idente e~ da Comissão Boliviana,que declarou inaugurada ta reunião. 3. Com a palavra o Senhor Coronel Chefe da Comissão . Brasileira deu, em nome da sua Comissão, as boas vindas aos seus colegas bolivianos,desejando-lhes uma feliz estadia nesta cidade e· manifestou a sua grande satisfação emvêr novamente reunida a Co 1;& Conferênc~a/2. Comissão Mista para continuar na sua afanosa missão, com o mesmo ° espírito de sacrifício, compreensão e efetiva camaradagem. r. Senhor Presidente da Comissão Boliviana, agradeceu os votos boas vindas e expressou que a GOmissão Boliviana se de encontrava muito satisfeita nesta cidade, cercada pela cordial hospitalida de dos seus colegas brasileiros e que éstava segura de que tanto esta Conferência como a campanha que se lhe segue terão o mais cQ!!l pleto êxito. 5. Em seguida o Senhor Embaixador Mogro Moreno pas sou a comunicar as alterações havidas na representação boliviana da Comissão Mista depois da última reunião.Manifestou que tinha o pesar de reiterar a comunicação que 'dirigira ao Senhor Coronel Chefe da representação brasileira, sôbre a ren~cia do cargo de Delegado Chefe da .. Comissão Boliviana, que fêz o Senhor Don Arturo Cuéllar Rea, por motivos de saúde que eram do mento de todos os membros da Comissão Mista.Disse, que Carona 1 conhe~ pessoal mente e como Presidente da Comissão Boliviana considerava o afaA tamento do Coronel. Cuéllar como uma perda para a sua Comissão e que ,julgando pelas expressões que havia recebido a respeito ,por sua especial significação, a perda havia sido para tÔda a Comis são Mista. As virtudes que adornam a pessoa do Coronel Duéllar, acrescentou, farão com que seu espírito esteja presente entre nós, enquanto perdurar a demarcação. Do mesmo modo o Assessor nico da Comissão Boliviana, Tenente-Coronel Julio Maldonado do, deixou suas funções, a fim d e fazer curso de T~ Per~ especialização na Holanda. Igualmente, o Senhor Geodesista Antônio 501i5 Tostam deixou suas funções no ano de 1960, para ocupar o mesmo ecarao em outra Comissão. Em subst~tuição ao Coronel Cuéllar, a Chancela ria da Bolívia designou para D.elegado Chefe da Comissão Bolivia na, o Coronel Don Rafael Sainz Céspedes, ex-Delegado Chefe da C2 missão de Limites com a Argentina e ex-Diretor do Instituto Geo gráfico Militar da BolíVia. ° Coronel Sainz ~ um alto expoente técnico,que une a esta condição um espírito cortez e justo. Por ~5 Conferência/3. Por êstes motivos estou seguro que cumprirá com acêrto o elevado cargo que lhe foi confiado. Subetituiu o Tenente-Coronel ~~ldona do um chefe de grande dedicação e de reconhecido valor, o Tenente ~ Coronel Marcelino MOstajo Palza, que é como o Coronel Sainz um tígo demarcador. Confio que seu trabalho na Comissão Mista também ponderado e eficiente. 6. Com a palavra o Senhor seja Coronel Chefe da Comissão Brasileira declarou em boa e devida forma o t! tulo que credencia o Senhor Coronel Rafael Sainz C., como Delega do Chefe da Comissão de Limites da Bolí.via com o Brasil.Em segui da, disse que ao tomar conhecimento oficial destas comunicações, não poderia deixar de-manifestar o grande pesar da Comissão Bras! leira pelo afastamento do ilustre Senhor Coronel Arturo Cuêllar Rea, que durante maf.s de vinte anos, sendo que doae como Chefe da Comissão Boliviana, soube ser, na Comissão Mista,um lídimo repre sentante das tradições de cavalheirismo do seu povo, um. patriota. na defesa permanente dos interêsses de sua Pátria, mas que no de sempenho de sua missão manteve sempre bem vivos os verdadeiros sen timentos de fraternidade,a consciência de suas responsabilidades e o ideal de um trabalho prof'!cuo, honrando assim. o alto cargo que exerceu.co~ dignidade e inteligência.Por um dever de justiça, de sejava consignar o elevado aprêço e a grande admiração que a .. Co ~ missão Brasileira tributa a tão ilustre chefe pelo alto sentido que soube imprimir aos seus atos na decisão de todos problemas C.Q. muns no seio da Comissão Mista.Continuando,declarou o Senhor Cor2 nel Azambuja que a Comissão Brasileira sentia-se,no entanto,tran q~la e confiante,porque a substituição do Coronel Arturo Cuéllar Rea havia recaído na pessoa do Senhor Coronel Rafael Sainz C'spe des,ligura com uma tradição firmada nas Comissões de Limites seu pa!s,reveladora de sua inteligência e conhecimentos dos do as suntos que se relacionam com as atividades das Comissões Mistas e de cuja experi~ncia muito teríamos a lucrar.Congratulava-se pela feliz escolha do Govêrno da Bolívia, pois via no Senhor Coronel~ i5& Conferência/4. Rafael Sainz C. um continuador da obra dos seus antecessores na manutenção do clima de cooperação mútua e desta fraterna camara dagem que foi, é e será sempre um apanágio da Comissão Mista de Limites Brasil Bolívia. Quanto ao afastamento dos Assessores Té~ nicos Antônio Soli5 Tostain e Tenente-Coronel Júlio ~~ldonado P~ n redo, o que a Comissão Brasileira tinha a lamentar é a consequêB cia que tal fato acarreta nos sentimentos de afeição que se ori ginam da convivência amiga, deixando uma recordação com saudades; pois que, estas substituições vêm se processando de forma inva ri~vel por Assessores que ,pela sua inteligência,capacidade técn! vali06~ ca e sentido de responsabilidade,trazem uma contribuição aima nos trabalhos mistos de demarcação, daí a razão da confian ça que lhe inspira a Assessoria técnica do Senhor Tenente-Coronel Marcelino MOstajo,certo de que ela será exercida àentro dêstes mesmos princípios que orientaram a ação de seus antecessores.7.En seguida,o Senhor Coronel.Ghefe da Comissão Brasileira comunicou as alterações que se deram na sua Comissão,após a última reunião: exoneração,a pedido, do Senhor Tenente-Coronel Newton Gama de~ cellos, Subchefe, e ~or Rubens Onofre de Azevedo Moraes,Ajud~ te Técnico;nomeação para Subchefe, do Senhor ~~jor Sinval Pinhe! ro , que já vem exercendo o cargo conforme comunicação feita ant~ riormente,e acrescentou tratar-se dé um Oficial d~scol e que p~ las suas elevadas qualid"des de caráter, inteligência e de trab~ lho, estava seguro de sua eficiente atuação no seio da ~lista. Comissão Na ocasião o Sennor Coronel Chefe da Comissão Brasileira apresentou o título de nomeação do referido Oficial.Disse,ainda, que o Senhor IvIajor Sinval Pingeiro,sendo Subchefe da Comissão, t" ria atribuições para resolver assuntos de ordem técnica e firmar, , com o representante boliviano,acordos que se tornarem necessa rios à boa ma~cha do serviço,de tudo , dando-lhe conhecimento para posterior exame e aprovação, tal como f ôra estabelecido na Atada Segunda ConferênCia. S.Com a palavra o Senhor Embaixador Mogro J.5.11o Conferência/5. Magro Moreno, Presidente da Comissão Mista, pediu ao Senhor Cor2 nel Azambuja comu~icar, ao seu regresso ao Rio de Janeiro, tanto ao Tenente-Coronel BarcelJ.as como ao Senhor Major Moraes o pesar de todos os membros da Comissão Boliviana pelo seu afastamento dos trabalhos da Comissão Mista.~stes distintos colegas nos de monstraram,acrescentou,no decorrer de várias campanhas,seus rel~ vantes dotes de cavalheirismo,deeqtianimidade e de companheiris " mOjguardaremos dêles as mais gratas recorda~ões.Quanto ao nhor Major Sinval Pinheiro ,declarou que julgava em boa e Se devida forma o título de nomeação do nôvo Subchefe da Comissão Brasilei ra e continuou, que .desde o momento do nosso primeiro contato e videnciamos que faz honra ao espírito dos demarcadores brasilei r01iJ dentro da Comissão lvIista.Felicitamo-nos de trabalhar com e lemento de tanto valor e estamos seguros de que nossos trabalhos conjuntos receberão o impulso de sua destacada personalidade. 9. Com a . palavra o Senhor Coronel Rafael Sainz C.,expressou: honra . do que foi por seu Govêrno para o alto cargp'de Delegado Chefe da Comissão Boliviana de Limites com o Brasil e apresentado nesta Conferência pelo rresidente da Comissão Boliviana Doutor l~gro~ reno,me 6 grato apresentar ao ilustre Senhor Coronel Francisco Fontoura de Azambuja e aos distintos componentes da Comissão Brã sileira minha saudação cordial e meus agradecimentos pelas deli cadas atenções recebidas ao incorporar-me ao seio da ComissãoMi~ ta.Ao substituir no cargo a um prestigioso Chefe como é o Senhor Coronel Don Arturo Cuéllar Rea,cujo trabalho inteligente e segu ro deixou um resultado feliz e uma efetiva compreensão,recebendo a distinção e o aprêço dos colegas brasileirosjtenho a satisf~ão tntima e a honra de manifestar que seguirei seu exemplo para que nossas tarefas na Comissão Mista sejam leVadas a têrmo dentro da maior compreensão e colaboração mdtuas e alcancem desta meneirao melhor resultado poss!vel.lO.A seguir com a palavra o ~~jorSjnva1 Pinheiro ,disse da sua satisfação ao integrar a Comissão de Limites Brasil-Bolívia,fazendo o voto de fé que seus atos serão sempre ]5 6 ConferênCia/6. sempre assumidos em proveito da tradicional amizade existente na Comissão Mista, que tem no momento na presidência o ilustre Embai xador Doutor Mogro Moreno, a quem agradeceu pelas expressões de louvor a êle dirigidas.ll. Por proposta do Senhor Presidente da reunião, ficou decidida a publicação na presente Ata do programa estabelecido para os trabalhos do ano próximo passado, segundo fícios trocados pelos respectivos chefes das duas Comissões A o e de A # acordo com a troca de ideias que realizaram a partir de 14 do mes em curso. Sector - Trecho rio Madeira - rio Abunã - rio Rapirrã geodé~ica nascente Rapirrã a foz do Chipamano. ~tissão: 1/ - Carac terização da geodésic~ Chipamano - Rapirrã, construindo-se o mar co principal da bôca do Chipamano e os secundários necessários geodésica; reconstrução dos marcos da nascente do Raplrrã, do Rapirrã no Abunã é bôca foz do Abunã no Madeira. 2/ Redeterminação das seguintes coordenadas geográficas: Confluência Abunã; marco da nascente do Rapirrã; marco da fo~ Chipamano do Rapirrã; cos da bôca do Abunã e de outros pontos neste mesmo rio _e julgados necessários na mal: fôrem à atualização da carta letantada em 19/2/1914. 3/ Construção de marcos de referência IlQS principais rio Rapirrã,sendo suas coordenadas determinadas pela passos do forma que A as circunstancias aconselharem, quer seja pelo transporte de coor denadas por meio de uma poligonal que ligue os marcos da nascente aos da foz do Rapirrã, numa distância aproximada de 103 Km.; seja diretamente pela observa~ão astronômica. 4/ Construção marcos nas ilhas do rio Madeira e que foram adjudicadas aos tivos pa!ses. 12. quer de respe~ Para os trabalhos da campanha do corrente ano, ficou estabelecido o seguinte: Sector Confluência bunã - Rapirrã e Confluência Igarapé Baía - Rio Acre, Oriental do Igarapé Baía - Nascente Chipamano. Cabeceira Missão: l} - determinação das coordenadas geográficas dos marcos da bôca Rapirrã. 2) - Reconstrução dos dois marcos da bôca A Re do do citado rio. 3) - Caracterização da geodésica nascente oriental do Igarapé Baía --Nascente Chipamano, construindo-se marcos principais nas duas 15& Conferência/7. duas cabeceiras (Baía e Chipamano) e secundários julgados necess! rios pela Comissão Mista, sÔbre a linha de limites. 4) - Determi nação das coordenadas geográficas dos marcos construídos na geod! sica Baía - Chipamano. 5) Reconstrução dos marcos da confluência do Igarapé Baía e rio Acre e redeterminação das coordenadas geográficas dos marcos na dita confluência. 6) Construção de do is marcos secundários na confluência dos arroios Baía e Floresta, determinando as suas respectivas coordenadas. Nada mais havendo a tratar, foi dada por finda a Conferência, lavrando os Secretários a presente ata nos respectivos livros, nos idiomas portugues e panhol, Ata que, dep~is e~ de lida e aprovada, vai assinada pelos membros presentes da Oomissão Mista. a) CeI. Francisco Fontoura de Azambuja Major Sinval Pinheiro Francisco Loncan A. Mogro Moreno Rafael Sainz Céspedes Adalid Balcázar Saucedo (Carimbos das Comissões Demarcadoras de Limites Brasileira e Boli viana) • E c6pia fiel: a) Alayde Marques, Esc.AF-202-$-A. amo C B 100865 ConfoP-me: a) Amaury Barroso da Conceição, 1'JIajor Secretário.