Física Geral 2010/2011 10 – Campo Magnético: Já estudámos que em torno de uma carga eléctrica, existe um campo eléctrico que lhe está associado. Quando essa carga está em movimento, então também existe um campo magnético associado. Substancias com propriedades magnéticas, chamados magnetos permanentes, que existem em dipolos (não são conhecidos na natureza “monopolos” magnéticos), também geram um campo magnético á sua volta. Tal como para o campo eléctrico, também existem linhas de campo magnético que são exemplificadas na figura seguinte: A magnitude, direcção e sentido do vector força magnética, FB são proporcionais ao valor da carga q , á sua velocidade v e ao campo magnético a que a carga está sujeita, B : FB qv B O sentido da força magnética também varia com o sinal da carga conforme ilustra a figura: Escola Superior Náutica Infante D. Henrique Departamento de Engenharia Marítima 1 Física Geral 2010/2011 Utilizam-se as regras do produto vectorial para determinar a direcção e sentido da força magnética. A sua magnitude é: FB q vB sin Como vimos, o campo eléctrico e magnético estão associados entre si, mas existem diferenças importantes que vale a pena assinalar: A força eléctrica actua paralelamente ao campo eléctrico enquanto a força magnética actua perpendicularmente ao campo magnético. A força eléctrica actua sobre uma carga (ou distribuição de cargas) quer esteja em repouso ou em movimento, enquanto a força magnética actua apenas sobre cargas em movimento. A força eléctrica realiza trabalho quando desloca uma partícula carregada de um local para outro enquanto a força magnética não realiza trabalho porque o campo magnético é perpendicular ao deslocamento. Movimento de uma partícula carregada num campo magnético uniforme Consideremos uma partícula carregada que entra numa região onde existe um campo magnético uniforme, com velocidade inicial v perpendicular ao campo magnético B o qual tem direcção perpendicular a esta página e sentido para o seu interior (vector para o interior da página representado por x), conforme a figura: Neste exemplo, a partícula, sob influência da força magnética passa a descrever um movimento circular e uniforme porque a força é sempre perpendicular á velocidade. Ou seja a força FB é perpendicular a v e B e tem magnitude constante: FB q vB Escola Superior Náutica Infante D. Henrique Departamento de Engenharia Marítima 2 Física Geral 2010/2011 Já estudámos que no movimento circular e uniforme a aceleração total é a aceleração centrípeta: 2 Logo: Então: ac v r FB m v2 r q vB m v2 r Nestas condições, obtemos assim o raio da trajectória da partícula: r Ou, a velocidade angular: mv qB qB m O período do movimento T, tempo que a partícula demora a efectuar uma volta completa: T 2 2 m qB Portanto a velocidade angular (ou o período) da partícula não depende da magnitude da velocidade inicial nem do raio da trajectória. Se a partícula entra na região do campo magnético com uma velocidade v que faz um ângulo arbitrário com B , então a sua trajectória é helicoidal: Escola Superior Náutica Infante D. Henrique Departamento de Engenharia Marítima 3 Física Geral 2010/2011 Força de Lorentz Uma partícula com carga q que se move com velocidade v numa região sujeita a um campo eléctrico E e a um campo magnético B , está sujeita a uma força F que corresponde á soma da força eléctrica e da força magnética: F FE FB Força de Lorentz: F qE qv B Escola Superior Náutica Infante D. Henrique Departamento de Engenharia Marítima 4