PRODUÇÃO DE TEXTO NAS SÉRIES FINAIS: COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL Debora Cristofolini1 ([email protected]) RESUMO Partindo da hipótese de que para considerar um bom texto escrito ele deve ser coeso e coerente e, os primeiros passos para essa caminhada são as aulas de Língua Portuguesa, o debate, neste trabalho, baseia-se no estudo das produções textuais desenvolvidas pelas turmas de 7ª e 8ª séries, concedidas pelo PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) que está sendo realizado na Escola de Educação Básica Professor “Carlos Maffezzolli’, situada no Município de Guabiruba. Logo, este artigo tem por objetivo principal o estudo da coesão e coerência e as dificuldades de redigir textos de autoria própria destacando para a análise alguns dos problemas encontrados nos textos produzidos pelos educandos após a aplicação de um comando, que se resume em uma história muda, sequência de imagens de um menino e duas árvores, aonde os alunos tiveram que produzir um texto narrativo. Assim, conseguimos fazer uma análise das suas principais dificuldades e saberes ao produzir um texto. Palavras-chave: produção de texto; coesão e coerência; séries finais. 1.0 INTRODUÇÃO Dizemos que um texto só tem sentido quando ele é coeso e coerente. E como há uma estreita relação entre a coesão e coerência será apresentada nesse trabalho a definição das mesmas e um conjunto de orações que são necessárias na ora de construir um texto. Esse estudo está sendo desenvolvido a partir do projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) do subprojeto de Letras presente no período de 2011/II a 2013/II, que tem por objetivo estudar os princípios de organização do sistema de escrita: possibilitando ao licenciando a compreensão da base teórica, buscando uma ação mais sólida de docência através da elaboração da proposta de produção de textos. O projeto favoreceu a Escola Educação Básica Professor Carlos Maffezzolli, situada no município de Guabiruba, SC, em função do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) 4,4, que estava abaixo da média desejada. Primeiramente, aplicamos o comando, uma sequência de imagens mudas de um menino e duas árvores nas turmas de 6ª séries (2011), agora 7ª séries, e 7ª séries (2011), agora 1 Acadêmica de Letras – FURB (Universidade Regional de Blumenau); Bolsista do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência no subprojeto de Letras. 8ª séries, nas aulas de Língua Portuguesa com parceria da professora. Logo, notamos as principais dificuldades e saberes ao produzir um texto. E uma das dificuldades encontradas nos levou a produzir esse artigo focando a questão da coesão e coerência. 2.0 A PRODUÇÃO DE TEXTO NAS ESCOLAS A produção de texto deve ser desenvolvida como se o indivíduo estivesse se relacionando, expressando algo para alguém: um acontecimento, uma opinião, uma ideia, um sentimento, uma história. É necessário poder sentir que realmente ele está produzindo para um leitor, e não apenas para o professor que muitas vezes tenta buscar no texto somente os deslizes gramaticais. Torna-se difícil criar textos descontextualizados, que não se aproximem do cotidiano dos alunos. Os textos devem estar ligados à realidade e à cultura, junto aos interesses e às necessidades das crianças e dos adolescentes. Ao tratar de produção de texto, Andrade esclarece: A produção textual é uma atividade verbal, empreendida pelo falante, com fins sociais, isto é, o autor de um texto procura transmitir seus propósitos ao destinatário, por meio do trabalho com a palavra escrita. Desse modo, considerando que o texto é a materialidade linguística que permeia a relação autor-leitor, podemos afirmar que a produção de texto é uma atividade dialógica, visto que os interactuantes, de maneiras diversas, se acham envolvidos nesse processo.2 Na rotina escolar, os professores normalmente não criam condições para que os alunos desenvolvam textos. A redação na maior parte das vezes é orientada primeiramente com o título, ou tema livre, delimitando linhas e tempo, e os únicos leitores são seus professores e seus pais. Logo, é somente avaliada a caligrafia e a ortografia do aluno. Por isso, eles deixam a escola sem saber escrever ou produzir um texto. Os únicos destinatários dos materiais escritos das crianças são seus professores e seus pais, razão pela qual – exceto que o afeto pelo professor e/ ou amor filial excedam a média habitual ou ainda que o temor seja extremo – as crianças não têm um real incentivo para melhorar suas produções. Respostas do tipo: “Minha professora já sabe que tenho letra ruim e má ortografia”, ou “Meus pais sabem que sou um desastre em leitura e escrita e que sou bom em matemática”, costumam ser barreiras difíceis de transpor. Logicamente, se minha professora e meus pais entendem minha letra e se são as únicas pessoas que vão ler o que escrevo, para que vou fazer o esforço para melhorar o traçado, embora minha caligrafia seja ilegível para o resto dos mortais? Se eles entendem o que escrevo, apesar das falhas, e se, 2 ANDRADE, Ivana Q. de. Produção de texto: uma questão de diálogo. Disponível em: <http:// www.cienciahoje.pt/index.php?oid=4176&op=all>. Acesso: 17 jan. 2012. quando não entendem, me perguntam e eu lhes digo, por que investir energia para mudar esta situação? (KAUFMAN / RODRIGUEZ, 1995, p. 51). A escola é tomada como um lugar de comunicação e as situações escolares como ocasiões de produção/recepção de textos. Portanto, no ambiente escolar, a produção de textos deve inserir-se num processo de interlocução, o que implica a realização de uma série de atividades mentais de planejamento e de execução – que não são lineares nem estanques, mas recursivas e interdependentes. 3.0 COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAL A função do texto é dialogar, conversar e, por este motivo, deve-se dar importância, em primeiro lugar, à apropriação ao contexto de produção. Deve conter elementos fundamentais, tais como: unidade temática, coesão textual, sequência lógica dos fatos e ideias, argumentação, uso adequado do discurso direto e indireto, concordância verbal e nominal, obediência à ortografia e domínio de aspectos formais. De acordo com Cagliari (1990), a produção de um texto escrito envolve problemas específicos de estruturação do discurso, de coesão, de argumentação, de organização de ideias e escolha de palavras, do objetivo e do destinatário do texto. Os textos devem estar interligados por meios de recursos linguísticos, formando uma sequência de sentido, ou seja, um texto coeso. No texto, a coesão tem a função de promover a continuidade, a sequência interligada de suas partes. O texto deve ser encaixado, não deixando pedaços soltos, como um perfeito quebra-cabeça. Segundo Marcuschi (apud KOCH, 1997, p.35) “Os fatores de coesão são aqueles que dão conta da sequenciação superficial do texto, isto é, os mecanismos formais de uma língua que permitem estabelecer, entre os elementos linguísticos do texto, relações de sentido.” 3.1 COESÃO Segundo Koch (1983, p.20), para que um texto se constitua como tal, são necessários elementos estruturadores que atuam como conectores, além da fronteira da frase como, por exemplo, os elementos de coesão textual cujo objetivo é remeter a outros componentes do texto. Segundo Halliday e Hasan (apud AMARAL, 1985, p.31), as relações coesivas (ou de coesão) ocorrem quando a interpretação de algum elemento do texto depende da interpretação de outro. Quando isso acontece, a relação da coesão é estabelecida e os dois elementos estão integrados na estruturação do texto. Principais elementos de coesão apresentados por esses autores: - a referência - a substituição (lexical) - a elipse - a conjunção A referência remete a uma parte do enunciado ou a todo enunciado anterior e faz referência a alguma coisa necessária a sua interpretação. Além disso, a referência se divide em situacional ou exofórica (isto é, extratextual, que não pertence a um determinado texto ou contexto) e textual ou endofórica (dentro do texto). A referência textual ou endofórica se subdivide em: - Anafórica: são palavras ou expressões que servem para retomar um termo já expresso no texto ou para antecipar termos que virão depois. - Catafórica: são termos utilizados para expressar algo que será dito no texto posteriormente. Existem três tipos de referência: pessoal (pronomes pessoais e possessivos), demonstrativa (pronomes demonstrativos e advérbios indicativos de lugar) e comparativa (por via indireta, através de identidades ou similaridades). Substituição lexical resume-se na aplicação de um item no lugar de outro(s) ou até uma oração inteira; é uma ligação que se estabelece no texto. A substituição pode ser nominal, ou seja, feita por meio de pronomes pessoais, numerais, indefinidos, nomes genéricos (nomes gerais) como coisa, gente, pessoa, palavras como respectivamente, o mesmo, também; e verbal. A elipse é a omissão de um item lexical, um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequência maior (uma frase inteira, por exemplo) recuperável por marcas do próprio contexto verbal em que ocorre, às vezes, por uma vírgula, isto é, muitos autores chamam de substituição por zero. Pode ocorrer elipse de elementos nominais, verbais e oracionais. A conjunção apresenta relação coesiva muito relevante. Os principais tipos de elementos conjuntivos são: advérbios e locuções adverbiais; conjunções coordenativas e subordinativas; locuções conjuntivas, preposições e locuções prepositivas; e palavras que exprimem ideia de continuidade como daí, então, a seguir etc. As Orações Coordenadas Assindéticas estão ligadas sem conectivo. Elas são separadas por pausas, que na escrita se marcam por vírgula ou dois pontos. As Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas expressam adição, sequência de pensamento e as principais conjunções são: e, nem, mas também, mas ainda, senão também, bem como, como também. As Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas exprimem contraste, oposições de pensamentos, relação de adversidade e as principais conjunções são: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, no entanto, ao passo que, antes (= pelo contrario), apesar disso, em todo caso. As Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas exprimem exclusão de uma das ideias, ou seja, escolha de uma das orações e as principais conjunções são: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer. As Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas exprimem motivo, razão, justificativa ao fato anterior e as principais conjunções são: que, porque, pois (anteposto ao verbo), porquanto. As Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas expressam conclusão, dedução, consequência e as principais conjunções são: logo, portanto, por isso, pois (posposto ao verbo), por conseguinte. A Coesão lexical é obtida pela reiteração de itens lexicais idênticos ou que possuem o mesmo referente. É um mecanismo utilizado para evitar a repetição de palavras, e unir partes de um texto, ou seja, o uso de uma palavra no lugar de outra que lhe seja textualmente equivalente. Gramaticalmente, os nomes como a gente, a pessoa, a coisa, o negócio etc. (determinante + nome geral) funcionam como itens de referência anafórica; lexicalmente, são membros superordenados (hiperônimos) agindo como sinônimos dos itens a elas subordinados (hipônimos). 3.2 A COERÊNCIA TEXTUAL A coerência tem a ver com a boa formação do texto. É a relação lógica entre as ideias, pois essas devem se complementar ao resultado da não contradição entre as partes do texto. Pode ser vista como uma continuidade de sentidos perceptível no texto. A coerência é externa ao texto e a coesão é interna. A coerência é uma unidade do discurso, e tem uma relação com o conhecimento de mundo do sujeito e com o conhecimento de gêneros discursivos. A coerência está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é que faz com que o texto faça sentido. É o resultado de um processo de construção, feito pelos interlocutores, numa situação de interação. Isso significa que a coerência não está dentro dos textos, mas é construida pelo coenunciador. O suporte da coerência é a continuidade dos sentidos entre os conhecimentos gerados pelas palavras do texto. (KOCH / TRAVAGLIA, 1993, p.21) 3.3 REGRAS DE COERÊNCIA DITADAS POR CHAROLLES Logo abaixo veremos às regras de coerência ditadas por Charolles: META-REGRA DA REPETIÇÃO Para que um texto seja (microestruturalmente ou macroestruturalmente) coerente, é preciso que ele comporte em seu desenvolvimento linear elementos de escrita recorrência.3 Os “Elementos de escrita recorrência” em tese são os diferentes tipos de repetições, retomadas de elementos. Essa retomada é comum ser feita por pronomes ou por palavras e expressões semelhantes ou sinônimas. Essa primeira regra da coerência concorda com a 3 ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. primeira parte da coesão. Há um cruzamento entre coesão e coerência. Segundo Charolles (apud ANTUNES, 2005, p.182), esta primeira regra cobre a ideia intuitiva que temos acerca de um texto coerente, a saber: seu caráter sequenciado;seu desenvolvimento homogêneo e contínuo; a ausência de ruptura. META-REGRA DA PROGRESSÃO Para que um texto seja (microestruturalmente ou macroestruturalmente) coerente, é preciso que seu desenvolvimento contenha elementos semânticos constantemente renovados.³ Esta segunda regra conclui a primeira, num texto para ser coerente, devemos sempre adicionar novas informações ao que já foi dito, e não devemos repetir indefinidamente (ou circularmente) o mesmo conteúdo. A repetição é a retomada de elementos passados e a progressão o texto não se limite a repetir indefinidamente o que já foi posicionado. Aliás, a informação nova não pode ser inserida no texto de qualquer modo. META-REGRA DA NÃO-CONTRADIÇÃO Para que um texto seja (microestruturalmente ou macroestruturalmente) coerente, é preciso que em seu desenvolvimento não se introduza nenhum elemento semântico que contradiga um conteúdo posto ou pressuposto anteriormente.4 Não devem surgir elementos contraditórios naquilo que já foi julgado incorreto, ou vice – versa num texto coerente. Nós, seres humanos, não inventamos nossas convicções sobre o estado do mundo; nós construimos no meio em que vivemos com as práticas sociais que realizamos. Há um aspecto, no âmbito dessa discussão, que merece ser destacado e que até nos conforta: é que, normalmente, não andamos por aí dizendo coisas sem sentidos, contraditórias, absurdas, ou seja, produzindo textos incoerentes. Por isso é que, a rigor, a escola “ não nos ensina a fazer textos”. Apenas deve se dedicar a ampliar as competências que já trazemos. (ANTUNES, 2005, p.185). META-REGRA DA RELAÇÃO 4 ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. Para que um texto seja ( microestruturalmente ou macroestruturalmente) coerente, é preciso que os fatos que ele expressa estejam relacionados entre si no mundo representado.5 Num texto coerente, os indivíduos, os conceitos, os fatos, as ações, as ideias, os acontecimentos devem estar associados e coerentes, ou seja, guardem algum tipo de ligação. Em um texto, uma frase vai dando ingresso a outra ou a outras subsequentes, de modo que todas as peças vão formando um quebra-cabeça interligado. 4.0 ANÁLISE DOS TEXTOS COLETADOS6 Foi encontrada a referência nos seguintes trechos dos textos produzidos pelos alunos: “O menino plantou e depois resolveu plantar mais uma. Ele regou as árvores e com o tempo elas foram crescendo.” 12 anos/6ª série. “Um menino querendo se divertir e ao mesmo tempo ajudar a natureza, planta algumas arvores. Com todo amor e dedicação, ele dá os devidos cuidados para elas crescerem, como regá-las quando preciso.” 13 anos/7ª série. “Certo dia um garoto resolveu sair de sua casa para fazer uma boa ação. Ele plantou em um jardim duas árvores, que, todo dia ia regando e cuidando.” 13 anos/7ª série. Orações Coordenadas Assindéticas Esse efeito pode ser visto num trecho de um texto de uma aluna de 13 anos matriculada na 7ª série: “João colocou dois nomes muito esquisitos que são: Batata e Amendoim.” Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas 5 6 ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. Os textos produzidos pelos alunos foram digitados exatamente da forma que foram manuscritos, contendo erros ortográficos e de pontuação. Estas narrativas se encontram no título narrativas produzidas pelos alunos. Tal efeito pode ser visto em: “Em um dia de sol, um menino descide cuida de uma árvore, e conforme os dias vão se passando ele continua a cuida da árvore, regando e adubando.” Já nesse trecho: “Num dia de sol, um menino chamado Pedro resolveu plantar árvores para amarrar uma rede para ele descançar.” A estudante da 6ª série de 11 anos, poderia reescrever esse trecho da seguinte maneira:“ Num dia de sol, um menino chamado Pedro resolveu plantar árvores para amarrar uma rede e descansar.” Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas Esse efeito foi notado nesse trecho do texto de uma aluna da 7ª série:“Quando elas cresceram o menino esticou uma rede para ele deitar e aproveitar a sombra que elas o dão, sem se preocupar com o mundo em redor dele.” Que poderia ser reescrito da seguinte forma: “ Quando eles cresceram o menino esticou uma rede para ele deitar e aproveitar a sombra que elas o dão, porém, sem se preocupar com o mundo ao seu redor.” Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas “Ou você acorda cedo ou perderá o ônibus.” Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas Notamos a presença da conjunção “pois” nesses trechos: “Ele vê as árvores crescendo, impacientemente ele espera, pois pode demorar para elas se formar por completo, mas pelo menos ele plantou, e tem a serteza de que um dia ela vai ajudá-lo em suas brincadeiras.” 13 anos / 7ª série. “Em um belo dia, um garoto resolveu plantar algumas árvores no jardim de sua casa, pois sempre ouvira sua mãe dizendo, que ajudar a natureza nunca é de mais.”. Já nesse trecho de uma estudante de 13 anos da 7ª série: “Ele queria dormir e inventou de colocar uma rede pendurada nas duas árvores, ele conseguiu e foi dormir.” Ela poderia reescrever da seguinte forma: “Ele queria dormir e inventou de colocar uma rede pendurada nas duas árvores, pois conseguiu e foi dormir.” Encontramos a ideia de justificativa nesse trecho: “Alguns meses depois a árvore já estava grande, e ele pode coloca uma rede para descansar, depois de tanto tempo trabalhando.”, que poderia ser incluso a conjunção “que” sem alterar o sentido da frase: “Alguns meses depois, a árvore já estava grande que pode colocar uma rede para descansar depois de tanto trabalho.” Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas Tal efeito é percebido em: "Depois de um tempo as duas arvore começam a crescer, e o garoto,ficou muito feliz, e resolveu colocar, na arvore uma rede para descansar!" Esse trecho poderia ser reescrito da seguinte maneira: “ Depois de um tempo, as duas arvores começam a crescer, logo o garoto ficou muito feliz e resolveu colocar na arvore uma rede para descansar.” No próximo trecho: “ As plantinhas cresceram até tornarem-se grandes árvores. O garoto ficou feliz da vida”. Poderia ser reescrito acrescentando a conjunção conclusiva “por isso” que expressa conclusão: “As plantinhas cresceram até tornarem-se grandes árvores, por isso o garoto ficou feliz da vida.”. Coesão lexical Podemos observar nesse texto que foi produzido por uma aluna de 13 anos da 7ª série a repetição da palavra “árvore” que poderia ser substituída por outras palavras que tem o mesmo sentido semântico: “Num dia de sol, um menino chamado Pedro resolveu plantar árvores para amarrar uma rede para ele descançar. A cada dia Pedro iria numa área da sua casa para plantar uma árvore por dia. Passan-se dois dias, as árvores estão plantadas, e Pedro só olhando para ver quando as árvores estão crescendo para amarrar sua rede. Passaran-se três mêses e as árvores estavão grandes então Pedro pediu a sua mãe a rede que estava em cima de seu guarda-roupa. A mãe de Pedro pegou a rede e foi ajudá-lo a amarrar sua rede nas árvores. Depois de dez minutos a mãe de Pedro vai para o trabalho e deixa Pedro lá na sua rede descançando.” Já nessa produção de outra aluna, ela retomou a palavra “árvore” utilizando outros itens lexicais equivalentes ao texto: “Um menino querendo se divertir e ao mesmo tempo ajudar a natureza, planta algumas arvores. Com todo amor e dedicação, ele dá os devidos cuidados para elas crescer em, como regá-las quando preciso. Ele vê as árvores crescendo, impacientemente ele espera, pois pode demorar para elas se formar por completo, mas pelo menos ele plantou, e tem a serteza de que um dia ela vai ajudá-lo em suas brincadeiras. Todo dia ele cuidava da árvore, até que ela se formou e ele pode pendurar uma rede para brincar. Ele tanbém aproveitou a sombra e os frutos, e também, ajudou a natureza.” Outro exemplo: “Quando chegou a casa, o Rui viu um carro estacionado em frente da sua garagem. Ficou intrigado: o veículo não lhe era familiar.” A troca da palavra carro (hipônimo) pela palavra veículo (hiperônimo) certifica a coesão lexical e garante simultaneamente identidade referencial (o carro e o veículo nomeiam o mesmo objeto). 5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Existe uma grande desmotivação com relação aos alunos na hora da prática de redigir textos de autoria própria. Há um grande fracasso nas escolas na questão referente à escrita. Encontramos muitas dificuldades em o aluno escrever um texto coeso e coerente, aspectos que são essenciais para a existência de um texto. Fizemos um estudo sobre a função da coesão, coerência, elementos e regras que um texto tem que ter para ser um verdadeiro quebra-cabeça montado, cada peça no seu devido lugar. A maioria das produções de textos dos alunos feitas durante a aplicação do comando, que resume em uma história muda, sequência de imagens de um menino e duas árvores, não possuíam os elementos de coesão e as regras de coerência. Eram frases soltas, que não davam uma continuidade ao que faziam referência anteriormente. Utilizavam muito de repetição para fazer reaparecer no texto uma sequência de palavras. Não utilizavam a substituição de outras palavras com o mesmo sentido semântico como pudemos observar nos trechos das produções dos alunos. Já, como pudemos ver em algumas das produções, há alunos que utilizaram alguns elementos e regras em seus textos através do seu conhecimento gramatical e linguístico. Em alguns textos não há existência dos elementos de coesão e regras de coerência nem possuem uma estrutura canônica que todo texto narrativo tem que ter. Essa estrutura é a maneira de como percebemos e conhecemos a desenvoltura dos fatos no espaço e no tempo. Ou seja, para haver essa internalização dos esquemas narrativos (regras) as crianças têm que estarem expostas a essas experiências. Mas, em muitos dos textos, várias dessas regras são esquecidas, aonde o aluno apresenta uma fórmula inicial, o personagem, o cenário e em seguida o encerramento. Este trabalho ainda se encontra em fase de execução. Pois é através das dificuldades encontradas que vamos estudar meios para melhorar e, em muitos casos, desenvolver a produção de texto dos alunos. Por isso, através do PIBID viemos intervir de uma maneira positiva aplicando novos recursos que motivassem os alunos, trabalhando a partir de seus interesses, suas experiências cotidianas e principalmente uso de mecanismos coesivos como materiais pedagógicos produzidos por nós, bolsistas do projeto, para desenvolver a coesão e coerência nas produções de textos. Temos esse papel nessa tarefa de oferecer aos alunos meios para que eles desenvolvam pensamento autônomo, crítico e criativo na hora de produzir um bom texto. 7.0 NARRATIVAS PRODUZIDAS PELOS ALUNOS Sem título - 13 anos - F- 7ªA Em um dia de sol, um menino descide cuida de uma árvore, e conforme os dias vão se passando ele continua a cuida da árvore, regando e adubando. Alguns meses depois a árvore já estava grande, e ele pode coloca uma rede para descansar, depois de tanto tempo trabalhando. PROCURANDO DESCANSO - 11 anos- M-6ªA Num certodia, um garoto resolve plantar uma árvore. Cavou um pequeno buraco com uma pá, plantou uma semente, e deixou-a brotar. Repetiu todo o processo alguns metros mais para o lado. Cavou um buraco, plantou a semente e deixou ela debaixo da terra para crescer. Regou as plantas, o que fez com que cresce em mais rapidamente. As plantinhas cresceram até tornarem-se grandes árvores. O garoto ficou feliz da vida. O menino correu para pegar o que faltava. Quando voltou, com uma rede e cordas em suas mãos, amarrou cada ponta da rede em cada árvore, deitou-se na rede, e descansou em paz. o Menino e a arvore! - 12 anos - F - 6ªA "Numa Tarde ensolarada, um garoto, pegou uma muda de arvore e plantou. E no outro lado plantou outra arvore. o garoto com o do tempo cuidou muito bem da árvore como, a regando todos os dias." "Depois de um tempo as duas arvore começam a crescer, e o garoto,ficou muito feliz, e resolveu colocar, na arvore uma rede para descansar!" E Fim Um dia para plantar - 12 anos - M - 6ªA Em um dia de sol Zequinha foi plantar uma árvore, mas de tão legal ele plantou mais uma árvore. Ele regou-as e depois de muito tempo as árvores cresceram e ficaram maiores do que Zequinha. Ele queria dormir e inventou de colocar uma rede pendurada nas duas árvores, ele conseguiu e foi dormir. Um dia de sol para ir plantar - 12 anos - F - 6ªA Era uma vez um menino que resolveu ir plantar uma árvore em seu quintal. Era uma dia de sol muito lindo com poucas nuvens. O menino plantou e depois resolveu plantar mais uma. Ele regou as árvores e com o tempo elas foram crescendo. Todo dia ele ia olhar para ver se elas já estavam bem crescidas e saudáveis. Quando elas cresceram, ele resolveu colocar uma rede entre elas, para ficar deitado ao ar livre. Ele ficou muito feliz, e sempre à noite deitava em sua rede e olhava as estrelas. O menino e a rede. - 11 anos - F - 6ªA Num dia de sol, um menino chamado Pedro resolveu plantar árvores para amarrar uma rede para ele descançar. A cada dia Pedro iria numa área da sua casa para plantar uma árvore por dia. Passan-se dois dias, as árvores estão plantadas, e Pedro só olhando para ver quando as árvores estão crescendo para amarrar sua rede. Passaran-se três mêses e as árvores estavão grandes então Pedro pediu a sua mãe a rede que estava em cima de seu guarda-roupa. A mãe de Pedro pegou a rede e foi ajudá-lo a amarrar sua rede nas árvores. Depois de dez minutos a mãe de Pedro vai para o trabalho e deixa Pedro lá na sua rede descançando. O Trabalho de Pedrinho - 13 anos - F - 7ªA Era uma vez, um pequeno menino chamado Pedrinho, Pedrinho era um menino que se preocupava com a natureza, por sua vez, adorava plantar árvores. Um dia, pegou duas mudinhas e foi para o jardim de sua casa plantar as pequenas as pequenas mudinhas, e com o tempo foi regando para que essa mudinha, um dia, se tornasse uma grande árvore. Passou alguns dias e Pedrinho percebeu que suas simples mudinhas já haviam se tornado duas grandes árvores. Com seu trabalho feito, Pedrinho desidio que estava na hora de descançar. Moral: Pedrinho aprendeu que se todos fizerem sua parte podem melhorar o mundo e após isso descançarem. Sem título - 13 anos - F - 7ªA Um menino querendo se divertir e ao mesmo tempo ajudar a natureza, planta algumas arvores. Com todo amor e dedicação, ele dá os devidos cuidados para elas crescerem, como regá-las quando preciso. Ele vê as árvores crescendo, impacientemente ele espera, pois pode demorar para elas se formar por completo, mas pelo menos ele plantou, e tem a serteza de que um dia ela vai ajudá-lo em suas brincadeiras. Todo dia ele cuidava da árvore, até que ela se formou e ele pode pendurar uma rede para brincar. Ele tanbém aproveitou a sombra e os frutos, e também, ajudou a natureza. O Pé De Goiaba - 12 anos - M - 7ª A Pedro com a juda de seu Pai plamtou um pé de goiaba, eles esperaram por muito tempo atê que o pé cresce e desse bons frutos, eles esperaram onciosamente o tempo da colheita, que geralmente dava bastante fruto com essa quamtidade eles usavam para uso proprio e vem diam para fora, como empresas de picole etc. O pé ficou muito gramde e eles decidiram colocar uma rede para descamçar todos os dias no fim da tarde. Boas Ações – 13 anos – F – 7ª A Certo dia um garoto resolveu sair de sua casa para fazer uma boa ação. Ele plantou em um jardim duas árvores, que, todo dia ia regando e cuidando. Meses depois deste fato ele viu que as árvores já estavam bem grandes, então alegre com sua boa ação pendurou lá uma rede, para poder aproveitar um pouco da natureza que restava. Sem título - 13 anos - M - 7ªA O menino planta duas árvores em que ele cuida muito bem todos os dias por muito tempo. As árvores foram crescendo muito até se tornarem árvores grandes e agora além de ter ajudado muito o meio ambiente ele tem um lugar para brincar e para descansar. Então se ele ajuda o meio ambiente ele ajuda você. Ajudar e descançar - 13 anos - F- 7ªA Em um belo dia, um garoto resolveu plantar algumas árvores no jardim de sua casa, pois sempre ouvira sua mãe dizendo, que ajudar a natureza nunca é de mais. Ele plantou, olhou e regou as arvores por algum tempo, quando finalmente as ârvores estavam crescidas, e ele cansado de fazer as mesmas coisas todos os dias, resolveu colocar uma rede entre elas, para finalmente, relachar... ...Enfim ele sabia que havia feito uma coisa boa, para ele e para o mundo Ajudando a Natureza - 12 anos - F - 7ªA Um menino estava plantando uma árvore, Para Poder se refrescar na sua somba. Ele pegou a primeira muda e a Pranta, colocou a outra e , as regou. Depois de um tempo eles creceram ficaram enormes e ele Pode colocar sua rede embaixo das árvores Para se refrescar do sol. PLANTANDO PARA O FUTURO - 13 anos - M - 7ªA Um menino um dia resolveu plantar arvores em um terreno. Ele foi cuidando delas para que elas cresçam, elas foram crescendo até que ficaram grandes. Quando elas cresceram o menino esticou uma rede para ele deitar e aproveitar a sombra que elas o dão, sem se preocupar com o mundo em redor dele. Sem título - 13 anos - F - 7ªA Era um menino que estava plantando uma árvore no seu quintal, dia - dia ele ía la, regar a árvore, para ela crescer. Depois de alguns dias a árvore ja estava grande e ele decidiu colocar uma rede para ele descansar em pouco. Sem título - 13 anos - M - 7ªA Um menino, planta uma árvore, cuida, rega, faz de tudo para ela crescer firme e forte, depois que as árvores cresceram, o menino fica muito contente, e depois de tanto trabalho com as árvores, descança em uma rede pendurada nelas. O menino João - 12 anos - F - 6ªA Certo dia um menino chamado João comprou uma árvore e plantou ela perto de sua casa. Mas ele queria mais uma então comprou outra árvore e plantou ela do lado da outra árvore, João colocou dois nomes muito esquisitos que são: Batata e Amendoim. Todos os dias o menino ia regar a plantas, que cresceram e se tornaram lindas árvores. João teve uma idéia de colocar uma rede entre as duas árvores. E sempre que ele vinha da aula, ele ia lá na rede pra tirar um sonequinha. Fim! 8.0 REFERÊNCIAS ANDRADE, Ivana Q. de. Produção de texto: uma questão de diálogo. Disponível em: <http:// www.cienciahoje.pt/index.php?oid=4176&op=all>. Acesso: 17 jan. 2012. AMARAL, J. C. Spoken and written language. Oxford: Oxford University Press, 1985. ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. CAGLIARI, L.C. Alfazetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 1990. KAUFMAN, A. Maria.: RODRÍGUEZ, M. E. Escola, leitura e produção de textos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. KOCH, Ingedore V. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997. _____. A Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1983. KOCH, Ingedore.;TRAVAGLIA, L.C. Texto e Coerência. São Paulo: Cortez, 1993.