Social Good Brasil inspira público sobre formas de inovação e empreendedorismo para transformação social Em três dias de palestras e painéis, o seminário internacional destacou o pensamento colaborativo, a conectividade e a busca de novas ideias para ajudar a mudar positivamente o mundo O principal debate no país sobre o uso da tecnologia e inovação para transformação social apresentou, durante os dias 6, 7 e 8 de novembro em Florianópolis, um encontro inédito que reuniu um público de 1200 pessoas presencialmente e mais de 10.000 pela internet, com a participação de empreendedores, investidores, voluntários, jovens e estudantes. O seminário Social Good Brasil (www.sgb.org.br) trouxe referências nacionais e internacionais no uso das mídias sociais, novas tecnologias, branding e inovação para o desenvolvimento social, como o consultor de empreendedorismo e inovação nas empresas Pixar, Cisco Systems e Qualcomm, Peter Sims; além de Simon Mainwaring, autor do livro “We First” e consultor de empresas como Google, General Motors e Gucci Group; e Beth Kanter, consultora da HP e apontada como “A mulher mais Influente em Tecnologia” pela Fast Company Magazine. Ao todo, foram 33 palestrantes durante os três dias de evento. Para a idealizadora do Social Good Brasil e presidente do Instituto Voluntários em Ação, Fernanda Bornhausen Sá, o legado do seminário é promover a discussão global de inovação na transformação social para Santa Catarina e Brasil. "O Social Good Brasil integra um grande movimento global que tem como objetivo ampliar e difundir o uso da inovação, das novas mídias e da tecnologia com foco na transformação social. Demos um primeiro passo, com amplo reconhecimento da UN Foundation, maior difusora deste conceito em todo o mundo. O poder de mudança está na ponta dos nossos dedos". Durante a realização, o seminário foi destaque de audiência nas redes sociais e internet. Houve 2.534 menções com a hashtag #socialgoodbr, resultando em 3,5 milhões de pessoas impactadas, mais de 300 fotos na cobertura colaborativa no Instagram e fanpage, 388 menções ao termo Social Good Brasil no Facebook. Além de 11.569 fãs na fanpage e 1.077 seguidores no Twitter. No total, os três dias captaram mais de 8.000 acessos na transmissão ao vivo em português e 1.500 em inglês e 50.550 visitas no portal do Social Good Brasil. We First No primeiro dia de seminário, Mauro Segura, autor do blog “A Quinta Onda” e diretor de comunicações da IBM Brasil, falou sobre comportamento e comunicação na era digital. Em seu blog, Segura posta conteúdos sobre as transformações que as mídias sociais estão causando nas relações sociais e no ambiente de trabalho. A apresentação mais esperada para a abertura do ciclo de palestras lotou o auditório do CIC com 856 pessoas. O keynote speaker e consultor de branding e mídias sociais de empresas como Google, Gucci Group e General Motors, Simon Mainwaring, focou o seu discurso na importância de tanto empresas quanto consumidores estarem conectados e usarem as mídias sociais para defender diferentes causas. “Nos Estados Unidos, grandes empresas estão sempre sumindo porque não evoluíram com a tecnologia”, afirmou Mainwaring. Mainwaring é autor do livro “We First”, indicado como um dos melhores livros de negócios de 2011. O título de seu livro, “We First” é também uma crítica ao comportamento “Me First”, que levou à crise econômica global de 2008 e a diversas crises humanitárias ainda não solucionadas. Iniciativas Social Good O seminário destacou, desde o início, a apresentação de ideias e plataformas no país que fazem a diferença no uso da tecnologia para o bem social. No dia 7 de novembro, o painel “Histórias e Casos: tecnologia, novas mídias e pensamento inovador para a transformação social”, que foi moderado por Rodrigo da Cunha, embaixador-sênior do TEDx na América Latina, mostrou iniciativas como o site Cidade Democrática, de Rodrigo Bandeira, o Saútil, idealizado pelo Edgard Morato, o Connect to learn da Ericsson e o portal Voluntários Online. A principal palestrante do dia 7 de novembro foi Beth Kanter, blogueira e autora do livro "Mídias sociais transformadoras", eleita pela Fast Company Magazine como "A mulher mais influente em tecnologia". Beth, que tem mais de 30 anos de experiência de trabalho no setor social em tecnologia, treinamento e captação de recursos, falou sobre alguns passos importantes para que as organizações sem fins lucrativos se incluam digitalmente e que estão em seu livro. "Qualquer pessoa pode mobilizar como uma ONG mesmo sem atuar efetivamente em uma", enfatizou. UN Foundation O Social Good Brasil também teve presença de Aaron Sherinian, vice-presidente de Comunicação da UN Foundation, instituição mundial de suporte às Nações Unidas e que está entre os principais apoiadores do seminário. Na palestra durante o segundo dia do evento, Sherinian enfatizou que atualmente, além de haver mais ferramentas para engajar-se por uma causa, os cidadãos comuns podem compartilhar suas ideias, já que antes os conteúdos estavam mais restritos a cientistas ou especialistas de suas áreas. “As mídias sociais estão apresentando uma nova face da filantropia global e nós estamos escrevendo a história mundial por meio dessas mídias”, afirma. A UN Foundation é a organização mundial de suporte às Nações Unidas em questões relacionadas a desenvolvimento social e direitos humanos. A instituição, entre outras entidades organizadoras, foi responsável pela realização do maior encontro global sobre inovação e tecnologia para melhorar a qualidade de vida das pessoas, o Social Good Summit, com apresentações centralizadas em Nova York de líderes e palestras e participações de líderes e pessoas em todo o mundo. No dia 8 de novembro, a instituição promoveu um hangout do Global Conversation em parceria com o Social Good Brasil, uma conferência online que iniciou com a organização do Summit e teve a participação de pessoas da Nigéria, Brasil, Armênia, Estados Unidos e outros países. Inclusive o palestrante nacional do SGB Reinaldo Pamponet, fundador da rede It’s Noon e considerado um dos 50 mais inovadores do mundo digital brasileiro, integrou o encontro via web. Surpresas A premiação das ideias selecionadas na categoria Social Good Brasil do Festival de Ideias 2012, plataforma colaborativa que avalia os melhores projetos para resolução de problemas sociais, aconteceu no último dia do ciclo de palestras. A surpresa ficou por conta da participação do ex-tenista e ícone catarinense Gustavo Kuerten, que chamou os idealizadores ao palco para serem premiados. Os oito finalistas receberam cada um R$3 mil propostos como o valor de investimento-semente para as ideias. Guga contou à plateia sobre a iniciativa de promover ideias para praticar o bem social através da tecnologia e inovação. “Acho que já foi fantástico podermos transpor as ideias de um plano abstrato para o plano virtual. O desafio agora é fazer essas ideias que circulam na rede irem para o concreto, para o real”. Pequenas apostas Como afastar o medo do fracasso a partir de pequenas apostas no dia-dia para desenvolver sua ideia ou projeto? O destaque para o último dia de palestras do seminário Social Good Brasil (www.sgb.org.br) foi o autor do livro “Little Bets – How Breakthrough Ideas Emerge from Small Discoveries” (em português “Pequenas apostas – como ideias inovadoras emergem de pequenas descobertas”), Peter Sims. Seu bestseller foi considerado um dos seis melhores livros para empreendedores pelo Wall Street Journal e um dos melhores na literatura de negócios pelo The Washington Post, Inc. Magazine e AmEx. Na palestra, Sims mostrou como grandes inovadores, de Beethoven ao comediante Jerry Seinfield, utilizaram o conceito de pequenas apostas para ajustar os seus trabalhos de forma que se tornassem referência na área. “Pequenas apostas são ações concretas para descobrir, testar e desenvolver ideias alcançáveis e factíveis. Começam com possibilidades criativas que são trabalhadas e refinadas, e são particularmente valiosas em ambientes de incerteza, para criar algo novo ou para resolver problemas abertos”, explicou Sims.