Gêneros textuais - Carta argumentativa Carta argumentativa é aquela cujo autor/remetente tem por objetivo a captação do interlocutor/ destinatário para um ponto de vista acerca de algo polêmico. A finalidade discursiva do gênero pode ser uma reclamação, solicitação, discordância de algo que se fez ou se disse. O destinatário de um texto dessa natureza pode é, quase sempre, uma autoridade ou pessoa com poder de decisão quanto ao que se enuncia. A linguagem utilizada pode apresentar traços de subjetividade, mas deve ser clara e coesa, de modo que não fique dúvida quanto ao ponto de vista enunciado e à pertinência e relevância dos argumentos apresentados. O grau de formalidade decorre do status do destinatário, que pode ser uma autoridade ou uma pessoa comum, e do grau de intimidade entre os interlocutores. A estrutura da carta argumentativa é a mesma da carta pessoal, embora esta seja produzida prioritariamente com características narrativas e aquela dissertativas: Local, data Vocativo, corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do texto corpo do [...] Fechamento, Assinatura Local e data: nome da cidade em que se encontra o remetente e data em que redigiu a carta. Separa-se por vírgula o local da data; Belo Horizonte, 22 de janeiro de 2014 Vocativo: o nome da pessoa para a qual a carta é endereçada, que pode ser antecedido por um pronome de tratamento compatível ao cargo exercido pelo destinatário e nível de intimidade dos interlocutores. (ver unidade de pronomes de tratamento) Exemplo 1: Belo Horizonte, 22 de janeiro de 2014 Sr. Diretor da Loja Santarém Exemplo 2: Belo Horizonte, 22 de janeiro de 2014 Exmo. Sr, Ministro da Educação Aloízio Mercadante Exemplo 3: Belo Horizonte, 22 de janeiro de 2014 Caro Felipão, Corpo do texto – É a exposição do assunto em si, na qual se contextualiza o destinatário acerca do que se discutirá, expõe-se a tese e estrutura-se a argumentação. Admite-se um certo nível de subjetividade, desde que não se comprometa a clareza. Fechamento ou Expressão de despedida – Assim como o vocativo e o corpo do texto, será formal ou informal tendo em vista o grau de intimidade entre os interlocutores. Exemplos: cordialmente, atenciosamente, saudações, no aguardo de uma solução etc. Assinatura do remetente – diferentemente do que ocorre nas cartas pessoais, nas argumentativas, assina-se o nome completo, sem apelidos ou diminutivos. Veja a seguir um exemplo do gênero em foco. São Paulo, 16 de dezembro de 2001 Caro Felipão, nunca nos encontramos pessoalmente, mas permita que eu me apresente: me chamo Marcos Caetano, como você pode ler aí no topo da coluna, e sou cronista esportivo. Mas isso não é importante, pois além de cronista fui, sou e morrerei torcedor. Apesar de respeitar os colegas que pensam diferente, confesso que não entendo os comentaristas que não declaram sua predileção por um time. Se não fosse torcedor do meu sofrido Tricolor das Laranjeiras, jamais teria me apaixonado por futebol. E, sem essa paixão, dificilmente teria pensado em escrever sobre o assunto que é a minha cachaça. Minha e de outros 160 milhões de brasileiros. Do trabalhador da fábrica da Móoca ao menino de rua que cheira cola na Candelária e do catador de papel do Recife ao padre da paróquia da sua Caxias do Sul somos, acredite, todos seguidores da mesma religião: a Seleção Brasileira. Também não sou hipócrita de imaginar que você tenha decidido fazer do esporte o seu ganha pão – primeiro como jogador e agora como técnico – se não fosse por amor. Somos, portanto, dois apaixonados por futebol. E é puramente nessa condição, de um apaixonado que vê no velho esporte das botinadas um ponto de referência e identidade cultural dos brasileiros, que te escrevo estas mal traçadas. Em primeiro lugar, sei que eu e os colegas da crônica esportiva vivemos pegando no seu pé. Mas também sei que você traz no caráter uma qualidade que anda escassa nesses tempos de crise moral nas lideranças do futebol: você é honesto. E é impossível deixar de notar o carinho e o respeito que todos os jogadores que trabalharam contigo têm por você. Portanto, quando escrevo críticas sobre o seu trabalho, o faço com a certeza de estar me dirigindo a um homem sincero, preocupado em aprender sempre – e não a um arrogante cheio de empáfia. Certamente você tem acompanhado as excelentes partidas da fase decisiva do Campeonato Brasileiro. E, claro, viu a eletrizante – não há outra palavra para descrever aquilo – final entre Atlético-PR e São Caetano. São dois times, Felipão, que chegam a comover pela bravura com que buscam o ataque em qualquer circunstância. O Atlético buscou mais, e mereceu vencer o jogo. A lógica do esporte – alguns mencionariam os deuses do futebol – quase sempre acaba premiando quem é mais corajoso. Mas não desprezemos o São Caetano, que está longe de poder ser considerado fora do páreo. O Azulão teve uma incrível média inferior a um gol por partida no ano – isso sem jogar com sete ou oito atrás, mas no bom e velho 4-4-2. Se esses times finalistas, que representam o novo no futebol brasileiro, não fazem retranca, por que a Seleção deveria fazer? Você apostou na retranca contra Bolívia, Uruguai e Argentina. E ousou mais contra Chile, Paraguai e Venezuela. Perdemos as três partidas que jogamos para não perder e ganhamos as três que jogamos para ganhar. A razão da carta, como você já percebeu, é uma só: te pedir que ponha o Brasil para jogar como os finalistas – no ataque. Essa é a nossa maior tradição, e traí-la será um crime que não ficará sem castigo na Copa do Mundo. Não sabemos jogar de outro jeito – e o partidaço da final provou-nos isso uma vez mais. Se acerte com o Romário. Chame o Djalminha e os Ronaldinhos. Preste atenção no Kaká e no Alex Mineiro. Contrate o Geninho e o Picerni como auxiliares. Vamos para cima deles, Felipão! Os brasileiros confiam em você. Confie também na gente quando pedimos um time ofensivo. Se ainda estiver em dúvida, ligue a televisão de novo no próximo domingo. O Azulão precisa vencer por dois gols de diferença – e vem mais futebol brasileiro por aí. Porque também no esporte, como dizia o Vinícius, meu amigo, só resta uma certeza: é preciso acabar com essa tristeza. É preciso inventar de novo o amor. Saudações, Marcos Caetano [email protected]. Acesso em 18 jan. 2014. Adap. Para fins didáticos. Passos para a elaboração de um projeto de carta argumentativa Considerando as características estruturais do texto a ser produzido, o melhor a fazer é seguir os procedimentos: 1. Identificar claramente a questão que está sendo tematizada (ou polemizada, conforme o caso) e determinar quais são os argumentos, opiniões ou pontos de vista sobre essa questão. 2. Se houver mais de um interlocutor possível, identificar claramente a postura de cada um e decidir a qual deles a argumentação será dirigida; caso haja apenas um interlocutor, é a postura dele que deve ser identificada. 3. Fazer a melhor representação possível do interlocutor escolhido (sua imagem), reunindo todas as informações que se tenha sobre ele, sobre o que pensa a respeito da questão tematizada, sobre seu comportamento etc. 4. Selecionar, dentre os argumentos, opiniões ou pontos de vista identificados, aqueles que melhor se prestam à análise que se pretende fazer sobre o tema, tomando como referência a imagem feita do interlocutor. 5. Buscar outros argumentos disponíveis e que sejam pertinentes à questão e integrá-los àqueles extraídos dos textos que acompanham a definição do tema. ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela Nogueira; FADEL, Tatiana. Português: Língua, Literatura e Produção de texto - Volume Único. 2.ed. SÃO PAULO: Moderna, 2004. CARTA ARGUMENTATIVA – SISTEMATIZAÇÃO 1- PRODUZA uma carta argumentativa ao Ministro da Educação, posicionando-se em relação à distribuição de vagas universitárias pelo SISU. Atenha-se aos elementos estruturais do gênero e ao grau de formalidade e abordagem, tendo em vista quem é o destinatário. Como não é possível assumir um ponto de vista e menos ainda fundamentá-lo sem que se conheça profundamente o tema em foco, sugerimos algumas leituras para o início de sua pesquisa. Sisu - Ministério da Educação sisu v UFMG estreia no Sisu como a campeã na proporção de candidatos por vaga http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2014/01/14/internas_educacao,487590/ufmg-estreia-no-sisucomo-a-campea-na-proporcao-de-candidatos-por-vaga.shtml Medicina na UFRJ é curso com maior nota de corte no Sisu http://www.oreporter.com/Medicina-na-UFRJ-e-curso-com-maior-nota-de-corte-no-Sisu,11400598970.htm SiSU 2014/1: Fisioterapia é o mais concorrido na UFJF e nota de corte de Medicina chega a 799 http://www.planetauniversitario.com/index.php/notas-do-campus-mainmenu-73/32103-sisu-2014-1-fisioterapia-e-omais-concorrido-na-ufjf-e-nota-de-corte-de-medicina-chega-a-799 Universidades do interior superam instituições como UFMG na procura por vagas pelo SisuNa UFSJ, o número de inscritos passou de 11.874, quando tinha vestibular próprio, para 39.805 http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2014/01/17/internas_educacao,488797/universidades-dointerior-superam-instituicoes-como-ufmg-na-procura-por-vagas-pelo-sisu.shtml Pioneira no Sisu na Bahia, UFRB tem 25 candidatos por vaga em 2014.1 http://www.planetauniversitario.com/index.php/notas-do-campus-mainmenu-73/32136-pioneira-no-sisu-na-bahia-ufrbtem-25-candidatos-por-vaga-em-2014-1 Concorrência entre cotistas no Sisu cresce e é maior que na disputa geral Relação é de 25,1 candidatos por vaga entre cotistas, contra 22,7 no geral. Candidatos podem mudar a opção de curso até a noite desta sexta-feira. http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/01/concorrencia-entre-cotistas-no-sisu-cresce-e-e-maior-que-na-disputageral.html 2- PRODUZA uma carta argumentativa à direção da escola em que studa, p p nd ai utilizaçã da int n t “f a nta” didática. Atenha-se aos elementos estruturais do gênero e ao grau de formalidade e abordagem, tendo em vista quem é o destinatário. http://www.blognasajon.com.br/index.php /2014/01/16/internet-e-pmes-tire-proveitodesta-relacao/ Acesso 12 jan 14.