Pró-Reitoria de Graduação Curso de Direito Trabalho de Conclusão de Curso A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS DO DISTRITO FEDERAL. Autora: Marylia Tavares da Silva Orientadora: Profª. Dra. Ana Maria Benavides Kotlinski Brasília - DF 2012 MARYLIA TAVARES DA SILVA A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS DO DISTRITO FEDERAL. Artigo apresentado ao curso de graduação em Direito da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito. Orientadora: Profª. Dra. Ana Maria Benavides Kotlinski. Brasília 2012 Artigo de autoria de Marylia Tavares da Silva, intitulado "A RESPOSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS DO DISTRITO FEDERAL”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito da Universidade Católica de Brasília, em ___ de ______ de 2012, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: _______________________________________________ Profª. Dra. Ana Maria Benavides Kotlinski. Orientadora Direito - UCB _______________________________________________ Profº. Direito - UCB _______________________________________________ Profª. Direito - UCB Brasília 2012 A Deus, para quem nada é impossível. A meus pais, para quem a educação sempre foi o maior presente. Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja. Chico Xavier RESUMO A Responsabilidade Socioambiental, sendo um dos pilares da Sustentabilidade, surgiu como resposta às crescentes exigências dos consumidores, ocupando em nível crescente as discussões dentro de governos, empresas e organizações em todo o mundo. É cada vez mais evidente o incentivo quanto à forma de se produzir, interagindo os três sistemas econômico, social e ambiental. A implantação de um novo modelo de produzir bens e serviços fez com que as indústrias fossem além de um agente econômico com a missão de produzir riqueza, um agente social que atua e se preocupa com o meio ambiente. Portanto, a indústria não pode mais apenas buscar a obtenção do lucro, deve também atentar-se às novas exigências estatais quanto às questões ambientais. A Lei nº 6.938/81 regulamenta esta preservação, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Com esse propósito o objetivo geral dessa pesquisa é demonstrar as novas medidas ambientais adotadas pelos empresários das indústrias gráficas do Distrito Federal traçando um breve panorama histórico, acerca do tema. Com a finalidade de transmitir conhecimento específico, foi aplicado um questionário com 10 questões subjetivas, e por meio deste pode se verificar que os gráficos têm o conceito de responsabilidade socioambiental agregados em suas empresas e procuram atuar de forma consciente, realizando novas práticas de produção de acordo com as exigências estabelecidas, visando sempre adquirir um diferencial dos seus concorrentes no mundo atualmente competitivo. PALAVRAS-CHAVE: Responsabilidade Socioambiental. Sistema Econômico, Social e Ambiental. Medidas Ambientais. Setor Gráfico do Distrito Federal. ABSTRACT The social environmental responsibility, been one of the pillars of sustainability, emerged as an answer to the growing requirements of the consumers, occupying in a larger scale the discussions inside the government, companies and organizations all over the world. It is evident the encouragement to the way of producing, with interaction of economics, social and environmental systems. The implantation of a new mode of producing goods and services made the industries go further than just an economic agent with the mission of producing wealth, they need to be a social agent that cares about the environment. Therefore, the industries can`t look forward only to obtain profit, they need to pay attention to the new requirements of the government regarding the environment themes. The law nº 6.938/81 regulates this preservation, looking forward to assure, in the country, conditions to the social environmental development, to the national security interests and the protection of the human being dignity. With this intention the general propose of this research is to show the new environmental touchstone adopted by the owners of the printing companies in the Federal District, presenting a brief history scene about the theme. With the objective of transmitting specific knowledge, a questionnaire with ten subjective questions was applied, and through it could be verified that the graphics has the concept of social environmental aggregated to the companies and look forward to work in a mindful manner, accomplishing the new methods of production as it is established, looking forwards always to attain a differential from their competitors in a world currently competitive. Key-Words: social environmental responsibility, economic system, social and environmental, Environmental touchstone, Printing companies of the Federal District. A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS DO DISTRITO FEDERAL. 1 INTRODUÇÃO As questões relativas ao meio ambiente encontram-se inseridas nos grupos de debates mais expressivos na atualidade, tendo em vista que o tema é hoje considerado de fundamental importância, pelo fato da sociedade como um todo estar atravessando um período de conscientização ambiental. Ao longo dos anos a indústria só pensou em produzir, não se importando com as conseqüências devastadoras ao meio ambientes o que gerou a necessidade de readequar os meios de produção. Desta forma, a indústria brasileira preocupada com as questões que envolvam a conservação da biodiversidade e de manter uma postura ética perante as pessoas e o planeta, uma vez que está sujeita de alguma forma às exigências ambientais, desenvolve uma série de adequações às práticas de fabricar e produzir, incorporando os conceitos de sustentabilidade e responsabilidade socioambiental. Este tema além de apaixonante é amplo, o que faz com que sua delimitação muitas vezes seja uma tarefa difícil, pois pode parecer que algo sempre está incompleto. Este artigo tem como tema a Responsabilidade Socioambiental nas Indústrias Gráficas do Distrito Federal dando ênfase a uma forma de demonstrar de que maneira as Indústrias Gráficas do DF se adaptaram as medidas socioambientais considerando seu contexto histórico e a sua atual realidade no que tange as questões relativas ao meio ambiente. E busca responder o seguinte problema: De que forma as Indústrias Gráficas do Distrito Federal implantaram medidas de responsabilidade socioambiental exigidas pelos setores de fiscalização ambiental e quais os benefícios que esta trouxe para indústria gráfica como um todo? Tal pesquisa proporcionará conhecimento não só para o meio acadêmico, mas para os conhecedores da área e aqueles que de alguma forma se interessam pelo assunto para a elaboração de novas pesquisas, pois aborda um tema importante, moderno e inovador. No tocante aos objetivos específicos tem-se que mensurar os seguintes: a sustentabilidade; a responsabilidade socioambiental; os elementos jurídicos inerentes as novas atitudes adotadas pelas indústrias em busca de um trabalho consciente e limpo. A respectiva pesquisa contribui significativamente para a sociedade, haja vista que buscará indicar o ponto de vista dos profissionais da área em relação ao desenvolvimento de um trabalho sustentável e a descrever as novas práticas de produção de acordo com as exigências estabelecidas. A pesquisa realizada com o objetivo central de demonstrar de que forma as indústrias gráficas do DF se adaptaram as medidas socioambientais considerando seu contexto histórico e a sua atual realidade no que tange as questões relativas ao meio ambiente, pode ser classificada como exploratória, básica, qualitativa, bibliográfica, documental e de campo. Pois pretende buscar a informação diretamente com as pessoas experientes da área. A pesquisa foi classificada como exploratória por que busca expor informações sobre um determinado tema já disponível. No tocante a sua natureza, tem-se que é classificada como básica, pois objetiva gerar conhecimentos novos e úteis para o avanço da ciência, sem aplicação prática prevista, bem como qualitativa, sendo esta voltada para estudar fenômenos ligados às ciências humanas e sociais pelo fato do pesquisador entrar em contato direto e prolongado com o ambiente de pesquisa. A pesquisa documental elaborada com base em material que não recebeu tratamento analítico se assemelha a pesquisa bibliográfica que é baseada em livros, artigos, periódicos e produção obtida na internet. A pesquisa de campo visa expor as opiniões dos profissionais do Setor Gráfico do Distrito Federal, em relação às questões ambientais, bem como o conceito de sustentabilidade e as medidas de responsabilidade socioambiental impostas e implantadas nas indústrias gráficas da cidade, realizada por meio de questionários, objetivando auferir as opiniões dos profissionais do Setor Gráfico do Distrito Federal, em relação às questões ambientais, bem como o conceito de sustentabilidade e as medidas de responsabilidade socioambientais impostas e implantadas nas indústrias gráficas da cidade. A metodologia utilizada para explorar a questão de pesquisa, foi à aplicação de 03 (três) questionários aos empresários gráficos, no Setor de Indústrias Gráficas de Brasília - Distrito Federal, no intuito de verificar a opinião dos mesmos sobre o determinado assunto. O questionário aplicado foi composto da seguinte forma: a parte A contendo as características dos empresários e as informações das empresas por eles administradas e a parte B composta de 10 (dez) questões subjetivas. Para elaboração das questões foram utilizadas pesquisas sobre preservação do meio ambiente e medidas de responsabilidade socioambientais empresariais. Por fim, a responsabilidade socioambiental se tornou um dos assuntos mais discutidos atualmente pelos empresários, e os gráficos conscientes desta realidade, passam a promover o desenvolvimento de um trabalho sustentável, simplificando os meios de produção, gerando renda e preservando o meio ambiente. 2 HISTÓRIA DO PAPEL 2.1 DA NECESSIDADE DE ARMAZENAR AS INFORMAÇÕES Na pré-história, onde encontramos os primeiros artistas da humanidade, dão-se as mais antigas formas de representações pictóricas conhecidas. Com a finalidade de representar os objetos inanimados ou em movimento, o homem começa a registrar gráficos de diversas maneiras, com diferentes materiais. Isso fazia com que, ao contrário da oralidade, a comunicação gráfica dos registros não se extinguisse com o tempo. Estas atividades tão intimamente ligadas ao raciocínio, fez com que o homem utilizasse, primeiramente, as superfícies dos materiais que a natureza oferecia praticamente prontos para seu uso, tais como paredes rochosas, pedras, ossos, folhas de certas plantas etc. Neste sentido, acompanhando o desenvolvimento da inteligência humana, as maneiras de se representar os gráficos foram se tornando cada vez mais complexos, fazendo com que estes desenhos passassem a fazer sentido e a significarem idéias. Este desenvolvimento permitiu ao homem a ter um ascendente domínio dessas situações por meio dos utensílios por ele criado, fazendo com que desenvolvesse suportes mais adequados para suas representações gráficas. Com esta finalidade, ao longo dos anos, o homem registra sua arte em variados materiais, como o uso de tabletes de barro cozido, tecidos de fibras diversas, papiros, pergaminhos e, posteriormente o papel. A invenção do papel foi um processo de desenvolvimento por vários tempos históricos, ao mesmo tempo por diferentes povos e regiões geográficas. Tem sua história ligada a legítimos e nobres ascendentes. Além das placas de argila, ossos, metais, pedras, peles, onde o homem escreveu, desenhou, e pintou , foi em papiro, sobre o líber e logo a seguir em pergaminho. Barros1 em seu artigo descreve sobre estes dois materiais, vejamos: “As matérias-primas mais conhecidas e próximas do papel foram o papiro e o pergaminho. O papiro foi inventado pelos egípcios e apesar de sua fragilidade, milhares de documentos em papiro chegaram até nos. O pergaminho era muito mais resistente, pois se tratava de pele de animal, geralmente carneiro, bezerro ou cabra e tinham um custo muito elevado. Os Maias e os Astecas guardavam seus livros de matemática, astronomia e medicina em cascas de árvores, chamadas de "tonalamatl. [...] a palavra papel é originária do latim "papyrus". Nome dado a um vegetal da família "Cepareas" (Cyperua papyrus). A medula dos seus caules era empregada, como já referido, pelos egípcios, há 2 400 anos antes de Cristo. Entretanto foram os chineses os primeiros a fabricarem o papel como o atual.” Os chineses por muito tempo guardaram em segredo a técnica de fazer o papel. Posteriormente, os árabes descobriram o método e carregou com eles por gerações e gerações. Segundo dados históricos, no Brasil, o papel começou a ser fabricado em 1809, no Rio de Janeiro. E chegou a São Paulo com o desenvolvimento industrial proporcionado pela vinda de imigrantes europeus para trabalhar na cultura do café. Em suas bagagens, eles trouxeram o conhecimento sobre o processo de produção de papel. 1 BARROS, Eliane. História do papel. Disponível em: http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/eductecnol/eductecnol_trab/historiadopapel .htm. Acesso em 15 Ago. 2012. A Bracelpa2, em seu texto, revela dados sobre a primeira mostra de papel no Brasil, em seguida Caldeira3, cita o primeiro impresso. Vejamos: “[...] a primeira referência à produção nacional consta em um documento escrito em 1809 por Frei José Mariano da Conceição Velozo ao Ministro do Príncipe Regente D. João, Conde de Linhares: "... lhe remeto uma amostra do papel, bem que não alvejado, feito em primeira experiência, da nossa embira. A segunda que já está em obra se dará alvo, e em conclusão pode V.Exa. contar com esta fábrica...". Este documento cujo trecho extraímos do livro: O Papel - Problemas de Conservação e Restauração de Edson Motta e Maria L.G. Salgado, encontra-se no Museu Imperial.” “[...] em 1442, foi impresso o primeiro exemplar em uma prensa. Em 1448 volta à sua cidade natal, e dá início a uma sociedade comercial com Johann Fust e fundam a 'Fábrica de Livros' - nome original Werk der Buchei. Entre as produções está a conhecida Bíblia de Gutenberg de 42 linhas.” A partir deste período o mundo não foi mais o mesmo. Em meados do século 19, aumenta a demanda por papel para impressão de livros e jornais. E além das inovações tecnológicas no processo de fabricação, o papel passa a ser feito de uma forma moderna, porém com método antigo. Hoje o papel é um dos produtos mais consumidos no mundo e, há séculos, faz parte do cotidiano da humanidade. Como meio básico de educação, comunicação e informação para a maioria das pessoas, tem fundamental importância na contribuição para a transmissão do conhecimento. 2.2 DA PRODUÇÃO DO PAPEL A CRIAÇÃO DA INDÚSTRIA Dentre os vários métodos utilizados para se criar o papel, a maioria dos historiadores atribui que os chineses foram os primeiros a fabricá-lo com as características que o atual possui. Segundo Barros4, em meados do século II, T'Sai Lum, um alto funcionário da corte do imperador Chien-Ch'u, da dinastia Han (206 A.C. a 202 D.C.), começa a inventar a confecção do papel a partir de córtex de plantas, tecidos velhos e fragmentos de redes de pesca. A Bracelpa5, explica de que forma T'Sai Lum desempenhava sua técnica. Vejamos: “[...] Ts'Ai Lun que fragmentou em uma tina com água, cascas de amoreira, pedaços de bambu, rami, redes de pescar, roupas usadas e cal para ajudar no desfibramento. Na pasta formada, submergiu uma forma de madeira revestida por um fino tecido de seda - a forma manual - como seria conhecida. Esta forma coberta de pasta era retirada da tina e com a água escorrendo, deixava sobre a tela uma fina folha que era removida e estendida sobre uma mesa. 2 BRACELPA. História do papel no Brasil. Disponível em: http://www.bracelpa.org.br/bra/saibamais/historia/index.html. Acesso em 20 Ago. 2012. 3 CALDEIRA, Cinderela. História do livro. Disponível em: http://www.usp.br/espacoaberto/arquivo/2002/espaco24out/. Acesso em 01 Out. 2012. 4 BARROS, Eliane. História do papel. Disponível em: http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/eductecnol/eductecnol_trab/historiadopapel .htm. Acesso em 15 Ago. 2012. 5 BRACELPA. História do papel no Brasil. Disponível em: http://www.bracelpa.org.br/bra/saibamais/historia/index.html. Acesso em 20 Ago. 2012. Esta operação era repetida e as novas folhas eram colocadas sobre as anteriores, separadas por algum material; as folhas então eram prensadas para perder mais água e posteriormente colocadas uma a uma, em muros aquecidos para a secagem[...].” E por mais de 600 anos, os chineses mantiveram sigilo sobre o primeiro sistema de fabricação de papel, só depois no ano 751 que o segredo foi desvendado, quando o exército árabe atacou a cidade de Samarcanda, onde se começou a fabricar papel, também sem se revelar a técnica. Até que, no século XI, a novidade foi largamente difundida pelos árabes, que instalaram a primeira fábrica de papéis na Europa, após a invasão da península Ibérica, mais precisamente na cidade de Játiva, na Espanha, em 1150. Só depois de muito tempo o papel chega ao Ocidente. No final da Idade Média, a importância do papel cresceu com a expansão do comércio europeu e tornou-se produto essencial para a administração pública e para a divulgação literária. Durante séculos, os monges copistas garantiram a manutenção e a reprodução de textos sagrados, mas apesar do empenho, a demanda já era grande e esse era um trabalho demorado. Foi então que Gutenberg sentiu a necessidade de uma tecnologia que pudesse solucionar estes problemas, e inventou a prensa. Barros6 expõe de que forma Gutenberg praticou sua novidade: “[...] A novidade usava uma técnica semelhante à de esculpir, no aço, letras e números e logo em seguida as hastes de aço eram prensadas num metal mais mole. Os espaços vazios que se formavam no chumbo serviam de molde, que eram cheios com estanho fundido, obtendo-se as letras, números e sinais. Após a confecção dos tipos, usavam-se os mesmos em um processo lento e vagaroso para formar linhas e conseqüentemente páginas inteiras, possibilitando a impressão.” “Para montar a página de um livro, era necessário um dia inteiro de trabalho com os tipos. Depois deste processo, impregnava-se a página com tinta e em seguida, com uma prensa, pressionava-se o papel contra as letras embebidas de tinta para se obter o papel impresso. Um ponto importante da prensa é que todo o material usado na confecção dos tipos podia ser reaproveitado por longo tempo, fundindo os mesmos novamente após o desgaste pelo uso contínuo [...].” Vale mensurar que, com a ajuda das inovações chinesas em relação às tintas, impressão xilográfica e impressão com caracteres móveis de argila muito se contribuiu para a comunicação impressa. Dados históricos revelam que a primeira máquina para fazer papel foi inventada na França por Nicholas-Louis Robert em 1799. Pouco tempo depois, os irmãos Fourdrinier apresentaram o método de produção contínua de papel, aperfeiçoado na Inglaterra. Cavalcante7 explica que, no Brasil, “a primeira fábrica de papel no Brasil surge com a vinda da família real portuguesa. Localizada no Andaraí Pequeno (RJ), foi fundada entre 1808 e 1810 por Henrique Nunes Cardoso e Joaquim José da Silva. Em 1837 surge a indústria de André Gaillar e, em 1841, a de Zeferino Ferrez.” Pesquisadores afirmam que, em 1850, o desenvolvimento da cultura do café, trousse grande progresso para a então Província de São Paulo e, com a chegada dos 6 BARROS, Eliane. História do papel. Disponível em: http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/eductecnol/eductecnol_trab/historiadopapel .htm. Acesso em 15 Ago. 2012. 7 2012, apud ALBUQUERQUE, 2009, p. 78 imigrantes europeus, passa a vivenciar um grande desenvolvimento industrial gerador de vários empreendimentos. Posteriormente, o Barão de Piracicaba, na região de Itu, criou condições para a instalação de indústrias aproveitando a energia hidráulica possível na região em função da existência da cachoeira no rio Tietê e, é neste local que, em 1889 a empresa Melchert & Cia iniciou-se à construção da Fábrica de Papel de Salto que ainda funciona devidamente modernizada, produzindo papéis especiais, sendo uma das poucas fábricas do mundo fabricante papéis para a produção de dinheiro. Desde então a história de um setor que sempre influenciou os rumos da economia brasileira, foi se fazendo com o passar dos anos. Nesses anos, os empresários do setor gráfico tiveram lugar de destaque inclusive em Brasília, capital do nosso país. 2.3 DO SURGIMENTO DA INDÚSTRIA GRÁFICA NO DISTRITO FEDERAL Segundo o Sindigraf do Distrito Federal8, fundado há 40 anos, a história da Indústria Gráfica da capital federal, começou a quase 50 anos, quando chegou aqui à primeira unidade impressora, trazida por um grupo de empresários renomados da época. Com a chegada dessa novidade surgia à indústria gráfica do Distrito Federal. Os registros mostram que, em 1956, a Gráfica e Tipografia Pioneira, localizada na antiga Cidade Livre, hoje conhecida como Núcleo Bandeirante começou a funcionar a primeira gráfica do Distrito Federal. Instalada aqui, essa gráfica foi responsável por lançar o primeiro jornal da cidade, chamado “O Pioneiro”. Posteriormente o Visionário e empreendedor, o libanês Jorge Salim, um dos precursores desse movimento, montou sua gráfica em 1962, em Taguatinga. Juscelino Kubitschek, com o seu projeto de expandir Brasília fez com que a cidade crescesse e atraísse pessoas de todas as regiões do país. No mesmo ritmo, as gráficas se multiplicavam, devido o aumento da demanda, surgidas com a instalação dos órgãos públicos em Brasília. E deste então, muita coisa se modificou. Esse grupo pioneiro e visionário passou a desenvolver um trabalho sério conseguindo tornar o setor gráfico organizado, respeitado e um dos mais representativos segmentos produtivos da capital federal. Com a existência de um grupo forte e reconhecido na sociedade brasiliense, o presidente do Sindicato, João Ferreira dos Santos ressalta: “Temos uma dívida de gratidão com esses pioneiros que aqui se instalaram e deram início a essa história. Verdadeiros heróis que superaram obstáculos dos mais variados e nos ensinaram a gostar do cheiro de um livro novo. Devemos, também, honrá-los por nos ter mostrado o prazer de ser gráfica, atividade que nos traz tanto orgulho, pelo papel importante que ela representa em nossa sociedade.” 9 O Parque Gráfico do Distrito Federal é hoje um dos maiores do país, além de ser um dos mais avançados e dos que mais investem em tecnologia. A posição foi 8 SINDIGRAF-DF. Indústria Gráfica do DF uma História de Pioneirismo. Disponível em: http://sindigrafdf.org.br/index.php/component/content/article/34-geral/424-industria-grafica-do-df-umahistoria-de-pioneirismo. Acesso em 13 Ago. 2012. 9 SINDIGRAF-DF. Indústria Gráfica do DF uma História de Pioneirismo. Disponível em: http://sindigrafdf.org.br/index.php/component/content/article/34-geral/424-industria-grafica-do-df-umahistoria-de-pioneirismo. Acesso em 13 Ago. 2012. conquistada através da renovação tecnológica, com a aquisição de equipamentos de última geração e com o aporte de grandes investimentos. Na competição com os serviços on-line, e com as possibilidades do mundo tecnológico, o setor de impressos tem se reinventado a cada dia, num processo de inovação cada vez maior. Esse quadro de significativas mudanças, que promanam do sistema produtivo globalizado em meio capitalista, repercutem no mundo gráfico que constantemente acompanha tendências e exigências, incorporando valores éticos e iniciativas sustentáveis dentro do seu processo de fabricação e produção tais como: as certificações e selos reconhecidos mundialmente pelo controle dos processos, sustentabilidade e responsabilidade socioambiental. 3 A INDÚSTRIA BRASILEIRA E A SUSTENTABILIDADE 3.1 O CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE A partir da real preocupação com o meio ambiente, vem-se buscando um conceito amplo e compreensível de desenvolvimento sustentável, para ser utilizado de forma oficial pelos órgãos competentes e também de maneira clara e de forma educativa para a sociedade como um todo. Segundo Albuquerque10 o documento mais reconhecido no que se refere ao início da utilização da expressão desenvolvimento sustentável foi o Relatório de Brundtland, elaborado a partir da World Commission on Environment and Development (WCED), que traz uma das definições mais conhecidas e usualmente utilizadas, onde afirma que: “[...] o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades das gerações presentes sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias necessidades.” World Commission on Environment and Development.11 Neste documento, afirma-se que, para se existir um desenvolvimento sustentável, deve-se considerar aspectos referentes às dimensões sociais, ecológicas e econômicas dos recursos vivos e não vivos, bem como as vantagens de curto e longo prazo de ações alternativas. Esse importante Relatório, também é conhecido como “O Nosso Futuro Comum”, atenta o mundo para a necessidade urgente de direcionar o desenvolvimento econômico à sustentabilidade, com um menor impacto nos recursos naturais e no ambiente. O documento deixa claro que, sem drásticas alterações dos atuais estilos de desenvolvimento, tanto dos países industrializados como dos em desenvolvimento, a sustentabilidade tornar-se-á inviável. Neste sentido, a proteção ambiental acabou sendo observada sob as mais diversas perspectivas. E de acordo com Valle12, ela passou a ser vista pelos empresários como uma necessidade, pois reduz os desperdícios com materiais e assegura uma boa imagem da empresa. Então na década de 1980 se encerrou com uma generalização mundial das preocupações com a preservação ambiental. Um dos exemplos é o Protocolo de Montreal, firmado em 1987, que bane a família de produtos químicos de clorofluorcarbono (CFC). 10 ALBUQUERQUE, José de Lima (Org.). Gestão Ambiental e Responsabilidade Social: Conceitos Ferramentas e aplicações. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2009; 2 impressão. 11 1987 apud ALBUQUERQUE, 2009, p. 78. 12 1995, apud ALBUQUERQUE, 2009, p. 80 Então, na década de 1990, esses conceitos e valores estabelecidos passaram a ser incorporados na atualidade devido à preocupação com o uso das matérias-primas escassas e não renováveis e o combate ao desperdício. Assim, ainda segundo Valle13 esses conceitos convergiram para uma abordagem mais ampla e lógica do tema ambiental, podendo ser resumida pela expressão qualidade ambiental. Posteriormente a reunião em Estocolmo, uma nova conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento foi realizada no Rio de Janeiro, assinando um documento conhecido como Agenda 21, aumentando o grau de consciência sobre o modelo de desenvolvimento adotado mundialmente. Após vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), em Junho de 2012 o Brasil sediou, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+2014, aprovada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009. Com o objetivo de renovar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes. Segundo Guimarães15, a interligação entre o desenvolvimento socioeconômico e as transformações do meio ambiente entrou no discurso oficial da maioria dos países do mundo. A percepção da relação entre problemas do meio ambiente e o processo de desenvolvimento se legitima através do surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável. Albuquerque16 complementa dizendo que nesse contexto, o meio empresarial possui um papel relevante no sentido de contribuir para o consenso social, por meio de uma prática sustentável de negócios que enseje a mudança de valores e orientação em seu sistema operacional, vislumbrando a conservação do meio ambiente. Essa mudança de paradigma já se vê em andamento no país. Neste sentido a indústria nacional, comprometida com as questões ambientais, busca desenvolver ações sustentáveis e caminhos inovadores em prol de um crescimento limpo. Pois um número crescente de empresas preocupadas com o relacionamento entre o desempenho dos seus negócios e o meio ambiente vem procurando incluir a dimensão ambiental em suas agendas estratégicas. Em certas empresas, a idéia é que nenhum produto seja idealizado, produzido ou comercializado sem levar em consideração os possíveis danos ao meio ambiente. 3.2 A INDÚSTRIA GRÁFICA E A SUSTENTABILIDADE A crescente exposição na mídia sobre os danos que as organizações vêm causando ao meio ambiente fez surgir uma preocupação na forma de se atuar no mercado, pois não oferecer condições adequadas para praticar suas atividades econômicas para muitas empresas é um futuro próximo. Essa exposição, aliada a uma melhoria do nível de conhecimento e cultura da sociedade e a velocidade com que as informações são transmitidas, resulta num novo público consumidor que, por estar mais bem informado e esclarecido, tornou-se mais exigente, pressionando de certa forma as empresas a adotarem uma postura de atuação mais consciente e responsável. 13 Ibid., p.81. RIO+20, Conferência. Sobre a Rio+20. Disponível em: http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20.html. Acesso em 16 Ago. 2012. 15 1997, apud ALBUQUERQUE, 2009, p. 81. 16 Ibid., p.95. 14 Além disso, o Estado é o outro grande responsável por estas mudanças. Segundo Porter17, a existência de leis ambientais cada vez mais rigorosas cria um imperativo de cumprimento às exigências legais, sob a pena de pagamento de multas e revogação de licenças. Controles rigorosos de emissão de licenças de funcionamento e limites de acesso a matérias-primas, exigências de altos padrões de poluição do ar e da água, além de índices de segurança e eficiência do produto, por sua vez, têm o potencial para aumentar a sofisticação tecnológica requerida e a escala ótima das instalações. No limite, podem restringir ou mesmo impedir certas empresas em seu funcionamento. A Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira18, no Encontro da Indústria Brasileira para a Sustentabilidade, destaca como fundamental atuação da Indústria na agenda da Sustentabilidade: “Estamos saindo do idealismo para o pragmatismo. Esse é o desafio político. Estamos numa nova fase de diálogo entre indústria, governo e sociedade. Para a perfeita inclusão da indústria na agenda da sustentabilidade, teremos de ser criativos, não só com as grandes corporações como também com as pequenas e medias empresas [...] é absolutamente importante que a gente possa compreender e conectar-se com a agenda da indústria para a promoção do desenvolvimento sustentável do país [...].” Diante disso a indústria gráfica tem investido em modificações de processo, aperfeiçoamento de mão de obra, substituição de insumos, redução de resíduos e racionalização de consumo de recursos naturais. Além de várias ferramentas utilizadas para o aperfeiçoamento dos processos produtivos, como as diversas certificações, disponíveis para os gestores que desejam produzir de forma sustentável. Estas certificações abrangem ou limitam a forma de promover ou operar os produtos em seu processo de produção, quando manufaturados, processados e distribuídos de maneira sustentável. Uma certificação adequada pode criar diversas vantagens para a empresa, como por exemplo, a participação em mercados mais seletivos, melhoria contínua de desempenho e a melhoria da relação da organização com seus fornecedores. Segundo a Refile19, as principais certificações do setor são: Forest Stewardship Council (FSC), que significa Conselho de Manejo Florestal, selo criado para estabelecer requisitos de sustentabilidade para os produtos florestais a partir de 10 princípios e 57 critérios, inclui avaliação das plantações e de rastreamento da cadeia de fornecimento de produtos florestais. A Internacional Organization for Standardization (ISO 14001), estabelece requisitos de um sistema de gestão ambiental com foco na melhoria continua e prevenção da poluição. Por fim a Internacional Organization for Standardization (ISO 26000) onde, apresenta diretrizes de responsabilidade social e orienta organizações de diferentes portes e naturezas a incorporá-las em sua gestão. Além das certificações, existe uma série de atitudes e comportamentos que agregam valores nas atividades gráficas como implantar o conceito de responsabilidade socioambiental, um dos pilares da sustentabilidade. As empresas que buscam adotar uma postura socialmente responsável praticam, através do respeito, as leis e as normas éticas, tratamento justo em empregados, cuidados com o meio ambiente e contribuições para as ações sociais. 17 1991, apud ALBUQUERQUE, 2009, p. 99. REFILE, Publicação dos Sindicatos das Indústrias Gráficas do Distrito Federal. A indústria brasileira e a sustentabilidade. Brasília: Artecor Gráfica e editora. 2012, Ano XX, N°120. 19 Ibid., n°119. 18 4 A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL 4.1 CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL Com a internacionalização do capital, a globalização, o uso dos recursos naturais pelas empresas de maneira intensa e quase predatória, sem a devida preocupação com os possíveis danos, foi fortemente combatida desde a década de 1970 pelos movimentos ambientalistas. As empresas, primeiramente preocupadas com a preservação e o possivel esgotamento dos recursos naturais e no intuito de ganhar a confiança do novo público mundial procuraram se adaptar a essa nova tendência com programas de preservação ambiental qual seria a utilização consciente dos recursos naturais para a produção de materiais ou fornecimento de serviços. Neste sentido, nasce então, o movimento em prol da responsabilidade socioambiental, onde ganhou forte impulso e organização no início da década de 1990, em decorrência dos resultados da Primeira e Segunda Conferências Mundiais da Indústria sobre gerenciamento ambiental, ocorridas em 1984 e 1991. A Responsabilidade Socioambiental corresponde a um compromisso das empresas em atender à crescente conscientização da sociedade, principalmente nos mercados mais maduros. Diz respeito à necessidade de revisar os modos de produção e padrões de consumo vigentes de tal forma que o sucesso empresarial não seja alcançado a qualquer preço, mas ponderando-se os impactos sociais e ambientais conseqüentes da atuação administrativa da empresa. Segundo Melo Neto20, a Responsabilidade Socioambiental (RSA) é um conceito empregado por empresas e companhias que expressa o quão responsáveis são as mesmas para com as questões sociais e ambientais que envolvem a produção de sua mercadoria ou a realização de serviços, para com a sociedade e o meio ambiente, buscando reduzir ou evitar possíveis riscos e danos sem redução nos lucros. Da mesma forma, ambientalistas explicam que a Responsabilidade Scioambiental apesar de ser um tema relativamente novo, o número de empresas que estão aderindo a responsabilidade sócioambiental é grande e a tendência é que este número aumente cada dia mais. Para as Indústrias Gráficas o paradigma foi adotado na medida em que os empresários se conscientizaram sobre as questões ambientais e buscaram aplicar os tais conceitos em seus estabelecimentos. Desenvolvendo assim, programas de incentivo a preservação do meio ambiente e aderindo aos novos modelos de produção de materiais e serviços limpos. São exemplos de programas e projetos de Responsabilidade Socioambiental implantados nas Indústrias Gráficas: inclusão social, inclusão digital, coleta de lixo, reciclagem, programas de coleta de esgotos e dejetos, e questões que envolvem: lixo industrial, reflorestamento x desmatamento, utilização de produtos químicos, poluição, entre outros. Algumas gráficas buscam ir além, e se preparam para seguir as regras de qualidade idealizadas por programas como: ISO 9001, 14001, 26000 além dos selos de controles ambientais. 4.2 A RESPONSABILIDADE SOCIAMBIENTAL GRÁFICAS DO DISTRITO FEDERAL 20 NAS INDÚSTRIAS Melo Neto, Francisco Paulo de. Gestão da responsabilidade social corporativa: o caso brasileiro. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. p.48. Sendo um tema atualmente muito mais discutido que em outras épocas e que a degradação ambiental é elevada, tanto nas reservas ambientais quanto no meio urbano. Desta forma, o respeito ao meio ambiente como fundamental para preservar o direito a vida, está presente no disposto do artigo 225 da Constituição Federal 21, que se dá na seguinte forma: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações.” A qualidade de vida está intimamente ligada ao modo como lidamos com as questões que envolvam o meio ambiente, pois se trata de um direito fundamental, de interesse difuso, a ser alcançada pelo Poder Público e pela coletividade e deve ser protegido e usufruído por todos nós, portanto todos os cidadãos têm o direito e o dever de preservar os recursos naturais por meio de instrumentos colocados à disposição pela Constituição Federal em seu parágrafo 1° do artigo 225, especificamente o inciso V por citar o controle da produção e fiscalização destes recursos 22, veja: § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco de vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; Portanto, controlar e fiscalizar são meios de exercer uma proteção efetiva dos recursos extraídos da natureza até a sua transformação em matéria-prima para outras indústrias ou para o consumo final. Esse tipo de controle é feito por meio de auditorias, de modo preventivo. No caso das indústrias Gráficas do Distrito Federal, estas auditorias são feitas pelo Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal – IBRAM, órgão responsável pelo seu licenciamento, e é o referido órgão que, baseando-se na Resolução CONAMA n° 237, de 29 de novembro de 199723, emite todas as licenças ambientais necessárias ao correto e pleno andamento do empreendimento a ser licenciado. O Conselho Nacional Do Meio Ambiente - CONAMA utiliza das atribuições e competências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 24, que regulamenta a Política Nacional do Meio Ambiente que tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Ademais, a existência dessas leis ambientais cada vez mais rigorosas, além de alertar e educar as indústrias a respeito das suas ineficiências cria um imperativo de cumprimento às exigências legais, sob a pena de pagamento de multas e revogação das 21 CF. Do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf225.htm. Acesso em 22 out. 2012 22 Ibid. 23 CONAMA, Resoluções. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html. Acesso em 23 out. 2012. 24 REPÚBLICA, Presidência. Política Nacional do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm Acesso dia 22 out. 2012. licenças ambientais e de certa forma pressionam a sociedade empresária a uma inovação organizacional, fomentando uma melhoria contínua na criação de produtos e prestações de serviços. Neste sentido, Porter25 afirma que em relação às inovações em conformidade com a regulamentação ambiental pode ser abordada de duas formas: novas tecnologias que minimizam o custo de tratamento da poluição, por meio da conversão em algo de valor, como, por exemplo, a reciclagem; e a mudança nas especificações dos componentes de produtos e etapas de processos, somada à utilização mais eficiente dos insumos produtivos. Estas formas de se inovar são atitudes intimamente ligadas às medidas de responsabilidade socioambiental, pois de alguma forma, adotam medidas ecologicamente corretas seja aplicada não somente ao produto final e sim ser difundido ao longo de todo e qualquer processo produtivo. Porém, a bióloga especializada em Planejamento e Gestão Ambiental, Vanessa Nóbrega26, afirma que uma empresa só terá sucesso socioambiental se for capaz de ouvir os interesses das diferentes partes (sócios, funcionários, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente) e se conseguir incorporá-los na sua realidade local, tornando-se, assim, mais bem preparadas para assegurar a sustentabilidade em longo prazo dos negócios, por estarem sincronizadas com as novas dinâmicas que afetam a sociedade e o mundo empresarial. Como conseqüência, empresas que contemplam valores e estimulam práticas, atitudes e comportamentos aderentes à preservação do meio ambiente tem o potencial de atrair clientes exigentes e conscientes. Ademais, quando os funcionários percebem que suas crenças são valorizadas e reconhecidas, tornam-se mais motivados, produtivos e comprometidos com o desempenho dos negócios, valorizando assim a empresa em sua estrutura, princípios, sobretudo, com ética, contribuindo para a evolução da sociedade como um todo. Nas Indústrias Gráficas do Distrito federal, foram adotadas algumas medidas de responsabilidade socioambientais, impostas pelo órgão fiscalizador IBRAM e outras, de livre iniciativa das empresas. Atividades demonstradas a seguir, coletadas por meio de uma pesquisa de campo. 5 RESULTADOS 5.1 CARACTERÍSTICAS DOS ENTREVISTADOS E INFORMAÇÕES DAS EMPRESAS A pesquisa fundou-se na aferição da opinião dos empresários gráficos, através da aplicação de questionários, cujo maior interesse é expor a opinião desses renomados profissionais abordando algumas atividades por eles realizadas em suas empresas, o resultado da pesquisa é originado da resposta de três gráficas que responderam questionário, devendo ser ressaltado o que preleciona Vergara27, vejamos: 25 PORTER, M. E. Estratégia competitiva. Rio de Janeiro: Campus. 1991. NOBREGA, Vanessa. O que é responsabilidade socioambiental nas empresas? Disponível em: http://www.portalvgv.com.br/site/o-que-e-responsabilidade-socioambiental-nas-empresas-por-vanessanobrega/. Acesso em 28 out. 2012. 27 VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de coleta de dados no campo. São Paulo: Atlas, 2009, p. 39. 26 O questionário é um método de coletar dados no campo, de interagir com o campo composto por uma série ordenada de questões a respeito de variáveis e situações que o pesquisador deseja investigar. Tais questões são apresentadas a um respondente, por escrito, para que ele responda também dessa forma, independentemente de ser a apresentação e a resposta em papel ou em um computador. A escolha do meio é sempre do pesquisador. Conforme demonstrado na tabela I e II, abaixo colacionada, extrai-se os dados dos entrevistados: o seu tempo de atuação no mercado, quantidade de cursos bem como os dados da sua empresa: tempo de atuação no mercado, segmento gráfico e porte. Tabela I ENTREVISTADOS IDADE DE PROFISSÃO Empresário A Empresário B Empresário C Aprox. 20 anos Aprox. 30 anos Aprox. 35 anos CURSOS NA ÁREA Mais de 5 Mais de 7 Mais de 8 Tabela II EMPRESA Gráfica A Gráfica B Gráfica C ATUAÇÃO NO MERCADO 25 anos 10 anos 07 anos SEGMENTO/ PORTE Impressos / Médio Impressos / Médio Impressos / Pequeno 5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS A primeira questão da pesquisa tinha por objetivo verificar o entendimento dos empresários sobre o assunto abordado. E ao analisar as respostas dadas pelos três entrevistados, observa-se que todos atribuíram conhecimento sobre o assunto e apresentaram de forma diferente o mesmo conceito. Entendem que, a sustentabilidade é além de uma tendência, uma maneira de contribuir para a sobrevivência do planeta, gerando inúmeros benefícios para a humanidade. A segunda questão tinha por objetivo verificar a opinião dos gráficos em relação à importância de se adotar medidas socioambiental nas indústrias gráficas do Distrito Federal. Acreditam que o fator mais importante seja o competitivo, pois cada gráfica apresenta um diferencial no âmbito de suas atividades. E a partir delas passam a agregar valores e a realizar projetos dentro da empresa. A terceira questão, conforme demonstrado na tabela III tinha por objetivo indicar os tipos de certificações e selos ambientais que cada empresário adotou em sua gráfica e expor os motivos pelo qual tomaram essa decisão. Tabela III EMPRESA Gráfica A Gráfica B Gráfica C CERTIFICAÇÃO/SELO AMBIENTAL Licenciamento Ambiental fornecido pelo IBRAM-DF FSC – Manejo Florestal. ISO 9001* MOTIVO Exigência do Estado, fator classificatório em alguns Contratos e Licitações e cuidado com o meio ambiente. Licenciamento Ambiental Exigência do Estado, fornecido pelo IBRAM-DF cuidado com o meio ambiente e diferencial FSC – Manejo Florestal. profissional. Licenciamento Ambiental Exigência do Estado. fornecido pelo IBRAM-DF Os resultados obtidos na terceira questão foram indicados da seguinte forma: todas as gráficas possuem a licença ambiental do Ibram, e somente a gráfica C não possui a certificação FSC. Informou que há interesse em adquirir a certificação FSC, porém o investimento é considerado alto e inviável para a empresa devido às dificuldades existentes no mercado. Cabe salientar que a Gráfica A possui a certificação ISO 9001, porém esta não é uma certificação ambiental, sua característica é oferecer um padrão de qualidade no fornecimento do serviço sendo ele nos padrões ambientais ou não. A quarta questão tinha por objetivo indicar se essas empresas acabaram recebendo auditoria fiscal e se sofreram alguma punição devido alguma irregularidade encontrada na gráfica. As três gráficas responderam que já receberam auditoria fiscal e somente a gráfica B alegou ter sofrido uma punição, através de multa pecuniária do órgão fiscalizador, mas não explicou o motivo. A quinta questão, conforme tabela IV, tinha por objetivo apresentar algumas ações de responsabilidade socioambiental implantadas na empresa e indicar de que forma contribuíram para a redução do impacto ambiental por eles gerados. Este tópico da pesquisa foi composto de 04 questões, cada uma direcionada para um requisito de redução do impacto ambiental adotado. Tabela IV REDUÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL EM TERMOS DE: Poupança de energia Reciclagem de resíduos Prevenção da poluição Proteção da natureza GRAFICA A GRAFICA B GRAFICA C SIM EM PARTE EM PARTE SIM SIM EM PARTE EM PARTE NÃO NÃO EM PARTE EM PARTE NÃO Nas respostas referentes à tabela IV, pode-se observar o seguinte: em relação à poupança de energia, a gráfica A alegou ter adquirido novos equipamentos que consomem menos energia. Já a gráfica B diminuiu os turnos de funcionamento da gráfica de 3 turnos para 2 turnos. A gráfica C não aplicou qualquer medida. Em relação à reciclagem de resíduos, as gráficas responderam que ao adquirir a licença do Ibram, automaticamente estão obedecendo às normas ambientais e também contribuindo com o meio ambiente, entregando para empresas também licenciadas seus resíduos a serem reciclados como as aparas de papel, chapas de alumínio, reutilização das flanelas de limpeza de maquinário e reduzindo a quantidade de produto utilizado na revelação das chapas e fotolitos. Em relação à prevenção da poluição, as três gráficas alegaram fazer política de redução da utilização da água. Também explicaram que os gráficos em geral, ao longo dos anos foram substituindo seus maquinários mais antigos por máquinas menos poluentes, mais automatizadas e que geram menos ruído possível. Em relação à proteção da natureza a gráfica A alega conscientizar os clientes a imprimirem somente o que for importante e útil, pois a quantidade de material impresso e não utilizado é muito grande, gerando assim um lixo desnecessário. As demais gráficas alegam que esta atitude varia de cliente para cliente a ser atendido, visto que há materiais que só apresentam resultados para o cliente se forem feitos em grande escala. A sexta questão tinha por objetivo indicar a redução do impacto ambiental pelas gráficas diminuindo os custos empresariais. As três gráficas explicaram que esta atividade é ainda complexa e de grande desafio para os gráficos, porque na medida em que a sua empresa cria mecanismos para reduzir o seu impacto ambiental acaba fazendo altos investimentos para isso. A sétima questão tinha por objetivo identificar o grau de importância dado aos empresários aos fornecedores que prestam serviços e oferecem matérias-primas, produtos e maquinários ecologicamente corretos. Os gráficos responderam que dão valor a estes fornecedores e alegam ter interesse em trocar os seus produtos para outros mais modernos, porém na medida em que seus custos ficam acima do normal ou perdem a proporcionalidade de seus orçamentos, preferem manter a parceria com os antigos fornecedores ou deixam de comprar os produtos ecologicamente corretos. A oitava questão tinha como objetivo indicar a postura adotada pelos empresários, em relação às questões ambientais, perante a sociedade consumidora de seus produtos e serviços, clientes, fornecedores e comunidade local. A gráfica A respondeu que o cliente é o principal divulgador dessas informações, e por este motivo investe em portfólios e site atualizado, principal veículo de informação entre esses dois lados. As outras duas gráficas responderam que estas informações são transmitidas através do seu trabalho. A nona questão tinha por objetivo identificar as medidas sustentáveis adotadas pelas gráficas e se elas utilizavam estas ações para obter uma vantagem sobre a concorrência existente no mercado. A gráfica B respondeu não utilizar nenhum meio de atividade sustentável como ferramenta para obter vantagem sobre a concorrência. A gráfica C respondeu que imprimir consciente é uma maneira sustentável de se trabalhar. Porém não utilizada este meio para obter vantagem. A gráfica A não respondeu. A décima questão tinha como objetivo indicar quais os benefícios que estas atividades responsáveis e ecologicamente corretas trouxeram para indústria gráfica como um todo. As três gráficas responderam que melhorou a imagem da empresa; aumentou a participação dos funcionários em suas atividades profissionais; melhorou a qualidade dos produtos, devido ao aumento da motivação; melhorou o nível de comunicação. Além das melhorias obtidas através da implantação de cada certificação, aumentaram as informações sobre a empresa na área de segurança, saúde, melhorou a compreensão de exigências legais e cumprimento de regulamentos 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A elaboração deste artigo vislumbrou a resposta da questão de pesquisa proposta, qual seja: De que forma as Indústrias Gráficas do Distrito Federal implantaram medidas de responsabilidade socioambiental exigidas pelos setores de fiscalização ambiental e quais os benefícios que esta trouxe para indústria gráfica como um todo? Ante os resultados obtidos, evidencia-se que as medidas de responsabilidade socioambiental implantadas pelos empresários gráficos atende as expectativas esperadas, pois, conforme as exigências estabelecidas de acordo com os órgãos fiscalizadores, os gráficos vem adotando novas posturas em seu processo de produção, incorporando os valores éticos e de medidas sustentáveis, tornando seu trabalho mais limpo e transparente perante a sociedade. Através dos resultados obtidos, também pôde ser constatado que os gráficos ponderam algumas mudanças em relação aos investimentos e resultados obtidos. E sua maior preocupação está em saber até que ponto essas mudanças não afetaram os custos empresariais, pois estes são repassados para os clientes que ainda não tem a cultura de pagar mais por um material ecologicamente correto. Cumpre salientar que a pesquisa foi de grande relevância para os profissionais gráficos do Distrito Federal, pois analisar o questionário pode repensar mais sobre o seu papel desempenhado na sociedade, deixando de ponderar sempre os lucros obtidos em cima de algum recurso natural. Certamente contribuirá para o diagnóstico do problema sobre as questões ambientais nas gráficas brasilienses. A presente pesquisa apresentou algumas limitações, quais seja sua aferição se deu somente no âmbito do Setor de Indústrias Gráficas de Brasília, conseqüentemente abarcando apenas um grupo do segmento. Ante as limitações, esta pesquisa se revela a uma amostra intencional, na qual, não permitem generalização, devendo os resultados obtidos serem considerados apenas hipóteses que poderão ser confirmadas em outros estudos. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BARROS, Eliane. História do papel. Disponível em: http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/eductecnol/eductecnol_tr ab/historiadopapel.htm. Acesso em 15 Ago. 2012. BRACELPA. História do papel no Brasil. Disponível em: http://www.bracelpa.org.br/bra/saibamais/historia/index.html. Acesso em 20 Ago. 2012. CALDEIRA, Cinderela. História do livro. Disponível em: http://www.usp.br/espacoaberto/arquivo/2002/espaco24out/. Acesso em 01 Out. 2012. SINDIGRAFDF. Indústria Gráfica do DF uma História de Pioneirismo. Disponível em: http://sindigrafdf.org.br/index.php/component/content/article/34-geral/424industria-grafica-do-df-uma-historia-de-pioneirismo. Acesso em 13 Ago. 2012. AULETE, Caldas. Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2008; Porto Alegre, RS: L&PM, 2008, p. 938. ALBUQUERQUE, José de Lima (Org.). Gestão Ambiental e Responsabilidade Social: Conceitos Ferramentas e aplicações. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2009; 2 impressão. RIO+20. 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Para tanto, solicito-lhe que responda o questionário, que tem por objetivo, expor as opiniões dos profissionais do setor, em relação às questões ambientais, bem como o conceito de sustentabilidade e as medidas de responsabilidade socioambiental impostas e implantadas nas indústrias gráficas da cidade, considerando seu contexto histórico e a sua atual realidade. Desta forma gostaria de contar com a sua participação e sinceridade em suas respostas, de acordo com a sua concepção pessoal quanto à realidade de seu trabalho desempenhado na empresa e sua opinião sobre o referente assunto, pois participação será essencial para a construção deste conhecimento. É importante também esclarecer que será garantido a você, sigilo total quanto a sua identificação e às respostas que serão utilizadas exclusivamente para a elaboração da pesquisa. Na expectativa de contar com a sua cooperação, receba antecipadamente meus agradecimentos. Atenciosamente, Marylia Tavares da Silva Graduanda 6. Já tentou reduzir o impacto ambiental empresa em QUESTIONÁRIO O questionário abaixo é composto de duas partes, sendo, a parte A com 07 (sete) questões contendo as características dos entrevistados e as informações da empresa por eles administradas e a parte B com 05 (cinco) questões referentes o tema: A Responsabilidade Socioambiental nas Indústrias Gráficas do Distrito Federal. Parte A – Características do Respondente e Informações da Empresa 1- Nome? 2- Idade de profissão? 3- Cursos específicos na área gráfica? 4- Nome da Gráfica? 5- Quantos anos no mercado? 6- Seguimento? 7- Porte? Parte B – Questões 1- O que você entende por sustentabilidade? 2- Qual a importância de se adotar medidas socioambientais nas indústrias gráficas do Distrito Federal? 3- A sua gráfica possui alguma certificação ou algum selo ambiental? Quais? Por quê? 4- A sua empresa já recebeu alguma auditoria fiscal? Teve alguma punição? Qual? 5- Já tentou reduzir o impacto ambiental da sua empresa em termos de: 5.1 Poupança de energia? Como? 5.2 Minimização e reciclagem de resíduos? Como? 5.3 Prevenção da poluição (como, por exemplo, emissões para a atmosfera e a água, descargas de efluentes, ruído)? Como? 5.4 Proteção da natureza? Como? 6- Pode a sua empresa diminuir os custos reduzindo o seu impacto ambiental (por exemplo, reciclando, reduzindo o consumo de energia ou evitando poluir)? Como? 7- No desenvolvimento de novos produtos e tecnologia ponderam os potenciais impactos ambientais (por exemplo, em maquinários, em produtos ecologicamente corretos e prestações de serviços com selo de qualidade)? Como? 8- A sua empresa disponibiliza informação ambiental clara e precisa sobre os seus produtos, serviços e atividades aos clientes, fornecedores, comunidade local, etc.? Como? 9- Conseguem identificar formas de a sua empresa utilizar a sustentabilidade dos seus produtos e serviços para obter uma vantagem sobre a concorrência (por exemplo, através da possibilidade de reciclagem dos produtos, da eficiência energética, etc.)? Como? 10- Quais os benefícios que estas atividades trouxeram para indústria gráfica como um todo?