III SEMINÁRIO EM PROL DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Desafios Educacionais
DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA E TABELA PERIÓDICA PARA
DEFICIENTES VISUAIS
COSTA CURTA, Letícia1
PASSOS, Ligiany Rodrigues2
SANTOS, Bruna Rafaella3
NOME DO GT: ENSINO DA QUÍMICA: A DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA DE
LINUS PAULING E A TABELA PERIÓDICA PARA DEFICIENTES VISUAIS
RESUMO
Um dos assuntos mais abordados atualmente é a Inclusão Social. Com
o atual rompimento das barreiras em relação aos deficientes visuais, busca-se
o avanço no desenvolvimento de novos materiais, que auxiliem no ensinoaprendizagem destes alunos. O objetivo deste projeto é o desenvolvimento de
dois novos materiais didáticos em Braille, a distribuição eletrônica de Linus
Pauling e a tabela periódica, os quais serão utilizados inicialmente por alunos
com deficiência visual da rede pública de ensino do Oeste do Paraná. Ambos
os materiais, foram desenvolvidos em resina cristal, em forma de barras. A
tabela periódica está dividida por grupos, cada barra corresponde a um
determinado grupo. Apesar de já existirem alguns estudos e projetos que
desenvolveram tabelas periódicas em Braille, estes foram barrados na
dificuldade de implantação do material e pela não durabilidade do mesmo.
Sendo assim, o projeto pretende ser mais um contribuinte nos avanços para a
inclusão social e educacional dos deficientes visuais, através do
desenvolvimento de um material de baixo custo, longa duração e fácil
manipulação. O resultado mais esperado é que a Inclusão Social de uma
pessoa com deficiência visual no âmbito da sala de aula, seja realmente
efetuada, permitindo uma igualdade no ensino-aprendizagem dos assuntos de
Química.
Palavras-chave: Inclusão social; deficiência visual; tabela periódica
1 – Graduação em Química, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, [email protected]
2 – Graduação em Química, Universidade Estadual do Oeste do Paraná , [email protected]
3 – Graduação em Química, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, [email protected]
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
PEE/ Campus Toledo
INTRODUÇÃO
Atualmente um dos assuntos mais abordados é a Inclusão Social. A
declaração de Salamanca (1994), que trata dos Princípios, Política e Prática
em Educação Especial, propôs a inclusão social. As tradicionais barreiras em
relação às pessoas com deficiência estão finalmente se rompendo. Este
assunto é amplamente discutido na área de educação, pois com a divulgação
da Educação Inclusiva no Brasil, a área da educação tem buscado uma
reformulação em suas práticas metodológicas, a fim de suprir as necessidades
do seu novo público alvo.
De acordo com a chefa do departamento de Educação Especial da
Secretária Estadual de Educação (SEED), Professora Angelina Matiskei, no
Estado do Paraná existem atualmente 712 alunos com deficiência visual,
matriculados na rede pública de ensino.
Atualmente, os avanços no desenvolvimento de novos materiais para a
inclusão de alunos cegos, em diversas disciplinas é extremamente valioso.
Porém alguns desses materiais não são tão práticos ou resistes, como por
exemplo a tabela periódica em papel Braille, a qual facilmente se deteriora e/ou
amassa o relevo Braille, prejudicando sua leitura e consequentemente sua
utilização.
Em cima de dados como estes, iniciou-se o desenvolvimento deste
projeto, buscando um material mais resistente, com o objetivo de facilitar a
compreensão e auxiliar no ensino-aprendizagem da disciplina de Química para
estes alunos. O projeto visa atender as necessidades básicas do aluno,
desenvolvendo um material didático que envolva os assuntos da Distribuição
Eletrônica de Linus Pauling e da Tabela Periódica.
Para a elaboração do projeto, foi necessária a compreensão de como o
aluno com deficiência visual (D.V.) interage com o conhecimento, ou seja,
quais os meios pelos quais o referido aluno percebe o mundo a sua volta. Para
tanto, fazem-se necessários processos de adaptação, visto que nem sempre o
que é exposto ao aluno normovisual, pode ser colocado ou “traduzido” da
mesma maneira para o aluno D.V.
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PEE/ Campus Toledo
OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICO
O projeto objetiva a inserção de alunos com deficiência visual no âmbito
da sala de aula durante as aulas de Química, principalmente quando o assunto
for relacionado à Tabela Periódica.
Desenvolvimento de um material concreto didático-pedagógico que
possa ser utilizado facilmente por estes alunos e que não se deteriore com o
passar do tempo.
Realização de palestras e debates sobre a inclusão social dentro da
universidade e das escolas. Realização do treinamento dos professores de
Química e alunos com deficiência visual, da Rede Pública de Ensino da Região
Oeste do Paraná, que utilizaram o material desenvolvido. Buscando que o
material seja aprovado e realmente satisfaça a necessidade destes alunos.
METODOLOGIA
O primeiro material desenvolvido foi a distribuição eletrônica de Linus
Pauling, em resina cristal no formato de uma régua retangular, composta pela
distribuição eletrônica de maneira linear. Esta régua é de essencial
importância, pois o aluno inicialmente fará a distribuição eletrônica do elemento
sem conhecê-lo, sabendo apenas o seu número atômico. Então o aluno
conseguirá encontrar a configuração do elemento, a família e o período no qual
ele se encontra na tabela periódica. Com estas informações, o aluno utilizará o
segundo material desenvolvido, a tabela periódica, a qual foi dividida em
réguas, sendo que cada régua corresponde a uma família.
A fabricação de ambas as peças, se inicia com a digitação das
informações no papel Braille, através da máquina Perkins. Após digitado as
informações, estas são coladas em placas de madeira, as quais são
posteriormente coladas em uma caixa também de madeira.
Esta caixa é utilizada então para a fabricação do molde, o qual é feito de
silicone azul, material de fácil manipulação que mantém as características
originais do relevo Braille. Quando o molde de silicone está seco, é retirado da
caixa, obtendo o molde com o Braille em negativo.
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Para a fabricação da peça final é utilizada a resina, a qual é um
composto orgânico derivado do petróleo, que passa do estado líquido para o
estado sólido através do processo químico conhecido como Polimerização. A
resina é de fácil manipulação e absorve vários formatos. Existem vários tipos
de resina, mas no projeto foi utilizada a resina de poliéster cristal (RPF), com o
catalisador S Butanox e Monômero de Estileno, para evitar a formação de
bolhas.
RESULTADOS
Primeiramente, as alunas envolvidas no projeto fizeram uma pesquisa
bibliográfica, relacionada aos assuntos de Inclusão Social na educação e dos
materiais a serem utilizados no desenvolvimento das peças, como a borracha
de silicone e a resina cristal.
Também aprenderam a manusear e digitar na máquina Perkins e
buscaram conhecer a realidade de um deficiente visual, através de visitas a
instituições que trabalham com os mesmos.
Inicialmente
foram
confeccionadas
duas
placas
de
distribuição
eletrônica, as quais foram utilizadas como um primeiro teste, para ver se o
material teria boa aceitação e se o Braille não se deterioraria com o tempo.
Após a utilização das placas de distribuição eletrônica, por uma
professora e aluna com deficiência visual e a boa aceitação do material pelas
mesmas, foi iniciado a confecção das peças da tabela periódica.
Até o presente momento, foram confeccionadas 11 peças, das 18 totais,
da tabela periódica. Cada peça corresponde a uma família da tabela periódica.
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A peça final em resina cristal, possui 10,5 cm de largura, 40 cm de
comprimento e 2 cm de espessura. Sendo assim de fácil manuseio, transporte
e armazenamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de existirem alguns projetos que já desenvolveram tabelas
periódicas em Braille, todos barraram na dificuldade de implantação destes
materiais em seus estados. Desta forma a meta principal deste projeto é a de
não deixar escapar a oportunidade de aplicar e expandir a ideia de se fazer
uma inclusão justa e satisfatória, desenvolvendo um material de baixo custo,
longa duração e fácil manipulação. Conscientizar a Secretaria Estadual de
Educação a incentivar seus professores a utilizarem o material, para que o
mesmo não seja apenas um enfeite bonito na prateleira da escola. Tornando o
material uma ferramenta didático-pedagógica no auxílio do ensino de Química.
O resultado mais expressivo esperado neste projeto é que a Inclusão
Social de uma pessoa com deficiência visual em sala de aula, seja realmente
efetuada, permitindo a igualdade no ensino-aprendizagem nos assuntos de
Química.
Com a realização do projeto, espera-se também que as acadêmicas
envolvidas tenham a oportunidade de ter o contato com a área de educação,
através do Núcleo de Educação, podendo enriquecer ainda mais seu
conhecimento com vivências de pessoas da área e de pessoas com
necessidades especiais.
REFERÊNCIA
Declaração de Salamanca - Princípios, Política e Prática em Educação
Especial. http://www.cedipod.org.br/salamanc.htm: 2000.
Ferronato, R. Projeto Multiplano. www.multiplano.com.br., Cascavel: 2000.
Usberco, J.; Salvador, E. Química – Volume Único. 7ª Ed. Reformulada. Editora
Saraiva. São Paulo: 2007.
Carvalho, A. R. et al., Pessoa com Deficiência: Aspectos Teóricos e Práticos.,
P.E.E. Edunioeste, Cascavel: 2006.
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