|15 EDUCAÇÃO ABERTA QUINTA-FEIRA, 20 DE JANEIRO DE 2011 COORDENAÇÃO CENTRO LOCAL DE APRENDIZAGEM DA UAB NA RIBEIRA GRANDE E GABINETE DE IMPRENSA E DE IMAGEM DA UAB NOTA DE ABERTURA Mendeleev e a Tabela Periódica O Ano Internacional da Química na UAb 11 é o Ano Internacional da Química N a 63ª Assembleia-Geral da ONU foi aprovada a proposta conjunta da UNESCO e da União Internacional de Química Pura e Aplicada para designar 2011 como Ano Internacional da Química (AIQ). Esta é uma oportunidade para relembrar as grandes conquistas desta Ciência Central e para a apresentar de modo mais interessante e inteligível, demonstrando a sua grande contribuição para o bem-estar da humanidade e evidenciando os seus inúmeros benefícios no nosso quotidiano em áreas como energia, saúde, alimentação e comunicação. Bons Químicos formam-se através de umaboaeducação, que deve ser capaz de imprimir nos jovens, e napopulação em geral, conceitos sólidos nas várias disciplinas científicas, mas também conceitos sobre ética, bemestar, aceitação social e valorização davida. Sendo o essencial da missão daUniversidade Aberta (UAb) a criação, transmissão e difusão da cultura, dos saberes, das artes, da ciência e tecnologia ao serviço da sociedade, não podíamos deixar de nos associar a este desafio, até porque as nossas preocupações naconstrução de umasociedade cientificamente mais bem preparadae participativaencontram-se plasmadas na nossaofertapedagógica, formais e não formais. Assim, algumas das actividades da UAb durante 2011 darão atenção a esta temática, começando pela Agenda da UAb, que é dedicada ao AIQ. Mensalmente, no portal UAb apresentaremos vídeos sobre diferentes elementos químicos, destacando a sua importância no dia-adia. No âmbito da Aprendizagem ao Longo da Vida, serão disponibilizadas formações profissionais abordando questões relacionadas com os riscos e sua prevenção e, fazendo uso da relação privilegiada que a UAb mantém com as autarquias, através da rede de Centros Locais de Aprendizagem, serão conduzidas acções que promovam uma reflexão conjunta sobre o papel da química numa sociedade inclusiva. CARLA OLIVEIRA VICE-REITORA DA UNIVERSIDADE ABERTA FERNANDO CAETANO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA UAB F alar do Ano Internacional da Química é, para qualquer pessoa com formação nesta área, um pequeno desafio. Por onde começar? Talvez o melhor seja procurar expor aquela que é uma das ferramentas fundamentais para qualquer químico: a Tabela Periódica. Quase todos já viram uma Tabela Periódica e sabem que é nela que estão indicados todos os elementos conhecidos e ainda aqueles cuja existência tem sido prevista e, por isso, tem vindo a crescer. Desde o hidrogénio ao ferro, passando pelo oxigénio, o carbono, o azoto até aos conhecidos urânio e plutónio, todos eles têm enorme importância e são, à sua medida, imprescindíveis e estão aí representados. Graças à Tabela Periódica é possível compreender mais facilmente as propriedades dos elementos e antever as propriedades de compostos químicos. A sua criação deveu-se a Dmitri I. Mendeleev (1834 - 1907) nascido em Tobolsk, na Sibéria, numa família de 17 irmãos, que se graduou em 1855 como o primeiro do seu ano, no Instituto Pedagógico Central em S. Petersburgo, tendo depois estado em Paris e ainda na Alemanha. Em 1869 publicou a obra Princípios de Química, relacionando os 63 elementos conhecidos até então, de acordo com as suas propriedades, em particular a massa atómica. Curiosamente foi necessário assumir que as medidas efectuadas em alguns desses elementos estavam mal determinadas para que tudo se encaixasse devidamente mas deixou ficar espaços vazios, antevendo já a descoberta de mais elementos químicos, que iriam ocupar aquelas posições. Notável é também o facto de mais de metade dos elementos hoje conhecidos terem sido descobertos durante o século XIX. A Tabela Periódica actual contém muita informação como a massa atómica, distribuição electrónica, raio atómico, raio iónico, electronegatividade, isótopos, pontos de ebulição e de fusão, propriedades termoquímicas, como entalpias de fusão e de vaporização, entalpias de ligação, energias de rede e muitas outras. Actualmente a distribuição dos elementos é feita pelo núme- ro atómico, número de protões no núcleo do átomo, começando no elemento Hidrogénio, estando já previstos elementos até ao número atómico 118, sendo que, em 5 de Abril de 2010, a revista Physical Review Letters publicou um artigo onde se indicava a síntese do elemento 117, ainda sem nome final atribuído e com o símbolo Uus (Ununseptium). Além desta ordenação, a distribuição dos elementos é feita de acordo com as características genéricas de 18 grupos de átomos, dispostos na vertical, resultante da distribuição dos electrões nas suas orbitais, e em períodos, num total de sete, característicos dos níveis electrónicos em preenchimento, que cada elemento apresenta. Sendo um repositório de tanta e tão importante informação, não admira que a Tabela Periódica tenha um lugar de destaque no ensino e indústria. Formar para Prevenir, Prevenir para Viver A Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV) é uma realidade cada vez mais consistente na Universidade Aberta (UAb). Depois da realização do Curso Riscos Químicos no Trabalho: Prevenção e Protecção no 1º semestre, destacam-se agora no 2º semestre, no âmbito dos programas profissionais, três cursos, genericamente designados Formar para Prevenir, Prevenir para Viver, com aplicação a três campos distintos: Prevenção de Riscos no Trabalho e na Agricultura; Prevenção de Riscos no Comércio e nos Serviços; Prevenção de Riscos no Trabalho e na Indústria, englobando matérias que permitirão aos empregadores ou aos seus representantes a aquisi- ção de competências básicas em matéria de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho. O curso Prevenção de Riscos no Trabalho e na Agricultura, em regime de e-learning, com inscrições abertas até dia 22 de Janeiro, tem como principais objectivos alertar para a importância económica e social da prevenção dos riscos profissionais; consciencializar para a necessidade social e humana, bem como para as vantagens económicas da melhoria das condições de trabalho e proporcionar conhecimentos sobre assuntos gerais e específicos de segurança, higiene e saúde no trabalho e na agricultura. O Módulo 3 deste curso aborda especifi- camente a questão dos riscos e respectivas medidas de prevenção, comportando o tratamento detalhado dos riscos com máquinas, equipamentos e afins; riscos com materiais e produtos; riscos em instalações edificadas de pecuária; riscos em armazéns, oficinas agrícolas e parques de máquinas e riscos para o ambiente da actividade na agricultura. Para informação mais detalhada sobre estes e outros cursos em ALV da UAb, veja www.uab.pt. JOSÉ SALES DIRECTOR DA UNIDADE PARA A APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA DA UAB