Ecologia Geral (ECG33AM) Fluxos energéticos nos ecossistemas Energia: definições básicas • Energia: É a capacidade de realizar trabalho. Esta capacidade pode-se manifestar sob várias formas: radiação eletromagnética, energia potencial ou incorporada, energia cinética, energia química (dos alimentos) e calor. 1ª Lei da Termodinâmica: (Conservação da energia) A energia pode ser transformada de um tipo em outro, mas não pode ser criada nem destruída. Exemplos destas transformações: luz em calor, energia potencial em cinética. 2ª Lei da Termodinâmica: (Lei da Entropia) Nenhum processo que implique numa transformação energética ocorrerá espontaneamente, a menos que haja uma degradação de energia de uma forma concentrada numa forma mais dispersa (ou desorganizada). Assim sendo, nenhuma transformação de energia é 100% eficiente. Termodinâmica • Alfred J. Lotka trabalhou populações e comunidades em sistemas termodinâmicos. • Cada sistema apresenta um conjunto de transformações e trocas entre seus componentes. • As transformações incluem absorção de CO2, consumo de plantas pelos herbívoros e de animais pelos carnívoros. • O tamanho do sistema e as taxas de transformação foram determinadas por princípio termodinâmico. • As transformações nos ecossistemas crescem na proporção de seus tamanhos. Termodinâmica • A energia do sol que as plantas assimilam pela fotossíntese alimentam todos os processos biológicos e estabelecem a taxa global de transformações dentro do ecossistema. • Uma quantidade menor de energia atinge cada nível trófico acima sucessivamente devido ao trabalho executado e devido à ineficiência das transformações de energia biológicas no próximo nível trófico. • A razão da produção de um nível trófico em relação ao nível trófico abaixo dele constitui a eficiência ecológica Pirâmide de energia Pirâmide de energia Pirâmides de números Pirâmides de números podem ter conformações diferentes da tradicional, sendo chamadas de pirâmides invertidas. Pirâmides de energia Produção primária (ou produtividade primária) • A fotossíntese transforma o carbono de um estado oxidado no CO2(baixa energia) para um estado reduzido no carboidrato (alta energia). • Para cada grama de carbono assimilado a planta ganha 39 kJ de energia. • As plantas demandam energia para fabricar e manter tecidos. • Há distinção entre duas medidas de energia assimilada: produção primária bruta (total da energia assimilada pela fotossíntese) e produção primária líquida (energia acumulada na biomassa). • A diferença entre a PPB e a PPL é a energia da respiração. Produção primária Padrões geográficos de produção primária • As regiões tropicais úmidas são as que reúnem as melhores condições para produção primária (intensa luz solar, altas temperaturas e abundante precipitação). • Nos ecossistemas temperados as baixas temperaturas e as longas noites reduzem drasticamente a produção primária. • Nas regiões onde as condições de luminosidade e temperatura são adequadas, a precipitação é o principal fator regulador da produção. Padrões geográficos da produção primária Fatores limitantes da produção primária • • • • • Radiação solar CO2 Água Nutrientes Temperatura Produção primária • Pouco da radiação solar recebida é utilizada na fotossíntese • Se toda energia solar fosse aproveitada na fotossíntese, a produção primária seria de 10 a 100x maior • 44% da radiação solar pode ser aproveitada para fotossíntese • Em lavouras a produção pode variar de 3 a 10% A influência da radiação solar (luz) • A taxa de fotossíntese aumenta com aumento na intensidade de luz. • Infinitamente? • Não. Aumenta até um chamado ponto de saturação! • Além disso, existe também o ponto de compensação, ou ponto de compensação fótico. Este corresponde ao instante em que as velocidades de fotossíntese e respiração são exatamente as mesmas. Neste instante toda a glicose produzida na fotossíntese é "quebrada“ na respiração, e todo dióxido de carbono (CO2) gasto na fotossíntese é produzido na respiração. Produção primária • Água e Temperatura são críticos para a produção Produção primária • PPL aumenta com a duração da estação de crescimento • PPL pode ser baixa por falta de recursos minerais (especialmente nitrogênio, mas também fósforo e outros) • Sucessão de fatores ao longo do ano podem limitar a PPL • Comunidades aquáticas produtivas ocorrem onde há riqueza de nutrientes. Destino da produção primária • Maior parte da produção primária não passa através do sistema pastejador • Por quê?? • Parte da biomassa é perdida antes de ser pastejada/predada • Nem toda biomassa ingerida é aproveitada pelo organismo • Parte da energia é perdida na respiração dos próprios produtores Novamente... para não deixar dúvidas! Importância da eficiência na transferência de energia • Uma unidade de energia pode ser consumida ou perdida de diferentes maneiras seguindo pela cadeia alimentar, saindo do produtor até os decompositores pode seguir por diferentes caminhos. A dinâmica da energia na cadeia alimentar • A energia digerida e absorvida é chamada Energia Assimilada. Esta é responsável pela manutenção, construção de tecidos e pode ser eliminada através de excretas. • Toda a energia utilizada nas necessidades metabólicas termina fluindo do corpo na forma de calor, denominando-se Energia respirada. • Algumas partes resistem ao processo de digestão (cabelo, penas, exoesqueleto, cartilagens etc.). Estas partes são egestadas. Fluxo de energia em um nível trófico na cadeia alimentar Excremento de elefante, mostrando desenvolvimento de fungos sobre grande quantidade de fibras vegetais pobremente digeridas (material não digerido, energia não aproveitada naquele nível trófico). O modelo universal de Odum • Eugene P. Odum, um dos principais desenvolvedores das atuais ideias da ecologia, desenvolveu o que chamou de modelo “universal” de fluxo de energia através dos ecossistemas. • A energia ingerida pelos organismos em cada nível trófico é reduzida pela respiração e excreção, tal que menos energia se torna disponível para consumo pelo próximo nível trófico. Onde estudar estes conteúdos? • Referências básicas • DAJOZ, R. Princípios de Ecologia. Porto Alegre, RS: Artmed, 2005. 519p. • ODUM, E. P.; BARRETT, G.W. Fundamentos de ecologia. São Paulo, SP: Cengage Learning, 2007. 612 p. • RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. 6. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2010. xxiv, 546 p. Capítulos sobre cadeias alimentares, níveis tróficos, produtividade nos ecossistemas... Isso tudo é interessante? É legal? Fico feliz se estiverem gostando! Isso não é interessante? E muito menos “legal”? Sinto muito. Fazemos o melhor possível... Uma boa Semana Acadêmica a todos! Até daqui a duas semanas!