VIII Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal II Congresso Internacional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal 30, 31 de outubro e 1o novembro de 2013 Florianópolis - Santa Catarina - Brasil ALTA HOSPITALAR DO RECÉM-NASCIDO PREMATURO: EXPERIÊNCIA DO PAI Bruna de Souza Lima Marski1 Flavia Correa Porto de Abreu2 Natalia Custodio3 Márcia Regina Cangiani Fabbro4 Monika Wernet5 Introdução: A chegada de um filho determina à família a necessidade de rearranjos e incorporação de novos papéis, dentre estes desponta-se a a adaptação do homem ao papel de pai. Especificamente o parto prematuro e a hospitalização da criança na UCIN, impõe a separação precoce e pode levar o homem a vivenciar sentimentos de natureza diversas, tais como o medo, preocupação e anseios, além da não compreensão do que está ocorrendo. Essa situação traz desdobramentos no desenvolvimento da paternidade, de forma a afetar seu senso de competência para o cuidado da criança. A ida da criança para a casa é momento de grande expectativa e representa para o pai melhora do estado clínico da mesma. Fortalece o senso de família e de papel paterno. Contudo, é um período que tende a adaptações e inseguranças, além de impor a necessidade de tomar decisões acerca das particularidades dos cuidados exigidos pelo filho nascido prematuro. Objetivo: O presente estudo buscou focar a perspectiva paterna e teve como objetivo 1 Graduanda em Enfermagem pela Universidade Federal de São Carlos, bolsista na modalidade iniciação científica pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. São Carlos, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 2 Enfermeira. Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 3 Enfermeira. Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 4 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunto 2 ao Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 5 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunto 2 ao Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, SP, Brasil. E-mail: [email protected] descrever a experiência do pai frente à alta da criança nascida prematura na UCIN; e, caracterizar suas prospecções de cuidado a criança quando a mesma chega ao domicílio. Busca também contribuir com intervenções promotoras do enfrentamento paterno diante da alta da criança da UCIN. Métodos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa que adota o Interacionismo Simbólico como referencial teórico e a pesquisa de narrativa como referencial metodológico. A coleta de dados foi realizada com 6 pais de crianças nascidas prematuras que receberam alta hospitalar da UCIN e que ainda estão sendo acompanhadas por um serviço de seguimento do município de São Carlos. Resultados: As entrevistas com os pais permitiram apontar para a constituição de três unidades temáticas: “Não Acolhimento do Serviço de Saúde”, que revela o incipiente acolhimento do serviço de saúde ofertado ao pai. Neste cenário, o pai experiencia o medo do desconhecido (situação do filho) com um convívio delimitado e, pouca receptividade e sensibilidade para suas necessidades. Isto trás repercurssões na construção de sua paternidade. “Relações Sociais e Enfrentamento” que desvela o apoderamento do pai em suas condutas diante da situação de prematuridade do filho, pautadas nas diferentes interações que ele estabelece e que irão permear e gerar subsídios para o seu enfrentamento da situação que experiencia. E por fim, a unidade “Exercício da Paternidade” que aponta a transição para a paternidade, processo complexo, dependente de mudanças comportamentais, emocionais e culturais. Com o nascimento prematuro do filho, o pai sofre, e teme a perda da criança. Mas, passa a aceitar o tratamento intensivo e significar a UCIN como símbolo de recuperação e vida. Neste momento, resignifica o seu papel conforme local e possibilidades de cuidado que a ele são possíveis. Conclusão: A presente pesquisa assinala a carência de apoio profissional ao pai da criança nascida pré-termo e/ou de baixo peso hospitalizada na UCIN, especialmente pela desconsideração de suas necessidades de pai. O que sugere repercussões para o desenvolvimento e exercício de sua paternidade. Descritores: Pai, Prematuro, Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, Alta do paciente. Informações: Iniciação Científica fomentada pela Fundação de Apoio à Pesquisa de São Paulo – FAPESP