ESTUDO DE UM EVENTO DE GRANIZO EM SÃO LOURENÇO DO SUL/RS OCORRIDO EM NOVEMBRO DE 2010 João Rodrigo de Castro1 Paulo Roberto Pelufo Foster2 Flavio Tiago do Couto3 1 Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Estudante de Meteorologia, Faculdade de Meteorologia; Campus Universitário s/n – Caixa Postal 354, Pelotas (RS), Brasil – CEP 96010-900 [email protected] ² Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Prof. Doutor da Faculdade de Meteorologia, Faculdade de Meteorologia; Campus Universitário s/n – Caixa Postal 354, Pelotas (RS), Brasil – CEP 96010-900 [email protected] 3 Universidade de Évora Mestrando em Ciências da Terra, da Atmosfera e do Espaço, Departamento de Física; Rua Romão Ramalho, 59 – 7000, Évora, Portugal [email protected] Abstract It is well-known that the Southern region of Brazil has favorable conditions for occurrence of different types of th severe weather, sometimes resulting in several economical and social damages. On 15 November 2010, São Lourenço do Sul City, located in Rio Grande do Sul State was affected by an intense hail storm, responsible by some economical damages. Therefore, this study aims at analyzing the atmospheric conditions associated to this event, pointing out the importance of the use of remote sensing tools as support to the analysis of severe weather. For such, it was analyzed some meteorological variables, registered by meteorological surface stations as well as synoptic maps of surface and 250 hPa. A set of images generated by the the meteorological satellite METEOSAT-9, enhanced in infra-red channel and images generated by the RADAR located in the Canguçu City, had been used with the intention of verifying the intensity of the storm. According to the data analyzed in this study, the hailstorm was formed embedded in a large circulation identified as a trough on surface, strong winds in 250hPa that favored the atmospheric instability, leading to the development of cloudiness. By the use of remote sensing tools, it was possible to observed the intense convective activity, due the presence of clouds with great vertical development in satellite images and the great probability of hail occurrence through the radar images. Therefore, may be observed of efficiency of the use of remote sensing data in accompaniment of the atmospheric systems as well as the comportment of atmosphere in this case. Key-words: hail, remote sensing, thunderstorm. Resumo Diversos fatores físicos fazem da região Sul do Brasil umas das áreas mais propícias ao desenvolvimento de sistemas causadores de condições extremas de tempo, as quais muitas vezes são responsáveis por grandes prejuízos a sociedade em geral. No dia 15 de novembro de 2010, uma tempestade acompanhada de intenso granizo foi observada no município de São Lourenço do Sul, assim sendo, o presente estudo tem como objetivo realizar uma descrição das condições atmosféricas associadas a este evento, destacando também a importância da utilização de ferramentas de sensoriamento remoto como auxilio em análises de tempo severo. Para tanto foram utilizadas cartas sinóticas de pressão ao Nível Médio do Mar (NMM) e em 250 hPa, sendo que o comportamento de algumas variáveis meteorológicas à superfície foi analisado a partir de registros de estações automáticas. Um conjunto de imagens do RADAR localizado em Canguçu e do satélite meteorológico METEOSAT-9 também foram utilizados a fim de avaliar a intensidade da tempestade. A presença de um cavado em superfície, junto a presença do Jato Sub Tropical (JST) em 250 hPa favoreceram o desenvolvimento da atividade convectiva verificada tanto nas imagens de satélite, pela nebulosidade com topos bem frios, quanto nas imagens de radar, devido aos valores de refletividade observados. Contudo, o trabalho proporcionou observar a eficiência do uso de ferramentas de sensoriamento remoto no acompanhamento do sistema atmosférico, sendo possível observar como o ambiente atmosférico se estabeleceu em tal situação. Palavras chave: granizo, sensoriamento remoto, tempestade. 1 – Introdução Como bem discutido na literatura, os processos de formação de nuvens e precipitação dividem-se basicamente em três tipos: orográfico, frontal e convectivo. Este último é produto da heterogeneidade do solo, que é aquecido diferentemente de uma região para outra, esse aquecimento irregular é o gatilho para o processo de convecção. Devido a essa diferença o ar mais frio ao redor da região aquecida, por ser mais denso, força a elevação do ar quente. Quando o ar sobe, ele resfria-se adiabaticamente causando assim sua condensação e consequente formação de gotas de chuva, que após conseguirem vencer o movimento ascendente existente no interior da nuvem caem configurando as correntes descendentes. Segundo FERREIRA (2006), na extremidade principal dessa corrente descendente forma-se uma frente de rajada no limite entre o ar que desce mais frio e o ar mais quente que sobe na adjacência da nuvem. A essa frente de rajada podemos atribuir os destelhamentos e as quedas de árvores muito comuns quando uma grande célula desse tipo atinge zonas urbanas, causando inúmeros prejuízos para a sociedade em geral. Os primeiros resultados de estudos relacionados a nuvens de tempestades foram publicados por BYERS et. al (1949), os quais definiram como “célula” a unidade básica de uma nuvem Cumulunimbus (Cb). Os mesmos identificaram que o ciclo de vida de uma Cb típica possui uma duração de 45 minutos à 1 hora, podendo ser dividido em três estágios de desenvolvimento: estágio inicial (estágio Cumulus), estágio maduro e o estágio de dissipação. Estes estágios são discutidos melhor em WALLACE et. al (2006). Quando organizadas em grandes blocos, as Cb são referidas como aglomerações convectivas ou Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM). Segundo HOUZE (1993), os SCM são reconhecidos por produzirem uma área de precipitação de aproximadamente, 100 km ou mais na horizontal, sendo que COTTON et. al (1989) complementa que esses sistemas possuem um ciclo de vida de tipicamente 06 a 12 horas. De acordo com ORLANSKI (1975), as tempestades encontram-se na escala meso-γ possuindo uma extensão espacial de 2 km a 20 km e um intervalo de tempo da ordem de uma hora. Como mencionado anteriormente, no interior da nuvem existem movimentos ascendentes e descendentes, durante esses movimentos os hidrometeoros se colidem tornando-se ainda maiores. Se durante a queda de um desses constituintes o movimento ascendente for suficientemente forte, se estabelecerá um ciclo de subidas e decidas que contribuirá para o crescimento dos mesmos. Segundo VIANELLO (1991), se a extensão vertical da nuvem for bastante elevada, poderá ocorrer a formação de granizos, como resultado do referido ciclo dos constituintes no interior da nuvem. A ocorrência de granizo normalmente está associado com as tempestades. Como discutido por JOHN et. al (1992), reconhece-se como tempestades severas aquelas tempestades capazes de gerar tornados, ventos destrutivos ou rajadas de vento com intensidade superior a 26 m s-1 (50 kt), bem como granizo grande, com pedras de 2 cm ou mais de diâmetro ao atingirem a superfície. Utilizando dados do satélite TRMM, ZIPSER et. al. (2006) mapeou os casos mais extremos de severa convecção no planeta, destacando a região que compreende as latitudes médias e subtropicais da América do Sul a leste dos Andes como uma área de tempestades mais intensas da Terra. Entretanto, outros estudos realizados anteriormente já reconheciam tal característica (BROOKS, 2003; NASCIMENTO, 2005). Por vezes, durante os meses mais quentes, alguns municípios do estado do Rio Grande do Sul são afetados por fenômenos atmosféricos extremos, seja ventos fortes, intensa precipitação, queda de granizo ou, em situações mais extremas, por tornados. A ocorrência de tais fenômenos está associada à atuação de diversos sistemas meteorológicos. O sensoriamento remoto é um termo usado para descrever uma tecnologia que permite o estudo de algumas características físicas de um objeto, sem que, necessariamente, se estabeleça contato com o mesmo, resultando assim, na medição de propriedades físicas de um objeto à distância (FERREIRA, 2006). Contudo, nos últimos anos, por fornecerem, em tempo quase real, as principais características associadas aos sistemas meteorológicos, as ferramentas de sensoriamento vêm auxiliando significativamente na observação e estudo dos mesmos. No caso de estudos meteorológicos, esta técnica é aplicável tanto aos Satélites quanto aos Radares Meteorológicos. O RADAR (Radio Detection And Ranging), é um instrumento de grande importância na estimativa de precipitação, pois além de cobrir uma área considerável, quando se compara com pluviômetros, fornece a estrutura tridimensional dos sistemas precipitantes, sendo possível também acompanhar o deslocamento dos sistemas e quando necessário enviar alertas. Em suma, o RADAR opera através de um sinal eletromagnético e o recebimento da energia espalhada pelo alvo que volta para o RADAR. No caso da atmosfera, os alvos são os hidrometeoros (chuva, neve ou granizo). Nesse sistema, a coleta de dados é feita por uma antena em formato parabólico, para que se possa transmitir e receber os sinais de radio. Tal antena tem a capacidade de girar 360 graus no azimute e até 90 graus na elevação permitindo que o radar cubra um grande volume de amostra. Quando a programação de elevações termina os dados são processados e as imagens geradas. A partir dos dados obtidos pelo radar podem ser elaborados diversos produtos, como CAPPI's (Constant Altitude Plan Position Indicator) em diversos níveis, PPI (Plan Position Indicator), Echo-Top, Echo-Base, VIL (Vertically Integrated Liquid), MaxCAPPI e Vento. A unidade de Refletividade (Z), responsável por caracterizar a grandeza do alvo é dada em mm6/m3, isso se o comprimento de onda e o diâmetro dos hidrometeoros são expressos em centímetros. Entretanto, para simplificar, representa-se esse valor de refletividade em decibéis, que é dez vezes o logaritmo na base 10, portanto tem-se a unidade dBZ. No entanto, alguns erros podem ser observados nas medições do radar, tais como os erros causados por ecos de terreno, ecos sem precipitação e erros devido a curvatura da Terra. Em relação a ocorrência de granizo em uma tempestade, os primeiros trabalhos, como de DONALDSON (1960), basearam-se na identificação de granizo a partir da distribuição vertical dos ecos de radar. No dia 15 de novembro de 2010, uma tempestade acompanhada de intenso granizo foi observada no município de São Lourenço do Sul, causando alguns danos econômicos a agricultores da região. O presente estudo tem como objetivo realizar uma descrição das condições atmosféricas associadas a este evento, destacando também a importância da utilização de ferramentas de sensoriamento remoto como auxilio em análises de tempo severo. 2 – Dados utilizados Para a realização deste estudo foi considerado o instante em que a tempestade de granizo atingiu a região de São Lourenço do Sul (FIGURA 1), sendo analisadas diversas informações meteorológicas disponíveis na Internet. FIGURA 1 – Localização do município de São Lourenço do Sul-RS (31°21'54"S; 51°58'40 W). FONTE: Wikipédia. Foram utilizados os dados da rede de estações de superfície automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), localizadas a 31.2478° S / 50.9057 W (Mostardas), 31.4058° S / 52.7011° W (Canguçu), 30.8106º S / 51.8347º W (Camaquã), e por fim 32.0333° S / 52.1000°W (Rio Grande), todas disponíveis no site http://www.inmet.gov.br/. A observação de grande escala e identificação do possível sistema dinâmico atuante na região foi feita a partir das cartas sinóticas elaboradas pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) e disponíveis no site http://www.cptec.inpe.br/. Tanto as imagens de RADAR como as de satélite, ambas descritas abaixo, são também oriundas do CPTEC/INPE. Um conjunto de imagens geradas pelo satélite METEOSAT-9, com realce de temperaturas do Canal-9 (10.8 µm) também foram utilizadas. Os satélites geoestacionários europeus são mantidos pela European Organisation for the Exploitation of Meteorological Satellites (EUMETSAT) e encontram-se a uma altitude de 35.800 km, estando equipados com um sensor espectral capaz de explorar a superfície terrestre por faixas. Os três espectros do METEOSAT são o Visível (0,45-1,00 µm), o Infravermelho (10,5-12,5 µm) e o Vapor d'Água (5,7-7,1 µm). Essas imagens foram utilizadas para se verificar a intensidade do sistema a partir da temperatura de topo das nuvens. Neste estudo, a identificação do grau de atividade convectiva associada ao sistema seguiu o critério proposto por MACHADO et. al (1993), sendo utilizado uma temperatura do topo de nuvem (TC) menor ou igual a 215 K para identificar convecção intensa, entretanto, trabalhos mais recentes chegam a considerar a temperatura de -50°C como um bom indicativo de intensa convecção. Um conjunto de imagens do RADAR localizado no município de Canguçu (31°24’14’’S e 52°42’06’’W a uma altitude de 466,57m) e pertencente ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) foram analisadas. As imagens de radar são do tipo MAXDISPLAY (Max CAPPI) e fornecem as projeções cartesianas nas direções, norte-sul e leste-oeste, dos valores máximos de refletividade, observados durante uma varredura volumétrica para um alcance de 400 km e resolução temporal de 15 minutos. A correlação estimada de intensidade dos produtos de refletividade (dBz) indicam a intensidade da nebulosidade dos sistemas meteorológicos. 3 – Resultados e discussão Inicialmente são apresentados e discutidos os dados de superfície das estações automáticas localizadas no entorno da região de estudo, isso se deve ao fato de não haver estação meteorológica no município de São Lourenço do Sul. Pela análise dos dados das estações meteorológicas (FIGURA 2) pode-se observar que o evento foi localizado, onde observou-se um acumulado de precipitação de 3,2 mm, somente na cidade de Rio Grande (FIGURA 2.a). As rajadas de vento produzidas pelo sistema foram mais intensas na cidade de Rio Grande, atingindo valor máximo de 18,1 m/s. A FIGURA 3 apresenta o comportamento das rajadas na região de contorno do local do evento. As horas que antecederam a chegada do sistema foram marcadas por significativa queda na pressão atmosférica, sobretudo na cidade de Rio Grande onde em um período de 24 horas houve queda de 4,7 hPa. A FIGURA 4 apresenta a variação da pressão atmosférica horas antes da ocorrência do evento. (a) (c) (b) (d) Figura 2- Gráficos de precipitação nas estações de superfície: a) estação de superfície de Rio Grande, b) estação de superfície de Mostardas, c) estação de superfície de Canguçu, d) estação de superfície de Camaquã. (a) (b) (c) (d) FIGURA 3 – Gráficos de rajadas nas estações: a)estação de superfície de Rio Grande, b)estação de superfície de Mostardas, c)estação de superfície de Canguçu, d) estação de superfície de Camaquã. (a) (b) (c) (d) FIGURA 4 – Gráficos de variação da pressão atmosférica mínima nas estações: a)estação de superfície de Rio Grande, b)estação de superfície de Mostardas, c)estação de superfície de Canguçu, d) estação de superfície de Camaquã. Pela análise das cartas de superfície e altitude é possível verificar o padrão sinótico na região de estudo. Pela carta sinótica de superfície, referente ao dia 16 de Novembro às 00 UTC (FIGURA 5), nota-se a existência de um cavado sobre o estado do Rio Grande do Sul. A circulação associada a essa configuração favorece movimentos ascendentes de ar, que somada a difluência em altitude devido a presença do Jato Sub Tropical (JST), observado na FIGURA 6, contribuem para o desenvolvimento de nebulosidade na região. FIGURA 5 – Carta de superfície do dia 16/11/10. Linhas cheias e amarelas representam a pressão ao nível médio do mar. Linhas tracejadas representam o geopotencial em 500 hPa. FIGURA 6 – Carta do nível de 250 hPa do dia 16/11/10. Linhas brancas cheias representam o geopotencial. Linhas azuis representam as linhas de corrente. Área sombreada representa ventos com intensidade acima de 50 Kt. Barbelas representam o vento observado em nós (Kt). Por meio dos campos de refletividade obtidos pelo radar (Figura 7), pode-se destacar a presença de precipitação com intensidade moderada na região de São Lourenço do Sul, a partir das 1:45 UTC (FIGURA 7.b), a qual se intensifica em poucos minutos, apresentando fortes valores de refletividade na varredura seguinte do radar, às 2:00 UTC (FIGURA 7.c). A célula de tempestade destacada nas imagens por círculos, apresentam valores de refletividade superiores a 50 dBz. Esse núcleo de intensa convecção indica alta probabilidade de ocorrência de granizo, pois de acordo com GOMES et al. (2006) e WALDVOGEL et. al (1979), o granizo está presente sempre e quando as refletividades de 45 dBZ são observadas 1.4 km ou mais, acima do nível de congelamento. Essa probabilidade aumenta à medida que essas refletividades excedem ao limiar de 45 dBZ acima do nível de congelamento. Contudo, às 2:45 UTC, a tempestade se encontra mais a leste da região, podendo destacar que a mesma apresenta-se em processo de dissipação na Figura 8.f, visto a diminuição da região de intensa atividade convectiva. Em um estudo realizado para o estado do Rio Grande do Sul, COUTO et. al. (2009.a) observou pela análise de cinco casos de granizo por meio de imagens de satélite e de radar meteorológico, que os eventos também estiveram associados à alta atividade convectiva, bem como a atuação de diversos sistemas meteorológicos, como Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM), sistemas frontais ou em regiões de instabilidade atmosférica. Em outro estudo de granizo isolado, COUTO et. al. (2009.b) evidenciou que a utilização, em conjunto, de dados de radar e de satélite, podem se mostrar muito eficientes na ausência de dados meteorológicos convencionais, uma vez que esses eventos se desenvolvem em uma pequena escala espacial e temporal. (a) 16/11/10 – 01:30 UTC (d) 16/11/10 – 02:15 UTC (b) 16/11/10 – 01:45 UTC (e) 16/11/10 – 02:30 UTC (c) 16/11/10 – 02:00 UTC (f) 16/11/10 – 02:45 UTC Figura 7 – Imagens com campos de refletividade (dBz) obtidas por varreduras volumétricas do radar localizado no município de Canguçu. Por meio da imagem de satélite, na região indicada na FIGURA 8, é possível identificar uma nebulosidade com pequena área sobre a região de São Lourenço, a qual apresenta uma temperatura do topo de -50 °C. Essa temperatura serve como um bom indicativo da presença de nebulosidade com topo alto, ou seja, do tipo Cb. copyright 2007 EUMETSAT (a) 16/11/2010 – 02:15 UTC FIGURA 8 – Fragmentos das imagens do satélite geoestacionário METEOSAT-9 mostrando a temperatura de topo de nuvens sobre a região de estudo. Conclusão Pela análise dos dados conclui-se que o registro de granizo foi observado pela atuação de nuvens com forte desenvolvimento vertical, que formaram-se devido à existência de fatores de grande escala favoráveis. Pelos dados de sensoriamento remoto, foi possível evidenciar a eficácia da utilização do mesmo na identificação e acompanhamento da evolução da tempestade. Entretanto, sugere-se o estudo de outros casos, uma vez que a ocorrência de granizo pode causar grandes prejuízos socio-econômicos, seja quando observado na zona rural ou na zona urbana. Referências Bibliográficas BROOKS, H. E.; LEE, J. W.; CRAVEN, J. P. The spatial distribution of severe thunderstorm and tornado environments from global reanalysis data. Atmospheric Research, v. 67-68, p. 73-94, 2003. BYERS, H.R.; BRAHAM, R.R. The Thunderstorm, Report of the Thunderstorm Project, U.S. Weather Bureau, Department of Commerce, 287 pp. 1949. COTTON, W. R., ANTHES, R. A. Storm and Cloud Dynamics. 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