A INFLUÊNCIA DAS ATIVIDADES DO SETOR TERCIÁRIO NA PRODUÇÃO
DO ESPAÇO URBANO DE UBERABA A PARTIR DO SÉCULO XXI
THE INFLUENCE OF THE TERTIARY SECTOR ACTIVITIES ON THE
UBERABA´S URBAN SPACE PRODUCTION FROM THE XXI CENTURY
SILVEIRA, Leonardo José (1)
GARREFA, Fernando(2)
Resumo:
As transformações da sociedade, através do tempo e espaço, juntamente com as mudanças de
valores e padrões de consumo repercutem no terciário que se recria e materializa novos conceitos
e costumes. Sob essa perspectiva propomos uma pesquisa que objetiva discutir a produção e
estruturação do espaço urbano pelas atividades do setor terciário na cidade de Uberaba. O
período da pesquisa compreende esse início de século XXI, considerando-se, em alguns
momentos, a perspectiva histórica do comércio local. Esta pesquisa propõe, portanto, conhecer e
analisar as mudanças ocorridas no comércio decorrentes das transformações do meio técnicocientífico-informacional, e sua repercussão no espaço local e na formação de novas paisagens.
Por conseguinte, conhecer como o terciário influencia o cotidiano das pessoas. Espera-se
sistematizar conhecimentos e informações retratando o tecido comercial local, sua importância e
relevância para a vitalidade da cidade.
Palavras-chave: Comércio, produção do espaço, cidade, urbano, espaço terciário.
Abstract:
The transformations of society through time and space, along with changes in values and
consumption patterns that reverberate in the tertiary and recreates materializes new concepts and
customs. From this perspective we propose a research that aims to discuss the production and
structuring of urban space by the activities of the tertiary sector in the city of Uberaba. The survey
period includes this early twenty-first century, considering, at times, the historical perspective of
local trade. This research proposes, therefore, to understand and analyze the changes in trade
resulting from changes in the technical-scientific-informational environment and its impact on the
local area and the formation of new landscapes. Therefore, knowing how the tertiary influences the
daily lives of people. It is expected to systematize knowledge and information depicting the local
business fabric, its importance and relevance to the vitality of the city.
Keywords: Trade, production of space, city, urban, tertiary space.
1
Mestrando em Arquitetura e Urbanismo FAUeD – UFU, Técnico em Assuntos
Educacionais da UFTM, e-mail [email protected]
2 Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela FAUUSP, Professor Adjunto da FAUeD, e-mail
[email protected]
105
Introdução
Diante os diversos desafios que se apresentam à ciência contemporânea a adoção de novos
paradigmas, com o intuito de melhor responder às demandas de uma sociedade informacional
altamente
complexa,
mostra-se
pertinente.
Em
resposta
a
essa
necessidade,
a
interdisciplinaridade nas ciências oferece uma abordagem sistêmica à pesquisa, conferindo
elevado valor científico-cultural.
Aos se propor o estudo do setor terciário dentro das ciências sociais aplicadas evoca-se esse
princípio interdisciplinar, já que sua abordagem, para além da arquitetura e urbanismo,
necessariamente, demanda estudos das disciplinas de geografia econômica, cultural e urbana,
além da história e da economia.
Da simples troca de produtos entre pessoas aos processos mais complexos envolvendo o
mercado de compras futuras encontramos a essência de um processo que move o mundo. O
desenvolvimento do comércio fez renascer cidades, motivou as grandes navegações, tornouse a causa e o efeito de um novo sistema econômico: o capitalismo.
Os desdobramentos da atividade comercial demandaram incremento dos meios de produção,
comunicação, da arquitetura e dos costumes. Vieram as indústrias e com elas a possibilidade
de se viver nas cidades. A urbanização só se fez possível em função do comércio para
abastecimento das massas.
Se as cidades, segundo Mumford (2008), representam o local de encontro, o comércio firma-se
como um dos principais agentes cotidianos necessários a consumação desse fato. Aristóteles
(2002) já dizia que o homem necessita de coisas e dos outros, o que o torna um animal
político. Assim, “o caráter social da atividade de troca está nela implícito, pois para a troca se
realizar existe a necessidade do encontro: encontro de pessoas com bens e serviços para
serem trocados” (VARGAS, 2001, p.19).
A divisão das atividades econômicas em setores permite o entendimento do papel que o
comércio desempenha no sistema. O setor primário correspondendo às atividades de
agropecuária e extração de matérias- primas; o setor secundário, abrangendo as atividades
industriais de produção de bens; e por último e terciário, onde encontramos o comércio e que
engloba a troca de bens e serviços. Vargas (2001, p.52) define o terciário como aquele setor
“que incorpora atividades que não produzem nem modificam objetos físicos (produtos ou
mercadorias) e que terminam no momento em que são realizados”.
106
Salgueiro, Cachinho, Teixieira (1996, p. 183-184) ao considerar as cidades como centros
terciários, “lugares onde se processam trocas de produtos e de ideias, onde aumentam os
contactos entre pessoas e instituições”, enumera quarto razões de importância do comércio: a
troca como atividade significativa; o comércio como agente definidor da estrutura dos núcleos
de povoamento e integração funcional dos bairros periféricos; ele como elemento decisivo da
paisagem urbana e da imagem que dela se guarda; e como poderoso meio de intervenção
urbanística por sua capacidade polarizadora. Tais fatores contribuem, portanto, “para a
definição da organização funcional dos aglomerados, mas também para a caracterização da
sua paisagem a medida em que se exprime por uma forma”(SALGUEIRO, CACHINHO,
TEIXEIRA, 1996, p.184). Tal ideia justifica uma abordagem pela arquitetura e urbanismo do
terciário, ao se buscar essa correspondente no espaço construído.
Uberaba nasce para o comércio
Com a descoberta de ouro em Vila Boa de Goiás e em Cuiabá, e a necessidade de prover de
víveres os desbravadores dessas paragens, vários povoados garantiram o percurso entre a
região aurífera e a província de São Paulo, formando uma espécie de corredor. Palacin,
Garcia, Amado (1995) apud Lourenço (2002, p.37), dizem que, no caminho entre as minas de
Goiás e a Província de São Paulo, no trajeto de Anhanguera, aproximadamente entre os rios
Paranaíba e Grande, na região conhecida como Sertão da Farinha Podre, índios foram
exterminados e repelidos violentamente. Sob a determinação do então governador paulista,
fundaram-se alguns aldeamentos ao longo do trecho, onde distribuíram índios bororos
(mansos), que “doravante se tornariam responsáveis pela defesa do trânsito na estrada”. Esta
estratégia era adotada pela coroa portuguesa que, possuidora de imenso território, desprovido
de elemento humano capaz de ocupar por inteiro a colônia, mantinha “arquipélagos de
unidades regionais geradoras de riqueza” extremamente protegidas, porém, “isoladas umas
das outras por interstícios vazios, onde os índios não-contatados e a vegetação funcionavam
como muralhas naturais” (LOURENÇO, 2002, p.45).
Uberaba encontrava-se na rota das minas. Seria o lugar ideal para suprir os viajantes que por
ali passavam. Os solos férteis eram outro fator de alta relevância para a escolha do sítio. Entre
os anos de 1809 a 1812, Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira fixou morada às margens do
córrego das Lages. Mais adiante, em seu retiro, fundou um novo povoado. Rezende (1991,
p.27) acrescenta que a escolha do sítio se deve também pela sua proximidade com as terras
indígenas, o que facilitava ao Major “o exercício de sua função de curador de índios”. Todos
esses fatores garantiram a migração para a região que, no ano de 1812, recebeu a doação de
107
um patrimônio. Este consiste em uma “terra destinada pelo seu proprietário a ser nela
construída a cidade” (MORAES, 1992). Tristão de Castro ofereceu o Patrimônio a Santo
Antônio e a São Sebastião, sob a custódia da Igreja. No ano de 1820, o então Distrito de
Índios, título recebido em 1811, foi elevado à categoria de Freguesia ou Paróquia.
Em uma região dedicada ao pastoreio, Uberaba se define como “o principal centro distribuidor
de sal para uma imensa área de pecuária extensiva que incluía o Triângulo Mineiro, Goiás e
Mato Grosso” (LOURENÇO, 2002, p.231). Pontes (1978, p.92) apud Rezende (1991, p.39),
diz que, no período de 1827 a 1859, a população de Uberaba “aumentou e o comércio nos três
últimos anos, quadruplicou a venda do sal cuja importação subia a 135 mil sacas”. O comércio
adquiriu novo fôlego com a produção de algodão para exportação, a chegada de imigrantes e
a ampliação do comércio de secos e molhados (PONTES, 1972, p.92-93).
Borges Sampaio realizou um censo registrando o número de habitantes brancos, livres e
negros, o número de ruas e de moradias, e outros dados relevantes, que foram fundamentais
para a elevação da vila à categoria de cidade, no ano de 1856. Com a Guerra do Paraguai
(1865 – 1870), a posição estratégica da cidade possibilitou a renovação comercial e urbana
local. Os combatentes transformaram Uberaba, em ponto de passagem das tropas que se
dirigiam ao front, em Mato Grosso. Rezende (1991, p.62) explica que a Guerra do Paraguai
suprimiu algumas das rotas de abastecimento de Mato Grosso ficando a de Uberaba, a única
viável:
[...] Uberaba canalizou então todo esse comércio. A estrada Uberaba –
Vila Boa – Cuiabá foi incrementada e os carros de bois e tropas
transformaram esta, em via fundamental de ligação entre a Corte e ‘as
províncias centrais’, fazendo de Uberaba um ponto chave para as
operações militares e comerciais que visavam defender e abastecer a
província de Mato Grosso.
O desenvolvimento do comércio trouxe diversificação e, uma transformação da relação cidade
x campo é observada com o ingresso de Uberaba na vida urbana de fato, consubstancializada
por meio da abertura de escolas, teatro, etc. Pontes (1972, p.93) diz que em 1874, a cidade
encontrava-se em situação de ascensão. “Havia, além de armazéns de sal e molhados, dez
casas de varejo e doze de atacados e varejo. O tráfego das mercadorias em trânsito pelas
estradas do município elevou-se [...]”.
O sucesso da produção de café no Estado de São Paulo gerou grande riqueza, que embora
concentrada nas mãos de poucos, possibilitou ao país adotar algumas tecnologias, inserindose gradativamente no meio técnico, definindo-se, conforme a divisão internacional do trabalho,
como exportador de produtos primários e importador de produtos manufaturados.
108
A máquina a vapor aporta em terras brasileiras, nos trilhos das locomotivas, sinônimos do
progresso e da modernidade. A expansão do café no Oeste Paulista e no Triângulo Mineiro
propiciam a vinda da ferrovia, fato que se consolida em 23 de abril de 1889. Pontes (1972,
p.245) relata que a chegada da ferrovia naquele ano, foi o marco que dividiu a história da
arquitetura local. Com a ferrovia, chegaram engenheiros, mão-de-obra especializada, novas
técnicas e conhecimentos construtivos, trazidos principalmente da Europa pelos imigrantes.
“Arte e arquitetura buscam visibilidade. São tentativas de dar forma sensível aos estados de
espírito, sentimentos e ritmos da vida diária. A maioria dos lugares não são criações
deliberadas, pois são construídas para satisfazer as necessidades práticas” (TUAN, 1983, p.
184). A cidade concebida como arte, diz Rossi, (1995, p.137) é um artefato pelo qual
“podemos observar e descrever ou procurar compreender seus valores estruturais”. As formas
e tipologias arquitetônicas para Rolnik (1988, p.17) “podem ser lidas e decifradas, como se lê e
se decifra um texto”, pois o “desenho das ruas e das casas, das praças e dos templos, além de
conter a experiência daqueles que os construíram, denota o seu mundo”. Daí a necessidade
de se entender tudo o que se produz e se cria em um determinado lugar.
O imigrante, com destaque para o italiano e o espanhol que aporta em terras uberabenses,
promove uma revolução nos costumes e hábitos, que se efetivam na adoção de novos partidos
arquitetônicos e novas tecnologias. São entalhadores, pintores, escultores, arquitetos e
construtores. Rezende (1991, p.21) ressalta que a vinda da Mogiana para Uberaba
desenvolveu ainda mais o mercado interno, “acelerou o processo de urbanização, promovendo
o apogeu comercial-urbano da cidade e provocou a estagnação de outros centros não
beneficiados diretamente pela estrada de ferro”. A ferrovia proporcionou uma extrema
facilidade nos deslocamentos de pessoas, produtos e materiais empregados para construção.
Neste período, várias melhorias foram realizadas tais como iluminação pública, passeios,
construção de praças. O setor terciário se amplia e se diversifica na cidade com teatros, hotéis,
restaurantes e lojas de artigos de luxo.
A função de entreposto comercial da região foi transferida para Uberlândia, no ano de 1895, e
para Araguari, em 1896, pela extensão da rede ferroviária. Com a perda desta praça
comercial, Uberaba passa a ser “abastecedora de produtos básicos e de primeira
necessidade”, sofrendo retrocesso no processo de urbanização (REZENDE, 1991, p.91). O
estudo de Rezende (1991) conclui que a partir da segunda década do século XX, o setor
primário, em especial a atividade pecuária, assume maior importância no município em relação
ao terciário. Tal afirmação nos instiga a conhecer melhor até que ponto o setor primário sustém
as atividades urbanas, e como o terciário se qualifica nessa situação.
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A abordagem deste tema na construção do conhecimento do setor terciário local apresenta um
campo fértil de estudo e com amplas possibilidades de análise. A presença da um significativo
contingente de imigrantes árabes envolvidos com o comércio em fins do século XIX, início do
XX, o próprio florescimento da cultura urbana, da arquitetura, dos costumes na cidade
suscitam certa efervescência do terciário que se materializa no dinamismo econômico da
cidade na entrada do século XXI.
A pesquisa
Ao analisar a gênese da cidade moderna, observa-se que ela foi estruturada mediante a
atuação de inúmeros processos, conforme a evolução do sistema ao longo do tempo. Não foi
apenas a concentração de pessoas que determinou a expressão da urbanização; o
desenvolvimento do capitalismo industrial, em detrimento do capitalismo comercial, implicou
numa série de mudanças qualitativas e quantitativas no meio urbano (SPÓSITO, 2000, p.50).
Talvez devido a isso, as pesquisas acadêmicas que abordam as inter-relações entre o
terciário e o espaço urbano apresentam menor volume, quando comparados a outras
temáticas, quiçá também, como resultado da interdisciplinaridade do tema, que ao ser
pesquisado por distintas áreas de conhecimento mostra uma pulverização e
diversificação de trabalhos. Nesse aspecto, o terciário parece assumir papel secundário
nas discussões sobre o fenômeno urbano, fato equivocado em se tratando de sua
importância.
A compreensão dos mecanismos atuantes no terciário e seus desdobramentos no
espaço urbano suscitam inúmeros questionamentos da relação terciário e cidade. Essa
pesquisa, portanto, objetiva discutir a produção e estruturação do espaço urbano pelas
atividades do setor terciário na cidade de Uberaba do início do século XXI. É nessa
perspectiva de estudo, que se elaboram as seguintes questões acerca do terciário na
cidade de Uberaba:
1. A centralidade intra-urbana frente aos novos territórios locacionais conserva sua
importância na determinação do ponto comercial?
2. De que forma as novas áreas de comércio se estruturam e como áreas tradicionais se
comportam com a expansão urbana?
3. Atualmente, que importância se atribui as tipologias dos estabelecimentos comerciais
na composição da paisagem urbana?
4. Em que medida a economia de comércio e serviços é substrato para a transformação
da paisagem urbana e da estruturação do espaço?
110
5. Como o terciário influencia a dinâmica urbana?
6. Qual a relação entre mercado imobiliário e o setor de comércio e serviços?
7. Como os empreendimentos do terciário local captam e empregam do capital na
produção do espaço urbano e quais resultados são produtos desse processo?
8. Como se dá a produção imobiliária de lojas e escritórios e em que nível se processa a
atuação dos agentes incorporadores locais?
Para responder a essas perguntar, procurar-se-á relacionar as teorias que definem e explicam
o terciário no Brasil e sua inter-relação com a produção e transformação do espaço; logo,
analisar aspectos importantes da trajetória histórica do setor terciário de Uberaba e sua
relação com a produção do espaço e construção da paisagem urbana local em distintos
períodos, destacando intervenções de infraestrutura urbana, efetuadas pelo poder público,
sensíveis ao terciário. Em outro momento, procura-se investigar a atuação dos agentes que
participam do processo de incorporação e produção imobiliária relacionando a organização do
espaço urbano e a abertura de novos setores de concentração do terciário. Por último,
compreender a dinâmica espacial do terciário de Uberaba a partir da análise de seus agentes
promotores de concentração e polarização: os campi universitários (FMTM, UNIUBE, FISTA),
o Centro Administrativo Municipal e os shopping centers; e também, dos eixos radiais
comerciais advindos com a expansão urbana.
As metodologias a serem empregadas na pesquisa envolvem aprofundamento conceitual e
teórico além de execução de trabalhos empíricos. A sistematização da metodologia constituirá,
portanto, em: 1) pesquisa teórica por meio da revisão de literatura com o levantamento de
referenciais bibliográficos pertinentes a conceituação e definição do setor terciário e suas
relações com os aspectos espaciais, tipológicos e econômicos, objetivando fundamentar
discussões e a interpretação de dados; 2) pesquisa e análise de documentos históricos
diversos: atas da Câmara Municipal de Uberaba de determinados períodos, jornais, revistas
especializadas e de época, acervos iconográficos, dados estatísticos para coleta de dados
junto à Associação Comercial e Industrial de Uberaba, Câmara dos Dirigentes Lojistas,
Prefeitura Municipal de Uberaba; 3) pesquisa de campo: levantamento das ruas ou territórios
de concentração do terciário, caracterização dos tipos de comércio e situação locacional por
meio de aplicação de questionários para coleta de informações; 4) estudo da paisagem e das
tipologias dos estabelecimentos comercias. Análise espacial do entorno dos objetos de estudo;
5) depoimentos de incorporadores do terciário, comerciantes e clientes para subsidiar o
entendimento e a sistematização da história do comércio local.
111
De posse dos resultados e análises de todas as abordagens efetuadas será elaborada a
síntese do trabalho ou produto final, lembrando que sempre haverá espaços para revisões e
formulação e ou adequação de novas metodologias.
Considerações
Após décadas de instabilidade, hiperinflação, elevadas taxas de desemprego, a
sociedade brasileira vive um momento ímpar. Estabilidade econômica, mercado de
trabalho aquecido, maior oferta de crédito para aquisição de bens. As décadas finais do
século XX colocaram a prova comerciantes e profissionais do terciário, que dispuseram
de grande perseverança para se sustentar no mercado diante um cenário de volubilidade.
Ingressamos nesse século XXI numa situação bem distinta. As inovações tecnológicas se
tornaram acessíveis às massas e hoje, elas oferecem incontáveis possibilidades
aportadas no ciberespaços, lócus do e-commerce, onde as transações são feitas pela
internet.
Sob esse aspecto as transformações da sociedade, percebidas no tempo e espaço,
aliadas as mudanças de valores e padrões de consumo repercutem no terciário que se
recria e materializa novos conceitos e costumes. Esta pesquisa propõe, portanto,
conhecer e analisar as mudanças ocorridas no comércio da cidade de Uberaba
decorrentes das transformações do meio técnico-científico-informacional, e sua
repercussão no espaço local, na formação de novas paisagens, e, por conseguinte,
influenciando o cotidiano das pessoas.
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LOURENÇO, Luís Augusto Bustamante. A Oeste das Minas: escravos, índios e homens
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Contexto, 2000
TUAN, Yi-fu. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. Tradução Lívia de Oliveira: São
Paulo: DIFEL, 1983.
VARGAS, Heliana C. Espaço Terciário: o Lugar a arquitetura e a Imagem do comércio.
São Paulo: SENAC, 2001.
113
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Fernando Garrefa A INFLUÊNCIA DAS ATIVIDADES DO SETOR