_>>> Jornal Valor Econômico - CAD F - ESPECIAIS - 26/9/2011 (20:7) - Página 13- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW Enxerto Segunda-feira, 26 de setembro de 2011 | Valor | F13 Especial | Mineração Sustentabilidade De acordo com o Ibram, ocupação do solo é criteriosa Área protegida precisa de mais clareza nas regras LEO PINHEIRO/VALOR Jacilio Saraiva Para o Valor, de São Paulo A garantia de acesso aos recursos minerais demanda integração e equilíbrio entre as leis ambientais e normas da área de mineração. Para especialistas, a atividade de exploração em áreas protegidas requer mais clareza nas regras de convivência entre mineradoras e o meio ambiente, além de comunicação mais efetiva entre governo, empresas e comunidades, principalmente na Amazônia, região 40% ocupada por áreas indígenas e unidades de conservação. De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o número de cessões de direitos minerários no Brasil passou de 3,4 mil em 2009 para 3,8 mil licenças em 2010. Todos os nove Estados que compõem a Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins) já solicitaram requerimentos para atividades mineradoras. “O desenvolvimento sustentável inclui o acesso ao recurso mineral e seu aproveitamento, mas as riquezas do solo devem ser usufruídas de acordo com a conservação ambiental”, diz Márcio Pereira, sócio da área de meio ambiente e sustentabilidade do escritório Schmidt Valois Miranda Ferreira & Agel Advogados. “Qualquer alteração na biodiversidade pode afetar não só o equilíbrio do entorno, como as comunidades que dependem dos recursos naturais.” Por outro lado, a atividade mi- Pereira: qualquer alteração na biodiversidade pode afetar o equilíbrio tanto do entorno quanto das comunidades neradora pode trazer vantagens sociais, como o desenvolvimento de áreas remotas na Amazônia. Pereira afirma que há bons exemplos de convivência entre atividades de mineração e a biodiversidade em países como África do Sul, Austrália, Canadá, Colômbia e Peru. No Brasil, a Floresta Nacional de Carajás, unidade de conservação criada em 1998, a 170 quilômetros de Marabá (PA), está ligada a uma província mineral anteriormente descoberta e, por isso, ganhou o reconhecimento de área destinada à mineração. “A atividade, além de observar o licenciamento ambiental do local, é obrigada a adotar medidas de controle e contrapartidas necessárias para resguardar o zoneamento da floresta.” No mesmo modelo, há projetos de mineração licenciados na Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri, área de 190 mil hectares nos municípios de Marabá e São Félix do Xingu (PA), e na Floresta Nacional do Saracá-Taquera (PA), criada em 1989. “Os empreendimentos contribuem para a conservação e manutenção da Amazônia, em regiões que possuem enorme pressão pelo desmatamento.” Para Alexandre Trajano de Arruda, engenheiro de minas e gerente do DNPM, pode-se conciliar a pre- servação e a atividade mineradora via trabalho integrado entre governo, mineradoras e a comunidade. “É possível ainda incentivar o cooperativismo de pequenas empresas de mineração, orientadas por órgãos ambientais”, diz. A Alcoa, que controla uma mina de bauxita em Juruti (PA), executa 35 programas de controle ambiental na área, com recursos de R$ 30 milhões. Abrangem desde monitoramente da fauna, flora, água, ar e ruídos na área de influência do complexo até ações de qualificação de mão de obra e fornecedores locais e fortalecimento da agricultura familiar. Setor tem destaque em ranking internacional pela gestão ambiental De São Paulo As boas práticas adotadas pela indústria mineral brasileira elevam o país a uma posição de destaque no ranking internacional da sustentabilidade. A afirmação é de André Reis, coordenador do Instituto Brasileiro de Mineração na Amazônia (Ibram-Amazônia). “Temos processos sustentáveis cada vez mais comprometidos com o equilíbrio socioambiental, que incluem pesquisas, sistemas de gestão ambiental e certificações técnicas”, afirma. Segundo o especialista, os grandes atores do seto respeitam as áreas protegidas ou legalmente demarcadas e desenvolvem abordagens de trabalho integradas para o uso e ocupação do solo. “No Brasil, o maior desafio está na Amazônia, onde é preciso provar que a biodiversidade e a geodiversidade não são concorrentes. É possível produzir minerais e, ao mesmo tempo, colaborar para a conservação da natureza.” Para Reis, é preciso ainda aperfeiçoar as interpretações sobre a compensação ambiental paga pelas empresas. “As unidades de conservação são criadas sem pesquisa prévia do subsolo e sabemos que ambientes de negócios com elevados riscos jurídicos oneram os projetos e inibem investimentos.” O coordenador do Ibram na Amazônia acredita que a indústria de mineração tem condições de operar em unidades de conservação de uso sustentável. “Os projetos de mineração presentes há mais tempo na região amazônica demonstram que é possível produzir minerais e colaborar para a conservação da biodiversidade”. Para Maria Clara Migliacio, dire- tora do Centro Nacional de Arqueologia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (CNA/Iphan), o licenciamento ambiental para a mineração é um processo complexo, que não se resume ao carimbo de uma repartição pública. O Iphan atua como órgão anuente ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), avaliando o cumprimento da legislação de proteção ao patrimônio cultural e arqueológico. “A melhoria dos serviços públicos depende de maior comunicação entre os órgãos que participam do licenciamento, da implantação de um sistema informatizado para todas as entidades envolvidas no processo de licenças e do fortalecimento da estrutura para trabalhos de proteção ao patrimônio”, diz Maria Clara. Segundo ela, nos últimos 20 anos, as pesquisas arqueológicas realizadas no país aumentaram de cinco estudos autorizados pelo Iphan, em 1991, para cerca de mil relatórios ao ano. A obrigatoriedade das licenças ampliou o campo de ensino e trabalho para estudantes e arqueólogos. “Há poucos anos, tínhamos apenas um curso de graduação e três programas de pós-graduação em áreas afins”, diz Maria Clara. “Hoje, são dez cursos de graduação e sete de pós, em várias regiões do Brasil”. Mesmo assim, o problema principal do setor ainda é um reduzido quadro de recursos humanos para dar conta da demanda. “Enquanto o governo mexicano tem 800 arqueólogos e a França conta com mais de 400, o Brasil tem apenas 40 técnicos que se dedicam à gestão do patrimônio no licenciamento ambiental.” (J.S.) DO SERTÃO BAIANO NASCEU A INSPIRAÇÃO PARA CONQUISTAR O BRASIL. SOZINHOS, SERIAM SOMENTE PEQUENOS PROJETOS. JUNTOS E UNIDOS, UM BELO EXEMPLO DE SUCESSO!!! Há 42 anos, com inovação aliada à tecnologia, a Mineração Caraíba vem aprendendo que mineração é muito mais que extrair minérios, e que através da competência é possível transformar reservas em bons resultados. Hoje, além da Unidade Pilar, situada no sertão baiano, no município de Jaguarari, e da Unidade Surubim, no município de Curaçá, o projeto de expansão da Mineração Caraíba contempla quatro novos alvos na região do Vale do Curaçá-BA, além da mina de ouro do Araés, no município de Nova Xavantina-MT, e da Unidade Boa Esperança, no município de Tucumã-PA. Estes projetos somados garantem a perenidade do negócio e nos dão a certeza de que estamos no caminho certo. PROJETOS E FUTUROS PROJETOS DA MINERAÇÃO CARAÍBA S/A UNIDADE BOA ESPERANÇA UNIDADE SURUBIM UNIDADE PILAR UNIDADE ARAÉS NOVA XAVANTINA - MT MINA DE OURO E PRATA