Bruxelas, 29 January 2003
Comunicado de Imprensa
Em direcção a uma agricultura sustentável para os países em vias de
desenvolvimento: as alternativas da biotecnologia e das ciências da vida
Conferência, Bruxelas, 30-31 Janeiro 2003
O Grupo Europeu das Ciências da Vida, constituído por eminentes cientistas que
apoiam o Comissário Europeu para a Investigação, Philippe Busquin, convida todos
os interessados a participar nas discussões para avaliar como as ciências da vida e a
biotecnologia podem criar uma agricultura sustentável nos países em vias de
desenvolvimento. Participam no evento o Comissário Busquin e o Comissário para o
Desenvolvimento e Ajuda Humanitária Poul Nielson, juntamente com representantes
da sociedade civil, representantes dos países em vias de desenvolvimento,
especialistas em desenvolvimento, cientistas e outras partes interessadas.
"Há um problema óbvio de provisão de alimentos em muitas partes do mundo”, declarou o
Comissário Busquin. “Seria irresponsável não avaliar e debater o potencial das ciências da vida
e biotecnologia para assegurar uma agricultura sustentável nos países em vias de
desenvolvimento. Com esta conferência, quero oferecer uma plataforma para os cientistas
participarem num debate informativo com o público interessado, incluíndo vários representantes
dos países em vias de desenvolvimento. O objectivo não é chegar rapidamente a conclusões.
Em vez disso, espero que o evento permita uma troca de opiniões construtiva, que ajude a UE a
definir as suas escolhas e encontrar meios responsáveis de modo a que o progresso científico
seja um benefício para as populações necessitadas. Devemos, em qualquer caso, adoptar a
nossa política de biotecnologia às necessidades dos países em vias de desenvolvimento."
Assegurar a sustentabilidade é, agora, largamente aceite como uma prioridade internacional. Os
decisores reconhecem que o desenvolvimento sustentável não pode estar separado das outras
questões como o combate à pobreza, a fome, a malnutrição, e as doenças infecciosas, ou de
permitir aos países em vias de desenvolvimento integrar a economia mundial. Questões como o
acesso à educação e a liberalização do comércio devem também ser abordadas neste contexto.
O desafio da produção de alimentos
A procura de alimentos irá aumentar significativamente nos próximos anos, particularmente nos
países em vias de desenvolvimento. A opção de aumentar a área de cultivo está limitada pela
necessidade de salvaguardar os ambientes naturais vitais e irá contribuir somente com um
quinto do aumento global da produção de cereais necessária para alimentar a população
mundial em crescimento. Por conseguinte, é imperativo aumentar o rendimento das culturas.
Um papel para as ciências da vida?
Para responder a tal desafio é necessário mobilizar recursos humanos e financeiros. Avanços
das ciências da vida e da biotecnologia detêm o potencial para ajudar a agricultura sustentável
nos países em vias de desenvolvimento. Especialmente porque permitem a estes países
abandonar o uso de métodos agressivos, como os métodos mecânicos e químicos.
A preocupação da opinião pública acerca do uso das novas tecnologias, especialmente
organismos geneticamente modificados (OGM), na agricultura e produção alimentar devem
também ser levados em consideração, embora estes só façam parte de um debate mais
alargado. Existem também outras opções das ciências da vida (ver anexo). Igualmente
importante é a saúde dos solos e das culturas, conhecimentos relacionados com a
biodiversidade, a água e o clima, como também o desenvolvimento tecnológico nas zonas rurais.
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Troca de opiniões construtiva
Para alcançar esta meta, a Comissão Europeia, assistida pelos membros do Grupo Europeu das
Ciências da Vida (GECV), organizou esta plataforma de discussão. O objectivo é rever de forma
crítica as opções que as ciências da vida e a biotecnologia oferecem aos países em vias de
desenvolvimento. A conferência junta representantes destes países, cientistas, representantes
da indústria biotecnológica, organizações não governamentais, organizações internacionais,
peritos em educação e media, funcionários de vários governos e cidadãos europeus e, em
especial, a geração mais nova.
Este esforço para debater abertamente as questões relacionadas com as ciências da vida que
são importantes para a governança da ciência e para o benefício da sociedade, vem na
sequência de debates anteriores organizados pela GECV. O debate “Genética e o Futuro da
Europa” teve lugar em Novembro de 2000 e um outro sobre “Células Germinais: Terapias para o
Futuro?” em Dezembro de 2001.
Também em linha com a comunicação da Comissão “Ciências da vida e biotecnologia – uma
estratégia para a Europa”, onde as responsabilidades da Europa em relação aos países em vias
de desenvolvimento estão traçadas num plano de acção. Estas incluem agricultura, recursos
genéticos, saúde e utilização responsável e prudente (acção 25 a 28).
Debatendo sete desafios
A conferência irá examinar como as ciências da vida podem contribuir para os sete desafios
chave:
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produção de alimentos sob condições marginais,
melhorar a viabilidade económica da produção de alimentos,
melhorar a saúde e nutrição sem comprometer a segurança dos alimentos e o ambiente,
reduzir a pobreza através da produção de rendimentos e pela criação de novos mercados,
reduzir o uso de pesticidas,
fornecer uma mais-valia a partir da agrobiodiversidade,
e examinar como os países em vias de desenvolvimento podem tornar-se participantes na
utilização dos novos conhecimentos acerca dos genomas.
A conferência terá lugar no edíficio Charlemagne em Bruxelas começando a 30 de Janeiro, às
10:00 com uma introdução do Comissário para a Investigação, Philippe Busquin. A conferência
de imprensa terá lugar às 11:00 com o Comissário Busquin, e o Prof. Patrick Cunningham do
GECV. Um programa completo para os media está disponível (ver anexo).
Nota aos editores:
Para mais informações sobre o Grupo Europeu para as Ciências da Vida e anteriores eventos,
ver: http://europa.eu.int/comm/research/life-sciences/egls/index_en.html
Para mais informações sobre esta conferência, ver: http://europa.eu.int/comm/research/sadc/.
O sítio web incluí o programa completo da conferência e um fórum para debate.
Para consultar a comunicação da Comissão “Ciências da Vida e biotecnologia – uma estratégia
para a Europa, por favor visitar: http://europa.eu.int/comm/biotechnology/introduction_en.html
Mais informações e participação:
Stéphane Hogan, Adido de imprensa, DG Investigação, Comissão Europeia
Tel: +32.2.296.2965 - E-mail: [email protected]
Para este evento, a Comissão Europeia é assistida por duas empresas subcontratadas: Hill and
Knowlton para imprensa geral e a DDB para os meios audiovisuais.
Se estiver interessado em participar neste briefing à imprensa, está convidado a inscrever-se
junto de Ana Aguilar Morell na Hill and Knowlton, Tel: +32.2.737.9514,
Fax: +32.2.737.9501, Email: [email protected]
Para os meios audiovisuais interessados, por favor inscreva-se junto de Gérald Alary na DDB
Focus Europe, Tel: +32.2.761.2029, Fax: +32.2.761.1906, Email: [email protected]
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Anexo
Enfrentando os desafios:
algumas alternativas das ciências da vida e biotecnologias
Abaixo estão alguns exemplos de pesquisa financiados pela Comissão Europeia em
resposta a alguns dos desafios enfrentados pela agricultura nos países em vias de
desenvolvimento. Estes países empregam uma vasta gama de ferramentas e estratégias,
incluíndo métodos de reprodução modernos e, em alguns casos, modificação genética de
plantas.
Para maiores detalhes destes e outros projectos de investigação visitar este sítio web:
http://europa.eu.int/comm/research/conferences/2003/sadc
Melhorar a saúde e a nutrição sem comprometer a segurança dos alimentos e do ambiente
- Aumentar o valor nutricional do sorgo
O sorgo é o quinto cereal mais produzido no mundo e o único adaptado a condições semiáridas. Contudo, e apesar de estar largamente disponível, é indigesto e por isso oferece
benefícios nutricionais limitados. Um projecto desenvolveu processos de maltagem e
fermentação para melhorar o valor nutricional do grão de sorgo e aumentar o seu uso como
fonte de proteína.
Aumentar a viabilidade económica da produção de alimentos
- Prevenir as doenças do gado
A peste bovina é uma das mais devastadoras doenças que afecta animais. Na sequência de
grandes campanhas de vacinação, este projecto, financiado pela Comissão Europeia e 3
Estados-Membros, visa estabelecer um sistema de vigilância que irá permitir aos países
africanos monitorar e controlar a saúde dos seus rebanhos por si mesmos. O objectivo final
será assegurar a erradicação da peste bovina e alcançar um desenvolvimento harmonioso e
produtivo de criação de animais em África.
Produção de alimentos sob condições marginais
- Melhorar o controlo de ervas daninhas
As Witchweeds (ou striga) são parasitas de raízes que afectam muitas culturas tropicais,
não só ao competir pelos nutrientes, mas também por sugarem literalmente os nutrientes
das culturas. Este projecto procura desenvolver variedades de milho e sorgo por selecção
para resistirem melhor às ervas daninhas, como parte de um plano integrado e largamente
implementado para controlar as witchweeds.
- Plantar milho em solos ácidos
O milho é uma das 3 mais importantes culturas e estima-se que a sua procura irá dobrar em
2020. Contudo, é susceptível à acidez do solo que ocorre em 43% da área de solo tropical
do mundo. Este projecto procura acelerar o desenvolvimento de novas culturas (variedades)
de milho que são resistentes a solos ácidos tropicais através de uma abordagem que não
utilize os OGM. Deve também conduzir a uma recomendação para prevenir no futuro uma
maior acidificação do solo.
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Reduzir a pobreza através da produção de rendimentos e pela criação de novos mercados
- Produção de rendimentos a partir de resíduos de café
A polpa de café soma quase cerca de metade da produção anual de café em termos de
volume. O objectivo deste projecto, instalado na América Latina, era reciclar e valorizar a
polpa e a casca do café para obter produtos com maior utilidade, como a ensilagem.
Como os países em vias de desenvolvimento podem tornar-se participantes na utilização
dos novos conhecimentos acerca dos genomas
- Ferramentas moleculares para o cruzamento de sementes oleaginosas
O óleo de colza é um óleo comestível que contém uma quantidade equilibrada de ácidos
gordos e cuja percentagem é quase óptima para a saúde e nutrição humana. O óleo de
colza representa uma excelente cultura de rendimentos para os países em vias de
desenvolvimento, especialmente em países em vias de desenvolvimento onde o subproduto
da produção de óleo pode ser usado como alimentação para animais. Este projecto visa
facilitar o rápido desenvolvimento de culturas de óleo de colza, que são capazes de crescer
em condições locais e sob regime de pequenas explorações agrícolas, promovendo a
cooperação entre centros de pesquisa de culturas Europeias e Chinesas no uso de
modernos instrumentos e estratégias de reprodução.
Reduzir o uso de pesticidas
- Promover a gestão integrada das pragas do algodão
O algodão é a principal cultura comercial em muitos países asiáticos, mas está sujeito a
uma variedade de pragas que eram, até recentemente, só tratadas através de doses
massivas de pesticidas, com inevitáveis danos para o meio ambiente e a saúde humana.
Um projecto conjunto da FAO1 – CE está a ensinar aos agricultores estratégias de gestão
integrada de pragas, de forma a que estes não confiem demasiado nos pesticidadas.
- Utilização da biotecnologia para melhorar a resistência das culturas às pragas
Melhorar a resistência das culturas às doenças causadas pelos vírus, fungos e nemátodos é
a principal prioridade para a agricultura. As actuais estratégias de protecção, baseadas no
uso extensivo de químicos, são consideradas insuportáveis para uma agricultura sustentável
devido ao impacto negativo no ambiente. A engenharia genética promete técnicas para
ultrapassar estes problemas ao melhorar a resistência natural das plantas às doenças.
Fornecer uma mais-valia a partir da agrobiodiversidade
- Ajudar as culturas a alimentarem-se a si próprias
As culturas de leguminosas são de grande importância em todos os países em vias de
desenvolvimento, sendo uma fonte de proteínas tanto na dieta humana como na forragem
animal. Além de que são a chave da possibilidade de uma agricultura sustentável por causa
dos seus nódulos radiculares que contêm bactérias (rhizobia) que fixam o nitrogénio
atmosférico, tornando-o disponível para a planta. Isto reduz a necessidade de fertilizantes
de nitrogénio. A China é uma região com uma particular elevada variedade de bactérias que
continuam largamente inexploradas. Este projecto foca a caracterização destes recursos
com o objectivo de melhorar a qualidade dos inoculantes rhizobial para uso agrícola.
Para mais informações:
Sítio web: http://europa.eu.int/comm/research/sadc
Stéphane Hogan, Adido de Imprensa, DG Investigação, Comissão Europeia
Tel: +32.2.2962965 - Email: [email protected]
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Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura
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Brussels, 29 January 2003
Programa para os media
Em direcção a uma agricultura sustentável para os países
em vias de desenvolvimento: as alternativas das ciências
da vida e da biotecnologia
Conferência, 30-31 de Janeiro de 2003
Edifício Charlemagne, rue de la Loi 170, Bruxelas
Destaques dia 1:
10:00 boas vindas & introdução (20’) por Philippe Busquin, Comissário para a Investigação
11:00 conferência de imprensa com o Comissário Ph. Busquin e o Prof. Patrick
Cunningham, membro do Grupo Europeu das Ciências da Vida (sala S1)
12:00 almoço de confraternização com os participante (sala VIP )
(incluíndo representantes dos países em vias desenvolvimento, agricultores,
cientistas, responsáveis pelas políticas, organizações de consumidores, ONG)
13:00 reunião dos media com os membros do Grupo Europeu das Ciências da Vida (sala
VIP)
17:00 final do primeiro dia
Destaques dia 2:
09:00 início da conferência
10:40 reflexão política para a DG Desenvolvimento pelo Comissário P. Nielson
11:00 reflexão política para a DG Investigação pelo Comissário Ph. Busquin
12:00 almoço de confraternização
16:00 final da conferência
Informação aos editores:
Por favor notar que um número limitado de computadores, telefones e fax estarão
disponíveis para os jornalistas na sala VIP.
É necessária inscrição para entrar no edifício Charlemagne.
O programa completo da conferência está disponível em linha:
http://europa.eu.int/comm/research/sadc
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Em direcção a uma agricultura sustentável para os países