. C S ) ipen AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESTUDO PRELIMINAR DO COMPORTAMENTO DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS (HPAs) EM SOLO POR ISOTERMAS DE SORÇÃO ADRIANA D'AGOSTINHO D i s s e r t a ç ã o a p r e s e n t a d a c o m o p a r t e dos requisitos para o b t e n ç ã o d o G r a u de Mestre em Ciências na Á r e a d e Tecnologia Nuclear-Materiais. Orientadora: Ora. Marlene Sotto-Mayor Flues 64.2 São Paulo 2004 INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES Autarquia associada à Universidade de São Paulo ESTUDO PRELIMINAR DO COMPORTAMENTO DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS (HPAs) EM SOLO POR ISOTERMAS DE SORÇÃO / ADRIANA D'AGOSTINHO D i s s e r t a ç ã o a p r e s e n t a d a c o m o parte dos requisitos para obtenção do Grau de M e s t r e e m C i ê n c i a s na Á r e a de T e c n o l o g i a N u c l e a r - Matérias Orientadora: Dra. Marlene Sotto-Mayor Flues SÃO PAULO 2004 A Dr. Bezerra de M e n e z e s , q u e m e ensina todos os dias, à t o r n a r - m e um ser h u m a n o melhor. AGRADECIMENTOS Desejo primeiramente agradecer a o s benfeitores da C a s a Perseverança, q u e c o m muito carinho, s e m p r e iluminam m e u s c a m i n h o s . A m e u s pais Clarice e Orlando e a o s m e u s irmãos Elaine e Fabiano pelo apoio e estímulo. A m i n h a orientadora Dra. Marlene Sotto-Mayor Flues, pela orientação, incentivo, apoio e d e d i c a ç ã o n a orientação. A Dr. Jorge Moreira V a z pelo apoio e colaborações nos ensaios analíticos. A Dra. Maria Aparecida Faustino Pires por permitir o a c e s s o aos laboratórios e uso d e e q u i p a m e n t o s do C O M A . A o s técnicos do C O M A d o I P E N pela assistência c o n c e d i d a durante a fase experimental. A Nilce Ortiz, Iara M.C. C a m a r g o e Denise Fungare d o I P E N pelas contribuições técnicas e colaborações na e t a p a d e discussão do trabalho. A Eng. Q u í m i c a Glória Nair de Oliveira Freire e a o laboratório da C E T R E L , pela realização d a s análises q u í m i c a s . A todos q u e contribuíram para q u e essa pesquisa s e realizasse. E S T U D O P R E L I M I N A R DO C O M P O R T A M E N T O DE H I D R O C A R B O N E T O S P O L I C Í C L I C O S A R O M Á T I C O S ( H P A s ) EM S O L O POR I S O T E R M A S D E SORÇÃO Adriana D'Agostinho RESUMO S ã o freqüentes o s v a z a m e n t o s de diesel nos postos de combustíveis no Brasil. O s Hidrocarbonetos Policíclicos A r o m á t i c o s (HPAs) são indicadores d a p r e s e n ç a de contaminação por hidrocarbonetos pesados como o óleo diesel e altamente tóxicos. O presente trabalho apresentou um estudo preliminar são do c o m p o r t a m e n t o d o s H P A s e m solo tropical e m m e i o água/metanol utilizando o m o d e l o d e i s o t e r m a de sorção d e Freundiich. O s HPAs estudados foram: antraceno, benzo(a)pireno, fluoranteno e pireno. A s curvas de sorção obtidas para o s H P A s e s t u d a d o s f o r a m d o tipo-S, p r o v a v e l m e n t e por c a u s a d a s c o n d i ç õ e s experimentais do s i s t e m a s o l o - á g u a - m e t a n o l . O benzo(a)pireno a p r e s e n t o u a maior porcentagem de sorção ao solo e a seguinte o r d e m d e sorção foi observada: benzo(a)pireno > pireno > fluoranteno > antraceno. A c u r v a de s o r ç ã o permitiu o cálculo d o coeficiente d e distribuição (Kd). O valor do Kd experimental apresentou valores m e n o r e s q u e o valor Kd calculado a partir de Koc (coeficiente de partição normalizado pelo c a r b o n o orgânico) d a literatura. O estudo da interação de H P A s no s i s t e m a á g u a - m e t a n o l - s o l o mostrou q u e pode ocorrer u m a redução do valor d e Kd neste m e i o , isto é, a presença do cosolvente (metanol) a u m e n t a a disponibilidade dos H P A s no solo e portanto favorece a c o n t a m i n a ç ã o d o aqüífero. A l é m d o efeito da cosolvência, a porcentagem d e matéria orgânica e argila no solo t a m b é m influenciaram o valor de Kd d o s H P A s no solo. PRELIMINARY STUDY OF POLYCYCLIC AROMATIC HYDROCARBONS (PAHs) B E H A V I O R IN S O I L U S I N G S O R P T I O N I S O T E R M S Adriana D'Agostinho ABSTRACT Diesel leak f r o m gas stations is frequent in Brazil. T h e presence of Polycyclic Aromatic Hydrocarbons (PAHs) is a indication of c o n t a m i n a t i o n by heavy hydrocarbons a s diesel oil a n d are highly toxics. T h e present research presented a preliminary study of P A H s behavior in tropical soil in methanol/water s y s t e m using the Freundiich sorption isotherm m o d e l . T h e P A H s studied w e r e : antracene, benzo(a)pyrene, fluoranthene a n d pyrene. T h e sorption curves acquired for the PAHs studied were S-type, probably due to water/methanol experimental conditions. Benzo(a)pyrene presented t h e highest soil sorption percentage a n d the following sorption s e q u e n c e was o b s e r v e d : benzo(a)pyrene> pyrene > fluorantene > antracene. The sorption curve allowed the distribution coefficient (Kd) calculation. T h e experimental Kd value presented lower values t h a n Kd calculated by literature Koc values (partition coefficient normalized by organic carbon). T h e P A H s interaction study on the water-methanol-soil s y s t e m s h o w e d that a reduction of Kd value c a n occur o n this s y s t e m condition, that is, t h e presence of cosolvent (methanol) e n h a n c e d the soil P A H s availability and therefore aid the aquifer c o n t a m i n a t i o n . Beyond the cosolvency effect, the soil organic matter percentage a n d clay also influenced the Kd value of P A H s in the soil. ESTUDO PRELIMINAR DO C O M P O R T A M E N T O DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS (HPAs) EM S O L O S P O R I S O T E R M A S DE S O R Ç Ã O SUMÁRIO Página 1 INTRODUÇÃO 11 2 OBJETIVO 13 3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS 14 3.1 Importância do Estudo de contaminações d e H P A s e m solo 14 3.2 Solo 14 3.2.1 C o m p o s i ç ã o do solo 14 3.2.2 Substâncias h ú m i c a s do solo 16 3.3 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) 19 3.3.1 Propriedades dos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) 19 3.3.2 C o m p o r t a m e n t o de H P A s e m s o l o . . 20 3.3.2.1 A d s o r ç ã o versus Processo de partição 23 3.3.2.2 Interação hidrofóbica 24 3.3.3 Análises Q u í m i c a s 29 3.4 Isotermas d e sorção 31 3.5 Mobilidade dos H P A s no solo e os coeficientes de distribuição (Kd, Koc e Kow) 35 3.6 Importância da d e t e r m i n a ç ã o do coeficiente d e distribuição (Kd) para os estudos de análises d e risco 40 3.7 Efeito cosolvência 41 4 PARTE EXPERIMENTAL 44 4.1 A m o s t r a g e m 44 4.2 Caracterização físico-química do solo 45 4.2.1 Análise Granulométrica 45 4.2.2 Determinação d o pH d o solo 47 4.2.3 Determinação d a P o r c e n t a g e m de C a r b o n o Orgânico 48 4.2.4 Determinação d a c a p a c i d a d e de troca cationica 50 4.3 Isotermas d e sorção 52 4.4 Análises químicas 55 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 66 5.1 Caracterização d o solo 66 5.2 Resultados analíticos dos H P A s 67 5.3 Avaliação d a s isotermas de sorção 67 5.3.1 Avaliação d a s isotermas de Freundiich 75 5.4 Coeficientes d e Distribuição (Kd) para o s HPAs.. 87 5.5 Porcentagem d e sorção dos H P A s no solo estudado 93 6 CONCLUSÕES 96 A N E X O 1 V A L O R E S DE L O G DE K O C (EPA, 1996) 99 ANEXO 2 V A L O R E S DE L O G DE K O C (Bockting et. al, 1993) 102 REFERÊNCIAS 104 TABELAS T A B E L A 1 : - C o m p o s i ç ã o q u í m i c a m é d i a das substâncias l i ú m i c a s constituintes do solo 17 T A B E L A 2-Constantes físico-químicas dos H P A s (antraceno, benzo(a)pireno, fluoranteno e pireno) 21 T A B E L A 3 - Características toxicológicas dos c o m p o s t o s H P A s (antraceno, benzo(a)pireno, fluoranteno e pireno) 22 T A B E L A 4 - Resultados d a c o n f i r m a ç ã o das concentrações de H P A s . 53 T A B E L A 5 - C o n c e n t r a ç õ e s d e H P A s utilizadas e m c a d a ensaio das isotermas d e sorção 54 T A B E L A 6 - C o n c e n t r a ç õ e s de H P A s adicionadas à s a m o s t r a s d e solo do horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B (1,0-1,1 m)... 56 T A B E L A 7 - Condições Cromatográficas utilizadas nas análises d o s H P A s 59 T A B E L A 8 - Resultados de a m o s t r a branco do laboratório e a m o s t r a referência 61 T A B E L A 9 - Estudo de limite d e d e t e c ç ã o dos H P A s 65 T A B E L A 10 - Resultados de caracterização físico-química das a m o s t r a s de solo 66 T A B E L A 11 - Resultados dos ensaios d e sorção de H P A s e m a m o s t r a d e solo d o horizonte A (0-10 c m ) 68 T A B E L A 12 - Resultados dos ensaios de sorção de H P A s e m a m o s t r a d e solo d o horizonte B (1,0 -1,1 m) 69 T A B E L A 13 - Valores de n e Kf calculados pelas e q u a ç õ e s de Freundiich para os H P A s nas amostras de solo do horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B ( 1 , 0 - 1 , 1 m ) . . 78 T A B E L A 14 - C o m p a r a ç ã o dos valores do coeficiente de distribuição (Kd) calculados c o m base nos dados de Koc d o EPA (1996) c o m o s d a d o s obtidos e x p e r i m e n t a l m e n t e das a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B (1,0-1,1m) ..88 T A B E L A 15 - C o m p a r a ç ã o dos valores do coeficiente de distribuição (Kd) calculados c o m base nos dados d e Koc do relatório holandês (Bockting et al. 1993) c o m o s d a d o s obtidos e x p e r i m e n t a l m e n t e das a m o s t r a s d e solo d o horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B (1,0-1,1m)... 89 T A B E L A 16 - Porcentagens de sorção dos H P A s nas a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-10cm) e horizonte B (1,0-1,1m) 94 FIGURAS F I G U R A 1- Estrutura bidimencional d o ácido húmico 17 F I G U R A 2 - Interação de c o m p o s t o s orgânicos c o m o solo: a d s o r ç ã o versus processo de partição 23 F I G U R A 3 -Equilíbrio de partição do fenantreno c o m o solo 25 F I G U R A 4 - Modelo de Interação entre poluentes orgânicos e h ú m u s e m fase sólida e a q u o s a 26 F I G U R A 5 - C o m p o r t a m e n t o do c o n t a m i n a n t e orgânico no solo 28 F I G U R A 6 - Tipos de isotermas d e sorção 33 F I G U R A 7 - C r o m a t o g r a m a de análise dos H P A s 60 F I G U R A 8 - C u r v a s de calibração d o s H P A s 62 F I G U R A 8 - Continuação - Curvas de calibração dos H P A s 63 F I G U R A 9A - C u n / a de sorção d o A n t r a c e n o para a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B (1,0-1,1 m ) 79 F I G U R A 9 B - C u r v a de sorção d o Benzo(a)pireno para a m o s t r a s d e solo do horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B (1,0-1,1 m) 80 F I G U R A 9C - C u r v a de sorção d o Fluoranteno para a s a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B (1,0-1,1 m) 81 F I G U R A 9 D - C u r v a de sorção do Pireno para as a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B (1,0-1,1 m) 82 F I G U R A 10A - Isoterma d e Freundiich para o A n t r a c e n o para as a m o s t r a s de solo d o horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B (1,0-1,1 m ) 83 F I G U R A 10B - Isoterma de Freundiich para o Benzo(a)pireno para as a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-10 cm) e horizonte B (1,0-1,1 m) 84 F I G U R A 10C - Isoterma de Freundiich para o Fluoranteno para a s a m o s t r a s d e solo d o horizonte A (0-10 cm) e horizonte B (1,0-1,1 m) 85 F I G U R A 10D - Isoterma de Freundiich para o Pireno - A m o s t r a s d e solo do horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B (1,0-1,1 m) 86 F I G U R A 11 - Porcentagens de sorção d a s a m o s t r a s de solo do horizonte A (010cm) e horizonte B ( 1 , 0 - 1,1m)..... 95 11 E S T U D O P R E L I M I N A R D O C O M P O R T A M E N T O DE H I D R O C A R B O N E T O S P O L I C Í C L I C O S A R O M Á T I C O S ( H P A s ) EM S O L O P O R I S O T E R M A S D E SORÇÃO 1 INTRODUÇÃO S ã o freqüentes o s problennas das industrias de petróleo decorrentes de vazannentos, d e r r a m e s e acidentes ambientais envolvendo combustíveis fósseis e seus derivados. S e g u n d o a A g ê n c i a d e Proteção A m b i e n t a l N o r t e - A m e r i c a n a (U.S. E P A ) , nos Estados Unidos e x i s t e m mais 1,5 milhões de t a n q u e s subterrâneos de combustíveis, sendo q u e d e s t e s , 4 0 0 . 0 0 0 j á foram substituídos o u adaptados às novas legislações federais q u e entraram e m vigor no final d e 1998. E m f u n ç ã o destas legislações, m a i s de 2 5 0 . 0 0 0 c a s o s d e v a z a m e n t o s j á f o r a m identificados e mais de 97.000 remediações completadas. (Corseuil e Martins, 1997). S e m a n a l m e n t e mais d e mil n o v o s c a s o s d e v a z a m e n t o s e s t ã o s e n d o encontrados nos Estados Unidos (Bratberg e H o p k i n s , 1995). A t u a l m e n t e , c o m o g r a n d e c r e s c i m e n t o do n ú m e r o de postos combustíveis no Brasil a partir d a d é c a d a d e 70, verificou-se t a m b é m de uma elevada preocupação c o m e s s a problemática ambiental e e m especial c o m o grande potencial de risco de c o n t a m i n a ç ã o das á g u a s subterrâneas decorrentes de d e r r a m a m e n t o s d e combustível. Devido a e s s a p r o b l e m á t i c a crescente, o e s t a d o d e S ã o Paulo, estabeleceu, através de p r o c e d i m e n t o elaborado pela C e t e s b (Cetesb, 2 0 0 2 ) , u m a n o r m a d e identificação d e passivos ambientais e m postos distribuidores de combustíveis. Este procedimento visa à caracterização do solo e água subterrânea quanto à p r e s e n ç a d e hidrocarbonetos constituintes d e c o m b u s t í v e i s automotivos na área d e postos revendedores e de a b a s t e c i m e n t o . 12 Este novo procedimento v e m a o encontro da necessidade de u m a legislação mais restritiva no setor, j á q u e c o m o grande n ú m e r o de postos d e a b a s t e c i m e n t o no Brasil acredita-se q u e s ã o n u m e r o s o s os passivos ambientais decorrentes d e v a z a m e n t o s ou d e r r a m e s de produtos ou resíduos para o solo. S e g u n d o d a d o s publicados pela A g ê n c i a Nacional d e Petróleo (ANP) e m 2 0 0 3 , o Brasil conta c o m 13 refinarias de petróleo, 19 terminais marítimos e 2 0 terrestres, 100 bases de distribuição de combustível, 164 distribuidoras, somando a p r o x i m a d a m e n t e 2 9 . 8 0 4 postos d e revenda distribuídos e m t o d o o país. No a n o d e 2002 o v o l u m e de v e n d a de gasolina e diesel foi d e 22,365 mil m^ e 3 7 , 6 1 6 mil m^ respectivamente ( A N P , 2003). Como investigação parte deste ambiental novo deve procedimento incluir a elaborado determinação pela C e t e s b , quantitativa a dos c o n t a m i n a n t e s orgânicos B T E X (benzeno, tolueno etilbenzeno e xileno) e H P A s (Hidrocarbonetos Policíclicos subterrânea coletada indicativa da determinação nos presença de HPAs Aromáticos) nas amostras de solo e água postos de a b a s t e c i m e n t o . A análise de B T E X de é hidrocarbonetos indicativa da leves como presença de a gasolina, e é a contaminação por hidrocarbonetos p e s a d o s c o m o o óleo diesel. O s H P A s s ã o c o m p o s t o s que c a u s a m elevado i m p a c t o a s a ú d e h u m a n a , devido a s u a alta toxicidade. 13 2 OBJETIVO N e s s e contexto da problemática ambiental, este trabalho t e m c o m o objetivo c o m p r e e n d e r melhor o c o m p o r t a m e n t o do diesel e m c a s o de v a z a m e n t o s e m postos d e gasolina. A presente dissertação de mestrado visa apresentar u m estudo preliminar do c o m p o r t a m e n t o d o s H P A s no solo utilizando o m o d e l o d e isoterma de sorção do tipo Freundiich. O objetivo é c o m p r e e n d e r m e l h o r as propriedades físicas e químicas d o s H P A s q u e afetam s u a sorção nas diversas frações do solo e t a m b é m avaliar o cálculo do coeficiente de partição distribuição (Kd), por isotermas d e s o r ç ã o , u m fator coeficiente aplicado aos m o d e l o s de avaliação d e risco a m b i e n t a l . ou importante 14 3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS 3.1 I m p o r t â n c i a d o E s t u d o d e c o n t a m i n a ç õ e s d e H P A s e m s o l o O s H P A s t ê m recebido mais a t e n ç ã o d e s d e q u e f o r a m encontrados no s o l o pela primeira vez por B l ü m e r e m 1 9 6 1 , devido ao elevado impacto no m e i o a m b i e n t e e d o seu potencial carcinogênico. A concentração d e H P A s no solo t e m a u m e n t a d o consideravelmente devido à a m p l i a ç ã o d e seu uso industrial no último século, como o aumento d o trânsito nos grandes centros urbanos e aos freqüentes v a z a m e n t o s de diesel provenientes d e postos d e c o m b u s t í v e i s . A importância do e s t u d o do c o m p o r t a m e n t o de H P A s e m solo s e d e v e a ocorrência de c o n t a m i n a ç õ e s d e aqüíferos por H P A s e c o n s e q ü e n t e m e n t e a c o n t a m i n a ç ã o de á g u a utilizada para c o n s u m o h u m a n o . Para tanto, pesquisas d a s propriedades físicas e q u í m i c a s d e s s e s c o m p o s t o s , d a s características d o s o l o , e dos m e c a n i s m o s de s o r ç ã o , são necessários. A sorção de H P A s pelo solo, f e n ô m e n o q u e pode incluir a a d s o r ç ã o e a b s o r ç ã o dos c o n t a m i n a n t e s , é a partição de espécies q u í m i c a s entre a fase líquida (solução do solo) e sólida (solo). Neste processo d e partição, moléculas dissolvidas deixam a fase líquida e e n t r a m na fase sólida através d e alguns mecanismos que ainda não estão plenamente compreendidos. A partição c o n t i n u a até q u e seja atingido u m equilíbrio (Cleary, 1991). O f e n ô m e n o de partição do c o n t a m i n a n t e entre f a s e sólida e líquida pode ser m a t e m a t i c a m e n t e descrito por u m a isoterma de s o r ç ã o . 3.2 S o l o 3.2.1 C o m p o s i ç ã o d o s o l o Solos são sólidos porosos formados na superfície d a terra por p r o c e s s o s de intemperismo derivados d e f e n ô m e n o s biológicos, geológicos e hidrológicos (Sposito, 1989). A parte sólida d o solo é c o m p o s t a de 9 5 % de material inorgânico (argilominerais, areia e silte) e 5 % de matéria orgânica, c o m t e o r e s variáveis d e p e n d e n d o das características regionais. 15 Os solos são formados por múltiplos compostos em sistemas bioquímicos abertos c o n t e n d o sólidos, líquidos e g a s e s . Esses s i s t e m a s s ã o designados abertos, pois o solo troca a m b o s matéria e energia c o m a a t m o s f e r a , biosfera e hidrosfera a o s e u redor. E s s e fluxo de energia e matéria é a l t a m e n t e variável e essencial no desenvolvimento do perfil do solo e d e s u a fertilidade (Sposito, 1989). Nos últimos degradabilidade de anos, t e m - s e poluentes reconhecido persistentes como que os a disponibilidade HPAs em s o l o não ou é constante, m a s d e c r e s c e c o m o a u m e n t o d o t e m p o d e residencia dos c o m p o s t o s no solo, d e p e n d e n d o das propriedades d a matéria orgânica d o solo (Krauss e W i i c k e , 2002) e das características d o c o n t a m i n a n t e orgânico. Matéria orgânica é u m importante constituinte d a porção sólida do solo, e devido a s u a c o m p l e x i d a d e estrutural, o e s t a b e l e c i m e n t o de sua c o m p o s i ç ã o química ainda não está bem definido. Entretanto, algumas informações importantes d a s substâncias h ú m i c a s q u e f o r m a m a fração orgânica d o solo j á são c o n h e c i d a s . A s substâncias mais e s t u d a d a s e c o n h e c i d a s são o s ácidos h ú m i c o s e fúlvicos. Essas substâncias, de variado e e l e v a d o peso molecular, s ã o f o r m a d a s pelas diversas reações q u í m i c a s entre diferentes ácidos presentes no solo c o m a matéria orgânica de vegetais em orgânicos decomposição (Sposito, 1989). Esses ácidos são fundamentais em estudos ambientais de c o n t a m i n a n t e s orgânicos e t a m b é m inorgânicos. Eles s ã o responsáveis pelos m e c a n i s m o s d e transporte e sorção d o s c o n t a m i n a n t e s . Estudos científicos c o m p r o v a m a influência d a s substâncias h ú m i c a s no c o m p o r t a m e n t o de c o m p o s t o s orgânicos c o m o os H P A s . Lesage et a l . (1995) mostrou que a a d i ç ã o de substâncias h ú m i c a s e m aqüíferos a u m e n t a a solubilidade dos H P A s . contaminados 16 3.2.2 S u b s t â n c i a s h ú m i c a s d o s o l o A s s u b s t â n c i a s h ú m i c a s s ã o m a c r o m o l é c u l a s polieletrolíticas d e alto p e s o molecular. S ã o c o m p o s t o s resistentes à d e g r a d a ç ã o , f o r m a d o s d u r a n t e a d e c o m p o s i ç ã o d e vegetais no solo, s e d i m e n t o s d e pântanos, turfa, c a r v ã o e linhito. Segundo relacionadas a Stevenson ele estão entre (1994), os ácidos materiais húmicos orgânicos e substâncias mais largamente distribuídos n a terra. Elas são e n c o n t r a d a s não a p e n a s no solo, m a s t a m b é m e m á g u a s naturais, á g u a s d e esgoto, d e p ó s i t o s d e a d u b o c o m p o s t o , sedimentos m a r i n h o s e e m vários outros depósitos. A s diferenças entre ácidos h ú m i c o s e fúlvicos p o d e m ser explicadas pela variação d o peso molecular, n ú m e r o d e grupos funcionais (carboxílicos, fenólicos, etc.) e grau d e polimerização (Schnitzer e K h a n , 1978; M a n a h n et al., 1978; S t e v e n s o n , 1994). Na TAB.1 estão a p r e s e n t a d a s composições médias dessas duas substâncias e s u a s c o m p o s i ç õ e s e l e m e n t a r e s s ã o a p r e s e n t a d a s abaixo: Á c i d o H ú m i c o : C 308H328O90N5S Á c i d o Fúlvico: C135H182O95N5S2 Através da composição química dos ácidos húmicos e fúlvicos a p r e s e n t a d o s n a T A B . 1 e de s u a s c o m p o s i ç õ e s elementares, pode-se o b s e r v a r que teores m a i o r e s d e c a r b o n o e m e n o r e s d e oxigênio estão presentes no ácido h ú m i c o e q u e a m a s s a molecular d o á c i d o h ú m i c o é b e m maior do q u e d o ácido fúlvico. O b s e r v a - s e t a m b é m pela T a b e l a 1 , q u e o ácido fúlvico c o n t é m mais grupos carboxílicos por unidade d e m a s s a do que o ácido h ú m i c o e t a m b é m c o n t é m a m a i o r acidez (somatória d o s g r u p o s funcionais carboxílicos e fenólicos). :f^sAO m.\om- DÍ E^IER^A NUCLÍ-AR'SP-IPE^ 17 T A B E L A 1 : - C o m p o s i ç ã o q u í m i c a m é d i a das substâncias h ú m i c a s constituintes d o s o l o . A d a p t a d o de Sposito (1989). Ç H N (g kg ') (g kg ') (g kg Acido húmico 560 47 32 Á c i d o fúlvico 457 54 21 Substância S O (g kg ') COOH O H fenólico (g kg ') (mol kg') 8 355 3,6 3,1 19 448 8,2 3,0 (mo! kg') O s t e r m o s h u m i n a , ácido h ú m i c o e ácido fúlvico não s e referem a c o m p o s t o s isolados, m a s a u m a a m p l a faixa de c o m p o s t o s d e o r i g e m g e r a l m e n t e similar c o m muitas propriedades e m c o m u m . A estrutura d e s s e s c o m p o s t o s é indefinida e devido a s u a e l e v a d a c o m p l e x i d a d e , o e n t e n d i m e n t o d a s reações de seus sítios de caráter hidrofóbico e caráter hidrofílico são ainda pouco compreendidos. Através utilizando-se verificou-se de técnica que estudos de realizados espectroscopia a estrutura molecular por de Schulten e ressonância do ácido húmico Schnitzer (1993), magnética nuclear, incorpora porções aromáticas e t a m b é m grandes porções alifáticas c o n f o r m e a p r e s e n t a d o na F I G . 1 . F I G U R A 1 - Estrutura bidimencional d o ácido h ú m i c o . Schütten e Schnitzer (1993). 18 Através d a estrutura bidimensional proposta por Schutten e Shnitzer, pode-se observar pontos hidrofóbicos (aromáticos) e pontos hidrofílicos (grupos alifáticos) que c o n t r i b u e m para os diferentes m e c a n i s m o s de sorção dos H P A s a o solo. Pode-se t a m b é m observar q u e este m o d e l o proposto não a p r e s e n t a íons metálicos, que é referenciado por outros autores c o m o Sposito (1989), q u e m e n c i o n a a p r e s e n ç a de íons metálicos c o m ferro, alumínio e sílica do solo. Estudos realizados por W e i s s e n f e l s et al. (1992) m o s t r a r a m q u e a quantidade de c a r b o n o orgânico e a hidrofobicidade d a matéria orgânica do solo s ã o considerados o s parâmetros responsáveis pelo d e c r é s c i m o d a disponibilidade dos H P A s no m e i o a m b i e n t e . Gauthier et al. (1986) t a m b é m m o s t r a r a m q u e a aromaticidade do substrato h ú m i c o exerce papel importante nas ligações de poluentes a r o m á t i c o s . Eles estabeleceram a hipótese q u e u m a u m e n t o no n ú m e r o de ligações de carbono conjugadas aumentam a polaridade do substrato húmico e sua habilidade de ligar-se a c o m p o s t o s orgânicos neutros não polares. Dados d a literatura (Gauthier et a l . , 1986; Chiou et al., 1987; Chin e W e b e r , 1989) m o s t r a r a m que tanto a a r o m a t i c i d a d e quanto o peso molecular, s ã o bons indicadores da habilidade das substâncias húmicas na retenção de c o n t a m i n a n t e s orgânicos não polares. Sabe-se que a composição química das substâncias húmicas presentes nos solos varia muito c o m a região, tipo d e solo e clima, daí a dificuldade de s e pesquisar a estrutura d e s s a s m o l é c u l a s , entretanto é c o n s e n s o q u e essas substâncias s ã o as maiores responsáveis pelos m e c a n i s m o s de s o r ç ã o de contaminantes orgânicos ao solo. 19 3.3 H i d r o c a r b o n e t o s P o l i c í c l i c o s A r o m á t i c o s ( H P A s ) 3.3.1 P r o p r i e d a d e s d o s H i d r o c a r b o n e t o s P o l i c í c l i c o s A r o m á t i c o s ( H P A s ) O s H P A s constituem u m a c l a s s e de c o m p o s t o s q u í m i c o s orgânicos perigosos, f o r m a d o s por dois o u mais anéis de benzeno, e m arranjos lineares, angulares ou e m grupos, c o n t e n d o Edwards, 1997). Alguns c o n t ê m carbono e hidrogênio (Cerniglia, 1992; heteroátomos c o m o enxofre e nitrogênio e f o r m a m u m g r a n d e e heterogêneo grupo d e mais d e u m a c e n t e n a d e c o m p o s t o s , entretanto a s moléculas mais tóxicas c o n h e c i d a s atualmente p o s s u e m d e quatro a sete anéis de benzeno. Neste grupo estão inclusos dois dos c o m p o s t o s objeto d e s s e estudo: pireno e benzo(a)pireno; o s outros dois c o m p o s t o s s ã o antraceno e fluoranteno, q u e p o s s u e m três anéis de b e n z e n o . Estes c o m p o s t o s s ã o poluentes orgânicos d e grande persistência ( P O P ) ambiental e estão na lista d e poluentes prioritários d a A g ê n c i a d e Proteção Ambiental Americana (EPA, 2 0 0 4 ) , e d e s d e a s u a d e s c o b e r t a a l g u n s são r e c o n h e c i d a m e n t e carcinogênicos e m u t a g ê n i c o s (Keith e Telliard, 1979). S ã o c o m p o s t o s hidrofóbicos e praticamente insolúveis e m á g u a , o q u e contribui para s u a persistência no meio a m b i e n t e . S e u caráter lipofílico, persistente e genotóxico a u m e n t a m c o m o a u m e n t o do t a m a n h o molecular a partir das moléculas c o m quatro ou cinco anéis de benzeno (Jacob et. al., 1986). Esses compostos aromáticos persistentes são formados pela c o m b u s t ã o incompleta d e materiais orgânicos, c o m o a madeira e c o m b u s t í v e i s fósseis e e s t ã o a s s o c i a d o s c o m u m a a m p l a lista d e resíduos industriais: refinaria, produção d e c o q u e , preservação d e m a d e i r a (creosoto) e combustíveis fósseis ( R a m z i , 1988). A maior fonte d e c o n t a m i n a ç ã o d e H P A s no m e i o a m b i e n t e e m n o s s o s dias é proveniente de produtos d e petróleo (Roberts, 1998). A s características dos H P A s q u e a f e t a m s u a sorção e m solo são: características q u í m i c a s , solubilidade e m água e t a m a n h o molecular ( R a m z i , 1988). A s propriedades químicas e físico-químicas d o s H P A s são, e m g r a n d e parte, d e t e r m i n a d a s por seus s i s t e m a s d e duplas c o n j u g a d a s , q u e v a r i a m c o m o n ú m e r o d e anéis e, portanto, c o m s u a s m a s s a s moleculares. O s valores de 20 algumas constantes físico-químicas relevantes para a compreensão do c o m p o r t a m e n t o ambiental d e s s e s c o m p o s t o s , são a p r e s e n t a d a s na T A B . 2 . A partir dos d a d o s a p r e s e n t a d o s na T A B . 2 , pode-se observar a l g u m a s características gerais d o s H P A s : baixa solubilidade e m á g u a ; a l t a m e n t e solúveis em solventes orgânicas, orgânicos e altamente lipofílicas, expressas lipofílicos; s u a s afinidades por através do coeficiente de partição fases octanol- á g u a ( K o w ) , s ã o elevadas. A s propriedades a p r e s e n t a d a s na T A B . 2 s ã o de extrema importância para este estudo. A baixa solubilidade e m água, alta hidrofobicidade e elevado Kow, f a v o r e c e m a retenção d e s s e s c o m p o s t o s na matéria orgânica do solo. A elevada solubilidade e m metanol f a v o r e c e , no entanto o a u m e n t o d a mobilidade no m e i o a m b i e n t e . O benzo(a)pireno, c o m p o s t o c o m p r o v a d a m e n t e mais tóxico é por esse motivo, o m a i s importante H P A a ser e s t u d a d o . N a T A B . 3 s ã o m o s t r a d a s a s características toxicológicas e d e s a ú d e humana dos compostos estudados. 3.3.2 C o m p o r t a m e n t o d e H P A s e m s o l o A sorção d e H P A s no solo é um p r o c e s s o c o m p l e x o q u e envolve interações entre o soluto ( H P A s ) , o solvente (água e/ou solvente orgânico) e o s i s t e m a adsorvedor (solo). A s interações dos H P A s no solo p o d e m ocorrer por m e c a n i s m o s distintos. A s m o l é c u l a s p o d e m ser sorvidas principalmente pela matéria orgânica do solo; p o d e m ser t r a n s f o r m a d a s por d e g r a d a ç ã o biológica o u fotodegradação; p o d e m ser volatilizadas o u absorvidas pelas plantas. A m a n e i r a pela qual c o n t a m i n a n t e s s ã o sorvidos no solo varia c o m a natureza d o c o n t a m i n a n t e e a s características do solo o u s e d i m e n t o (Chiou et al., 1979; Karichhoff et a l . , 1979). 21 T A B E L A 2-Constantes físico-químicas d o s H P A s (antraceno, benzo(a)pireno, fluoranteno e pireno). b Composto b Estrutura Química Antraceno Benzo(a)pireno Fluoranteno Pireno OlO DIOIQ O Q u OJO. b b c c a ^'^ agua }:°^ Kow 4.55 Peso Número Fórmula Molecular de /«\ An¿¡o (g) Aneis (^«^1) V" , metanol (mg L"^) , C14H10 178,23 73-76 857 C20H12 252,31 5 2,3-3,8 C16H10 202,25 3 260 14.238 4,69 10 202,25 77-135 13.610 4,85 6,07 Kow: coeficiente de partição octanol/água (medida que define a hidrofobicidade do contaminante) Tabela adaptada da: a ATSDR (1995) b NIST (2004) e e l U PAC (2004) A c o m p o s i ç ã o d o solo a p r e s e n t a c o m o constituinte primário o material mineral e orgánico. S o b condições de baixa u m i d a d e o material mineral do solo a g e c o m o a d s o r v e d o r e o c o n t a m i n a n t e orgânico é sorvido na superficie d a s partículas minerais. A matéria orgânica do solo a g e c o m o absorvedor, o u c o m o meio de partição o n d e o c o m p o s t o orgânico sorvido dissolve (partição) na matriz d a matéria o r g â n i c a do solo. Então, o solo é caracterizado c o m o u m sorvedor de dupla f u n ç ã o no qual a parte mineral sorve o c o n t a m i n a n t e por adsorção enquanto q u e a f r a ç ã o d e matéria orgânica sorve o c o n t a m i n a n t e por p r o c e s s o de partição (Chiou et a l . , 1983; Chiou et a l . , 1985, C h i o u e S h o u p , 1985). 22 TABELA 3 - Características toxicológicas dos c o m p o s t o s HPAs (antraceno, benzo(a)pireno, fluoranteno e pireno).Tabela a d a p t a d a d a EPA (1996). nÍ'"r!íftJ'hmH!H« Composto _ água ( m g Classificação carcinogênica Dose referência ( m g kg^d"^) * 3.10"* L-^) Antraceno 1.0 D Benzo(a)pireno 2.10'' B2 Fluoranteno 1.0 D 4 . 1 0-2 Pireno 1.0 D 3.10"^ * D o s e R e f e r ê n c i a : Valor d e toxicidade para avaliação do potencial d e efeito não carcinogênico a s a ú d e h u m a n a . Estimativa da taxa d e a b s o r ç ã o diária ao longo d a vida q u e n ã o resultará e m efeitos a d v e r s o s significativos a s a ú d e h u m a n a . T A B E L A 3 - Continuação Categoria - Classificação d a Evidência de Carcinogenicidade. Critério ^ Carcinogênico h u m a n o , epidemiológicos. Q.| Provável carcinogênico h u m a n o , c o m limitada evidência d e estudos epidemiológicos. B2 com evidência suficiente de estudos Provável carcinogênico h u m a n o , c o m evidência suficiente de estudos e m a n i m a i s e evidência inadequada o u s e m dados d e estudos epidemiológicos. « Provável carcinogênico h u m a n o , c o m limitada evidência d e estudos e m a n i m a i s na falta d e d a d o s para h u m a n o s . P N ã o classificado c o m o carcinogênico h u m a n o , devido à i n a d e q u a ç ã o d a s evidências a n i m a i s e h u m a n a s . Evidência de não carcinogenicidade para h u m a n o s , s e m n e n h u m a evidência de carcinogenicidade e m ao m e n o s dois testes a d e q u a d o s e m a n i m a i s e m diferentes espécies, ou e m a m b o s estudos epidemiológicos e a n i m a i s . ^ 23 3.3.2.1 A d s o r ç ã o v e r s u s P r o c e s s o d e p a r t i ç ã o Considerando um s i s t e m a a q u o s o natural c o m vários c o n t a m i n a n t e s orgânicos presentes, a a d s o r ç ã o destes ao material mineral do solo ocorre c o m o u m a conseqüência da c o m p e t i ç ã o entre todas as espécies, inclusive a água. Na presença de água, o material mineral do solo t e m preferência a adsorver a á g u a por c a u s a da sua s e m e l h a n ç a molecular polar, enquanto que a matéria orgânica do solo prefere absorver o c o n t a m i n a n t e presente na água. Isto representa que os contaminantes orgânicos (não iónicos) não são significativamente adsorvidos ao mineral, e que a partição do c o n t a m i n a n t e não é afetada pela água ou por outros contaminantes. Portanto dois processos o c o r r e m : 1) o c o n t a m i n a n t e orgânico é impedido pela água a aderir à superfície mineral do solo e ao m e s m o t e m p o ; 2) o contaminante orgânico é capaz de ser distribuído na matéria orgânica do solo, A FIG. 2 e s q u e m a t i z a a c a m a d a de á g u a adsorvida a fração mineral do solo, a matéria orgânica aderida a o solo e a partição do c o n t a m i n a n t e orgânico na matéria orgânica do solo. Camada Aquosa Adsorvida Contaminantes Orgânicos Adsorvidos Fração Mineral FIGURA 2 - \ Matéria Orgânica Interação de c o m p o s t o s orgânicos c o m o solo: a d s o r ç ã o versus processo de partição (Chiou e Kile, 1998). 24 3.3.2.2 I n t e r a ç ã o h i d r o f ó b i c a A interação hidrofóbica é o m e c a n i s m o pelo qual a molécula orgânica se liga à fração orgânica do solo, f o r m a n d o c o m p l e x o s intermoleculares e interações intramoleculares. O n o m e é proveniente do f e n ô m e n o d a aparente repulsão entre a á g u a e hidrocarbonetos. E s s a interação está relacionada aos valores de K o w d a substância e é de f u n d a m e n t a l importância nos p r o c e s s o s de sorção d e H P A s no solo. Substâncias húmicas se ligam a contaminantes orgânicos principalmente através d e interações hidrofóbicas (Rav-Acha e R e b h u n , 1992). Bockting et. al. (1993) m o s t r a r a m q u e a sorção pode ser c a u s a d a por várias interações intermoleculares das quais a ligação hidrofóbica c a u s a d a pela repulsão d e m o l é c u l a s pela á g u a é g e r a l m e n t e considerada a mais importante para c o m p o s t o s orgânicos não polares. Estudos realizados por Karickhoff (1980) e Robison et a l . (1990), m o s t r a r a m que u m m e c a n i s m o d e interação hidrofóbico é envolvido entre os H P A s e o solo. E s s e m e c a n i s m o é baseado e m dois processos cinéticos distintos: 1) quando os H P A s a t i n g e m o solo, eles são rapidamente sorvidos nas superfícies hidrofóbicas (ácidos húmicos) d o solo por interações hidrofóbicas; 2) num s e g u n d o p a s s o , o c o r r e u m a m i g r a ç ã o dos H P A s hidrofóbicos aos sítios m e n o s acessíveis dentro d a matriz do solo (microporos) e podendo ocorrer: A) difusão na matéria orgânica e B) difusão para o s microporos. Acredita-se q u e este s e g u n d o processo seja mais lento e ocorra até que a c a p a c i d a d e orgânica d o solo s e j a saturada e o equilíbrio seja atingido. Magee et al (1991) avaliaram o m e c a n i s m o de interação de fenantreno c o m o solo e a p r e s e n t a r a m u m e s q u e m a s i m p l e s (FIG.3) dos possíveis equilíbrios q u e foram estabelecidos entre o fenantreno c o m a matéria orgânica dissolvida (MOD) (Kd"""), matéria orgânica e inorgânica aderida ao solo(Kd^), a l é m do equilíbrio entre a m a t é r i a orgânica dissolvida ( M O D ) e o solo (K^mod). S a b e - s e q u e cc)í^i5SÂo mim. oe yíiíRsiA mirAPjsp-Púi 25 aproximadamente 1 % d a matéria orgânica total está presente c o m o matéria orgânica dissolvida. mo M O D Fenantreno F I G U R A 3 -Equilíbrio de partição do fenantreno c o m o solo (Magee et al., 1991). Kd^ - Coeficiente de partição poluente/fase estacionária sólida(solo) Kd""" - Coeficiente de partição poluente/fase estacionária líquida (matéria orgânica dissolvida). Kd^mod - Coeficiente de partição matéria orgânica dissolvida/fase estacionária sólida (solo). N u m outro estudo, R a v - A c h a e R e b h u n (1992), p r o p u s e r a m u m m o d e l o mais completo (FIG.4) das interações entre os poluentes orgânicos, as substâncias h ú m i c a s do solo e a fase a q u o s a . Esse m o d e l o sugere que as interações entre poluentes orgânicos, matéria orgânica, fase sólida e fase a q u o s a p o d e m ocorrer, s i m u l t a n e a m e n t e , e m cinco etapas c o n f o r m e descritas a seguir: 1) A d s o r ç ã o do poluente orgânico na superfície do solo; 2) A d s o r ç ã o do poluente orgânico ao c o m p l e x o s o l o - h u m u s (solo coberto por s u b s t â n c i a s húmicas); 26 3) Ligação do poluente orgânico c o m as substâncias h ú m i c a s dissolvidas no meio, para formar c o m p l e x o poluente-ácido húmico; 4) A d s o r ç ã o do c o m p l e x o poluente-ácido do orgânico húmico a fase sólida do solo mineral; 5) Deserção poluente da fase sólida, solubilizado pelas substâncias h ú m i c a s dissolvidas. < Z > r-g â n í cros Kl ú m u s -AM.. m ^^r>0 AM i^O ViT-^ — — Rase M Sólida Ac|uo« AM-F»0.,, AH-F»0_,, rs. A M -F-O,,.,. t-1 F I G U R A 4 - Modelo de Interação entre poluentes orgânicos e h ú m u s e m fase sólida e a q u o s a . A d a p t a d o de R a v - A c h a e Rebhun (1992). Legenda: M(s) - solo mineral P O - Poluente orgânico M-AH ~ solo-ácido h ú m i c o M-AH-PO - solo-ácido húmico-poluente orgânico A H - Ácido H ú m i c o A H - P O - ácido húmico-poluente orgânico M-PO - solo-poluente orgânico 27 Fanget et al. (2002) t a m b é m c o n s t a t a r a m que substâncias h ú m i c a s fixam-se nas superfícies de minerais argilosos e modificam os sítios d e s o r ç ã o p a r a poluentes orgânicos hidrofóbicos ( P O H ) . A s substâncias h ú m i c a s dissolvidas complexam com POH por m e c a n i s m o s de ligação reversível normalmente representado pelo coeficiente de partição (Koc). Eles t a m b é m o b s e r v a r a m q u e q u a n d o a q u a n t i d a d e de ácido h ú m i c o adsorvido s o b r e a caolita a u m e n t a , ocorre d e c r é s c i m o do pH d a solução, sugerindo u m a q u i m i o s o r ç ã o entre á c i d o h ú m i c o e a argila. A a d s o r ç ã o do ácido h ú m i c o a argila é tanto maior quanto m a i o r o p e s o molecular d o ácido h ú m i c o . Estudos realizados por G o y n e et al. (2004), m o s t r a r a m q u e a energia d e sorção resultante da interação d o s c o m p o s t o s orgânicos c o m o s poros d o solo p o d e a u m e n t a r a retenção dos c o m p o s t o s orgânicos hidrofóbicos nos microporos d o solo mineral c o m diâmetros m e n o r e s q u e 2 n m . De acordo com as observações de Chiou et al. (1983), vários experimentos indicaram q u e a s o r ç ã o de c o m p o s t o s orgânicos n ã o iónicos e m m e i o a q u o s o no solo consiste p r i m e i r a m e n t e de partição para a f a s e o r g â n i c a do solo. A a d s o r ç ã o a fração mineral do s o l o é d e pouca i m p o r t â n c i a e m solos úmidos, p r o v a v e l m e n t e por c a u s a d a forte interação dipolo entre solo mineral e a á g u a que exclui solutos orgânicos neutros desta porção do solo. O equilíbrio d e partição entre a f a s e do solo e o c o n t a m i n a n t e na f a s e a q u o s a leva em c o n s i d e r a ç ã o a solubilidade do c o n t a m i n a n t e na s u b s t â n c i a h ú m i c a dissolvida. Young e Weber (1995) detalharam ainda mais a interação dos poluentes o r g â n i c o s c o m o solo, c o n s i d e r a m q u e a matéria o r g â n i c a d o solo é heterogênea e c o n s i s t e m de c o m p o n e n t e s m a i s acessíveis, d e n o m i n a d o s matéria orgânica tipo borracha ("soft" o u "rubbery") e c o m p o n e n t e s m e n o s acessíveis, d e n o m i n a d o s rígidos ou vitreos ("hard" ou "glassy") q u e exibem c o m p o r t a m e n t o s de sorção diferentes (FIG 5). Eles ainda p r o p õ e m q u e u m a i s o t e r m a d e s o r ç ã o n ã o linear é resultante d a interação c o m a matéria orgânica vitrea d o solo ("hard" o u "glassy"). 28 A FIG. 5 mostra c o m o um poluente orgânico interage c o m a superfície heterogênea da matéria orgânica do solo. O poluente orgânico p o d e ser sorvido superficialmente pela matéria orgânica aderida a fração mineral o u a fração orgânica solúvel. N u m a s e g u n d a etapa, o poluente orgânico pode difundir para dentro dos m e s o p o r o s e microporos e interagir c o m a matéria orgânica "rubbery" o u "soft" (microporos mais acessíveis) ou "glassy" e "hard" (microporos m e n o s acessíveis). A maioria dos adsorvedores são corpos altamente porosos c o m u m a área superficial interna muito grande. A superfície externa constitui s o m e n t e u m a p e q u e n a fração da superfície total do adsorvedor (Chiou, 2002). Sorção Supericial Difusão em poros Sorção Supericial D i f u s ã o na m a t é r i a orgânica "borracha ("rubbery ou soft") Difusão na m a t é r i a orgânica vitrea ("glassy ou hard") F I G U R A 5 - C o m p o r t a m e n t o do c o n t a m i n a n t e orgânico no solo. A d a p t a d o de S e m p l e et al. (2003). Através das informações apresentadas neste capítulo, pode-se observar o grau de complexidade dos m e c a n i s m o s q u e a t u a m no c o m p o r t a m e n t o de compostos aprofundados orgânicos desses no solo. mecanismos Daí a importância objetivando melhor c o m p o r t a m e n t o de H P A s e m c o n t a m i n a ç õ e s ambientais. de estudos conhecimento mais do 29 3.3.3 A n á l i s e s Q u í m i c a s A s análises q u í m i c a s dos H P A s foram realizadas no laboratório d a C E T R E L E m p r e s a de Proteção A m b i e n t a l . A metodologia utilizada na quantificação dos H P A s de interesse está b a s e a d a no m é t o d o EPA 8 2 7 0 C , "Gás C h r o m a t o g r a p h y / M a s s Spectrometry for Semivolatile O r g a n i c s : Capilary C o l u m n Technique". 3.3.3.1 M é t o d o d e a n á l i s e E P A 8 2 7 0 C Para análise de c o m p o s t o s semivoláteis pelo m é t o d o EPA 8 2 7 0 C , a s a m o s t r a s são preparadas para análises por cromatografia a gás a c o p l a d a a espectrometria de preparação amostra de massas utilizando-se, conforme descrito inicialmente, no método o procedimento EPA 3500 e de caso necessário, a s a m o s t r a s p a s s a m por processo de "cleanup" descrito no m é t o d o EPA 3600. O m é t o d o EPA 8 2 7 0 C é usado para determinar a c o n c e n t r a ç ã o d e c o m p o s t o s semivoláteis e m extratos preparados de matrizes sólidas e líquidas. É u m m é t o d o q u e pode ser utilizado para quantificar a maioria dos c o m p o s t o s neutros, ácidos e básicos, solúveis e m diclorometano e c a p a z e s d e eluir s e m derivatização c o m o picos definidos de u m a c o l u n a cromatográfica capilar. Tais c o m p o s t o s incluem hidrocarbonetos aromáticos polinucleares, hidrocarbonetos clorados e pesticidas, ésteres ftálicos, ésteres organofosfatos, nitrosaminas, aldeídos, anilinas, piridinas, quinolinas, c o m p o s t o s nitroaromáticos e fenóis. 3.3.3.2 P r i n c í p i o d a a n á l i s e i n s t r u m e n t a l ( G C / M S ) No cromatógrafo o s c o m p o s t o s presentes na a m o s t r a foram separados em uma coluna capilar onde foram obtidos seus tempos de retenção e, posteriormente, enviados e m o r d e m de eluição para u m espectrómetro d e m a s s a s p a r a a identificação e quantificação dos c o m p o s t o s de interesse do presente 30 estudo. No e s p e c t r ó m e t r o de m a s s a s c a d a c o m p o s t o é b o m b a r d e a d o por u m feixe de elétrons q u e provoca sua f r a g m e n t a ç ã o e m unidades d e diferentes m a s s a s características de cada c o m p o s t o . O f r a g m e n t o g r a m a gerado permite a identificação de c a d a c o m p o s t o e a intensidade destes fragmentos à quantificação d o m e s m o na a m o s t r a através da c o m p a r a ç ã o c o m a curva d e calibração preparada p r e v i a m e n t e . A s análises cromatográficas acopladas ao espectrómetro d e m a s s a s foram executadas e m três etapas distintas: aquisição, quantificação e edição d o s dados. O software permitiu a aquisição d e dados e m m o d o S I M (Singular lon Monitoring). No m o d o S I M , selecionaram-se as unidades de m a s s a s a s e r e m monitoradas na a m o s t r a , onde s o m e n t e os c o m p o s t o s q u e g e r a m f r a g m e n t o s das m a s s a s escolhidas f o r a m monitorados no t e m p o de análise. A quantificação d o s c o m p o s t o s foi feita através de a s s o c i a ç ã o dos d a d o s obtidos c o m a curva d e calibração analítica obtida utilizando-se padrões que contém os poluentes prioritários semivoláteis de interesse. 3.3.3.3 P r e p a r a ç ã o d e a m o s t r a l í q u i d a S e g u n d o o m é t o d o EPA 8 2 7 0 C d e v e m - s e coletar as a m o s t r a s líquidas previamente e m f r a s c o d e vidro â m b a r , p r o c e d e n d o - s e c o m a preparação d a a m o s t r a c o n f o r m e especificado na metodologia E P A 3 5 0 0 e descrito a seguir: - Transferir 1 L de a m o s t r a para funil d e s e p a r a ç ã o d e 2 L; - Adicionar 3 0 m L de cloreto de metileno; - Agitar o funil de s e p a r a ç ã o m a n u a l m e n t e durante 2 minutos; - Esperar q u e separe as d u a s fases de solvente/água; - Transferir a fase com solvente para o erienmeyer, filtrando p r e v i a m e n t e e m meio a sulfato de sódio; - Repetir o procedimento d e extração por mais d u a s v e z e s ; - Juntar a s 3 alíquotas de 3 0 m L d e extrato e concentrar a 1 m L através de s i s t e m a de concentração c o m nitrogênio; - Transferir o extrato para vial de 2 m L e analisar por G C / M S . 31 3.4 I s o t e r m a s d e s o r ç ã o Existem vários modelos na literatura que descrevem os dados experimentais das isotermas d e sorção. O m o d e l o de Freundiich é o mais freqüentemente aplicado e m problemas de c o n t a m i n a ç ã o de á g u a subterrânea (Cleary, 1991), sendo por esse motivo, o m o d e l o utilizado n e s s e trabalho. A isoterma d e equilíbrio de Freundiich é d a d a pela e q u a ç ã o (1): S = KdC^ e q . (1) O n d e S é a c o n c e n t r a ç ã o do c o n t a m i n a n t e na fase sólida (solo); Kd é o coeficiente d e distribuição; C é a m a s s a d e c o n t a m i n a n t e n a fase líquida e N é o expoente d a e q u a ç ã o , q u e pode ser menor, igual o u maior q u e u m , representando respectivamente u m a s o r ç ã o desfavorável, linear o u favorável. U m c a s o especial da isoterma de Freundiich é a d o equilíbrio linear de sorção, q u a n d o N = 1, é expressa pela e q u a ç ã o (2). S = Kd C Onde a unidade de Kd é expressa pela e q u a ç ã o (3) e m L eq.(2) kg\ Kd = S = m a s s a do c o n t a m i n a n t e por v o l u m e unitário de sólido s e c o C eq.(3) m a s s a do c o n t a m i n a n t e por v o l u m e unitário de líquido A sorção d e c o n t a m i n a n t e e m solução a q u o s a por sólidos pode ser descrita por cinco tipos d e isotermas: isoterma tipo-S; tipo-L; tipo-H, tipo-C e tipocôncava, apresentadas na Figura 2. Giles et al. (1974) afirmou q u e a f o r m a das isotermas d e t e r m i n a o m e c a n i s m o d e a d s o r ç ã o e a s s i m pode ser usada para explicar a natureza d a sorção do c o n t a m i n a n t e a o solo. A s isotermas c o m curvas tipo-S são explicadas por Giles et a l . (1974) c o m o a a d s o r ç ã o o n d e a s moléculas do c o n t a m i n a n t e ligam-se entre si c o m a 32 superfície do contaminante sólido. é A pouco inclinação acentuada da isoterma devido a a uma baixa concentração adsorção dispersa contaminante ao s o l o , não permitindo q u e a s m o l é c u l a s adsorvidas do do possam interagir entre s i . N u m a s e g u n d a fase as primeiras moléculas adsorvidas irão favorecer a a d s o r ç ã o das próximas, a u m e n t a n d o d r a s t i c a m e n t e a a d s o r ç ã o até determinado ponto o n d e todos os sitios do sólido estejam o c u p a d o s pelos contaminantes e e n t ã o a inclinação da isoterma c o m e ç a a estabilizar. S e g u n d o McBride (1994), isotermas tipo-S s u g e r e m u m a a d s o r ç ã o cooperativa q u e f u n c i o n a s e a interação adsorbato-adsorbato for m a i o r q u e a interação adsorbato-adsorvente. Esta c o n d i ç ã o favorece o agrupamento de moléculas do a d s o r b a t o na superficie, pois eles s e ligam mais f o r t e m e n t e entre si do que c o m a superfície. Sposito (1989) propôs q u e as espécies ligantes presentes na s o l u ç ã o c o m p e t e m c o m o solo pela a d s o r ç ã o do c o n t a m i n a n t e . A s s i m q u e essas e s p é c i e s ligantes c o m p l e x a m c o m o c o n t a m i n a n t e , t o d o c o n t a m i n a n t e adicional estará livre para ser adsorvido pelo solo s e m n e n h u m a c o m p e t i ç ã o das espécies ligantes presentes. Isoterma tipo-S ocorre n o r m a l m e n t e q u a n d o o sólido t e m grande afinidade pelo solvente. Isoterma d o tipo-L é c o n h e c i d a c o m o a curva clássica de Langmuir, onde a adsorção d o c o n t a m i n a n t e no solo c o m e ç a a decrescer a inclinação d a curva d e a d s o r ç ã o c o m a saturação dos sítios. Neste c a s o o sólido t e m grande afinidade pelo c o n t a m i n a n t e . Giles et al. (1974) m o s t r a r a m q u e as curvas tipo-L s ã o encontradas e m sistemas onde a energia de ativação para a adsorção/desorção de cada contaminante não é a f e t a d a por outros c o n t a m i n a n t e s e solventes no s i s t e m a . Isoterma c o m curva d o tipo H é u m a versão extrema d a curva do tipo-L. Esta curva descreve a a d s o r ç ã o de c o n t a m i n a n t e s d e "elevada afinidade" ao solo. 33 Segundo Stevenson (1994), a curva do tipo-H caracteriza urna afinidade atípica muito alta do c o n t a m i n a n t e pelo solo. A curva do tipo-C, de inclinação e partição constantes, s u g e r e que o n ú m e r o de sitios de sorção disponíveis p e r m a n e c e constante por u m a larga faixa de concentrações de contaminante ou as superficies disponíveis e x p a n d a m - s e proporcionalmente c o m a quantidade de material adsorvido até o ponto o n d e todos os sítios disponíveis s e j a m preenchidos. Giles et al. (1974) discutiram dois modelos conceituais de c o m o os sítios de sorção disponíveis p o d e m expandir de maneira proporcional à m a s s a adsorvente. O m o d e l o onde o solo a p r e s e n t a microporos e o c o n t a m i n a n t e t e m muito mais afinidade por estas superfícies do solo do q u e pela água, é o mais a d e q u a d o para solos. As moléculas dos contaminantes entram nos microporos do solo e a g e m c o m o moléculas q u e são introduzidas a força, abrindo mais sítios de sorção pela contínua penetração. Isotermas c o m curva do tipo c ó n c a v a são isotermas que o c o r r e m a baixas concentrações do c o n t a m i n a n t e . De acordo c o m Perry e Chilton (1980) isotermas cóncavas são consideradas n o r m a l m e n t e isotermas desfavoráveis ao s i s t e m a . S e g u n d o Hinz (2001) isotermas tipo-S t e m u m a f o r m a c ó n c a v a a baixas concentrações. > • 01 O < O '< < o: z u a z s J L ( C H / / CONCENTRAÇÃO • F I G U R A 6 - Tipos de isotermas de sorção EM SOLUÇÃO CONCAVA 34 Dados da literatura t ê m apresentado isotermas de a d s o r ç ã o lineares (Karickhoff, et a l . , 1979; M c C a r t h y e J i m e n e s , 1985; R a m z i , 1988; M a g e e et. a l . , 1 9 9 1 ; R a v - A c h a e R e b h u n , 1992) e não lineares (Salloum et al., 2 0 0 1 ; M a o et a l . , 2 0 0 2 ; G u n a s e k a r a e Xing 2 0 0 3 ; L a e g d s m a n d et al., 2 0 0 4 ) para descrever a retenção dos H P A s por materiais sólidos. O grau de não linearidade é devido, provavelmente, a heterogeneidade dos sítios d e s o r ç ã o o u aos seus diferentes m e c a n i s m o s d e interação. Lee et al. (2002) m o s t r a r a m q u e c o n t a m i n a n t e s agregados a o solo podem criar u m a a m p l a variedade de m e c a n i s m o s de sorção, d e s o r ç ã o e transporte de soluto devido à estrutura dos poros i ntra-ag regados, a s s i m c o m o a natureza química da matéria orgânica do solo (Carmo et al., 2000) e acessibilidade a superfícies da argila (Hundal et a l . , 2 0 0 1 ) . Karickhoff (1979) o b t e v e isotermas de a d s o r ç ã o lineares para o pireno e m solos a r e n o s o s , e M e a n s et a l . (1980) obtiveram isotermas lineares, t a m b é m para o pireno, e m solos c o m e l e v a d o teor d e argila. McCarthy e J i m e n e z (1985) a l c a n ç a r a m isotermas lineares até o limite d e solubilidade para o benzo(a)pireno, e Ramzi (1988) apresentou isotermas lineares e m m e i o água/metanol para o fluoreno e fluoranteno e m solos argilosos. R a v - A c h a e R e b h u n (1992) a p r e s e n t a r a m u m a proposta d o s vários m e c a n i s m o s d e s o r ç ã o entre poluentes orgânicos hidrofóbicos, o solo e as substâncias h ú m i c a s dissolvidas no solo e obtiveram isoterma linear para o fluoranteno e m bentonita. E m contrapartida, S a l l o u m et al. (2001) e M a o et al. (2002) m o s t r a r a m q u e a s o r ç ã o de fenantreno por u m a a m o s t r a rica e m orgânicos alifáticos (deficiente e m aromáticos) gera isotermas não lineares, e n q u a n t o M a g e e et al. (1991) obtiveram isotermas lineares para o fenantreno e m solo arenoso. 35 G u n a s e k a r a e Xing (2003) obtiveram isotermas não lineares para o naftaleno e m ácido húmico, solo, h u m i n a e lignina. Xing (2001a) o b s e r v o u u m a boa correlação entre a aromaticidade d a a m o s t r a e isotermas não lineares. Q u a n d o s e utiliza m o d e l o de transporte d e poluentes o p r o c e s s o d e sorção é f r e q ü e n t e m e n t e simplificado a s s u m i n d o - s e q u e a s isotermas s e j a m lineares, equilíbrio instantâneo e sorção reversível (Jury et al., 1983; Myrand et al., 1992). Entretanto, várias pesquisas o b s e r v a r a m que, a s o r ç ã o t e n d e a ser não linear para c o m p o s t o s orgânicos hidrofóbicos (Kishi et a l . , 1990; W e b e r et a l . , 1992; Xing e Pignatello, 1996) e d e acordo c o m W e b e r et a l . (1992), a d s o r ç ã o n ã o linear deveria ser e s p e r a d a s e a faixa de concentração do c o n t a m i n a n t e for mais ampla. Inúmeros diferentes tipos de mecanismos isotermas têm obtidos sido em sugeridos vários para trabalhos explicar esses publicados. Os m e c a n i s m o s propostos incluem a o b t e n ç ã o incompleta d o equilíbrio verdadeiro (Xing e Pignatello, 1996); s o r ç ã o e m múltiplos sítios d a matéria orgânica c o m diferentes afinidades aos H P A s ( W e b e r e H u a n g , 1996; Chefetz et al., 2 0 0 0 ) ; sorção induzida pelo a u m e n t o d e sítios orgânicos (Chefetz et a l . , 2000) e c o m p e t i ç ã o dos lipídios do solo por sítios de sorção (Kohl e Rice, 1999). A s literaturas citadas anteriormente m o s t r a m q u e existem diversos m e c a n i s m o s que g o v e r n a m o s processos de sorção d e c o m p o s t o s orgânicos hidrofóbicos como os HPAs, pelo solo e matéria orgânica. Entretanto, as experiências dos vários autores m o s t r a m q u e ainda não s e c o n s e g u i u estabelecer u m conceito definido sobre o c o m p o r t a m e n t o d e s s e s c o m p o s t o s no solo. 3.5 IVlobilidade d o s H P A s n o s o l o e o s c o e f i c i e n t e s d e d i s t r i b u i ç ã o ( K d , K o c e Kow) Muitas s ã o as variáveis q u e envolvem o p r o c e s s o de mobilidade d e c o n t a m i n a n t e s orgânicos. O c o n h e c i m e n t o do c o m p o r t a m e n t o d e s s e s c o m p o s t o s no solo é necessário, p o r é m a l t a m e n t e c o m p l e x o e p o u c o explorado. 36 Vários s ã o o s estudos partes do mundo envolvendo realizados por pesquisadores e m compostos orgânicos como HPAs diversas em solos (Karickhoff, et al., 1979; Karickhoff, 1980; Gauthier et al. 1987; R a m z i , 1988; Pichler, 1995; Raber et al. 1998), entretanto, não f o r a m encontrados d a d o s d e pesquisa do c o m p o r t a m e n t o dos H P A s e m solo tropical. A t é a d é c a d a de s e s s e n t a considerava-se que poluentes orgânicos c o m o pesticidas, n u n c a poderiam atingir a á g u a subterrânea devido à s u a alta sorção pelo material orgânico d o solo (Beran e G u t h , 1965). Entretanto, outros estudos in situ d e m o n s t r a r a m q u e micropoluentes hidrofóbicos c o m o o s H P A s p o d e m t a m b é m ser transportados pelos m a c r o p o r o s do solo (Chiou et al., 1979) d e s o r v e n d o - s e do solo (BierI et al., 1984) e a s s i m c o n t a m i n a r os recursos d e á g u a subterrânea. S a b e - s e q u e H P A s s ã o g e r a l m e n t e imóveis e persistentes devido a s u a baixa solubilidade e m á g u a (Rippen, 1992). Entretanto, outros autores (Johnson e A m y , 1995; Villholth, 1999; M a c k a y e G s c h w e n d , 2001) t ê m m o s t r a d o q u e a matéria orgânica dissolvida p o d e a u m e n t a r a solubilidade d e s s e s c o m p o s t o s e m á g u a , em solos c o n t a m i n a d o s e m u m a o u mais o r d e m de grandeza. Q u a n d o os H P A s atingem o solo, eles são afetados por diversos m e c a n i s m o s q u e p o d e m incluir d e s d e imobilização por sorção; t r a n s f o r m a ç ã o por d e g r a d a ç ã o biológica o u fotodegradação; volatilização e até a b s o r ç ã o pelas plantas. E s s e s m e c a n i s m o s s ã o m a i s efetivos na z o n a superficial do solo, geralmente nos primeiros 5 0 c m do horizonte superficial do solo (Overcash e Pai, 1979). D e s s e s m e c a n i s m o s , a s o r ç ã o é talvez a interação mais importante, pois ela influencia a taxa d e mobilidade do c o n t a m i n a n t e no solo. A sorção afeta a b i o d e g r a d a ç ã o e a a t e n u a ç ã o dos c o m p o s t o s orgânicos no solo. Ela atua t a m b é m c o m o um m e c a n i s m o q u e retarda o u retém a s espécies na superfície d o solo e possibilita a d e c o m p o s i ç ã o dos c o m p o s t o s tóxicos e m não tóxicos. S e a t a x a de mobilidade é m e n o r do q u e a taxa de d e c o m p o s i ç ã o (biodegradação e/ou qualquer outro p r o c e s s o d e d e g r a d a ç ã o ) , o risco d a c o n t a m i n a ç ã o d a á g u a 37 subterrânea é reduzido ( R a m z i , 1988). Conliecer, portanto, os m e c a n i s m o s de sorção, são de f u n d a m e n t a l i m p o r t â n c i a para a c o m p r e e n s ã o do c o m p o r t a m e n t o dos contaminantes e c o n s e q ü e n t e m e n t e a preservação do aqüífero. U m a f o r m a de avaliar-se o c o m p o r t a m e n t o de s o r ç ã o e d e mobilidade d o s H P A s no solo é através d o s valores de Kd (coeficiente de distribuição, q u e t a m b é m pode ser d e n o m i n a d o d e coeficiente de partição), Koc (coeficiente d e partição correlacionado com substâncias orgânicas) e Kow (fator de hidrofobicidade). C o n f o r m e m o s t r a d o na e q u a ç ã o (3), o coeficiente de distribuição do contaminante entre solo-água (Kd) é a m e d i d a d e um c o m p o s t o entre a s fases sólidas e líquidas. O parâmetro Kd é u m a importante f e r r a m e n t a na estimativa d o potencial de a d s o r ç ã o d o c o n t a m i n a n t e dissolvido e m contato c o m o solo. Q u a n t o m a i o r o Kd, maior a t e n d ê n c i a d o c o n t a m i n a n t e ficar adsorvido ao solo o u s e d i m e n t o (Cetesb, 2001). Devido à i m p o r t â n c i a do c a r b o n o orgânico presente no solo na s o r ç ã o e distribuição de c o m p o s t o s orgânicos, o coeficiente d e distribuição (Kd) é geralmente expresso por Koc; o n d e Koc é o coeficiente d e partição d o c o n t a m i n a n t e na fração o r g â n i c a do solo. koc = — ec|.(4) foc onde: Koc = coeficiente de partição normalizado pelo c a r b o n o substância orgânica) orgânico(dm^/kg I foc = fração d e carbono orgânico (kg s u b s t â n c i a orgânica/ kg solo seco) 38 Koc é, portanto, o coeficiente d e partição do contaminante entre soloá g u a corrigido pela matéria orgânica do solo. A força de sorção entre H P A s e solo é m e d i d a pelo coeficiente de partição Koc, q u e d e p e n d e das propriedades físicoquímicas do c o n t a m i n a n t e e d a p o r c e n t a g e m de c a r b o n o orgânico do solo. O s valores d e Koc s ã o n o r m a l m e n t e determinados c o m b a s e nos valores d e K d e corrigidos pela fração o r g â n i c a d o solo. No manual d e valores d e Koc para solo (Soil Screening G u i n d a n c e , EPA, 1996) s ã o apresentadas a m p l a s faixas de valores de Koc para um grande n ú m e r o de c o m p o s t o s orgânicos, q u e f o r a m obtidas, e m s u a maioria, por isotermas de sorção. J á n u m relatório holandês (Bockting et a l , 1993) a relação entre K o w e Koc é f r e q ü e n t e m e n t e utilizada para e s t a b e l e c e r e m - s e os valores de Koc. Esta f o r m a simplificada a p a r e n t e m e n t e representa b e m a sorção d e c o n t a m i n a n t e s orgânicos ao solo. M e a n s et al. (1980) a f i r m a r a m q u e Koc d e p e n d e preferencialmente d a porcentagem de carbono orgânico no solo, sendo q u e variações de pH, c a p a c i d a d e d e troca cationica, textura e teor de argila contribuem p o u c o p a r a a variação d o s valores de Koc. O coeficiente de partição octanol-água, Kow, é outro importante coeficiente para a mobilidade d o s H P A s . K o w é definido c o m o a relação d a c o n c e n t r a ç ã o de u m c o n t a m i n a n t e orgânico na f a s e octanol e a c o n c e n t r a ç ã o do c o n t a m i n a n t e na f a s e a q u o s a . O valor de K o w pode ser usado para estimar o c o m p o r t a m e n t o d e compostos orgânicos hidrofóbicos que não interagem eletricamente com a superfície do solo. O K o w é um coeficiente muito útil para previsão de outros parâmetros c o m o Koc, q u a n d o este n ã o s e encontra disponível na literatura (Kehew, 2 0 0 1 ) . K o w = C o n c e n t r a ç ã o do c o m p o s t o c u í m i c o e m octanol Concentração do composto químico em água l\Ü WLiOví!'^ COWSSM) ti/ L.L D t . ep(5) 39 K o w é u m a m e d i d a q u e define a hidrofobicidade d e u m c o m p o s t o orgânico e é um parâmetro c o m u m e n t e utilizado na área a m b i e n t a l . Koc e s t á fortemente correlacionado c o m K o w n u m a relação linear expressa pela e q u a ç ã o 6: Log Koc = a log K o w + b eq-(6) O n d e a e b s ã o coeficientes relacionados c o m o s c o m p o s t o s e tipo d e matéria orgânica sobre o solo. Um estudo realizado por Karickhoff (1984) obteve a seguinte e q u a ç ã o (7) que relaciona Koc e Kow: log Koc = 0,989 log K o w -0,346 eq.(7) Enquanto M e a n s et a l . (1980) encontraram u m a outra e q u a ç ã o (8) q u e relaciona Koc e Kow: log Koc = log K o w -0,317 eq.(8) Gustafson e Dickhut (1995) m o s t r a r a m q u e a c o n c e n t r a ç ã o d e H P A s e m á g u a d e p e n d e principalmente d a s u a hidrofobicidade. O K o w é um parâmetro muito importante nos estudos relacionados à distribuição de moléculas orgânicas no a m b i e n t e . O b s e r v o u - s e q u e ele está relacionado c o m a solubilidade em á g u a , c o m o s coeficientes de partição solo/solução (Chiou et al., 1979; K a w a m o t o e Urano, 1989), c o m o fator de bioconcentração para a vida a q u á t i c a (Montgomery, 1997; Lu et a l . , 1999), c o m o fator d e retenção e m cromatografia líquida d e f a s e reversa ( W o o d b u r n et a l . , 1992), c o m o t e m p o de retenção e m cromatografia líquida de alta performanceH P L C (Burkhard e Kuehl, 1986) e c o m muitos outros indicadores de interesse ambiental. 40 C o m b a s e nos diferentes coeficientes discutidos neste capítulo, podes e afirmar q u e Kd, Koc e K o w s ã o de fundamental importância para a previsão d a mobilidade dos HPAs. Portanto, quanto maior o conhecimento desses coeficientes e suas interações c o m o solo, melhor o entendimento d a mobilidade de c o m p o s t o s hidrofóbicos c o m o os H P A s no meio a m b i e n t e . 3.6 I m p o r t â n c i a d a d e t e r m i n a ç ã o d o c o e f i c i e n t e d e d i s t r i b u i ç ã o ( K d ) p a r a o s estudos de análises de risco O processo que consiste de t o m a d a d e decisões para avaliação e resposta a u m v a z a m e n t o de petróleo (ou produtos químicos e m geral), b a s e a d o na proteção d a s a ú d e h u m a n a e do m e i o a m b i e n t e é d e n o m i n a d o Ações Corretivas B a s e a d a s e m Risco ( A C B R , 2 0 0 0 ) . Esse processo é na v e r d a d e u m procedimento q u e integra m é t o d o s d e avaliação d e exposição e de risco, e m o d e l o s m a t e m á t i c o s de transporte de contaminantes, relacionada à necessidade fornecendo alocação de subsídios de recursos, remediação, aos ao processo de tomada a urgência de ações níveis de remediação de decisão corretivas, aceitáveis e à às alternativas tecnológicas aplicáveis. N o s Estados Unidos esta metodologia é d e n o m i n a d a R B C A - Risk- B a s e d Corrective Action ( A S T M - P S - 1 0 4 , 1 9 9 8 ) , o n d e muitos estados modificaram s u a estrutura a d e q u a n d o os parâmetros a suas n e c e s s i d a d e s . E m outros países, s ã o utilizadas metodologias s e m e l h a n t e s a da A S T M - P S - 1 0 4 (1998), b a s e a n d o se no m e s m o conceito, porém c o m e q u a ç õ e s diferentes (ex.:C-Soil: metodologia holandesa). N o Brasil, pela falta d e c o n s e n s o na utilização d e u m único m é t o d o , a C â m a r a Ambiental d o C o m é r c i o de Derivados de Petróleo criou u m c o m i t ê para padronizar e "tropicalizar" a metodologia A S T M para S ã o Paulo. Esse comitê f o r m a d o por especialistas d a C E T E S B , c o m p a n h i a s de petróleo (BR, Ipiranga, Esso e Shell), e m p r e s a s brasileiras de engenharia ambiental e internacionais Corretivas formalizaram Baseadas em em Risco setembro Aplicadas de 2 0 0 0 a consultores o procedimento: Áreas Contaminadas Ações com 41 Hidrocarbonetos Derivados de Petróleo e Outros Combustíveis Líquidos. (ACBR, 2000). Esse procedimento foi desenvolvido visando contribuir no p r o c e s s o de gerenciamento d a c o n t a m i n a ç ã o e m postos d e serviços, bases de distribuição d e combustíveis, terminais ou e m outras áreas o n d e s e j a m m a n i p u l a d o s e/ou a r m a z e n a d o s c o m p o s t o s derivados d e petróleo c r u . E m todos esses m o d e l o s , nacionais e internacionais, utilizam-se as propriedades físicas e químicas do c o m p o s t o para determinar seu c o m p o r t a m e n t o no meio a m b i e n t e . S a b e - s e q u e e s s a s propriedades influenciam diretamente a mobilidade e persistência do c o n t a m i n a n t e no m e i o ambiente, daí a grande importância d a utilização de valores o mais representativo possível, d e d a d o s importantes como o coeficiente de distribuição (Kd) nos modelos pre- estabelecidos. É importante ressaltar q u e apesar d e s s e s parâmetros já p o s s u í r e m padrões obtidos e m testes de c a m p o e laboratório (em s u a grande realizados maioria no exterior), eles s ã o m u i t o sensíveis ao tipo e c o m p o s i ç ã o do c o m b u s t í v e l , ao m e i o (tipo de solo) o n d e ocorreu o v a z a m e n t o e às c o n d i ç õ e s ambientais ( A S T M , 1998). Portanto, estudos m a i s detalhados do c o m p o r t a m e n t o desses contaminantes em solo brasileiro são necessários, para melhor a d e q u a ç ã o dos m o d e l o s pré-existentes as c o n d i ç õ e s climáticas e a m b i e n t a i s brasileiras. 3.7 E f e i t o c o s o l v ê n c i a Solventes orgânicos agem como cosolventes de contaminantes orgânicos n o m e i o a m b i e n t e . D e n o m i n a - s e efeito d a cosolvência o efeito d e u m determinado solvente orgânico, completamente miscível em água, agir na solubilidade e sorção de c o m p o s t o s orgânicos hidrofóbicos. C o s o l v ê n c i a é geralmente b a s e a d o n u m a e q u a ç ã o log-linear (equação 9), onde o aumento da concentração do cosolvente causa um aumento logarítmico d a solubilidade dos c o m p o s t o s orgânicos hidrofóbicos (Cline et a l . , 1 9 9 1 ; Y a l k o w s k y e Manerjee, 1992; Li e Y a l k o w s k y , 1998). 42 Log Sm = Log Sw + af e q . (9) O n d e Sm é a solubilidade d o c o n t a m i n a n t e na mistura água-solvente, Sw é a solubilidade e m á g u a pura, féo v o l u m e do cosolvente na fase a q u o s a , e a é a força da cosolvência. C o m b a s e e m d a d o s teóricos. R a o et. al. (1990) a f i r m a r a m q u e o a u m e n t o do v o l u m e d e solvente orgânico utilizado e m u m a mistura d e solvente binária, a u m e n t a a solubilidade dos c o n t a m i n a n t e s orgânicos hidrofóbicos e a s o r ç ã o d e s s e s c o m p o s t o s ao solo d i m i n u i . Segundo R a o et al. (1990) c o s o l v e n t e s t a m b é m p o d e m alterar a natureza hidrofóbica d a fração orgânica do solo, a u m e n t a n d o o teor de c a r b o n o orgânico dissolvido na fase solução, alterando desta f o r m a todo o c o m p o r t a m e n t o de c o n t a m i n a n t e s hidrofóbicos no solo. Segundo Walters e Guiseppi-Elle (1988) o estudo da teoria da cosolvência é e x t r e m a m e n t e importante por d u a s razões principais. Primeiro a teoria facilita a previsão d a s o r ç ã o d e u m c o m p o s t o orgânico e m u m a m i s t u r a específica de á g u a e solvente orgânico miscível. Isso implica no e n t e n d i m e n t o d o destino e transporte de contaminantes orgânicos em casos reais como v a z a m e n t o s d e c o m b u s t í v e i s . S e g u n d o , a teoria p o d e ser utilizada para estimar Kd e m soluções a q u o s a s pela extrapolação do log-linear dos d a d o s de Kd g e r a d o s e m elevados v o l u m e s de s o l v e n t e s . Isso é importante para c o m p o s t o s a l t a m e n t e hidrofóbicos, pois d e t e r m i n a ç õ e s experimentais diretas d a s o r ç ã o e m m e i o a q u o s o s ã o e x t r e m a m e n t e difíceis, devido a baixa solubilidade desses compostos em água. E m recente artigo de Corseuil et al. (2004), foi descrita a problemática d o efeito d a c o s o l v ê n c i a e m casos de v a z a m e n t o s d e postos de c o m b u s t í v e l o n d e gasolina, diesel e etanol estão presentes e o etanol a t u a c o m o cosolvente, a u m e n t a n d o c o n s i d e r a v e l m e n t e a solubilidade de c o m p o s t o s a r o m á t i c o s c o m o B T E X e H P A s presentes nos s u b p r o d u t o s d e petróleo. Corseuil c h a m a a a t e n ç ã o 43 para essa problemática e ressalta q u e no Brasil 6 0 % dos municipios utilizam á g u a subterrânea c o m o fonte de á g u a para c o n s u m o h u m a n o . Evers orgânicos e utilizando Smedes o (1993) método da estudaram cosolvência. a sorção de Basicamente contaminantes o método da cosolvência é u m a modificação d o m é t o d o e m batelada, devido à a d i ç ã o de u m cosolvente a o s i s t e m a solo-água. A p r e s e n ç a do cosolvente gera u m a interação extra pela f o r m a ç ã o d e u m a "3° f a s e " no m e i o . A "3° f a s e " pode ser constituida por coloides e outras m a c r o m o l é c u l a s e o c o n t a m i n a n t e orgânico liga-se a e s t a "3° fase". Esta ligação é relativamente forte e sabe-se q u e c o m p o s t o s o r g â n i c o s muito hidrofóbicos c o m o o s H P A s t e m g r a n d e afinidade por esta "3° fase". Portanto, problemas de v a z a m e n t o s d e combustíveis p o d e m ser muito mais graves, j á q u e o efeito da cosolvência tende a a u m e n t a r a solubilidade d o s contaminantes orgánicos e m meio a q u o s o , isto provoca u m a redução d o s valores de Kd e acarreta n u m a maior mobilidade dos c o n t a m i n a n t e s e maior risco d e c o n t a m i n a ç ã o do aqüífero. 44 4 PARTE EXPERIMENTAL Para desenvolver a parte experimental deste trabalho, foram necessárias 3 e t a p a s : 1) A m o s t r a g e m ; 2) Caracterização físico-química das a m o s t r a s d e solo; 3) E n s a i o s de isotermas de s o r ç ã o ; 4) A n á l i s e s químicas. 4.1 A m o s t r a g e m Foram coletadas amostras d e solo d e f o r m a d a s (descaracterizado q u a n t o à s propriedades físicas originais) p a r a este estudo. A a m o s t r a g e m ocorreu na região de S o r o c a b a , estado de S ã o Paulo, n u m a área pouco i m p a c t a d a por contaminações ambientais. A a m o s t r a g e m foi realizada e m c a d a ponto de coleta do horizonte A (profundidade d e O a 10 c m ) e horizonte B (profundidade d e 1,0 a 1,10 m ) c o m u m trado m a n u a l , s e n d o coletado a p r o x i m a d a m e n t e 1 kg d e a m o s t r a para c a d a ponto. A s a m o s t r a s foram a r m a z e n a d a s e m s a c o s de polietileno, f e c h a d a s e d e v i d a m e n t e etiquetadas. A s a m o s t r a s de solo sofreram pré-tratamento que incluiu: s e c a g e m a o ar, peneiramento e m peneiras aço inox d e abertura de 2 m m e q u a r t e a m e n t o para a obtenção de maior homogeneidade das mesmas antes d o s ensaios caracterização e d o s experimentos de i s o t e r m a s de sorção. de 45 4.2 C a r a c t e r i z a ç ã o f í s i c o - q u í m i c a d o s o l o A metodologia a d o t a d a referente à caracterização físico-química do solo está referenciada a seguir: 1-)Determinação d a distribuição granulométrica das partículas e m u m d e t e r m i n a d o solo (textura d o solo), análise granulométrica (Klute, 1986); 2-)Determinação d o pH do solo ( E m b r a p a , 1997); 3-)Determinação d a p o r c e n t a g e m do carbono orgânico; 4-)Determinação d a C a p a c i d a d e de T r o c a Cationica ( H e s s e , 1971). 4.2.1 A n á l i s e G r a n u l o m é t r i c a 4.2.1.1 E q u i p a m e n t o s e m a t e r i a i s u t i l i z a d o s - Agitador "Shaker" Ética - m o d e l o 4 3 0 ; - Densímetro de B o y o u c o s C h a s e - USA - m o d e l o C L 2 7 7 A; - Cronómetro; - Termômetro; - Êmbolo. 4.2.1.2 R e a g e n t e s e S o l u ç õ e s - hidróxido de sódio ( N a O H ) ; - hexametafosfato d e sódio ( H M P ) . Preparação do dispersante: pesar 4 g de NaOH hexametafosfato de sódio; transferir para balão volumétrico de c o m p l e t a r o v o l u m e c o m á g u a destilada. 4.2.1.3 P r o c e d i m e n t o 1) Calcular o fator " F * " d a a m o s t r a (teor de umidade); e 10 g 1000 m L de e 46 2) Pesar 5 0 g de a m o s t r a de solo quarteado e colocar e m u m erienmeyer de 5 0 0 m L ; 3) Adicionar 250 m L d o dispersante q u í m i c o ; 4) Fixar o erienmeyer, a d a p t a d o a u m béquer de (500 m L ) no agitador e deixar agitando por 17 horas, c o m rotação d e 170 rpm no agitador "Shaker"; 5) Preparar u m a solução do branco: adicionar 2 5 0 m L do dispersante q u í m i c o e m u m a proveta de 1000 m L e c o m p l e t a r o v o l u m e c o m á g u a destilada. Medir a temperatura e a d e n s i d a d e d a solução da a m o s t r a branco (leitura d o branco). A calibração deste densímetro é feita c o m á g u a destilada e o valor obtido foi 2 g L'\ 6) Transferir a solução (solo + dispersante) para a proveta de 1000 m L e c o m p l e t a r o v o l u m e c o m á g u a destilada até 1000 mL; 7) Agitar a s u s p e n s ã o na proveta durante 1 m i n u t o utilizando u m e m b o l o , através d e m o v i m e n t o s verticais lentos, de f o r m a que a s u s p e n s ã o s e torne h o m o g ê n e a ; 8) A p ó s a agitação, colocar o d e n s í m e t r o na solução e iniciar a c o n t a g e m do t e m p o c o m u m cronômetro. Efetuar a leitura no densímetro q u a n d o o c r o n ô m e t r o estiver m a r c a n d o 3 5 s , s e n d o esta leitura feita entre 35 40s.Anotar a V leitura; 9) O b s : A p ó s a agitação c o m o e m b o l o p o d e ocorrer f o r m a ç ã o de e s p u m a . A e s p u m a pode ser eliminada esborrifando u m pouco de álcool s o b r e ela, facilitando a leitura. A p ó s 2 horas contadas a partir d a 1° leitura colocar o densímetro n o v a m e n t e na s u s p e n s ã o . Anotar a 2^ leitura. *CÁLCULO DO FATOR "F" O fator (F) corrige os resultados de granulometria devido à u m i d a d e presente na a m o s t r a de solo. A -) P R O C E D I M E N T O 1) Pesar 20g de a m o s t r a de solo e m c á p s u l a de porcelana de p e s o conhecido; 47 2) Transferir a a m o s t r a para estufa a 105° C e deixar s e c a r por 2 4 horas; 3) C o l o c a r e m dessecador, esfriar e pesar a cápsula c o m a a m o s t r a . O fator " F " é obtido pela expressão (10): F= 1 - (20a - peso da a m o s t r a s e c a a 105° C) eq.(IO) 20g As frações granulométricas das partículas sólidas do s o l o foram calculadas a partir d a s seguintes e q u a ç õ e s (11), (12) e (13): (2^ leitura - leitura do branco) % argila = e q . (11) 50 x F * % silte = ( 1 ^ leitura - leitura do branco) - (2^ leitura ~ leitura do branco) e q . (12) 50 x F * 5 0 X F - ( 1 ^ leitura - leitura do branco) % areia total = e q . (13) 50 x F * 4.2.2 D e t e r m i n a ç ã o d o p H d o s o l o 4.2.2.1 E q u i p a m e n t o s e m a t e r i a i s u t i l i z a d o s - Agitador magnético; - p H m e t r o de b a n c a d a Orion; - eletrodo de vidro c o m b i n a d o - m o d e l o DME - C V 1 - D i g i m e d ; - s o l u ç ã o t a m p ã o pH 4,0 e 7,0 D i g i m e d . 4.2.2.2 R e a g e n t e s e S o l u ç õ e s - cloreto de potássio (KCI); 4 8 " Solução d e KCI 1mol L •': dissolver 74,56g d e KCI e m água destilada, transferir para balão volumétrico d e 1000 m L e completar o v o l u m e c o m água. 4.2.2.3 P r o c e d i m e n t o 1) Transferir 10g d e solo q u a r t e a d o para u m béquer d e 5 0 m L ; 2) Adicionar 2 5 m L d e solução d e KCI 1 mol L ••; 3) Agitar durante quinze m i n u t o s e deixar a s u s p e n s ã o e m repouso trinta minutos para permitir a d e c a n t a ç ã o d o solo antes d e proceder a leitura; 4) A leitura é efetuada c o m o eletrodo n a solução sobrenadante. O p H d e v e ser lido s e m agitação, d e p o i s d e atingido o equilíbrio. 4.2.3 D e t e r m i n a ç ã o d a P o r c e n t a g e m d e C a r b o n o O r g â n i c o 4.2.3.1 R e a g e n t e s e s o l u ç õ e s - ácido sulfúrico (H2SO4); - ácido ortofosfórico ( H 3 P 0 4 ) ; - dicromato d e potássio ( K 2 C r 2 0 7 ) ; - sulfato ferroso a m o n i a c a l (Fe(NH4)2(S04)2.6H20); - Difenilamina. -Solução d e dicromato d e potássio 0,167 m o l L " i : dissolver 4 9 , 0 4 g d o sal (K2Cr207) seco a 105° C por 2 4 horas e m á g u a destilada, transferir para balão volumétrico d e 1000 m L e completar o v o l u m e c o m á g u a ; - S o l u ç ã o d e Fe (NH4)2(S04)2. 6H2O 0,5 m o l L'^: dissolver 196,07g d o sal Fe.(NH4)2(S04)2- 6H2O e m á g u a destilada. Adicionar 2 0 m L d e H2SO4 concentrado, transferir a solução para balão volumétrico d e 1000 m L e completar o v o l u m e c o m água. Padronizar e s s a s o l u ç ã o c o m dicromato de potássio (padrão primário); - Solução d e difenilamina 1 % : dissolver 1g d o indicador e m 100 m L d e ácido sulfúrico c o n c e n t r a d o . 49 4.2.3.3 P r o c e d i m e n t o 1) Transferir 1g de solo q u a r t e a d o para erienmeyer d e 5 0 0 m L ; 2) Adicionar 10 m L d a solução d e dicromato d e potássio 0,167 mol L ^ e 2 0 m L de ácido sulfúrico c o n c e n t r a d o ; 3) Agitar por 1(um) minuto com uma leve rotação manual do frasco.evitando que o solo adira às s u a s paredes; 4) Deixar a s u s p e n s ã o e m repouso por 3 0 (trinta) minutos; 5) Adicionar 2 0 0 m L de á g u a destilada, 10 m L de ácido ortofosfórico concentrado e 8 gotas d e difenilamina 1 % ; 6) Titular c o m a solução de sulfato ferroso amoniacal 0,5 mol L" \ até a viragem d e azul para verde; 7) Proceder d a m e s m a m a n e i r a c o m 10 m L d e solução de d i c r o m a t o , para padronizar a solução de sulfato ferroso amoniacal. A c o n c e n t r a ç ã o exata d a solução de sulfato ferroso a m o n i a c a l é d e t e r m i n a d a pela e q u a ç ã o (14). M F E = 6(M CrpOyV CrpQ?) eq.(14) Vfo Onde: MCraO? = conc. Molar do d i c r o m a t o ; VCraO/ = v o l u m e de dicromato; M Fe = conc. Molar de ferro. V Fe = v o l u m e de sulfato ferroso a m o n i a c a l gasto na titulação. Cálculo: % C = f6(M Cr?07V Crg07) - K M FgVf.) ] . 0,004.100 P onde: Vpe = v o l u m e de sulfato ferroso a m o n i a c a l gasto na titulação d a Amostra; p= p e s o d a a m o s t r a . eq.(15) 50 A porcentagem d e c a r b o n o orgânico é t r a n s f o r m a d a e m p o r c e n t a g e m de material orgânico pela expressão (16). %M.O. = % C . 1,725 eq.(16) 4.2.4 D e t e r m i n a ç ã o d a c a p a c i d a d e d e t r o c a c a t i o n i c a 4.2.4.1 E q u i p a m e n t o s e IVIateriais U t i l i z a d o s - agitador (10 rpm); - centrífuga F a n e m - m o d e l o 2 0 4 NR. 4.2.4.2 R e a g e n t e s e s o l u ç õ e s - cloreto d e bario (BaCl2. 2 H2O); - sulfato d e m a g n e s i o (MgS04. 7 H2O); - trietanolamina; - etileno d i a m i n o tetracético, sal dissódico ( E D T A ) ; - negro d e eriocromo T ; - Solução d e trietanolamina ( T E A ) 0,338 m L L""i diluir 22,5 m L d e trietanolamina c o n c e n t r a d a e m 5 0 0 m L d e á g u a destilada e ajusta o p H e m 8,1 c o m u m a s o l u ç ã o d e HCI 2 mol L " i ; - Solução d e B a C b 1 m o l L'^: dissolver 122g d o sal e m á g u a destilada, transferir para balão volumétrico d e 5 0 0 m L e completar o v o l u m e c o m água; - Solução t a m p ã o d e B a C b e T E A : misturar v o l u m e s iguais d a s soluções d e trietanolamina e BaCl2 1 m o l L " i ; - Solução d e MgS04 0,025 m o l L ^ : dissolver 3,1 g d o sal e m á g u a destilada, transferir para balão volumétrico d e 5 0 0 m L e completar o volume c o m água; - Solução d e EDTA 0,01 m o l L"": dissolver 3,72g d o sal e m á g u a destilada, transferir para balão volumétrico d e 1000 m L e c o m p l e t a r o volume c o m água; - Solução d e negro d e e r i o c r o m o T: pesar 0,1g d o indicador, transferir para balão volumétrico d e 100 m L e completar o v o l u m e c o m á g u a . 51 4.2.4.3 P r o c e d i m e n t o 1) Pesar 1g d e solo quarteado e transferir para u m tubo de centrífuga de 50 mL; 2) Adicionar 4 0 m L da solução t a m p ã o d e B a C b e deixar sob agitação por 16 horas a 10 rpm; 3) Centrifugar por 15 min a u m a rotação d e 3 0 0 0 rpm e descartar o líquido sobrenadante; 4) Adicionar 4 0 m L de á g u a deionizada e agitar durante 10 minutos para lavagem da amostra; 5) Centrifugar e descartar a l a v a g e m ; 6) Adicionar 2 0 m L d a solução de M g S 0 4 0,025 mol L"^ no tubo e agitar durante d u a s horas; 7) Centrifugar e transferir o liquido s o b r e n a d a n t e para um frasco (solução final); 8) T o m a r 5 m L d a solução final, adicionar 6 gotas de u m a solução de NH4OH 2 mol L " i e 2 gotas do indicador negro de eriocromo T; 9) Titular c o m a solução de EDTA 0,01 mol L ^ até o ponto de viragem (cor violeta para azul). Cálculo d a determinação d a c a p a c i d a d e de troca cationica: CTC = [8(M CTC= EDTA.Vb) - (M EDTA • Vam)] • 100 eq.(17) (cmol.lOOgi) Onde: M EDTA= conc. Molar d o EDTA; V b = v o l u m e de E D T A gasto na titulação do branco; Vam= v o l u m e de E D T A gasto na titulação d a a m o s t r a . O v o l u m e de EDTA gasto d e v e ser multiplicado por 8, pois foram t o m a d o s 5 m L da solução final para a titulação n u m total de 4 0 m L de 52 s o l u ç ã o t a m p ã o de (BaCla + T E A ) c o l o c a d o s nas a m o s t r a s de solo p a r a q u e ocorra a troca. 4.3 I s o t e r m a s d e s o r ç ã o 4.3.1 E q u i p a m e n t o s - B a l a n ç a analítica Deltech 320 X T T O P ; - agitador (10 rpm); - centrífuga F a n e m - m o d e l o 2 0 4 NR. 4.3.2 R e a g e n t e s e s o l u ç õ e s - sal dos c o m p o s t o s antraceno, benzo(a)pireno, fluoranteno e pireno d a Marca ChemService, com 9 8 % de pureza; - m e t a n o l , grau P. A. Para os estudos de isotermas de s o r ç ã o foram preparadas s o l u ç õ e s estoques individuais a partir do sal de c a d a c o m p o s t o estudado conforme procedimento a seguir: 1) A n t r a c e n o - Pesar 0,5 g d o sal e m balança analítica, -Transferir para balão volumétrico de 200 mL contendo a p r o x i m a d a m e n t e 50 m L d e m e t a n o l . Dissolver o sal e a v o l u m a r até o m e n i s c o c o m metanol. - Medir 150 m L de metanol e m balão volumétrico, transferir esse v o l u m e para frasco d e 5 0 0 m L de vidro âmbar, adicionado a esta a s o l u ç ã o de antraceno da etapa anterior. - A r m a z e n a r e m geladeira. 2) F l u o r a n t e n o e P i r e n o - Pesar 0,5g d o sal d e c a d a c o m p o s t o s e m balança analítica; -Transferir o sal para balão volumétrico de 200 mL contendo a p r o x i m a d a m e n t e 50 m L d e m e t a n o l ; dissolver o sal e a v o l u m a r até o m e n i s c o c o m metanol; 53 - Transferir o v o l u m e total para frasco de vidro â m b a r d e 5 0 0 m L . - A r m a z e n a r e m geladeira. 3) B e n z o ( a ) p i r e n o - Pesar 5 m g do sal e m balança analítica; - Transferir o sal para balão volumétrico de 10 mL contendo a p r o x i m a d a m e n t e 5 m L d e metanol; dissolver o sal e a v o l u m a r até o menisco c o m m e t a n o l ; - Transferir o v o l u m e total para frasco de vidro â m b a r d e 5 0 m L . - A r m a z e n a r e m geladeira. Para evitar erros na e t a p a d e preparação das s o l u ç õ e s e correção d a porcentagem de pureza, as mesmas foram quantificadas por G C / M S ( c r o m a t ó g r a f o à gás a c o p l a d o a espectrómetro de m a s s a s ) antes d o ensaio d e isotermas de sorção, c o n f o r m e descrito no item 3.3.3. O s resultados d a c o n f i r m a ç ã o das concentrações d a s soluções dos H P A s s ã o a p r e s e n t a d o s na T A B . 4. T A B E L A 4 • Resultados d a c o n f i r m a ç ã o das concentrações d e H P A s . Massa utilizada (g) Volume final (mL) Concentração Obtida (mg L-^) Concentração confirmada por GC/MS (mg L-^) Antraceno 0,5115 350 1.461 1.017 Benzo(a)pireno 5 mg 10 500 472 Fluoranteno 0,5323 200 2.661 2.578 Pireno 0,5003 200 2.502 2.402 Composto G C / M S : Cromatógrafo à G á s a c o p l a d o a espectrómetro de m a s s a s 4.3.4 P r e p a r a ç ã o d a s i s o t e r m a s d e s o r ç ã o O s ensaios d e isotermas d e sorção foram realizados e m triplicata para as d u a s a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B (1,0-1,1 m ) , c o n f o r m e descrito a seguir: 54 1) Seis alíquotas de 1g de c a d a solo e s t u d a d o foram p e s a d a s e m balança analítica e transferidos para u m tubo de centrífuga de 5 0 m L . T o m o u - s e o cuidado de quartear a a m o s t r a antes d a p e s a g e m , garantindo a s s i m s u a representatividade; 2) A c a d a u m a d a s a m o s t r a s foi adicionada u m a alíquota d e diferentes c o n c e n t r a ç õ e s dos H P A s e m estudo c o n f o r m e T A B . 5. 3) A o s tubos c o n t e n d o solo e a mistura d e H P A s adicionou-se s o l u ç ã o 1:1 de á g u a / m e t a n o l c o m p l e t a n d o a u m v o l u m e final de 2 0 m L ; T A B E L A 5 - C o n c e n t r a ç õ e s de H P A s utilizadas e m c a d a ensaio das isotermas d e sorção. Ensaio 1 ( m g L-^) 1,27 Ensaio 2 ( m g L-^) 2,54 Ensaio 3 ( m g L-^) 5,09 Ensaio 4 ( m g L-^) 12,71 Ensaio 5 ( m g L-^) 25,43 Ensaio 6 ( m g L-^) 50,85 Benzo(a)pireno 1,18 2,36 5,90 11,80 23,60 35,40 Fluoranteno 3,22 6,45 12,89 32.23 64,45 128,90 Pireno 3,00 4,01 8,02 30,03 60,05 120,10 Composto Antraceno 4) C a d a tubo, c o n t e n d o a a m o s t r a de solo e o s H P A s e m s o l u ç ã o d e m e t a n o l / á g u a (1:1), foi mantido sob agitação a 200 rpm durante 2 4 horas a 25°C; 5) O t u b o foi centrifugado a 3 0 0 0 rpm por 15 minutos; 6) U m a alíquota de a p r o x i m a d a m e n t e 10 m L do sobrenadante foi retirada, filtrada através s i s t e m a de filtração Millipore c o m m e m b r a n a filtrante de 0,45 u m ; 7) N a alíquota filtrada d e t e r m i n o u - s e a c o n c e n t r a ç ã o dos quatro H P A s e m estudo. 8) O s experimentos d e isotermas d e sorção estudados neste trabalho foram realizados e m m e i o d e soluções de m e t a n o l / á g u a (1:1). A justificativa na utilização do metanol d e v e - s e a alguns fatores descritos abaixo: 55 1) Baixa solubilidade e m á g u a dos c o m p o s t o s estudados; 2) Metanol foi o solvente escolhido pela s u a c o m p l e t a solubilidade e m água; 3) Estudos do comportamento realizados em melhor realidade a soluções já de compostos contendo que solvente solventes orgânicos hidrofóbicos orgânico representam orgânicos são comumente encontrados e m c o n t a m i n a ç õ e s de c o m p o s t o s orgânicos e m áreas industriais (Nkedi-Kizza et. a l . , 1985); 4) A maioria dos estudos de c o m p o r t a m e n t o de c o m p o s t o s orgânicos hidrofóbicos são baseados e m sorção e m m e i o a q u o s o . N ã o existe, portanto, muita referencia na literatura q u e mostre o c o m p o r t a m e n t o d e H P A s e m meio de solvente orgânico (Nkedi-Kizza et. al., 1985). Na T A B . 6 s ã o apresentadas a s concentrações adicionadas a c a d a u m dos e n s a i o s nas d u a s a m o s t r a s d e s o l o d o horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B (1,0-1,1 m ) , a s s i m c o m o as devidas diluições das soluções de c a d a c o m p o s t o . 4.4 A n á l i s e s q u í m i c a s Utilizou-se para a quantificação d o s H P A s a metodologia a d a p t a d a de análise d a A g ê n c i a de Proteção A m b i e n t a l A m e r i c a n a (Método EPA 8 2 7 0 C ) para c o m p o s t o s Semi-Voláteis, por cromatografia a gás a c o p l a d a a detector de m a s s a s (GC/MS) c o n f o r m e descrito no item 3.3.3. J u n t a m e n t e c o m as a m o s t r a s foi realizado um ensaio branco dos solos e s t u d a d o s , s e n d o q u e as c o n c e n t r a ç õ e s dos H P A s determinadas f o r a m m e n o r e s q u e o limite d e quantificação do m é t o d o para todos os c o m p o s t o s (<5 ug L"*). 4.4.1 M a t e r i a i s u t i l i z a d o s 4.4.1.1 E q u i p a m e n t o s e v i d r a r i a - Geladeira/freezer; - B a l a n ç a analítica Deltech 3 2 0 X T T O P ; - s i s t e m a cromatográfico a gás G C 6 8 9 0 Plus acoplado a o detector de massas 5973 NT(HP); 56 - a m o s t r a d o r a u t o m á t i c o (autosampler); TABELA 6 - C o n c e n t r a ç õ e s de H P A s adicionadas à s a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B (1,0-1,1 m), Antraceno 0.5115g-350 mL: 1.461 mg L-1 Vol. sol. Estoque de antraceno (mL) 0,025 0,05 0,1 0,25 0,5 1 Concentração inicial (mg L^) 1.017 1.017 1.017 1.017 1.017 1.017 Volume final Concentração final (mL) (mg L ^) 20 1,27 20 2,54 20 5,09 20 12,71 20 25,43 20 50,85 Benzo(a)pireno 5 mg - lOmL de metanol: 500 mg L^ concentração confirmada por GC/MS : 472 mg L^ Vol. sol. estoque de benzo(a)pireno Concentração inicial (mL) (mgL^) 0,05 472 472 0,1 0,25 472 0,5 472 1 472 472 1,5 Volume final Concentração final (mL) (mg L^) 20 1,18 20 2,36 20 5,90 20 11,80 20 23,60 20 35,40 Fluoranteno 0.5323 g - 200 mL: 2.661 mg L"^ concentração confirmada por GC/MS: 2.578 mg L ' Vol. Sol. estoque de fluoranteno Concentração inicial (mL) (mg L-^) 0,025 2.578 0,05 2.578 2.578 0,1 0,25 2.578 0,5 2.578 1 2.578 Volume final Concentração final (mL) (mg L ^) 20 3,22 20 6,45 20 12,89 20 32,23 20 64,45 20 128,90 Pireno 0.5003 g - 200 mL : 2.502 mg Concentração confirmada por GC/MS: 2.402 mg L' Vol. sol. estoque de pireno Concentração inicial 0,025 0,05 0,1 0,25 0,5 1 2.402 2.402 2.402 2.402 2.402 2.402 Volume final Concentração final 20 20 20 20 20 20 3,00 4,01 8,02 30,03 60,05 120,10 57 4.4.1.1 E q u i p a m e n t o s e v i d r a r i a (cont.) - vials de 2 m L â m b a r e s ; - seringa c o m c a p a c i d a d e d e 1 e 5 mL; - balão volumétrico c o m c a p a c i d a d e d e 5 0 e 100 m L ; - microseringas d e 1, 5 0 , 100 e 5 0 0 uL; - micropipeta d e 1 m L . 4.4.1.2 R e a g e n t e s , s o l u ç õ e s e m a t e r i a s d i v e r s o s - metanol grau P.A. o u grau pesticida; - cloreto d e metileno grau pesticida, espectroscopia o u H P L C ; - padrões certificados d o s analíticos no estado sólido, substâncias puras o u e m solução d e 1000, 2 0 0 0 e 5 0 0 0 ug mL"* o u misturas; - solução padrão e s t o q u e (50 o u 100 mgL"*) p r e p a r a d a a partir d e padrões certificados; - padrão d e calibração (ug L"') preparado a partir d a s o l u ç ã o padrão estoque; - cilindro d e gás Hélio 9 9 , 9 9 9 % de pureza. - lacre de alumínio c o m s e p t o para vials de 2,0mL de c a p a c i d a d e ; - septo f a c e a d o de teflon de 2 0 m m para vials d e 2,0 m L de capacidade; - lacrador/deslacrador; 4.4.2 C o n d i ç õ e s e s p e c í f i c a s 4.4.2.1 P r e p a r a ç ã o d e r e a g e n t e s e p a d r õ e s A solução padrão utilizada na calibração instrumental pode ser preparada a partir d o s c o m p o n e n t e s puros o u a partir de s o l u ç õ e s certificadas, neste c a s o foram preparadas a partir d e soluções certificadas c o n f o r m e descrito a seguir: a partir d a solução certificada (5000, 2 0 0 0 o u 1000 ug mL"*) transferir 1,2 o u 5 m L , respectivamente de c a d a s o l u ç ã o padrão contida nas a m p o l a s , f a z e n d o 58 uso de seringa de c a p a c i d a d e a d e q u a d a , para u m balão volumétrico de 100 m L (50 ug mL"') o u 50 m L (100 ug m L " ' ) , e m função d a c o n c e n t r a ç ã o do padrão q u e se deseja preparar. E s t a transferência d e v e ser feita no m e i o do balão, para n ã o permitir que e s c o e líquido pelas paredes. A s a m p o l a s d e v e m ser utilizadas e m temperatura a m b i e n t e . A p ó s a transferência de t o d o s os padrões, a v o l u m a r o balão c o m m e t a n o l . Acondicionar entre 15°C a 22°C, protegida d a luz. E s t a solução t e m validade d e seis m e s e s . 4.4.2.2 P a d r õ e s d e c a l i b r a ç ã o Preparar 6 p a d r õ e s d e calibração na faixa d e 1 a 5 0 u g L"* d o analito n a amostra. 4.4.3 P r e p a r a ç ã o d a s a m o s t r a s O m é t o d o descrito no item 3.3.3.3, c o m b a s e no E P A 3 5 0 0 foi adaptado para as a m o s t r a s e m estudo. A etapa d e extração das a m o s t r a s foi eliminada e todas as a m o s t r a s foram injetadas diretamente no cromatógrafo. E s s a adaptação foi realizada pelos seguintes motivos: 1) devido às a m o s t r a s e s t a r e m e m m e i o metanol durante a etapa (solvente n o r m a l m e n t e utilizado nas injeções diretas); 2) de extração poderia ocorrer perda por volatilização dos c o m p o s t o s , acarretando maior erro a o s d a d o s analíticos; e 3) devido ao p e q u e n o v o l u m e de a m o s t r a (10 m L ) que não permitiria a utilização d a metodologia padrão que referencia 1 L de a m o s t r a para extração. 4.4.4 C o n d i ç õ e s c r o m a t o g r á f i c a s S ã o a p r e s e n t a d a s na T A B . 7 as c o n d i ç õ e s cromatográficas utilizadas nas análises dos H P A s . 4.4.5 C á l c u l o s O s cálculos s ã o executados pelo e q u i p a m e n t o q u e relaciona a á r e a obtida por c a d a c o m p o s t o c o m a e q u a ç ã o da reta na calibração d o m e s m o a várias c o n c e n t r a ç õ e s (calibração externa). A e q u a ç ã o d a reta é calculada por 59 regressão linear passado pelo ponto (0,0) onde a c o n c e n t r a ç ã o de c o m p o s t o é obtida pela relação resposta/fator d a curva. T A B E L A 7 - C o n d i ç õ e s Cromatográficas utilizadas nas análises dos H P A s . H P 6 8 9 0 Plus (CR-006) acoplado ao H P 5 9 7 3 N T 3 0 ° C / 1 min / 6°C min / 1 7 0 ° C 10°Cmin^" / 300°C - 4 T e m p e r a t u r a d o forno min. G á s de arraste Hélio 5.0 1,0 m L / m i n (fluxo constante) T e m p e r a t u r a d a linha de 300°C transferência T e m p e r a t u r a d o injetor 250°C Coluna 5 % fenil-metil-silicone, 3 0 m, 0 , 2 5 m m , 0,25um M o d o de injeção Splitiess Fluxo 6,5 psi (pressão ajustada a u t o m á t i c a m e n t e e m f u n ç ã o Fluxo d a p u r g a para o d a c o l u n a utilizada) 60 m L min^" split T e m p o de Purga 1 min. Fluxo total 6 4 m L min^" A FIG.7 a p r e s e n t a um e x e m p l o de c r o m a t o g r a m a das análises d o s HPAs e s t u d a d o s n e s s e trabalho. 4.4.6 C a l i b r a ç ã o a n a l í t i c a A calibração analítica foi realizada c o m a utilização de u m a mistura de padrões dos c o m p o s t o s de interesse c o n f o r m e descrito no item 4.4.2.2. A s curvas de calibração obtidas de c a d a c o m p o s t o s ã o apresentadas na FIG.8. 4.4.7 C r i t é r i o s d e c o n t r o l e d e q u a l i d a d e C o m base nos critérios estabelecidos na A B N T N B R - I S O / l E C 17025 (2001), a s i s t e m á t i c a de garantia e controle d e qualidade utilizada pelo laboratório d a Cetrel inclui análises dos seguintes itens: - prova e m branco a c a d a batelada analítica; - 5 % de adição de padrão(sp/7fe) a c a d a batelada analítica; - 5 % de a m o s t r a s duplicatas a c a d a batelada analítica e; - análise de a m o s t r a referência. 60 F I G U R A 7 - C r o m a t o g r a m a de análise dos H P A s -2 Ser. 1 L'U3 Í J I Í M 1 V O I .AT R i a / 1 • o3 Tnrr K K O - o 6 o / 2 o o -•í /T\r>V I A . c-noor. Mií i m « t j J parama: hO i i N i i t . ' t l i n e : í l p p 3 2 j t> ; U / '.'O 03 Mechod T i 1 1.^ AliH É ' 1CHEM\ 1 \ M E T H O D £ ; \ r A I I í ; 3 M . M { C h o m ü l d e P^.H'u A m o t t - r a c lI.iwííJhí» Abundance 1 IC. SVf.23-n IlíSIJOÜ 130000 1 ICXJpO lOSODO 1DOO00 9BO00 OOOOO eoooo OOOOO 7í>O00 7OO0O 6t>000 60000 40000 :i5ooo 300O0 20000 20L)ÜO 1W00 IChk in.on i?.í>n P / M l t : J.M . M • 16.00 10.00 f 2 o í : 22 : : e p 2 0 0 3 J l : 01 ; K>:T/6P86/íÜ0,í/R2-1: £EMj V ü I ^ A - I K i a / SEO /'.':q On Sampic; Míbí: Inst : MulLipli: ?>ompie A m o u n t ; KC I n t . e 9 1 u i . J 0 n P a r a m e : £V . K O u í i n c T i m e : S e p 2 2 l í , : ( i 7 : - 1 0 2ÜIJH O'.JíítU- M r l h o í l T3t;le lidKt. Updüf-e lvenpon.çr v i a TJat-.¿tAr:q M e t h iiHj V....^:iL Kfir-UltS File: : C : \ M S 1 j í : h K M \ 1 \ M K T H 0 D G \ , P A H S 1 M . M (Cht;tr.:i iwit i c n : í i n ñ H s e d e PAJí's - A r a o c t r o s L i q u i t i n . s • MOIJ S e p T.'. 1 0 : 5 9 : O ' : , : i n i t i o l Ca.i;i. : PA31SJM Eiicndarcs T a r g e t , ("tompouncls 1) H a l L a l e n o 2) M c t i l - H a f l . a l e i i o Biteni 3) S g t - 1 , 1 ' 4) Acfcnafli l e ñ o bi A c e n i í t e n o 6) F l u o r n n o 7) F e n a n t r e n o 8) A n l r a c r n o 9) F l u o r a n t e n o 10) P i r e n o 11) Sqr p T e r t e i i j J 12) Crj c e n o 13) B e n z o (a) a i i t r a c e 14) B e n z o ( b ) f l u o r a n 15) B e n z o ( k ) f l u o r a n 16) B e n 7 o í a ) p i r e n o 1 7 ) I n d e n o ( ] , 2 , .^-cd 18) D i b e n z o ( a , h ) a n t 19) B e n z o í g . h , i ) p e r i T. 0 0 0 0 0 16 16 19 19 0 0 0 0 0 25 0 0 0 00 00 00 00 00 00 54 f.4 ;e D7 00 00 00 00 00 95 00 00 00 Olon :;8 ]4.-: 172 lb2 353 166 1 If. 178 202 202 244 228 226 252 252 252 276 278 27C Knsponse 321567Í: 0 0 0 0 0 2593440 1212.1CS 3706020 3147375 0 0 0 0 0 700GO 0 0 0 CR0U6 105?,60 0.00 l'AHfIN.r<EÊ InLcy j dtor) Conc Units 8071.22 N.l) H.D N.D N.n N.D 4370.26 1660.39 3C17.02 :i2E0.40 N.D N.D N.D N.l) N.D 255.27 N.D N.D N.D ug/L Eiev(Min) Qvalue 100 ^'^ iig/L ug/L "g/L ug/L 1 0 0 CK100«^ 1 0 0 '-^ 100 ug/L 100 oe 61 Para o s experimentos d e s t e traballio, foram realizadas, análises d e a m o s t r a branco de laboratorio e a m o s t r a referência do laboratorio ( T A B . 8 ) . T A B E L A 8 - Resultados de a m o s t r a branco do laboratorio e a m o s t r a referência Branco COMPOSTOS Limite de Conc. A m o s t r a referência - 22/09/03 Conc. Conc. Recuperação (%) Quantificação LQ (ug L^) (ug L-^) Teórica (ug L-^) Experimental (ug L-^) 5,0 <LQ 25 21 84 5,0 <LQ 25 24 96 5,0 <LQ 25 23 92 5,0 <LQ 25 24 96 Antraceno Benzo(a)pireno Fluoranteno Pireno LEGENDA Conc: C o n c e n t r a ç ã o LQ: Limite de Quantificação * Critério de a c e i t a ç ã o d a p o r c e n t a g e m d e recuperação d a a m o s t r a referência: 8 0 a 120%. 4.4.8 L i m i t e s d e Q u a n t i f i c a ç ã o O laboratório utiliza-se d e u m rigoroso procedimento de validação d e metodologia analítica, que define a s i s t e m á t i c a de análise d a c o n c e n t r a ç ã o de u m ou mais compostos nos diversos tipos de matrizes. Como parte desse procedimento d e validação, o laboratório d e s e n v o l v e u estudos d e limites d e detecção, de m o d o a garantir e d o c u m e n t a r o pleno atendimento a o s limites d e quantificação necessários para este estudo. Na T A B . 9 é apresentado o estudo d e limite de d e t e c ç ã o d o método para os H P A s e m estudo. Este estudo está b a s e a d o nos critérios estabelecidos pela A g ê n c i a de Proteção Ambiental A m e r i c a n a ( E P A ) e t a m b é m nos critérios estatísticos estabelecidos pelo I N M E T R O , c o m base na n o r m a ISO 17025. 62 F I G U R A 8 - Curvas d e calibração d o s H P A s 2.<C<-0CT. Cott Of ntíhai o a : ;r*J¡ .• Huai c.»»» Cam riz, iioatz/io.C) ci\MBX3ait\i\iaaaas\nata.K 63 F I G U R A 8 - C o n t i n u a ç ã o - C u r v a s d e calibração dos H P A s m*poaM y' E i.o«e>OM- e I 9 0«c Mthed Butti I , S lr*a: - e . * I l 1« e m * rlcí t» 20 Uaaw/IO.O) ci\Rteain\i\NraoM\*»iai.H 39 M 1 64 I.NA«SE7- 1. aii^cai- »0 1 i eoír eC Oat Hsihad Sumí Irt) Ua.OM . C.Mt 21 • *at Carv» r U i U<mx/is,e) c,\HS3caB(\:Manaoiis\iiMua(ji A s f ó r m u l a s utilizadas nos cálculos do e s t u d o d e limite d e d e t e c ç ã o d a T A B 9 estão a p r e s e n t a d a s abaixo: n = 7, n ú m e r o d e resultados c o n s i d e r a d o s ( n ú m e r o d e réplicas); M é d i a = M é d i a aritmética d o s 7 (n) resultados encontrados; Desvio Padrão: 5 = V ,1-1 L D M = ts t= 2,44 (coeficiente d e t d e S t u d e n t para n-1 = 6) S = desvio p a d r ã o LQ = LDM x 5 - 1 0 vezes 19,41 25,92 19,91 Fluoranteno Benzo(a)pireno Pireno 202 252 202 178 Sec. - íon característico secundário Prim. - íon característico primário u.m.a - unidade de massa atômica LQ - Limite de Quantificação LDM - Limite de Detecção do método Rep.: Replicata Legenda: 16,67 101 101 179/176 Sec. (u.m.a) retenção Prim. Característico tempo de Antraceno Composto lon 10 10 10 10 (ug L^) nominal valor T A B E L A 9 - E s t u d o d e limite d e d e t e c ç ã o dos H P A s 6,70 6,59 10,66 8,39 1 Rep. 6,69 6,62 10,37 8,50 2 Rep. 6,69 6,75 10,69 6,90 6,84 10,68 8,29 4 3 8,50 Rep. Rep. 6,55 6,74 10,78 8,62 5 Rep. 6,25 6,34 11,25 8,39 6 Rep. 5,89 5,93 9,93 8,55 7 Rep. 6,52 6,54 10,62 8,46 Média 0,343 0,316 0,401 0,112 Padrão Desvio 1,08 0,99 1,26 0,35 LDM 5,00 5,00 5,00 5,00 LQ 65 66 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 C a r a c t e r i z a ç ã o d o s o l o Solos composição, de portanto diferentes para localidades estudar o geográficas comportamento variam de muito HPAs em de solo, primeiramente é necessário conhecer a s propriedades do solo a m o s t r a d o . S a b e - s e d a literatura que as propriedades do solo c o m o p o r c e n t a g e m de carbono orgânico e argila s ã o a s mais relevantes para c o m p r e e n d e r as interações d e H P A s ao solo. A s a m o s t r a s d e solo do horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B (1,0-1,1m) foram caracterizadas físico e q u i m i c a m e n t e e os respectivos resultados das d u a s amostras s ã o a p r e s e n t a d o s na T A B . 1 0 . O s resultados d a T A B . 1 0 m o s t r a m q u e as características físicas e químicas d o s dois solos são s e m e l h a n t e s . A principal diferença o b s e r v a d a entre as duas a m o s t r a s encontra-se na variação do teor d e argila c o m u m a u m e n t o d e 10 % na a m o s t r a horizonte B (1,0-1,1 m ) . T A B E L A 10 - Resultados de caracterização físico-química das amostras de solo Horizonte A Horizonte B ÍO-10cm) n.0-1.1 m ) Areia 60% 48% Silte 20% 22% Argila 20% 30% pH 4.2 4.0 Parâmetro Granulometria CTC 6.4 c m o l kg 6.4 c m o l kg Matéria o r g â n i c a 1,72% 1,80% % C a r b o n o orgânico 0 , 9 9 7 % (foc:0,00997) 1,043% (foc: 0,01043) C T C : C a p a c i d a d e d e T r o c a Cationica foc: fração d e c a r b o n o orgânico 67 5.2 R e s u l t a d o s a n a l í t i c o s d o s H P A s A s a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B (1,0-1,1m) f o r a m s u b m e t i d a s a o ensaio de s o r ç ã o c o n f o r m e procedimento descrito no item 7.3. A s T A B . 1 1 e T A B . 1 2 a p r e s e n t a m a s concentrações dos H P A s adicionados (Co) ao ensaio de sorção e a m é d i a d a c o n c e n t r a ç ã o de equilíbrio (Ce) no filtrado d o s experimentos d e sorção d o s H P A s nos solos. A quantidade d e H P A s sorvida (qe) ao solo foi d e t e r m i n a d a por d i f e r e n ç a entre a concentração inicial (Co) e a c o n c e n t r a ç ã o de equilíbrio (Ce) d a s isotermas d e sorção. O s ensaios dos processos de sorção foram realizados e m m e i o á g u a /metanol (1:1). C a d a u m dos ensaios d e sorção foram executados e m triplicata. 5.3 A v a l i a ç ã o d a s i s o t e r m a s d e s o r ç ã o Neste capítulo serão discutidos os resultados dos ensaios das isotermas d e sorção dos H P A s e m solo. C o n f o r m e descrito e m capítulos anteriores, principalmente no capitulo 3.3.2, ainda existe u m a grande incerteza quanto à natureza do m e c a n i s m o de retenção d o s c o m p o s t o s orgânicos não polares ao solo. S a b e - s e q u e o solo é c o m p o s t o d e u m a fração de material mineral e outra de material orgânico. E m condições d e baixa umidade o material inorgânico age c o m o adsorvedor c o n t a m i n a n t e s orgânicos. No entanto a fração orgânica do s o l o a g e de como absorvedor o u c o m o u m meio d e partição para o c o n t a m i n a n t e orgânico. A maioria dos estudos t a m b é m confirma que o s c o m p o s t o s orgânicos t e n d e m a interagir principalmente c o m a fração orgânica do solo e q u e a s d e m a i s frações d o solo, c o m o os argilominerais e características c o m o p H , c o n t r i b u e m p o u c o para a retenção dos c o n t a m i n a n t e s orgânicos a o solo. A p e s a r contribuição insignificante do material mineral e do pH na desta retenção c o n t a m i n a n t e s orgânicos ao solo, d u a s situações não p o d e m ser e s q u e c i d a s : dos 68 T A B E L A 11 - Resultados dos e n s a i o s de s o r ç ã o de H P A s e m a m o s t r a d e solo do horizonte A (0-10 c m ) Antraceno Co (mg L') Ce (mg L"') Cad (mg L') qe (mg g ' ) LogCe(mgL"') Logqe(mgg"') 1,27 1,29 -0,02 -0,0004 0,111 2,54 1,90 0,64 0,0128 0,279 -1,893 5,09 , 4,90 0,19 0,0038 0,690 -2,420 12,71 10.54 2,17 0,0434 1,023 -1,362 25,43 12,53 12,90 0,2580 1,098 -0,588 50,85 19,09 31,76 0,6352 1,281 -0,197 Benzo(a)pireno Co (mg L') Ce (mg L') Cad (mg L"') qe (mg g ' ) LogCe(mgL') Logqe(mgg'') 1,18 0,17 1,01 0,0202 -0,769 -1,695 2,36 0,27 2,09 0,0418 -0,569 -1,379 5,90 0,69 5,21 0,1042 -0,161 -0,982 11,80 0,73 11,07 0,2214 -0,137 -0,655 23,60 1,22 22,38 0,4476 0,086 -0,349 35,40 2,59 32,81 0,6562 0,408 -0,183 Fluoranteno Co (mg L') 3,22 Ce (mg L"^) Cad (mg L') qe (mg g"') 3,05 0,17 0,0034 Log Ce(mg L') Log qe(mg g") 0,484 -2,468 6,45 5,26 1,19 0,0238 0,721 -1,623 12,89 12,00 0,89 0,0178 1,079 -1,750 32,23 24,68 7,55 0,1510 1,392 -0,821 64,45 30,03 34,42 0,6884 1,478 -0,162 128,90 50,63 78,27 1,5654 1,704 0,195 Pireno Co (mg L') Ce (mg L') Cad (mg L') qe (mg g ' ) 3,00 2,74 0,26 0,0052 0,438 -2,284 4,01 3,70 0.31 0,0062 0,568 -2,208 8,02 7,30 0,72 0,0144 0,863 -1,842 30,03 22,40 7,63 0,1526 1,350 -0,123 60,05 27,36 32,69 0,6538 1,437 -0,185 120,10 37,96 82,14 1,6428 1,579 0,216 LEGENDA: Co: concentração de HPAs adicionada ao solo (mg L"^) Ce: média da concentração de HPAs no tempo de estudo(mg L"'') Cad: concentração de HPAs sorvida em solução (mg L"') qe: concentração de HPAs sorvida ao solo (mg g'^) Log Ce: logaritmo de Ce (mg L"^) Log qe: logaritmo de qe (mg g"^) Log Ce(mg L') Log qe(mg g"') 69 T A B E L A 12 - Resultados dos ensaios de s o r ç ã o de H P A s e m a m o s t r a de solo do horizonte B (1,0 -1,1 m) Antraceno Co (mg L') Ce (mg L') Cad (mg L") qe (mg g"') Log Ce(mg L"^) 1,27 1,19 0,08 0,0016 0,076 Log qe(mg g") -2,796 2,54 1,93 0,61 0,0122 0,286 -1,914 5,09 4,40 0,69 0,0138 0,643 -1,860 12,71 6,49 6,22 0,1244 0,812 -0,905 25,43 8,15 17,28 0,3456 0,911 -0,461 50,85 12,87 37,98 0,7596 1,110 -0,119 Log Ce(mg L') -0,745 Log qe(mg g") -1,699 Benzo(a)pireno Co (mg L') Ce ( m g L ' ) 1,18 0,18 Cad (mg L') 1,00 qe (mg g 0,0200 2,36 0,18 2,18 0,0436 -0,745 -1,361 5,90 0,25 5,65 0,1130 -0,602 -0,947 11,80 0,46 11,34 0,2268 -0,337 -0,644 23,60 0,68 22,92 0,4584 -0,167 -0,339 35,40 1,23 34,17 0,6834 0,090 -0,165 qe (mg g ) 0,0044 Log Ce(mg L') 0,477 Log qe(mg g") -2,357 ) Fluoranteno Co (mg L') Ce (mg L') 3,22 3,00 Cad (mg L') 0,22 6,45 4,37 2,08 0,0416 0,640 -1,381 12,89 9,52 3,37 0,0674 0,979 -1,171 32,23 21,82 10,41 0,2082 1,339 -0,682 64,45 24,90 39,55 0,7910 1,396 -0,102 128,90 26,78 102,12 2,0424 1,428 0,310 Log qe(mg g ") -2,167 Pireno Co ( m g L ' ) Ce ( m g L ' ) Cad (mg L"') qe (mg g"') 3,00 2,66 0,34 0,0068 Log Ce(mg L ) 0,425 4,01 2,44 1,57 0,0314 0,387 -1,503 8,02 5,43 2,59 0,0518 0,735 -1,286 30,03 23,13 6,90 0,1380 1,364 -0,860 60,05 24,78 35,27 0,7054 1,394 -0,152 120,10 25,83 94,27 1,8854 1,412 0,275 LEGENDA: Co: concentração de HPAs adicionada ao solo (mg L"^) Ce: média da concentração de HPAs no tempo de estudo(mg L'') Cad: concentração de HPAs sorvida em solução (mg L"^) qe: concentração de HPAs sorvida ao solo (mg g"^) Log Ce: logaritmo de Ce (mg L"^) Log qe: logaritmo de qe (mg g'') 70 1) Q u a n d o o teor d e c a r b o n o orgânico d o solo for inferior a 0 , 1 % (foc< 0,001) (EPA, 1996; Bockting et a l . 1993). Neste c a s o a f r a ç ã o mineral d o solo a p r e s e n t a u m a contribuição significativa n a retenção d o s c o m p o s t o s orgânicos a o solo e o valor d o coeficiente de distribuição deve ser expresso pela e q u a ç ã o 18. Kd = Koc. Foc + Kio . fio onde eq.(18) Kd = coeficiente d e distribuição K o c = coeficiente d e partição no solo orgânico f o c = fração d o material orgânico Kio= coeficiente d e partição no solo inorgânico fio= fração d o material inorgânico 2) Q u a n d o o c o n t a m i n a n t e orgânico não polar for iónico. Neste c a s o a partição d o c o m p o s t o orgânico ionizável é significativamente influenciada pelo p H d o solo e requer u m a estimativa d o K o c m a i s c o m p l e x a , c o m o m o s t r a a e q u a ç ã o 19 Koc = Kocn (t)n + KoCi ( 1 " 0 n ) ondo e q . (19) (t)n = ( 1 +10P"-P^V = fração d a espécie neutra presente Kocn= coeficiente d e partição para a espécie neutra Koci = coeficiente d e partição para a espécie ionizável pKa = log d a c o n s t a n t e d e dissociação d o ácido orgânico No c a s o d o presente trabalho, estudou-se c o m p o s t o s orgânicos n ã o polares e n ã o iónicos ( H P A s : a n t r a c e n o , fluoranteno, benzo(a)pireno e pireno) e m solos c o m foc > 0,001. Portanto, n ã o será necessário levar e m conta n e n h u m d o s dois casos citados anteriormente. No presente e s t u d o e s t á muito claro q u e a interação d o s H P A s a o solo s e d e v e p r e d o m i n a n t e m e n t e a matéria orgânica d o solo e o coeficiente d e distribuição pode ser calculado pela e q u a ç ã o simples (20) 71 Kd = Koc . foc e q . (20) A n t e s d e iniciar a discussão dos resultados, c a b e ainda u m a c o l o c a ç ã o interessante q u a n t o ao t e r m o sorção. Existem muitos artigos na literatura que d i s c u t e m a retenção, interação e isotermas de a d s o r ç ã o de H P A s e m solos. Muitos destes trabalhos utilizam o termo a d s o r ç ã o o u isoterma de a d s o r ç ã o , m a s por outro lado t a m b é m s e verificou que muitos autores, principalmente e m literaturas mais recentes, u s a m o t e r m o sorção ou i s o t e r m a de sorção. C o n f o r m e discutido anteriormente as interações d e H P A s t e n d e m a ocorrer p r e d o m i n a n t e m e n t e por partição c o m a matéria orgânica d o solo, portanto o m e c a n i s m o d e interação ocorre principalmente por um processo d e s o r ç ã o . C o m b a s e nas afirmações a c i m a , c o n s i d e r o u - s e mais interessante adotar na d i s c u s s ã o dos resultados deste trabalho o t e r m o "sorção" e "isoterma de s o r ç ã o " a o invés de "adsorção" e "isoterma de a d s o r ç ã o ", pois este t e r m o representa melhor o m e c a n i s m o d e interação dos H P A s no solo". C o m d a d o s das T A B . 1 1 e T A B . 1 2 f o r a m construídas as curvas de sorção qe (mg g"') x Ce (mg L"^) a p r e s e n t a d a s na F I G . 9. U m a avaliação das curvas d e s o r ç ã o d a F I G . 9 mostra q u e a s curvas obtidas pelos ensaios de sorção não s e g u i r a m a t e n d ê n c i a da maioria d a s curvas a p r e s e n t a d a s na literatura. A maioria dos e s t u d o s de s o r ç ã o para c o m p o s t o s não polares t e m o b s e r v a d o isotermas do tipo L o u C (definidos no capítulo 4) (Karickhoff et al., 1979; M e a n s et a l . , 1980; McCarthy e J i m é n e z , 1985; M a g e e et al., 1991e R a v - A c h a e R e b h u n , 1992). A s isotermas obtidas neste e s t u d o para antraceno, benzo(a)pireno e fluoranteno indicam u m a tendência a isoterma d e sorção do tipo S e no c a s o do pireno, isotermas d o tipo c ó n c a v a . U m l e v a n t a m e n t o mais detalhado d a literatura mostrou q u e vários pesquisadores também observaram isotermas de sorção do tipo-S para c o m p o s t o s o r g â n i c o s não polares (Keith e Telliard, 1979; G u n a s e k a r a e X i n g , 72 2 0 0 3 ; Mao et al., 2 0 0 2 ) . Mas até hoje, ainda n ã o foi estabelecido u m conceito claro para explicar o c o m p o r t a m e n t o d e interação d e c o m p o s t o s orgânicos n ã o polares c o m o solo. Vários autores s u g e r e m alguns m e c a n i s m o s de interação e c o m p o r t a m e n t o s d a s curvas de sorção para c o m p o s t o s orgânicos não polares. P o r é m , a maioria d o s estudos realiza o s experimentos e m meio a q u o s o e n e m s e m p r e utilizaram c o m o adsorvedor u m solo natural, m a s sim argilominerais específicos ou á c i d o h ú m i c o puro, q u e n a realidade não representam fielmente o solo natural. É, portanto muito difícil c o m p a r a r os resultados deste trabalho, o n d e s e estudou u m solo natural e os experimentos d e sorção foram realizados e m m e i o água/metanol (1:1), c o m trabalhos d a literatura. A maioria dos pesquisadores c o n c o r d a que o c o m p o r t a m e n t o de retenção de c o m p o s t o s orgânicos no solo é f o r t e m e n t e dependente d a matéria orgânica do solo. B o b e et al. (1997) o b s e r v a r a m q u e sistemas de sorção d e solos c o m baixos teores d e matéria orgânica t e n d e m a gerar isotermas tipo-S. De acordo c o m S t e n v e n s o n (1994), o ácido h ú m i c o é o constituinte d a matéria orgânica q u e é m a i s insolúvel e tende a s e fixar à superfície das partículas inorgânicas do solo (principalmente argilominerais devido a s u a área específica), modificando os pontos de sorção para os poluentes orgânicos. Ele t a m b é m afirma q u e isotermas tipo-S o c o r r e m n o r m a l m e n t e q u a n d o o s i s t e m a adsorvedor (solo) t e m elevada afinidade c o m o solvente. De acordo c o m Y o u n g e W e b e r (1995) matéria orgânica do solo é considerada heterogênea e consiste de c o m p o n e n t e s "hard" e "soft" (item 3.3.2) q u e exibem c o m p o r t a m e n t o s de sorção diferentes para c o m p o s t o s orgânicos. E m geral u m a sorção não linear é resultado do processo de sorção na fração "hard" da matéria orgânica do solo. Numa tentativa de explicar o comportamento de HPAs no solo observados nos experimentos e m presença de solventes orgânicos. Chiou e S h o u p (1985) s u g e r e m que a capacidade de s o r ç ã o de solutos (contaminantes) a um solo, s ã o lineares e m meio a q u o s o e não lineares na presença d e solvente orgânicos. Esta característica é interpretada a s s u m i n d o - s e q u e o solo apresenta um c o m p o r t a m e n t o d e sorção duplo e m q u e a parte mineral funciona c o m o u m adsorvedor c o n v e n c i o n a l e a matéria orgânica c o m o um meio de partição. A isoterma linear e m m e i o a q u o s o é atribuída à partição exclusiva do soluto na comsk) li^coHi^ üe EFITRÉT^ NU(;,.EAR''SP-IPE\ 73 matéria o r g â n i c a devido à supressão dos p o n t o s d e adsorção do material mineral pela água. Spurloch e Biggar (1994) s u g e r e m q u e isotermas construídas no limite de solubilidade d o s c o m p o s t o s orgânicos t e n d e m a ser não lineares. Eles t a m b é m o b s e r v a r a m q u e a s o r ç ã o não linear indica q u e o processo de interação para certos c o m p o s t o s orgânicos é m a i s c o m p l e x o d o q u e a teoria hidrofóbica a f i r m a . C o n f o r m e discutido anteriormente vários autores c o n c o r d a m q u e as curvas de s o r ç ã o d e c o m p o s t o s orgânicos e m solo p o d e m gerar isotermas não lineares do tipo-S, d e m o n s t r a n d o q u e as curvas d e sorção obtidas neste trabalho s ã o coerentes. U m a análise mais detalhada d a s i s o t e r m a s da FIG. 9 m o s t r a q u e as isotermas tipo-S a p r e s e n t a m u m patamar horizontal à baixa c o n c e n t r a ç ã o d e H P A s . C o m o descrito anteriormente no item 6, a parte mineral do solo t e m grande afinidade pela á g u a por c a u s a d a sua s e m e l h a n ç a molecular polar, e n q u a n t o a matéria orgânica d o solo prefere absorver o c o n t a m i n a n t e orgânico presente na á g u a . Isto representa q u e os c o n t a m i n a n t e s orgânicos, não são significativamente adsorvidos ao mineral e que a partição na m a t é r i a orgânica do solo não é afetada pela á g u a . No entanto, a á g u a t e n d e a f o r m a r pontes de hidrogênio entre si e t a m b é m c o m grupos polares da superfície m a c r o m o l e c u l a r do solo. A matéria h ú m i c a d o solo e s t á aderida p r e d o m i n a n t e a parte argilosa d o solo, devido a s u a á r e a específica. A m a t é r i a h ú m i c a , c o n f o r m e a p r e s e n t a d o na Figura 1 , a p r e s e n t a vários grupos funcionais (carboxílicos, fenólicos e aminas) formando pontos de características hidrofílicas e hidrofóbicas. A c a m a d a de hidratação não é uniforme e u m a parte p o d e cobrir a superfície polar d a superfície do solo (região hidrofílica da matéria o r g â n i c a e parte mineral do solo) enquanto a outra cobre regiões hidrofóbicas. Q u a n d o a superfície das s u b s t â n c i a s é hidrofóbica, elas não p o d e m estabelecer pontes de hidrogênio c o m as m o l é c u l a s d a á g u a e, portanto estas moléculas de á g u a e s t a b e l e c e m pontes d e hidrogênio entre si. Esta ligação de hidrogênio água-água é chamada de ordenada. Quando duas superfícies 74 hidrofóbicas s e a p r o x i m a m u m a interação indução/dispersão é favorecida entre as m o l é c u l a s hidrofóbicas que d e s l o c a m a s moléculas de á g u a o r d e n a d a s d e s t a superfície, f a v o r e c e n d o assim a interação hidrofóbica. Por outro lado c o m o os ensaios de s o r ç ã o f o r a m conduzidos e m m e i o á g u a / m e t a n o l (1:1), provavelmente u m efeito de cosolvência foi favorecido. Rao et a l . (1990) a f i r m a r a m q u e c o m o a u m e n t o do v o l u m e de solvente orgânico utilizado e m u m a mistura de solvente binária, há u m a u m e n t o da solubilidade dos c o n t a m i n a n t e s orgânicos hidrofóbicos e diminui a sorção d e s s e s c o m p o s t o s a o solo. A l é m disso, cosolventes t a m b é m p o d e m alterar a natureza hidrofóbica d a f r a ç ã o o r g â n i c a do solo, a u m e n t a n d o o teor d e carbono orgânico dissolvido na f a s e solução, alterando desta f o r m a t o d o o c o m p o r t a m e n t o de c o n t a m i n a n t e s hidrofóbicos no solo. Portanto o patamar horizontal observado nas curvas de s o r ç ã o a baixa c o n c e n t r a ç ã o de H P A s (FIG.9) pode e m parte ser resultado da c a m a d a d e á g u a o r d e n a d a q u e a baixa concentração d e H P A s i m p e d e que a interação hidrofóbica entre o c o n t a m i n a n t e orgânico e a região hidrofóbica d a matéria orgânica do solo s e estabeleça. A o m e s m o t e m p o ocorre t a m b é m o efeito d e cosolvência o n d e o H P A tende p r i m e i r a m e n t e a s e c o m b i n a r a o metanol na f a s e a q u o s a , impedindo nesta fase inicial (baixa concentração d e H P A ) , s u a interação c o m a matéria orgânica do solo. E s t e p a t a m a r horizontal é m a i s a c e n t u a d o para as isotermas do a n t r a c e n o , fluoranteno e pireno e à m e d i d a que a concentração d o s HPAs aumenta região a força de interação hidrofóbica entre os c o m p o s t o s hidrofóbica d a matéria orgânica do solo t a m b é m e a a u m e n t a até q u e : (1) a s m o l é c u l a s de á g u a ordenadas d a superfície hidrofóbica s e j a m deslocadas e, (2) o efeito de cosolvência diminua. A partir d e s t e ponto u m a sorção direta d o s H P A s c o m a m a t é r i a orgânica do solo é favorecida, o q u e é representada por u m a u m e n t o a c e n t u a d o na curva de s o r ç ã o a t é q u e e s t a atinja a saturação. J á para o c a s o da isoterma do benzo(a)pireno, u m c o m p o s t o muito mais hidrofóbico que os d e m a i s , q u a s e n ã o s e observa a presença d e s t e p a t a m a r 75 a baixas concentrações. Provavelmente como o benzo(a)pireno é mais hidrofóbico, s u a interação c o m a matéria o r g â n i c a do solo a p r e s e n t a uma interação hidrofóbica mais forte, contribuindo a s s i m para a redução do efeito d e cosolvência e d a c a m a d a d e á g u a ordenada. No c a s o do pireno as isotermas a p r e s e n t a r a m - s e do tipo c ó n c a v a . Poucos foram os trabalhos encontrados na literatura cujos resultados o b s e r v a r a m isotermas do tipo c ó n c a v a . De acordo c o m Perry e Chilton (1980), este tipo de isoterma representa s i s t e m a d e sorção desfavorável, m a s s e g u n d o Hinz (2001), geralmente isotermas tipo-S apresentam uma forma cóncava a baixas c o n c e n t r a ç õ e s . Y o u n g e W e b e r (2002) e n c o n t r a r a m t a m b é m q u e a sorção de solutos não polares (fenantreno) e m alguns solos exibe isoterma n ã o linear c o m forma cóncava a baixa concentração. Já Madrid e Diazbarrientos (1991) o b s e r v a r a m que as isotermas d e sorção d e herbicidas n a p r e s e n ç a d e fosfato s ã o fortemente dependentes d o pH e são c ó n c a v a s , sugerindo u m a c o m p e t i ç ã o c o m a s moléculas do solvente. 5.3.1 A v a l i a ç ã o d a s i s o t e r m a s d e F r e u n d l i c h C o m os valores das T A B . 1 1 e T A B . 12 traçou-se as isotermas de Freundlich (log qe x log Ce) a p r e s e n t a d a s n a FIG.10. A aplicação d a e q u a ç ã o d e Freundlich p a r a descrever as isotermas d e sorção de c o m p o s t o s orgânicos não polares ao solo é muito usada e m estudos encontrados na literatura. Spurlock e Biggar (1994) o b s e r v a r a m q u e u m a sorção não linear para uréias pode ser descrita pela e q u a ç ã o Freundlich. Eles t a m b é m verificaram no estudo c o m feniluréias q u e há u m a forte correlação entre o valor d e Kf (capacidade de sorção) e a p o r c e n t a g e m d e c a r b o n o orgânico do solo. E m outro trabalho de Spurlock et a l . (1995), observou-se que o equilíbrio de sorção não linear d e c o m p o s t o s orgânicos a alta concentração pode ser descrito pela isoterma de Freundlich, m a s q u e a sorção foi linear q u a n d o a c o n c e n t r a ç ã o atingiu 5 0 % d a s u a solubilidade. 76 T a m b é m Burgos et al. (2002) a f i r m a r a m q u e isotermas d e Freundlich e Langmuir d e s c r e v e m a adsorção d e quiloleina e m argilominerais. Goyne et Diclorofenóxiacetico" al.(2004) em alumina, observaram foi bem que a representada sorção de pela equação "2,4de Freundlich. Marouf-Khelifa et al. (2004) obtiveram isotermas tipo-S para pentaclorofenol e m argilominerais e eles verificaram que o m o d e l o d e Freundlich expressava b e m a i s o t e r m a de sorção. Palakioutas e Albanis (2002) t a m b é m o b s e r v a r a m isotermas tipo-S para o e s t u d o de a d s o r ç ã o de alaclor, metolaclor e e p t a m e m 5 solos e as isotermas obtidas f o r a m b e m representadas pela equação de Freundlich. O a u m e n t o d a m a t é r i a orgânica do solo gerou u m incremento nos valores d e Kf obtidos. C o n f o r m e apresentado no relatório h o l a n d ê s (Bockting et al., 1993), f r e q ü e n t e m e n t e e n c o n t r a m - s e na literatura d a d o s experimentais d e isotermas de sorção q u e s ã o b e m descritos pela e q u a ç ã o d e Freundlich. P r o c e s s o com isotermas n ã o lineares t a m b é m são b e m descritos pela equação de Freundlich e representam q u e s o r ç ã o de espécies q u í m i c a s orgânicas ao solo é d e p e n d e n t e d a concentração. M e s m o a s s i m não há evidências conclusivas para a explicação de isotermas não lineares. A e q u a ç ã o de reta para o m o d e l o de Freundlich é d a d a pela e q u a ç ã o (21). Para o m o d e l o d e Freundlich, o coeficiente angular obtido c o r r e s p o n d e a 1/n e o coeficiente linear corresponde a log Kf. log q e = log Kf + 1/n x log C e onde: Kf = c a p a c i d a d e de sorção ( m g ^""^L"^ g"*) eq(21) 77 n = expoente de Freundiich (indica o tipo de processo de sorção) n > 1 quando todos os sítios da superfície adsorvedora são considerados similares A o s d a d o s dos ensaios d e s o r ç ã o das T A B . 1 1 e T A B . 12 foram aplicados o m o d e l o de Freundiich. A FIG.10 a p r e s e n t a as isotermas de Freundiich para os H P A s estudados (antraceno, benzo(a)pireno, fluoranteno e pireno) para a a m o s t r a d e solo do horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B (1,0-1,1m). A s e q u a ç õ e s de Freundiich apresentaram ainda u m a b o a correlação c o m valores de > 0,80, apesar d a incerteza dos resultados experimentais, principalmente no c a s o de curvas d e s o r ç ã o c ó n c a v a s . A e q u a ç ã o de Freundiich obtida para c a d a isoterma de s o r ç ã o é a p r e s e n t a d a n a FIG.10. Utilizando a e q u a ç ã o (21) calculou-se o s valores de n e Kf para c a d a c o m p o s t o e os resultados estão apresentados na T A B . 13. A unidade de Kf varia bastante na literatura, pois ela d e p e n d e d e C s e Ce (kg/kg; m g / k g ; ug/kg; mole/kg) portanto, é preciso c u i d a d o a o valores d a literatura, f r e q ü e n t e m e n t e mg^Kg"^ e encontrados erroneamente na comparar unidade Lkg\ D a d o s da literatura (Bockting et.al., 1993 e Burgos, 2 0 0 2 ) m o s t r a m q u e as unidades d e Kf variam bastante pois eles d e p e n d e m das unidades de qe e C e . A s unidades encontradas são ug ^'^ m L ^ g ' ^ m m o l k g ' ' ; m g ^"'^L'^kg Spurlock e Biggar (1994) e s t u d a r a m feniluréia e m solo e o b s e r v a r a m s o r ç ã o n ã o linear c o m valores de Kf entre 6 - 4 1 ug ^'^ m l ' ^ g ^ E m outro trabalho, Spurlock et a l . (1995) obtiveram para fenuron (1,1-dimetil,3-fenil uréia) e m solo o valor de 0,6 a 7,7 ug mL^g' c o m N d e 0,78 a 1,8. No trabalho de Burgos et a l . (2002) o valor de Kf varia de 12,2 a 21,7 e n varia d e 0,42 a 0,73. 78 Já Ferreira et al. (2002) estudaram imazaquim em oxisolos e e n c o n t r a r a m valores de Kf de 1,9 a 8,2 m g ^"'^L^kg"' c o m n de 0,9 a 1,1. O s valores d e n (constante de Freundiich) indicam o tipo de p r o c e s s o d e sorção. S a b e - s e q u e o valor de n d e v e ser s e m p r e maior q u e 1 para indicar q u e os sítios adsorvedores s ã o similares. U m a análise d a Tabela 13 m o s t r a q u e t o d o s os valores de n s ã o m e n o r e s q u e 1, sugerindo a presença de sítios c o m energias de ligação diferentes o u pontos de sorção cooperativos. T A B E L A 13 - Valores de n e Kf calculados pelas e q u a ç õ e s de Freundiich para os H P A s nas a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B (1,0-1,1m). Composto orgânico Horizonte A Horizonte B Kf ( m g ' ' ^ L ' ' g') ñ Kf ( m g ' ' ^ L ' ' Antraceno 0,54 1,23 0,40 1,16 Benzo(a)pireno 0,74 241 0,60 683 Fluoranteno 0,49 0,35 0,46 0,67 Pireno 0^42 03 062 3£ O u t r o s trabalhos na literatura t a m b é m g') obtiveram valores de n < 1 . Graber et al. (1995) encontraram e m isotermas de Freundiich não lineares n igual a 0,87 no estudo de sorção de atrazina e m solo. O relatório holandês de Bockting et a l . (1993), d e s c r e v e q u e na literatura estudos q u e aplicam a e q u a ç ã o de Freundiich, encontraram n variando de 0,7 a 1,2. A p e s a r d o presente trabalho ser considerado um estudo preliminar, os resultados obtidos dos valores de n das isotermas de Freundiich c o n c o r d a n t e s c o m a literatura. mostram-se 79 F I G U R A 9A - C u r v a de sorção do A n t r a c e n o para a m o s t r a s de solo d o horizonte A (0-10 cm) e horizonte B (1,0-1,1 m ) . 0.7-, Data; Datai _ B Model: FreundlichE)A Equation: 0,6- y = a'x'^b-x'X-c)) Weighting; y N o viieighting 0,5Chi'^2/DoF 0,4- O) 0,3- =0.0013 R^2 = 0.98786 a 1,10525 b -1052.64347 ±4900.00728 c 2.93272 ±2.06478 ±0.85964 E g. 0,2 H Antraceno Horizonte A (0-1 Ocm) 0,1 - 0,0•0,1 —I— —I— —I— —I— —I— — T — 10 12 14 16 18 20 Ce (mg L Dala; Data1_B 0,8- Modal: FreundlichEXT 0,7- Equation: y = a'x"(b"x'>(-c)) Weighting: y N o weighting 0,6- Chi^2/DoF = 0.00008 R'-2 = 0.99947 a b c 27897E-16 ±1.2313E16 36.86933 ±5.24594 0.3815 ±0.00724 0,5O) 0,4- D) 0,303 cr 0,20,1 - í Antraceno Horizonte B (1,0-1,1m) 0,0-0.1 10 Ce (mg L.') —1— 12 14 80 F I G U R A 9 B - C u r v a d e sorção do Benzo(a)pireno para a m o s t r a s d e solo do horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B (1,0-1,1 m ) . Benzo(a)pireno Horizonte A (0-1 Ocm) 0,70,6- Data: Datai _B Model: FreundlichEXT Equation: y = a*x^(b'x'^(-c)) Weighting: y No weighting 0,50,4D) D) 0,3- Chi''2/DoF = 0.00209 0-^2 = 098058 0,2- a b c <B 0.34606 1.61125 0.92073 ±0,03676 ±0.29249 ±0,27026 0,1 - 0,0- —I— 0,0 I 0,5 —1— 1,0 —I— 2,5 I l 2,0 1,5 —I 3,0 C e ( m g L' Benzo(a)pireno Horizonte B (1,0 - 1,1m) 0,70,6- Data: Datai _B Model: FreundlichEXT Equation: y = a'x'Xb'x'K-c)) Weighting: y No weighting 0.5- 0,4- en E 0,3- Chi'^2/DoF =0.00115 R'>2 = 0,99003 <D 0,2- 0.60167 0,72356 0,48096 0,1 - 0,00,0 —I— 0,2 —I— 0,4 —I— 0,6 Ce (mg —I— 0,8 L) —r— 1,0 1,2 I 1,4 ±0.02543 ±0.13846 ±0.18342 81 F I G U R A 9 0 - C u r v a de sorção d o Fluoranteno para as a m o s t r a s d e solo do horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B (1,0-1,1 m ) . 1,6 1,4 1,2 1,0 0,8 O) E, <D cr Data: Data1_B Model: FreundlichEXT Equation: y = a*x'Xb*x'H-c)) Weighting: y No weighting Chi'\2/DoF =, 0.00986 R^2 = 0.98482 a b c 1.4603E-27 41.18821 0.24317 ±1.0276E-25 ±52.6229 ±0.03777 0,6 0,4 Fluoranteno Horizonte A (0-1 Ocm) 0,2 0,0 -0,2 —I— 30 20 10 —I— 40 I 50 Ce (mg L'^) Fluoranteno Horizonte B (1,0-1,1m) 2,0- 1,5- Data: D a t a i _ B Model: FreundlichEXT Equation: y = a*x'^(b*x'^(-c)) Weighting: y 1,0- ChiA2/DoF R'^2 <D O- 0,5- No weighting = 0.00363 = 0,99658 6.1462E-33 36,10397 0.14013 ±1.657E-30 ±202.78138 ±0.61337 0,0—I— 10 —r15 Ce ( m g L"') i i 20 25 —1 30 82 F I G U R A 9D - Curva de s o r ç ã o do Pireno para as a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B (1,0-1,1 m ) . 1,8-, Data: Data1_B Model: FreundlichEXT Equation; y = a*x'^(b*x'^(-c)) Weighting: y No weighting 1,61,41,2 - Chi'^2/DoF =0.01003 RA2 = 0.98587 1,0 - 0,8: a b C E 0) 0,00026 1,52813 -0,12549 ±0.00598 ±10.7844 ±1,21113 0,60,4- Pirene Horizonte A (0-10 cm) 0,20,0—I— 10 -0,2- —I— 15 —I— 20 —r— —1 25 30 ' 1 ' 35 1— 40 Ce (mg L ' Pireno Horiozonte B (1,0-1,1m) 2,0- O) 1,5- Data: Data1_B Model: FreundlichEXT Equation: y = a-x'^(b*x'^(-o)) Weighting: y No weighting 1,0- Chi'>2/DoF = 0,00713 = 0.99222 £, m 0- 0,5- 1.5371E-38 35.35666 0,08334 ±1,3685E-35 ±626,37641 ±2,32553 0,0- 10 I 15 Ce (mg L') —? 20 25 30 83 F I G U R A 10A - Isoterma de Freundlich para o A n t r a c e n o para as a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B (1,0-1,1 m ) . 0,0-, -0,5-^ • Antraceno Horizonte A (0-10 cm) Freundiich [19,7/2004 17:54 -/Graphl" (2453205)] Linear Regression for D a t a U : Y=A-fB*X O) E, 03 -1,5 CT D> O H -2,0 H Parameter Value A B -2,90948 0,7509 1,85024 0,79622 R SD 0,80178 N Error P 0,62992 5 0,10273 -2.5 4 —I— 0,2 —I— 0,6 —I— 0,4 —I— 0,8 —r- 1,0 1,2 1,4 Log Ce (mg L'') 0,0- -0,5 - ^ -1,0- E -1,5- B Antraceno Horizonte B (1,0-l.lm) Freundlicti [19^/2004 18:09 "/Graphl" (2453205)] Linear Regression tor Oatal _B: A + B* X 0) Parameter Value cr g) -2.0- A B _l -2,93446 2,48873 Error 0,271 0,36979 -2,50,95857 •3,0- —1— —I— 0.0 0,2 —I— 0,4 —I— 0,6 —I— 0,8 Log Ce (mg L') 1,0 1.2 0,3239 3 6 0,00254 84 FIGURA 10B - Isoterma d e Freundlich para o Benzo(a)pireno para a s a m o s t r a s d e solo do horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B ( 1 . 0 - l , 1 m ) . 0,0-1 •0,2- •0.4- S -0,6: Benzo(a)pireno Horizonte A (0-1 Ocm) Freundlicii [19/7/2004 18:10 VGraphl" (2463206)) Linear Regression tor Data1_B: /»A+B'X E. g.-0,8o> 5 -1,0- Parameter Value Error •1,2- S 3 -0.61766 1,34699 0.06491 0.14932 1,4- R SD P 3,97626 N 0,14294 6 8,38751 E-4 -1,6- •1,8- —I— -0,8 -0,6 —1 • -0,4 —I— —r— 1— -0,2 0,0 0,2 0,4 —I— 0,6 -1> Log Ce (mg L 0,0-| -0,2• Benzoia)pireno Horizonte B ( i ,0-1,1 m) Freundlich -0,4- [19/7/2004 18:10 VGraphI* (2453205) Linear Régression for Dala1_B -0,6- Y=A+B-X Parameter •0,8 Vafue Error •0,617650,06491 E 1.34599 0.14932 1,0- œ cr D) -1,2 R H S SD N 0,97626 0.14294 6 -1,4- 1.6 - -1,8 - I -0,8 -0,6 I -0,4 -0,2 Log Ce (mg L —I— 0,0 0,2 P 8,36751E-4 85 F I G U R A 1 0 0 - Isoterma de Freundlich para o Fluoranteno para as a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B (1,0-1,1 m ) . 0,5-1 0,0- -0,5- • Ruoranteno HorijDnleA(O-IOom) Freundlich O) [19/7/2004 18:12 V G i a p h l 1,0- (2453205)] Unear R é g r e s s e r for Datai _ B : I Y = A + B * X Parameter Value Error •1,5- -2,0- -3,45618 0,4203 2,05717 034425 SD 0,9483 N 0,36193 6 0.00394 -2,5I I 0,4 0,6 0,8 I I 1,0 1,2 ~1— 1,4 —1— 1,8 1,6 -1, Log Ce (mg L 0,5- 0,0- _ -0,5- • Fluoranteno HorizonteB (1.0--1,1m) Freundlich [19/7/2004 18:13 'VGraphI- (2453205)] Linear Regression lor Datai . B : Y=A+B'X ' O) I -1.0H CT O Parameler Value Error A B -3.17223 2.18092 0.44498 0.40132 R SD P 1,5- 2,0- -2,50,4 0,93846 —T" 0,6 —I— 0,8 —1— 1,0 Log Ce(mg L"^ —r- 1,2 1,4 1,6 N 0,36941 6 0,00556 86 F I G U R A 10D - Isoterma de Freundiich para o Pireno - A m o s t r a s d e solo d o horizonte A (0-10 c m ) e horizonte B (1,0-1,1 m ) . 0,5-1 0,0- -0,5- • Pireno Horizonte A (0-1 Ocm) [19/7/2004 16:14 "/Graphl" (2453205)) Linear Regression for Data1_B; Y-A+B*X O) Parameter ValueError cr S' A B -1,5 H -3.5264 2,36286 0,24457 0,21674 SD N 2,00,98369 0,23351 6 4,01923E-4 Freundlich -2,5- T— —1- 0,4 0,6 —I— 0,8 —I— —1— 1.0 1,2 1,4 1,6 Log Ce (mgL'') 0,6-, 0,0- -0,5- 05 • Pireno Hori2onteB(1,0-l.lm) Freundiich [19/7/2004 18:16 "/GraptlT (24S3205)] Linear Reg-ession for [Data1_B: Y=A+B*X -1,0- Q) cr Parameter ValueError -2.49429 1.62196 -2,0- R SD N 0,8910,45657 -2,5 —r 0,4 —r0,6 0,8 1,0 Log Ce (mgL"') I I 1,2 1,4 0,43563 0,41323 6 0,01717 87 5.4 C o e f i c i e n t e s d e D i s t r i b u i ç ã o ( K d ) p a r a o s H P A s Cálculos dos coeficientes d e distribuição (Kd) e de coeficiente de distribuição corrigido pela matéria orgânica (Koc), são importantes, pois p o d e m ser utilizados na previsão de mobilidade de c o n t a m i n a n t e s orgânicos no solo. Neste capítulo s ã o a p r e s e n t a d o s e discutidos os valores obtidos experimentalmente d e Kd c o m base n a s isotermas d e s o r ç ã o e c o m p a r a d o s c o m d a d o s de Kd calculados a partir d e Koc d a literatura. O s coeficientes d e distribuição K d foram obtidos através d a porção linear da isoterma de sorção d e c a d a c o m p o s t o (FIG 9) e o s seus valores f o r a m apresentados na T A B . 14 e T A B . 1 5 . Para efeito d e avaliação dos d a d o s obtidos, os valores d e Kd experimentais f o r a m c o m p a r a d o s c o m os valores d e Kd calculados a partir d e valores de Koc d a literatura (EPA, 1996) a p r e s e n t a d o s na T A B . 14, e dados d o relatório holandés (Bockting et al., 1993) a p r e s e n t a d o s na T A B . 15. Avaliando-se as T A B . 14 e T A B . 15, pode-se obter a seguinte o r d e m crescente de Kd experimentais: Horizonte A(0-1 Ocm): benzo(a)pireno>pireno>fluoranteno~antraceno Horizonte B (1,0-1,1m): benzo(a)pireno>pireno>fluoranteno>antraceno A o r d e m a p r e s e n t a d a a c i m a é concordante c o m dados de literatura (EPA, 1996 e Bockting et a l . , 1993), m o s t r a n d o que, apesar d o estudo ser preliminar, o c o m p o r t a m e n t o de sorção d o s H P A s no solo e m estudo foi similar ao d a literatura. compostos A s e q ü ê n c i a de Kd d o s H P A s reflete a s características orgânicos em estudo. O benzo(a)pireno é o composto dos mais hidrofóbico, de maior peso molecular e c o m maior n ú m e r o de anéis (5), e, portanto o mais sorvido pela matéria orgânica. O pireno a p r e s e n t a 4 anéis a r o m á t i c o s e apesar de ter o m e s m o p e s o molecular do fluoranteno, possui valor de log K o w maior, por esse motivo é mais retido ao solo que o fluoranteno. ¿35 Ct rir*' >• C O Pireno Fluoranteno 4 4 5 - 1.356 423 - 5 5 8 4.861 --21.620 147-- 3 4 4 Min-max. Horizonte A (0-1 Ocm) Kd calculado 4 5 6 - 1.389 434-- 5 7 2 4.981 --22.152 151 -•3 5 2 136 92 522 108 3,3--9,9 4.6--6,1 9 , 3 - 42,4 1,3- 3,2 500 340 833 129 0,9--2,8 1,3- - 1 , 7 5 , 9 - 26,6 1,2--2,7 Kd pgtor Kd Fator experimental calc/exp. 'xperimental Calc/exp. Min-max. (L kg-^) C- kg" ) Horizonte A Horizonte B Horizonte B Horizonte B Horizonte A (0-1 Ocm) (1,0-1,1m) (0-10cm) ( 1 , 0 - 1 , 1 m) (1,0-1,1 m) Kd calculado 0,01043 (Tabela 10). ***Kd = Koc. foc. Kd calculado a partir do Koc da EPA (1996) e foc experimental horizonte A = 0,00997 e foc experimental horizonte B = ** Número de dados para obtenção da média da EPA (1996) 27 3 49.433 70.808 3 1,166.733 478.947 - 2,130.000 41.687 -- 54.954 9 Número de dados 24.362 Koc * (L kg-^) média 14.500-- 33.884 43.807 -- 133.590 * EPA (1996) Benzo(a)pireno Antraceno Composto Koc* (L kg-^) Min.-máx. (1996) c o m o s d a d o s obtidos experimentalmente das a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B (1,0-1,1m) T A B E L A 14 - C o m p a r a ç ã o dos valores do coeficiente de distribuição (Kd) calculados c o m b a s e nos d a d o s de Koc do EPA 88 Pireno 81.161 278.128 30.829 média (L kg-') Koc* 33 de dados Número 1 0 9 - 1.509 774-4.772 136 92 522 108 (0-10cm) Horizonte A (Lkg-') experimental 0,8-11,1 1,5-9,1 1,5-4.2 (0-10 cm) Calc/exp. M. Horizonte A Fator 500 340 833 129 (1,0-1,1 m) (Lkg-') Horizonte B experimental Kd 0,23-3,0 0,9 - 6,0 1,3-3,7 (1,0-1,1 m) Horizonte B Calc/exp. Fator xxxx Relatório holandês não apresenta valores para fluoranteno. experimental horizonte B =0,01043 (Tabela 10). *** Kd = Koc. foc. Kd calculado a partir do Koc do relatório holandês (Bockting et al., 1993) e foc experimental horizonte A = 0,00997 e foc 1 1 4 - 1.579 810-4.992 165-478 (1,0-1,1 m) (0-1 Ocm) 158-457 Horizonte B Min-max. **' Kd calculado Horizonte A Min-max. Kd calculado ** Número de dados para obtenção da média de Bockting et al. (1993) * Bockting et al. (1993) 10.965- 151.356 xxxx 77.625 - 478.630 Benzo(a)pireno Fluoranteno 15.849-45.809 (L kg-^) Min.-máx. Antraceno Composto Koc* horizonte B (1.0-1,1m) holandês (Bockting et al. 1993) c o m os d a d o s obtidos experimentalmente d a s a m o s t r a s de solo d o horizonte A (0-1 Ocm) e T A B E L A 15 - C o m p a r a ç ã o d o s valores d o coeficiente de distribuição (Kd) calculados c o m base nos dados d e Koc d o relatório 89 90 J á os c o m p o s t o s fluoranteno e a n t r a c e n o p o s s u e m n ú m e r o de anéis iguais (3),entretanto, o fluoranteno apresenta maior peso molecular e maior valor de Log Kow, logo t e m preferência na interação c o m o solo. Avaliando-se a T A B . 14, observa-se q u e o valor calculado de Kd para todos o s c o m p o s t o s é maior q u e o valor de Kd obtido Relacionando-se experimentalmente os valores neste de Kd trabalho, calculados obtém-se um com fator experimentalmente. os valores inferior a 5 obtidos para o antraceno, fluoranteno e pireno nas d u a s a m o s t r a s estudadas. No entanto, para o c o m p o s t o benzo(a)pireno, o fator a p r e s e n t a grande variação q u a n d o c o m p a r a d o c o m os valores referenciados pela A g ê n c i a de Proteção Ambiental A m e r i c a n a (EPA, 1996), c h e g a n d o a 4 2 q u a n d o c o m p a r a d o c o m o valor m á x i m o . Analisando-se a T A B . 1 5 , t a m b é m se o b s e r v a q u e o valor calculado de Kd para a maioria dos compostos é maior que experimentalmente. N a razão de Kd calculado versus os valores obtidos experimental, observa-se que o fator é inferior a 11 para todos os c o m p o s t o s nas d u a s a m o s t r a s e s t u d a d a s . Do ponto d e vista d e avaliação d e risco, u m fator 10 é u m a variação p o u c o significativa. Na literatura t a m b é m s ã o o b s e r v a d o s variações d e Koc. K e n a g a e Goring (1980) o b s e n / a r a m q u e Koc varia de fator 3 a 4 para diferentes solos. J á Mingelgrin e GerstI (1983) o b s e r v a r a m q u e Koc p o d e apresentar variações a fatores m a i o r e s que 10. Nos afetaram o parágrafos valor de Kd abaixo serão discutidas obtido experimentalmente as a possíveis ser razões inferior ao que valor encontrado na literatura. 1) Variação dos valores m á x i m o s e m í n i m o s do Koc O s valores d e Koc publicados pela E P A (1996) e apresentados na T A B . 14 f o r a m obtidos c o m base e m revisão da literatura e m o s t r a m que estes dados a p r e s e n t a m grande variação entre s i , variando muitas vezes e m várias 91 ordens de g r a n d e z a . Essa variação p o d e ser atribuída a vários fatores, q u e s e g u n d o a E P A podenr» estar relacionados a: diferenças nas propriedades das a m o s t r a s de solo; diferenças nos ensaios e m é t o d o analítico utilizado, e erros experimentais o u de medidas. O m e s m o ocorre c o m o s valores d o relatório holandês de Koc apresentados na T A B . 15 (Bockting et a l . 1993), o n d e t a m b é m s ã o p o u c o s o s d a d o s de Koc u s a d o s para o cálculo do valor m é d i o publicado. Este p r o b l e m a é m a i s acentuado para o benzo(a)pireno e fluoranteno, o n d e o n ú m e r o de d a d o s é muito reduzido. 2) Escassez d e literatura sobre H P A s e m solo Verificou-se também que na literatura poucos foram os estudos experimentais realizados para o b t e n ç ã o de Koc e m c o m p o s t o s orgânicos objeto desse trabalho (antraceno, benzo(a)pireno, fluoranteno e pireno). É surpreendente q u e os valores de Koc para c o m p o s t o s orgânicos não ionizáveis, grupo onde se inclui os HPAs, é muito pequeno, principalmente para benzo(a)pireno cujo grau de toxicidade e fator carcinogênico é muito elevado. E s s a e s c a s s e z de d a d o s experimentais de Kd ou Koc m o s t r a a dificuldade d e s s e trabalho e a c o m p l e x i d a d e da pesquisa d e s s e s coeficientes. 3) E s c a s s e z de e s t u d o s de H P A s e m solo natural G r a n d e parte dos d a d o s a p r e s e n t a d o s , tanto pelo E P A (1996) quanto por Bockting et al.(1993) ( A N E X O 1 e A N E X O 2) f o r a m obtidos por experimentos realizados e m a m o s t r a s de ácidos h ú m i c o s puros, s e d i m e n t o s e argilominerais específicos a o invés de um solo natural. Portanto estudar e determinar estes coeficientes (Kd e Koc) e m a m o s t r a s de solo natural, que a p r e s e n t a m uma c o m b i n a ç ã o de sítios sorvedores ( c o m o argilominerais e ácidos h ú m i c o s ) é muito mais c o m p l e x o , e daí a provável razão d o alto grau de incerteza obtido na c o m p a r a ç ã o d o s d a d o s de Kd d e s t e trabalho c o m a literatura. A l é m disso, existem poucas referências na literatura sobre experimento de Koc realizados em a m o s t r a s de solo natural e praticamente não existem referências d e experimentos e m a m o s t r a s d e solo tropical. 92 4) Características hidrofóbicas A provável razão da maior incerteza nos valores experimentais de Kd d o benzo(a)pireno e m relação a o s valores da literatura p r o v e m d a s u a alta hidrofobicidade. A propriedade hidrofóbica favorece a s o r ç ã o dos orgânicos a apresentam definida, matéria orgânica d o solo. A s características compostos húmicas do u m a c o m p l e x i d a d e estrutural e u m a c o m p o s i ç ã o q u í m i c a como benzo(a)pireno descritas e a no matéria item húmica 3.2 do e, portanto solo p o d e m as interações ocorrer por solo pouco entre o diferentes processos. 5) Efeito d e c o s o l v ê n c i a A experimentais m a i s provável e relevante justificativa para a o b t e n ç ã o de muito m e n o r e s q u e os calculados pela literatura é devido Kd à utilização d o cosolvente metanol nos ensaios de isotermas d e s o r ç ã o do presente trabalho. U m a análise dos d a d o s d e Koc d a literatura (EPA, 1996 e Bockting et al. 1993) m o s t r a q u e s o m e n t e um e x p e r i m e n t o foi realizado neste meio. O metanol atua c o m o c o s o l v e n t e e pode alterar a solubilidade dos c o m p o s t o s orgânicos e a natureza hidrofóbica d a fração orgânica d o solo, a u m e n t a n d o o teor de c a r b o n o orgânico dissolvido na fase solução, alterando desta f o r m a todo o c o m p o r t a m e n t o dos H P A s no solo (Rao et. al., 1990). Devido a grande incerteza d o s valores encontrados na literatura, considerou-se mais apropriado c o m p a r a r os valores de Kd experimentais c o m os valores m á x i m o s e m í n i m o s das duas literaturas (EPA, 1996 e Bockting et a l . , 1993). Da discussão acima concluiu-se que apesar dos poucos dados disponíveis na literatura, e da q u a s e inexistência d e ensaios para solo natural, o fator que m a i s contribuiu para a o b t e n ç ã o d e Kd experimentais inferiores a o s d a literatura foi o efeito d a cosolvência. 93 5.5 P o r c e n t a g e m d e s o r ç ã o d o s H P A s n o s o l o e s t u d a d o Para avaliar a capacidade de sorção dos compostos orgânicos e s t u d a d o s , foram calculadas as p o r c e n t a g e n s de sorção (% s o r ç ã o = C a d * 100/Co) a partir dos dados das T A B . 1 1 e T A B . 1 2 e os resultados estão a p r e s e n t a d o s na T A B . 16. Avaliando a F I G . 1 1 , o b s e r v o u - s e q u e o benzo(a)pireno apresentou a m a i o r p o r c e n t a g e m de sorção nas d u a s a m o s t r a s de solo e s t u d a d a s , c o m valores variando de 84,7 a 9 7 , 1 % de sorção. Enquanto q u e os d e m a i s compostos (antraceno, fluoranteno e pireno) a p r e s e n t a r a m porcentagem d e s o r ç ã o menor, c o m valores d e 3,7 a 7 9 , 2 % . A n a l i s a n d o a T A B . 16, observou-se t a m b é m q u e a o r d e m d e a u m e n t o d e sorção está diretamente relacionada c o m os valores de Koc e s e g u e m a s e q ü ê n c i a a p r e s e n t a d a no item 5.4 (benzo(a)pireno>pireno>fluoranteno>antraceno). Esta s e q ü ê n c i a está de acordo c o m a literatura, q u e coloca o Koc c o m o u m valor indicativo do potencial acumulativo d o c o n t a m i n a n t e orgânico no solo (Cetesb, 2001). A T A B . 1 6 e FIG.11 m o s t r a r a m t a m b é m q u e há u m a c r é s c i m o na p o r c e n t a g e m de sorção da a m o s t r a d o horizonte A (0-1 Ocm) e m relação à a m o s t r a horizonte B (1,0-1,1m). A interação dos H P A s c o m o solo ocorre através d a matéria orgânica aderida às partículas d o solo e e s s a interação será maior q u a n t o maior for a superfície d e contato. Esses dados s ã o consistentes c o m pesquisas realizadas por Pichler (1995) q u e encontrou grandes variações concentração de HPAs em diferentes frações granulométricas do solo. na A c o n c e n t r a ç ã o dos H P A s a u m e n t o u c o m o d e c r é s c i m o d o t a m a n h o das partículas. 94 TABELA 16 - Porcentagens de s o r ç ã o d o s H P A s nas a m o s t r a s de solo do horizonte A (0-1 Ocm) e horizonte B (1,0-1,1m). antraceno Koc = 24.362 (L kg-') benzo(a)pireno Koc = 1.166.733 (L kg"') % sorvida % sorvida % sorvida % sorvida 0-1 Ocm 1,0-1,1m 0-1 Ocm 1,0-1,1m 0 6,3 85,6 84,7 25,2 24,0 88,6 92,4 3,7 13,6 88,3 95,8 17,1 48,9 93,8 96,1 50,7 68,0 94,8 97,1 62,5 74,7 92,6 96,5 fluoranteno Koc 49.433 (L kg') pireno Koc = 70.808 (L kg') % sorvida % sorvida % sorvida % sorvida 0-1 Ocm 1,0-1,1m 0-1 Ocm 1,0-1,1m 5,3 6,8 8,7 11,3 18,4 32,2 7,7 39,2 6,9 26,1 8,9 32,3 23,4 32,3 25,4 23,0 53,4 61,4 54,4 58,7 60,7 79,2 68,4 78,5 E x a m i n a n d o os valores d e Kd obtidos experimentalmente e os gráficos de barras c o m as porcentagens d e s o r ç ã o dos quatro c o m p o s t o s , observa-se u m a c o n c o r d â n c i a d e c o m p o r t a m e n t o . Isto é quanto maior o valor do Kd maior foi a p o r c e n t a g e m de s o r ç ã o do H P A a o solo. O efeito de cosolvência p o d e ter reduzido o valor de Kd encontrado, m a s não alterou a s e q ü ê n c i a d e s o r ç ã o teórica dos c o m p o s t o s estudados a o solo. 95 F I G U R A 11 - Porcentagens d e sorção d a s a m o s t r a s d e solo do horizonte A (0l O c m ) e horizonte B ( 1 , 0 - 1,1m). ANTRACENO BENZO(A)P¡RENO 100 95 o iHorizontEB eo CA a> "O sS 90 85 80 75 lii r J1 1 1 '1 11. 1 I B • Horizonte A i HorizonteB si 1 2 3 4 5 6 número de amostras inkeio de amostias PIRENE FLUORANTENO BHorÈontBA • Horizonte A 1 HorÉontE B i Horizonte B 1 2 3 4 5 número de amostras 6 96 6 CONCLUSÕES A avaliação preliminar do c o m p o r t a m e n t o de H P A s e m solo natural tropical e m m e i o á g u a / m e t a n o l mostrou que: 1) As curvas d e sorção não s ã o lineares e a p r e s e n t a m geralmente f o r m a tipo-S, provavelmente por c a u s a das condições experimentais d o s i s t e m a solo-águametanol; 2) A e q u a ç ã o d a isoterma Freundiich descreve razoavelmente b e m os d a d o s obtidos nos ensaios de sorção de H P A s e m solo. O valor d o coeficiente de Freundiich (n) é menor que 1 indicando a presença de sítios sortivos heterogêneos; 3) O cálculo d o K d foi possível pela curva de sorção. O valor do Kd experimental apresentou valores m e n o r e s q u e o valor Kd calculado a partir de Koc d a literatura. O valor q u e m a i s contribuiu para a o b t e n ç ã o de K d experimental inferior ao d a literatura foi o efeito cosolvência; 4) O cálculo d a p o r c e n t a g e m de sorção mostrou q u e benzo(a)pireno é muito m a i s sorvido que pireno, fluoranteno e antraceno. A seqüência de sorção é concordante c o m a literatura (benzo(a)pireno>pireno>fluoranteno>antraceno). 5) O cálculo d a p o r c e n t a g e m d e sorção m o s t r o u q u e a argila pode contribuir para u m a u m e n t o d a sorção de H P A s ao solo, p r o v a v e l m e n t e por c a u s a do a u m e n t o da área superficial, que favoreceu a adsorção da matéria orgânica ao argilomineral, logo favoreceu a sorção dos H P A s a matéria orgânica. O trabalho preliminar "Estudo do c o m p o r t a m e n t o de Hidrocarbonetos Policíclicos A r o m á t i c o s (HPAs) e m solo por isotermas de s o r ç ã o " permitiu c o m p r e e n d e r melhor o c o m p o r t a m e n t o de H P A s no solo e os parâmetros q u e influenciam a d e t e r m i n a ç ã o do coeficiente de distribuição(Kd). 97 C o m o discutido no item 3.6 o cálculo do valor d e Kd é u m parâmetro m u i t o importante para os m o d e l o s de avaliação de risco. Portanto, q u a n d o s e inicia u m a análise de risco e s e define o Kd a ser aplicado ao m o d e l o , deve-se p r i m e i r a m e n t e avaliar o c o m p o s t o orgânico a ser utilizado. No c a s o de c o m p o s t o s o r g â n i c o s não polares e iónicos o p H d o solo é c o n s i d e r a d o u m parâmetro sensível, o q u e não ocorre no c a s o de H P A s , c o m p o s t o s orgânicos não polares e n ã o iónicos, o n d e a influência d o pH d o solo p o d e ser c o n s i d e r a d a desprezível. Numa segunda etapa deve-se avallar a porcentagem de matéria orgânica presente no solo e m estudo. S a b e - s e q u e a fração de carbono orgânico do solo é urna característica muito importante na interação de H P A s ao solo. Portanto, é importante verificar se esta propriedade (foc) no solo apresenta teores maiores q u e 0,001 (porcentagem de c a r b o n o o r g â n i c o 0,1%) para q u e a contribuição d a parte mineral na interação do H P A no solo p o s s a ser d e s p r e z a d a e o cálculo do K d p o s s a ser expresso pela e q u a ç ã o simplificada (Kd = Koc. foc). O s conceitos d a literatura apresentados a c i m a d e v e m ser avaliados c o m cuidado, pois os experimentos d o presente trabalho m o s t r a m q u e apesar da parte mineral não contribuir para a interação dos H P A s ao solo, a granulometria, principalmente a p o r c e n t a g e m de argila p o d e contribuir para o a u m e n t o d e área específica da matéria orgânica aderida a o argilomineral e possibilitar u m a maior interação dos H P A s ao solo. U m outro fator que d e v e ser c u i d a d o s a m e n t e e x a m i n a d o é a p r e s e n ç a de c o s o l v e n t e no c a s o de estudo d e c o n t a m i n a ç õ e s por poluentes orgânicos e m s o l o s . O e s t u d o d e interação d e H P A s e m s i s t e m a água-metanol-solo m o s t r o u q u e p o d e ocorrer u m a redução d o valor de Kd neste meio, isto é, a p r e s e n ç a de um cosolvente a u m e n t a a disponibilidade d o s H P A s no solo e, portanto favorece a c o n t a m i n a ç ã o do aqüífero. O trabalho preliminar d o c o m p o r t a m e n t o de H P A s e m solo foi útil c o m o ponto de partida de trabalhos futuros q u e objetivem estudar contaminações g e r a d a s por v a z a m e n t o s de c o m b u s t í v e i s (diesel). U m a análise do relatório d a EPA e holandês mostrou que Kd é u m d o s parâmetros sensíveis a o s m o d e l o s de avaliação d e risco. Logo estudos d e avaliação de risco de solo c o n t a m i n a d o s por 98 v a z a m e n t o s de combustíveis precisam levar e m c o n t a parâmetros c o m o a matéria orgânica do solo, p o r c e n t a g e m de argila, p r e s e n ç a d e cosolvente (presença d e etanol no combustível). T o d o s estes parâmetros influenciam diretamente o valor do coeficiente de distribuição (Kd) do c o m p o s t o e m estudo alterando o resultado d a avaliação de risco. 99 ANEXO 1 V A L O R E S DE L O G D E K O C ( E P A , 1996) Landrum et al. (1984) Hodson* Williams (1988) Karichhoff (1979) Szabo et al. (1990a) Abdul & Gibson (1986) Landrum et al. (1984) 4.29 4.38 4.41 4.42 4.44 4.50 4.53 19,562 23,988 26,000 26,303 27,840 31,329 33,884 Szabo et al. (1990a) Abdul & Gibson (1986) 6.33 6.07 5.99 4.62 4.71 4.74 2,130,000 1,166,733 968,774 41,687 51,658 54,954 Média Média Geométrica Sedimento de ND com 2,28% de carbono orgânico (EPA-5) Sedimento de ND com 2,07% de carbono orgânico (EPA-4) Adbuletal.(1987) Means et al. (1980) Means et al. (1980) Means et al. (1980) 4.68 4.70 4.71 48,236 50,650 51,469 Sedimento de IL com 3,38% de carbono orgânico (EPA-22) Material de aqüífero, 1,05% de Carbono orgánico Means et al. (1980) 4.66 Sedimento de IL com 3,38% de carbono orgânico (EPA-23) RP-HPC - PIHAC (ácido húmico) 4.64 43,807 Pireno Szabo et al. (1990a) Amostra de aqüífero; 87% de areia; foc = 0,0187 RP-HPC - PIHAC (ácido húmico) ácidos húmicos ácidos húmicos 3.8% de carbono orgânico RP-HPC - PIHAC (ácido húmico) ácido húmico (média de 8 valores) Amostra de aqüífero; 87% de arela; foc = 0,0187 RP-HPC - PIHAC (ácido húmico) Sedimentos de Doe Run & Hickory Hill HPLC, coluna clanopropil água superficial (média de 5 valores) ácidos húmicos média de solo/sedimentos Comentários 45,709 49,096 Média Geométrica 129-00-0 4.69 49,433 206-44-0 Média Fluoranteno 4.69 Landrum et al. (1984) 5.95 891,251 McCarthy & Jimenez (1985) Smith et al. (1978) cit. em Di Toro (1985) 5.68 478,947 50-32-8 4.37 23,493 Média Geométrica Benzo(a)píreno 4.39 Szabo et al. (1990a) McCarthy & Jimenez (1985) Karichhoff (1981) Fonte 4.16 4.20 14,500 15,849 Log Koc 24,362 120-12-7 Antraceno Koc (L/Kg) Média CAS Composto Tabela K-2 Valores de Koc para compostos orgânicos hidrofóbicos (EPA, 1996) 100 Abdul & Gibson (1986) Means et al. (1980) 4.77 4.77 4.78 4.79 4.m 4.80 4.81 4.ffi 4.83 4.83 4.83 4.88 58,884 59,515 59,646 61,936 62,860 63,400 64,706 66,069 67,189 67,467 67,608 76,316 4.93 4.94 4.98 5.12 5.13 85,256 87,833 95,395 131,325 133,590 4.83 Gauthier et al. (1986) 4.92 84,000 67,992 Karickhoff & Morris (1985b) 4.92 84,000 Média Geométrica Karickhoff (1982) 4.92 4.85 Karickhoff (1979) 4.88 76,316 82,421 Volwles & Mantoura (1987) Karickhoff & Morris (1985b) Means et al. (1980) Means etal. (1980) Means et al. (1980) Karickhoff (1981) 67,608 Means et al. (1980) 4.83 4.83 67,467 Means etal. (1980) Karickhoff (1981) Means etal. (1980) Means et al. (1980) Szaboetal. (1990a) Means et al. (1980) Hassettetal. (1980) Means et aL (1980) Means et al. (1980) Szaboetal. (1990a) Means et al. (1980) 4.76 57,763 Woodburn et al. (1989) Fonte 4.74 Log Koc 54,767 Koc (L/Kg) 70,808 CAS Média Pireno Composto Sedimento do estuário de Tama; carbono orgânico; 0.2% synth, sal do mar técnica de redução da fluorescencia; média de 13 solos com AH e AF Sedimento do Rio Ohio, 3,04% de carbono orgânico (dessorção) sedimento do Rio Mississipi com 1,48% de carbono orgânico (dessorção) Sedimento SD com 0,72% de carbono orgânico (EPA-6) sedimento do Rio Mississipi com 1,5% de carbono orgânico média de frações de sedimento de areia grossa Doe Run, Hickory Hill Sedimento de IN com 0,95% de carbono orgânico (EPA-15) Sedimento de KY com 0,66% de carbono orgânico (EPA-18) média de solos/sedimentos Sedimento de IA com 0,15% de carbono orgânico (EPA-8) Sedimento de KY com 0,66% de carbono orgânico (EPA-18) média de solos/sedimentos Sedimento de IA com 0,15% de carbono orgânico (EPA-8) Sedimento de IL com 1,48% de carbono orgânico (EPA-26) RP-HPC - PIHAC (ácido húmico) IA loess com 0,11% de carbono orgânico (EPA-9) regressão de 14 amostras de sedimentos/solos Sedimento GA com 1,21% de carbono orgânico (EAP-B2) Amostra de aqüífero; 87% de areia; foc = 0,0187 Solo IL com 1,30% de carbono orgânico (EPA-20) Sedimento de IL com 1,88% de carbono orgânico (EPA-21) RP-HPC - PIHAC (ácido húmico) solo WV com 0,48% de carbono orgâncio (EPA-14) Solo Webster; 2,23% de carbono orgânico; 30:70 metanohágua Comentários 101 102 ANEXO 2 V A L O R E S DE L O G DE K O C (Bockting et al. 1993) 103 Appendix C - Valores experimentais logarítmicos de Koc. (Bockting et al. 1993) Composto Log Koc Antraceno 4.20 4.24 4.41 4.66 Benzo(a)pireno 4.89 5.68 Pireno 4.04 4.08 4.51 4.64 4.68 4.70 4.71 4.75 4.76 4.77 4.80 4.80 4.81 4.83 4.83 4.83 4.88 4.88 4.92 4.92 4.93 4.96 5.04 5.04 5.05 5.06 5.06 5.07 5.10 5.10 5.11 5.16 5.18 104 REFERÊNCIAS 1. ABNT - 17025:jan Associação 2001 - Brasileira Requisitos de Normas Gerais Técnicas, para a NBR- ISO/IEC Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração. 2. A C H T N I C H , C; F E R N A N D E S , E; B O L L A N G , J . - M ; K N A C K M U S S , H.J.; L E N K E , H.; Covalent binding of reduced metabolites of [^^NsjTNT to soil organic matter during a bioremediation process analysed by ^^N N M R spectroscopy. Environ. Sci. Technol. v.33, p. 4 4 4 8 - 4 4 5 6 , 1999. 3. A C B R - A Ç Õ E S C O R R E T I V A S B A S E A D A S E M R I S C O A P L I C A D A S A Á R E A S C O N T A M I N A D A S C O M H I D R O C A R B O N E T O S D E R I V A D O S DE PETRÓLEO E OUTROS COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS. 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