Timor faz parte de nós. De muitos, de tantos, espero de todos nós, pelo respeito e pela dignidade.
Não lhe roubamos a autonomia: o nosso indisfarçável respeito é um voto pela unidade forte de um
povo. Não lhe enfraquecemos a independência: os nossos afectos são uma linhagem de pertença.
Em nome da Esperança nos reunimos, com os olhos cheios dos sofrimentos do tempo.
Nada na História nos pode ser indiferente. Nada! Mas quando a Humanidade se desumaniza ou se
arrisca a desumanizar-se é preciso ganhar consciência de que são tão fortes os elos entre nós, que,
silenciá-los ou ser-lhes indiferente, é pervertermos a missão do civismo, da cidadania cósmica, da
fraternidade universal.
Sem gostos nem interesses sectoriais, guia-nos o desgosto dos mortos, dos feridos, dos vivos em
pânico.
Sem preferências nem domínios, conduz-nos o desvelo pela unidade.
Sem nostalgias do império, temos saudades do nascimento de um povo.
Sem imposições nem primados nem privilégios decorrentes da fé e da solidariedade, abraçamos as
responsabilidades da Paz.
Sem ingerências nem supremacia, somos iguais no diálogo e no serviço.
A democracia é um despertar constante na tensão das diferenças e no arrebatamento diante do que
o direito exige, enquanto o “dever ser” tem de transformar a cidade.
Sem divisões insanáveis, sem expectativas frustradas, sem armas, sem argumentos de arremesso.
Na aspereza da situação, clamamos que nunca serão vãos, o sonho, o esforço e o renascer de
cada dia! Os combates da montanha, os heroísmos desiguais, a resistência ao invasor, os projectos
de um Timor-Leste onde cada um deve ser protagonista e autor, são um investimento para sempre
a favor de um entendimento plural, coeso e unido. Os mais abandonados serão sempre os mártires
PAX CHRISTI – SECÇÃO PORTUGUESA
Ao C/ CRC – Rua Castilho, 61 – 2º Dtº, 1250-068 Lisboa
Tel./Fax: 213 86 51 39 | http://paxchristiportugal.no.sapo.pt | [email protected]
de interesses, de egoísmos e da auto-suficiência. Não fugiremos da causa de irmãos nossos, em
nome da dignidade e do respeito.
Que o Deus Libertador de escravaturas e dependências nos ilumine ao longo de mais uma marcha
da História.
Felizes os pacificadores porque deles é o mundo da Justiça e da Lealdade!
D. Januário Torgal Ferreira
(texto lido na vigília de oração na Igreja de Santa Isabel, em Lisboa)
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