INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA - IEC PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO FINANCEIRA – BETIM DISCPROFPPIPLINA: E ESST TR RU UT TU UR RA AD DE EC CA AP PIIT TA AL LD DA AP PE ET TR RO OB BR RA ASS SS//A A:: T Teerriia aa aP Peettrro ob brra ass SS//A A een ncco on nttrra ad do o ssu ua a eessttrru uttu urra aó óttiim ma a d dee cca appiitta all?? Alexandre Rocha da Silva Betim 2006 1 Alexandre Rocha da Silva E ESST TR RU UT TU UR RA AD DE EC CA AP PIIT TA AL LD DA AP PE ET TR RO OB BR RA ASS SS//A A:: T Teerriia aa aP Peettrro ob brra ass SS//A A een ncco on nttrra ad do o ssu ua a eessttrru uttu urra a ó óttiim ma a d dee cca appiitta all?? Monografia apresentada a Pós Graduação de Gestão Financeira do IEC – Instituto de Educação Continuada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão Financeira. Orientador: Guilherme Monteiro de Menezes Betim 2006 2 LISTA DE SIGLAS ADR – American Depositary Receipts AID – Associação Internacional do Desenvolvimento BC – Banco Central BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo. CDB – Certificados de Depósitos Bancários CEO – Chief Executive Officer CFO – Chief Financial Officer CVM – Comissão de Valores Mobiliários DFPs – Demonstrações Financeiras Padronizadas DTC – Depositary Trust CO. FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador FINAME – Agência Especial de Financiamento Industrial FMI – Fundo Monetário Internacional GAAP-BR – Generally Accepted Accounting Principles – BR GAAP–USA – Generally Accepted Accounting Principles – USA GAF – Grau de Alavancagem Financeira GAO – Grau de Alavancagem Operacional GAT – Grau de Alavancagem Total GDR – Global DR 3 IANs – Informações Anuais ICSID – International Center for Settlement of Investment Desputes IFC – Internacional Finance Corporation IIC – International Investment Corporation ITRs – Informações Trimestrais LIBOR – London Interbank Offered Rate LPA – Lucro por Ação MIGA – Multilateral Investiment Guarantee Agency MM – Franco Modiagliani e Merton H. Miller ON – Ações Ordinárias Nominativas PASEP – Programa de Assistência ao Servidor Público PIS – Programa de Integração Social PN – Ações Preferenciais PORTAL – (Private Offerings, Resales and Trading through Automatoed Linkager) RDB – Recibo de Depósitos Bancários SEC – Securities & Exchange Comission SPC – Special Purpose Company VPLs – Valores Presentes Líquidos 4 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 6 2 PROBLEMÁTICA................................................................................ 7 3 JUSTIFICATIVA .................................................................................. 8 4 OBJETIVOS ........................................................................................ 9 4.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 9 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 9 5 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................ 10 5.1 A IMPORTÂNCIA CRESCENTE DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ........... 10 5.2 FORMAS ALTERNATIVAS DE ORGANIZAÇÕES DE NEGÓCIOS ................. 11 5.2.1 Sociedades por ações................................................................................... 11 5.3 OS OBJETIVOS DA SOCIEDADE ANÔNIMA ................................................. 14 5.4 AS AÇÕES ........................................................................................................ 15 5.4.1 As Ações Ordinárias ..................................................................................... 16 5.4.2 As Ações Preferenciais................................................................................. 16 5.4.3 As Ações do Mercado Internacional ............................................................ 17 5.5 EUROBÔNUS .................................................................................................... 19 5.6 AS DEBÊNTURES ............................................................................................. 19 5.7 RISCO ................................................................................................................ 20 5.8 GOVERNANÇA CORPORATIVA ...................................................................... 21 5.8.1 Companhia Nível 1......................................................................................... 22 5.8.2 Companhia Nível 2......................................................................................... 24 5.9 CAPTAÇÃO DE RECURSOS NACIONAL E INTERNACIONAL .................... 25 5.9.1 Captação de Recursos – Nacional ............................................................... 29 5.9.1.1 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) .... 29 5.9.2 Captação de Recursos Internacionais......................................................... 32 5.10 ALAVANCAGEM E ESTRUTURA DE CAPITAL............................................ 42 5.10.1 Alavancagem................................................................................................ 42 5.10.2 Análise de Ponto de Equilíbrio ................................................................... 43 5.10.3 Alavancagem Operacional .......................................................................... 44 5.10.3.1 Mensuração do Grau de alavancagem operacional (GAO) .................. 45 5.10.4 Alavancagem Financeira............................................................................. 45 5.10.4.1 Mensuração do Grau de Alavancagem Financeira (GAF) ..................... 46 5.10.5 Alavancagem total ....................................................................................... 47 5.10.5.1 Mensuração do Grau de Alavancagem Total (GAT) .............................. 47 5.11 ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA .................................................... 48 5.11.1 Tipos de Capital ........................................................................................... 49 5.12 ESTRUTURA DE CAPITAL DE EMPRESAS NÃO NORTE-AMERICANAS .. 52 5.12.1 Teoria da Estrutura de Capital.................................................................... 53 5.12.2 Benefícios Fiscais ....................................................................................... 54 5.13 CUSTOS DE AGENCY .................................................................................... 54 5.14 TEORIA DA SINALIZAÇÃO ............................................................................ 56 5 5.15 TEORIA DAS TROCAS (TRADE OFF THEORY)............................................ 57 5.16 POLÍTICA DE DIVIDENDOS............................................................................ 58 5.16.1 Procedimentos de Pagamentos de Dividendos em Dinheiro .................. 59 5.17 PROJECT FINANCE........................................................................................ 60 5.17.1 Definições .................................................................................................... 60 5.17.2 Apoio Financeiro a Empreendimentos - Evolução Corporate Finance... 61 5.17.3 Project Finance - Riscos e Garantias......................................................... 63 5.17.4 Tipos de Empreendimentos........................................................................ 63 6 METODOLOGIA................................................................................ 65 7 RESULTADOS .................................................................................. 66 8 CONCLUSÃO.................................................................................... 68 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................... 72 ANEXO A – COTAÇÕES DAS AÇÕES ON, ON-ADR, PN DA PETROBRAS S/A. 74 ANEXO B – ALAVANCAGEM OPERACIONAL DA PETROBRAS S/A 2001 / 2005........................................................................................... 82 ANEXO C – ALAVANCAGEM FINANCEIRA DA PETROBRÁS S/A 2001 / 2005........................................................................................... 83 ANEXO D – TABELA DE G.A.O., G.A.F., G.A.T. E L.P.A. .................. 84 ANEXO E – EVOLUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL / 1992 A 2004 ......... 85 6 1 INTRODUÇÃO Quando a administração financeira passou a ser uma área específica de estudos, no início deste século, enfatizavam-se os aspectos legais das fusões, a formação de novas empresas e os diferentes tipos de títulos que as empresas podiam emitir para levantar capital. Durante a época da depressão, na década de 1930, a ênfase se deslocou para falências e concordatas, liquidez das empresas e regulamentação dos mercados de títulos. Ao longo da década de 1940 e início de 1950, continuou-se a ensinar finanças como uma disciplina descritiva, institucional, vista mais sob a ótica de alguém de fora da empresa do que de uma pessoa da administração. No final da década de 1950, entretanto, teve início um movimento rumo à ampliação da análise teórica e o foco da administração financeira se deslocou para as decisões administrativas concernentes à escolha de ativos e passivos, com o objetivo de maximizar o valor da empresa. O foco na avaliação continuou a vigorar na década de 1990, com avanços tecnológicos e suas informações em tempo real. 7 2 PROBLEMÁTICA Muitos fatores influenciam as decisões quanto à estruturação de capital, porém a determinação da estrutura ótima de capital não é uma ciência exata. É por isso que mesmo empresas do mesmo setor têm estruturas de capital totalmente diferentes. Eid Jr. (1995) afirma que as empresas brasileiras não seguiram nem a teoria tradicional de finanças, com sua proposição de uma relação estática entre fundos próprios e de terceiros, nem a hipótese da Pecking Order, com sua bem definida ordem de Preferência sobre fontes de financiamento. Após estudos realizados no período de Abril de 2002 à Abril de 2003 das ações PN e ON da empresa Petrobras S/A, verificou-se “um período de baixa”, nos preços das ações, nos dividendos e no seu valor de mercado. Entretanto, a partir de agosto de 2003, a situação passou a ser contrária, isto é; constatou-se um “período de alta” (até hoje) com recordes de lucros, dividendos e de seu valor de mercado. Nesse sentido, teria a Petrobras S/A encontrada a estrutura ótima de capital? 8 3 JUSTIFICATIVA Após o término da década de 90, com seus avanços tecnológicos, economias globalizadas e “capital” à procura de melhor rendimento, o início do século 20 começou com as empresas, principalmente dos países emergentes em busca de melhores captações de recursos. Neste contexto, a Petrobras S/A conseguiu a sua adesão no nível 2 da BOVESPA, fato que a fez crescer tanto no âmbito interno, como no externo. Esta adesão só foi possível, por causa da sua estrutura de capital e da sua nova política de governança corporativa. Seriam então, estes motivos para seus recordes de lucratividade? Este trabalho pretende esclarecer aos pequenos e médios investidores; os benefícios de apostarem em uma empresa do nível 2 da BOVESPA. 9 4 OBJETIVOS De acordo com a introdução deste trabalho, nossos objetivos são analisar a importância da administração financeira, em relação a sua estrutura de capital/políticas de lucros, dividendos e valor de mercado da Petrobras S/A. 4.1 OBJETIVO GERAL Verificar se a atual estrutura de capital de Petrobras S/A é responsável por seus recordes de lucratividade. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Avaliar as fontes de captação de recursos no âmbito nacional e internacional; • Verificar e analisar a estrutura de capital; • Observar as alavancagens: operacional e financeira; • Compreender e avaliar a dimensão do Project Finance; • Calcular as variações das ações no período. 10 5 REFERENCIAL TEÓRICO 5.1 A IMPORTÂNCIA CRESCENTE DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA As tendências históricas aumentaram em muito a importância da administração financeira. Antigamente, o gerente de marketing fazia a projeção das vendas e os funcionários de engenharia e de produção determinavam os ativos necessários para atender a essas demandas. A tarefa do administrador financeiro era simplesmente levantar os fundos necessários para comprar as fábricas, equipamentos e estoques necessários. Essa situação não existe mais – as decisões agora são tomadas de modo muito mais coordenado e o gerente financeiro geralmente tem responsabilidade direta pelo processo de controle. Também, se torna cada vez mais importante que pessoas nas áreas de marketing, contabilidade, produção, pessoal e outras conheçam o setor de finanças a fim de realizar um bom trabalho em seus próprios campos. Brigham (1999) afirma que há implicações financeiras em virtualmente todas as decisões de negócios, e os executivos de áreas não financeiras simplesmente precisam saber o suficiente de finanças para incluir essas implicações em suas próprias análises especializadas. 11 São responsabilidades da equipe de finanças: • Previsão e planejamento; • Decisões importantes de investimento e financiamento; • Coordenação e controle; • Trabalho com os mercados financeiros. 5.2 FORMAS ALTERNATIVAS DE ORGANIZAÇÕES DE NEGÓCIOS De acordo com Gitman (2004), entre as formas de organização de empresas, as três mais comuns são a firma individual, a sociedade por cotas e a sociedade por ações. As firmas individuais são as mais numerosas. Entretanto, as sociedades por ações são dominantes em termos de faturamento e lucro líquido; sendo também o objeto de pesquisa deste trabalho. 5.2.1 Sociedades por ações Gitman (2004), afirma que uma sociedade por ações é um ente artificial criado por lei. Conhecida também como “entidade jurídica”, ela tem os poderes de uma pessoa física, no sentido de que pode mover ações judiciais e ser acionada judicialmente, assinar contratos e adquirir bens em seu nome. Já Brighan (1999), diz que uma 12 sociedade anônima é uma entidade legal autorizada por um estado ou pelo governo federal, separada e distinta de seus proprietários e administradores. De acordo com Rudge (1998) a companhia aberta foi conceituada pela Lei das S.A. São as companhias cujos valores mobiliários são admitidos e negociados nos mercados organizados (Bolsa de Valores e Mercado de Balcão). Para isso, devem ter as emissões desses valores registrados na CVM. Para que as ações sejam negociadas nesses mercados, as companhias abertas devem cumprir uma série de normas quanto a: • Natureza e periodicidade de informações a divulgar; • Forma e conteúdo dos relatórios de administração e demonstrações financeiras; • Padrões contábeis, relatório e parecer de auditores independentes; • Informações prestadas por Diretores e Acionistas Controladores, relativos à compra, permuta ou venda de ações emitidas pela companhia, sociedades controladas e controladoras. • Divulgação de deliberações de Assembléia de Acionistas, órgãos de administração, fatos relevantes ocorridos nos negócios, que possam influir de modo ponderável na decisão de vender e comprar ações, por parte dos investidores. 13 Figura 1 – Estrutura de uma sociedade por ações Acionistas elegem o Conselho de Administração Proprietários que contrata o ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------Presidente (CEO) Administradores -------------------------------------------------------------------------------------------------------- Vice-presidente de recursos humanos V ice-presidente de operações Vice-presidente de finanças (CFO) Administração Vice-presidente de marketing Vice-presidente de sistemas de informação ---------------------------------------------------------------- Tesoureiro Controller ---------------------------------------------------------Gerente de gastos de capital Gerente de planejamento financeiro e captação de fundos Gerente de caixa Gerente de crédito ------------------------------------- Gerente de operações de câmbio Tesoureiro Gerente do fundo de pensão Gerente de assuntos fiscais Gerente de contabilidade Gerencial Fonte: GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira, p.07. Gerente de contabilidade de custos Gerente de contabilidade financeira 14 5.3 OS OBJETIVOS DA SOCIEDADE ANÔNIMA As decisões de negócios não são tomadas em um vácuo – os tomadores de decisão têm em vista objetivos específicos. Brigham (1999) afirma que o principal objetivo da administração é a maximização da riqueza dos acionistas. De acordo com Weston (2000), a maximização da riqueza do acionista é o objetivo apropriado para decisões administrativas; considera a oportunidade e o risco relativos aos lucros esperados por ação a fim de maximizar o preço das ações ordinárias da empresa. Qual o objetivo primordial da sociedade por ações? Para Ross (2002) a resposta tradicional é a de que os administradores de uma sociedade por ações tomam decisões em nome dos acionistas, porque os acionistas possuem e controlam a sociedade por ações. Esse objetivo é muito vago, e por isso procuramos chegar a um enunciado preciso. Também é impossível dar uma resposta definitiva a essa pergunta crucial, porque a sociedade por ações é um ente artificial, e não uma pessoa natural. Existe na “visão da lei”1. Gitman (2004), diz que o objetivo da empresa e, portanto, de todos os seus administradores e funcionários é maximizar a riqueza de seus proprietários, em nome dos quais ela é gerida. A riqueza dos proprietários, numa sociedade por ações, é medida pelo preço da ação, que por sua vez se baseia na distribuição dos resultados (fluxos de caixa) no tempo, em sua magnitude e em seu risco. 1 Palavras de John Marshall, presidente da Suprema Corte, em The Trustees of Dartmouth College V. Woodward, 4, Wheaton 636,1819. 15 Quando examinam cada alternativa de decisão financeira ou ação possível em termos de impacto sobre o preço da ação da empresa, os administradores financeiros devem aceitar somente aquelas alternativas que tendem a aumentar o preço da ação. 5.4 AS AÇÕES A ação é a menor fração do capital social da sociedade anônima, ou companhia, denominação deste tipo de empresa na legislação brasileira. São classificadas de: ordinárias, preferenciais, nominativas e escriturais. A Lei brasileira ainda prevê a existência de ações de fruição, ou de gozo, ou ainda partes beneficiárias. São formas acionárias que interessam apenas aos fundadores das companhias e não é objeto de negociação em mercados organizados. As partes beneficiárias podem ser objeto de operações especiais. Nesta pesquisa, serão analisadas as ações ON, PN e as ADRs (American Depositary Receipts) (Conforme ANEXO A) 16 5.4.1 As Ações Ordinárias Nas companhias, a autoridade maior é a Assembléia dos Acionistas. A ela cabe auferir os direitos e resultados, e cumprir com as obrigações societárias. A Assembléia delibera sobre a atividade da companhia, aprova os demonstrativos financeiros, o destino dos lucros, a eleição dos Diretores, e alterações estatutárias do interesse da companhia. 5.4.2 As Ações Preferenciais São três as preferências que os acionistas detentores de ações preferenciais adquirem, junto com suas ações: • Na distribuição de resultados; • No reembolso de capital; • Na acumulação das situações acima. A Lei nº 9457 de 05 de maio de 1997, que alterou a Lei nº 6404, atribui às Ações Preferenciais um dividendo no mínimo dez por cento maior que os atribuído às ações ordinárias, salvo no caso de ações com direito a dividendos fixos ou mínimos. 17 Em países de mercados desenvolvidos, as ações preferenciais são conhecidas como widow stocks (ações das viúvas), porque elas têm conotação de rendas, de garantia de distribuição de resultados econômicos oriundos da atividade da companhia. Para os investidores em ações preferenciais, o lucro é mais importante do que o comando das decisões, o poder na companhia. Em caso de não-distribuição de resultados por três exercícios consecutivos, as ações preferenciais adquirem poder de voto, capaz de comprometer a situação do acionista controlador. O estatuto da companhia pode conferir poder de voto às preferenciais. 5.4.3 As Ações do Mercado Internacional Os ADRs (American Depositary Receipts), são uns recibos de ações negociáveis emitido por um banco dos Estados Unidos, de uma companhia fora dos Estados Unidos, custodiado pelo banco no país de origem. Outorgam ao acionista o direito sobre todos os dividendos, subscrições e bonificações, além de ganhos de capital. Foi desenvolvido para permitir aos investidores americanos acesso ao mercado de ações de outros países, dentro dos Estados Unidos, em condições e práticas de mercado muito semelhantes àquelas a que estão acostumados. Os americanos podem comprar ações de empresas estrangeiras nos Estados Unidos sob a forma de ADR, em vez de fazê-lo nos mercados externos. 18 O governo autoriza companhias brasileiras a captar recursos no mundo internacional de ações, através do lançamento de ADRs, que são lastreadas em ações. Se colocadas em outros países, têm o nome geral de GDR (Global DR). Para lançar um ADR, a companhia emite ações no Brasil (ou compra ações nos mercados organizados), e deposita essas ações em um banco, que atua como custodiante. Com base nesse lastro, um banco no exterior, que atuará como depositário, emite ADR. Desta forma, os ADR são negociados no exterior sob três formas: • Entre investidores institucionais; • Em Bolsas; • Nos mercados organizados. Os investidores podem converter seus ADR em ações da companhia, e vir negociálas no Brasil. Existem ainda lançamentos privados de ADR negociados pelo sistema PORTAL (Private Offerings, Resales and Trading through Automated Linkager), conhecido como Nível 144ª. É um sistema computadorizado para negociação de emissões privados com liquidação via DTC (Depositary Trust CO.). 19 5.5 EUROBÔNUS Eurobônus são bonds emitidos por empresas brasileiras no mercado europeu, com instituições financeiras como garantidoras, cuja renda é fixada segundo a taxa treasure da Libor (London Interbank Offered Rate), taxa preferencial de juros para bancos que operam no mercado do Eurodólar, mais um spred de acordo com o risco de emissor, com prazos variados. Tem características semelhantes às de uma debênture não conversível em ações. A operação se registra em Londres, com eventuais registros adicionais em Nova York e Luxemburgo. A operação é normalmente distribuída por um banco internacional, que tenha capacidade de registro em Londres, e que é também o distribuidor primário dos bonds. 5.6 AS DEBÊNTURES As companhias têm a capacidade de emitir debêntures. São títulos de dívida com garantia de seus ativos ou fiança, e capacidade de resgate mediante pagamento de principal e rendimentos ou com cláusula de resgate mediante conversão em ações. Os acionistas geralmente têm preferência para compra no lançamento de debêntures. Os debenturistas reúnem-se em Assembléia, nomeiam um agente fiduciário, e podem obstar a mudança de objeto social da companhia, a criação de 20 ações preferenciais ou a modificação das vantagens atribuídas às preferenciais existentes, se disso resultar prejuízo para as ações que serão objeto de conversão. As debêntures podem ser garantidas por fiança ou pelo ativo da companhia, vinculando-o à emissão de forma real ou flutuante. Neste último caso, a garantia não impede a negociação do bem garantidor. 5.7 RISCO Segundo Weston (2000), o fator risco inerente ao lucro projetado por ação (LPA) também depende de como a empresa é financiada. Muitas companhias vão à falência todos os anos, e quanto maior o uso da dívida, maior a ameaça de falência. Conseqüentemente, embora o uso de financiamento da dívida possa aumentar o LPA projetado, a dívida também aumenta o fator risco dos lucros futuros projetados. Gitman (2004), afirma que a maximização do lucro também desconsidera o risco – a possibilidade de que os resultados efetivos sejam diferentes dos esperados. Uma premissa básica em administração financeira é que existe uma relação de compensação entre retorno (fluxo de caixa) e risco. Retorno e risco na verdade, são as determinantes básicas do preço da ação, o qual representa a riqueza dos acionistas na empresa. 21 O fluxo de caixa e o risco afetam o preço da ação de maneiras distintas: geralmente, um fluxo maior de caixa está associado a um preço mais alto. Em termos simples, um risco maior reduz o preço da ação. Em geral, os acionistas têm aversão a risco, ou seja, gostariam de evitá-lo. Quando existe risco, eles esperam receber taxas mais alta de retorno em investimentos com maior risco, e taxas mais baixa em investimentos com menor risco. O ponto fundamental é que as diferenças de risco podem afetar significativamente o valor de um investimento. Como a maximização do lucro não permite atingir os objetivos dos proprietários da empresa, ela não deve ser o objetivo da atuação do administrador financeiro. 5.8 GOVERNANÇA CORPORATIVA Implantados em dezembro de 2000 pela Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA, os Níveis Diferenciados de Governança Corporativa são segmentos especiais de listagem que foram desenvolvidos com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse, simultaneamente, o interesse dos investidores e a valorização das companhias. Empresas listadas nesses segmentos oferecem aos seus acionistas investidores melhorias nas práticas de governança corporativa que ampliam os direitos societários dos acionistas minoritários e aumentam a transparência das companhias, 22 com divulgação de maior volume de informações e de melhor qualidade, facilitando o acompanhamento de sua performance. A premissa básica é que a adoção de boas práticas de governança corporativa pelas companhias confere maior credibilidade ao mercado acionário e, como conseqüência, aumenta a confiança e a disposição dos investidores em adquirirem as suas ações, pagarem um preço melhor por elas, reduzindo seu custo de captação. A adesão das Companhias ao Nível 1 ou ao Nível 2 depende do grau de compromisso assumido e é formalizada por meio de um contrato, assinado pela BOVESPA, pela Companhia, seus administradores, conselheiros fiscais e controladores. Ao assinarem o contrato, as partes acordam em observar o Regulamento de Listagem do segmento específico, que consolida os requisitos que devem ser atendidos pelas Companhias listadas naquele segmento, além de, no caso das Companhias Nível 2, adotar a arbitragem para solução de eventuais conflitos societários. 5.8.1 Companhia Nível 1 As Companhias Nível 1 se comprometem, principalmente, com melhorias na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária. Por exemplo, a companhia aberta listada no Nível 1 tem como obrigações adicionais à legislação: 23 • Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Trimestrais (ITRs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras trimestrais – entre outras: demonstrações financeiras consolidadas e a demonstração dos fluxos de caixa. • Melhoria nas informações relativas a cada exercício social, adicionando às Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras anuais – entre outras, a demonstração dos fluxos de caixa. • Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais (IANs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém informações corporativas – entre outras: a quantidade e características dos valores mobiliários de emissão da companhia detidos pelos grupos de acionistas controladores, membros do Conselho de Administração, diretores e membros do Conselho Fiscal, bem como a evolução dessas posições. • Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez por ano. • Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos corporativos, tais como assembléias, divulgação de resultados etc. • Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes relacionadas. • Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores mobiliários e derivativos de emissão da companhia por parte dos acionistas controladores. 24 • Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% (vinte e cinco por cento) do capital social da companhia. • Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital. 5.8.2 Companhia Nível 2 As Companhias Nível 2 se comprometem a cumprir as regras aplicáveis ao Nível 1 e, adicionalmente, um conjunto mais amplo de práticas de governança relativas aos direitos societários dos acionistas minoritários. Por exemplo, a companhia aberta listada no Nível 2 tem como obrigações adicionais à legislação: • Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais ou US GAAP. • Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato unificado de até 2 (dois) anos, permitida a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por cento) dos membros deverão ser conselheiros independentes. • Direito de voto às ações preferenciais em algumas matérias, tais como, transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia e aprovação de contratos entre a companhia e empresas do mesmo grupo sempre que, por força de disposição legal ou estatutária, sejam deliberados em assembléia geral. • Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle 25 da companhia e de, no mínimo, 80% (oitenta por cento) deste valor para os detentores de ações preferenciais (tag along). • Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação neste Nível; • Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos societários. Além de presentes no Regulamento de Listagem, alguns desses compromissos deverão ser aprovados em Assembléias Gerais e incluídos no Estatuto Social da companhia. 5.9 CAPTAÇÃO DE RECURSOS NACIONAL E INTERNACIONAL As modernas instituições financeiras criaram o conceito de mesa de operações, onde centralizam a maioria das operações de suas áreas de mercado, ou seja, suas operações comerciais que envolvam a definição de taxas de juros e, portanto, o conceito de spread, que é a diferença entre o custo do dinheiro tomado e o preço do dinheiro vendido, como por exemplo, na forma de empréstimo. Uma das principais funções desta mesa é a que está ligada à captação de recursos “compradas” pela instituição e se constitui na chamada mesa de captação. Suas principais funções são: formação de taxas para captação através de CDB e RDB, 26 cujo objetivo é tentar obter o menor custo possível de captação e ainda ser competitivo com as concorrentes com taxas atraentes aos clientes além da compra e venda de CDB de terceiros e de prazos decorridos em mercado, bem como a formação de taxas para a clientela deste produto. É uma alternativa de risco para os clientes, através de uma aplicação de curto prazo, com liquidez antecipada. O banco, para seu lado, pode carregá-los em carteira, visando a ganho financeiro e/ou ganho de intermediação. Mellagi (1954) afirma que o objetivo das bancas de investimento é o financiamento a médio em longo prazo para suprimento de capital fixo ou de giro das empresas. Não podem manter contas correntes, e captam recursos pela emissão de CDB e RDB (títulos lastreados em depósitos bancários), pela captação e repasses de recursos de origem interna, ou externa ou pela venda de cotas de fundos de investimentos por eles administrados. Não podem destinar recursos a empreendimentos imobiliários. As operações ativas que podem ser praticadas pelas bancas de investimento são: Empréstimo a prazo mínimo de um ano para financiamento de capital fixo e de giro; Aquisição de ações, obrigações ou quaisquer outras títulos e valores mobiliários para investimento ou revenda no mercado de capitais (operações de subscrição, também denominadas de underwriting); Repasses de empréstimos obtidos no país ou no exterior; e Prestação de garantia de empréstimo no país ou provenientes do exterior. 27 Neste sentido, pode-se citar as sociedades de arrendamento mercantil (leasing), na qual a operação de leasing assemelha-se a uma locação, em que o cliente, ao final do contrato, tem opção de renová-la; de adquirir o bem pelo valor residual fixado em contrato ou de devolvê-lo à empresa. As empresas de leasing normalmente captam recursos de longo prazo, como; por exemplo, por meio de emissão de debêntures (títulos que têm como cobertura o patrimônio da empresa que os emitiu, sem prazo fixo de resgate). Já Rudge (1998) afirma que as companhias de Leasing operam no Arrendamento Mercantil, forma específica de locação com cláusula de compra final de bens e equipamentos, que gera ainda operações especiais de leasing, como o financeiro (lease – back). Gitman (1997) faz a colocação que empréstimo a longo prazo é um empréstimo feito por uma instituição financeira para uma empresa e com vencimento inicial superior a um ano. Esses empréstimos geralmente têm prazos de vencimento de cinco a doze anos; existem prazos de vencimentos menores, porém, são mais comuns aqueles cujo período mínimo é de cinco anos. Eles são concedidos muitas vezes para financiar necessidades fixas de capital de giro, compras de maquinaria e equipamento ou para liquidar outros empréstimos. Myers (1984) confirma a existência de uma ordem hierárquica na preferência por fontes de financiamentos das empresas, a qual é comumente chamada de Pecking Order. De acordo com essa hipótese, embora a estrutura de capital seja relevante, não existe uma estrutura ótima, uma vez que a empresa prefere financiar seus 28 investimentos por meio de uma escala de preferência por recursos financeiros. Inicialmente tal escala privilegia o uso de recursos internos, para, em seguida, considerar o endividamento e por fim, nova chamada de capital. Entretanto, Eid Jr. (1995) encontrou um resultado surpreendente em seu estudo acerca das empresas brasileiras, observando que “... ao contrário do que seria esperado, num país com taxas elevadas como é o caso do Brasil, as empresas apontaram os empréstimos bancários como a primeira fonte a ser obtida no caso de aprovação de um novo projeto”. Mas ao contrário do que propõe Myers e Majluf (1984), a segunda parte de recursos são as ações ordinárias, aparecendo como última alternativa os lucros retidos. Podem-se fazer algumas suposições para este comportamento. A primeira referente a um possível viés em relação à teoria de assimetria de informações dada à existência de fundos de alguma forma subsidiadas, como FINAME e outras. A segunda refere-se à possibilidade de pouca utilização de lucros retidos dado que durante os últimos anos a lucratividade das empresas brasileiras como um todo não foi alta, conseqüência da crise econômica pela qual passou o país. Nesse sentido, têm-se as agências de fomento, que obtêm recursos do orçamento da União, estados, municípios e captam linhas de crédito de longo prazo de instituições de desenvolvimento oficiais nacionais (BNDES) e estrangeiras (BID, BANCO MUNDIAL, etc.) para repasse às empresas para financiamento de capital fixo e de giro. Não podem captar recursos junto ao público e não têm acesso às contas de reservas do Banco Central, bem como ao mercado interbancário e às linhas de redesconto. 29 O capital mínimo é de R$ 4 milhões e o patrimônio líquido deve ser compatível às regras estabelecidas no Acordo de Basiléia. 5.9.1 Captação de Recursos – Nacional 5.9.1.1 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Criado em 1952, o BNDES e uma empresa pública que se tem tornado o principal provedor de financiamentos de longo prazo no país. Seus desembolsos, de 1990 a 1997, totalizaram cerca de U$ 52 bilhões; somente desde o Plano Real (1994), totalizaram perto de U$ 40 bilhões. Sua principal fonte de recursos tem sido o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o retorno de seus investimentos, que em 1997 representaram cerca de 74% do total. De acordo com Mellagi (2000) mais que um banco, o BNDES pode ser considerado um complexo sistema de financiamento voltado para diversos setores da economia. Fortuna (1999), afirma que o BNDES tem como objetivos a melhoria da qualidade de vida da população brasileira, através do apoio a investimentos que visem: o fortalecimento da competitividade da economia brasileira, a geração de emprego e melhoria da qualidade dos postos de trabalho, a atenuação das desigualdades regionais, a preservação do meio ambiente – tendo como fontes de recursos: Fundo 30 de Amparo ao Trabalhador (FAT), PIS – PASEP, BNDES, Recursos Próprios, Recursos Externos por empréstimos de instituições multilaterais de crédito ou captação de bônus. Já para Rudge (1998), o BNDES atua como agente de mudanças, com uma visão de longo prazo, para financiar empreendimentos destinados a tornar a economia brasileira mais competitiva no cenário mundial. O sistema apóia investimentos com capacidade de geração de emprego, aumento da competitividade, organização da produção e desenvolvimento do comércio exterior. Neste sentido, Fortuna (1999) cita as políticas operacionais do sistema BNDES: Tipos de Operação Financiamentos de longo prazo; Crédito Produtivo Popular; Operações com valores mobiliários; Prestação de garantias financeiras; Leasing de equipamentos; Financiamentos à exportação de bens e serviços. Tipos de Empreendimentos Apoiados Implantação, expansão e modernização de atividades produtivas da infraestrutura; Comercialização de produtos e serviços no Brasil e no exterior; Capacitação tecnológica; 31 Treinamento de pessoal, formação e qualificação profissional; Reestruturação industrial e empresarial. Itens Apoiáveis Ativos fixos de qualquer natureza, exceto terrenos, benfeitorias já existentes e equipamentos usados; Capital de giro: associado ao investimento fixo; para exportação de produtos e serviços; e para as operações de Crédito Produtivo; Despesas pré-operacionais. De acordo com Rudge (1998) os projetos mais comuns apoiados pelo BNDS são os de: Implantação; Modernização; Exportação de máquinas e equipamentos; Conservação do meio ambiental. O BNDS atua também como credenciador de projetos para utilização de fundos especiais de fomento, administradores de carteiras de valores mobiliários próprios e de terceiros, e gestor do Fundo Nacional de Desestatização. 32 5.9.2 Captação de Recursos Internacionais De acordo com Fortuna (1999), a captação de recursos internacionais ocorre através do lançamento de títulos no exterior, para captação de recursos em valores elevados, por empresas nacionais com penetração internacional. Em função dos volumes, tais lançamentos são feitos através de bancos sindicalizados. Podem ser lançados títulos com taxas fixas ou flutuantes. No primeiro caso, são as FIXED RATE NOTES e, no segundo, as FLOATING RATE NOTES. O BC determina o prazo mínimo de captação no mercado internacional por meio da emissão de títulos (bônus ou commercial papers), operações de empréstimo entre empresas (inter companies) e das operações 63, pelas quais um banco no país contrata empréstimos no exterior e repassa internamente às empresas, tendo fixado em oito anos o prazo mínimo para que tais títulos passam beneficiar-se da isenção fiscal do Imposto de Renda de 25% sobre ganhos de capital. Gitman (1997) afirma que o commercial paper é uma forma de financiamento consistindo de notas promissórias a curto prazo não-garantidas, emitidas por empresas com elevado conceito de crédito. Geralmente, apenas as grandes, de alta reputação e situação financeira inquestionável, estão em condições de emitir commercial papers, que, em sua maioria, vencem no período de 3 a 270 dias. Embora não haja uma única denominação estabelecida, a maior parte das commercial papers é emitida em múltiplos de $ 100.000 ou mais e as financeiras são as emitentes mais importantes; as empresas industriais responsabilizam-se por uma 33 parcela diminuta desse tipo de financiamento. As empresas freqüentemente compram esses papéis, os quais são retidos como títulos negociáveis, para prover uma reserva de liquidez que lhes venda juros. Já Rudge (1998) mostra que o acesso aos mercados de capitais dos Estados Unidos demanda uma documentação complexa para permitir a oferta de valores. Essa documentação é mais simplificada nas operações oferecidas na Europa, porque é mais padronizada. Para completar, as exigências da legislação americana com respeito à divulgação de informações das empresas que pretendem apurar nos EUA, o processo de registro na SEC – Securities & Exchange Commission, e a possibilidade legal, também são mais rigorosas. O mercado americano é mais líquido, e por isso empresas de todo o mundo ocorrem preferencialmente a ele para financiar suas atividades e seu crescimento. Se as empresas emitirem apenas títulos comerciais, programas de letras a longo prazo, programas de notas de depósitos bancários e ofertas apoiadas por conta de crédito bancário, o acesso é mais fácil, porque não depende de registro junto à SEC. A divulgação de informações detalhadas sobre a emitente prevê, entre outros mais específicos, os seguintes itens da vida da empresa: A empresa e suas subsidiárias; Localização e caráter geral de suas propriedades pertinentes ao caso; 34 Processos e ações judiciais do governo pendentes com implicações de caráter material; Títulos detidos por altos funcionários e diretores do grupo e quaisquer participações de controle sobre a empresa; Informações de mercado de capitais e sobre transações e acionistas relativas aos títulos; Controles de câmbio pelo governo brasileiro e quaisquer limitações aos direitos de residente estrangeiros; Impostos brasileiros aplicáveis a detentores estrangeiros de títulos; Informação financeira selecionada relativa há cinco anos fiscal e, caso seja aplicável, relativa a períodos parciais, bem como informação histórica sobre a taxa de câmbio; Exposição e análise da situação financeira da empresa emitente e resultado das operações; Diretores, funcionários executivos e altos funcionários como grupo, e individualmente, caso essa informação esteja disponível publicamente no Brasil; Opções pendentes relativas aos títulos registrados, inclusive as que estejam em poder de diretores e altos funcionários como grupo, e individualmente caso publicamente disponível; Certas transações entre o emitente brasileiro e sua gerência ou acionistas importantes, mas somente na medida em que essa informação é divulgada publicamente aos acionistas; Descrição dos títulos e ADRs registradas, caso disponível; Demonstrações financeiras elaboradas de acordo com – ou ajustadas ao – USGAAP (Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos dos Estados Unidos). 35 Nesse sentido, Fortuna (1999) afirma que as notas são vendidas com desconto em relação ao valor de face. O cálculo em sistema de fluxo de caixa de acordo com o praza de título, levando em conta o desconto e o juro prometido, resulta no retorno obtido pelo investidor. Exemplo: Preço de Emissão: (US$ / Cents / US$) – 94,0480 Juros (% a.a): – 10.000 Retorno (% a.a): – 13,50 Prazo (anos): – 2 A avaliação desse retorno normalmente é feita com a comparação de quantos pontos percentuais ou pontos-base (centésimos de ponto) está acima do título de menor risco no mercado, normalmente os títulos do Tesouro Norte-americano (Treasure Bill) de igual prazo ou de prazo interpolado para efeito de comparação. Assim, quando se diz que um título foi emitido com 300 pontos base acima do Treasure Bill do governo americano de prazo equivalente, significa que o spread entre o custo da emissão e a cotação do referido título foi de 3% (1 ponto base = 0,01%). A emissão de um bônus no mercado internacional é uma operação cara, a saber: Comissão pela administração e venda dos títulos variando de 1,125% a 1,25% do total da operação; o pagamento é flat de uma vez só, assim que os títulos são vendidos. 36 Custo fixo mínimo de emissão em nível de US$ 100 mil a US$ 200 mil, incluindo: - Serviços legais nos locais de emissão; - Confecção do prospecto de lançamento; - Impressão do prospecto; - Impressão dos títulos, incluindo os cupons de juros; - Remuneração do agente da coleta dos pagamentos dos investidores e entrega à empresa emissora; - Registro da emissão em uma bolsa internacional. O termo “bônus” (bond em inglês) é usado tradicionalmente, no exterior, para título com mais de 10 anos de prazo. Para os títulos com menos de 10 anos, utiliza-se o termo “notes”. Eurobônus e euronotes caracterizam a emissão das referidos títulos, denominados em dólar, mas fora dos Estados Unidos. Alguns Eurobônus são lançados com opções específicas, a saber: – Opção Put → permite a devolução do título pelo investidor ao emissor, antes do prazo final (decisão do investidor) e protege o investidor contra a subida das taxas de juros; – Opção Call → permite o resgate antecipado por parte do emissor, antes do prazo final (decisão do emissor) e protege o emissor contra queda das taxas de juros. São chamadas step up bonds / notes quando pagam cupom (juros periódicos) crescente ao longo do tempo de vida do título. 37 Rudge (1998) diz que eurobônus são bonds emitidos por empresas brasileiras no mercado europeu, com instituições financeiras como garantidoras, cuja renda é fixada segundo a taxa Treasure da Libor (London Interbank Offered Rate, taxa preferencial de juros para bancos que operam no mercado do Eurodólar), mais um spread de acordo com o risco do emissor, com prazos variados. Tem características semelhantes às de uma debênture não conversível em ações. A operação se registra em Londres, com eventuais registros adicionais em Nova York e Luxemburgo. É normalmente distribuída por um banco internacional, que tenha capacidade de registro em Londres, e que é também o distribuidor primário dos bonds. Em seus estudos, Fortuna (1999) afirma que o Banco Central, através da Circulação nº. 2.199, melhorou as condições para captação de recursos externos por empresas brasileiras, através da colocação de títulos que possam ser transformados em ações pelo investidor estrangeiro. Foram criados três títulos. Bônus Conversíveis – A empresa emissora oferece ao investidor a possibilidade de trocar os títulos por ações de sua própria emissão, negociados em bolsas de valores, transformando o que era empréstimo em investimento. Bônus Cambiáveis – Por meio deles, empresa emissora oferece ao investidor a chance de trocar os títulos por ações de outras empresas, também negociadas nas bolsas, mantidas em sua carteira. Bônus com Garantia (Bônus com Warrants) – Os Warrants são como cupons anexados aos títulos e que dão o direito ao investidor de comprar ações da 38 empresa emissora a um determinado preço, independente do recebimento dos juros e do principal do título. Eles ajudam a baratear o custo da emissão do bônus. Em alguns casos, os Warrants podem permitir obter ações que façam parte da carteira de investimentos da empresa emissora. Com estas alternativas, o investidor deixa de ser credor e passa a ser acionista. Caso haja o exercício de opção do Warrant, teremos: Para o investidor, na realidade, ele está participando de uma operação que combina uma renda fixa (juros) com um potencial de ganho de capital na conversão e futura das ações; Para empresa emitente, é uma operação de empréstimo em que paga os juros do bônus, mas o pagamento do principal se dá através da emissão de ações, transformando automaticamente débito em capital de risco. É claro que tal exercício só ocorrerá se o preço de mercado das ações for maior do que o preço de conversão. Nesse caso, o investidor terá aplicado em um título com juros mais baixos, enquanto a empresa terá feito um empréstimo de longo prazo, em condições melhores do que os empréstimos normais. Quando a troca deixa de ser uma opção e passa a ser uma obrigação do investidor o título passa a ser caracterizado como Bônus Mandatário Conversível. 39 Neste sentido, pode-se citar o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco Mundial e as EXIMBANKS, como as principais fontes de captação de recursos internacionais. O BID foi criado em 1959 para contribuir para o progresso econômico e social da América Latina e Caribe. O BID foi criado em resposta ao antigo desejo de parte de nações latino-americanas em ter uma instituição que pudesse forçar-se na solução dos problemas da região. A Internacional Investment Corporation (IIC), é uma entidade autônoma afiliada ao BID que promove o desenvolvimento econômico dos 34 países-membros através do financiamento de pequenas e médias empresas. A partir de 1995, o BID também passou a emprestar cerca de 5% de seus recursos disponíveis diretamente ao setor privado, sem a necessidade de garantias governamentais. Já o Banco Mundial é uma organização composta por cerca de 180 países, as quais, para poderem fazer parte dele, precisam inicialmente serem membros do FMI (Fundo Monetário Internacional). O Banco Mundial é composto de 5 unidades autônomas: AID (Associação Internacional do Desenvolvimento), cuja missão é a redução da pobreza. 40 BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento), cuja missão é emprestar dinheiro para governos para projetos e programas que promovam progresso econômico e social, através do aumento da produtividade. IFC – (Internacional Finance Corporation) O IFC é membro autônomo do Banco Mundial, criado em 1956 e tem como objetivo principal melhorar a qualidade de vida da população de seus países-membros. O IFC é a maior fonte unilateral de financiamento e de participação para projetos no setor privado no mundo. Normalmente o IFC participa de empreendimentos em conjunto com outros investidores, ou então atuando como intermediário em sindicalizações, e através de consultorias, auxilia os governos a criar condições de estimular o fluxo de poupança interna e externa e investimentos. O IFC financia projetos com os seguintes pré-requisitos: Ele deve ser do setor privado; Deve ser tecnicamente / economicamente viável; Deve ter uma boa perspectiva de lucros / caixa; Deve beneficiar a comunidade local. O IFC coordena suas atividades com outras instituições do Banco Mundial, tais como a MIGA e a AID. Seu capital é composto pela participação de seus 173 membros que determinam conjuntamente suas políticas e atividades. 41 Sua participação nos projetos não excede a 25% do valor total, com negociação quanto a custos, prazos e garantias, dividindo o risco do projeto com autores parceiros. MIGA (Multilateral Investiment Guarantee Agency) que encoraja o investimento direto estrangeiro em países em desenvolvimento através da oferta a investidores de garantias contra riscos políticos e do auxílio a governos na busca de investimentos externos. ICSID (International Center for Settlement of Investment Desputes), que incentivar o aumento do fluxo de capitais de investidores externos fornecendo auxílio em disputas entre investidores externos e o governo local. Já, EXIMBANK é o nome genérico dado aos bancos que financiam as exportações dos países através do oferecimento de linhas de crédito para os compradores destes produtos. O EXIMBANK mais conhecido é dos Estados Unidos, sendo que o Brasil, através do BNDES também lançou uma linha específica, o BNDES – EXIM. O U.S. EXIMBANK é uma agência federal independente, que financia a exportação de bens e serviços americanos, para ter acesso a este financiamento, o exportador deve provar que não conseguirá fazer a exportação sem este financiamento. 42 5.10 ALAVANCAGEM E ESTRUTURA DE CAPITAL 5.10.1 Alavancagem A alavancagem é o produto do uso de ativos ou fundos a custo fixo para multiplicar retornos para os proprietários da empresa. Em geral, aumentos de alavancagem resultam em elevações de retorno e risco, ao passo que diminuições da alavancagem provocam reduções de retorno e risco. Segundo Gitman (2004), o grau de alavancagem na estrutura de capital da empresa – a combinação de capital de terceiros de longo prazo com capital próprio mantido por ela – pode afetar significativamente seu valor, pelo efeito sobre o retorno e o risco. Em virtude de seu efeito sobre o valor, o administrador financeiro deve saber como medir e avaliar a alavancagem, particularmente ao tomar decisões quanto à estrutura de capital. Os três tipos básicos de alavancagem podem ser definidos da melhor maneira usando-se a demonstração de resultado da empresa, como se pode ver na demonstração genérica de resultado da tabela abaixo: 43 Tabela 1– Demonstração genérica de resultado e tipos de alavancagem Receita de vendas Alavancagem operacional Menos: custo dos produtos vendidos Lucro bruto Menos: despesas financeiras Lucro líquido antes juros e imposto de renda (Lajir) Menos: despesas financeiras Alavancagem total Lucro líquido antes do imposto de renda Alavancagem financeira Menos: impostos Lucros líquidos após os impostos Menos: dividendos de ações preferenciais Lucro líquido disponível aos acionistas ordinários Lucro por ação (LPA) Fonte: GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira, p.434. 5.10.2 Análise de Ponto de Equilíbrio A análise de ponto de equilíbrio, às vezes chamada de análise custo-volume-lucro, é usada para (1) determinar o nível de operações e (2) avaliar a rentabilidade associada a níveis diversos de vendas. O ponto de equilíbrio operacional consiste no nível de vendas necessário para cobrir todos os custos operacionais. Nesse ponto, o lucro antes de juros e imposto de renda é igual R$0. 44 De acordo com Gitman (2004), o primeiro passo, no cálculo do ponto de equilíbrio operacional, é decompor o custo dos produtos vendidos e as despesas operacionais em custos operacionais fixos e variáveis. Os custos fixos são funções do tempo e não do volume de vendas, e normalmente são custos contratuais. Os custos variáveis variam diretamente com as vendas e dependem do volume, mas não do tempo. Tabela 2– Alavancagem operacional, custos e análise do ponto de equilíbrio Item Representação algébrica Receita de vendas Alavancagem operacional (P x Q) Menos: custo dos operacionais fixos ─ Menos: custos operacionais variáveis ─ (CV X Q) Lucro antes de juros e imposto de renda CFF Lajir Fonte: GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira, p.435. 5.10.3 Alavancagem Operacional Se uma alta porcentagem dos custos totais de uma empresa é fixa, afirma-se que a empresa tem um alto grau de alavancagem operacional. De acordo com Weston (2000), alavancagem operacional é a extensão pela quais os custos fixos são usados nas operações de uma empresa. Gitman (2004), afirma que a alavancagem operacional resulta da existência de custos operacionais fixos na estrutura de resultados da empresa, e que a sua definição seria como a possibilidade de uso dos 45 custos operacionais fixos, para ampliar os efeitos de variações de vendas sobre o lucro da empresa antes de juros e imposto de renda conforme ANEXO B. 5.10.3.1 Mensuração do Grau de alavancagem operacional (GAO) O grau de alavancagem operacional (GAO) é o valor numérico da alavancagem operacional da empresa. Pode ser obtido com a seguinte equação: GAO = Variação percentual do LAJIR Variação percentual das vendas O grau de alavancagem operacional também depende do nível de vendas usadas como ponto de referência. Quanto mais próximo o nível de referência estiver do ponto de equilíbrio operacional, maior será a alavancagem operacional. A comparação do grau de alavancagem operacional de duas empresas só é válida quando usado o mesmo nível de referência para ambas. 5.10.4 Alavancagem Financeira A alavancagem financeira resulta da presença de custos financeiros fixos na estrutura de resultado da empresa. Gitman (2004) define a alavancagem financeira 46 como o uso de custos financeiros fixos para ampliar os efeitos de variações do lucro antes de juros e imposto de renda sobre o lucro por ação. Os dois custos financeiros fixos que podem ser encontrados nas demonstrações de resultado são (1) os juros de dívidas e (2) os dividendos de ações preferenciais. Esses encargos devem ser pagos, qualquer que seja o montante de LAJIR disponível para saldá-los. O efeito da alavancagem financeira faz com que um aumento do LAJIR cause elevações mais do que proporcional do lucro por ação, ao passo que uma redução causa diminuição mais do que proporcional do LPA da empresa (conforme ANEXO C e D). 5.10.4.1 Mensuração do Grau de Alavancagem Financeira (GAF) O grau de alavancagem financeira (GAF) é o valor numérico da alavancagem financeira da empresa. Seu cálculo é muito parecido com o do grau de alavancagem operacional. A seguinte equação apresenta um enfoque à obtenção do GAF: GAF = Variação percentual da LPA Variação percentual da LAJIR Esse enfoque é válido somente quando o mesmo nível de referência de LAJIR é usado para calcular e comparar os valores. Em outras palavras, o nível de referência do LAJIR deve ser mantido constante para comparar a alavancagem financeira associada a níveis distintos de custos financeiros fixos. 47 5.10.5 Alavancagem total Também pode-se avaliar o efeito combinado da alavancagem operacional e da alavancagem financeira sobre o risco da empresa usando um enfoque semelhante ao empregado para desenvolver os conceitos individuais de alavancagem. Segundo Gitman (2004), esse efeito combinado, ou alavancagem total, pode ser definido como uso de custos fixos, tanto operacionais quanto financeiros, para ampliar o efeito de variações do faturamento sobre o lucro por ação da empresa. A alavancagem total pode ser visa, portanto, como o impacto total dos custos fixos presentes em sua estrutura operacional e financeira. 5.10.5.1 Mensuração do Grau de Alavancagem Total (GAT) O grau de alavancagem total (GAT) é o valor numérico da alavancagem total de uma empresa. Pode ser calculado da mesma maneira que a alavancagem operacional e a financeira. A seguinte equação apresenta um enfoque à mensuração do GAT: GAT = Variação percentual do LPA Variação percentual de vendas Esse enfoque é válido somente quando é usado o mesmo nível de referência de vendas para calcular e comparar tais valores. Em outras palavras, o nível de 48 referência de vendas deve ser mantido constante para que se possa comparar a alavancagem total associada a diferentes níveis de custo fixo. 5.11 ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA A estrutura de capital é uma das áreas mais complexas da tomada de decisões financeiras por causa de sua interação com outras variáveis de decisão em finanças. Mas decisões envolvendo a estrutura de capital podem resultar em um custo elevado de capital, reduzindo assim os VPLs de projetos e tornando vários deles inaceitáveis. Decisões eficazes quanto a estrutura de capital podem reduzir seu custo, resultando em VPLs maiores e mais projetos aceitáveis e aumentando, assim, o valor da empresa. De acordo com Brigham (1999), a empresa, primeiro analisa uma série de fatores e, então, estabelece uma estrutura de capital desejada. Essa estrutura pode mudar ao longo do tempo; à medida que mudam as condições, mas, em qualquer dado momento, a gerência tem em mente uma estrutura de capital específica. Se o grau de endividamento existente estiver abaixo do nível desejado, o capital para expansão provavelmente será levantado pela emissão de títulos de dívida, ao passo que, se o grau de endividamento estiver acima do desejado, provavelmente será utilizado capital acionário. 49 A prática de estrutura de capital envolve uma troca (trade-off) entre risco e retorno: • A utilização de maior capital de terceiros aumenta o grau de risco do fluxo de lucros da empresa. • No entanto, um grau de endividamento mais alto geralmente leva uma taxa de retorno esperado mais alto. Quatro fatores principais influenciam as decisões sobre a estrutura e capital: • O risco do negócio; • A posição tributária da empresa; • Flexibilidade financeira; • Conservadorismo ou agressividade da administração. Esses quatro pontos determinam em grande parte a estrutura de capital desejada, mas as condições de operação podem fazer a estrutura de capital realizada se desviar da desejada. 5.11.1 Tipos de Capital Todos os itens apresentados no lado direito do balanço patrimonial da empresa, com exceção dos passivos circulantes, são fontes de capital. O seguinte balanço 50 simplificado ilustra a decomposição básica do capital total em seus dois elementos: capital de terceiros e capital próprio. Quadro 1 - Balanço Patrimonial Balanço patrimonial Passivo circulante Exigível de longo prazo Patrimônio líquido Ativo Ações preferenciais Capital ordinário Capital de dívida (emprestado de de terceiros) Patrimônio líquido (capital Próprio) Estrutura de capital total Ações ordinárias Lucros retidos Fonte: GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira, p.445 O custo de capital de terceiros é inferior ao de outras formas de financiamento. Os credores exigem retorno relativamente menor, porque são os fornecedores de capital de longo prazo que assumem menos risco: (1) têm preferência sobre quaisquer lucros ou ativos disponíveis para pagamento; (2) podem exercer pressão legal muito maior contra a empresa, em busca de pagamento, do que os titulares de ações preferenciais ou ordinárias; (3) a possibilidade de dedução dos pagamentos de juros, para fins fiscais, reduz substancialmente o custo de capital de terceiros para a empresa. 51 Ao contrário do capital de terceiros, que precisa ser desenvolvido em uma data futura, o capital próprio deve permanecer na empresa por um período indefinidamente longo. As duas fontes básicas de capital próprio são: (1) ações preferenciais; (2) capital de acionistas ordinários, o que inclui ações ordinárias e lucros retidos. O capital obtido com a emissão de ações ordinárias é geralmente a forma mais cara de capital próprio, seguida pelos lucros retidos e pelas ações preferenciais. Neste sentido, Gitman (2004), afirma que por causa de sua posição secundária em relação ao capital de terceiros, os fornecedores de capital próprio correm riscos maiores que os fornecedores de capital de terceiros e, portanto, precisam ser recompensados com retornos esperados mais altos. Quadro 2 - Capital Próprio versus Capital de Terceiros Capital próprio versus Capital de terceiros Aspecto Rendimento Capital próprio Dividendos Capital de terceiros Juros Tratamento Os dividendos são tributados Os juros são tributados como rendimento da fiscal como rendimentos da pessoa pessoa física. Os juros são tratados como física. Os dividendos não são despesa da empresa, e as empresas podem despesas da empresa. deduzir os juros ao calcularem o imposto de renda devido. Controle Ações ordinárias preferenciais e ações geralmente O controle é exercido por meio do contrato de empréstimo. possuem direito de voto. Inadimplência As empresas não podem ser Dívidas não pagas são passivos da empresa. forçadas Seu não-pagamento leva à falência à falência por deixarem de pagar dividendos. Resumo: O aspecto fiscal favorece o uso de capital de terceiros, mas o aspecto inadimplência favorece o uso de capital próprio. As características do capital de terceiros e do capital próprio, em termos de controle, são diferentes, mas uma alternativa não é melhor do que a outra. Fonte: ROSS, Stephen A. Administração Financeira, p.311. 52 5.12 ESTRUTURA DE CAPITAL DE EMPRESAS NÃO NORTE-AMERICANAS Gitman (2004) afirma que em geral, as empresas não norte-americanas apresentam níveis de endividamento muito superiores ao das empresas norte-americanas semelhantes. A maior parte dos motivos está relacionada ao fato de que os mercados de capitais dos Estados Unidos são muito mais desenvolvidos e têm desempenhado papel muito mais importante no financiamento de empresas do que em outros países. Na maioria dos países da Europa, no Japão em especial e em outras nações da área do Pacífico, os grandes bancos comerciais envolvem-se mais ativamente nesse tipo de financiamento do que os que atuam nos Estados Unidos. Contudo, esses níveis de endividamento não acontecem com as empresas brasileiras, já que estas apresentam níveis de endividamento inferiores às empresas estrangeiras. Além do mais, em muitos desses países, os banco podem fazer investimentos substanciais em ações de empresas não financeiras, uma prática que é proibida aos bancos norte-americanos. Finalmente, as participações acionárias tendem a ser mais concentrados entre as famílias de fundadores e os investidores institucionais, até mesmo estatais, na Europa e na Ásia do que na maioria das grandes empresas norte-americanas. Uma propriedade concentrada, permite aos proprietários entender melhor a condição financeira da empresa, resultando em sua disposição de tolerar um grau de endividamento mais elevado. 53 Gitman (2004) afirma também que há semelhanças entre as empresas norteamericanas e as de outros países. Em primeiro lugar, os mesmos padrões setoriais em termos de estrutura de capital são encontrados em todo o mundo. Em segundo lugar, as estruturas de capital das maiores multinacionais norte-americanas, que têm acesso a muitos mercados de capitais pelo mundo afora, assemelham-se mais às estruturas de capital de multinacionais de outros países do que às empresas de menor porte do próprio país. Por fim, a tendência geral é no sentido do uso cada vez menor dos bancos para fins de financiamento e na maior ênfase em emissão de títulos. Com o passar do tempo, as diferenças de estruturas de capital entre empresas norte-americanas e não norte-americanas provavelmente diminuirão. 5.12.1 Teoria da Estrutura de Capital Em 1958, Franco Modiagliani e Merton H. Miller (conhecidos como MM) demonstram algebricamente que, supondo mercados perfeitos, a estrutura de capital escolhida por uma empresa não afeta seu valor. Gitman (2004), afirma que muitos pesquisadores, incluindo MM, examinaram os efeitos de hipóteses menos restritivas sobre a relação entre estrutura de capital e valor da empresa. O resultado desse trabalho é uma estrutura ótima, teórica, de capital. 54 5.12.2 Benefícios Fiscais Permitir às empresas a dedução de pagamentos de juros de dívidas ao calcular o lucro tributável reduz o volume de impostos pagos sobre os lucros, o que faz com que mais lucros fiquem disponíveis aos credores e aos acionistas. A possibilidade de dedução dos juros significa que o custo do capital de terceiros para a empresa, é subsidiado pelo governo. 5.13 CUSTOS DE AGENCY Segundo Gitman (2004), os administradores de empresas normalmente atuam como agentes dos proprietários (acionistas), que lhe conferem autoridade para gerir a empresa em seu benefício. O problema de agency criado por essa relação estendese não só a interação de proprietários com administradores, mas também à de proprietários com credores. De acordo com Ross (2002), quando uma empresa usa capital de terceiros, surgem conflitos de interesse entre acionistas e credores. Por causa disso, os acionistas são tentados a adotar estratégias egoístas. Tais conflitos de interesse, que são acentuados quando a situação é de dificuldade financeira, impõem custos de agency à empresa. 55 Quando um credor fornece fundos a uma empresa, a taxa de juros cobrada baseiase em uma avaliação do risco que ela oferece. A relação entre credor e devedor, portanto, depende das expectativas do credor quanto ao comportamento subseqüente da empresa. As taxas de empréstimo, de fato, são determinadas quando os empréstimos são negociados. Após a obtenção de um empréstimo a certa taxa, a empresa poderia aumentar seu risco investido em projetos arriscados ou assumindo dívidas adicionais. Uma atitude como essa enfraqueceria a posição do credor em termos de seus direitos sobre o fluxo de caixa. De outro ponto de vista, se essas estratégias de investimento arriscado tiverem sucesso, os acionistas sairão ganhando. Como as obrigações de pagamento do credor são fixas, os fluxos excedentes de caixa gerados por um resultado favorável da ação mais arriscada aumentarão o valor da empresa para seus proprietários. Assim, se os investimentos arriscados forem bem sucedidos, os proprietários ficarão com todos os benefícios; mas, se forem mal sucedidos, os credores assumirão parte dos custos. Neste sentido, há um incentivo para os administradores, que atuam de acordo com os interesses dos acionistas, explorarem os credores. Para evitar essa situação, os últimos impõem algumas técnicas de monitoramento aos devedores, os quais, em conseqüência, incorrem em custo de agency. A estratégia mais óbvia é negar pedidos subseqüentes de empréstimos ou aumentar o custo dos empréstimos futuros. Como essa estratégica só pode ser adotada a posteriori, outros controles precisam ser incluídos no acordo de empréstimo. Os credores costumam proteger a si mesmos incluindo cláusulas que limitam a capacidade da empresa de alterar significativamente seus riscos econômico e financeiro. Essas cláusulas, em sua 56 maioria, referem-se a aspectos tais como nível mínimo de liquidez, aquisições de ativos, remuneração de executivos e pagamentos de dividendos. Ao incluir cláusulas apropriadas no acordo de empréstimo, o credor pode controlar o risco e assim, proteger-se contra as conseqüências adversas do problema de agency. Evidentemente, em troca da aceitação de custos de agency ao concordar com as limitações operacionais e financeiras impostas pelas cláusulas do empréstimo, a empresa espera beneficiar-se recebendo fundos a um custo mais baixo. 5.14 TEORIA DA SINALIZAÇÃO Segundo Brigham (1999), MM tomaram como pressuposto que investidores e administradores têm as mesmas informações acerca das perspectivas de uma empresa. Isso é chamado de informação simétrica. No entanto, os administradores em geral têm informações melhores que os dos investidores externos. Isso é chamado de informação assimétrica e tem um efeito importante sobre a estrutura ótima de capital. Stewart Myers (1994) nos explica como a “informação assimétrica” pode ser responsável pelas preferências, pela hierarquia de alternativas de financiamento (pecking order) por parte dos administradores. Há informação assimétrica quando os administradores possuem mais informação sobre as operações e as perspectivas 57 futuras do que os investidores. Supondo que as decisões sejam tomadas tendo em vista o objetivo de maximização da riqueza dos acionistas, então, a informação assimétrica poderá afetar as decisões de estrutura de capital. 5.15 TEORIA DAS TROCAS (TRADE OFF THEORY) De acordo com Brigham (1999), as empresas avaliam os benefícios do financiamento via dívidas (tratamento tributável favorável para pessoa jurídica) em relação às taxas de juros mais altas e custos de falência. Assim sendo, a empresa deve adequar sua estrutura de capital para que possa usufruir de um custo otimizado de financiamento de seus ativos, e isso explica o porquê de as empresas não se afundarem em dívidas. Especificamente quanto a isso, o modelo MM corrigido não se prestava a explicar níveis inferiores de endividamento pelas empresas, o que motivou Miller (1977), em seu artigo Debt and Taxes, a estabelecer um modelo geral de equilíbrio para explicar o comportamento financeiro das empresas e mostrar que a estrutura de capital permanece irrelevante mesmo com a consideração dos impostos sobre pessoas físicas. Nesse modelo, o montante de equilíbrio para a dívida é atingido quando a vantagem fiscal do endividamento para a empresa iguala o custo dos impostos sobre pessoas físicas para o credor marginal. Com esse modelo, Miller (1977) aponta a existência de um ponto ótimo agregado para a economia, embora permaneça válida a irrelevância ao nível das empresas 58 individualmente, uma vez que cada tipo de clientela estaria optando pelo investimento cujo retorno anula seus impostos. Uma restrição ao modelo de equilíbrio de Miller (1977) é a não consideração do fato de que os investidores têm níveis diferentes de aversão ao risco. Isto é importante porque o fato de um investidor ser isento de impostos (ou taxado a alíquotas menores) não significa que irá se conformar em receber remuneração nominal menor que os investidores sujeitos a maiores níveis de impostos. No mínimo, podese objetar que o modelo simplifique ao considerar os impostos como único fator determinante para os investidores na escolha de papéis a investirem. No entanto, um problema mais grave é que o modelo de Miller (1997) não explica a forma como as empresas individualmente dividirão a oferta total de dívidas disponível, podendo algumas empresas decidirem pelo endividamento em alto grau, e outros pela não utilização da oferta de dívida disponível. 5.16 POLÍTICA DE DIVIDENDOS Os dividendos em dinheiro esperados representam a variável básica do retorno com o qual os proprietários e os investidores determinam o valor da ação. Consistem em uma fonte de fluxo de caixa para os acionistas e fornecem informação a respeito do desempenho atual e futuro da empresa. Tendo em vista que os lucros retidos, isto é, aqueles não distribuídos como dividendos aos acionistas, representam uma forma de financiamento externo. Em outras palavras, se ela necessitar de financiamento, 59 quanto maior for o dividendo pago em dinheiro, maior será o volume de dinheiro que precisará obter externamente por meio de empréstimos ou emissões de ações ordinárias ou preferenciais. (Embora os dividendos sejam deduzidos dos lucros retidos, eles são pagos com caixa). A primeira coisa que se deve saber sobre os dividendos em dinheiro é o procedimento de pagamento, afirma Gitman (2004). 5.16.1 Procedimentos de Pagamentos de Dividendos em Dinheiro O pagamento ou não de dividendos em dinheiro e aos acionistas da empresa é objeto de decisão a ser tomada pelos membros do conselho de administração, em reuniões trimestrais ou semestrais. O desempenho financeiro do período recente, bem como as perspectivas de desempenho no futuro, são elementos básicos para a decisão sobre os dividendos. A data de pagamento, se houver dividendo declarado, também deverá ser estipulada (conforme ANEXO E). 60 5.17 PROJECT FINANCE 5.17.1 Definições Project Finance refere-se à implantação de um empreendimento, como uma unidade econômica com fins específicos (Special Purpose Company), na qual os emprestadores se baseiam, como fonte para repagamento de seus empréstimos, nos ganhos econômicos e financeiros do empreendimento pelo conceito de fluxo de caixa. Os Contratos, por suas abrangências, mais que os ativos do empreendimento, se constituem como a verdadeira garantia colateral dos lenders (emprestadores). A estruturação requer utilização de ampla gama de instrumentos financeiros, comerciais e legais para mitigação de riscos e um rigoroso controle sobre os fluxos financeiros, incluindo criação de escrow account para cobertura das exigibilidades e fluxos operacionais. A aceitação pelos lenders da condição non or limited recourse finance exige algumas premissas básicas: • Know How em administrar o empreendimento e operá-lo de forma eficiente, com experiência e tecnologia testadas e comprovadas; • Capacidade de gerir a implantação do empreendimento, inclusive arcar com os possíveis desvios orçamentários (overuns); 61 • Capacidade de negociação com comunidade financeira nacional, internacional e organismos governamentais; • Empreendimento com fluxo financeiro estável. Permeando todas as partes envolvidas há que se reduzir, ao mínimo possível, os conflitos de interesses, visando a que estas tenham objetivos semelhantes. 5.17.2 Apoio Financeiro a Empreendimentos - Evolução Corporate Finance O apoio financeiro a empreendimentos pelo sistema tradicional, além de garantias reais (hipoteca, caução de ações etc.), envolve, também, o compromisso dos controladores pessoas jurídicas, às vezes, extensivo às pessoas físicas e seus familiares. Este tipo de abordagem incorpora indiretamente garantia de outros ativos pertencentes ao Grupo Econômico, gerando uma rede interligada de garantias. O sistema tradicional de garantias, também chamado de full resource, porém, não controla o sistema de governo das empresas (corporate governance). O flash no momento da análise do crédito sempre vislumbra cenários com baixo risco. Instrumentos para mitigação de riscos não são usualmente utilizados, sendo considerados como riscos inerentes ao negócio. 62 Porém, o grau de liberdade dos controladores das empresas e a exposição de riscos envolvidos, inúmeras vezes, vêm a distorcer estes cenários e o que parecia uma rede confortável de garantias se transformava numa rede de riscos com contaminação entre empresas, comprometendo os créditos concedidos. A concepção de Project Finance vem representar uma alteração radical na metodologia de concessão de crédito com melhor avaliação do management envolvido, implicando numa interferência dos credores no corporate governance da empresa mutuária dos créditos. A redução do grau de liberdade dos administradores tem por objetivo a gestão da empresa dentro de programas e premissas previamente estruturadas visando à geração de recursos para honrar os compromissos assumidos pelo empreendimento. O Project finance, após utilizar todos os instrumentos disponíveis e viáveis para mitigação dos riscos previamente identificados, reduz o nível destes em cenários, até certo ponto, quantificáveis. Portanto, o que, em princípio, parecia um aumento de exposição pelos credores pode se transformar num ambiente mais isolado e de riscos, de certa forma, mensuráveis. 63 5.17.3 Project Finance - Riscos e Garantias Um Project finance tem características peculiares e requer uma estruturação complexa envolvendo uma imensa gama de negociações e acordos, não só entre os sócios e lenders como também com fornecedores, clientes, empresas seguradoras, entidades governamentais etc. O resultado dessas negociações, como não poderia deixar de ser, gera uma estrutura de compartilhamento de riscos e garantias, que ficam expressos em diversos de instrumentos jurídicos. 5.17.4 Tipos de Empreendimentos A modalidade de Project Finance se apresenta como alternativa para implantação de empreendimentos em diversos setores, revelando particular atratividade nos ambientes abaixo: • Investimento de grande porte, desobrigando os empreendedores (Sponsors) quanto à concessão de garantias (Non resource or limited resource). Os financiamentos são Off-Balance Sheet para os empreendedores, ficando os débitos somente no balanço da SPC. 64 • Envolvimento de Empresas que, associadas, apresentam sinergias positivas, podendo haver agregação de potencial de mercado, tecnologia, experiência na execução e montagem do projeto e capacidade operacional. O exemplo mais comum é quando empresas demandantes e concorrentes se unem a fornecedores e construtores montando uma SPC para geração própria de energia elétrica. • Implantação de projetos de infra-estrutura em regime de concessão em que o setor privado não está disposto a assumir aportes elevados de recursos. O envolvimento de um número maior de empresas e agências governamentais confere maior estabilidade às regras de concessão. 65 6 METODOLOGIA Este projeto de acordo com Vergara (2006) é uma pesquisa descritiva com relação aos fins, sendo um estudo de caso, quanto as meios de investigação. Vergara (2006) faz uma afirmação em que os tipos de pesquisa, não são mutuamente excludentes, sendo que uma pesquisa pode ser ao mesmo tempo, bibliográfica, documental, de campo e estudo de caso. Segundo França (2004), pesquisa descritiva é a descoberta e observação de fenômenos procurando descrevê-los, classificá-los e observá-los. Sendo necessário a apuração e análise dos dados, isto é: indicar tipo de apuração e tempo previsto para sua realização, definir os procedimentos para tabulação, na análise e interpretação dos dados como o uso de tabelas e outros procedimentos estatísticas. 66 7 RESULTADOS Foi realizado um estudo de caso sobre a empresa Petrobras S/A, onde através do seu site e também da Bolsa de Valores, foram coletados dados, sendo assim, analisados e interpretados (Conforme ANEXO). Nesse sentido, foram analisadas as ações ON, ON-ADR e PN da Petrobras S/A, a partir do ano de 2001 até 2005, onde ficou constatado que: • Ações ON: tiveram um período de alta, principalmente em 2003 ( ∆ % = 59,80). • Ações ON ADR: começaram com um período de baixa em 2001 ( ∆ % = b 21,12) para atingir o maior “período em alta” em 2003 ( ∆ % = 74,09). • Ações PN: tiveram um “período de alta”, principalmente em 2003 ( ∆ % = 59,58). Com relação à alavancagem operacional, destaca-se o período compreendido 2002/2003, quando a empresa teve um grau de alavancagem de (1,67). Já a alavancagem financeira, manteve-se estável nos períodos compreendidos entre 2001 a 2002 e 2002 a 2003 (0,95), tendo uma alavancagem negativa no período do início de 2003 até o fim de 2004. Contudo, pode-se destacar o grau de alavancagem total no período 2002/2003. De acordo com os dados, o endividamento (GAAP BR) a empresa vem reduzindo o endividamento líquido em relação ao capital líquido, fazendo com que o endividamento a certo prazo, chegasse a níveis entre 14% (2004) a 23% (2005) em 67 relação ao endividamento total. Já em relação ao endividamento (GAAP U$), dois itens merecem destaques, principalmente no exercício do ano de 2003: • Project Finance (5,9 bilhões U$) • Bonds (5,1 bilhões de U$) Esse tipo de captação de recursos pela Petrobras S/A, vem crescendo ano a ano, sendo que começou com 14,3 bilhões em 2001, já ultrapassando a casa dos 21 bilhões no período de 2004/2005. Nesse sentido, a política de dividendos também vem aumentando consideravelmente, pois ao final do período 2001/2002, LPA era de (7,46), porém atingiu o ápice de (16,23) no período de 2002/2003. 68 8 CONCLUSÃO Antes da reforma tributária em 1999, a Petrobrás S/A detinha o monopólio do setor no Brasil. Entretanto, esse monopólio não era tão benéfico assim para a empresa, afinal não ocorriam trocas de informações e de tecnologias sobre a exploração do petróleo. Porém, a partir desta reforma tributária, foram introduzidas profundas alterações nos padrões de governança da Empresa. A governança corporativa ganhou relevância social a partir do momento em que se percebe que a configuração do sistema financeiro pode alterar a idéia de que os recursos na economia podem fluir naturalmente dos poupadores para os projetos mais produtivos. A existência de assimetrias de informação nas economias modernas, marcadas pela apuração entre empreendedores e fornecedores de capital muitas vezes inviabiliza o financiamento de projetos altamente produtivos. Durante anos seguintes, esforços para expandir a base de acionistas através de duas ofertas públicas de ações ordinárias e preferenciais foram feitas, assim como, uma reformulação de toda a estrutura organizacional da companhia, que passou a ser gerida profissionalmente e a focar em rentabilidade com responsabilidade social e ambiental. No final de 2001, o Conselho Administrativo resolveu que a Companhia deveria dar um passo adicional na direção de garantir a sua financiabilidade: foi realizada uma reforma estatutária adicional para elevar ao máximo os padrões de governança 69 corporativa da Empresa, garantindo e conferindo direitos adicionais aos minoritários e aumentando a transparência. Com isso, em 2002 a empresa passou a fazer parte da listagem no Nível 2 da BOVESPA. A partir daí, a captação de recursos, tanto interno quanto externo, tornou-se mais acessível e mais “barato”. Por isso, o ano de 2003 foi marcado por uma alavancagem operacional (1,67), aumentando a quantidade de barris produzidos por dia, alavancando assim, as suas receitas, diminuindo seus custos operacionais fixos e variáveis. A “alta” do preço do barril de petróleo, a desvalorização cambial, as descobertas de novas reservas e principalmente a “parceria” com outras empresas na exploração de petróleo, gás natural e derivados foram responsáveis diretos, pela valorização e ganhos crescentes em suas ações: ON ( ∆ % = 59,80 ), ON – ADR ( ∆ % = 74,09 ) e PN ( ∆ % = 59,58 ). Por isso, que os investidores tiveram ganhos / lucros excelentes – passou do LPA de R$ 7,46 (2002) para R$ 16,23 (2003). Também, no ano de 2003 a empresa fez captação de recurso internacional, lançando suas ações no mercado financeiro americano. Através dessa captação, a empresa diminuiu seu endividamento a curto-prazo, prolongando assim seus compromissos a longo-prazo, a um custo mais baixo. Neste ano de 2003, o seu endividamento a curto prazo em relação ao endividamento total chegou a 16%. Outra forma de captação de recurso que a empresa vem utilizando é o “Project Finance”, onde em parcerias com outras empresas concorrentes, vem fazendo 70 exploração e produção de novas reservas, fazendo com que ocorra a diminuição de riscos e custos. Atualmente, o Project Finance é a primeira fonte de captação de recurso, sendo que no ano de 2003 foram captados U$ 5,9 bilhões. No ano de 2004, a Petrobras S/A obteve o “investment grade” pelas agências internacionais de classificação de risco, que inclui a estatal no mais seleto time de empresas do mundo. Esta classificação deverá proporcionar à Petrobrás S/A um menor custo de capital, ampliando as oportunidades de novos projetos, tornando a companhia ainda mais competitiva. Pode-se afirmar que a Petrobras S/A encontrou uma forma de estrutura de capital diferentes dos modelos de citados por Eid Jr. (1995) e Myers (1984) onde a principal fonte de captação de recursos é o Project Finance, onde a empresa divide o risco, custos e lucros / prejuízos em parceria com empresas concorrentes e também com instituições financeiras. São projetos, onde a captação de recurso é imediata e o pagamento a longo-prazo. A segunda fonte de captação da empresa, são Bonds, lançados no mercado financeiro americano. Esses lançamentos estão sendo bem aceitos pelos investidores, uma vez que a Petrobras S/A obteve “investment grade”. Os bancos comerciais vêm em terceiro lugar, seguido por operações de leasing e BNDES, respectivamente. 71 Contudo, pode-se afirmar que a partir do momento em que a empresa adotou a política de governança corporativa, seus índices passaram a ter melhoras significativas sendo que elevou em 54% seu valor de mercado em relação a 2004; no fim de janeiro deste ano já valia R$ 218 bilhões, o que a coloca na oitava posição entre as empresas mundiais do setor. A empresa distribuiu em 2005 R$ 7 bilhões em dividendos a seus acionistas, volume que também é recorde na história da companhia. Neste sentido, após o estudo de caso da Petrobras S/A, verificou-se que realmente não existe uma ordem em suas captações de recursos. Porém, a empresa busca aprimorar constantemente suas práticas de governança corporativa e seu relacionamento com acionistas, clientes, fornecedores, empregados e demais públicos de interesse, afinal a empresa passou a ser mais valorizadas após a prática dessa política. 72 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BNDES. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Disponível em <http: //www.bndes.gov.br/conhecimento/consulta.asp>. Acesso em: 25 mar. 2006. BRIGHAM, Eugene F.; HOUSTON, Joel F. Fundamentos administração financeira. Rio de Janeiro: Campus, 1999. da moderna EID JR., William. Como decidem os administradores financeiros sobre custo e estrutura de capital das empresas brasileiras. Relatório n.14, do Núcleo de Pesquisa e Publicações, Série Relatórios de Pesquisa, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo. 1995. Relatório. FILHO, Armando Mellagi; ISHIKAWA, Sérgio. Mercado Financeiro e de Capitais. São Paulo: Atlas, 2000. FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 13.ed. Rio de Janeiro: Qualitymaek, 1999. 544p. FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normalização de publicação técnicocientíficas. 7.ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2004, 242p. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7.ed. São Paulo: Harbra, 1997. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10.ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004.. MENEZES, Guilherme Monteiro de. Alavancagem e Valor de Mercado: um estudo setorial de empresas registradas na BOVESPA. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte: PUC Minas, 2002. MYERS, Stewart C. e MAJLUF, Nicholas S. Corporate financing and investment decisions when firms have information that investors do not have. Journal of Financial Economics, v.13, p.187-221, 1984. 73 MYERS, Stewart C. The capital structure puzzle. Journal of Finance, v.39, n.3, p.575-592, July 1984. MODIGLIANI, Franco e MILLER, Merton H. The cost of capital, corporation finance, and the theory of investment. American Economic Review, v.48, n.3, p.261-297, 1958. MOREIRA, Hélio Cabral. Project Finance. Uma Abordagem pelo Engenheiro do BNDES. Belo Horizonte, 1999. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/conhecimento/especial/project.pdf. S/A. Disponível PETROBRAS. Petróleo Brasileiro <http://www2.petrobras.com.br/portal/frame_ri.asp?pagina=/ri/port/index.asp>. Acesso em: 25 mar. 2006. em: ROSS, Stephen A. Administração Financeira. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2002. RUDGE, Luis Fernando. Mercado de Capitais. 4.ed. rev. e aum. Belo Horizonte: CNBV, 1998. 334p. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Administração. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2006. Relatórios de Pesquisa em WESTON, J. Fred; BRIGHAM, Eugene F. Fundamentos da Administração Financeira. 10.ed. São Paulo: Makron Books, 2000. 74 ANEXO A – COTAÇÕES DAS AÇÕES ON, ON-ADR, PN DA PETROBRAS S/A Cotações históricas de ON Data Última Máxima Mínima 1/dez 10,43 10,73 9,54 1/nov 10,13 11,23 9,42 1/out 10,61 11,42 9,83 1/set 10,51 12,32 9,74 1/ago 11,44 11,72 10,49 1/jul 11,61 12,07 10,76 1/jun 11,74 13,82 11,34 1/mai 13,08 13,12 11,3 1/abr 11,5 11,89 9,6 1/mar 10,05 11,2 9,34 1/fev 10,73 11,18 10,08 1/jan 10,23 11,07 8,77 ∆ % = 5,17% ↑ Ano 2001 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. Abertura 10,13 10,63 10,49 11,42 11,56 11,82 13,08 11,5 9,96 10,73 10,24 8,77 Volume 35,26M 35,15M 26,77M 29,47M 31,73M 21,94M 22,95M 34,90M 26,98M 42,35M 32,64M 35,96M Abertura 10,33 9,91 8,46 9,93 9,29 11,04 12,05 11,86 12,69 11,58 9,93 10,41 Volume 20,97M 22,21M 48,22M 40,60M 44,42M 38,34M 37,78M 37,65M 31,54M 40,05M 23,51M 21,47M Cotações históricas de ON Data Última Máxima Mínima 1/dez 11,14 11,75 9,81 1/nov 10,12 10,6 9,19 1/out 10,03 10,3 7,68 1/set 8,3 11,14 7,64 1/ago 9,97 10,61 8,87 1/jul 9,29 11,04 8,26 1/jun 10,94 12,43 9,27 1/mai 12,05 12,59 11,06 1/abr 12 13,09 11,85 1/mar 12,65 12,82 11,52 1/fev 11,56 11,63 9,7 1/jan 9,85 10,81 9,54 ∆ % = 20,17% ↑ Ano 2002 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. 75 Cotações históricas de ON Data Última Máxima Mínima 1/dez 19,08 19,4 16,16 1/nov 16,16 16,34 14,59 1/out 14,63 16 14,35 1/set 14,34 15,63 13,89 1/ago 14,3 14,32 12,41 1/jul 13,21 13,54 12,07 1/jun 12,1 13,08 11,78 1/mai 12,63 13,17 11,54 1/abr 11,8 12,02 10,8 1/mar 11,06 11,58 9,67 1/fev 10,08 11,16 9,62 1/jan 10,92 12,44 10,23 ∆ % = 59,80 % ↑ Ano 2003 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. Abertura 16,16 14,65 14,35 14,26 13,21 12,13 12,54 11,8 11,24 9,91 10,97 11,14 Volume 26,77M 23,64M 29,46M 33,17M 29,78M 22,87M 28,88M 31,25M 27,68M 23,19M 24,18M 23,91M Abertura 24,59 24,52 24,42 20,95 19,86 19,77 18,72 19,65 22,55 20,7 19,52 18,95 Volume 24,64M 21,92M 23,96M 16,38M 39,14M 32,44M 28,18M 39,88M 30,54M 27,51M 22,24M 25,12M Cotações históricas de ON Data Última Máxima Mínima 1/dez 25,5 25,82 23,59 1/nov 24,46 25,14 23,23 1/out 24,54 25,93 23,01 1/set 24,11 24,28 20,92 1/ago 21,02 21,92 19,46 1/jul 19,93 20,46 18,95 1/jun 19,93 20,51 18,28 1/mai 18,72 21,39 17,8 1/abr 19,65 23,9 19,32 1/mar 22,59 22,62 20,42 1/fev 20,49 22,01 18,86 1/jan 19,29 23,1 18,83 ∆ % = 31,06 % ↑ Ano 2004 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. 76 Cotações históricas de ON Data Última Máxima Mínima 1/dez 40,8 40,92 36,95 1/nov 37,14 37,74 32,6 1/out 35,22 40,1 32,37 1/set 39,76 41,54 35,86 1/ago 36,72 36,72 30,91 1/jul 30,95 31,61 28,9 1/jun 29,47 30,73 27,25 1/mai 27,23 27,88 25,24 1/abr 26,11 29,39 25,28 1/mar 28,14 31,82 26,82 1/fev 30,41 31,25 25,26 1/jan 25,69 25,69 24,09 ∆ % = 52,04 % ↑ Ano 2005 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. Abertura 37,14 35,48 39,76 36,7 30,91 29,54 27,25 26,09 28,69 30,05 25,5 25,63 Volume 12,41M 16,10M 19,23M 16,09M 25,68M 23,02M 21,52M 16,51M 18,37M 22,29M 28,00M 23,24M Cotações históricas de ON-ADR Data Última Máxima Mínima 1/dez 23,3 23,3 20,12 1/nov 20,25 22,4 18,2 1/out 20 21,04 18,2 1/set 19,75 23,91 18,01 1/ago 22,5 23,7 20,95 1/jul 23,57 25,95 21,5 1/jun 26 29,9 25,4 1/mai 28,3 28,45 25,8 1/abr 27 27,5 22,7 1/mar 23,8 29,65 22,3 1/fev 28,53 30,2 27 1/jan 28,28 30,5 25,5 ∆ % = b 21,12 % ↓ Ano 2001 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. Abertura 20,6 20 19,45 22,45 23,6 25,8 28,6 26,9 23,7 28,28 27,95 25,62 Volume 0,00K 650,00K 0,00K 0,00K 0,00K 0,00K 0,00K 0,00K 0,00K 0,00K 0,00K 0,00K 77 Cotações históricas de ON-ADR Data Última Máxima Mínima 1/dez 14,94 16,25 12,58 1/nov 13,1 14,4 12,21 1/out 13,23 13,48 9,52 1/set 10,73 17,25 9,34 1/ago 15,95 17,3 12,97 1/jul 13,2 18,87 12,2 1/jun 18,86 23,66 15,68 1/mai 23,81 24,75 21,5 1/abr 24,6 27,42 24,35 1/mar 26,47 27,35 24,81 1/fev 24,5 24,84 19,75 1/jan 20,95 23,75 19,88 ∆ % = b 11,59 % ↓ Ano 2002 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. Abertura 13,45 13,17 10,95 15,9 13,2 18,76 23,66 24,65 26,9 24,85 20,65 23,3 Volume 22,27M 16,77M 42,03M 26,81M 27,44M 20,70M 30,69M 71,71K 0,00K 0,00K 0,00K 0,00K Abertura 24,38 23,65 23,1 21,96 20,01 19,59 19,35 18,48 15,36 13,57 14,93 15,13 Volume 21,19M 17,51M 21,54M 23,10M 15,34M 17,56M 14,66M 22,00M 25,77M 20,99M 16,49M 23,80M Cotações históricas de ON-ADR Data Última Máxima Mínima 1/dez 29,24 29,35 24,38 1/nov 24,07 24,9 23,4 1/out 23,5 25,98 23 1/set 22,93 24,74 21,82 1/ago 22,1 22,21 18,42 1/jul 20,29 21,46 19,49 1/jun 19,76 21,13 18,85 1/mai 19,15 20,42 18,02 1/abr 18,55 18,75 15,36 1/mar 15,15 15,99 12,92 1/fev 13,37 15,17 12,84 1/jan 14,83 17,95 13,4 ∆ % = 74,09 % ↑ Ano 2003 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. 78 Cotações históricas de ON-ADR Data Última Máxima Mínima 1/dez 39,78 40,57 35,46 1/nov 38,16 38,23 35,3 1/out 35,51 38,16 33,8 1/set 35,25 36,1 30,85 1/ago 30,75 31,8 27,4 1/jul 28,28 29,45 26,6 1/jun 28,07 28,45 24,91 1/mai 26,1 31,09 24,12 1/abr 28,9 35,62 28,19 1/mar 33,5 34,09 30,75 1/fev 31,2 33,35 28,36 1/jan 29,4 34,81 28,84 ∆ % = 34,02 % ↑ Ano 2004 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. Abertura 38,25 35,65 35,45 30,85 27,95 28,15 25,99 29,02 33,69 31,9 29,4 29,47 Volume 23,43M 22,21M 23,17M 18,95M 24,88M 17,46M 23,58M 41,76M 25,09M 28,16M 22,36M 34,21M Abertura 68,5 64,52 71,75 62,31 52,58 51,8 46,93 42,36 44,55 47,95 40,98 40,1 Volume 25,42M 33,73M 44,10M 29,40M 38,66M 31,22M 29,33M 22,09M 23,09M 37,31M 45,37M 24,66M Cotações históricas de ON-ADR Data Última Máxima Mínima 1/dez 71,27 73,9 66,83 1/nov 67,6 68,24 61,22 1/out 63,9 72,72 58,04 1/set 71,49 74,2 61,87 1/ago 62,56 62,56 52,52 1/jul 52,57 53,77 49,35 1/jun 52,13 53,27 45,64 1/mai 47,2 47,55 41,65 1/abr 41,93 45,61 40,2 1/mar 44,18 50 41,48 1/fev 48,8 50,2 40,72 1/jan 40,65 40,81 37,21 ∆ % = 66,17 % ↑ Ano 2005 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. 79 Cotações históricas de PN Data Última Máxima Mínima 1/dez 9,95 10,14 9,14 1/nov 9,55 10,58 8,89 1/out 10,1 10,76 9,35 1/set 9,98 11,48 9,34 1/ago 10,7 11,09 10 1/jul 10,54 10,66 9,72 1/jun 10,3 12 9,9 1/mai 11,41 11,54 10,02 1/abr 10,19 10,42 8,51 1/mar 8,96 10,5 8,36 1/fev 9,98 10,68 9,63 1/jan 9,9 10,23 8,32 ∆ % = 3,62 % ↑ Ano 2001 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. Abertura 9,47 10,1 9,96 10,66 10,54 10,5 11,41 10,19 9 9,98 9,9 8,32 Volume 78,67M 126,80M 87,86M 93,68M 76,96M 98,47M 71,50M 76,98M 83,30M 100,33M 69,94M 104,17M Cotações históricas de PN Data Última Máxima Mínima 1/dez 9,62 10,38 8,95 1/nov 9,21 9,58 8,22 1/out 8,97 9,07 7,03 1/set 7,47 9,8 6,97 1/ago 8,91 9,35 7,94 1/jul 8,28 10,02 7,69 1/jun 9,94 11,28 8,26 1/mai 11,04 11,48 10,34 1/abr 11,12 12,05 10,85 1/mar 11,69 11,91 10,74 1/fev 10,92 11,09 9,21 1/jan 9,36 10,27 9,01 ∆ % = 10,12 % ↑ Ano 2002 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. Abertura 9,22 8,99 7,6 8,91 8,37 10,02 11,14 11,09 11,76 10,97 9,37 9,98 Volume 75,24M 68,29M 125,40M 114,06M 108,82M 104,79M 85,63M 65,82M 90,56M 86,18M 76,21M 65,80M 80 Cotações históricas de PN Data Última Máxima Mínima 1/dez 17,14 17,7 14,97 1/nov 15 15,07 13,53 1/out 13,52 14,68 13,09 1/set 13,02 14,16 12,81 1/ago 13,05 13,07 11,44 1/jul 12,13 12,47 10,88 1/jun 10,92 11,8 10,65 1/mai 11,33 12,08 10,62 1/abr 10,71 10,83 9,77 1/mar 9,96 10,3 8,62 1/fev 8,85 10,01 8,48 1/jan 9,85 11,02 9,14 ∆ % = 59,98 % ↑ Ano 2003 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. Abertura 15,03 13,62 13,09 12,96 12,13 10,97 11,3 10,71 10 8,71 9,95 9,65 Volume 89,80M 87,27M 112,17M 114,90M 101,61M 87,73M 87,62M 104,81M 90,61M 86,45M 81,46M 108,70M Abertura 22,27 22,27 21,74 18,9 17,89 17,75 16,48 17,13 19,82 18,53 17,61 17,14 Volume 93,16M 79,70M 100,07M 78,59M 103,19M 94,16M 107,32M 121,73M 99,87M 96,22M 107,36M 123,70M Cotações históricas de PN Data Última Máxima Mínima 1/dez 23,13 23,32 21,53 1/nov 22,12 22,98 21,31 1/out 22,25 23,34 21 1/set 21,63 21,77 18,79 1/ago 18,9 19,66 17,63 1/jul 18 18,26 16,97 1/jun 17,82 18,07 16,25 1/mai 16,55 18,42 15,45 1/abr 17,22 20,63 16,84 1/mar 19,71 19,71 17,95 1/fev 18,39 19,85 17,07 1/jan 17,56 20,75 17,14 ∆ % = 30,37 % ↑ Ano 2004 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. 81 Cotações históricas de PN Data Última Máxima Mínima 1/dez 36,71 36,98 33,69 1/nov 33,79 34,22 29,58 1/out 31,78 35,62 28,86 1/set 35,17 36,99 31,4 1/ago 32,06 32,06 26,71 1/jul 26,88 27,42 25,45 1/jun 25,97 26,86 23,94 1/mai 24,34 24,66 22,22 1/abr 22,87 25,6 22,1 1/mar 24,56 27,84 23,48 1/fev 26,49 27,05 21,99 1/jan 22,46 23,31 21,51 ∆ % = 54,69 % ↑ Ano 2005 FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. Abertura 33,98 31,95 35,22 32,07 26,86 26,37 24,4 22,87 25,16 26,06 22,45 23,22 Volume 77,66M 99,06M 115,27M 95,11M 112,62M 93,58M 102,92M 68,54M 77,98M 106,78M 110,19M 81,17M FONTE: www.petrobras.com.br. Acessado em 20/04/2006 ás 18:00 horas. ANEXO B – ALAVANCAGEM OPERACIONAL DA PETROBRAS S/A 2001 / 2005 82 4.854 4.092 6.073 4.218 2.916 5.077 Set 3.019 7.360 Dez 2.813 6.445 Mar 2.032 4.306 Jun Set 2.114 3.612 2002 1.986 3.301 Dez 2.300 4.501 Mar 3.238 5.599 Jun Set 3.284 7.124 2003 3.694 9.610 Dez 3.420 8.104 Mar 3.172 6.985 Jun Set 3.050 7.080 2004 3.325 6.856 Dez 4.023 6.576 Mar 4.776 7.229 Jun Set 4.531 9.412 2005 5.030 9.871 Dez - - - - - - 9.301 - - - 1.620 5.908 1.536 5.908 5.998 5.743 5.712 5.719 6.039 6.435 6.042 1.445 1.445 1.335 1.315 1.223 1.177 1.254 17.655 24.397 11.712 15.346 16.077 17.152 17.596 19.954 22.506 28.519 33.222 32.917 - - 36% Capitaliz. Líquida Endiv. Curto Prazo / Endiv. Total 35% 26% 33% 22% 33% 20% 38% 15% 45% 16% 53% 14% 55% 15% 48% 17% 46% 17% 44% 17% 41% 16% 42% 15% 44% 14% 41% 16% 38% 19% 37% 22% 21% 24% 33% 26% 26% 42.595 19.356 19.952 18.094 19.897 20.335 20.245 18.407 20.680 22.520 28.658 28.612 29.432 30.830 31.399 33.957 36.588 38.787 44.945 44.223 33% 25.429 24.806 23.171 27.257 26.780 24.551 22.019 23.981 27.021 34.257 35.736 39.042 38.934 38.384 41.037 43.444 45.363 49.824 54.357 54.094 13.378 13.271 12.167 13.247 12.656 11.104 8.708 - - 7.940 7.336 8.088 10.991 11.311 11.415 11.197 12.694 13.009 15.673 16.375 18.196 17.918 17.557 18.033 17.613 16.943 16.529 16.604 16.147 12.158 21.338 11.428 11.004 14.010 14.124 13.447 13.311 14.680 15.309 18.911 19.659 21.890 20.729 21.083 20.938 20.966 21.305 21.135 21.177 14.390 11.723 6.085 6.574 5.927 6.650 7.679 9.141 9.699 11.379 10.808 13.312 12.535 11.980 12.934 13.744 14.003 14.082 14.076 11.306 Jun Mar 31% US$ milhões Caixa e Aplic.Financeiras Endividamento de Curto Prazo Endividamento de Longo Prazo Endividamento Total Endividamento Líquido(1) Financiamento de Projetos Total (*) Arrendamento mercantil total (*) Patrimônio Líquido Capitalização Total Endiv. Líquido/Capitaliza ção Líq. 2001 ANEXO C – ALAVANCAGEM FINANCEIRA DA PETROBRÁS S/A 2001 / 2005 83 ─ 0,68 G.A.T. FONTE: Elaborado pelo autor da monografia. (LPA) 9,08 / 7,46 0,95 G.A.F. LUCRO POR AÇÃO ─ 0,72 2001 / 2002 G.A.O. ALAVANCAGEM ANO ANEXO D – TABELA DE G.A.O., G.A.F., G.A.T. E L.P.A. 7,46 / 16,23 1,58 0,95 1,67 2002 / 2003 16,23 / 16,29 0,88 ─ 1,02 ─ 0,87 2003 / 2004 84 85 ANEXO E – EVOLUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL / 1992 A 2004 Nesta área você encontra a Composição do Capital Social, a Política e Pagamento de Dividendos e Informações Gerais. Composição do Composição do Capital Social Capital Social (31/12/2005) (28/02/2006) Acionistas Ações Ações Ordinárias % Ações % 2.536.673.672 100 2.536.673.672 100 1.413.258.228 55,7 1.413.258.228 55,7 BNDESPar 47.246.164 1,9 47.246.164 1,9 ADR Nível 3 697.208.008 27,5 691.658.408 27,3 FMP - FGTS Petrobras Estrangeiros (Resolução nº 2689 C.M.N) Demais pessoas físicas e jurídicas (1) 117.067.537 4,6 115.935.524 4,6 71.427.738 2,8 71.421.408 2,8 190.465.997 7,5 197.153.940 7,8 Ações Preferenciais 1.849.478.028 100 1.849.478.028 100 BNDESPar ADR. Nível 3 e Regra 144 -A Estrangeiros (Resolução nº 2689 C.M.N) Demais pessoas físicas e jurídicas (1) 287.023.667 15,5 287.023.667 15,5 686.554.892 37,1 688.531.876 37,2 290.239.570 15,7 291.062.422 15,7 585.659.899 31,7 582.860.063 31,5 Capital Social 4.386.151.700 100 4.386.151.700 100 1.413.258.228 32,2 1.413.258.228 32,2 BNDESPar 334.269.831 7,6 334.269.831 7,6 ADR (Ações ON) 697.208.008 15,9 691.658.408 15,8 ADR (Ações PN) 686.554.892 15,7 688.531.876 15,7 2,7 115.935.524 2,6 8,2 362.483.830 8,3 17,7 780.014.003 17,8 União Federal União Federal FMP - FGTS Petrobras 117.067.537 Estrangeiros (Resolução nº 2689 C.M.N) 361.667.308 Demais pessoas físicas e jurídicas (1) 776.125.896 (1) Contempla custódia BOVESPA e demais entidades FONTE: www.petrobras.com.br. Acessado em 20/04/2006 ás 18:00 horas. 86 Atualização Mensal Última atualização: Fevereiro de 2006 FONTE: www.petrobras.com.br. Acessado em 20/04/2006 ás 18:00 horas.