Corrente Contínua Módulo I Aula 3 1 1. Natureza da eletricidade 1.1 O que é matéria? Através da história da humanidade, o homem tentou explicar do que se compõe o mundo ao seu redor. Começou então a investigar o mundo ao seu redor, curioso por saber porque as plantas crescem, sobre a origem da vida e sobre o seu próprio corpo, sua composição e cada uma das partes de que se compõe. Com o correr do tempo, o homem dividiu toda a matéria em três grupos ou reinos como são chamados: animal, vegetal e mineral. Existem outras maneiras de se classificar o que existe no mundo ao nosso redor e outra maneira de classificar os corpos é de dividi-los em sólidos, líquidos e gases. A água é um liquido, o ar é um gás e uma pedra é um sólido. Mas como classificar a luz solar? E o magnetismo? E a eletricidade? Temos assim uma noção da complexidade de nosso planeta. Benjamin Franklin concluiu de seus muitos experimentos, que a eletricidade tinha certas propriedades como tensão e corrente. Concluiu ademais que o movimento da eletricidade era previsível, como o derramar a água de um copo para outro. De suas conclusões, assumiu-se que apesar de que não se poder ver a eletricidade, podemos ver e sentir seus efeitos. A eletricidade age também, de muitas maneiras, como um fluido tal como a água e aproveitaremos isso em nosso estudo para fazer analogias entre o fluxo de elétrons e a água. Voltando para o que dizíamos sobre matéria, podemos dizer que toda a matéria ocupa espaço. E tudo o que ocupa espaço pode ser dividido. Um pedaço de madeira pode ser cortado em pedaços pequenos até produzir um palito de dentes ou a serragem produzida pela serra; um litro de água pode ser separado por um conta-gotas, em partes muito pequenas. Podemos dividir a madeira, a água e a matéria em geral, até um ponto quando, se dividida, ela não pode ser mais considerada o mesmo tipo de matéria. O ponto mínimo onde a matéria conserva sua composição original é chamado de molécula. A divisão posterior da molécula produz novos elementos, que não têm mais as qualidades da matéria original. Assim a água pode ser separada em oxigênio e hidrogênio que são dois elementos químicos e não mais água. Algumas substâncias são naturais e outras são produzidas pelos homens: a água, o sal, os minerais, são naturais, o vidro, a gasolina, o pão são criados pelo homem. Assim podemos definir matéria como sendo “tudo o que ocupa espaço”. 2. O que é a energia? O homem tem enfrentado durante sua história muitas lutas. Uma delas foi contra os elementos naturais que possuem energia: o vento, a chuva, os raios, etc. Assim sua vida neste planeta sempre esteve ligada de alguma forma com uma luta para dominar a energia. Ele aprendeu a controlar o fogo, o vento, a energia elétrica, etc. No caso do vento, por exemplo, podemos citar a produção de equipamentos para utilização da energia do vento para a produção de energia elétrica. 2 Existem diversas formas de energia: eólica (do vento), mecânica, elétrica, térmica, química, etc. Tales de Mileto, um filósofo grego que viveu antes de Cristo, foi o primeiro a observar os fenômenos referentes à energia elétrica. Ele esfregou um pedaço de âmbar nas peles de alguns animais e observou que ela então atraia ou repelia certos corpos como penas e fios de palha. Esse material que ele empregava, o âmbar, é uma resina fóssil translúcida que tomou o nome grego de ELEKTRON. Daí se originou o termo eletricidade. Desse trabalho contínuo descobriu-se a lei da conservação da energia, feita pelo físico francês Lavoisier, sendo que essa lei leva o seu nome e se define assim: “No Universo nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. 3. Estrutura atômica da matéria Sabemos que as moléculas existem, sendo que algumas moléculas grandes podem ser vistas com o microscópio eletrônico. Elas se parecem com aglomerados de partículas ainda menores. A molécula é a menor parte em que podemos dividir um material tal como a água, por exemplo, e ainda que a molécula continua com as mesmas propriedades originais da água. Na Figura 3.1 nós vemos uma tabela chamada de Tabela Periódica, onde estão indicados todos os elementos conhecidos até hoje. Figura 3.1 Os elementos são arranjados conforme suas propriedades básicas. Devemos dizer que há muito tempo atrás somente havia ao redor de uma centena de elementos nesta Tabela Periódica, mas hoje existem muitos mais elementos que foram descobertos e novos elementos são descobertos, ou produzidos artificialmente, a cada ano. Os elementos mais comuns são o cobre, carbono, oxigênio, hidrogênio e alumínio. Os elementos podem existir isolados, ou em agregados ou moléculas, juntos com outros elementos. Por exemplo, um pedaço de fio de alumínio é composto de somente um elemento: o alumínio. Mas a água é composta de dois elementos: oxigênio e hidrogênio. Como dissemos acima, as matérias podem ser divididas, e a menor partícula de uma matéria ou substância que ainda retém suas características originais, químicas e físicas, 3 como vimos recebe o nome de molécula. Muitas das substâncias com as quais lidamos diariamente como a água, o açúcar, o ar são formadas por moléculas. As moléculas, por sua vez, podem ser ainda divididas, resultando em átomos de elementos. Vamos exemplificar usando um balde com água: podemos dividir em copos, cálices, colheres e, com conta-gotas, em pequenas gotas de água, mas ela ainda continua a ser água. Se tomarmos a gota de água e a dividirmos por meio da eletrólise, achamos que ela se compõe de dois elementos químicos: hidrogênio e oxigênio. Esses elementos são chamados agora de átomos, não de água, e são os átomos dos elementos oxigênio e nitrogênio. Um átomo se parece com o nosso sistema solar. O centro desse átomo é chamado de núcleo, e é constituído de partículas ainda menores que são conhecidas por prótons e nêutrons. Ao redor do núcleo, existem partículas muito pequenas, que estão constantemente girando em órbitas. Estas partículas se chamam elétrons. Veja a Figura 3.2. Eletrons Figura 3.2 Núcleo: prótons e nêutrons Esse modelo é chamado de modelo atômico de Niels Bohr, nome do físico dinamarquês que concebeu esse sistema. Modernamente sabe-se que a estrutura atômica é diferente desse modelo, porém ele continua útil para o ensino básico dessa estrutura. O átomo é muito pequeno para ser visto, mesmo com a ajuda do mais potente microscópio eletrônico. Entretanto, temos uma vasta quantidade de conhecimento sobre o átomo e suas partes internas. O próton se diferencia tanto elétrica como fisicamente. Eletricamente o próton é carregado POSITIVAMENTE, e é aproximadamente 1870 vezes mais pesado do que o elétron. O elétron em órbita, por outro lado, é muito mais leve, e diz-se que é NEGATIVAMENTE carregado. O nêutron pode ser efetivamente tomado como consistindo de um próton e um elétron. Ele tem aproximadamente o mesmo peso de um próton, e tem carga elétrica neutra. Isto se deve a que a carga positiva do próton anula a carga negativa do elétron. O átomo de hélio, por exemplo, contém 2 elétrons em órbita, e no núcleo 2 prótons e 2 nêutrons. Mas nem todos os átomos são tão simples assim. Quase todos têm as mesmas partes, mas nem sempre na mesma quantidade ou configuração. Os átomos com mais prótons e elétrons, certamente, devem ser maiores e mais pesados. Sob circunstâncias normais, os átomos procuram serem neutros em sua carga elétrica, e por isso, têm o mesmo número de elétrons e prótons. Assim, um átomo como o de silício, material muito usado em eletrônica, tem 14 prótons em seu centro (ou núcleo), e 14 elétrons em diversas órbitas ao redor do núcleo. Devido a estarem estes elétrons girando em sua órbita, se existissem muitos elétrons em uma dada órbita, isto poderia causar uma trombada entre eles. Mas no átomo os elétrons estão colocados em órbitas de níveis diferentes e dessa forma a colisão 4 não acontece. No caso do silício, temos 3 níveis: o primeiro com 2 elétrons, o segundo com 8 elétrons e o terceiro com 4 elétrons. Chamamos a esses níveis de camadas ou anéis. Dependendo de qual anel estamos falando, esse anel tem um número máximo de elétrons que ele pode conter, sem ter que formar outro anel. Por exemplo, o primeiro anel pode conter somente dois elétrons. Chamamos de nível de VALÊNCIA ao último nível ou camada de átomos. Na Eletrônica, estamos mais preocupados com este anel de valência, pois é aqui que acontecem os fenômenos da Eletrônica: se um átomo tem falta de elétrons ele tende a emprestá-lo de outro átomo, se ele tiver elétrons a mais ele “empurra” este elétron para fora de seu anel e tenta emprestá-lo para outro átomo. Veremos mais sobre isto adiante no estudo dos semicondutores. Do que dissemos até aqui, vemos que a parte do átomo que lhe dá sua identidade é o núcleo, que é constituído de prótons e nêutrons. Estas partículas são extremamente pesadas. Vimos que a diferença entre o próton e o nêutron é sua carga elétrica, sendo que o nêutron não tem carga e o próton tem carga positiva. O número de prótons no núcleo de um elemento é chamado de número atômico, e esta é a identidade do elemento. O elemento com um próton é o hidrogênio, peso atômico 1, o hélio tem dois prótons, peso atômico 2, etc. 4. Condutores e Isolantes 4.1 Corrente elétrica A utilização da energia elétrica é tão comum que não nos damos conta de sua tremenda utilidade. Assim, à noite ao ligarmos um interruptor para acender a luz, ao ligarmos um ventilador, ou ao ligarmos o ferro de passar roupa, não nos damos conta do conforto que a eletricidade nos traz. Mas vemos sua utilidade quando ela falta! A corrente elétrica é produzida por um fluxo de elétrons em um condutor, normalmente um fio elétrico, devido a uma diferença de potencial, ou voltagem entre dois pontos. A passagem dessa corrente continua enquanto houver uma diferença de potencial. Os metais são normalmente bons condutores, os elétrons se movem facilmente de um átomo para outro, sendo que existem materiais que praticamente não conduzem a eletricidade, são os isolantes, e outros que se situam entre esses dois, e que conduzem a eletricidade dentro de certas condições, e são chamados de semicondutores. Vemos assim uma divisão: condutores, semicondutores e isolantes. Vamos ver estes elementos em detalhe nos capítulos seguintes. 4.2 Condutores e Isolantes Descrevemos no item anterior a propagação do estado elétrico em um corpo, por meio do deslocamento dos elétrons de molécula para molécula. Vamos ver como podemos gerar energia elétrica por meio de um elemento galvânico. Um elemento galvânico é, em sua forma mais simples, um recipiente onde se coloca uma solução ácida ou um sal diluído, e onde se submergem dois corpos de materiais 5 diferentes, por exemplo, um de zinco e outro de cobre, ou uma barra metálica e uma de carvão, chamados de eletrodos, Figura 4.1. Solução de H2SO4+H2O Figura 4.1 Este dispositivo é chamado de pilha galvânica ou gerador galvânico. Usando uma solução de ácido sulfúrico (H2SO4) diluído em água (H2O), produz-se uma reação química que tem como produto o sulfato de zinco (ZnSO4). Nesta solução acontece não somente a separação dos átomos de zinco do eletrodo metálico, mas também a separação dos elétrons dos átomos. Com isto, se os átomos de zinco que passam ao liquido perdem seus elétrons, isto quer dizer que esses átomos estão carregados positivamente, que é o que mostramos com os círculos com o sinal + na Figura 4.1. Estes átomos carregados eletricamente tomam o nome de íons e, como são íons positivos, são chamados de cátions. A barra de zinco fica assim carregada negativamente, pois tem um excesso de elétrons (perdeu prótons). No lado do outro eletrodo que é de cobre, este também se dissolve. Mas como a solução está cheia de íons positivos, por repulsão eletrostática, os átomos de cobre não podem se soltar da superfície e o cobre toma a carga positiva do liquido, formando o sulfato de cobre, que se separa então na solução. Temos assim dois eletrodos: um com carga positiva (anodo) e outro com carga negativa (catodo). Se unirmos agora esses dois eletrodos com um fio metálico, indicado por uma linha tracejada na Figura 4.1, temos então um fluxo de elétrons entre os dois eletrodos. Este movimento é chamado de corrente elétrica. Na prática não de pode ligar os dois eletrodos diretamente como está mostrado nessa figura, pois se produz um curto circuito. É necessário haver uma carga (resistência) entre esses dois pontos. Mais adiante veremos mais sobre isto. Entretanto, se usássemos uma fita de borracha, no lugar do fio metálico, esta corrente não se produziria. Os átomos dos corpos eletrificados com cargas opostas retêm seus elétrons, e o deslocamento de elétrons não teria lugar. Dizemos que neste caso, os corpos estão isolados entre si, e se chama ao corpo que produziu este isolamento, neste caso a fita de borracha, de isolantes ou isoladores. Também são bons isolantes a mica, o teflon, o poliestireno e a água. A água? Sim, a água é um bom isolante quando quimicamente pura. Outros materiais isolantes (ou dielétricos) importantes são o vidro, a porcelana, a ebonite, a borracha e outros produtos preparados à base de borracha. Existem também resinas artificiais que são empregadas como isolantes. Devemos dizer que não existem materiais totalmente bons condutores ou isolantes absolutos. 6 Os materiais como o cobre, que transmitem facilmente a corrente elétrica, são chamados de condutores. Os melhores condutores são os metais, entre eles a prata, que é o melhor, o cobre, o alumínio, o zinco, o ferro. O alumínio por sua abundância e baixo peso e apesar de seu custo, é muito empregado em linhas de transmissão, muitas vezes reforçado por núcleos de aço, para resistir às altas tensões mecânicas a que são submetidos ao serem estendidos por centenas de metros. Uma classe de condutores que tem enorme aplicação prática na eletrônica é a dos semicondutores, que vamos tratar adiante. Os semicondutores têm uma condutividade intermediária entre os condutores e os isolantes. Eles são importantes na fabricação de componentes eletrônicos como diodos, transistores, circuitos integrados, microcontroladores e na nanotecnologia. Os semicondutores são extremamente importantes na indústria eletrônica e vamos estudá-los com detalhe no curso de tecnologia eletrônica. Capítulo 5. Ações da Corrente Elétrica Com o movimento dos elétrons no circuito condutor, se produzem nesse circuito certos efeitos devido à corrente elétrica, que são: Efeitos químicos. Quando a corrente elétrica se dá em um liquido. Efeitos caloríficos. Efeitos magnéticos. A corrente elétrica não se vê, mas se pode testificar por meio desses efeitos, que são captados por nossos sentidos. Por outro lado, a aplicação prática da corrente elétrica se deve a esses fenômenos, por exemplo, na Galvanoplastia, se emprega o efeito químico para revestir objetos com uma leve superfície metálica. Na metalurgia, se emprega esse efeito na redução do alumínio e na produção do cobre eletrolítico. Já o efeito calorífico tem grande aplicação na nossa vida diária, com os fogões elétricos, os chuveiros elétricos e o aquecimento por meio de resistências elétricas. O efeito magnético tem sua aplicação nos motores elétricos, nos imãs eletromagnéticos, e nos geradores de eletricidade. 7 Exercícios 1. O vidro ocupa espaço então ele: a. Não é matéria b. Não é composto de átomos c. É uma matéria d. Nenhuma das anteriores 2. A afirmação: somente existe uma forma de energia a. É verdadeira b. É falsa c. Tanto a como b são verdadeiras d. Nenhuma das anteriores é falsa 3. O elétron tem carga elétrica positiva a. Verdadeira b. Falsa c. Sua carga é negativa d. Sua carga é neutra 4. A corrente elétrica pode produzir efeitos: a. Químicos b. Caloríficos c. Magnéticos d. Todos os anteriores 8 AULA 04 9 Capítulo 6. Voltagem e Corrente Existem dois elementos de fundamental importância na eletricidade: voltagem e corrente. 6.1 Voltagem Voltagem, tensão, força eletromotriz (f.e.m.) ou diferença de potencial é a força ou pressão necessária para que os elétrons passem de um átomo para outro. Podemos fazer uma analogia entre o fluxo elétrico em um condutor e um fluxo de água em uma tubulação. Para que a água corra em uma tubulação, é necessário que haja uma diferença de altura, como com uma caixa de água, por exemplo, ou que uma bomba de água forneça a pressão necessária para que a água escorra pela tubulação. Assim, para que exista um fluxo de elétrons por um condutor, é necessário que haja uma diferença de potencial elétrico entre dois pontos, ou seja, uma voltagem. Essa voltagem poderá ser produzida por meio de um gerador de energia elétrica, por meio de uma diferença de potencial em uma célula galvânica, ou por meio de pilhas ou acumuladores elétricos. Vamos ver mais sobre isto no capítulo 7- Fontes de Eletricidade. Uma diferença de potencial elétrico, ou d.d.p. é a diferença de voltagem entre esses pontos, também chamada de tensão elétrica. Esses pontos são chamados de pólos. Temos dois pólos: um pólo positivo (+) ou anodo e um pólo negativo (-) ou catodo. A unidade de medida da voltagem é o VOLT. Esse nome foi dado em homenagem à Alessandro Volta que desenvolveu a pilha voltaica. No Sistema Internacional de Unidades (SI), o volt é definido como o potencial de transmissão de energia em Joules, por carga elétrica em Coulombs entre dois pontos de um condutor. 6.2 Corrente O outro elemento de importância fundamental é a corrente. Vamos voltar à nossa analogia com o fluxo de água em uma tubulação. Com uma diferença de nível estabelecida por uma caixa de água, ou pela diferença de pressão criada pela bomba de água, flui pela tubulação uma corrente de água. Também em um condutor elétrico, com uma diferença de potencial elétrico ou pela força eletromotriz entre dois pólos, flui uma corrente de elétrons, chamada comumente de corrente elétrica. Assim, a corrente elétrica é uma corrente de elétrons no condutor. A unidade de medida da corrente é o AMPÈRE. Ele recebeu esse nome em homenagem a André-Marie Ampère. O ampère é definido pelo SI com sendo uma corrente elétrica constante que, mantida entre dois condutores paralelos e retilíneos, de comprimento infinito e de área transversal insignificante, situados no vácuo a um metro de distância um do outro, produz entre esses condutores uma força igual a 2x10 -7 newtons por metro de comprimento dos condutores. Veremos a relação entre voltagem corrente e resistência do condutor no capítulo 10, com a lei de Ohm. 10 7. Fontes de Eletricidade Vimos, no capítulo 2 o que é energia e, vimos ali, que energia elétrica é uma das formas de energia. Verdadeiramente no mundo de hoje podemos considerar que a energia elétrica é a mola mestra da sociedade. Em nossa casa temos inúmeros aparelhos movidos a energia elétrica: geladeiras, liquidificadores, batedeiras de bolos, televisores, computadores: uma enorme gama de aparelhos que cresce ininterruptamente. A indústria tem como sua energia motora principal a energia elétrica. Muitas indústrias têm turbinas a vapor, que são acopladas a geradores elétricos e que são chamadas de turbogeradores, outras têm motores diesel acoplados a geradores, são os geradores diesel, outras como a indústria do alumínio, que é uma grande consumidora de energia elétrica, têm pequenas usinas hidroelétricas, onde turbinas hidráulicas movimentam geradores elétricos. As cidades são altamente dependentes da energia elétrica, vemos isso quando temos um apagão! São diversas as formas para gerar a energia elétrica, e vamos detalhar um pouco mais este assunto. As usinas hidroelétricas, como a usina de Itaipu, que usam turbinas hidráulicas para movimentar os geradores, utilizam a energia potencial da água acumulada em grandes lagos, que ao descer de um nível mais alto para outro mais baixo, giram as turbinas, produzindo energia mecânica nas mesmas. Essa energia mecânica é transformada em energia elétrica no gerador acoplado à turbina. Existem também as usinas termoelétricas, onde um combustível é queimado nas caldeiras, para formar vapor que aciona uma turbina à vapor. Esta por sua vez está acoplada a um gerador. Temos aqui um ciclo interessante: a massa do combustível, que pode ser óleo combustível, gás, madeira é queimada e o processo de combustão. Hoje o bagaço de cana produzido pelas usinas de álcool e açúcar também é queimado para a produção de energia elétrica. Este é um processo químico pelo qual a queima do combustível transforma a energia química em energia térmica, que é transmitida para a água transformando-a em vapor. A energia térmica do vapor se transforma em energia mecânica na turbina à vapor, girando a turbina. Finalmente a energia mecânica da turbina se transforma em energia elétrica no gerador. Vimos assim um excelente exemplo da transformação da energia. Outra forma de produção de energia é a atômica. A energia da fissão nuclear do urânio, isto é, a energia da divisão do núcleo do urânio, provoca grande desprendimento de energia, que é transmitida para a água, que se transforma em vapor. O vapor passa por um turbogerador como o que descrevemos acima, produzindo energia elétrica. É interessante notar que 1 kg de urânio enriquecido tem a mesma energia que 3 mil toneladas de carvão, ou 12 milhões de litros de óleo combustível. Existe ainda a energia solar que está sendo cada vez mais utilizada. Nosso país sendo um país tropical tem uma enorme capacidade de captar a energia solar que podemos dividir em duas formas básicas: calor e luz. A sua forma calorífica tem sido utilizada para desenvolver temperatura de ao redor de 1000oC. Usa-se para o aquecimento de água, caldeiras, fogões e fornos da baixa temperatura. O outro processo de aproveitamento é o fotoelétrico, onde a luz solar é convertida em eletricidade nas células fotoelétricas muito usadas nas naves espaciais e sendo cada vez mais empregadas em propriedades rurais para a produção de eletricidade no campo. Outra forma de energia é a eólica (energia dos ventos), cujo aproveitamento está sendo muito desenvolvido em nosso país, (já tem uso 11 extenso na Europa) principalmente nos estados do nordeste onde existe muito vento, e onde esta energia está tendo sua utilização muito aumentada. Por fim podemos citar a possibilidade de usar as conversões químicas e bioquímicas, visando ao aproveitamento das algas para conversão mais eficiente da energia solar. 8. Símbolos Esquemáticos Seria sem dúvida muito difícil desenhar os circuitos elétricos e eletrônicos usando figuras desenhadas dos componentes ou fotografias dos mesmos. Por essa razão foi desenvolvido durante muitos anos um sistema de representação esquemática dos componentes, chamados de símbolos esquemáticos. Damos a seguir alguns dos símbolos mais utilizados. Junção de dois fios Capacitor Diodo Pilha Resistência ou resistor Interruptor Transformador com núcleo de ar Transformador com núcleo de ferro Vimos acima um grupo de oito símbolos dos mais usados. Conforme formos estudando os circuitos esquemáticos iremos introduzindo outros símbolos usuais. 12 Exercícios 5. A voltagem é: a. Um fluxo de água b. Um fluxo de corrente de água c. Um fluxo de elétrons d. É uma diferença de potencial elétrico 6. Uma corrente elétrica é: a. Um fluxo de elétrons b. Um fluxo de água em um fio c. Uma corrente de aço d. Nenhuma das anteriores 7. Fontes de eletricidade são: a. Fonte de água mineral b. Fonte de águas térmicas c. Energia lunar d. Usinas hidroelétricas 8. Uma tubulação de água é uma boa analogia do sistema elétrico porque: a. Descreve os movimentos dos elétrons b. Descreve as cargas elétricas da água c. Serve como modelo da voltagem e corrente elétrica d. Não sei para quê serve uma analogia 13 AULA 05 14 9. Teoria da Corrente Contínua Existem dois tipos de corrente: a corrente contínua e a corrente alternada. A corrente contínua á assim chamada porque flui em uma só direção. - + Figura 9.1 Vemos na Figura 9.1, que a corrente flui no sentido indicado nas setas, do pólo negativo para o pólo positivo da pilha. A corrente de elétrons flui do pólo negativo para o positivo através da lâmpada, fazendo assim um circuito completo. Se removermos a lâmpada do circuito, o circuito se abrirá e não haverá corrente elétrica nele. Devemos notar que o fluxo de corrente que indicamos acima é o fluxo chamado fluxo real. Quando Benjamin Franklin fez sua conjectura sobre a direção da corrente de carga ao friccionar a cera e o pano de lã, ele imaginou que o fluxo de corrente ia da cera para a lã e que o elétron tinha uma carga negativa, mas hoje se sabe que é o contrário, o fluxo vai da lã para a cera. A notação de Franklin indicaria que o fluxo vai do pólo positivo para o negativo, contrário ao mostrado acima. Devemos chamar a atenção do aluno para que normalmente se usa a notação de Franklin que é chamada de notação convencional. Usamos aqui o fluxo real para mostrar a diferença entre as duas formas de indicar o fluxo de elétrons e para que você possa distinguilas. Assim, a fim de ter um circuito completo, temos que ter três coisas: 1. A fonte de energia elétrica. 2. A carga, no circuito que apresentamos é a lâmpada. 3. Uma passagem contínua constituída pelos fios. 15 10. Lei de Ohm Como já vimos, para a geração da corrente elétrica devem existir duas condições: 1. A existência de uma força eletromotriz (f.e.m.) 2. A existência de um circuito fechado condutor que une os dois pólos do gerador de corrente. É fácil compreender que a intensidade da corrente depende, tanto da grandeza da força eletromotriz, f.e.m., como da resistência, R, que o circuito apresenta à passagem dessa força. O físico Ohm estudou essa dependência e formulou uma lei que é a mais importante da Eletrotécnica (estudo das aplicações práticas da eletricidade), chamada de Lei de Ohm. Essa lei pode ser enunciada como segue: A intensidade da corrente é diretamente proporcional à força eletromotriz, e inversamente proporcional à resistência do circuito. Nesta aula adotamos a seguinte notação: para a resistência ou resistor será usada a letra R, para a força eletromotriz a letra E, e para a corrente a letra I. A unidade de resistência é o ohm, cujo símbolo é a letra grega Ω (ômega). Esta lei serviu de base para formular a unidade prática de f.e.m., ou voltagem, que é definida como a f.e.m. que em um circuito de 1 Ω de resistência, gera uma corrente de 1 ampère. Essa unidade de força eletromotriz recebeu o nome de volt, em honra do físico italiano Volta. Pelo enunciado dessa lei, podemos expressá-la pela fórmula seguinte: I E , em ampères (F1) R Dessa fórmula podem ser derivadas as seguintes fórmulas: R E em ohms, (F2) e E I IR em volts (F3) No circuito mostrado na Figura 10.1, a corrente eletromotriz está presente no gerador, que pode ser uma pilha ou um gerador como uma central à geradores diesel ou uma central hidroelétrica. Figura 10.1 Como podemos ver dessa figura, o circuito se compõe sempre de pelo menos três partes: o gerador de f.e.m., o circuito que liga os pólos desse gerador, que são os fios condutores, e componentes, tais como: interruptores, resistores, capacitores, bobinas, etc. O gerador tem sua própria resistência interna, Ri e o circuito externo tem sua resistência própria, Re. Esses componentes externos podem ser unidos de diversas maneiras, tais como em série, paralelo e combinadas. Vamos estudar adiante estas formas 16 de circuito. Nas aulas sobre resistores e capacitores você verá mais sobre as diversas formas de ligação dos componentes nos circuitos. 11. Resistência elétrica Como já dissemos em 4.1 acima existem condutores, semicondutores e não condutores ou isolantes. Nos condutores é possível aos elétrons passarem de átomo para átomo sem terem grandes dificuldades, mas para isso é necessário haver uma certa força impulsora que chamamos de força eletromotriz, que mantém a corrente elétrica no fio condutor. Ou seja: todos os condutores opõem certa resistência à passagem da corrente que se chama de resistência elétrica. Esta resistência é muito pequena nos metais, relativamente grande nos semicondutores e praticamente infinita nos materiais isolantes. Isto quer dizer que mesmo nos isolantes passa uma certa corrente mas é tão pequena que pode ser desprezada. Como é natural para a transmissão de corrente somente são considerados os materiais bons condutores ou sejam os metais. Mas nem todos os metais possuem as mesmas propriedades. O melhor condutor é a prata que oferece a mínima resistência à passagem da corrente elétrica, porém é de preço elevado e seu emprego como condutor elétrico se reduz aos contatos sensíveis ou para empregos muito sensíveis. À prata segue-se o cobre que é relativamente barato sendo o mais comumente empregado. Para longas distâncias que alcançam muitas vezes centenas ou milhares de quilômetros e que necessitam de grandes massas metálicas, o alumínio é empregado por ser mais abundante e de peso menor do que o cobre, apesar de sua condutividade ser mais baixa que o cobre. A esses metais segue-se o zinco e finalmente o ferro. Este é muito pouco empregado por causa de sua baixa condutibilidade e de sua fácil oxidação o que causa problemas nos contatos. Assim como para intensidade de corrente foi fixado o ampère, para a resistência também foi fixada uma unidade de resistência elétrica de um condutor. Para a resistência foi eleita nos congressos internacionais uma modificação da unidade de resistência elétrica que havia sido fixada primeiramente por Siemens e que foi modificada para acomodá-la com o sistema de medidas absoluto, que ficou assim: a unidade de resistência é a resistência de uma coluna de mercúrio de 1 metro de comprimento e 1 mm2 de seção a 0oC. Esta unidade tomou o nome de ohm de que já falamos acima, para a qual foi adotado como símbolo a letra grega ômega: Ω. O nome desta unidade foi dado em homenagem a Georg Simon Ohm, que descobriu as relações matemáticas que demos acima que levaram seu nome e que envolvem as grandezas elétricas e as dimensões dos condutores. Em seus trabalhos Ohm descobriu que a resistência de um arame é diretamente proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional à sua seção transversal. Tomando um arame de 1m de comprimento e uma seção de 1 mm2 esta resistência é chamada de resistência específica ou resistividade e é representada pela letra grega (ro). 17 Assim a resistência de um arame de l metros de comprimento e s milímetros de seção é dada pela fórmula: R l , (F4) s Damos a seguir uma tabela resumida com as especificações de alguns materiais mais usados na eletrotécnica. Resistência específica e coeficiente de temperatura de alguns metais e ligas Material Coeficiente de Resistência especifica temperatura α a 0 oC Alumínio (Al) 0,031 0,0037 Cobre (Cu) 0,01724 0,00393 Estanho (Sn) 0,11 a 0,14 0,0045 Ferro (Fe) 0,10 a 0,15 0,0047 Mercúrio (Hg) 0,957 0,00087 Níquel (Ni) 0,13 0,004 Prata (Ag) 0,0163 0,0037 Platina (Pt) 0,095 0,0024 Chumbo (Pb) 0,204 0,0037 Volfrâmio (W) 0,054 0,004 Zinco (Zn) 0,061 0,0039 Constantan (Cu+Ni) 0,5 0,000005 Manganina (Cu+Mn+Ni) 0,43 0,000005 Niquelina (Cu+Ni+Zn) 0,4 0,00022 Devemos ver que quanto menor a resistência de um condutor melhor ele conduz a corrente e, por conseguinte, melhor sua faculdade de conduzir a corrente elétrica ou sua condutância. Por isso podemos também exprimir o comportamento de um condutor por meio de sua condutância. Para isso a condutância é expressa pelo valor inverso de sua resistência sendo representado pela letra G como se vê pela fórmula: G 1 em siemens, (F5) R Ao valor inverso da resistência específica que vimos acima e que designa pela letra grega ρ se dá o nome de condutância específica ou condutividade e é representada pela letra grega : 1 (F6) Como exemplo para o cobre a resistência específica =0,0175 sua condutância é de: 1 0,0175 57 18 A fórmula que demos acima para a resistência pode ser modificada para: l (F7) s R Damos a seguir a condutância de alguns líquidos referida a um volume de 1 cm3: Condutância de algumas soluções químicas para 1 cm3 Fórmula química Concentração % Condutância χ’ sulfúrico H2SO4 10 0.390 Solução Ácido diluído Idem Idem Sulfato de cobre Sulfato de zinco Sal comum Idem Idem Idem CuSO4 ZnSO4 NaCl Idem 30 40 15 15 15 Concentrada 0,746 0,676 0,042 0,042 0,162 0,215 Como nas células eletrolíticas e dos elementos galvânicos a distância entre as placas é pequena assim como o volume de liquido , toma-se nestes casos a resistência específica ρ’ que é a de um cubo com lado de 1 cm ou 1cm3 de volume. A tabela acima é feita para esta base. Como a resistência dos líquidos como vemos pela tabela depende da sua concentração a resistividade desses materiais é obtida coma fórmula: ' 1 ' (F8) Vamos agora ver a relação entre a resistência e a temperatura. Como vimos na tabela das resistências específicas acima, a resistência específica dos condutores depende não somente do material do condutor mas também de sua temperatura. As experiências indicam que para os metais puros ela aumenta com a temperatura, mas dentro de uma faixa de 0° a 100ºC pode ser aceitável assumir que elas sejam proporcionais à temperatura. Na tabela acima indicamos o coeficiente de temperatura chamado de α que é a variação de uma resistência de 1Ω com uma variação de temperatura de 1º C. Se a resistência for de 2Ω variará 2α e uma de R ohmios variará Rα Com estas informações podemos deduzir a seguinte fórmula: Rt R R T R(1 T ) (F9) Este fenômeno é usado para a medição de temperaturas em máquinas, equipamentos e processos industriais. Para isto a resistência deve ser medida antes e depois do aquecimento e do aumento de temperatura, para isto podemos usar a fórmula seguinte: T Rt R R (F10) 19 O estudo dos circuitos em série e paralelo e das leis de Kirchoff para os resistores é feito na aula sobre Resistores, assim como a aplicação da lei de Ohm. O estudo dos circuitos série e paralelo para os capacitores é feito na aula sobre os Capacitores. Exemplos 1. Qual a resistência de um vidro cheio de uma solução de sulfato de zinco a 15% sendo de 10 cm a separação entre placas e 15 mm de diâmetro interno? Solução: Usando a F7 temos: l 10cm , a seção 2 1,5 1,77 cm 2 .Pela Tabela de condutância: 4 10 23,8 Então: R 134,5Ω. 1,77 cm2: s ' interna 1 0,042 em 23,8. . 2. Qual é a resistência de um fio de cobre de 0,5 mm2 e 3300 m de comprimento a 20° Solução: Pela Tabela das resistências específicas temos para o cobre: a 0°C:0,01724 e α=0,00393, então: R 0,01724 (1 0,00393 ) 0,01859 . Finalmente: R 3300 0,01859 0,5 122,7 . 20 Exercícios 9. Qual é a resistência de um vidro cheio de uma solução de sulfato de cobre a 15% sendo que a separação entre as placas é de 20 cm e seu diâmetro interno é de 12 mm? 10. Qual é a resistência de um fio de cobre de 200 m de comprimento e 0,5 mm2 de secção, nas seguintes temperaturas: 10º, 20º, 30º e 40º? 11. Deve-se determinar a temperatura final de um enrolamento de motor com as seguintes medições: a frio (20º C): 22,5Ω e a quente 25,6Ω. Qual é sua temperatura final? 12. Qual deve ser a seção em mm2 de um fio de cobre com 500 m de comprimento se sua resistência ρ é de 0,017 e total de 200Ω? 21 12. Efeitos do Calor nas Correntes Elétricas 12.1. Efeito Joule Como vimos acima, a corrente elétrica ao circular por um condutor elétrico, fio ou cabo, provoca um aquecimento, devido à resistência elétrica do condutor. Este efeito encontra múltiplas aplicações práticas, tais como a iluminação por meio de lâmpadas incandescentes, o aquecimento da água em chuveiros elétricos, nos fogões e fornos elétricos, na solda por resistência, etc. Veremos, neste capítulo, algumas dessas aplicações com mais detalhes. Primeiramente vamos estudar a chamada lei ou efeito de Joule. Na aplicação prática deste efeito, são muito importantes as relações entre algumas grandezas elétricas tais como: intensidade da corrente, I, tensão, E, resistência, R, para a produção do calor, que indicaremos por Qc. As relações entre essas grandezas foram estabelecidas pelo físico Joule, e o efeito de aquecimento citado chama-se efeito Joule em sua homenagem. Nas suas experiências Joule constatou que uma corrente de 1 A que flui em uma resistência de 1 , desenvolve em cada segundo 0,239 cal. Uma caloria (cal) é a quantidade de calor desenvolvida ao elevar a temperatura de 1 grama de água em 1 o centígrado. Uma quilocaloria (kcal), são mil calorias. O número determinado pela experiência tomou o nome de equivalente termoelétrico. Acabamos de ver o efeito Joule em uma resistência. Se tivermos diversas resistências em série ou em paralelo, o calor gerado aumenta. Assim se tivermos três resistências de 1 em série, o calor gerado será de 3X0.239=0,717 cal por segundo. Se tivermos essa corrente circulando por 10 minutos, o calor gerado será de: 10x60x0,717= 430,2 cal. Por esse raciocínio, podemos deduzir a seguinte fórmula: Q 0,239 ERt, em calorias Pela lei de Ohm, E=IR, e assim podemos deduzir: Q Como I 0,239 I 2 Rt, em calorias E então temos: R Q E2 0,239 t , em calorias R (F11) 12.2. Conceito de Rendimento Vamos estudar agora o que acontece com o calor gerado no circuito. 22 Parte do calor gerado se perde como, por exemplo, se tivermos um fogão elétrico (ou qualquer outro combustível) e aquecermos uma panela com água nesse fogão, parte do calor se perde no ar ao redor do fogão e parte vai para a água na panela. A perda de calor se dá por radiação da própria panela, para o aquecimento da própria panela e devido ao aquecimento do ar ao redor da panela. O restante do calor vai para a água dentro da panela que é o calor útil. Assim, parte do calor se perde. Por isso se deve usar mais calor do que o necessário para o processo de aquecer a água. Podemos assim estabelecer uma relação entre o calor total gasto e o calor realmente utilizado: Calor útil Calor total Qu (F12) Q Chama-se rendimento a essa relação, que será sempre menor que 1. Sempre que se transforma um tipo de energia em outro existe uma perda de energia no mundo real. Estas perdas se devem, por exemplo, nos motores elétricos, a perdas mecânicas por atrito nos mancais e no ar, perdas elétricas nos enrolamentos devido ao calor desenvolvido pelas perdas elétricas e por perdas magnéticas no ferro do estator e rotor. Por essa razão, podemos exprimir o rendimento energético pela relação: Potência desenvolvida Potência absorvida Pm (F13) Pb Este valor recebe o nome de rendimento da máquina, sendo que ambas as potências devem ser expressas com as mesmas unidades. Devemos sempre nos lembrar que no mundo real existe sempre uma perda de potência na transformação e nas máquinas. Por isso estas devem ser projetadas para diminuir ao máximo estas perdas nas diversas partes das máquinas. Trabalho e potência elétrica Acabamos de estudar como se pode produzir calor pela corrente elétrica e de quais variáveis ele depende que são: a voltagem e a corrente. O calor é uma forma de energia e de acordo com a lei da conservação da energia, uma forma de energia pode se transformar em outra. Por isso como vimos no capítulo 7 podem existir em uma mesma instalação diversas formas de energia que se transformam. A corrente elétrica é uma dessas formas de energia e vimos acima em 12.1 as fórmulas para expressar essa forma de energia em energia calorífica. Mas para a energia elétrica foi criada uma unidade especial pois ela pode também ser transformada em outras formas de energia, não somente em calor. A unidade de energia elétrica é o joule que é representada pela letra J ou em watts/segundo. Assim o trabalho elétrico ou energia elétrica é dada pelas fórmulas seguintes onde:P= potência em watts/seg, E a tensão, R a resistência em ohms, e I a corrente em ampères: 23 P EI , (F14); P I 2 R, (F15); P E2 , R (F16) Exemplos 1.Uma lâmpada consome 100W sob 110V. Qual é a corrente de trabalho? Solução: Pela fórmula F14: I P E 100 110 0,91 A 2. Uma máquina consome 3 HP de potência. Qual será a corrente do motor se seu rendimento é de 0,8 e a tensão de 220V? Solução: Assumindo que 1 HP tem 735W, temos: 2x735=1470W de potência. A potência absorvida é de: 1470/0,8=1837,5W e a corrente será de: 1837,5/220=8,35A. 24 Exercícios 13.Em uma panela elétrica queremos aquecer 2 litros de água em 10 minutos de 20°C até 100°. A tensão é de 110V e o rendimento é de 80%. Qual é a corrente de aquecimento? 14.No problema anterior qual é o valor em ohms da resistência da panela? 15.Duas lâmpadas incandescentes de 200W trabalham em uma rede de 220V. Qual é a corrente do circuito? 16.Uma estufa elétrica deve desenvolver 1500 kcal em uma hora. A tensão de trabalho é de 440V. Qual deve ser o valor da resistência de aquecimento e qual a corrente do circuito? 25 AULA 06 26 13. Efeitos magnéticos da corrente elétrica 13.1. Magnetismo- Indutores Um componente muito importante na eletrônica é a bobina. Existem muitos tipos e aplicações desse componente, mas para compreendê-lo melhor devemos estudar algumas coisas antes. Vamos começar pelos efeitos magnéticos da corrente elétrica. Durante o passar do tempo muitas pessoas se dedicaram ao estudo do fenômeno do magnetismo. Desde antes de Cristo o imã era conhecido, sendo que os gregos o descobriram uma mineral em uma cidade da Turquia chamada de Magnésia, cuja particularidade era a de atrair o ferro. Esse mineral recebeu o nome de magnetita, daí o nome de magnetismo. Os chineses participaram também dessas pesquisas, descobrindo a particularidade de que esse mineral quando suspenso por um fio apontava sempre para o norte, surgindo daí a bússola. Muitos pesquisadores deixaram seus nomes na história foram entre outros, Hans Cristian Oersted, Michael Faraday e Joseph Henry, os quais vamos citar durante nossos estudos sobre o magnetismo. 13.2. Fundamentos do magnetismo Um imã tem a propriedade de atrair o ferro e, em menor escala, o níquel, o cobalto e certas ligas. O fenômeno que dá origem a esta propriedade toma o nome de magnetismo. Os corpos citados podem ser magnetizados pelo contato com um imã ou pelo efeito da corrente elétrica. Temos dois tipos básicos de imãs: os imãs permanentes e os imãs temporários, que podem ser originários de imãs naturais que é qualquer produto baseado na magnetita e imãs artificiais que podem ser produzidos por indução magnética ou eletromagnética. O ferro doce se imanta facilmente pelo atrito com um pedaço de magnetita, tendo sido este o primeiro processo de imantação artificial. Este é o meio de indução magnética. Entretanto esta imantação se perde também facilmente, restando um resíduo de magnetismo chamado de magnetismo remanescente. Já o aço, uma liga do ferro, se imanta e conserva melhor o magnetismo, dando origem aos imãs permanentes. Quando uma corrente elétrica circula por um condutor, forma-se um campo magnético ao seu redor, sendo este fluxo magnético utilizado para a produção do imã artificial, que é mais potente que o imã natural. Mais adiante neste capítulo vamos ver mais sobre este assunto. Se colocarmos uma barra magnética no meio de limalhas de ferro, estas se orientarão de acordo com o campo magnético da barra. Vemos isso na Figura 13.1. Figura 13.1 27 Observa-se nessa figura que o campo é muito denso nas extremidades da barra enquanto no centro da barra é muito mais fraco, sendo o centro da barra chamado de zona neutra. Os dois pontos das extremidades são chamados de pólos, sendo sua distância de aproximadamente 1/12 do comprimento da barra, seguindo-se daí que a distância entre os pólos é de aproximadamente 5/6 do comprimento da barra. Devido à propriedade do imã de se orientar, quando suspenso livremente, na direção aproximada Norte-Sul, os pólos levam os nomes de pólo Norte e pólo Sul. O pólo Norte é chamado de pólo positivo e o pólo Sul de pólo negativo, por convenção. Sabemos que a Terra é um grande imã, cujos pólos magnéticos não se alinham com os pólos geográficos, tendo uma declinação que depende do local. Se colocarmos a agulha de maneira que fosse móvel em todos os sentidos, isto é uma suspensão esférica, veremos que o imã apresenta uma inclinação, que vai aumentando conforme nos aproximamos dos pólos: na linha do equador essa inclinação é de 90 o e nos pólos de 0o. Assim as bússolas são baseadas nesse princípio e são fabricadas com uma agulha imantada, que se orienta conforme descrevemos. Quando quebramos uma barra magnetizada, as barras que se formam são também imantadas e formam outros pólos iguais aos da barra original, este fenômeno de realiza cada vez que dividimos a barra magnetizada. Supõe-se que as moléculas são imãs pequenos que, quando não existe excitação se orientam ao acaso, e que se orientam em uma determinada direção quando excitados magneticamente. Quando o imã está submetido a um campo forte, supõe-se que todas as moléculas estão orientadas e temos uma saturação do campo. Já falamos que o ferro se comporta de maneira diferente do aço, isso se deve a que o aço oferece uma maior resistência à orientação das moléculas, e esta força se chama força coercitiva. Se aproximarmos um imã de outro vamos observar que existe uma reação diferente quando aproximamos uma barra da outra: elas podem se atrair ou se repelir. Quando aproximamos os pólos diferentes das barras, elas se atraem e quando aproximamos pólos iguais eles se repelem, por isso podemos enunciar a seguinte lei: Pólos de mesmo nome se repelem e pólos de nomes contrários se atraem. 13.3. Campo Magnético e Intensidade Vimos no item anterior que existem forças magnéticas que agem ao redor de um imã. O espaço no qual estas forças magnéticas estão atuando leva o nome de campo magnético. Como vimos o campo magnético é mais forte ao redor dos pólos e vai diminuindo conforme se afasta deles. Devemos dizer que existem campos magnéticos sem a necessidade de pólos, como veremos mais tarde. Na verdade o campo magnético é, normalmente, mais importante que a existência dos pólos magnéticos, pois é no campo magnético que acontecem os fenômenos que vamos estudar. Todos nós sabemos o que é luz e calor, pois sentimos diretamente seus efeitos. Podemos até medi-los empiricamente com nossos sentidos: sentimos um corpo mais quente ou mais frio, mais iluminado ou menos iluminado. Já com o campo magnético isso não acontece: nossos sentidos não “sentem” um campo magnético. Mas podemos dizer que ele existe e podemos medi-lo por meios auxiliares, como veremos adiante. Vimos na Figura 13.1, as linhas do campo magnético, ao redor da barra imantada. Se tivermos uma barra imantada e um pouco de limalha de ferro, poderemos “ver” as linhas do campo magnético, se colocarmos o imã debaixo de uma folha de papel e sobre ela 28 espalharmos a limalha. O pó de ferro se orientará na direção do campo magnético, convertendo-se em pequenos imãs, que se orientarão na direção do campo. Se dermos uma batida na folha de papel, a limalha se orientará ainda melhor. Se observarmos bem, veremos que o campo se orienta praticamente perpendicularmente à superfície do imã e que, as linhas se fecham indo de um pólo ao outro. O sentido das linhas do campo magnético é fixado arbitrariamente como indo do pólo norte para o pólo sul e veremos, mais adiante, a importância desse sentido nas regras do Eletromagnetismo. Como dissemos se convencionou que as linhas vão do pólo norte para o pólo sul, e podemos enunciar isso desta forma: O campo magnético e as linhas desse campo saem do pólo Norte e entram pelo pólo Sul. As linhas de campo servem também para representar a direção do campo magnético e sua intensidade, que pode ser exprimida pelo nome de indução. Vimos pela Figura 13.1, que as linhas de campo junto aos pólos são mais apertadas, sendo nesse ponto o campo mais intenso, e consideramos como medida dessa densidade, o número de linhas de indução por centímetro quadrado. A unidade de intensidade de campo recebeu o nome de Gauss, em homenagem ao grande matemático alemão chamado Carl Friedrich Gauss. 13.4. Indução de Movimento A medida dos campos magnéticos se faz fundada no efeito da indução, descoberto por Faraday. Vamos tratar desse assunto agora de forma reduzida. Em suas experiências Faraday descobriu que ao se aproximar ou distanciar um imã de uma bobina, nasce nas espiras da bobina um f.e.m. que tomou o nome de força eletromotriz de indução. Este é um fenômeno da maior importância para a Eletrotécnica. Pela Figura 13.2, se vê o seguinte: ao mover-se um condutor com uma velocidade v, na direção normal (perpendicular) ao campo magnético de indução , gera-se no condutor um f.e.m. de indução, que é proporcional à indução do campo magnético, à velocidade v (em cm) e ao comprimento l (em cm) do condutor. Podemos então mostrar estas relações pela equação: E CBlv, em volts (F14), Temos nessa equação o fator C, de proporcionalidade, que depende das unidades que usarmos. Se usarmos l e v em cm e B em Gauss, então C tem o valor 10--8, para que a f.e.m. seja exprimida em volts. A equação toma então a seguinte forma: E CBl10 8 , em volts, (F15) 29 Figura 13.2 O fator 10-8 não foi achado por acaso: ele se deriva de termos empregado o sistema absoluto de medidas C.G.S. Na fórmula anterior, os valores B, l e v foram exprimidos nas unidades do sistema CGS, se tomássemos C=1, então a f.e.m. estaria expressa em unidades absolutas ou eletromagnéticas. A fórmula anterior seria então: E Blv (F17) Assim a unidade C.G.S. eletromagnética é a força eletromotriz induzida em um condutor de 1 cm de comprimento, quando este se move com uma velocidade de 1 cm/s, na direção normal do campo e permanecendo perpendicular a esse campo. Podemos partindo dessa fórmula deduzir a unidade prática de indução magnética: B E lv Fazendo E=1 v, l =1 cm, v= 1 cm/s, obtemos B=1, e podemos deduzir as unidades da indução magnética como segue: B V cm.cm / s Vs (F18) cm 2 A unidade prática de indução é o volt-segundo dividido por centímetro quadrado. Esta unidade é muito grande e se opera normalmente com submúltiplos dela. As aplicações práticas do que estudamos até agora são, entre outras, os motores e os geradores elétricos, os instrumentos de medição de bobina giratória, os alto-falantes dinâmicos e as bobinas das quais trataremos em seguida. 13.5. Anel Percorrido por Uma Corrente Quando temos um condutor que transformamos em um anel como mostrado na Figura 13.3 e passamos uma corrente elétrica por ele, forma-se um campo magnético perpendicularmente à superfície do anel, como vemos nessa figura. 30 R I N S Figura 13.3 13.6. Indutância Vimos estudando até agora os efeitos da passagem de uma corrente elétrica nos condutores que é a formação de campos magnéticos ao seu redor. Nesta parte de nosso estudo vamos ver a propriedade de oposição ao fluxo da corrente elétrica, devido ao efeito de armazenamento de parte da energia elétrica na forma de um campo magnético. Os componentes que atuam dessa forma são os indutores, quase sempre bobinas metálicas. Alguns componentes eletrônicos apresentam indutância apesar de que isto muitas vezes não é desejado. Por exemplo, em freqüências super altas e rádio freqüências de microondas, este fenômeno se torna um problema. Devido ao efeito da produção de um campo magnético, parte da energia elétrica fica armazenada no mesmo. Esta habilidade tomou o nome de indutância e é representada pela letra L. Na prática os indutores são bobinas enroladas sobre um núcleo redondo, sendo que o fluxo magnético é aumentado muitas vezes, se comparado ao de um único laço, ver Figura 13.4. Figura 13.4 Esta é a forma normal empregada na prática para as bobinas. O núcleo da bobina pode ser de ferro magnético ou de ar, ou outro material não magnético. Quando o núcleo for metálico, a densidade do fluxo magnético produzido é multiplicada. Lembre-se do que estudamos acima. Dessa forma, a densidade do fluxo magnético é muito maior quando o núcleo for de ferro magnético do que se for de ar. Como na corrente elétrica que estudamos, a corrente elétrica no fio de um indutor depende de sua área ou da dimensão do fio. Já para a indutância, sua grandeza depende do número de voltas do fio, do diâmetro da bobina e da forma da mesma (redonda, quadrada, etc.). A unidade da indutância é o Henry (H). O henry é uma unidade muito grande para aplicações práticas, sendo empregadas usualmente submúltiplos dessa unidade: o milihenry (mH) que é igual a 1/1.000 do Henry, o microhenry ( H), igual 1 1/1.000.000 do Henry, e o nanohenry (nH), igual a um bilionésimo de um henry. 31 Os indutores pequenos de algumas poucas espiras de fio produzem indutâncias pequenas com modificações de corrente rápidas e de pequena voltagem, já os indutores grandes com núcleo de ferro magnético têm grandes indutâncias e lentas modificações de corrente com grandes voltagens. 14. Campo elétrico 14.1. Campos elétricos Já aprendemos que os corpos eletricamente carregados com uma mesma carga se repelem, e os corpos carregados com cargas elétricas de nome diferente se atraem. As forças de repulsão ou atração são chamadas de forças eletrostáticas. O local onde essas forças se desenvolvem toma o nome de campo elétrico, e nos desenhos se representam por linhas de força ou linhas de campo. Essas linhas dão a direção do campo em cada ponto. Na Figura 14.1, vemos um campo elétrico entre duas esferas. + - Figura 14.1 Nessa figura vemos um campo elétrico entre duas esferas, indicado pelas linhas pontilhadas que unem as esferas, que têm cargas opostas. Vemos que o campo entre elas não é homogêneo, pois as linhas têm direções distintas. As linhas do campo eletrostático provocam forças de atração ou repulsão, e baseando-se nas ações dinâmicas provocadas por essas forças, podemos estabelecer a unidade eletrostática da quantidade de eletricidade. Essa força chamada de Coulomb é definida no sistema internacional SI como: Coulomb é a quantidade de eletricidade que atravessa durante um segundo, uma seção transversal qualquer de um condutor, percorrido por uma corrente constante igual a um ampère. O símbolo do Coulomb é uma letra C. Vamos imaginar que temos duas placas planas, paralelas como as da Figura 14.2, entre as quais existe um campo elétrico homogêneo e uniforme ou, dito de outra maneira, um campo onde todos os pontos estão sujeitos à mesma direção e intensidade. Figura 14.2 Esse componente é conhecido com capacitor ou condensador. 32 14.2. A carga Campo elétrico Na Figura 14.2 vimos duas placas metálicas, que podemos imaginar sejam feitas de alumínio ou de cobre, que são bons condutores da eletricidade. Dependendo do tamanho das placas, elas podem tomar mais ou menos tempo para serem carregadas, até atingirem a voltagem. Se for uma placa bem pequena, as placas serão carregadas quase instantaneamente, porém se for muito grande pode tomar algum tempo para a carga elétrica, ou seja, até que “esteja cheia de elétrons”. Quando “esvaziarmos” essa placa, também o tempo será proporcional ao tamanho delas. Podemos mostrar este efeito de carga das placas por meio de uma curva do campo elétrico e tempo, como vemos na Figura 14.3. Figura 14.3 Tempo A energia elétrica é armazenada neste campo elétrico, sendo que o material no espaço entre elas e o material de que são compostas têm influência na sua habilidade de armazenar essa energia que é chamada de capacitância, e notada como C. A unidade de capacitância é o farad, representado pela letra F, que é a corrente de 1 A sob uma diferença de aumento ou diminuição de potencial de 1 V por segundo. A capacitância de uma farad resulta na diferença de potencial de 1 volt e uma carga elétrica de um Coulomb. Esta unidade é muito grande, por isso são usados submúltiplos dela: o microfarad representado pelo símbolo F, o pico farad, representado pelo símbolo pF. O F tem o valor de um milionésimo de farad e o pF tem o valor de um trilhonésimo de farad. Na aula sobre capacitores veremos mais sobre este componente. 14.3. A descarga Uma vez que o capacitor está carregado ele conserva a energia de sua carga por um tempo tão longo quanto se desejar. Mas isto é verdade para um capacitor ideal, pois para um capacitor real existe uma perda através do isolante. A curva de descarga se dá na forma de uma curva exponencial inversa da carga. 14.4. Tipos de Capacitores Os capacitores são formados, como vimos, por placas metálicas com um isolante entre elas. O isolante pode ser uma camada de ar, uma folha de papel, de mica ou outro 33 isolante. A concentração do fluxo elétrico é multiplicada quando certos tipos de dielétricos são usados entre as placas. Os plásticos são bastante adequados para este uso, e um componente fisicamente pequeno pode ter grande capacitância. Quanto à voltagem, ela depende da espessura do metal usado para as placas, da distância entre elas e do material do dielétrico. Podemos dizer que a capacitância é diretamente proporcional à área das placas e inversamente proporcional à distância entre elas. A capacitância depende também como vimos, do material do dielétrico, e no vácuo a constante dielétrica é 1, sendo que, como comentamos acima, existem materiais que multiplicam a capacitância diversas vezes. Exercícios 17.Campo magnético é um campo de: a. Futebol bem grande b. Um campo que magnetiza os torcedores c. Um campo formado em uma barra magnetizada d. Nada disso: depende do torcedor 18. Indução de movimento é uma coisa que acontece quando: a. Nos movimentamos debaixo de chuva b. Quando um fio condutor se movimenta em um campo magnético c. Depende do clima d. Nenhuma das opções acima 19.Um campo elétrico é: a. Um lugar onde se desenvolvem forças de atração ou repulsão devido a cargas elétricas. b. Um campo cercado por cerca elétrica c. Um campo em dia de chuva com raios d. Nenhuma das anteriores. 20.Um capacitor é um componente eletrônico composto de: a. Duas placas uma de papel e outra de isolante b. Duas placas isolantes c. Uma camada de ar e uma folha de papel d. Duas placas metálicas e um isolante entre elas. 34 Respostas dos exercícios 1.c 11. 35,3°C 2.b 12. 0,29 mm2 3.c 13. 12,67A 4.d 14.8,68Ω 5.c 15. 1,82A 6.a 16. 3,96A e 111,11Ω 7.d 17. c 8. c 18. b 9. 421,2Ω 19. a 10. 6,62Ω, 6,89Ω, 7,15Ω e 7,42Ω 20. d 35