ANIMAÇÃO VOCACIONAL
subsídio para encontros
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me consagrou com a
unção, para anunciar a Boa Noticia aos pobres”
• Tema: JESUS MISSIONÁRIO DO PAI
• Fundamentação Bíblica: Lc 4,14-21
• Projeção com musica: Um cõrto Galileu
• Exposição — Texto: Jesus se apresenta como mensageiro do povo;
(ver texto complementar)
Proposta de Trabalho em grupo:
Conhecer Jesus
CORAÇÃO:
• O que está no coração de Jesus?
• Que sentimentos vive e tem/
• Aquém ama?
• O que valoriza e aprecia?
• Porque se alegra?
• O que o entristece?
Para responder leia:
Mt 9,35-38; Mt 11,25-38 Mt 12,9-13; Mc 10,17-22
Mt 15,32; Mt 20,1-16; Mt 25,40; Lc 7,11-13
Lc19,41-42; Jo 10,14-15
BOCA:
• Quais as palavras que Jesus mais pronunciou?
• De que fala?
• Com quem dialoga?
• Que ensina e prega?
• Que denuncia?
Para responder leia:
Mt 16,24-25; MT 28,18-20; Mc 16,15-16
Lc 2,46-47; Lc 4,31-32; Lc 5,4-5; Lc 9,57-62
Lc 10, 38-42; Lc 11, 1-4; Jo 4,5-26
CABEÇA:
MÃOS:
Para responder leia:
Mt 5,3-12;Mt 7,7-11;Mt 9,35-38;Mt 4,22-32
Lc 6,12-16; Lc 12,22-32; Mc 3,13-19; Jo 11,32-36
Para responder leia:
Mt 8, 1-4; Mt 26,26-28; Mc 8,22-26; Mc 10,13-16
Lc 9,16; Lc 13,10-13; Lc 22,46-51; Jo 13,1-16
Jo21,13;Lc17,11
• Quais as preocupações de Jesus?
• Que pensa?
• Em que sonha?
• A que dá valor?
• Por que faz as coisas?
OLHOS:
• Que olha Jesus?
• Como vêem seus olhos?
• A que olha?
• Que ensina seu olhar?
Para responder leia:
Mt 5,1-12;Mt 8,14-15;Mt 9,9;Mc 25,34
Mc 6,34; Mc 10,17-27; Lc 7,11-13; Lc 19,1-10
Lc 21,1-14; Lc 22,54-62; Jo 1,35-39
• Que faz Cristo com suas mãos?
• A quem toca?
• Com quem se relaciona?
• A que obra dá mais importância?
PÉS:
• Que caminhos percorrem os pés de Jesus?
• Que lugares visitam?
• Que esforços realizam?
• Que metas se propõem?
Para responder leia:
Mt 4,16-22; Mt 4,23-25; Mt 20,17-19; Mc 6, 1-6
Lc 4,42-44; Lc 7,11; Lc 8,1-3; Lc 9, 28; Lc 9,51-56
Fonte: “A prática Libertadora de Jesus”, do Frei Carlos Mesters
L EI T U R A CO M P L E M E N TAR
Jesus se apresenta com a sua
mensagem ao povo
Após trinta anos (Lc 3,23) de vida escondida em
Nazaré, Jesus se apresenta ao povo com a sua mensagem
(Lc 4,18). Em Nazaré, ele tinha convivido longos anos (Lc
2,51) com os agricultores da Galiléia, explorados pelo
sistema dos impostos herdado dos persas e dos gregos
e pelo latifúndio criado pelos romanos. Ele mesmo
era carpinteiro (Mc 6,3). Enquanto crescia (Lc 2,40) em
sabedoria, idade e tamanho diante de Deus e dos seres
humanos (Lc 2,52), assistia às explosões de violência
tão comuns na Galiléia, à progressiva organização dos
Zelotes(as), à transferência da capital do seu país para
Tiberíades, às tentativas infrutíferas dos romanos para
reduzir à obediência o povo rebelde da Galiléia (Luc
13,1-3; Atos 5, ).
Via como os escribas e os fariseus reuniam e
organizavam o povo em torno das sinagogas, ensinandolhes a tradição dos antigos (Mc 7,1-5), dando-lhes força
para resistir, preparando-os para a próxima vinda do
Messias, aguardado por todos como iminente. Via
também como eles, em vez de ensinar a lei de Deus
e revelar a face do Pai, a escondiam atrás de uma
cortina espessa de normas e obrigações que tornavam
impossível a observância da lei para os pobres (Mc 7,613). Estes se viam condenados por seus líderes como
ignorantes (Jo 7, 49) e pecadores (Jo 10,34).
Via ainda a piedade confusa e resistente dos pobres,
tão bem expressa no cântico de Maria (Lc 1, 46-55),
na esperança difusa de um novo êxodo. Os pobres
esperavam que chegasse o tempo da libertação
prometida desde os tempos antigos (Lc 1, 71-73).
Crescendo no meio desta realidade conflitante
de exploração econômica, de convulsões sociais, de
desintegração crescente das instituições, de explosões
messiânicas, Jesus, unido ao Pai, torna-se aluno dos
fatos, descobre dentro deles a chegada da hora de Deus
e anuncia ao povo: “Esgotou-se o prazo! O Reino de
Deus está aí! Mudem de vida! Acreditem nesta Boa
Notícia!” (Mc 1, 15).
O programa da pregação que fazia do Reino, Jesus
o apresenta na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do
Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para
anunciar a Boa Notícia aos pobres, enviou-me para
proclamar a remissão aos presos e aos cegos a
recuperação da vista, para restituir a liberdade aos
oprimidos, e para proclamar um ano de graça por
parte do Senhor” (Lc 4, 18 – 19).
Jesus se apresenta como quem vem realizar as
esperanças do povo, suscitadas e alimentadas, ao longo
dos séculos, pelos profetas. Ele se apresenta como o
Messias-Servo anunciado por Isaías (Is 42, 1-9; 61, 1-2).
Propõe a realização de um ano jubilar, “um ano de
graça por parte do Senhor” (Lc 4,19). O ano jubilar
já fora tentado por Nehemias, sem muito resultado (cf.
Neh 5). O ano jubilar é a tentativa de reorganizar todas
as coisas, para que o povo pudesse recomeçar tudo
de novo e realizar a aliança com Deus que tinha sido
quebrada pela infidelidade.
Jesus propõe uma nova ordem
Tudo isto que Jesus faz, as suas atitudes, seus gestos
e suas palavras, revelam uma nova visão das coisas, um novo
ponto de partida, uma nova ordem. Não é uma nova ordem no
sentido de Jesus oferecer um programa concreto de ação política ou social, mas ele oferece e propõe alguns pontos básicos
que devem inspirar e renovar pela raiz todo o relacionamento
entre os seres humanos, em qualquer tipo de organização que
estiverem. [...]
Alguns destes pontos básicos:
1. o poder deve ser exercido como serviço (Mt 20, 24-28);
quem quiser ser o primeiro deve ser o último (Mt 20, 16; Mc
9,35); devem lavar os pés uns dos outros (Jo 13, 14);
2. Jesus revela Deus como Pai (Mt 23, 8-9; Jo 13, 8-11), esta é
a raiz da fraternidade; pede para que se imite Deus: “Sede
perfeitos como vosso Pai é perfeito, que faz chover sobre bons e maus” (Mt 5, 43-48);
3. Jesus une o amor a Deus ao amor ao próximo; estes dois
mandamentos são iguais e não podem ser separados (Mt
22, 34-40; Mt 6, 14-15); são como dois lados da mesma medalha; é o mesmo que ligar fé e vida;
4. Jesus radicaliza a lei, isto é, religa a lei à sua raiz que é o
bem-estar do ser humano (Mt 12, 1-7; Mc 2,27); o resumo
da lei é fazer aos outros aquilo que a gente gostaria que
eles fizessem a nós (Mt 7,12);
5. Jesus renova por dentro o relacionamento homem-mulher, e torna a exigir o ideal que estava na mente do Criador: “No começo não era assim!” (Mt 19, 1-9);
6. Jesus propõe um novo culto e lhe dá um novo conteúdo (Jo
13,1; Lc 22, 14-20);
7. coloca-se a si mesmo no centro do relacionamento entre
o ser humano e Deus: “Ninguém vem ao Pai senão por
mim!” (Mt 11,27; Jo 14,6); “Eu sou o caminho, a verdade e
a vida!” (Jo 14,6).
Onde os seguidores de Jesus tiveram presente estes
pontos, eles necessariamente tomarão as mesmas atitudes
frente à sociedade de hoje que Jesus tomou no tempo dele.
Lutarão como ele pela libertação da vida, aprisionada em
estruturas envelhecidas e opressoras, para que todos possam
ter vida e vida em abundância. Esta nova ordem está presente
em germe na própria prática de Jesus e no jeito novo que ele
tinha de ensinar as coisas:
1. linguagem simples em forma de parábolas, que não faz
saber, mas faz descobrir (Mc 4,33);
2. ajuda os apóstolos e o povo a refletir a partir dos fatos (Lc 13,
1-5; 21, 1-4), e das coisas da vida (Mt 6,26; Jo 16, 21-22);
3. confronta os apóstolos com os problemas do povo: “Dêemlhes vocês mesmos de comer!” (Mc 6, 37);
4. Jesus ensina com autoridade sem citar autoridades, diferente
dos escribas que viviam citando os doutores da tradição (Mc
1,22);
5. dá grande atenção às pessoas sem distinção (Mt 22,16);
6. ensina em qualquer lugar e acolhe todos no seu auditório,
inclusive as mulheres que não podiam participar das
instruções nas sinagogas, (Lc 8, 1-3);
7. apresenta as crianças como professores de adultos: “Se
não se tornarem como crianças, não poderão entrar no
Reino!” (Mt 18,3);
8. ele mesmo vive e faz o que ensina e diz, e ninguém consegue
acusá-lo de algum pecado (Jo 8,46);
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