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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
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ID
E
AVM FACULDADE INTEGRADA
ID
A dramatização teatral como técnica na Gestão de Recursos Humanos:
G
Como a utilização das técnicas teatrais podem se transformar em estratégias
Por: Rodrigo Lopes Ramalho
Orientador
Prof. Vinicius Calegari
D
O
C
U
M
EN
TO
PR
O
TE
inovadoras de interação das culturas organizacionais
Rio de Janeiro
2015
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A dramatização teatral como técnica na Gestão de Recursos Humanos:
Como a utilização das técnicas teatrais podem se transformar em estratégias
inovadoras de interação das culturas organizacionais
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão de Recursos
Humanos
Por: Rodrigo Lopes Ramalho
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus e à minha filha por entender que eu precisava estudar para
crescer profissionalmente.
4
DEDICATÓRIA
Dedico minha vitória à minha filha e à minha mãe que sempre estiveram ao
meu lado, me apoiando e incentivando a seguir em busca dos meus objetivos.
5
RESUMO
Este trabalho pretende discutir a utilização das técnicas teatrais, atualmente
conhecidas também por teatro-empresa, pois já se inclui no contexto
organizacional a partir do aspecto que ganha ressonância no mundo
empresarial de inovação comunicativa. No processo de comunicação das
empresas, estes estudos puderam examinar as estratégias de arte da
dramatização teatral, da contemporaneidade e tecnologia em relação à gestão,
verificando as características daquela que é uma modalidade particular em que
está inserido o teatro e seus efeitos através dos quais são responsáveis por
aumento de produtividade e participação grupal que estão convencendo aos
profissionais de Recursos Humanos da eficácia de sua aplicabilidade. Os
estudos demonstram uma comunicação inovadora que o teatro sempre
valorizou, principalmente na questão das relações humanas. O contexto
teatral, a partir de suas técnicas e processos de interação, reinterpreta as
relações humanas, apresentando ao funcionário/espectador o papel que era
até então inédito: o de sujeito da ação. O teatro-empresa influencia
favoravelmente
o
comportamento
dos
funcionários,
constituindo
um
instrumento importante no processo de comunicação organizacional, já que
fazendo uso de seus inúmeros recursos singulares de expressão da realidade
contemporânea, supera a simples obrigação de informar para ascender o
degrau ao nível de conscientizar e transformar comportamentos e vidas
significativamente o que vai beneficiar a rotina de uma empresa.
Palavras-chave: administração, teatro, relações humanas e comportamento.
6
METODOLOGIA
Foram utilizadas como fontes de informação sites, livros, revistas e teses em
geral que abordam os elementos e inovações recorrentes nas culturas
organizacionais atuais e em técnicas de administração de empresas que
possuam uma correlação com gestão de recursos humanos.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - O desenvolvimento
das relações humanas dentro de uma empresa
10
CAPÍTULO II - A dramatização e as técnicas teatrais
utilizadas como agentes de transformação
24
CAPÍTULO III – O impacto das técnicas da dramatização
na potencialização das relações humanas
30
CONCLUSÃO
39
ANEXO
40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
44
BIBLIOGRAFIA CITADA
46
ÍNDICE
47
FOLHA DE AVALIAÇÃO
49
8
INTRODUÇÃO
O tema busca propor uma alternativa para aumentar a produtividade e a
participação grupal dos profissionais de Recursos Humanos e dos demais
funcionários de uma empresa no processo de comunicação organizacional.
Através da análise dos fatores do cenário atual composto por uma acirrada
competitividade empresarial e do estudo aprofundado da temática a ser
desenvolvida, nota-se que cada vez mais é necessário investir e capacitar os
colaboradores de uma empresa.
Desta maneira, os gestores da empresa conseguem manter estes
mesmos colaboradores motivados a obterem melhores desempenhos nos
negócios/tarefas propostas de uma maneira geral e aumentam a produtividade
da força de trabalho de todos os setores envolvidos.
Este trabalho pretende discutir a utilização das técnicas teatrais, também
intituladas como teatro-empresas e como podem influenciar favoravelmente no
comportamento e na comunicação dos funcionários de uma empresa
organizacional.
Esta modalidade particular está inserida com o embasamento na arte da
dramatização teatral da contemporaneidade e sua eficácia poderá ser
constatada através do aumento da produtividade obtida e no benefício gerado
dentro da rotina maçante dos colaboradores de uma organização. Através do
estudo do tema e pesquisas coletadas será possível destacar e exemplificar as
técnicas teatrais utilizadas dentro do processo do cotidiano de uma empresa e
o porquê de se optar por este processo como inovação comunicativa dentro da
cultura empresarial.
Os estudos demonstram uma comunicação inovadora que o teatro sempre
valorizou, principalmente na questão das relações humanas. O contexto
teatral, a partir de suas técnicas e processos de interação, reinterpreta as
relações humanas, apresentando ao funcionário/espectador o papel que era
até então inédito: o de sujeito da ação. O teatro-empresa influencia
favoravelmente
o
comportamento
dos
funcionários,
constituindo
um
instrumento importante no processo de comunicação organizacional, já que
9
fazendo uso de seus inúmeros recursos singulares de expressão da realidade
contemporânea, supera a simples obrigação de informar para ascender o
degrau ao nível de conscientizar e transformar comportamentos e vidas
significativamente o que vai beneficiar a rotina de uma empresa.
Desta forma, se inicia este trabalho com a abordagem no primeiro
capítulo da questão do desenvolvimento das relações humanas dentro em uma
empresa. O capítulo está dividido em três tópicos que vão apresentar,
sucessivamente, a Gestão Empresarial e as Técnicas Teatrais Estimulando a
produtividade. Em seguida, o tópico tratará do ambiente organizacional e
finalizando o capítulo a questão do indivíduo presente na organização. Os
conceitos de empresa, relações humanas, administração e gestão, serão
abordados com ênfase na comunicação.
A partir do capítulo segundo, os estudos tratarão do teatro propriamente
dito, conceitualizando e fazendo um breve levantamento histórico, a partir das
arenas romanas até a contemporaneidade. Será enfatizada a comunicação
organizacional que está intimamente ligada ao dia a dia nas empresas e será
introduzido o objeto deste trabalho, que é o teatro-empresa, com a abordagem
da inovação comunicativa.
Para encerrar momentaneamente estes estudos, se destacam no
terceiro capítulo as técnicas teatrais. É importante estabelecer quais são estas
técnicas e como são utilizadas dentro do processo de formação do ator e como
utilizá-las no cotidiano de uma empresa. Estas técnicas seriam parte de um
trabalho eficaz de dinâmica de grupo, de motivação às inter-relações
considerando seu aspecto de agente da comunicação. Desta forma, o capítulo
se desenvolve a partir de um estudo acerca do impacto das técnicas da
dramatização na potencialização das relações humanas.
10
CAPÍTULO I
O DESENVOLVIMENTO DAS RELAÇÕES HUMANAS DENTRO
DE UMA EMPRESA
Considerando que as diferentes empresas partem de diferentes
princípios de gestão organizacional, segundo Ângelo Kinicki (2008), percebese que não é toda empresa que dispensa cuidados e preocupação para criar e
manter uma boa comunicação junto aos seus funcionários e familiares, por
exemplo. É necessário aprimorar a Gestão de Pessoas quando se estabelece
para tal a premissa de que o funcionário é um elemento-chave para o sucesso
e perpetuação dos seus negócios da empresa de um modo geral.
Neste primeiro capítulo será abordado o desenvolvimento das relações
humanas dentro de uma empresa. O capítulo está dividido em três tópicos que
vão apresentar, sucessivamente: A gestão empresarial e as técnicas teatrais
estimulando a produtividade; o ambiente organizacional e por último discutirá a
maneira na qual o indivíduo encontra-se presente na estrutura organizacional.
1.1 - A Gestão Empresarial e as Técnicas Teatrais Estimulando
a produtividade
A Administração ou Gestão é uma ciência social que estuda e
sistematiza as práticas utilizadas para administrar.
1
O termo propriamente dito
“administração” vem do latim administratione, que significa direção, gerência.
Isto é, significam o ato de administrar ou gerenciar negócios, pessoas com o
objetivo de alcançar metas definidas, preestabelecidas. A Administração
compreende uma área do conhecimento que está fundamentada em um
conjunto de princípios, normas e funções elaboradas para disciplinar os
diversos fatores de produção, sabendo-se que o alcance para determinados
fins, como maximização de lucros, e adequada prestação de serviços públicos,
atendem a uma necessidade da sociedade. (CHIAVENATO, 2003)
1
Administração. In: FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 1.
ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1981. p. 38.
11
Segundo Chiavenato (2003) a Teoria Geral da Administração é um
campo do conhecimento que se ocupa do estudo da Administração em geral,
na contemporaneidade se revela como uma área repleta de conhecimentos e
de desafios também porque cada organização tem objetivos particulares, o seu
ramo de atividade, os seus dirigentes e o seu pessoal, além de seus
problemas internos e externos peculiares, seu mercado, a sua situação
financeira, o desenvolvimento ou aquisição de sua tecnologia, seus recursos
básicos, sua ideologia e política de negócios.
Segundo
Maximiniano
(2008),
as
teorias
administrativas
são
importantes, pois assim que relacionadas com a prática, permitem ao indivíduo
identificar os caminhos mais eficientes para alcançar os resultados satisfatórios
e, além disso, sabe-se que as organizações dependem de pessoas para
administrá-las. O autor complementa analisando que permeando todo esse
processo administrativo estão pessoas, objeto destes estudos relacionando-as
às questões de gestão de pessoal.
Trabalhar com pessoas significa participar de um processo formado por
outros processos, como por exemplo, a liderança, que é um processo
complexo
que
se
refere
a
várias
atividades
e
competências
dos
administradores. Como toda organização é formada por pessoas, a interação
entre elas pode e deve ser observada e estudada em seu conjunto de
manifestações que, essencialmente, constituem a cultura de uma organização.
A cultura compõe-se de três dimensões interdependentes: a material, a
psicossocial e a ideológica, tanto na sociedade quanto na organização
(MOSCOVICI, 1996, p. 16).
Pressupõe-se que a existência de uma instituição a ser administrada
e/ou gerida, significa que uma organização é constituída de pessoas e
recursos que estão relacionados a um determinado ambiente, orientada para
objetivos que lhe são comuns. (IDEM)
A Administração é frequentemente tomada como Administração de
Empresas, todavia isto só pode fazer sentido se esse termo empresa também
for considerado como um sinônimo de organização, o que significa vários
esforços humanos organizados, realizados em comum, com um fim específico,
12
um objetivo estabelecido. O ideal seria, segundo Drucker (1998), considerar a
Administração de Empresas uma subárea da Administração, já que esta trata
de organizações que podem ser públicas, sociedades de economia mista ou
privadas, com ou ainda sem fins lucrativos.
A necessidade de organizar os estabelecimentos nascidos com a
revolução Industrial no século XIX, levou profissionais de diversas áreas mais
antigas, a exemplo da Engenharia que busca soluções específicas em sua
área de atuação. Então a aplicação de métodos de diversas ciências, para
administrar seus empreendimentos, deu origem aos “rudimentos da Ciência da
Administração” (DRUKER,1998)
Outros autores que consideram a Administração uma área interdisciplinar
do conhecimento humano, se utilizaria de métodos e saberes de diversas
ciências, como a Contabilidade, Direito, Economia, Filosofia e Sociologia.
Porém, não se deve confundir, como afirma Drucker, a gerência de uma casa
ou da vida pessoal, com a administração de uma instituição.
A gerência corporativa requer conhecimento e aplicação de diversos
modelos e técnicas administrativas, ao passo que a gerência pessoal pode ser
feita por pessoas sem qualificações adicionais. Como exemplo de dependência
da Ciência da Administração, para funcionar de forma empresarial, estão as
Instituições de Direito Público ou de Direito Privado, criadas, respectivamente,
para finalidades sociais ou fins lucrativos. (CHIAVENATO, 2003).
As organizações mundiais têm passado por mutações diversas e
intensas, e com o decorrer dos anos elas têm procurado se adequar
fundamentalmente às pessoas. Com estas diversas mutações ocorrendo,
surge dentro das organizações um novo departamento e uma nova filosofia de
administrar uma organização. A área de Recursos Humanos, tendo como
filosofia a valorização das pessoas que são o maior bem patrimonial existente
na organização. Contudo a área de Recursos Humanos vem para fazer com
que as organizações reconheçam o verdadeiro papel das pessoas que
contribuem para o sucesso. É preciso antes de tudo valorizar os seus clientes
internos e externos, comprometer-se eticamente com o desempenho.
13
A contemporaneidade trouxe a questão do ser diferente e do fazer
diferente tudo este um requisito para acompanhar a competitividade, porém
isso só pode ocorrer se as pessoas que fazem parte da organização estiverem
realmente comprometidas em seguir suas normas e visão, e que estejam
realmente engajadas com o cumprimento de seus objetivos e de atingir as
metas organizacionais estabelecidas.
Assim, a Gestão de Pessoas faz parte de toda organização e é
essencial que busca a excelência, a qualidade como premissas de um trabalho
bem planejado. Mas é importante apontar que a organização necessita
desenvolver e valorizar os talentos existentes dentro da equipe como forma de
motivação para o bom desempenho de todos, fazendo com que ele se sinta
verdadeiramente útil no processo administrativo, mas que também venha a
conscientizar todo colaborador e o ser humano que tem grande importância
dentro de uma empresa.
É através das técnicas teatrais, da dramatização que possam reviver as
cenas do cotidiano, a inversão de papéis, improvisações e as dinâmicas, é
possível descobrir novas formas de estar no mundo, de ser no mundo. Essas
técnicas, os exercícios, permitem a criação de diferentes papéis a serem
desenvolvidos mais ainda, a possibilidade de realizar tarefas de uma maneira
mais criativa e prazerosa com a dramatização.
De uma forma lúdica, trabalhamos a capacidade de descobrir recursos
internos, desenvolvem-se novas atitudes e novas respostas, por conseguinte,
se pode construir habilidades cognitivas e estimular diferentes formas de
solucionar problemas e de negociar no dia a dia da empresa. O teatro tem uma
função transformadora. Assim, através dessa experiência, é possível
desenvolver as capacidades emocionais, intelectuais, criativas e produtivas do
trabalhador e funcionário da empresa. (GIL, 2001)
Gestão de Pessoas é a função gerencial que visa à cooperação das pessoas
que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais
quanto individuais. (GIL, Antônio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos
papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2001).
14
A área de Recursos Humanos, a parir do final do século XX deixou de
ser um simples departamento de pessoal para um agente de transformação
em uma organização.
O atual momento das organizações requer ações de gestão que gerem
comprometimento por parte dos funcionários. A competição muito intensa fez
com que modelos mais tradicionais fossem substituídos por modelos bem
contemporâneos, o que gerou um maior valor para os produtos e serviços,
proporcionado também maior realização pessoal e profissional a classe de
trabalhadores.
Em suma, uma empresa é um conjunto de ações organizadas de dois
ou mais indivíduos cuja cooperação entre elas é fundamental para a
sobrevivência da organização, pois ela só existe quando nelas se apresentam
pessoas que se comunicam e estão dispostas a colaborar em ações conjuntas.
A cultura organizacional poderia estar dividida “num modelo de iceberg
fazendo uma alusão da cultura organizacional, de modo que na parte superior
que é a visível, encontra se na superfície das águas, e na inferior fica oculta
sob as águas e totalmente fora da visão das pessoas”.
Aspectos formais abertos: Estrutura organizacional; Títulos e descrições
de cargos; Objetivos e estratégias; Tecnologia e práticas operacionais; Políticas
e diretrizes de pessoal; Métodos e procedimentos; Medidas de produtividade
física e financeira.
Aspectos Informais e ocultos: Padrões de influência de poder
Percepções e atitudes das pessoas; Sentimentos e normas de grupo; Valores
e expectativas; Padrões de interação informais; Normas grupais; Relações
afetivas.
15
1.2 – O ambiente organizacional
O ambiente organizacional é uma construção abstrata que pode ser vista a
partir de uma série de perspectivas. Dois dos autores mais influentes nesse
campo de estudo são Emery e Trist (1965), para quem os ambientes podem
variar em termos de seu grau de complexidade e mudança. Sob essa
perspectiva, os ambientes do tipo turbulento se modificam constantemente e
introduzem elevados graus de incerteza na organização (MORESI, E. A. D. O
contexto organizacional. In: TARAPANOFF, K (Org.). Inteligência organizacional
e competitiva. Brasília: Ed. UnB, 2002. p. 51-91).
As
organizações,
desde
o
início
do
estabelecimento
de
seu
funcionamento, possuíam algum tipo de sistema de informação, mesmo que
este sistema atuasse de forma simplificada.
Até bem pouco tempo, “quase todo o ajuste mútuo, ou seja, as trocas
diretas de informações dentro da organização eram decorrentes da
comunicação interpessoal entre os colegas de trabalho”. Com o advento do
computador e a internet, esses sistemas foram revistos, ampliados e
resultaram em sistemas integrados de informação.
Existe uma enorme variedade de fontes de informação sobre o que é
ambiente organizacional. Essas mesmas fontes abrangem os mais diversos
aspectos do ambiente empresarial e constituem importante recurso de
informação para os negócios de um modo geral.
Outros trabalhos descrevem além de analisam fontes de informação que
podem ser utilizadas no processo monitoração do ambiente organizacional.
Se lê em Vergara (2000) uma série de fontes citadas de como relatórios
de estudos sobre setores industriais, associações comerciais, publicações
comerciais, imprensa especializada em negócios, diretórios, relatórios anuais e
publicações governamentais.
Um estudo realizado por Varella (2002) identifica outra lista de fontes
assinaladas por gerentes considerando importantes para o processo de
inteligência empresarial:
- fontes internas: setores de vendas, de pesquisa mercadológica, de
planejamento, de engenharia, de compras, análise de produtos concorrentes,
ex-empregados de concorrentes;
16
- contatos diretos com o setor de negócios: clientes, encontros, demonstrações
de vendas, distribuidores, fornecedores, associações comerciais, consultores,
varejistas, empregados dos concorrentes; agências de publicidade;
- informações publicadas: periódicos do setor, material promocional das
empresas, relatórios anuais, relatórios de analistas financeiros, periódicos
financeiros, discursos dos gerentes, periódicos de negócios, jornais nacionais e
locais,
diretórios,
publicações
governamentais;
- outras fontes: analistas financeiros, bases de dados eletrônicas, bancos de
2
investimento e comerciais, e anúncios .
Podem-se resumir estas fontes no quadro abaixo:
Quadro 1: Fontes externas e internas de informações
construção própria
Esta relação faz parte do ambiente organizacional. É importante
destacar a identificação das fontes de informação de acordo com sua origem,
porque estas envolvem um certo grau de ambiguidade. Pode-se explicar o fato
porque a informação é transmitida ao longo dos elos de uma “cadeia alimentar
2
IN: http://www.dgz.org.br/dez02/Art_03.htm .
17
informacional”. O que significa que as diversas fontes se “alimentam umas das
outras, formando diversas cadeias alimentares inter-relacionadas, de forma
que a informação é tipicamente transferida através de vários consumidores
intermediários antes de chegar ao usuário final”. (ARAÚJO, 2004)
Acerca da questão administrativa organizacional, se identifica a questão
do controle. O controle é uma variável que tem substancial importância nos
estudos sobre as organizações. A existência de qualquer organização está
altamente condicionada ao controle, pois sem a presença dessa função
administrativa
é
quase
impossível
manter
qualquer
planejamento
administrativo. O controle é uma ferramenta de auxílio do administrador para o
alcance do desempenho da organização. (DRUCKER, 1998)
Planejamento, controle e decisão são atividades interligadas. O
planejamento estabelece o padrão para que o controle verifique o padrão e a
decisão dá início às informações geradas pelo controle. Assim, o controle
possibilita ao gestor certificar-se de que as metas e os objetivos estão sendo
alcançados pela organização, orientando as decisões a sua equipe, aos
funcionários. Os resultados alcançados devem ser comparados com os níveis
de desempenho esperados. Tem-se, então, que o controle é um processo
essencialmente regulatório. O controle também exerce a função restritiva, o
que significa que se pode esperar que os indivíduos se mantenham dentro dos
padrões desejados e/ou estabelecidos previamente. (DRUCKER, 1998, p.238)
Os desvios devem ser analisados e também devem ser identificados os
impactos que esses desvios provocarão nos resultados futuros: “a finalidade do
controle é fazer com que o processo corra suavemente, corretamente e
segundo os padrões exigentes”. Um sistema de controle eficaz fornece
informação e feedback quanto ao desempenho das atividades, permitindo a
descentralização.
Ele
possibilita
a
competitividade,
a
formulação
de
estratégias, além de ter o importante papel de minimizar riscos na tomada de
decisões. (IDEM)
Então se pode afirmar que a Administração se preocupa em decidir
quais as etapas que devem ser mensuradas e em quais momentos o controle
deverá exercer sua missão. O controle é uma ferramenta fundamental no
18
processo de gestão e naturalmente deve ser flexível para não gerar custos
excessivos e gerar, ainda, mais problemas do que soluções.
Espera-se que um controle organizacional eficiente apresente diversas
características para atuação.
Desta forma, se acredita, que ele não deve medir apenas o que passou
ou se adaptar às operações do momento. O controle verifica onde as
organizações querem chegar a fim de se adaptarem às novas estratégias todo
o tempo. Outro ponto importante é que o controle também permeia cada etapa
do próprio processo de controle, desde o estabelecimento dos padrões até a
adoção das ações necessárias e com função corretiva, consequentemente.
(VERGARA, 2000).
Quadro 2: A pirâmide de atuação do RH. Fonte: Educacão corporativa e organizacional do
departamento de Rh.com
19
1.3 – O indivíduo presente na organização
O futuro não pode ser uma continuação do passado, e há sinais, tanto
externamente quanto internamente, de que chegamos a um ponto de crise
histórica. As forças geradas pela economia tecnocientífica são agora
suficientemente grandes para destruir o meio ambiente, ou seja, as fundações
materiais da vida humana. As próprias estruturas das sociedades humanas,
incluindo mesmo algumas das fundações sociais da economia capitalista, estão
na iminência de ser destruídas pela erosão do que herdamos do passado
humano. Nosso mundo corre o risco de explosão e implosão. Tem de mudar.
(HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. 2 ed.
São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p.562)
É importante a partir deste tópico, compreender em que se
transformou o trabalho na sociedade moderna, ou seja, após a Revolução
industrial, e quais foram as consequências dessa transformação para o
indivíduo e o indivíduo trabalhador. Algumas questões de extrema relevância
precisam ser levantadas para se entender como se deu o processo dessa
mudança.
O primeiro ponto se refere ao desenvolvimento de uma estrutura arcaica
que com o desenvolvimento tecnológico vem assumindo um papel de
influência determinante na sociedade moderna. Assim, o homem se defronta
cada vez mais com a padronização dos processos de trabalho como trouxe a
revolução, e com a sofisticação dos instrumentos tecnológicos, exigindo mão
de obra qualificada, tornando o trabalho, quase sempre, desprovido de sentido.
(ENRIQUEZ,1997)
O segundo ponto se refere à transformação da empresa em um local
não cultural em que o indivíduo é constantemente contratado e formado dentro
da empresa, no sentido de auxiliar na compreensão do que diz respeito ao
trabalho que realiza, sem a grande preocupação, por parte da empresa, em
estimular a reflexão crítica. (IDEM)
Observa-se com isto, que a empresa busca fornecer os saberes que
possam ser essenciais para seu próprio desenvolvimento, relacionado a
produtividade e rentabilidade, e principalmente, a empresa trabalha no sentido
de desenvolver a identificação a seus funcionários com valores concebidos
20
com a formação de uma cultura da organização. (ARAÚJO, 2004)
Segundo Brandão (1999), uma organização pode ser definida de
diversas formas: empresa, cooperativa, associação enfim qualquer outro tipo
de grupo de pessoas organizadas a partir do mesmo objetivo. E esses grupos
têm uma missão fundamental, a de se relacionar com os indivíduos. A Visão
de uma empresa é o enunciado do que ela espera em um futuro e dentro de
uma perspectiva de espaço de tempo.
Ao contrário da Missão que descreve o presente, o agora, a razão de a
empresa existir, é a Visão que explicita como a empresa deve ser vista, o que
deseja realizar e, fundamentalmente aonde quer chegar. “Se a Missão é
permanente e não muda com o tempo, a visão pode ser alterada assim que os
seus objetivos são alcançados”. Os Valores atuam como uma ancora, e são
formados durante toda a vida, com certeza em algum momento os valores
foram se moldando ao tempo e a ambiente na atualidade, e com certeza
alguns deles simplesmente desapareceram e reapareceram ao longo da
história. (BRANDÃO, 1999)
Quadro 3: Organização e Indivíduo
Fonte: administradores. com
21
No contexto social de uma empresa, surge a figura do indivíduo atuando
de tal forma nas relações de negócios que se torna dissociável os estudos
separados da gestão e da pessoa.
Sendo assim, se busca uma compreensão acerca do conceito de
indivíduo e seu papel na sociedade e nos meios sociais. Kierkegaard aborda
uma temática antiga, porém numa perspectiva nova. A questão do indivíduo já
surgira na antiguidade. “A palavra indivíduo possui duas origens: em grego, se
diz atomon e, na língua latina, individuum. Em ambos os idiomas, o significado
aproxima-se de algo que possui uma unidade originária e singular” (DE
PAULA, 2009d, p. 39).
Passando também pelo idioma dinamarquês, o indivíduo, o único, o
singular, se diz en Enkelt, que traduzido para o idioma inglês é sinônimo de
single - singular. “O autor dinamarquês enfatiza o indivíduo e sua subjetividade
em meio a uma sociedade de massas” (DE PAULA, 2009 ).
A dicotomia entre indivíduo e sociedade
3
é fundamental nas Ciências
Sociais, e faz parte dos primórdios do desenvolvimento dos saberes humanos,
que surgiu em meio a um crescente processo de industrialização iniciado ainda
no século XVIII e que levou ao surgimento de inúmeros problemas sociais no
inicio do século posterior. Pode-se dizer que as transformações no mundo
ocorreram pela transição de uma realidade rural para um ambiente urbano e
industrial. O advento de estruturas sociais mais complexas que se formam a
partir da Revolução Industrial que fez com que os homens se vissem na
necessidade de interpretá-las. A partir da sociologia, surge a nova ciência que,
tentará explicar a realidade, estudando sistematicamente o comportamento
social dos grupos e as interações humanas em seus mais diversos ambientes
e grupos. (IDEM)
Basicamente busca-se compreender que todas as relações sociais
3
Dicotomia é a divisão de um elemento em duas partes, em geral contrárias, como a
noite e o dia, o bem e o mal, o preto e o branco, o céu e o inferno etc.Com origem no grego
dikhotomía, uma dicotomia indica uma classificação que é fundamentada em uma divisão entre
dois elementos. A nível da teologia, os dicotomistas acreditam que o ser humano é dividido em
duas partes: corpo e alma (sendo que para eles, alma e espírito são sinônimos).
22
estão interligadas, formando um todo social ao qual denominamos de
sociedade. “A passagem de uma sociedade rural para uma sociedade urbana,
com a formação de grandes cidades, abriu novos espaços de sociabilidade,
em que conviveram pessoas diferentes e estranhas umas às outras, com
objetivos e motivações distintas”. Esses novos espaços e meios de interrelações substituíram os espaços mais tradicionais. O rápido processo de
urbanização provocou a degradação do espaço urbano anterior, do meio
ambiente, e a destruição dos valores tradicionais. As indústrias atraíram as
populações rurais para as cidades e a tecnologia coloca o ser humano como
mentor de uma realidade e exige das empresas uma abordagem humanística
em suas relações de trabalho. (MAXIMIANO, 2002)
Com o pensador Carl Marx, mesmo em seus primeiros escritos a
temática do indivíduo é abordada com maior intensidade. Uma primeira grande
crítica é a de que Marx, como economista, preocupou-se em analisar
fenômenos econômicos e, por conseguinte, impossibilitou a discussão acerca
do indivíduo. No entanto, nenhuma das categorias marxianas como modo de
produção, alienação, fetichismo, dinheiro e etc. podem ser identificadas como
materiais ou econômicas. Em suma, é por isso que Marx pôde afirmar que o
ponto de partida “não é o indivíduo abstrato, imaginado ou pensado. Ele é
antes de qualquer coisa um ser corpóreo, real e objetivo; um ser que tem
existência material e que tem uma atividade vital que não se reduz à
consciência”.
4
Ainda em relação ao indivíduo e os jogos teatrais, é a sua dimensão
social, artística, política e ideológica que Max compreendia dentro do universo
proletariado, dinâmico dentro de uma perspectiva do trabalho e produtividade.
Como técnica e método para a construção de um ser proativo - aquele
indivíduo, propositor de novas; operante e consciente traz questões acerca da
sociedade
e
como
abordagem metodológica relevante na sociedade
contemporânea, principalmente porque o ser humano produz conhecimento –
metáfora da ação. (BOAL, 2001)
Há a necessidade de se compor uma reflexão acerca da importância do
4
IN:http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v3n1_marx.htm
23
indivíduo relacionando-o com suas atividades e com o seu grupo, dentro e fora
do ambiente da empresa. Os jogos teatrais possuem um método no contexto
da dinâmica em busca da interação e em função do aumento da produtividade
sem gerar estrese.
A metodologia aplicada e os procedimentos práticos do método do
teatro, quando utilizados, visam a estimular e trabalhar a concentração e
descontração ignoradas pelas teorias de Carl Marx. “O método do teatro parte
de uma perspectiva, em médio prazo, para a busca de valores éticos e
estéticos na composição da identidade, e visão de mundo”. O toda teoria de
Augusto Boal (2001) utiliza a perspectiva de mundo pela estética do teatro do
oprimido “que consiste em mensurar esses exercícios do fazer-dizer da
linguagem teatral e como essa ótica pode compor uma verdadeira forma de
verificar e refletir criticamente o ser humano e o mundo”.
24
CAPÍTULO II
A DRAMATIZAÇÃO E AS TÉCNICAS TEATRAIS
UTILIZADAS COMO AGENTES DE TRANSFORMAÇÃO
Este capítulo abordará o conceito do teatro obtido através de um breve
levantamento histórico que inclui o seu surgimento nas arenas romanas até os
dias de hoje. Além disso, será introduzido o objeto de estudo, o teatroempresa, que por sua vez exemplificará como a comunicação organizacional
se encontra interada ao dia a dia das empresas como uma ferramenta de
abordagem de inovação comunicativa.
2.1 – A origem do Teatro-Empresa e/ou Teatro Organizacional
A origem do teatro ocidental esta ligada aos mitos gregos
arcaicos e a religião grega. A mitologia grega e formada por
numerosos deuses imortais e antropomórficos, isto e, que
tem a forma e o temperamento humano; os deuses
antropomorfizados amam, odeiam, perseguem, discutem,
sentem ciúme, são vingativos, traem, mentem como as
pessoas comuns. Existem varias gerações e famílias
divinas na mitologia grega. (CAMARGO, 2005)
Foi Aristóteles, filósofo grego (384-322 a.c.), quem fez a primeira reflexão
teórica sobre a natureza e os princípios que regem a arte dramática. Aristóteles
definiu os principais elementos de uma peça teatral: o pensamento, a melodia
e a encenação, em sua obra “A Arte da Poética”. Embora tenha algumas
variações, essa concepção do filósofo prevalece na contemporaneidade,
especialmente nas formas de teatro consideradas mais tradicionais.
Foram os gregos que produziram um considerável acervo de comentários
e referências sobre o teatro e a literatura dramática. Mas nada superou em
importância e a grandiosidade de a Poética de Aristóteles em seus capítulos
dedicados à tragédia e à comédia, o primeiro corpo verdadeiramente
sistemático de teoria do teatro e do drama.
Estabelecida uma relação entre o lúdico, a dramatização, a linguagem e
25
a necessidade de comunicar refletindo e trazendo paradoxos para a discussão
a partir da modernidade, principalmente, trouxe a perspectiva que se conhece
por Happening, ou seja, o que prevê uma reação do público, e procura
provocar uma criação artística espontânea, eventualmente coletiva.
Primeiro surge o Teatro na Educação ou Teatro Educativo, ou ainda
Teatro Pedagógico, que consiste em trazer para a sala de aula, na Escola ou
em um projeto de Educação, as técnicas do teatro e aplicá-las na
comunicação, na linguagem de comunicação na aplicação do conhecimento.
As diversas possibilidades do teatro como uma ferramenta pedagógica já são
bem conhecidas.
Seja o aluno um espectador ou um mero figurante, o teatro é um meio
para fixar na sua memória um determinado tema, para levá-lo, seja através de
um impacto emocional ou de uma reflexão sobre determinada questão moral, a
estabelecer juízo de valor. Este é, portanto, ponto do qual se pode partir para
examinar os aspectos práticos de sua utilização não apenas pelo Pedagogo.
O Teatro Empresarial é muito mais que entretenimento ou tão pouco
apenas para ajudar a fixar na memória determinado conhecimento. Ele traz
uma ação artística diferenciada; uma ferramenta valiosa para comunicação
dentro de uma empresa.
Como funciona dentro da empresa:
- o Teatro Empresarial é uma excelente ferramenta na comunicação interna da
empresa;
- a comunicação com os clientes e público aberto, torna mais evidente os
temas abordados provocando a autocrítica no indivíduo;
- o indivíduo passa a se sentir parte fundamental desta engrenagem,
chamando à responsabilidade e reavivando o espírito de equipe.
26
Figura 1: Funcionários em treinamento
Fonte: LG
O Teatro Empresarial viabiliza a formação de uma nova cultura sobre
como proceder em situações do dia a dia da organização, enfatiza de forma
produtiva e estimulante os procedimentos valorizados pela empresa, ou seja: o
que fazer, o que não fazer, como fazer. Os impactos causados pela adoção do
caminho errado, com reflexo imediato sobre o ambiente de trabalho e a
produtividade são uns dos resultados dessa prática. O Teatro Empresa é uma
ótima ferramenta para assimilação de sua mensagem, você escolhe o tema:
SIPAT (segurança do trabalho), Qualidade de Vida, Meio Ambiente, Motivação,
Liderança e Produtividade, Ergonomia, Força de vendas e outras mais.
Verifica-se que após o treinamento com esta abordagem se dá com
espetáculos ou ações sobre a rotina de seus trabalhos, onde os envolvidos
assistem de forma prática e divertida a situações do cotidiano, pois se
identifica com as histórias apresentadas, o que vem a gerar reflexão sobre o
tema abordado e trazendo novas possibilidades para temáticas em reuniões e
reavaliações.
Assim, se cria novos recursos e poderoso agente para implantação e
fidelização de normas e procedimentos empresariais. Temas mais abordados
dentro das empresas, segundo Varella (2002):
27
• Comunicação e Integração
• Segurança do Trabalho – SIPAT´S
• Qualidade de Vida - STRESS
• Motivação
• Atendimento ao Cliente
• Fidelização de certificados e normas
• Lançamento de Produtos
• Convenções
• Autoentendimento, e aconselhamentos
• Campanhas de conscientização relacionamentos
Figura 2: Treinamento em locus
Fonte: Petrobras
28
2.2 – As inter-relações com a prática do teatro
A maior questão para as relações dentro das organizações se
estabelecem hierarquicamente e, por conseguinte, em cada núcleo da
empresa. Por exemplo, o supervisor: o termo supervisão é usado
costumeiramente para designar a atividade de direção imediata das atividades
dos subordinados. Assim, de acordo com Robbins (1978), ela representa a
função de direção exercida no nível operacional da empresa, ou seja,
assistência à execução. (SILVA&OLIVEIRA, 2009).
Segundo o autor Bittel (1982), os supervisores constituem uma peça
fundamental de todos os grupos de gerenciamento, contribuindo para a solidez
de uma organização. Eles atuam como ponto de convergência entre os níveis
intermediários e executivos da gerência e o nível dos empregados que
executam o trabalho.
De modo a exemplificar um forte segmento especializado neste ramo de
atuação, pode-se exemplificar como objeto de estudo para este trabalho o
desenvolvimento das ações da empresa Primeiro Ato Produções. Atuante no
mercado nacional há quinze anos e detentora de uma considerável cartela de
300 clientes-empresas como a Volkswagem, Bayer e Unilever, a produtora
teatral paulista utiliza o teatro como ferramenta nos objetivos das empresas de
estabelecer um conjunto de elementos, interagindo com a força de trabalho,
por meio de diretrizes e padrões.
O objetivo final é o de promover a melhoria da qualidade dos serviços e
aumentar uma postura preventiva com relação às questões de segurança,
meio ambiente, saúde e assuntos corporativos em geral e a lidar com questões
de poder, hierárquicas, de relacionamento e grupal (produtividade e
motivação).
É uma empresa especializada em palestras, esquetes, performances,
intervenções dentro do conceito “teatro treinamento” para as empresas que
buscam dinamizar suas atividades.
Utilizando o humor e a emoção, os espetáculos pretendem informar,
sensibilizar e conscientizar, através de uma identificação imediata e, desta
29
forma ter uma grande aceitação e envolvimento dos temas apresentados,
assim como, um alto índice de absorção e fixação de informações. Tem
também como objetivo ser ágil e prático, facilitando as nossas apresentações
nos mais variados espaços e locais que a empresa julgar oportuno.
Figura 3: apresentação de funcionários para funcionários
Fonte: Belgo Bekaert – 2011
O papel da linguagem como mediadora das relações estabelecidas
pelos sujeitos estabelece uma dinâmica necessária a todos os segmentos da
sociedade e empresarial, principalmente porque todos estão ligados ao
marketing pessoal também. O teatro romano criou suas próprias inovações,
com o esclarecimento das inter-relações entre teatro e educação.
30
CAPÍTULO III
O IMPACTO DAS TÉCNICAS DA DRAMATIZAÇÃO NA
POTENCIALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES HUMANAS
Para encerrar estes estudos, será desenvolvido neste capítulo as técnicas
teatrais e como elas são utilizadas dentro do processo de formação do ator
dentro do cotidiano de uma empresa. Desta forma, o capítulo se resume a
partir de um estudo acerca do impacto das técnicas da dramatização na
potencialização das relações humanas.
3.1 – A cultura empresarial
Henry Ford terá afirmado certo dia “Como se explica que quando
preciso apenas de um par de mãos, tenha de lidar com um ser
humano?”. Se esta questão do fundador da Ford Motor Company não
estivesse documentada como tendo sido proferida por um dos maiores
industriais de todos os tempos, o mal-estar provocado pela asserção
seria certamente grande numa conversa casual entre modernos
profissionais de RH. Embora atendendo a uma distância temporal
significativa,
os desafios
genéricosouque
estão
na essênciaque
deste
A
cultura empresarial
é um conjunto
sistema
de significados
são
desabafo mantêm-se: como lidar com um ser humano em ambiente
compartilhados
por umagerir
determinada
empresa dentro
deimpacto
um tempo
laboral? O que acarreta
tamanha complexidade?
Que
tem
essa
gestão
no
dia
a
dia
das
empresas
e
demais
organizações?
muito específico. Essa cultura inclui valores, crenças, histórias,
(NEVES, 2000)
A cultura empresarial pode ser vista como resultado de um aprendizado
coletivo que identifica as instituições. Atualmente, é bastante comum contrapor
as empresas tradicionais e as empresas dentro da nova economia, o que lhes
confere elementos culturais distintivos, dentre eles está a Ética.
Ainda que esta distinção ocorra, ela reforça a ideia de que as empresas,
vistas isolada ou conjuntamente, professam uma cultura e que ela está em
permanente e intensa mudança. (IDEM)
Se for considerado que comunicar não é passar informações, mas a
humanização das relações será identificado que as empresas estão
empenhadas em humanizar suas relações internas e externas. Isto significa
31
que está havendo uma aproximação com funcionários e com os clientes. Essa
aproximação vem se dando através da linguagem tecnológica, basicamente. O
advento da internet possibilita esse processo com muita rapidez e
funcionalidade, mas ainda se considera a cultura organizacional e o marketing
(construção
da
marca)
como
determinante
no
estabelecimento
da
comunicação e humanização propostas.
A comunicação interna é uma ferramenta fundamental para as
organizações no que se refere à obtenção de excelentes resultados como o
aumento da produtividade e o ganho financeiro.
Todavia, quando ocorre barreiras na comunicação interna, vários
transtornos surgem e podem levar a organização ao descrédito, ou até mesmo
ao fracasso. A comunicação quando malfeita ou feita de forma insatisfatória
gera insegurança, desmotivação e falta de comprometimento em seu quadro
de pessoal e clientes externos. 5
Quadro 4 : Cultura empresarial
Construção própria a partir de CALDAS & MOTTA, 1997
5
JACOMINI, Luciana. O papel da comunicação nas organizações. Rev. Npi /Fmr. set.
2011. IN: http://www.fmr.edu.br/npi.html
32
3.2 – A teatralização e a Gestão de Recursos Humanos
Henry Ford terá afirmado certo dia “Como se explica que quando
preciso apenas de um par de mãos, tenha de lidar com um ser
humano?”. Se esta questão do fundador da Ford Motor Company não
estivesse documentada como tendo sido proferida por um dos maiores
industriais de todos os tempos, o mal-estar provocado pela asserção
seria certamente grande numa conversa casual entre modernos
profissionais de RH. Embora atendendo a uma distância temporal
significativa, os desafios genéricos que estão na essência deste
desabafo mantêm-se: como lidar com um ser humano em ambiente
laboral? O que acarreta gerir tamanha complexidade? Que impacto tem
essa gestão no dia a dia das empresas e demais organizações?
(NEVES, 2000)
Os autores Boxall e Purcell (2000), afirmam que a nova Gestão de
Recursos Humanos (GRH) está posicionada como agente facilitador da
tomada de decisões estratégicas.
Se existem objetivos dentro das empresas de ter retorno dos
investimentos e ganhar vantagens competitivas sustentadas através das
pessoas, terão que estabelecer uma ação em termos de GRH. Pode-se citar
como bons exemplos, o aumento da flexibilidade e na crença da legitimidade
social e da justiça.
Levando em consideração estes objetivos, e se as práticas de GRH
estiverem concentradas no desenvolvimento do indivíduo, essa relação
resultará essencialmente, no desenvolvimento de uma força de trabalho que
tem facilidade em mudar, e que se adapta a ambientes internos e externos
hostis e competitivos.
Uma vez atingido este ponto, os autores creem que se terá
desenvolvido, através do sistema de RH, conhecimentos e aptidões essenciais
para se tomarem decisões estratégicas. (BOXALL& PURCELL, 2000).
Quadro 5: Processos na GRH. Fonte: SCIELO
33
As pessoas partilham interpretações de situações específicas no
ambiente de trabalho, se comportam de forma consistente com os padrões
exigidos pelas organizações as quais representam.
Sendo assim, se convergem naquilo que é de fato importante realizar
dentro da empresa, o que melhora a performance não só individual como
organizacional, objetivo final.
Ao contrário de quando os colaboradores discordam por interesses
diferentes, quanto a padrões de conduta, empenho e desempenho.
Dificilmente as performances individuais e organizativas serão inovadoras, mas
estabelecem situações que induzem, em menor grau ou e menor força, os
comportamentos individuais como mostra a figura abaixo: (CHIAVENATO,
2003):
Quadro 6: Processos / Força do GRH
Fonte: SCIELO
34
Segundo a afirmação dos autores Bowen e Ostroff (2004) - (Bowen, D.
e Ostroff, C., Understanding HRM-Firm performance linkages: the role of the
‘strength’ of the HRM system». Academy of Management Review, 29(2), pp.
203-221) é possível observar a verdadeira importância da comunicação e da
comunicação organizacional. “Tão ou mais importante do que se transmite, é a
forma como se transmite Significa isto que quem emite essas mensagens
passa a ter um papel de enorme relevo ao nível da influência social, da
persuasão e da interação com os outros”.
O modelo realça a força da situação como um elo que liga a GRH e a
liderança, de um lado, e a performance organizacional, do outro. Alcançar os
objetivos organizacionais estratégicos é função da capacidade do sistema de
GRH e da liderança para influenciar comportamentos e percepções. (ARAÚJO,
2004)
Esta nova concepção do indivíduo interliga os conceitos de sistema de
Recursos Humanos, cultura, comunicação, liderança, clima e performance
organizacional.
A proposta reflete uma nítida concepção holística da GRH. Uma visão
voltada para os processos de comunicação e inter-relações, poderá oferecer
um melhor entendimento do sucesso ou o insucesso das políticas de gestão
implementadas nas empresas. (IDEM)
Quadro 7: Modelo expandido da Força de GRH (Bowen e Ostroff, 2004)
Fonte: SCIELO
35
3.3 – As empresas utilizam o Teatro Empresa: resultados
As
organizações
estão
inseridas
em
ambientes
diversificados,
vulneráveis, em contrastes sutis e em constantes mudanças, em que a grande
volatilidade de informações e a concorrência influenciam no desempenho de
funcionários
e
comportamento
dos
clientes
exigindo
agilidade
e
competitividade. Devido a esta competitividade entre as organizações,
somente as com melhores estratégias e diferenciais resistirão a este esforço.
(BRUNO-FARIA, 2003).
Por isso, segundo Bruno-Faria, se valoriza cada vez mais qualidade e
eficiência nos processos organizacionais, além da criatividade. Os fatores que
refletem diretamente nos produtos e serviços estão condicionados a este
contexto.
Considerando esta realidade, a comunicação torna-se fundamental e o
suporte necessário ao ideal relacionamento entre uma organização e seu
público interno e externo está estabelecido entre o que funciona e o que
precisa mudar. Basicamente, os quadros abaixo fazem apontamentos que
resumem esta introdução:
36
Quadro 5: Arteterapia. Fonte: TEM
Quadros 8 e 9: Funcionamento da gestão no processo grupal
Fonte: Volvo Caminhões
O filósofo Locke, no século XVI, já imaginava que os objetos enviam sinais
físicos ordenados de tal forma que o nosso cérebro pode identificá-los e gerar
as ideias e motivar a mente humana o tempo inteiro. Tudo indica, no entanto,
que ele desconhecia que, “no processo do conhecimento o mesmo se dá com
o sentimento”.
Como sabe hoje o leitor que lê revistas e assiste os informativos da tevê,
por exemplo, o cérebro gera a química responsável por nossos sentimentos
em todas às suas variações e ressonâncias.
Resumindo, as “coisas” enviam os sinais (acústicos, óticos, visuais,
odoríferos, tácteis) “com os quais nós as identificamos (formulamos conceitos),
e que também provocam no cérebro a alteração fisiológica geradora dos
sentimentos que lhes correspondem” – são belas e prazerosas, ou feias ou
insuportáveis. Entre esses sentimentos estão o prazer e a emoção do êxtase e
o sucesso.
A Artemix Consultoria
6
6
oferece peças teatrais com o objetivo de treinar
- IN: Artemix Consultoria - http://www.artemixconsultoria.com.br/index.php/#quem_somos
37
os colaboradores, focando temas como segurança, motivação, produtividade,
responsabilidade social e qualidade de vida, entre outros - duração de cada
apresentação - cinquenta minutos. Palestra Teatral- baseado num tema de
interesse, as palestras animadas oferecidas pela Artemix proporcionam aos
seus clientes alternativos eficazes para abordar assuntos sérios com os seus
colaboradores de maneira leve e bem humorada- duração de cada
apresentação - quarenta minutos.
As empresas utilizam o Teatro-Empresa: resultados (principais
impactos e benefícios)
- O teatro é uma linguagem poderosa, com alto poder de síntese e
possibilidades;
- É capaz de proporcionar impacto múltiplo e diversificado;
- É capaz de gerar um registro muito mais consistente na memória, ao
atingir o espectador em três níveis: racional, emocional e estético;
- Uma peça de teatro é mais eficiente que um treinamento convencional,
pois permite que seja vista, ouvida e sentida;
- Possibilita apresentar cenas com situações, conceitos e ideias que
estimulam a adoção de uma nova postura profissional, interferindo
efetivamente na cultura da empresa;
- O poder de síntese da linguagem cênica lança mão de recursos
expressivos próprios da linguagem teatral, permitindo explorar um
extenso conteúdo informativo em pouco tempo;
- A peça é elaborada e adaptada segundo as necessidades e
expectativas de cada empresa.
Figura 4: treinamento e divulgação. Fonte: ArteMix Consultoria
38
A eficácia nos treinamentos e no dia a dia de uma organização que se
utiliza de técnicas teatrais como fator agregador e gerador de potencialidades,
comprovam a partir de resultados eficientes e rápidos, com o bom
desempenho de seu quadro de funcionários e satisfação dos clientes, que a
humanização é parte sim de um processo em que no início, com a Revolução
Industrial, estava descartado da rotina das fábricas mecanizando as ações e
sentimentos inerentes ao ser humano, tornando sua força de trabalho
sacrificante e em processo de deterioração de um conceito arcaico de força de
trabalho. (MONTANA, 2003)
A principal abordagem com as técnicas teatrais é a identificação
despertada pela experiência teatral cria empatia com os personagens e com as
situações retratadas; o potencial emotivo é maior do que em outras linguagens.
A informação no teatro não é fria. Todo o conteúdo veiculado impele ao
envolvimento com as situações abordadas; assistir a uma peça é participar de
um jogo prazeroso.
39
CONCLUSÃO
A aplicação de técnicas alternativas para o treinamento de funcionários
vem crescendo cada vez mais dentro das empresas. Essa é uma realidade que
trouxe a preocupação em se analisar a eficácia dessas práticas, emergindo da
pesquisa realizada por este trabalho. Nessa pesquisa o objetivo foi o de
analisar a eficácia das técnicas como uma prática inovadora de treinamento
utilizada por várias empresas não especificadas aqui, mas identificadas. Na
análise dos dados como os estudos acerca do teatro, faz parte da análise de
conteúdo da temática.
Concluindo-se
assim
que
a
aplicação
de
técnicas
teatrais,
a
aproximação com a arte do teatro para os funcionários em uma empresa, tem
contribuído significativamente para a melhoria no relacionamento dos
funcionários, aumentando a motivação, desempenho e produtividade. O que
tem influenciado positivamente nos negócios da empresa de uma maneira
geral e quando a mesma após a utilização dessa prática, tem se destacado e
sendo referência para outras. A intervenção Teatral é realizada em qualquer
área da empresa, com os atores interagindo, qualificando e alertando acerca
dos temas específicos solicitados pela empresa. O principal objetivo das
intervenções realizadas é interagir e estimular os colaboradores e ao mesmo
tempo passar as informações.
Sabe-se que o treinamento é ferramenta indispensável para a
manutenção de uma equipe de trabalho. Mas é importante manter esta equipe
capacitada e motivada, pois é responsável pelo aumento da produtividade e
motivação da força de trabalho. As empresas na atualidade têm buscado
modernas ferramentas para gerir seus funcionários e em se tratando do
treinamento e desenvolvimento elas recorrem a várias práticas consideradas
comuns até aquelas mais arrojadas e inovadores, modernas como a que se
destaca no objeto nesse trabalho que ainda demonstra que as dramatizações,
que se utilizam da simulação de ambientes reais de trabalho, trazem um efeito
positivo na ação e esforços do dia a dia.
40
ANEXO
INTERNET
41
42
43
44
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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3 - DE PAULA, Marcio Gimenes. Subjetividade e Objetividade em Kierkegaard.
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4 – PIRES, Sandra Regina de Abreu. Marx e o Indivíduo. Serviço Social em
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5 - JACOMINI, Luciana. O papel da comunicação nas organizações. Rev. Npi
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6– Artemix Consultoria. Quem Somos? IN:
http://www.artemixconsultoria.com.br/index.php/#quem_somos
47
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
O
desenvolvimento
das
relações
dentro de uma empresa
1.1
–
A
gestão
humanas
10
empresarial
e
as
técnicas
estimulando a produtividade
10
1.2 – O ambiente organizacional
15
1.3 – O indivíduo presente na organização
19
teatrais
CAPÍTULO II
A dramatização e as técnicas teatrais utilizadas como agentes de
transformação
2.1
–
24
A
origem
do
Teatro-Empresa
e/ou
Organizacional
24
2.2 – As inter-relações com a prática do Teatro
28
Teatro
CAPÍTULO III
O impacto das técnicas da dramatização na potencialização das relações
humanas
30
3.1 – A cultura empresarial
30
3.2–
A
teatralização
e
a
Humanos
3.3-
Gestão
de
Recursos
32
As
Teatro Empresa: resultados
empresas
utilizam
35
o
48
CONCLUSÃO
39
ANEXOS
40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
46
BIBLIOGRAFIA CITADA
47
ÍNDICE
49
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