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Opinião
O Estado do Maranhão - São Luís, 23 de março de 2010 - terça-feira
OESTADOMaranhão
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“O Maranhão é uma saudade que dói
e não passa. Não o esqueço um só dia,
um só instante. É amor demais.
Maranhão, minha terra, minha paixão.”
José Sarney
Editorial
Acertos e ajustes
M
uita expectativa cerca o anúncio
por parte do Governo Federal da
segunda etapa do programa "Minha Casa, Minha Vida", o que deverá acontecer no dia 29, com o lançamento da nova
fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A nova etapa deverá estender
o programa habitacional de 2 milhões a 3 milhões de unidades residenciais até 2014.
A Câmara Brasileira da Indústria da
Construção (CBIC) estima que seriam necessários de R$ 48 bilhões a R$ 72 bilhões
de recursos do Orçamento Geral da União
para subsidiar as famílias com renda
mensal de até seis salários mínimos. Assim, a idéia que ganha força no governo
é de que pelo menos metade dos beneficiados seja composta pela faixa socioeconômica de até três salários mínimos.
Esses números contrastam com a primeira edição do programa, que tem por objeti-
vo entregar um milhão de moradias, com não estar presente.
uma destinação total de R$ 28 bilhões em
Recursos bancários para financiar o défirecursos do orçamento e do Fundo de Ga- cit habitacional, estimado em 31 milhões de
rantia do Tempo de Serviço. Até agora, fo- moradias até 2023, por ora parece não ser
ram contratadas 750
problema para o setor.
mil unidades habitaSegundo a CBIC, os
cionais e a meta é atin- O presidente Lula está
bancos querem operar
gir as 250 mil restantes entusiasmado e quer
no negócio. No entanaté o fim do ano.
to, dificilmente o país
Originalmente, o uma meta ambiciosa
abrirá mão do direcio"Minha Casa, Minha para o “Minha Casa,
namento obrigatório,
Vida" foi lançado pade 65% dos recursos
Minha Vida 2
ra atender famílias
captados na poupancom renda mensal de
ça, para o crédito imozero e dez mínimos, com faixas de sub- biliário, que vigora desde a década de 60.
sídio para até seis salários. No conjunto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esde famílias atendidas, 40% compõem a tá entusiasmado e quer uma meta ambiciofaixa de zero a três salários. Na nova ver- sa para o “Minha Casa, Minha Vida 2”. Mas
são, a segmentação de renda mais alta - no governo, por enquanto, ainda há divisão
de seis a 10 mínimos -, atendida pelo fi- sobre se é mais adequado trabalhar com um
nanciamento bancário tradicional, pode número maior ou menor como alvo.
Cabalau
Carta ao deputado
Roberto Rocha
Sobe - Desce
VALDEMIR VERDE
A atriz Freida Pinto, de
"Quem Quer Ser um
Milionário?", está
prestes a se tornar a
nova Bond Girl dos
filmes de 007. Freida
já assinou um contrato
para participar do 23º
filme de James Bond.
Nada de pessoal, porém fico exasperado
e muito preocupado quando leio os neoarticulistas políticos Zé Reinaldo, Jackson Lago, Edson Vidigal, Roberto Rocha e outros
de menor peso político, todos falando mal
do ex-deputado, ex-governador, ex-presidente da República, senador e atual presidente do Senado José Sarney, além de membro da Academia Maranhense de Letras e
da Academia Brasileira de Letras. Nenhum
elogio, nenhum agradecimento, só ódio e
ressentimentos, enfim, nada que amenize
tanta ingratidão ao maior político do Maranhão e do Brasil, que dá visibilidade ao
nosso Estado, carente de representatividade a nível nacional.
Os seus opositores, todos ex-aliados de
Sarney, que já foram governantes ou fizeram
parte de governos sob o seu patrocínio, são
os apedrejadores. Dessa fora se esvai, no
meu modo de ver, esse idealismo fajuto dos
inimigos circunstanciais do Sarney.
Alexandre Nardoni
e Anna Carolina
Jatobá se encontram
pela primeira vez,
desde maio de 2008,
na sala do tribunal
que irá julga-los
pela morte de
Isabella Nardoni.
Um dia
como hoje
23 de março
Representantes do setor são unânimes
ao apontar que as falhas do primeiro ano
do programa devem servir de aprendizado. A ampliação das metas para famílias
que ganham até três salários mínimos e a
revisão de valores para construção de moradias em grandes centros urbanos - onde o déficit é mais acentuado - são citadas
como prioridades. Defendem que, independentemente do tamanho da segunda
fase, é preciso atacar a questão fundiária,
reservando um percentual mínimo de 10
por cento dos lotes para a habitação de interesse social e admitindo a construção
de grandes conjuntos habitacionais. Isto
passa por uma atuação conjunta entre os
governos federal, estaduais e municipais.
Mas são apenas pequenos ajustes, coisas
que poderão ser corrigidas na próxima edição. O mais importante agora é que o programa não seja interrompido.
1726
1801
1983
Vila
Assassinato
Defesa
A ilha Nossa Senhora do
Desterro, povoada por
Francisco Dias Velho, é
elevada à categoria de vila.
Essa data é tida como marco
do aniversário da cidade,
atual Florianópolis.
Paulo I, czar da Rússia, é
assassinado e sucedido por
Alexandre I. O reinado de
Alexandre foi marcado pelas
lutas com Napoleão, a quem
derrotou três vezes.
O presidente Ronald Reagan
anuncia um programa militar de
defesa contra possíveis ataques
nucleares da URSS. Esta iniciativa
americana, que ocorreu durante
a Guerra Fria, popularmente
conhecida como "Star Wars".
Quem não conhece a
história dessas pseudos
vestais, que, quando se
aboletaram no governo,
só fizeram raiva pro povo?
bou! Foi o nosso grande equivoco. Agora, porque
não acabou em democracia?
Porque a democracia, o nosso equívoco, não
era só uma questão de tempo como conceitua
Hungtington. Mas sim, "depende das virtudes políticas" - Que é o nosso abismo abissal brasileiro,
onde nos debatemos até hoje, que nos encaixa na
assertiva do Hungtington "O desenvolvimento político torna a democracia possível - A liderança política a faz real" - Escrito e descrito por ele no seu
último livro A terceira onda.
Aí cavamos o epitáfio do Brasil bem definido
pelo autor, "O regime democrático, não resulta
apenas das condições antecedentes, mas sim: da
qualidade das lideranças políticas e das instituições existentes". Com instituições é que é o conceito mágico.
A má qualidade das instituições do terceiro
mundo, deve-se que a participação política não
se traduz em distribuição de renda na dorsal (grifo nosso), estabilidade democrática. Aliás, esse
alerta nos foi feito por Leon Trotsky em 1948 antes de ser assassinado no México - "As esquerdas
na América Latina chegarão ao poder antes de passar pela democracia". Decifrar tudo isso é esclarecermos o paradoxo Brasil diante do choque civilizatório que se faz necessário fazer? Quando, como e com quem? Eis a questão.
No fundo, no fundo, sabemos que todos
gostariam de receber o apoio de Sarney, pois
sonham em ser governadores, mas como o
empecilho chama-se Sarney, ficam a delirar, falando mal do ex-amigo, ex-protetor,
pensando que o povo é "bobo". Quem não
conhece a história dessas pseudos vestais,
que, quando se aboletaram no governo, só
fizeram raiva pro povo? Acredita-se hoje,
que a incompetência administrativa de Zé
Reinaldo e Jackson (nenhuma obra de expressão na capital, além de uma mediocridade generalizada nas ações governamentais) foi fruto da falta de parceria com o exprotetor e amigo Sarney. Quem não sabe
que Zé Reinaldo, Vidigal, Jackson, ex-secretário de saúde de Cafeteira, Luiz Rocha, Castelo, etc. etc. todos remanescem do patrocínio político de Sarney?
Deputado Roberto, não é justo falar de
oligarquia no Maranhão, quando São Paulo vive sob a oligarquia do PSDB. Seria justo que os maranhenses se juntassem em
busca de um consenso pelo progresso do
Maranhão, sem a hipocrisia da água e do
óleo, visto que todos os políticos do Maranhão consensualmente, têm alguma culpa
no cartório. Portanto, não queiram ser vestais só por hipocrisia e nem abusem da nossa inteligência, falando mal do nosso conterrâneo e amigo de todos, José Sarney.
Professor
Ex-prefeito de Humberto de Campos
O Brasil e o silogismo pretoriano
JOSÉ DE ARIMATEA E SILVA
O que é isso, de onde veio, será que nós no Brasil estamos vivendo nosso silogismo pretoriano? O garimpado aqui faz parte da lavra escrita do Samuel Hungtington no seu livro "Choque de Civilização" onde ele antecipava, "uma permanente
subalternidade para a América Latina" Brasil bem
no meio, numa das mais célebres "análises de alto risco" como as das premonições da transformação da educação feita por Mc-Luhan, que se
confirmaram, às das inteligências artificiais.
Hungtington com seus escritos investigados na
tentativa de decifração. Foi, senão o maior provocador de análises "de alto risco" como a citada acima em relação aos países do terceiro mundo ou
em desenvolvimento que ele classificava como países possuidores da doença. "Síndrome de crises
cumulativas" - que crises doenças seriam essas?
Na sua definição - De integração e legitimidade (fragilidade das instituições). Crise de distribuição (reforma agrária, salários, previdência).
Crise de participação (re-estruturação urbana,
espaços). Nada mais atual para uma discussão
iniciada há mais de 40 anos atrás que previa para o terceiro mundo o nosso tão atual, "obscurantismo autoritário" - Os rugidos da censura no
Brasil, na Venezuela confirma isso. Por isso, análises de "alto risco" são sempre perigosas e cos-
tuma se traduzir em verdades.
E o silogismo pretoriano do título, onde e
quando se confirma isso nesses países? "Numa
sucessão de fenômenos políticos e sociais" que
tem no "autoritarismo" um desenlace quase necessário por oposição ao silogismo democratizante que é o encadeamento da democracia
com chave de ouro.
Para encurtar o caminho, não esqueçamos que
o Brasil já forneceu armas e navios para os Estados Unidos na guerra contra a Espanha, sobretaxou produtos estrangeiros "Tarifa Alves Branco"
- Se aliou à Argentina e Uruguai na tríplice aliança contra o Paraguai. Temos em conta também,
que a Argentina e Venezuela tinham padrões de
vida europeu até os anos 60 e 70, da mesma forma que nós no Brasil andávamos ombro a ombro
com a Suécia, Holanda, Portugal e Espanha, proporcionalmente até no número do analfabetismo. Onde o silogismo pretoriano nos atacou? Segundo Hungtington.
"Na esteira da descolonização africana, asiática e brasileira (Grifo nosso)". Pois, os teóricos
da democracia sonharam que - A urbanização a
alfabetização e democratização da informação "Seriam seguidos pelo desenvolvimento, a divisão social do trabalho e o alargamento da participação política" - Que retroalimentaria a cadeia
do desenvolvimento político pela mobilização
social que "acabaria em democracia" - Não aca-
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