Breve guia de como escrever artigos e relatórios científicos por Thomas Dellinger versão Dez. 2005 1) Finalidade: a) Resumo Artigos e relatórios têm a seguinte finalidade: a) Comunicar a leitores interessados o seu trabalho de forma fundamentada. Relatórios têm aprendizagem: ainda os seguintes objectivos b) Anotar o trabalho efectuado como aprendizagem e para referência futura. ajuda de de c) Aumentar a prática de escrever de uma maneira científica, com a vantagem para o estudante de poder utilizar os comentários do docente para melhorar o seu estilo. d) Servir de base para a classificação do grau de conhecimentos, habilidade, criatividade e esforço do estudante. 2) Conteúdo Os relatórios das aulas práticas deverão ser escritos como um artigo numa revista científica, devendo conter as seguintes divisões: a) resumo (3-5%) sumário e conclusões básicas (o último a ser escrito) b) introdução (~15%) natureza do problema e objectivos b) material e métodos (15-40%) localidades, material, métodos d) resultados (15-40%) resultados só do seu trabalho, incluindo a sua interpretação e) discussão (15-40%) relacionamento dos resultados com o corpo de conhecimentos existentes, ou seja, com trabalhos publicados f) bibliografia g) anexos bibliografia e outras fontes consultadas Estas divisões são regra geral em publicações científicas internacionais, pelo que devem ser seguidas de forma rígida. A não observação deste guia nos relatórios das cadeiras leccionadas pelo autor será penalizada na classificação. Embora não existam regras fixas, o tamanho relativo de cada divisão deverá seguir aproximadamente as percentagens acima transcritas em relação ao número de palavras. O resumo ou sumário é a última divisão a ser escrita, embora apareça no início do artigo ou relatório. Em poucas palavras esboce o problema investigado e os principais resultados. Normalmente não se fazem referências à literatura nesta divisão. Este sumário pode ser incluído como último parágrafo da discussão, sem divisão própria. b) Introdução A introdução deve descrever a natureza do problema e o objectivo da investigação. No fundo, tente responder à pergunta porque é que fez o trabalho que se segue. Deverá ser escrito de forma sucinta mas precisa. Esta é a parte que irá convencer o leitor a continuar a leitura. c) Material e Métodos O objectivo desta divisão é a de descrever todas as informações necessárias, para que outra pessoa possa repetir o mesmo estudo. Trata-se de uma espécie de receita de cozinha para trabalhos científicos. Dê a localidade, data e hora, métodos de amostragem, nome científico do organismo estudado, número de organismos, aparelhagem usada, técnicas, etc.... Não se esqueça de mencionar, no caso de haver medições, as unidades (p.ex.: milímetros) e a precisão (p.ex. 1/10 de milímetro) com que as efectuou. Descreva só o necessário: para projectos de laboratório a localidade e o clima normalmente não são interessantes. Podem ser citadas outras publicações, devendo ser relatadas quaisquer variações da técnica descrita. (Quando se utiliza métodos estatísticos, p.ex., basta dar o nome dos testes utilizados e/ou citar o livro do qual retirou a metodologia.) d) Resultados Na secção de resultados comunica-se ao leitor os seus dados e descreve-se todas as conclusões que deles se extraíram mediante análise dos mesmos. Omite-se referências a outros trabalhos e autores. Os resultados devem ser apresentados de forma textual. Tabelas e figuras servem para sublinhar, explicar ou resumir resultados, mas não substituem o texto escrito. Para evitar frases longas e repetitivas dê resultados mais complicados de forma tabular, gráfica ou em diagrama, resumindo-os sempre por palavras no texto. No texto deve- Guia para escrever artigos e relatórios científicos se chamar a atenção ao leitor a cada figura ou tabela que detalhe os resultados, referenciando no texto essas tabelas ou gráficos como “ver figura nº X” ou “segundo Tabela n.º Y). Tabelas, figuras e gráficos devem ser colocados próximos do local em que são citadas no texto. Devem ter sempre uma legenda. Esta deverá ser escrita de forma a que uma pessoa que não tenha lido o texto principal a possa perceber e extrair a informação principal, ou seja, a legenda deve ser completa e incluir informação também dita no texto. A legenda deverá também conter uma explicação de todas as abreviaturas utilizadas, dos pontos e dos limites. Mantenha as próprias tabelas e gráficos simples, sem incluir informação desnecessária, mas sem omitir informação importante à sua compreensão. Em gráficos ambos os eixos deverão ser rotulados e não se esqueça das unidades. Numere figuras e tabelas separadamente. Valores numéricos devem vir sempre acompanhados das respectivas unidades (árvores por m2, lagartixas por hora, etc...). Resultados estatísticos são a regra em biologia. Permita ao leitor tirar as suas conclusões dos seus dados, fornecendo todos os elementos necessários para isso, e observando as normas inerentes à apresentação deste tipo de resultados. Por exemplo médias devem vir sempre acompanhadas de uma medida de variabilidade (normalmente desvio padrão) e do número de observações. Tenha em atenção que existem duas fontes de variabilidade em medições que devem ser distinguidas: (1) a variabilidade natural cujo registo é muito importante e (2) o erro de amostragem. Para testes estatísticos deve-se dar o nome do teste utilizado, o valor do parâmetro estatístico, o tamanho da(s) amostra(s) e o nível de significância. Se tiver dúvidas consulte uma publicação científica internacional que tenha utilizado a mesma metodologia, ou consulte livros de estatística como os seguintes: Siegel, S. 1959. Estatística não-paramétrica. McGraw-Hill, São Paulo. Sokal, R.R. & Rohlf, F.J. 1981. Biometry. W. H. Freeman and Company, San Francisco, USA. Zar, J.H. 1984. Biostatistical Analysis. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, N.J. Exemplo 1: “...O tamanho das tartarugas da Madeira não difere do tamanho das mesmas nos Açores (Teste-de-t, t = 0.268, gl = 15, p = 0.792)...” sendo t o valor do parâmetro T-de-Student, gl=graus de liberdade o que nos dá o tamanho da amostra (neste caso 17 tartarugas dos dois locais) e o nível de significância p. Valores de p menores que 0.5 indicam que o resultado é significativo. Neste exemplo fictício o resultado não é significativo, ou seja concluir-se-ia que as tartarugas da Madeira e dos Açores não diferiram em tamanho. 30/12/05 página 2 Exemplo 2: “Vacas pretas têm uma tendência significativa para sair do labirinto na direcção contrária da volta forçada (Teste de independência: χ2=4.545, gl = 1, p = 0.033, ver Tabela X). e) Discussão A discussão serve o propósito principal de comparar os seus resultados com informação publicada existente, enquadrando-os numa teoria mais ampla. Serve ainda para enunciar as várias interpretações possíveis dos resultados, dizendo quais as mais prováveis, e justificando sempre essas opiniões. Cite trabalhos relevantes á interpretação dos seus resultados, comentando-os. A diferença entre a divisão dos “Resultados e a da “Discussão”, é que os resultados terão que continuar certos mesmo daqui a mil anos, a interpretação poderá mudar. Assim, se mediu a densidade de lagartixas em duas áreas, dizer que a área A tem mais lagartixas que a B é uma dedução que os seus dados suportam e que será sempre certa, ou seja mesmo daqui a mil anos poderemos dizer que em 1999 havia mais lagartixas na área A do que na B. Justificar essa diferença à luz da teoria é que se pode alterar, já que a teoria se altera com o avanço da ciência. Mantenha portanto resultados e discussão sempre bem separados. Uma forma fácil de diferenciar “Resultados” e “Discussão” são as citações no texto. A discussão deverá conter citações, os resultados somente excepcionalmente. f) Citações e Bibliografia Qualquer afirmação que não possa ser deduzida directamente dos resultados ou não seja da autoria do subscritor, deverá ser documentada com uma citação. Citações são portanto usadas para reconhecer o trabalho de outros autores, quer se trate de transcrições, paráfrases, ou resumos. Em Biologia as citações bibliográficas seguem usualmente as normas publicadas pela APA (“American Psychological Association”: http://www.apastyle.org/) As citações em textos científicos têm duas partes, a citação no texto, e a citação detalhada na bibliografia. Quando um autor é citado, somente se inclui no texto o apelido do autor (sem as letras iniciais dos nomes) e o ano da publicação. Por exemplo: “A é sempre maior do que B (Miller 1925)” ou “como Miller (1925) mostrou, A é sempre maior do que B”. Nesta referência no texto nomeiam-se um máximo de 2 autores separando-os por “e”, “and” ou “&” como em “(Miller & Davenport 1995)”. Quando se trata de uma publicação com mais autores, escreve-se “et al.”p.ex. “(Johannson et al. 1998)” e não “(Johannson, Miller & Silva 1998)”. Várias citações no texto no mesmo local suportando uma mesma afirmação são ordenadas, independentemente Guia para escrever artigos e relatórios científicos da ordem alfabética, de acordo com a data de publicação, começando no mais antigo e finalizando no mais recente como neste exemplo (Miller 1925, Miller & Davenport 1995, Johannson et al. 1998). Na bibliografia, no entanto, a ordem é diferente (ver em baixo). È claro que a citação deverá ser específica e localizada, ou seja, deverá ser efectuada de forma a que um leitor possa encontrar os argumentos citados. Citar um livro de zoologia inteiro, para afirmar que elefantes são maiores do que ratos não faz sentido, como não faz sentido citar um “site” de procura bibliográfica como o SpringerLink. Nalguns trabalhos ainda se observa no texto as abreviaturas op.cit. (opere citato no sentido de “no trabalho citado”) e ibid. (ibidem no sentido de “no mesmo lugar”), para referenciar trabalhos citados anteriormente. Na actualidade já não se usa essa prática na área das ciências naturais. Uma citação no texto deverá sempre ser acompanhada da referência completa na divisão bibliografia, da seguinte forma (incl. a pontuação): Autor, A. A., Autor, B. B., & Author, C. C. Ano. Titulo do artigo. Nome do jornal Volume (caderno), nos da primeira e última página do artigo. exemplos: Dellinger, T. 2005. Breve guia de como escrever relatórios e artigos científicos. Universidade da Madeira, Funchal Miller, A. H. 1925. On the size of A and B. Journal of Irreproducible Results 20, 25-31. Na bibliografia, e para além do apelido, são sempre dadas as abreviaturas dos primeiros nomes do autor, ao contrário das citações no texto. A bibliografia contem exclusivamente as obras consultadas e citadas no texto, sem omitir nenhuma e sem acrescentar nenhuma. Deve ser ordenada alfabeticamente de acordo com os nomes dos autores e ano da publicação. Deve-se citar somente obras indexadas, ou seja obras que estejam publicadas em revistas ou livros que tenham passado por um processo de revisão independente. As revistas científicas incluídas no “Science Citation Index” (http://www.isinet.com/products/citation/sci/) seguem esse padrão de qualidade. Citações de recursos electrónicos e/ou páginas da internet devem ser evitadas, uma vez que não foram submetidas a processos de revisão, e uma vez que as páginas não são eternas. Em artigos de revistas científicas indexadas citações da internet não são usualmente aceites! Tente sempre encontrar uma publicação científica indexada que diga o mesmo daquilo que encontrou num site internet. Caso seja mesmo importante citar um recurso electrónico, então siga as normas da APA (http://www.apastyle.org/elecref.html ). Em geral deverão seguir o seguinte formato: 30/12/05 página 3 Autor, A. A., Autor, B. B., & Author, C. C. Ano. Titulo do recurso. Nome periódico, Referência numérica. Acedido Dia Mês Ano, em Endereço da página. A busca bibliográfica na UMa está agora muito facilitada através do acesso ao Web of Knowledge em http://www.uma.pt/Sectores/SDA/servicos.html. Aqui poderá procurar na maior base de dados de literatura mundial, obtendo, em muitos casos, até o resumo do artigo. Pelo outro lado o conteúdo completo de algumas revistas científicas está acessível de forma electrónica através das suas editores Interscience, ScienceDirect, KluwerOnline, e SpringerLink, também acessíveis através da página da biblioteca da UMa. Existem vários tipos de itens bibliográficos: monografias, livros editados, artigos em livros editados, artigos de jornais científicos, teses e relatórios para mencionar os mais importantes. A forma como são citados difere ligeiramente. Em livros menciona-se, além do já dito, ainda a editora e a cidade/país da edição, em livros editados ainda o nome dos editores. Utilize a lista bibliográfica do programa da cadeira como exemplo e leia atentamente a bibliografia de algum artigo de um jornal científico internacional. Exemplos: Monografias Krebs, J.R. & Davies, N.B. 1981. An introduction to behavioural ecology. Blackwell Scientific Publications, Oxford. Livros editados Krebs, J.R. & Davies, N.B., (eds.) 1997. Behavioural Ecology: An Evolutionary Approach. Blackwell Scientific Publications, Oxford. Artigos em livros editados Dellinger, T. 1997. Podarcis dugesii, lagartija de Madeira. In: Distribución y Biogeografía de los Anfibios y Reptiles en España y Portugal. (Pleguezuelos, J.M. & Martínez-Rica, J.P. eds). Monografías de Herpetologia, Volumen 3, Colección Monográfica Tierras del Sur, Universidad de Granada, Asociación Herpetológica Española, Granada. Trillmich, F. & Dellinger, T. 1991. The effects of El Niño on Galápagos pinnipeds. In: The Ecological Effects of El Niño on Otariids and Phocids: Responses of Marine Mammals to Environmental Stress (Trillmich, F. & Ono, K.A. eds). Springer Verlag, Berlin. pp. 66-74. Artigos de jornais científicos Barbosa du Bocage, J.V. 1866. Lista dos répteis das possessões portuguesas d'Africa occidental que existem no Museu de Lisboa. J. Sci. Math. Phys. Nat. Acad. Sci. Lisboa 1, 1-48. Dellinger, T. & Trillmich, F. 1988. Estimating diet composition from scat analysis in otariid seals (Otariidae). Can. J. Zool. 66(8), 1865-1870. Dellinger, T. & Trillmich, F. 1999. Fish prey of the sympatric Galápagos fur seals and sea lions: seasonal variation and niche separation. Can. J. Zool. 77(8), 1204-1216. Zbyszewski, G. 1972. Levantamentos geológicos na parte oriental da ilha da Madeira e nas ilhas Desertas. Mem. Acad. Ciên. Lisboa 16, 29-40. Guia para escrever artigos e relatórios científicos Teses Camacho, R.A.P. 2002. Influência de diferentes dietas em Teira dugesii (Milne-Edwards, 1829). Relatório de Estágio da Licenciatura em Biologia, Universidade da Madeira, Funchal. Relatórios Dellinger, T. 2000. Conservation support project for North Atlantic Caretta caretta* sea turtles - Life Nature Project contract no. B4-3200/96/541 (Life96Nat/P/3019). Final Technical Activity Report, pp. 56, CITMA, Funchal. A forma de citar difere ligeiramente de uma revista científica para a outra. Por exemplo uma põe o ano em parênteses, outra não, ou uma tem o nome da revista em itálico e outra em negrito. No caso de relatórios pode-se escolher o estilos, no entanto nunca se devem misturar distintos estilos numa mesma bibliografia. g) Anexos Inclua nos anexos tudo aquilo que lhe parece importante como informação, mas que, por demasiado longo ou demasiado repetitivo, seja susceptível de interromper o fluxo de uma leitura concentrada. Exemplos são longas tabelas com dados, ou os cálculos detalhados efectuados para obter um resultado, ou registos de imagens que sejam interessantes para o trabalho mas não contribuam muito para a sua compreensão. No caso dos cálculos pode-se efectuar nos resultados um cálculo representativo a título de exemplo e colocar todos os restantes nos anexos. Os resultados desses cálculos devem, no entanto, estar presentes na divisão dos resultados. 3) Estilo Um texto científico baseia-se em evidências. Deve escrever de forma a fornecer essas evidências ao leitor e a convencê-lo dos resultados que apresenta e da importância dos mesmos num contexto mais geral. Pelo outro lado, um texto deve ser escrito pensando no leitor. Não dificulte a vida ao leitor escrevendo com frases longas, palavras complicadas ou não definidas, referências omissas, ou com tabelas e figuras demasiado longas que cortam o fluxo da leitura. Também não faça o oposto, colocando todas as figuras e tabelas nos anexos, e forçando o leitor a folhear continuamente. Escreva de forma impessoal no passado: Por exemplo "foram marcados 20 indivíduos do organismo x (veja tabela 3)" e não "O nosso grupo encontrou 20 indivíduos, que depois marcámos..." Escreva só aquilo que é directamente relevante para o trabalho. Se se tratar de um trabalho subaquático, por exemplo, não será normalmente de interesse se choveu no dia da investigação. Escreva de uma forma clara. Cada parágrafo representa uma ideia ou tópico completo. Quando muda de 30/12/05 página 4 tópico, inicie um novo parágrafo. O princípio de cada parágrafo e frase deve descrever o principal (normalmente algum seu resultado), sendo os factos secundárias ou as consequência descritas em segundo lugar. Escreva de forma sucinta, por exemplo "colhemos 30 caracóis Leptaxis undata..." em vez de "apanhámos caracóis de uma determinada espécie que mais tarde identificámos como pertencente à espécie Leptaxis undata,...". Não mencione o óbvio como: “Após realização da experiência, procedeu-se ao tratamento de dados. Através destes efectuaram-se tabelas e gráficos de modo a permitir a análise dos mesmos...”. Ficaria melhor dizer directamente o que pretende comunicar: “Os dados da experiência encontram-se na Tabela X e mostram que vacas pretas viram mais vezes em ângulo oposto à volta forçada (teste estatístico, figura y)”. Sublinhe nomes científicos, a não ser que estejam em letra itálica. O nome do género escreve-se com letra maiúscula ao principio, o nome da espécie só com minúsculas. Quando utilizar abreviaturas, explique-as a 1ª vez que ocorram, a partir daí já as pode utilizar sem comentários. O mesmo aplica-se a palavras raras ou de índole cientifico específico que têm de ser explicadas ou no texto ou em glossário separado. No entanto, mesma na eventualidade de um glossário ou lista de abreviaturas, dever-se-á referir os mesmos quando da primeira utilização da palavra ou abreviatura. Escreva de tal forma, que mesmo a sua avó, sem nenhum conhecimento de biologia, possa entender o problema básico e o assunto que está a tratar. Evite palavras complicadas e explique termos técnicos a 1ª vez que ocorram. Uma forma de organizar as suas ideias e escrever melhor é a técnica do “outlining”. Antes de escrever aponte as suas ideias em forma de títulos ou palavras chave. Organize-as hierarquicamente e só depois de estar satisfeito com a sequência da argumentação comece a escrever o texto. Todas as revistas cientificas internacionais publicam uma ou mais vezes por ano um “guia para autores” no qual estão enumeradas as principais regras para apresentação de um trabalho científico (p.exmpl. siga o link “journals” em http://www.blackwellpublishing.com, escolha um e clique em “Author Guidelines”). Consulte-as. Além disso existem guias mais detalhados e manuais, como os abaixo citados. A melhor forma de aprender é a consulta de trabalhos já publicados em revistas de renome internacional como referência de como se escreve de forma científica. Guia para escrever artigos e relatórios científicos 4) Regras específicas 30/12/05 página 5 • A bibliografia não menciona todos os trabalhos citados no texto, e muitos trabalhos na bibliografia não são citados no texto. • A maioria dos alunos é relutante na busca bibliográfica, obtando por procurar na internet via Google. Ao contrário do aconselhado são citados principalmente sites da internet. A bibliografia de consulta proposta nas instruções das aulas práticas não é nem consultada nem citada. • Muitos alunos copiam texto de páginas internet literalmente. Trata-se de plagiato e é ilegal. Para além disso não auxilia a aprendizagem, e pode conter erros se não for feito de forma crítica. • As legendas de figuras e gráficos são demasiado concisas, não podendo ser entendidas sem recurso ao texto principal. Muitas das variáveis e abreviaturas nelas contidas não são explicadas. Nomes científicos/Termos taxonómicos O nome de uma espécie consiste no género e no epíteto específico. Quando referimos a uma espécie desconhecida damos o nome do género seguido de “sp.”, quando nos referimos a várias “spp.”, sendo estas abreviaturas escritas sem ser em itálico. O mesmo é válido para a abreviatura “var.” relativa a uma variedade. O nome da variedade é, no entanto, escrito em itálico. Siga as seguintes regras: 1. Escreva o nome completo da espécie no título, seguido do autor e do ano de classificação (Caretta caretta Linnaeus 1758). O nome é escrito de forma completa no título, a primeira vez que aparece no resumo, e a primeira vez que aparece no corpo do texto. Nas outras ocorrências o género poder ser abreviado pela 1ª letra (p.ex. C. caretta). 2. O género é sempre capitalizado (Caretta), 3. o epíteto específico nunca (caretta) 4. 5. ...em relatórios de estágio científico • Os relatórios não estão bem estruturados (“outlining”) O nome completo da espécie é sempre escrito em itálico e/ou sublinhado (Caretta caretta, Homo sapiens), • Estilo de escrita não é bom com frases longas e complicadas • Resultados são dados como factos sem justificação Os outros níveis taxonómicos (domínio, reino, filo, classe, ordem ou família) são escritos na mesma letra do corpo do texto, ou seja, não são escritos em itálico. • Dados são recolhidos sem ser de forma aleatória ou sem grupo de controle. • Médias não são acompanhadas de medidas de dispersão e número de observações 5) Principais erros cometidos por alunos ...em relatórios • A introdução incide sobre tudo menos o tema específico do trabalho. (Muitas vezes alongam-se sobre a descrição da espécie, quando o tema é comportamental ou ecológico.) • Os resultados são apresentados em formato tabela, com muito pouco ou mesmo sem texto. • A discussão somente apresenta os próprios resultados e não discute de facto, comparando os resultados com trabalhos de outros autores. Alguns manuais que explicam como escrever de forma científica: (Em parêntesis rectangulares está o n.º de separata da colecção de Thomas Dellinger) Jaeger, R.G. & Halliday, T.R. 1998. On confirmatory versus exploratory research. Herpetologica 54(Suppl.), S64-S66. [3588] Jaeger, R.G. & Toft, C.A. 1998. Writing for scientific journals II: the review process. Herpetologica 54(Suppl.), S54-S63. [3587] Lertzman, K. 1995. Notes on writing papers and theses. Bulletin of the American Ecological Society of America June. [PDF] Toft, C.A. & Jaeger, R.G. 1998. Writing for scientific journals I: the mansucript. Herpetologica 54(Suppl.), S42-S54. [3586]