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Neurociência e Saúde Mental
9 PASSOS PARA IMPOR LIMITES
http://delas.ig.com.br/filhos/educacao/9-passos-para-imporlimites/n1237982354564.html
Camila de Lira, iG São Paulo
Terapeuta, autora, mãe e avó, Diane Levy separa as atitudes que valem a pena das
que só gastam energia e compartilha sua fórmula para ter filhos disciplinados
Interpretar a atitude da criança é chave para impor limites
Na incansável luta para impor limites, muitas vezes os pais desperdiçam
mais energia do que deviam. Para evitar isso, a psicóloga neozelandesa Diane Levy,
autora do livro “É Claro que Eu Amo Você... Agora Vá para o Seu Quarto!” (Editora
Fundamento) e especializada no aconselhamento de pais, separa aquilo que apenas
cansa daquilo que dá certo na hora de educar os filhos.
“Há um bom punhado de coisas que fazemos ao tentar educar as crianças e
que simplesmente não ajudam”, ela comenta, em depoimento ao iG Delas. “Quando
você evita explicar muito, avisar muito, adular, subornar, ameaçar e punir, você poupa
tempo e energia e mantém a sua dignidade como pai ou mãe. Quando você pede, diz e
deixa a distância emocional fazer o trabalho, suas crianças rapidamente aprenderão que
quando você pede que eles façam algo – ou que parem de fazer algo – eles não tem
alternativa a não ser fazê-lo”.
Segundo Diane, reconhecer e evitar estratégias exaustivas e inúteis torna os
pais mais convincentes em suas ordens ou instruções. Ela explicou, a pedido do iG
Delas , as atitudes menos efetivas na hora de impor limites – e, do outro lado, as que
mais garantem êxito. Leia abaixo os conselhos.
Diane Levy: "Quando você evita explicar muito, avisar muito, adular, subornar,
ameaçar e punir, você poupa tempo e energia e mantém a sua dignidade como pai
ou mãe"
1. Não se explique demais
“Quando pedimos para uma criança fazer algo ou para parar de fazê-lo,
nosso hábito é de seguir com uma grande explicação de porquê tal ação é necessária. Se
nossos filhos não respondem à primeira explicação, pensamos que ela não teve apelo
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para eles (ou que eles apenas não a entenderam) e, então, gastamos tempo e energia em
tentar convencê-los novamente”, explica Diane.
Se a criança não entendeu porque está sendo solicitada a fazer ou deixar de
fazer algo, dificilmente ela será convencida por mais e mais explicações. O que ela
precisa entender é que tudo o que você pede é para o bem dela – e assim será até ela
crescer.
2. Não dê mais de um aviso
“Ao dar várias chances e avisos, nós mostramos às crianças que não
acreditamos naquilo que dizemos e que não esperamos uma ação efetiva até darmos
muitos e muitos avisos”, diz Diane. “A maioria das crianças entende que enquanto os
pais estão nesse ‘modo de aviso’, nada irá acontecer com elas”. Portanto, seja firme.
3. Não adule
Você se pega usando frases como “se você arrumar seu quarto, ganha um
chocolate” ou “faça toda a lição e te dou um brinquedo” com frequência? Pense melhor.
“Quando os adultos se esforçam adulando e coagindo as crianças para que elas façam o
que devem, isso significa que só os pais estão fazendo o trabalho duro, enquanto os
filhos esperam uma recompensa convincente o bastante para encorajá-los a começar
uma tarefa que não é mais que obrigação deles”.
4. Não suborne
As crianças devem ser acostumada a agir dentro de um senso de obrigação.
“Se o único jeito de conseguirmos fazer com que as crianças façam o que mandamos é
oferecendo algo, nos deixamos vulneráveis a ter que pensar em maiores e melhores
‘mimos’ com o tempo. Além disso, essa ação dá às nossas crianças a permissão de
perguntar ‘o que você me dará se eu fizer isso?’ – e esse não é um bom hábito para se
encorajar”, resume Diane.
5. Não ameace
Ameaças funcionam com "se você não fizer isso.. então eu irei…”. Diane
explica que, assim, você abre um contrato e isso dá margem para a criança negar a
oferta. "Aprendi essa lição muito cedo com o meu primeiro filho. Quando dizia 'Robert,
se você não guardar seus brinquedos agora, não iremos ao parque essa tarde', ele apenas
respondia 'tudo bem'. E eu ficava sem saber para onde ir", relembra.
"Outro problema em ameaçar é que, se você fala que irá fazer algo, é
obrigado a cumprir isso. A maioria das ameaças que tem como objetivo persuadir a
criança a fazer o que foi pedido nos pune mais do que a elas", explica Diane. E
exemplifica: “Os pais ameaçam: 'Se você não fizer isso imediatamente, não verá mais
TV pelos próximos três dias'. É mais provável que a vida de quem fique mais difícil
com essa ameaça?".
6. Não puna
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Segundo Diane, algumas crianças aprendem através das punições, mas
muitas se tornam ressentidas, irritadas e se sentem tratadas de forma desleal. “Também,
se usarmos a punição, nossos filhos podem simplesmente aprender como aguentá-las – e
voltarem a fazer aquilo que tentamos evitar”, afirma.
Mas se os pais deixarem de explicar, avisar, adular, subornar, ameaçar e
punir, o que eles podem fazer? Diane sugere uma estratégia simples, com três passos:
peça, diga e aja.
7. Peça uma vez só
Diane recomenda que os pais simplesmente peçam o que deve ser feito e
observem a resposta do filho. Isso dará a eles uma informação importante. “Quando as
crianças se negam a fazer o que foi pedido, eles usualmente expressam uma das três
formas a seguir: tristeza, irritação ou distanciamento”, ensina ela.
A tristeza é simbolizada por chateação. “Eles parecem ofendidos e dizem
‘por que eu?’”, descreve. A irritação se manifesta em confronto: “eles discutem e
acusam você de ser injusto com eles”. O distanciamento é caracterizado por indiferença.
“Eles ignoravam você, olham para outro lado e continuam o que estão fazendo”,
completa Diane. “Tudo isso significa que a criança não fará aquilo que pediu”. Mas
como reagir?
8. Diga de maneira enérgica
“Vá até o seu filho – isso pode ser um pouco difícil para os pais, pois
significa que eles terão que parar aquilo que estavam fazendo, levantar e ficar do lado
da criança”, orienta Diane. Segundo ela, a presença próxima vale a pena. “Uma vez que
aparecemos perto da criança, ela sabe que isso significa que ela terá que fazer o que foi
pedido”.
A autora recomenda que os pais falem baixo – isso mostra que eles estão no
controle tanto da própria voz quanto da criança – e que olhem seu filho nos olhos.
9. Aja
Se seu filho não respondeu a nenhuma das ações anteriores, você precisa
fazer algo. “A coisa mais efetiva que você pode fazer é usar a ‘distância emocional’ até
que ele esteja pronto para fazer o que foi pedido”, aconselha Diane. “Pegue-o no colo
ou pela mão e o leve para o quarto. Diga firmemente ‘você é bem-vindo para se juntar à
família assim que estiver pronto para fazer o que pedi’, e deixe-o sozinho”, completa.
Lembre-se: o seu filho tem o poder de se reunir à família ao fazer o que lhe foi pedido.
Quando as crianças são maiores – e tirá-las do lugar é mais difícil – Diane
recomenda que os pais apenas determinem consigo mesmos: “eu não farei nada até que
ele esteja pronto para fazer aquilo que eu pedi”. E continuem com o que estiverem
fazendo, normalmente. “Quando a criança aparecer com um pedido, você pode
calmamente lembrá-la de que ficaria feliz em atendê-la, assim que ela fizer aquilo que
foi estabelecido (e ignorado) anteriormente”, diz a autora. “Ele pode fazer duas ou três
tentativas para chamar sua atenção, mas vai acabar entendendo que precisa fazer o que
foi solicitado pelos pais”, finaliza.
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