MINAS GERAIS TERÇA-FEIRA, 10 DE JULHO DE 2007 - 5 Economia Produção industrial cresce mais em MG Com 8,5% em maio, desempenho do Estado é positivo pela 11ª vez consecutiva OSVALDO AFONSO A indústria de Minas Gerais produziu 8,5% mais, em maio deste ano, do que no mesmo mês do ano passado, superando novamente a média nacional de 4,9%. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção industrial também teve avanço de 1,1%, na comparação com abril, e o acumulado de janeiro a maio mostra acréscimo de 7,2%, terceiro melhor resultado do País. “Estamos em uma fase de crescimento generalizado já há algum tempo, não há grandes ‘explosões’ ou recuos em nenhum setor, o que aponta a possibilidade real de mantermos uma produção sustentável por longo tempo”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Marcio de Lacerda. Essa é a 11ª vez consecutiva que o desempenho mineiro, na comparação entre os meses de maio de 2007 e 2006, apresenta resultados positivos. A indústria extrativa cresceu 10,8%, segundo o IBGE, e o bom desempenho foi puxado, sobretudo, pela maior produção de minério de ferro. Transformação Vice-governador Anastasia discursa no lançamento da pedra fundamental da nova siderúrgica Vallourec & Sumitomo Lançada pedra fundamental de siderúrgica em Jeceaba O lançamento da pedra fundamental da usina siderúrgica da Vallourec & Sumitomo, que será construída no Distrito Industrial de Jeceaba, no Alto do Paraopeba, foi realizado no último sábado. O empreendimento, que deverá começar a operar em 2009, contará com investimento de US$ 1,6 bilhão do grupo Vallourec, em parceria com o sócio japonês Sumitomo Metals. A produção de aço do Estado vai ser elevada de 12,8 milhões de toneladas/ano para cerca de 14 milhões de toneladas/ano. A solenidade de lançamento contou com as presenças do vice-governador Antonio Augusto Anastasia, do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Marcio de Lacerda, e dirigentes dos grupos Vallourec e Sumitomo Metals. Participaram também o prefeito de Jeceaba, Júlio César Reis, e representantes das administrações das cidades vizinhas. O vice-governador Antonio Anastasia afirmou que o projeto de construção da siderúrgica, que vai modificar o perfil econômico da região, foi acompanhado por um planejamento prévio do Governo de Minas. Já está sendo elaborado um plano diretor para Jeceaba e municípios vizinhos, que será concluído no final deste ano e vai garantir qualidade de vida à população. Antonio Anastasia destacou também o momento favorável da economia mineira. “Estabelecemos parcerias com o setor privado e passamos a ter credibilidade internacional, o que demonstra a condição de Minas Gerais de ter aqui indústrias de ponta.” Mais empregos O presidente do Conselho de Administração da V&M do Brasil, Marco Antônio Castello Branco, destacou a parceria do Governo de Minas com as forças produtivas, o que tornou possível a construção da usina que vai gerar 4 mil postos de trabalho durante as obras e 1.500 empregos diretos. “Minas entra para a geografia mundial da produção siderúrgica”, ressaltou. Para o diretor-executivo da Sumitomo Metals, Hisashi Nakagawwa, Jeceaba reúne condições perfeitas para a instalação da siderúrgica, com boa logística e fácil acesso às matérias-primas. As obras da Usina de Jeceaba começarão este ano e deverão estar concluídas em 2009. A primeira etapa prevê a criação do Distrito Industrial de Jeceaba, em área de 12 milhões de metros quadrados, numa iniciativa do Governo de Minas e da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig). A Vallourec é líder mundial na produ- ção de aço sem costura e em produtos tubulares de aço projetados para aplicações industriais. A empresa opera no Brasil há sete anos, depois que adquiriu o controle acionário do grupo siderúrgico Mannesmann. A Sumitomo Metals Industries é a maior produtora de aço sem costura do Japão e a terceira maior indústria de aço daquele país. Com tecnologia avançada, a empresa produz e fornece, além de tubos para diversas aplicações, uma ampla variedade de produtos de aço de alta qualidade, inclusive placas e chapas e componentes ferroviários. Tradição A pedra fundamental da futura usina foi simbolizada por uma cápsula de aço sem costura, onde foram depositados exemplares de jornais com a data do lançamento, cópias dos discursos proferidos na solenidade, um CD com informações sobre o empreendimento e foto da solenidade de assinatura do protocolo de intenções entre os empreendedores e o governador de Minas, Aécio Neves, em abril de 2007. Segundo a tradição japonesa, a cápsula será enterrada e aberta dentro de 50 anos. Já a indústria de transformação apresentou expansão de 8,1%, sendo que nove dos 12 subsetores pesquisados pelo instituto tiveram expansão. A produção da indústria automobilística cresceu 18,9%, amparada na montagem de automóveis, cujo mercado consumidor permanece bastante aquecido. Os outros destaques ficaram por conta dos setores de papel e celulose, com 40,9% de expansão, puxado pela celulose e produtos químicos, com 23,7%, item sustentado pela produção de adubos e fertilizantes. Uma boa notícia foi a recuperação da indústria têxtil, com expansão de 2,3%, depois de apresentar números negativos nos últimos meses nas pesquisas comparativas mensais. “A indústria extrativa e sete dos subsetores da indústria de transformação tiveram expansão na casa dos dois dígitos. Além de mostrar o vigor das atividades, os resultados demonstram que elas, mesmo se aparecerem alguns obstáculos, devem manter resultados positivos nos próximos meses”, disse Lacerda. Os três setores que apresentaram queda foram o de fumo (12,5%), o de minerais nãometálicos (4,2%) e metalurgia básica (1,9%), esta última em conseqüência da desaceleração da produção de lingotes, blocos, tarugos e bobinas de aço. Na comparação entre janeiro e maio de 2007 em relação a idêntico período do ano passado, a indústria de Minas Gerais expandiu sua produção em 7,2%, ficando acima da média brasileira de 4,4% e atrás apenas do Rio Grande do Sul (8,8%) e Paraná (8,1%), também beneficiados pela boa fase da indústria automotiva. “Nosso grande objetivo é continuar trabalhando para que as empresas mineiras agreguem valor à produção e para manter um clima favorável aos negócios no Estado. Essa tem sido a grande preocupação do Governo de Minas”, concluiu o secretário.