Electromagnetismo e Óptica 2014/15 MEAmbi+MEMat/MEBiol+MEQuim As "Referências" são relativas ao livro : "Electromagnetismo” Alfredo Barbosa Henriques, Jorge Crispim Romão, IST Press, Colecção Ensino da Ciência e da Tecnologia, nº18. Objectivo 1: Óptica Ondulatória 1 Ondas Luminosas. A Interferência (no espaço) : experiência de Young (duas fendas) Refer: pág.210-218 Equações / Noções: X (3) LUZ 2 (1) (2) LUZ 1 LUZ 0 d LUZ -1 D=distância fendas-ecrã LUZ -2 Intensidade Os fenómenos que vamos abordar de seguida irão ser interpretados com base nas propriedades ondulatórias da radiação luminosa. Consideremos a montagem indicada na figura. Uma fonte de luz monocromática (Fonte) incide num orifício (1). Um conjunto de duas fendas (2) distanciadas de d está colocado simetricamente em relação ao orifício. Deste modo criaram-se duas fontes coerentes, isto é, cujas radiações estão em fase. Quando uma é máxima a outra é máxima, se uma é mínima a outra também é mínima, etc, porque o percurso realizado desde o orificio a cada fenda é exactamente o mesmo. A uma distânicia D>> d e paralelamente ao plano das fendas, está colocado um ecrã (3) onde se irá observar o efeito da sobreposição das radiações emitidas pelas duas fendas. Em termos de intensidade o que se observa é o indicado na figura. Alternadamente temos zonas de LUZ intensa e zonas onde a intensidade é NULA. Como explicar esta figura? Em primeiro lugar temos de observar que a distância D é da ordem de 1 metro enquanto a distância d é da ordem do micron (10-6 m). Como consequência, duas radiações que saiam das fendas segundo um mesmo ângulo , acabarão por encontrar-se num dado ponto do ecrã já que este está a uma distância infinita. Porém, os percursos respectivos diferem de uma pequena distância que se designa por diferença de percurso óptico. Esta diferença de percurso óptico irá traduzir-se numa pequena diferença de fase entre as duas radiações. Se, por exemplo, a que primeiro chega ao ecrã (a de menor percurso óptico) estiver nesse instante a passar por máximo positivo, a de percurso mais longo pode estar a passar por exemplo por um máximo negativo. Dep. Física / Amilcar Praxedes (Responsável) Óptica Ondulatória e Óptica Geométrica pág. 1 Electromagnetismo e Óptica 2014/15 MEAmbi+MEMat/MEBiol+MEQuim Ao encontrarem-se nesse ponto particular do ecrã irão sobrepor-se. A sobreposição neste caso resultará na ausência de luz pois a sua soma será zero. Veremos nesse ponto uma risca escura. E esta situação irá verificar-se em todos os instantes porque a diferença de percurso óptico é independente do tempo. Repare-se que como as duas ondas estarão em oposição de fase, a essas riscas escuras corresponderão valores de diferenças de percurso óptico que serão múltiplos ímpares de meio comprimento de onda: , ou 3 , ou 5 etc...sendo o comprimento de onda da radiação. 2 2 2 Em geral, a esta interferência destrutiva corresponde: (2n 1) com n 1, 2, 3,... 2 Entretanto a uma interferência construtiva ( posições onde a intensidade é máxima ) corresponderá: 2m com m 0, 1, 2, 3,... 2 Relativamente à figura teremos o seguinte: LUZ 0 será para m=0, LUZ 1 será para m=1, etc... Definamos um eixo dos XX conforme a figura. Seja x1 a coordenada correspondente ao ponto LUZ 1. x Então, tg1 1 e 1 d sen1 em que 1 2 . 2 D Mas como os ângulos são (na generalidade) menores que 10º, podemos dizer que sen1 tg1 e portanto: D x1 2 . d 2 Em geral, os pontos de interferência construtiva aparecerão no ecrã para: xm 2m D com m 0, 1, 2, 3,... . d 2 Do mesmo modo, os pontos de interferência destrutiva aparecerão no ecrã para: xn (2n 1) D com n 1, 2, 3,... d 2 A intensidade para uma OEM pode ser escrita por: 2 1 2 I v utot v E v Emax . 2 No ecrã a intensidade da sobreposição das duas OEM aparece a oscilar conforme nos deslocamos ao longo do eixo dos XX, entre zero e um valor máximo. É possível demonstrar que a expressão analítica de I(x) se escreve como: 1 2 d I ( x) v E max cos 2 x 2 D Dep. Física / Amilcar Praxedes (Responsável) Óptica Ondulatória e Óptica Geométrica pág. 2 Electromagnetismo e Óptica 2014/15 MEAmbi+MEMat/MEBiol+MEQuim Objectivo 2: Óptica Ondulatória 2 Ondas Luminosas. A Interferência (no espaço): difracção por fendas finas (ou obstáculos finos). Ecrã a grande distância da fenda: Difracção de Fraunhofer. Refer: pág. 222-223 Equações / Noções: Consideremos uma fenda fina de largura a. a D: distância fenda-ecrã As distâncias aplicadas, a e D, são idênticas às da experiência de Young, mas a distribuição da intensidade que se observa é distinta. Agora, a amplitude dos máximos de intensidade vai diminuindo conforme nos vamos afastando da direcção principal ( 0) . Em resumo, as várias riscas escuras que aparecem em ambos os lados do máximo principal serão descritas por: sen n n em que n 1, 2, 3,... a Como sabemos virá, por razões geométricas, que tg n x n . D Se tivermos condições (sendo n menor que 10º) podemos considerar que, aproximadamente, sen1 tg1 , escrevendo que : x n nD a em que n 1, 2, 3,... No Laboratório irão medir a largura de uma fenda fina regulável ( < 1mm), utilizando um laser de He-Ne cujo comprimento de onda é 632,8nm (consulte o guia de lab). O espectro que irão observar no ecrã é idêntico ao apresentada na figura acima. O trabalho será dirigido na determinação dos valores experimentais o que equivale a dizer, na determinação dos valores e dos respectivos erros experimentais introduzidos pelas medidas bem como a precisão da medida obtida. É muito importante estudar o Guia do trabalho e o Relatório que irão entregar no fim da aula de Laboratório, antes de ir para a aula de Laboratório. Dep. Física / Amilcar Praxedes (Responsável) Óptica Ondulatória e Óptica Geométrica pág. 3 Electromagnetismo e Óptica 2014/15 MEAmbi+MEMat/MEBiol+MEQuim Objectivo 3: Óptica Ondulatória 3 Ondas Luminosas: Difracção por uma rede de difracção Ref: Equações / Noções: Rede de difracção : conjunto elevado de fendas igualmente espaçadas ocupando uma distância da ordem dos milímetros. Se iluminarmos a rede de difracção com uma radiação de comprimento de onda bem definido, iremos ter no ecrã uma figura muito diferente das que vimos anteriormente. Haverá pontos onde a Luz é intensa separados por regiões de muito baixa intensidade ou intensidade praticamente nula face à intensidade dos pontos de Luz, conforme se representa esquematicamente na figura seguinte. Característica da Rede: N linhas por unidade de comprimento; Exemplo: 300 linhas por mm. Rede de difracção N linhas por milímetro FONTE x2 LUZ 2 x1 LUZ 1 x0 LUZ 0 x-1 LUZ -1 x-2 LUZ -2 D Distância entre fendas: d = (1 unidade de comprimento) / N; Exemplo:d=10 -3 m/300=3,3m. Diferença de percurso óptico: . Voltando a raciocinar do modo mais simples possível, os pontos onde haverá luz correspondem aos pontos onde se irá verificar interferência construtiva (regiões de luz) devido às N fendas: D com m 0, 1, 2, 3,... d 2 Vejamos em termos experimentais como podemos tirar partido das redes de difracção. x m 2m No Laboratório irão estimar a largura de banda do visível trabalhando sobre a figura de difracção gerada por uma fonte de luz branca. Ao iluminarmos com luz branca (vermelho= 750 nm a violeta= 400 nm) uma rede de difracção, no ecrã irão surgir arco-íris, para um e outro lado da direcção principal, como resultado da separação das cores. O trabalho será dirigido na determinação dos valores experimentais, o que equivale a dizer, na determinação dos valores e dos respectivos erros experimentais introduzidos pelas medidas bem como, neste caso, a precisão e a exactidão das medidas obtidas. Para mais detalhes recorram ao guias do respectivo trabalho de Laboratório. Dep. Física / Amilcar Praxedes (Responsável) Óptica Ondulatória e Óptica Geométrica pág. 4 Electromagnetismo e Óptica 2014/15 MEAmbi+MEMat/MEBiol+MEQuim Objectivo 4: Óptica Geométrica : Lentes finas Refer: Equações / Noções: A espessura da lente é muito menor que as restantes dimensões face da "frente" q1 p = p1 [r3] [r1] [r1] [r2] [r3] eixo óptico [r2] I1 O= O1 R1 n’ n > n’ face de "trás" [r4] [r5] [r6] [r6] O2 = I1 R2 I = I2 [r4] [r5] p2 - q1 q = q2 face da "frente" da lente n n' (n'n) p1 q1 R1 face de "trás" da lente n' n (n'n) [2] p2 q2 R2 [1] p2 - q1 >0 à "frente" do lado do objecto real p=p1 >0 à "frente", do lado do objecto real q1 <0 à "frente", do lado do objecto real: imagem virtual q = q2 > 0 "atrás" do lado da imagem real R1 >0 "atrás", do lado da refracção R2 <0 à "frente", do lado oposto à refracção Combinando as equações [1] e [2] virá que para uma lente fina de raios R 1 e R2 , construida com um material de índice de refracção n’ e colocada num meio com índice de refracção n resulta: 1 1 n' 1 1 1 p q n R1 R2 Dep. Física / Amilcar Praxedes (Responsável) Óptica Ondulatória e Óptica Geométrica pág. 5 Electromagnetismo e Óptica 2014/15 MEAmbi+MEMat/MEBiol+MEQuim Equação dos construtores de lentes: 1 n' 1 1 1 f n R1 R2 sendo f a distância focal da lente. 1 1 1 p q f Em que Objecto real: na "frente" da lente, sendo então p>0. Imagem real: "para lá " da lente ou seja, "atrás" da lente, sendo então q>0. R1 ou R2 >0 se o centro de curvatura estiver "por detrás" da lente f >0 a lente é convergente e será simbolizada por extremos. ; no eixo óptico a lente é mais grossa que nos f <0 a lente é divergente e será simbolizada por extremos. ; no eixo óptico a lente é mais fina que nos Convergente Divergente frente R1>0 R2<0 R1<0 R2>0 frente R1= R2<0 R1= R2>0 frente R1>0 R2>0 R1>0 Mais espessa no meio do que nos extremos Dep. Física / Amilcar Praxedes (Responsável) R2>0 Mais fina no meio do que nos extremos Óptica Ondulatória e Óptica Geométrica pág. 6 Electromagnetismo e Óptica 2014/15 MEAmbi+MEMat/MEBiol+MEQuim Exemplo: Lente Convergente parte da "frente" da lente parte de "trás" da lente DI [r1] Bo f 2f Ao Co f 2f Do AI DI é virtual BI AI , BI , CI são reais CI [r1] Exemplo: Lente Divergente h fp fs h’ h’ q p Definição: Ampliação da lente ( convergente ou divergente ) h' q M h p Se |M|>1 diz-se que a imagem foi ampliada. Se |M|<1 diz-se que a imagem foi reduzida. Se M>0 verifica-se que a imagem tem a mesma orientação que o objecto; a imagem é direita. Se M<0 verifica-se que a imagem tem a orientação invertida em relação à do objecto; a imagem está invertida. Para mais detalhes recorram ao guias do respectivo trabalho de Laboratório. Dep. Física / Amilcar Praxedes (Responsável) Óptica Ondulatória e Óptica Geométrica pág. 7 Electromagnetismo e Óptica Dep. Física / Amilcar Praxedes (Responsável) 2014/15 MEAmbi+MEMat/MEBiol+MEQuim Óptica Ondulatória e Óptica Geométrica pág. 8