Escola: Escola Estadual “João Cotta de Figueiredo Barcelos” Diretor: Silvana Aparecida Moreira Santos Dias Rua Rondônia, 305, cachoeira do Vale, Timóteo – MG Superintendência Regional de Ensino de Coronel Fabriciano Projeto: Escola de Pais Autores: Silvana Aparecida Moreira Santos Dias, Célia Maria Coelho, Maurício Assis da Silva e Paulyane Christina Araújo de Assis Gouveia . E-mail: [email protected] Título do Projeto: Escola de Pais – Educação a Oito Mãos INTRODUÇÃO Em março de 2014 foi implantado o Projeto: Escola de Pais - Educação a Oito Mãos, cujo propósito inicial foi estimular e consolidar a participação efetiva e ativa dos pais dos alunos atendidos pela Sala de Recursos, sendo este um atendimento educacional especializado. O atendimento era realizado em grupo de 31 alunos, do 1º ao 9º ano de escolaridade do Ensino Fundamental, anos iniciais, finais e Ensino Médio, da própria escola, da E.E. José Ferreira Maia e APAE. Esta ação visava desenvolver a corresponsabilidade da família no processo educacional e de inclusão dos filhos. De acordo com a Declaração de Salamanca", no que se refere ao papel da família nesse processo de inclusão, demanda que se: "(...) encorajem e facilitem a participação de pais, comunidade e organizações de pessoas com necessidades especiais nos processos de planejamento e tomada de decisões concernentes à provisão de serviços para necessidades educacionais especiais"(1994, p.2). A Declaração de Salamanca também afirma que "pais possuem o direito inerente de serem consultados sobre a forma de educação mais apropriada às necessidades, circunstâncias e aspirações de suas crianças"(p. 3-4) e que: "(...) ao mesmo tempo em que escolas inclusivas provêem um ambiente favorável à aquisição de igualdade de oportunidades e participação total, o sucesso delas requer um esforço claro, não somente por parte dos professores e profissionais na escola, mas também por parte dos colegas, pais, famílias e voluntários”. (p.5). A partir dessas investigações, passamos a conceber que o processo de inclusão não se dá somente aos alunos e pais dos alunos participantes da sala de recursos, o projeto teve um efeito colateral positivo na medida em que o mesmo foi estendido a todos os funcionários da escola e aos demais alunos que não eram da Sala de Recursos e seus familiares. A parceria entre família, professores e demais profissionais da escola, comunidade representada por voluntários e pelos próprios alunos, viabiliza uma Educação a Oito Mãos em que cada um destes atores sociais assumem o seu papel no processo de formar intelectuais e, principalmente, formar cidadãos. A Escola de Pais, com dimensões pedagógicas e terapêuticas, propôs um trabalho de corresponsabilidade entre Família, Aluno, Escola e Comunidade, numa proposta transdisciplinar aberta a trocas, diálogo, maturidade profissional e com formação humanística, conduzindo a arte de educar, tanto familiar quanto escolar, para a construção de um cidadão autônomo e emancipado. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA A Escola de Pais surgiu da necessidade de oportunizar suporte psicológico aos alunos atendidos pela SALA DE RECURSOS. No entanto, uma vez iniciados estes atendimentos, percebeuse a necessidade de se incluir a família no processo de acompanhamento e de tomada de decisão no processo educativo dos filhos. Nesta perceptiva a “Escola de Pais – Educação a Oito Mãos” tornou-se uma proposta inovadora, desafiadora, abrangente e complexa, na medida em que passou a demandar mãos de obra de outros atores sociais, além da escola, ou seja, uma presença mais efetiva e ativa da FAMÍLIA (2 mãos), da ESCOLA (2 mãos), da COMUNIDADE (2 mãos) e, essencialmente, do ALUNO (2 mãos), principal ator do seu processo cognitivo e social. O Projeto aconteceu através de 05 ações estruturadas desenvolvidas a partir da captação de voluntários da comunidade local e dos próprios alunos, estimulando assim o protagonismo juvenil, ou seja as oitos mãos necessárias. O Café na Escola, para a família foi definido em 01 encontro por mês (aos sábados) ao longo do ano letivo, com duração de cerca 3 horas cada. Nestes encontros o foco foi instrumentalizar as famílias através de palestras e, ao mesmo tempo, promover a interação entre pais e escola, interligando a teoria e a prática da educação cotidiana. Foram abordados temas sugeridos no primeiro encontro e votado pelos pais por ordem de prioridade. A cada encontro, a palestra do próximo, foi definida de acordo com as demandas e necessidades dos pais, da escola e dos alunos. Além dos encontros mensais foi definido: 01encontro semanal, às quintas-feiras, das 14 às 17 horas, com oficinas de pintura e tapeçaria para mães e adolescentes, intitulado ‘Tricotando Experiências’, trabalho coordenado realizado mensalmente, por voluntárias. Esta ação tinha como propósito a troca de experiências e orientação, através do bate papo informal. Nas terças-feiras, havia o Plantão Psicológico, das 8h às 11h30minh, com atendimento psicológico individualizado e em grupo, e plantão durante toda a semana para suporte psicológico à Sala de Recursos e à escola de forma geral, esta ação contou com a colaboração de um psicólogo voluntário. Como efeito colateral positivo foi criado o grupo ‘Santo de Casa Faz Milagres’, contando com 08 alunos do Ensino Médio, que prestaram monitoria de orientação e aconselhamento, no contra turno, aos alunos do 6º ao 8º ano de escolaridade. Para implantação da Escola de Pais- Educação a Oito Mão ,foi elaborado o Plano de Ação abaixo: O quê? Quem? Quando? Levantamento da Demanda de alunos AEE Silvana, Célia, Nilma Paulyane Jan/Fev/ 2014 Na Escola Captação de Parcerias Célia e Ulícias Jan/Fev/ Mar/Abril/ 2014 Município/ Comunidade Elaboração do Projeto Célia Maurício Silvana Jan/Fev/ Mar/2014 Na Escola Reunindo equipe de elaboração; Realizando levantamento das demandas; Discutindo metas e definindo ações. Sensibilização dos profissionais da escola e pais ou responsáveis dos alunos Célia Silvana Fev/Março/ 2014 Na Escola Convidando os pais, voluntários e equipe escolar para o encontro; Elaborando pauta do encontro. Lançamento do Projeto Escola de Pais: Educação a Oito Mãos Célia Maurício Silvana Março: 29/03/14 Sala de Cursos 1) Plantão Psicológico Maurício Terças-feiras Biblioteca ou Sala de Música 2) Oficinas: Tricotando Experiências Célia Ulícias Patricia QuintasFeiras Sala de Cursos 3) Café na Escola -Encontros com pais e profissionais da escola Célia Mauricio Silvana 1 vez por semana Refeitório 4) Oficinas de Artesanato com alunos Célia 5) Palestras educativas para os alunos Drº. Maurício 6) Grupo Santo de Casa Faz Milagres :Aluno Monitor Vice-DiretoraNilma: Raylan, Arthur,Bruna,Vitória,Jull y,Júlio,Luiz Henrique, Luis A Ç Õ E S Onde? Diariamente Sala de Recursos Biblioteca Mensal Diariamente Escola Como? Realizando levantamento da demanda; Inserindo-as no Simade. Divulgando a proposta; Fazendo contato com os parceiros e sensibilizando-os; Firmando parceria conforme disponibilidade do voluntário. Apresentando o Projeto; Levantando os temas para os próximos encontros; Elencando propostas de ações. Levantando demanda da sala de recurso e da escola; Definindo cronograma de atendimento; Atendendo alunos. Oferecendo momentos de troca de experiências utilizando a pintura, a tapeçaria e o artesanato em vidro enquanto instrumentos de expressão da subjetividade. 1) Convite individualizado; 2) Acolhida; 3) Coffee Brack; 4) Palestra/ Dinâmica/ troca de experiências; 5) Sorteio de brindes produzidos nas oficinas da Sala de Recursos; 6) Definição do Tema do próximo encontro; 7) Avaliação (+ ) (Positivo, Delta); 8) Encerramento. Atendendo alunos de acordo com cronograma Realizando palestras a partir de demandas apresentadas pelos alunos, pela família ou pela escola. Reunindo com equipe de alunos; Realizando capacitação para instrumentalização ( técnicas de mediação; Orientando na realização das atividades com grupo de alunos a serem atendidos; A implantação do projeto impactou em: 1. Melhoria na comunicação entre escola e comunidade escolar; 2. Aumento nos índices de participação dos pais nas atividades desenvolvidas na escola: 3. Melhoria da imagem da escola; 4. Aumento da satisfação e confiança dos pais; 5. Envolvimento e coparticipação dos alunos as ações desenvolvidas na escola; Encontros Mensais: Café na Escola Lançamento do Projeto Quintas- feiras: Tricotando Experiências Terças-feiras: Plantão Psicológico Mensais: Palestras Educativas Oficinas Sala de recursos Monitores: Santo de Casa Faz milagres QUINTAS Reflexões Sobre o Trabalho A implantação do Projeto Escola de Pais possibilitou uma melhoria na relação escola / família, ao considerarmos a identidade da comunidade escolar como ponto de partida para definição das ações a serem desenvolvidas com os alunos. Percebemos que a escola é também um espaço de construção do processo de escuta, fundamento primordial para se estabelecer vínculos de subjetividade com a comunidade e envolver a família e incentivá-la a participar, está diretamente ligado à acolhida e a corresponsabilização. Pensar em família nos leva a considerar o espaço onde se dá a vida cotidiana, a socialização primária da criança. É no seio familiar, que se processa a existência e vivências subjetivas do ser humano, em que cada indivíduo constrói a sua história única de vida, por isso concluímos que a abertura da escola para as parcerias com Fundações e atores da sociedade civil, estimula o voluntariado e o protagonismo juvenil, com isto a escola passa de fato inserir no local. A comunidade se sente responsável processo educativo e formação cidadã dos alunos e tornando-se uma grande força aliada. REFERENCIAS SALAMANCA, Declaração-Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais, p.2-4,1994. CARVALHO, M. P. Um invisível cordão de isolamento: escola e participação popular. Cadernos de Pesquisa, n.70, p.65-73, ago. 1989. SMOLKA, A. Família e escola: o que as crianças percebem e nos dizem. Leitura: Teoria e Prática, Campinas, v.8, n.13, p.33-6, 1989.