Revista Canavieiros - Abril de 2007 Revista Canavieiros - Abril de 2007 Editorial Comprometimento com as futuras gerações A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. A décima edição da Revista Canavieiros aborda o tema “desenvolvimento sustentável e responsabilidade social”. Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente na Unidade de Grãos da Copercana – UNAME. Um projeto de gestão de qualidade está sendo implantado na unidade que já iniciou o processo de compostagem. A Revista também aborda as questões sociais e traz algumas ações de responsabilidade que o Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred vêm desenvolvendo. O presidente da Orplana – Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil, Ismael Perina Júnior, enfoca, em seu artigo, as preocupações em relação a toda à expectativa gerada em torno do aumento da demanda mundial pelo etanol, o que gerou uma corrida para a produção de cana-de-açúcar, com a ampliação da área plantada por parte de produtores tradicionais e a inserção, no mercado, de produtores que não estavam ligados à cana. Recém-chegada dos Estados Unidos, onde foi conhecer a produção dos biocombustíveis a convite do governo daquele país, a diretora executiva da ABAGRP (Associação Brasileiro do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto) Mônika Bergamaschi, ressalta que falta planejamento estratégico para o Brasil. Em entrevista a Revista Canavieiros, Mônika fala sobre as metas dos Estados Unidos para o programa de produção de etanol. As páginas do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred abordam os principais fatos que acontecerem no mês de abril. A participação da Copercana no I Congresso Internacional da Cadeia Produtiva da Cana – Concana, realizado em Uberaba de 26 a 30 de março. A Canaoeste traz um artigo do consultor agronômico, Cleber José Moraes sobre o mercado mundial e o fechamento do preço médio do quilo do ATR para o Estado de São Paulo. Nas páginas da Cocred, o lançamento da poupança cooperada, uma forma fácil e segura de investimento e a inovação do mercado de financiamentos de veículos através do Cocred Auto. A edição mostra o crescimento brasileiro nas exportações de amendoim descascado; os prognósticos climáticos; a legislação que obriga a criação de CNPJ para o produtor rural; a volta assustadora da broca da cana-de-açúcar e o produto muda sadia do CTC que está disponível aos fornecedores de cana-de-açúcar. Essas são algumas das informações técnicas que estão sendo abordas na edição de abril. Informações complementares de livros, datas e programação de feiras e eventos, classificados e muito mais. Para finalizar com chave de ouro uma reportagem de dar água na boca recheia o Antes da Porteira: doces de fabricação praticamente artesanal na fazenda Santa Alice de Terra Roxa. Doces de goiaba, banana e abóbora são produzidos sem adição de produtos químicos mantendo a tradição desde 1966. Um sabor diferenciado que agrada os paladares mais exigentes. Boa Leitura! Conselho Editorial Revista de 2007 2007 Revista Canavieiros Canavieiros -- Abril Abril de 03 Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Sistema Responsável: ações sociais e respeito ao meio ambiente Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Iniciativas refletem a preocupação das instituições em busca do desenvolvimento sustentável Oscar Bisson Pag. 20 DEST A QUES DESTA OUTRAS Entrevista INFORMAÇÕES P a g .2 8 SETORIAIS Mônika Bergamaschi Diretora Executiva da ABAG - RP EQUIPE DE JORNALISMO: Carla Rossini – MTb 39.788 Cristiane Barão – MTb 31.814 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Rafael Mermejo FOTOS: CULTURAS DE P a g .3 0 ROTAÇÃO Carla Rossini COLABORAÇÃO: Pag. 05 Ponto de Vista Ismael Perina Júnior Presidente da Orplana, Presidente da Socicana e Diretor Adm. Cocecrer Pag. Notícias 08 Pag. 10 Copercana Copercana participa do Concana em Uberaba Marcelo Massensini LEGISLAÇÃO Pag. 12 Canaoeste O mercado mundial e o fechamento do preço médio do Kg do ATR para o Estado de São Paulo Notícias PRAGAS E DOENÇAS Pag. 34 DEPARTAMENTO DE MARKETING AGENDE-SE Pag. Artur Sandrin, Carla Rossini, Daniella Felicio, Daniel Pelanda, Letícia Pignata, Marcelo Massensini, Rafael Mermejo, 35 Roberta Faria da Silva, Tatiana Sicchieri. IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora CULTURA 36 TIRAGEM: 6.500 exemplares Pag. REPERCUTIU Pag. A Revista Canavieiros é distribuída 37 gratuitamente aos cooperados, associados CLASSIFICADOS Pag. 38 A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Antes Antes da da Porteira Porteira Em meio aos canaviais, o cheiro das Goiabas Fazendeiros unem a produção de frutas e uma fábrica de doces em meio aos canaviais na Fazenda Santa Alice e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Pag. Revista Canavieiros - Abril de 2007 [email protected] E COMUNICAÇÃO: 16 Cocred Poupança Cooperada Cocred: pensando no seu futuro 04 COMERCIAL E PUBLICIDADE: Daniella Felício NOVAS P a g .3 2 TECNOLOGIAS Pag. Notícias 31 Rua Dr. Pio Dufles, 532 Pag. 26 Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 Entrevista Mônika Bergamaschi Diretora Executiva da ABAG - RP Falta planejamento Perfil Além de diretora executiva da ABAGRP, Mônika Bergamaschi é diretora da ABAG (Associação Brasileira de Agribusiness) e uma das lideranças femininas mais destacadas do agronegócio brasileiro. É Graduada em Engenharia Agronômica pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp de Jaboticabal, mestre em Engenharia de Produção Agroindustrial pela UFSCar e com MBA em Cooperativismo pela USP. Participa de vários conselhos, comitês e câmaras e é secretária-executiva, pelo setor privado, do Consagro (Conselho do Agronegócio), do Ministério da Agricultura. Cristiane Barão R ecém-chegada dos Estados Unidos, onde foi conhecer a produção dos biocombustíveis a convite do governo daquele país, a diretora executiva da ABAG-RP (Associação Brasileiro do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto) Mônika Bergamaschi, ressalta que falta planejamento estratégico para o Brasil. Nos Estados Unidos, as metas para o programa de produção de etanol são claras e há definição de investimentos e dos papéis do governo e iniciativa privada. "(No Brasil) Não existe uma política definida", diz. Para ela, o agronegócio recebe um tratamento de quinta categoria do governo, apesar de toda importância que o setor tem para a economia do país. Ela, no entanto, vê boas oportunidades para a região de Ribeirão Preto, área de atuação da associação criada em 2001 e que desenvolve programas importantes e abrangentes para trabalhar a imagem do agronegócio e também contribuir na discussão de assuntos de interesse de todas as cadeias. Leia, a seguir, a entrevista que ela concedeu à Canavieiros na sede da ABAG-RP. Revista Canavieiros - Abril de 2007 05 Entrevista Revista Canavieiros: A ABAG de Ribeirão Preto foi criada em 2001. O que motivou a sua formação? Mônika: A ABAG de Ribeirão Preto foi criada inicialmente para trabalhar a questão da imagem do agronegócio regional. Haviam outras iniciativas feitas por setores isolados que já tinham conseguido avançar alguma coisa nesse sentido. O setor sucroalcooleiro já tinha começado a fazer esse trabalho há muitos anos. Eles (empresários locais) passaram a perceber que precisavam fazer alguma coisa mais ampla e sentiram a necessidade de montar uma entidade que trouxesse outros segmentos do agronegócio que fossem de grande importância para a região também. Revista Canavieiros: Qual a relação com a ABAG nacional? Mônika: Ela é totalmente diferente (da ABAG nacional), com outra razão social, outro quadro associativo, autonomia administrativa e financeira, mas que foi criada por iniciativa dos empresários locais. Foi um movimento que veio da base. Foi isso que fortaleceu tão rápido a associação. Eles (empresários locais) se reuniram e consultaram o Roberto Rodrigues, que é um grande entendedor do associativismo, e que emprestou o nome ABAG para a associação. Uma das diferenças é que a entidade nacional chama-se Associação Brasileira de Agribusiness e a regional é Associação Brasileira de Agronegócio da Região de Ribeirão Preto. Foi uma primeira adaptação. A ABAG começou com uma empresa de SP, que estava trabalhando na formatação da entidade. Mas à medida que fomos construindo a associação, fomos trazendo tudo para Ribeirão Preto, para que tivesse a sensibilidade do que era a região. Um coisa é pensar a região estando na avenida Paulista e outra é estando aqui. Revista Canavieiros: E quais foram as ações definidas para trabalhar a imagem do setor? Mônika: Foram criados os dois grandes carros chefes da ABAG. Há a campanha de valorização da imagem 06 Revista Canavieiros - Abril de 2007 do agronegócio, que são filmes de um minuto, 45 segundos, que são veiculados diariamente nas emissoras regionais desde setembro de 2001 ininterruptamente. A partir deste mês nós ampliamos o alcance para a região de Araçatuba e São José do Rio Preto. Como o setor, principalmente o canavieiro, está se expandindo muito para aquela área, é um trabalho de valorização sim e também um trabalho “preventivo”, para que as pessoas entendam o que o setor canavieiro carrega junto com a expansão dos canaviais e construção de usinas. Além desse trabalho, precisávamos de um outro que, ao longo do tempo, eliminasse a necessidade, por exemplo, de campanhas ainda que fossem curativas e preventivas. Então daí surgiu a idéia do programa Agronegócio na Escola. lidade diferente. A ABAG nacional também faz isso, mas temos como diferencial o fato de estarmos aqui, a percepção é diferente. Sempre existiu muita ideologia, muita pressão em cima de questões ambientais. Já no começo de 2001, veio a questão do Código Florestal. Nós tínhamos a necessidade de fazer alguma coisa que mostrasse que muito do que era dito não tinha fundamento razoável. Em uma parceria com a Fapesp e a Embrapa fizemos todo um mapeamento da região, que depois foi estendida para a região nordeste do Estado. Assim, temos 20% do Estado com um mapa de uso e ocupação. Isso permite que a gente trace os impactos de políticas antes que elas sejam implantadas. É um trabalho inédito. Revista Canavieiros: Sobre a reserva legal. O grupo formado Um coisa é pensar a região para estudar o decreto (publicado no ano passado e que determiestando na avenida Paulista e na a reserva de 20% de área de cada imóvel rural para manutenoutra é estando aqui. ção e recomposição da reserva legal) não apresentou resultados... Mônika: Existe uma Adin (Ação Revista Canavieiros: Como funDireta de Inconstitucionalidade) conciona o Agronegócio na Escola? Mônika: Começamos a trabalhar o tra o decreto e espero que ela tenha programa em 2001 com Diretoria de êxito. O grupo de estudos foi formado, Ensino de Jaboticabal com sete esco- mas não se chegou a um consenso. O las e 1.000 alunos. Atuamos na que existiu foi uma idéia falsa de que capacitação dos professores, damos a seriam possíveis compensações deneles subsídios para que eles trabalhem tro do Estado de São Paulo. A região com os alunos. Eles inserem os con- de Ribeirão Preto tem mais área de veceitos que mostramos a eles no dia-a- getação nativa em porcentagem se dia das matérias: matemática, física, ci- comparada com o Estado todo. Esse é ências. Na mão contrária, eles passa- o número que muita gente desconheram a ter a oportunidade de mostrar ce e acha que o agronegócio veio para aos alunos a aplicação prática dos con- cá, desmatou e destruiu tudo. De 88 ceitos estudados em sala de aula, com para 2003, houve um aumento nessas visitas às empresas associadas. A idéia áreas que praticamente não hesitaria não é formar mão-de-obra para o em afirmar que é recomposição de agronegócio, mas mostrar as oportu- APPs. Ninguém nunca me convenceu nidades e que eles (alunos) sintam a de onde vieram os 20%. Por que 20% e necessidade de se empenhar nos es- não 10%? Nosso posicionamento semtudos. Neste ano, o programa vai atin- pre foi que precisa haver a inclusão de gir os 86 municípios da nossa argumentos técnicos e científicos na abrangência e devemos trabalhar com discussão da lei. 24 mil alunos. Revista Canavieiros: Você esteve Revista Canavieiros: Como a en- recentemente nos Estados Unidos, tidade trabalha questões mais onde foi conhecer o que está sendo feito na área de biocombustíveis. abrangentes, como a ambiental? Mônika: Nós começamos a atuar Qual sua impressão? Mônika: Fiquei impressionada com com esses assuntos com uma sensibi- Entrevista o pragmatismo dos norte-americanos. Lá, a curva de crescimento da produção de etanol dá uma disparada nos últimos anos. A capacidade instalada deles é muito superior à do Brasil. No final de 2008, eles dobram a produção do etanol. É mais caro? É. Mas existe um planejamento. Quando o presidente Bush coloca o projeto de substituir 20% da gasolina em dez anos, ele traça uma meta, deixa claro qual é a estratégia, qual o objetivo do governo, quais os recursos para a pesquisa (e são números bastante interessantes). Então, existe uma meta traçada e os empresários começaram a investir nisso com uma certeza. Lá eles conseguem trabalhar o ano todo sem nenhuma sazonalidade porque o milho permite estocagem. Há independência entre os Estados e cada um estabelece o percentual de mistura à gasolina, o quanto vai produzir. Não tem nenhum monopólio de distribuição. Em todas as fábricas de todas as regiões, a malha ferroviária passa quase dentro. Existem algumas outras facilidades que, de certa forma, minimizam as desvantagens que existem em relação a outros produtos. Revista Canavieiros: Em que eles estão investindo mais? Mônika: Eles estão investindo muito em todas as energias. As cooperativas e associações estão incentivando a energia eólica. Eles sabem que só com o etanol de milho eles não vão conseguir a quantidade de combustível que precisam. Aí é que abre uma excelente oportunidade para o Brasil, que é a pesquisa em cima da celulose. Existe a pesquisa, mas ela ainda não é viável do ponto de vista econômico pelo menos para nós. Isso vai representar um ganho gigante, inclusive para Ribeirão Preto. A chance da região crescer na produção de etanol é só com incorporação de tecnologia e, claro, com melhoria de recursos humanos, com O que eu posso desejar ao ministro? Sorte. melhor gestão, melhor gerência, pesquisa, cabeças pensando em tecnologia agrícola, agricultura de precisão na produção canavieira. Isso pode representar ganhos para Ribeirão. Como? Bagaço, que já está dentro da usina. Aí, é descobrir a proporção ideal para o bagaço virar energia e etanol. Lá, o adicional que eles têm é que terão de coletar o capim ou a haste de trigo, de soja, de milho no campo, levar para a indústria e fazer o tratamento da celulose. Revista Canavieiros: Comparando os dois modelos, dá para concluir que no Brasil faltam planejamento e recursos.... Mônika: O que tem acontecido hoje é que o setor privado viu uma chance e está investindo. Se o setor privado parar, parou. Tem um financiamentozinho aqui, uma coisa ali, mas não existe uma Mônika Bergamaschi (Diretora Executiva da ABAG-RP) Bob Dinnen (pres. da RFA) e José Nilton de Souza Vieira (Departamento de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) política definida. Nem do setor público e nem do setor privado. O setor privado também não sabe exatamente. Eu lhe mostro o planejamento para os próximos dois anos (dos Estados Unidos), com nome, endereço de todas as novas destilarias que estão sendo construídas, o quanto elas vão moer, quando entram em operação. Hoje, você não tira uma informação dessa no Brasil. Falta planejamento. Isso tem que ser tudo muito bem desenhado porque qualquer movimento do Brasil, que é um player importante, interfere nos preços internacionais. Um negócio mal feito, mal costurado, pode ser um tiro no pé. Revista Canavieiros: Qual a expectativa em relação ao novo ministro? Mônika: Nós tivemos por três anos e meio um ministro que conhece o agronegócio nacional e mundial como poucos e é uma pessoa que circula em todos os ambientes. Há dois anos ele me dizia que achava que, conhecendo os problemas e as soluções, em seis meses resolveria tudo. E foi uma frustração para ele porque depois de três anos e meio não conseguiu resolver. O grande mérito é que ele segurou muita coisa. Nossa situação hoje poderia ser bem pior. E não conseguiu fazer por quê? Porque grandes problemas que afetam o agronegócio estão fora da pasta da Agricultura. O problema da logística é com o Ministério dos Transportes; o etanol, que é um problema energético, está em oito Ministérios, inclusive no Itamaraty. A questão do endividamento fica dependendo da Fazenda. A Agricultura está dividida em duas. Isso é um absurdo. Há a estrutura da Agricultura e a do Desenvolvimento Agrário, posições que, não raro, tiram risos das platéias de outros países. O que eu posso desejar ao ministro? Sorte. E que o governo queira e tenha vontade de fazer. Saiu o PAC, por exemplo, e não contempla absolutamente nada para a agricultura. É o maior setor, que mais exporta, que mais emprega e recebe um tratamento de quinta categoria do governo brasileiro. Entristece ver que o governo está de costas para o agronegócio. Revista Canavieiros - Abril de 2007 07 Ponto de Vista Aumento da produção deve refletir em menores preços Com a minha eleição na Orplana, devo dizer que daremos continuidade ao trabalho que já vinha sendo realizado, de maneira muito competente pelo amigo Manoel Ortolan. Vamos trabalhar, junto às associadas, para estar cada vez mais próximos. Vamos procurar fazer com que as associações tenham departamentos técnicos bastante atualizados para fornecer o melhor trabalho possível a seus associados. Nas questões institucionais, deveremos cada vez mais participar de fóruns públicos e privados, mostrando a importância do segmento “produtor de cana” dentro da cadeia produtiva, valorizando sempre o produtor como um elo fundamental do setor. Iremos trabalhar fortemente, buscando a união da classe, para que tenhamos resultados satisfatórios na nossa atividade produtiva. Continuaremos atuando com muita energia, já que esta é a palavra do momento, nas negociações com os industriais, tentando fazer com que os produtores tenham o seu produto, cana-deaçúcar, com resultados positivos. Enfim, trabalhar. O momento, entretanto, nos traz preocupações em relação a toda esta expectativa gerada em torno do aumento da demanda mundial pelo etanol. Isso gerou uma corrida para a produção de cana-de-açúcar, com a ampliação da área plantada por parte de produtores tradicionais e a inserção, no mercado, de produtores que não estavam ligados à cana. A conseqüência é uma produção de cana-de-açúcar no Brasil que deverá ser cerca de 15% maior que a da última safra. Teremos mais cana para moagem e, dessa forma, teremos mais álcool e açúcar no mercado. Historicamente, quando há aumento da oferta, ocorre a diminuição dos preços do produto. A última safra já havia registrado um ATR abaixo da previsão do setor. E acreditamos que para esta safra o ATR será ainda menor, concretizadas as previsões atuais. A movimentação do mercado em direção ao etanol e toda a divulgação em torno do tema não refletem em remuneração ao produtor. Ao contrário, faz com que tenhamos um grande aumento nos nossos custos e, na hora de realizarmos a venda da produção, as despesas podem ultrapassar as receitas. Neste momento, temos que ter cabeça no lugar, administrar muito bem os custos, reduzir onde for possível, para que não tenhamos surpresas desagradáveis. O papel da Orplana, não só neste momento, mas sempre, é procurar informar os produtores sobre o comportamento do mercado e as perspectivas futuras para que cada um tenha uma ferramenta confiável administrativa para se apoiar. Ismael Perina Júnior Presidente da Orplana, Presidente da Socicana e Diretor Adm. Cocecrer 08 Revista Canavieiros - Abril de 2007 09 Notícias Copercana Copercana participa do Concana em Uberaba Carla Rossini Evento consolidou Uberaba como centro brasileiro de desenvolvimento do setor A Copercana participou do I Congresso Internacional da Cadeia Produtiva da Cana - ConCana que aconteceu entre os dias 26 a 30 de março, em Uberaba - MG. Durante o Congresso, especialistas de todo o Brasil revelaram aos mais de 1500 participantes o potencial do mercado da cana-de-açúcar, mostraram a tecnologia de ponta disponível e ainda discutiram a expansão do setor e seu desenvolvimento sustentável. O evento foi organizado pela Fazu - Faculdades Associadas de Uberaba, mantida pela Fundação Educacional para o Desenvolvimento das Ciências Agrárias (FUNDAGRI), a Universidade de Uberaba (UNIUBE), a Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Cam- Alexandre Kaufman (diretor da Arvek); Flávio Guidi (agrônomo Copercana-Uberaba); Ivaldo (agrônomo Copercana-Campo Florido); Pedro Esrael Bighetti (diretor da Copercana); João Machado (diretor da FAZU e coordenador do ConCana) Paulo Bighetti (estudante agronomia FAZU); João Ângelo Guidi Jr (presidente do Clube Amigos da Terra de Uberaba) e Danilo Saule (Agrônomo Copercana-Sertãozinho). Concana reivindica melhores condições para vender álcool, dentro e fora do país Marcelo Massensini Durante o I Congresso Internacional na Cadeia Produtiva da Cana (ConCana) além da presença de investidores internacionais e de palestras sobre o futuro da cana-de-açucar e seu desenvolvimento sustentável, foram elaborados três documentos com reivindicações de melhorias para o setor. Um foi encaminhado para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um para o governador de Minas Gerais, Aécio Neves e outro para presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. A carta enviada para o presidente Lula pede incentivos a projetos que envolvam um grande número de fornecedores de cana e solicita a aceleração 10 Revista Canavieiros - Abril de 2007 da obra de implantação do alccolduto em São Paulo, Minas Gerais e Goiás. O documento ainda ressalta a importância de obras para melhorar a infra-estrutura do País, como construção de novas estradas, melhoria das antigas e desenvolvimento dos portos, para melhorar o escoamento da produção nos mercados interno e externo. Para o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o pedido foi à redução do ICMS sobre o álcool hidratado combustível, a fim de expandir seu mercado no Estado. O terceiro documento, enviado para o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, é um resumo dos trabalhos do I ConCana, mostrando as perspectivas do álcool dentro e fora do país. Estande da Copercana em Uberaba As cartas foram assinadas pelo coordenador geral do ConCana, João Machado Prata Júnior, Anderson Adauto, prefeito de Uberaba; Marcelo Palmério, reitor da Universidade de Uberaba (Uniube) e Silvio de Castro Cunha Júnior, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Campo Florido (Canacampo). Notícias Copercana po Florido (CANACAMPO), a Prefeitura de Uberaba e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Especialistas e lideranças discutiram a cadeia da cana e levaram novos conhecimentos aos participantes. O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan palestrou no dia 27 com o tema "Relacionamento entre Indústrias e Fornecedores Mercado Atual e Futuro". Diretores e funcionários do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred também estiveram presentes no estande da Copercana montado na área de exposição do Congresso. Representantes da cadeia produtiva de cana, açúcar e álcool visitaram o estande da cooperativa que em breve terá uma nova filial totalmente reformada para atender aos produtores daquela região. Segundo o engenheiro agrônomo da Copercana, Flávio Guidi que atende Uberaba o resultado da feira foi excelente. "Tivemos a oportunidade de fazer contato com produtores e pessoas ligadas ao setor e também mostrar todo o potencial e suporte que a Copercana pode oferecer", afirmou Flávio. Para o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, esse tipo de evento é muito importante para divulgação da cooperativa. "O objetivo é apresentar a cooperativa aos produtores da região de Uberaba que tem grande potencial de crescimento e expansão na área de cana-de-açúcar. Estão sendo montadas novas unidades industriais no Triangulo Mineiro e a Copercana vai estar presente para oferecer seus serviços e produtos aos produtores mineiros", finalizou Pedro. O presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo também acredita na expansão do setor na região de Uberaba. “Somos testemunhas que a cana contribui muito para o desenvolvimento da região em que está inserida. As indústrias que abastecem o setor sucroalcooleiro geram empregos e consequentemente renda para a população. Isso é muito importante num país com poucas perspectivas de crescimento. A região de Uberaba tem tudo para se tornar referencia na produção de cana, açúcar e álcool”, afirmou Tonielo. José Olavo Borges (diretor ABCZ); Silvio Castro Jr (presidente CanaCampo); Pedro Esrael Bighetti (diretor da Copercana); Alexandre Kaufman (diretor da Arvek); Flávio Guidi (agrônomo Copercana-Uberaba); Rogério (agrônomo Copercana-Frutal) e Paulo Bighetti (estudante agronomia da FAZU) Revista Canavieiros - Abril de 2007 11 Notícias Canaoeste Consecana Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo CIRCULAR Nº. 19/06 DATA: 10 de abril de 2007 A qualidade média da matéria-prima entregue pelos Fornecedores de Cana do Estado de São Paulo, na Safra 2006/ 2007 foi a seguinte: Cana processada: 58.783.231 toneladas; Pol da Cana = 15,3195; Pureza do Caldo = 87,23; Fibra da Cana =12,58; ARC = 0,5444; Fator K = 0,9982 e ATR = 150,86. A seguir, informamos a curva de comercialização do Açúcar de Mercado Interno (ABMI), Açúcar de Mercado Externo Branco (ABME), Açúcar de Mercado Externo VHP (AVHP), Álcool Anidro (AAC), Álcool Hidratado (AHC), Álcool Anidro Industrial (AAI), Álcool Hidratado Industrial (AHI), Álcool Anidro Exportado (AAE) e Álcool Hidratado Exportado (AHE), praticada na safra 2006/2007. A alíquota de IPI apurada pelo CEPEA foi de 3,7801% ajustando o fator para cálculo do preço líquido do Açúcar de Mercado interno (ABMI), de 0,82111 para 0,82285. A seguir informamos o mix de produção e comercialização, os preços de faturamento do açúcar nos mercados interno e externo, do álcool anidro e hidratado, carburante, outros fins e exportado e os respectivos preços líquidos médios do Kg de ATR, em R$/kg, por produto, para efeito do ajuste final da safra 2006/2007. A O preço médio estadual do kg de ATR é de R$ 0,3430. 12 Revista Canavieiros - Abril de 2007 Revista Canavieiros - Abril de 2007 Notícias Canaoeste O mercado mundial e o fechamento do preço médio do Kg do ATR para o Estado de São Paulo N esta edição abordaremos sobre o fechamento do Preço do Kg de ATR (açúcares totais recuperáveis) para o Estado de São Paulo na Safra 2.006/07. Na próxima edição, continuaremos a abordar a metodologia de Cálculo do Preço do ATR, falando: Como são definidos os fatores de dedução ou acréscimo de impostos e também porque alguns produtos têm o fator impostos maior que 100%. Na tabela 1, é possível notar que o grande responsável pela queda dos preços do ATR durante a safra, que começou com um valor de R$ 0,3830 por Kg de ATR no mês de maio de 2.006, foi o açúcar, tanto no mercado interno como externo. Mas voltando ao tema proposta para esta edição, O CONSECANA divulgou no dia 10 de abril de 2.007 o preço médio de safra do quilograma de ATR do Estado de São Paulo para a Safra 2.006/07, que ficou em R$ 0,3430 por Kg. Mas o que afinal aconteceu com este produto? O que permitiu essa queda tão drástica? A tabela 2 apresenta o Balanço entre Produção e Consumo de Açúcar no Mundo, se*Cléber Moraes gunda dados da Czarnikow Sugar (www.czarnikow.com), o maior provedor mundial de serviços no mercado de açúcar. Apenas relembrando, esta safra, por ser uma safra de transição, a apuração dos preços médios de safra, começou em 1º de maio de 2.006 e terminou em 30 de março de 2.007. A partir deste ano, para a apuração do preço médio do ATR, as safras começarão em 1º de abril e terminarão em 30 de março do ano seguinte. Esta transição foi feita sem que haja prejuízo aos cálculos, pois os volumes considerados foram os totais produzidos. Assim, a safra 2.007/08 começou em 1º de abril de 2.007 e terminará em 30 de março de 2.008. TABELA 2 - BALANÇO DA PRODUÇÃO E CONSUMO DE AÇÚCAR NO MUNDO A safra 2.006/07 começou com preços médios bem melhores que os preços do seu mês de fechamento, março de 2.007. Veja na tabela 1, a variação dos preços dos produtos. O álcool hidratado exportação, que não está apresentado na tabela abaixo, começou a safra com preço no mês de maio/2.006 de R$ 716,37 por m3, mas no mês seguinte recuperou-se indo para R$ 949,48 por m3, sofreu algumas variações, mas sempre se mantendo na faixa de R$ 900,00 por m3. Nota-se na coluna “Saldo de Safra” que a partir da safra 2.002/03, o consumo de açúcar foi sempre superior à produção, provocando decréscimos nos estoque mundiais de açúcar. Os saldos negativos do período que vai da saTABELA 1 - VARIAÇÃO DOS PREÇOS DOS PRODUTOS ENTRE fra 2.003/04 à safra 2.005/06, consumiu quase a totaMAIO DE 2006 E MARÇO DE 2007 lidade de um excedente produzido na safra 2.002/ 2.003. Na safra 2.006/07, tivemos novamente uma produção superior ao consumo, o que provocou forte queda nos preços. Ainda na tabela 2 é possível notarmos que houve um crescimento no consumo de açúcar da ordem de 2,33%, mas a produção cresceu 8,82%. Na tabela 3 são apresentados os principais vari- 14 Revista Canavieiros - Abril de 2007 Notícias Canaoeste ações de produção que ocorreram no mundo. A Índia é o país que mais cresceu na produção, seguida do Brasil, China e Tailândia. A Europa Ocidental apresentou uma redução de 4,9 milhões de toneladas, fruto do processo movido por Brasil, Austrália e Tailândia junto a OMC. Os olhos do mundo açucareiro se voltam para a Índia, em especial para os Estados de Maharashtra e Uttar Pradesh, neste último foram feitos investimentos no aumento da capaTABELA 3 - VARIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE AÇÚCAR NAS SAFRAS 2005/06 E 2006/07 cidade das fábricas. A produção açucareira na Índia apresenta condições bem diferentes da produção no Brasil. O mercado interno é bastante protegido e a produção de cana-de-açúcar é caracterizada por pequenas propriedades que todo ano plantam cana de ano e após a colheita reformam o canavial. Assim é possível um grande incremento na produção que pode ser totalmente *Cléber diferente no ano seguinte dependendo dos preçosMoraes pagos pela matéria-prima (a cana). O fato é que esta característica da produção indiana afeta a produção mundial e o balanço entre demanda e oferta do produto. Como já dissemos em artigo anterior, quando os preços mundiais de açúcar ficam muito bons, vários países no mundo entram no mercado provocando queda nos preços internacionais, assim é interessante para o Brasil que os preços estejam em um nível que permita lucro frente dos nossos custos de produção. Diante disto, naquele artigo, fazíamos um alerta para que os produtores de cana não esperassem grandes mudanças ou aumentos de preços dos produtos e que, a oportunidade que está se abrindo, é para a produção em quantidades maiores com custos menores e lucros também menores, compensados pela maior volume de cana. Enfim a oportunidade que surge é para aqueles que desejam crescer. * Cléber Moraes - Consultor Canaoeste // M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda. Revista Canavieiros - Abril de 2007 15 Notícias Cocred Poupança Cooperada Cocred: pensando no seu futuro Marcelo Massensini A Cocred, sempre pensando no bem-estar de seus clientes e no desenvolvimento econômico das cidades de sua abrangência, criou há 5 meses a Poupança Cooperada Cocred: uma forma fácil e segura de investir seu dinheiro, assegurar o futuro da família e contribuir para o crescimento da comunidade. cios diretos ao poupador, o grande diferencial da poupança cooperada é o fato de parte do dinheiro depositado ser transformado em benefícios para a própria comunidade. “Com todos colaborando, o banco terá mais condições de financiar o crescimento da economia regional”, esclarece Leny. A Poupança Cooperada Cocred é uma poupança em que o cliente deposita seu dinheiro e tem um excelente rendimento, com a vantagem de que investindo em uma poupança cooperada, parte do dinheiro será revertido em crédito para o desenvolvimento da região de abrangência da cooperativa. Além disso, a caderneta de poupança é um tipo de investimento financeiro de baixo risco onde não há perigo de perder seu dinheiro, pois ela é segurada pelo Fundo Garantidor de Crédito. De acordo com especialistas, agora é a melhor hora para investir em poupança. Com a redução da taxa básica de juros (SELIC) e a política monetária mais flexível, esse tipo de investimento é uma das opções mais rentáveis do mercado, podendo igualar ou até desbancar, nos próximos meses, os fundos de renda fixa. Mas segurança não é a única vantagem. Quem investe em poupança tem isenção de Imposto de Renda (só pessoas físicas) e da CPMF, para saques de valores que ficaram na conta por 90 dias ou mais. A poupança ainda é o único investimento disponível para menores de idade. Para professora e economista, Leny Paschoal, além de todos esses benefí- 16 Revista Canavieiros - Abril de 2007 Porém, muitas pessoas não usam a poupança para ganhar mais dinheiro, Leny Paschoal Marisa Rodrigues da Costa mas sim para garantir o futuro dos filhos. Umas delas é a professora Marisa Rodrigues da Costa que, mesmo tendo uma aplicação da Cocred, há quatro meses resolveu abrir uma poupança para as duas filhas, de 5 e 8 anos. “Pensei no futuro delas. Eu acho que esse é um investimento sensato e sólido”, explica Marisa, que diz ter escolhido a poupança pensando na segurança de seu dinheiro. “A poupança me dá uma segurança que a maioria dos outros investimentos não dão”, termina. Abrir uma Poupança Cooperada Cocred é muito fácil: basta comparecer a qualquer agência da Cocred com RG, CPF (se o menor não possuir CPF, pode utilizar o do pai ou responsável), comprovante de endereço e fazer um depósito de no mínimo R$ 30,00. Notícias Cocred Cocred Auto inova o mercado de financiamento de veículos Marcelo Massensini C omprar ou trocar um carro está mais fácil para os cooperados da Cocred. Isso porque, agora existe o Cocred Auto, um financiamento de carros e motos com as menores taxas e os melhores prazos do mercado, entre vários outros benefícios que só os cooperados da Cocred já estão acostumados a ter. A Cocred, pensando na satisfação dos cooperados, criou o Cocred Auto após perceber o grande aumento no número de financiamentos de veículos, registrado em 2006. De acordo com um levantamento da ANEF, Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, 2006 teve um número recorde de financiamentos e para 2007, a previsão é aumentar em 25% a verba liberada pelo Sistema Financeiro Nacional para compra de veículos a prazo. Ainda segundo a ANEF, este valor pode chegar a R$ 65 bilhões contra os R$ 52,1 bilhões em 2006. Para a ANEF, este aumento no fluxo só foi possível graças aos planos de financiamento inovadores como os da Cocred, que têm prazos cada vez mais longos e taxas de juros que caem a cada ano. No ano passado, os parcelamentos de veículos oferecidos ao consumidor chegaram a 72 meses, 36 a mais do que nos últimos 7 anos. Já a taxa média de juros ficou em 1,83 ao mês, 0,34 % a menos do que em 2005. No Cocred Auto a taxa de juros é 1,60 % ao mês, com prazo de até 48 meses. Financiamentos como o Cocred Auto são os mais usados para a compra de autos no Brasil. Do total de automóveis comercializados em 2006, 45% foram financiados por meio do chamado CDC (Crédito Direto ao Consumidor), 18% por leasing, 5% por consórcio e 32% foram pagos à vista. No mercado de motocicletas, o financiamento atingiu a marca recorde de 41%, o consórcio de 36% e os pagamentos à vista correspondem a 23%. João José Donizetti Dândaro O produtor rural João José Donizetti Dândaro financiou um carro pelo Cocred Auto no final do mês março e, segundo ele, a Cocred passa na frente de todos os outros bancos. “Já tinha feito financiamentos em outros bancos e senti bastante diferença. O atendimento, as propostas, as condições de pagamento e as taxas. Tudo foi melhor”, explica e completa. “Eu recebi propostas bastante convidativas de outros bancos, mas que não superaram a da Cocred. O prazo até foi igual, mas os juros da Cocred foram bem menores”. A Cocred ainda devolve ao cooperado no final do exercício, sobras que só uma cooperativa de crédito como a Cocred tem. Financiando o veículo pelo Cocred Auto, o cooperado ainda pode embutir o valor do seguro no financiamento. Uma tranqüilidade que para Dândaro é essencial. “Ter o seguro contou muito para eu escolher o Cocred Auto”, conta. “Já planejo comprar veículos e máquinas para a minha fazenda, tudo financiado pela Cocred”, finaliza o agricultor. Veja as condições para financiamento do Cocred Auto: PARCELAMENTO MENSAL: Veículos usados de 6 a 10 anos de fabricação 70% do valor do bem. Veículos usados com até 5 anos de fabricação 80% do valor do bem Veículos novos 0km 100% do valor do bem. A Cocred também tem opção de parcelamento bimestral, trimestral, semestral e anual. Procure a agência mais próxima e descubra porque o Cocred Auto é hoje o caminho mais fácil para você cooperado comprar um carro ou moto. Revista Canavieiros - Abril de 2007 17 18 Revista Canavieiros - Abril de 2007 Notícias Cocred Balancete Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE MENSAL FEVEREIRO/2007 valores em Reais Revista Canavieiros - Abril de 2007 Reportagem de Capa Sistema Responsáv Copercana, Canaoes sociais e de respei Carla Rossini Iniciativas refletem a preocupação das instituições em busca da melhoria da qualidade de vida e pelo desenvolvimento sustentado U m diferencial relevante para a imagem das empresas no mercado é a forma como elas se relacionam com a comunidade e com o meio à sua volta. E o Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred investe há muito tempo em ações responsáveis, que refletem sua preocupação em busca pela melhoria da qualidade de vida e pelo desenvolvimento sustentado, com respeito ao meio ambiente. São muitos os exemplos, mas alguns merecem destaque por sua abrangência e sucesso. Um projeto que vem ganhando força é a gestão de qualidade que está sendo implantada na UNAME – Unidade de Grãos da Copercana. O objetivo é atender os padrões exigidos pelos mercados interno e externo. Para atingir o ideal de padronização, a Copercana investiu na implantação de algumas medidas. A maior preocupação eram os resíduos oriundos dos processos de recebimento dos grãos na unidade. Com a capacidade de recebimento e processamento de grãos nos últimos anos - de 39 mil toneladas, em 2001, para 54 mil neste ano - a quantidade de resíduos aumentou. De acordo com o gerente da unidade, Augusto César Strini Paixão, para resolver o problema, a Copercana e a Unesp (Universidade Estadual Paulista) – Campus Jaboticabal firmaram convênio, em dezembro de 2006, para implantação de um sistema de gestão para obtenção da certificação ISO 14000. O professor Jorge de Lucas Júnior, do Departamento de Engenharia Rural, 20 Revista Canavieiros - Abril de 2007 explica, que uma vez firmada a parceria, as primeiras metas a serem estabelecidas foram em relação aos resíduos e sua destinação. “Ao mesmo tempo em que estamos quantificando e qualificando os resíduos produzidos na Unidade de Grãos, o processo de compostagem está em andamento”, explica Jorge. Segundo ele, a compostagem é uma ótima alternativa para o tratamento de resíduos orgânicos, contribuindo para a redução de problemas ambientais e sanitários associados a grandes quantidades de resíduos. É a forma mais eficaz de se conseguir uma biodegradação controlada dos resíduos orgânicos para a produção de adubo. No caso da UNAME , durante um ano de trabalho, são produzidos 975 mil quilos de resíduos de amendoim e soja; 650 quilos de sobras de comidas; 3,46 mil quilos de podas de gramas; 840 quilos de podas, folhas e frutos de árvores e 15,6 mil quilos de estrume animal oriundos do Capril. “Todos esses resíduos eram levados ao aterro sanitário de Sertãozinho e eliminados sem critérios, com certeza, contaminando o Augusto César Strini Paixão meio ambiente”, afirma Augusto e completa “agora, estamos usando tudo na compostagem”. Segundo o professor, para se fazer a compostagem é preciso controlar o Máquina trabalhando nas tamanho da leira (monte onde está de- compostagem positado o lixo orgânico), e assim, controlar a temperatura para estabilizar a matéria orgânica, o desenvolvimento de microrganismos e o calor gerado. “Com o tempo o material se estabiliza, é possível corrigir a quantidade de água e no final temos o composto orgânico, no qual não se identifica mais as características do mate- Reportagem de Capa vel: O investimento da ste e Cocred em ações eito ao meio ambiente ndo nas leiras da Prof. Jorge Lucas Júnior do esperado. A forma com que os funcionários estão envolvidos é fundamental para o alcance do sucesso. Tenho certeza que as próximas fases do projeto serão empolgantes”, finaliza o professor. Na segunda etapa, que deve acontecer ainda em 2007, será instalado um biodigestor no Capril da UNAME e serão realizadas palestras e cursos para educação ambiental dos envolvidos. Vista aérea da Uidade de Grãos da Copercana rial que deu origem”, explica Jorge. Para o gerente da UNAME, o processo está sendo muito importante na questão da preservação do meio ambi- ente e também em relação à economia de mão-de-obra e frete, já que os resíduos não precisam mais ser transportados para o aterro sanitário de Sertãozinho. “Estamos economizando recursos e ao mesmo tempo ajudando na conservação do meio ambiente. Esse projeto é muito importante uma vez que trará benefícios para a Copercana, para os funcionários e cooperados e também para Sertãozinho”, disse otimista Augusto. O professor também acredita em bons resultados. “É importante se destacar neste projeto, à vontade da diretoria da Copercana em obter o resulta- Há alguns anos, a Copercana vem ampliando e modernizando sua capacidade e qualidade para receber e processar a produção de grãos dos cooperados. De acordo com o gerente da unidade, no caso do amendoim, os investimentos realizados nos últimos anos foram ainda maiores. “Em cinco anos conseguimos colocar a qualidade do produto brasileiro entre as melhores do mundo”, explica. As ações responsáveis do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred têm também um forte cunho social, com iniciativas como o Leilão de Prendas, shows beneficentes e parcerias para o desenvolvimento de programas para a qualificação de mão-de-obra. Revista Canavieiros - Abril de 2007 21 Reportagem de Capa Leilão de prendas H á três anos, o sistema Copercana, Canaoeste e Cocred, em conjunto com Irmãos Tonielo e a Fundação Vidalina Flóridi, organizam o Leilão Beneficente de Sertãozinho. Em 2006, mais um grupo entrou para a lista de organizadores: o Grupo TGM. A última edição foi realizada no dia 25 de novembro, no Clube de Campo Vale do Sol e contou com a participação de mais de 350 pessoas. Com o slogan “Ajude de Coração, seja Solidário”, foram arrecadados R$ 500 mil, um recorde. A verba é destinada a 14 instituições filiadas à Fundação Vidalina Flóridi. Foram leiloados 280 lotes doados por empresas, cooperados da Copercana e instituições. Além da ajuda dos doadores de prendas e arrematadores, o leilão também conta com o apoio de dezenas de voluntários que colaboram doando seu tempo e trabalho. Com isso, o Leilão Beneficente mostra o caráter soli- Leilão realizado em novembro de 2006 dário da população. “Só temos de agradecer aos parceiros e voluntários que sempre nos auxiliam para que o leilão aconteça”, afirma Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Cocred. Show de Chitãozinho & Xororó U m show de solidariedade e responsabilidade social. Foi com esse propósito que a dupla Chitãozinho e Xororó esteve em Sertãozinho Henrique Prata, Chitãozinho, Antônio Eduardo Tonielo e Xororó no último dia 05 de abril, realizando um show para convidados em prol do Hospital do Câncer de Barretos. Organizada pela Copercana, a festa reuniu aproximadamente mil pessoas no Clube de Campo Vale do Sol. Durante o evento, o presidente do Hospital, Henrique Prata agradeceu o apoio. “Quero agradecer a todos que colaboraram com o nosso hospital que atende exclusivamente pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), pessoas que não têm condições de pagar por um tratamento. Parabenizo a atitude do empresário Antonio Eduardo Tonielo que proporcionou este show maravilhoso que pode salvar muitas vidas”, afirmou. O Hospital do Câncer de Barretos foi classificado entre as nove melhores instituições de saúde brasileiras e, desde 1998, o local é considerado centro de referência no tratamento do câncer. 22 Revista Canavieiros - Abril de 2007 Reportagem de Capa Comemoração da semana internacional da atividade física O Sistema Copercana, Canaoeste, Cocred e Cred Copercana, realizou no dia 4 de abril, no estacionamento do supermercado Copercana em Sertãozinho, o Dia da Atividade Física como parte da Semana Internacional da Atividade Física. Funcionários e comunidade participam do Dia da Atividade Física Além de exercícios, os participantes também puderam fazer o exame de glicemia (diabetes) e medir a pressão arterial. A UTI Móvel e enfermeiros do Hospital Netto Campello acompanharam a atividade. Participaram da ação social aproximadamente 600 funcionários da empresa, vestindo camisetas com os dizeres “Atividade Física – Pratique esta idéia”. Durante o expediente de trabalho, eles praticaram exercícios de Ginástica Laboral e receberam orientações para cuidar melhor da saúde. Para a assistente social da Cred Copercana, Ermínia de Fátima R. Neves a iniciativa da Copercana foi ótima e deveria se repetir com freqüência. Segundo ela, “todos os funcionários ficaram satisfeitos e pediram para a atividade ser repetida com freqüência”, explicou. Além das atividades físicas supervisionadas pelo professor de Educação Física, Martim Eduardo Rossanes Neves, também foram fixados cartazes e panfletos na sede da cooperativa com dicas de uma vida mais saudável. Os funcionários receberam informações sobre os riscos do sedentarismo, a importância de se aliExame de glicemia no Dia da Atividade Física mentar corretamente, os perigos do cigarro e como ter uma vida saudável sem muito esforço, apenas mudando pequenos hábitos do dia-a-dia. “Precisamos praticar esses exercícios sempre e nunca temos tempo. Hoje a empresa deu um grande passo abrindo esse espaço para os funcionários”, conclui Rosali Bonato, assistente de cadastro. Cocred é parceira do programa "Jovem Aprendiz Rural" A Cocred é parceira do Progra ma “Jovem Aprendiz Rural” de Batatais, que também conta com o Sindicato Rural local, o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e a Prefeitura Municipal de Batatais. O Programa de aprendizagem rural foi desenvolvido pelo Senar e tem como objetivo fundamental, proporcionar ao jovem aprendiz a educação profissional básica e genérica ao trabalho em todas as atividades produtivas do meio rural. O programa possibilita a formação técnico-profissional de adolescentes e jovens com idade entre 14 e 17 anos, ampliando as possibilidades de inserção no mercado de trabalho e torna mais promissor o futuro da nova geração. Também propicia aos aprendizes a chance de terem sua primeira experiência como trabalhadores, a partir do contrato especial de trabalho firmado com as empresas parceiras. A Cocred, que possui agência em Batatais, incentiva e se tornou parceira do projeto porque acredita no desenvolvimento desses jovens. “Acredito que esse programa vai ajudar muito no desenvolvimento da cidade porque profissionaliza cidadãos”, explica Márcio Meloni, gerente geral da Cocred. Revista Canavieiros - Abril de 2007 23 Destaque Agrishow atrai os olhares do mundo para Ribeirão Preto Marcelo Massensini D urante 6 dias, Ribeirão Preto se transforma no centro do agrobusiness mundial. Entre os dias 30 de abril e 5 de maio, acontece na cidade a 14ª Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação – o maior evento agropecuário da América Latina e um dos três maiores do mundo. O evento é realizado pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Abag (Associação Brasileira de Agribusiness), Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e pela SRB (Sociedade Rural Brasileira). Este ano, a Feira conta com uma série de novidades para atender o número sempre crescente de investidores, fornecedores e visitantes. E como não poderia deixa de ser, o setor sucroalcooleiro é novamente o assunto de destaque, contando com a participação de fornecedores para atender usinas e produtores rurais. A Agrishow foi o primeiro evento no Brasil em que os combustíveis limpos e renováveis – constantemente em pauta na mídia hoje – ganharam espaço para divulgação. Por isso, outro assunto com lugar de destaque garan- Vista aérea - Agrishow 2006 tido na Agrishow é o biodiesel. Mas mesmo com todo esse destaque para os combustíveis, o presidente do Sistema Agrishow, Sérgio Magalhães, ressalta que a Feira trata de todos os assuntos ligados à agricultura e não só do setor sucroalcooleiro. “A Agrishow Ribeirão Preto é reconhecida como um evento eclético, com Demostração de equipamento Agrishow 2006 a presença de expositores, apresentações dinâmicas e palestras técnicas para as mais diferentes atividades produtivas”, diz. A Embrapa, por exemplo, prepara para a feira, a sua “Vitrine Tecnológica”. Uma mostra de diversas tecnologias voltadas para a produção agrícola, em termos de produção animal, renovação da área de pecuária de corte e leiteira, e novas técnicas para ovinocultura e a caprinocultura. Além desses, o evento também abre espaço para “o café, cana-de-açúcar, laranja, fruticultura, grandes culturas (soja e milho), algodão, fruticultura, olericultura e culturas em pequenas propriedades”, completa Magalhães. Até o final da Agrishow serão feitas mais de 1.200 demonstrações sobre culturas de milho, soja, cana, feijão, algodão, amendoim, frutas, pastagens e de pecuária além, é claro, sobre canade-açucar. Este ano, a cana é o ponto alto da feira não só pela quantidade de máquinas e implementos em ação, mas 24 Revista Canavieiros - Abril de 2007 Destaque Sérgio Magalhães - presidente do Sistema Agrishow Como era previsto, depois da repercussão internacional sobre o álcool brasileiro, o interesse estrangeiro na Agrishow cresceu. “No total, esperamos atrair cerca de 3 mil potenciais compradores do exterior”, afirma Magalhães. Foram confirmadas a presença de investidores da Itália, China, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Argentina, México, Rússia e vários outros. Ao todo, mais de 40 países. As expectativas dos organizadores impressionam: espera-se público de aproximadamente 140 mil visitantes, 3 mil deles estrangeiros. 500 empresas expositoras (10% de outros países), mais de 1.200 demonstrações de cerca de 3.000 marcas diferentes, 15 mil vagas para estacionamento e área total superior a 240 hectares. sim pelas inovações tecnológicas apresentadas pelos fabricantes. As novidades não se restringem aos assuntos abordados pela Feira. Este ano, a Agrishow também inovou em infra-estrutura. A área de alimentação foi ampliada e melhor distribuída pela feira, todas as ruas tem tratamento anti-poeira, os sanitários foram ampliados e há locais de descanso espalhadas por toda a área de exposição comercial. A Agrishow Ribeirão Preto acontece no Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste – Anel Viário, Km 321 – Ribeirão Preto SP. Revista Canavieiros - Abril de 2007 Antes da Porteira Em meio aos canaviais, o cheiro das Goiabas Carla Rossini Fazendeiros unem a produção de frutas e uma fábrica de doces em meio aos canaviais na Fazenda Santa Alice O pequeno município de Terra Roxa, interior do Estado de São Paulo, se torna um gigante quando o assunto é goiabada. Isso, graças a uma fábrica de doces instalada em meio ao canavial na Fazenda Santa Alice de propriedade da família Ralston. A história começa em 1950, quando o advogado e aviador Jorge Uchôa Ralston, assume a administração da fazenda e começa a arrancar os pés de café para dar lugar às plantações de cereais e fruticultura. "No início, ele plantava laranja e depois manga", explica sua nora, Renata Stein Carvalho Dias Ralston, atual administradora da fábrica de doces Ralston. Em 1966, com a intenção de melhorar sua produção, Jorge procura o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) que ainda estava em fase de construção. Quem o ajuda é um professor da Califórnia, Leonard Sherman que o convence a industrializar a manga fazendo compota. Renata e Gustavo com as funcionárias da expedição da Indústria Ralston Assim, nasceu a Indústria Alimentícia Ralston. Depois da manga, veio o abacaxi e logo em seguida a goiaba. O que Jorge não sabia era que suas deliciosas receitas se tornariam referencia na indústria alimentícia. Renata conta que o sogro era um guerreiro quando o assunto era a fabricação de doces. "Ele sempre buscava a qualidade das frutas, produzidas aqui mesmo na fazenda e se preocupava muito com a saúde das pessoas que consumiam seus doces. Nunca aceitou a adição de conservantes ou produtos químicos nos doces. Ele preferia fechar a fábrica a abrir mão de sua filosofia", explica Renata. Talvez essa seja a explicação pela 26 Revista Canavieiros - Abril de 2007 excelente aceitação dos produtos Ralston no mercado que está cada vez mais exigente quanto ao processo de fabricação e origem da matéria-prima dos alimentos. A Fabricação dos doces A Fazenda Santa Alice, de 830 alqueires, é um exemplo de que é possível produzir com eficiência sem prejudicar o meio-ambiente. "Nós conservamos as matas nativas e as nascentes das águas, produzimos canade-açúcar, goiaba, temos a fábrica de doces e ainda temos algumas cabeças de gado", explica Renata. A maior renda da família é obtida através da cana-de-açúcar, mas nem por isso eles pensam em eliminar os Antes da Porteira 13 alqueires plantados com pés de goiaba. "Plantamos a variedade de goiaba Paluma. Irrigamos, podamos e cuidamos para que os inseticidas não prejudiquem a qualidade do doce", explica o engenheiro de alimentos e coordenador da fábrica, Gustavo Balardin Montemor. Na fábrica os doces são feitos sem adição de conservantes ou outro produto químico. As abóboras e as bananas são compradas de produtores e descascadas à mão pelas 20 funcionárias. A seleção das goiabas também é feita por elas. Tudo manualmente para não prejudicar a qualidade do doce. O resultado é um sabor diferenciado que agrada todos os paladares. A fábrica que foi fechada em 1999 e voltou a funcionar em 2003 foi reestruturada e adaptada pelo engenheiro de alimentos que explica cada processo da fabricação. "Conhecemos a fundo o negócio e o mercado. Procuramos atender os consumidores mais exigentes que realmente se preocupam com a qualidade dos alimentos que estão ingerindo", orgulha-se Gustavo. mesmo comprando frutas de outros produtores não conseguimos atingir a capacidade total de produção", explica Gustavo. A fábrica de doces Ralston tem capacidade para produzir 80 toneladas de doces por mês. Mas, atualmente não está produzindo sua capacidade máxima por falta de matéria-prima. "Esse mês tivemos uma queda na produção das goiabas e Todo o processo de fabricação é feito sem adição de produtos químicos 20 funcionárias trabalham na produção dos doces Quando questionada sobre o rendimento do negócio, a administradora deixa bem claro que só conseguiu se manter no ramo até hoje graças à renda da fazenda, mas as esperanças são de dias bem melhores. "Só conseguimos chegar até aqui graças ao suporte de outras rendas. Mas acho que a fábrica de doces é um negócio promissor e tenho boas perspectivas", declara Renata e completa, "na verdade a teimosia em manter a fábrica e essa filosofia para fabricar doces quase que artesanalmente é uma realização para a família Ralston que orgulha-se em manter a tradição do patriarca Jorge Uchôa Ralston", emociona-se Renata. Revista Canavieiros - Abril de 2007 27 Informações setoriais CHUVAS DE FEVEREIRO e Prognósticos Climáticos N o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram na região de abrangência da CANAOESTE durante o mês de março de 2007. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Consultor Agronômico Canaoeste Pode-se dizer que as chuvas que ocorreram na Algodoeira Donegá, FCAV UNESP-Jaboticabal, IACCIIAGRO-São Simão foram próximas das médias históricas, enquanto que na C E Santa Elisa e Usina São Fran- cisco foram acima das respectivas médias; nos demais locais e na média das observações anotadas neste mês de março, as chuvas ficaram aquém das normais climáticas. Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 15 a 18 de março de 2007. O mapa (1) acima mostra que o índice de Água Disponível no Solo, em meados de março e em quase toda área canavieira do Estado de São Paulo, encontrava-se entre médio a alto. As exceções, alguns pontos em vermelho, foram poucos e isolados. Por outro lado, durante este mês, observou-se altas luminosidades e temperaturas médias. 28 Revista Canavieiros - Abril de 2007 Informações setoriais Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de março de 2006. Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de março de 2007. Com o fim de prestar subsídios aos planejamentos de atividades futuras, o Departamento Técnico da CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para a Região Centro Sul do Brasil, para os meses de maio e junho. Os prognósticos de consenso INPE-INMET apontam que: - A temperatura deverá “ficar” acima das normais climáticas para todos os Estados da Região Centro Sul; - Em todos os estados das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, as chuvas previstas para os meses de maio e junho poderão ser entre próximas a abaixo das respectivas médias históricas, enquanto que para a Região Sul, poderão “ficar” entre próxima a acima das normais climáticas. - Pela SOMAR Meteorologia, com a qual a CANAOESTE mantém convênio, as somas de chuvas para maio e junho poderão ser cerca de 30% (15 ou 10mm) acima das médias históricas destes dois meses, como assinaladas logo abaixo; - Porém, mantem-se o aviso de se evitar plantio, em áreas de preparo convencional e sem irrigação, após meados de abril. Exemplificando, para a região de abrangência da CANAOESTE, as médias históricas (Centro Apta IAC - Ribeirão Preto), são de 55mm em maio e 30mm em junho. Os mapas 1 e 3, entre meados e final de março de 2007, mostram que houve gradativa redução do Índice de Água Disponível no Solo até o final do mês, com exceção das regiões de Franca, São João da Boa Vista e extremo Noroeste do estado. Comparando-se os mapas 2 e 3, observase que o nível de Água Disponível no Solo, ao final de março deste ano, encontrava-se muito mais restritivo que no mesmo período do ano passado. Em complemento, até o momento da redação deste retrospecto, as condições de disponibilidade hídrica do solo neste final de março, mostrou-se mais severo que em meados de abril do ano passado na faixa Centro Sul do Estado de São Paulo. Revista Canavieiros - Abril de 2007 29 Culturas de Rotação Amendoim Descascado: Exportações crescem, mas perdem fôlego Cristiane Barão O carro-chefe das exportações das principais mercadorias da cadeia de produção do amendoim (amendoim em casca, descascado, óleo bruto e refinado) continua sendo o amendoim descascado, cujos volumes exportados em 2005 aumentaram em 58% em relação a 2004, perdendo um pouco de fôlego em 2006. No ano passado, a redução no volume exportado foi de 16%, comparado com 2005. É o que mostra o estudo dos pesquisadores Renata Martins e Luís Henrique Perez, do IEA (Instituto de Economia Agrícola), da Secretaria Estadual de Agricultura. Em 2005 foram exportadas 55.880 toneladas e no ano passado, 46.873 toneladas. Já em 2004, foram exportadas 35.297 toneladas. Em receita, a queda foi maior, de 20%, em 2006. As importações do grão descascado no ano passado chegaram a US$ 921 mil, e foram concentradas entre julho e dezembro. No entanto, já nos primeiros dois meses deste ano, foram importados US$ 382 mil. Em 2004 e 2005, praticamente não houve importação. registrados nas safras 2003/04 e 2004/ 05. A conseqüência foi a redução da oferta e a elevação nos preços praticados no mercado interno", destacam. O estudo destaca que as exportações do grão preparado, com maior valor agregado, tiveram um expressivo aumento de 2005 para 2006. De acordo com o estudo, em 2004, o volume exportado de amendoim com casca era praticamente 17 vezes maior que o de amendoim preparado, com maior valor agregado. Foram embarcadas 3.412 toneladas de amendoim com casca, contra 213 toneladas do grão preparado. No ano passado, a diferença caiu para 1,5 vezes: foram comercializados no exterior 894 toneladas do amendoim em casca e 576 toneladas do preparado. As previsões para a safra 2006/ 07 do amendoim em São Paulo apontam redução no volume produzido, de cerca de 15%. Assim, a produção mantém comportamento similar ao da safra 2005/06, com pequena redução na área plantada de 12,6%, como reflexo da redução da área de reforma de canaviais. Exportações de amendoim De acordo com os pescom casca e preparado, quisadores, isso reflete em Estado de São Paulo parte a busca da indústria confeiteira pelo produto com preços mais acessíveis. "Os contratos de exportação vêm sendo mantidos - os valores exportados do produto já somam US$ 3,8 milhões nos dois primeiros meses de 2007 - e a safra 2005/06 não alcançou os níveis de produção Fonte: Elaborada com dados básicos da SECEX/MDIC 30 Revista Canavieiros - Abril de 2007 Legislação CNPJ obrigatório para o produtor rural prazo final termina em 30.06.07 C omo já é de conhecimento dos produtores rurais, a partir de 20.03.2006, passou a vigorar no Estado de São Paulo o Cadastro Sincronizado Nacional, conforme procedimentos descritos na Portaria CAT (Coordenadoria da Administração Tributária) nº 14/06, sendo implementado pela Receita Federal do Brasil (RFB) e pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (SEFAZ/SP) e que tem como um dos seus objetivos integrar o Cadastro de Contribuintes do ICMS e o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), com a utilização do CNPJ como identificador cadastral único no âmbito das duas administrações tributárias. Pelo referido sistema, todos os produtores rurais, pessoa física, inscritos no Cadastro de Contribuintes do ICMS, ou seja, detentores de Inscrição Estadual (IE) de Produtor são obrigados a se inscreverem no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), conforme estabelece o inciso XV, do artigo 11, da Instrução Normativa RFB nº 568/05. Embora o produtor rural, pessoa física, passe a ser identificado por um número de CNPJ, não significa que ele terá de constituir empresa para dar continuidade à atividade rural, nem que terá que assumir as obrigações fiscais e tributárias atribuídas à pessoa jurídica. A Inscrição Estadual de Produtor continuará a existir, mas de forma integrada com o CNPJ, cujo número de inscrição passará a representar um registro único do produtor junto a RFB e a SEFAZ/SP, para fins de controle cadastral. Logo, para se adequar à nova sistemática cadastral, conforme estabelece o artigo 3º, da Portaria CAT nº 14/2006, todos os produtores rurais, pessoa física, inscritos no Cadastro de Contribuintes do ICMS, por meio de formulários de DECAP e DECAP Complementar terão de atualizar os seus dados cadastrais, quando será feita a sua inscrição no CNPJ, até a data limite de 30 de junho de 2007, prazo este restabelecido pela Portaria CAT nº 108/2006. O recadastramento é uma exigência da Portaria 14, de 10 de março de 2006, da Coordenadoria de Administração Tributária (CAT) do Estado de São Paulo e, para efetuar o recadastramento, o produtor rural pode procurar a Receita Federal em suas agências ou pelo site www.receita.fazenda.gov.br, ou o posto fiscal da Fazenda Estadual ou, ainda, um escritório contábil da preferência do produtor. Assim, no processo de atualização cadastral do produtor, o próprio Programa Gerador de Documentos (PGD) do CNPJ e o Receitanet, disponíveis na página eletrônica da Receita Federal, além de gerar o CNPJ, fornecerá um novo número de inscrição estadual, que deverá ser aposto nos impressos de documentos fiscais. Todavia, o deferimento do pedido de recadastramento não é imediato. O PGD fornece um código de acesso para acompanhamento da solicitação, havendo, inclusive, a possibilidade de o Fisco exigir a apresentação de alguns documentos comprobatórios, diretamente na unidade administrativa da Receita Federal de jurisdição do estabelecimento ou, onde houver convênio, na respectiva Junta Comercial. Considerando-se os eventos que exigem atualização cadastral, tal Juliano Bortoloti - Advogado Departamento Jurídico Canaoeste como a solicitação de novo talonário, o produtor rural não deve esperar pelo término do talão para efetuar seu cadastro, visto que a conclusão do recadastramento não é automática, havendo um prazo aproximado de uma semana entre o envio do pedido e a sua homologação final. Nesse caso, sugere-se que o produtor se antecipe e encaminhe o seu recadastramento antes do término do talonário. O contribuinte que não cumprir com o cadastramento acima disposto, até o prazo de 30 de Junho de 2007, será considerado não inscrito no Cadastro de Contribuintes do ICMS, aplicando-se, a partir de 1º de julho de 2007, as disposições contidas no Regulamento do ICMS referentes à eficácia da inscrição, ou seja, incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços - ICMS, na nota fiscal de produtor e, consequentemente, dificuldade no recebimento de valores provenientes do fornecimento de cana-de-açúcar junto às industrias. Revista Canavieiros - Abril de 2007 31 Novas Tecnologias Produto Muda Sadia CTC Tecnologia Disponível ao Fornecedor O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) inicia nova fase de atendimento às Associações de Fornecedores filiadas. O Produto Muda Sadia é uma das novidades. sores (cerca de 15 clones) presentes na fase final de seleção do Programa de Melhoramento. Dessa forma possibilitará às associadas um pleno acompanhamento e profundo conhecimento em relação ao comportamento das futuras variedades, incluindo a observação de suas características agronômicas e também a produção de mudas sadias em quantidade suficiente para a exploração comercial antecipada das novas variedades. Viveiro comercial: Para auxiliar na condução técnica dos viveiros comerciais (diagnóstico de doenças, tratamento térmico, desinfecção de facão de corte e roguing), o CTC irá manter regionalizado um “Corpo Técnico” que orientará e treinará os técnicos da associada. PESQUISA V ARIET AL VARIET ARIETAL A estação de Miracatu - SP é responsável pela “quarentena” dos materiais importados. Na estação Experimental de Camamu - BA anualmente o CTC produz uma enorme quantidade de sementes viáveis de cana-de-açúcar, utilizadas para gerar cerca de 500.000 “seedlings” (mudinhas) originados de cruzamentos pré-selecionados, sendo cada um deles candidato a futuras variedades comerciais. Ao longo do processo de melhoramento, os materiais promissores (clones) são distribuídos em ensaios experimentais localizados em diversas associadas. Cerca de catorze anos após a produção dos “seedlings” são liberadas duas ou três variedades comerciais que foram selecionadas em função de sua resistência às principais doenças (carvão, mosaico, escaldadura, estrias vermelhas, ferrugem, etc.) e de suas características agronômicas interessantes (precocidade, riqueza, rusticidade, resistência à seca, perfilhamento, brotação, ausência de florescimento, etc.). Do lançamento comercial de uma variedade ao seu conhecimento e plantio pelos produtores mais alguns anos se passam. O Produto Muda Sadia vai diminuir esse tempo. PRODUTO MUDA SADIA O Produto Muda Sadia disponibiliza variedades e clones promissores do CTC às associadas antecipadamente; acompanha o viveiro de mudas da associada; capacita o corpo técnico da mesma e auxilia no seu 32 Revista Canavieiros - Abril de 2007 planejamento varietal futuro. Disponibilidade antecipada de mudas: O CTC fornecerá, três anos antes do lançamento das novas variedades comerciais, mudas de clones promis- Tratamento Térmico – Controla o raquitismo da soqueira, uma das principais doenças da cultura, capaz de reduzir significativamente a produtividade do canavial. Apresenta um excelente custo/benefício, sendo primordial na produção de mudas sadias. Ressaltamos a opinião de um associado (fornecedor), quando da apresentação do Produto Muda Sadia em sua associação: “O setor sucroalcooleiro despreocupou-se ultimamente com o controle biológico e com o tratamento térmico das mudas. O efeito do descaso com o controle biológico é visível com o aumento recente da infestação da broca-da-cana. Infelizmente o efeito nocivo da ausência de tratamento térmico não é visível, mas certamente também está presente.” “Roguing” – O CTC auxiliará no treinamento do pessoal de campo no trabalho de eliminação de plantas doentes (carvão, mosaico, escaldadura), misturas varietais e remanescentes. Novas Tecnologias Benefícios do Produto Muda Sadia a) É uma extensão do Programa de Melhoramento do CTC; b) Melhora o nível técnico da equipe responsável pela produção de mudas; c) Dimensiona e treina a equipe de “roguing” da associada; d) Melhora a sanidade da lavoura (pragas e doenças); Diagnóstico de Raquitismo da Soqueira (RSD) – Trata-se de um exame realizado em laboratórios especializados, em função de amostras de caldo do xilema obtidas de plantas conduzidas em viveiros. Esse exame é fundamental para garantir que as mudas utilizadas sejam isentas da bactéria causadora do RSD, uma vez que essa doença não apresenta sintomas específicos, não podendo ser detectada diretamente no campo durante as inspeções de “roguing”. Caso o resultado do exame seja positivo recomenda-se a não utilização das mudas. As mudas disponibilizadas pelo CTC são certificadas, sendo isentas de doenças, incluindo o RSD. Cana com raquitismo (esquerda) e cana sadia (direita). Desinfecção de instrumentos de corte - A escaldadura e o raquitismo são doenças que podem ser transmitidas de uma planta para outra pelos instrumentos de corte. As lâminas dos facões e das colhedoras devem ser desinfetadas regularmente para impedir o avanço dos patógenos responsáveis por essas duas doenças. e) Implanta ou atualiza o tratamento térmico para produção de mudas sadias; f) Orienta a correta distribuição varietal de acordo com os ambientes de produção; g) Fornece um planejamento detalhado para as futuras expansões; h) Promove ganhos de competitividade com a antecipação do plantio dos clones promissores; i) Apresenta impacto comprovado em associadas que já utilizam o produto. Produto Muda Sadia possibilita ao fornecedor de cana caminhar junto com a pesquisa do CTC na modernização e condução de seu plantel varietal. Consulte o Departamento Técnico de sua associação. O produto foi implantado para satisfazer a necessidade de disponibilizar mudas certificadas em tempo e quantidade suficientes para os associados. Por Mauro Sampaio Benedini - (Gerente Regional de Produtos) e Marcos Virgilio Casagrande - (Líder de Produto) Revista Canavieiros - Abril de 2007 33 Pragas e Doenças A volta da broca Marcelo Massensini Por que essa praga volta a assustar os produtores da região? U ma das pragas mais prejudiciais a cana-de-açúcar é a Broca-da-cana-de-açucar (Diatraea saccharalis), um inseto que na fase adulta deposita ovos nas folhas da cana e na "infância" cava galerias no colmo da planta, abrindo caminho para fungos e outras pragas secundárias. Em ambos os estágios, a broca causa vários prejuízos para o produtor, que vão desde o quebramento das plantas - o que pode ser agravado por ventos fortes e plantios muito adensados - até a perda de peso devido ao mau desenvolvimento, podendo causar a morte da planta. Em uma plantação com 1% de infestação o prejuízo na produção é de 0,8%, ou seja, em uma área que produza 85ton/ha deixarão de ser produzidos 680kg de cana, 30kg de açúcar e 23,8l de álcool/ha. Por volta de vinte anos atrás, foi desenvolvido um programa de controle biológico, em todo o Brasil, que reduziu o índice de infestação por broca a níveis toleráveis. Porém, nos últimos anos esse número voltou a crescer e preocupar produtores e usinas de todo o país. Esse assunto foi o tema principal da 2ª reunião do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açucar em 2007, que aconteceu no dia 10 de abril, no auditório da Canaoeste. De acordo com um dos especialistas que participaram da reunião, o engenheiro agrônomo e ex-professor da UFSCar, Newton Macedo, existem vários fatores que favorecem esse aumento, mas os mais expressivos são a ampliação da área plantada - que praticamente dobrou nos últimos 20 anos - e as técnicas de colheita mecanizada. "A queimada da cana mata os insetos que estiverem presentes na planta. Na colheita com a cana crua, a máquina joga as pragas para as plantações vizinhas, que normalmente são mais novas", explica. Já para a diretora do Núcleo de Pes34 Revista Canavieiros - Abril de 2007 quisa e Desenvolvimento do Centro de Cana-de-açúcar do IAC, Leila Dinardo, é difícil apontar qual foi o motivo mais expressivo desse aumento, mas segundo ela, a falta de controle por parte das usinas pode ter sido o fator que mais contribuiu para o aumento da broca. "Nem todas as usinas fazem um controle sistemático da broca e Efeitos da Broca na cana. No detalhe a larva essa falta de controle Uma prova da eficácia na união das tem um peso importante para o aumento da praga. Mas ainda assim, não po- duas formas de tratamento é a Usina demos subestimar os outros fatores", Cocal, na cidade de Paraguaçu Paulista. De acordo com a supervisora afirma. química, Glaciliana Nunes da Silva, em Mesmo com esse número crescen- um ano a usina conseguiu baixar o ínte, as técnicas de combate ainda são dice de infestação por broca em 3%. as mesmas: O controle biológico - com "Quando o índice de infestação chea liberação da Cotesia Flavipes, um gou a 8%, nós intensificamos a aplicaparasitóide que pode ser criado em la- ção de inseticidas e aumentamos o nuboratório, ou o controle químico - por mero de cotesias. Em menos de um ano uso de inseticidas. Segundo Macedo, chegamos a marca de 5%", comemora as duas formas são eficientes e podem Glaciliana. "Mas ainda não estamos saresolver o problema. "O produtor pode tisfeitos, nossa meta para este ano é explorar o aspecto positivo do método diminuir o nosso índice de infestação biológico e, em algumas situações, adi- para 3,7%", conclui. cionar a ação do produto químico, desDe acordo com Newton Macedo, de que faça dentro de um bom monitoramento de população e use o existem ainda pesquisas de manipulainseticida certo, na hora e no local cer- ção genética para desenvolver variedades de canas resistentes à broca, tos", esclarece. mas segundo ele, devem demorar um pouco para ser aplicadas nas lavouras. "Com toda essa discussão sobre trangênicos, não acho que serão liberadas por agora", conta. Para Leila Dinardo, a grande preocupação é com o meio ambiente, por isso o ideal ainda é dar prioridade ao controle biológico com a cotesia. "O impacto ambiental desse tratamento é mínimo e deve ser priorizado. E nas ocasiões que for necessário o uso de inseticidas, é sempre melhor usar inseticidas fisiológicos", finaliza Leila. Ação da Cotesia Flavipes sobre a Broca Agende-se Maio de 2007 AGRISHOW RIBEIRÃO PRETO 2007 Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação Data: 30 de abril a 05 de maio Local: Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro Leste/Centro de Cana – Ribeirão Preto-SP Mais Informações: (11) 5591 6337 ou (11) 5591 6324 FENAMILHO 2007 - 49ª festa nacional do milho Data: 18 a 27 de maio Local:Parque de Exposições Sebastião Alves do Nascimento – Patos de Minas-MG Temática: Nos dez dias de festa a cidade recebe empreendedores, investidores, consumidores e são efetivados valiosos contatos comerciais. Mais Informações: (34) 3822-1200 38º EXPOAGRO Data: 19 a 27de maio Local: Parque de Exposições Fernando Costa – Franca-SP Temática: Serão dez dias de agito com shows para todos os gostos, exposição de animais, parque de diversões, barracas de comida e bebida e muitas surpresas. Mais Informações: (16) 9999 5823 10ª EXPOCACHAÇA MG Feira e festival internacional da cachaça Data: 31 de maio a 03 de junho Local: Expominas - Pavilhões 2 e 3 - Belo Horizonte-MG Temática: Um evento com programação eclética e complementar. A Expocachaça é um acontecimento que gera cultura e bem-estar para o público e negócios para seus participantes. Mais Informações: (31) 3284-6315 / 3287-5243 Revista RevistaCanavieiros Canavieiros- -Março Abril de 2007 35 Biblioteca “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” MAMONA - TECNOLOGIA AGRÍCOLA Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português 1) Todos os profissionais da empresa concordaram com a frase reflexiva dita por Pedro: — “Pensemos bem, “AFIM” de que respondamos certos”. Todos da empresa precisam também refletir sobre a diferença de A FIM e AFIM... Dica útil e fácil: AFIM(escrito de forma junta): significa semelhante Ex.: Temos temperamentos afins. L ançado em maio de 2005, o livro dá o histórico das pesquisas sobre mamona que se iniciaram em 1936 e aborda diversos assuntos relacionados à cultura da planta, tais como: a geração de tecnologia, economia, cadeia de produção, produção de matéria-prima, tecnologia de produção, doenças, colheita, irrigação, torta de mamona, fotossíntese e consumo de CO2, coeficientes técnicos, etc. O autor envolve as culturas da mamona e do gergelim nos setores de melhoramento genético na produção de sementes, práticas culturais e adubação e o desenvolvimento da mamona no Brasil com aparecimento e o crescimento das indústrias e da extração de óleo. Nesse período a mamona apresentou uma grande expectativa de crescimento por causa das propostas do Programa Nacional do Biodiesel, que autorizou a adição de 2% de biodiesel ao óleo diesel e isenção fiscal para o biodiesel de mamona produzido na região nordeste do Brasil. Além dos projetos do governo federal, a cultura de mamona foi beneficiada com a aprovação do protocolo de Kyoto que entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005. A mamona se tornou uma das fontes de energia renovável que poderá se tornar suporte para projetos de desenvolvimento limpo, destinados a redução da emissão de carbono e para retirada dos gases poluentes. Antonio Savy filho publicou 66 artigos técnico-científicos em periódicos especializados e 12 trabalhos científicos. Possui autoria em cinco produtos tecnológicos, na obtenção de três cultivares de mamona e uma de gergelim, além da participação na construção de protótipo de colhedeira de mamona. Savy Filho já recebeu dois prêmios. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na -Rua Augusto Zanini, 36 Revista Canavieiros Abril de 2007 nº 1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16) 3946-3300 - Ramal 2016. A FIM(escrito de forma separada): significa finalidade. Nesse caso, a expressão se faz seguir pelo vocábulo DE. Ex.: Estamos aqui, a fim de trabalhar. Pensemos bem, a fim de que respondamos certos. 2) Ele foi “superhumano” com a equipe da empresa com o conselho dado. Poderia ter sido super-humano (com hífen) com o Português também... Prezado amigo leitor, outra dica útil e fácil: O prefixo SUPER é usado com hífen somente antes de palavras iniciadas por H ou R. Ex.: super-humano, super-requintado, super-homem, super-realismo... Fora esses casos, tal prefixo une-se diretamente à palavra que o segue. Ex.: superpai, supermercado, superinteligente, superorganização, superlotação, superelegante, supercampeão, superprodução, supersensível, supersônico... 3) Situações que acontecem nos relacionamentos humanos... Pedro quer que Maria seja “SUSCITA” na conversa. Impossível, Pedro!!! Ficará desiludido com a conversa... Dica: SUCINTA (com C ) significa resumida, curta... SUSCITAR ( com SC ) significa causar, provocar... PARA VOCÊ PENSAR: O Universo: A Terra “Eu sou esse outro mundo; “No futuro todos A Lua me acompanha, terão direito a quinze Por este céu profundo... minutos de fama.” Mas é destino meu Andy Warhol Rolar, assim tamanha, Em torno de outro mundo, Que inda é maior do que eu.” Olavo Bilac RENATA CARONE SBORGIA Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, Escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia Foto: Ag. Brasil Repercutiu “É um contra-senso existir esta tarifa (US$0,54 por galão mais 2,5% de taxa ad valorem) para o etanol brasileiro”. Ex-governador da Flórida Jeb Bush, co-presidente da Comissão Interamericana de Etanol e irmão do presidente americano George W. Bush, em visita ao Brasil no dia 16/04, quando defendeu a eliminação do imposto cobrado pelos Estados Unidos para entrada do álcool brasileiro no país. “Nós temos uma imensidão de um território (...) que poderão tranqüilamente combinar a produção de oleaginosa para produzir o etanol e ao mesmo tempo produzir alimento”. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebatendo as declarações dos presidentes Chávez e Fidel, que criticaram o plantio da cana para produção de etanol. Chávez disse que seria “loucura utilizar as terras da América Latina para alimentar os veículos dos senhores do Norte” enquanto cidadãos latinos passam fome. Foto: Ag. Brasil “Teríamos de fazer investimentos específicos para abastecer os EUA”. O empresário Maurílio Biagi Filho, presidente da usina Moema, afirmando que se as tarifas fossem eliminadas hoje, o país não conseguiria abastecer o mercado americano só com o excedente de produção atual. Foto: Ag. Estado “Quero esclarecer que nós não estávamos contra biocombustíveis. Queremos importar etanol do Brasil, além disso, sem taxas”. O esperto presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltando atrás em sua declaração, ao final da Cúpula Energética LatinoAmericana, em Ilha Margarita. Revista Canavieiros - Abril de 2007 37 Vende-se caminhões traçados Se alguém tiver ou conhecer alguém, favor Em caso de interesse, entre em contato com entrar em contato com Paulo: (11) 5844Patito:(16) 9187-1897 3340 ou [email protected] [email protected]. Caminhão VW 16220 báscula Toco Fazenda em Nhandeara/SP Vendo Caminhão VW 16220, báscula, toco, 143,5 alqueires, próxima de usinas. Em caso pneus ótimos, com rodoar, caçamba excelende interesse, entre em contato com o Sr. Pedro te estado. Tenho foto. Tratar com Wemerson Sanchez, (11) 9277-8757 / 3023-1637 ou: Queiroz: (31) 9665-2975 ou [email protected] [email protected]. 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Engº Civil: Luciano Tratar com César Marin Spexoto CREA Nº5060715050 Telefone: (16) 3761-7329 ou 9198-1101 Tel.: (17) 3341-3637 - (17) 9708-1865 [email protected] email: [email protected] Revista Canavieiros - Abril de 2007 Revista Canavieiros - Abril de 2007