DINÂMICA SÓCIO-ESPACIAL DE SÃO JOSÉ/SC (BRASIL): Da convergência de elementos de diferentes formações sócioespaciais às novas lógicas de crescimento nos séculos XX e XXI Daniel Simas1 - UFSC/Brasil - [email protected] Nazareno José de Campos2 - UFSC/Brasil - [email protected] Resumo Objetivamos com este evidenciar como elementos de diferentes formações sócioespaciais catarinenses foram fundamentais nos processos de gênese e dinâmica do município de São José. Inserido no contexto da formação sócio-espacial do litoral catarinense, teve sua história intimamente ligada à Florianópolis, a capital do estado de Santa Catarina. A presença do imigrante açoriano, após meados do século XVIII, fomentou importante economia, gerando importantes momentos de crescimento econômico, com seu ápice em meados do século XIX. Sobretudo em função da condição sócio-espacial do município e das vantagens presentes no papel de entreposto comercial entre a capital da então província de Santa Catharina e o continente próximo. Aliado a isto, passa a se configurar a presença de elementos característicos de outras formações sócio-espaciais, como em relação ao planalto catarinense, através dos constantes fluxos decorrentes do tropeirismo e, mais tarde, já no século XX, da economia madeireira, ou, em relação aos vales litorâneos (em especial dos rios Maruim e Cubatão), cuja presença de imigrantes de origem germânica incrementa importante economia, que se relacionará diretamente à orla marítima josefense através da presença de trapiches e de um decorrente comércio de cabotagem com o principal mercado a época, Desterro (hoje Florianópolis). Por outro lado, apesar do processo de decadência da economia litorânea de base açoriana, São José adquiriu destaque sócio-econômico na região, pois, consistia geograficamente como lugar de parada obrigatória para quem tinha como destino a capital. Mas com o tempo tais condições se transformariam, cuja decadência do tropeirismo, cabotagem e mesmo economia madeireira, imprime um processo de estagnação econômica. Assim, no contexto do crescimento urbano e industrial do século XX, fomentado pelo Estado e sua política “modernizante”, São José chega a ocupar a função de cidade-dormitório em relação a Florianópolis, contrastando um passado econômico mais expressivo. Mas o município volta a ter dinâmica econômica mais significativa a partir do final do século XX e início do XXI, com algumas centralidades caracterizadas na região da Grande Florianópolis, em consonância à lógicas urbanas atuais e aos movimentos do capital. Palavras-chave: Formação sócio-espacial; São José; dinâmica econômica. 1. INTRODUÇÃO. O estudo exprime a importância de considerarmos movimentos amplos no entendimento da gênese e dinâmica dos lugares, que não se restringem às características originais de uma única formação específica. Por conseguinte, processos mais amplos, a nível nacional e internacional, influenciam diretamente sobre as dinâmicas do passado e presente, de cada região ou lugar. Assim, não será diferente ao se retratar a formação e dinâmica sócio-espacial do município de São José, no estado de Santa Catarina, sul do Brasil, nossa área objeto de estudo. Para tanto, tomaremos como referencial a categoria de formação sócio-espacial, delineada por Milton Santos em sua obra, objetivando entender as transformações ocorridas ao longo do tempo e espaço nesta determinada realidade. Saliente-se que a combinação de algumas das lógicas específicas de cada formação sócio-espacial contribui para o crescimento econômico, que, contudo, pode ser temporário, visto que as combinações não se eternizam. Isto pode ser observado em relação a Santa Catarina, em que inúmeros municípios vivenciaram seu auge econômico, decorrente de combinações específicas, mas que complexas dinâmicas de novas lógicas do capital acabaram por levá-los à vias de estagnação3. Com São José não foi diferente, pois as configurações que lhe atribuía destaque a nível estadual, de meados do século XIX ao início do século XX, seriam profundamente modificadas, trazendo novas configurações (CAMPOS, 2013; SIMAS, 2010). Observar e analisar este movimento histórico e suas implicações sobre o que foi e é hoje São José, passa a orientar este trabalho, desenvolvido com base em bibliografias correlatas a este objeto de estudo, conhecimento de campo e resultados preliminares de outras pesquisas em andamento. 2. SÃO JOSÉ NO CONTEXTO SÓCIO-ESPACIAL DO LITORAL CATARINENSE. A gênese e dinâmica sócio-espacial do litoral catarinense está relacionada ao processo de ocupação do sul brasileiro pelos interesses de Portugal, cujas pretensões de colonização estavam intimamente relacionadas ao iminente risco do domínio espanhol sobre a região, aliada à necessária reação diante da conjuntura econômica depressiva que passava a economia da metrópole, caracterizando um maior planejamento estatal estratégico da Coroa portuguesa (SILVA, 1992) 4. Isto indica um amplo projeto que visava o acesso à bacia do Prata, o fortalecimento econômico por meio da caça à baleia e a defesa e interiorização do território sul brasileiro (CAMPOS, 1991) 5. O açoriano, por sua vez, se estabelece no litoral catarinense em conformidade com as definições e interesses portugueses, que definia a ele um papel de “colonosoldado”, conforme observado no próprio Edito Real de sua vinda6, o que não impediu a inicial produção de subsistência se transformasse gradativamente numa pequena produção mercantil, cujo excedente alcançaria o mercado regional, nacional e mesmo platino, a partir de produtos decorrentes da transformação manufatureira, como, por exemplo, a farinha de mandioca (CAMPOS, 1991; SIMAS, 2010) 7 . Neste contexto, é criada no ano de 1750 a freguesia São José da Terra Firme, subordinada a Vila de Nossa Senhora do Desterro 8. São José da Terra Firme não consistia em iniciativa isolada, pelo contrário, estava conjugada à lógica já exposta, efetivada a partir da criação de vários núcleos de povoamento, como demonstra a imagem a seguir: FIGURA 1: Esboço de Ilustração dos núcleos primários de colonização açoriana em Santa Catarina no século XVIII (1748 – 1756). FONTE: FARIAS, 2001, p.87 A partir da efetiva colonização de boa parte do litoral catarinense, a pequena produção mercantil passava a se configurar como um dos principais mecanismos de crescimento econômico regional, orientando processos que consistiriam como embriões das vindouras relações capitalistas. 2.1. São José da Terra Firme e a Pequena Produção Mercantil. O fato de se estabelecer ao longo do litoral catarinense uma pequena produção mercantil, conjugada a outros fatores externos aqui já delineados, favoreceu à emersão da economia litorânea catarinense (BASTOS, 2000), e com ela, das localidades mais inseridas à sua lógica, como foi o caso de São José da Terra Firme, que teve na questão geográfica um elemento de seu sucesso. Constituía-se na freguesia de maior proximidade com a capital, configurando-se assim como lugar de parada e passagem obrigatória para quem a tinha como destino. Isto gerou uma importante classe de comerciantes que se beneficiou da concentração/convergência dos fluxos de produtores/comerciantes advindos de toda região, planalto serrano, e vales litorâneos próximos, além do rentável transporte de cabotagem com a Ilha de Santa Catarina (CAMPOS, 2013). Rapidamente São José formaria, inserido no contexto da pequena produção mercantil, um arranjo econômico composto por múltiplas atividades produtivas e fabris, produzindo desde gêneros alimentícios básicos, a produtos manufaturados de estimado valor no mercado nacional. Diversos eram os engenhos, alambiques, teares, caieiras e olarias pelo território da então freguesia (SIMAS, 2010). As condições para um processo de diferenciação social estavam postas, cuja dinâmica não contemplou a todos os colonos, em função de diferentes motivos, alguns dos quais, ajudaram à própria decadência regional. Entre estes, as famigeradas requisições (de produtos e de homens para as milícias) que lesavam ao produtor. Assim, muitas vezes, além de diminuir sua produção como estratégia de escape das requisições da Coroa, “muita gente, com a intenção de subtrair do serviço obrigatório da milícia alguns membros da família, nunca declaravam o número exacto de que esta se compunha” (SAINT-HILAIRE, 1936, p. 59) 9. Além disto, o produtor sofreu forte domínio do capital comercial externo importador, exercido sobre o comerciante local, que por sua vez, o exercia sobre o produtor10. Tal configuração comercial atingia vorazmente o processo de acumulação do pequeno produtor, já que os momentos de acumulação (alta comercial) eram irregulares, pois dependiam de fatores externos. Esta irregularidade é constatada na promoção de uma “concorrência oligopolista entre Santa Catarina e as demais Províncias produtoras” (CAMPOS, 1991, p.34-35), promovida pelos centros compradores. Ademais, formas tradicionais do uso do solo, caso da coivara11, também tiveram sua parcela de explicação na decadência regional, haja vista a incompatibilidade de práticas policultoras seminômades indígenas serem diretamente acopladas a uma pequena produção sedentária. Soma-se a este fator o sistema de herança baseado numa estrutura fundiária na forma de “espinha de peixe” 12 . Aqueles que, de certo modo, superavam estas dificuldades se diferenciavam socialmente, adquirindo melhores condições econômicas e maiores acumulações. O fato de haver certa complementação econômica em São José com elementos específicos da formação sócio-espacial do Planalto, consiste num fator de equilíbrio, preservando a economia em função de não haver exclusiva dependência da pequena produção de base sócio-cultural açoriana. 2.2. São José e a Complementação das Economias Litoral-Planalto. Um fator marcante no progresso econômico de São José em seu contexto regional, entre final do século XVIII e durante o XIX, se dá em função da complementação entre as economias do litoral e planalto. Concomitante à formação da economia litorânea, Santa Catarina passava, durante o século XVIII, por outro importante processo de colonização no planalto serrano (SIMAS, 2010). Esta formação específica estava intimamente relacionada aos interesses da Coroa no efetivo domínio dos caminhos de tropas, que interligavam, via interior da porção continental, a economia do gado desenvolvida no planalto sul brasileiro, constituído por campos de altitude que se assemelhavam, de certo modo, aos pampas gaúchos13, com outra economia de grande importância para a Colônia e Metrópole: a mineração de ouro no sudeste. Neste contexto é criada, em 1771, a vila Nossa Senhora dos Prazeres de Lages, consolidando os interesses da Coroa, e posteriormente do Império Brasileiro, no domínio das terras ameaçadas pelo litígio com a Espanha. Estavam postas as possibilidades de uma interação mercantil entre Lages e Desterro que favorecia fundamentalmente a São José, sobretudo em função do tropeirismo e da classe comercial incrementada em razão da ocorrência do mesmo14. Desta forma, a produção e comércio josefense não apenas abastecia o mercado de Desterro, mas também o do planalto. Isto consistia em grande oportunidade para os produtores locais já socialmente diferenciados, a despontarem ainda mais no processo de acumulação, especialmente pelas possibilidades comerciais adquiridas pela complementação entre as economias do litoral e planalto (SIMAS, 2010). Este arranjo sócio-econômico adquire novas configurações a partir da inserção de um terceiro elemento sócio-cultural, no século XIX: a população de origem germânica, que ocuparia os vales litorâneos. Desta forma, ampliam-se as possibilidades de crescimento e importância econômica do município de São José15. 2.3. Contribuição Germânica na Dinâmica Sócio-Espacial Josefense do Século XIX. A formação que se deu nos vales litorâneos de Santa Catarina segue características similares as do litoral e planalto no que se refere à consolidação de interesses do poder público. Desta vez, em decorrência da independência do Brasil em 1822, seria o Império Brasileiro o grande mentor de mais uma proposta colonizadora para Santa Catarina. Novamente o objetivo era o de fortalecer as rentáveis relações comerciais, sobretudo para os governos, bem como consolidar a ocupação dos espaços “vazios” percorridos pelos tropeiros entre planalto e litoral. Visava o poder público provincial o combate aos xoklengs, que constantemente ameaçavam a economia tropeira. Assim, seguindo propósitos semelhantes ao ocorrido com o açoriano, os germânicos chegam a Santa Catarina em 1829, dando origem à colônia São Pedro de Alcântara, primeira da província16, numa perspectiva de “colono-soldado”, como forma de garantir o comércio litoral-planalto contra as investidas dos indígenas, além deles mesmos se inserirem em tal comércio17. O povoamento dos vales assim a dois propósitos, contribuindo para o crescimento econômico de São José, que em 1833 é alçada à categoria de vila, demonstrando sua força política e econômica. Apesar do crescimento econômico de São José, a vinda dos alemães marcou também a queda da pequena produção de base sócio-cultural açoriana. Vindos um século depois dos açorianos, provinham de um contexto que passara por importante processo de urbanização, decorrente da industrialização e aprofundamento do capitalismo. Traziam consigo certa experiência empreendedora, além de domínio sobre técnicas de produção, cultivo e criação. Rapidamente São Pedro de Alcântara, cuja morfologia era um empecilho ao desenvolvimento, será deixada por muitos alemães que buscaram no vale do Biguaçú, do Cubatão, do Maruim, melhores condições para o plantio. A partir deste último chegam à localidade de Praia Comprida, no litoral josefense, a procura de melhores condições comerciais18. Machado e Gerlach (2007, p.27) apresentam outras atividades econômicas, além das essencialmente rurais, contribuindo para um importante comércio de cabotagem que se configura em São José, ainda entendido como lugar de parada: “Os colonos conduzem os seus gêneros em cargueiros até os arrebaldes da Vila de São José, denominado Praia Comprida. Aqui existe um não pequeno número de alemães que, mais inclinados ao comércio, deixaram a Colônia e vieram estabelecer-se com negócio. Este é sem dúvida um dos lugares da Vila que encerra maior comércio e muito tem concorrido para o incremento da mesma. Conta já um grande número de armazéns, oficinas, e a maior parte de seus moradores possuem lanchas, botes ou canoas que diariamente navegam para o porto da Capital, levando os gêneros dos colonos que descem de São Pedro de Alcântara” (GERLACH; MACHADO, 2007, p.27, grifo nosso) Isto demonstra que a condição comercial josefense a levara a um importante crescimento econômico, inicialmente decorrente da pequena produção açoriana, mas sendo fundamental a complementação entre as economias do litoral e planalto (via tropeirismo e cabotagem), bem como a incrementação da presença germânica na garantia e fortalecimento desta. Desta forma, São José passaria a contar com uma série de equipamentos urbanos que evidenciavam seu destaque, durante o século XIX, não apenas econômico, mas também cultural. Dentre estas melhorias estão: a existência de vários trapiches pela costa josefense, desde a Ponta de Baixo, passando pela Sede, Praia Comprida, Coqueiros, Estreito, até a Serraria, já na baía norte; a criação da Banca do Pescado em 1839; a construção da Carioca, em 1840, destinada para o consumo de água potável e para as lavadeiras; a inauguração de um Matadouro, em 1842, existente no Estreito (antigo distrito de João Pessoa que pertenceu a São José até 1944) destinado ao abate do gado que vinha por meio das tropas; além da construção de um Teatro, em 1854 (MACHADO e GERLACH, 2007, p.27) Todavia, apesar de seu forte destaque comercial, não revertia sua riqueza num movimento de industrialização conseqüente19, levando, já em fins do século XIX, a um gradual processo de estagnação econômica. 3. NOVAS LÓGICAS NO SÉCULO XX E SUAS IMPLICAÇÕES SOBRE SÃO JOSÉ. O século XX foi marcado por profundas transformações, que repercutiram nos mais diferentes lugares. No caso de São José, favoreceram alguns grupos, que souberam se beneficiar dos privilégios econômicos e/ou políticos que tinham, para os avanços necessários no sucesso de seus negócios. Mas para o município de forma geral, as novas lógicas não geraram processos capazes de manter ou aprofundar o sucesso obtido durante o século XIX. Mas as transformações não se deram instantaneamente. Das principais atividades promovidas nas pequenas centralidades do litoral josefense – Praia Comprida, Centro e Ponta de Baixo - apenas a atividade oleira, típica da localidade Ponta de Baixo, demonstrara sinais de decadência econômica já nas primeiras décadas do século XX, enquanto que o comércio do bairro Praia Comprida combinava de forma mais precisa suas configurações com as novas lógicas de transformação espacial. Como citamos em nossa obra: “A Praia Comprida, sem dúvida, suplantaria a Sede no que se refere ao comércio. Um dos fatores que explicam este fato está na própria formação destas localidades. Enquanto a Sede, com certo destaque cultural, possuía poucas iniciativas “industriais”, na Praia Comprida algumas famílias não apenas viviam da baldeação, mas tinham uma diversificada atividade econômica pautada, por exemplo, na exploração cerâmica (fabrica de tijolos), beneficiamento de alguns produtos como a torrefação de café, indústria madeireira, e até mesmo na construção de embarcações. Esta condição apenas ressalta um dos motivos da melhor aptidão às práticas comerciais de uma localidade (Praia Comprida) em relação à outra (Centro Histórico)” (SIMAS, 2010, p.71). Todavia, a crescente concorrência do Vale do Itajaí com a capital refletiria sobre a região conseqüências negativas. Além disto, no ano de 1944, São José perde para a capital o distrito de João Pessoa (atual Estreito), importante fonte de arrecadações, em função do abate do gado. A baldeação e o tropeirismo, importantes fontes de arrecadação para o município, estariam ameaçadas no século XX pela “modernidade” expressa pelo rodoviarismo. 3.1. A Lógica Rodoviarista em Consonância à Estrutura Urbano-Industrial. Apesar da lógica rodoviarista e urbano/industrial ter se efetivado com maior ênfase apenas na segunda metade do século XX em Florianópolis e região, ela possui importantes traços de sua origem já nas primeiras décadas. Uma das inovações de grande importância neste contexto foi a construção da Ponte Hercílio Luz, no ano de 1926. FIGURA 2: A construção da ponte Hercílio Luz em dois momentos: em 1922, e em 1924 com a construção do piso de madeira, dois anos antes da inauguração. FONTE: http://www.velhobruxo.tns.ufsc.br/Albuns.html A construção da ponte dava início à gradativa mudança do uso de transportes de tração animal (carroças e tropas) para um transporte mais rápido e eficiente, movido a motor à combustão, implicando na concepção de “modernidade” e “progresso”. As conseqüências para São José foram marcantes, pois, de lugar de parada obrigatória se o destino era a capital, transforma-se gradativamente em lugar de passagem, sem a necessidade de paradas. O que também contribui para a redução nas arrecadações, corroborando para estagnação econômica do município, questão esta assim colocada por Silva (2006, p.48): Em meados de 1940, principalmente após a pavimentação da via principal que ligava o centro de São José até a Ponte, o transporte terrestre não demorou a consolidar-se, fazendo com que a cidade perdesse sua importância na função de entreposto comercial. Isto porque os produtores que antes faziam baldeação nos trapiches ali localizados, podiam agora dirigir-se diretamente à Florianópolis. (grifo nosso) Rapidamente, os mais diferenciados economicamente aderiram às novas conexões de São José e região ao “mundo moderno”, investindo na compra de caminhões e automóveis20. Obviamente, a lógica que se instaurava conectava-se a interesses mais amplos, explicados, sobretudo, no entendimento das políticas nacionais desenvolvimentistas, tomadas especialmente a partir da década de 1950, pelo presidente Juscelino Kubitschek (PELUSO JR, 1991). Não se tratava de algo específico a São José, mas a toda região devido a uma conjuntura política nacional (CAMPOS, 2009), e mesmo internacional. Com as transformações, as medidas se deram em consonância à estrutura criada. Novos empreendimentos urbanos passam a transformar consideravelmente o município, principalmente a partir da implantação da BR-101 (sentido norte-sul) e BR282 (ligando Capital ao Planalto) nas décadas de 1960/70 (SILVA, 2006, p.75-76). A partir destas rodovias, diversos empreendimentos passam a se estabelecer em suas proximidades, valorizando as terras em seu entorno e atraindo uma série de atividades e interesses (CAMPOS, 2013). Os diversos loteamentos planejados para São José, expressos em 12 projetos até a década de 1980 (SILVA, 2006, p.57), transformaram boa parte das antigas pastagens e roças em quadras para a ocupação urbana, principalmente nos bairros Bela Vista e Forquilhinhas, a oeste da BR-101. Além disto, estabelecia-se em São José uma Área Industrial, no bairro Fazenda Santo Antonio, às margens da rodovia. Esta, como outras medidas, evidenciavam a proposta urbano/industrial para a região, fomentada pelo Estado a partir de um “aparato político-institucional público e privado” (CAMPOS, 2013; SILVA, 2006). Inicialmente, a centralidade de Florianópolis, como foco das transformações em questão, determinava a São José a condição de cidade-dormitório. Isto porque, de certo modo, a pretensão que se tinha com as políticas públicas era a de desenvolver a capital (PELUSO JR, 1991). Logo, São José passaria a crescer como reflexo do desenvolvimento urbano desejado para Florianópolis, politicamente delineado21. No entanto, estas configurações seriam base para transformar o município, especialmente em função do aparato urbano/industrial que ali se efetivara, cresceram a ponto de estabelecer algumas centralidades comerciais, empresariais e industriais, revertendo-se a condição de cidade-dormitório já no final do século XX. 3.2. São José: panoramas para o século XXI A condição de São José como cidade dormitório de Florianópolis, caracterizada especialmente entre as décadas de 1960 a 1980, toma novas configurações já no final do século XX, em função da conjugação de dois fatores que se resumem à combinação da estrutura urbana existente em São José, delineada pelas políticas públicas, com o processo de expansão urbana de Florianópolis, expressa pela conurbação da capital. O processo de conurbação da capital atingiu, em função da própria geografia da região, rapidamente o município de São José. Assim, a presença de algumas indústrias ao longo das principais artérias rodoviárias, como a BR-101, consistiu em importante fonte de emprego, que, aliado ao programa habitacional urbano, caso da COHAB22, configuravam condições ideais para o crescimento demográfico23. Estas configurações de crescimento demográfico favoreceram ao processo de valorização da terra, expressas, sobretudo, nos empreendimentos de capital imobiliário que passa a surgir já na década de 1970, sendo o caso mais marcante o bairro Kobrasol24. Interessante é que se trata de um empreendimento que notavelmente acompanha a lógica e movimento do capital no município, neste caso, claramente evidenciado pela valorização imobiliária. Isto porque inicialmente os grupos Koerich, Brasilpinho e Cassol não possuíam atividades econômicas exclusivas ao capital imobiliário, demonstrando claramente sua adaptação. Vidal (2009, p.83) bem cita que: As principais atividades da empresa foram de valorização dos terrenos, através de obras de aterro e drenagem, além da instalação de infra-estruturas. O grande negócio consistiu, portanto em criar condições para valorização da área, e então vender os lotes, os quais começaram a ser comercializados em 1977 e foram vendidos com grande rapidez: 113 somente no primeiro mês, 463 nos dois anos seguintes. Como a própria Kobrasol não se envolvia na construção dos imóveis, o empreendimento permitiu a capitalização de muitas indústrias de construção civil: basta observar [...] a presença de várias empresas deste setor na região de Kobrasol/Campinas, todas elas surgidas nos anos de 1970 e 1980, algumas de propriedade dos sócios do empreendimento, como a Zita Empreendimentos Imobiliários, pertencente ao grupo Koerich. Conciliada aos interesses políticos e econômicos do município, o distrito Campinas, as, composto pelos bairros Campinas e Kobrasol, rapidamente vai tomar forma de centralidade municipal e regional, atraindo mão de obra e investimentos de diversos setores como o comercial, de serviços, empresariais e da construção civil (JAHN, 2001). Um marcante rcante processo de verticalização passa também a se expandir para outros distritos como o de Barreiros ao norte e o Sede ao sul. A constante valorização da terra promove novas configurações aos espaços rurais, que se mantém de acordo com a lógica vigente, objetivando manter uma atividade de interesse especulativo sobre o capital imobiliário (SIMAS, 2010). Isto passa a se evidenciar na manifesta presença de diversos loteamentos por todo o município, tendo como entrave à sua expansão os espaços preservados, protegidos rotegidos por leis ambientais, sobretudo em áreas de encosta. Atualmente, São José possui o maior índice de densidade demográfica da Grande Florianópolis, evidenciando sua importante ascensão urbana no contexto regional, já iniciada no século XX, mesmo cconsiderando onsiderando seu reduzido território atual, após a emancipação de São Pedro de Alcântara em 1994 (mapa a seguir). Em virtude da atração de inúmeros investimentos por todo o município, continua atraindo mão de obra de todas as regiões, especialmente do nordeste norde brasileiro25. FIGURA 3: Município de São José na atualidade. FONTE: IBGE, 2000. Reflexos deste crescimento sofrido por São José já se apresentam de forma efetiva sobre os municípios de Palhoça (ao sul) e Biguaçú (ao norte), demonstrando um gradual processo de metropolização da região. Todavia, apesar do crescimento econômico do município, não há garantias de desenvolvimento social, haja vista também os crescentes problemas urbanos instaurados nas periferias e na falta de infraestrutura. Estes são de ordem social, econômica e ambiental, caracterizando também embriões dos grandes dilemas vivenciados nas grandes cidades brasileiras e mundiais. Enfim, não há dúvidas quanto ao crescimento que o município vem sofrendo, no entanto, as imprecisões das conseqüências das mudanças vigentes, evidenciam que não há garantias de que as transformações sejam positivas para a sociedade josefense como um todo, isto, considerando que a lógica capitalista tem sucessivamente beneficiado alguns, em detrimento da maioria. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS São José possui uma história rica em peculiaridades no contexto regional, mesmo que não se possa dissociar sua formação e dinâmica em relação à capital catarinense. Com a efetiva configuração dos interesses da Coroa Portuguesa, o município passa a se beneficiar de sua condição geográfica na complementação entre as economias do planalto e litoral. A inserção do elemento germânico a esta lógica contribuiu significativamente, já que tinham relativa experiência produtiva trazidas de uma Alemanha que já passara por importante processo de urbanização, industrialização e aprofundamento do capitalismo. Assim, São José contava com uma importante atividade mercantil entre litoral e planalto, configuração que levaria o município a obter importante destaque já no século XIX. Com as novas lógicas do século XX, uma nova configuração instaurou-se, colocando em “xeque” rentáveis atividades econômicas para São José – o tropeirismo e a cabotagem. Já no começo do século XX, a construção da ponte Hercílio Luz traduzia mudanças significativas. Gradativamente, São José deixara sua condição de lugar de parada, para se transformar em lugar de passagem. Em meio a estas novas lógicas, as políticas em favor da estrutura urbano/industrial eram expressas especialmente por uma forte lógica rodoviarista, trazendo inúmeras transformações sócio-espaciais à região. A construção de importantes vias como as BRs 101 e 282 trariam novas dinâmicas, conciliado a isto, a instalação de um parque industrial, bem como a efetivação de diversos projetos habitacionais para o município, especialmente nos bairros Bela Vista e Forquilhinhas, demonstravam o que se pensara para São José: parte de um projeto que visava o desenvolvimento da capital. Assim, São José adquire a condição de cidade-dormitório de Florianópolis. No entanto, em função da expansão urbana de Florianópolis e da estrutura urbano/industrial presente em São José, o município passa a sofrer reflexos do crescimento florianopolitano. Logo, o crescimento josefense passa a consistir num decorrente crescimento demográfico que, por sua vez, estimula novas lógicas, elucidadas pela valorização imobiliária. Esta lógica da valorização imobiliária passa a redinamizar a economia josefense, criando centralidades importantes no município, descaracterizando totalmente uma inicial condição de cidade dormitório. Não há dúvidas de que o crescimento josefense permanece, não apenas em função da construção civil, mas especialmente por investimentos de grandes capitais, muitos deles estrangeiros. Atualmente, não é nada incomum encontrarmos diversas multinacionais, bem como empreendimentos que contam, no formato de parceria, com capitais externos. A expansão espacial urbana só não é maior em função da legislação ambiental, que de certa forma impede o avanço sobre áreas de encostas, ou de preservação permanente. Todavia, o município ainda possui grandes áreas de pastagens, mas que mantém, com vistas à aproximação do aparato urbano, demonstrando claramente um viés especulativo. As dimensões de crescimento não são apenas espaciais, mas principalmente sociais. Enquanto se “abrem as portas” para os investimentos do capital industrial e imobiliário, a cidade cresce de forma desproporcional à infra-estrutura presente. Problemas sócio-ambientais como a favelização, ocupação de áreas de inundação ou encosta, defasagem no saneamento básico e na aplicação de projetos de mobilidade, demonstram exemplos de problemas que podem se aprofundar de forma alarmante já nas primeiras décadas do século XXI. A negligência no planejar a cidade para a própria cidade (e não exclusivamente para o capital) pode levar a região a um colapso irreversível, a ponto de conduzi-la a condições caóticas comumente encontradas nas grandes cidades. Os cuidados são fundamentais para fazer de São José um município melhor para sua sociedade, que preserva seu patrimônio e entende a sua história. É necessário construir a cidade e não apenas construir na cidade. 1 Mestrando do programa de pós-graduação em geografia da Universidade Federal de Santa Catarina (bolsista de mestrado CNPq) – UFSC, Brasil. 2 Professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Brasil. 3 Podemos citar Laguna, no sul do estado, cuja tradicional economia portuária da qual dependia estagnou, e Lages, no planalto serrano, que estava entre as principais cidades do estado no auge da economia madeireira. 4 Esta econômica depressiva decorria de alguns aspectos: relações comerciais desfavoráveis com a Inglaterra que restringia as iniciativas manufatureiras portuguesas; queda nos rendimentos coloniais; crise no comércio ultramarino; concorrência externa (CAMPOS, 1991; SILVA, 1992; MAMIGONIAN, 1997). 5 Que consistia em iniciativas importantes como a criação da Colônia do Sacramento em 1680; a criação da Capitania de Santa Catarina em 1738 o estabelecimento das fortificações no litoral catarinense entre 1739 e 1786; a edificação das armações baleeiras entre 1741 e 1778 ao longo do litoral catarinense; e a imigração açoriana que, conjugada à escravidão negra, se tornaria a base de funcionamento de toda a estrutura econômica (CAMPOS, 1991; SILVA, 1992). 6 Quando afirma que entre os provimentos que cada família receberia estariam incluídas espingardas “... e procurará que as conservem, sem as venderem, especialmente as espingardas”. 7 Não há como se invisibilizar neste processo o papel dos elementos indígenas e negros. A própria mandioca não era cultivada no arquipélago dos Açores, e sim o trigo. Logo, o contato/troca com os carijós que habitavam o litoral foi fundamental para o desenvolvimento de cultivos e práticas agrícolas, incorporadas às tradições açorianas aqui praticadas (CAMPOS, 1991; SIMAS, 2010). 8 No período de 1748 a 1752 dez grandes levas de casais, oriundos das ilhas dos Açores e Madeira, chegaram a Santa Catarina. Os 182 casais que fundaram o pequeno povoado de São José da Terra Firme pertenciam à terceira leva, dentre as dez do mesmo período (GERLACH e MACHADO, 2007, p.15). 9 “Era preferível a um colono deixar de produzir a ver os oficiais do governo confiscarem seus estoques sem receber nada em troca” (SILVA, 2008, p.415). 10 Segundo Campos (1991, p.36), “formava-se, assim, uma cadeia de ação-reação: a cada pressão externa do comerciante carioca sobre o comerciante local, havia uma resposta interna do comerciante local sobre o pequeno produtor”. 11 Prática de origem indígena que consiste na queima da vegetação para posterior plantio. 12 Como o próprio nome sugere, há uma estrutura de ruas principais interceptadas por diversas servidões de curta distância entre si, formando terrenos de frente estreita e grande comprimento. Nesta simbologia é como se a rua principal fosse a coluna do peixe e as servidões espinhas, justificando o termo “espinha de peixe”. Isto se dava em função do sistema de partilha da terra. 13 Ressalvando-se questões climáticas e de relevo. Nos pampas gaúchos, de altitudes mais modestas, os campos naturais são quase exclusivos sobre as paisagens, possuindo características climáticas específicas. Já na região do planalto catarinense os campos naturais são de altitude, intercalados com capões de araucárias, pinheiros e outras espécies tradicionalmente encontradas na floresta ombrófila mista. 14 Segundo Jacinto e Waltair (s/d, p.5), além das tradicionais tropeadas do Rio Grande do Sul para São Paulo, haviam também “... as tropeadas utilizadas pelos fazendeiros da nossa região [planalto] que transportavam para o litoral, no lombo de mulas, os produtos típicos da região serrana e que traziam gêneros necessários para sua sobrevivência.” 15 Todavia, este crescimento econômico, com auge no século XIX não consistia em desenvolvimento de São José como um todo. Muitas famílias sofriam os processos decorrentes da decadência da economia açoriana, especialmente pequenos produtores desprovidos de estrutura manufatureira e de relações comerciais consistentes. Apenas uma elite josefense se sobressaía na conjuntura, acompanhando a evolução dos processos comerciais que já não mais caracterizavam uma pequena produção mercantil essencialmente de base sócio-cultural açoriana. 16 A primeira colônia alemã da província será justamente São Pedro de Alcântara, então parte do município de São José. Segundo Klug (1991) os primeiros imigrantes alemães a virem para Santa Catarina, eram provenientes da região de Hunrsrück, situada no triângulo montanhoso formado pelos rios Reno e Mosela, na porção oriental da Alemanha. A exemplo dos açorianos, estes vieram com a promessa, por parte do governo imperial, de receber o “fornecimento de utensílios agrícolas, provisões, subsídios e terras” (BUSS et al, 2002, p.159). 17 Enquanto o tropeiro via o gado como propriedade/riqueza, o indígena o via como parte integrante da natureza, um bem comum, disponível a servi-lo como alimento. Neste sentido, o choque cultural passa a promover conflitos em que o Estado assume claramente em favor dos interesses econômicos. 18 Philippi (1995, p.22) ressalta que “em Praia Comprida estabeleceram-se com hospedaria, transporte de lanchas, ferrarias, sapatarias, marcenarias, selarias, casas de comércio, inclusive a agricultura, transformando-se no primeiro entreposto da colonização. Entre as famílias estavam as de Adam Michels, Heinrich Bohnen, Sebastian Lentz, Anton Huber, Joah Mannebach, Peter Joseph Schneider e Jacob Zimmermann.” (grifo nosso). 19 Em parte devido a classe de comerciantes e produtores apresentarem, “hábitos aristocratizantes e consumistas de outras classes sociais (administração, setores militares)” Campos (1991, p.37). 20 Em entrevista ao trabalho de Silva (2006, p.49), o senhor Fernando Rocha aponta que: “[...] de 36 para 37, vieram os primeiros caminhões. Então eles trocaram o transporte de lanchão por caminhão. Eles compraram o caminhão como também comprou [...] o Fredolino Schmidt, Norberto Schmidt, os Koerich compraram um caminhão também [...] Então os lanchões, as embarcações, foram substituídas pelos caminhões.” (grifo nosso) 21 Segundo (Silva, 2006, p. 73), o Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI) da Grande Florianópolis, elaborado entre 1969 e 1971, “englobou 21 Municípios situados próximos à Capital, [definindo] a cidade de São José para absorver as atividades industriais, e assim adequar o espaço urbano de Florianópolis para as atividades turísticas”. 22 Companhia de Habitação do Estado de Santa Catarina. 23 Também configurado por um importante êxodo rural, refletindo os processos de modernização do campo, que atingiram Santa Catarina, sobretudo, no planalto, após a década de 1970 (SIMAS, 2010). 24 Criado em 1975 pelos empresários Adroaldo Cassol, Walter Koerich e Antônio Scherer, contando com a junção de capitais da empresas Koerich, Brasilpinho e Cassol (JAHN, 2001), daí o nome KOBRASOL. 25 Não é raro se encontrar ruas nos bairros Bela Vista, Campinas, Forquilhinhas, repletas de casas populares, ou de pequenos apartamentos, no formato kit-net, ocupadas majoritariamente por migrantes de origem nordestina, quase sempre empregados na construção civil, redes de supermercados e fast foods, ou na vigilância privada. Mais recentemente, percebe-se até mesmo a presença de estrangeiros, como haitianos, ocupando, a exemplo dos nordestinos, funções sócioeconômicas mais modestas, quase sempre como mão de obra barata. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BASTOS, José Messias. Urbanização, comércio e pequena produção mercantil pesqueira na Ilha de Santa Catarina. In: SANTOS, Maurício Aurélio dos. Ensaios sobre Santa Catarina. Florianópolis: Ed. Letras Contemporâneas, 2000. BUSS, Maria Dolores; SCHEIBE, Luís F.; FURTADO, Sandra M. A. São Pedro de Alcântara: paisagem e rupturas. Revista Geosul, Florianópolis, v.17, n. 34, p.155-181, jul./dez. 2002. CAMPOS, Nazareno José de. Terras Comunais na Ilha de Santa Catarina. FCC Edições / Editora da UFSC. Florianópolis, 1991. CAMPOS, N. J. Santa Catarina: Tropas e Tropeiros no Trajeto Litoral-Planalto Visto Através dos Relatórios dos Presidentes da Província. In: SANTOS, Lucila M.; BARROSO, Lucia M. (Org.). Bom Jesus na Rota do Tropeirismo no Cone Sul. 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