8111 Trabalho 502 - 1/3 O ERRO DE MEDICAÇÃO E A SUA ABORDAGEM SISTÊMICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA SOUSA, Elaine Celina Batista de1 MEDEIROS, Samuel Sóstenes Araújo de2 SILVA, Tatiana Gomes Freire da3 LIMA, Natália Araújo4 TORRES, Gilson de Vasconcelos5 INTRODUÇÃO: Conceitua-se erro de medicação como sendo qualquer efeito evitável que pode ter sido causado devido ao uso inapropriado de medicamentos, levando a um dano ao paciente, quando a medicação está sob o controle dos profissionais de saúde, do usuário e dos familiares. Os medicamentos ocupam um lugar dominante no sistema de saúde e no tratamento de doenças, e o número de erros que ocorre é cada vez mais evidente e inaceitável, representando uma triste realidade no trabalho dos profissionais de saúde, com sérias conseqüências para pacientes e para a organização hospitalar. A ocorrência de erros relacionados a medicamentos aumenta em duas vezes o risco de morte em pacientes hospitalizados e a morbimortalidade relacionada ao uso dos mesmos pode ser considerada uma das principais doenças em termos de recursos consumidos, podendo ser minimizada através do correto diagnóstico e prescrição. Dentre um leque de estudos sobre erros na área de saúde, os erros de medicação chamam a atenção e são pontos de interesse de muitos pesquisadores, visto serem considerados freqüentes dentro dos hospitais. Esta revisão apresenta e discute os fatores predisponentes relacionados aos erros de medicação, e a maior importância desse estudo é a de repensar a conduta multiprofissional frente a estes erros, estabelecendo uma alteração no processo de assistência prestada ao cliente. OBJETIVOS: Identificar e analisar as propostas de abordagem acerca dos erros de medicação nas diversas publicações, fundamentando novas pesquisas sobre o tema. METODOLOGIA: Foram analisadas as publicações Graduanda do 6º período do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Norte. <[email protected]> 2 Graduando do 6º período do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Norte. 3 Graduanda do 6º período do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Norte. 4 Graduanda do 6º período do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Norte. 5 Profº. Dr. do curso de Graduação e Pós-Graduação de Enfermagem da Universidade Rio Grande do Norte. 1 Grande do Grande do Grande do Grande do Federal do 8112 Trabalho 502 - 2/3 científicas indexadas nos bancos de dados Bdenf, Lilacs e Scielo. A amostra foi constituída por 15 publicações que foram analisadas quanto aos tipos de abordagem envolvendo os fatores de risco dos erros de medicação, tendo como critérios de seleção a relação com erros na terapia medicamentosa no contexto hospitalar envolvendo a equipe de enfermagem; estudos teóricos e clínicos em seres humanos adultos; ser gratuito, completo, estar disponível on line e terem sido publicadas entre os anos de 2004 a 2008. RESULTADOS: Identificaram-se pontos de fragilidade no que concerne à terapia medicamentosa, envolvendo as atuais lacunas existentes no sistema de medicação e na sua abordagem dentro de uma cultura organizacional ainda arcaica, que identifica erros como falhas ativas (individuais) e esquece que estes também ocorrem devido às falhas do sistema. Porém, destaca-se que a abordagem sistêmica – a qual leva em consideração as limitações humanas e os erros latentes de um “sistema doente” – vem encontrando apoio na literatura recente, inviabilizando a permanência da visão individualista, que considera os erros como atos inseguros cometidos por pessoas desatentas, desmotivadas e com treinamento deficiente. CONCLUSÕES: Considerando-se que o erro na administração ainda é atribuído, em sua maioria, a fatores relacionados ao profissional – enfoque individual –, a mudança de paradigmas faz-se iminente, buscando melhorias na qualidade e na eficiência do sistema de saúde e na segurança do paciente. É preciso que o foco sistêmico seja adotado pela área de saúde, considerando que medicar pacientes depende de ações humanas e os erros fazem parte dessa natureza; sendo a construção de sistemas de medicação mais seguros, bem-estruturados e planejados capaz de promover condições que minimizem e previnam erros, implementando normas, regras, ações e processos a fim de auxiliar os profissionais envolvidos. É imperativa, ainda, a reestruturação do sistema pelos gestores institucionais, visando à obtenção de melhorias dos recursos humanos e do ambiente de trabalho com estratégias que coloquem o paciente no centro das ações de saúde, garantindo a qualidade e a segurança na assistência prestada. Dessa maneira, um sistema seguro, ecologicamente adaptado e restaurado será garantido a todos os profissionais e usuários. É fato que a condição humana, notadamente falível, não pode pretender a perfeição e a anulação de erros; entretanto, é preciso humildade e sabedoria para aprender com os erros 8113 Trabalho 502 - 3/3 cometidos e usar este conhecimento para melhorar a assistência prestada. Sugere-se, assim, uma reflexão urgente sobre os aspectos abordados para que medidas proativas sejam implementadas. A melhoria da qualidade é imperativa nesse sentido, visando à segurança dos pacientes. BIBLIOGRAFIA: BOHOMOL, E.; RAMOS, L. H. Perceptions about medication errors: analysis of answers by the nursing team. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v.14, n.6, p.887-92, nov./dez. 2006. CASSIANI, S. H. D. B. A segurança do paciente e o paradoxo no uso de medicamentos. Revista Brasileira de Enfermagem, v.58, n.1, p.95-99, jan./fev. 2005. MIASSO, A. I. et al. O processo de preparo e administração de medicamentos: identificação de problemas para propor melhorias e prevenir erros de medicação. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v.14, n.3, p.354-363, maio/jun. 2006. SILVA, A. E. B. C. et al. Problemas na comunicação: uma possível causa de erros de medicação. Acta paul. Enfermagem, v. 20, n. 3, p. 272-276, jul./set. 2007. SILVA, D. O. D. et al. Medication preparation and administration: analysis of inquiries and information by the nursing team. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v.15, n.5, p.1010-1017, set./out. 2007. Descritores: Erros de Medicação. Ambiente Hospitalar. Enfermagem.