GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA SECRETARIA ADJUNTA DA RECEITA PÚBLICA ANÁLISE DA RECEITA PÚBLICA - 2014 Anual (jan-dez) Cuiabá – Março - 2015 Responsáveis pela estrutura da SEFAZ-MT até 31/12/2014: SILVAL BARBOSA Governador do Estado de Mato Grosso MARCEL SOUZA DE CURSI Secretário de Estado de Fazenda de Mato Grosso MARIA CÉLIA DE OLIVEIRA PEREIRA Secretária Adjunto Executivo do Núcleo Fazendário - SAAF VALDI SIMÃO DE LIMA Secretário Adjunto do Tesouro Estadual – SATE JONIL VITAL DE SOUZA Secretário Adjunto da Receita Pública - SARP Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Sumário Resumo executivo - receita pública ................................................................................................ 7 Aspectos legais ............................................................................................................................. 12 Aspectos metodológicos ............................................................................................................... 14 Códigos das Atividades Econômicas (CNAE´s) .......................................................................... 17 Gráficos-ICMS ............................................................................................................................. 22 Tabelas .......................................................................................................................................... 27 Eficácia Tributária – Anual-2014 ................................................................................................. 30 Análise do Inconverso .................................................................................................................. 32 Resumos ....................................................................................................................................... 35 Arrecadação de ICMS com Valores Nominais e Corrigidos ........................................................ 38 Modelo econométrico de previsão da arrecadação de ICMS ....................................................... 57 Transferências Constitucionais per capita .................................................................................... 62 Transferências Constitucionais e Legais - CIDE .......................................................................... 64 Transferências Voluntárias. .......................................................................................................... 66 Multas, juros e dívida ativa........................................................................................................... 67 Créditos tributários “sub judice”. ................................................................................................. 68 Valores transferidos a fundos. ...................................................................................................... 70 Contexto do PTA - Plano de Trabalho 2014 ............................................................................... 71 Anexos......................................................................................................................................... 80 Sítios consultados pela Secretaria de Fazenda ............................................................................. 84 3 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso EQUIPE DA SECRETARIA ADJUNTA DA RECEITA PÚBLICA - SARP ATÉ 31/12/2014 SECRETÁRIO ADJUNTO DA RECEITA PÚBLICA Jonil Vital de Souza UNIDADE TÉCNICA DE NEGÓCIO DA RECEITA PÚBLICA - UNRP Marly Aparecida Tavares Pauletti - Agente de Tributos Estaduais/Coordenadora Maira Cristina de Santana Alves – Fiscal de Tributos Estaduais Paulo César da Silva - Técnico em Processamento UNIDADE DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA - UPEA Luiz Gonçalo Pereira Ormond – Agente de Tributos Estaduais/Coordenador Emanuel Jesus Daubian Costa – Fiscal de Tributos Estaduais Jacildo Souza – Agente de Tributos Estaduais Eliezer Pereira da Silva - Analista Administrativo Elizeu Gomes de Souza - Analista Administrativo Rosimeire A.de Jesus Gonçalves - Analista Administrativo Thaissa Radi Sposito - Analista Administrativo Augusto Hideaki Borges Nohama – Técnico de Suporte Rosianny Oliveira Costa - Digitadora UNIDADE DE RELAÇÕES FEDERATIVAS FISCAIS - URFF Lucymar Regina Padoan S.Froés – Agente de Tributos Estaduais/Coordenadora Denise Alvina Cortese – Agente de Tributos Estaduais José Humberto Oliveira de Holanda – Agente de Tributos Estaduais Polyanna Maria de Alcântara Ribeiro Lima – Fiscal de Tributos Estaduais Thelniza Vieira de Araújo – Agente de Administração Fazendária Zilanda Sorai de Oliveira – Agente da Área Instrumental do Governo UNIDADE EXECUTIVA DA RECEITA PÚBLICA - UERP Alexandre Paulino Monea – Fiscal de Tributos Estaduais/Coordenador Marilaine Cecília Fumes – Fiscal de Tributos Estaduais Janete Sichoski Ferro – Fiscal de Tributos Estaduais Jose Horácio Ferreira Cerejo - Agente de Tributos Estaduais UNIDADE DE POLÍTICA E TRIBUTAÇÃO - UPTR Lucas Elmo Pinheiro Filho – Fiscal de Tributos Estaduais/Coordenador Edgar Dias Correa – Fiscal de Tributos Estaduais Sandra Regina Marques da Silva - Fiscal de Tributos Estaduais Frederica M.B.Gaiva Nadaf - Fiscal de Tributos Estaduais Moisés de Campos Ferreira – Técnico da Área Instrumental do Governo Tayná Jully Ferreira Costa – Técnico de Suporte UNIDADE DE INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DO NEGÓCIO – UISN Luciney Martins de Almeida Moreira – Fiscal de Tributos Estaduais/Coordenadora Carlos Alberto Eitaró Oshiro - Agente de Tributos Estaduais Nadir Sumie Yoshida Minakami - Fiscal de Tributos Estaduais 4 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Jader Brito Soares Fernandes - Agente de Tributos Estaduais Luciana Ibrahim Leite - Analista de TI PRÓ-FISCO Marcelo Alves Almeida - Agente de Tributos Estaduais Edson Fontana de Oliveira - Fiscal de Tributos Estaduais APOIO DIRETO AO GABINETE Juliana Cristina Zanin Cintra – Assistente Técnica Maria Alves da Silva – Agente da Área Instrumental do Governo 5 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso APRESENTAÇÃO O presente trabalho avalia o comportamento da receita pública do Estado de Mato Grosso no ano de 2014, cumprindo assim o dispositivo do Art. 12 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Parte do conteúdo deste documento compara as receitas efetivamente ingressadas no erário estadual com os montantes de receitas que foram previstas pela Secretaria de Estado de Fazenda. Art. 12 As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas (LRF, 2000) As análises da receita visam prevenir riscos futuros, além de permitirem correções de eventuais desvios das metas legais e econômicas. Desse modo, o esforço em antecipar as distorções das metas pode ser corrigido em tempo como tentativa de evitar desequilíbrios das contas públicas. Uma visão geral de receita como a elaborada neste documento é uma tentativa de sintetizar informações e evidenciá-las a todos os gestores, possibilitando a estes o cumprimento da gestão fiscal (acompanhamento e avaliação permanente através de análises, estudos e diagnósticos da receita) como estabelecido no Art. 67 da LRF, inc.4. Ao auferir resultados obtidos referentes ao ano anterior pretende-se motivar todos os gestores públicos a realizarem as receitas cabíveis ao Estado de Mato Grosso de acordo com os princípios tributários e com o potencial da economia. Procurou-se identificar o potencial de algumas das Receitas Tributárias e suas componentes (IRRF, IPVA, ITCD, ICMS e TAXAS) como também, o FETHAB que, no presente trabalho foram denominadas “receitas analisadas”. A distância entre a receita realizada e a analisada representa possibilidades de o Estado avançar na arrecadação sem aumentar alíquotas dos tributos de sua competência. A diferença entre a arrecadação realizada e a analisada representa também um desafio para os respectivos gestores dessas contas (IRRF, IPVA, ITCD, ICMS e TAXAS). Procura-se, assim, contribuir tanto para o aperfeiçoamento das atividades fiscais como melhorar os mecanismos ou processos para a operacionalização das receitas. Ressaltamos que a realização da receita foi de responsabilidade da equipe que estava à frente da administração tributária até 31/12/2014. JOSÉ ROBERTO MIORIM Secretário Adjunto da Receita Pública 6 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso RESUMO EXECUTIVO - RECEITA PÚBLICA Tabela 1 – Código, Especificação e Comparação entre Receita Prevista e Realizada em 2014. A tabela 1 ressalta o peso de três contas na composição da receita. As receitas Tributárias, de Contribuições e Transferências Correntes responderam até em 2014 por 77,85% de toda a receita estadual. Receita Patrimonial A receita patrimonial foi de R$ 221,52 milhões, destacando-se neste grupo as receitas de valores mobiliários, remuneração de depósitos bancários e outras receitas de valores mobiliários. 7 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso RECEITA AGROPECUÁRIA A receita Agropecuária no período foi de apenas R$ 113,24 mil, possuindo pouca representatividade do total das receitas, participando com apenas 0,001 %. As receitas que compõem este grupo são: Receita da produção animal e derivados e Outras receitas agropecuárias. RECEITA INDUSTRIAL A receita Industrial foi de R$ 3,16 milhões , sendo composta basicamente pela receita da indústria de transformação. RECEITA DE SERVIÇOS A receita de Serviços foi de 441,14 milhões, representando 2,53 % do total das Receitas do estado. Dentre as receitas deste grupo destacam-se os serviços relativos ao trânsito, saúde e agropecuários. 8 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Tabela 2 Especificação da Receita Prevista, Realizada e Participação Percentual das Receitas em 2014 (em milhões de reais). A Receita Pública Total realizada em 2014 foi de R$ 17,45 bilhões (sem as deduções do fundeb e as transferências aos municípos), ficando 6,5% acima da prevista na LOA (R$ 16,38 bilhões) A tabela mostra que as receitas tributárias realizadas no período obtiveram um valor acima do projetado na LOA em 17,9%. TAXAS Quanto às taxas (Segurança Pública, Serviços Estaduais e Judiciárias), estimou-se na LOA um montante para o período de R$ 174,91 milhões, no entanto, o valor realizado foi de R$ 192,43 milhões, ou seja, 10 % superior ao previsto. O que justifica o bom desempenho no período foi a mudança no valor da UPF-MT que serve de base para o cálculo de várias taxas de serviços estaduais. Receitas de Contribuições As receitas de contribuições totalizaram R$ 1,45 bilhões, contra uma previsão de R$ 1,4 bilhões, portanto 3,7% acima do previsto. Destacam-se neste grupo as receitas das contribuições sociais, que teve previsão na LOA de R$ 439,96 milhões, realizando 9 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso em R$ 481,38 milhões, 9,42% acima e as receitas do Fethab, cuja previsão na LOA para o período foi de R$ 802,47 milhões, efetivando-se em R$ 789,89 milhões, 1,6% abaixo. IPVA A previsão de arrecadação do IPVA para o período foi de R$ 413,36 milhões, sendo realizados R$ 467,13 milhões, ficando 13% acima do previsto. ICMS O valor do ICMS projetado na LOA para o período foi de R$ 6,014 bilhões, sendo realizado R$ 6,991 bilhões, portanto 16,2 % superior ao previsto, em valores nominais. Imposto sobre transmissão Causa Mortis ou Doação de Bens e Direitos (ITCD) O valor do ITCD previsto na LOA para o período foi de R$ 52,88 milhões e a realização foi de R$ 50 milhões, portanto 5,4% inferior ao previsto na LOA. Transferências Correntes (Constitucionais e Legais) Estava prevista uma receita de R$ 3,34 bilhões de transferências correntes para o período, no entanto, a realização foi de R$ 3,76 bilhões, ficando 12,5% acima do valor orçado. Vale ressaltar que houve repasse do FEX referente ao ano anterior, todavia não houve repasse referente ao exercício de 2014. Multas e juros Os valores efetivamente recebidos a título de Multas e Juros ficaram acima do valor orçado em 65,4%, totalizando R$ 204,3 milhões ante os R$ 123,51 milhões previstos na LOA, em função das ações fazendárias realizadas no período. Receita da Dívida Ativa A Receita orçada da Dívida Ativa para o período foi de R$ 80,46 milhões, realizando-se R$ 34,46 milhões, portanto, 57,2% abaixo do previsto. O que justifica este baixo valor de recebimento foi a proibição de se compensar a dívida ativa com precatórios, e o ano que serviu de base para a projeção da receita foi o de 2012, quando ainda houve elevado valor de recebimento com compensação. 10 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso RECEITAS DE CAPITAL As receitas de capital apresentaram um resultado inferior em relação ao estimado na LOA para o período, ou seja, estava prevista uma receita de R$ 2,2 bilhões, realizando-se, R$ 1,23 bilhões, portanto, 44% abaixo. Salientamos que este comportamento pode ser explicado pelo fato de existirem Operações de Crédito em andamento, principal componente de receita deste grupo, que não foram liberadas no exercício analisado. Tabela 3 - Arrecadação ICMS, Nominal e Corrigido, para o período entre jan a dez/2004 – jan a dez/2014 (em milhões de R$). Observando-se o valor do ICMS, no intervalo de dez anos (jan a dez/2004 – jan a dez/2014), verificamos uma variação nominal de 137 % e corrigida de 35 % na arrecadação do referido tributo. Comparando-se em termos nominais os valores arrecadados no período de jan a dez/2014 com o mesmo período do ano anterior, observa-se uma variação positiva de 9,9%. Já em termos reais houve variação positiva de 4,2 %. 11 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Tabela 4 – Tributos (ICMS, IRRF, IPVA, ITCD e Taxas), Valores Projetados na Lei Orçamentária Anual (LOA) e a Receita Realizada em 2014. Os dados mostram que o montante de arrecadação da receita tributária ficou 17,9% acima das projeções iniciais, resultando uma receita superior à prevista em R$ 1,26 bilhões de reais. ASPECTOS LEGAIS E METODOLÓGICOS ASPECTOS LEGAIS 1. DISPOSIÇÕES LEGAIS Lei de Responsabilidade Fiscal – LC 101/2000 A Lei de Responsabilidade Fiscal determina a realização, a cada dois meses, de uma avaliação de desempenho da receita. Uma das vantagens dessa análise é que ela propicia um contexto mais amplo das causas que estão influenciando o comportamento das receitas. Naturalmente que a observação das causas permite correção de rumos. Entre as mudanças possíveis, 12 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso destaca-se a atuação do aparelho fiscal movido pela necessidade de desdobramento e cumprimento de metas bimestrais de receitas. O acompanhamento da arrecadação visa garantir as metas estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa. Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. § 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas. § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias. § 3º No caso de o Poder Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. § 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1º do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais. 13 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso (Constituição Federal, art. 166, permanente de Senadores e Deputados). § 1º... Comissão A LRF prevê também a prestação de contas periódicas à sociedade das realizações do Poder Executivo no campo tributário. Trata-se da divulgação do seu programa de melhoria da arrecadação e de sua política tributária. Conforme se interpreta o Art. 12 da LRF, caso a receita própria venha mostrarse declinante, o Estado poderá: Adotar medidas para atualização do cadastro de contribuintes; Focar o aparelho fiscalização para evitar sonegação de tributos; Rever as isenções concedidas; Adequar taxas ao custo real dos serviços e outras medidas. Decidir sobre outras ações recuperadoras de créditos. Nesse sentido, a LRF estabelece: Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à previsão, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições. ASPECTOS METODOLÓGICOS METODOLOGIA Projeção da Receita do ICMS A metodologia de estimativa da receita de ICMS adotada pela SEFAZ/MT, em março de 2001, considerou a dinâmica macroeconômica atual e futura da base produtiva do Estado, ao invés da tendência histórica de comportamento da receita. O acelerado processo de crescimento e transformação produtiva da economia local, a partir da segunda metade da década de 90, motivou essa decisão. Entendeu-se que o ritmo e a trajetória do ICMS de hoje não guardava aderência com o verificado nos últimos 10 anos. Assim, a previsão de receita de ICMS deu-se a partir de informações sobre o potencial de consumo e de estimativas do comportamento do PIB setorial, em agrupamentos denominados SEGMENTOS. Esse agrupamento poderia ser feito sob a ótica do produto ou da sua cadeia produtiva. Optou-se pelo agrupamento da cadeia produtiva, pois tal procedimento guarda sintonia com a abordagem adotada pelo Governo do Estado em sua Política de Desenvolvimento Regional. Além disso, essa estruturação contribui para a padronização do Sistema de Administração Tributária, em consonância com o modelo de gestão da SEFAZ/MT e permite maior eficácia na projeção e acompanhamento da receita. Permite ainda mensurar e avaliar o efeito multiplicador da renda e de tributos decorrentes da produção. 14 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Apesar desse entendimento, não foi possível enquadrar todos os Segmentos no conceito de cadeia produtiva, de modo que alguns ainda permanecem sob a ótica do produto. Adotou-se, portanto, o conceito misto, conforme demonstrado na tabela 8. Segmentos da Economia Mato-Grossense e seu Respectivo Conceito Misto (sob a Ótica de Cadeia Produtiva e da Ótica de Produto) SEGMENTO 1. Algodão 2. Arroz 3. Atacado 4. Bebidas 5. Combustíveis 6. Comunicação 7. Energia Elétrica 8. Madeira 9. Medicamentos 10. Pecuária 11. Soja 12. Supermercados 13. Transportes 14. Varejo CONCEITO MISTO Produção, Indústria, Comercialização Produção, Indústria, Comercialização (exclusive comercialização alcançada por outros segmentos) Exclusive mercadorias contempladas nos segmentos Indústria, Distribuição e Comercialização Diesel, Álcool, Gasolina, GLP, GNV, Querosene Telefonia, Rádio Difusão, TV, TV a Cabo, Correios, Internet Consumo Extração, Beneficiamento, Indústria Moveleira Distribuidores e Farmácia Produção, Indústria, Exportação, Comercialização (inclusive frigoríficos, casas de carnes, etc) Produção, Indústria, Exportação e Comercialização Mercado Interno Hiper, Super, Produtos Alimentícios, bebidas, fumos, outros (inclusive substituição tributária) Aéreo, rodoviário de cargas e passageiros, ferroviário, fluvial Exclusive mercadorias contempladas nos segmentos e inclusive substituição tributária 15. Veículos Automóveis, Motos, Ônibus, Caminhões, Auto-Peças, Pneus e Acessórios 16. Outros Outras receitas de ICMS (inclusive outros produtos agrícolas não alcançados pelos segmentos) Os critérios para definir produto ou cadeia produtiva como Segmento foram sua representatividade na receita tributária e/ou na economia do Estado, de modo que o conjunto dos Segmentos representasse, no mínimo, 90% da arrecadação total. Para os diversos PIBs setoriais – PIB dos Segmentos - adotou-se a hipótese de elasticidade unitária PIB - receita tributária, ou seja, para cada ponto de crescimento/redução no PIB registra-se um incremento/queda de um ponto na receita de ICMS. Como Proxy do PIB considerou-se a estimativa do faturamento de cada Segmento, com base em informações sobre a demanda local, obtida a partir de indicadores de consumo per capta e do volume de produção do Segmento. Essa informação permitiu identificar a capacidade contributiva potencial dos agentes econômicos. O ICMS potencial, obtido a partir da aplicação da alíquota média do ICMS do segmento no valor do faturamento, refere-se ao valor da arrecadação em uma situação ideal (ausência de externalidades na gestão tributária, tais como, renúncia, 15 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso inadimplência, medidas judiciais que anulem a obrigação tributária, contencioso administrativo e sonegação). A renúncia por segmento foi calculada a partir de levantamento das concessões de incentivos fiscais isolados (redução de base de cálculo, crédito presumido, crédito outorgado, isenção, diferimento) e de programas de incentivos fiscais. O ICMS potencial menos a renuncia, o aproveitamento de crédito é igual ao ICMS efetivo. O Inconverso por sua vez é composto de quatro variáveis: contencioso administrativo, contencioso judicial, conta corrente ou inadimplência e um valor residual configurado como fraude (ver ilustração 1). ICMS efetivo é obtido com base no registro das receitas recolhidas ao erário. Essa metodologia permitiu identificar um importante indicador de desempenho da receita pública, que é o de eficácia tributária, o qual estabelece uma relação entre a receita efetiva e receita potencial, revelando o espaço ainda existente para avançar em termos de arrecadação. 16 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Códigos das Atividades Econômicas (CNAE´s) Segmento: Algodão CNAES Descrição 1321-9/00 Tecelagem de fios de algodão 1311-1/00 Preparação e fiação de fibras de algodão 0112-1/01 Cultivo de algodão herbáceo 4623-1/03 Comércio atacadista de algodão Segmento: Arroz 1061-9/02 Fabricação de produtos do arroz 0111-3/01 Cultivo de arroz 4632-0/01 Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados 1061-9/01 Beneficiamento de arroz Segmento: 0114-8/00 a 2011-8/00 a 3050-4/00 a 4623-1/04 a Atacado 1749-4/00 2829-1/01 3329-5/99 4693-1/00 Com 212 atividades Segmento: 1112-7/00 1033-3/02 1033-3/01 1122-4/01 1122-4/03 1122-4/99 1111-9/02 1113-5/01 1122-4/02 1113-5/02 1121-6/00 1111-9/01 4723-7/00 4635-4/02 4635-4/99 4635-4/03 4635-4/01 Bebidas Fabricação de vinho Fabricação de sucos de frutas, hortaliças e legumes, exceto concentrados Fabricação de sucos concentrados de frutas, hortaliças e legumes Fabricação de refrigerantes Fabricação de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas Fabricação de outras bebidas não-alcoólicas não especificadas anteriormente Fabricação de outras aguardentes e bebidas destiladas Fabricação de malte, inclusive malte uísque Fabricação de chá mate e outros chás prontos para consumo Fabricação de cervejas e chopes Fabricação de águas envasadas Fabricação de aguardente de cana-de-açúcar Comércio varejista de bebidas Comércio atacadista de cerveja, chope e refrigerante Comércio atacadista de bebidas não especificadas anteriormente Comércio atacadista de bebidas com atividade de fracionamento e acondicionamento associada Comércio atacadista de água mineral 17 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Segmento 3520-4/01 1922-5/01 2021-5/00 1921-7/00 2099-1/99 1922-5/99 1931-4/00 0600-0/02 0600-0/03 0600-0/01 3520-4/02 1910-1/00 4732-6/00 4784-9/00 4731-8/00 4681-8/05 4682-6/00 4681-8/02 4681-8/03 4681-8/04 4681-8/01 0500-3/02 Combustíveis Produção de gás; processamento de gás natural Formulação de combustíveis Fabricação de produtos petroquímicos básicos Fabricação de produtos do refino de petróleo Fabricação de outros produtos químicos não especificados anteriormente Fabricação de outros produtos derivados do petróleo, exceto produtos do refino Fabricação de álcool Extração e beneficiamento de xisto Extração e beneficiamento de areias betuminosas Extração de petróleo e gás natural Distribuição de combustíveis gasosos por redes urbanas Coquerias Comércio varejista de lubrificantes Comércio varejista de gás liqüefeito de petróleo (GLP) Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores Comércio atacadista de lubrificantes Comércio atacadista de gás liqüefeito de petróleo (GLP) Comércio atacadista de combustíveis realizado por transportador retalhista (TRR) Comércio atacadista de combustíveis de origem vegetal, exceto álcool carburante Comércio atacadista de combustíveis de origem mineral em bruto Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina e demais derivados de petróleo, exceto lubrificantes, não realizado por transportador retalhista (TRR) Beneficiamento de carvão mineral Segmento: Comunicação 6120-5/01 6130-2/00 6110-8/01 6120-5/99 6110-8/99 6110-8/02 6110-8/03 6120-5/02 6190-6/02 6190-6/01 6022-5/01 6190-6/99 6143-4/00 6142-6/00 6141-8/00 6022-5/02 6021-7/00 Telefonia móvel celular Telecomunicações por satélite Serviços de telefonia fixa comutada - STFC Serviços de telecomunicações sem fio não especificados anteriormente Serviços de telecomunicações por fio não especificados anteriormente Serviços de redes de transporte de telecomunicações - SRTT Serviços de comunicação multimídia - SCM Serviço móvel especializado - SME Provedores de voz sobre protocolo internet - VOIP Provedores de acesso às redes de comunicações Programadoras Outras atividades de telecomunicações não especificadas anteriormente Operadoras de televisão por assinatura por satélite Operadoras de televisão por assinatura por microondas Operadoras de televisão por assinatura por cabo Atividades relacionadas à televisão por assinatura, exceto programadoras Atividades de televisão aberta 18 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Segmento: Energia 3512-3/00 3511-5/00 3514-0/00 3513-1/00 Transmissão de energia elétrica Geração de energia elétrica Distribuição de energia elétrica Comércio atacadista de energia elétrica Segmento: Madeira 1610-2/02 1610-2/01 0210-1/09 0210-1/08 0220-9/02 1622-6/99 3101-2/00 Serrarias sem desdobramento de madeira Serrarias com desdobramento de madeira Produção de casca de acácia-negra - florestas plantadas Produção de carvão vegetal - florestas plantadas Produção de carvão vegetal - florestas nativas Fabricação de outros artigos de carpintaria para construção Fabricação de móveis com predominância de madeira Fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada Fabricação de esquadrias de madeira e de peças de madeira para instalações industriais e comerciais Fabricação de casas de madeira pré-fabricadas Fabricação de artefatos diversos de madeira, exceto móveis Fabricação de artefatos de borracha não especificados anteriormente Extração de madeira em florestas plantadas Extração de madeira em florestas nativas Cultivo de teca Cultivo de seringueira Cultivo de pinus Cultivo de eucalipto Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca Cultivo de acácia-negra Comércio varejista de madeira e artefatos Comércio atacadista de madeira e produtos derivados Atividades de apoio à produção florestal 1621-8/00 1622-6/02 1622-6/01 1629-3/01 2219-6/00 0210-1/07 0220-9/01 0210-1/04 0139-3/06 0210-1/03 0210-1/01 0210-1/05 0210-1/02 4744-0/02 4671-1/00 0230-6/00 Segmento: Medicamentos 4646-0/01 Comércio atacadista de cosméticos e produtos de perfumaria 4644-3/01 Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano 4644-3/02 Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso veterinário 4772-5/00 Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 4771-7/03 Comércio varejista de produtos farmacêuticos homeopáticos 4771-7/02 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, com manipulação de fórmulas 4771-7/01 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas 2121-1/01 Fabricação de medicamentos alopáticos para uso humano 2121-1/03 Fabricação de medicamentos fitoterápicos para uso humano 2121-1/02 Fabricação de medicamentos homeopáticos para uso humano 2110-6/00 Fabricação de produtos farmoquímicos 19 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Segmento: Pecuária 0151-2/01 1011-2/01 1012-1/02 4623-1/01 0322-1/99 1529-7/00 1012-1/01 4722-9/01 63 Atividades Segmento: Soja 1042-2/00 1041-4/00 0115-6/00 4622-2/00 4637-1/03 Fabricação de óleos vegetais refinados, exceto óleo de milho Fabricação de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho Cultivo de soja Comércio atacadista de soja Comércio atacadista de óleos e gorduras Segmento: Supermercado 4721-1/02 4721-1/01 4711-3/02 4712-1/00 4711-3/01 4724-5/00 4637-1/99 4639-7/02 4639-7/01 4637-1/01 4621-4/00 Padaria e confeitaria com predominância de revenda Padaria e confeitaria com predominância de produção própria Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - supermercados Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - minimercados, mercearias e armazéns Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - hipermercados Comércio varejista de hortifrutigranjeiros Comércio atacadista especializado em outros produtos alimentícios não especificados anteriormente Comércio atacadista de produtos alimentícios em geral, com atividade de fracionamento e acondicionamento associada Comércio atacadista de produtos alimentícios em geral Comércio atacadista de café torrado, moído e solúvel Comércio atacadista de café em grão Segmento: Transporte 4911-6/00 5011-4/01 4950-7/00 5320-2/02 48 atividades Segmento: Varejo 1932-2/00 2029-1/00 3102-1/00 4615-0/00 5611-2/01 2869-1/00 3299-0/04 4789-0/99 5620-1/04 Segmento: Veículos 4511-1/01 a 4520-0/01 67 CNAES 20 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso 168 Atividades Segmento: Outros 0170-9/00 a 0210-1/06 a 0311-6/03 a 0500-3/01 a 0710-3/01 a 0810-0/01 a 0910-6/00 a 1099-6/04 a 1531-9/02 1741-9/02 0220-9/99 0322-1/07 0729-4/05 0899-1/99 0990-4/03 1340-5/99 1811-3/01 a 1922-5/02 2019-3/01 a 3211-6/01 a 4110-7/00 a 5211-7/01 a 6010-1/00 a 7020-4/00 a 8011-1/01 a 9001-9/01 a 1830-0/03 2541-1/00 3900-5/00 4618-4/99 5920-1/00 6920-6/02 7990-2/00 8800-6/00 9900-8/00 21 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso COMPORTAMENTO DA RECEITA TRIBUTÁRIA - ICMS Gráficos Gráfico 1 – Total do ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no ano de 2014 – Algodão, Arroz, Atacado e Bebidas (em Milhões de Reais) 22 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Gráfico 2 – Total do ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no ano de 2014 – Combustível, Comunicação e Energia (em Milhões de Reais). 23 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Gráfico 3 – ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no ano de 2014, segmentos de Madeira, Medicamentos, e Pecuária (em Milhões de Reais). 24 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Gráfico 4 – ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no ano de 2014, segmentos de Soja, Supermercado e Transporte (em Milhões de Reais). 25 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Gráfico 5 – ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no ano de 2014, segmentos de Varejo, Veículos e Outros (em Milhões de Reais). 26 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso TABELAS 27 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Tabela 6 – Potencial, Efetivo e Eficácia Tributária do ICMS por Segmentos – Anual/2014 . 28 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Tabela 7 – Comparação entre Receita Projetada, Realizada e Analisada – Anual/2014 . 29 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Eficácia Tributária A partir da Análise de 2010, a Unidade de Pesquisa Econômica Aplicada incorporou mudanças para obter a eficácia da arrecadação de ICMS. Para manter a uniformidade da série, ajustes parciais foram feitos para os anos de 2007, 2008 e 2009. As referidas mudanças no procedimento de cálculo da eficácia constam do Quadro 01. Quadro 01 – Mudanças introduzidas no cálculo da eficácia, antes e depois de 2010. Eficácia antes E= 𝐼𝐶𝑀𝑆 𝑎𝑟𝑟𝑒𝑐𝑎𝑑𝑜 𝐼𝐶𝑀𝑆 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 Eficácia atual E= 𝐼𝐶𝑀𝑆 𝑎𝑟𝑟𝑒𝑐𝑎𝑑𝑜+𝐹𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠 𝐼𝐶𝑀𝑆 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 – 𝑅𝑒𝑛ú𝑛𝑐𝑖𝑎 −𝐶𝑟é𝑑𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑈𝑠𝑢𝑓𝑟𝑢í𝑑𝑜𝑠 A eficácia consistia Soma-se ao ICMS arrecadado, os valores do FESP, FETHAB e numa divisão entre o ICMS FUNGEFAZ. arrecadado e o ICMS potencial. Motivo: os fundos derivam do ICMS que integram o esforço fiscal de arrecadação. Já a renúncia caracteriza uma escolha de política tributária, portanto, não está ao alcance do erário. O agente arrecadador não tem governabilidade sobre as renúncias e nem sobre os créditos usufruídos já que estes integram a atividade operacional de aquisição de insumos inerente à mediação econômica. E = eficácia Como se observa no quadro 01 acima, a eficácia tributária do ICMS é uma relação entre o ICMS arrecadado e ICMS potencial. A eficácia representa o percentual de realização que o Estado arrecada em relação aquilo que seria possível, ou seja, um valor denominado de ICMS potencial. O ICMS potencial é montante teórico de arrecadação dimensionado num ambiente sem qualquer desvio tributário. 30 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Tabela 8 - Eficácias Tributárias por segmentos. A Eficácia Tributária Realizada no ano de 2014 nos diversos segmentos que compõem o ICMS ficou em torno de 81,72%. 31 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Análise do Inconverso Tabela 9 – Comparação do Inconverso do ICMS entre Original, Realizado e Analisado por Segmento – Anual/2014 32 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso 33 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso INDICADORES DE QUALIDADE DA DÍVIDA - (Inconverso) a) Gestão da Redução do Inconverso – 9,84%. São ações no âmbito da SEFAZ, que utilizam o aparato fiscal e administrativo para redução do Inconverso. É de nossa governabilidade. Composição: Contencioso Administrativo (SARE), Contencioso Administrativo (SUIC) e Fraudes autuadas (TAD e NAI). b) Gestão da realização do Inconverso – 69,65% No total de Inconverso apurado, através das análises econômicas, encontramos esse percentual em nossas bases de dados. Engloba esfera administrativa e judicial. (TADS, NAIS, Contenciosos, CCF, Ordens Judiciais). c) Índice de Gestão da rotação do Inconverso – 1,44 Considerando o prazo decadencial da dívida, 5 anos, detectamos o débito em aproximadamente 1 ano e 5 meses. d) Dimensão potencial da lacuna do Inconverso – 18,28% Diferença entre a eficácia de 100% (esperada) e a realizada 81,72%. Essa lacuna existente é o percentual do Inconverso com relação ao ICMS possível de se arrecadar com base no potencial de realização da receita. e) Eficácia tributária de exploração da base – 81,72% Eficácia atual ao explorar a base tributável, deduzidas as exportações, as Renúncias e os Créditos Usufruídos. f) Dimensão potencial da redução da lacuna do Inconverso – 12,73% Considerando um percentual de detecção do Inconverso de 69,65%, presume-se que, dos 18,28% de Inconverso, são potencialmente realizáveis, 12,73%, ou seja, o produto de 18,28% por 69,65%. Esse patamar representa a margem de conversão dos 18,28% em receita do ICMS tendo como base a detecção 69,65%. g) Eficácia tributária com Gestão da redução da lacuna – 94,45% Incorporação da lacuna de redução do Inconverso, 12,73%, a eficácia realizada 81,72%. 34 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Resumos: Tabela 10 – Resumo 35 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Tabela 11 - Resumo 36 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Tabela 12 - Resumo 37 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Arrecadação de ICMS com Valores Nominais e Corrigidos Tabela 13 – Arrecadação de ICMS com Valores Nominais e Corrigidos – jan a dez (2007-2014). Nom= nominal, Cor = corrigido Na tabela 13, comparando o ano de 2014 com o mesmo período do ano anterior, verificamos que os piores desempenhos em termos de arrecadação são atribuíveis aos segmentos de madeira, transporte e pecuária. Os melhores desempenhos foram observados nos segmentos de supermercado, combustíveis, energia e atacado. A arrecadação do ICMS em 2014, foi de R$ 6,99 bilhões, em valores nominais, enquanto que no mesmo período de 2013 foi de R$ 6,35 bilhões, registrando uma variação positiva de 9,9%. Já em termos reais a variação positiva foi de 4,2%. Vale ressaltar que houve uma forte desaceleração econômica em 2014, o que impactou diretamente na arrecadação de alguns segmentos. O segmento de comunicação foi afetado pela queda de alguns indicadores macroeconômicos, como o de venda de bens e serviços. Outro fator que merece destaque no segmento de comunicação é a corrosão da base, em razão do surgimento de novos aplicativos gratuito de envio de mensagens. Quanto ao segmento de madeira, a principal razão para a queda na arrecadação é a migração de diversas empresas para o Simples Nacional, regime que 38 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso possui uma carga tributária menor. O segmento de transportes e veículos, conforme dados do IBGE, registrou crescimento menor que em ano anterior, tendo em vista que em geral também sentiu os efeitos da desaceleração econômica.No segmento da soja e pecuária, houve crescimento nas exportações de aproximadamente 15% e 13%, respectivamente, o que não constitui base para arrecadação do ICMS, tendo em vista a imunidade constitucional. PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NA RECEITA DO ICMS Tabela 14 – Segmento Econômico, Faturamento Total, Faturamento Tributável, Renúncia Fiscal ICMS realizado – Anual/2014. A tabela 14 mostra que não há conversão proporcional do faturamento do agronegócio em arrecadação de ICMS. São destacados os percentuais referentes à participação relativa no faturamento e no ICMS efetivo: Agropecuária 34,5% do faturamento tributável e 12,5% da arrecadação do ICMS efetivo; comércio 49,4% do faturamento e 65,6% do mesmo tributo; em serviços esses percentuais foram de 13,4 % e 19,7%, respectivamente; já para os segmentos que integram outros, o percentual do faturamento foi de 2,7% e 2,2% de arrecadação de ICMS. Relação entre faturamento e ICMS 39 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Na Tabela 14, observamos que o faturamento total da agropecuária representa 51,4 %, mas a parte que se converte em ICMS é de apenas 12,5 %. Isso ocorre devido à imunidade dos produtos exportados e ao expressivo valor da renúncia que é concedida para os segmentos componentes da agropecuária. Uma das maiores renúncia, de 60,9%, está na pecuária, seguida do varejo com 18,2% e do atacado, com 5,5%. O argumento justificador da renúncia, geralmente leva em consideração os efeitos multiplicadores dessas atividades em toda a economia, já que, em termos de arrecadação direta, o ICMS é bem menor do que em outros segmentos. As atividades ligadas ao comércio, embora tenham contribuído com 35,9% do faturamento total neste período, apresentaram um peso de 65,6% na arrecadação efetiva do ICMS. Agrupando-se os segmentos de serviços - comunicação, energia e transportes – cujo faturamento total representou 10,7 % , em termos de participação na arrecadação do ICMS, tais segmentos contribuíram com 19,7% do total. SEGMENTOS ECONÔMICOS Segmento Algodão Tabela 15 – Memória de Cálculo do ICMS projetada para o algodão – Anual/2014. No segmento algodão, o faturamento tributável realizado ficou 8,3% inferior ao previsto, pois, foi projetado para o período R$ 5,01 bilhões e o valor realizado foi de R$ 4,59 bilhões, devido ao valor projetado das exportações ter ficado menor que o valor efetivamente exportado. Quanto ao ICMS efetivo, a LOA previu para o período R$ 38,85 milhões, realizando R$ 91,8 milhões, ou seja, 136,3 % acima. É verificável também que a eficácia tributária ficou acima das projeções iniciais, pois foi projetada em 85,65% e realizou-se em 91,56%. O índice de Inconverso ficou em 8,44%, portanto, inferior ao projetado de 14,35%. A renúncia fiscal refere-se ao Proalmat agricultura, 40 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Prodei e Prodeic. Os créditos renunciados referem-se à utilização de créditos decorrentes da aquisição de insumos. Segmento Arroz Tabela 16 – Memória de Cálculo do ICMS do Arroz – Anual/2014. O faturamento tributável no segmento de arroz ficou acima das projeções iniciais para o período, pois foi previsto R$ 436,75 milhões, realizando-se R$ 841,56 milhões. A receita realizada ficou 84,8% acima da prevista, ou seja previsão de R$ 49,66 milhões, efetivando-se em R$ 91,77 milhões. A eficácia do segmento ficou inferior à prevista na LOA, 90,88 %, ante previsão de 94,76%, portanto 3,88 pontos percentuais menor, enquanto que o inconverso aumentou na mesma proporção. 41 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Segmento Atacado Tabela 17 - Memória de Cálculo do ICMS para o Atacado – Anual/2014. Para o segmento de Atacado previa-se um faturamento de R$ 3,65 bilhões, realizando em R$ 3,79 bilhões na análise do segmento no período, ou seja 3,8% superior, em função do aumento do PIB (5,74%) e do IPA-DI (2,17%) realizado em 2014. A arrecadação do período, R$ 433,53 milhões, ficou 5,71% acima da prevista na LOA. Em função do desempenho do segmento, a eficácia tributária foi de 89,72%, portanto superior a projetada na LOA para o período, que foi de 88,51%. 42 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Segmento: Bebidas Tabela 18 - Memória de Cálculo ICMS do segmento de Bebidas- Anual/2014. O faturamento do segmento de Bebidas previsto na LOA para o período foi de R$ 1,52 bilhões, sendo realizado o montante de R$ 2,12 bilhões, ou seja 39,44% acima. O ICMS arrecadado no período foi de R$ 356,73 milhões, com uma eficácia de 77,77%, indicando que o segmento obteve uma eficácia abaixo da esperada para o período, que foi de 83,53%. A renúncia fiscal refere-se ao prodeic e prodei. 43 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Segmento: Combustíveis Tabela 19 – Memória de Cálculo ICMS dos Combustíveis – Anual/2014. O faturamento tributável no segmento de combustíveis no período obteve uma variação positiva de 16,37% em relação ao orçado, impactando diretamente na arrecadação. Foi prevista na LOA uma arrecadação para o período de R$ 1,69 bilhões, realizando-se R$ 2,06 bilhões, ou seja R$ 372 milhões acima (com a composição dos repasses ao fundo Fethab-diesel). A Renúncia fiscal refere-se ao PRODEIC. Analisando o comportamento do segmento no período, conclui-se que a eficácia tributária foi superior à prevista na LOA, ou seja, 96,12 % contra previsão de 92,04%, e o inconverso inferior, 3,88% contra previsão de 7,96%. 44 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Segmento: Comunicação Tabela 20 – Memória de Cálculo ICMS de Comunicação – Anual/2014. A lei Orçamentária Anual previu para o segmento de Comunicação para o período uma receita de R$ 615,56 milhões, sendo realizados R$ 656,84 milhões, portanto, 6,71% acima da previsão (com a composição dos repasses ao fundo Fungefaz). A eficácia tributária ficou abaixo da prevista, ou seja 85,79% contra uma previsão de 92,32%. Cabe salientar que estava previsto na LOA repasses para o Fungefaz , referentes a créditos outorgados às Concessionárias de Serviços de Comunicação, no valor de R$ 152,98 milhões, efetivando-se em 172,22 milhões. Vale salientar que a arrecadação do segmento, quando comparado, em valores nominais, ao mesmo período do ano passado apresentou crescimento de 0,42%. Em valores reais houve variação negativa, e isto se explica pela queda de alguns indicadores macroeconômicos, como o de venda de bens e serviços e também pela erosão de base, em razão do surgimento de novos aplicativos gratuito de envio de mensagens. 45 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Segmento Energia Elétrica Tabela 21 – Memória de cálculo ICMS da Energia Elétrica – Anual/2014. A receita do ICMS deste segmento prevista para o período foi de R$ 615,51 milhões, no entanto, efetivou-se em R$ 769,56 milhões, ou 25,03% acima (com a composição dos repasses ao fundo Fesp). A eficácia tributária realizada no período foi de 90,81%, contra previsão de 84,25%. Foram, também, recolhidos ao FESP e ao Fundo de Fomento à Cultura, pela Rede Cemat, valores que totalizaram R$ 101,16 milhões, gerando crédito de ICMS neste valor, enquanto na LOA tais créditos foram previstos em R$ 103,98 milhões. 46 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Segmento Madeira Tabela 22 – Memória de cálculo ICMS da Madeira – Anual/2014. A projeção da Lei Orçamentária para o período, deste segmento, foi de R$ 111,5 milhões, realizando-se R$ 57,4 milhões, portanto, 48,5% abaixo da LOA. Oportuno observar, que no período analisado, aproximadamente 13,47% da madeira foi destinada à exportação, portanto, não constitui base de cálculo para o ICMS. Com o advento do Super Simples muitas empresas migraram para este regime, contribuindo para 47 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso redução do valor arrecadado. A análise do segmento no período mostra que o índice de inconverso foi alto, 67,41% contra previsão de 37,07%, o que justifica o fato de a eficácia tributária ter ficado abaixo da previsão. Segmento Medicamentos Tabela 23 – Memória de Cálculo ICMS do Segmento Medicamentos- Anual/2014. O valor do faturamento tributável no segmento de Medicamentos, previsto para o período, foi de R$ 1,68 bilhões, realizando-se R$ 2,36 bilhões, portanto 40,28% acima, 48 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso justificando o bom desempenho do segmento no período. O ICMS efetivo atingiu R$ 175,7 milhões, ficando 32,99% acima do previsto na LOA, R$ 132,1 milhões. A eficácia realizada foi de 83,7%, ou seja, inferior à prevista na LOA que foi de 88,3%, enquanto que o índice de inconverso foi de 16,3%, ficando acima da previsão , que foi de 11,7%. Segmento: Pecuária Tabela 24 – Memória de Cálculo ICMS da Pecuária – Anual/2014. 49 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso O segmento da pecuária engloba a cadeia produtiva dos bovinos, das aves e dos suínos. O faturamento tributável analisado foi idêntico ao realizado, R$ 14,55 bilhões. Vale ressaltar que 34,20 % do faturamento foi proveniente das exportações e consumo interno, portanto não constitui base para arrecadação de ICMS. O valor arrecadado ficou 1,26% superior ao previsto, ou seja, R$ 333,53 milhões, contra R$ 337,72 milhões. A renúncia de R$ 623,66 milhões refere-se aos programas de incentivo do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (PRODEIC), do Programa de Desenvolvimento Industrial (PRODEI). A eficácia tributária do segmento no período foi de 58,66%, portanto, abaixo das projeções iniciais, que foi de 81,04%. Segmento Soja Tabela 25 – Memória de Cálculo do ICMS da soja- Anual/2014. 50 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Foi previsto na LOA um faturamento total de R$ 36,85 bilhões, no entanto o valor realizado atingiu o montante de R$ 33,17 bilhões. Já o ICMS efetivo foi de R$ 252,9 milhões, ante um valor previsto de R$ 335,83 milhões. A renúncia fiscal efetivou-se em R$ 273 mil. A eficácia tributária do período foi de 47,19%, ficando, portanto, abaixo da prevista nas projeções iniciais. A tabela acima demonstra que as exportações realizadas representaram 70,1% do faturamento, portanto não constitui base para arrecadação de ICMS. A renúncia fiscal refere-se ao PRODEI. Segmento Supermercados Tabela 26 – Memória de Cálculo do ICMS dos Supermercados- Anual/2014. 51 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso O faturamento tributável previsto para o período foi de R$ 3,52 bilhões, entretanto, realizou-se em R$ 3,94 bilhões, 12,08% acima, o que justifica parte do bom desempenho do segmento no período. A eficácia tributária prevista foi de 65,13%, efetivando-se em 76,2%. O índice de inconverso do segmento no período foi de 23,8%, abaixo do original de 34,87%. O ICMS efetivo foi de R$ 318,17 milhões, ficando 31,13% superior ao valor previsto na LOA, R$ 242,63 milhões. Importante registrar as tendências de altas dos preços em diversos gêneros alimentícios, para as quais concorrem vários fatores: especulação com as commodities de alimentos nos mercados futuros, crescimento do consumo das famílias, entre outros. Segmento: Transporte Tabela 27 - Memória de Cálculo do ICMS do Transportes – Anual/2014. 52 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso No Segmento de Transporte, o faturamento realizado no período foi de R$ 5,62 bilhões, ficando 5,24% maior que o valor previsto na LOA, R$ 5,34 bilhões. O ICMS efetivamente arrecadado foi de R$ 250,36 milhões, portanto, 10,72% abaixo do valor previsto na LOA, R$ 250,36 milhões. A eficácia tributária ficou abaixo das projeções iniciais, em torno de 63,25%. O Índice de inconverso, que foi estimado em 24,6%, ficou em 36,75%. Vale ressaltar que, conforme dados do IBGE, este setor registrou crescimento menor que em ano anterior, tendo em vista que em geral também sentiu os efeitos da desaceleração econômica. Segmento Varejo 53 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Tabela 28 – Memória de Cálculo do ICMS do Varejo – Anual/2014. O faturamento tributável do período foi de aproximadamente R$ 11,78 bilhões, idêntico ao analisado. O ICMS previsto de R$ 976,73 milhões, efetivou-se em R$ 1,09 bilhões , ou seja, 11,92% acima. A eficácia tributária efetivou-se em 89,02%, portanto 5,96 pontos percentuais abaixo da prevista na LOA, que foi de 94,98% Vale ressaltar as diversas ações implementadas pela SEFAZ tanto a nível administrativo, quanto fiscal , que permitiram o bom desempenho do segmento no período. Existem, aproximadamente, 170 atividades com CNAE’s - Código Nacional da Atividade Econômica inseridas no segmento de varejo, entre elas: lanchonetes, produtos de limpeza, vestuário, calçados, azulejos, pisos, móveis e material elétrico, que devem proporcionar um acréscimo de um bilhão de reais no faturamento anual do segmento, em relação ao ano anterior. A renúncia Fiscal do período refere-se aos programas: PRODEI, PRODEIC, PRODECIT. Segmento Veículos Tabela 29 – Memória de Cálculo do ICMS do segmento Veículos –Anual/2014. 54 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso O segmento de veículos mostra sinais de desaquecimento, em que pese ter sido responsável por aproximadamente 8,4% do Faturamento Tributável no período(dados da SEFAZ). O que contribuiu para o resultado do segmento foi a redução do IPI para veículos novos, aprovado pelo governo em 2012 e que ainda continuou de forma escalonada em 2014. O faturamento realizado, de R$ 7,65 bilhões, ficou 23,13% superior ao previsto que foi de R$ 6,21 bilhões. A projeção do ICMS deste segmento para o período foi de R$ 621,92 milhões, realizando-se em R$ 552,85 milhões, ou seja, 12,5 % acima. A eficácia realizada no período ficou em 77,38%, enquanto o inconverso em 22,62%. OUTROS Tabela 30 – Memória de Cálculo ICMS do segmento Outros- Anual/2014. 55 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso A UPEA, por orientação da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, trabalha com a seguinte premissa: quando o faturamento do segmento Outros apresentar um ICMS cujo percentual ultrapasse 5% do valor do ICMS total, a atividade dentro do segmento Outros que for identificada pelo desempenho será desagregada e se transformará em novo segmento. Desse modo o segmento Outros continuará existindo como um resíduo inferior a 5%. No segmento Outros estão inseridas mais de 600 atividades em todo o Estado de Mato Grosso. O ICMS efetivo, no período, foi de R$ 156,79 milhões, ficando 28,14 % acima do previsto que foi de R$ 122,36 milhões. Analisando o comportamento do segmento, constatou-se que poderia ter arrecadado R$ 168,38 milhões. A eficácia tributária ficou inferior à prevista em 5,24 pontos percentuais, 70,81% contra 76,08% , enquanto que o inconverso ficou acima na mesma proporção, 29,15% ante 23,92% nas projeções iniciais. Vale ressaltar que a renúncia fiscal do segmento refere-se aos programas: Prodeic, Prodetur, Proder ,Porto Seco (Trading, Indústria, Comércio) e obras da copa (VLT, Mobilidade Urbana, Obras dos centros de treinamento, etc). 56 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso MODELO ECONOMÉTRICO DE PREVISÃO DA ARRECADAÇÃO DE ICMS No ano de 2003 a Secretaria de Fazenda, visando testar sua metodologia de projeção da receita do ICMS, contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE para desenvolver um modelo econométrico de previsão da arrecadação. O relatório foi feito com base nos valores históricos da receita do ICMS dos anos de 1992 a 2001. Optou-se por essa alternativa porque, embora os problemas de economia possam ser analisados de diversas formas, uma das mais importantes dentre elas é a econometria, que é, segundo a literatura, a aplicação de métodos matemáticos e estatísticos a problemas de economia. A econometria é o ramo da Economia que trata da mensuração de relações econômicas, isto é, das relações entre variáveis de natureza econômica. O método mais importante da econometria é a análise de regressão. Ela serve para estimar valores não conhecidos de uma variável dependente (comumente chamada de y) a partir de uma série de valores conhecidos de uma variável independente (geralmente denominada x). Um das técnicas mais difundidas da econometria consiste em encontrar uma equação que melhor descreva a relação entre os pontos distribuídos num sistema de eixo ortogonais (uma reta horizontal e vertical). Entretanto, é comum trabalhar com um terceiro eixo, ou seja, três variáveis independentes. Quando há mais de três variáveis, os cálculos são apenas algébricos – sem representação gráfica. As variáveis dependentes são aquelas que recebem influência de outras variáveis, das independentes. As primeiras também são chamadas de variáveis endógenas, variáveis-efeitos ou explicativas. O conjunto de variáveis explicativas mais o termo constante (não captado nas equações) são chamados de regressores. As etapas metodológicas para a pesquisa em economia com uso de modelos econométricos são três: Formulação de hipóteses sobre o comportamento da realidade. Nessa etapa aplicamse conhecimentos sobre a teoria econômica e/ou da observação do mundo real. A seguir essas hipóteses estão reunidas em um modelo matemático, utilizando-se uma função definida, com o acréscimo de um termo aleatório; A segunda etapa consiste na coleta de dados estatísticos e estimação dos parâmetros; A terceira e última etapa é a avaliação. No presente caso, a avaliação foi feita comparando-se a arrecadação anual resultante da aplicação do modelo com arrecadações já realizadas em determinado ano (valores previstos x valores observados). As pressuposições de um modelo de regressão linear, ou seja, as premissas a serem satisfeitas, foram atendidas no modelo. (São elas: Relação linear entre Y e X; erro aleatório com média zero; erro aleatório com variância constante - presença de homocedasticidade; erros aleatórios independentes; variáveis não aleatórias – fixas; os erros apresentaram distribuição normal, com média zero e variância constante; ausência de relação linear exata entre as variáveis explicativas). 57 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Tabela 31 – Classificação PIB per capita A tabela 32 demonstra que a Renda média per capita anual no Brasil é de R$ 22.646 (dados do último PIB divulgado pelo IBGE). O Estado de Mato Grosso classifica-se acima dessa média, com R$ 25.946, na sexta posição a nível nacional. O Distrito Federal ocupa a primeira colocação com R$ 64.653, enquanto que o Estado do Piauí ocupa a última colocação com R$ 8.138 anual. 58 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Ranking PIB por Unidade da Federação Tabela 32 – Ranking PIB por Unidade da Federação. A tabela demonstra o valor do último PIB divulgado pelo IBGE por unidade da federação. Como esperado, São Paulo lidera o ranking com um PIB de 1,408 trilhões e Mato Grosso encontra-se em 14º lugar com PIB no valor de R$ 80,83 bilhões. 59 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Ranking Transferências Constitucionais Tabela 33 – Ranking dos Estados Brasileiros, FPE, IOF, IPI-EXP, FUNDEB, LC 87/96, CIDE – Anual/2014. Considerando todas as rubricas da tabela, Mato Grosso foi o décimo oitavo em recebimento de FPE, IOF, IPI-EXP, FUNDEB, Lei Constitucional 87/96, CIDE . Um esclarecimento adicional deve ser feito quanto ao IPI-EXP. O critério para compor o montante do IPI-EXP é originado de uma fração de 10% do IPI. Após a apuração desses 10%, os Estados receberão uma parcela conforme a participação deles na exportação de produtos industrializados. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram os Estados que mais receberam essa modalidade de transferência constitucional. 60 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Tabela 34 – Especificação das Transferências Correntes e sua Comparação entre o valor previsto na Lei Orçamentária e o Realizado – Anual/2014. As Transferências Correntes efetivadas para Mato Grosso em 2014 ficaram 12,50% superior ao valor consignado na LOA para o período. O Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) são os valores mais representativos da Tabela. O FUNDEB realizou-se 12,36% acima da previsão e o FPE 7,32% acima. Nota-se que o valor de R$ 1,67 bilhões do FPE recebido por Mato Grosso (conforme tabela 34) está acima do montante de R$ 1,34 bilhões (conforme tabela 33). Essa diferença ocorre porque os dados da tabela 33 originam-se da STN e, deles estão deduzidos os valores referente aos repasses do FUNDEB, cálculo não efetuado na tabela 34. Outro fato que merece destaque é que o FEX recebido no período, refere-se a repasse do exercício anterior, e o FEX do exercício de 2014 não foi repassado dentro do exercício de 2014, devendo ser repassado em 2015. 61 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Transferências Constitucionais per capita Tabela 35 - Transferências Constitucionais per capita – Anual/2014. A tabela mostra que as Transferências Correntes no Brasil em 2014 chegaram a R$ 120,75 bilhões. Em valores absolutos, São Paulo foi à unidade da federação que recebeu o maior valor, cerca de R$ 17,41 bilhões. Já em termos per capita, Roraima recebeu R$ 3.792,90 reais por pessoa, sendo a unidade da federação que recebeu a maior fração per capita das 62 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso transferências. Mato Grosso, com uma população de, aproximadamente, 3,1 milhões, recebeu R$ 933 reais por pessoa, ficando na 11º posição do ranking nacional. As transferências têm por finalidade amenizar as desigualdades regionais, na busca incessante de promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e Municípios. Esse mecanismo provê recursos adicionais aos governos subnacionais, de modo a manter os serviços públicos sob suas competências. As transferências não constituem fonte primária de receita, mas alteram a receita disponível dos tesouros subnacionais. 63 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Transferências Constitucionais e Legais - CIDE Tabela 36 – Ranking dos Estados e o Percentual da CIDE – Anual 2014. A Lei 10.866/2004 acrescentou os artigos 1-A e 1-B à lei 10.336/2001, com o objetivo de regulamentar a partilha da CIDE com os Estados, o Distrito Federal e os municípios. A CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incide sobre a importação e a comercialização de petróleo e gás natural, e também se aplica às operações 64 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso realizadas com o álcool etílico. Mato Grosso recebeu em 2014 o total aproximado de R$ 2,75 milhões, o que o coloca na décima segunda posição do ranking nacional no recebimento dessa modalidade de transferência. Vale Ressaltar que o Decreto 7764 de 22 de junho de 2012, reduziu a zero a alíquota da CIDE, o que explica o inexpressivo recebimento dessa transferência. 65 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Transferências Voluntárias. Tabela 37 – Transferências de Convênios da União – Anual 2014. As receitas de Transferências de Convênios estavam previstas para o período em análise no valor de R$ 38,01 milhões, sendo realizados R$ 129,05 milhões, ou seja, 239,5% acima do previsto na LOA. Vale ressaltar que este forte crescimento ocorreu pela mudança de metodologia de previsão das receitas de convênios, haja vista que só foram colocados na Lei Orçamentária as receitas cujos convênios já haviam sido assinados na época da elaboração do orçamento. Transferências voluntárias são os recursos financeiros repassados pela União aos Estados, Distrito Federal e Municípios em decorrência da celebração de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos similares cuja finalidade seja a realização de obras e/ou serviços de interesse comum às três esferas de Governo. Conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal, entende-se por Transferência Voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. 66 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Multas, juros de mora. Tabela 38 – Especificação multas e juros: ICMS, IPVA, ITCD, Fisc.Vig.Sanitária, Contribuições, Dívida Ativa e Outros Tributos – Anual 2014. Taxa A receita realizada decorrente de Multas e Juros de ICMS, ITCD, IPVA, TAXA Fisc.Vig. Sanitária, Contribuições, Dívida Ativa e Outros Tributos alcançou, no período, o total de R$ 204,30 milhões, ante uma previsão LOA de R$ 123,51 milhões, ou seja, 65,42 % superior à prevista, o que demonstra parte do esforço fiscal da Sefaz. Dívida ativa Tabela 39 – Código, Especificação (Receita da Dívida Ativa), Valor Previsto e Realizado – Anual 2014. A receita da Divida Ativa no período alcançou o montante de R$ 34,46 milhões, ou seja, 57,17 % inferior ao valor previsto na LOA, que foi de R$ 80,46 milhões. O que se explica esta forte variação negativa é o fato de que a base que serviu para a previsão foi o ano de 2012 (última receita conhecida na época da elaboração da LOA), quando era permitido a compensação com precatórios e carta de crédito. 67 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS “SUB JUDICE”. Tabela 40 – Segmentos, Quantidades de Processos, Valor e Participação percentual do Valor Econômico Sobre o Valor da Operação – Anual/2014. A tabela mostra que os contribuintes ligados aos segmentos de varejo e veículos foram os que mais questionaram os débitos tributários em 2014, com 182 e 61 processos, respectivamente. O valor econômico do ICMS atualizado foi de R$ 90,16 milhões. 68 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Tabela 41– Objetos de Processo Judicial, Quantidades de Processos, Valor e Participação percentual do Valor Econômico Sobre o Valor da Operação – Anual/2014. A tabela quantifica em 1076 a totalidade de processos judiciais no período analisado. Repetindo situações anteriores, a liberação de mercadorias com 318 processos é o objeto que tem causado maior quantidade de litígios. A soma de tributos em questionamento alcança mais de R$ 90,16 milhões em ICMS. 69 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Tabela 42 – Valores Transferidos a Fundos (FUNGEFAZ, FUPIS, FESP e FUNDO DA CULTURA), Previstos e Realizados – Anual/2014. Como evidenciado na tabela, o FUNGEFAZ realizado em 2014 ficou superior ao valor previsto na LOA em 12,6%, realizando R$ 172,2 milhões, contra previsão de R$ 153 milhões, FUPIS 75,2 % abaixo , FESP 0,8 % abaixo e Fundo da Cultura 15,0% abaixo do previsto. A variação negativa do Fupis pode ser explicada pelo descredenciamento, pelo CEDEM - Conselho Estadual de Desenvolvimento Empresarial, de ofício de várias empresas que contribuíam para o fundo. Vale ressaltar que a receita do Fundo da cultura refere-se às contribuições das empresas interessadas em participar do programa, podendo deduzir até 30% do saldo devedor do ICMS, apurado em cada período, os valores efetivamente depositados em benefício do referido fundo. A Secretaria de Estado de Fazenda editará portaria para determinar os segmentos/setores econômicos autorizados a optarem pela efetivação da contribuição ao Fundo Estadual de Fomento à Cultura . Até que seja editada a portaria, constituirão receita do fundo os valores advindos de créditos outorgados às concessionárias de energia elétrica, os quais serão utilizados, exclusivamente, como dedução do valor do ICMS devido ao Estado de Mato Grosso, conforme percentual já mencionado anteriormente. 70 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Contexto do Plano de Trabalho Anual 2014 – PTA 2014 O PTA 2014 (Ações, medidas, tarefas e respectivos indicadores) foi construído para harmonizar-se com as disposições da Lei do Plano Plurianual de Investimentos – PPA, da Lei das Diretrizes Orçamentárias – LDO e da Lei Orçamentária Anual - LOA. No quadriênio 2012-2015, a área da Receita Pública, com base nos fatores críticos de sucesso definidos na Política Econômica e Tributária, formulou e promoveu a execução de medidas voltadas para assegura a arrecadação da Receita Pública Estadual. A Política Econômica e Tributária fixada no âmbito da Receita Pública, por meio da edição da Portaria nº 127/2005, propõe uma nova forma de gerir para alcançar os resultados projetados e atender às legítimas necessidades das partes interessadas (clientes/usuários, fornecedores, servidores, sociedade, etc.) e aos objetivos de Governo. Para tanto, foi necessário introduzir mudanças nas práticas de gestão, inclusive, no que diz respeito às fases de planejamento, que anteriormente estavam direcionadas para a orçamentação. Atualmente, as práticas adotadas consideram possíveis cenários de atuação e estão articuladas em torno de diretrizes que abrangem estratégias e políticas desenhadas para atendimento às partes interessadas e a busca de melhoria contínua do desempenho das ações públicas. O acompanhamento e controle dos indicadores do programa são efetuados em reuniões sistemáticas realizadas mensalmente. A medição é realizada por meio do Sistema de Gestão e Acompanhamento da Execução – SIGPEX, que possibilita o monitoramento dos progressos efetuados na execução do planejado através do seu conjunto de indicadores: financeiros, clientes, processos internos, aprendizagem contínua e responsabilidade social. 71 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso PROGNÓSTICOS E CIRCUNSTÂNCIAS RELEVANTES Em relação ao Cenário internacional e o nacional, decidimos reproduzir abaixo as análises da 187ª Reunião do Comitê de Política Monetária – COPOM realizada em 02 e 03/12/2014. Evolução Recente da Economia A inflação medida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 0,42% em outubro, 0,15 ponto percentual (p.p.) abaixo da registrada no mês anterior. Dessa forma, a inflação acumulada em doze meses declinou para 6,59% (5,84% em outubro de 2013), com os preços livres aumentando 6,88% (7,37% em outubro de 2013), e os administrados, 5,57% (1,01% em outubro de 2013). Especificamente sobre preços livres, os de itens comercializáveis aumentaram 6,25% em doze meses (6,38% em outubro de 2013), e os de não comercializáveis, 7,47% (8,24% em outubro de 2013). Note-se ainda que os preços no segmento de alimentos e bebidas aumentaram 7,60% em doze meses até outubro (8,88% em outubro de 2013), e os dos serviços, 8,50% (8,74% até outubro de 2013). Em síntese, as informações disponíveis sugerem certa persistência da inflação, o que reflete, em parte, a dinâmica dos preços no segmento de serviços. A média das variações mensais das medidas de inflação subjacente, calculadas pelo Banco Central, deslocou-se de 0,55% em setembro para 0,44% em outubro, e, assim, a variação acumulada em doze meses atingiu 6,63% (0,35 p.p. acima da registrada em outubro de 2013). Especificamente, o núcleo por dupla ponderação deslocou-se de 0,57% em setembro para 0,44% em outubro; o núcleo por exclusão de monitorados e de alimentação no domicílio, de 0,58% para 0,42%; o núcleo por exclusão, que descarta dez itens de alimentação no domicílio, bem como combustíveis, de 0,55% para 0,41%; o núcleo por médias aparadas sem suavização, de 0,51% para 0,41%; e o núcleo por médias aparadas com suavização, de 0,54% para 0,51%. O índice de difusão situou-se em 64,9% em outubro (2,8 p.p. abaixo do registrado em outubro de 2013). O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) aumentou 0,02% em setembro e 0,59% em outubro, com variação acumulada em doze meses se posicionando em 3,21% (5,46% em outubro de 2013). O principal componente do IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), variou 1,32% em doze meses (5,07% em outubro de 2013), 1,29% no segmento de produtos agropecuários e 1,32% no de produtos industriais. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), segundo componente mais importante do IGP-DI, aumentou 6,84% em doze meses até outubro (5,36% em outubro de 2013); e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), componente de menor peso no IGP-DI, 6,87% (8,14% em outubro de 2013), em parte, reflexo de pressões de custos de mão de obra, que variaram 8,48% no período. Por sua vez, o Índice de Preços ao Produtor/Indústria de Transformação (IPP/IT), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), avançou 0,94% em setembro, com variação em doze meses de 2,87%. O Copom avalia que os efeitos do comportamento dos preços no atacado sobre a inflação ao consumidor dependerão das condições atuais e prospectivas da demanda e das expectativas dos formadores de preços em relação à trajetória da inflação. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) incorpora estimativas para a produção mensal dos três setores da economia, bem como para impostos sobre produtos, e 72 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso constitui importante indicador coincidente da atividade econômica. Em setembro de 2014, o IBC-Br variou 0,92% em relação a setembro de 2013 e, ajustado sazonalmente, 0,40% em relação a agosto de 2014. O Purchasing Managers’ Index (PMI) composto para o Brasil se deslocou de 48,2 em outubro para 48,5 em novembro, nível que sugere moderada contração da atividade. Por sua vez, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou 6,1% em novembro e atingiu o menor patamar desde dezembro de 2008. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) alcançou o menor nível da série histórica, com recuo de 2,1% em novembro. Já o Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 3,6% em novembro, influenciado pela melhora na percepção sobre o estado dos negócios. No que se refere à agricultura, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE, projetava, em outubro, crescimento de 2,5% na produção de grãos em 2015, em relação à de 2014. O Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado cresceu 0,1% no terceiro trimestre de 2014, após cair 0,6% no trimestre anterior, de acordo com dados dessazonalizados pelo IBGE. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a taxa se deslocou para -0,2% (-0,9% no segundo trimestre). Sob a ótica da demanda agregada, o consumo das famílias recuou 0,3% ante o trimestre anterior, de acordo com dados dessazonalizados, e avançou 0,1% em relação ao mesmo trimestre de 2013. Por sua vez, o consumo do governo cresceu 1,3% na margem e 1,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) avançou 1,3% em relação ao trimestre anterior e recuou 8,5% em relação ao terceiro trimestre de 2013. A atividade fabril mostrou variação nula em outubro, após recuar 0,2% em setembro, de acordo com a série livre de influências sazonais, divulgada pelo IBGE. Assim, o setor industrial acumula variação negativa de 3,0% no ano. Na série sem ajuste sazonal, a produção industrial diminuiu 3,6% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, com resultados negativos nas quatro grandes categorias econômicas e em 23 dos 26 ramos pesquisados. De acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento real da indústria de transformação aumentou 3,1% de setembro para outubro, de acordo com a série livre de influências sazonais, e encontra-se em nível 1,3% maior do que o registrado em outubro de 2013. O indicador PMI do setor industrial, por seu turno, voltou a cair em novembro. Entre as categorias de uso, comparando-se a produção de outubro e setembro, de acordo com a série com ajuste sazonal, bens intermediários (0,0%) e bens de capital (0,0%) registraram estabilidade na produção. Por outro lado, houve redução nos setores de bens de consumo duráveis (-0,8%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,6%). Comparandose a produção de outubro com a do mesmo mês de 2013, bens de capital (-11,4%) e bens de consumo duráveis (-9,4%) assinalaram quedas mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas, acompanhados de recuo no segmento de bens intermediários (-2,8%) e no de bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%). A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas cobertas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) situou-se em 4,7% em outubro, menor valor para o mês desde 2002, com redução de 0,2 p.p. em relação ao mês anterior e de 0,5 p.p. em relação a outubro de 2013. Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram destruição de 30,3 mil postos de trabalho formais em outubro, pior resultado para o mês desde o início da série histórica. Em suma, dados disponíveis indicam estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho, embora alguns dados apontem processo de acomodação. 73 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso De acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, o volume de vendas do comércio varejista restrito avançou 0,5% em setembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Por sua vez, o volume de vendas do comércio ampliado, que inclui o setor automobilístico e o setor de materiais de construção, diminuiu 1,2% em setembro, na mesma base de comparação. As variações mensais foram de 0,4% e de 0,5%, respectivamente, de acordo com as séries dessazonalizadas. Em doze meses, a taxa de crescimento do comércio restrito alcançou 3,4%, e a do ampliado, -0,1%, com expansão em cinco dos dez segmentos pesquisados. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM), medido pela FGV, recuou 1,0% em novembro, apesar da evolução favorável no Índice de Situação Atual (ISA-COM). O Copom avalia que a trajetória do comércio continuará sendo influenciada pelas transferências governamentais, pelo ritmo de crescimento da massa salarial real e pela expansão moderada do crédito. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) na indústria de transformação, calculado pela FGV, sem ajuste sazonal, alcançou 83,9% em novembro e, na série dessazonalizada, 82,7%. Entre as categorias de uso da indústria, de acordo com as séries com ajuste sazonal, as que mostram Nuci mais elevado são as de material para construção (87,1%) e as de bens de consumo duráveis (85,4%), seguidas pelas de bens intermediários (84,4%), de capital (80,4%) e de consumo não duráveis (77,8%). Por sua vez, a absorção de bens de capital recuou 5,4% no período de doze meses encerrado em setembro. O deficit da balança comercial atingiu US$1,6 bilhão em doze meses até novembro. Esse resultado adveio de exportações de US$228,4 bilhões e de importações de US$230,0 bilhões, com recuo de 5,2% e de 3,7%, respectivamente, em relação ao acumulado até novembro de 2013. Por sua vez, o deficit em transações correntes acumulado em doze meses atingiu US$84,4 bilhões em outubro, equivalente a 3,7% do PIB. Já os investimentos estrangeiros diretos totalizaram US$66,0 bilhões na mesma base de comparação, equivalentes a 2,9% do PIB. No que se refere à economia global, indicadores antecedentes apontam crescimento compatível com a tendência em importantes economias maduras e emergentes. Particularmente sobre a Europa, em que pesem avanços recentes, altas taxas de desemprego, aliadas à consolidação fiscal e a incertezas políticas, constituem elementos de contenção de investimentos e do crescimento. Em relação à política monetária, confirmou-se o fim do programa de compras de ativos por parte do banco central norte-americano (Federal Reserve), e, de modo geral, nas economias maduras e emergentes prevalecem posturas acomodatícias. O Banco do Japão expandiu seu programa de estímulo monetário e sinalizou a possibilidade de novas extensões. As taxas de inflação permanecem em níveis baixos nas economias maduras; nas emergentes, em níveis relativamente elevados. O preço do barril de petróleo do tipo Brent recuou desde a reunião anterior do Copom e atingiu patamares próximos a US$70. Cabe ressaltar que a complexidade geopolítica que envolve o setor de petróleo tende a acentuar o comportamento volátil dos preços, que é reflexo, também, da baixa previsibilidade de alguns componentes da demanda global e oferta. Desde a reunião anterior do Copom, os preços internacionais das commodities agrícolas e metálicas recuaram 3,13% e 2,68%, respectivamente. Por sua vez, o Índice de Preços de Alimentos, calculado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), recuou 6,9% em doze meses até outubro de 2014. 74 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Avaliação prospectiva das tendências da inflação Os choques identificados, e seus impactos, foram reavaliados de acordo com o novo conjunto de informações disponível. 15. Para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados, projeta-se variação de 5,3% em 2014, mesmo valor considerado na reunião do Copom de outubro. Entre outros fatores, essa projeção considera variações ocorridas, até outubro, nos preços da gasolina (0,3%) e do gás de bujão (3,8%), bem como hipóteses de redução de 6,4% nas tarifas de telefonia fixa e de aumento de 17,6% nos preços da energia elétrica. Os itens para os quais se dispõe de mais informações foram projetados individualmente e, para os demais, as projeções se baseiam em modelos de determinação endógena de preços administrados, que consideram, entre outras variáveis, componentes sazonais, inflação de preços livres e inflação medida pelo Índice Geral de Preços (IGP). Com base nesses modelos, projeta-se, para o conjunto dos preços administrados por contrato e monitorados, variação de 6,0% em 2015, mesmo valor considerado na reunião do Comitê de outubro, e de 5,2% em 2016, ante 4,9% considerados na reunião anterior. 16. A trajetória estimada para a taxa do swap pré-DI de 360 dias indica spread sobre a taxa Selic, no cenário de referência, de 66 pontos base (p.b.) e de 7 p.b. para o quarto trimestre de 2014 e de 2015, respectivamente. 17. Considera-se como indicador fiscal o superavit primário estrutural que deriva das trajetórias de superavit primário, tanto para 2014 quanto para 2015, conforme parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 e no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2015, respectivamente. Dessa forma, em determinado período, o impulso fiscal equivale à variação do superavit estrutural em relação ao observado no período anterior. 18. Desde a última reunião do Copom, a mediana das projeções coletadas pelo Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin) para a variação do IPCA em 2014 passou de 6,45% para 6,43% e, para 2015, de 6,30% para 6,49%. 19. O cenário de referência leva em conta as hipóteses de manutenção da taxa de câmbio em R$2,55/US$ e da taxa Selic em 11,25% ao ano (a.a.) em todo o horizonte relevante. Nesse cenário, a projeção para a inflação de 2014 reduziu-se em relação ao valor considerado na reunião anterior e permanece acima da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No cenário de mercado, que leva em conta as trajetórias de câmbio e de juros coletadas pelo Gerin com analistas de mercado, no período imediatamente anterior à reunião do Copom, a projeção de inflação para 2014 também diminuiu em relação ao valor considerado na reunião de outubro e permanece acima da meta para a inflação. Para 2015, a projeção de inflação se manteve relativamente estável, tanto no cenário de referência quanto no de mercado, nos dois casos, acima da meta de 4,5%. Para os três primeiros trimestres de 2016, apesar de indicarem que a inflação entra em trajetória de convergência para a meta de 4,5% fixada pelo CMN, as projeções também apontam inflação acima da mesma, tanto no cenário de referência quanto no de mercado. 75 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Implementação da política monetária O Copom ressalta que a evidência internacional, no que é ratificada pela experiência brasileira, indica que taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os investimentos. Essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários. O Comitê enfatiza, também, que taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias. Por conseguinte, taxas de inflação elevadas reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de geração de empregos e de renda. À vista disso, o Copom avalia que a política monetária deve contribuir para a consolidação de um ambiente macroeconômico favorável em horizontes mais longos. Nesse sentido, reitera que, no regime de metas para a inflação, orienta suas decisões de acordo com os valores projetados para a inflação pelo Banco Central e com base na análise de cenários alternativos para a evolução das principais variáveis que determinam a dinâmica dos preços. O Comitê entende, também, que riscos baixos para a inflação subjacente no curto prazo tendem a reduzir incertezas em relação ao comportamento futuro da inflação plena, facilitam a avaliação de cenários por parte da autoridade monetária, assim como auxiliam no processo de coordenação de expectativas dos agentes econômicos, em particular, dos formadores de preços. Note-se, adicionalmente, que riscos baixos para a inflação subjacente no curto prazo tendem a potencializar os efeitos das ações de política monetária, fazendo com que elas possam afetar, de forma mais duradoura, a dinâmica da inflação plena no futuro. Embora reconheça que outras ações de política macroeconômica podem influenciar a trajetória dos preços, o Copom reafirma sua visão de que cabe especificamente à política monetária manterse especialmente vigilante, para garantir que pressões detectadas em horizontes mais curtos não se propaguem para horizontes mais longos. O Copom considera que, desde sua última reunião, permaneceram elevados os riscos para a estabilidade financeira global, a exemplo dos derivados de mudanças na inclinação da curva de juros em importantes economias maduras. Apesar de identificar baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o Comitê pondera que o ambiente externo permanece complexo. Para o Comitê, não obstante dados recentemente divulgados terem se mostrado menos positivos do que se antecipava, mantiveram-se as perspectivas de atividade global mais intensa ao longo do horizonte relevante para a política monetária. Há avanços nas economias maduras, com recuperação da atividade em alguns países e intensificação do ritmo de crescimento em outros, apesar de nessas economias, de modo geral, permanecer limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalecer cenário de restrição fiscal neste e nos próximos anos. Já em importantes economias emergentes, o ritmo de atividade não tem correspondido às expectativas, em que pese a resiliência da demanda doméstica. O Comitê destaca as evidências de focos de tensão e de volatilidade nos mercados de moedas, bem como as perspectivas de moderação na dinâmica dos preços de commodities nos mercados internacionais. O Copom pondera que as taxas de crescimento da absorção interna e do PIB se alinharam e que o ritmo de expansão da atividade doméstica será menos intenso este ano, em comparação com o de 2013. Entretanto, na visão do Comitê, a atividade tende a entrar em trajetória de recuperação no segundo semestre do próximo ano. Além disso, o Comitê avalia que, no médio 76 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso prazo, mudanças importantes devem ocorrer na composição da demanda e da oferta agregada. O consumo tende a crescer em ritmo moderado; e os investimentos tendem a ganhar impulso. Essas mudanças, somadas a outras ora em curso, antecipam uma composição do crescimento de médio prazo mais favorável ao crescimento potencial. No que se refere ao componente externo da demanda agregada, o cenário de maior crescimento global, combinado com a depreciação do real, milita no sentido de torná-lo mais favorável ao crescimento da economia brasileira. Pelo lado da oferta, o Comitê avalia que, em prazos mais longos, emergem perspectivas mais favoráveis à competitividade da indústria, e também da agropecuária; o setor de serviços, por sua vez, tende a crescer a taxas menores do que as registradas em anos recentes. Para o Comitê, é plausível afirmar que esses desenvolvimentos – somados a avanços na qualificação da mão de obra e ao programa de concessão de serviços públicos – traduzirse-ão numa alocação mais eficiente dos fatores de produção da economia e em ganhos de produtividade. O Comitê ressalta, ainda, que a velocidade de materialização das mudanças acima citadas e dos ganhos delas decorrentes depende do fortalecimento da confiança de firmas e famílias. O Copom observa que o cenário central para a inflação leva em conta a materialização das trajetórias com as quais trabalha para as variáveis fiscais. Não obstante identificar evidências de estímulos fiscais na composição da demanda agregada este ano, na visão do Comitê, no horizonte relevante para a política monetária, o balanço do setor público tende a se deslocar para a zona de neutralidade, além disso, pondera que não se pode descartar migração para a zona de contenção fiscal. O Comitê nota ainda que a geração de superavit primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação contribuirá para criar uma percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo. Importa destacar, também, que a geração de superavit primários que fortaleçam a percepção de sustentabilidade do balanço do setor público contribuirá para diminuir o custo de financiamento da dívida pública, com repercussões favoráveis sobre o custo de capital de modo geral, o que estimulará o investimento privado no médio e no longo prazo. O Copom destaca que o cenário central também contempla expansão moderada do crédito. A esse respeito, importa destacar que, após anos em forte expansão – arrefecida com a introdução de medidas macroprudenciais em finais de 2010 –, o mercado de crédito voltado ao consumo passou por moderação, de modo que, nos últimos trimestres, observaram-se, de um lado, redução de exposição por parte de bancos, de outro, desalavancagem das famílias. No agregado, portanto, infere-se que os riscos no segmento de crédito ao consumo vêm sendo mitigados. Em outra dimensão, o Comitê considera oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito; além disso, atribui elevada probabilidade a que ações nesse sentido sejam implementadas no horizonte relevante para a política monetária. No mercado de fatores, o Copom destaca a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho e pondera que, em tais circunstâncias, um risco significativo reside na possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a inflação. Não obstante a concessão, este ano, de reajuste para o salário mínimo não tão expressivo quanto em anos anteriores, bem como a ocorrência de variações reais de salários mais condizentes com as estimativas de ganhos de produtividade do trabalho, o Comitê avalia que a dinâmica salarial ainda permanece originando pressões inflacionárias de custos. 77 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Para o Copom, o fato de a inflação atualmente se encontrar em patamares elevados reflete, em parte, a ocorrência de dois importantes processos de ajustes de preços relativos na economia – realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e realinhamento dos preços administrados em relação aos livres. O Comitê considera ainda que, desde sua última reunião, entre outros fatores, a intensificação desses ajustes de preços relativos na economia tornou o balanço de riscos para a inflação menos favorável. Nesse contexto, o Comitê não descarta a ocorrência de cenário que contempla elevação da inflação no curto prazo, e antecipa que a inflação tende a permanecer elevada em 2015, mas ainda no próximo ano entra em longo período de declínio. Ao tempo em que reconhece que esses ajustes de preços relativos têm impactos diretos sobre a inflação, o Comitê reafirma sua visão de que a política monetária pode e deve conter os efeitos de segunda ordem deles decorrentes. Diante do acima exposto, o Copom decidiu, por unanimidade, intensificar, neste momento, o ajuste da taxa Selic e elevá-la em 0,50 p.p., para 11,75% a.a., sem viés. Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques. O Copom avalia que a demanda agregada tende a se apresentar relativamente robusta no horizonte relevante para a política monetária. De um lado, o consumo das famílias tende a registrar ritmo moderado de expansão, devido a efeitos de fatores de estímulo como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito; de outro, condições financeiras relativamente favoráveis, concessão de serviços públicos, ampliação das áreas de exploração de petróleo, entre outros, tendem a favorecer a ampliação dos investimentos. Por sua vez, as exportações tendem a ser beneficiadas pelo cenário de maior crescimento de importantes parceiros comerciais e pela depreciação do real. Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal e no mercado de ativos são partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas, que, na visão do Comitê, tende a ocorrer em 2016. O Copom destaca que, em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária. Entretanto, considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária, entre outros fatores, o Comitê avalia que o esforço adicional de política monetária tende a ser implementado com parcimônia. Ao final da reunião, foi registrado que o Comitê voltará a se reunir em 20 de janeiro de 2015, para as apresentações técnicas, e no dia seguinte, para deliberar sobre a política monetária, conforme estabelecido pelo Comunicado nº 26.042, de 24 de junho de 2014. Cenário Estadual Em relação à análise para o Cenário Estadual reproduzimos o Artigo abaixo publicado no Site G1.Globo.com, em 15-01-2015 78 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Valor Bruto de Produção do campo de MT fecha 2014 com aumento de 3% Renda do campo chegou a R$ 56,47 bilhões no ano passado. Em 2013, o VBP do estado foi de R$ 54,84 bilhões, diz Mapa. Amanda Sampaio Do G1 MT O Valor Bruto de Produção (VBP) de Mato Grosso fechou 2014 a R$ 56,47 bilhões, 3% maior que a renda alcançada pelo setor agropecuário em 2013. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Agricultura nesta quarta-feira (14). A renda da agricultura aumentou, chegando a R$ 45,67 bilhões, 7% maior com relação a 2013, quando o VBP foi de R$ 42,61 bilhões. O maior crescimento de renda foi verificado no tomate (+108%), algodão (+31%) e laranja (+20%). A soja, carro-chefe do estado, rendeu cerca de R$ 24,69 bilhões em 2014 para os produtores, 10% a mais que em 2013. No entanto, o valor foi menor que o rendimento bruto de 2012, quando a cultura gerou uma renda de R$ 24,70 bilhões. O milho também apresentou queda de -15% com relação a 2013. Em 2014, a renda gerada pelo cereal alcançou seu maior valor, de R$ 9,41 bilhões, enquanto que em 2014 esse valor foi de R$ 8,02 bilhões. saiba mais Renda do campo em 2014 é reajustada e sobe R$ 150 milhões em MT Pecuária O VBP da pecuária, que abrange a renda gerada por bovinos, suínos, frango e captação de leite, foi de R$ 10,79 bilhões, teve uma queda de -12% com relação à renda de 2013, que foi de R$ 12,22 bilhões para este setor. A renda da pecuária de 2014 é ainda menor que o faturamento das quatro atividades dos anos de 2012 (R$ 11,31 bilhões) e 2011 (R$ 11,16 bilhões), de acordo com o Mapa. Apenas a captação de leite apresentou aumento em 2014 nesse setor, com R$ 668,05 milhões, valor 10% maior em comparação a 2013. As outras três atividades registraram queda no faturamento gerado: bovinos (-11%), suínos (18%) e frango (-21%). A bovinocultura alcançou uma renda de R$ 7.98 bilhões, valor parecido com 2012, quando o VBP foi de R$ 7,99 bilhões. A maior renda conseguida pela suinocultura foi no ano de 2010 (R$ 756,43 milhões), enquanto que o melhor ano para a avicultura foi 2013 (R$ 2,11 bilhões). 79 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso ANEXOS 80 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso GLOSSÁRIO Alíquota média Analisada (Receita) Dummy (Variable) Eficácia tributária Elasticidade Evasão Execução Alíquota resultante da ponderação de cada alíquota com o respectivo faturamento num mesmo segmento econômico Receita obtida a partir da atualização das hipóteses utilizadas na projeção inicial da receita. Uma variável que considera as alterações exógenas ou mudanças de inclinação de uma curva numa relação econométrica. Por exemplo: as variáveis dummy podem ser utilizadas para estimação das influências sazonais sobre um conjunto de dados. Administrando a uma dummy o valor 1 para os meses de inverno e “zero” para os demais, ela indicará em que medida uma relação econométrica (preços de produtos agrícolas e quantidades produzidas, por exemplo) se alterará durante o inverno, em relação aos demais meses do ano Relação entre a receita efetiva e a potencial. Mede a reação/sensibilidade de uma variável a uma mudança em outra, sendo as duas variações expressas em termos percentuais. A elasticidade mede um aumento ou diminuição no ICMS dos segmentos econômicos ocasionados por acréscimo ou redução do PIB. Fuga ou subtração do contribuinte ao pagamento do tributo, que lhe é atribuído, usando para isso de meios que evitem a incidência tributária a seu cargo. Cobrança ajuizada Faturamento tributável Faturamento do segmento econômico sobre o qual incide a alíquota média ICMS efetivo ICMS potencial, menos renúncia, créditos e Inconverso do ICMS. ICMS potencial Valor obtido a partir da aplicação da alíquota média do ICMS do segmento sobre o valor do faturamento. 81 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Inconverso Não convertido; inconvertido. Inconverso do ICMS ICMS que poderia ser ou ter sido arrecadado, mas deixou de sê-lo em virtude de contencioso administrativo, contencioso judicial, inadimplência e fraudes. Índice de Inconverso Relação entre o Inconverso e o ICMS efetivo. Renúncia A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, isenção de caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado (LRF, Art. 14, Inciso II, § 1º). Os Programas de incentivos fiscais (PROALMAT, PRODEIC, PROARROZ, etc.) são Isenção Dispensa legal do pagamento do tributo. Segmento econômico/Segmento Produto ou cadeia produtiva com representatividade na receita tributária e/ou na economia do Estado. Sonegação Sonegação simples: Falta de pagamento do tributo sem qualquer malícia, ou sem o emprego de ardil, ou fraude, com que o contribuinte procura furtar-se ao cumprimento da imposição fiscal. Sonegação dolosa (ou fraudulenta): Decorrente da fraude ou da má-fé do contribuinte, usando meios, manobras ou ardis para se furtar, ou se subtrair ao pagamento do tributo. PIB – Produto Interno Valor monetário total de todos os bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras de uma Nação, mesmo que tenham sido produzidos por estrangeiros. Bruto Proxy Variável utilizada para substituir outra teoricamente mais satisfatória, nos casos em que não se dispõe de dados para esta última ou estes não podem ser obtidos. 82 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Avenida Historiador Rubens de Mendonça, 3415 A Cuiabá – MT – CEP: 78.055-500 Telefone SARP 0xx65 – 3617-2201 www.SEFAZ.mt.gov.br 83 Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso Sítios consultados pela Secretaria de Fazenda www.bc.gov.br www.imf.org www.worldbank.org/ www.ibge.gov.br www.imea.com.br www.tesouro.fazenda.gov.br www.famato.org.br www.detran.mt.gov.br www.fiemt.com.br www.aprosoja.com.br www.ampa.com.br www.seplan.mt.gov.br www.portaldoagronegocio.com.br www.esalq.usp.br www.agricultura.gov.br/ aliceweb.desenvolvimento.gov.br www.uba.org.br www.indea.mt.gov.br/ 84