Editorial 35 anos divulgando “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” Jesus (Marcos, 16:15) Ide e pregai! Jesus Cristo estimou a publicidade, não para sua autopromoção, mas para o Evangelho. Allan Kardec, debaixo de inúmeros obstáculos, iniciou o edifício da Revelação Espírita publicando livros, fundando uma sociedade promotora de reuniões e de palestras públicas, uma revista e uma livraria. Entendemos que a tarefa da divulgação é gigantesca e não nos é lícito desertar diante das dificuldades, quais sejam. Ancorados no exemplo do Cristo e na biografia de Kardec, podemos e devemos expor a ideia espírita pela vitrine da palavra escrita para fazê-la resplandecer diante da incúria de uma sociedade distante dos aspectos mais nobres da vida. Embora longe da qualidade e da grandeza dos serviços prestados pelo Mestre Lionês, O ESPÍRITA, busca de maneira objetiva e singela, propalar os ensinos de Jesus, sem sensacionalismos, com critério e bom senso, procurando estender as lições libertadoras dos postulados espíritas. Agradecemos a todos (assinantes, articulistas, colaboradores e leitores) pela fidelidade às premissas espiritistas. Que possamos ainda por muitos anos, com a proteção da espiritualidade amiga, continuar no exercício esclarecedor a fim de transitar no caminho dos corações e mentes animados pela fé racional, nos moldes da semente bendita jogada ao vento no solo adubado que se transformará na árvore frutífera do futuro regenerador. Sigamos em frente, destemidos e operosos, atentos à própria consciência, convictos de que temos a Verdade e o nome do Cristo empenhados em nossas mãos. Na difusão espírita não é permitido caminhar nos labiO ESPÍRITA possui assinantes e internautas em mais de 20 países. Brasil, EUA, Portugal e Holanda são rintos do personalismo os maiores visitantes do nosso site (www.oespirita. em detrimento dos com.br), que somou mais de 10 mil acessos em 2013. ensinos da Verdade. Set/dezembro - 2013 3 Mediunidade a serviço da imortalidade O Profeta Jeremias (46:18) dá o Tabor como símbolo do poder de Deus. O Rei Davi (Salmo 88:13) o exalta no Salmo como referência para a verdadeira alegria. Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas destacaram o fenômeno da transfiguração e da materialização em seus apontamentos, numa das mais impressionantes passagens do Evangelho. Entre todos, Jesus escolheu apenas três apóstolos: Pedro, João e Tiago para acompanhá-lo ao cume do Monte. Possivelmente, os três eram médiuns de efeitos físicos e colaboraram, sem o saberem, com o sucesso do evento. Lá, as vozes do céu consagraram o Cristo: “Este é o filho dileto de Deus.”. Moisés e Elias, como legítimos representantes da raça judaica, ali estavam visíveis e o rosto e as vestes de Jesus resplandeciam como o Sol. Pairava uma felicidade tão intensa que Pedro desejou armar três tendas para alojá-los e perpetuar aquele momento: “Senhor, como é bom estarmos aqui.” (Mt, 17:4). Para a comunidade espíritacristã, além da prova da imortalidade da alma, a transfiguração e a materialização no Monte Tabor sugerem a integração de interesses e sentimentos que devem nortear os nossos atos nos dias que correm. Por que Jesus materializou Moisés, Elias e não João Batista, que fora Seu precursor? Moisés, Elias e João Batista são o mesmo espírito em encarnações diferentes. A explicação passa pelo 4 Set/dezembro - 2013 Monte Tabor (foto atual) fato de que João Batista criticara firmemente as imoralidades de Herodes. Se ele aparecesse no Monte provocaria uma revolta dos poderes dominantes, dificultando a mensagem de Jesus. Compreendemos como uma atitude de extrema inteligência e sabedoria divina. Ao homenagear duas das mais importantes lideranças do judaísmo, o Cristo deu uma lição de fraternidade em seu sentido mais absoluto. Fica o exemplo! Quando há tanta inveja nos ambientes religiosos, em que irmãos de fé deveriam se respeitar, promovem a desagregação que campeia em todos os meios, como obra pérfida do espírito do anticristo, como tão bem coloca o Apocalipse. Não servem ao Cristo, servem-se do Cristo, na exaltação da própria vaidade. Aos que ainda não adquiriram a verdadeira consciência cristã e que se julgam impunes por serem espíritas, bom seria que lessem e relessem a mensagem do Espírito de Verdade, intitulada “Os obreiros do Senhor“, que está no capítulo XX de “O Evangelho segundo o Espiritismo”. É de estarrecer, pela energia da advertência. Presença de Emmanuel/Chico Xavier Essas outras crianças Quando abraçares teu filho, no conforto doméstico, fita essas outras crianças que jornadeiam sem lar. Dispões de alimento abundante para que teu filho se mantenha em linha de robustez. Essas outras crianças, porém caminham desnorteadas, aguardando os restos da mesa que lhes atiras, como displicência, findo o repasto. Escolhes a roupa nobre e limpa de que teu filho se vestirá, conforme a estação. Todavia, essas outras crianças tremem de frio, recobertas de andrajos. Defendes teu filho contra a intempérie, sob teto acolhedor, sustentando-o à feição de joia no escrínio. Contudo, essas outras crianças cochilam estremunhadas, na via pública, quando não se distendem no espaço asfixiante do esgoto. Abre o olhar deslumbrado de teu filho aos tesouros da escola. E essas outras crianças suspiram debalde pela luz do alfabeto, acabando, muita vez encerradas no cubículo das prisões, à face da ignorância que lhes cega a existência. Conduzes teu filho a exame de pediatras distintos, sempre que entremostre leve dor de cabeça. Entretanto, essas outras crianças, minadas por moléstias atrozes, agonizam em leitos de pedra, sem que mão amiga as socorra. Ofereces aos sentidos de teu filho a festa permanente das sugestões felizes, através da educação incessante. No entanto, essas outras crianças guardam olhos e ouvidos quase sempre sintonizados no lodo abismal das trevas. Afaga, assim, teu filho no trono familiar, mas desce ao pátio da provação onde essas outras crianças se agitam em sombra ou desespero e ajuda-as, quanto possas! Quem serve no amor do Cristo sabe que a boa palavra e o gesto de carinho, o pedaço de pão e a peça de vestuário, o frasco de remédio e a xícara de leite operam maravilhas. Proclamas, a cada passo, que esperas, confiante, o esplender do futuro, mas, enquanto essas outras crianças chorarem desamparadas, clamaremos em vão pelo mundo melhor. Livro “Religião dos Espíritos”, Emmanuel/Chico Xavier, cap. 72 – FEB Set/dezembro - 2013 5 Bezerra de Menezes Estudos Filosóficos de Freitas Nobre Bezerra de Menezes e a luta dos professores Bezerra era deputado federal em 1883 e, no plenário da Câmara, no Rio de Janeiro, fez a defesa ardorosa dos direitos dos professores da rede pública. Foi na sessão de 28 de maio. Rui Barbosa, também deputado, aplaudiu, gritando: “Apoiado”. Vejam a fala de Bezerra, extraída dos anais do Congresso: Na sessão de 28/5/1883, Bezerra defendeu a estabilidade dos professores primários da Corte, destacando: - “Inquestionavelmente, a primeira condição para que um serviço seja feito com toda a regularidade e proveito do público consiste em que aquele que o faz, que exerce a função, tenha garantias, possa dedicar-se-lhe certo de que no exercício dessa função terá ao mesmo tempo a remuneração do momento e a garantia do futuro.” - “E demais” – acrescentava – “o professor, contando com a sua estabilidade baseada numa lei, desvela-se naturalmente em cumprir suas obrigações, porque sabe que não é tão sujeito a ser de um dia para o outro despedido do cargo que exerce. Vejo, por consequência, toda a vantagem para o ensino público em garantir aos professores nomeados pela Câmara a sua estabilidade, em tirá-los dessa contingência em que se acham os funcionários mu6 Set/dezembro - 2013 nicipais, de não poderem contar com o dia de amanhã”. E arrematava: “O professor precisa de estabilidade, mais do que nenhum empregado público municipal, porque o serviço exige uma longa prática, e esta não lhe está garantida”. E, quando afirmava que “a equiparação das condições dos professores municipais às dos professores gerais é uma necessidade para o ensino”, Rui Barbosa e outros parlamentares gritavam “apoiado”. Felício dos Santos o aparteava dizendo que “(...) a questão é do dinheiro para isso”. Bezerra respondia: “É questão de dinheiro! O colega traz, pois, a questão de alta conveniência, da necessidade pública, para o terreno da questão do dinheiro”. Passados 130 anos, o problema permanece. Os 3 beijos de Judas Allan Kardec (foto), em sua famosa viagem de 1862, contada em livro, diz ter recebido 3 beijos de Judas (Revista Espírita, março de 1863) referindo-se aos maus espíritas. O título do artigo é “Falsos irmãos e amigos ineptos”. O Codificador identifica as ver 1804 - 1869 tentes dessas personalidades: - Não são prudentes nem moderados. - Estimulam a divulgação de temas excêntricos. - Aceitam e divulgam mensagens apócrifas ou mentirosas. - Outros, adocicados e hipócritas, com olhar oblíquo e palavras melosas sopram a discórdia enquanto pregam a união. - Usam questões irritantes ou ferinas para provocarem dissidências. - Excitam a inveja. Set/dezembro - 2013 7 O centurião de Cafarnaum (Mateus, 8:5-13 / Lucas, 7:1-10) - Não te incomodes, Senhor: Pois que não sou digno, realmente, De que entres sob o meu teto. Por esta razão, exatamente, 8 Jesus seguia para Cafarnaum Quando foi interceptado Por dois emissários do comandante Que lhe traziam um comunicado. Não me julguei digno de vir À tua presença - ó “Enviado” Mas dize uma só palavra E meu servo será curado. Na guarnição romana desta cidade, Encontrava-se a padecer Um pobre escravo adoentado Que estava prestes a morrer. Pois que eu também, Embora sujeito à hierarquia militar, Tenho soldados às minhas ordens; E se digo a um: vai agora acolá!, Os dois emissários, na ocasião, Em vez de solicitarem a cura, unicamente, Rogaram ao Mestre Jesus Que fosse à casa do oficial, pessoalmente, Ele vai; e a outro: vem cá!, e ele vem; E a meu criado: faze isto!, e ele o faz. Jesus, ouvindo estas palavras, Admirou-se e, olhando para trás, Porque esse centurião Era um homem de bem, Um grande amigo de Israel E benemérito da religião deles também, Falou para os que O seguiam: - Em verdade vos digo, então, Que não encontrei tão grande fé Em Israel; e asseguro-vos que virão Que lhes edificara uma sinagoga Com os seus recursos tão-somente. O Mestre pôs-se logo a caminho Dizendo aos embaixadores, prontamente: Muitos do Oriente e do Ocidente, Certamente seus lugares tomarão No reino de meu Pai Celestial Com Isaac, Jacó e Abraão. - Eu mesmo irei e vou curá-lo. Quando Jesus se aproximou Dessa guarnição romana, O centurião desse fato se inteirou, Depois, voltando-se para o centurião Que estava ao Seu lado em pé, Disse: - Vai-te, e faça-se contigo Conforme a tua fé. E, sensibilizado com tanta bondade, Encontrou-O, ainda na estrada, E, bastante emocionado, Disse-Lhe estas palavras arrazoadas: E naquela mesma hora O serviçal ficou curado. O oficial, ao regressar a sua casa, Pôde isto ter constatado. Set/dezembro - 2013 Vianna de Carvalho responde ATUALIDADE DO PENSAMENTO ESPÍRITA Médium: Divaldo Pereira Franco Pergunta 1: O comportamento da sociedade poderá ser influenciado, se melhores condições de conhecimento espírita forem oferecidas? O conhecimento elevado sempre liberta o espírito das suas paixões perturbadoras. Sendo o Espiritismo a Doutrina que penetra a lâmina da investigação no organismo da criatura para identificá-la corretamente, constatando-lhe a indestrutibilidade, por que espírito imortal possui os valiosos conhecimentos para modificar as atuais estruturas da sociedade terrestre, facultando-lhe uma alteração completa da forma de conduzir-se e de programar o seu futuro. O Espiritismo tem como objetivo prioritário a transformação moral do ser humano para melhor, e por consequência, da sociedade como um todo. Quando os seus postulados forem conhecidos e vividos, haverá uma radical mudança de comportamento em todas as áreas do pensamento e o amor vicejará nos corações, banindo da Terra os monstros do egoísmo, da guerra, da desolação, da infelicidade... Pergunta 2: Não tem a mulher direito sobre a vida do ser que traz no ventre, já que é parte do seu corpo? O direito de dispor da vida pertence a Deus, que é o seu Autor. Em momento algum, ninguém pode pretender direcionar a vida para a morte. No caso específico, a mulher é cocriadora, não lhe cabendo, em hipótese alguma, abortar o ser que alberga no seio. Certamente, quando a sua vida estiver em perigo, compreendese que seja necessário interromper aquela que está em formação, porquanto, em equilíbrio, a matriz poderá ensejar uma nova fecundação, portanto, uma nova reencarnação. Dessa forma, abortar em outras circunstâncias provocadas, nunca! Set/dezembro - 2013 9 CURIOSIDADES QUE EDIFICAM É bom não esquecer! Dois anos antes de desencarnar, Chico Xavier foi eleito “O Mineiro do Século XX”. Foi o que constatou a Rede Globo, em 17 de novembro de 2000. Com a participação de 2.559.521 eleitores de todo o estado, Chico foi o escolhido. Vejam o resultado: Resultado da Pesquisa/Quadro Resumo (n.° de votos) Chico Xavier .........................................................704.030 Santos Dumont ....................................................701.598 Pelé ....................................................................260.336 Herbert de Souza (Betinho) ....................................259.051 Carlos Drummond de Andrade .................................142.809 Ari Barroso ...........................................................140.406 Juscelino Kubitscheck ............................................134.894 Carlos Chagas ......................................................129.824 Guimarães Rosa .....................................................44.816 Sobral Pinto ...........................................................41.757 Dados sobre a pornografia nos EUA A cada segundo, 30 mil pessoas estão assistindo a vídeos eróticos. 20% dos homens veem pornografia no trabalho. A cada 39 minutos um novo filme erótico é produzido. 30% das pessoas que assistem pornografia são mulheres. 12% de todos os sites da internet são relacionados a pornografia. O conteúdo pornô representa 30% de tudo que é baixado na internet. Infelizmente os dados supracitados representam uma triste realidade não só americana, mas mundial. Fonte: Vídeo produzido pelo “All Time 10s”, um canal do YouTube. 10 Set/dezembro - 2013 Recorte da revista ISTOÉ, número 2293 de 30/10/2013. Recorte da revista ISTOÉ, número 2294 de 06/11/2013. Espiritismo à brasileira - Números da religião no País Set/dezembro - 2013 11 Verificação de Conhecimentos Doutrinários Baseada na literatura espírita consagrada por Allan Kardec, Léon Denis, Bezerra de Menezes, Bittencourt Sampaio, Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos, Joanna de Ângelis, Yvonne A. Pereira, Cairbar Schutel, Vianna de Carvalho entre outros. Assinale a opção correta e confira o resultado na página 28: 1. Em que cidade se deu a primeira pregação do Mestre Jesus? Nazaré Caná Cafarnaum Jerusalém 2. Em que obra Humberto de Campos (foto abaixo) relata visita ao planeta Marte e descreve impressionantes fatos como cidades fantásticas, vegetação em tonalidade vermelha, máquinas aéreas possantes entre outros? Novas Mensagens Cartas e Crônicas Boa Nova Luz Acima 3. Era coletor dos impostos devidos a Herodes ao tempo de Jesus, funcionário culto e conhecido, seria mais tarde o apóstolo Mateus. Seu primeiro nome conhecido era: Natanael.Simão. Marcos. Levi. 12 Set/dezembro - 2013 4. Em que opção temos apenas apóstolos de Jesus? Marcos, João, Bartolomeu e Pedro. Lucas, Pedro, Levi e André. André, Filipe, Tiago e Pedro. Mateus, Marcos, Lucas e João. 5. Como é denominada a faculdade pela qual o médium se expressa oral ou graficamente por meio de idioma que não conhece? Psicofonia Xenoglossia Psicometria Psicografia 6. Composto de 16 capítulos, ele é o mais curto dos quatro evangelhos. A que evangelho nos referimos? Mateus Lucas Marcos João 7. Em “A Gênese”, há um capítulo extraído de uma série de comunicações ditadas à Sociedade Espírita de Paris, em 1862 e 1863, sob o título “Estudos Uranográficos”. Quem o assina? Galileu por meio do médium Camille Flammarion Allan Kardec Cesare Lombroso por meio da médium Eusápia Paladino William Crookes 8. Na obra “Estante da Vida”, Irmão X (Humberto de Campos) relata um encontro na espiritualidade com uma personalidade que teve uma existência bastante conturbada na Terra, nos referimos a: Marilyn Monroe. JFK. James Dean. John Lennon. 9. Quem é o autor das seguintes obras: “Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas” e “Viagem Espírita em 1862”: Bittencourt Sampaio. Ernesto Bozzano. Allan Kardec. Léon Denis. Set/dezembro - 2013 13 Retorno ao Evangelho Mensagem recebida pelo médium Divaldo Franco, na Instituição Assistencial e Educacional Amélia Rodrigues em Santo André/SP, em 29 de setembro de 2013. Eis que vos foi dito: “Amareis aqueles que vos amam e odiareis aqueles que vos odeiam. Eu, porém, vos digo: Amareis aqueles que vos odiarem”, para que estejais perfeitamente integrados no espírito da solidariedade. Meus filhos, o Evangelho de Jesus tem regime de urgência na intimidade de nossos corações. Este é o século da tecnologia de ponta, da ciência, na sua mais elevada postura, mas haverá de ser também o século do amor. Devemos atrair o sentimento de amor para que ele produza a sabedoria em nosso ser. Sereis muitas vezes hostilizados pela brandura de coração; sereis discriminados pela conduta rígida no cumprimento do dever; experimentareis ironia e descaso pela fidelidade a Jesus. Crede, é transitório o carro carnal, e quando dele nos despojarmos a consciência irá conduzir-nos ao país do remorso ou ao continente das bem-aventuranças. Vivei de tal forma que podereis olhar aqueles que vos criam embaraços nos olhos sem abaixardes as vossas vistas. É necessário muita coragem para esse logro. Assevera-se que aquele indivíduo que é bom, que é humilde, é um covarde. É necessário, porém, muita coragem para ser-se bom. É indispensável muita energia para beber-se a taça da amargura, sem reprimenda, sem reclamação e transformá-la em licor que 14 Set/dezembro - 2013 dê energia e vitalize a existência. Não foi o acaso que vos convocou para o encontro desta hora em que a sociedade estorcega na impiedade, na loucura, na sexolatria, na toxicomania. Sede vós pacíficos e pacificadores. Produzi em vossos lares o reino dos céus, construí-o no aconchego da alma que está ao lado da vossa alma, dos filhinhos que vos foram confiados, cuja conduta será consequência da educação que lhes administrardes, em forma de paz. ...E encontrareis a razão de viver nesse sentimento do amor pulcro e penetrante que irriga a vida de alegria, que ilumina as ansiedades com paz. Filhas e filhos da alma: não desperdiceis o tempo que urge, e ele se chama agora. Não postergueis a vossa oportunidade de autoiluminação. Jesus já veio ter conosco. Hoje espera-nos e manda à Terra os Seus embaixadores para que nos levem de volta ao Seu doce aconchego e repita suavemente: - “Vinde a mim e eu vos consolarei”. Ide de retorno aos vossos lares, mansos e pacíficos, porque será assim que se dará início à era da regeneração, que vem sendo trabalhada desde o dia em que a Codificação chegou à Terra, quando o lobo e o cordeiro beberão da mesma fonte; quando os rosais colocarão as suas pétalas para dentro dos lares; quando as sombras forem clareadas pelas estrelas luminíferas que fazem parte da divina corte. Amai! O amor redime a criatura humana. E depois, discípulos de Jesus, o Mestre nos espera. Muita Paz! Que o Senhor de bênçãos, vos abençoe! São os votos do servidor humílimo e paternal, Bezerra. Artigo publicado na Revista 119/2005. A obra do século Ante a enxurrada de livros ditos “psicografados”, em que quase todos pecam pela pobreza literária e baixo teor doutrinário, as consideradas clássicas e básicas, como as de Allan Kardec e as complementares trazidas por meio de Chico Xavier, vão perigosamente perdendo importância. Por isso, foi com agradável surpresa que encontramos na “Revista Internacional de Espiritismo”, ano LXXV, n.º 1, a entrevista de Richard Simonetti que coloca a série André Luiz como a “obra do século”. Vale reler trechos da entrevista: Vivemos o último ano do século XX. Desde o exercício passado são listados acontecimentos e personalidades que se destacaram. Qual seria, na sua opinião, o livro espírita mais importante dos últimos cem anos? Não elegeria um livro, mas um conjunto deles, envolvendo o trabalho maravilhoso de André Luiz, na série que começa com “Nosso Lar” e completa-se com “Evolução em dois Mundos”. Temos nesses livros uma gloriosa visão do mundo espiritual, como jamais foi oferecida ao homem. Há quem situe a obra de André Luiz como uma nova revelação, um passo adiante na história do Espiritismo. Seria isso? É, sem dúvida, um passo adiante, mas não uma nova revelação. O autor simplesmente desdobra, desenvolve o conhecimento veiculado nos livros de Kardec. O que na Codificação está sintetizado, em André Luiz aparece ampliado. O que você destacaria na coleção André Luiz? Há tantos aspectos importantes que seria complicado enumerá-los. Um destaque fundamental: ressumbra em sua obra a presença de Deus no Universo, impondo a justiça mas sustentando o amor e a misericórdia, a nos oferecer infinitas oportunidades de reabilitação e reajuste, quando nos transviamos. É surpreendente observar o clima de serenidade e paz vigente em “Nosso Lar”, sob império dos valores evangélicos que parecem orientar a cidade. Chegaremos um dia a esse estágio na Terra? Sim, quando o egoísmo deixar de ser o móvel das ações humanas. Os cidadãos de Nosso Lar, sem exceção, trabalham em benefício da coletividade, no empenho de servir. Numa sociedade onde todos se unem em favor do bem comum, instala-se o Reino de Deus. Vejo-a nas universidades, quando os doutos e os sábios despirem a arrogância; vejo-a nos templos e nas igrejas, quando os religiosos renunciarem às fantasias. Reconhecendo as realidades espirituais e o intercâmbio com o além, todos terão muito a aprender com esse maravilhoso compêndio de sabedoria que Deus nos concedeu para acelerar nossa jornada, rumo ao infinito. Set/dezembro - 2013 15 Artigo publicado na Revista 133/2010. Unificação ou pluralidade? “Meus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem.” (Jo, 13:35) O Movimento Espírita, infelizmente, ainda não reflete a pureza dos ensinamentos doutrinários transmitidos pelos espíritos superiores, liderados por Jesus, para o processo de libertação das consciências. Ele é conduzido por homens falíveis e, nas suas práticas, não deve ser confundido com o conteúdo religioso, filosófico e científico da Doutrina Espírita. Assim, é necessário fazer distinção entre Movimento Espírita e Espiritismo, para não cairmos nas armadilhas dos que lutam contra a Verdade. Considerando o expressivo crescimento de adeptos e simpatizantes do Movimento, podemos afirmar, sem enganos, que o mesmo cresce em número e perde em qualidade, fenômeno comum, compreensível e temporário. Com o crescimento, surgem, fruto da incúria e do orgulho humano, tendências e agrupamentos com teses paralelas e confusas em relação aos ensinamentos codificados por Kardec. Alguns aceitam apenas parte da Doutrina, outros incluem princípios e práticas oriundas de religiões tradicionais e de terapias duvidosas. Neste contexto, muitos não aceitam Jesus Cristo na liderança dos destinos da Terra, outros dispensam a caridade como roteiro iluminativo e recusam o aspecto religioso da Doutrina. Grupos organizados e articulados que insistem em desvirtuar o Consolador. Quem somos para mudar o que nos foi enviado pelo Alto? Não é uma questão de submissão cega, o Espiritismo não impõe a sua crença, mas alterar o seu “núcleo duro” para atender anseios personalísticos é algo que não podemos permitir. Precisamos da atitude exata e fé operosa para mantermos o Espiritismo conectado com os dons das verdades cristãs para o efetivo cumprimento do seu papel entre os homens. Portanto, a pluralidade de opiniões dentro do nosso Movimento, defendida por alguns, e que se contrapõe ao processo de unificação liderado pela Federação Espírita Brasileira - FEB, pode estar contaminada com o vírus da dissensão. Oremos e vigiemos! Se a adequada unificação do Movimento, sem a institucionalização das religiões tradicionais, está distante, sejamos fraternos com os seus adversários e leais à Doutrina na defesa sublime dos interesses divinos. 16 Set/dezembro - 2013 Artigo publicado na Revista 136/2011. Dinheiro Temos visto demandas judiciais, traições, mortes, prostituição, mentiras, loucuras pela busca animalizada do dinheiro ou na “defesa” deste. Lares sendo desfeitos, empresas fechando, corrupção em todas as classes, o vício do jogo, a criminalidade desenfreada e mais, muito mais... O cenário em torno do dinheiro na sociedade materialista dos dias atuais é lamentavelmente deplorável na acepção mais pura deste vocábulo. O dinheiro deveria ser entendido como um meio e não como objetivo final. A busca dos bens, do poder, do status, alimenta nosso egoísmo e a vaidade nos fala alto. Na condição de moralmente fracos produzimos, por vezes sem perceber, vigorosas algemas mentais que nos prenderão por décadas, se não séculos, às inomináveis e tormentosas cobranças conscienciais pela extremada ausência do bom senso cristão na gestão dos recursos materiais. Sabiamente, precisamos introjetar os luminosos ensinamentos do Evangelho do Cristo que nos concita a compreender que: - A posse do dinheiro se configura em imensa responsabilidade. - O uso do dinheiro deve ensejar bem estar e progresso a todos que estejam ao nosso alcance sem promover os excessos da ociosidade. - Submeter conceitos e a vida ao dinheiro é certeza de tempo perdido. - O dinheiro é empréstimo divino e seremos convocados pela Justiça Maior a prestar contas da sua utilização. - Ninguém pode usufruir do dinheiro em detrimento dos direitos alheios. - Um dia, a verdadeira vida, pelas portas da desencarnação benfajeza, nos apontará a desnecessidade da demasia do dinheiro. - Devemos administrar o dinheiro e não ser conduzidos por ele. - O dinheiro deve ser resultante do trabalho digno e honesto. - O destino do dinheiro define a sua orientação que projetará um céu de felicidades ou um inferno de fantasias. Lembremos que Jesus, o “Senhor do Mundo”, nada teve, nada juntou. Que a aceitação dos valores imortais nos ajude a superar o apego mundano, direcionando nosso pensamento para aspectos nobres como a simplicidade e a fé na vida futura, a fim de que, libertados das convenções sociais, elevemos-nos em relação ao caminho das pesadas sombras do materialismo. Set/dezembro - 2013 17 Artigo publicado na Revista 128/2009. COMO CRIAR UM D EL IN QU EN TE 1 - Comece na infância a dar ao seu filho tudo o que ele quiser, assim, quando crescer, ele acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que desejar. 2 - Quando ele disser nomes feios, ache graça, isso o fará sentir-se impor tante. 3 - Nunca lhe dê qualquer orientação religiosa, espere até que ele chegue aos 21 anos e decida por si mesmo. 4 - Apanhe tudo o que ele deixar jogado (livros, sapatos, roupas etc.), faça tudo para que ele aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade. 5 - Discuta com frequência na presença dele, assim ele não ficará chocado quando o seu lar se desfizer mais tarde. 6 - Dê-lhe todo o dinheiro que quiser, nunca o deixe ganhar seu próprio dinheiro. Desta forma você o poupa de passar pelas mesmas dificuldades que você passou. 7 - Satisfaça todos as seus desejos de comida, bebida e confor to. Negar pode acarretar “frustrações”. 8 - Tome o partido dele contra vizinhos, professores, policiais. Afinal, todos têm má vontade para com seu filho. 9 - Não o oriente quanto às amizades, e quando ele se meter em alguma encrenca séria, dê a desculpa de que nunca conseguiu dominá-lo. 10 - Quando estiver em profundo desgosto com a vida, consolese, diga que é o seu destino e o dele, que Deus quis assim... P Reprodução de um panfleto da “União Sociedades Espíritas” - Rio Claro/S 18 Set/dezembro - 2013 Artigo publicado na Revista 120/2005. O homem e a mulher Victor Hugo O homem é a mais elevada das criaturas, a mulher é o mais sublime dos ideais. Deus fez para o homem um trono, para a mulher um altar: o trono exalta e o altar santifica. O homem é cérebro, a mulher é coração: o cérebro produz a luz, o coração produz o amor. A luz fecunda, o amor ressuscita. O homem é o gênio, a mulher é o anjo: o gênio é imaculável, o anjo é indefinível. A aspiração do homem é a suprema glória, a aspiração da mulher é a virtude extrema: a glória promove a grandeza, a virtude a divindade. O homem tem a supremacia, a mulher a preferência: a supremacia significa a força, a preferência representa o direito. O homem é forte pela razão, a mulher é invencível pelas lágrimas: a razão convence, as lágrimas comovem. O homem é capaz de todos os heroísmos, a mulher de todos os martírios: o heroísmo nobilita, o martírio purifica. O homem é um código, a mulher um evangelho: o código corrige, o evangelho aperfeiçoa. O homem é um templo, a mulher é um sacrário: ante o templo nos descobrimos, ante o sacrário nos ajoelhamos. O homem pensa, a mulher sonha: pensar é ter uma láurea no cérebro, sonhar é ter na fronte uma auréola. O homem é o oceano, a mulher é o lago: o oceano tem a pérola que adorna, o lago a poesia que deslumbra. O homem é a águia que voa, a mulher é o rouxinol que canta: voar é dominar o espaço, cantar é conquistar a alma. O homem tem um fanal: a consciência, a mulher uma estrela: a esperança. O fanal guia, a esperança salva. Enfim, o homem está colocado onde termina a Terra, a mulher onde começa o céu. O mais conhecido de todos os escritores franceses, Victor Hugo, declarou-se adepto das verdades espíritas. Por meio das mesas girantes, obteve dos espíritos respostas para seus conflitos, como narra em seu texto publicado em 18 de setembro de 1854, na obra de autoria de Raymond Escholier, com o título “A Vida Gloriosa de Victor Hugo”. Set/dezembro - 2013 19 Artigo publicado na Revista 134/2011. Espíritas, atenção! “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.” Paulo (Efésios, 4:29) Temos visto, lamentavelmente, expositores e palestrantes, em muitos centros espíritas, totalmente despreparados em relação aos conhecimentos básicos do Espiritismo. Pior, além do despreparo doutrinário, ainda verificamos que a tribuna muitas vezes é ocupada por companheiros que insistem em desrespeitar Kardec (como a base fundamental) e Jesus (como guia e modelo). Eles se utilizam de teses e conceitos absurdos oriundos de outras religiões espiritualistas, fontes discutíveis, leituras recentes que ainda não foram devidamente estudadas, embasam-se em obras ditas mediúnicas de autores da moda que enriquecem com seus falsos ideais. Se assim continuar, estaremos cometendo os mesmos erros das religiões tradicionais, ou seja, permitir que a Doutrina seja, por dentro, bombardeada por inverdades e personalismos. Infelizmente, o palestrante acaba representando o Espiritismo, pois é visto pelo grande público como seu legítimo interlocutor. 20 Set/dezembro - 2013 Na plateia, temos o espírita convicto e estudioso que não se abala com impropriedades, mas também temos os curiosos de outras crenças, os simpatizantes, os sofredores à espera de consolo. Dessa forma, não podemos deixar, por caridade, que estes, que ainda não possuem a cultura doutrinária, sejam inadequadamente atendidos pela casa espírita. Irmãos de ideal cristão, sejamos exigentes, mormente os dirigentes, nos critérios de escolha daqueles que devem cumprir o abençoado papel de divulgar o Consolador. Os títulos acadêmicos, a gravata, a boa aparência, a destacada posição não podem ser os critérios para a ocupação da tribuna espírita. A conduta moral e a total fidelidade ao conteúdo da Codificação devem ser os norteadores do processo de seleção. Todos nós somos responsáveis na obrigação santa de manter pura as verdades que recebemos dos benfeitores espirituais sob a batuta do Mestre Jesus. Artigo publicado na Revista 127/2008. Uma mensagem de Kardec Na revista “Reformador” de outubro de 1979, na página 325, foi publicada uma comunicação do espírito Allan Kardec recebida no dia 14 de junho de 1979, no grupo Ismael da FEB, pelo médium Hernani T. de Sant’anna que reproduzimos na íntegra: “Meus nobres e respeitáveis amigos! Como discípu- lo fiel, mas tão precário quanto me impôs ser a condição humana, realizei o melhor que pude para o trabalho que o Mestre me confiou. De regresso ao Mundo Espiritual, constatei que somente o essencial foi concluído. Antes, porém, que me pudesse abespinhar por isso, o Divino Amigo me fez sentir, na generosidade de Sua sabedoria, que a semente lançada à terra era boa e daria os frutos desejad os, no tempo certo e de acordo com o Programa Superior, traçado nas Alturas. Cabia-me aceitar que ao trabalhador basta o seu trabalho; compreender que o tempo deve exercer em tudo, a sua quota de ação; perceber que era indispensável aguardar que se cumprissem, através das idades e dos acontecimentos, todos os itens previstos pela Sapiente Visão do Supremo Governador dos destinos de nosso Planeta e de nossa Humanidade. Não precisei angustiar-me, portanto, com as ocorrências que fizeram a história dos primeiros tempos de nossa Doutrina, na face do orbe, pois acompanhei, na posição do operário sempre em serviço, o transplante da Árvore do Consolador para as plagas do Brasil e os esforços apostolares aqui desenvolvidos para assegurar-lhe a sobrevivência e o desenvolvimento. Chegado o tempo de mais efetiva disseminação da Mensagem Espírita no mundo, era necessário, porém, que tudo fosse revisto e consolidado; aplainadas, com todo o cuidado, arestas e asperezas. Corrigidas algumas omissões; podados certos excessos de interveniência humana; esclarecidas determinadas dúvidas de interpretação. Fácil é de entender-se esse imperativo, desde que se tenha em vista que se trata agora de nova e verdadeira entrega do Paracleto a todos os povos da Terra. Dado que entendestes, com a vossa lucidez espiritual e o vosso devotamento, essa requisição do Cristo que nos dirige, devo agora agradecer o vosso empenho e o vosso devotamento, assegurando-vos que tudo está pronto para que o êxito coroe o desdobramento dos tentames que terão de ser empreendidos, para que a luz alcance e clareie todos os vales e todos os planaltos do orbe. O trabalho do Senhor a ninguém pertence, mas é de todos os que atendem ao Seu chamado, para a cooperação humilde e desinteressada, sincera e eficaz. Nada, realmente, se constrói sem trabalho, sem solidariedade e sem tolerância; sem Deus, sem Cristo e sem Caridade. Que, pois, o amor e o espírito de serviço sejam os vossos conselheiros permanentes em todas as situações, certos de que o Espiritismo é Jesus de volta, para consolo e redenção de todos os seres humanos.” Nesta rara e belíssima mensagem, o grande Codificador consola e infunde, em nossos frágeis corações, humildade e esperança ancorados na luz inquestionável da razão. Que possamos, protegidos por Nosso Senhor Jesus Cristo, honrar a majestosa bênção do conhecimento espírita. Set/dezembro - 2013 21 Jorge Hessen - DF Apreço e preito de gratidão à revista O Espírita Segundo Emmanuel, “o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação”1. Distantes de qualquer proselitismo inaceitável, rememoramos que Kardec recomendou a divulgação dos princípios doutrinários com base no bom senso. Nessa direção, e sob a influência dos benfeitores espirituais, em especial a iluminada de Bittencourt Sampaio (foto), 35 anos atrás, a SODEC (Sociedade Divulgadora do Espiritismo Cristão) lançou a edição inaugural da revista O ESPÍRITA, em Brasília. No editorial da recém-criada revista foram consignadas as façanhas de Luiz Olímpio Teles de Menezes, o pioneiro do movimento espírita brasileiro2. Faz-se referência ao fato ocorrido em 1865, quando através do “Diário da Bahia”, Menezes refutou uma crítica ao Espiritismo assinada por um estudioso francês e publicada nas páginas do Gazzette Médicale3. Em julho de 1869, três meses após a desencarnação do Codificador, Teles de Menezes lançou o “Eco d’Além-Túmulo”, o primeiro periódico espírita do Brasil. Há quase uma década, O ESPÍRITA é uma publicação do Centro Espírita Fonte de Esperança – CEFE. Permanece primando pela qualidade dos 22 Set/dezembro - 2013 textos com esmero visual, somada aos esforços iniciais, por isso “recebeu o apoio da espiritualidade superior, pelas vias mediúnicas do consagrado Divaldo Franco4”. Cada exemplar publicado tem anunciado um bálsamo bendito para as chagas da alma, “(...) luz nos caminhos tortuosos, amparo para os debilitados na fé, enfim, significa o pensamento do Cristo anunciando esperanças novas5”. Seguindo as diretrizes da lealdade doutrinária, tendo em vista a formação de uma sólida cultura kardeciana, O ESPÍRITA tem preconizado algumas circunspecções: “Quem foi mais cristão que o próprio Cristo? Quem O seguiu com mais ardor que o apóstolo Paulo? Quem Lhe foi mais fiel que Allan Kardec? Quem, por via mediúnica, O explicou melhor que Emmanuel?6”. Naturalmente, “(...) a atualidade necessita do esforço comum de todos, à sombra da bandeira da tolerância de unificação, para que se dissemine a lição do Evangelho em todo o Planeta. Antes dos cérebros, faz-se mister iluminarem-se os corações. O Espiritismo marchará com o Cristo ou se desviará de suas finalidades sagradas. Ou os homens realizam o Evangelho ou a sua civilização terá de desaparecer”7. Perseguindo esse escopo, e graças ao grande esforço da presente equipe de conselheiros e colaboradores, visando plasmar tão importante revista como legado para a Humanidade, O ESPÍRITA permanece firme e forte; jamais deixou de circular em seus 35 anos de fundação, embora com muito sacrifício. Tem levado aos leitores do Brasil e exterior a mensagem consoladora do Espiritismo Cristão com a pureza e a beleza propostas pelos Benfeitores sob a égide de Jesus Cristo. Seus idealizadores inspiram-se nos padrões dos cristãos dos períodos apostólicos e no modelo de um Espiritismo de todos, para todos, ao alcance de todos, como aconselhava Chico Xavier; por isso mesmo, desde seu lançamento, O ESPÍRITA tem sido enviada gratuitamente para milhares de instituições espíritas carentes, principalmente no interior do país. Na esteira do tempo, os anos transcorreram céleres. O atual Conselho mantém a linha editorial, com a convicção de que os informativos espíritas não podem ser apenas boletins doutrinários, apartados das questões sociais. Inobstante, não devem exceder os limites das instâncias espíritas e envolverse em altercações político-partidárias ou contendas de grupos, para não fugir da função precípua, que é esclarecer e orientar os rumos da Doutrina. Nesse intuito, a revista O ESPÍ- RITA tem sido um importante canal de disseminação doutrinária no Brasil, sugerindo a interligação dos centros e demais instituições para discussão de ideias e temas sócio-doutrinários, apresentando sempre a bússola consoladora para o Movimento Espírita, com vista à fidedignidade doutrinária. Na Pátria do Evangelho, considerada o maior país espírita do mundo, em extensão e em número de adeptos, sabemos que há poucas revistas doutrinárias com a mesma qualidade temática de O ESPÍRITA. Consideração e homenagem à virtude, ao talento, à coragem, às boas ações dos responsáveis pelas edições de O ESPÍRITA, isentos do apoio às práticas antidoutrinárias, que todos sigam avante na empreitada de amor às letras do Consolador, que fazem vibrar corações e jubilam os espíritas que a elas se consagram. Referências: Xavier, Francisco Cândido. Estude e Viva, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1971. 2 O Espírita, “Editorial”, n.01-1978-Brasília/DF. 3 Essa réplica de Teles de Menezes sensibilizou o próprio Allan Kardec. 4 O Espírita, “Editorial”, n.0 127 set/dez-2008 - Brasília/DF. 5 Idem. 6 Idem, n.0 119 -1.0 semestre de 2005Brasília/DF. 7 O Espírita, “Editorial”, n.0 127 set/dez-2008 - Brasília/DF. 1 Set/dezembro - 2013 23 Extraídas da obra “Pensamento e Vida”, autor Emmanuel, psicografia Chico Xavier. Frases que merecem meditação “Suportando com humildade as vicissitudes da senda regenerativa, instilamos paciência e solidariedade para conosco em todos aqueles que nos rodeiam.” “A profissão, honestamente exercida, embora em regime de retribuição, inclina os semelhantes para o culto do dever.” “Humildade não é servidão. É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para o bem.” “A família consanguínea, entre os homens, pode ser apreciada como o centro essencial de nossos reflexos. Reflexos agradáveis ou desagradáveis que o “Quando fugimos ao dever, pretérito nos devolve.” precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual se origina “Orar é identificar-se com a o remorso, com múltiplas ma- maior fonte de poder de todo nifestações, impondo brechas o Universo, absorvendo-lhe de sombras aos tecidos sutis as reservas e retratando as leis da alma.” da renovação permanente que governam os fundamentos da “O pensamento sombrio ado- vida.” ece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo.” “Toda obsessão começa pelo debuxo vago do pensamento “O autor de qualquer injúria alheio que nos visita oculto. invoca o mal para si mesmo. Hoje é um pingo de sombra, Em vista disso, o mal só é real- amanhã linha firme, para, demente mal para quem o prati- pois, fazer-se um painel vigoroca. Revidá-lo na base de incon- so, do qual assimilamos apelos sequência em que se expressa infelizes que nos aprisionam é assimilar-lhe o veneno.” em turbilhões de trevas.” 24 Set/dezembro - 2013 Tribuna Livre Pergunta: Por que espíritos evoluídos como Gandhi, que viveram na Terra, no século XX, não apoiaram a Doutrina de Allan Kardec? Resposta: Mahatma Gandhi foi uma das almas mais elevadas que o Planeta conheceu no século que passou. Tanto que Emmanuel o reverencia em “A Caminho da Luz”, chamando -o de “espírito iluminado”. “Não apoiar” não significa ser contra. Muitas grandes figuras da Humanidade não tiveram contato com a Doutrina Espírita. Com certeza respeitariam o Espiritismo, se o tivessem conhecido. No caso de Gandhi seus comportamentos pessoais, políticos e religiosos estão em perfeita consonância com o que ensina a religião espírita. O Hinduísmo e o Budismo, crenças majoritárias na Índia, berço de nascimento e de atuação do grande líder, têm princípios e pontos perfeitamente identificados com os expostos por Allan Kardec. Temos de convir que a Doutrina não pede e não precisa do apoio de liderança mundiais. Ela não é uma religião tradicional, que precisa de “apoio”, “adesões”, “promoções”... O Espiritismo não tem pressa nem data para mudar a sociedade. Por ser o reflexo mais puro e racional das Leis de Deus. O ESPÍRITA responde O fator tempo na mudança do ser humano será tão importante quanto ele o deseje. O que a Doutrina propõe é tãosomente a mudança de hábitos, adesão ao bem e a submissão às normas do Criador. Fora disso, tudo é tolice. Dinheiro, dogmas, poder, ritual, aparência, paramentos, hierarquia etc., nada têm a ver com a nossa fé. Os expoentes da história, como Gandhi, Teresa de Calcutá, Einstein e outros que abrilhantaram o século que passou foram superiores, nos atos e nas intenções, embora tivessem ou não rótulos religiosos. Ser espírita é viver os ensinamentos trazidos por Jesus, explicados por Kardec. Dizer-se espírita pode não representar nada. Quando jornalistas ocidentais perguntaram a Gandhi por que era contra o Cristianismo, ele respondeu: “Sou cristão como o Cristo ensinou e não como ele é praticado no Ocidente”. Foi mais longe: “Se tudo fosse destruído no mundo e ficasse somente o Sermão da Montanha, nada se teria perdido”. Gandhi continuou no Hinduísmo, como Teresa de Calcutá no Catolicismo, Einstein na Física, porque eram missões específicas, mas em seus sentimentos universalistas foram mais espíritas do que muitos que apenas se intitulam seguidores de Kardec e não observam a integralidade dos postulados cristãos. Set/dezembro - 2013 25 Os apóstolos de Jesus No grego a palavra “apóstolo” significa aquele que é enviado, mensageiro ou embaixador. Aquele que representa a quem o enviou. Pedro: Pescador em Cafarnaum. Seu nome era Simão, mas recebeu de Jesus o sobrenome de Pedro que significa pedra em grego. Junto com Tiago, o Maior, e João Evangelista, fez parte do círculo íntimo de Jesus. É tido como fundador da Igreja Católica e primeiro Papa. Depois da morte de Jesus, despontou-se como líder dos apóstolos. Foi morto em Roma no ano de 64 d.C., na perseguição feita por Nero aos cristãos, crucificado de cabeça para baixo pois não se achava digno de morrer como o Mestre. André: Primeiro dos doze a ser chamado. Era irmão de Pedro e também pescador. Antes de seguir Jesus, foi discípulo de João Batista. João Evangelista: Autor do quarto evangelho, de 3 cartas aos cristãos e do Apocalipse. O seu evangelho difere dos outros pois sua narrativa enfoca mais o aspecto espiritual do Cristo. É considerado “o discípulo amado”. Muito jovem à epoca da crucificação foi designado por Jesus para cuidar de Maria. Passou boa parte da sua vida em Éfeso, juntamente com Maria. Durante o governo de Domiciano, foi exilado na ilha de Patmos, onde escreveu o Apocalipse. Tiago, o Maior: Pescador, irmão de João Evangelista, filho de Zebedeu. Permaneceu em Jerusalém, junto a Pedro, sendo executado em 43 d.C., por ordem do rei Herodes Agripa. Tiago, o Menor: Filho de Alfeu tor- nou-se um membro respeitado da recém-nascida comunidade cristã em Jerusalém. Foi um observador das normas judaicas, defendendo que estas normas deveriam fazer parte do Cristianismo. Com isso, tornou-se adversário de Paulo de Tarso nesta questão, mas também foi um pregador fervoroso dos ensinos de Jesus. Mateus: Conhecido como Levi. Era publicano, ou cobrador de impostos. Escreveu o primeiro evangelho, onde dá ênfase ao aspecto humano e genealógico de Jesus. Filipe: Natural de Betsaida, uma cidade da Galileia. Segundo João, ele apresentou Natanael ao Messias. Tomé: Pescador, também chamado Dídimo. Ficou famoso por ter duvidado que Jesus tinha ressuscitado. Depois da crucificação, passou a pregar na Pérsia e na Índia. Judas Iscariotes: Judas de Kerioth, localidade da Judéia. Foi comerciante em Cafarnaum e era um dos poucos apóstolos instruídos. Depois que contemplou as cenas humilhantes a que Jesus foi submetido, fruto da sua traição, amargamente arrependido, enforcou-se. Judas Tadeu: Também chamado Lebeu Tadeu. Conta a história, que trabalhou na Mesopotâmia e na Pérsia. Bartolomeu: Também chamado de Natanael, evangelizou na Armênia, junto ao Mar Negro, onde foi esfolado vivo. Simão, o zelote: Chamado assim porque pertencia a uma seita chamada de “os zelotes, ou zeladores”, que lutava para a libertação de Israel. Seita ultra-nacionalista e não religiosa. Simão permaneceu na Palestina pregando o Evangelho. Com o suicídio de Judas Iscariotes, Matias foi escolhido para seu lugar. Matias pregou o Evangelho na Judeia e na Etiópia e segundo registros históricos morreu crucificado na Geórgia Caucasiana. 26 Set/dezembro - 2013 Respostas de Joanna Joanna de Ângelis, por meio de Divaldo Franco, responde às perguntas de O ESPÍRITA. Pergunta 1: Devemos incentivar, até mesmo obrigar, as nossas crianças e jovens a participarem das atividades espíritas, ou seja, a Evangelização Infantil e Mocidade? Ou deixá-las decidir mais tarde? Aos pais cumpre a tarefa de educar os filhos, como dever mais imediato e impostergável. Para que a educação se faça completa, é indispensável a orientação religiosa, mediante a qual o conhecimento de si mesmo e das leis que regem a vida propicia os valores éticos para uma vida digna, que marcha em direção da imortalidade. Como os pais elegem o que é de melhor para os filhos: indumentária, alimentação, sociedade, escola, igualmente lhes cabe a escolha da religião, até que a razão de cada um estabeleça a trilha a seguir. Não obstante, é de suma importância que os pais sejam exemplos vivos, no lar, da convicção que esposam, para que lecionem, principalmente pelo exemplo. Pergunta 2: Dentre as alternativas anticonceptivas, a ligadura das trompas tem se destacado na preferência de algumas mulheres que poderiam ser mães. Como a mulher espírita deve encarar esta questão? O ideal seria que cada mulher, construída para ser um sacrário maternal, confiasse na providência Divina e se entregasse ao ministério de cocriadora. Todavia, o problema é de ordem pessoal, no qual os cônjuges devem eleger qual o melhor método preventivo da fecundação, evitando-se aqueles que tenham caráter abortivo. No que diz respeito à ligadura de trompas, parece-nos ser este gerador de um impedimento definitivo, embora cuidadosos tratamentos cirúrgicos possam oferecer oportunidade de retorno conceptivo. Pergunta 3: Escolhidas pelas forças superiores para dar oportunidade à reencarnação de novos Espíritos, e considerando as dificuldades que encontramos no mundo atual, é justo utilizarmos os anticoncepcionais? Set/dezembro - 2013 27 O avanço da ciência, que é uma bênção de Deus aos homens, permite hoje que se possa programar a família. Assim, tendo em vista as referidas dificuldades, que estão, naturalmente, previstas no carma de cada um, é lícita a utilização de recursos anticonceptivos, que não produzam aborto. Recordemo-nos, porém, que no estudo da questão, deve-se evitar a justificativa egoísta, mediante a qual muitos fogem ao dever da procriação, utilizando-se de mecanismos de evasão à responsabilidade. Pergunta 4: Qual a opinião da amiga espiritual sobre a cremação de corpos? Reservando-se um período de mais de 72 horas ao cadáver, de modo a que ocorram a liberação de fluidos vitais e desligamento mais profundo por parte do espírito, a cremação não afeta o ser recém-desencarnado, mais do que ocorreria no caso da inumação, especialmente, se essa atitude crematória foi solicitada pelo indivíduo. Pergunta 5: Mesmo abraçando com amor a Doutrina Espírita, servindo em nome do Mestre Jesus, procurando realizar a reforma íntima, não conseguimos ainda superar com tranquilidade as vicissitudes da vida. Qual o motivo principal dessas dificuldades? O homem possui um atavismo muito pronunciado, no qual há uma predominância da sua natureza animal sobre a espiritual. São muitos séculos de sombra em amanhecer de bênçãos. O desejo, porém, da reforma e da conquista de espiritualidade já é um passo avançado, que o treinamento pelo amor e pela caridade logo lhe auxiliará a conseguir. Não há porque desanimar-se nas tentativas evolutivas, desde que se persevere. Quanto mais haja conquista, maior será a visão das próprias falhas, por parte do ser em processo liberativo. Respostas Verificação de conhecimentos doutrinários Páginas 12 e 13 Q.1 - Cafarnaum / Q.2 - Novas Mensagens / Q.3 - Levi Q.4 - André, Filipe, Tiago e Pedro. / Q.5 - Xenoglossia Q.6 - Marcos / Q.7 - Galileu por meio do médium Camille Flammarion / Q.8 - Marilyn Monroe. / Q.9 - Allan Kardec. 28 Set/dezembro - 2013 Carta ao atual e futuro ASSINANTE MANTENEDOR Querido(a) irmão(ã), A revista O ESPÍRITA, fundada em 3 de outubro de 1978, jamais deixou de circular em seus 35 anos de existência. Sempre com dificuldades, levou para todo o Brasil a mensagem consoladora do Espiritismo Cristão, com a pureza e a beleza propostas por nossos benfeitores sob a égide de Jesus Cristo. Cabe colocar, que muitas casas espíritas carentes, mormente no interior, onde há enorme falta de material de divulgação, estão recebendo gratuitamente O ESPÍRITA. Por esta razão, solicitamos à sua nobre consciência, que contribua com os valores sugeridos (R$ 20,00 - 1 ano de assinatura e R$ 35,00 - 2 anos de assinatura), ou mediante colaboração espontânea acima deste valor, para que possamos custear as três edições anuais da revista (abril/agosto/dezembro), as postagens dos exemplares que serão remetidos em seu nome e a distribuição gratuita para centenas de instituições espíritas. Ao enviar sua parcela de contribuição, você viabilizará a continuação deste trabalho e apoiará os editores, que lutam com denodo para manterem erguida a bandeira da Nova Fé, e que arcam com quase a totalidade dos custos desta produção, sem nada receberem pelos serviços prestados. Que não nos falte a sensibilidade espiritualizada, entendendo que a luta pela vitória do bem é da responsabilidade de todos. Contribua com a divulgação da Doutrina Espírita. Assinatura pelo site: www.oespirita.com.br ou preencha o formulário no verso. Set/dezembro - 2013 29 30 Set/dezembro - 2013