Estudo de Coordenadas e suas Aplicações IX Salão de Iniciação Científica PUCRS Ana Laura Nonnenmacher Junqueira, Cláudia Helena F. Batistela (orientadora) Faculdade de Matemática, PUCRS Resumo Este trabalho visa explorar a maneira como os sistemas de coordenadas são aplicados em situações práticas. Dentre os casos já selecionados para estudo, destacamos a necessidade do homem, desde os tempos mais primitivos, de se orientar geograficamente. As localizações passaram a ser muito mais precisas em função de tecnologias desenvolvidas, destacando-se o uso do equipamento popularmente denominado GPS. Este sistema representa atualmente o que de melhor se pode empregar para estimar posicionamentos considerando-se os fatores custos e benefícios. Inclusive no campo social os efeitos deste equipamento também já podem ser sentidos por deficientes visuais. Vale aqui salientar a forte presença da matemática através da utilização de sistemas de coordenadas, sendo este o ponto principal a ser explorado. Introdução A necessidade do homem se posicionar geograficamente é muito antiga, tendo sido fortemente sentida pelos navegadores do século XVI. Nesta época o céu era a referência para localizações. A necessidade de uma maior precisão foi sentida e, ao longo dos anos, vários instrumentos foram sendo criados para que melhores resultados fossem obtidos. Esta questão envolve diversos aspectos, dentre eles a adoção de um modelo matemático que melhor representa a forma da Terra e um sistema de coordenadas. Um sistema de coordenadas pode ser entendido como um conjunto de regras matemáticas que atribuem números à posição de pontos no espaço, sendo necessária a definição de uma origem e uma orientação para que interpretações ambíguas sejam evitadas. Existem vários sistemas de coordenadas, com uso mais ou menos frequentes em aplicações IX Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2008 científicas, podendo-se destacar as coordenadas cartesianas, as polares, as cilíndricas e as esféricas (SIMMONS, 1988). A superfície terrestre é totalmente irregular, não existindo, até o momento, definições matemáticas capazes de representá-la sem deformações. O modelo que mais se aproxima da sua forma real é o geiodal. Neste modelo a superfície terreste é definida por uma superfície fictícia determinada pelo prolongamento do nível médio dos mares estendendo-se em direção aos continentes. A superfície terrestre pode então ser descrita geometricamente a partir de levantamentos geodésicos usando para tal um sistema de coordenadas esféricas denominado sistema de coordenadas geográficas. Este sistema considera que qualquer ponto da superfície terrestre apresenta a mesma distância do centro da esfera. Para o posicionamento de um ponto, é necessário conhecermos dois ângulos diedros, pois o raio do vetor é constante e conhecido. O par de coordenadas neste posicionamento é definido por uma rede geográfica formada por meridianos e paralelos, sendo ambos medidos em graus. Os meridianos são semi-círculos unidos pelos dois pólos. O meridiano de Greenwich é denominado origem (0º) e unido a seu antimeridiano (180º) divide a Terra em dois hemisférios: leste (oriental) e oeste (ocidental). A leste deste meridiano as coordenadas são crescentes, variando de 0º a +180º. A oeste, as medidas são decrescentes, variando entre 0º e -180º. Os paralelos são círculos paralelos a linha imaginária do equador. Devido à curvatura da Terra, a extensão dos paralelos diminui em direção aos pólos, até se tornarem um ponto neste local. Ao norte do Equador os valores das coordenadas são crescentes, variando de 0º a +90º. Ao sul desta linha as medidas são decrescentes, variando de 0º a -90º (UFF, 2008). Baseado neste conceitos e motivados pela necessidade aeronaves e navios militares pudessem determinar suas posições exatas, o Departamente de Defesa dos Estados Unidos iniciou em 1973 um projeto visando criar um equipamento que posteriormente ficou popularmente conhecido por GPS ( Global Positioning System ). Este sistema é formado por uma constelação de vinte e quatro satélites em torno da Terra, permitindo a receptores conhecer sua posição em qualquer lugar com uma notável precisão (NORD, 1997). Com o fim da guerra fria o sistema GPS passou a oferecer ao usuário civil a mesma precisão anteriormente oferecida apenas aos militares, sendo utilizado em diversos segmentos, como monitoramento de abalos sísmicos, meteorologia e agricultura. No entanto, a navegação é a função primária do GPS, sendo usado em aeronaves, navios, veículos e por indivíduos que usam os receptores portáteis de bolso. IX Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2008 Metodologia Este trabalho teve início através de um levantamento dos principais sistemas de coordenadas classicamente apresentados na bibliografia e de suas aplicações. O uso do aparelho GPS tem sido explorado através do emprego do software Maple para realização de cálculos e reprodução de resultados anteriormente apresentados (ALVES, 2006) em comparação aos valores gerados pelo software Google Earth, já que o mesmo é uma excelente ferramenta para visualização de imagens obtidas por satélites em qualquer local da Terra e se baseia no sistema GPS. Resultados Apesar do pouco tempo de desenvolvimento deste projeto, alguns resultados já foram atingidos, destacando-se o domínio da utilização das ferramentas Maple e Google Earth. A partir disto daremos ênfase à demonstração de como os cálculos são efetuados pelo sistema GPS para que localizações sejam feitas. Conclusão Em relação ao cronograma proposto, verifica-se um andamento bastante satisfatório do projeto. Acreditamos que, neste ritmo, todos os objetivos serão plenamente atingidos. Referências ALVES, S., A Matemática do GPS. Revista do Professor de Matemática, Nº. 59 (2006), pp. 17 - 26. NORD, G.D., JABON, D., NORD, J.,The Mathematics of the Global Positionig System. The Mathematics Teacher.Vol.90 , Nº 6 (1997), pp. 455 – 460. SIMMONS, G.F., Cálculo com Geometria Analítica. São Paulo: McGraw-Hill 1988. WAIVERIS, C., CRAINE, T.V., Where Are We? The Mathematics Teacher.Vol. 89, Nº 6 (1996), pp. 524 – 529. ESTUDO DIRIGIDO EM SIG. Disponível em: http://www.professores.uff.br/cristiane/Estudodirigido/Conceitos.htm Acesso em: 30/05/2008 IX Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2008