PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE VIDEIRA RELATÓRIO II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água - SAA Florianópolis, Maio de 2010. Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 2 de 36 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3 2. CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS ...................................................................... 4 2.1 Mananciais Principais e Disponibilidade Hídrica ...................................................... 4 2.1.1 Rio do Peixe ............................................................................................... 4 2.1.2 Poço Profundo do Aqüífero Guarani ................................................................ 6 2.1.3 Poços de Fratura de Rochas Magmáticas ........................................................ 7 2.1.4 Mananciais Alternativos................................................................................ 7 2.1.5 Concepção do Sistema ................................................................................. 8 2.2 Diagnóstico do SAA da Sede do Município. ............................................................ 9 2.2.1 Captação, Adução de Água Bruta. ............................................................... 10 2.2.2 Estação de Tratamento .............................................................................. 11 2.2.3 Reservatórios, Elevatórias de Água Tratada e Redes ...................................... 14 2.2.4 Hidrometração .......................................................................................... 18 2.2.5 Índice de Atendimento ............................................................................... 19 2.2.6 Consumo per capita ................................................................................... 20 2.2.7 Índice de Perdas ....................................................................................... 21 2.2.8 Manutenção e Controle Operacional ............................................................. 23 2.2.9 Padrões de Qualidade da Água .................................................................... 24 2.2.10 Política Tarifária e Regulamento ................................................................ 26 2.2.11 Receitas Despesas e Resultados ................................................................ 28 2.3 Diagnóstico do Sistema de Rio das Pedras e Sistemas Distritais ............................. 29 2.3.1 Sistema do Bairro de Rio das Pedras ............................................................ 29 2.3.2 Sistema do Distrito de Anta Gorda............................................................... 30 2.3.3 Sistema do Distrito de Lourdes ................................................................... 31 2.3.4 Sistema do Distrito de São Pedro ................................................................ 31 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 31 4. ANEXOS ............................................................................................................. 36 Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 3 de 36 1. INTRODUÇÃO O presente relatório é o segundo da série que integra o Plano Municipal de Saneamento do Município de Videira, desenvolvido conforme Termo de Referência de Elaboração do Plano, processo licitatório TP 11/2009, contrato 455/2009 de 17 de dezembro de 2009, e em atendimento ao que estabelece a Lei Federal no 11.445 de 11 de janeiro de 2007 (Anexo 01) e a Lei Municipal no 64 de 28 de maio de 2008 e suas alterações (Anexo 02). O conteúdo deste relatório contempla a etapa de diagnóstico dos sistemas de abastecimento de água. Apresenta uma visão da situação do abastecimento de água no Município, tanto nos aspectos pertinentes aos sistemas públicos da sede do município e do distrito de Rio das Pedras, como também em relação às soluções coletivas ou individuais, adotadas por iniciativa da população nas áreas urbana e rural. Os Sistemas de Abastecimento de Água da Cidade de Videira, Bairro Rio das Pedras e Distrito de Anta Gorda são operados em Gestão Associada do Município com o Governo do Estado de Santa Catarina. Este modelo de Gestão teve início em 10 de junho de 2008 com o instrumento denominado Convênio de Cooperação para Gestão Associada com o Governo do Estado de Santa Catarina (Anexo 02), participando como interveniente a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento – CASAN, para a prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, respaldado na Lei Municipal no 64, de 28 de maio de 2008. As instalações administrativas e operacionais da CASAN estão localizadas à Rua Veneriano dos Passos, 430 – Centro. Para suporte financeiro às ações em Gestão Associada foi criado, através da mesma Lei Municipal no 64 de 28 de maio de 2008, o Fundo Municipal de Saneamento Básico – FMSB. Também através desta Lei Municipal foi criado, como um instrumento de controle social, o Conselho Municipal de Saneamento - CONSAVI com caráter consultivo das atividades decorrentes da execução da Política Municipal de Saneamento e para auxílio ao Município na elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico. Os Distritos de Lourdes e São Pedro contam com sistemas de abastecimento de água operados pelas comunidades, sendo que no caso de São Pedro há a intenção de repassar para a CASAN a responsabilidade da operação do sistema. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 4 de 36 2. CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS O diagnóstico dos sistemas de abastecimento de água abrange a caracterização e o inventário das diversas unidades componentes dos sistemas, sua gestão e os recursos existentes. 2.1 Mananciais Principais e Disponibilidade Hídrica 2.1.1 Rio do Peixe O suprimento de água para o sistema de abastecimento de água da sede do município é realizado a partir do manancial superficial Rio do Peixe. A bacia do Rio do Peixe é a quarta maior bacia da vertente do interior do Estado de Santa Catarina, com 5.476 km². O Rio do Peixe nasce na Serra do Espigão, no Município de Calmon, numa altitude de 1250 m (Fonte: EMBRAPA – Atlas Rio do Peixe), percorrendo uma extensão de 299 quilômetros até desembocar no Rio Uruguai. Corta o meio oeste catarinense no sentido norte - sul. A captação de água está localizada na margem esquerda do Rio do Peixe, no Bairro Farroupilha, no ponto de coordenadas UTM 484679E e 7014018S (GPS de navegação). A bacia drenada para este ponto tem área de 1.654,73 Km2. Este manancial também abastece, alternativamente, o Bairro Rio das Pedras em reforço ao manancial subterrâneo lá existente. A CASAN não disponibilizou os estudos de concepção do sistema de abastecimento de água atual e ou de sua ampliação, onde se possa identificar a vazão que foi considerada como possível de ser retirada do Rio do Peixe. Também não se teve acesso a estudos que levaram a pesquisa de manancial alternativo, por exemplo, a perfuração de poço profundo no aqüífero Guarani. Não dispondo de dados fluviométricos, embora sabendo que se trata de manancial de potencial de abastecimento que em muito supera a necessidade do sistema, a Notus acrescenta a este diagnóstico uma verificação da vazão máxima de captação do Rio do Peixe, conforme regulamentações atuais, com o levantamento dos parâmetros de cálculo, em especial da área drenada e da precipitação pluviométrica média anual. Vazão Máxima de Captação na Atual Tomada de Água do Rio do Peixe A portaria SDS nº 36, de 29 de julho de 2008, alterada pela portaria nº 51, de 2 de outubro de 2008, estabelece os critérios de natureza técnica para outorga de direito de uso de recursos hídricos para captação de água superficial, em rios de domínio do Estado de Santa Catarina e dá outras providências, e apresenta o seguinte: Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 5 de 36 “Art. 2º - Para a análise de disponibilidade hídrica para captações ou derivação de cursos d’água de domínio do Estado de Santa Catarina, será adotada, como vazão de referência, a Q98 (vazão de permanência por 98% do tempo): § 1º - A vazão outorgável será equivalente a 50% da vazão de referência. (conforme alteração dada pela Portaria SDS 051/2008, de 02.10.2008). § 2° - Enquanto o limite máximo de derivações consuntivas em todas as seções de controle de uma bacia hidrográfica for igual ou inferior a 50% da vazão de referência Q98, as outorgas poderão ser emitidas pela SDS, baseadas na inexistência de conflito quantitativo para uso consuntivo da água. (conforme alteração dada pela Portaria SDS 051/2008, de 02.10.2008). § 3º - O limite máximo individual para usos consuntivos a ser outorgado na porção da bacia hidrográfica limitada por cada seção fluvial considerada é fixado em 20% da vazão outorgável, podendo ser excedido até o limite de 80% da vazão outorgável quando a finalidade do uso for para consumo humano, desde que seu uso seja considerado racional”. (§ incluído pela Portaria SDS 051/2008, de 02.10.2008).” Dos critérios acima se conclui que no caso da captação do sistema de abastecimento de água de Videira, a vazão máxima possível de ser retirada do Rio do Peixe é de 80% da vazão outorgável, que por sua vez é 50% da vazão de referência Q98. O cálculo da vazão de referência Q98 deriva da vazão média de longo termo. Para determinação da vazão média de longo termo no local da captação do Sistema de Abastecimento de Água do Município de Videira, é utilizado o Método de Regionalização Hidrológica, por não existir estação fluviométrica com medições sistemáticas de níveis e curva de descarga calibrada para a seção, que possibilite a obtenção de série de vazões e o seu tratamento. Para esta determinação foi utilizada a publicação “Regionalização de Vazões das Bacias Hidrográficas Estaduais do Estado de Santa Catarina” editada pelas Secretarias de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Sustentável de SC, no âmbito do Programa de Recuperação Ambiental e Apoio ao Pequeno Produtor Rural – PRAPEM – Microbacias 2 – Fevereiro de 2006 (www.sirhesc.sds.sc.gov.br no link Biblioteca Virtual), que apresenta a ”Regionalização das Vazões Médias de Longo Termo” para a Região 72-M1-S3 (72=divisão da ANA para as sub-bacias federais=bacia hidrográfica 6/23 de SC=bacia do Rio do Peixe; M1= região homogênea de vazão média de longo termo; S3= região homogênea para coeficiente sazonais em relação à vazão média de longo termo; V= região homogênea de curvas de permanência das vazões médias mensais), onde se obtém: Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 6 de 36 QMLT=1,240x10-4 x P0,759 x AD0,968 Onde: QMLT = vazão média de longo período, em m³/s P = precipitação média anual, em mm/ano = 1.607 mm* AD = área de drenagem no local da captação, em Km2 = 1.654,73 km² * Média obtida do quadro 6.1 do estudo de regionalização de vazões para o posto 7275000 do Rio do Peixe e confirmado, com segurança, pelo mapa de isoietas do mesmo estudo. O cálculo da vazão de referência Q98 é feito a partir da aplicação de coeficiente sobre a vazão média de longo termo. O coeficiente para cada uma das 13 áreas homogêneas de SC, está na Tabela 9.1 da página 84 do estudo “Regionalização de Vazões das Bacias Hidrográficas Estaduais do Estado de Santa Catarina”. A bacia do Rio do Peixe está na região V e para o percentual de 98% de permanência, o coeficiente da Tabela é 0,11, e para 100% de permanência o coeficiente cai para 0,06. O Q98 é dado pela expressão: Q98 = QMLT* Ki Onde; Q98 = vazão média com 98% de tempo de permanência, em m³/s QMLT = vazão média de longo termo, em m³/s Ki = 0,11 Utilizando os dados para o local da Captação atual do Rio do Peixe, ou seja, precipitação média anual de 1.607 mm, área de drenagem de 1.654,73 km², é obtida através das equações acima apresentadas uma vazão média de longo termo de 43.905 l/s, e uma vazão média mensal com permanência de 98% do tempo de 4.829 l/s (vazão de referência), portanto 2.414 l/s de vazão outorgável. Com base no critério definido pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Santa Catarina, a vazão permitida (máxima possível de ser retirada do Rio do Peixe no local de captação) para fins de abastecimento público, poderá ser até 80% da vazão de outorgável, ou seja, 1.931 l/s, valor muitas vezes superior às necessidades do sistema. A Tabela 02 reúne os dados acima descritos. 2.1.2 Poço Profundo do Aqüífero Guarani Com a produção de água do sistema de abastecimento chegando ao limite da capacidade de atendimento, e buscando uma rápida solução para o atendimento à demanda dos consumidores, CASAN e Prefeitura Municipal acordaram em desenvolver a perfuração de poço tubular profundo para obtenção de água do Aqüífero Guarani. A perfuração deste poço foi cláusula integrante do Convênio de Gestão Associada com o Governo do Estado de SC. Não foram disponibilizados (se existentes) estudos econômicos que conduziram para esta Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 7 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água solução de suprimento de água para Videira. A abertura do poço profundo foi realizada no terreno das instalações administrativas de CASAN em Videira, com perfuratriz rotativa atingindo a profundidade de 500,50 metros (cota de superfície = 717 m), com faixas de perfuração conforme Tabela 01: Tabela 01 – Faixas de Perfuração do Poço Profundo Profundidade Diâmetro Revestimento Grupo / Formação Geológica 0a4m 26" 20" Solo de Alteração / Aterro 4 a 346 m 17 1/2" 13 3/8" São Bento / Serra Geral / Basalto 346 a 348 m 12 1/4" 8 5/8" São Bento / Botucatu / Arenito 348 a 406 m 12 1/4" 8 5/8" São Bento / Serra Geral / Basalto 406 a 495 m 21" Filtro 8 5/8" São Bento / Botucatu / Arenito 495 a 500,5 m 12 1/4" 8 5/8" São Bento / Rio do Rastro / Argilito Duro O teste de vazão apresentou queda muito rápida do nível de água, atingindo o crivo da bomba, sem possibilidade de estabilizar vazão e a qualidade da água se mostrou inadequada para o consumo humano, com presença de petróleo e elementos associados a este. A conclusão é de que a presença de petróleo colmatou o maciço pré-filtro tornando-o uma barreira à produção de água. Este insucesso praticamente descarta qualquer outra tentativa de busca de água neste aqüífero, em Videira. Segundo relatório repassado pela CASAN foram gastos R$ 1.127.499,00 nesta perfuração, sendo 80% recursos do Ministério da Integração Nacional e 20% da CASAN. 2.1.3 Poços de Fratura de Rochas Magmáticas A CASAN utiliza dois poços para o abastecimento público em Videira, um no Bairro Rio das Pedras e outro no Distrito de Anta Gorda. Os dados técnicos disponíveis destes poços estão nos diagnósticos destes sistemas. O Distrito de Lourdes e a localidade de São Pedro também utilizam deste tipo de solução de abastecimento. No Anexo 14 está apresentada uma listagem da maioria dos poços perfurados no Município de Videira, totalizando 136 poços, a maioria atendendo a demandas individuais e alguns a demandas coletivas. São, no entanto, soluções possíveis para baixas demandas. 2.1.4 Mananciais Alternativos Como fonte alternativa e complementar ao abastecimento de água da cidade de Videira, passíveis de serem utilizadas, há o manancial superficial Rio XV de Novembro, porém mais distante do pólo de tratamento e com menor vazão. Este manancial já integra a atual bacia de contribuição da atual captação, que está 2.600 metros a jusante de sua foz no Rio do Peixe. No século passado, década de 80, se esboçou movimento na Comunidade para troca de manancial em função da degradação da qualidade das águas do Rio do Peixe, e o Rio XV de Novembro era então apontado como um manancial com água bruta de melhor qualidade. O aprimoramento da Legislação e as ações decorrentes de recuperação ambiental do Rio do Peixe fizeram com que este movimento não prosperasse. Hoje está sedimentado o conceito de que não se pode sair saltando de ponto em ponto com as captações, em busca de Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 8 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água mananciais menos degradados, pois se ações concretas de recuperação ambiental não forem desenvolvidas chegará o dia em que não se terá para onde ir. Hoje não se pode afirmar que o Rio XV de Novembro tem o diferencial de qualidade do passado, no entanto, para registrar o seu potencial foi escolhido um ponto de estudo próximo de sua foz no Rio do Peixe, no ponto de coordenadas UTM 483061E e 7016401S (GPS de navegação), cujos resultados estão apresentados nas Tabelas 02 e 03. Idêntico trabalho foi realizado para o Rio das Pedras, com ponto de estudo a montante da Granja Rio das Pedras, no ponto de coordenadas UTM 495485E e 7015112S (GPS de navegação). No caso do Rio das Pedras o seu aproveitamento a princípio não se mostra viável, pois implicaria na implantação de mais um pólo de tratamento convencional (bacia com forte atividade antrópica). Hoje o Bairro está atendido pelo poço profundo e por adutora de reforço a partir do sistema Rio do Peixe, para eventualidades. Tabela 02 – Vazões dos Mananciais - Estudo Regionalização Vazões Bacias Hidrográficas de Santa Catarina Mananciais Rio do Peixe Captação Atual Rio XV de Novembro Rio das Pedras QMLT(l/s) 43.905,16 16.214,81 1.046,55 Q98(l/s) 4.829,57 1.135,04 73,26 Dados QOUT(l/s) 2.414,78 567,52 36,63 QMAX(l/s) 1.931,83 454,01 29,30 Vazão Retirada Atual(l/s) 118,00 - - Com estes dados e adotando o consumo per capita de 220 l/hab.dia (ver item 2.2.6), foi montada a tabela de capacidade de atendimento dos mananciais, a seguir: Tabela 03 – Capacidade de Atendimento dos Mananciais para Consumo “Per Capita” de 220 l/hab*dia Mananciais Rio do Peixe Captação Atual Rio XV de Novembro Rio das Pedras População Abastecível (utilizando QMAX) 613.267 144.129 9.303 População Abastecível (utilizando Q98) 1.533.168 360.323 23.256 Dados Também podem ser considerados os mananciais subterrâneos, de fratura de rochas magmáticas, para soluções pontuais de menor escala de ligações, como se faz atualmente no abastecimento do Bairro Rio das Pedras, mas estes têm perspectivas de vazões limitadas. 2.1.5 Concepção do Sistema Para uma melhor visualização do cenário de necessidades de abastecimento através das projeções populacionais de Videira, com sistema operando 24 horas por dia, foi desenvolvida a Tabela 04. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 9 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água Tabela 04 – Vazão e Reservação Necessárias ao Abastecimento de Videira Per Capita Volume no no Dia de Dia de Maior Maior Consumo Consumo 264 11.104.896 Volume com Gasto de Processo Vazão a Captar (l/s) Reservação Necessária 3 (m ) 11.448.346 133 3.702 12.200.760 12.578.103 146 4.067 13.296.888 13.708.132 159 4.432 264 14.392.752 14.837.889 172 4.798 264 15.488.880 15.967.918 185 5.163 Ano População Urbana Per Capita 2010 42.064 220 2015 46.215 220 264 2020 50.367 220 264 2025 54.518 220 2030 58.670 220 24 horas de operação no dia de maior consumo Reservação existente: 4.355 m3 Comparando este quadro com a capacidade de produção do sistema atual, que será mais detalhada no item 2.2 e subitens, fica clara a necessidade urgente de ampliação da capacidade de produção de água tratada. Pelo anteriormente exposto, o manancial está definido, a estrutura de tratamento tem condições de ser ampliada, não havendo, portanto, muito que se estudar com relação à concepção do sistema produtor. Destaca-se aqui a importância da participação ativa do Município de Videira no Comitê da Bacia do Rio do Peixe, integrando-se em todas as ações de recuperação ambiental deste manancial. Além das necessárias ações de saneamento básico nas áreas urbanas, devem ser desenvolvidos programas permanentes de educação ambiental com a busca de recursos para que a população rural se integre às ações de preservação e recuperação, reunindo e somando ações que já existem isoladamente em entidades como EPAGRI, Secretaria de Agricultura do Estado, Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente Municipal, Polícia Ambiental, Ministério Público, Vigilância Sanitária, meios de comunicação e outros. Programas semelhantes estão sendo desenvolvidos com sucesso e um exemplo a ser conhecido e adaptado às peculiaridades locais é SOS Nascentes do Município de Caçador. 2.2 Diagnóstico do SAA da Sede do Município. Em 1966, o Governo Brasileiro assinou contrato de financiamento com o BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento, para investimentos em pequenas comunidades, e indicou a Fundação SESP – Serviços Especiais de Saúde Pública como órgão responsável pela sua operacionalização. Dentre as 91 comunidades brasileiras que se beneficiaram do empréstimo, que teve um custo financeiro reduzido e um prazo de amortização longo, a FSESP selecionou 14 cidades de Santa Catarina, dentre elas Videira. Assim a concepção inicial do Sistema de Abastecimento Público de Água do Município de Videira foi estabelecida com base em um projeto da Fundação SESP datado de 1969. A implantação deste projeto se deu no início da década de 1970. Em 1978 a foi celebrado Convênio de Concessão dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário com a CASAN – Companhia Catarinense de águas e Saneamento. A partir da década de 1980 ampliações e melhorias foram implantadas pela CASAN, mas a concepção básica do sistema não mudou. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 10 de 36 Para a realização do diagnóstico a CASAN disponibilizou resumo pouco esclarecedor quando não desatualizado do sistema, através de correspondências vindas da Superintendência de Chapecó e da Diretoria de Florianópolis, bem como síntese do que seria a ampliação do sistema de abastecimento, também através das duas fontes, Chapecó e Florianópolis. Ao final deste item 2.2 é apresentada uma conclusão a respeito destas informações de projetos de ampliação e melhorias. A CASAN também disponibilizou o BADOP sintético (não foi disponibilizado o analítico) e as relações de pessoal (sem indicação de função) e equipamentos. Foram disponibilizadas análises de água referentes à portaria 518 do Ministério da Saúde (MS). Pela Agência de Videira foram obtidos o detalhamento do número de ligações, do histograma de consumo e todo o apoio na visitação às unidades do sistema, com explicações in loco, sem as quais não se teria condições de produzir este relatório. Por força de resolução interna da CASAN, o corpo funcional de Videira está impedido de fornecer informações e dados oficiais dos sistemas. 2.2.1 Captação, Adução de Água Bruta. A captação de água no Rio do Peixe é feita em pequena barragem de elevação de nível construída em blocos de pedra de mão, muro de arrimo e tubulação de concreto de 1 metro de diâmetro e 20 metros de extensão, até o poço de sucção da elevatória de água bruta. Na tomada de água há uma grade de proteção, porém a erosão na parte inferior diminui a sua eficiência. Por se tratar de uma tubulação fechada a sua manutenção e limpeza é dificultada. As águas do Rio do Peixe apresentam turbidez elevada quando da ocorrência de chuvas, originada pelo carreamento de partículas de argila em suspensão, proveniente de áreas de solo sem proteção vegetal. As águas captadas no Rio do Peixe são aduzidas por recalque a partir da ERAB até a ETA através de três conjuntos moto bomba de eixo vertical (WEG/ESCO - 380 V, 125 HP, 1800 RPM, 167 A), operando simultaneamente, sem reserva instalada. O tipo de bomba utilizada permite a disposição de motores em cota acima do nível de enchente máxima. A capacidade de adução destes 3 conjuntos operando simultaneamente é de 124 l/s. A inexistência de um conjunto motobomba reserva instalado é uma vulnerabilidade importante do sistema. Para sanar esta vulnerabilidade o corpo técnico da CASAN de Videira informa que está remetendo nos próximos dias, uma bomba de cada vez, para acréscimo de mais estágios nos rotores, medidas que as bombas, os motores e os quadros de comando suportam. Com esta medida se elevará a vazão de duas bombas operando simultaneamente para 140 l/s e o sistema passará a contar com uma bomba reserva para a adução de água bruta. A manutenção e conservação das unidades da ERAB requerem maior atenção da Operadora conforme demonstram fotos do Anexo 03. Há um projeto para ampliação da produção de água tratada que prevê melhorias na ERAB, com canal de captação, recondicionamento dos conjuntos motobomba conforme já mencionado e melhoramentos no sistema de telemetria e telecomando, mas as informações fornecidas pela CASAN para conhecimento destas melhorias não permitem uma melhor descrição (Anexo 04). Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 11 de 36 A adução de água bruta até a ETA se processa através de duas linhas, sendo uma com DN 200 mm e outra com DN 250 mm, ambas em ferro fundido e com extensão de 1.137 m. Na síntese do projeto existente está mencionada uma terceira linha de adução para implantação em data não informada, com DN 300mm, paralela às existentes, que elevaria a vazão aduzida de 140 l/s para 205 l/s, com os três conjuntos motobomba em operação simultânea. No BADOP – Banco de Dados Operacionais fornecido pela CASAN observa-se que na média mensal de 2009 o sistema produtor operou quase 24 horas de média diária, indicando que superou um limite recomendável de 22 horas de operação média diária. 2.2.2 Estação de Tratamento A estação de tratamento de água de Videira, implantada no início da década de 1970, é do tipo convencional completo, seguindo as seguintes etapas de tratamento: Mistura rápida ► Floculação ► Decantação ► Filtração ► Desinfecção Com as ampliações havidas a configuração da ETA consiste das seguintes unidades principais: • Entrada de água e Mistura Rápida: as adutoras de DN 200 mm e DN 250 mm chegam à ETA em uma caixa de seção retangular. O coagulante, sulfato de alumínio, é aplicado por gotejamento, imediatamente após a entrada na ETA, no vertedor retangular de medição de vazão, sendo que a mistura é promovida pela turbulência da descarga. Na captação/adução do Rio do Peixe não há macromedidor, e as estimativas de vazão são feitas no vertedor retangular da entrada de água bruta, carecendo, portanto de precisão. • Unidade de floculação, com quatro floculadores mecânicos, dois da implantação do sistema e dois da ampliação de produção. Há adição de polieletrólito quando necessário. • Unidade de decantação com dois decantadores de alta taxa. • Unidade de filtração com dois filtros de fluxo descendente, com seixo, areia e carvão antracitoso. • Casa de Química com as seguintes dependências: Hall de entrada; sala técnica; laboratório; sala de preparo das soluções; depósito geral; salas de dosagem de cal, sulfato de alumínio, polímero e fluorsilicato; barriletes; e instalações sanitárias. • Aplicação de cloro líquido em cilindro sob pressão, com clorador contínuo a vácuo. Depósito de Cloro líquido em dois cilindros de 900 Kg. • Reservatório de Contato – estimado em 200 m³ de capacidade. Não é realizado o tratamento dos efluentes da ETA, ou seja, as águas provenientes da lavagem dos decantadores e filtros. Além de ser uma exigência legal que vem sendo cobrada Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 12 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água pela FATMA, é pré-requisito na obtenção de recursos para as obras da captação e adução de água bruta onde é necessária a licença ambiental. E o mais importante, é que a implantação deste tratamento proporcionará um ganho no volume de água pela reciclagem dos volumes tratados. Informes colhidos indicam que a capacidade de adução média do sistema é 124 l/s com 3 conjuntos motobomba operando simultaneamente (111 l/s com dois conjuntos) e há relato de que em condições ideais de crivo limpo na tomada de água, se chega a uma adução de 134 l/s (para bombeamento com 3 conjuntos simultaneamente). No BADOP anual de 2009 se constata que a capacidade média de adução relatada, é superada apenas nos três primeiros meses do ano. Ressalta-se, no entanto, que: • A medição de vazão no vertedor retangular é imprecisa e a anotação pontual. • Mesmo existindo ensaios pitométricos da adução, estes são pontuais e não contemplam as variações temporais de condições operacionais como limpeza de crivos e nível de água na sucção, bem como as oscilações de rendimento, por desgaste, dos conjuntos motobomba. • Não existindo bomba reserva é impraticável a operação ininterrupta com 3 bombas. • Por ocasião da lavagem de floculadores e decantadores a ETA opera com vazão reduzida. Na falta de dados mais precisos foi adotada, para este plano, como vazão captada do Rio do Peixe, a média anual captada de 2009 do BADOP, arredondada para 118 l/s. Tabela 05 – Estimativa de Volume Tratado pela ETA Dados Período de Func. Anual ETA Volume Captado Quantidade 8.509,31 3.589.946 h/ano 3 m /ano Volume Médio Tratado 117,19 l/s Volume de Processo Anual 269.595 m Perda de Processo 7,51% 3 Concebida para tratar 100 l/s, segundo informado pela CASAN, a ETA opera em sobrecarga, levando a uma perda de processo elevada (7,5%). Esta perda de processo é derivada da drástica redução da carreira dos filtros, em especial nos dias chuvosos com turbidez elevada da água bruta, ocasião em que a carreira chega a ser de 6 horas pelo excessivo arraste de flocos do decantador. Este desempenho leva a supor de que a capacidade nominal da ETA esteja abaixo dos 100 l/s, talvez 90 l/s, obtido em informe não oficial. A Tabela 06 mostra a capacidade de atendimento da atual vazão do sistema do Rio do Peixe, considerando o dia de maior consumo. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 13 de 36 Tabela 06 – Capacidade de Atendimento do Sistema Rio do Peixe a partir do “Per Capita” Estimado Vazão Aduzida de Água Bruta pelo Sistema Rio do Peixe em l/s Vazão Aduzida pelo Poço de Rio das Pedras Perdas na ETA em l/s (Estimada em 3%) Vazão Distribuída em l/s 118 5 4 119 Coeficiente do Dia de Maior Consumo (Norma) 1,2 Consumo Per Capita Estimado (l/hab*dia) - Média dos Sistemas 220 População Abastecida pelo Sistema em Dez. de 2009 (Videira + Rio das Pedras) 42.224 População Abastecível (Operando 24 Horas no Dia de Maior Consumo) 39.058 Déficit de Atendimento (habitantes) 3.167 A CASAN não disponibilizou plantas das instalações para uma avaliação mais detalhada do sistema, mas isto não invalida a análise e conclusão de que esta unidade, como já relatado, não tem capacidade para tratar a demanda atual e deve ser objeto de um projeto de ampliação e remodelação, que lhe confira capacidade de tratar vazão mínima de 200 l/s. Esta vazão atenderia a demanda do sistema até 2030, operando no máximo 22 horas por dia. A síntese dos projetos e estudos existentes para Videira, fornecida pela direção da CASAN, não informa como será a ampliação da ETA, qual a vazão projetada, qual a projeção populacional a ser atendida e nem quando serão iniciadas a obras. Cita apenas as etapas de tratamento que devem constar da nova unidade de tratamento, que são coagulação, floculação, flotação, filtração rápida descendente, desinfecção e fluoretação. Não há menção da razão da escolha do processo de flotação. O corpo técnico da CASAN de Videira informa que como medida emergencial será instalada até meados de maio de 2010, uma ETA metálica convencional com capacidade para 30 l/s, que permitirá reduzir a sobrecarga da ETA existente e tratar a vazão adicional que será proporcionada pelo aumento dos estágios dos rotores das bombas da captação, dando fôlego para o início das ampliações que se fazem necessárias. Relatam também que neste período de inverno, em que o consumo se reduz, serão feitas melhorias na ETA, sendo trocadas as placas difusoras danificadas dos decantadores (foto Anexo 03). Estas melhorias são oportunas. O reservatório de lavagem de filtros (72 m3) deve contar com elevatória exclusiva (a atual atende também o R-3) e deve ser trocada a válvula que causa fuga de água para os filtros, ocasionando gastos adicionais de energia. Dosadores de cal também necessitam de recuperação. A ETA conta com um bom laboratório que atende também sistemas da região de Videira. No sítio da ETA há uma adequada oficina de aferição de hidrômetros e no seu pátio são estocados tubos e materiais para manutenções e ampliações de redes. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 14 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 2.2.3 Reservatórios, Elevatórias de Água Tratada e Redes A análise da estrutura de distribuição de água em Videira conduz a conclusão que desde a concepção inicial do sistema, efetuada no projeto da Fundação SESP, o que se fez foi correr com redes atrás da urbanização. Esta expansão se processou na maioria das vezes desprovida de disciplinamento básico, ocupando encostas e com ilhas de urbanização. Como resultado o sistema distribuidor atual é composto por muitas zonas de pressão derivadas de pequenas unidades de elevatórias, reservatórios e booster. A ausência de equipamentos reserva instalados em elevatórias e booster, a complexidade da distribuição e a probabilidade acumulada de falhas numa estrutura de cadeia longa, resulta em muitos transtornos operacionais e descontinuidade de abastecimento. Há uma situação extrema de booster alimentando elevatória. Esta forma de expandir o sistema de distribuição gerou uma complexidade e vulnerabilidade tal que as atividades não programadas de manutenção fazem parte da rotina. A produção de água no limite e a sucessão de bombeamentos também conduzem a uma demorada recuperação do abastecimento quando de paralisações no sistema. A síntese do sistema fornecida pela direção da CASAN menciona que atualmente fazem parte do sistema 20 reservatórios, quando em levantamento de campo apuramos a existência de 27, aí incluídos os dois reservatórios de Rio das Pedras. A simples relação de elevatórias projetadas e a serem desativadas, apresentadas na síntese, não permitem o entendimento do que é o sistema e do que consiste o projeto de ampliação. A relação de reservatórios e zonas de influência apresentada na síntese da CASAN para a situação atual e futura, não contempla os reservatórios integrantes do Convênio de Gestão Associada (quatro no total, incluso o do Parque da Uva), como pode ser constatado pela não inclusão do novo reservatório de 1.000 m3. Com base nas observações seguintes, de que: • Os dados recebidos da Superintendência de Chapecó e da Diretoria da CASAN apresentam informações conflitantes e desatualizadas; • A baixa abrangência e detalhamento nos dados repassados; • A informação de que o cadastro de redes do sistema de Videira desenvolvido no ano passado, ainda não está concluído e que não há manutenção do que foi feito; • A proposta de 4 novos reservatórios e de 8.000 metros de redes adutoras que constam do atual Convênio de Gestão Associada partiram da administração local, como ações emergenciais para concretizar a renovação do Convênio; Conclui-se que não há um projeto técnico recente para a ampliação do sistema de abastecimento de água de Videira. Os resumos apresentados são extratos do, não disponibilizado, Projeto Final de Engenharia, que o Consórcio APPE/ ENGEVIX desenvolveu para a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento – CASAN, segundo o Contrato Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 15 de 36 354/98, portanto com mais de 10 anos e que necessita de revisão (não há informação de revisão recente) e atualização. Diante disso recomenda-se que o cadastro técnico seja concluído (sabe-se que o de redes já existe). Esta medida permitirá a utilização de software para análise dinâmica do comportamento hidráulico do sistema de distribuição atual, identificando os gargalos e simulando cenários futuros de ocupação urbana, em sintonia com o novo Plano Diretor Municipal e projeções populacionais atualizadas. Este trabalho resultará em novo planejamento das zonas de pressão e de influência de reservatórios, com definição das intervenções necessárias ao sistema, quanto a elevatórias, reservatórios, válvulas redutoras de pressão, redes adutoras e redes tronco de distribuição. Este produto pode ser denominado Projeto Básico de Melhorias e Ampliações da Distribuição do Sistema de Abastecimento de Água da Cidade de Videira. Os volumes dos reservatórios propostos no Convênio de Gestão Associada seriam definidos a partir deste projeto. Tendo o cadastro técnico concluído, trabalho estimado para 45 dias, este estudo demandaria baixo investimento e curto prazo. O sistema conta com 20 elevatórias de água tratada (ERATs) das quais apenas 6 não abastecem em marcha, mais 7 boosters. Destes 27 recalques de distribuição 15 não apresentavam equipamento reserva instalado por ocasião da visitação. O quadro resumo do Anexo 06 apresenta ERATs e Boosters, informando localização, origem e destino do abastecimento, cota obtida com GPS de navegação, tipo de abastecimento e observações. Todas as unidades foram visitadas e o registro fotográfico está no Anexo 03. O sistema conta com 27 reservatórios, com volume total de reservação de 3.355 m3. Com o novo reservatório R-2.2C de 1.000 m3, prestes a iniciar a operação, serão 28 reservatórios com volume total de 4.355 m3. Dos 27 reservatórios em operação 8 são em fibra com 20 m3, sendo que o R-1.3.1 é duplo (Anexo 07 – Quadro resumo dos reservatórios). Todas as unidades foram visitadas e o registro fotográfico está no Anexo 03. A denominação de ERATs e Reservatórios deve ser revista tão logo se tenha uma definição de como será o a nova concepção de distribuição do sistema. Para um melhor entendimento das zonas de pressão e do fluxo de distribuição atual foram desenvolvidos, com o apoio do corpo técnico local da CASAN, dois modelos de fluxograma, sendo um com níveis relativos. Destes fluxogramas se observa a existência de 29 zonas de pressão, que se transformarão em 30 quando da entrada em operação do novo R-2.2C de 1.000 m3 no Parque da Uva (Anexo 05 e Anexo 08). Destas, 7 zonas de pressão são de boosters aí incluso o booster do Bonaldo, que se encontra paralisado, sendo no momento desnecessária a sua ativação (Tabela 07). Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 16 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água Tabela 07 – Zonas de Pressão e Áreas de Influencia do Sistema Rio do Peixe Áreas de Influência e Zonas de de Pressão Influência R-1A e R-1B R-3 Zonas de Pressão Zonas No R-1A e R-1B 1 Booster ERAT 1.1 2 R-3 3 Booster Bonaldo 4 Booster-3.1 5 Booster E. Grando 6 R-3.2 7 R-4A e R-4B 8 Booster-4.2 9 R-4.1 R-4.1 10 R-1.2 R-1.2 11 R-Potrero R-Potrero 12 R-1.3 R-1.3 13 R-1.3.1 R-1.3.1 14 R-1.4 R-1.4 15 R-1.5 R-1.5 16 R-2.1 R-2.1 17 R-3.2 R-4A e R-4B R-2.2A / R-2.2B 18 Booster P. da Uva 19 R-2.2C R-2.2C 20 R-Codornas R-Codornas 21 R-5 R-5 22 R-4.3 R-4.3 23 R-5.1 R-5.1 24 R-5.2A e R-5.2B R-5.2A e R-5.2B 25 R-2.2A / R-2.2B R-5.3B R-5.3B 26 R-5.3A R-5.3A 27 R-6 R-6.1 R-6 28 Booster-6.2 29 R-6.1 30 Os registros fotográficos (Anexo 03) revelam a necessidade de maior proteção e segurança nas unidades do sistema, seja com relação a cercas de proteção, portões e tampas de reservatórios. Fica o registro que na visita ao reservatório R-1.2, próximo ao Quartel, houve abordagem e manifestação espontânea de um morador preocupado com a segurança e com atos cometidos por jovens sobre a laje superior do reservatório. A tentativa de registrar neste Plano os dados técnicos dos equipamentos das ERATs foi prejudicada pela falta de plaquetas nos equipamentos e ou plaquetas pintadas. Este trabalho deve ser suprido quando da complementação do cadastro técnico, referido anteriormente. A Tabela 08 apresenta a necessidade atual de reservação para a população total abastecida. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 17 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água Tabela 08 – Reservação Necessária para o Sistema Rio do Peixe (Incluindo Rio das Pedras) Consumo Per Capita Estimado (l/hab*dia) 220 Número de Economias Residenciais em Dez. 2009 13.320 Número de Habitantes por Economia Residencial Urbana - IBGE 2007 3,17 Coeficiente do Dia de Maior Consumo 1,2 3 11.158 Volume Consumido no Dia de Maior Consumo em m 3 Volume de Reservação Necessária em m 3.719 Volume de Reservação Existente 4.355 Segundo a Tabela 09, fornecida pela Superintendência de Chapecó, que abaixo transcrevemos, a extensão de redes de distribuição existentes é de 170.057 metros, mas este quadro gera dúvidas, pois possui somas incorretas e difere do texto que cita 143.751 metros de redes existentes. O BADOP sintético informa 155.9980 metros de redes de distribuição. A CASAN não disponibilizou cadastro técnico, mas sabe-se que já estar concluído na parte de redes. Os informes são de que há carência de anéis de maior diâmetro, compatíveis com a solicitação da demanda atual. Tabela 09 – Extensão de Redes de Distribuição Total DN Material Classe e P.S. Existente 20 PVC SLD 0,7MPa 2.197 2.197 25 PVC SLD 0,7MPa 4.910 4.910 32 PVC SLD 0,7MPa 8.274 8.274 40 PVC SLD 0,7MPa 1.834 1.834 50 PVC PBA 12 91.048 104.027 195.075 75 PVC PBA 12 18.398 16.507 39.905 100 PVC PBA 12 24.358 3.120 27.478 125 PVC PBA 12 1.762 34 1.796 150 PVC FOFO 1 MPa 10.357 6.157 16.514 200 PVC FOFO 1 MPa 3.880 3.080 6.960 250 PVC FOFO 1 MPa 2.345 337 6.562 300 PVC FOFO 1 MPa 308 308 80 F0F0 K-9 68 68 100 F0F0 K-7 45 150 F0F0 K-7 553 368 921 200 F0F0 K-7 11 11 250 F0F0 K-7 85 85 Projetado Geral 45 Considerando que a CASAN não disponibilizou o cadastro técnico de redes e o BADOP analítico, onde dados operacionais estão mais detalhados, adota-se a extensão de 155.998 metros em DN de 20 a 250 mm a que melhor representa a realidade. A extensão de adutoras de água tratada não foi fornecida. No Anexo 09 o Sistema de Videira está representado em croqui. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 18 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 2.2.4 Hidrometração Em 31 de dezembro de 2009 os sistemas de abastecimento de água de Videira, Bairro Rio das Pedras e Distrito de Anta Gorda contavam com ligações e economias conforme apresentado na Tabela 10. Observa-se que o índice de hidrometração atinge a 99,62% das ligações. O sistema Rio do Peixe que atende Videira, incluindo Rio das Pedras, contava ao final de 2009 com 11.430 ligações e 14.958 economias. Tabela 10 – Ligações e Economias do Sistema de Videira, Rio das Pedras e Anta Gorda SAA de Videira - Ligações e Economias em Dezembro 2009 Ligações Residenciais Comerciais Industriais Públicas Total Com Hidrômetros 9.914 686 67 157 10.824 Sem Hidrômetros 41 1 1 0 43 Total 9.955 687 68 157 10.867 % 91,97% 6,35% 0,63% 1,45% 100% Economias Residenciais Comerciais Industriais Públicas Total Com Hidrômetros 12.733 1.318 113 165 14.329 Sem Hidrômetros 41 1 1 0 43 Total 12.774 1.319 114 165 14.372 % 89,15% 9,21% 0,80% 1,15% 100% SAA de Anta Gorda - Ligações e Economias em Dezembro de 2009 Ligações Residenciais Comerciais Industriais Públicas Total Com Hidrômetros 46 0 0 0 46 Sem Hidrômetros 0 0 0 0 0 Total 46 0 0 0 46 Economias Residenciais Comerciais Industriais Públicas Total Com Hidrômetros 46 0 0 6 52 Sem Hidrômetros 0 0 0 0 0 Total 46 0 0 6 52 SAA de Rio das Pedras - Ligações e Economias em Dezembro 2009 Ligações Residenciais Comerciais Industriais Públicas Total Com Hidrômetros 527 22 6 7 562 Sem Hidrômetros 1 0 0 0 1 Total 528 22 6 7 563 Economias Residenciais Comerciais Industriais Públicas Total Com Hidrômetros 546 27 6 7 586 Sem Hidrômetros 0 0 0 0 0 Total 546 27 6 7 586 Os investimentos em hidrometração devem prosseguir com as novas ligações e na substituição de hidrômetros antigos e inadequados ao perfil e potencial de consumo dos usuários. Onde o consumo se revela acima do mínimo, as perdas de faturamento são proporcionais à idade dos medidores. Do estudo realizado pela empresa CISM se extrai: Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 19 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água “Segundo Nilsen et all (Medição de água, 2003), o rendimento de medidores velocimétricos em função do tempo de instalação apresentam um erro relativo ao registro da vazão nominal de 5,6%, sendo que o erro admitido para medidores usados é de 10 %. O rendimento dos medidores decresce com o tempo. Para medidores multijatos Classe B (consumidores de 0 a 15 m³/mês), os rendimentos observados no experimento realizado pelo GECIP/USMV - SANEPAR/2002, variaram de 85% no início da operação, 83% com 5 anos e 75,5% com 10 anos e 69% com 15 anos. Para medidores MJ Classe C (consumidores de 15 m³/mês a 30 m³/mês), a variação foi de 93% inicial, 92% aos 5 anos, 90,5% aos 10 anos e 87% aos 15 anos’’. A Tabela 11, extraída do histograma de consumo, traduz o perfil dos consumidores de Videira. Tabela 11 – Perfil dos Consumidores o Faixas de N Ligações Lidas 2009 3 Consumo (m ) Média/Mês % 0 a 10 1.160 51,23% 11 a 15 2.600 23,54% 16 a 20 1.284 11,63% 21 a 25 607 5,50% 26 a 30 284 2,57% 31 a 35 153 1,38% 36 a 40 88 0,79% 41 a 45 55 0,50% 46 a 50 40 0,37% 51 a 100 177 1,60% 101 a 300 92 0,83% 301 acima 6 0,05% TOTAIS 11.042 100% 51,23% Ligações com consumo até 10 m3/mes 74,77% Ligações com consumo até 15 m3/mes Consumo Médio Mensal em M3 por Ligação e Categoria Jan./2009 a Dez./2OO9 RES COM IND PUB TOT 12,90 22,21 25,75 38,18 13,91 Mesmo diante do percentual 51,23% dos consumidores na faixa de consumo de até 10 m3/mês, é recomendável uma reposição anual de 1.500 hidrômetros, com custo de materiais estimado em R$60.000,00. A oficina de aferição de hidrômetros deve estabelecer rotina para a aferição periódica dos medidores de grandes consumidores. 2.2.5 Índice de Atendimento Os relatórios da CASAN (BADOP) utilizam dados populacionais conflitantes com os da última contagem populacional do IBGE em seus cálculos de índices de atendimento. No mês de dezembro de 2009 o número de economias residenciais de Videira, incluindo o Bairro Rio das Pedras, era de 13.320. A taxa de ocupação de domicílios obtida na Contagem do IBGE de 2007 foi de 3,17 habitantes por domicílio e os dados históricos mostram que na quase Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 20 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água totalidade das cidades brasileiras estas taxas estão em declínio. Aplicando esta taxa ao número de economias residenciais existentes em dezembro de 2009, ou seja, 13.320 economias residenciais multiplicados pela ocupação de 3,17 hab/domicílio, se obtém a população abastecida de 42.224 habitantes, inferior aos 45.814 (retirado Anta Gorda) do BADOP. Usando a projeção do IBGE para a população de Videira de 2009 (fins de FPM) e projetando-a de julho de 2009 para dezembro de 2009 e considerando a estagnação da população rural, a população urbana de Videira pode ser considera como sendo de 41.402 habitantes ao final de 2009. Do exposto resulta o seguinte: • População Urbana da Sede em de dezembro de 2009 = 41.402 habitantes; • Número de economias residenciais do SAA em dezembro de 2009 = 13.320 economias; • Taxa de ocupação por domicílio da sede urbana conforme Contagem 2007 - IBGE = 3,17 hab; • População Abastecida em setembro de 2009 pelo SAA = 42.224 habitantes; • Índice de Atendimento = 100 %. A conclusão que se chega é que o sistema atende populações em áreas consideradas rurais nos setores censitários do IBGE. 2.2.6 Consumo per capita O trabalho de identificação do consumo per capita deve ser desenvolvido com o dimensionamento das perdas reais e aparentes conforme apresentado no Anexo 10. A simples divisão do consumo micromedido pela população abastecida proporciona apenas o per capita micromedido que pode ainda conter os erros da perda aparente. A obtenção do consumo per capita para Videira que seja consistente para projeções de abastecimento futuro, carece de dados de macromedição, do correto volume de processo e de consumos autorizados não medidos. É medida recomendada a macromedição do sistema do Rio do Peixe e o controle de todos os consumos autorizados e não medidos, conforme o já mencionado quadro conceitual de perdas. Usando o número médio de economias residenciais de Videira (incluindo Rio das Pedras e sem Anta Gorda) de 2009, ou seja, 13.068 economias e a taxa de ocupação de 3,17 habitantes por economia se chega a população média abastecida em 2009 de 41.426 habitantes. Com os dados do BADOP de volume disponibilizado no ano de 3.321.218 m3 e a população média abastecida no ano, se obtém um per capita de 220 l/hab*dia, portanto maior que os 202 l/hab*dia apresentados no BADOP (a diferença é causado pela diferença de população abastecida explicada no item 2.2.5), sem comentar os 103 l/hab*dia informados no primeiro relatório proveniente da diretoria da CASAN de Chapecó. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 21 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água Diante da carência de macromedição no sistema e para análise comparativa ao per capita obtido no BADOP, foi feito um caminho inverso de cálculo, usando dados do histograma de consumo, de janeiro de 2009 a dezembro de 2009. O volume micromedido total das ligações lidas foi dividido pela média das economias residenciais lidas, obtidas da média das ligações residenciais lidas multiplicadas pelo índice de verticalização. O índice de verticalização foi obtido da divisão do total das economias residenciais pelo total das ligações residenciais na base de dezembro de 2009. A Tabela 12 mostra a estimativa do per capita calculado a partir dos dados do histograma. Foram agregadas as perdas por micromedição, em função da idade média dos micromedidores, mais as perdas de distribuição de 40% (o BADOP estima em 43,54%). Coincidentemente o per capita assim calculado repetiu o valor de 220 l/hab*dia, indicando certa segurança nesta estimativa. Tabela 12 – Estimativa do “Per Capita” a partir do Histograma de Consumo (01/2009 a 12/2009) - Videira + Rio das Pedras + Anta Gorda Número Médio de Ligações Residenciais Micromedidas 10.139 Índice de Verticalização 1 Número Médio de Economias Residenciais Micromedidas 3 Total Anual dos Volumes Micromedidos do Sistema (m ) 12.871 1.843.710 Número de Habitantes por Economia Residencial Urbana - IBGE 2007 3 Número de Habitantes das Ligações Lidas 40.801 Consumo Per Capita Micromedido (l/hab*dia) 126 Perdas na Micromedição em l/s (Adotado 5%) 7 Perdas na Distribuição Inclusive Consumo Consentidos (Adotato 40%) (l/hab*dia) 88 Consumo Per Capita Estimado (l/hab*dia) 220 2.2.7 Índice de Perdas A correta determinação do índice de perdas do sistema de abastecimento de água de Videira fica prejudicada pela inexistência do macromedidores que permitam a obtenção do volume de água bruta aduzido, do volume de processo na ETA e do volume disponibilizado. Os relatórios da CASAN fazem estimativas destes volumes, mas, como já mencionado, mesmo se estiverem baseados em trabalhos de pitometria, estes são pontuais e não contemplam as variações de vazão decorrentes dos problemas do nível de água, obstruções de folhas na captação e as variações de rendimentos das bombas ao longo da vida útil. Sabe-se pelos operadores que o volume produzido é obtido a partir da medição no vertedor retangular, que não é contínua e precisa. O volume de processo também é definido por estimativa. Extraído do BADOP sintético, Banco de Dados Operacionais da CASAN, as perdas estão calculadas como registrado na Tabela 13: Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 22 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água Tabela 13 – Perdas Estimadas (BADOP – Jan. a Dez. 2009) Itens Captado De Processo Produzido Operacional Exportado / Importado 3 % Volumes (m ) 3.598.946 269.595 7,49% 3.329.351 8.133 0 Disponibilizado 3.321.218 Micromedido 1.843.710 55,51% Estimado Faturado pela média Perdas 8.442 0,46% 18.743 0,56% 1.450.323 43,54% No mencionado Projeto Básico de Melhorias e Ampliações da Distribuição do Sistema de Abastecimento de Água (item 2.2.3) é importante a definição de setores de distribuição com a otimização de zonas de pressão, que permitam a criação de distritos macromedidos e controlados por telemetria, com informações de vazão e pressão. O estabelecimento de distritos macromedidos proporciona, com o aperfeiçoamento do sistema supervisório já existente (níveis de reservatórios), com a agregação das informações telemétricas de macromedição e pressão de redes, uma poderosa ferramenta para o controle de perdas permitindo rápida atuação dos serviços de manutenção, antes mesmo que as reclamações surjam. Os resultados obtidos nestas unidades de macromedição, o comportamento dos níveis de reservatórios, cruzados com as totalizações das micromedições setorizadas, indicam a eficácia da manutenção na redução das perdas, uma vez que auxiliam na identificação de áreas com possíveis vazamentos. A importância econômica na redução das perdas se estende além da redução dos custos operacionais, pois aumenta a vida útil do sistema. Ressalta-se, no entanto, que de nada adiantarão estes investimentos se não forem acompanhados de uma radical mudança na gestão e manutenção operacional. Exemplos mostram que é bastante razoável alcançar níveis de perdas de água em padrões internacionais (menores do que 20%). A posição externada pelo Ministério das Cidades é de que investimentos em sistemas de abastecimento de água terão como pré-requisito, além do Plano Municipal de Saneamento Básico, o Plano de Controle de Perdas desenvolvido pela operadora. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 23 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água Tabela 14 – Incidência de Vazamentos Vazamentos Durante Ano de 2009 Itens Cavalete Ramal Redes até 100 mm Redes acima 100 mm Total Total Ano 989 730 63 228 2010 Média Mês 82 61 5 19 168 % 49% 36% 3% 11% 100% 7,21 5,32 0,46 12,99 0,53 0,39 0,03 0,95 Média Mês/1000 Ligações Média Mês/km de Redes Todo o esforço de controle de perdas resultará num aumento de alcance do projeto de ampliação do SAA e da capacidade atual de abastecimento. 2.2.8 Manutenção e Controle Operacional É medida prioritária a conclusão do cadastro técnico de redes e equipamentos (faltam elevatórias e reservatórios com níveis de entrada e saída, e equipamentos), e que este passe a ser utilizado pelos operadores como um instrumento permanente de trabalho. É indispensável o treinamento de no mínimo dois operadores lotados em Videira para a operação e manutenção deste cadastro, não necessariamente em tempo integral, mas com a responsabilidade por sua gestão. A estrutura operacional, pessoal, equipamentos e frota de veículos, disponibilizada pela CASAN tem se mostrado suficiente para a operação e manutenção do sistema de abastecimento de água, segundo a administração local da CASAN. O sistema de Videira conta com 39 servidores que atendem Videira e região vizinha. Analisando apenas o número total, este se mostra razoável para o porte do sistema, porém a com a alteração da estrutura operacional da CASAN, em que Videira deixou de ser Regional passando a Agência, houve redução de filiais sob sua responsabilidade, existindo um excedente de funcionários administrativos. Chama a atenção o fato de que não há mais engenheiros lotados em Videira. A fiscalização de obras do novo reservatório do Parque da Uva é feita por engenheiro lotado em Caçador. Tabela 15 – Quadro de Pessoal lotado em Videira. 0 Cargo N de Servidores Ag. Adm. Operacional 11 Auxiliar Técnico 3 Instalador Hidráulico Sanitário 3 Operador de ETA/ETE 5 Assistente Administrativo 14 Operador de Equip. Pesado 1 Secretária 1 Telefonista 1 Total 39 Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 24 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água Dentre os 15 veículos e equipamentos de porte existentes, o sistema conta com caminhão valetadeira, retroescavadeiras própria e locada, caçamba, utilitários e automóveis, conforme Tabela 16. Tabela 16 – Relação de Veículos lotados na Agência de Videira Modelo Lotação Situação Ano MB 608-D Videira Próprio 1981 F-4000 Videira Próprio 1998 Strada Videira Próprio 2005 Fiorino Videira Próprio 2006 Moto 150 Videira Próprio 2008 Gol Videira Locado 2009 MB 1516 Regional Próprio 1984 F-1000 Regional Próprio 1996 Retro Regional Próprio 1998 Strada Regional Próprio 2005 Uno Regional Próprio 2006 Fiorino Regional Próprio 2006 Gol Regional Locado 2009 Gol Regional Locado 2009 Saveiro Regional Locado 2009 Saveiro Regional Locado 2010 Com a implantação do programa de redução de perdas de água que está proposto, o quadro de pessoal, de equipamentos e veículos deverá ser revisto, assim como toda a política de manutenção e operação do sistema de abastecimento de água. Não foi disponibilizado pela CASAN o BADOP analítico onde se tem um maior detalhamento das atividades operacionais e de manutenção, tais como consumo de produtos químicos, datas de limpeza de reservatórios, carreira de filtros, ampliações de redes, etc. Também dados do SCI, sistema de informações comerciais, não foram repassados, exceto o número de vazamentos ocorridos em 2009, apresentado no item 2.2.7. O banco de dados (SCI) quando disponível e alimentado, fornece indicadores da eficiência operacional, como o tempo de espera médio por serviços de ligações e consertos. 2.2.9 Padrões de Qualidade da Água Fundamentada no disposto no Art. 2º do Decreto no 79.367/1977, a Portaria no 518/2004 do Ministério da Saúde, é o documento que estabelece os procedimentos e responsabilidades relativas ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, conforme a população abastecida e o tipo de manancial. Segundo esta Portaria a amostragem exigida para os sistemas de abastecimento de água de Videira, Rio das Pedras e Anta Gorda, está apresentado na Tabela 17. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 25 de 36 A CASAN disponibilizou o resumo anual de 2009 (Anexo 11) de análises do sistema de Videira. Não foram informadas as análises dos sistemas de Rio das Pedras (poço) e Rio das Antas. As análises bacteriológicas do sistema de Videira estão bem detalhadas e mostram o cumprimento da portaria 518/MS em número e padrões de qualidade, inclusive com as recoletas, quando pertinentes. Das análises físico químicas observam-se o que segue: • As análises dos denominados pela portaria de “demais parâmetros” e com exigências de monitoramento trimestrais e semestrais (agrotóxicos, trihalometanos e outros), referentes ao período, apresentaram resultados adequados à Portaria 518/MS. • Não há indicação do número de amostras de cor, turbidez, pH e flúor realizadas, para verificação do atendimento destes parâmetros à Portaria 518/MS. • Os meses de fevereiro, março e junho, tiveram amostras na rede de distribuição com o íon fluoreto acima do valor máximo permitido (1,5 mg/L), porém com média mensal adequada. • Os valores de cor e especialmente de turbidez se apresentam acima do valor máximo permitido em diversas situações, tanto na saída do tratamento, quanto na rede de distribuição. No mês de agosto de 2009 a média das amostras ultrapassou o VMP de turbidez na saída do tratamento. A sobrecarga da ETA operando acima de sua capacidade é seguramente a fonte deste problema. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 26 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água Tabela 17 – Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde - Número Mínimo de Amostras para Controle da Qualidade da Água Locais Manancial Superficial Manancial Subterrâneo Sistema Rio do Peixe Rio das Pedras e Anta Gorda Análises Manancial Saída do Tratamento Redes e Reservatórios Amostras Amostras Número Frequência Total Mês Número Frequência Total Mês Cor/Turbidez/pH 1 semestral 1/6 1 semestral 1/6 Cianotoxinas 1 mensal* 1* - - - Demais Parâmetros 1 semestral*** 1/6 1 semestral*** 1/6 Cor/Turbidez/pH 1 cada 2h 360 1 diária 30 CRL 1 cada 2h 360 1 diária 30 Fluoreto 1 cada 2h 360 1 diária 30 Trihalometanos 1 trimestral 1/3 - - - Coliformes 2 semanal 9 2 semanal 9 Cianotoxinas ** ** ** - - - Demais Parâmetros 1 semestral*** 1/6 1 semestral*** 1/6 Cor/Turbidez/pH 10 mensal 10 5 mensal 5 10 CRL 32 mensal 32 10 mensal Fluoreto 5 mensal 5 5 mensal 5 Trihalometanos 1 trimestral 1/3 1 anual 1/12 Coliformes 52 mensal 32 10 mensal 10 Heretotróficas 11 mensal 11 2 mensal 2 Cianotoxinas ** ** ** - - - Demais Parâmetros 1 semestral**** 1/6 1 semestral**** 1/6 * Quando exceder a 10.000 células/ml a frequência deve ser semanal. ** Quando exceder a 20.000 células/ml nas análise do manancial, será exigida a análise semanal na saída do tratamento e nos hidrômetros de entrada das clínicas de hemodiálise. *** As amostras coletadas junto à captação dos mananciais superficiais devem também averiguar se o tipo de tratamento utilizado é compativel com o enquadramento do manancial conforme art. 4 - CONAMA 357. A investigação de parâmetros radiotivos será obrigatória somente quando de evidências de causas de radiação natural ou artificial. **** A investigação de parâmetros radiotivos será obrigatória somente quando de evidências de causas de radiação natural ou artificial. Dispensada a análise na distribuição dos parâmetro que não forem detectados na saída do tratamento e/ou no manancial, à exceção de substâncias que possam potencialmente ser introduzidas ao longo da distribuição. Obs.: Em toda amostra microbiológica deve ser efetuada na hora da coleta a medida de cloro residual, sendo recomendada a determinação da turbidez. A autoridade de saúde po-derá alterar a frequência mínima de amostragem conforme o disposto no art. 30 Port. 518. 2.2.10 Política Tarifária e Regulamento A política tarifária e regulamento dos serviços em Videira seguem o estabelecido pela CASAN, único para todo o Estado de Santa Catarina, no sistema de subsídios cruzados e por patamares de consumo. Na Tabela 18 estão apresentados os valores das diferentes faixas tarifárias aplicadas, já observando o aumento recentemente aplicado. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 27 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água Tabela 18 – Valores das Diferentes Faixas Tarifárias Aplicadas Estrutura Tarifária - Tarifa Social Categoria Residencial "A" (Social) Faixa m³ Água R$ 1 Até 10 4,58/mês 2 11 a 25 1,2849/m³ 3 26 a 50 6,1771/m³ 4 maior que 50 7,5392/m³ Estrutura Tarifária - Tarifa Residencial Categoria Residencial "B" Faixa m³ Água R$ 1 até 10 24,47/mês 2 11 a 25 4,4844/m³ 3 26 a 50 6,2915/m³ 4 maior que 50 7,5392/m³ 5 Tarifa Sazonal 9,4240/m³ Estrutura tarifária - Tarifa Comercial Categoria Comercial Faixa m³ Água R$ 1 Até 10 36,12/mês 2 11 a 50 5,9935/m³ 3 > 50 7,5392/m³ Estrutura Tarifária - Tarifa Micro e Pequeno Comércio Categoria Faixa m³ Água R$ Micro e Pequeno Comércio 1 até 10 25,52/mês 2 Maior que 10 5,9935/m³ Estrutura Tarifária - Tarifa Industrial Categoria Industrial Faixa m³ Água R$ 1 Até 10 36,12/mês 2 Maior que 10 5,9935/m³ Estrutura Tarifária - Poder Público Categoria Faixa m³ Água R$ Pública 1 Até 10 36,12/mês 2 Maior que 10 5,9935/m³ O estudo comparativo com tarifas de outros sistemas em Santa Catarina, Tabela 19, mostra que as tarifas praticadas em Videira estão acima de todas as demais praticadas pelos sistemas municipais, isto explicado pela política de subsídios cruzados praticada pela CASAN, onde os sistemas maiores cobrem os déficits dos sistemas menores. O lado positivo desta tarifa mais elevada, está na possibilidade de viabilização dos investimentos necessários para a melhoria dos serviços de abastecimento de água e nos investimentos de esgotamento sanitário que se fazem necessários. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 28 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água Tabela 19 – Comparativo de Tarifas Residenciais Vigentes Em Abril de 2010 (R$) Faixas de Consumo Sistemas Até 10 m³ 15 20 30 SAMAE Rio Negrinho 17,90 34,63 55,28 106,08 SAMAE Blumenau 17,10 32,75 48,40 79,70 SAMAE Brusque 14,94 28,74 46,34 89,54 SAMAE Tijucas 14,20 22,60 32,25 55,40 SAMAE S. Fco. do Sul 16,50 26,95 40,35 73,05 SAMAE Urussanga 19,50 33,50 49,50 84,50 SAMAE São Ludgero 18,30 29,90 43,45 72,45 SAMAE Timbo 17,00 31,50 46,00 80,25 SIMAE Joaçaba 15,25 26,45 39,35 68,05 SAMAE Gov. Celso Ramos 15,10 25,05 37,55 63,8 Média das Autarquias 16,58 29,21 43,85 77,28 CASAN 24,47 46,89 69,31 123,19 Conforme disposto na Lei Federal no 11.445 de 2007, e na Cláusula Terceira do Convênio de Gestão Associada com o Governo do Estado de Santa Catarina o Município de Videira deve designar a Agência Reguladora para os serviços de saneamento básico, com objetivo de: I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários; II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas; III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência; IV - definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade. 2.2.11 Receitas Despesas e Resultados Dos relatórios denominados de “Relatório de Custo (Gestão Associada)” fornecidos pela CASAN ao Município para o ano de 2009, foi elaborado quadro sintético que está apresentado na Tabela 20. O relatório analítico está disponível no Anexo 12. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 29 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água Tabela 20 – Mapa Geral de Custos, Receita e Resultados (R$) Custo % Médias Mensais Despesas de Pessoal 924.230,12 24,61% 77.019,18 Despesas de Material 217.260,00 5,79% 18.105,00 1.557.614,50 41,48% 129.801,21 997.075,64 26,55% 83.089,64 Serviços de Terceiros Energia Elétrica (força) Cadastro, Leit. Hidr. e Entr. Contas Despesas Gerais 122.868,63 3,27% 10.239,05 610.264,78 16,25% 50.855,40 Pasep 97.107,17 2,59% 8.092,26 Cofins 452.222,18 12,04% 37.685,18 Depreciações, Provisões e Amortizações 213.493,90 5,69% 17.791,16 Despesas Financeiras 226.780,43 6,04% 18.898,37 5.406,24 0,14% Despesas Não Operacionais 450,52 Total Despesas 3.755.049,97 312.920,83 Total Arrecadação 6.503.822,90 541.985,24 Resultado (Arrecadação - Despesas) 2.748.772,93 229.064,41 Observa-se uma receita média mensal de R$ 541.985,24 e um resultado médio mensal de R$ 229.064,41, considerando apenas as despesas locais. A arrecadação do mês de dezembro de 2009 foi de R$ 595.738,85, as despesas importaram em R$ 299.468,24, com resultado de R$ 296.270,61. O montante do atraso de pagamento não foi informado. A análise do relatório de custo fornecido pela CASAN merece os seguintes comentários: • As despesas de pessoal do sistema representam 24,61% das despesas totais, as despesas de energia representam 26,55%. Esta Consultora conhecendo os relatórios de custos de outros sistemas operados pela CASAN conclui que a informação das despesas de pessoal, mesmo excluídas atividades da regional, deve conter algum equívoco e seguramente ela representa mais do que as despesas com energia elétrica, no total das despesas (custos+despesas). • Os valores de COFINS são significativos, representando o terceiro maior item das despesas, mas são pertinentes ao modelo institucional. 2.3 Diagnóstico do Sistema de Rio das Pedras e Sistemas Distritais 2.3.1 Sistema do Bairro de Rio das Pedras Este sistema é atendido por manancial subterrâneo cujos dados são os seguintes: localização nas coordenadas 22J 493971E e 7013527S com altitude de 855 m (GPS de navegação), vazão de 18 m3/h ou 5,0 l/s, com 78 metros de profundidade e bomba submersa instalada com dados técnicos não fornecidos. Não foram fornecidos dados operacionais do sistema, como os contidos no BADOP, de forma que qualquer análise mais aprofundada do mesmo fica prejudicada. A desinfecção e a fluoretação das águas são feitas junto ao poço. O sistema possui macromedidor e a água captada é recalcada até ao reservatório R-5.3B, apoiado de concreto armado com 50 m3 de capacidade, localizado nas coordenadas 22J 493958E e Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 30 de 36 7013362S com altitude de 931 m. Este reservatório atende a parte alta do Rio das Pedras e alimenta por gravidade o reservatório R-5.3A, apoiado de concreto armado com capacidade de 30 m3, localizado nas coordenadas 22J 493309E e 7013446S com altitude de 894 m. Este reservatório abastece a zona baixa do Bairro Rio das Pedras. No Anexo 03 estão apresentadas as fotos das 3 unidades. O sistema contava, em dezembro de 2009, com 563 ligações e 586 economias, das quais 546 residenciais. A população abastecida (estimada pela taxa de ocupação do Bairro – IBGE 2007=3,49 hab./domicílio) era de 1.905 habitantes. Não houve informação das extensões e diâmetros das redes de distribuição e recalque, mas sabe-se que estes dados existem do cadastro de redes efetuado ao final do ano passado. O fato de o sistema possuir uma alternativa de reforço no abastecimento, a partir do sistema Rio do Peixe, indicava que, se em algum momento isto é necessário, havia problemas de abastecimento, até porque o quadro de capacidade de atendimento do poço mostra que a vazão informada é insuficiente com 16 horas de bombeamento, vazão recomendável para poços de fratura. Na reunião comunitária isto ficou perfeitamente demonstrado. Há necessidade de assegurar o efetivo reforço do sistema de Rio das Pedras a partir do sistema do Rio do Peixe através da adutora existente, quando isto se mostrar necessário, visto que isto não aconteceu recentemente, conforme afirmado pelos moradores. As Tabelas 21 e 22 apresentam a capacidade de atendimento do sistema e a reservação necessária, destacando-se que em função do padrão de ocupação com população de hábitos de menor consumo, foi adotado um per capita de 160 l/hab*dia. Tabela 21 – Capacidade de Atendimento do Sistema Rio das Pedras a partir do “Per Capita” Estimado Vazão Aduzida pelo Poço 5 Vazão Distribuída em l/s 5 Coeficiente do Dia de Maior Consumo (Norma) 1,2 Consumo Per Capita Estimado (l/hab*dia) 160 População Abastecida pelo Sistema em Dez. de 2009 1.905 População Abastecível (Operando 16 Horas no Dia de Maior Consumo) 1.500 Tabela 22 – Reservação Necessária para o Sistema Rio das Pedras Consumo Per Capita Estimado (l/hab*dia) 160 Número Médio de Economias Residenciais em Dez. de 2009 546 Número de Habitantes por Economia Residencial Urbana - IBGE 2007 3,49 Coeficiente do Dia de Maior Consumo (Norma) 1,2 3 Volume Consumido no Dia de Maior Consumo em m Volume de Reservação Existente em m 3 366 80 3 Volume de Reservação Necessária em m 122 2.3.2 Sistema do Distrito de Anta Gorda Este sistema é atendido por manancial subterrâneo cujos dados são os seguintes: localização nas coordenadas 22J 476074E e 7019542S com altitude de 772 m (GPS de navegação), vazão de 7 m3/h ou 1,94 l/s, com 60 metros de profundidade e bomba submersa instalada Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 31 de 36 com dados técnicos não fornecidos. Não foram fornecidos dados operacionais do sistema, como os contidos no BADOP, de forma que qualquer análise mais aprofundada do mesmo fica prejudicada. A desinfecção e a fluoretação da água são feitas junto ao poço. A água captada é recalcada até ao reservatório de fibra apoiado, com 20 m3 de capacidade, localizado nas coordenadas 22J 476478E e 7019420S com altitude de 823 m. O sistema contava, em dezembro de 2009, com 46 ligações e 52 economias, das quais 46 residenciais. A população abastecida (estimada pela taxa de ocupação do Distrito – IBGE 2007=3,29 hab./domicílio) era de 151 habitantes. No Anexo 13 estão apresentadas as fotos do Sistema. Não houve informação das extensões e diâmetros das redes de distribuição e recalque. As informações são de que o poço apresenta teor de manganês superior ao VPM (valor máximo permitido) e que será abandonado com a perfuração de um novo poço. Tabela 23 – Vazão e Reservação Necessárias para o Sistema Anta Gorda Consumo Per Capita Estimado (l/hab*dia) 160 Número Médio de Economias Residenciais em Dez. de 2009 Número de Habitantes por Economia Residencial Urbana - IBGE 2007 Coeficiente do Dia de Maior Consumo (Norma) 3,29 1,2 3 Volume Consumido no Dia de Maior Consumo em m Volume de Reservação Existente em m 46 3 29 20 3 Volume de Reservação Necessário em m Vazão Necessária em l/h (Poço) 10 1.816 2.3.3 Sistema do Distrito de Lourdes Sistema operado pela Comunidade, atendido por manancial subterrâneo cujos dados são os seguintes: localização nas coordenadas 22J 497321E e 7006625S com altitude de 966 m (GPS de navegação), vazão de 24 m3/h ou 6,66 l/s. Bomba submersa instalada com vazão de 8 m3/h, recalcando a água até reservatório intermediário de 8 m3, localizado nas coordenadas 22J 497236E e 7006611S com altitude de 977 m. Deste reservatório outro conjunto motobomba com a vazão de 8 m3/h, recalca a água até reservatório apoiado de fibra com 15 m3, localizado nas coordenadas 22J 497185E e 7006806S com altitude de 1017 m. No Anexo 13 estão apresentadas as fotos do Sistema. Não há tratamento da água distribuída, e não existe controle sistemático da qualidade da água distribuída. Não foram obtidos mais dados técnicos do sistema. O sistema abastece a 16 residências, salão paroquial e um colégio com cerca de 200 alunos. 2.3.4 Sistema do Distrito de São Pedro Sistema operado pela Comunidade, atendido por manancial subterrâneo cujos dados são os seguintes: localização nas coordenadas 22J 475404E e 7024270S com altitude de 850 m (GPS de navegação), vazão de 1.800 l/h, insuficiente para atendimento da demanda das 45 ligações existentes. Bomba submersa instalada com vazão desconhecida, recalcando a água até reservatório apoiado de fibra com 20 m3. No Anexo 13 está apresentada a foto da Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 32 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água captação (poço). Não há tratamento da água distribuída, e não existe controle sistemático da qualidade da água distribuída. Não foram obtidos mais dados técnicos do sistema. Houve a decisão da Comunidade em transferir o sistema para a CASAN, na busca de uma administração técnica. Técnicos da CASAN estiveram no local e orientaram os moradores a implantar as instalações padrão da CASAN para recepcionar os hidrômetros, dando prazo de 20 dias. Afirmam que isto foi realizado com dificuldade por alguns, pois o custo foi de R$ 160,00 reais, pagos a uma empresa particular. A orientação da CASAN se deu em novembro do ano passado e até o momento da reunião comunitária os hidrômetros não foram instalados e nada mais aconteceu. Há uma insatisfação pelo fato de a CASAN não ter assumido o sistema e sentem-se frustrados e desrespeitados. Atualmente cerca de 45 casas são abastecidas por sistema operado pela Comunidade. Não é cobrada tarifa e há uma expectativa de 62 ligações caso os problemas de nível de reservatórios sejam superados. Há um segundo poço perfurado na região, que segundo relatos, apresentou altas concentrações de ferro. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 33 de 36 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Indispensável a observação e a compreensão de que o suprimento de água para Videira apresenta alto grau de complexidade e vulnerabilidade, além de operar com sobrecarga para o abastecimento da população. O sistema de abastecimento de água está no limite de sua capacidade, situação já observada por ocasião da celebração do Convênio de Gestão Associada com o Governo do Estado de SC, tendo como interveniente a CASAN. Na cláusula quarta, § 2º, inciso II do citado Convênio está expresso: “Executar estudos projetos e obras, sem ônus algum para o Município, objetivando equacionar e solucionar, de forma satisfatória, deficiências no abastecimento de água e esgotamento sanitário no Município”. Na cláusula quarta, § 2º, incisos XI, XII, XIII, e XVII são especificadas obras de poço profundo, 4 reservatórios e 8.000 km de adutoras. O poço profundo perfurado se revelou sem vazão e inadequado ao consumo humano, o que levou a busca de solução emergencial através da instalação de ETA metálica auxiliar e ampliação dos estágios dos rotores dos conjuntos motobomba da captação para aumento da vazão de água bruta. O reservatório do Parque da Uva está em vias de ser ativado. Estão pendentes de definição os demais reservatórios e adutoras, que se sugere esperar a conclusão de cadastro técnico e elaboração dos estudos e projetos propostos neste diagnóstico. Dos levantamentos realizados observa-se que não há um projeto técnico atualizado para ampliação do sistema e isto é urgente. As ampliações realizadas no passado, foram a reboque de uma urbanização não planejada, com o objetivo de resolver situações pontuais sem uma visão sistêmica. Como conclusões deste diagnóstico, para o estabelecimento de prioridades de ação e investimentos nos programas e projetos que serão objeto de detalhamento em etapa posterior deste Plano, destacam-se as recomendações que seguem: 1. Implantar a etapa imediata de ampliação da capacidade de adução água bruta e ampliação da capacidade de tratamento de água. Segundo o corpo técnico da Operadora em Videira estas medidas estão em andamento, com a ampliação dos estágios dos rotores das bombas de captação e com a instalação de uma ETA metálica aberta de 30 l/s. Com os novos estágios é esperada uma vazão de 140 l/s com duas bombas, ficando a terceira como reserva, diminuindo assim a vulnerabilidade da ERAB. A ETA metálica permitira a operação da ETA atual com menor vazão, diminuindo a sua sobrecarga. Ressalta-se que estas medidas são emergenciais e para evitar desabastecimento no próximo verão, mas não representam a solução dos problemas existentes. 2. Concluir com prioridade o cadastro técnico que contemplou o levantamento das redes no ano passado. Faltam algumas complementações, em especial o cadastro de Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água equipamentos e de níveis básicos para dimensionamento em 34 de 36 elevatórias e reservatórios. 3. Dar treinamento imediato para no mínimo dois operadores lotados em Videira para a operação e manutenção do cadastro técnico de redes, não necessariamente em tempo integral, mas com a responsabilidade por sua gestão. O trabalho realizado no ano passado com as redes é fundamental para a gestão do sistema e não está sendo mantido, correndo o risco de perda de um significativo investimento. 4. Desenvolver, a partir do cadastro técnico da distribuição, análise dinâmica do comportamento hidráulico do sistema, identificando os gargalos na situação atual e simulando cenários futuros de ocupação urbana, em sintonia com o novo Plano Diretor Municipal e projeções populacionais. Este trabalho resultará em novo planejamento e delimitação das zonas de pressão e de influência de reservatórios, com definição das intervenções necessárias ao sistema, quanto a elevatórias, reservatórios, válvulas redutoras de pressão, redes adutoras, redes tronco de distribuição, buscando reduzir a complexidade do sistema e a vulnerabilidade dos bombeamentos em série e distribuições em marcha. A vulnerabilidade do sistema ficou bem caracterizada na manifestações ocorridas nas reuniões comunitárias. Este produto pode ser denominado Projeto Básico de Melhorias e Ampliações da Distribuição do Sistema de Abastecimento de Água da Cidade de Videira. Os volumes dos reservatórios propostos no Convênio de Gestão Associada também seriam daí definidos. O tempo e o investimento para estes trabalhos não são significativos. 5. Re-examinar as projeções populacionais com a agregação de todos os levantamentos censitários do IBGE e definir a ampliação da capacidade de produção do sistema, com diâmetro da nova adutora e vazão da ETA, que aqui se sugere não seja inferior a 200 l/s, em primeira etapa. Fica aqui a recomendação para que o planejamento municipal defina qual a projeção populacional a adotar e que esta sirva de base para todos os estudos e projetos que se desenvolvam em Videira, evitando a multiplicidade de projeções populacionais. 6. Desenvolver os projetos executivos do aumento de produção e da ampliação e melhorias do sistema distribuidor (redes, elevatórias, reservatórios, etc.) e implantar as obras necessárias. 7. Iniciar um programa de redução de perdas reais com a definição de distritos macromedidos monitorados em tempo real, quanto a níveis de reservatórios, vazões de alimentação dos distritos e pressão de redes (ampliação do sistema supervisório para tele-gestão). Instalar a macromedição do sistema produtor e controlar todos os consumos autorizados e não cobrados. A existência de um consistente programa de redução de perdas de água será em curto prazo um pré-requisito de acesso aos recursos federais. 8. Desenvolver programas de preservação da bacia do manancial atual e dos que Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 35 de 36 potencialmente possam a ser utilizados no futuro em sistemas independentes, agregando o apoio de entidades como EPAGRI, Vigilância Sanitária, Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente do Município e Polícia Ambiental. 9. Estender as ações de saneamento básico às populações rurais, orientando-as nas soluções individuais de abastecimento de água. 10. Elaborar projeto de tratamento e reciclo das águas provenientes das descargas de fundo e lavagem dos decantadores e lavagem de filtros da ETA, e implantá-lo para assegurar a obtenção de licenciamento ambiental de operação. 11. Proporcionar adequado suporte ao desenvolvimento dos trabalhos de cadastro técnico. 12. Assegurar reposição ágil de pessoal para manutenção e operação, mantendo as equipes em dimensionamento ideal. Repor engenheiro operacional. 13. Impedir o acesso de terceiros às unidades do SAA através da recuperação de cercas e mantendo as unidades com portas e tampas protegidas com cadeados. 14. Programar campanhas de esclarecimento da importância do uso de água tratada com cloro e flúor, nas localidades onde existem sistemas comunitários que operam sem tratamento (Lourdes e São Pedro). Orientar e apoiar os sistemas alternativos, operados por associações de moradores, para que iniciem o tratamento da água distribuída e tenham o controle de qualidade desta água conforme estabelece a Portaria 518/2004 do MS. O Distrito de São Pedro carece de especial atenção com rápida definição de sua transferência ou não para a CASAN. Em caso de não transferência se configura a necessidade de apoio técnico do Município na solução do problema lá existente. 15. Assegurar o efetivo reforço do sistema de Rio das Pedras a partir do sistema do Rio do Peixe através da adutora existente, quando isto se mostrar necessário, em especial nos períodos de verão e safra da maça, quando a vazão do poço se torna insuficiente ao atendimento da população abastecida. 16. Desenvolver rotina de descargas de redes nas pontas do sistema distribuidor e por ocasião da ocorrência de vazamentos. 17. Inibir o crescimento urbano a montante da atual captação e dar solução ao esgotamento na área já ocupada (Cidade Alta). 18. Substituir os micromedidores com mais de 5 anos, priorizando os consumidores acima de 10m3/mês. 19. Desenvolver uma nova forma de gestão operacional e manutenção operacional, integrante de um programa de redução de perdas de água. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010 Relatório II Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água 36 de 36 4. ANEXOS A relação de anexos está apresentada abaixo: Anexo 01 – Lei Federal no11445/2007 Anexo 02 – Lei Municipal no 64 de 28/05/08 c/ Alterações e Convênio de Gestão Associada Anexo 03 – Fotos das Unidades do Sistema de Abastecimento de Água - Videira Anexo 04 – Descrição das Ampliações e Melhorias (fornecida pela CASAN em meio físico) Anexo 05– Fluxogramas do Sistema Anexo 06– Quadro Resumo das ERATs e Boosters Anexo 07– Quadro Resumo dos Reservatórios Anexo 08 – Fluxograma com Níveis Anexo 09 – Croqui do SAA de Videira Anexo 10 – Quadro Conceitual de Perdas Anexo 11 – Resumo Anual das Análises - 2009 Anexo 12 – Relatório de Custo (Gestão Associada) Anexo 13 – Fotos dos SAA dos Distritos Anexo 14 – Poços Perfurados no Município Videira, Maio de 2010. Plano de Saneamento Básico de Videira Maio/2010