Detecção feno+pica de ERCs em laboratórios de microbiologia clínica e importância médica Jorge Luiz Mello Sampaio Professor de Microbiologia Clínica Faculdade de Ciências FarmacêuFcas -‐ USP Médico Responsável – Microbiologia – Fleury Medicina e Saúde Jorge Sampaio Roteiro • Que critérios uFlizar • Por que não deve ser uFlizado o teste de Hodge modificado • Racional para triagem feno+pica de mecanismos de resistência • O que testar adicionalmente, como testar e interpretar • Cuidados no uso da automação • Culturas de vigilância • O que deve ser enviado aos LACENs Jorge Sampaio Que critério uFlizar? Nota técnica 01/2013 ANVISA Concentração Inibitória Mínima Antimicrobia Sensível no (µg/mL) I (µg/mL) Disco-Difusão Potência Resistente Sensível do Disco (µg/mL) (mm) (µg) ≥8 30 ≥ 24 ≥8 30 ≥ 24 ≥8 10A ≥ 22A I (mm) Resistente (mm) 21-23 21 - 23 19-21A ≤ 20 ≤ 20 ≤ 18A Aztreonam Cefepima CeftazidimaA ≤1 ≤1 ≤1 2-4 2–4 2–4 Ertapenem Colistina ou Polimixina B ≤ 0,5 ≤2 1 - ≥2 ≥4 10 -B ≥ 25 - 22 - 24 - ≤ 21 - ≤1 2 ≥4 15 ≥ 18C 15 – 17C ≤ 14C Tigeciclina Jorge Sampaio Faz senFdo? CLSI -‐2013 EUCAST Jorge Sampaio Por que não deve ser uFlizado o teste de Hodge modificado? Jorge Sampaio Jorge Sampaio Solução de ácido fenilborônico • Solução de ácido fenilborônico 40 mg/ml • Ácido fenilborônico (Fluka 78181 ou Aldrich P20009) -‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐ 240 mg • DMSO -‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐ 3 ml • Água grau reagente -‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐ 3 ml • Esterilizar por filtração 0,22 µm (opcional) • A solução pode ser estocada por um mínimo de 3 meses a -‐20°C; • Aplicar 10 µl/ disco de imipenem e meropenem • Deixar evaporar o excesso de umidade Solução de cloxacilina • Solução de cloxacilina 75 mg/ml • Cloxacilina sal sódico monohidratado (Sigma C9333) -‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐ 750 mg • Água grau reagente -‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐ 10 ml • Esterilizar por filtração 0,22 µm • A solução pode ser estocada por um mínimo de 3 meses a -‐20°C; • Aplicar 10 µl/ disco de imipenem e meropenem • Deixar evaporar o excesso de umidade Solução de EDTA 0,1M • EDTA sal dissódico dihidratado (Merck 1.08418.1000 ou Sigma E6635) - Mol = 372,24 g • Preparo da solução • EDTA ------------------------------ 1,86 g • Água grau reagente ------------ 40 mL • Ajustar o pH para 7,5 com NaOH 5M • Agitar até completa dissolução do EDTA • Ajustar o volume para 50 mL em temperatura ambiente • Distribuir em frascos com 1 mL cada • Esterilizar em autoclave por 10 min a 121 °C • Estocar em temperatura ambiente por até 1 ano. Cloxacilina 10 µl de solução 75 mg/mL IMI Sem adiFvo MEM ERT MEM IMI IMI MEM MEM IMI Ácido fenilborônico 10 µl de solução 40 mg/mL EDTA 10 µl de solução 0,1M Jorge Sampaio KPC Carbapenemase de Klebsiella pneumoniae 2f A Bush Ambler Hidrólise de cefalosporinas, carbapenêmicos, penicilinas e cefamicinas. Pobremente inibidas por ácido clavulânico ou tazobactam. Jorge Sampaio KPCs • 14 descritas até o momento (KPC-‐1 = KPC-‐2) Fonte: hqp://www.lahey.org/Studies/other.asp#table1 • • • • São inibidas pelo ácido fenilborônico Não são inibidas pelo EDTA Não há potenciação com cloxacilina Não degradam eficientemente cefoxiFna Jorge Sampaio Detecção de KPC com ácido fenilborônico • Pode haver falso posiFvo com AmpC plasmidial + perda de porina • DiagnósFco diferencial: potenciação com cloxacilina – Pos – AmpC plasmidial + perda de porina – Neg -‐ KPC Jorge Sampaio Detecção com AFB • Por enquanto aplicável apenas a enterobactérias NÃO pertencentes ao grupo CESP • > 99% de correlação com detecção por PCR. • Falsos posiFvos com Grupo CESP Jorge Sampaio NDM New Delhi Metalobetalactamase 3a B Hidrólise de todos os β-‐lactâmicos, Bush Ambler exceto monobactâmicos. Inibidos por EDTA e quelantes de íons metálicos. Não inibidos por ácido clavulânico ou tazobactam. Outras: IMP e VIM Jorge Sampaio NDM • Nove variantes descritas até o momento – hqp://www.lahey.org/Studies/other.asp#table1 • América LaFna (Publicações) – Guatemala – Colombia Jorge Sampaio NDM • Possuem duas moléculas de zinco no síFo aFvo • InaFvadas pelo EDTA e outros quelantes de cáFons divalentes (ácido dipicolínico) Jorge Sampaio Importante • Outras metalo-‐betalactamases, como IMP, VIM e SPM apresentam posiFvidade para esse teste (EDTA+). Jorge Sampaio Puro Cloxacilina EDTA Ácido Fenilborônico Jorge Sampaio Novo Desafio Microbiológico NDM • Metalo-‐β-‐lactamase • Testar meropenem e imipenem com e sem EDTA; • 10 μL de solução de EDTA 0,1M • Deixar evaporar o excesso de umidade • Nordmann et al., J Clin Microbiol. 2011;49(2):718-‐21. • Aumento ≥ 5 mm com qualquer um dos substratos = provável MBL • Confirmar por PCR e sequenciamento de DNA • Pode haver falsos posiFvos • Ideal ácido dipicolínico (Sigma P63808) 1000 µg/disco Jorge Sampaio Detecção de Resistência a carbapenêmicos • E. coli, K. pneumoniae, P. mirabilis e outros não produtores de AmpC cromossômica • Triagem com ertapenem (I ou R) EUCAST • Determinar CIMs para Meropenem e Imipenem • Discos de IMP e MEM com: – Ácido fenilborônico 10 µl de solução 40 mg/mL – EDTA 10 μL de solução de EDTA 0,1M – Cloxacilina – 10 µl de solução 75 mg/mL Tsakris A et al J Clin Microbiol. 2011 Aug;49(8):2804-‐9. Giske Jorge et aSampaio l. Clin Microbiol Infect 2011 Apr;17(4):552-‐6. Nordmann et al., J Clin Microbiol. 2011;49(2):718-‐21. Jorge Sampaio Reforçando conceitos • Grupo CESP – Triagem com meropenem e imipenem – Interpretar apenas o teste com EDTA • Não CESP – Triagem com ertapenem, imipenem e meropenem – Interpretar AFB, cloxa e EDTA Jorge Sampaio Grupo CESP • • • • • • Citrobacter freundii Enterobacter spp. Serra9a spp. Providencia spp. Morganella morganii Hafnia alvei Jorge Sampaio Interpretando (não CESP) β-lactamase AFB EDTA CLOXA KPC + N N NDM/IMP/VIM N + N AmpC + perda + N + porina OXA-48 e N N N outras + = aumento ≥ 5 mm com um ou mais dos substratos Jorge Sampaio Importante • Em casos de infecção a determinação das CIMs para imipenem e meropenem deve ser realizada por método não automaFzado; • A triagem de produção de carbapenemases em não CESP deve incluir o ertapenem. Jorge Sampaio Polimixinas • Não uFlizar disco-‐difusão; • Paineis de microdiluição congelados a -‐80°C; • UFlizar Etest de colisFna e não polimixina B – 48,7% de erros menores – van der Heijden et al. Ann Clin Microbiol AnFmicrob. 2007;6:8. Jorge Sampaio Fosfomicina • No CLSI só há critérios interpretaFvos para E. coli em infecções urinárias • Conduta pessoal: – E. coli em ITU disco-‐difusão CLSI – Todas as outras espécies de enterobactérias e síFos anatômicos determinação da CIM com Etest – Critérios interpretaFvos do EUCAST – Sensível ≤ 32 mg/L – Resistente ≥ 64 mg/L Jorge Sampaio Tigeciclina • • • • Não há critérios no CLSI M100-‐S23 Nota Técnica ANVISA 01/2013 EUCAST E. coli disco-‐difusão Demais enterobactérias determinar a CIM – Preferencialmente microdiluição com caldo MH preparado no dia do teste um manFdo a -‐80°C – Etest superesFma intermediários • Vitek2 – 25 a 27% de falsa resistência Jorge Sampaio Outros • Cloranfenicol – Disco-‐difusão • Rifampicina – Não há critérios interpretaFvos Jorge Sampaio Testes de sinergismo • Em modelo murino sinergismo entre doripenem e amicacina mesmo com CIMs na faixa de resistência • Amicacina + levofloxacino = antagonismo • Hirsch et. al. J Infect Dis 2013;207:786–93 Jorge Sampaio O que é melhor: PCR direto do swab retal ou cultura de vigilância? – A cultura de vigilância detecta P. aeruginosa e Acinetobacter MDR além de ERC; – Detecta novos alelos que podem não ser detectados pela PCR; – Direcionamento precoce de conduta – O uso de inibidores e potenciadores tem a limitação de detectar OXA-‐48 por exclusão Jorge Sampaio Culturas de Vigilância • Swab retal ou fezes • CulFvo inicial em 10 ml de caldo TSB ou BHI com 1 disco de ertapenem (1mg/L) Jorge Sampaio Culturas de Vigilância – Detecção de ERC Semear o swab no caldo BHI ou TSB com ertapenem (1mg/L) NÃO 48h de incubação ? Incubar 12 a 24 horas NÃO Meio turvo? SIM Testar todos os Fpos coloniais disFntos se halo do ertapenem < 27 mm SIM SIM Sem turvação. Liberar negaFvo SIM. Repicar em ágar cromogênico ESBL ou MacConkey com discos de ertapenem e meropenem ; incubar 18 a 24 h 37 °C Interpretar e liberar LOLANS, K. et al. J Clin Microbiol 2010;48(3):836-‐41. O que enviar para o LACEN • ANVISA • Qualquer isolado EDTA+ (infecção ou colonização) • Não há necessidade de enviar não CESP (p. ex. K. pneumoniae)posiFvas para ácido fenilbrorônico. Jorge Sampaio Obrigado! Jorge Sampaio