UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME PULMONAR TOTAL E COMPARTIMENTAL DE CRIANÇAS COM PESO NORMAL E OBESIDADE EM DIFERENTES POSTURAS LETÍCIA MARIA MENDONÇA E SILVA Natal 2012 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME PULMONAR TOTAL E COMPARTIMENTAL DE CRIANÇAS COM PESO NORMAL E OBESIDADE EM DIFERENTES POSTURAS LETÍCIA MARIA MENDONÇA E SILVA Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Programa de PósGraduação em Fisioterapia, para obtenção do título de Mestre em Fisioterapia. Orientadora: Profª Drª Armèle Dornelas de Andrade Co-orientação: Profª Drª Daniella Cunha Brandão Natal 2012 3 Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do Centro de Biociências Silva, Letícia Maria Mendonça e. Análise da distribuição do volume pulmonar total e compartimental de crianças com peso normal e obesidade em diferentes posturas / Letícia Maria Mendonça e Silva. – Natal, RN, 2012. 109 f.: il. Orientadora: Profa. Dra. Armèle Dornelas de Andrade. Coorientadora: Profa. Dra. Daniella Cunha Brandão. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia. Obesidade. – Dissertação. 2. Criança. – Dissertação. 3. Postura. – Dissertação. I. Andrade, Armèle Dornelas de. II. Brandão, Daniella Cunha. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título. RN/UF/BSE-CB CDU 616.4-053.2 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia: Profº Drº Jamilson Simões Brasileiro iii 5 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME PULMONAR TOTAL E COMPARTIMENTAL DE CRIANÇAS COM PESO NORMAL E OBESIDADE EM DIFERENTES POSTURAS BANCA EXAMINADORA Profª Drª Armèle Dornelas de Andrade (Presidente – UFRN) Profª Drº Guilherme Augusto Freitas Fregonezi (Membro interno – UFRN) Profª Drª Shirley Lima Campos (Membro externo - UFPE) Iv 6 Dedicatória A minha mãe Valéria Mendonça, Minha avó Carmen Lúcia, Meu esposo Alexandre Ribeiro, Minhas razões de viver. v 7 Agradecimentos A Deus, por me dar forças quando mais precisei e por ter colocado verdadeiros anjos na minha vida ao longo dessa trajetória. A professora Drª Armèle Dornelas pelos ensinamentos e orientações que vão além da vida acadêmica foram contribuições para meu crescimento pessoal. A professora Drª Daniella Cunha Brandão por me auxiliar com suas inúmeras contribuições e por ter me recebido tão gentilmente em sua casa. A minha mãe, Valéria Mendonça, por ser essa eterna incentivadora das minhas decisões, por tanto amor e afeto. Ao meu amor, Alexandre Ribeiro, por caminhar comigo em mais essa etapa, pelo apoio, amor e compreensão nos inúmeros momentos de ausência. A minha avó, Carmen Lúcia Mendonça, por ter despertado em mim o gosto e prazer da vida acadêmica. Aos meus tios Elza Mendonça e Everaldo dos Anjos por me receberem na sua casa com todo o carinho durante esse tempo que precisei ficar em Recife. As grandes velhas amigas Gabriela Melo, Noelle Barbosa, Thaciana Queiroga, Juliana Veras, Roberta Cavalcanti e Renata Farfus por sempre estarem disponíveis e me ouvirem quando mais precisei. As grandes novas amigas Catarina Rattes, Cyda Reinaux, Jacqueline Barcelar, Gabriela Cavalcanti, Larissa Feitosa e Helga Muniz por todos os ensinamentos, conselhos e conversas que tornaram essa caminhada mais fácil e agradável. vi 8 As minhas companheiras de viagem para Natal, Roberta Mendonça, Fabienne Louise, Larissa Coutinho e Larissa Morais que tornaram esses momentos inesquecíveis. A todos que participam do Laboratório de Fisioterapia CardioPulmonar – UFPE que me fizeram sentir em casa, me receberam de braços abertos. Em especial a Rafael Justino por colaborar nas coletas. A Drª Bárbara Gomes da Silva pelo encaminhamento dos pacientes do ambulatório de Endocrinologia Pediátrica e a coordenadora pedagógica Simonise Silva pela recepção e acolhimento na ONG – Aldeias Infantis. A todos os pacientes e seus responsáveis que, gentilmente, participaram da pesquisa e contribuíram com o crescimento da ciência. vii 9 Sumário Dedicatória .................................................................................................. v Agradecimentos ...........................................................................................vi Lista de Siglas e Abreviaturas ......................................................................x Lista de Figuras ............................................................................................xii Resumo ........................................................................................................xiii Abstract ........................................................................................................xiv 1.INTRODUÇÃO ..........................................................................................1 1.1 Revisão de Literatura .............................................................................2 1.1.1 Avaliação antropométrica na obesidade .............................................2 1.1.2 Fisiologia respiratória na obesidade ...................................................3 1.1.3 Movimento tóracoabdominal ...............................................................5 1.1.4 Comorbidades cardiorrespiratórios da obesidade ..............................7 1.1.5 O posicionamento e a ventilação pulmonar .......................................8 1.1.6 Pletismografia optoeletrônica .............................................................9 1.2 Justificativa.............................................................................................9 1.3 Objetivos .............................................................................................. 10 1.3.1 Geral ..................................................................................................10 1.3.2 Específicos ........................................................................................10 1.4 Hipóteses ..............................................................................................10 2.MATERIAS E MÉTODOS ........................................................................12 2.1 Natureza do estudo ...............................................................................12 2.2 Local da realização ...............................................................................12 2.3 Amostra .................................................................................................12 2.4 Aspectos éticos .....................................................................................13 2.5 Instrumentos de coleta de dados ..........................................................14 2.6 Procedimentos ......................................................................................14 2.6.1 Avaliação sóciodemográfica, antropométrica e dados cardiorrespiratórios ..........................................................................................................14 2.6.2 Avaliação da função pulmonar ..........................................................15 2.6.3 Avaliação das pressões respiratórias máximas ................................16 2.6.4 Pletismografia Optoeletrônica ...........................................................17 2.6.5 Avaliação da assincronia ...................................................................18 10 2.6.6 Análise estatística ..............................................................................19 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................20 3.1 Artigo I ..................................................................................................20 3.2 Artigo II .................................................................................................20 4 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................55 5 REFERÊNCIAS .......................................................................................56 6 ANEXOS ..................................................................................................68 APÊNDICES 11 Lista de Siglas e Abreviaturas AB - Abdominal AOS – Apnéia Obstrutiva do Sono ATS – American Thoracic Society CC – Circunferência Cintura CDC - Center for Disease Control and Prevention CEP - Comitê de Ética em Pesquisa Cm – Centímetros CNS - Conselho Nacional de Saúde CO2 – Dióxido de Carbono CP – Circunferência do Pescoço CQ – Circunferência Quadril CPT- Capacidade Pulmonar Total CRF- Capacidade Residual Funcional CTA – Caixa Torácica Abdominal CTP – Caixa Torácica Pulmonar CV- Capacidade Vital CVF- Capacidade Vital Forçada CVL – Capacidade Vital Lenta DEXA – Densitometria Absorção de Raios-X de Dupla Energia DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica FC – Frequência cardíaca FR – Frequência Respiratória GC – Grupo controle GO – Grupo obeso GSP – Grupo sobrepeso IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMC – Índice de Massa Corpórea Kg – Kilograma MTA – Movimento Tóracoabdominal NHANES - National Health and Nutrition Examination Survey PImáx – Pressão Inspiratória Máxima x 12 PEmáx – Pressão Expiratória Máxima PFE - Pico de Fluxo Expiratório PhAng – Ângulo de fase POE - Pletismografia Opticoeletrônica O2 - Oxigênio OMS – Organização Mundial de Saúde ONG – Organização Não-Governamental RCEst – Relação Cintura Estatura RCQ – Relação Cintura Quadril SaO2 – Saturação Periférica de Oxigênio SDR – Síndrome do Desconforto Respiratório TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido VAS – Vias Aéreas Superiores VC – Volume Corrente VEF1 - Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo VEF1/ CVF - Relação do Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo pela Capacidade Vital Forçada VR – Volume Residual VRE - Volume de Reserva Expiratório ΔVc,AB – Variação do Volume Corrente do Compartimento Abdominal ΔVc,CTA – Variação do Volume Corrente da Caixa torácica Abdominal ΔVc,CTP - Variação do Volume Corrente da Caixa torácica Pulmonar ΔVc, CT – Variação do Volume Corrente na Caixa Torácica xi 13 Lista de Figuras Figura 1 – Movimentos da caixa torácica e abdômen em curvas senodais. Ângulo de fase mostra perfeita sincronia = 0º e perfeita assincronia = 180º. Figura 2 - Fluxograma do alocamento das crianças e adolescentes. Figura 3 - Espirômetro Micromedical Microloop MK8 Figura 4 – Manovacuômetro Globalmed MVD 300 Figura 5 - Disposição geral dos 89 marcadores. Visão anterior e posterior. Figura 6 – Correlação entre a circunferência da cintura e a contribuição do compartimento AB Figura 7 – Correlação entre a relação cintura-quadril e a contribuição do compartimento AB xii 14 Resumo Introdução: A obesidade infantil apresenta incidência crescente e as possíveis comorbidades, como alteração da função respiratória, estão cada vez mais presentes nessa faixa etária. O tecido adiposo impõe carga ao sistema respiratório, o que leva a um padrão restritivo. Essa condição sofre alterações com as mudanças posturais, onde a gravidade influencia o padrão respiratório de acordo com o posicionamento adotado. Objetivo: Avaliar a distribuição dos volumes total e regional e o movimento tóracoabdominal de crianças e adolescentes que estão acima do peso nas posturas supino e sentado. Métodos: Cinqüenta e duas crianças/adolescentes (8-12 anos) divididas em três grupos: Grupo Obeso (GO=22); Grupo Sobrepeso (GSP=9); Grupo Controle (GC=21) foram avaliadas quanto às medidas antropométricas, teste de função pulmonar, exame das pressões respiratórias máximas e a pletismografia optoeletrônica em duas posturas, supino e sentado, durante a respiração tranquila. Resultados: As crianças obesas apresentaram na distribuição do volume corrente uma maior contribuição do compartimento abdominal (AB) na postura supina (p<0.05) em relação ao GC e GSP, enquanto que na postura sentada os grupos não diferiram em relação à distribuição dos volumes. O GO apresentou maior assincronia na postura supina (p<0.05) e maior velocidade de encurtamento (p<0.05) em relação os outros grupos. O GO obteve maiores valores em relação ao GSP e GC das seguintes variáveis espirométricas: volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) (p<0.05) e capacidade vital forçada (CVF) (p<0.01). No exame de manovacuometria o GO apresentou um aumento na pressão inspiratória máxima (PImáx) (p<0.01) em comparação com os outros grupos. Conclusão: A obesidade em crianças/adolescentes não provoca prejuízos na função pulmonar, incrementa a força muscular inspiratória, aumenta a participação do compartimento AB e a assincronia no movimento tóracoabdominal (MTA) na postura em supino. Conclui-se que a postura supina associada à obesidade provoca aumento da sobrecarga dos músculos inspiratórios, desfavorecendo o desempenho do sistema respiratório. Palavras-chaves: Criança, Obesidade, Postura, Pletismografia Opto-eletrônica xiii 15 Abstract Introduction: Childhood obesity has increased incidence and possible comorbidities, such as changes in respiratory function, increasingly present in this age group. Adipose tissue load imposed to the respiratory system leading to a standard restrictive. This condition with the position changes, which affects the severity of respiratory patterns in accordance with the position taken. Objective: To evaluate the distribution of total and regional volumes of children and adolescents who are overweight in the supine and sitting postures. Methods: Fifty-two children / adolescents (8-12 years) were divided into three groups: obese (OG = 22) Group Overweight (OWG = 9), control group (CG = 21) were evaluated for anthropometric measurements, test pulmonary function test and maximum respiratory pressures, optoelectronic plethysmography in two positions, supine and sitting, during quiet breathing. Results: Obese children showed the distribution of tidal volume greater contribution of abdominal compartment (AB) in the supine position (p <0.05) compared to CG and GSP, while in the sitting posture groups did not differ with respect to the distribution of volumes. The GO had higher asynchrony in supine posture (p <0.05) and higher speed of shortening (p <0.05) than the other groups. The GO had higher values compared to the GSP and GC of the following spirometric variables: forced expiratory volume in one second (FEV1) (p <0.05) and forced vital capacity (FVC) (p <0.01). On examination of the GO manometer showed an increase in maximal inspiratory pressure (MIP) (p <0.01) compared with the other groups. Conclusion: Obesity in children / adolescents does not cause impairment of lung function, increases inspiratory muscle strength, increase the participation of the AB compartment and the thoracoabdominal motion asynchrony (MTA) in the supine posture. We conclude that the supine posture is associated with obesity causes increased inspiratory muscle work, discouraging the performance of respiratory mechanics. Key words: Children, Obesity, Posture, Optoeletronic Plethysmography. xiv 16 1. INTRODUÇÃO Desde o início do século XXI, a obesidade é vista como a doença metabólica mais frequente no panorama mundial, sendo definida como um acúmulo de gordura excessivo e anormal (Formiguera e Canton, 2004). Essa doença pode ser considerada uma epidemia global, que atinge crianças e adultos, em países desenvolvidos e em desenvolvimento (OMS, 2011). Na infância a incidência da obesidade afeta 22 milhões de crianças em todo mundo (Deckelbaum, Williams, 2001), constituindo um problema de saúde pública o qual exige mudanças nas estratégias políticas (Wang e Lobstein, 2006; Low, Chew e Deurenberg-Yap, 2009). De acordo com National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) de 2003 a 2004, 17.1% das crianças dos Estados Unidos estavam com sobrepeso (Ogden, 2006). No Brasil, o atual panorama indica que uma em cada três crianças de 5 a 9 anos encontra-se acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Para a faixa entre 10 a 19 anos, observou-se um aumento no sobrepeso nos últimos 34 anos, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em parceria com o Ministério da Saúde (IBGE, 2010). A presença da obesidade em crianças e adolescentes é preocupante, visto que o aparecimento dos fatores de risco ocorre mais precocemente nessa faixa etária e o quadro clínico que esses pacientes desenvolvem na idade adulta tendem a ter um pior prognóstico (Halpern et al, 2010). Essa condição resulta de complexas interações entre fatores genéticos, psicológicos, socioeconômicos, culturais e ambientais (Pereira et al., 2003) e está associada a diversas doenças, tais como diabetes mellitus, dislipidemia, distúrbios cardiovasculares, doenças degenerativas articulares, algumas formas de neoplasia e distúrbios pulmonares, como a síndrome da apnéia obstrutiva do sono e a síndrome da hipoventilação da obesidade (Jubber, 2004; Formiguera e Canton, 2004). Em relação às repercurssões respiratórias na criança obesa, observa-se uma redução da função pulmonar mesmo sem doenças respiratórias prévias, sendo esta redução um fator de risco para potencializar patologias pré- 17 existentes ou desenvolver outras patologias como a asma e a sensibilização de alergia (Salome, King e Berend, 2010; Cibella et al, 2011). Estes fatores acima citados culminam para deteriorização na qualidade de vida com repercussões nos relacionamentos sociais e profissionais (Wellman e Friedberg, 2002; Kinge e Morris, 2010). Devido aos riscos que a obesidade apresenta principalmente nessa faixa etária, e todas comorbidades associadas a ela, percebe-se a necessidade na literatura de estudos envolvendo métodos de avaliação que auxiliem na detecção precoce de distúrbios restritivos da ventilação, alteração da força muscular respiratória, aprisionamento aéreo, má distribuição da ventilação e presença de assincronia tóracoabdominal, proporcionando assim a possibilidade de adotar condutas terapêuticas que possam prevenir essas possíveis complicações causadas pelo excesso de peso. Portanto, o desenvolvimento de estudos, que investiguem a presença desses efeitos negativos da obesidade na função respiratória dos indivíduos acometidos por essa condição se faz necessário. 1.1 Revisão de literatura 1.1.1 Avaliação antropométrica da obesidade Os valores preditos para classificar o estado nutricional de crianças e adolescentes seguem o Índice de Massa Corporal (IMC) para a idade. Caracteriza como peso adequado quando o percentil se encontra entre o 5º e o 85º percentil e classifica como obesidade quando o percentil for igual ou maior ao percentil 95º (Center for Disease Control and Prevention, 2010). Um estudo comparou dois métodos para mensurar a massa adiposa em crianças, o IMC e Absorção de Raios-X de Dupla Energia (DEXA), no qual foi encontrada alta correlação entre as técnicas, decidindo apoiar o uso continuado das atuais definições do IMC como medidas válidas de sobrepeso e obesidade (Freedman et al, 2005). As dobras cutâneas também são métodos bastante utilizados para medida de massa gorda. As dobras tricipital e subescapular são as utilizadas para a faixa etária infanto-juvenil e apresentam correlação com a quantidade de 18 massa adiposa subcutânea, sendo uma boa ferramenta para esse tipo de avaliação (Addo e Himes, 2010). Outras medidas também realizadas nessa faixa etária são as Circunferências da Cintura (CC), do Quadril (CQ) e a Relação entre CinturaQuadril (RCQ), pois possuem alta correlação com o sobrepeso e obesidade (Taylor et al, 2000 e Soar, Vasconcelos e Assis, 2004). A CC e Relação Cintura-Estatura (RCEst) são medidas simples e eficazes para medir a obesidade abdominal em crianças (Taylor et al, 2000) e podem ser melhores preditores do risco de doença cardiovascular e comorbidades que o IMC (McCarthy, M Ashwell, 2006; Savva et al, 2000). Estudos mostram uma correlação entre a CC e RCEst com a pressão arterial elevada, onde valores superiores a 0.5, indicam maior risco de desenvolver hipertensão arterial (Ashwell et al, 1996; Arnaiz et al, 2010; Campagnolo, Hoffman e Vitolo, 2011; Choy et al, 2011; Motswagole et al, 2011). A circunferência do pescoço (CP) em crianças tem correlação positiva com CC, RCQ e IMC, além de ser uma técnica simples e com boa confiabilidade, assim, vem sendo utilizada como medida adicional para determinar sobrepeso e obesidade (Hatipoglu et al, 2010; Malviya et al, 2010). Um estudo realizado em adultos obesos mostrou que o aumento da CP representa um aumento da força e uma diminuição da resistência muscular respiratória (Gonçalves et al, 2011). 1.1.2 Fisiologia respiratória na obesidade Os volumes pulmonares estáticos têm correlação negativa com a obesidade (Li et al, 2003) de crianças obesas com IMC acima de 30kg/m². A Capacidade Residual Funcional (CRF) e o Volume de Reserva Expiratório (VRE) sofrem uma diminuição com o aumento do peso, com isso, ocorre uma queda no fluxo expiratório e fechamento das vias aéreas nas zonas pulmonares dependentes (Parameswaran, Todd e Soth, 2006; Salome, King e Berend, 2010). O aumento de carga no tórax e no abdômen devido à gordura depositada auxilia a instalação do padrão restritivo (Fiorino e Brooks 2009). A localização do tecido adiposo tem maior influência sob a função respiratória do que a 19 quantidade de tecido gorduroso acumulado em todo o corpo (Casas, Pavía e Maldonado, 2003). Em um estudo coorte realizado por Lazarus et al (1997) a Capacidade Vital Forçada (CVF) e o volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF 1) diminuíram com o aumento da percentagem de gordura corporal total. A diferença na CVF entre crianças no terço inferior e superior de gordura corporal total foi 90 mL, cerca de 4%. No entanto, as crianças com obesidade grave, com 212% do peso ideal, demonstraram uma diminuição mais significativa da CVF e VEF1 (para 78% e 73% do predito, respectivamente). Outros estudos que também analisam o comportamento da função pulmonar de crianças obesas confirmam a redução desses valores CVF, VEF1, Pico de Fluxo Expiratório (PFE) (Ülger et al, 2006; Chow et al, 2009), bem como o aumento do risco de desenvolver atopia e asma nessas crianças (Spathopoulos et al, 2009). Entretanto, uma pesquisa que revisa três equações de valores de referência para espirometria de crianças observou diferenças significativas dos valores de CVF e VEF1, que aumentaram com a elevação do IMC (Drumond et al, 2009). Todavia, outro estudo sobre a função ventilatória de crianças com obesidade leve evidenciou que os parâmetros do teste da função pulmonar foram semelhantes àqueles das crianças com peso normal, ou seja, as medidas antropométricas não mostraram nenhum efeito significativo nas medições espirométricas VEF1%, CVF% e VEF1%/CVF% das crianças (Boran et al, 2007). Outro aspecto importante ocorre na complacência total do sistema respiratório que se encontra diminuída, tanto à caixa torácica quanto à pulmonar, devido aos depósitos de gordura que se aderem às vísceras e ao tecido subcutâneo (Zerah et al, 1993). O acúmulo de tecido adiposo sobre o tórax e abdômen causa uma diminuição na amplitude de movimento torácico e diafragmático, reduzindo a complacência pulmonar e elevando o trabalho respiratório (Deane e Thomson, 2006; Fiorino e Brooks 2009). Essas alterações além de causar compressão mecânica no tórax podem provocar mudanças intrínsecas no parênquima pulmonar (Inselma, Milanese e Deurloo, 1993), como aumento do volume sanguíneo pulmonar e fechamento de vias aéreas dependentes (Koenig, 2001; Salome et al., 2010). 20 A obesidade também tem sido relacionada ao aumento da resistência das vias aéreas, que pode ser explicado pelo aumento da tensão elástica associado a um estreitamento das pequenas vias aéreas (Zerah et al, 1993). Essa situação exige aumento do trabalho respiratório para vencer as forças elásticas e resistivas, requerendo um maior consumo de O2 dos músculos respiratórios (Kress et al, 1999) e podendo acarretar, assim, a fadiga dos músculos inspiratórios nos casos de obesidade mórbida. Em relação à força muscular respiratória, a obesidade propicia um quadro de desvantagem mecânica causada pela invasão do tecido adiposo que impõe um maior trabalho muscular respiratório. O estudo de Santiago e colaboradores (2008) observou uma redução na pressão expiratória máxima (PEmáx) de crianças obesas comparadas com eutróficas, sendo essa diferença justificada por uma redução da amplitude de excursão diafragmática, justificada pelo aumento da adiposidade, principalmente, nos músculos abdominais que são responsáveis pela força expiratória. O exame de manovacuometria em crianças e adolescentes sofre influência do gênero, dos dados antropométricos e do estágio de maturação hormonal, o que deve ser levado em consideração em sua interpretação (Smyth et al, 1984; Wagener et al, 1984; Wilson et al, 1984; Matecki et al, 2003). Além da função respiratória está afetada com o aumento de peso, a relação ventilação/perfusão nesses pacientes também pode se encontrar comprometida, levando a uma baixa saturação de oxigênio (O2) e um aumento na capacidade de difusão de gás carbônico (CO 2) (Goţia e Russu, 2008; Salome, King e Berend, 2010). 1.1.3 Movimento Tóraco Abdominal (MTA) O movimento toracoabdominal pode ser influenciado pelo sexo, idade e alteração postural (Verschakelen e Demedts, 1995; Maynard e Bignall, 2000; Parreira et al, 2010). Os movimentos da caixa torácica e o abdômen ocorrem simultaneamente como uma unidade, mas cada um dos compartimentos apresenta independência na sua ação (Konno e Mead, 1967). Quando esses movimentos se encontram descoordenados ou paradoxais, a respiração tornase assincrônica (Sackner, 1994; Kiciman, 1998). A assincronia acontece em diversas situações clínicas, onde o sistema respiratório está submetido à 21 sobrecarga, como as doenças pulmonares (Allen, 1990). Entretanto estudos que abordem assincronia em crianças e adolescentes obesos não são vistos na literatura atual. Avaliar a assincronia é uma importante forma de analisar a função respiratória (Allen, 1990; Mayer et al 2003). A interpretação correta do padrão respiratório, muitas vezes, permite detectar insuficiência respiratória iminente ou disfunção pulmonar significativa em crianças sem a necessidade para exames mais qualitativamente invasivos. É simplesmente possível por avaliar inspeção o grau visual ou de assincronia palpação dos movimentos de caixa torácica e do abdômen. A avaliação mais precisa do movimento tóracoabdominal (MTA) é possível através da pletismografia indutância respiratória, pletismografia optoeletrônica e magnetômetros (ATS, 2002; Beydon et al, 2007; Hammer e Newth, 2009). O índice mais utilizado para caracterizar a assincronia toracobdominal é o ângulo de fase (PhAng) o qual varia de 0º a 180º. O movimento sincrônico é evidenciado no 0º e a medida que a assincronia cresce chega aos 180º (Agostini e Mognoni, 1966; Hammer e Newth, 2009). O ângulo de fase é calculado através da curva de Konno-Mead, ela deve ter o formato de uma elipse, ou seja, não pode cruzar. Caso a curva se apresente com o desenho de “8”, essas análises devem ser descartadas para não ocorrer interpretações erradas das análises (Prisk , Hammer, Newth, 2002; Beydon et al, 2007). 22 Figura 1 – Movimentos da caixa torácica e abdômen em curvas senodais. Ângulo de fase mostra perfeita sincronia = 0º e perfeita assincronia = 180º. Fonte: Adaptado de Hammer et al, 2009. 1.1.4 Comorbidades cardiorrespiratórias da obesidade Uma das doenças mais associadas à obesidade nas crianças e adolescentes é a apnéia obstrutiva do sono (AOS) (Fiorino e Brooks, 2009), onde a distribuição da gordura visceral é preditor da gravidade da doença (Canapari et al, 2011). A prevalência da AOS nas crianças com sobrepeso e obesidade é elevada, atinge de 13 a 59% dos pacientes (Verhulst, 2008). Os possíveis mecanismos fisiopatológicos da associação entre AOS e obesidade são hipertrofia adenotonsilar, aumento da pressão de fechamento das vias aéreas, mecânica torácica alterada e controle ventilatório anormal (Arens e Muzumdar, 2009). Além disso, as crianças obesas que apresentam ronco e AOS possuem maior aparecimento de inflamação das vias aéreas, conforme avaliação da exalação do óxido nítrico (Verhulst, 2008) e outras comorbidades como resistência à insulina e disfunção autonômica devido aos episódios de hipóxia intermintente (Oliveira et al, 2010). 23 As crianças obesas apresentam asma com maior freqüência (Gennuso et al, 1998; Shore 2010; Visness et al, 2010) apesar da causalidade não estar totalmente esclarecida (Lang, Feng e Lima, 2009). A prevalência de crianças e adolescentes obesos asmáticos vem crescendo nos últimos anos (Bibi et al, 2004 e Cassol et al, 2006), a incidência independe do gênero (Yao et al, 2011), mas não há total clareza nessa associação (Noal et al, 2011). Por exemplo, no estudo de Schachter, Peat e Salome (2003) observaram que o excesso de peso é fator de risco para atopia, sibilância e tosse para meninas e não é fator de risco para asma em ambos os sexos. Outros defendem que o excesso de peso é uma comorbidade que acomete, apenas, determinados tipos de fenótipos clínicos específicos da asma (Holguin et al, 2011). E em relação à faixa etária, estudos mostram que a obesidade tem correlação com alterações dos dados espirométricos, com diminuição da qualidade de vida e maior severidade da asma, mas esses achados não se confirmam com as crianças (Peters et al, 2011). Outro sistema acometido é o cardiovascular que sofre com o aumento da massa cardíaca, da espessura das paredes ventriculares e do volume sistólico, assim como os adultos. E esses agravos ocorrem independentemente de doenças associadas como hipertensão arterial sistêmica e doença arterial coronariana, mas a reserva funcional se apresenta preservada mesmo naquelas crianças com obesidade mórbida (Rowland, 2007). 1.1.5 O posicionamento e a ventilação pulmonar Estudos que abordem o comportamento da ventilação com a mudança do posicionamento de crianças obesas são escassos, porém o conhecimento que a gravidade, através das diferentes posturas, influencia a função respiratória, como a capacidade de difusão e capacidade da ventilação e perfusão já está bem estabelecido (Verbanck et al, 1997; Frerichs et al, 2001; Prisk et al, 2003). Alguns estudos abordam crianças com apnéia do sono, evidenciando que a adoção da postura em supino melhora a função respiratória (Fernandes do Prado et al, 2002; Zhang et al, 2007). Entretanto, outras crianças que tem AOS e são obesas, estão mais propensas a dormir em prono, sugerindo que 24 essa posição promova maior patência das VAS e que essa alteração de postura independe do tamanho da amígdala, sendo a presença de obesidade, um forte marcador para alteração dessa postura para dormir (Dayyat et al, 2007). Enquanto Mitki e Pillar (2009) não correlacionaram alteração da ventilação com a mudança postural, atribuindo que modificações não ocorreram por causas mecânicas e pela localização da obstrução da VA. A postura também afeta exames da função pulmonar, como a espirometria, mas só há achados com adultos obesos. Em supino, os valores dos volumes pulmonares estão diminuídos, principalmente a CVF e a Capacidade Vital (CV), que são 7 a 8% quando comparados com a posição ortostática e 1 a 2% menores na posição sentada, quando comparadas com a posição ortostática (Hutchison et al., 1981). Outra pesquisa que compara adultos eutróficos e obesos nas posições ortostática, sentada e deitada, indica que os valores espirométricos dos obesos estavam dentro da normalidade, mas estes diminuem quando eles assumem a postura deitada (DomingosBenicio et al, 2004). 1.1.6 Pletismografia optoeletrônica (POE) A POE permite uma avaliação segura, não invasiva e precisa dos volumes pulmonares da caixa torácica total e seus compartimentos, sem qualquer calibração específica para os indivíduos. Este equipamento avalia a distribuição do volume da caixa torácica regional segmentando o tórax em três compartimentos: Caixa Torácica Pulmonar - CTP, Caixa Torácica Abdominal CTA e Abdominal – AB e a distribuição total é dada pela Caixa Torácica - CT que se refere à soma deles (Aliverti, Dellaca e Pedotti, 2001). A POE fornece uma avaliação da dinâmica da parede torácica em um número de condições experimentais fisiológicas e clínicas (ROMAGNOLI et al, 2008). Este equipamento permite aplicabilidade para determinar a distribuição ventilatória em indivíduos saudáveis na prática de exercícios (Vogiatzis et al, 2005), em pacientes portadores da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) para determinar níveis de hiperinsuflação durante repouso e na atividade física (Aliverti et al, 2009). 25 Pacientes não colaborativos que necessitam de ventilação mecânica invasiva (Aliverti et al, 2011), pacientes com síndrome do desconforto respiratório (SDR) (Chiumello, 2007) também podem realizar a avaliação. Outro enfoque é a utilização do pletismografia optoeletrônica em diversas posturas, como supino e sentado, a fim de comparar as variações dos volumes pulmonares sob diferentes condições (Romei, 2010). Até o momento não existem estudos com crianças e adolescentes obesos que avaliem o comportamento da distribuição ventilatória regional e total de crianças obesas que utilizem a pletismografia optoeletrônica. 1.2 Justificativa Considerando o elevado crescimento da obesidade em toda a população, a faixa etária infanto juvenil tem apresentado os valores mais alarmantes e o desenvolvimento da obesidade nessa etapa do desenvolvimento acarreta comorbidades na fase adulta. Já está comprovado que crianças e adolescentes obesos, geralmente, tornam-se adultos obesos, e quanto mais anos se somam a essa condição, mais alterações fisiológicas ocorrem nesses indivíduos. O acúmulo de gordura traz repercussões para o sistema respiratório, que podem influenciar a função pulmonar com alterações dos volumes e capacidades pulmonares, da força muscular respiratória e da distribuição dos volumes da caixa torácica. Os estudos com crianças/adolescentes obesos que abordam as avaliações da espirometria e manovacuometria possuem resultados heterogêneos. As variáveis sobre a distribuição do volume da caixa torácica total e regional e suas modificações em diferentes posturas não foram encontrados nessa população. Portanto, a avaliação sobre as variações dos volumes da caixa torácica em duas posições da nossa prática clínica se faz necessário, com o intuito de conhecer a posição que mais favorece a função respiratória e auxiliar o tratamento dessas crianças/adolescentes que, geralmente, tem o diagnóstico clínico associado à asma e apnéia obstrutiva do sono. 26 1.3 Objetivo 1.3.1 Geral Avaliar a variação do volume pulmonar em crianças/adolescentes eutróficas e obesas em diferentes posturas. 1.3.2 Específicos Comparar a função pulmonar, as pressões respiratórias máximas e a variação dos volumes, entre os grupos obeso e controle; Verificar se há associação entre a variação de volume nas posturas supino e sentado nas diferentes composições corporais; Analisar o movimento tóracoabdominal, em supino e sentado, durante a respiração tranqüila das crianças e adolescentes eutróficas e obesas; Constatar a velocidade de encurtamento dos músculos respiratórios das crianças eutróficas e obesas em supino e sentado. 1.4 Hipóteses (H1): O aumento de peso e o posicionamento postural influenciam a distribuição dos volumes pulmonares total e regional de crianças e adolescentes. (H2): O aumento de peso e o posicionamento postural influenciam o movimento tóraco abdominal de crianças e adolescentes. 27 1. MATERIAS E MÉTODOS 2.1 Natureza do estudo O desenho do estudo é do tipo transversal analítico. 2.2 Local de realização A pesquisa foi realizada no período de Fevereiro a Dezembro de 2011 no Laboratório de Fisioterapia CardioPulmonar, do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, em Recife. 2.3 Amostra A amostra foi calculada baseada em um estudo piloto com 20 crianças, 10 em cada grupo, foi utilizado o test t para amostras independentes, para comparação entre os grupos obeso e controle, um poder de 80% e um α = 0.05. O volume referente ao compartimento torácico pulmonar (CTP) em litros (L) foi usado para determinação do tamanho amostral por se tratar da variável que necessitou de maior número de pacientes por grupo. Foi considerada uma diminuição de 26,12% dos pacientes do GO (Grupo Obeso) em relação ao GC e uma amostra de 21 pacientes em cada grupo, o software utilizado para o cálculo foi o G*Power. As crianças e adolescentes que se encontravam acima do peso eram pacientes do ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da UFPE, enquanto o grupo controle foi proveniente da organização nãogovernamental (ONG) Aldeias Infantis. Foram selecionadas 52 crianças/adolescentes, onde o GC foi composto por 21 indivíduos (Meninos = 15; Meninas = 7), o GSP composto por 9 indivíduos (Meninos = 2; Meninas = 7) e o GO composto por 22 indivíduos (Meninos = 11; Meninas = 9). Os critérios de inclusão foram ter idade entre 8 e 12 anos para todos os grupos, percentil entre 5º e < 85º para o grupo controle e percentil >95º para o grupo dos obesos. Foram excluídas as crianças e adolescentes que tinham diagnóstico médico de alguma doença pulmonar, neuromuscular, que não tinham capacidade em realizar os testes, ausência do 28 contato no prontuário e aquelas que os responsáveis negaram a sua participação. Abaixo segue um fluxograma do recrutamento da amostra. . Indivíduos elegíveis n=87 Ambulatório HC (n=64) ONG Aldeias Infantis (n=23) Idade < 8 ou > 12 anos = 19 Contato inexistente no prontuário = 8 Percentil < 5 = 11 Recusa em participar = 6 TOTAL EXCLUSÃO = 44 Indivíduos recrutados n= 43 Grupo controle n = 21 Grupo obeso n = 22 Figura 2 - Fluxograma do alocamento das crianças e adolescentes. 2.4 Aspectos éticos O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFPE e foi aprovado com o número do protocolo 451/10 (Anexo I). Todos os responsáveis pelos pacientes foram esclarecidos e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) – (Apêndice I), de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). 2.5 Instrumentos de coleta de dados 29 A ficha de avaliação (Apêndice II) contém dados sócio-demográficos dos pacientes, dados antropométricos, sinais vitais (pressão arterial sistêmica, frequência cardíaca e saturação periférica de O2), avaliação da função pulmonar através da espirometria, avaliação das pressões respiratórias máximas (PImáx e PEmáx) e dados da variação dos volumes. Todo o processo de avaliação foi realizado pelo mesmo avaliador. 2.6 Procedimentos 2.6.1 Avaliação sócio-demográfica, antropométrica e dados cardiorrespiratórios Foram colhidos dados referentes ao endereço, nível de escolaridade, antecedentes pessoais e uso de medicações. Posteriormente, foram avaliadas na posição ereta, utilizando roupas leves e sem sapatos, na balança Welmy modelo W300 (Santa Barbara do Oeste, Brasil) que tem capacidade para 300 kilogramas (Kg), com precisão de 50 gramas (g) e no antropômetro com 2 metros (m) de comprimento. Para verificar o perímetro da cintura e do quadril foi utilizado o procedimento descrito por Callaway et al. (1988), onde o avaliado fica em pé com abdômen relaxado, os braços pendentes ao lado do corpo, para mensurar a cintura a fita é colocada horizontalmente no ponto médio entre a borda inferior da última costela e a crista ilíaca e para medida da circunferência do quadril a fita é posicionada no ponto mais protuberante das nádegas. Para medir a circunferência do pescoço a criança permanece em postura ereta, ombros relaxados e cabeça erguida, a fita é colocada na altura da cartilagem tireóide (Nafiu et al, 2010). Foi utilizada fita métrica flexível com 2 m de comprimento. Esses dados originaram as relações cintura/quadril e cintura/estatura. Para medir as dobras cutâneas subescapular e tricipital foi utilizado o adipômetro WCS Plus (Curitiba, Brasil) com precisão de 0,5 mm. As duas dobras cutâneas foram medidas com as crianças em posição ereta e os braços pendentes naturalmente. As dobras foram medidas no lado direito, em triplicata e em seguida calculada a média. A dobra tricipital foi medida no ponto médio 30 do braço entre o ponto acromial da escápula e o olécrano da ulna. A dobra subescapular foi medida num ponto localizado imediatamente abaixo do ângulo inferior da escápula direita (Lohman et al, 1988). Para os dados cardiorrespiratórios, as variáveis analisadas foram a pressão arterial sistêmica (PA) com o estetoscópio Rappaport G-Tech (Brasil) e o esfingmomanômetro Aneroide Premium Glicomed (Brasil), frequência cardíaca (FC) e a saturação periférica de oxigênio (SaO 2) usando o oxímetro de pulso portátil Nonin Onyx (USA). 2.6.2 Avaliação da função pulmonar Os indivíduos realizaram o teste de espirometria utilizando o Espirômetro Micromedical Microloop MK8 (Kent, Inglaterra) (Figura 3), seguindo os critérios de aceitabilidade, reprodutibilidade e padronização da técnica segundo as normas da American Thoracic Society (ATS) (2002). Resumidamente, o voluntário ficou sentado numa cadeira sem rodas, sem apoio para os membros superiores, os membros inferiores em contato com o chão e a coluna ereta. Eles usaram clipe nasal e bucal cilíndrico descartável preso entre seus dentes e com os lábios firmemente aderidos para não haver vazamentos durante as manobras. Inicialmente, foram realizadas as manobras de Capacidade Vital Lenta (CVL) onde o paciente realiza uma inspiração máxima próxima a capacidade pulmonar total (CPT) seguida de uma expiração máxima de maneira lenta e suave, e em seguida, as manobras de Capacidade Vital Forçada (CVF), onde o paciente foi solicitado a realizar uma inspiração máxima, próxima a CPT seguida de uma expiração máxima e forçada, próxima ao volume residual (VR) com a finalidade de verificar o Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1), Capacidade Vital Forçada (CVF) e o índice de Tiffeneau que é a relação entre eles (VEF1/CVF). Para análise foram aceitos os valores absolutos e relativos e posteriormente analisados segundo os valores de normalidade para a população brasileira propostos por Mallozi (1995). Durante o exame foi realizado no mínimo três e no máximo oito testes em cada paciente no caso da variabilidade entre eles seja superior a 5% ou 100ml, havendo descanso de 2 minutos entre as manobras. 31 Figura 3 - Espirômetro Micromedical Microloop MK8 2.6.3 Avaliação das pressões respiratórias máximas A força muscular respiratória foi avaliada através das pressões respiratórias estáticas máximas (PImáx e PEmáx) com o manovacuômetro Globalmed MVD 300 (Porto Alegre, Brasil) (Figura 4). Para realizar o exame o paciente ficou sentado confortavelmente, com pés apoiados, utilizando clipe nasal e um bucal com orifício de fuga de aproximadamente 1 mm. Antes das manobras foi realizada uma explicação detalhada de como fazer as manobras corretamente. A PEmáx foi determinada a partir de uma inspiração máxima próxima a CPT seguida de uma expiração máxima próximo ao VR, com o seguinte comando para o paciente: “Puxe o ar livremente o máximo que você conseguir e depois solte fortemente todo o ar”, a duração mínima da manobra é de 3 segundos e não pode exceder 5 segundos. Para obter a PImáx foi solicitada uma expiração forçada (próximo ao Volume Residual) seguido de uma inspiração máxima (próxima a CPT), com o comando: “Solte todo o ar possível e depois puxe o ar o mais forte que você puder”. Como se trata de um teste esforço-dependente durante toda a sua realização foi dado comandos verbais de encorajamento. Eles realizaram no mínimo 3 manobras e no máximo 9, quando 3 manobras não excederem uma 32 diferença de 5% entre elas, o teste era finalizado e foi dado um descanso de 1 minuto entre as manobras (Domènech-Clar et al, 2003). Os valores de referência utilizados para comparação foi retirado do estudo de Neder e colaboradores (1999). Figura 4 – Manovacuômetro Globalmed MVD 300 2.6.4 Pletismografia Optoeletrônica (POE) Para avaliar a distribuição dos volumes pulmonares total e regional foi utilizado o Pletismógrafo Optoeletrônico BTS Bioengineering (Milão, Itália), composto por 8 câmeras infra-vermelhas. Esses marcadores auto-reflexivos, hipoalérgicos, de 5-10 mm de diâmetro são colocados em 89 pontos anatômicos pré-determinados no tórax e abdômen, divididos em doze linhas verticais, sendo cinco anteriores, cinco posteriores e duas laterais. Quatorze linhas horizontais, sendo sete anteriores, sete posteriores e sete marcadores extras posicionados para um maior detalhamento da região, conforme a figura 5 (Aliverti et al, 2003). 33 Figura 5 - Disposição geral dos 89 marcadores. Visão anterior e posterior. Fonte: Dados das coletas Esses pontos formam vários triângulos, no sistema de coordenadas tridimensionais (X-Y-Z), que utiliza o Teorema de Gauss para calcular a variação de volume interno através do deslocamento do tórax. Esses pontos são reflexivos e as câmeras de radiação infravermelha captam os movimentos torácicos e abdominais, respiração por respiração (Cala et al, 1996; Aliverti et al, 2003). Para a análise na posição supina foram colocados 52 marcadores sendo 42 distribuídos na região anterior do toráx e 10 distribuídos na região lateral do tórax. Em seguida, na postura sentada foram colocados os 37 restantes na face posterior, totalizando os 89 marcadores. Durante a coleta em supino, a criança estava com os membros inferiores estendidos, com a coluna alinhada, membros superiores levemente fletidos e a cabeça na posição neutra. E na postura sentada, com a coluna ereta e membros superiores apoiados na coxa. A coleta era composta por 2 minutos de respiração tranquila em ambas posturas. 2.6.5 Avaliação da assincronia A assincronia foi analisada mediante os dados coletados na POE, utilizando o software MATLAB® 2007 versão 7.5.0 (TheMath Works, USA), onde as curvas de Konno-Mead, em formato elíptico, demonstram o movimento 34 da caixa torácica e do abdômen a cada ciclo respiratório. Essas curvas fornecem os dados para calcular os índices de assincronia, como as seguintes variáveis: Ângulo fase que reflete a sincronia do movimento da caixa torácica (CT) em relação ao abdome (AB) e varia entre 0º e 180º; Relação de fase inspiratória evidencia em porcentagem o tempo durante a fase de inspiração no qual a CT e o AB movem em direções diferentes, varia entre 0%, perfeita sincronia e 100% quando há movimento paradoxal; Relação de fase expiratória mostra a porcentagem de tempo durante a fase de expiração na qual a CT e o AB movem em direções diferentes; Função correlação cruzada determina a média do defasamento em segundos entre os sinais da CT e do AB, quanto maior o tempo em segundos, maior assincronia, ou seja, 0 s significa perfeita sincronia; Amplitude compartimental máxima é o maior deslocamento que é realizado com a CT e o AB; Índice de trabalho respiratório é a razão entre o valor absoluto da soma das excursões máximas da CT e AB - amplitude compartimental máxima - e o volume corrente, onde 1 demonstra sincronia perfeita (Sackner, 1984). A análise do MTA desse estudo foi realizada utilizando 30 segundos centrais da coleta, de 120 segundos, durante a respiração tranquila das crianças. 2.6.6 Análise estatística Inicialmente foi realizada uma análise descritiva, apresentada como média e desvios-padrão das variáveis antropométricas (percentil, cinturas, dobras cutâneas) e dados cardiorrespiratórios (frequência respiratória, saturação periférica de oxigênio e PA). Para a análise das variáveis da função pulmonar, das pressões respiratórias máximas, da variação do volume pulmonar e da assincronia foi avaliado o tipo de distribuição das variáveis através do teste de Komolgorov – Smirnov (KS). Em seguida, em caso de variáveis com distribuição normal, foi usado para a análise intra-grupo, o test t pareado e para as variáveis não paramétricas foi utilizado o teste Wilcoxon. Na análise inter-grupos, os dados com distribuição normal, o teste t não pareado e dados com distribuição não normal foi utilizado o teste Mann Whitney. O software utilizado GraphPad Prism®, versão 4.0 para análise dos dados e com 35 o nível de confiança adotado de 5%, considerando significativo o valor de p < 0,05. 36 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados e discussão desse estudo serão apresentados no formato de dois artigos, a seguir: 3.1 – Artigo I THE INFLUENCE OF SUPINE POSTURE ON CHEST WALL VOLUME CHANGES IS HIGHER IN OBESE THAN IN NORMAL WEIGHT CHILDREN – a ser submetido no Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism. 3.2 – Artigo II MOVIMENTO TORACOABDOMINAL E VELOCIDADE DE ENCURTAMENTO DO DIAFRAGMA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES OBESAS EM DIFERENTES POSTURAS – a ser submetido no Respiratory Physiology & Neurobiology. 37 The influence of supine posture on chest wall volume changes is higher in obese than in normal weight children Letícia Mendonça e Silva1 Jacqueline de Melo Barcelar2 Catarina Rattes3 Larissa Bouwman Sayão4 Cyda Albuquerque Reinaux5 Shirley Lima Campos6 Daniella Cunha Brandão7 Guilherme Fregonezi8 Andrea Aliverti9 Armèle Dornelas de Andrade* *Armèle Dornelas de Andrade – Av. Jornalista Aníbal Fernandes, Cidade Universitária, Recife, PE, Brazil. Tel.: +55 81 21268496. [email protected] / [email protected] 1 Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. [email protected] 2 Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. [email protected] 3 Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. [email protected] 4 Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. [email protected] 5 Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. [email protected] 6 Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. [email protected] 7 Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. [email protected] 8 Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. [email protected] 9 Dipartimento di Elettronica, Informazione e Bioingegneria, Politecnico di Milano, Milano, Italy. [email protected] 38 Abstract The objective of this study was to analyze the kinematics of the thoracoabdominal compartment in obese children in seated and supine positions during quiet breathing, using optoelectronic plethysmography (OEP). An observational study of pulmonary function and chest wall volume was conducted on 35 children aged 8 - 12 years divided into two groups according with weight/height ratio percentiles: eighteen obese children percentile greater than 95, and seventeen normal weight children percentile 5 - 85. Pulmonary function (FEV1; FVC; FEV1/FVC), ventilatory pattern, chest wall volume (VCW) and different thoraco-abdominal compartments (VTRCp, VTRCa and VTAB) were evaluated. Paired t-tests and unpaired student's t-tests were used for intragroup and intergroup comparisons, respectively. In the supine position there was an increased contribution of VTAB (p=0.000) in the obese group, concomitant with a significant reduction in VTRCp (p=0.000) and VTRCa (p=0.000). In the control group the same pattern was observed except that VT RCp (p=0.067) that did not vary with the change of posture. When comparing the percentage of tidal volume between the groups in a seated (VTRCp%: p =0.607; VTRCa%: p =0.831; VTAB%: p= 0.742) and supine (VTRCp%: p =0.026; VTRCa%: p =0.000; VTAB%: p= 0.000) positions, was observed difference in the compartments just in the supine position. No difference was found in spirometry parameters and the maximal inspiratory pressure (MIP) was higher in the obese group (p< 0, 01). Kinematics of the thoraco-abdominal compartments are influenced by obesity in supine posture with increase of the abdominal contribution and decreased of chest wall ventilation. Key words: Child, obesity, posture, pulmonary function, kinematics thoracoabdominal, optoelectronic plethysmography, 39 Introduction Childhood obesity is a major public health problem. In addition to the psychological impact on self-esteem and quality of life, there is evidence that the condition has a significant effect on lung function and can lead to an increased risk of developing respiratory disease in adulthood (Buttita et al. 2013; Littleton 2012; Dreher and Kabitz 2012; Laguna et al. 2013 ). The accumulation of adipose tissue in the thorax and abdomen in children with body mass index (BMI) above 30 kg / m² is negatively correlated with static lung volume (Li et al. 2003). This decrease in the amplitude of thoracic and diaphragmatic movement can also reduce lung compliance and increase the effort involved in breathing (Deane and Thomson 2006; Fiorino and Brooks 2009). The transition from standing to supine posture can cause changes in lung volume and capacity due the changes in the geometry of the respiratory muscles, especially the diaphragm. In the seated position the compliance of the abdomen is similar to that of the rib cage, however in the supine position the weight of the abdominal contents stretches the fibers of the diaphragm and the compliance continues to increase with the progressive displacement of the abdominal compartment (Priori et al. 2013; Remiche et al. 2013). It is well known that posture can influences the thoraco-abdominal kinematics during spontaneous quiet breathing in health subjects, although the existing information on the kinematics of the rib cage movement in different postures was observed in study with adults (Romei et al. 2010). Furthermore, is unknown if obesity in children can influence the regional chest wall volume in 40 different postures, because changes found on kinematics of the rib cage were in obese women in a seated posture (Barcelar et al. 2013). Considering that probably this pattern can occur in obese children and become larger in the supine position, we hypothesized that the excess of fat may cause a high influence on regional chest wall volume changes in obese children. The aim of this, therefore, study was to study the effect of posture on the kinematics of the thoraco-abdominal compartment in obese children and to compare it with normal weight children. Materials and methods Study population The sample size was estimated from results of a pilot study with 20 children, 10 in each group. Using a power of 95% and α = 0.05 based on chest wall Tidal Volume (Vt - ml) parameter in seated and supine posture, the sample was estimated of 13 and 10, respectively, subjects on each group. According to this information, thirty five children (17 controls and 18 obese) were recruited by convenience at the endocrinology clinic run by the hospital of the Federal University of Pernambuco and the non-governmental organization Children's Village during the period February to December 2011. These children were of both gender, aged between 8 and 12 years, within population weight/height ratio percentiles 5 and 85 for the control group and greater than 95 for the obese group, the sample was composed of eighteen obese children and seventeen controls children. Children with pulmonary or neuromuscular disease, or who were unable to perform the study evaluations were excluded. 41 The study protocol was approved by the local Ethics & Research Committee, and all the children's guardians signed an informed consent form (ICF). Anthropometric measurements Height and weight were measured digitally (Model W300, Welmy, São Paulo, Brazil). The corresponding weight/height percentile was calculated from these data (Cole et al. 2007). The waist and hip circumference were measured using the procedure described by Callaway et al. (1988). The circumference of the neck was assessed using the protocol of Nafiu et al. (2010). Skinfold thickness measurements were taken using a WCS Plus caliper (Curitiba, Brazil, accuracy 0.5 mm), with children upright and arms pendant. Triceps skinfold thickness was measured at the midpoint of the arm between the acromial point of the scapula and the olecranon of the ulna. The subscapular skinfold was measured below the inferior angle of the scapula (Callaway et al. 1988). In each case three measurements were taken from the right side of the body and their average used for further analysis. Spirometry assessment Measurements were made using a calibrated portable spirometer (Micromedical Microloop MK8, Kent, England). The children were seated with the trunk upright, feet in contact with the floor, arms unsupported and using a nasal clip. The forced expiratory volume in one second (FEV1) and the FEV1/FVC ratio were compared to the population values predicted for Brazilian children (Mallozi 1995). In each test we obtained a minimum of three reproducible measurements with a maximum variation of 10 % between each maneuver and with 2 minutes rest between them (American Thoracic Society 2002). 42 Maximal respiratory pressures assessment Maximal Expiratory (MEP) and Inspiratory (MIP) measurements were performed using a digital manometer (MVD Globalmed 300, São Paulo, Brazil) with the child seated, feet flat on the floor, using a nose clip and a mouthpiece with a hole of about 2 mm in diameter. MEP was determined from the total lung capacity (TLC) to the residual volume (RV) and MIP from RV to TLC. Each child performed a minimum of three maneuvers with less than 10% difference between them (Neder et al. 1999). Optoelectronic Plethysmography assessment Total volumes and regional distribution of the thoraco-abdominal volumes were assessed using optoelectronic plethysmograph (OEP) (BTS Bioengineering, Italy), as previously described by Aliverti et al. (2003). Markers were placed at anatomical reference points (89 in the seated and 52 in the supine position, diameter 5 or 10 mm) on the skin by hypoallergenic adhesive tape (Cala et al. 1996; Aliverti et al. 2003). Seven horizontal lines and five vertical columns of markers were positioned circumferentially between the collarbone and anterior-superior iliac spine. In the seated position the children sat erect on a rigid bed with both feet on the floor, knees and hips at about 90◦, hands on the hips and in the supine position they were laying with the hips semiflexioned and the arms along the body. OEP data were captured by eight cameras, four positioned anteriorly and four posteriorly with respect to the child’s position. After markers’ positioning and a period of adaptation to the experimental conditions, OEP data were recorded during a period of about 3 min of quiet breathing. Children were asked to breathe spontaneously, and not to speak or move during the recording. The 43 volume of the chest wall was divided into three compartments: pulmonary rib cage (RCp), abdominal rib cage (RCa) and abdomen (AB). Statistical analysis Statistical analysis was performed using SPSS 20.0 software. Kolmogorov- Smirnov and Levene tests were applied to verify the normality of the sample and the homogeneity between groups. The differences between the obese and control groups were evaluated using Student's t test for unpaired parametric measurements, and the Mann-Whitney test for nonparametric measurements. For intragroup analysis paired t tests was used for parametric samples and the Wilcoxon test was used for nonparametric measurements. The results of all tests were assessed at a confidence level of 95 % and a significance level of p < 0.05 and the data expressed as a mean ± standard deviation (SD). Results The anthropometric characteristics of the two groups are described in Table 1. Neck circumference (NC), waist circumference (WC), hip circumference (HC), waist-hip ratio (WHR), triceps skin fold (TF), subscapular skinfold (SF) and weight/height percentile were significantly higher in the obese group compared with the children of normal weight. The comparison of the spirometric measurements is shown in Table 2. The maximal inspiratory pressure (MIP) was higher in the obese group. In the intergroup comparison in both positions the ventilation rates and tidal volumes during quiet breathing are showed in Table 3. Tidal volume and minute ventilation were significantly higher in the obese group. In the seated position 44 all three compartments VTRCp, VTRCa and VTAB showed different contributions between groups when expressed in absolute values. In relation to supine position no difference was found in the VTRCp compartment. Figure 1 shows the intragroup and intergroup comparison in percentage of tidal volume of the contribution of the three compartments during the seated and supine positions. In the supine position there was an increased contribution of VTAB (p=0.000) in the obese group, concomitant with a significant reduction in VTRCp (p=0.000) and VTRCa (p=0.000). In the control group the same pattern was observed except that VT RCp (p=0.067) that did not vary with the change of posture (VTRCa%: p =0.000 and VTAB%: p= 0.001). When comparing the percentage of tidal volume between the groups (control x obese) in the seated (VTRCp%: p =0.607; VTRCa%: p =0.831; VTAB%: p= 0.742) and supine (VTRCp%: p =0.026; VTRCa%: p =0.000; VTAB%: p= 0.000) positions, was observed difference in the compartments just in the supine position. Discussion The main original finding of this study was that obese children in supine position show a decrease in VTRCp and VTRCa and an increase in VTAB compartment. Although it is well documented that supine position alters the relative contribution of rib cage and abdomen to ventilation, the obesity in this position had an important influence, suggesting that the fat accumulation on the rib cage and abdomen increases the diaphragm stretching leading to larger displacement and decreased lung volume (Butler et al. 2001; Konno and Mead 1967; Barnas et al. 1993). This behavior is probably part of a respiratory mechanism that elevates abdominal participation to compensate the low 45 compliance of thoracic compartments caused by the deposition of fat (Luce 1980). Considering that the regional ventilation is greatest in the dependent lung zones and decreases toward the nondependent lung zones, in supine position the regional ventilation in the apical parts of the lung is probably lower. Double mechanism can be responsible for this pattern: an increase in volume of intrathoracic blood and the under-ventilated dependent lung zone that owing to airway closure and alveolar collapse. Those mechanisms are more pronounced in obese subjects (Watson and Pride 2004; Petersson et al. 2007). This difference in ventilation pattern in the supine position may be translated into a difficulty in breathing. This has been seen in studies of obese children with obstructive sleep apnea (OSA) where supine sleep increased both diaphragmatic work and the apnea and hypopnea index (AHI) (Dayyat et al. 2007; Kim et al. 2011). In the present study not any difference in the kinematics of the thoracoabdominal compartment between obese and normal weight children was observed in the seated position, however, children both obese and normal weight, showed different patterns of the regional distribution of chest wall volume compared to adults subjects with normal weight. While in children the ventilation is splitted approximately into equal parts between rib cage (RCp + RCa) and abdomen, in healthy adults it is shared for about 70% in the rib cage and 30% in the abdomen (Barcelar et al. 2013; Da Gama et al. 2013). There are, however, no systematic studies regarding chest wall kinematics, therefore, additional studies are needed. 46 Compared to children of normal weight, our obese children had no impairment of lung function, similarly to what reported in other previous studies (Ergun et al. 2007; Spathopoulos et al. 2009; Berntsen et al. 2011). In the literature, however, there are studies with different results. Davidson and colleagues (2013) showed a positive linear relationship between body mass index (BMI) and vital capacity in healthy individuals but a negative linear relationship between BMI and expiratory reserve volume (ERV) in the obese. On the other hand, Koseki et al. (2011) found only a positive correlation between BMI and lung function in a study involving 162 children aged 8-11 years. The increased MIP observed in obese children was possibly due to the accumulation of adipose tissue in the thoraco-abdominal wall that could act as a resistive load for breathing representing a sort of permanent inspiratory muscle training (Santiago et al. 2008). These results are in agreement with the study of Muller et al. (1979) who showed an increase in tonic muscular activity of the diaphragm that was proportional to the abdominal mass of the subjects. He et al. (2009) have also shown that increased BMI promoted increased respiratory strength. We believe that our study has clinical implications. In fact, the results obtained in the supine position in obese children may imply a reduction of ventilation in both apical and dorsal lung regions with possible areas of microatelectasis, increasing risk of comorbidities especially in situations such as anesthesia, immobility in the supine position and lung diseases. Therefore, interventions to recruit and expand hypoventilated areas and encourage the 47 seated or standing postures should be elected in clinical practice for obese children. A limitation of the present study is that maximal respiratory pressures were not measured in supine position, although this was not the principal aim of the study and protocols for evaluating the airway pressures in the supine position are not usually adopted in scientific research. Another limitation of the study was that the research was conducted only on healthy obese children. We believe, however, that the knowledge obtained from this study will allow a better understanding of the thoraco-abdominal kinematic in obese children with pulmonary impairment. In conclusion, our results show that in obese children thoraco-abdominal kinematic is strongly influenced by supine posture with an increase of the abdominal and a decreased rib cage contribution to ventilation, suggesting that in this posture, areas of hypoventilation can occur in the lung. On the contrary, thoraco-abdominal kinematic is not different between obese and normal weight children in the seated posture. Therefore, this posture should be recommended during therapeutic procedures to achieve a better distribution of regional chest wall volumes and presumably regional lung ventilation. Acknowledgements The study was supported by grants from CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), FACEPE (Fundacão de Amparo a Ciência e Tecnologia do estado de Pernambuco) and CAPES/PROCAD-NF (Grant no. 792/2009) as responsable Prof. Armèle Dornelas de Andrade. 48 References Aliverti, A. and Pedotti, A. 2003. Opto-electronic plethysmography. Monaldi Arch. 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Postural changes in lung volumes and respiratory resistence in subjects with obesity. J. Appl. Physiol. 98(2): 512 – 517. 53 Table 1: Anthropometric characteristics of the control and obese groups Controls Obese (n=17) (n=18) p-value Age (years) 10,24 ± 1,14 9,56 ± 1,61 NS Percentile 43,88 ± 23,32 97,38 ± 1,53 <0.000* NC (cm) 28,95 ± 1,67 33,37 ± 2,35 <0.000* WC (cm) 62,37 ± 4,51 85,98 ± 7,31 <0.000* HC (cm) 75,05 ± 5,53 93,02 ± 7,20 <0.000* WHR 0,82 ± 0,04 0,92 ± 0,07 <0.000* TF (cm) 10,20 ± 3,99 25,02 ± 5,68 <0.000* SF (cm) 6,25 ± 2,52 20,78 ± 5,36 <0.000 † Note: n= number of individuals; NC= neck circumference; WC= waist circumference; HC= hip circumference; WHR= waist-to-hip ratio; TF= Triceps Fold; SF= subscapular fold. Data are expressed as mean ± standard deviation. NS = not significant. * Independent Samples test. †Mann-Whitney test. 54 Table 2: Lung and respiratory muscle function data of control and obese group. Controls (n=17) Obese (n=18) p-value 1,40 ± 0,27 1,55 ± 0,44 NS FEV1 (%pred) 91,17 ± 12,19 96,38 ± 8,34 NS FVC (%pred) 92,23 ± 12,61 99,50 ± 10,84 NS FEV1/ FVC (%pred) 98,58 ± 4,86 96,00 ± 6,80 NS MIP (cmH2O) 72,88 ± 19,18 81,66 ± 19,84 <0,010* MEP (cmH2O) 79,23 ± 22,03 80,72 ± 20,14 NS IC Note: n= number of individuals; IC= inspiratory capacity; FEV1= forced expiratory volume in the first second; FVC=forced vital capacity; FEV1/FVC= ratio of forced expiratory volume in the first second and forced vital capacity; % pred= percentage of predicted value; MIP = maximal inspiratory pressure; MEP =maximal expiratory pressure. Data are expressed as mean ± standard deviation. NS = not significant. * Mann-Whitney test 55 Table 3: Ventilation patterns in the control and obese groups in seated and supine positions SEATED Controls(n=17) Obese(n=18) SUPINE p-value Controls Obese (n=18) p-value (n=17) 5,23 ± 0,82 6,56 ± 1,46 0,005 † 4,63 ± 0,73 6,07 ± 1,39 0,001 † 20,30 ± 2,72 20,19 ± 4,88 NS 20,51 ± 3,24 21,46 ± 4,24 NS TI (sec) 1,19 ± 0,18 1,29 ± 0,30 NS 1,27 ± 0,27 1,22 ± 0,20 NS TE (sec) 1,94 ± 0,36 1,91 ± 0,38 NS 1,82 ± 0,32 1,78 ± 0,54 NS VT (L) 0,26 ± 0,03 0,34 ± 0,09 0,003* 0,23 ± 0,04 0,28 ± 0,03 0,001 † VTRCp (L) 0,06 ± 0,02 0,08 ± 0,04 0,045* 0,04 ± 0,02 0,03 ± 0,02 NS VTRCa (L) 0,06 ± 0,00 0,08 ± 0,02 0,020* 0,04 ± 0,01 0,03 ± 0,01 0,000* VTAB (L) 0,14 ± 0,03 0,17 ± 0,05 0,035* 0,14 ± 0,02 0,21 ± 0,03 0,000* Min.Vent.(L/min) Frequency(min 1 - ) Note: n= number of individuals; Min. Vent. = minute ventilation; T I = inspiratory time; T E= expiratory time; VT= tidal volume; VT RCp, VTRCa and VTAB= contribution of pulmonary rib cage, abdominal rib cage and abdomen to tidal volume. Data are expressed as mean ± standard deviation. NS = not significant. *Independent Samples test. †Mann-Whitney test. 56 Figure 1: Intragroup and intergroup comparison of tidal volume variation of the three chest wall compartments in the seated and supine positions. Note: Rcp: pulmonary rib cage; Rca: abdominal rib cage; Ab: abdomen; White bars: mean ± standard deviation of seated position; black bars: mean ± standard deviation of supine position. * p < 0.001 (Paired sample test), ** p< 0.000 (Paired sample test) on comparison intergroup; ●p< 0.05 (Paired sample test); ●● p< 0.000 (Paired sample test) on comparison intragroup. 57 Movimento toracoabdominal e velocidade de encurtamento do diafragma de crianças obesas em diferentes posturas. Letícia M M e Silva¹; Cyda Reinaux²; Daniella C Brandão³; Rafael Justino4; Armèle de F D de Andrade5. 1 – Mestranda em Fisioterapia, Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Autora e coleta dos dados. [email protected] 2 – Doutoranda em Saúde da Criança e do Adolescente, Instituto Materno Infantil de Pernambuco. Colaboradora. [email protected] 3 – Doutora em Ciências da Saúde, Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco. Co-autora. [email protected] 4 – Fisioterapeuta, Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco. Colaborador na coleta de dados. [email protected] 5 – Professora Pós Doutora, Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco. Co-autora da pesquisa. [email protected] Laboratório de Fisioterapia CardioPulmonar. Departamento de Fisioterapia. Universidade Federal de Pernambuco. Endereço da autora: Rua Luiz Alves Conserva, 173, aptº 202 – Bancários – João Pessoa – PB CEP: 58051-090. Contato: 83. 9966-7484 58 Resumo Objetivo: Avaliar o movimento toracoabdominal e a velocidade de encurtamento de crianças e adolescentes eutróficos e acima do peso em diferentes posturas. Métodos: Estudo transversal na qual quarenta e três crianças/adolescentes (8-12 anos) sem doença pulmonar associada, divididas nos grupos: Grupo Obeso (GO=22); Grupo Controle (GC=21) quanto às medidas antropométricas, teste de função pulmonar, exame das pressões respiratórias máximas e pletismografia optoeletrônica (POE) em duas posturas, supino e sentado, durante a respiração tranquila. As variáveis da velocidade de encurtamento dos músculos respiratórios e assincronia foram originadas das coletas da pletismografia optoeletrônica, pelo software MATLAB®. Resultados: GO apresentou na postura supina maior ângulo de fase (p<0.05), PhRIB (p<0.01) e PhREB (p<0.05) que o grupo controle e uma maior velocidade de encurtamento dos músculos diafragma (p<0.05) e abdominais (p<0.001) em ambas as posturas. Conclusões: A obesidade associada à postura supina acarreta maior assincronia e aumento da velocidade de encurtamento muscular respiratório dessas crianças e adolescentes em relação às eutróficas. Palavras chaves: Obesidade, Postura, Pletismografia Optoeletrônica, Movimento toracoabdominal. Abstract Aim: To evaluate the thoracoabdominal motion and shortening velocity in children and adolescents eutrophic and overweight in different postures. Methods: Cross-sectional study in which forty-three children (8-12 years) without associated lung disease, divided into groups: Obese Group (OG = 22), Control Group (CG = 21) to evaluated to anthropometric measures, function test pulmonary examination of maximal respiratory pressures and optoelectronic plethysmography (OEP) in two postures, sitting and supine during quiet breathing. The variable speed of shortening of respiratory muscles and asynchrony were derived from collections of optoelectronic plethysmography, software MATLAB ®. Results: OG presented in the supine higher phase angle (p <0.05), PhRIB (p <0.01) and PhREB (p <0.05) than the control group and a 59 higher rate of diaphragm muscle shortening (p <0.05) and abdominal (p <0.001) in both positions. Conclusions: Obesity associated with the supine posture causes greater asynchrony and increased respiratory muscle shortening velocity of these obese children compared to normal weight. Keywords: Obesity, Porture, Optoelectronic Plethysmography, Thoracoabdominal Motion. Introdução Desde o início do século XXI, a obesidade é vista como a doença metabólica mais frequente no panorama mundial, sendo definida como um acúmulo de gordura excessivo e anormal (Formiguera e Canton, 2004). O número crescente de crianças e adolescentes acometidas com o ganho de peso é preocupante, tornando-se a obesidade um problema de saúde pública (Lobstein, Baur e Uauy, 2004). O acúmulo de gordura altera o movimento tóracoabdominal (MTA) visto que o depósito do tecido adiposo sob tórax e o abdômen provoca um padrão restritivo nesses pacientes (Fiorino e Brooks, 2009). Podem ocorrer alterações na função pulmonar com diminuição dos volumes e capacidades (Ülger et al, 2006; Chow et al, 2009; Spathopoulos et al, 2009). Em doenças como a síndrome da apnéia obstrutiva do sono (AOS) e a síndrome da hipoventilação da obesidade são mais incidentes nesses pacientes (Jubber, 2004; Formiguera e Canton, 2004; Arens e Muzumdar, 2010). Alguns estudos entretanto mostram que crianças com AOS quando posicionadas em supino ocorre melhoras na função respiratória (Fernandes do Prado et al, 2002; Zhang et al, 2007), mas outra pesquisa que avalia a postura de crianças com AOS e obesas afirma que há uma preferência por dormir em prono, indicando que essa postura permite uma melhor ventilação devido ao aumento do calibre das VAS e que a presença da obesidade foi determinante para adoção dessa postura (Dayyat et al, 2007). As posturas influenciam o movimento toraco-abdominal (MTA) durante a respiração tranquila, pois alteram a geometria diafragmática e a mecânica da respiração (Aliverti et al, 2001; Quaranta et al, 2008). Além da postura, o sexo e 60 a idade também influenciam o MTA (Maynard e Bignall, 2000; Parreira et al, 2010). Os movimentos da respiração ocorrem por alterações de volume da caixa torácica e do abdômen, essa movimentação é coordenada, sincrônica e ocorre de forma simultânea (Konno e Mead, 1967). Quando esses movimentos ficam descoordenados, a respiração é classificada como assincrônica ou paradoxal e isso pode acontecer na imposição de cargas ao sistema respiratório (Sackner, 1994; Kiciman, 1998) como, por exemplo, na prematuridade (Warren, Horan e Robertson, 1997), nas doenças pulmonares como displasia broncopulmonar (Allen et al, 1990), no aumento da obstrução das vias aéreas (Sivan et al, 1991), durante o exercício aeróbico, assim como no uso da espirometria de incentivo e na respiração diafragmática (Tomich et al, 2010). Existem dois tipos de assincronia que se diferenciam clinicamente e possuem diferentes causas. O primeiro tipo é a assincronia do compartimento da caixa torácica (CT) que ocorre quando a excursão abdominal precede o movimento da CT, esse tipo é comumente visto em crianças com obstrução das VA e diminuição da complacência pulmonar devido ao aumento da negativação da pressão intrapleural que altera a contração diafragmática durante a obstrução inspiratória. Esse índice pode ser correlacionado com alteração da resistência e das propriedades elásticas dos pulmões (Allen et al, 1991). O outro tipo de assincronia acontece na presença de doenças neuromusculares onde existe a fraqueza ou paralisia dos músculos intercostais e/ou do diafragma, onde o movimento do abdômen (AB) se inverte completamente com a caixa torácica (CT), exigindo um gasto energético muito maior do paciente (Diaz, Deoras e Allen, 1993; De Troyer e Heilporn, 1980). Esse sinal também é característico nos pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (Cohn et al, 1982). O estudo do movimento tóracoabdominal (MTA) é uma importante ferramenta para analisar a eficiência do sistema respiratório (Allen, 1990; Mayer et al 2003). O presente estudo visa avaliar o MTA de crianças e adolescentes obesos e eutróficos com o objetivo de observar se existe sobrecarga da função respiratória e se a alteração postural influencia o MTA nessas condições. 61 Métodos O estudo foi transversal analítico, onde foram avaliadas 39 crianças/adolescentes, divididas em Grupo Controle (GC) foi composto por 20 indivíduos (Meninos = 11; Meninas = 9) e o Grupo Obeso (GO) composto por 19 indivíduos (Meninos = 14; Meninas = 5). Foram incluídas as crianças e adolescentes com idade entre 8 e 12 anos, com o índice de massa corporal (IMC) segundo os critérios do Center for Disease Control and Prevention (CDC, 2000), onde crianças e adolescentes com percentil entre 5º e < 85º pertenciam ao GC e GO quando o percentil >95º. Os critérios de exclusão eram doença pulmonar prévia, doença neuromuscular, incapacidade de executar os exames e recusa de participar da pesquisa. O protocolo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, Brasil, com o número de 451/10, de acordo a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e todos os responsáveis pelos pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os indivíduos iniciaram a avaliação pela anamnese, dados sóciodemográficos e antropométricos – cálculo do percentil, medida da Circunferência do Pescoço (CP) segundo Nafiu et al (2010), da Cintura (CC), do Quadril (CQ), relação da cintura e quadril (RCQ) e medidas das Dobras cutâneas Tricipital (DT) e Subescapular (DS) com o adipômetro (WCS Plus, Curitiba, Brasil) seguindo as recomendações de Callaway et al (1988). Em seguida eles realizaram o teste de função pulmonar (Espirômetro Micromedical, Microloop, MK8, Kent, Inglaterra), conforme as recomendações da American Thoracic Society (ATS) (2002). Posteriormente, fizeram o teste de força muscular respiratória (Manovacuômetro Globalmed MVD 300, Porto Alegre, Brasil), onde as pressões respiratórias máximas inspiratória (PImax) e expiratória (PEmax) foram determinadas segundo as recomendações do estudo de Domènech-Clar et al (2003). As variáveis da assincronia foram avaliadas através da Pletismografia Optoeletrônica (POE) (BTS Bioengineering, Milão, Itália) com oito câmeras infra-vermelhas localizadas ao redor do pacientes. Elas captam as imagens dos marcadores reflexivos fixados na pele do paciente. A fixação dos marcadores seguiu as referências anatômicas do modelo proposto por Aliverti et al (2003), 62 onde na postura em supino foram colocados 52 marcadores na face anterior e lateral do tronco e o paciente permaneceu com os braços relaxados ao longo do corpo e os membros inferiores estendidos e na postura sentada foram utilizados 89 marcadores nas faces anterior, lateral e posterior do tórax e abdômen e os membros superiores ao lado do corpo com os membros inferiores fletidos com apoio nos pés. Todas as coletas tiveram duração de dois minutos de respiração tranquila, em cada postura, sempre iniciando na postura supina e em seguida a postura sentada. As variáveis extraídas da coleta com a POE foram: Volume corrente (VC), Tempo inspiratório (TI), Tempo expiratório (TE), Tempo total (Ttotal), Frequência respiratória (FR), Duty cycle (Ti/Ttotal) e Ventilação Minuto (VM). As variáveis analisadas pelo software MATLAB® 2007 versão 7.5.0 (TheMath Works, USA) que gera as curvas de Konno-Mead para análise foram: Ângulo fase, Relação de fase inspiratória (PhRIB), Relação de fase expiratória (PhREB). Para caracterizar a presença da assincronia toracoabdominal o índice mais utilizado é o ângulo de fase (PhAng) o qual varia de 0º a 180º, onde o movimento sincrônico é evidenciado no 0º e a medida que a assincronia cresce chega aos 180º (Agostini e Mognoni, 1966; Hammer et al, 2009). Após as análises das curvas, foi criado um banco de dados no software GraphPad Prism®, versão 4.0 para análise estatística com o nível de confiança adotado de 5%, considerando significativo o valor de p < 0,05. Inicialmente foi realizada uma análise descritiva, apresentada como média e desvios-padrão das variáveis antropométricas e dados cardiorrespiratórios (idade, percentil, cinturas, dobras cutâneas e PA). A amostra foi calculada baseada em um estudo piloto com 10 crianças, 5 em cada grupo, foi realizado o test t para amostras independentes, considerando a comparação entre os grupos Obeso e Controle, foi utilizado um poder de 80% e um α = 0.05. A variável, ângulo de fase, foi usada para determinação do tamanho amostral, onde houve uma diminuição de 50.2% do GC em relação do GO e o software utilizado para o cálculo foi o G*Power. Para a análise das variáveis da função pulmonar, das pressões respiratórias máximas, da distribuição do volume pulmonar e da assincronia foi avaliado o tipo de distribuição das variáveis através do teste de Komolgorov – Smirnov (KS). 63 Em seguida para a análise intragrupo, em caso de variáveis com distribuição normal, foi usado o test t pareado e o teste Wilcoxon para as variáveis não paramétricas. Na análise intergrupos os dados com distribuição normal, foi realizado test t não paread para comparar as médias dos grupos e no caso das variáveis não paramétricas foi empregado o teste de MannWhitney. Em todas as situações os resultados foram expressos com médias e desvios-padrão. Resultados Dados antropométricos, função pulmonar e pressões respiratórias máximas estão descritos na Tabela 1. Na análise antropométrica, as variáveis Circunferência do Pescoço (CP), da Cintura (CC), relação cintura-quadril (RCQ), Dobra Cutânea Tricipital (DT) e Subescapular (DS) do GO foram superiores em relação aos outros grupos. Na avaliação da função pulmonar os valores da Capacidade Pulmonar Lenta (CVE) (p<0.01), Volume Expiratório Forçado no Primeiro segundo (VEF1) (p<0.05), Capacidade Vital Forçada (CVF) (p<0,01) em valores absolutos foram maiores no GO em relação ao GC. 64 Tabela 1 – Dados antropométricos, cardiorrespiratórios, função pulmonar e pressões respiratórias. Variáveis Grupo Obeso Grupo Controle (n=20) (n=19) p-valor (14-meninos; (11-meninos; 5-meninas) 9-meninas) Idade (anos) 9.9±1.7 10.2±1.2 NS Percentil 97.2±1.4 30±24 <0.001 * CP (cm) 33.8±2.6 28.7±1.6 <0.05 * CC (cm) 86.3±8.6 61.5±4.9 <0.01 * CQ (cm) 93.8±7.3 74.4±5.9 <0.001 * RCQ 0.9±0.1 0.8±0.1 <0.001 * DT (mm) 24.8±5.7 9.9±3.8 <0.001 * DS (mm) 20.8±5.1 6.1±2.4 <0.05 * FR (ipm) 19.1±5.9 20.3±7.4 NS PAS (mmHg) 112.1±11.3 99±9.1 <0.01 * PAD (mmHg) 71.5±10.1 68.5±8.1 NS VEF1 (%) 94.8±8.6 91.1±11 NS CVF (%) 98.7±10.9 92.2±11.5 NS VEF1/CVF (%) 95±6.8 98.6±4.7 NS PImáx (cmH2O) 86.2±20.2 73.3±18.8 NS PEmáx (cmH2O) 84.5±21.3 77.3±20.8 NS n = número de indivíduos; CP = circunferência do pescoço; CC = circunferência da cintura; RCQ = relação cintura/quadril; DT = dobra tricipital; DS = dobra subescapular; FR = frequência respiratória; PAS = pressão arterial sistólica; PAD = pressão arterial diastólica; VC = volume corrente; VEF1 = volume expiratório no primeiro segundo; PImax = pressão inspiratória máxima; PEmax = pressão expiratória máxima; *<0.05. Teste t não pareado (dados paramétricos) e Mann Whitney (dados não paramétricos). 65 A Tabela 2 demonstra os dados do padrão ventilatório dos pacientes na postura supina, onde o Volume Corrente (VC) e o Volume Minuto (VM) do GO apresentaram valores superiores em relação ao GC (<0.01). Tabela 2 – Dados do padrão ventilatório dos grupos na postura supina. Supino Grupo Obeso Grupo Controle (n=20) (n=19) Média±DP Média±DP VC (L) 0.3±0.1 0.2±0.1 <0.01* TI(s) 1.2±0.2 1.2±0.2 NS TE (s) 1.8±0.5 1.7±0.3 NS T Total (s) 3±0.6 3±0.5 NS FR (ipm) 20.9±4.3 20.9±3.3 NS Duty cycle (%) 40.7±4.8 42±3.3 NS Vent Minuto 5.9±1.3 4.7±0.9 <0.01* Variáveis p-valor (L/min) n = número de indivíduos; VC= Volume corrente; TI= Tempo inspiratório; TE = Tempo expiratório; TTotal = Tempo total; FR = Frequência Respiratória; Duty cycle = TI/TTotal; Vent Minuto = Ventilação Minuto; * p<0.05. Teste t não pareado (dados paramétricos) e Mann Whitney (dados não paramétricos). A Tabela 3 demonstra que o GO possui um maior Ângulo de Fase, Relação de Fase Inspiratória (PhRIB) e Relação da Fase Expiratória (PhREB) na postura supina em relação ao outro grupo. Enquanto que na postura sentada, a composição corporal não diferenciou as variáveis do MTA. 66 Tabela 3 – Dados do movimento toracoabdominal durante a respiração tranquila entre os grupos obeso e controle. Supino Sentado Grupo Grupo Grupo Grupo Obeso Controle Obeso Controle (n=20) (n=19) (n=20) (n=19) fase (º) 19.93±7.27 13.12±7.88* 16.77±7.82 15.50±9.37 PhRIB (%) 22.28±8.11 11.51±5.66* 21.95±7.68 17.80±7.65 PhREB (%) 21.19±8.80 8.80±5.60* 21.46±11.05 16.76±8.74 Variáveis Ângulo de n = número de indivíduos; PhRIB = Relação de Fase Inpiratória; PhREB = Relação de Fase Expiratória; *p<0.05. Teste t não pareado (dados paramétricos) e Mann Whitney (dados não paramétricos). Na Figura 1 mostra a velocidade de encurtamento dos músculos diafragma e abdominais, o GO apresentou uma maior velocidade em relação ao GC em ambas posturas. Figura 1 – Velocidade de encurtamento do diafragma e dos músculos abdominais em diferentes posturas. * p<0.05. Teste t não pareado (dados paramétricos) e Mann Whitney (dados não paramétricos). 67 Discussão A posição supina provocou uma maior assincronia no GO em relação à postura sentada. Em relação à velocidade de encurtamento o GO teve maior velocidade dos músculos diafragma e abdominais em relação ao GC em ambas as posturas. Dentro nosso conhecimento dos pesquisadores, o presente estudo é o primeiro que avalia o movimento toracoabdominal de crianças eutróficas e acima do peso com pletismografia optoeletrônica, realizado com variação de posturas. Nossos achados corroboram o estudo de Verschakelen e Demedts (1995) que analisaram os efeitos da idade, sexo e postura sob a função respiração e a posição supina foi o único fator o qual influenciou o MTA, provocando aumento da participação do compartimento abdominal (AB) em relação à caixa torácica (CT). O MTA é influenciado pela postura adquirida pelo indivíduo. Na postura sentada observa-se uma menor complacência abdominal quando comparada à postura supina, podendo ser justificada pelo tipo de atividade que os músculos abdominais exercem na manutenção da postura (Vellody et al, 1978). Essas alterações no MTA foram comprovadas pela atividade mioelétrica que evidencia um aumento da contração dos músculos inspiratórios, inclusive do diafragma, e nos abdominais na postura sentada e em pé. Entretanto, outro estudo que utiliza magnetômetro integrado ao eletromiógrafo demonstra que a mudança de postura para supino provoca a inversão do comportamento da complacência abdominal, ou seja, o compartimento AB se move mais que a CT (Druz e Sharp, 1981). Esses achados foram demonstrados por Estenne et al (1985) onde a mudança de postura sentada para supina proporcionou um aumento na complacência AB e uma diminuição na complacência da CT. Além das alterações que a mudança de postura impõe ao sistema respiratório, o excesso de peso também influencia no MTA. Nossos resultados mostram que o GO apresentou uma maior assincronia em relação aos outros grupos, representada por maiores valores de PhRIB, PhREB e ângulo de fase. O aumento das variáveis PhRIB e PhREB no GO em relação aos GSP e GC, demonstram a porcentagem de tempo durante as fases do ciclo, inspiração e expiração, respectivamente, que os compartimentos caixa torácica e abdominal 68 se movem em direções opostas, caracterizando mais uma vez a presença de assincronia nesses pacientes. Esses resultados estão em previamente em concordância com o estudo de Matos (2007) o qual avaliou adultos com obesidade graus II e III que foram submetidos à gastroplastia. O ângulo de fase do grupo obeso no período préoperatório foi 251% maior que o encontrado em adultos eutróficos. Porém, após seis meses da cirurgia não houve diferença do ângulo de fase entre os grupos GO e GC, demonstrando que a perda de peso melhora o MTA. O presente estudo demonstra que o GO obteve um aumento de 152% dessa mesma medida em relação ao GC, entretanto esta comparação é limitada pela diferença de faixa etária entre os estudos. Outra medida alterada no GO foi o aumento da velocidade de encurtamento dos músculos respiratórios em relação ao outro grupo em ambas as posturas. Alguns estudos mostram a associação entre a velocidade de encurtamento dos músculos diafragma e abdominais e o esforço solicitado pelo paciente para determinada atividade. Duranti et at (2004) demonstrou que a velocidade de encurtamento muscular aumentou com a elevação da sobrecarga de dois tipos de exercícios realizados em esteira. Com o aumento da velocidade da esteira, a velocidade de encurtamento dos músculos da caixa torácica aumentou 1.66 vezes e com o aumento da inclinação da esteira essa velocidade dobrou (2.01), o qual evidencia que ambos os incrementos da caminhada levam às mesmas alterações dos centros respiratórios e o estudo de Aliverti et al (2002) também demonstra o aumento da velocidade de encurtamento dos músculos abdominais se eleva de acordo com o incremento da carga de trabalho. Assim como nos pacientes do GO que demonstram ter uma sobrecarga para deslocar a cada ciclo respiratório, devido ao excesso de tecido adiposo, provocando um aumento do esforço muscular nessas crianças e adolescentes independente da postura adotada. A sobrecarga no sistema respiratório está relacionada à assincronia, onde o recolhimento elástico dos pulmões e da caixa torácica está alterado influenciando nos movimentos de incursão e excursão do diafragma (Tobin et al, 1983). Limitações do estudo 69 Esse estudo sugere que nas próximas pesquisas a associação entre pletismografia optoeletrônica com o pneumotacógrafo a fim de avaliar o fluxo respiratório desses pacientes. Conclusão Portanto, os resultados demonstram que a postura supina aumenta a assincronia do MTA e a velocidade de encurtamento dos músculos diafragma e abdominais em crianças e adolescentes obesos. Esse quadro pode ser agravado quando essa população tiver associação com doenças pulmonares, como a apnéia obstrutiva do sono, acometimento bastante frequente em crianças e adolescentes que estão acima do peso uma vez que o aumento do trabalho respiratório pode levar ao agravamento da sintomatologia. De acordo com os resultados, é sugerido o uso da postura sentada nos atendimentos da Fisioterapia Respiratória, como também, outros estudos com doenças pulmonares associadas à obesidade a fim de avaliar o efeito delas no MTA e na velocidade de encurtamento dos músculos respiratórios. Referências Formiguera X, Cantón A. Obesity: epidemiology and clinical aspects. Best Pract Res Clin Gastroenterol 2004; 6:1125-46. Lobstein T, Baur L, Uauy R. Obesity in children and young people: a crisis in public health. Obes Rev 2004; (5) 1:4-104. Fiorino EK, Brooks LJ. Obesity and respiratory diseases in childhood. Clin Chest Med 2009:30(3):601-8. Ülger Z, et al. 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All manuscripts (other than book reviews and abstracts) should contain a title page (p. 1), an abstract (p. 2), followed by Introduction (p. 3), Materials and methods, Results, Discussion, and Acknowledgements sections, plus references, tables, figure captions, and appendices, in that order. (See descriptions of each part of the manuscript, below.) Tables and captions for illustrations should be on separate pages. Organize tables and figures to facilitate comparisons, grouping related data in as few tables and figures as feasible. As far as possible, make the tables and figures clear without reference to the text. All tables and equations are required to be in a workable format that can be physically manipulated.Equations should be represented in true editable format, preferably using a math editor (MathType); however, authors should insert simple inline equations in text without using MathType. When inserting symbols from Word's "Symbol" palette, authors should use the “normal text” or "symbol" fonts. Symbols should be inserted using MathType ONLY if they cannot be found in the "Symbol" palette under one of those two fonts. Tables and equations must not be submitted in .gif, .jpg, or other picture formats(neither within the manuscript nor as separate files). Tables must be in a workable table format (preferred), an Excel spreadsheet format, or typed into the text. Begin sections and paragraphs with topic sentences containing generalizations that lead readily to the particulars. Giving a conclusion first and then supporting it not only improves readability but also facilitates assessment by other scientists. Failure to give the most newsworthy generalizations first is one of the most prominent shortcomings in presentation of manuscripts. Assure that everything in each section is relevant to the heading and that everything in each paragraph is relevant to the topic (opening) sentence. Presenting a manuscript to maximize its online discoverability Both titles and abstracts provide information for contemporary alerting and information retrieval services, and should therefore be informative but brief. In compliance with a request from the Chemical Abstracts Service, the Editors urge all authors to use full forenames rather than initials and (or) one forename. Authors are encouraged to include uniform resource locators (URLs) and digital object identifiers (DOIs) to enable readers to find material on the Web. URLs 90 and DOIs for references cited should be placed after the reference in the reference list; other URLs and DOIs should be placed in context in the text. Authors can set up their manuscript to maximize its online discoverability by following a few simple guidelines. Because the Title and Abstract are free to all readers and because most search engines give extra weight to keyword phrases inheadings and to repeated phrases, wording of the Title and Abstract isespecially important to increase the chance your paper will be found. Follow the instructions below when writing your Title and Abstract; include keyphrases you feel a reader would use when conducting a literature search in the area of your paper. Title Titles not only provide information for alertingand information retrieval services, they are also the most heavily weighted element of a paper for online search engines. Therefore, titles should contain important descriptive phrases that relate to the topic and key result. Titles should be brief and clear. Title page The title page should contain the following: (i ) the full title of the paper; (ii ) all authors listed in the order in which they are to appear on the printed article; (iii ) the name, address, telephone number, fax number, and e-mail address of the author responsible for correspondence; and (iv ) the affiliation and address (including e-mail address) for each author. This should reflect the affiliation and address at the time of the study. Indicate current affiliations and addresses (including e-mail addresses) that differ from those in the by-line in a footnote. Author names The Editors urge all authors to use full forenames rather than initials and (or) one forename. Abstract An abstract is required for every contribution and should contain accurate descriptive words that will draw the reader to the content. This is particularly important because contemporary alerting services and search engines will search this text. The abstract should present the paper content concisely and accurately and should supplement, not duplicate, the title in this respect. Authors able to submit abstracts in both fluent English and French are encouraged to do so. Abstracts submitted in one language will be translated into the other official language by the journal translator. References should not be cited in the abstract unless they are absolutely essential, in which case full bibliographic information must be provided. Abstracts for original research and invited reviews should be less than 250 words, whereas abstracts for rapid communications, brief communications, current opinions, and technical notes should be less than 75 words. Invited editorials and letters to the editor do not have abstracts. Key words Six to 10 key words should be placed directly below the abstract. 91 Text The text should be written and arranged to ensure that the observations reported may be reproduced and (or) evaluated by readers. Sources of biological materials, experimental methods, geographical locations, and statistical methods should be described. Sources of commercially available laboratory or field equipment and fine chemicals should be indicated in parentheses; list the company name, city, and country. Material taken from research theses must be thoroughly edited for brevity and must conform to these Instructions to Authors. Authors are encouraged to include uniform resource locators (URLs) and digital object identifiers (DOIs) to enable readers to find material on the Web. Introduction Limit the introduction largely to the scope, purpose, and rationale of the study. Restrict the literature review and other background information to that needed to define the problem or set the work in perspective. An introduction generally need not exceed 375–500 words. Materials and methods The degree of reproducibility of experiments should be indicated either in general statements in Materials and methods and Results or, preferably, as statistical treatments of numerical data cited in tabular or graphic form. The experimental, or computational, material must be sufficiently detailed to permit reproduction of the work, but must be concise and avoid lengthy descriptions of known procedures; the latter should be specified by appropriate references. The reader’s attention should be drawn to any new or unusual hazards encountered in the experimental work. Limit the information on materials and methods to what is needed to judge whether the findings are valid. To facilitate assessment, give all the information in one section when possible. Refer to the literature concerning descriptions of equipment or techniques already published, detailing only adaptations. If the section is long, consider using subheadings corresponding to headings for the findings. Identify figures that have been digitally enhanced or modified, and provide the software and technique used. Results Limit the results to answers to the questions posed in the purpose of the work and condense them as comprehensively as possible. Give the findings as much as possible in the terms in which the observations or measurements were made so as to avoid confusion between facts and inferences. Material supplementary to the text may be submitted and referenced in the text (see Supplementary material section). Discussion or conclusion Limit the Discussion to giving the main contributions of the study and interpreting particular findings, comparing them with those of other workers. Emphasis should be on synthesis and interpretation and exposition of broadly applicable generalizations and principles. If there are exceptions or unsettled points, note them and show how the findings agree or contrast with previously published work. Limit speculation to what can be supported with reasonable 92 evidence. End the Discussion with a short summary of the significance of the work and conclusions drawn. Acknowledgements Acknowledgements should be written in the third person and kept to a concise recognition of relevant contributions. We strongly urge authors to limit acknowledgments to those who contributed substantially to scientific and technical aspects of the paper, gave financial support, or improved the quality of the presentation. Avoid acknowledging those whose contribution was clerical only. Footnotes Footnotes to material in the text should not be used unless they are unavoidable, but their use is encouraged in tables. When used in the text, footnotes should be cited using superscript Arabic numbers (except in the tables, see below) and should be numbered serially beginning with any that appear on the title page. Each footnote should be typed on the manuscript page upon which the reference is made; footnotes should not be included in the list of references. Equations Equations should be clearly typed; triple-spacing should be used if superscripts and (or) subscripts are involved. Superscripts and subscripts should be legible and carefully placed. Distinguish between lowercase l and the numeral one, and between capital O and the numeral zero. A letter or symbol should represent only one entity and be used consistently throughout the paper. Each variable must be defined in the text. Numbers identifying equations must be in parentheses and placed flush with the left margin. References General form The author is responsible for verifying each reference against the original article. Each reference must be cited in the text using the surnames of the authors and the year, for example, (Walpole 1985) or (Green and Brown 1990) or Green and Brown (1990). Depending on the sentence construction, the names may or may not be in parentheses, but the year always is. If there are three or more authors, the citation should give the name of the first author followed by et al. (e.g., Green et al. 1991). If references occur that are not uniquely identified by the authors’ names and year, use a, b, c, etc., after the year, for example, Green 1983a, 1983b; Green and Brown 1988a, 1988b, for the text citation and in the reference list. Uniform resource locators (URLs) or digital object identifiers (DOIs) are useful in locating references on the Web, and authors are encouraged to include these; they should be placed after the reference in the reference list (see example below). Unpublished reports, private communications, and In press references References to unpublished reports, private communications, and papers submitted but not yet accepted are not included in the reference list but instead 93 must be included as footnotes or in parentheses in the text, giving all authors’ names with initials; for a private communication, the year of communication should also be given (e.g., J.S. Jones (personal communication, 1999)). If an unpublished book or article has beenaccepted for publication, include it in the reference list followed by the notation “In press”. Presentation of the list The reference list must be double-spaced and placed at the end of the text. References must be listed in alphabetical order according to the name of the first author and not numbered. References with the same first author are listed in the following order. (i) Papers with one author only are listed first in chronological order, beginning with the earliest paper. (ii) Papers with dual authorship follow and are listed in alphabetical order by the last name of the second author. (iii) Papers with three or more authors appear after the dualauthored papers and are arranged chronologically. General guidelines on references References should follow the form used in current issues of the Journal. The names of serials are abbreviated in the form given in the List of Journals Indexed for MEDLINE (National Library of Medicine, National Institutes of Health, 8600 Rockville Pike, Bethesda, MD 20894, USA;www.nlm.nih.gov/tsd/serials/lji.html). In doubtful cases, authors should write the name of the serial in full. The Journal encourages the inclusion of issue numbers, which should be placed in parentheses after the volume number. References to nonrefereed documents (e.g., environmental impact statements, contract reports) must include the address where they can be obtained. The following bibliographic citations illustrate the punctuation, style, and abbreviations for references. Journal article Raman, M., and Allard, J.P. 2007. Parenteral nutrition related hepato-biliary disease in adults. Appl. Physiol. Nutr. Metab. 32(4): 646–654. Journal article with URL Raman, M., and Allard, J.P. 2007. Parenteral nutrition related hepato-biliary disease in adults. Appl. Physiol. Nutr. Metab. 32(4): 646–654. Available from rparticle.web-p.cisti.nrc.ca/rparticle / Abstract Template Servlet ? calyLang=eng&journal= apnm & volume = 32 & year =0&issue=4&msno=h07056 [accessed 9 September 2007]. Journal article with DOI Raman, M., and Allard, J.P. 2007. Parenteral nutrition related hepato-biliary disease in adults. Appl. Physiol. Nutr. Metab. 32(4): 646–654. doi:10.1139/H07056. Report Chief Medical Office. 2004. At least five a week: evidence of the impact of physical activity and its relationship to health. Department of Health, Waterloo, UK. Book Dishman, R.K., and Dunn, A.L. 1988. Exercise adherence: its impact on public health. Human Kinetics, Champaign, Ill. Part of book Healey, M.C. 1980. The ecology of juvenile salmon in Georgia Strait, Britsh Columbia. In Salmonid ecosystems of the North Pacific. Edited by W.J. McNeil 94 and D.C. Himsworth. Oregon State University Press, Corvallis, Oreg. pp. 203– 229. Paper in conference proceedings Kline, V.M., and McClintock, T. 1994. Effect of burning on a dry oak forest infested with woody exotics. InProceedings of the 13th North American Prairie Conference: Spirit of the Land, Our Prairie Legacy, Windsor, Ont., 6–9 August 1992. Edited by R.G. Wickett, P.D. Lewis, A. Woodcliffe, and P. Pratt. Department of Parks and Recreation, Windsor, Ont. pp. 207–213. Institutional publications and pamphlets Dzikowski, P.A., Kirby, G., Read, G., and Richards, W.G. 1984. The climate for agriculture in Atlantic Canada. 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A copy of the Journal should be consulted to see how tables are set up and where the lines in them are placed. Footnotes in tables should be designated by symbols (in the order *, †, ‡, §, ||, ¶ , #) or superscript lowercase italic letters. Descriptive material not designated by a footnote may be placed under a table as a Note. Numerous small tables should be avoided, and the number of tables should be kept to a minimum. Figure captions Figure captions should be listed on a separate page and be placed after the tables. The caption should informatively describe the content of the figure, without need for detailed reference to the text. Experimental conditions should not be included, but should be adequately covered in the Methods. For graphs, captions should not repeat axis labels, but should describe what the data show. A single caption can be provided for multipart (composite) figures, with necessary details on the separate parts identified by their individual labels. If the separate parts require enough information to warrant separate captions, then the composite should be separated into individual figures. Appendices An appendix should be able to stand alone, as a separate, self-contained document. Figures and tables used in an appendix should be numbered sequentially but separately from those used in the main body of the paper, for example, Fig. A1, Table A1, etc. If references are cited in an appendix, they 95 must be listed in an appendix reference list, separate from the reference list for the article. Supplementary material Supplementary material (or data) consists of extra tables, figures (maps), detailed calculations, and data sets produced by the authors as part of their research, but not essential for understanding or evaluating the paper, and is not published with the article in the print edition of the journal. Such material may or may not be peer reviewed with the article. Supplementary material should be submitted with the article. During Web submission (ScholarOne), relevant files should be attached under “Supplementary data”. Supplementary material is made available in its native file format on the journal Web site. Tables and figures should be numbered in sequence separate from those published with the paper (e.g., Fig. S1, Table S1). The supplementary material should be referred to in the printed article by footnotes. Illustrations General Each figure or group of figures should be planned to fit, after appropriate reduction, into the area of either one or two columns of text. The maximum finished size of a one-column illustration is 8.6 × 23.7 cm (3.4 × 9.3 in.) and that of a two-column illustration is 18.2 × 23.7 cm (7.2 × 9.3 in.). The figures (including halftones) must be numbered consecutively in Arabic numerals, and each one must be referred to in the text and must be self-explanatory. All terms, abbreviations, and symbols must correspond with those in the text. Only essential labelling should be used, with detailed information given in the caption. Line drawings All lines must be sufficiently thick (0.5 points minimum) to reproduce well, and all symbols, superscripts, subscripts, and decimal points must be in good proportion to the rest of the drawing and large enough to allow for any necessary reduction without loss of detail. Avoid small open symbols; these tend to fill in upon reproduction. The same font style and lettering sizes should be used for all figures of similar size in any one paper. Photographs Photographs should be continuous tone, of high quality, and with strong contrast. Only essential features should be shown. A photograph, or group of them, should be planned to fit into the area of either one or two columns of text with no further reduction. Electron micrographs or photomicrographs should include a scale bar directly on the print. The best results will be obtained if the authors match the contrast and density of all figures arranged as a single plate. Colour illustrations Colour illustrations will be at the author’s expense. Further details on prices are available from the Editorial Office (e-mail: [email protected]). 96 Anexo III Regras para submissão do artigo no Jornal de Pediatria Orientações Gerais O original – incluindo tabelas, ilustrações e referências bibliográficas – deve estar em conformidade com os "Requisitos Uniformes para Originais Submetidos a Revistas Biomédicas", publicado pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (http://www.icmje.org). Cada seção deve ser iniciada em nova página, na seguinte ordem: página de rosto, resumo em português, resumo em inglês, texto, agradecimentos, referências bibliográficas, tabelas (cada tabela completa, com título e notas de rodapé, em página separada), figuras (cada figura completa, com título e notas de rodapé, em página separada) e legendas das figuras. A seguir, as principais orientações sobre cada seção: Página de Rosto A página de rosto deve conter todas as seguintes informações: a) título do artigo, conciso e informativo, evitando termos supérfluos e abreviaturas; evitar também a indicação do local e da cidade onde o estudo foi realizado; b) título abreviado (para constar na capa e topo das páginas), com máximo de 50 caracteres, contando os espaços; c) nome de cada um dos autores (o primeiro nome e o último sobrenome devem obrigatoriamente ser informados por extenso; todos os demais nomes aparecem como iniciais); d) titulação mais importante de cada autor; e) endereço eletrônico de cada autor; f) informar se cada um dos autores possui currículo cadastrado na plataforma Lattes do CNPq; g) a contribuição específica de cada autor para o estudo; h) declaração de conflito de interesse (escrever "nada a declarar" ou a revelação clara de quaisquer interesses econômicos ou de outra natureza que poderiam causar constrangimento se conhecidos depois da publicação do artigo); i) definição de instituição ou serviço oficial ao qual o trabalho está vinculado para fins de registro no banco de dados do Index Medicus/MEDLINE; 97 j) nome, endereço, telefone, fax e endereço eletrônico do autor responsável pela correspondência; k) nome, endereço, telefone, fax e endereço eletrônico do autor responsável pelos contatos pré-publicação; l) fonte financiadora ou fornecedora de equipamento e materiais, quando for o caso; m) contagem total das palavras do texto, excluindo o resumo, agradecimentos, referências bibliográficas, tabelas e legendas das figuras; n) contagem total das palavras do resumo; o) número de tabelas e figuras. Resumo O resumo deve ter no máximo 250 palavras ou 1.400 caracteres, evitando o uso de abreviaturas. O resumo das comunicações breves deve ter no máximo 150 palavras. Não colocar no resumo palavras que identifiquem a instituição ou cidade onde foi feito o artigo, para facilitar a revisão cega. Todas as informações que aparecem no resumo devem aparecer também no artigo. O resumo deve ser estruturado, conforme descrito a seguir: Resumo de Artigo Original Objetivo: informar por que o estudo foi iniciado e quais foram as hipóteses iniciais, se houve alguma. Definir precisamente qual foi o objetivo principal e informar somente os objetivos secundários mais relevantes. Métodos: informar sobre o delineamento do estudo (definir, se pertinente, se o estudo é randomizado, cego, prospectivo, etc.), o contexto ou local (definir, se pertinente, o nível de atendimento, se primário, secundário ou terciário, clínica privada, institucional, etc.), os pacientes ou participantes (definir critérios de seleção, número de casos no início e fim do estudo, etc.), as intervenções (descrever as características essenciais, incluindo métodos e duração) e os critérios de mensuração do desfecho. Resultados: informar os principais dados, intervalos de confiança e significância estatística. Conclusões: apresentar apenas aquelas apoiadas pelos dados do estudo e que contemplem os objetivos, bem como sua aplicação prática, dando ênfase igual a achados positivos e negativos que tenham méritos científicos similares. Resumo de Artigo de Revisão Objetivo: informar por que a revisão da literatura foi feita, indicando se ela enfatiza algum fator em especial, como causa, prevenção, diagnóstico, tratamento ou prognóstico. 98 Fontes dos dados: descrever as fontes da pesquisa, definindo as bases de dados e os anos pesquisados. Informar sucintamente os critérios de seleção de artigos e os métodos de extração e avaliação da qualidade das informações. Síntese dos dados: informar os principais resultados da pesquisa, sejam quantitativos ou qualitativos. Conclusões: apresentar as conclusões e suas aplicações clínicas, limitando generalizações aos Resumo de Comunicação Breve Para observações experimentais, utilizar o modelo descrito para resumo de artigo original. Para relatos de caso, utilizar o seguinte formato: Objetivo: informar por que o caso merece ser publicado, com ênfase nas questões de raridade, ineditismo ou novas formas de diagnóstico e tratamento. Descrição: apresentar sinteticamente as informações básicas do caso, com ênfase nas mesmas questões de ineditismo e inovação. Comentários: conclusões sobre a importância do relato para a comunidade pediátrica e as perspectivas de aplicação prática das abordagens inovadoras. Abaixo do resumo, fornecer de três a seis palavras-chave ou expressões-chave que auxiliarão a inclusão adequada do resumo nos bancos de dados bibliográficos. Empregar palavras ou expressões integrantes da lista de "Descritores em Ciências da Saúde", elaborada pela BIREME e disponível nas bibliotecas médicas ou na internet (http://decs.bvs.br). Se não houver descritores adequados na referida lista, usar termos novos. Abreviaturas Devem ser evitadas, pois prejudicam a leitura confortável do texto. Quando usadas, devem ser definidas ao serem mencionadas pela primeira vez. Jamais devem aparecer no título e nos resumos. Texto O texto dos artigos originais deve conter as seguintes seções, cada uma com seu respectivo subtítulo: a) Introdução: sucinta, citando apenas referências estritamente pertinentes para mostrar a importância do tema e justificar o trabalho. Ao final da introdução, os objetivos do estudo devem ser claramente descritos. 99 b) Métodos: descrever a população estudada, a amostra e os critérios de seleção; definir claramente as variáveis e detalhar a análise estatística; incluir referências padronizadas sobre os métodos estatísticos e informação de eventuais programas de computação. Procedimentos, produtos e equipamentos utilizados devem ser descritos com detalhes suficientes para permitir a reprodução do estudo. É obrigatória a inclusão de declaração de que todos os procedimentos tenham sido aprovados pelo comitê de ética em pesquisa da instituição a que se vinculam os autores ou, na falta deste, por um outro comitê de ética em pesquisa indicado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde . c) Resultados: devem ser apresentados de maneira clara, objetiva e em sequência lógica. As informações contidas em tabelas ou figuras não devem ser repetidas no texto. Usar gráficos em vez de tabelas com um número muito grande de dados. d) Discussão: deve interpretar os resultados e compará-los com os dados já descritos na literatura, enfatizando os aspectos novos e importantes do estudo. Discutir as implicações dos achados e suas limitações, bem como a necessidade de pesquisas adicionais. As conclusões devem ser apresentadas no final da discussão, levando em consideração os objetivos do trabalho. Relacionar as conclusões aos objetivos iniciais do estudo, evitando assertivas não apoiadas pelos achados e dando ênfase igual a achados positivos e negativos que tenham méritos científicos similares. Incluir recomendações, quando pertinentes. O texto de artigos de revisão não obedece a um esquema rígido de seções. Sugere-se uma introdução breve, em que os autores explicam qual a importância da revisão para a prática pediátrica, à luz da literatura médica. Não é necessário descrever os métodos de seleção e extração dos dados, passando logo para a sua síntese, que, entretanto, deve apresentar todas as informações pertinentes em detalhe. A seção de conclusões deve correlacionar as ideias principais da revisão com as possíveis aplicações clínicas, limitando generalizações aos domínios da revisão. O texto de relatos de caso deve conter as seguintes seções, cada uma com seu respectivo subtítulo: a) Introdução: apresenta de modo sucinto o que se sabe a respeito da doença em questão e quais são as práticas de abordagem diagnóstica e terapêutica, por meio de uma breve, porém atual, revisão da literatura. b) Descrição do(s) caso(s): o caso é apresentado com detalhes suficientes para o leitor compreender toda a evolução e seus fatores condicionantes. Quando o artigo tratar do relato de mais de um caso, sugere-se agrupar as informações em uma tabela, por uma questão de clareza e aproveitamento do espaço. Evitar incluir mais de duas figuras. c) Discussão: apresenta correlações do(s) caso(s) com outros descritos e a 100 importância do relato para a comunidade pediátrica, bem como as perspectivas de aplicação prática das abordagens inovadoras. Agradecimentos Devem ser breves e objetivos, somente a pessoas ou instituições que contribuíram significativamente para o estudo, mas que não tenham preenchido os critérios de autoria. Integrantes da lista de agradecimento devem dar sua autorização por escrito para a divulgação de seus nomes, uma vez que os leitores podem supor seu endosso às conclusões do estudo. Referencias Bibliográficas As referências bibliográficas devem ser numeradas e ordenadas segundo a ordem de aparecimento no texto, no qual devem ser identificadas pelos algarismos arábicos respectivos sobrescritos. Para listar as referências, não utilize o recurso de notas de fim ou notas de rodapé do Word. As referências devem ser formatadas no estilo Vancouver, também conhecido como o estilo Uniform Requirements, que é baseado em um dos estilos do American National Standards Institute, adaptado pela U.S. National Library of Medicine (NLM) para suas bases de dados. Os autores devem consultar Citing Medicine, The NLM Style Guide for Authors, Editors, and Publishers (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fcgi?book=citmed) para informações sobre os formatos recomendados para uma variedade de tipos de referências. Podem também consultar o site "sample references" (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html), que contém uma lista de exemplos extraídos ou baseados em Citing Medicine, para uso geral facilitado; essas amostras de referências são mantidas pela NLM. Artigos aceitos para publicação, mas ainda não publicados, podem ser citados desde que indicando a revista e que estão "no prelo". Observações não publicadas e comunicações pessoais não podem ser citadas como referências; se for imprescindível a inclusão de informações dessa natureza no artigo, elas devem ser seguidas pela observação "observação não publicada" ou "comunicação pessoal" entre parênteses no corpo do artigo. Os títulos dos periódicos devem ser abreviados conforme recomenda o Index Medicus; uma lista com suas respectivas abreviaturas pode ser obtida através da publicação da NLM "List of Serials Indexed for Online Users", disponível no endereço http://www.nlm.nih.gov/tsd/serials/lsiou.html. Para informações mais detalhadas, consulte os "Requisitos Uniformes para Originais Submetidos a Revistas Biomédicas". Este documento está disponível em http://www.icmje.org/. Tabelas Cada tabela deve ser apresentada em folha separada, numerada na ordem de aparecimento no texto, e conter um título sucinto, porém explicativo. Todas as explicações devem ser apresentadas em notas de rodapé e não no título, identificadas pelos seguintes símbolos, nesta sequência: *,†, ‡, §, ||,¶,**,††,‡‡. 101 Não sublinhar ou desenhar linhas dentro das tabelas, não usar espaços para separar colunas. Não usar espaço em qualquer lado do símbolo ±. Figuras (fotografias, desenhos, gráficos) Todas as figuras devem ser numeradas na ordem de aparecimento no texto. Todas as explicações devem ser apresentadas nas legendas, inclusive acerca das abreviaturas utilizadas na tabela. Figuras reproduzidas de outras fontes já publicadas devem indicar esta condição na legenda, assim como devem ser acompanhadas por uma carta de permissão do detentor dos direitos. Fotos não devem permitir a identificação do paciente; tarjas cobrindo os olhos podem não constituir proteção adequada. Caso exista a possibilidade de identificação, é obrigatória a inclusão de documento escrito fornecendo consentimento livre e esclarecido para a publicação. Microfotografias devem apresentar escalas internas e setas que contrastem com o fundo. As ilustrações são aceitas em cores para publicação no site. Contudo, todas as figuras serão vertidas para o preto-e-branco na versão impressa. Caso os autores julguem essencial que uma determinada imagem seja colorida mesmo na versão impressa, solicita-se um contato especial com os editores. Imagens geradas em computador, como gráficos, devem ser anexadas sob a forma de arquivos nos formatos .jpg, .gif ou .tif, com resolução mínima de 300 dpi, para possibilitar uma impressão nítida; na versão eletrônica, a resolução será ajustada para 72 dpi. Gráficos devem ser apresentados somente em duas dimensões, em qualquer circunstância. Desenhos, fotografias ou quaisquer ilustrações que tenham sido digitalizadas por escaneamento podem não apresentar grau de resolução adequado para a versão impressa da revista; assim, é preferível que sejam enviadas em versão impressa original (qualidade profissional, a nanquim ou impressora com resolução gráfica superior a 300 dpi). Nesses casos, no verso de cada figura dev e ser colada uma etiqueta com o seu número, o nome do primeiro autor e uma seta indicando o lado para cima. Legendas das Figuras Devem ser apresentadas em página própria, devidamente identificadas com os respectivos números. Lista de Verificação Como parte do processo de submissão, os autores são solicitados a indicar sua concordância com todos os itens abaixo; a submissão pode ser devolvida aos autores que não aderirem a estas diretrizes. 1. Todos os autores concordam plenamente com a Nota de Copyright. 2. O arquivo de submissão foi salvo como um documento do Microsoft Word. 3. A página de rosto contém todas as informações requeridas, conforme especificado nas diretrizes aos autores. 4. O resumo e as palavras-chave estão na língua de submissão (inglês ou português), seguindo a página de rosto. 102 5. O texto é todo apresentado em espaço duplo, utiliza fonte tamanho 12 e itálico em vez de sublinhado para indicar ênfase (exceto em endereços da internet). Todas as tabelas, figuras e legendas estão numeradas na ordem em que aparecem no texto e foram colocadas cada uma em página separada, seguindo as referências, no fim do arquivo. 6. O texto segue as exigências de estilo e bibliografia descritas nas normas de publicação. 7. As referências estão apresentadas no chamado estilo de Vancouver e numeradas consecutivamente na ordem em que aparecem no texto. 8. Informações acerca da aprovação do estudo por um conselho de ética em pesquisa são claramente apresentadas no texto, na seção de métodos. 9. Todos os endereços da internet http://www.sbp.com.br) estão ativos e apresentados no texto (p.ex., prontos para serem clicados. 10. Na submissão de um original que vá ser submetido a revisão por pares, os nomes e afiliações dos autores devem ser removidos do arquivo principal. Nas referências, os nomes dos autores, títulos de artigos e outras informações devem ser substituídos simplesmente por "Autor," de modo a assegurar um processo de revisão cega. 103 APÊNDICES APÊNDICE 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO EM FISIOTERAPIA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Esclarecimentos Prezado (a) Senhor (a) ___________________________________________, Este é um convite para seu dependente participar de uma pesquisa intitulada de Análise comparativa da variação de volume da caixa torácica total e compartimental de crianças e adolescentes com peso normal e obesidade em diferentes posturas que é coordenada pela profª Drª Armèle de Fátima Dornelas de Andrade e sua orientanda Letícia Maria Mendonça e Silva. O objetivo do estudo é avaliar a distribuição dos volumes pulmonares de crianças/adolescentes em supino e sentado para conhecer melhor a fisiologia respiratória nesses casos. Porque o aumento de peso traz um prejuízo à saúde da criança/adolescente podendo causar pressão arterial alta e diabetes, como também pode dificultar sua respiração. Serão analisados os volumes pulmonares em duas posições (deitada e sentada), a função pulmonar e a força dos músculos respiratórios. Os equipamentos não trazem riscos à sua saúde, não causam dor e todos os procedimentos são não invasivos. Um dos equipamentos utilizados necessita colocar 89 marcadores na pele, em torno do tronco, onde o adesivo é hipoalérgico não trazendo nenhum dano. Solicitamos a sua colaboração para autorizar a participação de seu dependente nessa pesquisa, como também sua licença para apresentar os resultados deste estudo em eventos da área de saúde e publicar em revista científica. Por ocasião da publicação dos 104 resultados, seu nome e de seu dependente serão mantidos em sigilo. Informamos que essa pesquisa não oferece riscos, previsíveis, para a saúde dele. A participação no estudo é voluntária e, portanto, o(a) senhor(a) não é obrigado(a) a fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pela pesquisadora. Caso decida não permitir a participação do seu dependente no estudo, ou resolver a qualquer momento desistir do mesmo, não sofrerá nenhum dano. Possíveis Desconfortos e Riscos Em qualquer momento que seu dependente sentir desconforto ou cansaço a ponto de não conseguir respirar durante os testes, os mesmos serão interrompidos respeitando os limites deles e serão monitorados os sinais vitais, como pressão arterial e ritmos respiratórios, para a maior segurança dele. Possíveis Benefícios O (a) senhor (a) receberá um relatório com os resultados dos exames da avaliação. E esses resultados poderão ser utilizados como referência para o desenvolvimento de uma melhor conduta fisioterapêutica para esses indivíduos dessa faixa etária. Para quaisquer esclarecimentos o endereço do Comitê de Ética em Pesquisa é Av. Prof. Moraes Rego s/n, Cidade Universitária, Recife - PE, CEP: 50670-901 e o telefone: 81. 2126 8588. E as pesquisadoras Profª Drª Armèle Dornelas e Letícia Mendonça também estarão a sua disposição para qualquer explicação que considere necessário em qualquer etapa da pesquisa. O nosso endereço é: Av. Prof. Moraes Rego, s/n - Cidade Universitária, Recife – PE, no Departamento de Fisioterapia e o telefone: 81. 2126.8496. Consentimento Livre e Esclarecido Eu, ______________________________________________________, declaro estar ciente e informado(a) sobre os procedimentos de realização da pesquisa, conforme explicitados acima, e aceito liberar a participação do meu dependente voluntariamente da mesma. 105 _______________________________________________ Assinatura do Responsável Legal Polegar direito _________________________________________________ Assinatura da Testemunha _________________________________________________ Assinatura da Testemunha _________________________________________________ Assinatura do Pesquisador responsável Recife, ______ de __________________ de _____. Obrigada pela participação do seu dependente como voluntário(a) em nossa pesquisa. 106 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM Eu,___________________________________________________________________, depois de conhecer e entender os objetivos, procedimentos metodológicos, riscos e benefícios da pesquisa intitulada “Análise da função respiratória de crianças e adolescentes eutróficas e obesas” bem como de estar ciente da necessidade do uso de imagem do seu responsável, especificado no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), AUTORIZO, através do presente termo, as pesquisadoras Profª Drª Armèle Dornelas e Letícia Mendonça a realizarem as filmagens que se façam necessárias para a realização do estudo. Libero a utilização destas imagens para fins científicos, em publicações ou na participação de eventos, em favor das pesquisadoras acima especificados. Recife, ______ de __________________ de _____. ________________________________________________ Assinatura do responsável _________________________________________________ Assinatura do Pesquisador responsável Polegar direito 107 APÊNDICE 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO EM FISIOTERAPIA FICHA DE AVALIAÇÃO 1 – IDENTIFICAÇÃO DATA: ______________ Nome:_________________________________________________________________ Nome do responsável: ____________________________________________________ D.N. ___/___/___ Idade (anos): ____ Gênero: M F Endereço:______________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Telefones: Resid._____________________________Cel________________________ Etnia: Branca Parda Negra Amarela Naturalidade: ________________________ Paciente de ambulatório: HC Escolaridade: ______________ IMIP Antecedentes Pessoais Patológicos:__________________________________________ ______________________________________________________________________ Pratica alguma atividade física N S Qual? ________________________________ Quantas vezes por semana? __________________ Medicações: N S Quais?________________________________________________ Sinais Vitais: PA_______X_______ FR ____________ FC_______________ 2 - AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Peso (Kg): __________ Tipo de Obesidade: Central Altura (cm): __________ IMC (Kg/m2): _________ Periférica Dobra subescapular: _______________ Dobra tricipital: ______________________ Circunferências - Pescoço:__________ Cintura:___________ Quadril:_____________ 108 3 - AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR A – ESPIROMETRIA RELAXADA MEDIDA 1ª 2º 3º CVE CI VT VRE VRI FR Ti Te Ti/Ttot TV/Ti B – ESPIROMETRIA FORÇADA MEDIDA VEF1 CVF PFE VEF1/CVF FEF 75 FEF 25-75 FEF 25-75/CVF MVV TEF % previsto 109 C - MANOVACUOMETRIA MEDIDA PEMáx PIMáx 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª D – PLETISMOGRAFIA OPTOELETRÔNICA SUPINO – QUIET BREATH (2 Minutos) SENTADO – QUIET BREATH (2 Minutos) Alguma intercorrência durante a coleta: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________