Livro Digital de Resumos
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES
MESTRADO EM LITERATURA E INTERCULTURALIDADE
NÚCLEO DE ESTUDOS LITERÁRIOS, CULTURA E INCLUSÃO SOCIAL – NELCIS
Conferências, Palestras e Mesas-redondas
AUDITÓRIO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO
Cólóquio Internacional – II Cidadania Cultural
Livro Digital de resumos*
*Ordem alfabética por nome do autor
Letra A
Adelmo Cordeiro Galindo (PPGL/UFPE)
TRAÇOS IDENTITÁRIOS DE UMA PROPOSTA SOCIOECONÔMICA ALTERNATIVA: O
PROJETO DE ECONOMIA DE COMUNHÃO
A partir dos estudos sobre identidade no âmbito da lingüística, e mais especificamente à luz
de uma perspectiva socioconstrucionista crítica, proponho mediante este trabalho algumas
reflexões teóricas de como abordar os processos de construção das identidades sociais de
sujeitos, grupos, movimentos etc. As reflexões aqui desenvolvidas têm como referencial
teórico principal os trabalhos de Moita Lopes (2003) sobre identidade; Mishler (2002), que
trata da construção das identidades nas narrativas, e John Thompson, (1990/2002) este no
que diz respeito ao papel da ideologia no bojo das relações sociodiscursivas. Sob a ótica
dessas reflexões teóricas, analiso como o processo de construção de identidade de um
projeto socioeconômico de gestão empresarial, Economia de Comunhão, desenvolve-se
mediante um texto/discurso de Chiara Lubich (1991), a idealizadora e principal
incentivadora desse projeto.
Adriana Braz de Souza (MLI/UEPB)
“FOGE DAS TUAS PRÓPRIAS ARMADILHAS, ‘GAY’. NÃO RENEGA O TEU TERRENO!”.
O referido trabalho visa a lançar o seguinte questionamento: é possível ao sujeito inscrito
numa subjetividade homoerótica reivindicar sua cidadania num espaço de terrenos
movediços, onde as identidades estão em crise, sem que, para tanto, faça ecoar sua voz
em meio a tantos discursos homogeneizantes? Objetivamos problematizar, com base em
teóricos queer, como Edelman (1998), Chauncey (1998) e Tapie (1999), possibilidades de
afirmação dos direitos desses sujeitos, bem como sua inserção cidadã na literatura,
apresentando hipóteses de que os sujeitos em questão incorram em equívocos que possam
levá-los a cair em armadilhas da sociedade hegemônica ou ainda a se diluírem numa geléia
anônima.
Ageirton dos Santos Silva (CEFET/PB)
AFIRMAÇÃO E RESSIGNIFICAÇÃO DE IDENTIDADES NEGRAS NAS PRÁTICAS
DISCURSIVAS DOS SAMBAS DE ENREDO
O trabalho proposto integra uma pesquisa, ainda em fase de desenvolvimento, e se propõe
analisar a constituição de identidades negras nas práticas discursivas dos sambas de enredo
(Sde) de temática afro-baiana. Marcadas por afirmação e por ressignificação de identidades
negras, interessanos discutir os efeitos de sentido que se tecem em tais práticas
discursivas. Assim, problematizaremos acerca das implicações das marcas identitárias
presentificadas em discursos que atravessam o Sde junto à comunidade afro-descendente,
junto a esta no Rio de Janeiro e junto à comunidade não-afro. Teoricamente, orientam o
trabalho concepções da AD francesa, das abordagens étnico-culturais e dos Estudos
Culturais.
Agnaldo Barbosa dos Santos (DHG/UEPB)
Geralda Medeiros Nóbrega (Orientadora - MLI/UEPB)
A CAVALHADA BRASILEIRA: LUDISMO E CIDADANIA
As cavalhadas, de origem ibérica, e com trânsito a partir da Idade Média, eram específicas
de torneios e apoiadas pela nobreza. No Brasil e, de modo especial, em Pernambuco, as
cavalhadas iniciaram no século XVI. No seu processo de evolução, as cavalhadas persistem
até hoje, embora tenham assimilado novas características, como acontece com as
cavalhadas de argolinhas, objeto desta comunicação. Pretende-se, pois, destacar, não só o
aspecto lúdico deste folguedo, mas também os aspectos pragmáticos ligados ao campo da
cidadania, manifestado como “arte” de fazer bem, o que se faz. Palavra chave – cavalhada
de argolinhas – aspectos lúdicos e cidadania.
Alcinara Celeste Batista (MLI/UEPB)
EM DIÁLOGO: ARIANO SUASSUNA E OUTRAS LITERATURAS
Este trabalho visa a refletir o “diálogo” entre Ariano Suassuna com outras literaturas
através da intertextualidade presente na obra literária, e, com isso, buscar um
reconhecimento das culturas que se entrelaçam a partir do encontro das literaturas,
admitindo assim, um diálogo intercultural entre as obras. Nesse contexto, discutiremos a
retomada de temas já conhecidos na obra de Ariano, focalizando a lendária história de
Tristão e Isolda, adaptada ao contexto nordestino pelo escritor paraibano no romance A
História de amor de Fernando e Isaura, destacando a astúcia do escritor em trazer para sua
obra uma das narrativas de amor mais belas da literatura com a originalidade própria de
um bom escritor.
Aldinida de Medeiros Souza (PPgEL/UFRN)
FIOS DA MEMÓRIA, FINGIMENTO E IDENTIDADE: ASPECTOS AUTOBIOGRÁFICOS
N’O ROMANCE DA PEDRA DO REINO
O Sertão paraibano, pátria da infância de Ariano Suassuna é, reconhecidamente, um lugar
de idílio para este escritor. Destarte, por todos os seus textos, sejam verso, prosa ou
dramaturgia perpassa a temática sertaneja, esteja ela explícita ou não. Nesse universo
literário suassuniano, repleto de lembranças dos anos de infância vividos em Taperoá está
O Romance da Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta, obra romanesca,
composta por uma mescla de poemas, folhetos de cordel, cantigas e iluminugravuras.
Dentre os muitos gêneros literários que o compõem, o livro é também um relato biográfico
de Pedro Diniz Ferreira-Quaderna, narrador autodiegético que, a exemplo do romancista
José de Alencar – citado por ele - também quer escrever uma obra de grande vulto, que se
sobressaia na literatura nacional, baseando-se nas raízes e identidades do povo brasileiro.
Desse modo, o Romance da pedra do reino está estruturado contendo elementos
memorialísticos da história político-social brasileira e da história da literatura nacional.
Nesse ensaio, consideramos este romance um topos, no qual se cruzam memória e
fingimento, no âmbito ficcional da personagem Quaderna, entrelaçados por identidade e
aspectos autobiográficos do discurso de Ariano. Interessa-nos, assim, buscar e evidenciar,
com apoio de um aporte teórico voltado para tais temas, os diálogos contidos nesses fios e
tramas de ficção e memória, identidade e autobiografia.
Alessandre de Medeiros Tavares (PPgEL/UFRN)
Maria de Lourdes C. Patrini (Orientadora - PPgEL/UFRN)
A IDENTIDADE E MIMESIS DO SUJEITO NO DIÁRIO DO ÚLTIMO ANO DE FLORBELA
ESPANCA
O presente estudo objetiva discutir a constituição da identidade do sujeito do diário de
Florbela Espanca, tendo em vista as dimensões temporal, simbólica e axiológica que o texto
articula enquanto uma configuração do mundo e da vida. Para tanto utilizaremos as noções
de identidade narrativa de Paul Ricouer e as categorias de “rosto” e “testemunho” de
Emmanuel Lévinas.
Alex Sandro Alves do Nascimento
DIÁLOGO ENTRE CULTURAS ARCAICA E CONTEMPORÂNEA: REPRESENTAÇÃO DO
IMAGINÁRIO MÍTICO NO CINEMA
Embasados nos aportes teóricos de Joseph Campbell (2002), abordaremos a questão da
representação do mito do herói no cinema e como tal sistema mitológico arcaico é
interpretado pela cultura moderna. Analisando o filme “O senhor dos anéis” e considerando
tal obra um tipo de mitologia social porque segue as leis da ordem social tidas como
verdadeiras, evidenciaremos o sentido e a importância da busca heróica na
contemporaneidade. Demonstraremos que, denominada por Campbell (1990) como busca
visionária, a jornada do herói se torna relevante para o homem do terceiro milênio porque,
funcionando como um espelho invertido, a saga do mais forte aponta a impotência humana
para reverter a prática da agressividade cultural vigente, bem como motiva a construção de
uma sociedade mais justa onde todos os homens possam encontrar espaço para sobreviver
com dignidade.
Alexandre Furtado (FACHO/FAFIRE)
Roland Walter (Orientador - UFPE)
IDENTIDADES DE FRONTEIRA : COMPARATIVISMO, CULTURA E (DES)CONTRUÇÃO
EM CONDÉ, AGNANT E MOKEDDEM
Na Argélia, em Guadaloupe e no Québec, as relações entre discurso literário e identidade
estão ligadas a fatores variados, entre eles, à língua francesa. As escritoras afrodescendentes e seus respectivos romances, Marie-Célie Agnant, habitante da cidade de
Montréal, La dot de Sara, a guadalupense Maryse Condé, La Belle Créole e a argelina Malika
Mokeddem, L'interdite, veiculam nas obras citadas imagens erepresentações coletivas
pertinentes aos continentes da Europa, África e Américas. Neste trabalho, serão abordados
os seguintes assuntos : hibridismo, fronteiras, etnocentrismo, relação centro-periferia,
nação e narração, literatura e migração, identidade e diversidade, o discurso literário afrofeminino e transculturação. O suporte utilizado para o trabalho será Édouard Glissant,
Albert Memi, Fantah Toureh, Michel Serres, Bouchard, Bhabha, Roland Walter entre outros.
Alfredina Rosa Oliveira do Vale (DLA/UEPB/UFPE)
O TEXTO HUMORÍSTICO: FONTE DE REVELAÇÃO DAS IDENTIDADES MASCULINA E
FEMININA
Nosso objetivo, nesta ocasião, é examinar, em textos humorísticos, indícios reveladores da
crise de identidade masculina e feminina ocorrida nas últimas décadas. A identidade,
marcada pela diferença – neste trabalho HOMEM X MULHER –, é um fenômeno cultural que
envolve relações de poder. Por conseguinte, podemos afirmar que a identidade não é fixa,
estável ou permanente. São, portanto, as transformações, acontecidas nas últimas
décadas, responsáveis pelas mudanças ocorridas nas identidades masculina e feminina.
Essas mudanças são também responsáveis pela crise de identidade, expressão esta
utilizada para caracterizar a sociedade contemporânea.
Alfredo Cordiviola (PPGL/UFPE/UEPB)
MITOS DE FRONTEIRA: MEXICO/ESTADOS UNIDOS
Este trabalho examina as relações entre o México e os Estados Unidos a partir das
dinâmicas de fronteira que separam e unem estes dois paises, e que propiciam uma
reflexão sobre o devir e as conseqüências da atual globalização para a América Latina.
Amador Ribeiro Neto (UFPB)
ESBOÇO DE UMA TEORIZAÇÃO SOBRE AS CANÇÕES DE CAETANO VELOSO
Nosso primeiro samba, Pelo telefone (Donga e Mauro de Almeida), gravado em 1917, é
uma síntese avant la lettre do processo composicional de Caetano Veloso. O neobarroco
aparece aqui na mestiçagem de referências, na proliferação das imagens, na condensação
dos vocativos finamente irônicos, na leitura que revela um país oscilante entre a lei e a
malandragem. Nossa comunicação visa pensar as canções de Caetano enquanto leitura da
diversidade cultural e neobarroca do Brasil.
Amanda da Silva (IC/FAPESB/UEFS)
LITERATURA E SOCIEDADE A PARTIR DE ESSA TERRA, DE ANTÔNIO TORRES
O presente trabalho aborda a relação entre literatura e sociedade, com enfoque no livro
Essa terra, lançado em 1976, pelo escritor baiano Antônio Torres. Partindo dos estudos de
Antonio Cândido, bem como de Lukacs e Goldman, pretende-se averiguar as influências
concretas exercidas pelos fatores socioculturais na construção do texto literário. O estudo é
pertinente pelo fato da obra ter sido escrita há mais de trinta anos e ainda hoje “retratar”
tão fortemente a realidade nordestina.
Ana Carolina Lopes Costa (PIBIC/CNPq/UFPB)
Marta Pragana Dantas (Orientadora)
TRADUÇÃO E INCLUSÃO (LITERÁRIA): O CASO DE MACUNAÍMA
Baseando-se na teoria de Pierre Bourdieu e nas inflexões que lhe foram dadas por Pascale
Casanova, este trabalho tem por objetivo demonstrar a inclusão da literatura brasileira no
campo literário mundial, a partir do romance "Macunaíma", de Mario de Andrade. Como
fundador do espaço literário brasileiro, este romance, ricamente construído, apresenta
particularidades e singularidades no que diz respeito tanto aos aspectos formais quanto à
temática. Segundo aquela autora, Macunaíma figura não somente como um romance que
inscreve a literatura brasileira no campo literário mundial, mas também como um
"emblema de todas as narrativas literárias fundadoras", pois "leva ao auge o nacionalismo
constitutivo das literaturas desprovidas e emergentes". Assim, símbolo de uma identidade
brasileira, "Macunaíma" torna-se o exemplo de como uma literatura periférica pode
ingressar através de uma obra no chamado "espaço literário mundial". Este trabalho faz
parte de um projeto de pesquisa sobre Tradução e globalização editorial desenvolvido na
UFPb, para o qual conto com uma bolsa de iniciação científica CNPq⁄PIBIC.
Ana Lúcia Maria de Souza (DLA/UEPB)
A REPRESENTAÇÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL NA CIDADE DE SÃO PAULO NOS
ANOS 20: UMA LEITURA DOS CONTOS DE MÁRIO DE ANDRADE
Na obra Belazarte (1934), Mário de Andrade destaca-se como um dos grandes contistas da
literatura brasileira. Além do pleno domínio do gênero, chama à atenção a forma como o
escritor retrata a realidade social, política e econômica do Brasil nas primeiras décadas do
século XX, mais precisamente da cidade de São Paulo, símbolo da modernidade brasileira. A
diversidade lingüística, acentuada com a chegada do imigrante italiano; as transformações
dos costumes; a violência dentro e fora dos lares; a miséria das camadas menos
privilegiadas economicamente são alguns dos temas focalizados por diferentes modos de
ver e dizer. Assim, a partir da perspectiva do dialogismo Bakhtiniano (1997), pretendemos
analisar os traços estéticos e ideológicos que caracterizam o contador Belazarte, que traz
no nome a beleza, o azar e a arte.
Ana Rita Santiago da Silva (UFBA)
A LITERATURA DE ESCRITORAS AFRO-BRASILEIRAS: UMA OUTRA (RE) INVENÇÃO
DE IDENTIDADE E DIVERSIDADE
Este texto aborda sobre a produção literária de escritoras afro-brasileiras. Pretende discutir
a ausência de escritoras negras na historiografia literária, a qual se constitui em uma
explicitação da negação da diversidade que perpassa os segmentos da sociedade brasileira,
bem como apresentar uma escritura por elas forjada. Suas obras se consolidam e se
legitimam, em uma linguagem simbólica, a partir da ressignificação de culturas afrobrasileiras, de representações das dimensões e de experiências sociais, culturais, históricas
e políticas e de suas (re) invenções afirmativas e inclusivas de identidade e de diversidade.
André Camlong (UNIV ERSIDADE DE TOULOUSE)
A DEFINIÇÃO DA IDENTIDADE É O PROBLEMA CENTRAL DO JULGAMENTO DE
VALOR: REFLEXÃO FILOLÓGICA E FILOSÓFICA SOBRE A ARTE DO RACIOCÍNIO
DEDUTIVO
A definição da identidade é o problema central do Julgamento de Valor. A nossa intenção é
aqui conduzir uma reflexão filológica e filosófica acerca do problema central de definição da
identidade e da diferença na formulação do Julgamento de Valor, e dar ao leitor as
fórmulas, os parâmetros e os algoritmos de definição do raciocínio dedutivo exprimido pelo
entimema, indispensáveis para praticar a exegese dos textos que produzem um julgamento
de valor moral.
Andreza de Oliveira Andrade (UFPB)
LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA E DIVERSIDADE CULTURAL: OLHARES DO “EU”
E DO “OUTRO”
Os livros didáticos se configuram no âmbito da educação enquanto poderosos elementos de
pedagogia cultural e, de modo geral, são constituídos em torno de um modelo cultural
específico com o intuito de não apenas legitimá-lo, como também de atribuir-lhe um status
social que lhe confere poder de estabelecer visões de mundo e práticas sociais assentadas
sobre uma hierarquia cultural que atribui o lugar do “eu” e do “outro” enquanto sujeitos da
educação. É nesse sentido que a linguagem nos livro didáticos de história, em especial, é
construída e colocada de modo a favorecer a legitimação do sujeito branco, heterossexual,
cristão e urbano enquanto sujeito de uma história que sutilmente tende a marginalizar os
“outros”, aqueles que não se enquadram no modelo.
Anita Leocádia P. dos Santos (DE/UEPB)
A MULHER-MÃE
INADIÁVEL
NA
SOCIEDADE
GLOBAL
E
INFORMACIONAL:
UM
DEBATE
Este trabalho busca apresentar nossas reflexões sobre os papéis e imagens paradoxais e
preconceituosos atribuídos às mulheres-mães, conflituosamente vivenciados na
contemporaneidade. Discutimos ainda, a questão dos valores transmitidos pela mídia
acerca do corpo feminino, com o objetivo de promover o debate sobre a importância da
ação educativa libertária, pela cidadania multicultural que seja ético-dialógica
(FREIRE,1996), anti-androcêntrica (BOURDIEU, 2005), considerando as contribuições da
sociedade em rede (CASTELLS, 1999).
Antonio Carlos Magalhães (UMESP)
ESCOMBROS DAS GRANDES NARRATIVAS
ROMANCE DO AMOR E OUTRO DEMÔNIOS
E
RESISTÊNCIAS
CULTURAIS
NO
O romance Do amor e outros demônios de Gabriel Garcia Marquez narra a trajetória da
personagem Sierva María de Todos los Ángeles, menina-mulher branca de pele e negra de
cultura e religião. Seu destino é representativo dos dilemas e das criatividades culturais das
sociedades latinoamericanas, marcadas por imposições de discursos autoritários, mas com
sinais de decadência, e pelas resistências das culturas em busca de suas cidadanias. Assim
como Sierva María de Todos los Ángeles, caminhamos em meio aos escombros das grandes
narrativas e nas trilhas das resistências e buscas culturais. A conferência fará a partir de
perspectiva teológica e antropológica uma leitura do romance enquanto representação das
imposições e das resistências culturais em nosso contexto, com especial destaque para a
relação entre catolicismo e religião africana.
Antonio de Pádua Dias da Silva (MLI/UEPB)
LITERATURA DE EXPRESSÃO GAY: UM NOVO GÊNERO FICCIONAL OU ABERTURA
PARA UM VELHO TEMA?
Em trabalho anterior (2007) anunciei uma pesquisa iniciada em 2006 cujo objetivo é refletir
sobre a emergência de uma literatura gay, vista obliquamente pelos que defendem o lugar
dos gays nas culturas ou com ela simpatizam, a partir da perspectiva da Queer Theory. O
ponto de discussão em que me centro diz respeito a toda uma produção ficcional,
especificamente a brasileira, que vem sendo pensada, publicada e lida, todavia ainda não
encontrou um “espaço” mais aberto à sua exibição. O problema que se coloca, então, é o
de que há uma literatura sendo produzida atualmente em cujas formulações internas são
fiadas discussões em torno da cultura gay, fato que nos faz questionar o tema da
homoeroticidade na literatura e, particularmente, se a condição gay tematizada com certa
freqüência e razão nas letras faria desse conjunto o que questionei no trabalho aludido:
estamos diante de um novo gênero ficcional – literatura gay – ou deparamo-nos com um
velho tema que emerge com força em tempo de identidades cambiantes e da diversidade
sexual? O meu objetivo é refletir sobre essa literatura que aborda em suas fábulas ou a
partir de seus sujeitos representados – sejam eles personagens, narradores ou sujeitos
poéticos e/ou textuais – a condição dos gays, mais precisamente dos masculinos,
procurando responder àquilo que insinuo no título deste trabalho: se o que chamo, a partir
de outras falas, de literatura gay constitui um homogêneo ficcional, ou se estamos diante
de um conteúdo que encontrou abrigo e maior espaço de projeção nas páginas da ficção.
Arão de Azevêdo Souza (MLI/UEPB)
Geralda Medeiros Nóbrega (Orientadora - MLI/UEPB)
COMO A MÍDIA IMPRESSA PARAIBANA NOTICIOU A MICROSSÉRIE “A PEDRA DO
REINO” DA REDE GLOBO DE TELEVISÃO
A partir dos desenvolvimentos tecnológicos voltados para as comunicações, principalmente,
na última metade do século XX, temos sido influenciados/influenciadores do que se
convencionou chamar de Meios de Comunicação de Massa. Nesse sentido, o jornalismo,
baseado em técnicas de divulgação/informação, tem assumido um importante papel na
transmissão e debate sobre a cultura. Analisar como a mídia impressa paraibana noticiou a
microssérie “A Pedra do Reino”, exibida no período de 12 a 16 de junho de 2007, na Rede
Globo, foi o nosso objetivo, principalmente em se tratando de uma obra “pertencente” à
cultura popular, que, a priori, não estaria necessariamente isenta de riscos. Analisamos
como o discurso jornalístico trabalha a diversidade cultural nordestina, a qual, em certos
momentos, fica em segundo plano, em detrimento das questões de audiência e da
linguagem utilizada para a adaptação. Por outro lado, assinantes de outros jornais não
pertencentes à cadeia de emissoras filiadas à Globo, ficaram à margem do debate sobre a
microssérie.
Auríbio Farias (UEPB)
A LUTA PELO RECONHECIMENTO DA PERIFERIA ANTE A CLASSE MÉDIA EM “OS
CONTOS NEGREIROS”
O objetivo do trabalho é discutir a representação da diversidade cultural na cidade
moderna, sobretudo no que tange aos conflitos periferia x classe média, tomando como
objeto o livro “Contos Negreiros” de Marcelino Freire. Observaremos como se dão esses
encontros, refletiremos sobre a ética deles, sobre os movimentos usados pela periferia na
luta pelo reconhecimento e como a representação poética (mímesis), exemplarmente os
textos escolhidos, se distingue de outras formas de representação social e como essa forma
sui generis de representação constitui-se pela sua ambiência, elemento forte de expressão
dos entrechoques culturais vividos por essas classes.
Letra B
Bartolomeu de Jesus Mendes (PUCSP)
CABOCLO NÃO PEDE LICENÇA: O PODER EXTRAORDINÁRIO DA JUREMA
As reflexões sobre a inserção do caboclo nos candomblés da Bahia têm sido objeto de
pesquisas acadêmicas na contemporaneidade. Neste artigo retomo a velha questão com
característica mais restrita, trazendo para dentro do Bairro da Liberdade, Salvador/Bahia a
discussão desse fenômeno, concebendo o caboclo como um dos elementos demarcadores
de sua territorialidade. Ao passo em que o interpreto como símbolo de resistência à pureza
dos rituais de matrizes africanas, cuja disputa pelo espaço sagrado dos Terreiros se
explicita de maneira impositiva e irreverente, impondo-se, dessa forma, na relação de
igualdade aos Orixás.
Brenda Carlos de Andrade (UFPE)
ENTRE O FATO E A FÁBULA: FRONTEIRAS FICCIONAIS
Este trabalho pretende analisar comparativamente a construção literária de alguns contos
de Borges e Cortázar e elementos das duas últimas obras de Bernardo Carvalho: Nove
Noites e Mongólia. A idéia que serve de guia na aproximação de obras aparentemente tão
díspares se fundamenta, ou ao menos tenta se fundamentar, na elaboração de níveis
discursivos que passeiam entre a suposta objetividade do fato e a ficcionalidade da fábula.
Na verdade, o trabalho representa uma primeira tentativa de compreender os traços
realistas da maior parte das obras brasileiras e como esses traços surgem, se desenvolvem
e ganham outra significação em algumas produções latinoamericanas.
Letra C
Candice F. de Azevedo Nogueira (MLI/UEPB)
Maria Goretti Ribeiro (Orientadora - MLI/UEPB)
A REPRESENTATIVIDADE DO SUJEITO ÉTICO NA NARRATIVA POPULAR ORAL
Sendo um representante da comunidade da qual faz parte, o contador de histórias
populares assume em seu texto o papel de “transmissor da cultura”, contemplando
narrativas que encerram valores éticos ou “exemplos”, como o contador Seu Generino
Batista, da cidade de Serra Branca (PB), que prefere chamar as estórias de ensinamentos.
Nas histórias narradas encontramos, então, a representação de regras sociais vinculadas a
uma consciência moral e ética, necessária para a manutenção de uma sociedade livre e
responsável por seus atos. A discussão sobre como esses valores aparecem e como é
configurado o ideal de “bom homem” nas narrativas populares será norteada pelas
considerações acerca da importância da memória dos velhos, feitas por Ecléa Bosi (1987) e
pelos estudos de Franklin Leopoldo e Silva (2004) e Marilena Chauí em relação à Ética
(2000). Os estudos sobre o imaginário, feitos por Bachelard (2005), também serão
contemplados, visto que a representação de um sujeito ético, consciente, portanto, de seu
fazer social, é contemplada em algumas narrativas através da imagem poética e de sua
simbologia.
Carlos Alberto de Negreiro (CH/UEPB)
AS NARRATIVAS DA PERIFERIA E A PERIFERIA DAS NARRATIVAS: AÇÃO NO
MUNDO E A REALIDADE SOCIAL EM FERRÉZ
Este estudo se objetiva a refletir a noção de narrativa como “ação no mundo” (RICOEUR,
2000), tendo em vista a forma de constituição do sujeito implicada na construção do
“narrar”. A partir da idéia da noção de configuração do real no texto literário, em sua forma
de apresentação do tema favela/periferia, tomaremos como corpus as narrativas de Ferréz,
em Ninguém é inocente em São Paulo, propomos replicar a questão de representação, para
com isso dizermos que o sujeito passa a existir se ele se escreve, inscrevendo-se pela
escrita.
Carlos Eduardo Japiassu (PPGL/UFPE)
O TERRITÓRIO RURAL NORDESTINO NA OBRA "SÃO BERNARDO" DE GRACILIANO
RAMOS
A proposta deste trabalho é a de se apresentar um "panorama" do território
imaginado/visualizado através da leitura do romance "São Bernardo" de Graciliano Ramos.
Loacalizado numa região limite entre a zona da mata e o agreste alagoanos, visaremos
enfocar, no âmbito de uma geografia física e humana, a característica de transitoreidade
natural e cultural desta específica região.
Carlos Pereira de Almeida (MLI/UEPB)
O JUANESCO COMO DESOBEDIÊNCIA SOCIAL: UMA LEITURA DO POEMA D. JUAN,
DE MANUEL BANDEIRA
A poética de Manuel Bandeira, não raro permeada pela relação entre estética e ética,
caracteriza-se pela configuração de vozes líricas que vislumbram formas alternativas de ser,
engendrando universos utópicos que consistem numa desobediência aos valores e discursos
impostos por uma dada ordem social que padroniza subjetividades. Este trabalho tem como
escopo a abordagem da configuração da desobediência social no poema D. Juan, do referido
poeta, alertando-se para o fato de compreendermos essa desobediência como prática de
resistência à estandartização e exclusão social.
Carolina Cerqueira Lôbo (IC/UEFS)
IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO DA MULHER NORDESTINA NAS PÁGINAS DE
REVISTAS FEMININAS
O objetivo do artigo é demonstrar uma espécie de globalização da imagem feminina e como
o poder da imagem ultrapassa as barreiras da linguagem escrita. Analisaremos revistas
brasileiras, francesas e americanas com as suas estratégias visuais para que as leitoras,
sejam elas de qualquer parte do mundo ocidental, possam se identificar. Com isso,
discutiremos a questão da identidade e identificação feminina regional. E mais, como as
revistas lançam mão das imagens de sedução e poder para agregar valor aos produtos e
como a própria imagem feminina torna-se um produto. Para tanto, utilizaremos, dentre
outros, a teoria semiótica.
Carolina Pires (PPGL/UFPE)
A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES NO ORKUT
O presente artigo tem por objetivo investigar como os participantes de uma comunidade
virtual constroem, expressam e enfatizam suas identidades culturais na interação mediada
por computador, buscando encontrar pistas lingüísticas que funcionem como índice destas
identidades. Iremos, também, focalizar as mudanças de posicionamento dos participantes
com relação às suas identidades culturais, utilizando o conceito de footing (GOFFMAN,
1979). Para análise do corpus utilizamos alguns procedimentos de coleta dados da recémcriada Netnografia (KOZINETS, 1998), que aplica os métodos da Etnografia da
Comunicação, como a observação participante, aos estudos em ambientes virtuais.
Celso José de Lima Júnior
Maria Goretti Ribeiro (Orientadora - MLI/UEPB)
HESTER PRYNNE: CONDIÇÃO E IDENTIDADE FEMININA
Este trabalho trata principalmente sobre a necessidade que há de se valorizar o aspecto
“feminino” em nossas vidas e sociedades. Da necessidade que temos de questionar e
refletir sobre o papel da mulher na sociedade ocidental e sobre os vários tipos de
“rotulação” que ainda sofre nos meios em que vive. Para tanto, escolhemos analisar o
romance A Letra Escarlate (1850), de Nathaniel Hawthorne. Primeiro, a partir de uma
perspectiva da critica feminista proposta por Annis Pratt e Carol Christ (1994) e Catherine
Clément e Júlia Krsiteva (2001). Segundo, e através da abordagem proposta por Clarissa
Pínkola Estés em Mulheres que Correm Com os Lobos: Mitos e Histórias do Arquétipo da
Mulher Selvagem (1999) em que a análise da construção da identidade feminina é feita
através da interpretação psicológica dos vários elementos que compõem os contos de
fadas. Especificamente, o conto de fadas “A Donzela sem Mãos” analisado na obra de Estés
servirá como guia para a identificação de símbolos inerentes à narrativa. Tais símbolos
servirão para elucidar o embasamento político, social e religioso da cultura a que Hester
Prynne pertenceu, além de aspectos inerentes à construção da condição e identidade
feminina individual.
Clécia Goretti dos Santos Rangel (UEPB)
Luzia Lidianni dos Santos Rangel (UEPB)
RETRATANDO A MULHER NA BÍBLIA E NA CONTEMPORANEIDADE
Nosso trabalho sintetiza uma análise realizada na Bíblia, no Alcorão e no livro de Mórmon
sobre a condição da mulher; caminha outra fase da pesquisa em que, a partir das
discussões sobre gênero, entrevistamos mulheres entre 20 e 60 anos de idade, que seguem
a doutrina bíblica. Nosso principal objetivo foi destacar contrastes e semelhanças,
relacionados às questões de gênero, entre as mulheres do contexto bíblico e as
entrevistadas; assim como destacar conflitos e pontos positivos da vivência cotidiana
dessas mulheres diante da diversidade cultural do contexto social. Percebemos em suas
falas o prazer em exercer papéis importantes na igreja e na sociedade
Clécida Maria Bezerra Bessa (DE/CAMEAM/UERN)
Josefa Aldacéia Chagas de Oliveira (DE/CAMEAM/UERN)
Maria da Conceição Costa (DE/CAMEAM/UERN)
SOB A ÓTICA DA TIRA: UMA ANÁLISE DO DISCURSO HUMORÍSTICO
Na era da civilização da imagem, não podemos negar o impacto e a eficácia do signo
lingüístico em um todo comunicativo. Por isso, analisar o gênero textual tira sobre a
sociedade contemporânea, além de ser uma atividade prazerosa, pois o conteúdo provoca o
riso, também desperta a reflexão e a crítica das relações humanas. Neste artigo, propomos
uma análise do discurso do gênero textual tira, visando uma possível leitura sobre a
importância desse gênero textual - enquanto prática discursiva atual - como denunciadora
de um poder que exclui determinado tipo de sujeito. Para esta pesquisa, buscamos o
suporte das tipologias de discurso nas teorias da enunciação, conforme concepção de
Bakhtin (2003 e 2004). Destacamos as conceituações de sujeito, discurso e poder, tomando
por base, Foucault (1996, 2003 e 2004) e Bakhtin (2003 e 2004) - teóricos que constroem
conceitos importantes para a Análise do Discurso. Analisamos o discurso do gênero textual
tira, como forma de melhor compreender o discurso humorístico no qual o homem, tema
central da tira é sempre ironizado em várias situações da vida social. CONCLUSÃO: A tira
exige um leitor capaz de interagir discursivamente com o texto, deve ser lida e
compreendida como um gênero que contém um discurso humorístico que tematiza as
variadas situações do dia-a-dia.
Cristhiane Ferreira da Costa (PIBIC/CNPq/UEPB)
Luciano Barbosa Justino (MLI/UEPB)
ALICE RUIZ E A DIVERSIDADE CULTURAL CONTEMPORÂNEA
Esta comunicação é fruto de uma pesquisa sobre a poesia de Alice Ruiz que tem como
objetivo norteador estudar em que medida a voz é um dos fundamentos da poética da
autora, visto que seus poemas, geralmente curtos, remetem diretamente à situação e ao
local do emissor, ao seu contexto imediato. Tomando como base os estudos de Paul
Zumthor, Walter Ong, Lucia Santaella, Langon, entre outros, intentamos demonstrar como
a poética do agora de Alice Ruiz, na relação singular e dialética que estabelece entre voz,
escrita e imagem, tem na intersemiose a construção de um espaço em que a diversidade de
linguagem remete à diversidade cultural na pós-modernidade, onde saberes múltiplos e
plurais se manifestam através da diversidade de veículo e modo de construção simbólica.
Cristiano Cezar Gomes da Silva (UFPB/UNEAL)
A (DES) CONSTRUÇÃO DAS LINGUAGENS E IDENTIDADES NAS NARRATIVAS
LITERÁRIAS E NÃO-FICCIONAIS DE GRACILIANO RAMOS
Neste trabalho propomos um diálogo sobre linguagens e identidades a partir da literatura.
Como ponto de partida, analisamos as narrativas de Graciliano Ramos. Discutimos suas
múltiplas letras, seus múltiplos tempos, seus múltiplos olhares sobre o interior do Nordeste
e sobre as décadas de 1930 e 1940 no Brasil. Os escritos não-ficcionais e a obra Vidas
secas (1938) são analisados em suas materialidades simbólicas e culturais como pano de
fundo para uma prática de resistência ao poder durante o governo Getúlio Vargas. Um
exercício de cidadania cultural que estabelece um contraponto simbólico para resistir à
ordem instituída. O silenciamento do período é denunciado. A personagem Fabiano é um
exemplo dessa denúncia. Vive sob o signo do silêncio.
Letra D
Daise Lílian Fonseca Dias (UFCG)
A REPRESENTAÇÃO DO CIGANO EM O MORRO DOS VENTOS UIVANTES: EMBATE
COLONIAL
Em O morro dos ventos uivantes (1847), o cigano Heathcliff é demonizado, exotizado,
degradado, e tem sua identidade cultural menosprezada através da ridicularização do seu
idioma nativo. A ideologia da Metrópole imperialista inglesa leva-o a ab-rogação da própria
cultura e adotar a que lhe é imposta como superior. No embate colonial a autora Emily
Brontë apresenta, através do encontro colonial entre Heathcliff e os ingleses que o cercam,
um dos maiores medos da sociedade inglesa imperialista: ser sujeita a colonização por
raças consideradas inferiores e a união de suas mulheres com essas forças alienígenas em
seu próprio território.
Denílson Lima Santos (UEFS/UFPE)
ENTRE DESAFIOS E CORDÉIS: O SERTÃO NORDESTINO EM O PAROARA E SEM
SECA, A GENTE VÊ AS BELEZAS DO NORDESTE.
O presente ensaio se propõe discutir, de forma comparativa, os desafios, trovas e versos da
narrativa de Rodolfo Teófilo, O Paroara, bem como o do livro de cordel de Franklin Maxado
Nordestino, Sem seca, a gente vê a beleza do Nordeste. O percurso traçado por
personagens revela, de forma popular, a arte de viver e de ser do sertanejo mediante o
drama da seca. Entre repentes e trabalhos rurais, a tradição oral é usada como voz de
protesto. Sendo assim, faz-se necessário observar o ambiente, as implicações sociais e os
traços culturais que envolvem o sertão nordestino nestas duas obras literárias.
Deny de Souza Gandour (UERN)
LINGUAGEM E CIDADANIA CULTURAL: PERSPECTIVAS PARA AS PROPOSTAS
CURRICULARES NA EDUCAÇÃO FÍSICA
Este estudo se desenvolve a partir de dois questionamentos básicos: (i) qual a concepção
de cidadania adotada nos Parâmetros Curriculares Nacionais e quais as suas implicações
para o (não)desenvolvimento da cidadania cultural? (ii) Como a noção de cidadania cultural
pode determinar novos encaminhamentos para a educação em geral e, mais
especificamente, para a Educação Física? Visando a compreensão dessas questões,
discutimos alguns dos principais conceitos de cidadania e de cultura, recorrendo aos
estudos de B. Souza, N. Canclini, G. Yúdice e E. Dagnino, entre outros, tendo como meta a
adoção de uma concepção de cidadania cultural que se faça coerente com o contexto
específico da Educação Física.
Derivaldo dos Santos (UFRN/DCSH/PPgEL)
IDENTIDADE E MEMÓRIA SOCIAL EM TERRA SONÂMBULA, DE MIA COUTO
Parte de uma pesquisa ainda em desenvolvimento, este estudo objetiva analisar
TerraSonâmbula, romance do escritor moçambicano Mia Couto, expoente maior da
literatura africana contemporânea. Mia Couto confere à linguagem o papel desviante da
história convencional, desdizendo, pelo viés da literatura, o discurso de opressão em torno
de sua Moçambique, país que só se tornou independente como colônia de Portugal em
1975. Sob sua pena, vemos a memória reativar o passado, dinamizando o tempo e a vida
social, enquanto agenciamento crítico que instaura desequilíbrio e desordem na relação com
o presente amorfo e avassalador. Terra Sonâmbula, intercambiando literatura e história,
evocando mitos e lendas africanos, e a contrapelo de um mundo de ruínas gerado por
variadas guerras, revela a perda de identidade, o desenraizamento e a desventura do povo
moçambicano, mas sem se desprender do sonho no desejo de alargar a vida: “o sonho é o
olho da vida”, eis o que lê Muidinga no “primeiro caderno de Kindzu”, personagem que
expressou em registro o desejo de se tornar um naparama, guerreiro tradicional que lutava
contra os fazedores da guerra. A literatura aí tem um alcance amplo na medida em que
cumpre a função de compreender o humano e a vida social.
Douglas Antonio Bezerra Ramos (UEPB)
Marinalva Freire da Silva (Orientadora – MLI/UEPB)
A IMPLANTAÇÃO DA LÍNGUA ESPANHOLA NAS ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO:
POLÍTICAS DE INCLUSÃO SOCIAL
Conforme decreto presidencial, o ensino de Língua Espanhola deve tornar-se obrigatório no
ensino médio e ser facultativo no ensino fundamental. Por outro lado, aos alunos é
facultativa a escolha de estudar ou não esse idioma. Diante disso, este artigo procura,
então, refletir sobre essa necessidade/obrigatoriedade desse ensino e as implicações que
surgirão ao longo deste processo. Nossa preocupação é, portanto, colaborar para que este
ensino não seja fruto de mais um modismo e possa contribuir para a inclusão social de
nossos alunos sistematicamente marcados por políticas sociais e educacionais de exclusão.
Letra E
Edilane Rodrigues Bento (MLI/UEPB)
DIVERSIDADE CULTURAL E EDUCAÇÃO: ANALISANDO A REPRESENTAÇÃO DO
AFRODESCENDENTE NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Sabemos que o ambiente escolar é uma das instâncias formadoras de ideologia e que o
livro didático, exerce papel fundamental de difusor do conhecimento no cotidiano escolar.
Sendo assim, torna-se preocupante perceber que muitos estudos apontam para esse
material como produção midiática que vem exercendo, ao longo do tempo, papel de
reprodutor de racismo e de produtor e sustentador de um discurso racista no cotidiano
brasileiro, como afirmam os estudos de Silva (2003), Bencini (2004), e Menegassi & Souza
(2005), entre outros. Diante de tal realidade, nosso artigo visa analisar como a diversidade
cultural é tratada atualmente nesse material, analisando mais especificamente como se dá
a representação do afrodescendente no livro didático de línguaportuguesa do ensino
fundamental. Nosso artigo analisa a representação do afrodescendente presente nos textos
e imagens desses livros, apontando mudanças e permanências no trato com diversidade
cultural.
Edjane Gomes de Assis (PPGL/UFPB)
NO DISCURSO JORNALÍSTICO
DIVERSIDADE RACIAL/ÉTNICA
DA
REVISTA
VEJA:
A
REPRESENTAÇÃO
DA
Nos dias atuais vemos que o tema cultura e sua diversidade tem sido largamente discutido
em todas as esferas sociais, sobretudo na mídia. Nesta, tal tema surge envolto por uma
multiplicidade de sentidos que perpassam a instância do dizer. Considerando que nosso
discurso reflete os fenômenos sociais, ideológicos, históricos e culturais entendemos que,
como sujeitos sociais, heterogêneos, agimos conforme a ordem a que estamos submetidos
– a “ordem do discurso” (Foucault). Pensando assim, iremos observar como o sujeitojornalista representado pelo sujeito “Revista Veja” articula o tema “raça” em suas lentes
ideológicas. O discurso midiático tido como “formador de opinião” está conduzido por um
fazer que instaura sentidos, conduz uma identidade e ao mesmo tempo, reconstrói um
fazer disperso nos lugares sociais. Entendemos, portanto, que o discurso jornalístico da
Revista “Veja” é veiculador de ideologias que marcam aspectos representativos referentes
ao tema das diversidades culturais/diversidade racial.
Eduardo Henrique Cirilo Valones (UEPB)
A IMPORTÂNCIA DA OBRA DE DIAS GOMES DENTRO DA LITERATURA DRAMÁTICA
BRASILEIRA DOS ANOS 60
Na década de 60 do século XX o teatro brasileiro revolucionou, pois um grande número de
peças foi proibido pela censura do regime ditatorial militar. Devido a todo clima de terror
que rondava o panorama do teatro no Brasil, principalmente para os autores, os textos
dramáticos recorreram a inúmeros recursos, como a alegoria, por exemplo, para driblar a
censura. E com isso o teatro brasileiro ganhou muito em qualidade nos seus textos.
Destacam-se nessa fase muitos escritores, mas nosso objetivo é apresentar um breve
estudo sobre a obra de Dias Gomes com o intuito de resgatar todos os autores e obras que
se eternizam na literatura dramática brasileira e, assim, mostrar a diversidade cultural na
sociedade brasileira.
Eli Brandão da Silva (MLI/UEPB)
NORDESTINAMENTE BRASILEIRO: REFIGURAÇÃO DA IDENTIDADE NORDESTINA
EM LETRAS DE CANÇÕES INTERPRETADAS POR FLÁVIO JOSÉ
Pensar a identidade nordestina na contemporaneidade requer considerar os diversos
discursos sobre a figura do nordestino-retirante, construídos pelo mesmo e/ou pelo outro
(sudestino e sulista) ao longo da história e presentes no contexto sociocultural brasileiro,
como também analisar de que modo o nordestino de hoje aceita/contesta/reconstrói essa
herança, refigurando sua identidade. O objetivo deste trabalho é analisar a imagem do
novo nordestino em letras de canções interpretadas por Flávio José.
Elio Ferreira (UESP)
A POESIA NEGRA DE SOLANO TRINDADE: O LUGAR E O TEMPO DA MEMÓRIA.
Em primeira mão, remeto à metáfora do "Navio negreiro", de Solano Trindade e a outros
poemas que evocam as narrativas escravas, as memórias coletiva e autobiográfica da
Diáspora negra nas Américas. Essa poética de refundação se constrói através do discurso
persuasivo; da evocação da história, da cultura, da resistência , da espiritualidade e da
humanidade do Ser negro numa tentativa de recuperar a memória que se dissipou na
travessia dos mares, no limiar da "Porta do Não Retorno", nos porões do navio negreiro,
guetos e favelas da sociedade contemporânea. Dedicarei também parte da leitura à relação
da poesia negra com a música, a simbologia dos tambores negros, os estilos da narrativa
oral, cantos e canções de origem africana, transmitidos por meio de uma rede transferência
cultural que negralizou a cultura das Américas.
Elisa Mariana de Medeiros Nóbrega (CH/UEPB)
NARRATIVAS DE OPRESSÃO, TEXTUALIDADES DA VIOLÊNCIA: UMA HISTÓRIA DA
HOMOFOBIA NA LITERATURA E NA MÚSICA BRASILEIRA
Os Estudos Culturais inauguraram na contemporaneidade novos procedimentos de suas
práticas epistemológicas orientadas por dois grandes eixos reflexivos: as representações
culturais e a promoção da cidadania. Esse trabalho se insere dentro desse campo de
problematização, objetivando cartografar os campos de possibilidade histórica das
representações culturais tecidas em torno das práticas homofóbicas, enfatizando os
discursos de violência e de opressão, presentes na produção literária e musical do século
XIX e do século XX, produzidas por autores e compositores brasileiros. O exercício da
compreensão histórica, relativa às práticas de homofobia, está em consonância com os
estudos sobre a promoção da cidadania e do direito a alteridade. Nesse sentido, a intenção
é relacionar como as representações simbólicas sobre a homofobia, se ressignificam em
diferentes historicidades, a partir da luta pelos direitos humanos de gays, lésbicas,
travestis, transgêneros e bissexuais (GLBT). A metodologia utilizada está inserida nos
estudos de História Cultural, destacando autores como Michel de Certeau, Stuart Hall, Joel
Birman, Judith Butler, Roger Chartier, entre outros.
Elisabete Borges Agra (MLI/UEPB)
OS CONFLITOS DO SUJEITO: PROCESSOS DE ESTRUTURAÇÃO DA IDENTIDADE EM
EU, TU, ELE, DE CAIO FERNANDO ABREU
Este artigo explora o conceito de identidade, com base nos estudos de Felix Guattari e
Gilles Deleuze e pretende associá-lo ao conto “Eu, Tu, Ele” de Caio Fernando Abreu.
Objetiva-se perceber de que forma a narrativa é desenvolvida no referido conto e de como
o narrador busca criar espaço próprio para compor a personagem na revelação das
convenções e máscaras acentuadas em épocas determinadas e que estão presentes na
trajetória humana. A perspectiva de sujeito na sua singularidade, atrelado não a uma
idealização, mas a sua própria existência, e direcionado não a um único quadro de
referência, mas a uma multiplicidade de experiências serão investigados neste estudo.
Emmile Borges Cabral (UFRN)
Sírlia Sousa de Lima (UFRN),
Cássio E. R. Serafim (Orientador - UFRN)
SEXUALIDADE SEM EMBARAÇO NA ESCOLA
A sociedade em que vivemos está em constante transformação. Tudo passou a ser visto
com um novo olhar. Por esta razão, o nosso trabalho tem como objetivo conhecer o que
pensam os futuros pedagogos sobre a sexualidade e como tratam esse tema na escola,
para possibilitar aos leitores uma reflexão sobre o tema da sexualidade. A metodologia
utilizada foi à aplicação de um questionário dirigido aos estudantes do Curso de Pedagogia
da UFRN. O questionário abordava 13 questões sobre a sexualidade, tendo na última
página, um pequeno resumo de um conto infantil de Rubem Alves: “O gato que gostava de
cenouras”. Em seguida era indagado aos participantes se eles trabalhariam aquela história
infantil com seus alunos e pedíamos para justificar a resposta. Do total de entrevistados
85% afirmaram que era possível unir sexualidade a literatura infantil. Embora não
conheçam textos infantis que abordem o assunto e nunca tenham desenvolvido algum
trabalho sobre sexualidade em sala de aula. De acordo com uma das estudantes deve se
ter o máximo de cuidado para não se deixar que o preconceito possa imperar na fala do
palestrante.
Esdra Marchezan Sales (MLI/UEPB)
MARIDOS E AMANTES: AS POSSIBILIDADES DO MASCULINO NOS CONTOS DE A
VIDA COMO ELA É...
A predominância do masculino na ficção produzida no século XX, abordando as relações
amorosas e sexuais, é notoriamente percebida nas obras de autores importantes da
literatura universal. No entanto percebemos que, em alguns casos, a infidelidade e
liberação sexual feminina se transformam em instrumentos capazes de ampliar as
possibilidades de ‘ser mulher’ das personagens femininas e (des) construir identidades e
arquétipos do masculino. Na perspectiva dos Estudos Culturais e das Representações de
Gênero pretendemos analisar neste artigo as visões do masculino em contos de A vida
como ela é..., escrita entre 1951 e 1961 por Nelson Rodrigues, tomando como referência as
figuras do marido e do amante.
Eugenia Mateus de Souza (UNEB)
BAIANIDADE: ÍCONE DE NACIONALIDADE
Ler Dona Flor e seus Dois Maridos é sentir a nacionalidade brasileira desfilar suas diversas
identidades numa passarela de páginas (quase sem fim!). Oportunidade de pensar o Projeto
Nacional, no caso, jorgeamadiano de modernidade, visão diversa do projeto precursor de
Alencar. Baianidade: ícone de nacionalidade resulta de estudos sobre nação e identidade,
elementos muito bem exemplificados em Dona Flor, onde Jorge Amado consegue a partir de
um particular (a Bahia) apresentar o modelo de nação representada pelas múltiplas
identidades que constituem o universal (o Brasil). Durante o período modernista toda uma
visão de modernidade proporcionou ao homem um repensar sobre a formação do(s)
sujeito(s); uma inclusão de um bloco de identidades que pudesse englobar uma brasilidade
tão diversa.
Eveline Gama Rojas (UFPE)
Remo Mutzenberg (Orientador)
ENTRE A BOA VISTA E O CASTRO. IDENTIDADE (RE)CONSTRUINDO TERRITÓRIO
O bairro da Boa Vista (PE) traz consigo uma história singular, sobretudo diante da formação
da cidade do Recife. A Boa Vista no inicio habitada pela burguesia, vivenciou momentos de
apogeu e decadência, mas se constituiu, sobretudo, como um epicentro difusor de uma
moral conservadora. Com o surgimento das grandes metrópoles, ademais com o impacto
da globalização, a Boa Vista se apresentou como um espaço seguro para as minorias,
estabelecendo zonas de circulação e apropriação de território urbano para os mais diversos
grupos sociais. Nessa conjuntura, o universo gay também construiu territórios, de certo que
difusos e perdidos diante da diversidade, sobre a sombra do heterocentrismo, mas que,
todavia auxiliaram na criação de um senso de identidade e comunidade homossexual. Hoje
com o passar dos anos, o movimento de apropriação do espaço pelos homossexuais tem se
intensificado, seja sobre a forma de proliferação espaços sociais reconhecidamente gays,
realização da parada do orgulho gay, campanhas de prevenção, atos de reivindicação; seja
até mesmo pela percepção desses espaços pelos moradores, comerciantes e transeuntes do
bairro. Para entender melhor esse movimento, realizaremos um estudo comparativo entre a
Boa Vista e o Castro (CA), a “gay mecca”.
Letra F
Fabrício Cordeiro Dantas (MLI/UEPB)
ÉTICA DA MUDANÇA: CASO COMPARATIVO ENTRE RAP BRASILEIRO DE GABRIEL O
PENSADOR E RAP ESPANHOL DE NACH SCRATCH
O presente trabalho pretende analisar aspectos da ética filosófica em perspectiva
comparativa entre o rap brasileiro Até quando?, de Gabriel o Pensador, e o rap espanhol
Cambiando el mundo, do grupo Nach Scratch. Objetiva-se perceber as propostas de
mudança veiculadas nas canções, bem como os elementos e facetas abordados, de modo a
verificar aspectos atuais da sociedade pósmoderna em que os juízos morais e ética estão
sendo invertidos e onde o individualismo está sendo ponto culminante de toda ação e de
toda reflexão (Trasferetti, 2006). Sendo assim, enfoca-se as matizes que buscam
desmistificar, desconstruir posições e atitudes comuns em vários elementos de
representação na sociedade, numa luta contra os discursos opressores e negligenciadores
de cidadania cultural, a exemplo daqueles veiculados pela televisão, religião e poder
policial, que tanto imobilizam a identidade dos sujeitos, ao ponto de torná-los indiferentes a
certos valores e posturas éticas. Para dar apoio teórico ao trabalho, fundamentar-se-á em
alguns preceitos da ética abordados por Reale (1990), Lima (1999), Aguiar (2002),
Trasferetti (2006), dentre outros.
Fernanda Coutinho (UFC)
O BESTIÁRIO E A NOÇÃO DE DIVERSIDADE CULTURAL: PEQUENA CONTRIBUIÇÃO
PARA UMA ZOOPOÉTICA
As relações entre o homem e o animal vêm sendo apontadas desde a literatura clássica, por
meio das fábulas, e encontra, ao longo do tempo, sólido ancoradouro na literatura infantil.
Partindo dessa idéia, pretende-se destacar algumas ocorrências de metaforizações acerca
da figura do animal, particularmente a do bicho de estimação, que apontem para uma
reflexão sobre práticas de convivência social evidenciadoras da imagem do outro como um
ser problemático. Essas histórias, que despertam crianças, e adultos também, servirão de
base para uma reflexão sobre nuanças de uma questão agudamente atual: como
viver/conviver em meio ao diverso?
Francisca Ramos-Lopes (UFRN/UERN)
Marluce Pereira da Silva (Orientadora - UFRN)
AMOR E RACISMO: UMA ANÁLISE DE PRÁTICAS DISCURSIVAS CONSTITUTIVAS DE
IDENTIDADES ÉTNICO- RACIAIS
O trabalho apresenta uma análise em fase introdutória de práticas discursivas que
permeiam autonarativas elaboradas por professores de escolas públicas do Rio Grande do
Norte. A idéia de solicitação dos referidos textos, como um dos procedimentos
metodológicos, para a realização da pesquisa, surgiu a partir do propósito de
desenvolvermos uma pesquisa em torno de marcas identitárias, traduzidas nos discursos
dos docentes, vinculadas ao seu pertencimento étnico-racial. Ao analisarmos seqüências
discursivas, percebemos que, em algumas delas, é recorrente a questão vinculada às
relações conjugais inter-raciais o que nos levou a questionar: quais os enfrentamentos
discursivos enfrentados por tais docentes à busca de sua assunção étnico-racial? Para
tanto, tencionamos analisar fragmentos dos textos escritos pelos colaboradores da pesquisa
para averiguarmos que práticas discursivas perpassam as ações discriminatórias que
afetam o cotidiano e quais as formas de resistências utilizadas por esses professores ante
tais ações. Teoricamente orientam a pesquisa os trabalhos voltados pra questões raciais
(GUIMARÃES, 2005, MUNANGA, 2002), entre outros, concepções da AD de filiação francesa
com associações aos Estudos Culturais (HALL, 2000 e 2003, WOODWARD, 2000).
Letra G
Geralda MedeirosNóbrega (MLI/UEPB)
VELHICE: UM TERRENO MOVEDIÇO E AMBIVALENTE
Falar de geração, detendo-se num viés reflexivo sobre o envelhecimento, é abrir brechas
em terrenos movediços e ambivalentes que afetam aspectos da vida social cotidiana. Ecléa
Bosi (1994) fala da necessidade de se lutar pelos velhos; Guita Grin Debert (2004) fala da
reinvenção da velhice; Ângela Mucida (2004) lembra que o sujeito não envelhece e Anthony
Guiddens (2005) faz referência ao poder grisalho, chamando atenção para o futuro do
envelhecimento e destaca o velhicismo como uma ideologia como o racismo e o sexismo.
Com base nestas proposições, pretende-se, através de um viés dos Estudos culturais,
associados a uma base interdisciplinar, apresentar o resultado de um estudo sobre a
velhice, no campo da poesia, enfocando poetas como Bandeira, Cabral, Drummond e
Manoel Monteiro.
Gilton Sampaio de Souza (UERN)
O NORDESTE E SUAS IMAGENS NA MÍDIA: ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O
PRECONCEITO E SEUS EFEITOS DE SENTIDO
Os estudos acerca da construção de sentidos em gêneros do discurso jornalístico têm tido
grande repercussão nos trabalhos em análise do discurso, especialmente quando o foco
está na argumentação e na manipulação desveladas nas práticas discursivas. Na
perspectiva de discutimos, neste trabalho, aspectos das práticas discursivas do discurso
jornalístico cujo foco esteja voltado para o desenvolvimento da região Nordeste do Brasil,
analisamos textos selecionados nos jornais “Tribuna do Norte” e “Diário de Natal”, do
Estado do Rio Grande do Norte, e a “Folha de São Paulo” e “O Estado de São Paulo”, de São
Paulo. Pudemos constatar que, entre os sentidos para o Nordeste presentes nesses jornais,
estão imagens deformadas e manipulações de informações, nas quais essa região é vista,
por exemplo, como um “fardo a pesar nas costa do brasileiro” ou como a “indústria da
pobreza” que impede o desenvolvimento do Brasil. Nos sentidos construídos para o
Nordeste no discurso midiático, há rotas desviantes, sentidos que se chocam, nos quais os
sujeitos do discurso, em seus artigos, editoriais e reportagens, por exemplo, buscam
construir imagens deformadas, por meio de suas teses, e, ao mesmo tempo, manipulam
informações, silenciando discursos não dominantes.
Golbery de Oliveira Chagas (MLI/UEPB)
DO FEMINISMO AO MASCULINISMO: POLÍTICAS DE GÊNERO E CIDADANIA
CULTURAL
A lógica do pensamento cultural contemporâneo caracteriza-se por uma ‘união de contrários
em luta (KOTHE, 2003) em que segmentos e representações sociais são envolvidos numa
grande rede de convivências amistosas rumo a uma idéia multicultural, sem a presença de
discursos totalitários e fechados em si mesmos. Esse plano teórico, desde o pós 60, quando
foi fomentado, tem suscitado inúmeros movimentos, e também modismos, sociais
impelidos a ‘fazer valer’ tal teoria através de discursos questionadores de estruturas
hegemônicas. Nessa perspectiva insere-se o Feminismo, que conseguiu, a duras penas,
infiltrar-se no ‘mundo dos homens’, conquistando espaços antes exclusivamente
masculinos, dentre os quais destacamos o espaço simbólico da escritura artística. Um outro
adicional, sem precedentes na História das representações de gender, tem sido a
emergência de estudos ligados ao Masculinismo (CUSCHNIR, 2001; NOLASCO, 2005). A
importância cultural dessa atenção ao masculino se deve ao fato dele sempre ter sido a
‘ordem do discurso’, logo, indiscutível. Entretanto, concepções de um ‘novo homem’ têm
sido geradas em diversos espaços de atuação desse sujeito, inclusive na arte (SILVA;
SILVA, 2007), como prova de consonância com as políticas de gender e de cidadania
cultural vigentes. Nessa perspectiva, objetivamos discutir que contexto(s) motiva(m) o
Masculinismo!?
Gustavo de Lira Santos (FAGA/UFPB)
A DIVERSIDADE CULTURAL E OS MÚLTIPLOS OLHARES DURANTE O FESTIVAL DE
INVERNO DE GARANHUNS
Este trabalho visa apresentar a diversidade cultural apresentada durante o Festival de
Inverno de Garanhuns, em Pernambuco, que irá acontecer de 19 a 28 de Julho de 2007, a
partir de múltiplos olhares. Com entrevista de campo e depois analises dos diferentes
discursos. Serão entrevistados o poder público, responsável pela festa, o trade turístico, um
dos maiores beneficiadas diretamente, o comércio local e, uma previsão de, 3000
participantes, entre moradores e turistas e depois fazer uma comparativo do que cada setor
entende como está diversidade cultural. O Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), que
este ano chega a sua 18ª edição, é na sua essência, um Festival Multicultural, ele ocorre de
forma descentralizada com diferentes palcos e atrações. Existem oficinas culturais,
apresentação de teatro e cinema, o Palco do rock, do Forró, das danças, da cultura popular,
do blues & jazz, da música de orquestras sinfônicas e o palco principal com os chamados
artistas de renome nacional, este cada dia com um tema musical diferente. No ano de 2006
a FIG foi comprovado o maior Festival de Inverno do Brasil em números de atrações e teve
uma estimativa de quase 600 mil pessoas nos 10 de festas,nos diferentes pólos de
animação, todos de graça. Esta pesquisa é, inédita, e importante para comprovar esta
multicuturalidade deste evento, além de sua importância para a cidade e região,
independente, de quem esteja vivendo ele, todos tem que saber que ela existe e que tem a
opção de aproveitar diferente formas de manifestações artísticas nesses 10 dias que a
cidade se transforma e que toda a população passa o ano inteiro respirando e esperando o
FIG.
Gustavo de Lira Santos (FAGA/UFPB)
CARNAVAL: A FESTA MÁXIMA DOS BRASILEIROS? UMA ANÁLISE DO DISCURSO
FÍLMICO DE ORFEU E Ó PAI, Ó!
Este trabalho visa apresentar como o Carnaval é uma festa importante para o Brasileiro,
que vive uma outra vida durante os dias de festa, a partir da análise do discurso dos filmes
nacionais Orfeu e Ó Pai, Ó, que foram ambientados durante esse período. Orfeu, lançado
em 1999, é um popular compositor de uma escola de samba. Residente na favela, ele se
apaixona perdidamente quando conhece Eurídice. Mas entre eles existe ainda Lucinho,
chefe do tráfico local, que irá modificar drasticamente a vida de ambos. O filme é uma
história que retrata a vida no Rio de Janeiro, sobre a favela, sobre a pobreza, sobre o
confronto de Orfeu (a resistência pela cultura) e Lucinho (a marginalidade das drogas) e
sobre as contradições durante o carnaval, tem uma frase de Orfeu para o policial durante
uma discursão, que enfatiza as contradições, ele diz: “durante o Carnaval eu sou defunto
caro!”. Já Ó pai, ó, lançado em 2007, retrata o primeiro dia do Carnaval da Bahia, e os
habitantes de um animado cortiço, localizado no bairro da Barroquinha, logo abaixo do
Pelourinho, se debatem com a notícia de que a impiedosa dona do pobre prédio fechara o
registro de água para acabar com a festa de todos. Como o título indica em "dialeto baiano"
("olhe para isso, olhe"), volta as lentes para o espaço privado de um cortiço de onde vão
surgir personagens-ícones da indústria cultural na Bahia. O filme faz uma rasura na
superfície de uma reordenação urbanística do Pelourinho que violentou territorialidades
negras em tentativas vãs de embranquecimento cultural e de desafricanização dos espaços
públicos de Salvador. Terminar durante a festa de Carnaval de Salvador mostrando como
independente do que acontece na vida real as pessoas querem aproveitar ao todo a festa
máxima dos brasileiros.
Letra H
Harlon Homem de Lacerda Sousa (UFPB)
Sandra Luna (Orientadora - UFPB)
ORIENTE, OCIDENTE, ACIDENTE, GELADA
Anna de Amsterdam figura uma relação do eu com o outro em meio à invasão holandesa no
Pernambuco setecentista. Uma prostituta que mantém a esperança no amanhã e revela sua
condição num belo poema-canção escrito por Chico Buarque e Ruy Guerra na peça Calabar:
o elogio da traição, de 1974. Instigados pela complexidade do poema, realizamos uma sua
leitura para melhor compreendermos os mecanismos que constituem a formação da
identidade/alteridade nesta personagem que sintetiza todo um gênero e uma classe, bem
como, para refletirmos sobre esta formação nas estruturas do objeto literário construído
com fortes componentes de profundidade social e cultural.
Hilderline Câmara de Oliveira
ENSAIOS SOBRE A LINGUAGEM NO COTIDIANO PRISIONAL
Neste artigo, apresenta breves aportes teóricos sobre a linguagem no universo prisional,
sobretudo, a luz da teoria Foucaultiana, reflete ainda sobre a diversidade cultural, que rege
o cotidiano prisional cuja dinâmica é tecida por configurações próprias, atravessado por
conflitos, saudades, revoltas e renúncias, mas, também é um cotidiano regido por
regulamentos, onde a meta fundamental é evitar problemas e, sobretudo, dominar e
controlar o apenado, normas que dificultam e proíbem as mais diversas práticas – dentre
elas a própria linguagem. A partir desse contexto, a linguagem torna-se um elemento
relevante no cotidiano prisional, pois, podemos considerá-la, como toda e qualquer forma
de comunicação que pode transforma e/ou modificar as práticas culturais, porque a
linguagem soma e compõe os processos sociais. Sendo assim, a linguagem é uma
inesgotável riqueza de múltiplos valores; ela é provavelmente a marca mais notória da
diversidade cultural. A construção deste se deu a partir de observações sistemática e
assistemática durante a experiência profissional no sistema penitenciário do Estado do Rio
Grande do Norte desde 2000 até o presente momento, através ainda de levantamento e
revisão bibliográfica e pesquisa e análise documental, incluindo acesso fotográfico.
Letra I
Iara Barreto (UEPB)
Auríbio Farias (Orientador - UEPB)
A LINGUAGEM COMO IDENTIDADE DE UMA PERIFERIA URBANA
O presente trabalho tem como objetivo analisar, a partir dos contos “Trabalhadores do
Brasil, Solar dos Príncipes, e Esquece”, presentes no livro “Contos Negreiros” de Marcelino
Freire, de que maneira a linguagem serve como instrumento de identificação de um
determinado grupo social. Os contos escolhidos exemplarmente captam e representam
situações sociais que apontam para uma diversidade cultural na qual uma dada periferia
urbana utiliza a linguagem como ferramenta para a construção de uma identidade própria,
o que confere a essa periferia uma sensação de “territorialidade”, de onde se parte para
lutar por reconhecimento.
Letra J
Janaína da Silva (PIBIC/CNPq/UEPB/LETRAS/CH)
Rosilda Alves Bezerra (Orientadora - MLI/UEPB)
O MULATO: CONFLITO CULTURAL E IDENTITÁRIO EM MEIO A DIVERSIDADE
Nas discussões relacionadas às questões raciais há inúmeros conflitos quanto à aceitação de
identidades diversificadas, isto é comprovado na trajetória do negro na literatura, quanto a
sua caracterização associada a uma raça e cultura diferentes e, portanto, discriminadas.
Objetiva-se neste estudo procurar compreender de que forma a literatura
Realista/Naturalista contribuiu para a (des)construção da imagem do negro na sociedade
brasileira, a partir da obra O mulato, de Aluísio Azevedo, cuja personagem Raimundo
enfrenta, no seu retorno ao Brasil, uma hostilidade por parte da sociedade maranhense.
Para fundamentação teórica, usaremos o referencial sobre raça e cultura de Lévi-Strauss
(2006), e quanto às relações de identidade e diferenças: Bhabha (2003), Silva (2000) e
Hall (2003).
Jaqueline Cardoso da Silveira (UEFS)
Roberto Henrique Seidel (Orientador - UEFS)
IDENTIDADE, MEMÓRIA E REPRESENTAÇÕES
ROMANCE MEU QUERIDO CANIBAL
ÉTNICAS:
UMA
LEITURA
DO
O presente trabalho tem como objetivo tratar da questão da formação da identidade
nacional no princípio da colonização brasileira, com base no romance Meu querido canibal,
do escritor baiano Antonio Torres. Aborda-se as diferenças culturais existentes entre os
portugueses, os franceses e os indígenas e a forma de aceitação ou recusa da imagem
construída sobre o outro por cada um desses povos. Neste contexto, o índio busca sua
identidade situada entre a incontestável colonizaçãoeuropéia e a sua necessidade de
construir valores próprios de uma nova pátria, destacando assim as primeiras
manifestações em busca do nacional.
Jeanne Darly Pinto Elias (UEPB)
Elisa Mariana de Medeiros Nóbrega (Orientadora – CH/UEPB)
SALTO ALTO: TRAVESTIS NA PONTA DOS PÉS
Esse trabalho propõe discutir a relação entre moda, poder e fetiche na composição do
travestismo, utilizando as categorias de gênero para dimensionar a representação cultural
tecida em torno do uso do salto alto. Tido como objeto de prazer e desejo, o salto alto,
historicamente, foi associado a várias imagens, motivo de estudo por psiquiatras que o
descreveram como um órgão sexual, motivo de classificação como prática de prostituição,
entre outros. Outros já o classificam como indicio de prostituição. Nesse sentido,
pretendemos problematizar como o uso de um adereço feminino no corpo masculino
travestido estabelece uma nova relação de fetiche (STEELE) e de identidade de gênero (DEL
PRIORE), pois o salto alto é o ponto alto para a composição do corpo travestido.
João Gomes da Silva Neto (UFRN)
DISCURSO LITERÁRIO E IDENTIDADE: EXPRESSÕES DO IMAGINÁRIO CULTURAL
EM O CORONEL DE MACAMBIRA, DE JOAQUIM CARDOZO
Neste trabalho, pretendemos pensar a dimensão alegórica de O Coronel de Macambira, de
Joaquim Cardozo, como uma expressão do imaginário artístico que evoca tipos humanos e
um bestiário regionais e folclóricos, tomados como modo de crítica e registro sociais. Nessa
reflexão, procuramos descrever e interpretar as elaborações discursivas do texto,
apontando, ao longo das cenas, os indícios de uma retórica voltada para a construção e
consolidação da identidade nacional, numa ótica centrada numa perspectiva dos valores
populares. Essa retórica será vista numa perspectiva dos estereótipos sócio-culturais e
literários, que envolvem, entre outros, os códigos lingüísticos e retóricos, os estereótipos da
linguagem ordinária e os estereótipos literários, com extensões na dimensão dóxica da
realidade ali expressa, sobretudo através das ideologias comuns, dos símbolos e dos mitos.
Como que numa reescrita da história nacional, figuram ali protagonistas identificados com
as massas, os anônimos e os oprimidos, numa ordem sócio-econômica marcada pelos
impulsos de subversão, através da caricatura e da ironia, expressas pela linguagem
multiforme do imaginário e da arte populares. Atenta-se, ainda, para a idéia de que, com
seus jogos verbais e a crítica de costumes, o autor encontra, na caracterização dos mais
diversos seres que ali desfilam, uma forma singular de traduzir a mentalidade coletiva
nacional, em seus sentimentos, emoções e valores, ali manifestos na diversidade cultural.
Em cenas cuja tensão dramática é marcada pela ironia e pelo deboche, diante dos perigos e
da iminência da morte, a conjunção discursiva de tipos do cotidiano regional, de figuras
fantasmagóricas e de seres oriundos da fauna e do folclore autóctones, resulta em uma
alegoria do Brasil, em suas ações dramáticas ordinárias, cotidianas, ao longo de seu
percurso histórico. Nesse sentido, a história nacional se confunde com os quadros dessa
peça popular, transfundidos em canto, dança e música, em que se conjugam mimetismo e
fantasia, numa representação fantástica de nossa realidade, cujos infortúnios se amenizam
no mito da redenção – a “salvação” do boi. No arcabouço da mentalidade ali expressa,
podem ser identificados traços de uma estruturação maniqueísta dessa realidade, na
confluência das possibilidades significativas do imaginário que permeia as tensões entre a
urbe e o campo, o dia e a noite, a vida e a morte.
João Irineu de França Neto (UFPB)
Arturo Gouveia (Orientador – UFPB)
NOMES-MÁSCARAS: A ESCRAVIDÃO NA CONTÍSTICA MACHADIANA
O presente trabalho tem por finalidade analisar a construção lingüística e sócio-histórica dos
nomes próprios, enquanto recursos de caracterização, nos contos Pai contra mãe e O Caso
da vara, de Machado de Assis, que têm como temática central a Escravidão. A categoria
analística nomesmáscaras, que intitula nosso estudo, foi retirada do ensaio Temática, do
formalista russo B. Tomachvski. Partindo de tal categoria, buscamos significações sóciohistóricas e ideológicas dos nomes dos personagens e de ruas onde se dão a ação dos
mesmos, analisando a relevância de tais recursos no processo mimético, em que fatores
simplesmente históricos ou sociais referentes à escravidão do negro se transformam em
elementos internos na construção da trama das narrativas machadianas.
Jociane Nogueira de Oliveira Diniz
A LINGUAGEM DO CORPO NO CONFLITO CONJUGAL PROVOCADO PELO CIÚME
Tendo Colassanti (1985) como referência em seus escritos sobre amor, ciúme e
relacionamento conjugal, cuja abordagem discute que amamos com o corpo tanto quanto
com os sentimentos e essa linguagem corporal fala no silêncio de seus gestos,
discutiremos, pois, a importância dessa linguagem no conflito conjugal provocado pelo
ciúme, como forma de expressão de conflitos inconscientes, posto que os sinais silenciosos
podem ser reveladores e a estrutura do caráter de um indivíduo pode ser funcionalmente
idêntica à sua atitude corporal.
Joedna Reis de Meneses (CH/UEPB)
Edna Maria Nóbrega Araújo (UFPE/CH/UEPB)
IDENTIDADES E CONSTRUÇÕES DO BELO NO FINAL DO SÉCULO XX E INÍCIO DO
SÉCULO XXI
O presente trabalho, objetiva discutir as possibilidades de construções de identidades
através do conceito de beleza. Buscar-se-á analisar os discursos sobre os modelos de
beleza veiculados na Revista Veja e Revista Isto É, do final do século XX. Os discursos a
analisados não apenas informam como produzem efeitos e instituem verdades sobre o
corpo e o belo no período assinalado. Temáticas como os avanços da ciência, “conselhos”,
“recomendações”, “dicas” de famosos e especialistas, demonstrando caminhos e atitudes
que devem ser seguidos pelas mulheres no sentido de produzirem uma aparência
considerada bela, serão relacionados ao que se assinala como conceito de beleza produtor
de novas e antigas identidades.
Johniere Alves Ribeiro (MLI/UEPB)
Geralda Medeiros Nóbrega (Orientadora – MLI/UEPB)
LEANDRO GOMES DE BARROS: POESIA E CIDADANIA
Este trabalho foi motivado por um seminário apresentado na disciplina Literatura Brasileira
do Nordeste, no Mestrado Literatura e Interculturalidade ( UEPB). nele demonstramos que a
Literatura de Cordel, principalmente em sua origem, está relacionada à propagação de
memórias/narrativas que permeiam o imaginário popular. Tais narrativas, outrora orais, se
transpuseram para a modalidade escrita – o folheto de feira -, mas nunca deixaram de ser
o reflexo de uma parte expressiva do campo simbólico do nosso povo. Nesse sentido, há o
intuito de demonstrar o modo como o folheto contribuiu, e ainda pode contribuir, na
construção da cidadania,pois como sabemos este tipo de literatura era uma das mais
importantes fontes de acesso à informação, à inserção no mundo letrado ( mesmo que por
meio da audição), a uma cultura mais elaborada, em fim ao lazer. para tal, estaremos
apresentando o poeta paraibano Leandro Gomes de Barros, principal poeta popular do
século passado, que por meio de suas histórias conduziu seu leitores a uma reflexão critica
do contexto social no qual estavam inseridos, proporcionando, assim, uma possibilidade de
ser um cidadão mais consciente e ativo.
Jonildo Rodrigues Oliveira (MLI/UEPB)
Geralda Medeiros Nóbrega (Orientadora – MLI/UEPB)
MERCADIZAÇÃO DO CORDEL: CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA E CIDADANIA
Novos paradigmas, anseios e horizontes de expectativa repercutiram significativamente
para a configuração do cordel contemporâneo que se transformou em folheto-mercadoria
de consumo. Os poetas populares devem participar da sociedade de consumo. Desse modo,
a mercadização do cordel é uma das conseqüências dos novos padrões de consumo que
influem diretamente na construção de identidades fluidas e de uma cidadania que possibilite
acesso aos bens simbólicos e matérias. Incentivos institucionais e uma política cultural mais
atuante influenciam para maior circulação do cordel e conseqüentemente para melhoria de
vida de seus autores.
José Alex Nogueira de Oliveira (EDAC)
O CORPO ESCUTA E FALA: A LINGUAGEM COMO FORMA DE INCLUSÃO SOCIAL DOS
SURDOS
Baseado em Goldberg (2004), cuja abordagem gira em torno das matrizes culturais que
alimentam a agressividade atuante no corpo social, cultural, psicológico, político e
econômico, propondo uma desativação das ansiedades de poder para controlar os
mecanismos da agressão sociocultural, discutiremos alguns dos grandes problemas dos
portadores de deficiência auditiva diante da dificuldade de comunicação, das agressões
culturais, psicológicas e sociais experimentadas por essas pessoas, interpretando o
significado de sua linguagem corporal e da conotação e denotação dos seus gestos para
superar as diferenças e limitações que os excluem da sociedade e, principalmente, para
expressar seus anseios existenciais como cidadãos comuns.
José Edmilson Rodrigues (MLI/UEPB)
Luciano Barbosa Justino (Orientador - MLI/UEPB)
TENSÃO, NARRAÇÃO E DEPOIMENTO EM FALCÃO: MENINOS DO TRÁFICO
Ao ter como protagonistas jovens narcotraficantes, Falcão – meninos do tráfico, relato de
Mv Bill e Celso Athayde, constroem uma fronteira porosa entre a literatura e o depoimento
tendo como núcleo aglutinador diversas formas de violência juvenil. Difícil de enquadrar em
um gênero do discurso, literário ou não, Falcão: meninos do tráfico representa de maneira
paradigmática os atuais impasses da sociedade brasileira e da própria literatura enquanto
manifestação cultural contemporânea. Partindo de Young, Certeau, Canclini e Hall, esta
comunicação tem como objetivo demonstrar os novos estatutos da literatura na medida em
que se filia a novas demandas sociais.
José Fernandes (UFPE)
AS MÚLTIPLAS FACES CULTURAIS DA POÉTICA
Através do estudo de poemas que tem por tema o retrato, seja do próprio poeta, seja da
amada, pretendemos demonstrar que existe uma espécie de correlação cultural que se
estabelece entre eles, a ponto de se formarem vários aspectos culturais capazes de
comporem uma poética intercultural. Para se proceder a um estudo que realmente se
sustente, serão analisados poemas marcantes de estilos e épocas diversas de várias
culturas que, por motivos distintos, estiveram ou estão em contato, como a brasileira, a
portuguesa, a espanhola e a francesa. Tentar-se-á mostrar, também, o que leva o ser lírico
a preocupar-se com a própria imagem. Seria uma espécie de narcisismo ou uma
necessidade afirmação ontológica?
José Wanderley Alves de Sousa (UFCG/PPGL/UFPB)
LEMBRANÇAS DE VELHOS: O FIO E A TRAMA DA CULTURA E HISTÓRIA COTIDIANA
O presente trabalho objetiva investigar, sob a ótica da análise de discurso de orientação
francesa, como os sujeitos reconstituem, pelos mecanismos da (s) linguagem (ns), os
diferentes modos de viver o religioso, o educativo, o lazer, o sexual. Busca, assim, realçar
que as lembranças de velhos possibilitam a representação/construção da diversidade
cultural e as identidades do povo, a exemplo dos moradores de São José da Lagoa Tapada,
cidade do Alto Sertão Paraibano. Analisa, portanto, a inter-relação entre discurso, práticas
culturais e história cotidiana.
Joseane dos Santos Mendes (FIP/UEPB)
AS FORMAS DA CULTURA NEGRA EM O CORTICO, DE ALUÍSIO AZEVEDO
O presente trabalho faz um estudo sobre as formas de cultura negra existentes no romance
O Cortiço de Aluísio Azevedo, buscando a sua representação no contexto ideológico
presente no ambiente carioca no final do século XIX. A cultura negra se faz aparecer sob
vários aspectos e mesclada em alguns personagens. O objetivo aqui presente é levantar
pressupostos e reflexões acerca da representação da cultura negra existente na referida
obra. O Cortiço traz em si um leque de aspectos culturais de origem negra bastante
significativos para o desenvolvimento do enredo, nos oferecendo uma rica análise.
Josemir Camilo de Melo (DHG/UEPB)
(A)D(I)VERSIDADE CULTURAL COMO FORMA DE RACISMO
No momento em que se discute o Estatuto da Igualdade Racial e as políticas afirmativas,
propomonos a analisar o racismo latente na formação discursiva que a escravidão construiu
e deixou como herança, um apartheid sócio-cultural, uma suposta memória coletiva que faz
perdurar no país formas de discriminação através de prática discursiva adversa aos grupos
afro-brasileiros formadores da nacionalidade, e como se tem produzido um discurso
negativo de ‘negro’ ou, uma aparente neutralidade (‘nuvens negras’, ‘ovelha negra’ etc).
Para isto usamos a Análise do Discurso (Pêcheux/Achard) para verificar como se têm
constituído paráfrases que se repetem por canais midiáticos e por parcela da memória
coletiva, construída pelos dominantes, tornando ‘naturais’ atitudes racistas.
Juan Ignacio Jurado-Centurión López (PPGL/UFPE)
O SENTIMENTO DO SER LATINO-AMERICANO NO BRASIL
Muitos são os questionamentos que, durante as ultimas décadas, o brasileiro se tem feito
sobre a sua identidade. Uma identidade que, muitas vezes, se apresenta como difusa e
inatingível porem no fundo tudo mundo sente a sua identidade como muito arraigada. Mas
no fim que identidade e essa? Como entender ela dentro do contexto latino-americano do
qual aparece muitas vezes tão distante. O presente trabalho pretende indagar sobre esta
problemática, procurando encontrar as raízes desta separação identitária entre o Brasil e
seus povos “hermanos” e vizinhos.
Juan Pablo Martín Rodrigues (UFPE)
JUAN GINÉS DE SEPÚLVEDA: FILÓSOFO DO IMPÉRIO.
O cronista imperial e preceptor de Filipe II da Espanha consegue articular teológica, jurídica
e literariamente o pensamento imperial espanhol articulando a neo-escolástica e o nascente
humanismo italiano de uma forma limpa, elegante e cirúrgica. Desta forma o adversário de
Las Casas configura a identidade dos espanhóis como um povo de senhores “escolhido” e o
Império como um instrumento ao serviço de Deus e dos Melhores no domínio do “outro”
fraco e selvagem, inferior e perigoso, admirado e desprezado, ao serviço da Civilização.
Juarez Nogueira Lins (UEPB)
ESPAÇOS IDENTITÁRIOS E ESPAÇOS DE INCLUSÃO/EXCLUSÃO: O LOCAL EO
GLOBAL NA RECRIAÇÃO POÉTICA DO RECIFE DE CARLOS PENA FILHO
Carlos Pena Filho, o poeta do azul, “pintou” a identidade do Recife nas telas de sua poesia
lírica e sócio/poética. Quando escreveu o Guia Prático do Recife o poeta já estava na sua
fase mais social. Desta forma, como assevera Campos (1967) deixou de lado um pouco do
lirismo e passou a utilizar uma linguagem mais direta. Assim, recriou o Recife através das
marcas identitárias desta cidade e através dos espaços de inclusão e exclusão. Uma poesia
com a missão de “marcar” os traços da identidade da cidade – sua arquitetura, suas
belezas naturais, seus monumentos – mas sem deixar de enfatizar também as mazelas
sociais; marcando assim na literatura brasileira o contraponto entre o local e o global. As
discussões partem dos pressupostos de Cândido (1993), Schwarz.(1995), Castells (1999),
Bhaba (1998) entre outros.
Judite Botafogo (PPGL/UFPE)
WALY SALOMÃO : ALGARAVIAS DO PÓS-TUDO
A Modernidade é marcada por uma forma de pensar a cultura como sendo a dimensão do
processo social dentro de uma perspectiva pluralista, cuja identidade se constrói na soma
das diferenças.A despeito dessa complexidade da questão, arriscamos um ponto, uma
figura que surge no cenário artístico-literário nos anos 60, bebe nos movimentos
contraculturais dos anos 70 e aporta nos dias atuais como pérola cultivada, como gruta que
resiste. Trata-se do escritor e poeta multimídia Waly Dias Salomão, baiano de Jequié, cuja
intrigante escrita e extraordinária capacidade de transitar nas mais diferentes vertente das
artes, somada a uma ânsia devoradora da cultura, pretende ser o homem dos múltiplos
olhares. O poeta é essa garimpagem que nunca se basta; um surrupiador de suvenirs, um
leitor voraz, um errante na eterna busca de unir a diversidade, um nômade que
abraçatodos os lugares, bebe em todas as fontes e delas extrai os nutrientes para o seu
fazer literário. Com um pé nos clássicos e outro nos modernos, Waly tenta equilibrar-se
entre música, poesia e outras artes( teatro e pintura) e assim constrói suas algaravias,
onde só os momentos trocados pelo olhar poético consegue contar.
Letra K
Kalina Naro Guimarães (UFRN/UEPB)
DIZERES SOBRE A DIFERENÇA:
LYGIAFAGUNDES TELLES
A
HOMOSSEXUALIDADE
NUM
CONTO
DE
Foucault (1999) compreende a sexualidade como um “dispositivo histórico”, o que significa
que o sexo não se manifesta como um acontecimento natural e privado, pois ele se
constitui no âmbito histórico-cultural da sociedade. É esta que define, através de suas redes
de poder, as práticas legítimas da intimidade. Estas recebem marcas negativas ou positivas,
segundo a experiênciamodelo estabelecida pelo código social. Destarte, o discurso
hegemônico sobre o sexo figura a homossexualidade como uma desordem ou transgressão
da natureza. É essa perspectiva que interpela a mãe narradora do conto Uma branca
sombra pálida, de Lygia Fagundes Telles (1998). Tratando a homossexualidade como um
desvio da norma, a mãe choca-se com as escolhas de sua filha. Instauram-se no conto dois
espaços determinados: o da ordem, onde a narradora se movimenta predominantemente; e
o da desordem, no qual Gina se encontra com mais freqüência. Nosso trabalho discute as
relações estabelecidas entre os espaços da ordem e da desordem, problematizando a idéia
da identidade sólida e estável. A análise do conto será efetuada observando a linguagem
que dá forma estética aos conflitos representados no texto. Palavras-chave:
Homossexualidade; identidade; espaço.
Karina Fonsaca (PIBIC/DLCV/UFPB)
Amador Ribeiro Neto (Orientador - UFPB)
O PROCESSO DE MONTAGEM NO CINEMA FALADO
O trabalho pretende demonstrar como se apresenta um dos tipos de montagem
cinematográfica – a eisensteineana, servindo-se para isto, de um dialogismo entre uma
cena do filme O Cinema Falado de Caetano Veloso e o ensaio de Siérguei Eisenstein “O
princípio cinematográfico e o ideograma”. Para enriquecimento da apresentação, utilizamos
o poema de Décio Pignatari, denominado Organismo e procuramos explorar como a
montagem enriquece a literatura e o cinema e de que forma as produções artísticas se
inter-relacionam e se complementam.
Kátia Patrícia Fonsaca (PIBIC/DLCV/UFPB)
Amador Ribeiro Neto (Orientador - UFPB)
PENSANDO O BRASIL A PARTIR DA CANÇÃO O HERÓI, DE CAETANO VELOSO
Podemos dizer sem receios da contribuição de Caetano Veloso para a cultura brasileira. A
criatividade do artista, sua criticidade inteligente, consciente da diversidade e
multiplicidades éticas e estéticas – estas, elementos constituintes e definidores da nossa
formação enquanto brasileiros –, são marcas importantes da produção artística de Caetano
Veloso. Essa consciência de pluralidade torna sua obra por vezes desarmônica, repleta de
elementos contrastantes, o que demonstra claramente uma recusa a qualquer conclusão
simplista. Caetano embala seu objeto de análise com metáforas, digressões, analogias de
todo tipo, e nos convida a apreender os elementos que estão cifrados em sua produção.
Assim, intencionando discutir questões pertinentes à nossa complexa diversidade cultural,
propomos um exercício de reflexão sobre o Brasil a partir da música “O herói”, presente no
último álbum do artista, Cê.
Kislana Rodrigues Ramos da Silva (UEPB)
Peterson Martins Alves Araújo (Orientador - UEPB)
A REPRESENTAÇÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL EM FOLHETOS DE CORDEL
O presente trabalho consiste em analisar a diversidade cultural presente na literatura
popular brasileira; e mais especificamente nos folhetos de cordel. Considerando que a
literatura de cordel possui a base de sua escritura na oralidade (Galvão, 2002, p.116); isso
seria um dos traços que conferiria a este gênero literário um tráfego mais simples dos
diversos discursos que marcariam toda uma diversidade cultural. Além disso, a própria
autoria deles tem passado por algumas transformações em seu perfil; o cordelista que
antigamente representava as tradições rurais e possuía um nível de instrução básica,
atualmente, situa-se mais em um contexto urbano, além de alguns deles já possuírem uma
formação universitária (Luyten, 2005, p.70). Assim, pretendemos identificar, em alguns
folhetos, as diversas formas de representações dessa diversidade cultural.
Kyara Maria de Almeida Vieira (DHG/UEPB)
O DESEJO QUE INSTIGA A TRANSITAR PELAS IDENTIDADES
O presente trabalho resulta de parte do segundo capítulo de minha dissertação de
mestrado, no qual discuto sobre as tramas que envolvem a produção das identidades
masculinas, a partir de entrevistas realizadas com homens campinenses com mais de
quarenta anos, que têm desejos por outros homens. Nesse recorte, pretendo discutir como
esses homens, através das narrativas de si, transitam entre seus desejos e os vários
códigos da identidade masculina. Partindo da perspectiva dos Estudos Culturais, foi possível
pensar sobre as práticas desses sujeitos levando em consideração que muitas identidades
são construídas, ressignificadas, abandonadas, reapropriadas; pensar que, embora sejam
cobrados da correspondência aos códigos da masculinidade, muitas são as posições de
sujeito por eles assumidas na família, na profissão, nas suas relações com os/as outros/as.
Sendo assim, pude questionar a idéia de uma essencialidade e homogeneidade desses
sujeitos pelo fato de serem homens com desejos homoeróticos, tendo em vista a
multiplicidade de práticas do desejo, de códigos identitários negociados, de narrativas de si
que não se alojam numa única identidade.
Letra L
Lígia Pereira dos Santos (CEDUC/UEPB)
Anita Leocádia P. dos Santos (CEDUC/UEPB)
A MULHER NA SOCIEDADE GLOBAL E INFORMACIONAL: UM DEBATE INADIÁVEL
Este trabalho busca apresentar nossas reflexões sobre os papéis e imagens paradoxais e
preconceituosos
atribuídos
às
mulheres,
conflituosamente
vivenciados
na
contemporaneidade. Discutimos ainda, a questão dos valores transmitidos pela mídia
acerca do corpo feminino, com o objetivo de promover o debate sobre a importância da
ação educativa libertária, pela cidadania multicultural que seja ético-dialógica
(FREIRE,1996), anti-androcêntrica (BOURDIEU, 2005), considerando as contribuições da
sociedade em rede (CASTELLS, 1999).
Lígia Pereira dos Santos (CEDUC/UEPB)
Magda Brandão Mendes (CEDUC/UEPB)
AFRODESCENDÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UMA (RE) INVENÇÃO DO CONTO A
BELA ADORMECIDA
A partir de estudos realizados no Núcleo de Estudos de Gênero do Curso de Pedagogia da
UEPB, sentimos a necessidade de aplicar o projeto A Bela Acordada Negra: a (re)invenção
do conto a Bela Adormecida. O projeto foi aplicado junto às crianças de uma escola pública
do município de Campina Grande, considerando a proposta dos PCN´S do tema transversal
Pluralidade Cultural e a importância da Implantação Curricular da Lei nº 10693/03 como
conquista a ser realizada, cotidianamente. Faz-se necessário reinventar a história
(CERTEAU,1994) denunciando o cunho androcêntrico, embranquecidos dos contos que
ignoram nosso passado indígena e africano e inculcam a cultura dos colonizadores
europeus, através dos contos infantis (ARAÚJO, 2004).
Linduarte Pereira Rodrigues (PROLING/ UFPB)
UMA NOVA CONCEPÇÃO DE ORALIDADE MEDIANTE OS NOVOS PARADIGMAS DA
CIÊNCIA DA LINGUAGEM
Buscaremos com este artigo trazer à tona algumas reflexões acerca de um estudo que
estamos desenvolvendo na linha de pesquisa “Oralidade e Escritura”, do programa de PósGraduação em Lingüística da Universidade Federal da Paraíba. Nosso interesse inicial está
no desenvolvimento de um conceito de oralidade que possa ser proveitoso para as
pesquisas realizadas na perspectiva de uma Lingüística Pragmática. Esta é para nós a
lingüística contemporânea e aquela que se insere no quadro teórico-metodológico de uma
ciência que busca atender ao exame da linguagem no plano sócio-histórico e cultural.
Almejamos que este novo conceito de oralidade possa responder as indagações acerca da
linguagem em suas várias modalidades de produção da significação humana e que se coloca
na interlocução performática dos parceiros constitutivos da essência social, o locutor e o
interlocutor. Assim sendo, o objetivo deste artigo é desenvolver um conceito de oralidade, a
partir dos novos paradigmas científicos, pontuando a divisão do materialismo racional entre
imaginação e experiência, realizada por Bachelard (1990), mediante sua proposta de
criação de uma nova ciência da matéria.
Luciana Eleonora de Freitas Calado (UFPB)
FUNÇÕES SOCIAIS DO ROMANCEIRO NA PARAÍBA
A presente comunicação se propõe a analisar o romanceiro, uma das modalidades literárias
da Literatura Popular, enquanto processo de criação de um povo, enfocando sua função
social na comunidade de Cabedelo, litoral da Paraíba. Os romances tradicionais,
incorporados a várias práticas sociais, no final da Idade Média, como danças, divulgação de
notícias, trabalhos coletivos, encenações, serão aqui trazidos para o plano atual,
investigando, no meio da comunidade de Cabedelo, sua evolução: conservação de algumas,
desuso de outras e a criação de novas funções no presente.
Luciano Barbosa Justino (MLI/UEPB)
ALTERIDADE E ETNIA EM CIDADE DE DEUS DE PAULO LINS
Cidade de Deus de Paulo Lins pode ser entendido como uma narrativa exemplar da
diversidade cultural brasileira. Diferentes formas de relacionamento afetivo, de modos de
convivência, de posturas éticas, de interesses econômicos e de usos de linguagem fazem
interagir, sob contínua tensão, personagens cuja marginalidade coloca-os sempre no limiar
da violência e do convívio cotidiano com a morte. Se observado a partir dos estudos de
Levinas (1997) e Sidekum (2003), o romance potencializa um fecundo debate sobre a
alteridade em tempos de “Brasil para todos”, na medida em que, sendo um romance de
espaço, permite observar o funcionamento cotidiano da diferença étnica, política, cultural e
econômica num país multidimensional e ainda profundamente desigual. Com base na
semiótica da cultura (LOTMANN, 2003; ECO, 2002; BOUGNOUX, 1994) e nos estudos sobre
os movimentos sociais (CASTELLS, 2001; ALVARES, 2000; AMIN & HOUTART, 2003),
intenta-se aqui mostrar o modo como diversos brasis se misturam para criar tanto o
convívio com o horror da morte iminente quanto esperanças futuras de um Brasil
verdadeiramente democrático e interétnico.
Luciano Ferreira da Silva (UFPA)
O HOMOEROTISMO NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: O CASO DOS HERÓIS
A presente comunicação tem por finalidade fazer uma leitura de algumas representações
das relações homoeróticas em histórias em quadrinhos da revista Mônica, Novos Titãs e XMen Extra. Para tanto foi necessário buscar bases teóricas em estudos sobre cultura,
hibridismo, formas de identidades e de lugares. Assim, observamos quebras de concepções
de heterossexualidade e homossexualidade nestas narrativas infanto-juvenis ocasionando
novas perspectivas frente às representações do desejo homoerótico.
Luis Adriano Mendes Costa (MLI/UEPB)
A MORTE DO TOURO MÃO DE PAU E O CONCEITO DE INTEGRAÇÃO DAS ARTES
ARMORIAIS
É a partir do processo de recriação das artes que pode-se entender o trabalho artístico dos
armorialistas. Está presente de forma bastante evidente o princípio armorial de criação a
partir de obras anteriores, seja aprofundando, reafirmando ou enriquecendo. Tomamos
como exemplo neste artigo a obra “A Morte do Touro Mão de Pau”, de autoria de Ariano
Suassuna, inspirada no folheto “Romance do Boi da Mão de Pau”, do poeta rabequeiro
norte-rio-grandense Fabião das Queimadas, que depois foi transformado em música, por
Antônio Carlos Nóbrega, no disco “Lunário Perpétuo”.
Luís André Bezerra de Araújo (PPGL/UFPB)
Amador Ribeiro Neto (Orientador - UFPB)
SÉRGIO SAMPAIO E A PARÓDIA DA ESTÉTICA TROPICALISTA
Em 1973, quando o pós-tropicalista Sérgio Sampaio lança seu primeiro LP, “Eu quero é
botar meu bloco na rua”, críticos percebem, em suas canções, influências do Tropicalismo.
Nosso trabalho propõe-se a aproximar esteticamente as canções do LP de Sampaio com
uma das cançõesemblema do movimento tropicalista, “Tropicália”, de Caetano Veloso.
Valemo-nos, para isto, de dois sentidos de paródia: segundo Haroldo de Campos e Severo
Sarduy, nos contextos da literatura brasileira e do neobarroco latino-americano,
respectivamente.
Luis de Melo Diniz
A PRESENÇA DO FOGO E OUTROS SÍMBOLOS EM HARD TIMES DE CHARLES
DICKENS
Sabe-se que uma obra de arte ao ser produzida não necessariamente é dotada de fortes
ligações com o seu momento histórico. Algumas vezes ela pode expressar uma fase
posterior ou anterior ao seu contexto presente, ou ainda expressar níveis de significados
que não aparecem muito claros a seus contemporâneos. Os símbolos vêm sendo usados
desde algum tempo em trabalhos artísticos e literários como um eficiente recurso para
disfarçar certos posicionamentos ideológicos que poderiam provocar reações inesperadas
nos seus apreciadores, se tais idéias fossem claramente explicitas. No Brasil, nos anos da
repressão militar, era comum alguns escritores, pintores e outros artistas inserirem nas
entrelinhas dos seus trabalhos, mensagens de protesto e insatisfação com o sistema político
vigente. Na literatura, os símbolos, as imagens, as alegorias e outros artifícios literários têm
sido utilizados com igual objetivo. Além disso, tais textos, por vezes, são usados pelos
leitores para seus próprios intentos. Neste trabalho, procuramos resgatar alguns símbolos
que são mais recorrentes em Hard Times, a fim de mostrar que, já na época da Inglaterra
Vitoriana, tais estratégias eram bastante usadas por Charles Dickens e outros autores do
mesmo período.
Luiz Antônio Carvalho Valverde (PPGL/UFPE)
LINGUAGEM E IDENTIDADE NAS NARRATIVAS DE OSÓRIO ALVES DE CASTRO
Objetiva-se um estudo dos romances Porto Calendário, Maria fecha a porta prau boi não te
pegar e Bahiano Tietê, à luz do diferencial lingüístico que se possa estabelecer entre as
personagens, os diferentes registros de fala no sentido da afirmação de uma identidade em
confronto com a alteridade. Partiremos dos pressupostos bakhtinianos de heteroglossia e
dialogismo tentando aferir o grau de autonomia das personagens, entre si, e em relação ao
narrador.
Luiz Custódio da Silva (DCS/UEPB)
Ivone Tavares de Lucena (UFRGS)
A TELEVISÃO E A DIVERSIDADE CULTURAL NO CONTEXTO BRASILEIRO
A diversidade cultural tem profundas influências no processo de desenvolvimento humano a
partir das múltiplas formas de diálogos possíveis visando a inclusão social e o bem-estar
geral da sociedade. O próprio conceito de diversidade cultural torna-se cada vez mais plural
na contemporaneidade contemplando desde o respeito pleno aos direitos humanos,as
formas diversas de cultura até as questões relacionadas com os temas e os problemas
ambientais. Tratar dessas questões carece,portanto, de uma visão multicultural das
variáveis que interferem nesses processos de construção e de revisão de valores, de
identidades e políticas que venham efetivamente contribuir para a melhoria da qualidade de
vida e do desenvolvimento humano do povo brasileiro. A linguagem utilizada pela mídia
contemporânea,raramente percebe a riqueza cultural e as desigualdades sociais do povo
brasileiro de forma contextualizada e humanizada. Quando não envereda pelos aspectos
exóticos e sensacionalistas, a mídia constrói perfis descontextualizados tanto dos agentes e
dos produtores culturais, dos espaços e ambientes geográficos espalhados pelas várias
regiões do país, quanto de seres humanos anônimos com seus direitos violados por vários
segmentos e setores da sociedade, incluindo a própria industria midiatica. A televisão
brasileira, de uma maneira geral, não foge dos padrões da mídia tradicional e os produtos
culturais veiculados são orientados por princípios estéticos grotescos e de baixa qualidade
educacional e cultural. A questão norteadora do presente trabalho é de que forma a
televisão brasileira aborda, contempla e constrói os temas que envolvem o binômio
diversidade cultural? O presente estudo tem por objetivo analisar o programa Via Brasil,
produzido pelo canal fechado Globo News, da Sky, observando os conteúdos veiculados e a
sua relação com o processo de valorização da diversidade regional no contexto brasileiro. A
experiência aqui focalizada é um raro exemplo de como a mídia televisiva pode estabelecer
um vínculo educativo e cultural através de um programa jornalístico a serviço da
diversidade cultural no contexto nacional.
Lydiane Batista de Vasconcelos (UEPB)
UM CARNAVAL DAS DIFERENÇAS: A HISTÓRIA DOS BONECOS GIGANTES DE
CAICÓ-RN.
As histórias carnavalescas são construídas por um tomo de lembranças presentes nos
atores que brincam o carnaval, ano após ano, como se fosse uma enorme biblioteca de
memórias. Nesse trabalho pretendo desvelar através de relatos orais, quem eram os
andarilhos de rua, ou os “loucos” da cidade de Caicó-RN, além de perceber como estes
foram figurados nos bonecos gigantes, presentes no carnaval do Ala Ursa do Poço de
Santana. Entender como o artesão das calungas escolheu estas figuras em detrimento a
outros habitantes da cidade para desfilarem ao som do frevo no período de momo, e os
espaço simbólicos (CERTEAU) deste patrimônio imaterial.
Letra M
Manoela Falcon Silveira (UEFS)
IMAGENS-SIMULACROS EM O HOMEM QUE COPIAVA, FILME DE JORGE FURTADO
Empreende-se uma análise em torno das imagens-simulacros que constroem as narrativas
literárias e cinematográficas nacionais na contemporaneidade. Ao identificar os simulacros e
seus efeitos sobre a vida contemporânea, procuraremos evidenciar como tais simulacros
foram utilizados na montagem cinematográfica O homem que copiava, do diretor Jorge
Furtado. Seguiremos orientações de Baudrillard, Jameson e Debord, ao considerarmos que
os simulacros em formato de imagens transmitidas pela narrativa ficcional cinematográfica
e literária funcionam como reproduções do real e passam a ser tomados como modelo de
produção do real. Num cenário governado por ficções e irrealidades cotidianas, no qual se
avalia o grau de complexidade existente entre a produção da ideologia fílmica e o diálogo
epistemológico contextualizado com as produções literárias contemporânes, refletiremos
sobre o modo como este objeto-texto (literário/cinematográfico) é utilizado, ora como
material e recurso para a construção de identidades, ora como resistência para esse mesmo
fim.
Manuela Aguiar Araújo de Medeiros (DHG/MLI/UEPB)
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO POETA FERNANDO PESSOA E DA LITERATURA
NA HQ DE LAERTE
O trabalho que aqui se apresenta tem como debate principal a construção da identidade
não apenas do poeta Fernando Pessoa no espaço da HQ, mas também do discurso literário.
Assim, a proposta é observar a longa trajetória da construção do discurso de imortalidade
da literatura na HQ que Laerte analisa tendo com Dominique Maingueneau o estudo do
discurso constituinte, ou seja, quando a sua produção faz iniciar o diálogo da constituição
da literatura e também do poeta em relação a outros discursos. Desta forma, essa
constituência tem como característica a paratopia, uma localização paradoxal que é tão
necessária para sua sobrevivência e que não é possível dissociar sua organização
institucional da sua atividade de enunciação. Em “o Poeta”, Laerte constrói um Fernando
Pessoa imortal e que apesar das inúmeras tentativas de assassiná-lo, ele põe a nu
exatamente o que Maingueneau chama de discurso constituinte. A HQ passa a ter um
desses papéis sociodiscursivos que gera o enunciado do que vem a ser a identidade do
poeta assim como da literatura.
Marcelo Araújo de Lima (PIBIC/CNPq/UEPB)
Eli Brandão da Silva (Orientador – MLI/UEPB)
INJUSTIÇAS SOCIAIS NO DIÁLOGO ENTRE JEREMIAS E MAÇÃ AGRESTE: O
INTERTEXTO BÍBLICO NA REESCRITA CARRERIANA
Este trabalho discute questões sobre injustiças sociais, a partir de estudo comparativo entre
texto literário e texto bíblico. O texto analisado é Maçã Agreste, de Raimundo Carrero,
escritor preocupado em refletir sobre os problemas políticos, sociais e religiosos do povo
brasileiro. Carrero elabora um diálogo intertextual e interdiscursivo com o livro bíblico de
Jeremias, da tradição judaico-cristã, reinterpretando a missão do profeta bíblico, por meio
de leitura satírica, levantando questões que contribuem para reflexão sobre as injustiças
sociais no nosso tempo.
Marcelo Araújo de Lima (UEPB)
Eli Brandão da Silva (Orientador/PIBIC/UEPB)
O INTERTEXTO BÍBLICO E A REESCRITA CARRERIANA: O DIÁLOGO ENTRE MAÇÃ
AGRESTE E O LIVRO DE JEREMIAS NA DENÚNCIA DAS INJUSTIÇAS SOCIAIS
Este trabalho discute questões sobre injustiças sociais, a partir de estudo comparativo entre
texto literário e texto bíblico. O texto analisado é Maçã Agreste, de Raimundo Carrero,
escritor preocupado em refletir sobre os problemas políticos, sociais e religiosos do povo
brasileiro. Carrero elabora um diálogo intertextual e interdiscursivo com o livro bíblico de
Jeremias, da tradição judaico-cristã, reinterpretando a missão do profeta bíblico, por meio
de leitura satírica, levantando questões que contribuem para reflexão sobre as injustiças
sociais no nosso tempo.
Marcelo Medeiros da Silva (PPGL/UFPB)
EM BUSCA DE UMA CIDADANIA LITERÁRIA: O CASO CAROLINA NABUCO
Na contemporaneidade, inúmeras têm sido as pesquisas que visam contribuir para a
construção e legitimação da cidadania literária de autores e autoras postos à margem. Na
esteira desses estudos, o presente trabalho enseja dá os primeiros passos na construção da
cidadania literária da escritora Carolina Nabuco (1890-1981). Para tanto, esta comunicação
não só fará o levantamento de alguns dados biográficos, mas também analisará o conto “A
pérola rosada”, retirado do livro O ladrão de guarda-chuvas e outras dez histórias (1969), a
partir da temática do trágico, categoria importante na compreensão da contística dessa
autora.
Márcia Cristina Xavier (PPGL/UFPB)
UM OUTRO OLHAR, UMA OUTRA VOZ
A partir do dialogismo intersemiótico entre o texto dramático e o filme, propomos estudar a
representação da personagem Lisbela nos textos verbal e fílmico Lisbela e o Prisioneiro, de
Osman Lins e Guel Arraes, respectivamente. A análise tem como foco a observação das
diferenças e semelhanças desta personagem entre uma obra e outra e principalmente a
importância desta diferença no cinema. A análise se servirá da teoria da adaptação, pois a
partir deste processo é possível observar e compreender a opção estilística dos autores e a
“influência cultural” para uma nova caracterização da personagem feminina no filme.
Márcia de Oliveira Pinto (UERN)
CRÔNICA: DO RÉS-DO CHÃO AO LIVRO
As discussões suscitadas pela crônica convergem sempre para a questão controversa dos
gêneros literários. Ela é um gênero maior ou menor? Essa necessidade de legitimar o
gênero permanece, mesmo depois de mais de 150 anos de presença quase obrigatória nos
jornais e revistas brasileiros. Muitos escritores praticaram o ofício de cronista em algum
momento e buscaram compreendê-lo ou discuti-lo, o que revela certa inquietação com esta
modalidade discursiva classificada errônea e tradicionalmente como menor. Para Antonio
Candido (1992) ela é um gênero menor por que não se imagina uma literatura feita por
grandes cronistas. Classificar a crônica como maior ou menor em um sistema genérico que
se apresenta instável, parece, portanto, arriscado. Este trabalho pretende discutir essa
questão hierárquica que, equivocadamente, possibilita entender maior e menor de um
ponto de vista valorativo a partir do suporte de nascimento do gênero. Do periódico, a
crônica, a posteriori, pode migrar para o território do livro e nessa mudança a atitude
diante do texto muda, como afirma Jorge de Sá (1987). Para discutir essas questões, nos
ancoramos na bibliografia especializada do jornalismo e da literatura sobre a crônica.
Marcos Falchero Falleiros (PPgEL/UFRN)
O NASCIMENTO DE UM ESCRITOR: CAETÉS
Graciliano se refere a Caetés repisando sua aversão à narrativa idiota, conversa de
papagaios, na qual muitas pessoas se julgaram retratatas, o que muito o aborreceu. O
aborrecimento professado soará a fita se lembrarmos sua necessidade confessa de ancorar
seus enredos na vizinhança metonímica do vivido. O que poderá por sua vez explicar a
aversão ao livro como um arrependimento também por ter posto a público enredos
indiscretos que, com razão, tenham suscitado melindres – o que, para ele, poderia ser um
preço injustificado pela qualidade precária da obra. Caetés, como romance de estréia,
revela contraidamente de saída a necessidade de apego fundamental ao empírico.
Graciliano quando desistir da ficção em favor das memórias parecerá retornar a essa
origem, o enredo mais incontornavelmente aderido às suas circunstâncias, de que com
muito custo se desgrudou, mas não muito, para compor seus três romances principais,
seguidos da desistência definitiva da fantasia dos enredos, com o memorialismo de Infância
e Memórias do cárcere. O traço marcante de sua modernidade, construída a partir dos
modelos exemplares do realismo europeu do século XIX, será o cansaço da lorotagem
ficcional das peripécias.
Maria Anória de Jesus Oliveira (UNEB/UFPB)
Hélder Pinheiro (Orientador – UFPB/UFCG)
Elisalva M. Dantas (Co-Orientadora – UFPB)
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA LITERATURA INFANTO-JUVENIL
10.639/03: NOVAS VEREDAS A SEREM TRILHADAS
E
A
LEI
O presente texto emerge da necessidade e urgência de sugerir produções literárias infantojuvenis inovadoras no tocante à caracterização dos personagens negros, haja vista a
implementação da Lei Federal 10.639/03. Nosso propósito, portanto, é enfocar narrativas
contemporâneas que possibilitem a desconstrução de estereótipos acerca dos personagens
negros nas teias da trama literária. São elas: A cor da ternura (GUIMARÃES, 1989) As
tranças de Bintou (DIOUF, 2004) e Histórias da preta (LIMA, 1998), Para tanto nos
pautamos na pesquisa bibliográfica e na análise à luz da teoria, da crítica e de subsídios
oriundos das Ciências Sociais.
Maria Anória de Jesus Oliveira (UNEB/UFPB)
Hélder Pinheiro (Orientador – UFPB/UFCG)
PERSONAGENS NEGROS NA LITERATURA INFANTO-JUVENIL: PERCORRENDO OS
TÊNUES FIOS DAS SUAS TESSITURAS
A necessidade de (re)pensar a literatura infanto-juvenil, de modo a identificar indícios de
ratificação e/ou inovação no tocante à tessitura dos personagens negros, é a proposta
deste trabalho. Foram escolhidas as seguintes narrativas: A noiva branca e a noiva preta,
dos irmãos Grimm; Negrinha, de Monteiro Lobato, Menina bonita do laço de fita, de Ana
Maria Machado e As tranças de Bintou, de Diouf. A partir da pesquisa bibliográfica e da
análise à luz das relações internas e externas do texto (KHÉDE, 1990), notamos o
predomínio da inferiorização dos personagens negros, os quais foram delineados em papéis
de anti-heróis e algozes, inicialmente, depois em funções secundárias chegando, nos
últimos tempos, a papéis de protagonistas.
Maria Aparecida Lisboa Félix Dantas
Antônio de Pádua Dias da Silva (Orientador – MLI/UEPB)
LITERATURA E (IN) EXCLUSÃO SOCIAL: A REPRESENTAÇÃO DO DIFERENTE EM “É
PROIBIDO MIAR” DE PEDRO BANDEIRA
Há séculos, os considerados “diferentes” vêem serem tolhidos seus direitos. Paralela a essa
violência, existem uma luta contra a não aceitação das diferenças e uma resistência dos
sujeitos massacrados, os quais, apesar de vítimas de preconceitos, continuam afirmando
suas identidades. Diante disso, este trabalho objetiva analisar o discurso de representação
do diferente na obra É proibido miar (1995), de Pedro Bandeira, e compreender como pela
literatura é possível refletirmos sobre a importância de as pessoas terem suas diferenças
reconhecidas como elemento de construção de igualdade e de identidade em meio à
diversidade cultural que marca a nossa sociedade.
Maria da Soledade Oliveira Rios (UEFS)
A PERSPECTIVA DOS ESTUDOS CULTURAIS EM O NAVIO NEGREIRO DE CASTRO
ALVES: LIBERDADE, NAÇÃO E IDENTIDADE
O presente artigo objetiva evidenciar caracteres dos Estudos Culturais no poema “O Navio
Negreiro” de Castro Alves. Seguindo a linha de reflexão da cultura e da cultura popular,
verificar-se-á, sob o ponto de vista da diversidade cultural, questões como a subjetividade,
a identidade, liberdade e nação, neste poema condoreiro. Com o fim de traçar um perfil das
relações sociais, onde poder e dominação coexistem, e conceber a cultura como campo de
luta em torno da significação social. Por fim, enquadrar o poema “O Navio Negreiro” dentro
da perspectiva dos Estudos Culturais, convertendo-o num instrumento de construção social.
Maria do Socorro Pereira (MLI/UEPB)
IDENTIDADE E CIDADANIA NO LUGAR DE MEMÓRIA EM RONALDO DA CUNHA LIMA
Esse estudo, numa perspectiva sócio-cultural, busca através da obra "Roteiro sentimental"
de Ronaldo da Cunha Lima, evidenciar o "lugar de memória", ou seja, a condição de
pertencimento do sujeito ao espaço de raízes, numa tentativa de afirmação de identidade e
cidadania.
Maria Dorotéa da Silva (CH/UEPB)
CONTRIBUIÇÕES DE MONTEIRO LOBATO PARA A ATUALIDADE ATRAVÉS DA OBRA
SÍTIO DO PICA PAU AMARELO
Este trabalho tem como tema contribuições de monteiro lobato para a atualidade através da
obra sítio do pica pau amarelo, organizando uma proposta que contemple conquistas
anteriores, avanço nas relações entre diferentes áreas do conhecimento, atualizado ali
como elo de ligação, para o incentivo a leitura, apresentando possibilidades de investigação
na fantasia, no faz-de-conta, indispensável no processo de desenvolvimento das crianças e
até dos adultos. E sendo assim faz-se destaque ao grande público infanto-juvenil brasileiro
a leitura do Sítio do Pica-Pau Amarelo, neste momento exibido pela quinta vez em rede
nacional com personagens que falam com crianças e discutem temas da realidade do Brasil.
Como sabemos, o mundo passa por grandes transformações com as novas tecnologias, pois
o mundo que se apresenta aos nossos olhos não deixa de ser um grande desafio. E assim, é
necessário que a Literatura Infantil seja implantada nas salas de aula, em casa e em todos
os espaços possíveis, como influência no processo de desenvolvimento intelectual, moral e
social do cidadão.
Maria do Socorro Araújo de Arruda (MLI/UEPB)
PERSONAGEM PÍCARO JOÃO CAMPINA NA OBRA: “FOGO FÁTUO”, DE LOURDES
RAMALHO
Lourdes Ramalho apresenta-se como uma mulher, escritora e nordestina que produz uma
escrita encarregada de falar e pensar, sobretudo acerca das possibilidades sócio-culturais
de sua região. Vê-se com a incumbência de expressar através de suas peças e cordéis,
escritos polêmicos e denunciadores da cultura que se configura como nordestina. Neste
intento, suas obras movimentam o teatro, a poesia e o cordel da cidade, do nordeste e de
onde suas peças são encenadas consistindo, portanto, a dramaturgia como o cerne de suas
inquietações.
Maria Eliane Souza da Silva (UFRN)
Ilza Matias de Sousa (Orientadora - UFRN)
CLARICE LISPECTOR: DO CONTO DE FADAS AO CONTO CONTEMPORÂNEO
No conto de fadas, encontramos os elementos necessários para a configuração
metodológica de nossa comunicação, que procurará estabelecer a confluência do gênero
infantil com o gênero contos na obra de Clarice Lispector, considerada adulta. O estudo que
empreendemos levou-nos a reconhecer as atitudes designadas para a realização interior
das personagens em um sentido existencial, presentes tanto na narrativa infantil quanto no
conto clariciano. São narrativas que, com ou sem a presença das fadas, em seu núcleo
colocam a questão da realização do herói, ou da heroína, direcionada a ritos de passagem.
O herói sempre se realiza em um campo existencial, ou pessoal, através de provas no
decorrer do conto, sejam elas de origem pessoal em busca do ser amado, ou de encontro a
seu verdadeiro “eu”. Constatamos tanto no conto de Madame Leprince de Beaumont A Bela
e a Fera, como na narrativa de Clarice Lispector, intitulada A bela e a fera Ou ferida grande
demais, um comportamento desconstrutor em face aos paradigmas clássicos estéticos. Uma
abertura para reflexões existenciais e humanas que envolvem construções de identidades e
papéis sociais.
Maria Eliza Freitas do Nascimento (UFPE)
MEMÓRIA E IDENTIDADE: LADOS DA MESMA MOEDA NA POESIA POPULAR DE
PATATIVA DO ASSARÉ
Este trabalho é parte de nossa Dissertação de Mestrado, em andamento. Tem como
objetivo analisar no funcionamento discursivo da poesia de Patativa do Assaré a construção
da identidade do sertanejo articulada à memória discursiva. O poeta em estudo é um
legítimo representante da cultura popular nordestina, sua poesia oferece diversos olhares
sobre a realidade sócio-cultural do Nordeste. Utilizamos o aporte teórico da Análise de
Discurso Francesa como suporte para nossa discussão, enfocando os conceitos de
interdiscurso, memória discursiva, com base nos autores Michel Pêcheux e Jean-Jacques
Courtine e identidade em Stuart Hall. Verificamos que o sujeito-enunciador da poesia em
análise utiliza-se da interdiscursividade para legitimar seu discurso. Os efeitos de sentido
são produzidos pela articulação com o discurso religioso, que apresenta traços
característicos da identidade do sertanejo, através de dizeres institucionalizados na
memória discursiva, tendo em vista que ela possibilita perceber no intradiscurso elementos
do interdiscurso que aparecem resignificados. Assim, percebemos que a identidade na
poesia é um processo discursivo, construída a partir dos sentidos já cristalizados,
legitimados na sociedade e recuperados através da memória discursiva.
Maria Estela Rocha Ramos (PPGA/UFBA)
Henrique Cunha Jr. (PPGEB/UFC)
LENDO A CIDADE E RELENDO AS AFRICANIDADES BRASILEIRAS
O urbano e as teorias urbanísticas tem um enfoque que se refere ao patrimônio cultural
onde a cidade pode ser lida como inscrições cotidianas realizadas pelo cidadão. Esta leitura
de cidade pode ser guiada pelo olhar das africanidade e afrodescendências brasileiras.
Trata-se de um enfoque critico original para leitura das relações étnicas brasileiras. A
situação histórica da população afrodescendentes esta impressa e reimpressa nas historia
das cidades brasileiras. Tomamos neste artigo com referencia a leitura de bairro de maioria
afrodescendentes da Bahia. Realizamos uma nova abordagem sobre os problemas das
relações sócias e étnicas no Brasil baseada na históriaurbana e na cultura. Este enfoque
produz uma ruptura com relação aos enfoques de raça social ou raça biológica.
Maria Eulina Pessoa de Carvalho (DHP/UFPB)
CIDADANIA DAS MULHERES E IDENTIDADES DE GÊNERO
A cidadania moderna é uma construção masculina e os direitos das mulheres e a justiça de
gênero foram sendo conquistados ao longo do século XX. Conceitos de igualdade de sexo e
equidade de gênero ainda não são bem compreendidos, mas confundidos. Se a identidade
feminina patriarcal/androcêntrica deu lugar a múltiplas identidades feministas e a novas
expressões identitárias nos campos imbricados da sexualidade e do gênero, hoje, embora
se comece a discutir e avançar políticas para mulheres e o direito à livre orientação sexual
de homens e mulheres, ainda há resistências a processos de identificação de gênero
plurais. Esta problemática é discutida com base em aportes teóricos e contextuais/locais.
Maria Goretti Ribeiro (MLI/UEPB)
ENTRE MANAUS E LÍBANO: A IDENTIDADE E O SIGNIFICADO DA GRANDE MÃE NO
RELATO DE UM CERTO ORIENTE, DE MILTON HATOUM
Considerando, consoante Davi Arrigucci, que o romance de estréia do professor Milton
Hatoum, Relato de um certo Oriente, é uma “arquitetura imaginária” onde uma família de
libaneses vive seus dramas, paixões, fugas, luto e mortes trágicas, e principalmente o
impasse promovido pela miscigenação cultural, analisaremos, sob os auspícios da
mitocrítica durandiana e da psicocrítica junguiana, o arquétipo da Grande Mãe incorporado
pela matriarca dessa família, evidenciando sua relação com as velhas tradições culturais de
um “certo Oriente” e com a flutuante Manaus, espaço híbrido onde o sagrado e
sensualidade se amalgamam. O nosso objetivo é demonstrar que essa figura materna,
remitologizada no romance, além do valor arquetípico, congrega o sentido simbólico da
terra, da cultura, da religião e funciona como elo entre o presente e o passado e como
guardiã mítica da memória ancestral.
Maria José Barbosa Brasilino
A DANÇA DO VENTRE COMO INSTRUMENTO DE INCLUSÃO SOCIAL DA MULHER
MADURA
Este artigo enfoca o significado da linguagem corporal na dança do ventre como expressão
da essência do Feminino. Baseadas em Lucy Penna (1993) que, interpretando o significado
simbólico dos movimentos, ressalta a força criativa da dança do ventre para promover a
harmonia do corpo e da alma através do ritmo e dos movimentos, demonstraremos que
essa dança patrocina melhor qualidade de vida também na maturidade, maior desempenho,
consciência bioenergética e relação social prazerosa às pessoas que a praticam.
Evidenciaremos que, numa sociedade competitiva como esta, que cobra da mulher a beleza
do corpo, a sedução, a juventude e a capacidade de disputar como o grupo social mais
jovem, a simbolização dos sentidos e dos sentimentos e a consciência do corpo dinâmico
propiciados pela dança são um meio salutar possível, benéfico, agradável e valorativo para
a preservação da individualidade e de certa identidade social.
Maria Lindaci Gomes de Souza (DHG/UEPB)
Janailson Macêdo Luiz (UEPB)
REPRESENTAÇÕES ICONOGRÁFICAS SOBRE OS NEGROS EM LIVROS DIDÁTICOS DE
HISTÓRIA DE 7ª SÉRIE (1998 - 2003)
Analisar como os negros foram representados nos livros didáticos, que ainda são o recurso
pedagógico mais acessível a professores e alunos, é fundamental, visto que as imagens e
os assuntos neles expostos ajudam a construir as identidades dos indivíduos e as
concepções que estes têm si e dos outros. É necessária a formação de um saber escolar
que considere as diferenças sociais, culturais e étnicas, rompendo com uma visão de
história que auxilia na reprodução de preconceitos e estereótipos. Nesse sentido,
objetivamos identificar e analisar as modalidades de uso e as formas de apropriação das
representações iconográficas sobre os negros expostas em livros didáticos utilizados como
recurso para o ensino de história.
Maria Lisboa Dantas
LITERATURA E (IN)EXCLUSÃO SOCIAL: A REPRESENTAÇÃO DO DIFERENTE EM É
PROIBIDO MIAR DE PEDRO BANDEIRA
Há séculos, os considerados “diferentes” vêem serem tolhidos seus direitos. Paralela a essa
violência, existem uma luta contra a não aceitação das diferenças e uma resistência dos
sujeitos massacrados, os quais, apesar de vítimas de preconceitos, continuam afirmando
suas identidades. Diante disso, este trabalho objetiva analisar o discurso de representação
do diferente na obra É proibido miar (1995), de Pedro Bandeira, e compreender como pela
literatura é possível refletirmos sobre a importância de as pessoas terem suas diferenças
reconhecidas como elemento de construção de igualdade e de identidade em meio à
diversidade cultural que marca a nossa sociedade.
Maria Lucia dos Prazeres (PPGEB/UFC)
Henrique Cunha Jr. (PPGEB/UFC)
TERÇA NEGRA NA CIDADE DO RECIFE: LETRAS DE MUSICAS, MEMÓRIA E
HISTÓRIA DO NEGRO NO RECIFE
A Terça Negra na cidade do Recife é um evento político literário musical realizado por vários
anos numa das praças centrais da cidade do Recife. Trata-se de um evento organizado
pelos participantes dos movimentos sociais negros tendo o suporte da municipalidade da
cidade do Recife. Nele desfilam artistas, escritores e promotores culturais de expressões da
cultura negra urbana da cidade do Recife. A pesquisa em curso estuda a memória, a
história e os repertórios musicais deste evento como uma contribuição para a problemática
do ensino da cultura negra na escola brasileira. A metodologia de pesquisa é a das
afrodescendências e produz um novo enfoque sobre as relações étnicas e sobre a
identidade negra brasileira.
Maria Suely da Costa (UFRN)
CULTURA E RAÇA EM FOCO NA EXPERIÊNCIA POTIGUAR
Este trabalho trata das idéias de um escritor potiguar que mergulha na realidade brasileira
para melhor conhecê-la. A partir das idéias de Monteiro Lobato, Luís da Câmara Cascudo
traz para ordem do dia questões em torno da identidade do brasileiro colaborando para a
ruptura com a concepção do mito imperial do herói da raça branca.
Marilene Carlos do Vale Melo (CH/UEPB)
A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO NA LITERATURA BRASILEIRA
Algumas teorias sobre a raça negra norteiam as explicações das origens do cativeiro e da
situação do negro desterritorializado. Essa visão do mundo real, levada à ficção, apresenta
o negro, marca de uma etnia, também como personagem. Assim, ao longo da produção
literária brasileira, a representação do negro configura-se em textos que tratam, de um
alado, de personagem vítima da desigualdade social e do preconceito racial e, de outro
lado, o negro sujeito do seu discurso e da sua identidade cultural.
Marineuma de Oliveira Costa Cavalcanti (UEPB/UFPB)
DO DISCURSO DA TEORIA À VIABILIDADE DA PRÁTICA: ENSINANDO PORTUGUÊS
Muito se tem escrito sobre o ensino de língua portuguesa e muita teoria tem se voltado
para uma prática mais efetiva, mais funcional, enfim, mais eficaz, que possa trazer bons
resultados no sentido de instrumentalizar melhor os alunos no uso da língua. A
universidade, enquanto formadora de opinião e de profissionais que atuam ou vão atuar
nas escolas, tem aberto espaços importantes, privilegiando tais discussões. A língua, por
sua vez, é um a atividade social e, por isso, instrumento de interação. Ela funciona,
interage, faz efeito, existe como realidade histórica e social, estando sujeita às
circunstâncias do momento, às condições de produção e às flutuações de sentido. É, pois,
ferramenta, processo, e, ao mesmo tempo, produto, já que nós a criamos exatamente
enquanto a usamos. Como, então, tornar seu ensino mais objetivo e produtivo? É possível
tornar viáveis práticas que contemplem as novas teorias lingüísticas? Estas e outras
questões serão objeto da discussão aqui proposta, a partir de uma reflexão acerca de como
se dão as orientações pedagógicas no curso de Letras, por exemplo.
Marlene Pereira dos Santos
Henrique Cunha Jr (PPGEB/UFC)
MARACANAÚ PARTE DA CULTURA NEGRA DO CEARA: OS DILEMAS DO COTIDIANO
E DA CULTURA ESCOLAR SOBRE A POPULAÇÃO AFRODESCENDENTE
O trabalho em questão estuda a implantação da lei 10.639, sobre o ensino da história e da
cultura de Africanos e Afrodescendentes no Município de Maracanaú. O estado do Ceará
apresenta uma ideologia da ausência de população negra e, portanto de ausência de
racismo. Examinamos neste trabalho as representações sobre a população
afrodescendentes e em particular o material dos livros didáticos existentes em 10 escolas
do município.Discutimos o material encontrado com relação a realidade local e as
expressões da cultura negra no município. Nos detemos em particular com em livro editado
pelo município e as representações ai encontradas.
Marlos Machado (MLI/UEPB)
Marinalva Freire (Orientadora - MLI/UEPB)
A CRIANÇA EM MENINO DE ENGENHO JOSÉ LINS DO REGO
A criança foi durante muito tempo - apesar de ainda persistir culturalmente - tratada como
um adulto em miniatura e deveria desde pequena ir imitando as posturas e
comportamentos do adulto, quer dizer, o adulto (simbólico) aceito pela sociedade. A partir
da obra Menino de Engenho, podemos perceber esse desejo de se moldar a criança aos
padrões simbólicos do adulto, ignorando-a enquanto um ser pensante e diferente do adulto
merecedor de respeito. Porém, percebe-se também que os mesmos adultos que cobiçam
essa formação na criança, quando crianças, faziam as mesmas coisas que o nosso
personagem principal faz na narrativa. Dar a criança o direito ao respeito e a verdade como
as ciências vem, principalmente a partir do século XIX, propondo mais explicitamente nas
ciências psicológicas é um passo que contribui significativamente para a construção de uma
sociedade com identidades construídas com bases éticas. Nosso trabalho utiliza-se de
autores como Edmir Perroti, José Trasferetti, Marlene Rodrigues, Tomaz Tadeu da Silva,
Stuart Hall, entre outros, para dialogar com os discursos das personagens na narrativa
trazendo-os para o campo da cultura, da ética, tentando perceber como as relações entre
adultos e crianças geralmente se dão, e da necessidade de que estas relações construídas
principalmente a partir do discurso do dominante caminhem para o reconhecimento da
criança enquanto um ser merecedor de respeito.
Marluce Pereira da Silva (UFRN)
DISCURSO, SUBJETIVIDADE E CIDADANIA: AÇÕES RACISTAS EM CONTEXTOS
DIVERSOS
Os estudos de Foucault acerca da subjetividade trouxeram contribuições significativas ao
campo da filosofia e das ciências sociais. O autor procurou investigar de que maneiras o
indivíduo se constitui como sujeito tomado em seus dois significados: sujeito a alguém e
preso a sua própria identidade se institui mediante relações de poder. Assumindo-se um
sujeito que pensa enquanto sujeito, em outros termos, um sujeito de si para si de uma
realidade (Foucault, 1964, 1979, 2004). Procuramos na pesquisa aqui apresentada,
analisar, numa perspectiva foucaultiana, formas e modalidades da relação consigo mesmoformas de subjetivação-por meio das quais o indivíduo se constitui e se reconhece como
sujeito, especificamente afro-descendentes que exercem o papel de professor e que se
encontram à busca inserção social.
Marta Pragana Dantas (DLEM/UFPB)
TRADUÇÃO LITERÁRIA E DIVERSIDADE CULTURAL
Este trabalho pretende abordar a tradução literária no atual contexto de uma crescente
unificação do mercado mundial da edição. Se a intensificação da circulação internacional de
bens culturais nos faz pensar numa maior diversidade, o fenômeno de formação dos
grandes conglomerados editoriais, bem como a hegemonia do inglês como "língua da
globalização" suscitam interrogações a respeito do pluralismo e da diversidade culturais.
Bem mais do que uma operação neutra e simétrica de transposição de um texto de uma
língua para outra, a tradução é aqui entendida como uma troca desigual e assimétrica entre
duas culturas, podendo constituir-se numa operação de consagração ou de acumulação de
capital literário. A reflexão se articulará em torno de noções tais como campo literário
mundial, capital lingüístico-literário, tradução-consagração e tradução-acumulação de
capital literário (Pascale Casanova ⁄ Pierre Bourdieu). Este trabalho faz parte de um projeto
de pesquisa sobre Tradução e globalização editorial que desenvolvo na UFPb, com o apoio
do CNPq⁄PIBIC.
Maura Penna (MLI/UEPB)
“PERNAMBUCO EM CONCERTO”: IDENTIDADE REGIONAL E CIDADANIA CULTURAL
No mundo contemporâneo, as produções culturais estão em constante interação e já não se
aplicam facilmente critérios relativos a bases territoriais ou ao caráter popular, erudito ou
massivo. Neste quadro, discutimos como diferentes concepções da identidade regional
nordestina tratam a diversidade e o hibridismo na produção cultural. Analisamos como o
festival “Pernambuco em Concerto” revela que, no campo artístico e musical, há múltiplas
maneiras de ser nordestino: através do raggae, maracatu ou rap, de produtores populares
tradicionais, de grupos de periferia ou ainda inseridos na indústria cultural. Concluímos
apontando que a convivência da diversidade é condição para a cidadania, em sua plenitude.
Micheline Nascimento Pinto (UEPB)
Rivolia Figueiredo Agra Mesquita (Orientadora - UEPB)
DA VELHICE: OLHARES DOS IDOSOS E IDOSAS SOBRE O ENVELHECIMENTO
Vista por alguns autores como sinônimo de perdas, ou de acumulo de experiências, a
velhice é um fenômeno que se constitui como um problema que exige de nós não uma
resposta, mas o conhecimento sobre a natureza desse processo. Diante desse aparente
medo do envelhecer, este trabalho, que faz parte de uma pesquisa em desenvolvimento,
procura verificar como a velhice é vista na óptica de idosos e idosos, evidenciando os
medos e as angustias que marcam os sujeitos que chegam a essa fase da vida.
Mislene Maria dos Santos (UFPB)
MULHERES DO BRASIL: ASPECTOS CULTURAIS E ESTÉTICOS DA OBRA FÍLMICA DE
MALU DE MARTINHO
O presente trabalho tem o objetivo de analisar a diversificação cultural apresentada no do
filme Mulheres do Brasil, dirigido por Malu de Martinho, que relata a história de cinco
mulheres que vivem em diferentes cidades do país. Essas diversidades são encontradas não
só nessas cidades, que sem si já trazem culturas distintas, mas também nos segmentos
sociais, faixa etária, profissão e nos objetivos de vida dessas mulheres. Com relação a
analise a ser feita vai-se trabalhar com o conceito de cultura aplicada à temática do filme e
o conceito de estética relacionado à linguagem cinematográfica.
Mona Lisa Bezerra Teixeira (DTLLC/USP)
A VIA-CRÚCIS DA INFÂNCIA NA OBRA DE CLARICE LISPECTOR
A presença de aspectos da infância na obra de Clarice Lispector indica os momentos
inaugurais da socialização da criança com seu espanto e sensibilidade anteriores à
cauterização que leva o adulto a enxergar o mundo sob uma racionalidade adestrada.
Desde o seu primeiro romance, Perto do coração selvagem, infância e vida adulta se
alternam, revelando uma forma literária cuja linguagem, com um fundo infantil, alcança
ludicamente o inominável das sensações. A escritora traz a realidade que a envolve para os
seus textos, e com um aspecto peculiar, que consiste em distorcer essa "realidade"
padronizada. Desse modo a presença da infância em sua obra não é idealizada, e sim de
enfrentamento diante da existência, o que explicitamente pode aparecer como temática dos
enredos, seja com relação aos primeiros contatos com o mundo de seus personagens
crianças, seja nas reminiscências dessa fase em personagens adultos, caso que assume
aspecto de uma forma de amparo para suportar a realidade vigente. Por isso, mais ainda
implicitamente, no estilo e na totalidade da obra, o espírito da infância possui posição
privilegiada no percurso criativo da escritora.
Monica Fontana (PPLL/UFPE)
DIÁLOGOS PERIFÉRICOS
O olhar acadêmico tem se voltado, em tempos recente, para a produção pulsante e criativa
que desponta nas periferias das grandes cidades. Distante dos centros de produção cultural,
lugar de desamparo, o árido território das periferias soube transformar sua própria exclusão
em força criativa. É da periferia que soam as vozes renovadoras do cenário cultural. Nosso
estudo pretende fazer uma breve análise de algumas destas estéticas emergentes, que
influenciam as criações culturais no Brasil de hoje.
Letra N
Nilmara Milena da Silva Gomes (UEPB)
Antônio de Pádua Dias da Silva (Orientador – MLI/UEPB)
GLOBALIZAÇÃO, INTERCULTURALIDADE E MULHER: REPRESENTAÇÕES
FEMININAS NA SOCIEDADE DE CONSUMO
Fundamentados por Brandão (2005), Canclini (1995), Castro (2003), David (2003), Kellner
(2001), Lipovetsky (1989) e Louro (2003), este trabalho tem por objetivo analisar alguns
aspectos da representação feminina em propagandas. Este estudo, deve ser visto como
uma interpretação plausível de um corpus concreto de construção publicitária da identidade
da mulher, mostrando que a propaganda possui um diferencial interpretativo importante
para contribuir ao estudo cultural que deve caracterizar a pesquisa sobre o imenso
repertório de imagens, identidades, representações e simbolismo que é disponibilizado
através disso que chamamos indústria cultural.
Nilvanda Barbosa Dantas (UFPB)
IDENTIDADE HÍBRIDA EM HOMENS E CARANGUEJOS, DE JOSUÉ DE CASTRO
A literatura enquanto arte mimetiza experiências de homens que lutam pela sobrevivência
num ambiente inóspito, que não somente interagem com seu meio, buscando nele e dele
sobreviver, mas também nele se transmudam, assumindo a própria condição de
caranguejo, numa espécie de antropossemiose, apresentando, desse modo, realidades
humanas produzidas numa sociedade que, ao mesmo tempo, convoca e exclui a
possibilidade de construção da cidadania. Pretendemos com este artigo analisar o romance
Homens e Caranguejos, de Josué de Castro, procurando demonstrar como as relações
sociais estabelecidas na cultura manguezal promovem identidades que se revelam numa
sociedade fragmentada, num contexto urbano de acentuada exclusão social.
Nivaldo Rodrigues da Silva Filho (MLI/UEPB)
RABISCANDO A MODERNIDADE EM BUSCA DE UMA CIDADANIA CULTURAL PARA O
CORDEL
O presente trabalho intenta sublevar o cordel para além das fronteiras do popular,
desconstruindo sua essencialidade tradicional e procurando anotar outra configuração que
lhe assegure um estatuto próprio e talvez desatrelado à literatura. Desvendando seu
reboque histórico, esta pesquisa, provoca um novo olhar para a identidade cultural do
cordel dentro da modernidade, considerando-o, de um lado, como ato da cultura da
informação, e de outro, como ladeado às outras produções textuais providas da
“reprodução técnica”, a exemplo do hipertexto. Baseia-se fundamentalmente nas
postulações da cultura popular na modernidade a partir de Canclini (2003) e Anjos (2005);
na esfera comunicacional da produção cultural em Bougnoux (1994); Benjamin (1985) e na
percepção do texto poético no ambiente digital estudado por Risédio (1998).
Letra O
Otonilson de Sousa Medeiros (SEPB)
Mestranda Elisabete Borges Agra (MLI/CH/UEPB)
Rosilda Alves Bezerra (Orientadora – MLI/UEPB)
AS MÚLTIPLAS IDENTIFICAÇÕES DO NARRADOR EM “TRANSFORMAÇÕES”, DE
CAIO FERNANDO ABREU
Este trabalho pretende discutir questões ligadas à política de identidades no âmbito do
gênero
e
as
estratégias
de
representações
destas
identidades
no
conto
“Transformações”,de Caio Fernando Abreu. Para tanto, a representação do sujeito, no
conflito existencial, as relações do poder que na narrativa se estabelece através dos
agenciadores são alguns dos aspectos discutidos a partir de uma perspectiva que pretende
extrapolar definições mais tradicionais atreladas ao conceito de sujeito e identidade.
Letra P
Patrícia Bandeira de Melo (PPGS/UFPE)
Sheila Borges de Oliveira (CAC/UFPE)
OS NOVOS CENÁRIOS DA POLÍTICA ENTRE O JORNALISMO E A OPINIÂO PÚBLICA
Este artigo pretende contribuir para uma discussão que passa pela mudança da identidade
cultural do político que, em uma sociedade cada vez mais midiatizada, tem se apropriado
das práticas do campo midiático para chegar mais perto da opinião pública, ou seja, dos
eleitores. O político não tem sido compreendido apenas pelas idéias que representa, mas,
sobretudo, pelas propostas que consegue expressar através dos meios de comunicação.
Nesse contexto, tem construído um novo cenário de representação, trazendo para a
centralidade da arena partidária, antes fechada para a maioria das pessoas, a linguagem e
os gêneros já consolidados e naturalizados pelo jornalismo.
Patrícia Cristina de Aragão Araújo (UEPB)
NAS RIMAS E VERSOS DO CORDEL, EDUCANDO PELA INTERCULTURALIDADE
O cordel, ao propiciar o entrelaçamento de saberes e o diálogo entre culturas, torna-se
articulador de preceitos de uma educação intercultural, catalisadora de valores éticos
importantes na promoção do respeito às diferenças, imprescindível na vivência escolar.
Pensar uma educação que dê visibilidade as diversidades culturais dos sujeitos sociais, é
fundamental, pois num contexto de uma realidade multifacetada e diante de identidades
plurais, torna-se importante elaborar práticas educativas que fomentem o cultivo da
cidadania, da produção de campos de diálogo, permitindo a convivência com o plural.
Patrícia G. Germano (MLI/UEPB)
Rosilda Alves Bezerra (Orientadora – MLI/UEPB)
A IDENTIDADE FRAGMENTADA: POSSÍVEIS IDENTIFICAÇÕES RELIGIOSAS EM O
SUMIÇO DA SANTA
O presente artigo analisa a construção, fragmentação e a mobilidade identitária da
personagem Adalgisa, de O Sumiço da Santa (1999), de Jorge Amado a partir dos estudos
definidos por Hall (2000) e (2003), Silva (2000), Woodward (2000) e Bhabha (2005) no
que toca à identidade e suas representações. Tal romance enfoca a mistura racial e étnica,
na medida em que traz à cena literária a representação de um híbrido identitário
agonizante entre as identificações cultural-religiosas impostas. A hibridação deixa de ser
harmônica e passa a ser representada pelo prisma da tensão comum numa sociedade cujos
contatos culturais, mascarados pela possível tolerância, encobrem o preconceito e as
relações de poder imbricadas nos processos de identificações.
Patrícia Silva Rosas (UEPB)
Ivandilson Costa (Orientador – UEPB)
GÊNEROS TEXTUAIS E RELAÇÕES DE PODER: POR QUE DAR “CRÉDITO” À
“TERCEIRA IDADE”?
Os gêneros textuais refletem aspectos da realidade e das relações sociais, além das
identidades dos participantes do discurso. Nesse sentido, as pessoas adotam, cada vez
mais, novas práticas discursivas com o intuito de estabelecer posições e identidades na
sociedade. Sendo assim, objetivase neste trabalho, analisar criticamente um panfleto,
recolhido nas ruas de Campina Grande – PB, que oferece crédito pessoal para aposentados
e pensionistas do INSS, visando observar que tipo de relações sociais são encontradas nele
e como a identidade dos participantes é apresentada, uma vez que ler o que circula na
sociedade é agir socialmente. Para tanto, buscamos apoio teórico na Análise Crítica do
Discurso, na Linguagem Publicitária dentre outros.
Paulo Thiago Camêllo
A TV DIGITAL
O trabalho analisa, tendo como base a tecnologia da informação, a digitalização do
processo comunicativo televisivo, abordando a conceituação e a implantação do sistema de
TV Digital no Brasil. Para isso, trabalha-se o histórico e a importância da televisão, as
possibilidades alcançadas a partir dessa nova tecnologia, os modelos disponíveis no
mercado, a escolha brasileira e, sobretudo, o impacto e conseqüências culturais da mesma
nas mais diversas esferas sociais e políticoeconômicas nacionais.
Peterson Martins Alves Araújo (UFRN)
Maria de Lourdes Patrini Charlon (Orientadora - UFRN)
DE QUARESMA A QUADERNA: A ELABORAÇÃO QUIXOTESCA NACIONAL DA
“MÁQUINA DE GUERRA” NARRATIVA
Cervantes quando idealizou D. Quixote, provavelmente não queria somente criticar os
costumes e valores da tradição espanhola, mas revelar a própria (des)construção histórica
da nação. Sendo esse um espaço estriado por normas estatais onde forjamos nossa
identidade e os sentimentos de nacionalidade, a natureza nômade desse “personagem
errante” que vive em busca de aventuras, comporta-se como uma verdadeira “máquina de
guerra”, tal como define Deleuze & Guattari (1997, p.102) no sentido de que seria um
instrumento simbólico que definiria um certo modo de ocupar e de inventar novos blocos
espaço-temporais. Assim, buscaremos identificar essas características quixotescas da
“máquina de guerra” narrativa dentro de alguns personagens da literatura brasileira
(Policarpo Quaresma concebido por Lima Barreto e Pedro Diniz Ferreira Quaderna criado por
Ariano Suassuna); e correlacioná-las com essa desconstrução identitária antropológica
(etnias, culturas, religião etc.), mas entendendo que esse comportamento nômade instaura
no dizer de Bernd (2003, p.30) uma abertura a relação, a diversidade: não reconhecendo a
concepção da identidade como algo cristalizado, mas como um processo contínuo e
dinâmico.
Phil Raghuram Sasikala (DLA/UEPB)
MISFITS AND MIMIC MEN: COLONIALISM AND IDENTITY IN ACHEBE’S NO LONGER
AT EASE
The advent of colonialism began the process of fractured identities which was the result of
the clash between two radically different cultures. Chinua Achebe’s No Longer At Ease
(1960), portrays the culmination of this process, which began with the advent of the English
in Africa. The book is set in the 1950s and shows the tensions in pre-independence Nigeria.
The protagonist, Obi Okonkwo, a promising young man, educated abroad, seems to
embody the best of Western and African cultures. However the new standards set up in
Nigerian society for British employed Africans is the cause of his tragedy. Obi finds himself
a misfit both among his employers and his own people. When he finally succumbs to the
temptation of bribery and makes the unforgivable mistake of being caught and punished, he
seems to prove the British conviction that ‘They are all corrupt’ and that education is
wasted on Africans. Obi is supposedly one of the “new” men who is expected to bridge the
culture gap between the Africans and the British. However, he fails to live up to the
expectations of both, seeming to confirm that the ‘borrowed robes’ of the colonized ‘mimic
men’ hang loosely upon them.
Letra R
Rainério dos Santos Lima (PPGL/UFPB)
Sandra Luna (PPGL/UFPB)
NARRATIVAS DE EXCLUSÃO NAS AMÉRICAS: LEITURA DO FILME DOIS PERDIDOS
NUMA NOITE SUJA, DE JOSÉ JOFFILY
Este estudo visa compreender os mecanismos de exclusão de imigrantes latino-americanos
nos EUA, tomando como objeto de estudo a releitura fílmica de José Joffily da peça Dois
perdidos numa noite suja (1966) do dramaturgo brasileiro Plínio Marcos. Na transposição
para o texto fílmico, José Joffily reconstrói o discurso da violência do drama moderno
transportando-o para um universo de verossimilhança socialmente marcado pelo
movimento de imigrantes brasileiros clandestinos, impulsionados pelo sonho de sucesso
profissional na Nova York do século XXI. A narrativa imagética, portanto, revela as
estratégias de exclusão lingüística, étnica e identitária operadas na cidade norte-americana.
Ribamildo Bezerra de Lima (MLI/UEPB)
IDENTIDADE E CULTURA: A POESIA DO SAMBA COMO INSTRUMENTO DE RESGATE
DA CIDADANIA NO MORRO CARIOCA
Do nascimento como voz segregada da África até o cadenciamento de seu espaço no Brasil,
o Samba, como construção musical e poética, está inserido na lista de pilares do processo
de Diversidade Cultural em nosso país. Com sua poesia ajudou a construir a identidade
cultural dos morros cariocas e atuou no processo de inserção social, representando a voz de
uma minoria silenciada pelos interesses econômicos, sociais e artísticos das classes
dominantes. Nessa perspectiva vamos analisar a influência do Samba e seu Discurso no
resgate da cidadania sociocultural dos morros cariocas. Para isso vamos nos debruçar sobre
dois recortes musicais do gênero, situados em momentos musicais distintos - Samba
Canção e Bossa Nova: A voz do morro (1955), do compositor Zé Kéti, e O morro não tem
vez (1963), de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
Rivaldo Pereira dos Santos (UFPB)
RACISMO EM BOM-CRIOULO DE ADOLFO CAMINHA: O NEGRO COMO ELEMENTO
MARCADO
Em nossa análise discutiremos a questão do negro na obra de Adolfo Caminha “BomCrioulo” tendo como fulcro o personagem principal do romance. Este, por ser negro, é um
elemento marcado dentro da sociedade escravocrata brasileira do final do século XIX. Este
preconceito teria respaldo no colonialismo branco europeu que para autojustificar-se inferia,
não só a cor negra, mas a todas as raças não-brancas, a alcunha de inferiores. Nesta
perspectiva mostraremos que o racismo respaldava a ideologia colonialista e expansionista.
Roberto Henrique Seidel (UEFS)
O STATUS DA NARRATIVIDADE NO CONTEMPORÂNEO
O presente trabalho pretende trazer contribuição para a elucidação do conceito de
narratividade. Argumenta-se que este conceito pode ser apropriado para tratamento de
textualidades híbridas, marcadas pelo imbricamento de gêneros discursivos tradicionais e
emergentes, em seus mais diversos suportes, no sentido da superação de dicotomias, tais
como, por exemplo, oral-escrito, erudito-popular, apresentação-representação. Empreendese um histórico do surgimento desse conceito, no contexto da teoria estrutural, passando
pela semiótica e pela teoria da narrativa, até o seu emprego em áreas como a teoria da
arte e do cinema.
Roland Walter (PPGL/UFPE)
DIVERSIDADE
TRANSIÇÃO
CULTURAL
E
CIDADANIA
GLOCAL:
NAÇÃO
E
NARRAÇÃO
EM
Este trabalho focaliza o papel do intelectual e da literatura nas nossas sociedades
democráticaneoliberais caracterizadas (muitas vezes de maneira violenta) por diversos
fluxos heterogêneos e homogêneos de objetos, idéias, pessoas e capital. Partindo de uma
discussão sobre os termos pós-/neo-/transnacionalidade - uma fase de transição
compartilhada por muitas sociedades - a análise comparativa e interdisciplinar transita
entre textos, problematizando a identidade individual e coletiva, a cidadania, a liberdade
dentro de um contexto sociocultural caracterizado pelo consumismo, pelo simulacro da
virtualidade e pela despolitização (a subjugação do poder político aos valores do mercado)
que confunde espetacularização instantânea com verdade democrática. O objetivo principal
é de mapear alguns efeitos da diasporização global sobre a nação e sua narração e, neste
processo, examinar possíveis soluções ao dilema que opõe defensores da diversidade
cultural (heterogeneização) e do centrismo cultural (homogeneização).
Romero Azevêdo (MLI/UEPB)
...E O CINEMA INVENTOU O PAU-DE-ARARA: A REPRESENTAÇÃO DO NORDESTINO
NO CINEMA BRASILEIRO, 1958-1960
Nossa comunicação pretende identificar os signos utilizados na representação do nordestino
nas comédias cinematográficas, produzidas no eixo Rio-São Paulo nas décadas de 1950 e
1960. Escolhemos esse período histórico, pois reconhecemos nele o momento inaugural no
cinema brasileiro do personagem “pau-de-arara” e seus correlatos. Vamos investigar a
genealogia de um repertório de imagens e de um discurso verbal cujo objetivo implícito é
transformar em ponto de vista natural um ponto de vista particular que reduz a diversidade
cultural- no campo do cinema e outras expressões áudio visuais - a apenas uma
perspectiva, a da região Sudeste.
Rosângela de Sousa (FIP)
INCLUSÃO ESCOLAR - O TRABALHO COM A DIVERSIDADE CULTURAL NA ESCOLA
A escola por ter uma variedade extensa, de indivíduos de etnias, culturas, idades, gênero,
tradições religiosas [...] por ser primeiro local, onde as crianças convivem em sociedade,
fora dos laços familiares e mesmo estando inserida como parte de um sistema econômico e
social, é autônoma para estabelecer relações de respeito a pluriculturalidade, nos discentes.
Contudo a realidade das escolas brasileiras, é bem diferente, pois a maioria, geralmente
não trabalha com diversidade cultural dos indivíduos que fazem parte do núcleo escolar,
propagando com isso o preconceito, seja contra: os negros, os índios, as mulheres, as
tradições culturais e religiosas, os homossexuais e sobretudo, contra os indivíduos com
necessidades educativas especiais.
Rosângela Queiroz (MLI/UEPB)
PSICANÁLISE E LITERATURA: UMA LEITURA DO OBJETO PERDIDO EM JOÃO
CABRAL DE MELO NETO
O enfoque psicanalítico do texto literário pode funcionar como uma faca de dois gumes: se,
por um lado, constitui subsídio valioso para o desvendamento de motivações inconscientes
detectáveis no plano da enunciação, tende, por outro, ao reducionismo e à monotonia das
interpretações que sempre vão desembocar no complexo de Édipo e nos traumas de
infância, aos quais se atribui o estatuto de propulsores necessários do trabalho do escritor
(PERRONE-MOISÉS; 1990, p.11).. Paradoxo à parte, o fascínio do discurso psicanalítico faz
com que bom número dos críticos que trabalham com a psicanálise não consiga furtar-se,
em seus estudos, ao comentário de Freud e ao biografismo, em detrimento do exame
circunstanciado do texto, no intuito de detectar possíveis conflitos interiores, resultantes de
determinadas experiências, atuando como fatores motivadores de uma determinada
escritura em um determinado momento. Tendo em vista que um texto torna-se
reconhecível como literário antes por sua linguagem que pelos conflitos nele representados,
este trabalho, na confluência dos pressupostos da psicanálise e da teoria da literatura, tece
considerações sobre o processo criador do poeta pernambucano que estabelecem um
contraponto entre o projeto poético originalmente idealizado (a Antilira) e sua efetiva
implementação (o Construtivismo).
Rosemary Alves de Melo (CEDUC/UEPB)
PROCESSOS DE SOCIALIZAÇÃO E FORMAÇÃO DA IDENTIDADE NA INFÂNCIA
As identidades infantis são socialmente construídas e legitimadas, com base na visão
adultocêntrica da infância e de sua (não)cidadania. Neste trabalho, discutiremos a
socialização da criança que acontece inicialmente na família e depois nas instituições de
educação infantil, promovendo a sua inserção social e na cultura hegemônica, pelo contato
com os diversos bens simbólicos, inclusive os midiáticos. A escola é o âmbito no qual a
socialização se dá em condições de maior diversidade cultural do que no ambiente familiar.
As identidades são constituídas nos processos de trocas, incorporações e resistências, que
são intensificados pelas relações estabelecidas entre adultos e crianças no cotidiano escolar.
Rosilda Alves Bezerra (MLI/UEPB)
IDENTIDADES E DIFERENÇAS NO BRASIL DA BELLE ÉPOQUE: O NEGRO E O
IMIGRANTE EM GRAÇA ARANHA, COELHO NETO E LIMA BARRETO
A produção de uma imagem de identidade e a transformação do sujeito ao assumir aquela
imagem, no sentido em que (BHABHA, 2003) identifica como a demanda da identificação,
apresenta-se como lugar discursivo de onde as questões de identidade são colocadas. Neste
sentido, a proposta do presente trabalho é de apresentar alguns modos de representação
do negro e do imigrante nas produções de Graça Aranha, Coelho Neto e Lima Barreto, a
partir do conceito de identidade e diferença, enquanto criações sociais e culturais, que se
constituem por meio do discurso, conforme referenciais teóricos de (SILVA, 2000) e (HALL,
2003).
Rosilene Fernandes da Silva (MICS – UEPB)
Sudha Swarnakar (Orientadora – UEPB)
REDESCOBRINDO A POESIA NO ENSINO MÉDIO: POR UMA INCLUSÃO SOCIAL
PELA LITERATURA
Dentre os gêneros literários que circulam na escola, a poesia parece ser o que mais sofre
com os equívocos em sua abordagem chegando, até mesmo, a ocupar um lugar à margem.
Nesse cenário marcado por encontros e desencontros, desenvolvemos uma pesquisa com
alunos do ensino médio da rede pública a fim de verificar como seria a recepção deles à
leitura de poesia. Neste trabalho, além de trazermos os dados referentes a essa recepção,
procuramos refletir sobre a importância da leitura de poesia para esses alunos que, embora
imersos em uma sociedade marcada pela diversidade social e cultural, são margeados
socialmente e, por isso, pedem que suas vozes sejam ouvidas entre as álgidas paredes de
nossas salas de aula.
Rubens Marques de Lucena (CH/UEPB)
AFRICANISMOS DE ORIGEM
ETNOSOCIOLINGÜÍSTICA
BANTO
EM
O
QUINZE:
UMA
ABORDAGEM
Através da linguagem, é possível reconhecer e diferenciar o falante de diferentes estratos
sociais e culturais. É através da língua que o homem se constitui como sujeito, estabelece
as relações sociais e retrata o conhecimento do mundo no qual está inserido. Dentro dos
pressupostos teóricos da etnosociolingüística (HUDSON, 1996; WARDHAUGH, 2002), as
línguas são fenômenos tanto biológicos quanto culturais e só podem ser completamente
entendidas no contexto das culturas nas quais estão inextrincavelmente encaixadas. Visto
que a literatura é uma das formas pelas quais a língua é veiculada, é possível encontrar em
escritos literários todas as nuances culturais a ela inerentes. De fato, a linguagem é para o
escritor um elemento expressivo do retrato social, do ambiente e dos personagens.
Levando em consideração essa perspectiva de pesquisa, este trabalho se propõe a levantar
os dados lingüísticos referentes à influência de línguas africanas na obra “O Quinze”, de
Rachel de Queiroz, escrita em 1930. Foi realizado um levantamento de étimos de origem
banto no romance e procedeu-se a uma análise e discussão destes lexemas. Em um
segundo momento, buscou-se verificar se a origem africana dos dados coletados é
confirmada nos verbetes constantes dos principais dicionários da língua portuguesa.
Rúbia Lóssio (UFPB)
Cesar Pereira (PPERDL/UFRPE)
ESPETÁCULOS MIDIÁTICOS: PERSPECTIVAS E ADAPTAÇÕES
A pesquisa visa analisar os espetáculos midiáticos referente às perspectivas e adaptações
diante do contexto da cultura popular na contemporaneidade. Na verdade o que se de
deseja salientar são as articulações que envolvem os espetáculos midiáticos para que eles
aconteçam. Para compreender este estudo utilizamos os pensamentos Guy Debord,
Anthony Giddens, Canclini, Stuart Hall, José Jorge de Carvalho, Oswaldo Trigueiro, etc.
Assim, encontramos nos espetáculos midiáticos: o interesse da mídia nos festejos
populares, o trabalho do produtor cultural, o fascínio do palco e o uso da tecnologia, que
são evidenciados no exagero das apresentações do presente perpétuo.
Ruth Fernandes (MLI/UEPB)
O AGENCIAMENTO DOS SUJEITOS NOS ENTRE-ESPAÇOS DO ROMANCE BUDAPESTE
Não é mais possível pensar os indivíduos – homens e mulheres – dentro das categorias
tradicionais que até bem pouco tempo podiam explicar os processos de subjetivação
individuais e de construção das identidades. As mudanças que recobrem o mundo
contemporâneo implicam em novas concepções de tempo, espaço e identificações do
sujeito, produzidas por novas políticas de agenciamento institucionais, tecnológicas e
midiáticas. Nessa perspectiva, este artigo pretende analisar os processos de identificação
dos personagens Zsoze Kósta, Vanda e Kriska do romance Budapeste, de Chico Buarque,
sob o enfoque teórico de Homi Bhabha, Zygmunt Bauman e Stuart Hall entre outros.
Letra S
Sarah Luna de Oliveira
OS CAMINHOS RECENTES DA GLOBALIZAÇÃO E A NECESSIDADE DE ESTUDOS
COMPARATIVOS: POR UMA HISTÓRIA COMPARADA ENTRE A COLÔNIA BRASIL E O
IMPÉRIO PORTUGUÊS NO PERÍODO POMBALINO
O tema presente defende a idéia de diversidade cultural no mundo globalizado
contemporâneo através da realização de estudos interculturais, comparativos, capazes de
estabelecer um diálogo com o outro para conhecê-lo e ao mesmo tempo para ressaltar as
particularidades culturais das partes em interlocução. Neste sentido, a história comparada
nos permite identificar as particularidades da historiografia da colônia Brasil bem como do
Império português ao longo da implementação do programa de reformas políticas e
econômicas levadas a cabo por Pombal.
Sébastien Joachim (FAPESq-CNPq)
O IMPASSE DA DIVERSIDADE CULTURAL E DE UMA ÉTICA (RE)CONSTRUTIVA EM
ARIANO SUASSUNA
O multiculturalismo defende o conceito da igualdade de todos em matéria de direitos
culturais e de reconhecimento. Depois de apontar as enormes dificuldades deste conceito,
examinaremos através de certos episódios da obra de Ariano Suassuna ( O Rei degolado,
As Infâncias de Quaderna,Primeira Visão de Lumiara)e da obra de seus aliados nordestinos(
na circunstâncias,Raimundo Carreiro e Rachel de Queiroz) de que maneira esses autores
problematizam a questão dos direitos culturais.Indagaremos convergentemente três
assuntos que intimamente associados ao multiculturalismo e aos direitos que ele promove :
a ética reconstrutora em falta nos adversários políticos da Paraíba e do Sertão, a luta pelo
reconhecimento travada pelos Ciganos e pela Dona Maria da Purificação em suas
respectivas relações com Dom Pedro Garcia-Barretos, para terminar o caso especial do
trabalho de “resiliencia” empreendido pelos irmãos bastardos de Quaderna (personagens de
Suassuna), Félix Gurgel (personagem de Raimundo Carreiro),O Beato e Maria Moura
(personagens de Rachel de Queiroz). Serão re-visitadas de passagem as noções de
universalismo e de particularismo cultural utilizadas em pesquisas anteriores sobre o sertão
e o sertanejo, a fim de melhor caracterizar os laços que as unem.
Senyra Martins Cavalcanti (CEDUC/UEPB)
CIDADANIA(S) E AS CULTURAS JUVENIS DE PERIFERIAS URBANAS
A nova ordem neoliberal da economia e de globalização do mercado provocou mudanças
nos direitos da cidadania firmados pelo Welfare State. O campo da cultura se apresenta,
então, como espaço contestado por discursos (des)legitimadores da nova ordem social
neoliberal, que promove a separação entre o social e o governamental. Isto tem motivado a
criação de expressões culturais juvenis como forma de resistência ao racismo, à pobreza,
ao desemprego, à violência. Neste contexto, propomos discutir os conceitos de cidadania e
de juventude que estão em jogo, tomando como foco de análise expressões culturais
juvenis com origem na periferia, tais como o Funk carioca, os grupos de Hip-Hop.
Silvânia Lúcia de Araújo Silva (MLI/UEPB)
Geralda Medeiros Nóbrega (Orientadora- MLI/UEPB)
DO NORDESTE BRASILEIRO PARA O MUNDO: O CANTO POÉTICO DE UM PATATIVA
INTERCULTURAL
Entre as incontáveis possibilidades advindas de seu hibridismo intercultural, encontramos
um Patativa que sai das fronteiras do Assaré/CE e corre o mundo. Ora cidadão, ora
testemunho social, ora transgressor, ora literário e ora, apenas, popular, apresentamos
neste estudo um poeta matuto – “caipira” –, que conseguiu, com sua voz midiática,
ultrapassar os espaços locais e regionais para cantar ao mundo, em versos, o viver de um
povo marcado pela dor da fome, da seca, da exclusão: o seu povo, o povo do Nordeste
brasileiro. A diversidade cultural presente na obra de Patativa do Assaré representa
igualdade na diferença, inclusão na exclusão, cidadania no mundo, testemunho no
sofrimento. É a própria voz do povo traduzida nos versos bem elaborados de um filósofo
trovadoresco.
Silvio Sérgio de Oliveira Rodrigues (MLI/UEPB)
Luciano Barbosa Justino (Orientador - MLI/UEPB)
HIP HOP: INTERSEMIOSE E MOVIMENTOS SOCIAIS
O hip hop se constitui na junção de quatro elementos básicos: 1) a dança, o break, 2) o
grafitte, 3) a música, o rap e 4) um dj (conferir melhor se são esses quatro mesmo). a
esses quatro se juntam um quinto elemento, a posse. Enquanto junção de dança, música,
desenho e poesia, a intersemiose é constitutiva do hip hop, é seu princípio definidor. A
posse é geralmente definida como o componente crítico, conceitual, do hip hop e, elemento
aglutinador, funciona como espaço de reflexão e de luta. A posse é a junção do componente
político e das demandas sociais dos grupos envolvidos no hip hop, ou seja, a posse, aliada à
dança, ao grafitte, à poesia e à música, dá ao hip hop uma função semiopolítica que o
constitui como um movimento social contemporãneo dos mais combativos. Esta
comunicação tenta observar exatamente como no hip hop a arte e, sobretudo, a poesia
assumem novas funções que vão além da função estética e/ou poética.
Sônia L. Ramalho de Farias (PPGL/IFPE)
DIVERSO, MAS NÃO PLURAL: RECONFIGURAÇÕES DE UM BRASIL MESTIÇO EM
ARIANO SUASSUNA EM COTEJO COM GILBERTO FREYRE
O trabalho focaliza as reconfigurações de um Brasil cadinho em Ariano Suassuna, a partir
de seu cotejo com a noção de mestiçagem em Gilberto Freyre, buscando analisar a retórica
da cordialidade através da qual os dois autores pensam a diversidade étnica e sociocultural
do país sob o prisma de uma identidade nacional una, coesa e sem fraturas.
Soraneide Soares Dantas Freire Villa Flor (UFRN)
A AÇÃO MULTIPLICADORA COMO EIXO ORGANIZADOR DO CONHECIMENTO
GLOBALIZADO: QUE SABERES? QUE COMPETÊNCIAS?
Este trabalho aborda a questão da constante fragmentação do saber no cenário da
diversidade sócio-cultural que caracteriza o processo formativo de professoras,
referendadas no Modelo Emergente de Formação, com vistas a sua profissionalização. O
objetivo deste estudo é identificar a natureza da ação multiplicadora da prática infantil no
PIDEPE/ RN1 (1993 – 2003) que, a partir do paradigma construtivista do conhecimento,
foram feitas as intervenções na tentativa de compreender as relações entre a natureza do
ensino infantil, formação de professoras participativas e as contradições reais de trabalho
no interior potiguar. Para isso, aplicamos os princípios do enfoque qualitativo do processo
investigativo. Os resultados acenam para a ação multiplicadora como eixo organizador do
conhecimento globalizado. Com isso, podemos inferir que o processo formativo de
professoras contempla elementos do ensino à distância, contrapondo-se a prática presencial
dos cursos destinados à qualificação continuada de professoras no cenário um universitário.
Sudha Swarnakar (MLI/UEPB)
CULTURAL DIVERSITY AND NATIONALISM IN RAVINDRA NATH TAGORE’S THE
HOME AND THE WORLD: A COMPARATIVE ANALYSIS OF FILM AND LITERATURE
The history of colonization in India presents different panorama than we see in other
colonized countries like Africa or Brazil. Despite a long period of colonization English
colonizer never could integrate in main stream Indian culture or dominate it in the way they
could do in other countries. Often their relationship was limited to very few high class
Indians who were either educated in England or who had more closer tie with the colonizer.
In present paper I compare Satyajit Ray’s filmic production of the “The Home and the
World” (1984) of Tagore’s novel (1915) to show how they both deal with the question of
cultural diversity through two different mediums and how it involves the question of
nationalism.
Sueli Meira Liebig (CH/UEPB)
AO SOM DOS TAMBORES: MUSICALIDADE, RITMO E CADÊNCIA NA LITERATURA
NEGRA
Recusando-se a subscrever na sua totalidade o ethos e a cosmovisão do branco, o escritor
afrodescendente expressa em formas vernaculistas peculiares o seu modo próprio de
enxergar o mundo, a sua história e os seus sentimentos. Este trabalho aborda, de forma
pormenorizada, as mais diversas formas orais negras, que vão dos modos próprios de
figuração (como o discurso subversivamente parodizante das histórias e dos adágios),
passando pela música e culminando com a poesia negra, conjunto de expressões artísticas
que desafiam e põem em xeque os hábitos culturais do imperialismo letrado.
Suênio Stevenson Tomaz da Silva (MLI/UEPB)
MIGRAÇÃO: UMA DISTOPIA DO MUNDO PÓS-MODERNO
Embora seja uma temática bastante em pauta nas discussões atuais, a migração sempre
esteve presente na história da humanidade. É possível dizer que, o mundo se moldou
através dos deslocamentos de povos de uma região para outra, de um país para outro, em
busca de novos horizontes e melhores condições de vida. No contexto atual, as migrações,
principalmente as internacionais que são estimuladas por fatores econômicos, são fontes de
grandes polêmicas envolvendo questões em torno do binômio identidade/alteridade,
gerando conflitos de várias naturezas em vez de promover a cidadania universal. Assim, é
que pretendemos observar o fenômeno da migração como uma distopia da pósmodernidade.
Letra T
Telma Dias Fernandes (CH/UEPB)
UMA LEITURA SOBRE O PRECONCEITO RACIAL: MARCELINO FREIRE EM CONTOS
NEGREIROS
Marcelino Freire tem se destacado entre os literatos localizados na década de 90. Brutas,
suas palavras não se enfeitam para penetrar no universo literário, antes põe sob nudez o
perfil excludente, mesquinho e conflituoso das relações de sociabilidade contemporânea. O
próprio autor reconhece na sua produção literária a necessidade de questionar rótulos e o
ritmo musical. Sua prosa é poesia e quase música. Proponho uma leitura de Contos
Negreiros na perspectiva do preconceito racial, utilizando um referencial teórico sobre as
formas de produção literária e leitura a partir de Roger Chartier. Quanto às relações de
sociabilidade, a análise se referencia em Baumam.
Theresa Katarina Bachmann (PPGL/UFPE)
O TRÁGICO EM PEDRO PÁRAMO: O HOMEM DIANTE DA IMPOSSIBILIDADE DE
FUGIR DE SI MESMO
O homem é um ser descontente que, muitas vezes, encontra na idéia da morte o alento
para o seu próprio fim. Mas haverá, de fato, um fim, a partir da morte, para a consciência
que o homem tem de si mesmo e do mundo? É nisso que se concentra a idéia do trágico no
romance de Juan Rulfo. Em Pedro Páramo, há a vida, há a morte; no entanto, nesses dois
planos, há sempre o homem como eterno companheiro de si mesmo. Da eterna auto-vigília,
o homem só consegue fuga por meio da loucura; só esse torpor é capaz de tirá-lo do
permanente estado de consciência a que está condenado.
Tomaz Diniz de Araújo (SEPB)
MANTER-SE “AQUECIDO” E INCLUÍDO: UMA PROPOSTA DE QUALIDADE DE VIDA
DO IDOSO ATRAVÉS DA REAPRENDIZAGEM MOTORA
O envelhecimento está associado a uma variedade de limitações físicas e psicológicas.
Dependendo de sua motivação, circunstâncias ambientais e reações à incapacidade,
àquelas que são assim afetadas podem também ficar inválidos, incapazes de desempenhar
as atividades desejadas (Shephard, 2003). O ser humano tem desejos e um dos mais
antigos é viver mais e melhor, sendo que a “fonte da juventude” ainda não foi encontrada,
isto porque o processo de senilidade é traiçoeiro e direto. Neste sentido, este trabalho tem
como objetivo analisar a reaprendizagem motora no envelhecimento de maneira que os
idosos sejam incluídos na sociedade melhorando a qualidade de vida. Conclui-se que, os
idosos ao reaprenderem os gestos motores conseguem enfrentar o envelhecimento de
forma consciente, “livres” de preconceitos, buscando a saúde e prazer no seu dia-a-dia,
dentro de suas possibilidades e limitações.
Letra V
Vanuza Souza Silva (DHG/UEPB)
Janailson Macêdo Luiz (UEPB)
NEGRO E LITERATURA: A (RE)CONSTRUÇÃO DE ESTEREÓTIPOS SOBRE OS NEGROS
NA OBRA BOM-CRIOULO
A obra Bom-Crioulo do escritor Adolfo Caminha representa uma das propostas para se
pensar os discursos criados sobre os negros na literatura e sociedade brasileira do século
XIX. Nesse sentido, buscamos analisar as concepções de negro contidas na obra
mencionada. O estudo possibilitou ver as regras discursivas do saber literário do século XIX
para pensar a questão dos negros na cultura desse momento. Os discursos (re)construídos
nesta obra mostram vários estereótipos sobre os negros que circulavam na época de sua
escrita, caracterizando estes como sujeitos: voltados apenas a força vil; dominados por
instintos e impulsos; destinado a lugares miseráveis e “marginalizados”; mais sujeitos a
degradação moral.
Vanuza Souza Silva (DHG/UEPB)
O TEATRO DE LOURDES RAMALHO E A QUESTÃO DOS JUDEUS: DA OUTRA
HISTÓRIA, NORDESTE?
Este trabalho continua as pesquisas do mestrado a partir das quais pensei as condições
históricas da construção da autoria da teatróloga Lourdes Ramalho. Esta nova pesquisa
quer pensar outra questão no teatro de Lourdes Ramalho. Como descendente de judia, a
autora explica “as origens” da identidade do Nordeste a partir a cultura ibérica,
especificamente, judia, para ela a postura imperativa dos nordestinos, os traços físicos e
culinárias nordestinos são tradições judaicas que nessa região se fixaram, daí a necessidade
de (re)pensar o teatro da autora para pensar seus conceitos de cultura judaica no Nordeste,
e ao mesmo tempo ver os silêncios que seu texto cria para dar vida aos judeus nessa
região.
Vigna Nunes Lima (UEFS)
A NARRATIVA DE JOÃO GUIMARÃES ROSA: TRANSCULTURAÇÃO E HIBRIDISMO NO
SERTÃO
Este artigo tem por objetivo analisar a narrativa de João Guimarães Rosa à luz dos Estudos
Culturais, problematizando o conceito de transculturação narrativa de Ángel Rama para
demonstrar como Rosa contribui para dar visibilidade a heterogeneidade e a hibridez
sertaneja. Nesta análise, o conceito de transculturação narrativa é o viés para pensar o
hibridismo na narrativa de Rosa a partir de três níveis: a língua, a estrutura narrativa e a
cosmovisão. Este autor cria um sertão, metáfora para pensar o global, e expressar a
heterogeneidade lingüística e cultural da América Latina.
Letra W
Waldívia de Macedo Oliveira (UEPB)
QUESTÃO DE GÊNERO: POSSIBILIDADES DE IQUALDADE DE TRATAMENTO, UMA
MÉTAFORA EM "ORLANDO" DE VIRGÍNIA WOOLF
O objetivo desse trabalho é discutir a obra “Orlando” (1978) de Virgínia Woolf como uma
metáfora da igualdade de gênero. Orlando, como personagem, sofre uma transformação
sexual – era homem e transforma-se em mulher –, metaforizando, segundo a idéia que
sustentamos, a possibilidade do encontro dos gêneros, numa perspectiva igualitária. A
noção de metaforizar é discutida à luz de Ricoeur (2000) e de gênero na esteira de Boff e
Muraro (2002). Conduzimos a pesquisa com a idéia de que as sociedades contemporâneas
necessitam redimensionar a noção de gênero para que haja um equilíbrio entre homens e
mulheres, tolerando-se as diferenças sexuais sob um prisma positivo.
Wanilda Lima Vidal de Lacerda (CH/UEPB)
NOS CAMINHOS DA CASA MATERNA
Este ensaio se detém na análise do romance 15 dias de regresso, da escritora santomense
Olinda Beja, buscando refletir sobre as condições psicológicas, sociais e espaço-temporais
da personagem Xininha/Olívia cindida entre o mundo do branco europeu e o do negro,
africano. Em Portugal, para onde foi enviada, viveu por trinta e sete anos, até regressar em
busca de suas raízes, à terra de origem São Tomé e Príncipe. Lá, o encontro com outras
pessoas, outros costumes, outra língua, outra cultura e o reencontro de sua verdadeira
identidade.
Weber Firmino Alves (PIBIC/UEPB)
Eli Brandão da Silva (Orientador – MLI/UEPB)
DEUSES TECIDOS NA METÁFORA: REESCRITURA TEOLÓGICA NA OBRA DE ARIANO
SUASSUNA
O texto literário aponta para o mundo humano, no qual encontramos o fenômeno religioso
com seus textos e símbolos. Estudá-lo para descobrir as imagens do sagrado por ele
veiculadas é compreender uma dimensão constitutiva da cultura. O objetivo deste trabalho
é estudar reescrituras de temas bíblico-teológicos na obra A Pena e a Lei, de Ariano
Suassuna. O trabalho se fundamenta nas teorias do dialogismo pluridiscursivo, da
carnavalização e da intertextualidade. A obra foi analisada, considerando o processo
interdiscursivo de reescrituras de temas teológicos, exemplarmente, o sacrifício de Cristo e
a natureza do julgamento celestial.
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