SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO ANEXO I. PROJETO DE CURTA DURAÇÃO 1. IDENTIFICAÇÃO 1.1 Título do Projeto: O Golpe de 1964 e a Ditadura Militar 50 anos depois: versões e controvérsias 1.2 Câmpus de Origem: Panambi 1.3 Área: Projetos de Fomento à Educação Básica 1.4 Linha Temática: Formação de Professores 1.4 Outros Câmpus Envolvidos: -- Selecione -1.5 Outras Instituições Envolvidas: 1.6 Público Alvo: Professores da rede pública (Ciências Humanas), estudantes de graduação (Ciências Humanas) e demais profissionais interessados na temática. 1.7 N° Total de Pessoas a serem Beneficiadas: 30 1.8 N° Total de Pessoas da Comunidade Externa a serem Beneficiadas: 30 1.9 Período de Realização: 05/04/2014 a 14/06/2014 1.10 Local a ser Realizado: IFFARROUPILHA – Campus Panambi 1.11 Carga Horária Total do Curso de curta duração: 40 horas 1.12 Situação do Projeto: Projeto: Novo Relação com o Ensino: Pós-Graduação Relação com a Pesquisa: Sim Coordenador do Projeto: Ericson Flores 2. DADOS DO PROJETO: 2.1 Objetivos (Geral e Específicos – máximo 4): Geral: Oferecer a possibilidade de aprofundar o conhecimento e discutir, 50 anos depois, o evento histórico ocorrido em 1964 e o regime político implantado no Brasil (ditadura civil-militar) a partir daquele ano. Específicos: - Induzir o público alvo a prosseguir no estudo da História recente do Brasil. - Perceber as particularidades das interpretações acerca do golpe de Estado e da ditadura. - Proporcionar um instrumental básico para analisar a realidade brasileira tomando em consideração os condicionantes da história política recente do país 2.2 Justificativa (técnica/econômica/social): Neste momento – em que se aproxima o cinquentenário do Golpe de 1964 – vivemos condições propícias para análises menos afetadas pelo calor de um dos eventos políticos mais traumáticos da história brasileira do século XX. O distanciamento no tempo favorece um olhar mais analítico e menos passional, ainda que interessado politicamente e compromissado com o repúdio à violência e ao autoritarismo. Em que pese essa constatação sobre o distanciamento temporal, os temas relacionados ao Golpe e à Ditadura continuam plenos de atualidade, já que alguns aspectos do seu legado seguem nos interpelando e permanecem à espera de soluções satisfatórias: o autoritarismo que continua impregnando certas relações sociais; a democratização incompleta do Estado e da sociedade, parte dela ainda incapaz de exercer a cidadania plena; os níveis elevados de violência social e policial que nos assolam; as desigualdades sociais (de renda, de educação, de acesso à justiça) extremas que ainda caracterizam a paisagem brasileira. Seria um equívoco atribuir à Ditadura a culpa pelo surgimento de tais problemas, visto que eles fazem parte das estruturas da nossa sociedade há muito tempo. No entanto, o Golpe interrompeu um processo político que poderia ter levado ao enfrentamento de algumas dessas questões, já que segmentos populares estavam se organizando e demandando sua inclusão política e social. Mais ainda, as políticas implantadas pela Ditadura contribuíram para agravar sobremaneira as desigualdades estruturais da sociedade brasileira. A atualidade da Ditadura deve-se também ao impacto duradouro, portanto, ainda visível entre nós, das políticas de modernização implantadas naqueles anos, que, até certo ponto, distinguem o caso brasileiro dos regimes políticos semelhantes vigentes nos países vizinhos pela mesma época. Os militares brasileiros e seus aliados civis lograram deslanchar um processo de modernização que implicou mudanças importantes na infraestrutura do país, com repercussões principalmente na economia, nas comunicações, no aparato tecnológico e científico, na indústria cultural, entre outros. No entanto, tal projeto modernizador teve como par inseparável a conservação dos pilares tradicionais da ordem social, cuja base é a exclusão (política e social) perene das camadas subalternas. Uma modernização conservadora, portanto, e acima de tudo autoritária, já que os projetos de desenvolvimento foram comandados pela tecnocracia civil e militar, e as dissensões que não eram passíveis de cooptação foram entregues à máquina repressiva (também ela modernizada naqueles anos). O contexto atual é também propício para esta reflexão, tendo em vista o aquecimento das “batalhas de memória” sobre o período. Há alguns anos vem sendo debatida uma espécie de vitória simbólica dos “vencidos”: se os militares venceram no campo político durante os anos da ditadura, a memória social que se construiu sobre o período, no processo de redemocratização, tem marcas mais presentes das esquerdas, tanto no que tange ao reforço do par resistência/dominação, quanto na construção de um imaginário que encerra nos anos 1964-1985 certos males da sociedade brasileira – como a tortura, a violência do estado, as políticas públicas que fomentam a desigualdade social. No campo da historiografia essa vitória simbólica vem sendo questionada há alguns anos, com estudos que tratam da temática de maneira mais complexa. No que tange à memória social, no entanto, esse debate ganhou corpo mais recentemente, especialmente em função da política de memória que vem sendo implementada, em níveis federal e estaduais, nos últimos anos, com a tentativa de rever os processos de anistia e a construção de uma justiça de transição – com instituição de comissões de verdade. Exatamente por sua atualidade e relevância, a Ditadura Militar tem sido objeto de inúmeras investigações (acadêmicas e jornalísticas), atraindo cada vez mais jovens pesquisadores formados nas Universidades. O incremento nas pesquisas com enfoque na Ditadura salta aos olhos, se comparamos o quadro atual com a última efeméride relevante, os 40 anos do Golpe em 2004. Nos últimos anos, muitos trabalhos têm aparecido no cenário acadêmico, por vezes explorando sendas originais a partir de novos enfoques, em outros casos baseando-se nos acervos documentais abertos recentemente à pesquisa. Tendo em vista esse cenário acadêmico e político, propomo-nos a organizar o Curso de Extensão O Golpe de 1964 e a Ditadura Militar 50 anos depois: versões e controvérsias, no âmbito do Instituto Federal Farroupilha, Campus Panambi. O propósito é reunir a comunidade externa, na expectativa de contribuir para o debate acadêmico sobre o tema. 2.3 Resultados esperados: Espera-se que o curso de extensão proporcione conhecimentos acerca do evento histórico ocorrido em 1964 e do regime que o sucedeu. Os resultados esperados a um projeto desta natureza são teóricos, mas que se manifestam no exercício cotidiano da cidadania, na capacitação cultural e científica do público-alvo. Servirá para aumentar o conhecimento de um dos períodos da História do Brasil República, abrindo novas perspectivas para o estudo da temática, em projetos futuros e/ou outros cursos de graduação ou pósgraduação, nesta ou em outra instituição. 2.4 Métodos: Consiste de aulas expositivas e dialogadas, ministradas pelo autor deste projeto, em salas do IFFARROUPILHA, campus Panambi. Serão apresentados os principais eventos e personagens do período, leituras selecionadas, análise e revisão bibliográfica. Serão utilizados, além da exposição verbal do professor, textos e documentários (vídeos). 2.5 Ações previstas: Divulgação do curso Período de inscrição Dez encontros semanais de quatro horas-aula Avaliação 2.6 Disciplinas / Ementas / Conteúdos Programáticos/ Avaliação: Disciplinas: História, Ciências Sociais, Filosofia, Direito, Economia, Comunicação Social, Serviço Social, Artes. Ementa: estudo bibliográfico sobre o golpe de 1964 e a Ditadura Civil-Militar (1964-1985) Conteúdo Programático: 1ª aula: O governo João Goulart e o esgotamento do modelo nacional desenvolvimentista 2ª aula: O golpe de Estado de 31 de março de 1964 3ª aula: A ditadura “envergonhada” ou a “ditabranda” 4ª aula: A cultura no período militar 5ª aula: A ditadura “escancarada” ou anos de chumbo 6ª aula: A economia no período militar 7ª aula: Intelectuais, jornalistas e escritores. 8ª aula: A lenta abertura no governo Geisel 9ª aula: A sociedade clama por democracia 10ª aula: A ditadura entre a memória e a história Avaliação: O aluno deverá produzir um texto (artigo, ensaio) sobre o período estudado, sintetizando as ideias principais, bem como expressando suas opiniões acerca delas. 2.7 Referências: ALVES, M. Helena M. Estado e oposição no Brasil (1964-1984). Rio de Janeiro: Vozes, 1989. DREIFUSS, René A. 1964 - a conquista do Estado: ação política, poder e golpe de classe. Rio de Janeiro: Vozes, 1981. FICO, Carlos. Além do golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a Ditadura Militar. Record, 2. Ed. Rio de Janeiro: Record, 2012. GASPARI, Elio. A ditadura envergonhada, A ditadura escancarada, A ditadura derrotada, A ditadura encurralada. São Paulo: Cia. das Letras, 2002/2003. GORENDER, Jacob. Combate nas trevas. São Paulo: Ática, 1999. NAPOLITANO, Marcos. 1964 – História do regime militar brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014. REIS F.º, Daniel Aarão. Ditadura militar, esquerdas e sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2000. RIDENTI, Marcelo. O fantasma da revolução brasileira. São Paulo: UNESP, 1993. TELES, Edson e SAFATLE, Vladimir (orgs.). O que resta da ditadura. São Paulo: Boitempo, 2010. TOLEDO, Caio N. de. O governo de Goulart e o golpe de 1964. São Paulo: Brasiliense, 1993. 2.8 Pré-Requisitos para o público alvo: Ensino Médio 2.9 Operacionalização: 2.9.1 - Cronograma: Etapas de Execução Preparação Execução Avaliação JAN FEV MAR ABR MAI JUN X X X JUL x X AGO SET OUT NOV DEZ 2.9.2 - Certificados: Para o Coordenador do Projeto Sim Para os Instrutores do Projeto Não Para os Alunos Sim Para os Servidores de Apoio Não 3. DECLARAÇÃO DE CEDÊNCIA DE DIREITOS AUTORAIS Eu, Ericson Flores, Autorizo a destinação desse Projeto ao Banco de Projetos de Extensão, de forma que possa ser utilizado por outros servidores, sem restrições de qualquer natureza, desde que citada a autoria.