Exame Nacional de 2011 (1.a fase)
I
1.
2.
3.
4.
5.
B
B
D
A
C
II
1.
2.
3.
4.
5.
D
D
A
C
B
III
1.
2.
3.
4.
5.
A
C
B
B
C
IV
1.
2.
3.
4.
5.
B
D
C
C
A
V
1. A distribuição espacial da taxa de variação do desemprego na região Norte, entre 2008 e 2009,caracterizava-se, entre
outros, pelos seguintes aspetos:
• um aumento na grande maioria dos concelhos dessa região (apenas em cinco se verifica a sua diminuição);
• a taxa de variação anual do desemprego é mais elevada nos concelhos do litoral (superior a 20% na sua grande maioria).
2. O aumento do desemprego, nesta região, tem como consequências socioeconómicas e entre outras:
• o aumento das despesas da segurança social com as prestações sociais atribuídas aos desempregados;
• um aumento da pobreza que, naturalmente, fará reduzir o consumo e as poupanças.
3. O desemprego pode ser um fator que leve ao aumento da emigração, o que, por si só, já fará diminuir o saldo migratório em Portugal.
Além disso, terá também uma influência dissuasora na imigração ou levará um certo número de imigrantes a sair do
nosso país, o que também reduzirá o saldo migratório.
Assim, o saldo migratório, que tem sido positivo nos últimos anos, poderá baixar ou, até, tornar-se negativo.
4. Na região Norte litoral, o tecido industrial caracteriza-se essencialmente por pequenas e médias empresas, muitas ainda
intensivas em mão-de-obra. Além de numerosa, esta mão-de-obra apresenta um baixo nível de instrução e qualificação
profissional, com predomínio do emprego barato e feminino, sobretudo nos setores mais tradicionais dos têxteis e do
calçado.
Estas características, inicialmente, atraíram empresas, muitas de investimento estrangeiro e beneficiando de incentivos
comunitários, que procuravam na mão-de-obra barata uma vantagem competitiva, face à concorrência nos mercados
nacional e internacional.
Houve algumas indústrias destes setores que apostaram na inovação e empregaram mão-de-obra mais qualificada,
sobretudo ao nível do design, tendo, em muitos casos, conseguido reconhecimento internacional, o que lhes permitiu
ganhar competitividade e aumentar as suas exportações.
Porém, na generalidade das empresas, isso não aconteceu. Assim, o fraco investimento na modernização e na inovação
conjugado com a concorrência de outros países, sobretudo asiáticos, onde os custos de produção e de proteção
ambiental são muito mais baixos e o sindicalismo está quase ausente, levou a que muitas empresas tivessem reduzido a
sua dimensão, encerrado ou deslocalizado as suas unidades produtivas para outros países, colocando no desemprego a
sua mão-de-obra menos qualificada e menos instruída.
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Torna-se difícil absorver esta mão-de-obra, pois as empresas que resistem devido à modernização tecnológica e à
inovação são menos intensivas em trabalho humano e necessitam de pessoal com níveis de instrução mais elevados e
maior qualificação profissional.
VI
1. Entre Portugal e Espanha, na distribuição dos centros urbanos, observa-se:
• uma semelhança evidente - a localização de grande número de aglomerados urbanos no litoral, entre eles os de
maior dimensão;
• a diferença mais relevante é a localização da capital, Madrid, no interior espanhol, enquanto a portuguesa se localiza
no litoral.
2. Duas das razões que explicam a atual ausência de grandes áreas iluminadas no interior de Portugal Continental são,
entre outras:
• o processo de concentração da população no litoral, que se acentuou durante todo o século XX, sobretudo com o
aumento da população urbana e a expansão do espaço urbano;
• a fraca atratividade e capacidade de manter a sua população por parte das regiões do interior onde existe pouca concentração de atividades económicas dos setores secundário e terciário.
3. Entre os problemas ambientais resultantes do aumento da urbanização no litoral algarvio, podem ser salientados:
• o aumento da produção de resíduos sólidos e de efluentes urbanos;
• a descaracterização da paisagem, associada à pressão urbanística sobre o litoral.
4. Lisboa e a sua área metropolitana poderão subir de nível hierárquico na rede urbana europeia, se conseguirem transformar
em vantagens a sua localização geográfica estratégica, no cruzamento das rotas marítimas entre o continente europeu e os
continentes americano e africano. Para isso, Lisboa deverá valorizar o seu porto comercial, transformando-o em porto de
entrada de mercadorias transportadas por modo marítimo, no espaço europeu. Poderá também potencializar a entrada
aérea, criando condições para assumir o papel de placa giratória, tanto no transporte de passageiros como no de mercadorias, entre a Europa e a África e América do Sul.
Outra forma de subir de nível hierárquico na rede urbana europeia será atrair novas funções de nível superior, nomeadamente sedes de empresas ou de grandes grupos internacionais. Para isso, deverá tornar-se um espaço mais competitivo
no que respeita:
• ao preço do solo e à qualidade de habitação;
• à qualidade de serviços às empresas, como as telecomunicações e os transportes ou a facilidade de acesso aos serviços jurídicos e sua agilidade;
• à acessibilidade viária e de transportes públicos, rápidos e seguros, para os clientes e consumidores.
Essa competitividade também será maior se forem melhorados os níveis de outras funções como as que se associam: à
oferta cultural e de lazer para quadros superiores e de elevado nível de vida; à valorização de estabelecimentos de ensino
superior e de centros de investigação que respondam às necessidades das empresas e ofereçam níveis de exigência e
sucesso reconhecidos internacionalmente.
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