Os haitianos continuam chegando
...porque o coração não tem fronteiras
Sua grande maioria do sexo masculino e jovem. Alguns com curso superior completo,
outros com seus estudos interrompidos e outros, sem muita preparação. Todos com a
mesma determinação: Estabelecer-se em Manaus/AM.
Os haitianos entram por Tabatinga, tríplice fronteira entre Brasil – Peru - Colômbia. Ali
são entrevistados pela Policia Federal. São aproximadamente 800 imigrantes que
esperam ser atendidos. A Federal somente entrevista uns 20 a 24 semanalmente.
Segundo irmã Santina Perin - ICM, que passou umas semanas apoiando aquele trabalho
de acolhida, nos contava da precária situação em que se encontram. Em salões com as
mínimas condições de higiene e saúde.
Ao chegar a Manaus, “caem no colo dos Scalabrinianos”: Irmã Osani Benedita da Silva,
Irmã Arceolídia Silva de Souza, Padre Gelmino Costa, Valdecir Molinari e toda uma
equipe de apoio estão pronos para acolhê-los:
Levá-los para as casas alugadas e instituições
disponíveis para este fim, mas já estão ficando
escassas. Ali recebem cama, comida e toda a
orientação e encaminhamentos necessários para a
obtenção do CPF e carteira de trabalho a partir do
número de protocolo fornecido pela polícia
federal.
Preenchido este primeiro requisito, a luta continua
no sentido da aprendizagem da língua portuguesa e
a busca de trabalho bem como casa para alugar.
Encontro de organização das mulheres
Não há praticamente nenhum apoio e nem vontade política por parte das autoridades
tanto municipais como estaduais. Todas as Iniciativas e parcerias são feitas com as
paróquias da Arquidiocese, congregações religiosas, com igrejas as evangélicas,
espíritas, com a universidade federal, Secretaria do Estado - SETAM, pessoas de boa
vontade que doam seu tempo e seus dons e a equipe da pastoral do Migrante que está
forte e atuante.
Há parcerias também com empresas para os cursos de
capacitação vários ramos como em eletricidade, na construção
civil, em pintura predial e para as mulheres se abrem vagas para
os cursos de artesanatos nas paróquias e outros.
Tive a oportunidade de conviver com esta realidade por duas
semanas. Foi um tempo
muito valioso no sentido de,
primeiro reencontrar pessoas com as quais convivi; segundo,
reafirmar minha convicção de que a missão e o carisma Scalabrinianos são muito atuais
comprometedores. Exigem de nós uma fé fortalecida, muita resistência e determinação.
Necessitamos ser: “casa acolhedora, coração amigo”.
Várzea Grande, 25 de setembro de 2011
Orila Maria Travessini - mscs
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