UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL MICHEL WENDELL SILVA SOUSA LEVANTAMENTOS DE ERROS EXECUTIVOS EM EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCO CERÂMICO FORTALEZA 2011 ii MICHEL WENDELL SILVA SOUSA LEVANTAMENTOS DE ERROS EXECUTIVOS EM EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCO CERÂMICO Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil, em dezembro de 2011. Orientador: Prof. Antônio Eduardo B. Cabral FORTALEZA 2011 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca de Ciências e Tecnologia S697l Sousa, Michel Wendell Silva. Levantamentos de erros executivos em edifícios em alvenaria estrutural de bloco cerâmico / Michel Wendell Silva Sousa. – 2011. 54 f. : il. color., enc. ; 30 cm. Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Estrutural e Construção Civil, Curso de Engenharia Civil, Fortaleza, 2011. Orientação: Prof. Dr. Antônio Eduardo Bezerra Cabral 1. Alvenaria. 2. Construção civil. I. Título. CDD 620 iv Dedico este trabalho aos meus pais, José Ernando de Sousa e Maria Edileuda da Silva Sousa. v AGRADECIMENTOS A Deus, que me deu vida e inteligência, e que me dá força para continuar a caminhada em busca dos meus objetivos. Aos meus pais, José Ernando de Sousa e Maria Edileuda da Silva Sousa, que me ensinaram a não temer desafios e a superar os obstáculos com humildade. Aos todos os professores e em especial ao professor Antônio Eduardo Bezerra Cabral pela orientação na realização deste trabalho, que sem sua importante ajuda não teria sido concretizado. A todos os meus familiares que me deram apoio, e que ajudaram de várias formas para que eu pudesse chegar até aqui. A todos os meus amigos e colegas que fiz dentro da faculdade, pelo companheirismo e parcerias durante os cinco anos de curso. A todos os meus amigos que fiz na empresa onde trabalho, que me ajudaram diretamente para a realização desse trabalho. E aos demais que, de alguma forma, contribuíram na elaboração desta monografia. vi RESUMO A alvenaria estrutural está sendo um sistema construtivo bastante empregado no Brasil, principalmente com o incentivo que o governo está oferecendo com campanhas de habitação popular. Porém, apesar de ser um sistema construtivo bastante antigo, nota-se certa dificuldade dos profissionais que executam esse tipo de estrutura, que se evidenciam pela presença de várias falhas construtivas que se observam na obra durante a fase de elevação da alvenaria. Este trabalho tem como objetivo geral apontar os principais erros normalmente encontrados na fase de execução da alvenaria estrutural a partir de um levantamento de campo, comparando com os critérios de aceitabilidade descritos pela literatura nacional. Será realizado um levantamento de campo numa empresa que atua em Fortaleza executando prédios residenciais em alvenaria estrutural, onde, de posse desses dados, será feita uma análise geral de quais erros executivos são mais incidentes na etapa de elevação das alvenarias, discutindo-se também as possíveis causas de tais ocorrências. Dentre os erros encontrados no levantamento, os mais ocorrentes foram os desaprumos na alvenaria, erros de paginação com a utilização de blocos quebrados, o não preenchimento de diversas juntas com a argamassa e a falta de padronização quanto às espessuras dessas juntas. Uma medida importante que pode ser tomada para amenizar a maioria desses erros é utilização de ferramentas adequadas e padronizadas e o emprego de mão-de-obra qualificada e preparada para esse tipo específico de sistema construtivo. Palavras chaves: alvenaria estrutural, erros executivos, manifestações patológicas. vii LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 – Obra em alvenaria estrutural do Programa Minha Casa Minha Vida em Fortaleza.................................................................................................................................... Figura 2.1 – Blocos estruturais de concreto da família 29........................................................ Figura 2.2 – Blocos estruturais de concreto da família 39........................................................ Figura 2.3 – Blocos estruturais de cerâmicos da família 29..................................................... Figura 2.4 – Blocos estruturais de cerâmicos da família 39..................................................... Figura 2.5– Escantilhão metálico.............................................................................................. Figura 2.6 – Esticador de linha................................................................................................. Figura 2.7 – Régua de prumo e nível........................................................................................ Figura 2.8 – Nível alemão......................................................................................................... Figura 2.9 – Argamasseira metálica......................................................................................... Figura 2.10 – Andaime metálico............................................................................................... Figura 2.11– Carrinho garfo..................................................................................................... Figura 2.12 – Canaletas............................................................................................................ Figura 2.13 – Palheta................................................................................................................ Figura 2.14 - Variações máximas da espessura das juntas de argamassa................................. Figura 2.15 - Limites máximos para o desaprumo e desalinhamento das paredes................... Figura 4.1 – Desvio de locação das paredes levantados em campo......................................... Figura 4.2 – Alvenaria inadequada no quesito paginação........................................................ Figura 4.3 – Percentual de apartamentos com problemas na paginação por torre. a) Torre 01; b) Torre 02.......................................................................................................................... Figura 4.4 – Percentual de apartamentos com problemas na paginação por torre. c) Torre 03; d) Torre 04.......................................................................................................................... Figura 4.5 – Alvenaria inadequada no quesito prumo.............................................................. Figura 4.6 – Prumos das paredes levantados em campo........................................................... Figura 4.7 – Alvenaria com juntas verticais sem preenchimento............................................. Figura 4.8 – Alvenaria com juntas verticais com preenchimento vertical inadequado............ Figura 4.9 – Juntas verticais máximas levantadas em campo................................................... Figura 4.10 – Alvenaria com juntas horizontais sem preenchimento....................................... Figura 4.11 – Juntas horizontais levantadas em campo............................................................ Figura 4.12 – Juntas horizontais levantadas em campo............................................................ Figura 4.13 – Ponto inadequado de graute............................................................................... Figura 4.14 – Juntas Fissuradas................................................................................................ Figura 4.15 – Rasgo na alvenaria para colocação de tubulação elétrica................................... Figura 4.16 – Parede com blocos cerâmicos úmidos................................................................ 2 7 7 8 8 11 12 12 13 13 14 14 14 15 17 18 26 27 27 28 29 30 31 32 33 34 34 35 36 37 37 38 viii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1 1.1 Justificativa .................................................................................................................. 1 1.2 Objetivo ....................................................................................................................... 4 1.2.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 4 1.2.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 4 1.3 Estrutura do trabalho .................................................................................................... 4 2 ALVENARIA ESTRUTURAL........................................................................................ 6 2.1 Conceitos básicos ......................................................................................................... 6 2.2 Produção da alvenaria estrutural ................................................................................ 10 2.2.1 Ferramentas ...................................................................................................... 11 2.3 Falhas construtivas ..................................................................................................... 15 2.3.1 Espessura e preenchimento das juntas .............................................................. 15 2.3.2 Desaprumo ........................................................................................................ 16 2.3.3 Rasgos em paredes ........................................................................................... 16 2.3.4 Grauteamento incorreto .................................................................................... 16 2.3.5 Ausência de ferramentas inadequadas .............................................................. 16 2.4 Controle tecnológico da alvenaria estrutural ............................................................. 16 3 MÉTODO DE PESQUISA ............................................................................................ 20 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 23 4.1 Locação das paredes .................................................................................................. 25 4.2 Modulação dos blocos ............................................................................................... 26 4.3 Prumo e alinhamento das paredes .............................................................................. 29 4.4 Juntas ......................................................................................................................... 31 4.4.1 Preenchimento das juntas ................................................................................. 31 4.4.2 Juntas verticais.................................................................................................. 32 4.4.3 Juntas horizontais ............................................................................................. 33 4.5 Outros erros ................................................................................................................ 35 4.5.1 Ponto de graute inadequado.............................................................................. 35 4.5.2 Juntas fissuradas ............................................................................................... 36 4.5.3 Rasgos na alvenaria .......................................................................................... 37 4.5.4 Umidade nos blocos ......................................................................................... 38 5 CONCLUSÕES............................................................................................................... 40 5.1 Sugestões para trabalhos futuros................................................................................ 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 42 ANEXOS ................................................................................................................................. 43 ANEXO A - Plantas baixas das tipologias de apartamentos das torres ............................ 44 ANEXO B - Modelo da ficha de verificação ........................................................................ 46 1 1 1.1 INTRODUÇÃO Justificativa A indústria de construção civil no Brasil está numa fase bastante favorável e vem crescendo cada vez mais, juntamente com a inserção de novos sistemas construtivos, e é urgente que se usem tecnologias inovadoras e eficientes, proporcionando qualidade e ao mesmo tempo, menor custo que os sistemas construtivos convencionais atualmente aplicados no país. Segundo Pedroso (2004), destes sistemas, a alvenaria é um processo construtivo presente em todas as regiões, tendo seu uso como vedação ou como estrutura, a chamada alvenaria estrutural. Manzione (2004) cita que a alvenaria estrutural é um processo construtivo bem importante para quem quer economia e agilidade na sua obra. Infelizmente esse processo construtivo não é tão bem discutido, principalmente os métodos de construtibilidade que podem fazer com que este método seja mais econômico e mais rápido que o método construtivo convencional, logo este último acaba sendo mais usado. Ramalho e Corrêa (2003) afirmam que a alvenaria estrutural é um sistema construtivo bastante antigo. Os egípcios, gregos e romanos já utilizavam pedra bruta encaixada como um quebra-cabeça na construção de fortalezas, igrejas e pirâmides. Pode-se citar como exemplos o Farol de Alexandria, no Mediterrâneo, o Templo de Efésio, o Coliseu de Roma, a Muralha da China e as Catedrais Góticas. A alvenaria desta época era executada sem nenhum conhecimento científico ou algum embasamento matemático, onde somente notaram que encaixando as pedras ou tijolos formariam paredes que lhes proporcionariam proteção e conforto. Atualmente, o sistema construtivo em alvenaria estrutural está presente em praticamente todo o Brasil, por ser um método versátil e eficiente. Pode-se observar que esse sistema está sendo escolhido por muitas construtoras para a execução de prédios residenciais, principalmente as que fazem parte do Programa Habitacional Popular – Minha Casa Minha Vida, que tem como objetivo atender as necessidades de habitação da população de baixa renda nas áreas urbanas, garantindo o acesso à moradia digna com padrões mínimos de sustentabilidade. Na Figura 1.1 tem-se o exemplo de uma obra em alvenaria estrutural que faz parte desse programa habitacional na cidade de Fortaleza. 2 Figura 1.1 – Obra em alvenaria estrutural do Programa Minha Casa Minha Vida em Fortaleza Essas obras que estão sendo financiadas pelo governo federal, geralmente são residências enquadradas no padrão econômico, exigem um baixo custo e um curto prazo para a entrega das unidades. A ampla aplicação da alvenaria estrutural se dá, basicamente, devido às suas vantagens frente às outras tecnologias construtivas. Tais vantagens são, principalmente, devido à alvenaria estrutural incorporar facilmente os conceitos de racionalização construtiva e apresentar benefícios de custos quando comparadas a outras técnicas, como estruturas convencionais de concreto armado, por exemplo. Embora haja limitações de sua aplicação em outros setores, no ambiente de habitações de baixa renda, estas limitações são reduzidas e as vantagens se tornam ainda maiores, o que se traduz em uma ampla aplicação da tecnologia neste ambiente. Segundo Kalil e Leggerini (2002), a alvenaria estrutural atingiu o auge no Brasil na década de 80, onde era utilizada principalmente para a construção dos conjuntos habitacionais, pois tinha um grande potencial de redução de custos, o que levou também a diversas construtoras e produtoras de blocos investirem nessa tecnologia para torna-las mais vantajosa. Há alguns anos a alvenaria estrutural vem sendo usada, porém, foram observados muitos problemas na sua execução, que acabaram tendo que ser reparados nessas obras. Esses 3 problemas devem-se ao uso de mão-de-obra não especializada ou sem conhecimentos necessários, materiais sem qualidade ou usados erroneamente (PRUDÊNCIO, 2003). Kalil e Leggerini (2002) ainda citam que a inexperiência por parte dos profissionais com a utilização da alvenaria estrutural dificultou sua aplicação, causando várias manifestações patológicas nesse tipo de edificação, fazendo com que esse processo construtivo desacelerasse novamente. Segundo Ritcher et al (2010), existe no Brasil muitas obras sendo executadas em alvenaria estrutural, e apesar desse sistema construtivo ser bastante antigo, a utilização cada vez mais comum de novos materiais e técnicas construtivas tem tornado mais frequentes os defeitos nas edificações. Pode-se observar também que muitas obras estão sendo executadas sem uma preocupação maior com a qualidade do serviço, importando para as construtoras somente a velocidade e o volume de construção. Todos esses fatos resultam no aparecimento de diversas anomalias na alvenaria, ainda na fase executiva. Levando em conta que a alvenaria estrutural tem o papel não só de vedação, como também de sustentação estrutural, pequenas falhas cometidas na execução da obra podem acarretar em sérias manifestações patológicas não só relacionadas ao uso e ao custo, mas também à segurança, que poderá estar comprometida. Apesar dessas falhas, as vantagens econômicas proporcionadas pela alvenaria estrutural em relação ao sistema construtivo convencional incentivam a busca de soluções para os problemas patológicos observados. A redução dos problemas construtivos traz benefícios tanto à construtora quanto à sociedade, uma vez que a satisfação dos clientes se traduz, ao mesmo tempo, em melhoria para a imagem da empresa, em maiores garantias de retorno dos recursos investidos e em perpetuação dos financiamentos imobiliários, atingindo, assim, a todos os que deles necessitam. O número expressivo e crescente de obras em alvenaria estrutural é acompanhado por também expressivo número de manifestações patológicas. Observa-se que uma série de erros que geralmente são cometidos na execução da alvenaria, dentre eles: a falta de prumo, dimensões inadequadas de juntas verticais e horizontais, modulação diferente da que é exigida em projeto, dentre outros, que se não forem sanados ainda durante a fase de elevação desta, certamente causarão alguma manifestação patológica podendo trazer junto prejuízos, incômodo aos usuários, dentre outros problemas. Diante do grande volume de obras em alvenaria estrutural que estão surgindo em âmbito nacional, torna-se interessante a caracterização desses erros. 4 Uma vez conhecido quais são esses principais erros de execução da alvenaria estrutural, pode-se também saber o que poderão acarretar e quais as formas de evitá-los. 1.2 Objetivo 1.2.1 Objetivo geral Este trabalho tem como objetivo geral apontar os principais erros normalmente encontrados na fase de execução da alvenaria estrutural de blocos cerâmicos a partir de um levantamento de campo, comparando com os critérios de aceitabilidade descritos pelas normas nacionais. 1.2.2 Objetivos específicos Os objetivos específicos que auxiliaram para a conclusão do trabalho serão: 1.3 Levantar desvios referentes à locação da alvenaria; Levantar erros na modulação e paginação dos blocos; Levantar desaprumos e desalinhamentos na alvenaria; Levantar erros referentes as jutas de argamassa; Estrutura do trabalho Este trabalho é constituído por cinco capítulos assim distribuídos: No capítulo 1 apresenta-se o contexto da alvenaria estrutural no Brasil, a justificativa, a problematização, o objetivo e a estrutura do trabalho. No capítulo 2 tem-se o embasamento teórico, onde são apresentados os conceitos básicos da alvenaria estrutural, suas etapas executivas e os critérios de aceitabilidade. 5 No capítulo 3 estão descritas as etapas realizadas para a coleta dos dados de campo e a forma de processamento desses dados. No capítulo 4 são apresentados os dados que foram levantados em campo, e as comparações entre as técnicas e critérios de aceitabilidade apresentadas na fundamentação teórica com o que está realmente acontecendo na obra, discutindose as possíveis causas e respectivos efeitos que poderão gerar. No capítulo 5 são apresentadas as conclusões gerais do trabalho. 6 2 2.1 ALVENARIA ESTRUTURAL Conceitos básicos O sistema construtivo da alvenaria estrutural segue basicamente o princípio de que as cargas serão sustentadas pelas paredes, dimensionadas para suportar as tensões de compressão, diferente dos edifícios em concreto estrutural convencional onde são usadas estruturas de vigas e pilares de concreto armado. Além de suas funções estruturais, a alvenaria estrutural ainda precisa resistir a impactos, garantir a vedação, estanqueidade e conforto térmico e acústico, da mesma forma que a alvenaria de vedação convencional. A alvenaria estrutural pode ser classificada em: a) Não armada, quando se compõe apenas de blocos e juntas de argamassa; b) Armada, quando, além dos blocos e das juntas de argamassa, é utilizada uma armadura passiva imersa em graute em regiões pré-definidas pelo projetista, proporcionando maiores vãos; c) Parcialmente armada: quando, além dos blocos e das juntas de argamassa, existe uma armadura passiva colocada em algumas regiões com finalidade pré-definida; d) Protendida: quando o elemento resistente possui armadura ativa, submetendo a alvenaria a esforços de compressão. Ramalho e Corrêa (2003) citam que o sistema da alvenaria estrutural é formado por alguns componentes, os quais são descritos a seguir: a) Unidades ou blocos As unidades, ou blocos, são os componentes mais importantes que compõe a alvenaria estrutural, uma vez que são eles que comandam a resistência à compressão e determinam os procedimentos para aplicação da técnica da coordenação modular nos projetos. Os tipos de unidades mais utilizadas no Brasil são os blocos de concreto e os blocos cerâmicos. Os blocos estruturais são divididos também entre grupos chamados de família. Cada família diferencia-se uma da outra pela dimensão do módulo básico, que será de fundamental importância para a modulação do projeto. Nas Figuras 2.1 e 2.2 estão representados os blocos de concreto, respectivamente as famílias 29 e 39. Já nas Figuras 2.3 e 2.4 estão representados os bloco cerâmicos, também mostrando respectivamente as famílias 29 e 39. 7 Figura 2.1 – Blocos estruturais de concreto da família 29 (FREITAS JR., SEM DATA) Figura 2.2 – Blocos estruturais de concreto da família 39 (FREITAS JR., SEM DATA) 8 Figura 2.3 – Blocos estruturais de cerâmicos da família 29 (FREITAS JR., SEM DATA) Figura 2.4 – Blocos estruturais de cerâmicos da família 39 (FREITAS JR., SEM DATA) 9 b) Argamassa de assentamento É o componente utilizado na ligação entre os blocos. Possui as funções básicas de solidarizar os blocos, transmitir e uniformizar as tensões entre as unidades de alvenaria, absorver pequenas deformações e prevenir a entrada de agentes externos como a água e o vento nas edificações. Como principais características devem fornecer boa trabalhabilidade, resistência, plasticidade e durabilidade. c) Graute É um concreto com agregado de pequenas dimensões e relativamente fluido, eventualmente necessário para o preenchimento dos vazios dos blocos. Sua função é aumentar as seções transversais das unidades e promover a solidarização dos blocos com eventuais armaduras. Com essas medidas torna-se possível aumentar a capacidade portante da alvenaria à compressão ou permitir que com as armaduras seja possível combater tensões de tração que a alvenaria por si só não seria capaz de resistir. d) Armaduras São as mesmas utilizadas para estruturas de concreto armado. Sua utilização na alvenaria estrutural pode ser tanto estrutural, absorvendo principalmente os esforços de tração e também alguns esforços de compressão, como pode ser usada somente para cobrir algumas necessidades construtivas. Sempre são envolvidas por graute para garantir o trabalho conjunto com o restante da alvenaria. Ramalho e Corrêa (2003) ainda citam as principais vantagens e desvantagens do sistema construtivo da alvenaria estrutural. Como vantagens estes citam: Economia ou extinção do uso de fôrmas na obra, podendo ser usadas apenas para concretagem de lajes e/ou algumas vigas auxiliares que possam existir no projeto. Redução dos revestimentos, que poderão ser aplicados em camadas mais finas uma vez que o método executivo da alvenaria estrutural tem uma qualidade controlada. Redução de desperdícios de material e mão-de-obra, principalmente no número de especialistas como armadores e carpinteiros; Flexibilidade no ritmo de execução da obra onde, dependendo do tipo de laje que vai ser usado na estrutura, não vai ser preciso esperar o tempo de cura do concreto, que é o que normalmente determina o ritmo da obra nas estruturas de concreto armado. Como desvantagens da alvenaria estrutural, tais autores citam os seguintes pontos: Dificuldade de adequação do projeto arquitetônico, por conta da modulação, onde os tamanhos dos vãos têm que seguir um padrão de acordo com a família dos blocos. 10 2.2 Interferências entre projetos de arquitetura, estrutura e instalações; Necessidade de mão-de-obra qualificada; Produção da alvenaria estrutural A execução da alvenaria estrutural deve seguir criteriosamente o projeto atualizado e aprovado de estrutura, que deve indicar: os materiais a serem empregados, marcação, juntas, elevações, aberturas de vãos, vergas e contra-vergas, dentre vários outros detalhes construtivos. Segundo a Romam et al (sem data), a qualidade de qualquer obra está diretamente ligada com a forma da execução e que, por conseguinte, de nada adiantará um projeto apurado e correto se a mão-de-obra não fosse suficiente qualificada para executá-lo. O emprego de materiais, ferramentas e recursos humanos adequados é condição essencial para o prosseguimento das operações. A execução do controle tecnológico planejado anteriormente validará o processo, garantindo a adequação das ações adotadas e a qualidade da obra. Tomaz e Helene (2000) listam as principais etapas de execução da alvenaria: a) Locação das paredes: etapa onde serão conferidas as posições dos primeiros blocos que formarão a parede, que devem ser locadas pelo eixo ou pela face do bloco. b) Nível da primeira fiada: será feita a demarcação vertical da alvenaria de acordo com o projeto. Essa fase é executada com o auxílio do escantilhão; c) Locação da cota e posição das aberturas: locação das portas, janelas, espaços para colocação de ar-condicionado, e também as tubulações horizontais; d) Assentamento da primeira fiada: assentam-se inicialmente os blocos das extremidades de paredes, os blocos dos encontros entre paredes, e os blocos que delimitarão juntas de controle. A precisão da execução nessa fase influenciará na qualidade de todo o serviço; e) Elevação das demais fiadas: nessa etapa tem-se a elevação das paredes simultaneamente em todos os vãos da estrutura, ou de acordo com indicações do projeto; f) Execução das vergas, contra-vergas e cintas nas canaletas: nas posições das janelas e portas e na última fiada, onde serão usadas as canaletas, após 11 posicionamento das armaduras estas deverão ser totalmente preenchidas com graute. 2.2.1 Ferramentas Para que a alvenaria estrutural seja executada com qualidade, é essencial a utilização das ferramentas adequadas, que auxiliarão a equipe tanto no fator qualidade, como na produtividade do serviço. A seguir estão descritas as principais ferramentas utilizadas na alvenaria estrutural: a) Escantilhão metálico: peça metálica utilizada no assentamento da alvenaria, proporcionando ao pedreiro condições de manter as paredes no prumo, alinhadas e com as fiadas niveladas. Na Figura 2.5 pode-se ver a ilustração de um escantilhão. Figura 2.5– Escantilhão metálico (ROMAN, SEM DATA) b) Esticador de linha: ferramenta de madeira simples que pode ser fabricada no próprio canteiro e que possibilita ao pedreiro fixar a linha de auxílio de colocação das fiadas com maior rapidez. Na Figura 2.6 pode-se ver a ilustração de um esticador de linha. 12 Figura 2.6 – Esticador de linha (ROMAN, SEM DATA) c) Régua de prumo e de nível: régua metálica com bolhas de referencia de nível e de prumo ao longo do seu comprimento e que também agrega velocidade na execução da alvenaria. Na Figura 2.7 pode-se ver a ilustração de uma régua de prumo e nível. Figura 2.7 – Régua de prumo e nível (ROMAN, SEM DATA) d) Nível alemão: equipamento constituído por um tripé com um reservatório de líquidos e uma mangueira acoplada a uma régua de alumínio com uma escala móvel e possibilita que uma única pessoa proceda à conferência dos níveis de diversos pontos da obra, reduzindo o tempo de serviço e garantindo maior precisão. Na Figura 2.8 pode-se ver a ilustração de um nível alemão. 13 Figura 2.8 – Nível alemão (ROMAN, SEM DATA) e) Argamasseira: utilizada para o transporte e manuseio da argamassa, devendo ser de material impermeável e ficar assentada sobre um suporte que segure a massa numa altura adequada para o pedreiro. Na Figura 2.9 pode-se ver a ilustração de uma argamasseira metálica. Figura 2.9 – Argamasseira metálica (ROMAN, SEM DATA) f) Andaime: composto pelos cavaletes de apoio e a base de sustentação para o assentamento de blocos de alvenaria acima da 8ª fiada. Na Figura 2.10 pode-se ver a ilustração de um andaime para elevação da alvenaria. 14 Figura 2.10 – Andaime metálico (ROMAN, SEM DATA) g) Carrinho garfo: utilizado para o transporte horizontal de blocos. Na Figura 2.11 pode-se ver a ilustração de um carrinho. Figura 2.11– Carrinho garfo (ROMAN, SEM DATA) h) Canaletas: outra ferramenta que auxilia a colocação de argamassa nos blocos, viabilizando maior produtividade e regularidade na espessura das juntas. Na Figura 2.12 pode-se ver a ilustração da canaleta. Figura 2.12 – Canaletas (ROMAN, SEM DATA) 15 i) Palhetas: peças desenvolvidas no próprio canteiro de obras utilizadas para assentar a argamassa sobre o bloco. Elas aumentam muito a produtividade. Porém a manutenção da espessura das juntas depende da experiência e do cuidado do profissional. Na Figura 2.13 pode-se ver a ilustração da palheta. Figura 2.13 – Palheta (ROMAN, SEM DATA) 2.3 Falhas construtivas Nota-se um número considerável de falhas executivas na alvenaria estrutural, sendo a maioria delas provenientes da falta de orientação, conhecimento ou de acompanhamento. Essas falhas, além de geralmente colocarem toda a qualidade do processo em risco, comprometem a economia que se esperava com a utilização da alvenaria estrutural. São citados abaixo os principais erros encontrados na fase executiva da alvenaria estrutural. 2.3.1 Espessura e preenchimento das juntas Uma falha muito frequente é a variação e o preenchimento incompleto e irregular das juntas de argamassas na alvenaria estrutural. Segundo Roman et al (sem data), o não preenchimento das juntas verticais tem pequeno efeito na resistência à compressão, mas afeta a resistência à flexão e ao cisalhamento da parede, afetando também a deformabilidade das paredes, principalmente em prédios de maior altura (mais de 5 pavimentos). Com relação ao preenchimento inadequado das juntas horizontais, esse procedimento leva à diminuição da resistência à compressão da alvenaria. 16 2.3.2 Desaprumo Nos casos em que o prumo de uma parede não é mantido, além de aparecem excentricidades nesta parede, o que acarretará uma redução da resistência à compressão da alvenaria, ainda tem-se um gasto maior nas etapas sucessoras, onde será feita a “correção” pelo incremento na espessura do revestimento. 2.3.3 Rasgos em paredes Os cuidados com as instalações elétricas em alvenaria estrutural são fundamentais para o desempenho adequado da mesma. Deve-se evitar que sejam efetuados rasgos posteriores, que causam desperdício e redução na resistência da alvenaria, podendo comprometer seriamente o desempenho desta. 2.3.4 Grauteamento incorreto Quando o grauteamento não é realizado corretamente, podem surgir pontos falhos na alvenaria, que não só são difíceis de detectar, como enfraquecerá um ponto que foi considerado reforçado pelo projetista. 2.3.5 Ausência de ferramentas inadequadas A utilização de ferramentas adequadas à produção da alvenaria serve tanto para dar mais agilidade na execução do serviço, como também para que o serviço seja executado com qualidade, onde estarão sendo garantidos, por exemplo, os prumos e manuseio correto dos materiais. 2.4 Controle tecnológico da alvenaria estrutural Os principais fatores relacionados à fase executiva, que devem ser controlados para obtenção da qualidade, são: a) Argamassa: onde se deve padronizar os traços da argamassa para a obra, mudando apenas em alguma ocasião exigida pelo projeto; b) Juntas verticais e horizontais: que devem ser preenchidas totalmente, mantendo espessura constante e dentro dos valores de tolerância; c) Assentamento: onde se devem evitar perturbações nos blocos logo após seus assentamentos para não alterar na aderência bloco-argamassa; 17 d) Prumo da parede: deve-se verificar prumo e alinhamento da parede à medida que a alvenaria vai sendo executada, para que sejam evitadas excentricidades adicionais de carregamento. Na NBR 15812-2 (ABNT,2010), são exigidos requisitos para aceitabilidade da alvenaria relacionados a esses fatores executivos: a) Espessura das juntas: O valor mínimo da espessura da junta horizontal de argamassa de assentamento dos blocos da primeira fiada é de 5 mm e o valor máximo não deve ultrapassar 20 mm. As demais juntas devem ter espessuras de 10 mm, com variação máxima de ±3 mm, como pode ser visto na Figura 2.14. Figura 2.14 - Variações máximas da espessura das juntas de argamassa (Fonte: ABNT, 2010) b) Assentamento dos blocos: durante a elevação das paredes, os blocos devem ser assentados e alinhados segundo especificado em projeto e de forma a exigir o mínimo de ajuste possível. Devem ser posicionados enquanto a argamassa estiver trabalhável e plástica e, em caso de necessidade de re acomodação do bloco, a argamassa deve ser removida e o componente assentado novamente de forma correta. c) Prumo: a falta de prumo de alinhamento na elevação da alvenaria não pode exceder o valor de 10 mm, além de atender a um limite de 2 mm por metro, como é mostrado na Figura 2.15. Quanto ao prumo total da obra, este não deve ultrapassar o valor de 25 milímetros. 18 Figura 2.15 - Limites máximos para o desaprumo e desalinhamento das paredes (Fonte: ABNT, 2010) No Quadro 2.1 apresentam-se de forma resumida os critérios de aceitabilidade da alvenaria estrutural: Quadro 2.1 - Variáveis de controle geométrico na produção da alvenaria (Fonte: ABNT, 2010) Fator Tolerância Espessura Junta horizontal Nível Espessura Junta vertical Alinhamento vertical Vertical (desaprumo) Alinhamento da parede Horizontal (desalinhamento) ± 3 mm 2 mm/m 10 mm no máximo ± 3 mm 2 mm/m 10 mm no máximo ± 2 mm/m ± 10 mm no máximo por piso ± 2 mm/m ± 10 mm no máximo 19 Para avaliar os itens de locação das paredes, Tomaz e Helene (2000) citam que os desvios máximos entre a localização real da parede e onde ela realmente devia estar devem ser de 10mm. A medida poderá ser feita pelo eixo da parede, ou pela face da mesma, uma vez que seja controlada sua espessura. Outro quesito que Tomaz e Helene (2000) citam sobre o controle tecnológico da execução da alvenaria estrutural é com relação à modulação das paredes. Para a avaliação deste item deve-se utilizar o projeto de paginação que, geralmente, é disponibilizado pelo projetista, e que deverá ser distribuído aos encarregados e operários que executarão o serviço. Esses autores ainda citam a importância da não utilização de blocos quebrados para compor algumas peças de ajustes. 20 3 MÉTODO DE PESQUISA Será realizado um levantamento de campo numa empresa que atua em Fortaleza executando prédios residenciais em alvenaria estrutural e que fazem parte do Programa Minha Casa Minha Vida. De posse desses dados, pode ser feita uma análise geral de quais erros executivos são mais incidentes na etapa de elevação das alvenarias, onde são discutidas as possíveis causas de tais ocorrências. A obra escolhida para ser feito o levantamento possui 4 torres, cada torre com 5 pavimentos e cada pavimento com 8 apartamentos, totalizando um total de 160 apartamentos. Existem quatro tipologias de apartamentos no empreendimento, que se diferenciam pelo tamanho, número de quartos e suítes de cada unidade, dependendo da torre onde elas se encontram. As tipologias encontradas são: a) Torres 1 e 2: 2Q – Esses apartamentos têm 46,58 m² de área privativa e possuem dois quartos; 2QS – Esses apartamentos têm 54,15 m² de área privativa, também possuem dois quartos, porém um deles é uma suíte; b) Torres 3 e 4: 2QS – Esses apartamentos têm 51,84 m² de área privativa, também possuem dois quartos, porém um deles é uma suíte. Apesar de ter mesma nomenclatura dos apartamentos 2QS presentes nas torres 1 e 2, estes apartamentos têm a área um pouco menor. 3QS – Apartamento de 58,68 m² de área privativa e possuem 3 quartos, sendo um deles suíte. No início desta pesquisa a obra encontrava-se na etapa de término da alvenaria dos últimos pavimentos e início dos acabamentos nos primeiros pavimentos. Levando em conta essa fase da obra está, foram tirados como apartamentos para amostragem apenas os dois últimos pavimentos de cada torre, totalizando 64 apartamentos, o que significam 40% do número de total de unidades do empreendimento. 21 Em anexo, segue as plantas das quatro tipologias de apartamentos que estão sendo considerados no estudo. O Quadro 3.1 mostra um resumo das tipologias e da amostragem de apartamentos que foram avaliados: Quadro 3.1 – Quadro de amostragem do levantamento de campo Torre Tipologias Área (m²) Qtde Total (unidades) Área Total (m²) Amostra (unidades) Área da Amostra (m²) 1 2 3 4 2Q 2QS 2Q 2QS 2QS 3QS 2QS 3QS 46,6 54,2 46,6 54,2 51,8 58,7 51,8 58,7 20 20 20 20 20 20 20 20 931,6 1083 931,6 1083 1036,8 1173,6 1036,8 1173,6 8 8 8 8 8 372,6 433,2 372,6 433,2 414,7 8 8 8 469,4 414,7 469,4 Foram analisados nas visitas aos apartamentos escolhidos os seguintes itens na alvenaria: a) Locação das paredes, onde foram analisadas se os eixos das paredes estão locados nos lugares indicados em projeto; b) Paginação dos blocos, onde foram analisados se os diferentes tipos de blocos estão alocados na parede da maneira indicada nos projetos de elevação; c) Prumo, onde foram medidas quais paredes estão com desaprumos, e o quanto elas estão. O valor representativo por apartamento foi tirado como o maior desaprumo encontrado nas paredes que o compõe. d) Alinhamento das paredes, onde foram analisadas as planicidades das paredes; e) Preenchimento das juntas, onde foram computadas as juntas secas que forem encontradas; f) Juntas Verticais, onde foram analisados os tamanhos ou a ausência das mesmas. O valor usado para representar aquele apartamento foi a máxima dimensão das juntas verticais que foram medidas. 22 g) Juntas Horizontais, onde também foram analisados os tamanhos ou a ausência das mesmas. Da mesma forma das juntas verticais, O valor usado para representar aquele apartamento foi a máxima dimensão das juntas que foram medidas. Foi elaborada uma ficha de verificação para ser usada na fase de levantamento de dados na obra, que contém os serviços que serão avaliados, e quais os valores de aceitabilidade. O modelo da ficha pode ser visto no Apêndice deste trabalho. De posse dos dados coletados foi feita uma análise geral de quais erros executivos são mais incidentes na etapa de elevação das alvenarias, sendo discutidas nos capítulos seguintes as possíveis causas de tais ocorrências. Ainda foram apresentadas as prováveis perdas geradas por esses erros, perdas essas que vão desde a minoração da resistência estrutural do edifício, dos custos que vão ser aumentados por conta de possíveis reserviços e adequações de serviços sucessores ao da alvenaria, geração de maior volume de resíduos de construção civil e possíveis problemas de utilização do apartamento pelo morador. 23 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram encontrados diversos erros durante as visitas à obra. Para esse trabalho serão mostrados aqueles erros executivos que foram explanados no capítulo anterior, dentre eles: locação das paredes, modulação dos blocos, prumo e alinhamento da parede, preenchimento das juntas, espessuras das juntas verticais e das juntas horizontais. Os dados que foram levantados na obra estão dispostos nos quadros 4.1 a 4.4, respectivamente para as torres 1, 2, 3 e 4. Quadro 4.1 – Dados levantados na Torre 1 24 Quadro 4.2 – Dados levantados na Torre 2 Quadro 4.3 – Dados levantados na Torre 3. 25 Quadro 4.4 – Dados levantados na torre 4. Além dos dados apresentados nos quadros, também foram feitos registros fotográficos, que serão apresentados mais adiante nas Figuras 4.6 a 4.9, para que pudessem ser consideradas também análises que não podiam ser mensuradas, como a modulação das paredes, rasgos em paredes, e pontos grauteamento executados de forma inadequada. Será apresentado a seguir especificamente cada um dos itens que foram analisados nos apartamentos do estudo de caso. 4.1 Locação das paredes Como descrito no capítulo anterior, na análise da locação das paredes, foram conferidos se os eixos das paredes estavam locados nos lugares indicados em projeto, medindo-se os desvios, ou seja, a diferença de distância onde a parede era para estar locada, de acordo com o projeto, e onde ela realmente está. Para facilitar a interpretação dos dados, tem-se a Figura 4.1, onde se pode observar a média dos desvios máximos por torre, e também os valores máximos de desvio na torre. 26 Figura 4.1 – Desvio de locação das paredes levantados em campo. Apesar de todas as paredes apresentarem um pequeno desvio, observa-se que o mesmo não é representativo, pois os limites máximos admissíveis tirados da literatura é igual a 10 milímetros (Tomaz e Helene, 2000), enquanto as médias dos desvios medidos em campo variam entre 05 a 06 milímetros e valores máximos iguais a 08 milímetros. Considera-se então que nenhuma das paredes da amostragem esteja fora do critério de aceitabilidade proposto. Nesta etapa de marcação da alvenaria, observou-se um maior controle de execução, por ser uma etapa que serve de referência para todo o serviço restante. Todas as equipes de produção contavam com um profissional mais qualificado, que era o único encarregado pela marcação das alvenarias da equipe. O controle é maior nessa etapa, pois os erros cometidos resultariam diretamente no tamanho dos vãos, um fator que interferirá diretamente para o usuário final. 4.2 Modulação dos blocos No quesito de modulação dos blocos, foram analisadas as paginações que não utilizassem adequadamente a família de blocos evitando ajustes com o uso de blocos quebrados. Como apresentado na literatura (Tomaz e Helene, 2000), as paredes de alvenaria somente poderão ser executadas com blocos inteiros, não admitindo corte e quebra de blocos para obtenção de “peças de ajuste”. A Figura 4.2 mostra o registro fotográfico feito em uma 27 parede de um apartamento da torre 02, que ilustra a utilização de vários blocos que foram quebrados para completar a alvenaria, sem seguir a paginação correta da parede. Figura 4.2 – Alvenaria inadequada no quesito paginação Estão apresentados nas Figuras 4.3 e 4.4 respectivamente os percentuais de erros referentes à paginação das alvenarias encontrados das torres 1 e 2 e das torres 3 e 4. FIgura 4.3 – Percentual de apartamentos com problemas na paginação por torre. a) Torre 01; b) Torre 02 28 Figura 4.4 – Percentual de apartamentos com problemas na paginação por torre. c) Torre 03; d) Torre 04 Um item que se mostrou bastante falho na obra foi com relação à modulação. Os projetos de paginação da alvenaria elaborados pelo projetista praticamente não foram seguidos, sendo que muitos não foram sequer distribuídos. Com a modulação feita correta, a amarração das paredes será enormemente simplificada, havendo um ganho significativo em termos da racionalização do sistema construtivo. Entretanto, se essa condição não for atendida, será necessário se utilizar unidades especiais para a correta amarração das paredes, o que pode trazer algumas consequências desagradáveis para o arranjo estrutural. Outra consequência da não realização da modulação correta da paginação está relacionada com a utilização de blocos quebrados para o ajuste da alvenaria. Esse procedimento incorreto resultará em um custo maior e uma racionalidade menor para a obra se verifica não só em relação à mão-de-obra para execução dos enchimentos propriamente ditos, mas também pelo seu efeito negativo no próprio dimensionamento da estrutura como um todo. Verificou-se que em todas as torres, houve um número considerável de paredes que não seguiam critério nenhum de paginação, e que ainda contava com muitos blocos quebrados para ajuste em espaços não modulados. Erros como esse ocorrem pela falta de mão-de-obra qualificada para a execução da alvenaria estrutural. Na visita a obra, constatouse que muitos dos pedreiros que executaram a alvenaria eram acostumados somente com a execução da alvenaria de vedação e que não tinham experiência com a alvenaria estrutural. Um fator que também dificulta bastante a execução da paginação correta é a grande 29 variabilidade no tamanho dos blocos cerâmicos, onde foram constatados lotes inteiros de com a largura de quase um centímetro a mais do que o padrão. 4.3 Prumo e alinhamento das paredes A Figura 4.5 tem-se o registro feito em um apartamento da torre 04, onde foi encontrada uma parede com desaprumo considerável na abertura da porta. Figura 4.5 – Alvenaria inadequada no quesito prumo A Figura 4.6 mostra a média dos desaprumos máximos por torre, e também os valores máximos na torre. 30 Figura 4.6 – Prumos das paredes levantados em campo. Na análise dos prumos e alinhamento das alvenarias, também se constatou uma quantidade considerável de apartamentos com pontos de desaprumo. Como mostrado na explanação da literatura, os limites admissíveis são de 2 milímetros para cada metro de alvenaria, então considerando-se uma alvenaria padrão do apartamento com 2,80 metros de altura, o limite admissível passa a ser 5,60 milímetros. Observando os dados levantados, percebe-se valores consideráveis, com as médias por bloco variando entre 8 e 10 milímetros. Ainda pode ser visto valores extremos pontuais de até 16 milímetros. Uma das possíveis causas desses desaprumos está relacionada à falta de ferramentas adequadas para a execução do trabalho como os escantilhões e o nível de bolha. Um fator que também deve ser considerado é a exigência pela velocidade de execução do serviço, onde se percebeu ser constante no canteiro de obras. Essa exigência aumenta as chances de aparecerem mais erros, principalmente no que se refere nos quesitos que dependem da fase de elevação da alvenaria, que a etapa que mais demanda tempo. Além de causarem esforços adicionais na alvenaria que não foram considerados pelo projetista, os desaprumos e desalinhamentos existentes na alvenaria acarretarão em desperdícios futuros, isso por que na etapa de revestimento a espessura deste precisará ser maior para garantir a “planicidade” da parede. Esse aumento na espessura acarretará não só em um consumo maior de material, mas também demandará um maior tempo de mão-de-obra trabalhada para a execução do serviço. Verificou-se, em campo, que a execução do serviço estava sendo feita sem a utilização de quase nenhuma das ferramentas que são recomendadas pela literatura e que 31 foram apresentadas nesse trabalho. Por exemplo, o escantilhão, que é uma ferramenta fundamental e que garantiria o prumo e alinhamento das paredes, não foi encontrado na obra durante a execução. Outra ferramenta que ajudaria a garantir o prumo seria a utilização da régua de prumo com bolhas, porém foi verificado que durante a execução, as réguas que estavam sendo usadas não tinham as bolhas para verificação do nível. Além dessas duas, foi notada a ausência de outras ferramentas que incorporariam velocidade na execução da alvenaria com a garantia de qualidade do serviço, como o nível alemão para conferência de níveis, e a palheta ou canaletas para padronizar as espessuras das juntas. Da mesma forma da paginação, a grande variabilidade nas dimensões dos blocos cerâmicos facilitam as falhas na execução da alvenaria estrutural quanto ao prumo e alinhamento das paredes. 4.4 Juntas 4.4.1 Preenchimento das juntas Na análise de preenchimento das juntas, foi conferida a existência, ou não, da argamassa que une os blocos, tanto as juntas horizontais como as verticais. Na Figura 4.7 pode-se observar uma parede com ausência de argamassa nas juntas verticais em alvenaria encontradas na torre 03. Figura 4.7 – Alvenaria com juntas verticais sem preenchimento 32 Em todos os apartamentos visitados, foi encontrada pelo menos uma parede com juntas sem o preenchimento. Em alguns casos os blocos cerâmicos estavam juntos um do outro sem nenhum espaçamento entre eles, porém em alguns apartamentos (como foi mostrado na Figura 4.7) foi deixado o espaçamento da junta, mas o mesmo não foi preenchido com a argamassa. Segundo a literatura (ROMAH, SEM DATA), o não preenchimento dessas juntas verticais causa uma redução na resistência das estruturas aos esforços laterais e principalmente uma menor rigidez à flexão e ao cisalhamento. As faltas das juntas ainda causarão também a facilidade da entrada de intempéries, o que causará outras manifestações patológicas que acarretará consequências diretas aos usuários finais. 4.4.2 Juntas verticais Na Figura 4.8 pode-se ver uma parede presente em um apartamento da torre 04, que apresenta junta vertical com tamanho considerável. Figura 4.8 – Alvenaria com juntas verticais com preenchimento vertical inadequado. Na Figura 4.9 pode-se observar a média das juntas verticais máximas por torre, e também os valores máximos pontuais por torre. 33 Figura 4.9 – Juntas verticais máximas levantadas em campo. Pode-se observar que os apartamentos apresentam algumas juntas verticais com média de 35 milímetros e dois valores pontuais de 70 milímetros encontrados nas torres 01 e 04. São valores elevados se comparadas com os limites encontrados na literatura (ABNT, 2010), que recomendam juntas médias de 10 milímetros. 4.4.3 Juntas horizontais Na Figura 4.10 tem-se o registro feito em uma parede da torre 01, onde se encontrou uma parede com uma junta horizontal inadequada. No caso mostrado a junta horizontal não foi preenchida totalmente, onde foi deixada uma parte sem argamassa. 34 Figura 4.10 – Alvenaria com juntas horizontais sem preenchimento Na Figura 4.11 pode-se observar a média e os valores máximos pontuais por torre das juntas horizontais máximas e as juntas horizontais mínimas na Figura 4.12. Figura 4.11 – Juntas horizontais máximas levantadas em campo. 35 Figura 4.12 – Juntas horizontais mínimas levantadas em campo. Observa-se que os apartamentos também apresentam algumas juntas horizontais elevadas (com a média em torno de 20 milímetros), se comparadas com os limites encontrados na literatura (ABNT, 2010), que recomendam juntas médias de 10 milímetros. Foram verificados alguns pontos em que nota-se a ausência da junta horizontal, o que é muito prejudicial à alvenaria. Na análise das juntas horizontais, estas se mostraram menos espessas que as verticais, mesmo assim ainda apresentam-se inconformes se comparadas às indicações das normas, que ainda afirmam que juntas espessas diminuem gradativamente a resistência à compressão da alvenaria. 4.5 Outros erros Além dos erros executivos apresentados nos itens acima, também foram feitos registros de outros erros e manifestações patológicas que foram encontrados pontualmente durante a inspeção dos apartamentos, dentre eles: grauteamento mal executado, juntas fissuradas, rasgo na alvenaria decorrente da tubulação elétrica executada após a alvenaria e umidade nos blocos. 4.5.1 Ponto de graute inadequado Na vistoria, foram encontrados pontos abertos para conferência de existência ou não do graute em alguns pontos que foram especificados em projeto pelo projetista. Em 36 alguns desses pontos abertos, verificou-se a ausência do graute, onde havia somente a armadura solta dentro do furo. A Figura 4.13 mostra um registro do erro encontrado na Torre 03. Figura 4.13 – Ponto inadequado de graute. Esse erro pode ser constatado pela abertura de um dos blocos onde deveria passar o graute, e só foi notada a ausência deste em um só local. Não significa que somente este ponto estivesse sem o graute, mas foi o único ponto que foi possível observar. Como já foi comentada, a falta do grauteamento acarretará em um ponto com resistência normal da alvenaria, onde foi considerado pelo projetista um ponto com resistência reforçada. Esse tipo de erro poderá fazer com que apareçam fissuras na alvenaria, e em casos mais extremos a probabilidade do colapso da parede. 4.5.2 Juntas fissuradas Durante a vistoria dos apartamentos foi encontrada, na torre 04, uma parede com as juntas horizontais e verticais fissuradas. Provavelmente a falha ocorreu pela ação de alguma perturbação na alvenaria recém-executada. Pode-se ver pela Figura 4.14, a parede da torre 04 citada acima. 37 Figura 4.14 – Juntas Fissuradas. 4.5.3 Rasgos na alvenaria Na torre 03 foi encontrado um rasgo na alvenaria em uma parede da sala, como pode ser visto na Figura 4.15. O rasgo foi feito para colocação de uma caixa elétrica que não foi executada normalmente junto com a execução da alvenaria. Figura 4.15 – Rasgo na alvenaria para colocação de tubulação elétrica. Como foi apresentado no capítulo de revisão bibliográfica, é exigida, na fase de elevação da alvenaria, a colocação prévia das caixas elétricas que ficam nas paredes para que sejam evitados rasgos posteriores nessas. O procedimento de quebrar a parede para 38 possibilitar o encaixe do eletroduto na alvenaria já executada além de contrariar a racionalização buscada com o uso desse processo construtivo diminuirá a resistência da alvenaria. Esse erro, além de aumentar os desperdícios com mão-de-obra com os “retrabalhos”, poderá levar a alvenaria à ruptura, em casos extremos. Esse tipo de falha pode ser evitado primeiramente com a contratação de mão-deobra qualificada e treinada para a execução daquele serviço específico. Uma segunda solução complementar e importante para evitar erros desse tipo é a implantação de uma central de corte de blocos, aonde estes já chegariam ao operário inventariados e com as caixas elétricas pré-colocadas nos blocos. 4.5.4 Umidade nos blocos Outra manifestação patológica encontrada na torre 03 foi uma parede onde já era possível ser notado mofo devido à umidade excessiva na alvenaria, que pode ser observado na Figura 4.16. Provavelmente a falha ocorreu pela execução da alvenaria no período de chuva, onde a água fica “armazenada” nos furos do bloco. Figura 4.16 – Parede com blocos cerâmicos úmidos. Pode-se observar que há uma despreocupação com a possibilidade de ocorrência de umidade nas paredes. Uma hipótese para tal manifestação seria a infiltração de água por um ponto qualquer da parede, como um vazamento de tubulação, a qual desceria até ao pé da parede pelos furos verticais. Outra possibilidade é a falta de cobertura das paredes durante a 39 execução, que com a ocorrência de chuvas, os furos dos blocos poderiam ter-se enchido, tendo a parede funcionando como verdadeiro reservatório de água. Acredita-se que, se houve acúmulo de água da chuva na base da parede, tal fenômeno ocasionará, durante longo período, além das eflorescências já descritas, outras patologias incompatíveis com a habitação, tais como a proliferação de fungos, como já pôde ser notado na vistoria. Um fator muito importante que deve ser levado em conta com relação a essa umidade excessiva nos blocos cerâmicos é a perda de resistência do bloco, que poderá levar a obra à ruína, principalmente quando esta umidade é nos blocos inferiores que são os mais solicitados. 40 5 CONCLUSÕES Diante dos dados levantados, podem-se tirar as seguintes conclusões com base nos resultados e apresentados no capítulo anterior: 1) Na etapa de locação das paredes, apesar de a maioria dessas apresentarem algum desvio, observa-se que o mesmo está dentro dos critérios de aceitabilidade, pois os valores máximos admissíveis para esses desvios são de 10 milímetros, enquanto a média de desvios dos apartamentos levantados foi de 5,5 milímetros. 2) Na análise de paginação da alvenaria, notou-se que não é dada muita importância para este item na obra. Em aproximadamente 50% da amostra foram encontradas paredes que apresentavam diferenças entre o projeto de paginação e o que foi executado. 3) Na conferência dos prumos das paredes, observa-se que o desaprumo também é um erro bastante comum na execução da alvenaria estrutural. A média dos desaprumos medidos nos apartamentos foi 9 milímetros, enquanto o nível de aceitabilidade exige apenas 2 milímetros por metro, o que nas alvenarias estudadas seria um limite de 5,6 milímetros. 4) Na análise das juntas de argamassas da alvenaria, notou-se que este ponto é um dos mais críticos dos erros levantados. Foram constatadas muitas juntas sem preenchimentos, principalmente as verticais. 5) Notou-se também a grande variabilidade da espessura dessas juntas, com médias das juntas máximas de 18 milímetros e médias das juntas mínimas de 3,5 milímetros para juntas horizontais, enquanto os critérios de aceitabilidade são de 10 milímetros, podendo variar apenas 3 milímetros, para mais ou para menos. 6) Ainda relacionado as juntas de argamassa, foram encontradas juntas verticais com espessuras de 70 milímetros, enquanto exige-se o valor de 10 milímetros. Além de diminuir a resistência da alvenaria, juntas muito espessas como essa afetaram na paginação da alvenaria. 7) Outros erros e manifestações patológicas foram encontrados durante o levantamento de campo, como pontos inadequados de grauteamento, junta de argamassas com fissuras, rasgos na alvenaria para execução de pontos elétricos e umidade excessiva na base das paredes. Todos esses pontos causam problemas 41 tanto quanto a segurança estrutural da obra como também em manifestações patológicas que afetarão diretamente o usuário. 8) Muitos desses erros encontrados poderiam ser evitados, ou pelo menos amenizados com a utilização de todas as ferramentas disponíveis para a execução da alvenaria estrutural. Outro fator que melhoraria a qualidade da alvenaria estrutural é a utilização de mão-de-obra experiente e capacitada com as características específicas da execução desse tipo de obra. Um último fator que também merece uma importância é o controle de tamanho dos blocos, onde não devem ser utilizados blocos com dimensões fora de padrão. 5.1 Sugestões para trabalhos futuros Como sugestão para trabalhos futuros, poder-se-ia realizar as análises também da influência da utilização de materiais inadequados em obras de alvenaria estrutural, onde podem ser analisadas tanto fatores relacionados aos blocos, como resistência, dimensões e ortogonalidade, como também verificação dos traços de argamassa e de graute. Seria interessante também analisar os custos adicionais incorporados pelas falhas executivas e referentes ao uso de materiais inadequados na alvenaria estrutural, onde podem ser contabilizados parâmetros como desperdício de material e de mão-de-obra e o custo financeiro que a construtora terá por possíveis atrasos na entrega da obra. 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15812: Alvenaria estrutural - Blocos cerâmicos Parte 2: Execução e controle de obras. Rio de Janeiro, 2010. CAMACHO J. S.; Projeto de edifício de alvenaria estrutural. Universidade Estadual Paulista, Ilha solteira, São Paulo, 2006. FREITAS JR, J. A.; Construção Civil II: Alvenaria Estrutural. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Sem data. KALIL, S. B.; LEGGERINI, M. R.; Alvenaria Estrutural. Curso de Graduação. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2002. MANZIONE, L.;Projeto e execução de Alvenaria estrutural – Primeiros passos da qualidade no canteiro de obras. São Paulo, 2004. PEDROSO, G. M.; O Desenvolvimento do sistema construtivo em alvenaria estrutural no estado do Tocantins – IV Jornada de iniciação cientifica do CEULP/ULBRA, 2004. PRUDÊNCIO JR., L. R; OLIVEIRA, A L.; BEDIN, C.A. Alvenaria Estrutural de Blocos de Concreto. Assossiação Brasileira de Cimento Portland, Gtec - Florianópolis, 2002. RAMALHO, M.A.; CORRÊA, M.R.S. Projeto de edifícios de alvenaria estrutural. São Paulo: Pini, 2003. RICHTER, C.; MASUERO, A.B.; FORMOSO, C.T.; Manifestações patológicas de alvenaria: uma análise de causa e efeito. In: CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE PATOLOGIAS E RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS, 12., 2010, Córdoba. ROMAN, H. R.; SIGNOR, R.; RAMOS, A. S.; Análise de Alvenaria Estrutural. Grupo de Desenvolvimento de Sistemas de Alvenaria – Santa Catarina, Sem Data. THOMAZ, E.; HELENE, P., Boletim técnico: Qualidade no projeto e na execução de alvenaria estrutural e de alvenarias de vedação em edifícios. São Paulo: Escola Politécnica da USP, 2000. 43 ANEXOS ANEXO A – Plantas baixas das tipologias de apartamentos das torres. ANEXO B – Modelo da ficha de verificação. 44 ANEXO A - Plantas baixas das tipologias de apartamentos das torres Anexo A1 - Planta de apartamento de tipologia 2Q das torres 1 e 2. Anexo A2 - Planta de apartamento de tipologia 2QS das torres 1 e 2. 45 ANEXO A - Plantas baixas das tipologias de apartamentos das torres Anexo A3 - Planta de apartamento de tipologia 2QS das torres 3 e 4. Anexo A4 - Planta de apartamento de tipologia 3QS das torres 3 e 4. 46 ANEXO B - Modelo da ficha de verificação