ISCA‐ 40 anos Culmina hoje a semana de festejos do 40º aniversário do ISCA. A efeméride foi devidamente assinalada ao longo de uma semana, graças ao esforço de todos os que colaboraram e participaram nas iniciativas promovidas pela comissão organizadora. O Sr. Vice-Reitor, o Prof. Eduardo Silva, deu-nos a honra de abrir o programa que incluiu uma exposição dedicada à vida e obra de Gonçalves da Silva (nome grande da contabilidade nacional), dois debates interessantíssimos, um sobre contabilidade forense, outro dedicado à sustentabilidade, ambos abrilhantados por eloquentes oradores. Contámos ainda com o retorno à escola de alguns dos antigos alunos, que tiveram oportunidade de apresentar os trabalhos de dissertação. Terminamos hoje com um momento solene, lisonjeados pela presença de tão honrosos convidados especiais. Agradeço a todos o envolvimento, em particular aos elementos dessa comissão: Prof Graça Azevedo, Elisabete Vieira, Dr.ª Célia e o Fábio, com a colaboração especial da Dr. Mª do Céu. Começo este discurso olhando para o passado com respeito e admiração. Esta “comissão de festas” entendeu que hoje seria uma boa ocasião para prestar uma merecida homenagem aos antigos dirigentes desta escola e eu aproveitei a deixa, constatando que poderia, desse modo, saldar uma dívida que tenho para com esses dirigentes. Cada um no seu estilo deu o seu contributo para que a escola se transformasse naquilo que é hoje. Agradeço o legado, em nome de todos os que usufruem dele e procuro recolher, em cada um dos modelos, inspirações para o presente: -mais recentemente, a Prof.ª Fátima Pinho, que atravessou momentos de grande dificuldade, como o são sempre os de adaptação às mudanças, tais como aquela que ocorreu, resultante da aplicação dos princípios de Bolonha e da integração em pleno, na UA; mesmo com algumas adversidades, são da sua responsabilidade as primeiras iniciativas de Cursos de Especialização Tecnológica (CET) e a incursão no ensino à distância. -antes e, infelizmente, por um período curto de tempo, a Dr.ª Elda Guimarães que, no espaço de tempo que esteve à frente da escola conseguiu imprimir-lhe uma dinâmica notável, expandindo a rede Erasmus de colaboradores internacionais, dando forma ao projeto do edifício B, implementando procedimentos de eficiência no quotidiano. Conseguiu contagiar toda a comunidade académica com a sua energia e empatia, mostrando-nos um exemplo vivo do que representa pôr em prática a defesa de valores nobres que todos afirmamos! -mas impõe-se uma referência especial para alguém que esteve na origem da implantação do ISCA em Aveiro e que liderou a escola durante quase 30 anos – o Dr. Joaquim Cunha. Soube conduzi-la desde um simples pólo do Instituto Comercial do Porto, até à escola que é hoje uma referência regional, nacional e internacional. Tratando-se de um homem de visão, soube apostar no seu desenvolvimento sem descurar nenhuma das suas vertentes essenciais – os espaços físicos, os recursos pedagógico-didáticos, a modernização; incitou e procurou condições para incentivar os docentes a fazerem a sua formação académica, antecipando as exigências que viriam a firmar-se no novo estatuto da carreira docente do ensino superior politécnico. Soube estar recetivo às ideias apresentadas pelo seu corpo docente, não docente e discente, incutindo-lhes o seu empenho para que se tornassem num sucesso. O ISCA foi, pela mão do Dr. Cunha, o precursor dos CESE (Cursos de Estudos Superiores Especializados) e o primeiro mestrado em Contabilidade em Portugal, também é a ele que se deve, através de um protocolo firmado com a Universidade Aberta. Manteve, ao longo dos anos, um ótimo relacionamento com todos dentro e fora da escola, conseguindo, assim, um protagonismo notável para o ISCA no seio do ensino superior politécnico nacional. Dr. Cunha, esta homenagem é mais do que devida e eu orgulho-me de lhe dar, agora, mais uma voz! Ainda com referência ao passado, noto que recebemos aqui hoje alguns antigos alunos. Também hoje são, aqui, homenageados! Logo que esta direção assumiu funções, procurou reativar contactos antigos recorrendo, nomeadamente a redes sociais. Hoje, muitos desses alunos constam já da base de dados que a Reitoria está a organizar e o passo seguinte será o de transformar esse relacionamento, tornando-o mais próximo, de modo que exista uma interação real entre três vértices: as iniciativas da academia, os antigos alunos e os agentes empregadores. A universidade e a sociedade enriquecerão com essa trilogia em ação. Lembrando todo este passado construído com funcionários, docentes e alunos, (alguns hoje aqui presentes) não posso deixar de sentir orgulho em festejar o presente. Apesar de ensombrado pelos cortes orçamentais, o momento é de alegria! Temos motivos para essa alegria: os alunos estão empenhados, os colegas e funcionários entregam-se genuinamente a esta causa nossa que é o desenvolvimento do ISCA no seio da UA e o reconhecimento público dos seus diplomados em contabilidade, finanças e marketing - na cidade, na região, no país e no mundo. A UA apostou no Ensino superior politécnico ao criar a ESTGA, a ESAN e a ESSUA e com a integração do ISCA. É preciso, no entanto, notar que, ao contrário das suas congéneres, criadas de raíz pela UA, o ISCA faz a sua integração já num estado diferente de maturidade, com as suas estruturas definidas. Falo, em particular, do corpo docente do ISCA que, por força da alteração estrutural no estatuto da sua carreira, precisa de uma “atenção especial” que possibilite a formação de muitos dos seus elementos. Conhecendo a personalidade do Digníssimo Reitor da UA, estou certa de que se empenhará para que isso seja possível. O futuro da escola precisa dessa vontade! Tendo consciência de que a hora é de “aperto”, tudo faremos para contribuir para a sustentabilidade da UA, pautando a nossa ação diária por uma atitude séria, quer através de pequenos gestos, refletidos nos consumos, quer na procura de parcerias que possam traduzir-se em receitas próprias. Os nossos centros CIMAD e CEPAC encontram-se em atividade, e muitos dos docentes do ISCA estão em “campo” para garantir o desenvolvimento dessa componente de ligação com o meio envolvente. A par, estamos também a apostar na sistematização das atividades de investigação, nomeadamente, da investigação aplicada. No início deste ano letivo accionámos o PIAED – programa de apoio integrado à elaboração de dissertações. Com esta iniciativa pretendemos não só aumentar a taxa de conclusão nos cursos de mestrado mas também promover a interdisciplinaridade entre as diversas áreas de conhecimento, presentes na formação oferecida no ISCA. Ao mesmo tempo, esta dinâmica impulsionará o contributo dos docentes do ISCA, que integram linhas de investigação da GOVCOP. A realidade presente do ISCA tem que se ajustar, face à conjuntura nacional e a oferta de Cursos de Especialização Tecnológica (CET) sofreu uma reorganização. Mas para grandes males… grandes remédios e, com engenho e determinação, superam-se obstáculos. A colaboração transversal na UA e os instrumentos proporcionados pela Reitoria possibilitarão, em breve, a oferta formativa do CET em Técnicas de Gestão e Turismo, em colaboração com o DEGEI. Em todos os cursos ministrados, é vital a relação com as organizações profissionais. Congratulo-me com a presença do Sr. Bastonário da OTOC e do representante da APM e espero, no presente e no futuro, contribuir para o desenvolvimento destas ligações. Somos um povo determinado, e esta escola tem uma elevada concentração dessa característica, patente no estado de desenvolvimento que conseguiu alcançar. Comecei pelo passado, esse passado determina a perseverança no presente e a esperança num futuro melhor! Os meus parabéns a todos aqueles que são responsáveis pelos 40 anos do ISCA, festejados em tão boa forma! 22 de Outubro de 2011 Cristina Miranda