REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 7- Número 1 - 1º Semestre 2007 Dependência espacial de atributos físicos e hídricos de um espodossolo da zona da mata de Pernambuco Milton César Costa Campos1; Fabio Barbosa Ferraz2; Eriberto Vagner de Souza Freitas2; Zigomar Menezes de Souza3 RESUMO O objetivo deste trabalho foi caracterizar a variabilidade espacial de atributos físicos e hídricos em um Espodossolo da Zona da Mata de Pernambuco. Foram coletadas amostras de solo em uma malha regular com intervalos de 6m, na profundidade de 0,0-0,2m, foram realizadas as seguintes análises físico-hídricas: composição granulométrica (areia fina e grossa, silte e argila), densidade de partículas, densidade do solo, condutividade hidráulica do solo saturado, capacidade de campo, ponto de murcha permanente e água disponível. Os atributos físicos e hídricos do solo foram analisados por meio de estatística descritiva e geoestatística. A distribuição espacial dos atributos físico-hídricos em estudo não é aleatoria, pois todas as variáveis apresentaram grau de distribuição espacial moderada ou forte. A amplitude das variáveis estudadas enfoca que, numa mesma classe de solo, se observa que ocorre variabilidade espacial dos atributos físico-hídricos. Palavras-chave: resíduo de escória, resíduo industriais, Eucalyptus urograndis. Spatial dependence of physical and hydrical attributes of a espodossolo in he atlantic forest of Pernambuco ABSTRACT The objective of this work was to characterize the spatial variability of physical and hydrical attributes in an Espodosol of the Atlantic Forest of Pernambuco. Soil samples were collected in a regular mesh with intervals of 6 m, at the depth of 0.0-0.2 m. The following physico-hydrical analyses were carried out: particle size composition determination (fine and coarse sand, silt and clay), particle density, bulk density, saturated hydraulic conductivity, field capacity, wilting point and water availability. The physical and hydrical attributes of the soil were analyzed by means of descriptive statistics and geostatistics. We observed that the physico-hidrical attributes studied do not show a random spatial distribution, since all for the variables presented a moderate or strong degree of spatial dependence. The range of the studied variables indicates that there is spatial variability of the physico-hidrical attributes in one same class of soil. Keywords: soil attributes, geostatistics, kriging. 1 INTRODUÇÃO A variação dos atributos do solo é produto da ação dos fatores de formação e da interação destes nas diferentes escalas de tempo e de espaço. Assim, estudar a variabilidade espacial do solo torna-se importante, visto que em agricultura, informação sobre a estrutura do espaço é fundamental para se entender o comportamento dos atributos físicos e hídricos do solo e com base nestas informações fazer inferências sobre as práticas de manejo do solo e das culturas (Søvik & Aagaard, 2003; Souza et al., 2001). 84 O solo apresenta ampla variabilidade dos seus atributos, tanto no sentido vertical como horizontal, resultante da interação dos processos que comandam os fatores de sua formação (Carvalho et al., 2003). Por outro lado Young et al. (1999) afirmam que as variações dos atributos físicos e hídricos do solo estão relacionadas ao material de origem, ao ambiente de deposição de sedimentos e principalmente às pequenas variações do relevo, uma vez que regula o tempo de exposição dos materiais à ação do intemperismo. O conhecimento do comportamento dos atributos físico-hídricos do solo torna-se uma premissa básica quando se pretende estabelecer práticas de manejo adequadas de solo e de culturas, pois a não observância desses conceitos ocasionará em erros na amostragem e manejo do solo. Isso decorre da ampla variação espacial dos atributos do solo e sentido e direção dos fluxos da água (Iqbal et al., 2005). O uso de métodos estatísticos clássicos, por ignorar a localização geográfica das amostras e utilizar valores médios para os atributos do solo, poderá inferir em erros. Alternativamente, os métodos geoestatísticos estão sendo utilizados com mais freqüência, tanto para as análises da dependência espacial como para a interpolação através da krigagem, por apresentar a vantagem de fornecer uma informação mais precisa (Vieira, 2000). A geoestatística permite determinar se um atributo apresenta ou não estrutura espacial, uma vez conhecido o modelo da dependência espacial é possível mapear a área estudada. Quando um determinado atributo do solo varia de um local para outro, com algum grau de organização ou continuidade expresso por meio da dependência espacial, a estatística clássica deve ser aliada a geoestatística. Alguns estudos sobre variabilidade espacial das propriedades hidrodinâmicas do solo de parcelas agrícolas ou de vertentes de bacias hidrográficas, indicaram que os solos, mesmo de aparência homogênea, apresentam considerável variabilidade, no espaço, das suas propriedades físicas e hídricas (Sharma & Luxmoore, 1979; Abreu et al., 2003; Souza et al., 2004a; Grego & Vieira, 2005). A conseqüência dessa variabilidade sobre a resposta hidrológica de uma parcela não está ainda bem entendida. Rehfeldt et al. (1992) e Souza et al. (2004a) encontraram elevada variabilidade na condutividade hidráulica do solo saturado, cuja variabilidade foi atribuída a fatores de heterogeneidade do solo e, principalmente, à origem deposicional do solo a partir de sedimentos aluviais distintos ao longo da paisagem. Diante disso o objetivo deste trabalho foi caracterizar a variabilidade espacial de atributos físicos e hídricos de um Espodossolo Cárbico hidromórfico na zona da mata de Pernambuco. 2 MATERIAL E MÉTODOS A área de estudo localiza-se no Campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco, e apresenta as coordenadas geográficas: 8º04'03"S latitude e 34º55'00"W longitude, com relevo predominantemente plano. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo As, caracterizado por clima quente e úmido, com precipitações médias em torno de 1.200mm e temperatura média de 25,2ºC. Nesta região predominam os Espodossolo Cárbico hidromórfico (Ekg) conforme Embrapa (1999), desenvolvidos de sedimentos arenosos da Formação Barreiras, sendo que a área estava sob pousio com gramíneas nativas. Os solos foram amostrados nos pontos de cruzamento de uma malha, com intervalos regulares de 6 m, perfazendo um total de 30 pontos em uma área de (18 x 60 m) 1.080m2, na profundidade de 0,0-0,2m (Figura 1). A composição granulométrica foi determinada pelo método do densímetro, utilizando solução de NaOH 0,1N como dispersante químico e agitação mecânica em aparato de alta rotação por 15 min. A fração argila foi determinada utilizando-se o densímetro de Boyoucos. As frações areia grossa e fina foram obtidas por peneiramento úmido e pesagem, após secagem em estufa. A fração silte foi obtida por diferença ente a massa da amostra seca e os teores de argila mais areia total. A densidade do solo foi obtida pelo método da proveta, compreendendo a secagem a 105ºC e pesagem do solo acondicionado e compactado em proveta de 100 ml. A densidade das partículas foi determinada pelo método do balão volumétrico conforme metodologia da 85 Direção do eixo Y Embrapa (1997). A porosidade total foi calculada a partir dos dados obtidos da densidade do solo e da partícula. A condutividade hidráulica saturada dos solos foi determinada em amostras deformadas (TFSA), utilizando-se cilindro de plástico com 23 cm de altura e 2,5 cm de diâmetro, com permeâmetro de carga constante. Através da mensuração de água percolada durante o horário de tempo previamente estabelecido, que foi dividido pela área do cilindro, obteve-se o valor do fluxo, sendo a condutividade hidráulica calculada conforme a lei de Darcy, e expressa em cm h-1. As seguintes variáveis físico-hídricas foram analisadas: retenção de água a 33 kPa, (capacidade de campo - CC) e a 1500 kPa (ponto de murcha permanente - PMP), conforme Embrapa (1997). A água disponível foi obtida por diferença entre CC e PMP e expressa em porcentagem. Os atributos físico-hídricos foram analisados por meio da análise estatística descritiva, calculando-se a média, mediana, desvio padrão, coeficiente de variação, coeficiente de assimetria e coeficiente de curtose. A hipótese de normalidade dos dados foi testada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, por meio do programa computacional SAS (Schlotzhaver & Littell, 1997). Grade Amostral 15 10 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Direção do eixo X A análise da dependência espacial foi feita por meio da geoestatística (Vieira et al.,1983). Com base nas pressuposições de γˆ ( h) = 1 N (h) [Z ( xi ) − Z ( xi + h)]2 ∑ 2 N ( h) i =1 (1) em que, N(h) é o número de pares de pontos medidos das variáveis regionalizadas Z(xi), Z(xi + h), separadas por um vetor h. O gráfico de γˆ (h) contra os valores correspondentes de h, é denominado semivariograma. Do ajuste de um modelo matemático aos valores estimados de γˆ (h) são definidos os coeficientes do modelo teórico para o semivariograma (o efeito pepita, C0; variância estrutural, C1 ; patamar, C0 + C1; e o alcance, a). O efeito pepita é o valor da semivariância para a distância zero e representa o componente da variação ao acaso; o patamar é o valor da semivariância onde a curva estabiliza sobre um valor constante; o alcance é à distância da origem até onde o patamar atinge valores estáveis, considerando o limite da dependência espacial da grandeza medida. Foram ajustados aos dados os seguintes modelos: (a) esférico (Esf), γˆ (h) = C0 + C1 [1,5 (h/a)-0,5 (h/a)³] para 0 < h < a e γˆ (h) = C0 + C1 para h > a; (b) exponencial (Exp), γˆ (h) = C1 + C1 [1 – exp (-3h/a)] para 0 < h < d, onde d é a distância máxima na qual o semivariograma é definido; (c) gaussiano (Gau), γˆ (h) = C0 + C1[1-exp (-3h²/a²)]. 86 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados referentes à análise descritiva para as variáveis físico-hídricas são apresentados na Tabela 1. O teste KolmogorovSmirnov não indicou normalidade para todas as variáveis em estudo. Porém, nota-se que os valores da média e mediana de todas as variáveis são próximos, o que caracteriza distribuição simétrica. Os coeficientes de assimetria e curtose estão próximos de zero, com exceção para densidade de partícula. Mais importante que a normalidade e que os semivariogramas apresentem patamares bem definidos e, que a distribuição não apresente caudas muito alongadas, o que poderia comprometer as estimativas da krigagem, as quais são baseadas nos valores médios (Isaaks & Srivastava, 1989). Corá et al. (2004) estudando a variabilidade espacial de atributos do solo para a cultura de cana-de- açúcar não encontraram normalidade para as variáveis em estudo. Coeficientes de variação (CV) são adimensionais e permitem a comparação de valores entre diferentes atributos do solo. Valores elevados de CV podem ser considerados como os primeiros indicadores da existência de heterogeneidade nos dados. De acordo com a classificação do coeficiente de variação (CV) proposta por Warrick & Nielsen (1980), as variáveis areia total, areia fina, silte, argila, densidade do solo, densidade de partícula e porosidade total apresentaram baixos valores do coeficiente de variação (3,12, 4,41, 10,24, 11,73, 3,92, 2,68 e 7,31%, respectivamente), indicando baixa variabilidade dos dados (Tabela 1). A variável condutividade hidráulica apresentou CV muito alto, concordando com os resultados obtidos por Warrick & Nielsen (1980), Abreu et al. (2003) e Souza et al. (2004a). Tabela 1. Estatística descritiva para as variáveis areia total (g kg-1), areia fina (g kg-1), areia grossa (g kg-1), silte (g kg), argila (g kg-1), densidade do solo (kg m-3), densidade de particulas (kg m-3 ), porosidade total (m3 m-3), condutividade hidráulica do solo saturado (cm h-1), capacidade de campo (33 kPa), ponto de murcha permanente (1500kPa) e água disponível (%) das amostras coletadas nos pontos de cruzamento da malha. 1 1 2 DP CV Assimetria Curtose Atributos do solo Média Mediana Areia total 752,50 755,00 23,50 3,12 -0,91 0,84 Areia Fina 696,20 694,80 30,73 4,41 -0,86 1,03 Areia Grossa 56,30 50,05 18,18 32,30 0,47 -1,01 Silte 92,30 92,5 9,45 10,24 -0,41 -0,02 Argila 155,20 152,00 18,21 11,73 0,81 0,62 Densidade do solo 1,53 1,54 0,06 3,92 -0,24 0,02 Densidade de partícula 2,61 2,59 0,07 2,68 1,46 2,09 Porosidade total 0,41 0,45 0,03 7,31 -0,03 -0,15 Condutividade hidráulica 0,04 0,05 0,018 45,00 0,59 -0,17 Capacidade de campo 10,18 10,20 1,46 14,34 0,51 0,03 4 PMP 3,99 3,83 0,91 22,80 0,61 -0,40 Água disponível 6,18 6,22 0,93 14,95 -0,06 1,29 1 DP = desvio padrão; 2CV = coeficiente de variação; 3d = teste de normalidade, *significativo pelo Kolmogorov-Smirnov; 4PMP = ponto de murcha permanente. A adoção de classes de CV como complemento aos estudos de avaliação da variabilidade espacial do solo é bastante comum. Apesar deste parâmetro permitir comparar a variabilidade entre amostras com unidades diferentes, o seu emprego não deve ser generalizado, devendo-se apreciar esses resultados segundo as finalidades a que se destina o trabalho. Porém, o entendimento da dependência espacial desses atributos deve ser feito com o auxílio das técnicas geoestatísticas. 3 d 0,15* 0,14* 0,13* 0,17* 0,16* 0,12* 0,28* 0,11* 0,17* 0,11* 0,12* 0,15* teste de Os resultados da análise geoestatística (Tabela 2) mostraram que todas as variáveis analisadas apresentaram dependência espacial, com exceção das variáveis densidade de partícula e porosidade total que apresentaram distribuição aleatória (efeito pepita puro), ou seja, total independência entre os pontos amostrados (Vieira, 2000). 87 Tabela 2. Modelos e parâmetros estimados dos semivariogramas exerimentais para as variaveis areia total (g kg-1), areia fina (g kg-1), areia grossa (g kg-1), silte (g kg-1), argila (g kg-1), densidade do solo (kg dm-3 ), densidade de particulas (k dm-3 ), porosidade total (m3 m-3), condutividade hidráulica do solo saturado (cm h-1), capacidade de campo (33kPa), ponto de murcha permanente (1500kPa) e água disponível (%)das amostras coletadas nos pontos de cruzamento da malha. 1 2 2 3 GDE R VC Atributos do solo Modelo Efeito pepita Patamar Alcance Areia total Esférico 0,002 0,0034 44,40 59 0,84 0,68 Areia Fina Exponencial 331 441 23,67 75 0,86 0,65 Areia Grossa Esférico 0,062 0,1268 38,84 50 0,82 0,63 Silte Esférico 0,001 0,0069 37,10 15 0,71 0,66 Argila Esférico 149 772,30 28,30 19 0,82 0,71 Densidade do solo Esférico 0,003 0,0044 22,37 68 0,74 0,70 Densidade de partícula EPP 0,005 -----Porosidade total EPP 6,27 -----Condutividade Esférico 0,004 0,103 20,85 4 0,74 0,69 4 CC Esférico 0,621 2,40 45,07 26 0,84 064 5 PMP Exponencial 0,133 1,34 48,49 10 0,82 0,63 Água disponível Esférico 0,378 0,757 28,00 33 0,82 0,61 1 GDE [C0/(C0+C1)]x100 = grau de dependência espacial; 2R2 = coeficiente de determinação; 3VC = coeficiente de determinação do teste de validação cruzada; 4CC = capacidade de campo; 5PMP = ponto de murcha permanente. O modelo de semivariograma que melhor se ajustaram às variáveis areia total, areia grossa, silte, argila, densidade do solo, condutividade hidráulica do solo saturado, capacidade de campo e água disponível foi o esférico e modelo exponencial para o ponto de murcha permanente e areia fina (Tabela 2). Segundo McBratney & Webster (1986) os modelos esférico e exponencial são os modelos mais freqüentes e que ajustam aos semivariogramas dos atributos do solo. Na análise do grau de dependência espacial das variáveis em estudo, utilizou-se a classificação de Cambardella et al. (1994). A análise da relação C1/(C1+C0) das variáveis areia total, areia fina, areia grossa, densidade do solo, capacidade de campo e água disponível mostrou que as mesmas apresentaram dependência espacial moderada, já as variáveis silte, argila, condutividade hidráulica do solo saturado e ponto de murcha permanente apresentaram dependência espacial forte (Tabela 2). A distribuição dos atributos físico-hídricos no espaço não é aleatória, uma vez que todos apresentaram valores moderados ou fortes para o grau de dependência espacial, conforme estabelecido pela relação C0/(C0+C1). Com relação ao alcance da dependência espacial (Tabela 2), observa-se que as variáveis areia fina, argila, densidade do solo, condutividade hidráulica do solo saturado e água disponível apresentaram valores de alcance oscilando entre 20 e 30m, um segundo grupo de variáveis tiveram valores de alcance variando de 30 a 50m (areia total, areia grossa, silte, capacidade de campo e ponto de murcha permanente). Todas as variáveis em estudo apresentaram valores baixos de alcance, evidenciando a baixa continuidade estrutural do solo sob pousio. A variável condutividade hidráulica do solo saturado apresentou o menor valor para o alcance e o maior valor para o CV, mostrando alta descontinuidade na distribuição espacial desta variável. Os parâmetros dos modelos de semivariogramas ajustados foram utilizados para estimar valores em locais não amostrados por meio da krigagem (Figura 2 e 3). Os teores de conteúdo de areia total, areia fina, areia grossa, silte e argila variaram no terreno em função das pequenas variações do relevo, embora haja uma predominância dos teores de areia sobre as demais frações granulométricas, fato que se justifica pela litologia desenvolvida a partir de arenitos e pela eluviação de argila provocada pelo intemperismo característico do solo em estudo (Figura 2). O mapa espacial da variável argila e areia total tem comportamento inverso, quando comparados entre si, ou seja, aonde ocorre os maiores valores para areia total observa-se os menores teores de argila, resultados semelhantes foram observados por Eguchi et al. (2004) e Souza et al. (2004b). 88 755 740 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Direção do eixo X Direção do eixo Y Areia Grossa 4.5 4.3 10 4.0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Areia Fina 3.9 710 695 10 680 Direção do eixo Y Direção doe ixo X Silte 665 650 98 95 10 93 Direção do eixo X 1.54 10 1.50 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Direção do eixo X Condutividade hidraúlica do solo saturado 1.46 1.42 0.08 15 0.07 10 0.05 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Direção do eixo X Ponto de murcha permanente 15 0.04 0.02 5.4 4.7 10 4.0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Direção do eixo X 3.3 2.6 15 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 1.58 15 3.6 15 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Densidade do Solo 710 15 Direção do eixo X Direção do eixo Y 725 Direção do eixo Y 10 Direção do eixo Y 15 770 90 Direção do eixo Y Direção do eixo Y Areia Total fina existente neste solo (Figura 3). Os maiores valores para a capacidade de campo e ponto de murcha permanente coincidem com a região de maior teor de argila. Direção do eixo Y Os mapas da densidade do solo e da condutividade hidráulica do solo saturado apresentaram os maiores valores coincidentes com os maiores teores de areia, o que se deve provavelmente aos elevados teores de areia Capacidade de campo 15 12 11 10 10 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Direção do eixo X 87 9 Argila 189 173 15 157 10 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Direção do eixo X 141 125 Direção do eixo Y Direção do eixo Y 8 Água disponível 15 7.0 6.6 10 6.2 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Direção do eixo X 5.8 5.4 Figura 2 - Mapas de krigagem do conteúdo de areia total (g kg-1), areia fina (g kg-1), areia grossa (g kg-1), silte (g kg1) e argila (g kg-1) das amostras coletadas nos pontos de cruzamento da malha. 89 Os mapas da capacidade de campo e ponto de murcha permanente apresentaram resultados similares, ou seja, os maiores valores da capacidade de campo foram coincidentes com os maiores valores do ponto de murcha permanente, e quanto os teores de água disponível mais elevado foram encontrados na área central dos mapas de krigagem, indicando maior disponibilidade de água no solo, sendo assim de fundamental importância no manejo da irrigação, permitindo o estabelecimento de zonas de manejo diferenciado (Souza et al., 1999). EGUCHI, E.S.; SILVA, E.L.; OLIVEIRA, M.S. Variabilidade espacial da te textura e a densidade de partículas em um solo aluvial no Município de Lavras – MG. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.6, n.2, p.242246, 2002. 4 CONCLUSÕES EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro, 1999. 412 p. Os menores alcances foram encontrados para a areia fina, condutividade hidráulica do solo saturado e densidade do solo. A distribuição espacial dos atributos físico-hídricos em estudo não é aleatoria, pois todas as variáveis apresentaram grau de distribuição espacial moderada ou forte. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, S.L. et al. Variabilidade espacial de propriedades físico-hídricas do sol, da produtividade e da qualidade de grãos de trigo em Argissolo franco arenoso sob plantio direto. Ciência Rural, Santa Maria, v.33, n.2, p.275-282, 2003. CAMBARDELLA, C.A. et al. 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Rua 29 de agosto, 786, Centro, Humaitá (AM) CEP 69.800-000 E-mail: [email protected]. 2 Alunos de mestrado em Agronomia (Ciência do Solo) da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE. 3 Depto Água e Solo, Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. SOUZA, Z.M. et al. Variabilidade espacial da textura de um latossolo vermelho eutroférrico sob cultivo de cana-de-açúcar. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.24, n.2, p.309-319, 2004b. SØVIK, A..K.; AAGAARD, P. Spatial variability of a solid porous framework with regard to chemical and physical properties. Geoderma, Amsterdam, v.113, n.1-2, p.47-76, 2003. 91