XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
GESTÃO DA QUALIDADE NO
ALMOXARIFADO DE UMA
PRESTADORA DE SERVIÇO DE
ENGENHARIA, CONSTRUÇÃO CIVIL,
MONTAGEM E MANUTENÇÃO
ELETROMECÂNICA
Marli Alves de Souza (FEAMIG)
[email protected]
GESTÃO DA QUALIDADE NO ALMOXARIFADO DE UMA
PRESTADORA DE SERVIÇO DE ENGENHARIA, CONSTRUÇÃO
CIVIL, MONTAGEM E MANUTENÇÃO ELETROMECÂNICA
ALESSANDRA
MOREIRA
FAGUNDES FERNANDA
DE
FÁTIMA GONZAGA MARLI ALVES DE SOUZA WILSON JOSÉ
VIEIRA DA COSTAA
Resumo: Em empresas de qualquer tipo deve
haver controles gerenciais, o setor mais capacitado para realizar esse
tipo de trabalho é o almoxarifado. O almoxarifado deve possuir uma
sistemática de controle que permita constituir uma disponibilidade
mínima de itens em estoque para nunca parar o fluxo produtivo de uma
obra. O objetivo deste artigo é demonstrar a importância de
procedimentos dos processos padronizados para a gestão do
almoxarifado. Tal gerenciamento permite identificar falhas e propor
soluções - através do uso de ferramentas de qualidade. Aplicação de
questionários, análise de documentos e controles da empresa,
entrevista com o gestor responsável, observação e vivência de fatos
foram às formas de coletas de dados adotadas durante a pesquisa.
Para a análise dos dados utilizou-se o PDCA, Diagrama de Ishikawa e
o Plano de Ação como ferramenta para a proposição de melhorias na
gestão do almoxarifado da empresa analisada. Após análises e
estudos, foram estabelecidas as propostas de melhorias a fim de
organizar o setor em estudo. Com as propostas aplicadas, percebeu-se
um desenvolvimento na área, sendo totalmente benéfico para empresa.
Este artigo demonstra como salutar as práticas de armazenagem de um
almoxarifado, demonstrando primeiramente - através de fatos
constatados - o que é errado e posteriormente - através de propostas e
análises - a melhor forma de se trabalhar corretamente no setor aqui
citado.
Palavras-chave:
almoxarifado,
gestão;
qualidade;
PDCA.
WILSON
JOSÉ
VIEIRA
DA
COSTA e-mail:
[email protected] CPF: 030.894.066-08
MARLI ALVES
DE SOUZA [email protected] CPF - 028.557.106.00
FERNANDA
DE
FATIMA
GONZAGA [email protected] CPF - 05088035608
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ALESSANDRA
MOREIRA
[email protected] CPF -01280721642
FAGUNDES
Palavras-chaves: almoxarifado, gestão; qualidade; PDCA.
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2.2
1
Introdução
Um dos maiores desafios de uma organização hoje consiste em atender a demanda produtiva e
equacionar os investimentos de modo que não mobilize grandes investimentos nos itens de
almoxarifado. É necessário que haja um controle eficiente a fim de atender as demandas de
uma empresa, e, esse controle, é melhor estabelecido pelo setor em estudo. O almoxarifado
deve possuir uma sistemática de controle que permita constituir uma disponibilidade mínima
de itens em estoque para nunca parar o fluxo produtivo de uma obra. Além disso, é preciso
que este setor atente para reaproveitar o que sobra em determinada etapa da obra reciclando e
reaproveitando os resíduos e rejeitos.
Entretanto, os setores da construção civil têm características particulares no seu processo
produtivo e do próprio mercado, podendo assim dificultar a implantação de novas
metodologias de gestão. O objetivo deste artigo é demonstrar a importância de procedimentos
dos processos do almoxarifado para identificação de falhas e propor soluções através do uso
da ferramenta PDCA da gestão de qualidade em uma empresa no ramo da construção civil.
2
Referencial Teórico
2.1
Gestão da qualidade nos processos produtivos
O cliente é decisivo para a sobrevivência da empresa, a satisfação da clientela está
diretamente relacionada com os níveis de qualidade de um serviço ou produto. Para que essa
qualidade atenda satisfatoriamente, o controle de qualidade deve ter altos níveis de eficácia,
evitando assim que o produto ou serviço venha a ter necessidade de manutenção e retrabalho.
Campos (2004) conceitua qualidade como
um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma
confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo ás necessidades do
cliente. Portanto, em outros termos pode-se dizer: projeto perfeito, sem defeitos,
baixo custo, segurança do cliente, entrega no prazo certo no local certo e na
quantidade certa (CAMPOS, 2004, p. 22).
Qualidade é definida por vários autores, dentre os quais cita-se Juran (1991) que a define
como “adequação ao uso através da percepção das necessidades dos clientes”, ainda segundo
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o autor “qualidade são aquelas características dos produtos que atendem às necessidades dos
clientes e, portanto, promovem a satisfação com o produto e “qualidade consiste na ausência
de deficiências (JURAN, 1991). Já para Deming (1982) “qualidade é a perseguição às
necessidades dos clientes e homogeneidade dos resultados do processo” ou ainda “atender e,
se possível, exceder as expectativas do consumidor”.
Os clientes exigem serviços e produtos com qualidade, por isso as organizações têm que estar
atenta às exigências e reclamações de seus clientes. De acordo com Gil (1993, p. 67) o
sistema de gestão de qualidade passa mais a ser visto como uma política que objetiva a
mobilização continua dos integrantes da empresa com vistas ao aprimoramento da qualidade
de seus produtos e serviços.
O Controle Total da Qualidade é um sistema efetivo para integrar os esforços dos vários
grupos dentro de uma organização, no desenvolvimento, na manutenção e no melhoramento
da qualidade, de maneira que capacite marketing, engenharia, produção e serviço com os
melhores níveis econômicos e permitam a completa satisfação do cliente (NETO, 2009).
A Figura 1 representa os fatores que devem ser observados pelos administradores para a
elaboração das políticas necessárias como referência. As fontes de variações que o processo
pode apresentar e todos os possíveis pontos de partida para os problemas que podem
apresentar o processo produtivo.
Conforme Deming, (1990).
Todo gerenciamento do processo consta em estabelecer a manutenção nas melhorias
dos padrões montados na organização, que servem como referências para o seu
gerenciamento. Neste caso, introduzir o gerenciamento do processo significa
implementar o gerenciamento repetitivo via PDCA (DEMING, 1990, p. 75).
Figura 1 – PDCA – Aplicado com os objetivos de manter e melhorar
Fonte: Adaptado de Campos, 1996, p. 271
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Segundo Slack et al. (1996, p. 71) “qualidade significa „fazer certo as coisas‟, mas as coisas
que a produção precisa fazer certo visão de acordo com o tipo de operação”. O ciclo PDCA
foi desenvolvido por Shewart na década de 20, mas começou a ser conhecido como ciclo de
Deming em 1950, por ter sido amplamente difundido por este. É uma técnica que visa o
controle do processo, podendo ser usado de forma contínua para o gerenciamento das
atividades de uma organização.
Em gestão de qualidade o PDCA torna-se ferramenta importante para o planejamento,
execução, controle e ação de melhorias contínuas dos processos produtivos. Todo esse
processo é diagnosticado por meio de um instrumento específico denominado ferramentas de
controle de qualidade.
Como ferramenta complementar ao PDCA, o diagrama de causa e efeito trabalha em cima dos
processos e controles do almoxarifado de uma empresa da construção civil. Assim sendo,
torna-se necessário discutir almoxarifado no contexto da logística empresarial. O diagrama de
causa e efeito atua como um guia para a identificação da causa fundamental de um efeito que
ocorre em um determinado processo, geralmente este tipo de ferramenta é aplicado por grupos
interdisciplinares como forma de possibilitar condições de detectar diversas e possíveis causas
para o efeito.
Esta pesquisa utilizará das ferramentas da qualidade para melhorias nos processos e controles
do almoxarifado de uma empresa da construção civil. Assim sendo, torna-se necessário
discutir o almoxarifado no contexto da logística, assim como logística de distribuição
2.3
Logística
O termo logistique é uma derivação do posto de Marechal de Logis, responsável pelas
atividades administrativas relacionadas com os deslocamentos, alojamento e acampamento
das tropas do exército francês durante o século XVII.
O Dicionário Aurélio (2010) conceitua o termo Logística como
a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de projeto e
desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação,
manutenção e evacuação de material para fins operativos ou administrativos
(FERREIRA, 2010).
Kotler (2000) afirma que a Logística de mercado envolve o planejamento, a implementação e
o controle dos fluxos físicos de materiais e de produtos finais entre os pontos de origem de
uso, com o objetivo de atender às exigências dos clientes e de lucrar com esse atendimento.
Para Ballou (1993) a Logística empresarial, é definida por
todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de
produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final.
Assim como os fluxos de informações que colocam os produtos em movimento,
com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes a um
custo razoável (BALLOU, 1993, p. 24).
Porter (1992) relata que a função da logística é responder por toda a movimentação de
materiais, seja no ambiente externo ou no ambiente interno da empresa. As cinco categorias
genéricas de atividades primárias estão envolvidas na concorrência em qualquer indústria:
logística interna; operações; logística externa; marketing e vendas e serviço.
Na classificação de Porter (1992), logística é, portanto, uma atividade primária e recentemente
identificada como Movimentação de Materiais.
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2.3.1 Logística de distribuição
A logística de distribuição é área responsável pelo armazenamento e movimento do produto,
isto é, desde matéria-prima até o produto acabado fornecido ao cliente, também é uma das
áreas responsáveis pela competitividade da organização. Gurgel (2002) escreve que a logística
de materiais é aquela que lida com os fluxos de materiais de fora para dentro da manufatura,
incluindo matéria-prima e outros insumos (peças, componentes, outros produtos acabados que
vão integrar o processo produtivo). Ainda de acordo com o autor, a logística de materiais é
também chamada de suprimento, abastecimento e em empresas menores de setor de compras
– envolve atividades ligadas – à extração e transporte de suprimentos, armazenagem de
insumos de matéria-prima etc. (GURGEL, 2002).
O presente estudo está relacionado com as atividades de estoques e com o funcionamento do
almoxarifado, assunto seguinte.
2.4
Gestão de Almoxarifado
Segundo Viana (2000) “a atividade almoxarifado visa garantir a fiel guarda dos materiais
confinados pela empresa, objetivando sua preservação e integridade até o consumo final”.
Para Martins e Alt (2000), o almoxarifado deverá




assegurar que o material adequado esteja, na quantidade devida, no local certo,
quando necessário;
impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer natureza;
preservar a qualidade e as quantidades exatas;
possuir instalações adequadas e recursos de movimentação e distribuição
suficientes a um atendimento rápido e eficiente (MARTINS e ALT, 2000, p.
85).
Além disso, ainda segundo Martins e Alt (2000) são também responsabilidades do
departamento de almoxarifado








determinar permanência dos itens;
determinar a periodicidade de reabastecimento;
determinar o volume necessário de estoque para um determinado período;
acionar o departamento de compras;
receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as
necessidades;
controlar os estoques em termos de quantidade e valor e fornecer informações
sobre a posição do estoque;
manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estado dos
materiais estocados;
identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados, conforme
(MARTINS e ALT, 2000, p. 89).
Ainda de acordo com Araújo (1980) não existe um padrão preestabelecido que determine o
dimensionamento adequado de um almoxarifado, variando assim em função das atividades
desenvolvidas, das áreas necessárias à funcionalidade do serviço, das áreas específicas de
estocagem de acordo com as quantidades e tipos de produtos a serem estocada, da
periodicidade das aquisições e intervalo de tempo da entrega dos mesmos pelos fornecedores,
do sistema de distribuição e da quantidade de equipamentos e acessórios pertencentes ao
almoxarifado.
Segundo Araújo (1980) as técnicas de estocagem variam de acordo com as características dos
materiais e podem necessitar de processos simples ou de sofisticados equipamentos e
investimentos em tecnologia.
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3
Metodologia
De acordo com Vergara (2007), os tipos de pesquisa são conceituados quanto aos fins e aos
meios. A pesquisa, quanto aos fins, pode ser exploratória, descritiva, explicativa,
metodológica, aplicada ou intervencionista. As pesquisadoras optaram pela modalidade
exploratória através de estudo de caso, uma vez que pretendem investigar, analisar e intervir
no almoxarifado da empresa propondo e realizando as modificações que se fizerem
necessárias.
Os dados para esta pesquisa foram coletados através de entrevista com o gestor do
almoxarifado central, aplicação do questionário, bem como, observação e análise do
almoxarifado da empresa estudada, realizada durante visita técnica, análise de documentos e
controles da empresa.
A análise dos dados utilizou o PDCA, Diagrama de Causa e Efeito e Plano de Ação como
ferramenta para a proposição de melhorias na gestão do almoxarifado da empresa analisada.
3.1
Caracterização da organização em estudo
A empresa estudada é composta por 7 sócios, sendo que um detentor de 60%; dois, 10%; três
5% e um com 4%. O comando é exercido pelo sócio majoritário, a organização é uma
sociedade empresarial limitada. Atua no ramo da construção civil e montagem
eletromecânica, foi fundada em 1992, atualmente são quatro unidades em funcionamento nos
Estados da Bahia (matriz) e filiais em Rio de Janeiro, Sao Paulo e Minas Gerais. Obras de
Construção e Montagem Eletromecânica; Paradas de Manutenção; Contratos de Manutenção,
bem como fabricação e manutenção de permutadores de calor, vasos de pressão, filtros e
equipamentos estáticos em geral e Spool (Engenharia de fabricacao industrial de tubulações)
além de Serviços com Saca Feixes e Torqueamento Hidráulico.
4
Análise de resultados
4.1
Categoria 1 – Análise e mapeamento dos processos do almoxarifado
Diante do primeiro objetivo específico foram realizados os levantamentos dos processos do
almoxarifado, descrevendo e representando suas entradas e saídas. Para análise de processo
foram realizadas as visitas técnicas e o mapeamento dos processos; pode-se notar que não há
conformidade nos processos, uma vez que não há registros eficazes, somente uma anotação
simplória: o que foi deslocado, quem o deslocou, quantidade de materiais, não tendo
informações para local de destino e data. Foi analisado também o fluxo dos pedidos e de
compra. Durante o período de estudo foram identificadas falhas tanto no processo de entrada
quanto na saída, já que, muitas vezes, há a saída de material sem a entrada e vice-versa.
Assim prossegue-se com o segundo objetivo: analisar o fluxo de informação em relação ao
ciclo dos pedidos internos do almoxarifado da empresa estudada; o que se conclui que todo
material que é adquirido para as obras é comprado pelo almoxarifado central da empresa,
diante do exposto foi proposto um fluxograma (Fig. 2) que será utilizado, quando da
intervenção, propondo um novo formato de funcionamento para o almoxarifado.
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Figura 2 – Fluxograma de entrada de materiais na obra
Fonte: Autoras da pesquisa, 2011
4.2
Categoria 2 – Principais falhas nos processos mapeados no almoxarifado
Com base nesta análise prévia, segue uma proposta de mapeamento de todas as atividades do
almoxarifado da empresa, salientando que, durante a realização das visitas no setor, as
pesquisadoras foram informadas de todo o processo que é elaborado para obtenção do pedido.
1.
Inicialmente o responsável pela obra passa o pedido para o almoxarifado que o
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analisa;
2.
depois da análise e verificado que o material pedido não se encontra disponível,
encaminha o pedido para o departamento de compras;
3.
o departamento de compras realiza pesquisa com fornecedores, faz-se a coleta de
preços e recebe as propostas e emite o pedido de fornecimento;
4.
o departamento de compras acompanha a entrega do material e verifica se o
mesmo está conforme com o pedido, caso contrário providencia a devolução para
troca e se estiver dentro das conformidades, passa o material para o almoxarifado;
5.
o almoxarifado recebe o material e cadastra, enviando-o para o almoxarifado da
obra onde foi feito inicialmente o pedido, que também o cadastra e distribui para
quem realizou o pedido, lançado como saída, finalizando esta etapa do processo.
O quadro 1 faz uma comparação entre o funcionamento atual que foi verificado na empresa
com o funcionamento ideal proposto com base na literatura.
Quadro 1 - Funcionamento atual x Funcionamento proposto
Funcionamento atual
Registro de entrada
Registro de saída
Pallets
Ineficiente
Ineficiente
Não
Racks
Não
Prateleiras
Sim
Inventário
Sim
Fonte: Autoras da pesquisa, 2011
Funcionamento proposto
Criação de tabela Excel ou uso de software específico para registro
Tabela com data, assinatura e local enviado ou software específico
Para empilhamento de material de maior vulnerabilidade e/ou
perecível
Armazenar peças longas como tubos, barras, vergalhões
Uniformizar o uso e catalogar
Catalogar periodicamente
Nota-se que a empresa não apresenta registros de entrada de materiais do almoxarifado,
apenas anotações simples de saída de material. A desorganização das prateleiras e o
inventário precário provocam uma verdadeira desordem generalizada conforme ilustrado nas
figuras 5 e 6. O estudo propõe melhor funcionamento do almoxarifado através de
acompanhamento de entradas e saídas, com software especifico ou tabelas do Excel,
colocação de racks, pallets para armazenamento correto, catalogar todo material
periodicamente descartando os que não estão em conformidade.
Diante do exposto no quadro 1 foram observadas as reais dificuldades em relação à
organização do almoxarifado, não há lançamento de registros entrada e quando há requisição
de saída, a mesma é feita de forma simplória, apenas com o nome de quem a retirou, sem
maiores detalhes. A figura 4 demonstra com nitidez como o entulhamento de material era uma
prática assídua no dia a dia do almoxarifado, e os EPI‟s se misturavam com outros
equipamentos, como carrinhos de mão, escadas, telas de proteção dentre outros.
O estudo propõe a criação de tabelas para controle e acompanhamento de entradas e saídas
dos materiais do almoxarifado; formulário de controle; dados como quem o solicitou, quem o
retirou; datas de entrada, saída e devolução; setor e função, matrícula, etc. Com essas
providências, a gestão do almoxarifado passa a ter o controle total, evitando assim, os
desperdícios de materiais, e até mesmo a falta, dessa forma fica impossibilitada de gerar a
previsão de compras para atender a demanda.
4.3
Categoria 3 – Fluxo de informação em relação ao ciclo dos pedidos internos do
almoxarifado da empresa
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O almoxarifado é de suma importância dentro de todo o processo da empresa, bem como é o
fluxo de informação da empresa, é mediante a esse que temos o controle de todo o processo
interno do setor e de como estão sendo tais controles, isso se resume do que o processo de
entradas e saídas de materiais.
É sabido que a empresa estudada encontra-se com problemas de conformidade nos processos
de entrada e saída de materiais do almoxarifado, fato que está gerando bastante problema para
a empresa: retrabalhos e até insatisfação dos clientes. A falta de controle e padronização
destes processos é um agravante prejudicial ao crescimento da empresa, pois com as
reclamações geradas, defini-se a falta de organização – fator causador de desordem em todo o
setor.
E seguindo com o terceiro e último objetivo do estudo de caso: identificar as falhas nos
processos mapeados no almoxarifado - considerando que a literatura prevê técnicas de
estocagem que variam de acordo com as características dos materiais e podem necessitar de
processos simples ou de sofisticados equipamentos e investimentos em tecnologias. No caso
da empresa estudada, por se tratar de obra, produtos estocados são às vezes perecíveis e
vulneráveis. Dessa forma, a empresa deveria: (1) Indicar se a pallets (estrado de madeira
padronizado em diversas dimensões – padrão internacional 1.100mm x 1.100mm) ou carga unitária para
cimentos, argamassa e todo produto que seja vulnerável a temperatura/tempo ambiente. (2)
Racks ou raques para armazenar peças longas como tubos, barras, vergalhões etc. (3)
Prateleiras para EPI´s, identificados e visíveis. Todo material deverá ser catalogado na
entrada, registrado pelo almoxarife e inventariado periodicamente.
O processo inicia-se (Fig. 3) com o envio da requisição de compra pelo solicitante ao
almoxarifado central que verifica se há a mercadoria para pronta entrega, caso contrário envia
o pedido de compra com todos os campos preenchidos de forma correta e descrevendo todas
as informações sobre o produto a ser adquirido para o departamento de compras.
Ao chegar ao departamento de compras é verificada a lista de fornecedores do material pedido
e solicitam-se 3 (três) cotações aos fornecedores; a cotação deverá ter documento
discriminando empresa, contato, telefone, valores, condições de pagamento e prazo de
entrega. Solicitação enviada por correio eletrônico, fax ou telefone e preenchido para a coleta
de preços dos produtos a serem adquiridos.
Logo em seguida são recebidas as informações e é feita uma planilha de comparação de
preços e qualidade do produto fornecido, mediante análise de melhor preço e qualidade enviase pedido de compra ao fornecedor.
A compra é efetuada, quando na entrega são verificadas as condições do material, se dentro
dos conformes, esse vai direto para o almoxarifado, caso contrário o mesmo é devolvido para
o fornecedor. Quando finalizada a compra, a nota fiscal é enviada ao departamento financeiro
para programar pagamento.
Após dar entrada no almoxarifado central, a mercadoria é enviada ao destino inicial do pedido
- o almoxarifado da obra, que a repassa ao responsável pelo pedido.
Ao chegar ao almoxarifado da obra, o pedido é cadastrado em entradas de materiais, logo a
seguir, feito é dado baixa (saída) no material e enviado ao responsável pelo pedido que assina
estar recebendo conforme pedido e dentro das especificações exigidas.
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Figura 3 – Fluxograma de informação proposto para a empresa em estudo
Fonte: Autoras da pesquisa, 2011
4.4
Categoria 4 – Planos de Ação de Melhorias na Gestão do Almoxarifado da
Empresa.
Após análise e levantamentos das não conformidades identificadas/discriminadas no quadro 1,
coluna funcionamento atual, identificadas através de entrevista com gestor do almoxarifado
central, aplicação de questionário, análise de documentos e diagrama de causa e efeito (Fig.
4), foi notado o quanto é importante criar um plano de ação - quadro 2 - para mapeamento dos
processos.
Dando continuidade ao processo de levantamento das causas, foi elaborado o quadro 2,
propondo ações; a seguir o detalhamento da coluna COMO do quadro Plano de ação do
almoxarifado:
a) Criar o programa de motivação dos empregados, no qual será feita avaliação dos
desempenhos de acordo com os resultados, haverá bonificação e promoção, esta
avaliação é proposta para 5 (cinco) anos – tempo necessário e suficiente para análise
dos dados;
b) Criar procedimentos para treinar e capacitar os funcionários na utilização do processo;
c) Planejar e definir o local adequado para armazenamento;
d) Contratar pessoa capacitada para implantar o projeto do processo, bem como dar
continuidade a padronização dos procedimentos;
e) Fazer calendário das reuniões e divulgá-lo;
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f) Contratar um profissional da área de manutenção para desenvolver o plano de
manutenção de todos os equipamentos para controlar e preservar a vida útil dos
equipamentos;
g) Desenvolver treinamento relacionado ao processo;
h) Designar pessoal para fazer pesquisas e buscar novas tecnologias para empresa;
i) Contratar especialista para a implantação de novos softwares para sua execução;
j) Contratar especialista em planejamento para aproveitar o espaço físico oferecido;
k) Utilizar os espaços somente com o que será necessário para o processo, evitar acúmulo
de materiais desnecessários na empresa, descartá-los;
l) Utilizar-se do layout para definições dos equipamentos e materiais em locais
adequados para agilidade no processo e organização da empresa
m) Padronizar o processo de armazenamento utilizando-o para controlar e armazenar
adequadamente conforme procedimento, utilizando tabela Excel ou software
específico para registro;
n) Padronização do processo de matéria-prima, conforme procedimento, utilizando tabela
Excel ou software específico para controle.
o) Sinalizar os setores com setas e placas educativas e segurança.
Figura 4 – Diagrama de causa e efeito do almoxarifado
Fonte: Autoras da pesquisa, 2011
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Quadro 2 – Plano de ação do almoxarifado
O QUE
Falta de motivação
PLANO DE AÇÃO
POR QUÊ
Não há plano de cargos e
salários
Ausência de pessoas capacitadas
Não há procedimentos
Falta de padronização para
armazenagem
Falta de padronização dos
procedimentos
Falta
de
definição
de
responsabilidade
Falta de interação entre os
setores
Não há padronização de
materiais e ferramentas
Para uniformizar e agilizar seu
processo
Todos
têm
acesso
ao
almoxarifado
Ineficiência da padronização
Falha de comunicação
Para garantir danos maiores
com
manutenção
de
equipamentos
Pessoas sem treinamentos
Ferramentas obsoletas
Falta de controle no processo do
almoxarifado
Falta de atualização das
ferramentas
Não há controle de entrada e
saída de materiais
Falta de manutenção preventiva
Estrutura não conforme
Falta de espaço físico
Falta de padronização
Não há espaço suficiente para a
guarda
de
materiais
e
ferramentas
COMO
Criar um plano de cargos e salários (a)
Criar procedimentos para capacitação
dos funcionários (b)
Adquirir
local
adequado
para
armazenamento dos produtos (c)
Implantação destes processos (d)
Colocar
um
responsável
pelo
almoxarifado
Reunião envolvendo todos os setores
(e)
Fazendo plano de manutenção de todos
os equipamentos (f)
Treinamento para todos envolvidos no
processo (g)
Verificar e adquirir novas ferramentas
no mercado (h)
Implantar software de controle de
entrada e saída (i)
Organizar de acordo com os materiais
(j)
Utilizar somente o necessário (k)
Definir adequadamente layout (l)
Layout inadequado
Falta de organização
Falha no armazenamento
Falta de controle da matériaprima
Não existe controle
Não
existe
procedimento
adequado para atender as
necessidades da empresa
Falta de padronização
Devido à falta de procedimentos
Controlar e armazenar adequadamente
conforme procedimento (m)
Elaborar procedimentos treinar todos
os colaboradores (n)
Padronizar o setor por cores, setas,
letreiros explicativos (o)
Fonte: Autoras da pesquisa, 2011
Figura 5– Layout da nova estrutura do almoxarifado EPI´s
Figura 6 – Nova estrutura do almoxarifado
Fonte: Autoras da pesquisa, 2011
Após a organização proposta com ajuda da criação do layout, o almoxarifado foi estruturado,
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XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
facilitando o manuseio e a organização dos materiais estocados (Fig. 5). Também no
almoxarifado de EPI‟s foram estabelecidas regras de estocagem, facilitando a visualização
dos materiais, quantidade e condições dos mesmos (Fig. 6)
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Considerações finais
O objetivo geral deste artigo foi demonstrar a importância de procedimentos dos processos do
almoxarifado para identificação de falhas e, através do uso da ferramenta PDCA da gestão de
qualidade em uma empresa no ramo da construção civil, propor soluções. O uso das propostas
estabelecidas pelo estudo foi verificado como eficiente conforme demonstrado nos itens 4.3 e
4.4 desta pesquisa, as soluções propostas foram aceitas e obtiveram êxito, assim como a
intervenção realizada trouxe melhorias no processo de qualidade, dentre as quais maior
direcionamento do material estocado, bem como melhor visibilidade e organização do
almoxarifado, com a nova estrutura é possível identificar com rapidez o pedido.
Atualmente, após as pesquisas e análise de resultados obtidos – a empresa encontra-se em fase
de instalação um software que levará em conta as proposições do estudo e a
demanda/necessidade do setor.
Referências
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gestão da qualidade no almoxarifado de uma prestadora