ANO 2 - Nº 18 • Edição Mensal - Outubro/2014 • O agroturismo das Encostas da Serra Geral perdeu seu “primeiro lutador” Pág. 16 O Jornal de Santa Rosa de Lima - A Capital da Agroecologia 2 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL Reportagem ESPECIAL Mariza Vandresen Convênios, a quem convêm? Na edição de dezembro de 2013, o Canal SRL tratou em sua Reportagem Especial (Polêmica dos Convênios) dos contratos firmados entre municipalidade e União e que foram transferidos da gestão municipal anterior à atual. Passados dez meses o assunto volta à tona. Dos oito convênios pendentes, conforme consta do “Relatório de acompanhamento de obras”, no site da Caixa Econômica Federal (CEF), até esta data, cinco deles ainda estão em vigência. Destes, dois estão atrasados, dois paralisados e um não iniciado. Buscou-se, da mesma forma, apurar informações sobre os novos convênios assinados com a CEF e saber como está o andamento de cada um deles. Mais uma vez, com isenção, procurou-se entrevistar todas as partes envolvidas no processo. Parece, entretanto, existir um pacto para a sonegação e a ocultação de informações aos cidadãos. Dificuldades para acesso à informação I No Sistema de Acompanhamento de Obras – SIURB, disponível no site na internet da Caixa, é possível acompanhar o progresso das “operações de desenvolvimento urbano e rural”. No caso do nosso município, aparentemente, a única evolução que se percebe é na prorrogação dos prazos de vigências dos contratos. Como as informações não esclarecem os motivos das paralisações e atrasos, foram buscadas informações diretamente com o gerente, na superintendência da CEF em Criciúma, Nelson de Souza. Através da assessoria Centro de Atendimento ao Turista. de comunicação da Caixa, Souza justificou que aquele banco público tem um volume muito grande de contratos e que “não é usual atender a este tipo de solicitação”, pois isso exigiria muito tempo e eles já teriam “uma agenda bastante carregada”. Aconselhava que a reportagem procurasse a prefeitura de Santa Rosa de Lima, uma vez que as informações sobre estes contratos, por serem públicas, deveriam poder ser acessadas através da administração municipal. Explicava, ainda, que se houvesse dificuldades, uma solicitação formal à CEF, feita através da Câmara de Vereadores, seria atendida. Construção de calçadas e meio fio. Dificuldades para acesso à informação II O Relatório de situações das obras da Gerência de Filial Desenvolvimento Urbano e Rural (GIDUR) é um documento técnico que aponta mais precisamente as pendências e solicitações exigidas pela Caixa ao município, para o prosseguimento das obras. Embora esse documento tenha sido solicitado à Caixa e à Prefeitura Municipal, via e-mail, a reportagem do Canal SRL não o recebeu. Amparada pela Lei de Acesso à Informação, a reportagem do jornal protocolou, no dia 26 de setembro, na Prefeitura Municipal, um pedido de informações. Como o prazo para resposta é de até 20 dias, não houve tempo hábil para publicação nesta edição. Dificuldades para acesso à informação III A reportagem encontrou Jeferson Hemkemeyer consultor da empresa contratada pela prefeitura municipal para tratar dos convênios, e solicitou uma entrevista sobre o assunto. Jeferson pediu que os questionamentos fossem enviados ao Secretário municipal de finanças, Edson (Dedé) Vandresen e que só os responderia por escrito. Da mesma maneira, a reportagem encaminhou pedido ao engenheiro contratado da prefeitura, Leandro Heidemann dos Santos, que, por e-mail, disse que não responderia aos questionamentos e que perguntas sobre o andamento dos contratos fossem dirigidas diretamente à gestão municipal. Vandresen confirmou o recebimento de e-mail com os questionamentos e disse que daria retorno após uma reunião que aconteceria no dia 23 de setembro. Não havendo o prometido retorno, a reportagem procurou, por telefone, o secretário. Ele relatou que o assunto fora discutido em reuniões com os demais secretários municipais, ocorrida no dia 22, e com a prefeita, o engenheiro Leandro e o consultor Jeferson, na manhã do dia 23. A decisão tomada nessas reuniões é que a administração pública municipal não elaboraria nenhuma resposta ao jornal. Ou seja, abria mão de prestar as informações que, como afirmou a superintendência da Caixa Econômica Federal, deveriam ser públicas. Não se acredita que seja um simples sinal de incompetência. O que fica, então, são algumas perguntas para reflexão do leitor: afinal, existe alguma coisa a esconder? Do jornal? Dos seus leitores, que são os contribuintes municipais? Por que? Novas contratações Na gestão atual, até o fechamento desta edição, o município firmou cinco convênios com a Caixa Econômica Federal, totalizando R$1.309.743,23 de investimentos na área de turismo, agricultura e esporte. Todos os contratos foram assinados no ano de 2013 e nenhum deles foi iniciado. O único comentário que o jornal conseguiu da administração pública municipal sobre esses contratos foi feito pelo secretário de finanças, por telefone. Segundo ele, no caso daquele relacionado a reforma do ginásio de esportes, a prefeitura aguarda, da Amurel, um projeto de prevenção contra incêndios. 3 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL Relatório de Contratações por município no site da Caixa segue Diretor: Sebastião Vanderlinde Diretora: Mariza Vandresen Estrada Geral Águas Mornas, s/n. CEP 88763-000 Santa Rosa de Lima - SC. Tel. (48) 9944-6161 / 9621-5497 E-mail: [email protected] Fundado em 10 de maio de 2013, dia do 51º aniversário de Santa Rosa de Lima Jornalista Responsável: Mariza Vandresen Diretor-executivo (Circulação, Comercial, Financeiro, Publicidade e Planejamento): Sebastião Vanderlinde Publisher (voluntário): Wilson (Feijão) Schmidt. O Canal SRL é uma publicação mensal da Editora O ronco do bugio. Só têm autorização para falar em nome do Canal SRL os responsáveis pela Editora que constam deste expediente. Diagramação e Arte: Qi NetCom - Anselmo Dandolini Distribuição: Editora O ronco do bugio Tiragem desta edição: 1000 exemplares Circulação: Santa Rosa de Lima (entrega gratuita em domicílio). Dirigida, também, a prefeituras, câmaras e veículos de comunicação do Território das Encostas da Serra Geral e a órgãos do Executivo e Legislativo estadual e federal. 4 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL segue Reportagem ESPECIAL Mariza Vandresen As velhas pendências Sobre os contratos assinados ainda na gestão anterior, não foi possível acrescentar novas informações àquelas publicadas em Reportagem Especial em dezembro de 2013. Já a obra do Centro de Atendimento ao Turista foi tema de matéria publicada em maio de 2014. Nesse caso, a reportagem solicitou entrevista aos gestores municipais, ao engenheiro, ao responsável pelos contratos na prefeitura municipal e a empresa executora (BF Construções), mas nenhum desses pedidos foi atendido. Mais uma vez, uma pergunta se impõe: por que esse pacto de silêncio? Por que esconder informações que a lei determina que sejam públicas, já que são todas obras públicas feitas com dinheiro público? Não é o Canal SRL quem deve se explicar. Este contrato está sob investigação de Inquérito Civil instaurado pela Polícia Federal em outubro de 2013, sob suspeita de crime licitatório e desvio de verba pública. Os recursos estão bloqueados na CEF desde então. Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL 5 6 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL CADERNO DE RECEITAS Cuca Crescida Dona Nina é quem assina o Caderno de Receitas nesta edição. Ela apresenta sua especialidade, a Cuca Crescida, diz que não tem nenhum segredo para fazê-la, no entanto acrescenta, “não é todo dia que eu acerto. Quando eu era merendeira, veio uma mulher dar um curso e ela disse assim, ‘olha, no dia que estiver meio estressada não adianta fazer nada, pois não acerta nada’, e quantas vezes eu já fiz e não deu nada mesmo. Mas quando a gente está tranquila, quando não está apurada com o serviço, daí a gente acerta”. Se não tem segredo dona Nina, por que sua cuca é tão famosa pelas redondezas? Dona Nina não sabe responder. Hilberto Vandresen, seu esposo, que acompanhava nossa conversa da horta ao lado da varanda, declarou, “É vontade de fazer”. A Dona Nina Rosalina Petri Vandresen nasceu no dia 03 de Dezembro de 1950 na Cidade de São Bonifácio. Hoje com seus 63 anos, Dona Nina, como é carinhosamente chamada, conta que não tinha oito anos completos quando veio morar em Santa Rosa de Lima, “Vim com a minha mãe que ficara viúva e meus irmãos, moramos ali embaixo, na comunidade de Rio do Meio”. Se refere “ali embaixo” pois há dois anos, ela e seu esposo mudaram-se para a Comunidade Nova Esperança, “bem mais pertinho da Serra. Mas aqui também é um lugar bom”. Estudava nos ranchinhos por aí “Acho que nem completei bem a quarta série, porque na nossa época não tinha como sair para estudar e aqui nós não tínhamos escola como tem hoje. A gente estudava nos ranchinhos por aí. Estudei um pouco na Varginha. Eu parava na casa da minha irmã e cuidava das meninas dela e assim eu podia ir pra escola. Depois estudei no Rio do Meio. Lá para baixo do Vino [Lemckhul] tinha um paiolinho velho onde uma menina dava aula para nós, a Mina Schmidt. Ali, um pouco pra cá do Gabriel [Oenning] onde hoje tem uma plantação de pinus, ali nós também íamos para a escola. Era tudo assim, umas casinhas bem antigas. Não tinha caderno, a gente usava a lousa, escrevia e apagava. Livro a gente tinha para ler e lembro que era bem bom. A gente aprendia bem, eu quase sempre tira- va em primeiro lugar. Hoje eu até me viro bem, eu acho que aprendi que chega”. A infância “Deste tempo, eu lembro que gostava muito de brincar com minha prima, hoje ela é falecida, a Roberta, morava em São Bonifácio. Então, quando a gente ia pra lá, a gente passava os domingos juntas e também se reunia com outras amigas que iam na casa dela. Aqui, a minha maior brincadeira era cuidar de crianças, fui babá desde pequenininha, cuidava bastante de crianças por ai, eu gostava muito. O namoro Questionada sobre o namoro, Dona Nina ri. Parece tímida para falar do assunto e diz que pouco lembra. “Nos conhecemos já faz um tempão, a gente morava perto um do outro. “No sábado foi nosso aniversário de casamento, no dia 20 de setembro comemoramos 45 anos juntos”. Seu Hilberto diz “é desde o tempo que ele lavava a loiça” referenciando os tempos de criança. Pergunto se foi por causa da gaita que ele tocava que o namoro começou. A resposta é não, a gaita ele comprou depois que se casaram. Os Colaboradores Dona Nina junto com seu esposo e os cunhados fazia parte de um grupo musical que animava bailes e casamentos por toda a redondeza, Os Colaboradores. “Só lá no seu Remi, tocamos o casamento dos três filhos dele. A gente também cantava nas festas de comunidades. O Hilberto era na gaita, o Danilo no pandeiro, o Ivo na bateria e o falecido Henrique Dutra no violão, e eu e a Salete, minha cunhada acompanhava na cantoria”. Seu Hilberto mais uma vez se manifesta, “a voz dela era o que mais animava a festa”. A família e a lida Dona Nina casou-se aos 19 anos e desta união teve oito filhos. O filho primogênito é falecido. Hoje são sete, quatro mulheres e três homens, os caçulas são gêmeos. “A vida era bem complicada, mas muitos davam apoio para gente e ajudando um ao outro a gente foi indo. Dona Nina. Sempre trabalhamos na roça, e quando eu tinha os gêmeos pequenos eu comecei a trabalhar de merendeira na escolinha, foi no tempo que o Turíbio [Stüepp] era prefeito. Depois me aposentei pela prefeitura. Agora estou trabalhando pra frente, por que parar não adianta. Hoje Dona Nina se dedica aos cuidados da casa e trabalha na agroindústria de processamento de verduras e legumes. “De cantar eu já gostava bem mais, mas a gente vai esquecendo e não sabe mais bem as letras. Eu gosto de dançar, gosto de fazer comida e gosto muito do meu serviço na agroindústria. Eu também participo do clube de mães, mas não tem um dia certo, a gente tem que combinar o dia que não tem serviço, pois as mulheres, quase todas trabalham na agroindústria”. Cuca Crescida Ingredientes (para uma cuca média) Massa: 04 colheres de açúcar 03 xícaras de trigo (ou até dar o ponto) 01 Colher de banha 01 Colher de margarina Uma pitada de sal Fermento de pão 01 Xícara de água morna Modo de fazer Misturar bem todos os todos os ingredientes em um recipiente e mexer bem. Cobrir com um pano e reservar para que cresça. Depois de crescida, despeje a massa em uma forma untada e deixe-a crescer mais uma vez, enquanto isso, prepare a farofa para cobrir a Cuca. Por tratar-se de uma cuca crescida, é muito importante deixar a massa descansar, tanto na bacia como na folheta. A dica para a medida de crescimento é que a massa dobre de tamanho, isso pode levar até uma hora. Farofa: Ingredientes 02 colheres de margarina 01 colher de banha Trigo e açúcar até formar uma farofa um pouco úmida e farelenta. Cobrir toda a superfície da massa já enformada. Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL 7 TRANSPARÊNCIA Sujeira nas canaletas? COMUNIDADE NOVA ESPERANÇA Jaqueline Tonn Recentemente, um fato chamou atenção dos santarosalimenses que trafegaram entre nosso município e Rio Fortuna. Funcionários da Prefeitura Municipal realizavam a roçagem e a limpeza de canaletas às margens da SC 108. Além da lentidão na execução do serviço, outras questões chamaram a atenção: a estrada não é municipal, os servidores públicos estavam fora da área do município e não se soube de nenhum convênio a esse respeito assinado com o Governo Estadual, responsável pela rodovia. Ficou a pergunta: por que a administração municipal mobilizou servidores públicos para realizar esses trabalhos, quando há tantas demandas por outros serviços? Na coluna desta edição quero dar um destaque especial ao grande casal, Édio Dutra e Beti Aparecida Carvalho Dutra, que no dia 11 de setembro comemorou 25 anos de vida conjugal. A festa foi realizada aqui na sede da comunidade e o que era para ser apenas um simples jantar quinzenal, transformou-se num momento muito especial, tanto para Édio e Beti, como para todos os familiares e amigos que aqui se reúnem. A festa se antecipou um pouco, foi no dia 06, mas para eles o mais importante era comemorar com todos os moradores da comunidade. Demanda de transparência O assunto foi levado ao conhecimento do vereador Luiz Schmidt que, na sessão da Câmara de Vereadores do dia 25 de agosto, apresentou ofício (nº 06/2014) solicitando esclarecimentos ao executivo municipal sobre o assunto. O pedido foi justificado pela ausência no Portal da Transparência do município de qualquer informação sobre essa ação e pelo fato do secretário do Desenvolvimento Regional de Braço do Norte (36ª SDR), Roberto Kuerten Marcelino, ter declarado, em entrevista ao Canal SRL, que havia assinado um contrato, de aproximadamente trezentos mil reais, com a iniciativa privada, para a realização dos mesmos serviços. Mais do que isso, junto ao ofício, seguiu uma cópia do contrato administrativo 012/2014, firmado entre aquela secretaria de desenvolvimento regional e a empresa Alexandre Chaves de Mello ME, no valor de R$ 281.465,33, para “execução da conservação das rodovias estaduais pavimentadas sob abrangência da 36ª SDR de Braço do Norte/ SC”. Os filhos Depois de algum tempo vieram os filhos, Tharles, Keli e Ketli. Uma “escadinha” como eles mesmo dizem. Muitas estações depois, a surpresa foi em dobro com a chegada das gêmeas Klairi e Kerolain. Eu só fiquei com uma dúvida, qual das duas nasceu primeiro, diga lá Beti. Édio? (risos) Evasiva Na resposta à Câmara, a prefeita municipal se limitou a informar: “em relação à execução da limpeza de canaletas e roçagem, até o momento a prefeitura não possui nenhum convênio com esta modalidade firmado com o governo do Estado e que se houvesse qualquer dúvida que o vereador buscasse informações na SDR”. Contestação O vereador Luiz Schmidt declarou à reportagem que a resposta é insuficiente e esclareceu que é favor da manutenção da rodovia, mas que não se pode aceitar uma situação tão pouco clara: “O Estado está pagando a empreiteira e a prefeitura que executa os serviços de roçagem e da limpeza das canaletas e arcando com os custos? Faltam explicações! Falta transparência!”. O que diz o responsável pela 36ª SDR Adelício Margotti, secretário interino da SDR de Braço do Norte, afirmou, em entrevista direta, que o secretário de obras de Santa Rosa de Lima, Bertilo Heidemann, buscou aquela secretaria regional para obter recursos para a limpeza da rodovia SC 108, antes da Gemüsefest e que a ele fora explicado que esse pedido precisaria passar por todos os processos: edital, entrega de proposta e contratação de empresa. “Então ele mesmo disse: ‘vou roçar aquilo’. Isso é o que foi feito. Se alguém falou que a empresa pagou a prefeitura, na verdade, não pagou nada! Foi iniciativa da administração local para a limpeza, antes da Gemüse Fest. De fonte se- gura! E não tem como alguém provar o contrário. A empresa assinou o contrato depois disso tudo”. Falta de transparência Questionado do porque da prefeitura realizar a limpeza muito depois da Gemüsefest, Adelício Margotti alegou que não tinha conhecimento desse fato e que, se isso estivesse acontecendo, era uma iniciativa de única e exclusiva responsabilidade da prefeita e do secretário de obras do município. Sobre o contrato com a empresa Alexandre Chaves de Mello (veja box), o gerente interino informou que, até aquele momento [17 de setembro], fora realizada apenas uma medição e um pagamento pelos serviços. Completou que o primeiro pagamento atrasou porque a empresa também havia atrasado para entregar a “medição” dos serviços prestados. A reportagem insiste em saber se a empresa recebeu pela limpeza das canaletas e a roçagem entre Santa Rosa de Lima e Rio Fortuna e o gerente interino diz que para saber disto nossa equipe teria que solicitar os relatórios no departamento jurídico ou no setor de engenharia. Encontrado na recepção da Secretaria, o engenheiro do órgão disse que os documentos poderiam ser apresentados somente se houvesse uma solicitação à 36ª SDR. Tal demanda de informações será protocolada na secretaria pela reportagem. Outro lado A reportagem tentou vários contatos telefônicos para ouvir o Secretário de Obras, Bertilo Heidemann, mas nenhuma das ligações foi atendida ou retornada. O namoro Os dois eram vizinhos e se conheciam desde pequenos. Na juventude sempre se encontravam nas festas de interior. E foi numa destas, em honra a Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro de 1986, na comunidade de Rio do Meio, que eles iniciaram o namoro. Essa Santa é boa, hein! E tem festa lá dia 12. Casal caseiro Édio e Beti saem bem pouco, dizem-se “bem caseiros”, mas, quando se fala em cantar na igreja ou jogar um futebol nosso amigo Édio não pensa duas vezes. A Beti é daquelas mulheres muito dedicadas e caprichosas, adora um bordado. Ela também é nossa mãe protetora e está sempre disposta a ajudar quando e quanto for necessário. Geralmente, quando alguém fica doente por aqui [e como a farmácia é longe], a Beti sempre tem um remedinho. A família Édio e Beti construíram uma família com uma vida carregada de emoções e surpresas. Firmes, sempre demonstram o amor e a dedicação que uma família precisa ter para superar as lutas e alcançar os objetivos. É por isso, que eu, na condição de prima, quase irmã destes dois, não posso deixar passar em branco toda essa trajetória linda construída com amor e dedicação e sempre apoiando quem precisa. Quero agradecer cada momento compartilhado e toda ajuda que Édio e Beti doaram em prol de nossa comunidade. Esperamos comemorar as bodas de ouro, de diamante e de tantos outros elementos preciosos, pois é isso que vocês são, pedras preciosas em nossas vidas. O que vocês dois somam e o que vocês compartilham é exemplo para muitos que buscam a felicidade e a superação. Felicidades sempre! Coincidências A empresa vencedora da licitação para executar a manutenção da rodovia SC 108, Alexandre Chaves de Melo ME, já é conhecida dos leitores do Canal SRL. Ela apareceu nas matérias sobre a execução da quadra coberta na comunidade de Cabeceira do Rio Bravo Alto, já que também foi a empresa contratada para aquela obra. Como já foi noticiado, todas as tratativas sobre aquela obra pública estão sob investigação da Polícia Federal. Édio e Beti com os filhos. 8 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL As Leis que regem o trabalho no campo Tributação para o homem do campo Em sequência à série de reportagens sobre as leis que afetam as propriedades rurais, nesta edição, apresenta mais informações sobre os impostos para produtores rurais. Dois são os mais comuns: o Imposto de Renda sobre a receita agropecuária e o Imposto Territorial Rural (ITR). Conforme tabela de 2012, devem declarar imposto de renda todos os produtores rurais com renda bruta superior a R$ 122.783,25. “Para 2013, esse valor terá o reajuste anual. É possível que fique em torno de R$ 130 ou R$ 140 mil”. Hoje a Receita Federal brasileira tem um dos controles mais modernos do mundo. “Com o cruzamento de informações e análises de declarações de empresas, órgãos públicos e consultas ao CPF da pessoa, é possível saber quem deve e quem não deve pagar imposto de renda”, informa o contador Renério. O recomenda-se que os produtores declarem o imposto mesmo que não atinjam o teto. “Quem tem capital (propriedades) acima de R$ 300 mil já deve fazer a declaração anual”, alerta. “Fazer a declaração também é importante em anos que a atividade trouxe prejuízos. Nestes casos, os valores podem ser deduzidos nos anos seguintes”, explica o profissional. Por exemplo, se um produtor teve um lucro bruto de R$ 110 mil (abaixo do teto) e despesas no valor de R$ 120 mil, o prejuízo de R$ 10 mil pode ser compensado nos anos seguintes. Se o lucro líquido ultrapassar o teto, ele pode abater o prejuízo e ser dispensado do pagamento do imposto naquele ano. Para evitar problemas com a Receita Federal, o produtor deve guardar as notas fiscais de todas as despesas com a atividade rural, inclusive os que não declaram imposto. “O ideal é se organizar já no início do ano”, sugere o contador. Todas as notas devem ser registradas em um livro caixa. “A Receita Federal disponibiliza um modelo no site (http://www.receita. fazenda.gov.br). O próprio produtor pode utilizá-lo, basta ter um computador com acesso à internet”. Renério lembra que as notas fiscais devem ser guardadas por cinco anos. “Elas são a prova do produtor, caso a Receita questione as informações”. Devem ser guardadas notas fiscais de compra, venda pagamentos de encargos e mão de obra, entre outros. Para que tenham validade, devem constar na nota os dados da empresa fornecedora do produto/serviço, além do nome e CPF do contribuinte. São consideradas despesas com a atividade a aquisição de insumos, equipamentos, veículos para a atividade, mão de obra, entre outras. Também podem ser incluídos os dependentes, bem como despesas médicas. As declarações devem ser enviadas à Receita Federal entre os dias 1º de março e 30 de abril. “Quem não obedecer ao prazo pagará multa de 1% ao mês-calendário ou fração de atraso, calculada sobre o total do imposto devido apurado na declaração, ainda que integralmente pago, sendo que o valor mínimo é de R$ 165,74 e o valor máximo é de 20% do imposto sobre a renda devida”. Para a declaração de imposto de renda para pessoa física, os pontos principais são: a receita da atividade rural, a despesa da atividade rural, e a compensação de prejuízos. Notas do produtor rural A responsabilidade da emissão da nota fiscal de produtor é do próprio produtor rural, além de ser uma obrigação, ela traz benefícios. Por meio dela é possível aumentar a arrecadação do Município, que pode ser revertida em melhorias para o próprio agricultor. Sem a emissão das notas, está arrecadação é destinada para outros municípios. Maiores informações: www.receita.fazenda.gov.br Rua Gov. Jorge Lacerda, 1333 – Centro – Braço do Norte – SC Av. sete de setembro, 627 – Centro – Rio Fortuna – SC Contadores responsáveis: Romilton Baggio e Renerio Roecker. Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL 9 Condomínio Cachoeiras O condomínio Cachoeiras é formado por quatro famílias que constituem parte dos sócios fundadores da Agreco e da Cresol Encostas da Serra Geral. Sua missão é produzir um alimento sadio, tanto para os membros da família como para os consumidores de seus produtos. Desde sua constituição, produzem e embalam verduras prontas para o consumo. A Coluna Rede Agreco/ CooperAgreco foi até a comunidade de Rio Bravo Baixo, no município de Rio Fortuna e detalha um pouco mais deste empreendimento rural. “Começamos juntos, fomos os cabeças que começamos e aguentamos até hoje. Uma das poucas agroindústrias que não pararam de funcionar” zem em coro, “a Karla é quem quebra a cabeça. As contas, anotações, etiquetas são tudo para ela”. Questionadas as três preferem sem dúvida a roça do que os papéis e contas. Todas reconhecem a responsabilidade de Karla. Vanilda Boeing Schueroff (60), Irma Boeing Schueroff (56), Anísia Feldhaus Schueroff (50) e Karla Wiemes (27) são as principais responsáveis pelo funcionamento da agroindústria Cachoeiras. Elas plantam, colhem, higienizam, processam, embalam e expedem as verduras, frutas e legumes que são comercializados in natura pela CooperAgreco. “A gente que faz tudo, o Cirineu e nós aqui, as vezes o Zé ajuda também”. Se referem a ajuda que recebem do esposo de Dona Vanilda, Seu Cirineu Schueroff e do filho, José Luiz Schueroff. “E se tem bastante produto a gente paga alguém para ajudar”. O serviço da roça é feito diariamente por Dona Vanilda, Dona Irma e Dona Anísia. “No plantio, nós que enfrentamos, são as mulheres”. Karla, a mais nova das três, é formada em Ciências Contábeis e, meio sem jeito, diz que não vai para a roça mas é ela quem cuida dos pedidos, pagamentos e contabilidade do condomínio. As três di- “Para produzir é bastante trabalhoso, sacrificamo-nos mas nos sentimos honradas porque este alimento não tira, mas sim aumenta a saúde do nosso semelhante” Algumas das plantações são mantidas em sociedade e outras, cada família tem suas próprias. “Cenoura, beterraba, aipim, batata-doce, abóbora, alface, repolho, couve, tempero verde, limão, laranja. Sempre produzimos isso”. Tudo é vendido in natura, alguns produtos ainda são congelados e outros embalados a vácuo. “Na maioria dos pedidos é tudo higienizado, próprio para o consumo, a couve por exemplo já vai a salada picadinha, mas tem pedidos que é feito apenas uma limpeza, sem a higienização”. Num dia normal, a colheita começa ao raiar do dia. “Colhe, traz pra agroindústria, lava nos tanques, entra para a Vista do Condomínio Cachoeiras. agroindústria onde é feita a higienização, daí vai para empacotar, já no final do dia”. O trabalho delas é bastante intenso e diário, inclusive domingos e feriados. “No dia que vem o pedido a gente trabalha ali [na agroindústria] e na folga que sobra é na roça”. O pedido é expedido duas vezes por semana, mas elas relatam que é preciso de mais dias na agroindústria para deixar tudo pronto. “Agora que começa época de mais pique, trabalhamos de segunda a sábado e domingo ainda enviamos a carga”. “No serviço, não dá para perder um minuto” Quando questionadas sobre os desafios, elas ficam mudas. Depois Anísia avalia. “Falta a força física, mas o que uma não dá conta sozinha a outra ajuda”. Dona Vanilda acha mais difícil o trabalho na roça, “no sol quente, na idade que nós já estamos” (risos). Dona Irma diz que gosta de trabalhar, “mas tem que trabalhar” e enfatiza, “se não!” “Estamos com pouca gente, não dá para produzir mais” Vanilda, Karla, Irma e Anizia picando aipim. Hoje toda a produção é comercializada e não supre a demanda de pedidos da CooperAgreco. Em função do grande ritmo de trabalho, elas sinalizam que para aumentar a produção tem que aumentar a mão de obra. “Inclusive estamos diminuindo um pouco. Não estamos mais dando conta. Hoje, para nós está bom, mas se for para aumentar a gente não tem condições e se for para pagar mão de obra, alguns produtos não compensam muito”. “Muitos filhos teriam ficado em casa” Elas lamentam que a Agreco não tenha vindo antes. “Naquela época, quando não tinha outra maneira de fazer dinheiro os filhos saíram de casa. Casaram e foram obrigados a sair. Se tivesse o que nós temos hoje muitos tinham ficado. Agora eles já têm seus serviços e é muito difícil os mais novos hoje quererem a lida na roça”. A esperança de continuidade, segundo elas esta com o filho de Dona Valéria e quem sabe com os netos. “A gente fica muito contente” Todas concordam que apesar de bastante trabalho a vida delas e de suas famílias melhorou bastante. Para Karla, que trabalha meio expediente como contadora na prefeitura de Rio Fortuna é um incremento na renda. “Hoje em dia um salário fixo não tem muita perspectiva de crescimento, e para sobreviver é difícil. Outra coisa é como as pessoas estão aderindo aos alimentos saudáveis, os benefícios que eles trazem. Pessoas que vem aqui visitar o condomínio, a gente vê, eles ficam encantados quando veem a produção. Isso é muito gratificante”. As três também se orgulham, “já passou muita gente aqui visitando e todo mundo está elogiando o nosso trabalho e isso deixa a gente fica contente. Os motoristas contam que quando nossos produtos chegaram na escola tudo prontinho, higienizados, as merendeiras ficaram encantadas, nunca tinhas servido um produto orgânico com a qualidade que elas viram”. 10 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL EDUCAÇÃO Ideb 2014 mostra recuo no município Situações como essa são consideradas como “Estado de alerta” pelo Ministério da Educação. Cada escola e cada município do país têm seu próprio Ideb (leia Box) e suas metas a alcançar. No nosso município, para o Ideb 2014, dispomos apenas dos resultados para a 8ª Série/9º Ano. No caso dos estudantes da 4ª Série/5º Ano, não houve Prova Brasil em 2013, porque as turmas tinham menos de 20 alunos. Para o ensino médio os índices são disponíveis apenas para Santa Catarina como um todo. Os números Ideb 2014 para 8ª Série/9º Ano, para Redes Municipal e Estadual em Santa Rosa de Lima Redes Municipal Estadual 2007 Ideb 5,1 4,3 2009 Ideb Meta 5,2 5,4 4,4 Depoimentos 2013 Ideb Meta 4,9 5,7 5,1 4,9 “Baseando-me no que o [Eduardo] Deschamps [Secretário Estadual de Educação] disse, houve esta queda em função da progressão automática. A gente escuta meninos de 13, 14 anos dizendo: ‘vou estudar pra que? se no final do ano eu tenho aprovação...’ Então, para mim, este é o principal fator que levou a esta queda no índice. Mas só isso não justifica. Para termos uma média boa, temos que ter mais dedicação dos nossos alunos. Tem que ter maior investimento do município, do Estado, em educação. Tem que buscar cursos de aperfeiçoamento para professores, investir em tecnologias para melhorar o trabalho dos professores. A progressão automática também precisa ser revista. A tendência no Estado é ter esta mudança, de não mais haver a progressão automática. Eu até acho que nós temos que torcer para isso. Nós, como município, poderíamos até fazer. Mas, como trabalhamos em parceria com o Estado, não tem como uma instituição trabalhar diferente da outra.” Loreni Philippi Diretor do Centro Educacional Santa Rosa de Lima – Núcleo Como se pode notar, em 2007, primeiro ano de aplicação do índice, o Ideb da Rede Municipal (5,1) era bastante superior ao da Rede Estadual (4,3). Por isso, as metas estabelecidas para ela ao longo do tempo foram também maiores. O que se constatou, nesse período de seis anos, entretanto, foi um recuo da qualidade do ensino, medido pelo indicador, na rede do município. E, com isso, um forte distanciamento da meta projetada. Já no caso da Rede Estadual, nota-se uma melhora do Ideb que partiu de um número bem baixo. Se em 2013 o índice supera a meta estabelecida, atingiu apenas aquele que a Rede Municipal já havia obtido em 2007. É interessante registrar que o Ideb alcançado pela Rede Municipal em 2013 é exatamente a meta prevista para a Rede Estadual (4,9) no mesmo ano. Assim, há sinais claros de estagnação e de recuo da qualidade do ensino em Santa Rosa de Lima. Este é um cenário considerado preocupante, sobre o qual gestores, educadores e famílias precisam refletir. A reportagem do Canal SRL procurou ouvir educadores para fomentar o debate no município. O que é o Ideb O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado pelo Ministério da Educação, em 2005, para avaliar a qualidade das escolas e redes de ensino (municipais e estadual). O indicador combina a taxa de aprovação informada pela escola com o desempenho dos estudantes do 5º e do 9º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio, em português e matemática, na Prova Brasil. Para que serve o Ideb O Governo Federal estabeleceu metas de qualidade a serem alcançadas a cada ano e acompanha o desempenho em educação das escolas, municípios e estados. Lei de Responsabilidade Educacional e prefeitos que não poderiam se candidatar A oferta de ensino de qualidade é prevista pela Constituição do país, mas a lei maior não prevê punições para o seu descumprimento. Por isso, tramita no Congresso Nacional, desde 2006, o projeto de Lei de Responsabilidade Educacional, que tornaria inelegível por cinco anos o prefeito que piorar os índices locais de qualidade de educação. Os defensores do projeto acreditam que a lei seria uma ferramenta jurídica para que o Ministério Público cobrasse resultados dos gestores na Justiça, com chances de punição por improbidade administrativa. Já os críticos à proposta acreditam que a lei incentivaria uma “caça às bruxas” e que a melhora do Ideb depende, também, da quantidade de recursos de cada prefeitura. Outro argumento é que o Índice pode ser afetado por problemas ou situações que fogem do controle da administração municipal, como uma greve prolongada dos professores, por exemplo. “Eu penso que para aumentar este índice e para aumentar o nível de conhecimento dos alunos tem que atribuir responsabilidades. Não aos alunos, mas aos pais, aos professores. E para que isso aconteça, eu penso que se faz necessário uma mudança radial na educação brasileira. Não adianta querer tapar o sol com a peneira. Tem que trabalhar a realidade mesmo. O aluno hoje é pre- parado pra vida? De que maneira? Como ele vai sair da escola preparado para a vida, se na escola ele não tem responsabilidades? Qual vai ser a responsabilidade dele quando adulto? Em quem ele está se espelhando? Com quem ele aprende? Com a família e com a escola. Se não houver uma mudança radical no comportamento da família e no método de ensino, a gente não vai alcançar nem o índice e nem o objetivo maior, que é preparar realmente o aluno para a fase adulta, para a vida dele. A tecnologia, hoje, influencia muito a não aprendizagem do aluno. Ele não tem mais motivação para vir para escola. Quando termina a aula, a motivação dele é ir correndo pra casa entrar nas redes sociais e estar por dentro de tudo. E de que forma a escola e a família poderiam aproveitar esta tecnologia para o ensino? Seja para os conhecimentos, seja para responsabilidade. Tem que receber estas informações, trazer para o lar, para a escola e transformar em conhecimento. E isso servir para a vida.” Marilucia Uliano Professora Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL “Pelo que eu acompanho aqui na Escola nos últimos tempos, não dá para levar tão à risca estes dados, principalmente pela importância que se dá aqui dentro para isso. Por exemplo, os números já estão aí, mas na Escola não se falou em IDEB em nenhum momento. Este índice é absorvido mais em função da obrigatoriedade. É muito apática a discussão. Nunca, em nosso planejamento, estamos baseados nestes números. Não sei se é certo ou errado, mas a escola tem este encaminhamento. E isso me “Particularmente, não acho que este índice retrate bem a realidade. A forma de avaliação do Ideb como um todo é passível de aberturas, de muitas brechas. Independente do resultado, eu penso que deve haver um mecanismo mais criterioso para retratar bem a real situação. Outra questão é da própria legislação: ter os ciclos da reprovação ou não [progressão automática]. Talvez a equipe pedagógica tenha que se reposicionar, porque acaba sendo uma forma de fazer com que a criança busque uma responsabilidade maior. Eu penso que isso pode interferir. Eu concordo com a aprovação automática, só que talvez a escola não esteja preparada. Estes índices não relatam o ano de 2013. Na verdade, a criança está estudando há vários anos e o acúmulo daquele aprendizado é que vai ser retratado. É faz crer que não são muito fidedignas estas informações. Acho que não temos regressão. Temos uma evolução. Mas é difícil fazer a mensuração, pois estamos com muitos projetos voltados para a área ambiental e social e estes números são mais pautados nas disciplinas de matemática e português. Isso pode estar dando este reflexo. Na evolução, eu não vejo queda não. A solução para aumentar este índice talvez seria criar uma metodologia de aplicação e de preparação dos alunos, levando em conta que estes números são importantes em outras esferas. Para nós, dentro da escola, não muda nada. Mas sabendo como são olhados os números de fora para dentro, a escola deveria dar mais importância para isso. É claro que os alunos também respondem a uma conjuntura que está colocada: de pais que não vêm à escola, de professores, de um conjunto de coisas. A própria dificuldade de nós lidarmos com a tecnologia, com as redes sociais. Os alunos recebem muitas informações, que eles mesmo processam. E nós não conseguimos acompanhar. Existe também uma apatia ao estudo que está aumentando. Tem um número grande de variáveis e fatores para avaliar.” Volnei Luiz Heideamann Orientador Educacional uma avaliação de um período anterior. Eu não sei se é a metodologia, mas os índices, para o Brasil como um todo, caíram. Claro que existem escolas que são exceções, que têm conseguido melhorar estes números. Mas, infelizmente, é triste para o Brasil. Tanto esforço e investimento em educação. Historicamente, nunca se investiu tanto. E a gente não consegue melhorar este índice. Santa Rosa de Lima está dentro desta situação que puxou a média nacional para baixo. Para melhorar, apostamos na formação dos professores, através da parceria com o IFSC. Mas isso não é de um ano para o outro que vai dar resultado. Estamos, hoje, montando uma proposta de legislação dentro da Educação onde um dos itens é a questão curricular, no que é possível modificar além do padrão nacional. A questão dos conselhos escolares, da gestão democrática dentro da escola. Uma das grandes decepções minhas, com o que acontece hoje na prática, são os conselhos. Eles existem meramente ‘para cumprir tabela’ democrática, mas não funcionam de verdade. Eu acho que teria que implantar um conselho com funcionalidade. Nas escolas onde foi implantado, ele deu resultado positivo. Os dados são apresentados pelo próprio MEC. São caminhos possíveis. Agora, no dia a dia, tem que mudar a legislação. Tem que ter este envolvimento da sociedade. Talvez seja um dos grandes desafios para a gente melhorar estes índices também”. Rudinei Pacheco Secretário Municipal de Educação 11 “Eu acredito que a queda foi na prova escrita. Isso já aconteceu mais vezes. Nós já tivemos esta oscilação nos índices. É difícil dizer, mas acredito que isso pode ser reflexo do momento de aplicação da prova. Ou do fato de ter, nestas classes avaliadas, alunos com dificuldades. Inclusive, portadores de necessidades especiais que têm dificuldade de fazer um exame com tantas questões de matemática e português. Eu não vi durante este ano, no ano passado, pelo menos com os alunos do quinto ano que eu trabalho, que eles tiveram tanta dificuldade, que houve queda no aprendizado. A gente percebe que eles têm condições.” Salésio Wiemes Professor “Na turma que prestou a última prova, tinha alunos muito bons. Mas, em geral, era uma turma com dificuldades. Havia alunos com necessidades especiais e creio que isso que fez o índice diminuir. Também houve bastante mudança no quadro de professores. Com o evoluir das séries, os estudos vão ficando cada vez mais complicados. Da primeira à quarta, por exemplo, o professor está mais presente. Já da quinta à oitava, o aluno é mais autônomo e isso dificulta um pouco. Pois o aluno com maior autonomia acaba ‘copiando e colando’. Nos últimos anos, também surgiram muitas tecnologias que motivam mais os alunos do que ler e escrever. Estes nossos alunos têm potencial, sim. Mas esta autonomia, as redes sociais e outras coisas que facilitaram mais a vida evitaram que eles lessem mais. Eu penso que temos que voltar, de novo, a exigir mais leitura e mais escrita dos alunos. E não tanto xerox. Os professores percebem isso. Mas perceber é uma coisa e colocar em prática é outra. Os nossos alunos não perderam a capacidade. O que se perdeu foi a dedicação. Hoje também é muito namorico... Muitos alunos já têm moto, que os próprios pais já dão. Então, isso é mais interessante que a escola. Eles estão com 14 anos e estão livres, livres. A queda se deve a muitos fatores. Precisa de um trabalho em conjunto. Deve ter um compromisso de todos. Nós sabemos disso! Mas, da teoria à prática existe uma distância. Talvez nossos alunos também não estejam conscientes de importância que tem esta prova. Teve um ano que nós trabalhamos e conseguimos um Ideb bom. Eu apliquei a provinha Brasil no segundo ano [do Ensino Fundamental], só para análise da escola, para ver quais as maiores dificuldades dos nossos alunos. Eles já ficaram ligadinhos na prova. Na parte de leitura, alguns alunos foram muito bem e outros, nem tanto. Mas no segundo ano, como o governo federal não exige leitura, os nossos alunos estão muito bem obrigada. Na parte de matemática, eles se saíram melhor. Tivemos uma média geral de 7.” Nair Mendes Elias Tavares Orientadora educacional 12 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL LEGISLANDO COMUNIDADE RIO BRAVO Karla Folster | Júnior Alberton | Ana Paula Vanderlinde Na comunidade de Águas Mornas, chama atenção de quem passa a beleza e a harmonia do Sítio Orgânico Schmidt, de propriedade de dona Selita, seu Lindolfo e do filho do casal, Valdemar. A família é associada a CooperAgreco e a Acolhida na Colônia. A procura é grande Nesta temporada que abre com a primavera, o carro chefe na produção familiar é o cultivo de morangos orgânicos. Foram plantados dez mil pés, entre eles, espécies variadas como o San Andreas, o Amora, o Albion e o Camarosa. A procura pelo suculento e espetacular fruto faz dona Selita se adiantar, “acho que ano que vem vamos ter que plantar mais, não damos conta dos pedidos. Recém iniciou a colheita e já tem muita gente vindo comprar os morangos. Colocamos no facebook e os morangos estão fazendo o maior sucesso. Tem gente até de Porto Alegre pedindo. Mas lá não dá para ir entregar como a gente faz aqui na praça”. Como comprar Para quem quiser saborear essa delícia, a comercialização dos morangos é feita diretamente na propriedade. Os moradores da região também podem fazer seus pedidos na página do facebook (Sitio Organico Schmidt Schmidt). Nas quartas feiras a entrega é feita em Santa Rosa de Lima e no sábado, no município vizinho de Rio Fortuna. “Tem gente de Braço do Norte que também pede, daí eles vão buscar lá em Rio Fortuna e tem muita gente que vem comprar aqui mesmo”. Segundo alguns consumidores, o que impressiona é a beleza e a doçura dos morangos. Dona Selita manda um recado, “quem quiser visitar e conhecer nossa produção de morando, é só chegar na propriedade e conversar conosco”. Parte da produção de morangos que não é comercializada in natura é transformada em geleia pela Agroindústria das Águas. Morangos frescos, colhidos na hora. Festa no interior A festa da padroeira Nossa Senhora da Piedade, na comunidade católica do Rio Bravo Alto, alcançou sua meta e foi um sucesso de público, tanto no baile de sábado à noite, como no almoço de domingo. Há anos a comunidade católica de Rio Bravo Alto realiza sua festa sempre no final do mês de setembro e serve um delicioso almoço colonial preparado pela própria comunidade. Essa especialidade de fazer uma comida típica é o grande chamariz destas festas de interior e isso tem atraído cada vez mais pessoas. A comunidade quer agradecer a presença de todos e quem não pode prestigiar o evento desta vez, o convite para o próximo ano já está feito. Os vereadores que compõem a bancada PP e PT, a partir desta edição, assinam este espaço para divulgar os trabalhos realizados como representantes do povo na Câmara Municipal de Santa Rosa de Lima. Aqui o leitor acompanhará o resumo dos principais ofícios, requerimentos e proposições apresentados aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Por iniciativa dos vereadores, Edna Bonetti, Robison Siebert (Xaveta), Salésio Wiemes e Luiz Schmidt (Loi) a bancada dos partidos PP e PT destacam aqui os pedidos realizados. Lar legal Solicitam os vereadores que a Administração Municipal encaminhe Ofício à Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação do Estado de Santa Catarina solicitando a inclusão do município no Programa de Regularização Fundiária – Lar Legal, que tem como objetivo regularizar terrenos urbanos, onde os proprietários não possuem o título [Escritura]. Os edis justificam, “em nosso município existem vários loteamentos que precisam de regularização e a gestão deve aproveitar esta oportunidade e aderir ao programa. Com certeza será uma ação de suma importância para o município, principalmente para os moradores que possam se enquadrar no programa”. Britador A Bancada solicitou ao Poder Executivo de Santa Rosa de Lima que encaminhe à Casa Legislativa, no prazo que estabelece a legislação, informações sobre a aquisição de um britador de pedras: nome da empresa vencedora da licitação; o ano; o modelo; e o valor pago pelo do equipamento. Justificam que o envio das informações é de suma importância para que os vereadores possam fiscalizar e acompanhar as ações do Executivo. Plano Diretor O vereador Salésio Wiemes solicita que Administração Municipal tome iniciativa de elaborar o Plano Diretor do Município de Santa Rosa de Lima. Para o vereador, há 27 de setembro Dia do Idoso anos o tema é bastante discutido mas, até o momento, nenhum encaminhamento foi realizado, “diferente da maioria dos municípios vizinhos que já tomou esta iniciativa”. O Ofício sugere que a prefeita convoque uma reunião entre o Executivo e Legislativo. “O Plano Diretor é um documento com diretrizes e encaminhamentos para uma melhor organização e desenvolvimento de um município e a necessidade de sua elaboração é manifestada por todos”, argumentou Salésio. Nome às ruas O vereador também solicitou ao presidente da Casa Legislativa que seja marcada uma reunião entre os poderes Executivo e Legislativo municipais para discutir sobre a nomenclatura das ruas o dos bairros que ainda não possuem identificação formal, bem como a atualização dos endereços das residências urbanas do nosso município. Assistência a produção orgânica Salésio também apresentou Ofício à chefe do executivo municipal, com cópia para o Secretário de Agricultura, solicitando que seja disponibilizado um Engenheiro Agrônomo ou Técnico Agrícola especialmente para atender os agricultores ecológicos ou produtores orgânicos do município de Santa Rosa de Lima. Justifica que esta atividade movimenta aproximadamente R$ 5.000.000,00 (cinco milhões) por ano na economia local, gerando renda, empregos, mantendo muitas famílias no meio rural e produzindo alimentos de qualidade. “Até 2012 os agricultores orgânicos tinham a sua disposição um Engenheiro Agrônomo exclusivo para atendê-los e pelos dados apresentados e por ser um setor importantíssimo na economia do município, precisa de mais atenção por parte da gestão municipal”. SC 108 Vereador Luiz Schmidt apresentou Ofício à prefeita pedindo esclarecimentos sobre a forma como a prefeitura havia assumido os trabalhos de limpeza das canaletas e a roçagem nas margens da Rodovia SC 108 entre Santa Rosa de Lima e Rio Fortuna. O questionamento, segundo o vereador, se justificava por não existir nenhuma informação no Portal da Transparência sobre os gastos com estes serviços; por esta Rodovia ser de responsabilidade do Estado; e pelo fato da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Braço do Norte ter anunciado a liberação de aproximadamente R$ 300,00 para uma empresa executar a manutenção das rodovias pavimentas sob sua regência. Borrachudos Vereador Luiz sugeriu que se levantasse novamente o debate sobre o combate ao borrachudo e que se tomassem medidas para evitar a sua proliferação. Citou como exemplo, a manhã do dia 7 de Setembro, onde as pessoas e, principalmente as crianças, ficaram muito incomodadas com as inúmeras investidas deste minúsculo inseto durante os atos solenes em comemoração à pátria. Robison (Xaveta), colega de bancada, deu total apoio a proposição. Xaveta lembrou que na administração anterior era aplicado periodicamente o inseticida biológico BTI nos córregos que circundam as comunidades. Lembrou que o maior foco de resistência na “praça” está próximo a uma granja de suínos. Idoso é quem tem o privilégio de viver uma longa vida… velho é quem perdeu a jovialidade. Você é idoso quando sonha e quando ainda aprende… você é velho quando apenas dorme e nem ensina mais... Você é idoso quando se exercita e quando tem planos… você é velho quando somente descansa e só tem saudades. Para o idoso o calendário está repleto de amanhãs… para o velho o calendário só tem ontens. Que você, quando idoso, viva uma vida longa, mas que nunca fique velho. Uma homenagem dos vereadores Edna e Xaveta. Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL 13 Meine Meinung Minha Opinião Wilson Feijão Schmidt Posição e disposição Interessante a polêmica gerada, no município, pelo editorial corajoso feito pelos responsáveis pela O Ronco do Bugio na capa da última edição. Muitas coisas foram ditas e ouvidas: “vão perder anunciantes”... “Disseram que não iriam ‘fazer política’ e olha aí...”, “Botar ‘Votamos Dilma’ na capa faz parecer que todo mundo que escreve no jornal é Dilma”... E por aí vai. Vamos a esses temas. Anúncios e massas O jornal resiste muito bem aos constantes ataques de alguns políticos locais a sua viabilidade econômica. O principal é pressionar anunciantes. É uma ação canalha feita por quem está descontente com a linha editorial do Canal SRL, mas não porque seus editores votam Dilma. Afinal, esses políticos também vão votar Dilma. Simplesmente porque nunca pegaram um Governo Federal tão bom para um pequeno município. O que eles não gostam é da linha investigativa das reportagens feitas nestas páginas. O que gostariam é que os editores deste jornal seguissem a linha de outras publicações que chegam ao município e se contentassem em “mamar nas tetas” do cofre público municipal e retribuir publicando elogios e matérias escritas pela própria prefeitura. Mas isso não ocorre e não ocorrerá, e o Canal SRL se comporta como massa de bolo: “quanto mais batem, mais ele cresce”... Política e lados Matéria muito interessante publicada na última edição do Canal SRL, justamente sobre as eleições, mostra a geleia geral das posições políticas dos partidos que atuam no município. Assim, claramente, é possível, como fizeram os editores da O Ronco do Bugio, defender a candidatura Dilma, sem se misturar ao “Fla X Flu” simplificador da politica local. O que está posto em jogo pelo editorial não é o 11 X 15. O que está em jogo é se os santarosalimenses querem um Governo Federal forte trabalhando para prover as necessidades de bem estar para o povo, ou se querem aquele Governo Federal “máximo” para as elites, os bancos e as grandes empresas e “mínimo” para a maioria da população. É claro que os candidatos que temem a continuidade de um bom governo feito para os trabalhadores não assumem isso. Afinal, primeiro, eles precisam do voto do povo. Só depois poderão operar contra ele. Colunistas e posições editoriais Como colaborador deste jornal, fico muito tranquilo com a decisão editorial dos responsáveis pela O Ronco do Bugio. E não apenas porque concorde com o posicionamento e a escolha deles. Mas porque essa postura é comum em sociedades e jornais efetivamente democráticos. Também, porque prefiro os editores que assumem suas posições. Piores são aqueles donos de jornais da região que recebem “grana” pública e oficial todos os meses e fazem “política chapa branca” com notinhas e informes publicitários disfarçados, de forma a enganar seus leitores. Destaco que um editorial representa a posição dos editores e não de todos os colunistas. Os bons jornais, aliás, têm colunistas com posições diversas e até conflitantes. Alguns editores ou donos de jornal assumem, nos editoriais, suas próprias posições. Outros disfarçam. Basta ver os grandes jornais brasileiros, que fazem, hoje, de forma furtiva, a mais forte e nojenta campanha de oposição, ao mesmo tempo em que alegam neutralidade. Segundo eles, bastaria medir em centímetros o espaço que os diferentes candidatos têm, para ver que a cobertura dos jornais deles é igualitária. Não importa, para esses representantes das elites e dos poderosos, que estejam falando mal da Dilma e bem do Aécio e da Marina. Corrupção e tráfico de influência O Ministério Público de Santa Catarina e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) montaram uma operação conjunta, com o nome “Trato Feito”, para investigar obras públicas no município. Trata-se de fraudes em licitações e em medições e pagamentos de fornecedores de material e serviços de pavimentação ou de outras obras. Além disso, empresas privadas que ganhavam licitações acabavam usando maquinários e servidores da prefeitura. Ou seja, recebiam o dinheiro, mas quem realizava o serviço era a própria prefeitura. É claro que, em seguida, as empresas faziam chegar uma parte desse dinheiro na mão de secretários e funcionários municipais. Os crimes apurados são corrupção (ativa e passiva), advocacia administrativa, peculato, tráfico de influência, fraudes em licitação e associação criminosa. Ah, é bom registrar: pela primeira vez interessou a esta coluna o que acontece em outro município que não Santa Rosa de Lima. A operação Trato Feito foi realizada em Balneário Camboriú. Bem distante, portanto, do que acontece por aqui... COMUNIDADE RIO SANTO ANTÔNIO Mariléia Torquato | Carol Rodrigues Nossa comunidade esteve bastante movimentada nos dias 20 e 21 de setembro durante a realização do 2º Torneio de laço Piquete Três Irmãos. Foram inúmeros visitantes durante os dois dias de festa e confraternização entre amigos. Cavalgando A programação no sábado, pela manhã, iniciou com uma cavalgada com a participação de mais de 80 cavaleiros e amantes desta atividade que vieram de diversos municípios e localidades da região das Encostas da Serra. Ao meio meio-dia, os cavaleiros e demais visitantes puderam saborear um delicioso almoço. Torneio de laço As provas do torneio de laço iniciaram no sábado a tarde e seguiram durante todo o domingo, “só paramos para almoçar”, descreve um dos organizadores. “Com um dia muito bonito, o público saiu de casa e veio prestigiar nossa comunidade. O número de pessoas superou todas as nossas expectativas”. Agradecimento Em nome dos organizadores gostaríamos de agradecer a colaboração de todos que ajudaram a realizar a festa, agradecer, em especial, a todos que estiveram em nossa comunidade prestigiando este evento. E que venha o próximo. Parabéns Gostaríamos de parabenizar os organizadores do evento que fizeram um ótimo trabalho, pois além de reunir amigos ainda resgatam tradições. 14 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL PATRIMÔNIO SANTAROSALIMENSE Ida e o Rio do Meio; “para aqui mudei, aqui fiquei” Hoje, a maior alegria da Vó e Bisa Ida é estar cercada dos netos e bisnetos e ver que alguns deles já planejam fazer casas ali no Rio do Meio, no mesmo terreno que ela ajudou a conquistar e onde construiu sua vida. No dia a dia, continua cozinhando no fogão a lenha e recebendo em sua casa. No momento da entrevista, aguardava um dos netos para o almoço. Enquanto conversávamos a comida em preparação estava sobre a chapa, espalhando um aroma convidativo pela casa. Dona Ida só reclama que já não pode mais cuidar bem do quintal, como fazia até há pouco tempo. O fato do nome do próximo bisneto ser o mesmo do pai dela (Henrique), além de trazer alegria para a Bisa, parece sinalizar, justamente, que a vida e a família dela continuam, se renovam e permanecerão por muito tempo. Oitenta anos e muito otimismo. Oitenta anos Dona Ida Vandresen Schmidt nasceu no dia 6 de setembro de 1934, o que é confirmado apenas pela sua certidão de batismo. O registro civil foi feito quase dois anos depois. O pai dela contava que isso ocorreu porque moravam em São Bonifácio e “para esse tipo de registro precisava ir a cavalo até Palhoça. Então, deixava até que tivesse uma turma e uma pessoa ia lá”. No caso da pequena Ida essa providência precisou ser tomada logo após a morte da mãe, quando ela tinha apenas um ano e oito meses. Depois, a menina viu “o pai arrumar uma madrasta” e, aos sete anos, a família mudar “para a Varginha, onda hoje mora o Frido Loch” e, em seguida, “para cima de um morro, onde morava o Lino Wiggers”. Para ela “o pai mudou, porque gostava de mudança... [risos] Porque “o lugar em que ele morava em São Bonifácio era muito bom e lindo, e ele foi pra uma morraria, que nossa”! Foi por esse gosto, entretanto, que a história de Dona Ida se ligou à de Santa Rosa de Lima. Então, decidiram que na celebração do octagenário dela, os filhos e netos trabalhariam para “fazer tudo”. E, de fato, todo mundo se envolveu: alguns foram churrasqueiros, outros cozinheiros, os netos foram os garçons... Eles dizem que não sabem se conseguiram estar à altura do que ela fazia, mas que tentaram, como uma forma de homenageá-la. Parece que sim, porque, à reportagem, Dona Ida descreve, com satisfação, que esse foi um dos pontos da festa que trouxeram a ela grande alegria: “a família que preparou e realizou tudo”! A festa “Eu nunca pensei que iria chegar nessa idade. [risos] E estou bem. Foi uma festa muito bonita. A parentagem toda estava. Não faltou ninguém. Todos se divertindo. Muito alegres e contentes”. Os filhos contam que a forma de organizar a comemoração foi uma maneira de recordar uma das coisas que Dona Ida mais gostava: participar da organização de festas de casamento. Relatam que, naquele tempo, tinha que fazer tudo. Nada era contratado. Tinha que fazer o barraco, a mesa, a churrasqueira – e não tinha carvão pra comprar. Era tudo feito. Contam que a mãe era convidada para as festas e para trabalhar na preparação. Ela começava a trabalhar na quarta-feira e gostava muito, fazia com o maior prazer. Lembranças da infância Como na maioria dos relatos feitos ao Patrimônio, as recordações de Dona Ida dos tempos de criança são marcadas principalmente pelo trabalho. E, também, pela escola. “A gente acompanhava os pais e trabalhava muito. Ia pra escola, mas quando voltava, era pra roça”. Diz que “aprendia bem e o gosto que tinha era estudar”. Fez “da cartilha até a terceira serie”, dos oito aos doze anos, na “escolinha” da Varginha, sempre com a Professora Lucila Manoel Teodoro. A professora, que morava na comunidade, “era rigorosa, mas muito boa”. “Eram quatro classes na sala. Ela passava coisas no quadro, tinha as lições, as tabuadas, tinha que ler os pontos... Por exemplo, nós tínhamos que dizer quantos e quais eram os esta- Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL 15 zer”. Depois do casamento, permaneceram quatro meses ali com a família do marido e, em seguida, “o Tino e o [irmão] José compraram a meia uma serraria lá no Rio da Vagem (Anitápolis), uma meia hora da estrada geral ali pra dentro, e nós fomos de muda para lá.” Foram uns quatro anos de vida passados naquela localidade. Houve mais uma morada “pra baixo do Povoamento”, para então, por volta de 1959, chegar ao Rio do Meio, local para onde, ela diz, “mudou e ficou”. Dona Ida, Seu Tino e parte dos filhos, frente à casa em que passou um grande “pedaço” da vida. dos do Brasil”. E a antiga aluna da Dona Lucila diz nunca ter tido dificuldades, sabendo ler e fazer contas muito bem e só tirando notas ótimas. Ser professora, “não deu!” Depois, queria estudar em Rio Fortuna. Uma tia, casada com um irmão do pai, e o primo Paulino, que iria estudar na mesma classe, vieram buscá-la “para parar na casa deles e seguir em frente nos estudos”. Ela recorda: “o pai deixou, mas a madrasta, não. Disse que eu precisava continuar ali, para ajudar a trabalhar. Não deu! Tive que ficar na roça e trabalhar muito”. Fica claro que essa passagem a marcou bastante, porque ela “sonhava ser professora, mas naquele tempo precisava sair de casa para continu- ar os estudos” e diz, sorrindo, que acha que é “por isso, os filhos foram todos estudar”. Até hoje, ela gosta de ler. No momento, está lendo dois livros. Um sobre o Papa Francisco e outro sobre o Padre Marcelo. E afirma que lê de ponta a ponta todas as edições do Canal SRL. Atualmente, acompanha com satisfação a educação dos netos e bisnetos. A maior diferença, para ela, é que, nesses dias em que estamos, como as crianças não precisam trabalhar, têm muito mais tempo para estudar. “Na minha infância, só à noite, depois de ter trabalhado a tarde toda na roça, que a gente ia fazer os deveres, estudar a tabuada ou os pontos... Com luz de querosene. Eu passava as tardes na roça pensando no que eu tinha que fazer à noite. E com vontade de es- Dona Ida e os filhos no aniversário de 80 anos. tudar. E o pai também insistia para fazer tudo certinho”. Novas mudanças, constituindo sua própria família Ida morou com o pai até os 18 anos. Começou um namoro com “um quase vizinho, com quem andava sempre junto e conversava muito”, o Tino Schmidt. E dali saiu casamento. A festa foi na casa do sogro, seu Antônio, onde hoje mora o irmão dela, Renato Vandresen [que também já foi personagem do Patrimônio – Edição Ago/2014]. A festa foi “como era de costume: almoço e, à tarde, um café... Mas foi um casamento pequeno, só com a família e os vizinhos. E nem teve gaiteiro nem baile. O sogro gostava de festa, mas eles moravam numa casinha pequena e não deu pra fa- O Rio do Meio Dona ida recorda com um sorriso nostálgico: “Aqui era muito mato ainda. Todos viviam à base de engordar porco. Só o Adolfo Assing tinha uma serraria, vivia da madeira. Mas os outros eram tudo na base do porco. Eram poucas casas, mas, bem dizer todas, de tijolo à vista com madeira [refere-se ao estilo enxaimel]. Depois, quando as famílias tiveram condições, trocaram por casas de madeira – canela e peroba, que construíam no mesmo lugar onde estava a antiga. A nossa estava ruim, com as paredes caindo. Os outros, eu não sei. Decerto por problemas também, como um esteio podre que não dava pra trocar, com perigo da casa virar... Daí todo mundo foi trocando as casas. Desmanchava a antiga e fazia a de madeira no mesmo lugar. Acho que só sobrou a do Bernardo Kulkamp, que fez a nova sem desmanchar a velha. Os outros, não! Desmancharam tudo! Nós contratamos uma empreitada com o Alfredo Wentz e ele fez essa casa que está aí até hoje. Quando a construímos, fomos morar no paiol da estufa. Como era empreitada, eles trouxeram uma turma de camaradas e a madeira já beneficiada e levaram pouco tempo. Foi uma alegria passar para a casa nova, com muito mais espaço”. A morada da vida e a vida na terra “Já tínhamos quatro filhos quando compramos esse terreno de 55 hectares, aqui na beira do rio, e fazíamos engorda de porco para pagá-lo. Compramos do Antônio Oenning. Ele foi para o Paraná e vendeu para nós. Já tinha a casa velha, paiol, chiqueiro, tudo pronto. Plantava batata, aipim, milho... E tratava os porcos. Quando eles estavam gordos, vendia uma chiqueirada de doze, quinze. Vendia pro Fernando Hermesmeyer. Tinha que levar lá na estrada, porque não tinha ponte. Tocava ou levava de carsegue 16 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL segue ro de boi e passava por um passo de rio. E aquela prestação ia toda para o terreno. Recebia aquele dinheiro e ia todo pra pagar o terreno... Mas tinha vaca de leite e fazia manteiga pra vender. Tinha galinha e ovos pra vender. E produzia tudo pro gasto... Assim ia vivendo... Roupa era pouca. Comprava a de domingo e a de semana. Tinha diferença! Mas era pouca e comprava na venda do Seu Fernando e marcava. Quando ia vender o porco, ele já descontava. Tinha também os uniformes da escola. Era camisa branca e azul a saia pras meninas e o calçãozinho pros rapazinhos Mas era tudo de pé descalço. Não tinha sapato. Era um par e não sei quantos anos levava ele. Na roça, não tinha bota, não tinha nada. Pra roçar capoeira, era tudo descalço. A gente passava um medo de cobra que era uma coisa. [risos] Mas tinha que roçar, não é?” Novos ciclos Depois, o porco macau não ti- PATRIMÔNIO SANTAROSALIMENSE nha mais valor, os compradores quebraram todos e, em 1970, “pra ter recurso”, começaram a plantar fumo. “Estávamos com uma turma de oito filhos. O Wilson já tinha saído pra estudar e tinha que pagar tudo – porque naquele tempo, nada era de graça. O instrutor da companhia veio e passou a conversa no Tino [risos] e nós fomos os primeiros a plantar fumo por aqui. Depois, outros botaram estufa também, mas nós fomos os primeiros. E fazia um bom dinheiro. O fumo dava bom. Plantamos fumo por vinte anos. Os filhos sempre ajudando. Iam pra escola, mas quando voltavam iam junto pra roça, ou colher fumo, ou cuidar da fornalha. Tudo no serviço também. Depois veio a Agreco. No começo, foi uma coisa do Wilson. O Tino concordava com ele e foi começado. Ele [o marido] cuidava do viveiro de mudas e trabalhava o dia inteiro com aquilo. E tinha as verduras. Nós plantávamos verdura e beneficiávamos aqui. Eu sempre trabalhando junto”. “A vida foi só trabalhado... Sempre, sempre”... “Era o dia todo na roça. Perto do meio dia eu vinha em casa e aprontava a comida. À tarde, voltava pra roça. Levava as crianças. Elas eram acostumadas desde pequeninhas a ficar com os pais na roça. Ficavam na sombra, brincavam. Um cuidava do outro. Os com sete, oito anos, que podiam trabalhar, que já tinham uma enxadinha, ajudavam e aprendiam. E os outros ficavam escorregando nos barrancos, brincando na terra. À noite, quando chegava em casa, eu fazia a comida e tinha os serviços da casa, enquanto ele [o marido] cozinhava o trato dos porcos. No fumo fazia tudo junto, na roça, colher à mão, costurar à mão as folhas, estufar, cuidar da fornalha durante a noite... Tudo! E, além disso, cozinhava, lavava a roupa... Ajudava as crianças a fazer os deveres da escola. Era apertado o serviço! Tinha um trabalho em que eu me divertia muito. Era festa de casamento. Eu trabalhava muito nos casamentos. Quando eles aconteciam, se fazia tudo em casa e eu ia ajudar. As mulheres da vizinhança se juntavam todas para preparar as coisas e era bem divertido”. Lazer, só no sétimo dia “Era trabalho de segunda até sábado à noite. Só no domingo, era ir na praça, para a missa ou o culto. Ia a pé com os filhos, carregando um, outro... Às vezes botava algum no cargueiro... E, à tarde, se visitava os vizinhos. Naquele tempo, tinha uma vida de vizinhança bem forte. A gente fazia um café com bolo e cuca, os homens jogavam baralho, as mulheres conversavam e a criançada brincava, jogava bola, discutia, brigava... [risos] Quando anoitecia, todo mundo ia embora”. Causos (com a ajuda dos filhos) Bicicletas e “falência” Antes as crianças estudavam aqui na escolinha do Rio do meio. Quando elas passaram a estudar na praça, não tinha transporte como hoje. O Tonho tinha ganhado uma bicicleta numa rifa e para os outros não irem a pé sempre, ele [o marido] comprou mais três bicicletas. Aí, os vizinhos diziam: ‘Ih, gastando desse jeito, o Tino vai à falência’. Naqueles tempos, não era como hoje. Mesmo bem mais tarde, quando a Nete e o Lúcio foram estudar em Rio Fortuna, tinha que ir de moto até a praça e lá pagava a Kombi da Erika... Porque o Neusinho também estudava e se juntavam para pagar o transporte. Sem pressa O Tino, quando tinha visita, gostava de conversar. Mas tinha um vizinho que extrapolava. Às vezes vinha de manhã e ficava proseando até a tarde. E tinham assunto... Mas o Tino preferia que esse vizinho viesse à noite, porque isso ajudava a passar o tempo, quando ele tinha que cuidar da fornalha da estufa. Naquele tempo não tinha energia. A estufa ficava do lado da casa, mas era preciso olhar o termômetro de cinco em cinco minutos. Era fornalha aberta e não podia sossegar um instantinho. Era direto, cuidando. O Tonho e o Loi cuidavam até meia noite, um dia cada um. E eu e o Tino dividíamos as madrugadas. Nessas noites em que o vizinho vinha conversar, quando estava se preparando para ir embora, botava um pau no fogo pra fazer uma tocha de brasa que ajudava a iluminar o caminho. Quando estava bem incendiado, certinho, o Tino puxava um assunto que interessava e ia lá e jogava o tição preparado dentro da fornalha. O vizinho reclama- O lugar predileto para passar o tempo e ver o “movimento”. va: ‘Ô Tino, meu tição’. E ele, ‘Ah, desculpa!’ O vizinho colocava outro... Puxavam novo assunto. E acontecia a mesma coisa. Tudo se repetia. Assim, muitas vezes esse vizinho acabava indo embora só de manhã, com o raiar do dia. Com pressa Esse mesmo vizinho veio, um dia, buscar um cachaço emprestado, num dia em que o Tino estava bem enrolado de serviço. E o vizinho dá-lhe a puxar conversa e a querer ficar proseando. Nós tínhamos um porco comum, grandão... Como era frequente naquele tempo, os vizinhos pediam emprestado o animal para cobrir as porcas. E o cachaço já sabia, quando iam lá no chiqueiro e botavam a corda nele, era porque ele iria ter uma tarefa boa pra fazer. Ficava que ficava... Pois era quase noite, o Tino foi logo no chiqueiro, passou a corda no cachaço e entregou para o vizinho. O cachaço começou a correr... O vizinho atrás, na ponta da corda... Perdeu o chapéu, perdeu o chinelo e foi pelo caminho, com o cabelo deitado. Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL 17 Família SRL COMUNIDADE SANTA BÁRBARA Adolfo Wiemes Família – Vocação, Bíblia e Rosário Agosto foi o mês das vocações. A família é a primeira e principal delas, pois no seio da família surgem todas as outras vocações. Setembro foi o mês da Bíblia, que é a palavra de Deus escrita. E agora entramos no mês de outubro que é o de Nossa Senhora do Rosário. De 13 de maio a 13 de outubro, Nossa Senhora do Rosário apareceu aos três humildes pastorzinhos: Lúcia (11 anos), Francisco (9 anos) e Jacinta (7 anos). nos salvar e gozar da felicidade eterna. Palavra da salvação Tudo isso envolve a família a fim de que ela se mantenha no caminho do bem e da justiça que é o próprio Jesus Cristo, pois ele mesmo disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida verdadeira (Jo 14,6). Devemos ler na Bíblia, principalmente o Novo Testamento que fala mais da vida do nosso Salvador. Viver e colocar em prática tudo aquilo que Cristo nos ensinou e observar os Dez Mandamentos da Lei de Deus para Nossa Senhora do Rosário e seus pedidos Foram seis aparições, nas quais só Lúcia conversou com Nossa Senhora. Em todas, ela recomendava a reza do rosário diariamente se for possível, principalmente em família, colocando uma intenção pela qual queremos pedir e orar à Nossa Senhora e a Deus, ou aos Santos. Nossa Senhora também pediu que se fizesse muitas penitências, pois muitas almas iriam para o inferno, por não haver ninguém que as realizasse por elas. E disse que se não fizermos penitência e não rezarmos o terço todos os dias possíveis, o castigo virá. É o que estamos presenciando por aí afora, principalmente nas grandes cidades. Onde muitos não respeitam as coisas alheias, dando muitos prejuízos com os estragos que fazem. Nossa Senhora do Rosário e suas previsões Dizem que a natureza quando é maltratada, um dia se cobra. É o que está acontecendo atualmente nas cidades baixas, planas e perto de grandes rios. São enchentes, alagamentos, tornados com fortes rajadas de ventos, dando muito prejuízos e deixando muita gente sem abrigo e até sem nada. Desentendimentos e guerrilhas entre um país e outro, e assim vai. Tudo isso porque a maioria do povo de Deus não pratica mais a religião segundo o plano de Deus e o ensino de Cristo. A maioria do povo não vai mais a igreja para participar da celebração da missa ou cultos. Apenas um pequeno grupo participa. Tudo isso Nossa Senhora de Fátima previu em suas aparições, que aconteceram em 1917. Exame de consciência Após ler este texto cada um examine como está agindo em sua vida e em sua família. Lembrem-se, todos, que estamos vivendo, temporariamente, neste mundo, por causa de Deus. Precisamos nos preparar para salvar nossa alma, que veio de Deus e a Ele deve voltar no dia de nossa morte. Rodinei Beckhauser Criança dá trabalho Na correria dos dias atuais vê-se cada vez mais a dificuldade que os pais estão tendo para cuidar e “educar” seus filhos. Na maioria das famílias, pai e mãe trabalham o dia inteiro e as crianças acabam ficando muito do seu tempo na escola, esta que lhes transitem os conhecimentos científicos. Mas a educação para a vida, a transmissão dos valores, dos princípios, das crenças, estes são papéis que competem exclusivamente aos pais. Hoje vimos que muitas vezes isso não vem sendo feito. Talvez, não por falta de vontade dos progenitores, mas por falta de tempo e de mais dedicação. Muitos pais se enganam quando colocam na escola a responsabilidade de educar um filho. A escola ensina, a família é quem educa. Escola e família Que possamos cada vez mais ver a participação dos pais na vida escolar dos filhos. É preciso que escola e família caminhem juntos para formarmos bons cidadãos. Só assim deixaremos filhos melhores para o mundo e não apenas um mundo melhor para nossos filhos. Os pais devem dedicar mais tempo e se responsabilizar mais a educação das crianças pois, como diz o velho ditado, “educação vem de berço”. Criança Feliz Esta minha opinião se baseia no anseio que temos de que todas as crianças sejam felizes e se tornem adultos responsáveis e educados. Por isso mando um abraço todo especial para todas as crianças e que Nossa Senhora Aparecida, que divide o seu dia com elas, abençoe a todas. Internet: missão quase impossível Os usuários do sinal da internet disponibilizado gratuitamente pela prefeitura municipal de Santa Rosa de Lima, através de um sistema de antenas, têm visto a conectividade a rede mundial como uma missão quase impossível pois, a lentidão na abertura de sites e páginas é bastante considerável. Por vezes, conectar-se, torna-se totalmente impossível. Aqui na comunidade cerca de 10 pessoas usam o sinal gratuito e pouco mais de cinco usuários usam o sinal da telefonia celular, mas as reclamações acabam por serem as mesmas. Festa e amizade Nossa comunidade passou o último 28 de setembro reunida durante todo o dia. Depois da celebração dominical foi a vez de sentar e trocar conversas. E tudo ficou melhor porque o encontro foi acompanhado de uma saborosa e suculenta feijoada, que dessa vez foi patrocinada pelos amigos Antônio Blasius, Dilnei Boegger e Edvan Heidemann. Nada melhor do que um dia maravilhoso entre amigos fortalecendo nossos laços de comunidade e de amizade. Em breve tem mais, pois amigos, comida e bebida é a combinação mais que perfeita. Obrigado aos amigos patrocinadores do feijão e a todos que estavam presentes. Até a próxima! 18 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL SUSTENTABILIDADE Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL 19 SRL na 9ª Feira Regional de Ciências e Tecnologias Sustentáveis Duas turmas da Escola de Educação Básica Professor Aldo Câmara apresentaram projetos na etapa regional da Feira de Ciências. Os estudantes do 9º Ano, coordenados pelo professor da disciplina de Educação Física e regente da turma, Ronaldo de Oliveira Alves, expuseram maquete de uma casa com projeto para captação e reutilização da água da chuva. Já os componentes do Terceirão, dos períodos matutino e noturno, coordenados pelas professoras Albertina e Camila Wiemes, partiram do problema que a escola tem com relação ao esgoto e propuseram um sistema para tratamento dos dejetos e reutilização da água para irrigação de uma horta escolar, associado a um conjunto de placas para captação de energia solar. tadual. “A Feira Estadual é de Ciências e Tecnologias. Nós, da Gered-BN, ampliamos para Ciências e Tecnologias Sustentáveis. Objetivamos colocar a questão da sustentabilidade porque acreditamos que em tudo o que fazemos doravante temos que considerá-la. Não podemos mais pensar em tecnologias sujas. Queremos que o aluno, ao pensar em algum projeto, pense também na sustentabilidade”. Alunos do 9º Ano e o projeto de Reutilização da Água em casa. Experiências e resultados Patrícia Oenning, do 3º Ano, participa pela primeira vez do evento. Bastante desinibida e mostrando conhecimento de causa, ela fala sobre os projetos. “A ideia principal é trazer a sustentabilidade para a escola, como a gente mostra através da fossa, do projeto de coletar a água da chuva e da energia solar. Desde cedo os alunos precisam ter consciência da importância da sustentabilidade para a vida deles, para a natureza. Isso vai ser cada vez mais necessário. A gente vai precisar reaproveitar”. Patrícia avalia sua participação no evento: “É uma experiência nova. Quando a gente estuda, se dedica e é classificado [para a Regional], fica feliz por nosso trabalho ser reconhecido. Muito feliz mesmo”. Vanusa Weber, aluna do 9º Ano, também gostou bastante que sua Turma tenha sido classificada para a fase regional. “É legal porque vem um monte de gente ver o nosso projeto. Fazem um monte de perguntas. Achei muito interessante”. Evelin Siebert pensa o mesmo: “Foi muito legal a gente mostrar o que a nossa sala fez. Também gostei muito da Feira porque todos os temas apresentados eram sobre sustentabilidade, energias renováveis”. O professor Ronaldo, que também participa pela primeira vez completa, “é uma experiência que só irá acrescentar. Eu estive olhando todos os projetos e achei o nível da feira muito bom. Estão todos de parabéns”. Eliete May da Rosa, diretora da Escola Aldo Câmara, também acompanhou a Feira e avalia os trabalhos como bem interessantes. “Nossos alunos apresentaram ideias de reutilização da água. Vemos a água como solução e também como uma preocupação, já que ela está sendo desperdiçada. O projeto dos alunos, tendo em conta o problema com a fossa, apontou uma solução. Eu ouvi comentários bem positivos sobre os trabalhos da nossa escola. E a Feira chama atenção pelas ideias que outras escolas estão apresentando”. Pensar na sustentabilidade A Feira Regional, promovida pela Gerência Regional de Educação de Braço do Norte (Gered-BN), envolve quinze instituições de ensino da região. A nona edição aconteceu no dia 17 de setembro, em Rio Bonito, no município de Braço do Norte. Para o Gerente Regional de Educação, Ademar Rohling, presente no evento, é importante destacar o diferencial entre a Feira Regional e a Feira Es- Da ideia às tecnologias Questionado sobre a possibilidade do projeto relacionado ao problema da fossa ser implantado, o gerente sinalizou. “Já existem algumas tecnologias que estão sendo trabalhadas na região. Eu sugiro à Escola Aldo Câmara e à comunidade que nos procure, para que a gente possa organizar uma visita a estas iniciativas. Em Pinheiral, a Universidade Federal de Santa Catarina está com um projeto que desenvolve tecnologias sociais relacionadas à água. Em Orleans tem outro projeto. A parir da proposta dos estudantes, é possível buscar algumas tecnologias que possam resolver o problema atual da escola”. Os que fazem a diferença Ademar Rohling destaca o importante papel das escolas neste tipo de evento e agradece aos diretores, aos professores e estudantes. “Temos que reconhecer que, nas nossas escolas, sempre tem aquele professor que faz a diferença. Para uma feira de ciências, o professor tem que se dar um pouco mais. Parabéns também a todos os alunos que explicaram seus trabalhos, todos muito interessantes. O nível realmente é muito bom. Vai ser uma dificuldade para os avaliadores escolher os trabalhos para a etapa estadual”. Nova etapa Ao final da realização da Feira, foram divulgados três projetos selecionados para a etapa estadual. No Ensino Médio, foram escolhidas a Escola Jacob Luiz Naibel, com o projeto Tecnologia sustentável de biogás, e a Escola Dom Joaquim, com o projeto Educação Ambiental: energia eólica. No Ensino Fundamental, foi a Escola Engenheiro Annes Gualberto, com o projeto de Sustentabilidade: horta suspensa. O evento estadual ocorre nos dias 8 e 9 de outubro, em Florianópolis. Alunas do Terceirão e o projeto Escola Sustentável. Espaço d’Acolhida Thaise Guzzatti A perda de um protagonista Primavera de 2014. Manhã de 26 de setembro. Fomos, todos da Acolhida na Colônia, surpreendidos com o comunicado do falecimento do Neno (Idalino Bonettti). Passado o primeiro impacto da notícia e o sentimento de profunda tristeza, relembramos a nossa trajetória, os sonhos do início e os que acalentamos até hoje, as dificuldades, as trocas, os aprendizados, o respeito e a admiração que nutríamos por aquele pioneiro do agroturismo em Santa Rosa de Lima e no Brasil. Ideais de um pioneiro Nosso querido Neno possuía uma natureza serena e otimista, Sempre demonstrou estar aberto ao diálogo e a novas experiências. Mesmo nas adversidades dos anos 90, nunca deixou de acreditar ser possível reverter o esvaziamento populacional da sua terra natal, as Encostas da Serra Geral. Conhecia a dura realidade da agricultura familiar e sabia que ela precisava de alternativas. Inconformado e otimista, participou ativamente do processo de mudança iniciado com a Agreco, tendo levado a produção de hortaliças orgânicas para o pé da Serra Geral. Mais do que isso, com visão de futuro, foi Neno, capa de uma publicação Agreco. um dos principais articuladores locais do processo de desenvolvimento do agroturismo. Isso quando a maioria perguntava e debochava: “Turismo? Aqui em Santa Rosa de Lima? Nesse fim de mundo?” Neno, visionário, teimava e argumentava, dizendo ser o agroturismo uma ótima oportunidade de reverter o declínio do “interior”. A maioria dos agricultores e das pessoas dizia: as estradas são ruins; a energia elétrica é fraca; não temos telefone... E Neno pregava serenamente: “Aqui nas Encostas da Serra Geral, estamos no lugar mais bonito do mundo! Temos muito a oferecer! Vai dar tudo certo!” Com a percepção de uma pessoa que conviveu com a natureza, teve muita paciência, tolerância e sabedoria. Mergulhou fundo para conhecer os princípios do agroturismo e, a partir daí, participou da cruzada para implantação da Acolhida na Colônia. Ações de um pioneiro Como um igual, acompanhava os técnicos nas visitas aos agricultores, mobilizando, incentivando e fazendo com que cada um se reconhecesse. Provocava, em todos, o auto reconhecimento e a autoestima, em um meio em que havia tanto descrédito. Já naquele tempo, dizia aos agricultores que eles eram portadores e guardiões de conhecimentos, de histórias, da tradição. E que isso tinha muito valor. Falava do potencial da região e da importância da água e de outros recursos naturais que nela estão presentes. Afirmava e reafirmava a possibilidade de mudanças, de inovações, de soluções. Ensinava que cada um dos habitantes de Santa Rosa de Lima seria capaz de construir um novo destino, de escrever outra história coletiva. Acolhida e reconhecimento de uma liderança Em 1999, acontece a conquista pioneira para o país: um grupo de agricultores funda a Acolhida na Colônia. E Neno, merecidamente, é eleito seu primeiro presidente. Um ano depois, ele atravessou o Atlântico, para conhecer, na França, a associação irmã, Accueil Paysan e suas principais lideranças. A língua não foi problema, porque os ideais eram os mesmos. Tributo Neno deixou um legado à Acolhida na Colônia. Nossa justa homenagem ao nosso “primeiro lutador” (que é o que significa a palavra protagonista) é multiplicar a semente que ele plantou nas Encostas da Serra Geral. É fortalecê-la aqui e propagá-la pelo país. Siga a Luz, amigo querido! De fato, como você previu, deu tudo certo! E você permanecerá, sempre, um membro da Acolhida. Afinal, cada ato nosso por um mundo melhor e mais solidário, terá um pouquinho de você. Idalino Bonetti (Neno). 22 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL Promoção da SAÚDE COMUNIDADE Murilo Leandro Marcos RIO DO MEIO Ana Beatriz Kulkamp | Diana Kulkamp | Karine Neckel O grande dia está chegando Em outubro nossa comunidade está em festa e bastante contente, pois volta a realizar a tradicional Festa em Honra a Nossa Senhora Aparecida. A comissão de Assuntos Econômicos e Pastorais, com o apoio do Grupo de Jovens do Rio do Meio e do Piquete Aliança Tropeira, está preparando um grandioso e espetacular evento nos dias 11 e 12 deste mês. Em nome da comunidade gostaríamos de contar com a presença de você, caro leitor. Então deixamos aqui nosso recadinho, convide sua família, seus amigos e venha conosco fazer esta belíssima festa. I Encontro de cavaleiros Piquete Aliança Tropeira Convidamos especialmente, para a programação de sábado, os adeptos e apreciadores de cavalos, cavalgadas e boa companhia entre amigos. Venham prestigiar o primeiro encontro de cavaleiros promovido pelo grupo de amigos do Piquete Aliança Tropeira, aqui do Rio do Meio. Programação Sábado – 11/10/2014 7:30hs – Recepção dos cavaleiros com café da manhã 8h:30min – Saída da cavalgada (em frente ao Centro Comunitário) 12:00hs – Almoço 22:00hr – Baile com as bandas Nova Era e Jeito Safado Ingressos antecipados com os integrantes do Grupo de Jovens. Domingo – 12/10/2014 10:00hr – Santa Missa em honra a Nossa Senhora Aparecida 12:00 hr – Almoço 14:00 hr – Bingo Durante os dias de festa haverá completo serviço de bar e cozinha. Mais uma vez em nome da comissão organizadora, agradecemos a presença de todos e afirmamos que faremos de tudo para manter a maior marca da nossa gente, a arte de receber bem. Em honra a Santa Catarina No mês de novembro é vez da comunidade de Santa Catarina fazer a festa em honra a sua padroeira, Na próxima edição traremos mais informações sobre este importante evento e sua programação. Fiquem ligados aqui na coluna da Comunidade do Rio do Meio. Outubro rosa é tempo de deixar as mamas em paz! A coluna deste mês, assim como as eleições, promete ser polêmica. Em tempos de outubro rosa, milhares de pessoas se mobilizam pelo câncer de mama, mulheres fazem mamografia e cidades se pintam de rosa. A pergunta é: mamografia salva vidas? Para responder a essa pergunta, temos inicialmente que ter clareza da finitude da vida, isto é, um dia todos vamos morrer. Seja por câncer, infarto, derrame ou infecção, todos passaremos para o infinito. O câncer, a doença do século, sempre existiu e continuará existindo. Se a expectativa de vida aumenta, consequentemente aumenta também a prevalência de câncer como causa de morte, assim como antigamente morríamos muito mais em decorrência de diarreia ou de sarampo. Não acredito que “venceremos” o câncer. O câncer não está para ser vencido, mas compreendido. Isso não significa ignorar as mortes decorrentes do câncer de mama ou negar o avanço da ciência. Os profissionais de saúde deveriam justamente buscar evitar mortes prematuras, prolongar anos de vida com qualidade e aliviar o sofrimento evitável. Mas será que ao recomendar a mamografia anual a todas as mulheres com 40 ou 50 anos, com ou sem sintomas em suas mamas, com ou sem história familiar de câncer de mama, estamos fazendo bem? A resposta pode estar num dos maiores e mais longos estudos já realizados sobre o tema. Pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, observaram, durante 25 anos, 89.835 mulheres entre 40 e 59 anos, que foram divididas em dois grupos. Metade das mulheres realizaram mamografias anuais. Ao final do estudo, os cientistas diagnosticaram câncer de mama em 3.250 das mulheres examinadas anualmente, e em 3.133 das que não passaram por nenhum exame. No grupo das mulheres que fizeram mamografia, 500 morreram em decorrência do câncer de mama, enquanto que no outro grupo 505 mulheres morreram da doença. A mortalidade cumulativa de câncer de mama foi semelhante entre os dois grupos, o que parece reforçar as crescentes evidências de que mamografias anuais não reduzem o risco de uma mulher morrer de câncer de mama. As mamografias, constatou o estudo, elevam o tempo conhecido de sobrevivência sem afetar o curso da doença, isto é, ao invés de descobrir um nódulo na mama num exame de toque em 2011, a mulher pode descobri-lo em 2007 com uma mamografia, mas isso não significa que a mulher viverá mais. Ela vive mais tempo sabendo que tem a doença, mas geralmente o tempo de vida é o mesmo. Outro problema de realizar mamografias anuais para todas as mulheres é que tais exames detectam muitas anormalidades que nunca seriam fatais, mesmo se não fossem tratadas. É o caso das mulheres com nódulos, cistos e calcificações. Muitas mulheres têm, algumas desenvolvem câncer e outras não. O grande desafio está em descobrir em quais mulheres essas alterações podem se transformar num câncer. De acordo com o estudo, as mamografias estão provocando uma epidemia do que os pesquisadores chamam de “excesso de diagnósticos” ou sobrediagnóstico. Quase 22% dos cânceres invasivos detectados por mamografias eram inócuos, o que significa que eles não iriam causar sintomas ou morte para a mulher. Mas sem fazer a devida diferenciação, muitas mulheres hoje em dia estão sendo diagnosticadas e tratadas desnecessariamente. Estas mulheres terão uma parte ou a totalidade da sua mama removida e irão, frequentemente, receber radioterapia e, por vezes, quimioterapia. Há de se considerar também a tensão psicológica por que passam milhões de mulheres até saber se tem ou não um câncer. Segundo pesquisadores da Dinamarca, de cada 1.000 mulheres que fazem rastreamento com mamografia, cerca de 100 mulheres saudáveis passam por um falso alarme e tem a sensação de “talvez ter um câncer” a cada novo exame. Fazer ou não fazer mamografia? Muito importante é lembrar que as controvérsias acerca da mamografia envolvem as mulheres saudáveis, sem doenças, sem anormalidades nas mamas e sem histórico familiar de câncer de mama. Surgindo alguma alteração nas mamas ou tendo um parente de 1º grau com câncer de mama não falamos de rastreamento, mas sim de investigação diagnóstica e, nessas situações, não há dúvida da necessidade de ajuda médica. Em relação às mulheres saudáveis, a sugestão é buscar informações de qualidade não baseadas no medo ou em “achismos” e fazer opções conscientes acerca do seu corpo. E o câncer? Ao invés do medo, ação: evite todo e qualquer produto químico industrial; evite pesticidas e inseticidas; evite os produtos de limpeza e de higiene que contenham alumínio, parabenos, ftalatos e estrógenos; coma produtos orgânicos e de animais alimentados a pasto; reduza o açúcar, farinhas brancas, margarina e gordura hidrogenada; aumente a ingestão de fontes de ômega-3 como peixes, crustáceos e produtos animais orgânicos; aumente a ingestão de alimentos orgânicos anti-câncer de mama como alho, alho-poró, cebolinha, couve-flor, repolho, brócolis, rabanete, cebola, couve, espinafre, beterraba, cúrcuma, soja, chá verde e frutas; faça 20-30 minutos de atividade física diariamente; tome sol durante 20 minutos por dia; pratique uma atividade de meditação e tranquilidade como yoga; resolva os traumas do passado; aprenda a acolher suas próprias emoções e deixa -as se dissipar sem se prender a elas; encontre uma pessoa com quem possa partilhar suas emoções; busque uma conexão mais ampla; procure uma atividade em que se sinta útil e tenha convivência comunitária. Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL 23 AGRICULTURA FAMILIAR Cadastro Ambiental Rural ao alcance dos proprietários rurais Agreco, CooperAgreco e Sintraf, entidades envolvidas com a Agricultura Familiar em Santa Rosa de Lima, oferecem aos agricultores associados a realização gratuita do Cadastro Ambiental Rural (CAR), uma exigência do Novo Código Florestal Brasileiro que deve ser cumprida até Maio de 2015, com prorrogação de mais um ano. Todo proprietário e proprietária rural é obrigado a fazer este cadastro que integra as informações ambientais das propriedades, gerando uma base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. Para oferecer este suporte aos associados, as entidades contrataram a Engenheira Ambiental, Suzana Schueroff, que irá atender os agricultores e alimentar o sistema com as informações fornecidas e gerar o CAR. Por satélite O cadastro rural, que só pode ser feito pelo computador, é um levantamen- to de informações georreferenciadas do imóvel, com delimitação das Áreas de Proteção Permanente (APP), Reserva Legal (RL), remanescentes de vegetação nativa, área rural consolidada, áreas de interesse social e de utilidade pública. “Estas informações, fornecidas pelos agricultores, irão gerar um mapa digital sobre uma imagem de satélite do Google Earth e este mapa ficará com o agricultor para eventuais dúvidas”. Como fazer O serviço está disponível desde o primeiro dia deste outubro. É necessário trazer a matrícula [escritura] do imóvel, documentos pessoais do proprietário e comprovante de residência. “Os dados alimentados no cadastro serão aqueles fornecidos pelo próprio agricultor e se houver alguma informação equivocada é de responsabilidade dele. O mapa também servirá caso o agricultor precise fazer alguma regularização da propriedade”, esclarece a engenheira. Suzana aten- de os agricultores no escritório do Sintraf, de Segunda a Sexta Feira, das 8:00 às 12:00hs. Atendimento diferenciado Luiz Schmidt, presidente do Sintraf fala os motivos que levaram as entidades a oferecer este tipo de serviço aos seus associados. “Nós achamos interessante pois existe uma demanda muito grande. No município, passa de mil o número de matrículas [escrituras] rurais e leva em média mais de uma hora por matrícula. Na prefeitura também é prestado este serviço mas ainda assim a demanda é muito grande, como nossas entidades trabalham diretamente com a agricultura familiar, decidimos prestar este atendimento diferenciado aos nossos associados. Luiz explica que aos produtores ou proprietários rurais não associados, o serviço também está disponível, mas será estabelecida a cobrança de uma taxa pelo serviço. “Caso os agricultores queiram se associar é só entrar em con- tato com nossos escritórios. Na Agreco é preciso buscar a certificação e a anuidade. No Sindicato, por exemplo, essa anuidade é de $R100,00. Com isso, automaticamente, o associado tem a gratuidade dos serviços que prestamos”. Mais do CAR O cadastro é tido também como uma ferramenta importante para auxiliar no planejamento do imóvel rural e na recuperação de áreas degradadas. O CAR fomenta a formação de corredores ecológicos e a conservação dos demais recursos naturais, contribuindo para a melhoria da qualidade ambiental, constituindo-se em instrumento de múltiplos usos pelas políticas públicas ambientais e contribuindo para o fortalecimento da gestão ambiental e o planejamento municipal, além de garantir segurança jurídica ao produtor, dentre outras vantagens. EDUCAÇÃO Semana Nacional do Trânsito Os alunos da Escola de Educação Básica Professor Aldo Câmara participam da palestra “Trânsito, Conhecer e Saber Conviver”, proferida pelo soldado da Polícia Militar Ronaldo Michels. O tema da Semana Nacional do Trânsito, que se realiza todo os anos entre os dias 18 e 25 de setembro, trouxe o lema, “Cidade para as pessoas, proteção e prioridade ao pedestre”, mas a apresentação do soldado Michels, que é capacitado em Educação para o Trânsito, vai mais além deste assunto, dando bastante ênfase à educação e conscientização para o trânsito. Durante aproximadamente 1h30min, Ronaldo abordou questões como condução de veículo automotor sem habilitação, Lei Seca e embriagues ao volante, utilização de celular pelo condutor, a importância do uso do capacete, da cadeirinha para bebes e do cinto de segurança e dicas de como se comportar no trânsito sendo um pedestre, um ciclista, um motociclista e um motorista. Para Ronaldo a palestra pretende fazer com que os jovens e adolescentes façam reflexões e se perguntem, ‘quanto vale minha vida?’. Com cenas fortes e pronunciamentos contundentes, o soldado quer ressaltar como são importantes o cuidado e a atenção para prevenir acidentes e preservar a vida. Em Santa Rosa de Lima, foram realizadas três palestras, uma em cada turno de aula. Para preservar a vida Segundo Ronaldo, a Polícia Militar realizou diversas outras atividades durante a Semana do trânsito, além de palestras em 14 escolas da região. O encerramento, na sexta feira (18), foi em Braço do Norte, com escolinha de trânsito, brinca- Soldado Ronaldo Michels palestrando aos alunos do E.E.B. Aldo Câmara. deiras e sorteio de brindes. São responsáveis pela organização, a Sargento Thatiane, a Soldado Fernanda, o Major Marcos, o Soldado Ronaldo e o responsável pela escolinha de trânsito, Sargento Maxsoel. A Semana do trânsito também contou com a colaboração de inúmeros policiais que fizeram toda a segurança para o evento. Para Ronaldo, todas estas ações são de extrema importância, “nosso objetivo é tornar nosso trânsito mais seguro, onde podemos, com simples atitudes, prevenir acidentes e preservar a vida”. A Semana Nacional de Trânsito é comemorada anualmente entre os dias 18 e 25 de setembro, conforme artigo 326 do Código de Trânsito Brasileiro. Todos os Órgãos ou Entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito participam das programações. 24 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL Maratcha Edésio Willemann M&M O Gemüsefest Volks Tanz Grupp, grupo de dança germânica de Santa Rosa de Lima, representou muito bem o município e a nossa cultura na Oktbertanz. O evento, realizado na primeira colônia alemã de Santa Catarina, em São Pedro de Alcântara, abre o calendário das festas de outubro no Estado. O grupo de dança germânica participou também de evento em Cerro Negro, no município de Ituporanga. Mais uma vez realizou um show de dança e alegria, arrancando muitos aplausos da plateia. No dia seguinte (foto), para um momento de confraternização e integração, a turma toda foi convidada para tomar café com o grupo de dança de Cerro Negro, na casa da Dona Rute. Matheus Baumann trocou de idade no dia 06 de Setembro. A homenagem é da família e dos amigos. Dona Erna comemorou com os filhos, netos e bisnetos, no dia 02 de setembro, seus bem vividos 90 anos. A festa foi na casa da filha Norma. Desejamos a senhora muita saúde e tranquilidade! São os votos de todos que a cercam. Acione da Silva Vandresen soprou velinhas no dia 23 de setembro. Felicidades! Que a vida lhe traga muitos sonhos e realizações. Mentira Edson Baumann Nina (Cecilia Benedet), a proprietária De uns dos salões de beleza mais badalado da cidade, soprou velinhas no dia 27 de setembro. Sua amiga e fiel cliente kelin Dutra é quem manda postar esta homenagem para você aqui na M&M. Parabéns Nina! Kelin, nossa colega de jornal, colunista da Comunidade de Rio dos Índios fica um ano mais linda no dia 25 de outubro. Te desejamos muitas conquistas e realizações, parabéns e muitos anos de vida! Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL Romelania, a Nica, comemorou mais uma primavera no mês de setembro. A homenagem especial é de seu companheiro Rod e de todos os amigos e familiares. Felicidades! Pricila Dutra troca de idade no dia 03 de outubro. A homenagem é da amiga Kelin. Felicidades! Kátia completou 25 primaveras no dia 15 de setembro. A homenagem é do maridão Ronaldo e da filhota Franciny. Felicidades! Ricardo troca de idade no dia 18 de outubro. Um parabéns mais que especial de toda a sua família e da galera de “domingo à tarde”. Zeloni Carvalho Warmling completa 61velinhas no bolo da vida no dia 21 de setembro. A homenagem é de toda a família e principalmente de seu esposo Irineu. Roberto Vandresen Neto comemorou mais um anivesrásio no dia 7 de setembro. A mamãe Adriana, o papai Lucio e a mana Bianca mandam um abraço mais que especial. 25 26 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL Esporte Total COMUNIDADE MATA VERDE Kátia Vandresen | Ronaldo Michels Teremos Eleições Neste mês de outubro todos os eleitores do nosso querido Brasil irão às urnas para escolhermos Presidente, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais. O primeiro turno acontece no dia 5 e o segundo turno no dia 26. Este é um dos momentos mais importantes da democracia, onde o povo tem em suas mãos a oportunidade de fazer do nosso país, um verdadeiro país onde não exista mais a pobreza, a desigualdade, e tenha uma economia cada vez mais forte. É o momento de votarmos com consciência e tranqüilidade, prestar atenção nas verdadeiras propostas dos candidatos, de ver o que cada um deles tem para contribuir com uma melhor qualidade da educação, da segurança pública, da saúde, ou seja, em todos os setores indispensáveis para que o Brasil avance em um futuro promissor. Somos Livres I Queremos aqui dizer que cada um de nós eleitores é livre para escolher em quem votar, por isso o voto é considerado secreto, isso se chama democracia. A opinião emitida pela imprensa é sempre válida para mostrar o que cada canal de comunicação pensa, o que seus diretores pensam. Com isso queremos esclarecer aqui os questionamentos feitos pelos nossos leitores, a nós colunistas desde importante espaço destinado pelo Canal SRL a nossa querida comunidade da Mata Verde a respeito do publicado na capa da edição de setembro, intitulado “Votamos Dilma”. Respeitamos a opinião dos diretores do Canal SRL, mas esclarecemos que esta opinião não se estende a nós colunistas deste espaço, o que não ficou claro no que foi publicado, dando inclusive a entender que todos envolvidos com este canal de comunicação tenham a mesma opinião de seus diretores, o que nos possibilita de dizer Votamos Marina! Somos Livres II Para demonstrar também a você leitor que o Canal SRL é aberto a todos, e aceita críticas construtivas, o que faz deste então um jornal imparcial, pois nós colunistas buscamos inclusive conversar a este respeito com os seus diretores no que se referi à publicação “Votamos Dilma”, e temos a liberdade de aqui demonstrar que nossa opinião se diverge quanto a este assunto. Somos livres de pensamentos, de opiniões e de opções de candidatos para a eleição, assim como você amigo eleitor também é. Então desejamos uma boa eleição a todos, e que votem com coragem e a consciência tranqüila de que fizeram a melhor escolha. Voltou da Viagem Internacional Queremos aqui registrar que os santarosalimense Lucio Schmidt e Bertilo Vandresen (Tilico) já voltaram da viagem internacional feita à Costa Rica, na América Central. Mesmo depois do avião sofrer algumas turbulências devido a tremedeira do Tilico e do Lúcio, a viagem foi considerada tranqüila e também produtiva. No quesito produtivo, o projeto Sistema Pastoril Voisan por eles lá defendido no Congresso Internacional de Ecologia foi um dos quatro aprovados pelos mais de 60 países lá participantes, e que agora terá incentivos inclusive dos países Europeus. Campeonato Municipal de Futsal Veterano 2014 1ª RODADA 12-09-14 (SEXTA-FEIRA) Horário Equipes X Equipes 19:00 VALMIR 03 X 08 VANDERSON 20:00 FATINHA 04 X 07 NECO 21:00 LEKE 02 X 05 TITO 2ª RODADA 19-09-14 (SEXTA-FEIRA) Horário Equipes X Equipes 19:00 FATINHA 04 X 01 LEKE 20:00 VANDERSON 04 X 03 TITO 21:00 NECO 10 X 00 VALMIR 3ª RODADA 26-09-14 (SEXTA-FEIRA) Horário Equipes X Equipes 19:00 LEKE 02 X 04 NECO 20:00 TITO 11 X 02 VALMIR 21:00 VANDERSON 01 X 01 FATINHA 4ª RODADA 10-10-14 (SEXTA-FEIRA) Horário Equipes X Equipes 19:00 TITO X FATINHA 20:00 VALMIR X LEKE 21:00 NECO X VANDERSON 5ª RODADA 17-10-14 (SEXTA-FEIRA) Horário Equipes X Equipes 19:00 NECO X TITO 20:00 LEKE X VANDERSON 21:00 FATINHA X VALMIR SEMI-FINAL 24-10-14 (SEXTA-FEIRA) Horário Equipes 19:30 20:30 1º COLOCADO 2º COLOCADO FINAL (31-10-14) (SEXTA-FEIRA) Horário 19:30 20:30 Equipes 3º E 4º FINAL 4º COLOCADO 3º COLOCADO Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL 27 COMUNIDADE NOVA FÁTIMA Alexandre Oenning Bittencourt A primavera é um período em que vemos as pessoas mais alegres. É a natureza que se renova e assim como as flores desabrocham também é uma boa época para renovar o espirito. A chegada da Primavera traz consigo um ar de vida e de renovação. Aqui em nossa comunidade tudo fica mais bonito, especialmente os jardins das casas, onde desabrocham infinitas flores multicoloridas e também nas lavouras, que entram em clima de total produtividade. Considerada por muitos a mais agradável, alegre e perfumada, esta estação é bastante esperada pelos moradores que vivem aqui, em particular pelas mulheres, que tradicionalmente têm uma dedicação especial aos jardins. Elas plantam, cuidam, trocam mudas e sementes e deixam nossa comunidade muito mais linda nesta época do ano. Mais um motivo de orgulho para nossa Nova Fátima. Time União Bandeirante de Nova Fátima De pé: Celso, Anselmo, Mico, Edemir, Volnei, Inacio, Sergio, Dilnei e Valdemar. Agachado: Danilo, Balduino,Nilo, Volnei,Wilmar, Nilso(in memoria) e Mauri. Campeonato Municipal de Futsal Veterano 2014 Artilharia ATLETA EQUIPE GOLS RUDINEI SIEBERT TITO 10 DILNEI WIEMES FÁTINHA 08 ALEXANDRE HEIDEMANN NECO 08 LEOMAR HEIDEMANN NECO 06 LAURO DUTRA WANDERSON 05 ROBSON SIEBERT WANDERSON 05 Campeonato Municipal de Futsal Veterano 2014 Exemplo É nesta época que prestamos mais atenção à Natureza. Gostei muito de um gesto que presenciei no dia 22 de setembro, Dia da Árvore. Dezenas de criancinhas distribuindo mudas de plantas nativas nos estabelecimentos comerciais e residências do Centro de Santa Rosa de Lima. Interessante também que todas elas levaram uma arvorezinha para plantar em suas moradas. Fico imaginando, será que plantaram suas arvorezinhas? Será que os papais e mamães tiraram um tempinho para plantar a muda com seus filhos? Que maravilha quando isso acontece. Segundo informações da Secretaria de Educação, foram distribuídas cerca de 500 mudas no município. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente deve fazer parte do nosso dia a dia. Então não deixemos de plantar e cuidemos da natureza para que sempre tenhamos flores e também frutos. Paisagismo Uma equipe de voluntárias e voluntários realizou um mutirão de plantio de árvores nativas, flores de diversas espécies e grama nos arredores da Igreja de Nova Fátima. Parabéns as pessoas que doaram e se doaram para ver nossa comunidade cada dia mais bonita e organizada. Viva os noivos! Luciane Boeing e Leandro Menegali de Piere uniramse em matrimônio no dia 27 de setembro de 2014, na Igreja Nossa Senhora de Fátima. A celebração e a festa estavam lidíssimas. Parabéns. Luciana e Leandro, que vocês sejam muito felizes. Que esta Primavera, e tantas outras, traga muitas realizações e felicidades! Tabela de Pontuação EQUIPES MEIO RURAL P J V E D GC GP SG 1º NECO / XANDE 09 03 03 00 00 06 21 +15 2º WANDERSON / NEMÉSIO 07 03 02 01 00 07 13 +06 3º TITO / FABRICIO 06 03 02 00 01 08 19 +11 4º FATINHA / ADAIR 04 03 01 01 01 09 09 00 5º LEKE / EDUARDO 00 03 00 00 03 13 05 -08 6º VALMIR R. / BUNECO 00 03 00 00 03 29 05 -24 Leandro e Luciana. 28 Santa Rosa de Lima, Outubro/2014, Canal SRL touraram” o motor. Feito o leilão, a pergunta que não quer calar: a prefeitura vai reverter o valor arrecadado para a Associação, ou vai embolsar o recurso? Leilão, um sucesso mesmo? Foi realizado pela administração municipal, no dia 12 de setembro, o leilão de bens “inservíveis” do patrimônio dos santarosalimenses. Foram ofertados e leiloados inúmeros bens, especialmente equipamentos que eram da Secretaria de Obras e da Secretaria de Agricultura. A prefeitura diz que “foi um resultado muito bom”, porque o leilão rendeu “quase” trezentos mil reais aos cofres do município. Na avaliação de diversos cidadãos, nem tão bom assim. Houve itens vendidos por preços muito abaixo do seu valor real e que ainda poderiam servir muito bem para prestar apoio aos agricultores, estes, sim, sentindo falta dos serviços públicos. E a “Van da Agreco”? Este Macau ficou sabendo que até a “Van da Agreco” foi leiloada. E por um valor bem baixo (R$ 6.800,00). O veículo é proveniente de um convênio da associação de agricultores com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, há quase dez anos. Antes, ela tinha seu uso restrito às demandas da Agreco. E a prefeitura ainda apoiava a manutenção dele. A partir de 2013, a “Van da Agreco” passou a ser “pau pra toda obra” na prefeitura, até que “es- Audiência pública, um recorde negativo de público. Positivo para quem? No dia 26 de setembro, atendendo à exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, o executivo realizou uma audiência pública para apresentar e discutir o balanço financeiro do segundo quadrimestre de 2014. A realização dessas audiências é uma obrigação para todos os municípios. O estranho é o número de cidadãos que participam. Desta vez, salvo engano, só estavam os servidores municipais que, por força da lei, são obrigados a participar e a jornalista do Canal SRL. Ninguém mais! Assim fica difícil! Depois, não adianta reclamar. Apresentação ou complicação? Outra questão que chama a atenção nessas audiências é a forma como são apresentados os números. São usados apenas termos técnicos que o cidadão não tem a mínima condição de entender. Talvez esteja aí a razão para a não participação da população nessas atividades. Junto com isso já há, normalmente a “torcida” para que vá pouca gente e que ninguém pergunte nada. Aí fica mais fácil escapar de “explicações embaraçosas”. Ou não é assim? Dados no portal da transparência Para os cidadãos mais atentos ao uso dos recursos públicos, há uma ferramenta muito importante que foi criada justamente para que os gestores públicos fossem obrigados a informar “em tempo real” o que estão fazendo com o dinheiro que é do povo. Ao que parece, aqui em Santa Rosa de Lima isso não é levado a sério por quem deveria zelar pela transparência das contas públicas. Quem “dá uma olhada” no portal (http://e-gov.betha.com.br/transparencia) tem reclamado que as informações não estão atualizadas. E que as disponíveis nem sempre são suficientes para uma boa análise da aplicação dos recursos públicos. Ficou transparente? A culpa é da Betha Como esse Macau não entende de tecnologia, foi “fuçar” para saber o porquê das informações não estarem atualizadas conforme determina a lei. Fuça aqui, fuça ali e disseram que “a culpa é da Betha”. Como este “tipo banha” não é muito inteligente, foi saber quem era essa Betha. Aí, descobriu que é o sistema de informática no qual são lançados os dados que devem estar disponíveis aos cidadãos “em tempo real”. Como a tal Betha é paga mensalmente pela prefeitura, fica a pergunta: se os dados não estão sendo disponibilizados, o pagamento é feito “em tempo real”? Ou também atrasa? Repasse já foi feito? No mês passado, esse gordinho simpático e desconfiado, ficou “encucado” e suspeitou que os repasse, pela administração municipal, de recursos ao Centro Comunitário e ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais poderia não se concretizar. Indicou, ainda, que a culpa seria ardilosamente jogada sobre os vereadores da oposição que votaram contra o projeto “Frankstein”. Parece que a suspeita tinha fundamento. Já se soube que a “culpa” já foi lançada na “conta” da oposição e que os recursos não foram para a conta das organizações. Aguardemos mais um mês... para ver se a profecia se confirma. Campanha eleitoral Como a campanha eleitoral de 2014 está na reta final, já é possível fazer algumas avaliações. Ao que parece esta é uma campanha muito mais “leve” do que a de 2012. As tensões são bem menores, os pedidos de votos são feitos mais “frouxamente”. Isso é bom porque permite ao cidadão / eleitor assistir à propaganda no rádio ou televisão e tomar a decisão sobre em quem votar, sem ser “tão pressionado” como nas últimas eleições. “Tá no mato”. Que mau exemplo! No trecho em direção as Águas Mornas o Macau notou que uma placa indicativa da localização do Centro de Formação em Agroecologia havia sumido. Na primeira árvore atrás do local onde havia essa placa foi afixada uma propaganda de um candidato a deputado estadual. Como porco vive fuçando mesmo, o Macau encontrou a placa do Centro de Formação jogada, com suporte e tudo, “na grota”. Belo exemplo que esse cabo eleitoral dá para a sociedade e para os seus eleitores. Se alguém quiser conferir é só parar e olhar: de um lado, a placa indicativa jogada. Do outro a cara do candidato que, com um cabo eleitoral desse, não merece ser votado.