Teor de umidade Várias propriedades da madeira são afetadas pelo teor de umidade das peças. A madeira é considerada seca quando o seu teor de umidade está equilibrado com a umidade relativa do ambiente onde a madeira será utilizada. O mercado não especifica o teor de umidade médio, nem os valores máximo e mínimo recomendados para o local de aplicação das peças, o que pode resultar em mau desempenho das mesmas. A tabela a seguir apresenta os valores de teor de umidade recomendados para algumas cidades brasileiras. Teor de umidade de equilíbrio da madeira na base seca em função da umidade relativa e da temperatura Cidade Umidade relativa do ar (%) Temperatura (°C) Teor de umidade de equilíbrio da madeira (%) São Paulo 78,4 19,3 15,5 Rio de Janeiro 79,1 23,7 15,6 Belo Horizonte 76,5 21,1 14,9 Brasília 67,6 21,2 12,5 Curitiba 80,2 16,5 16,2 Florianópolis 82,2 20,3 16,8 Porto Alegre 76,0 19,5 14,8 Salvador 79,5 25,2 15,6 Recife 81,2 25,5 16,2 Fortaleza 80,2 26,6 15,8 Belém 86,5 26,0 18,4 a Fonte: Madeira: Uso Sustentável na Construção Civil, 2 edição, IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo), São Paulo, 2009. Tratabilidade química A tratabilidade química das madeiras utilizadas para produção de estruturas é apresentada na tabela a seguir: Tipo de madeira Tratabilidade química Angelim-Pedra Cerne de difícil preservação. Alburno de fácil preservação, em processo sob pressão, tanto com creosoto (oleossolúvel) como CCA (hidrossolúvel). Angelim-vermelho Impermeável às soluções preservativas; o cerne não é tratável com creosoto (oleossolúvel) e nem com CCA (hidrossolúvel), mesmo em processo sob pressão. Bacuri Pouco permeável a soluções preservativas em tratamento sob pressão. Cambará A madeira deve ser moderadamente permeável às soluções preservantes quando submetida a tratamento sob pressão. Cedrinho Cerne e alburno moderadamente fáceis de preservar em processos sob pressão. Cupiúba Eucalipto* Cerne e o alburno apresentam moderada permeabilidade às soluções preservativas tanto oleossolúvel (creosoto) como hidrossolúvel (CCA). A retenção de preservativo oleossolúvel é de 200 kg/m3 a 300 kg/m3. Cerne de difícil tratamento; o alburno é permeável. Fava-orelha-de-negro Impermeável às soluções preservantes, mesmo em processos sob pressão. O alburno é fácil de preservar com CCA-A. Garapa Baixa permeabilidade às soluções preservativas quando submetida à impregnação sob pressão. Goiabão O cerne e o alburno são fáceis de preservar, em processo sob pressão, tanto com creosoto (preservativo oleossolúvel) como CCA (preservativo hidrossolúvel). Itaúba Baixa permeabilidade às soluções preservantes. O alburno é difícil de tratar e o cerne é refratário. A madeira é difícil de preservar, apresentando retenção de preservativos oleossolúveis abaixo de 100 kg/m3. Cerne impermeável e alburno permeável à impregnação. Jacareúba Louro-Vermelho Pau-Roxo Quaruba Tauari Por apresentar vasos obstruídos por tilos (aumento de células), a madeira deve apresentar baixa permeabilidade às soluções preservantes mesmo em tratamento sob pressão. Cerne impermeável ao tratamento com creosoto e CCA-A mesmo em processo sob pressão. O cerne de V. guianensis é resistente ao tratamento preservante. O alburno é fácil de preservar com creosoto (oleossolúvel) e CCA-A (hidrossolúvel) aplicados sob pressão. O alburno apresentou alta permeabilidade ao pentaclorofenol em tratamento sob pressão. (Obs.: ensaio no alburno realizado pelo IPT) É fácil de ser tratada tanto com creosoto (oleossolúvel) como com CCA-A (hidrossolúvel), aplicados sob pressão. (Obs.: em ensaios de laboratório, quando submetida a tratamento sob pressão, a madeira demonstrou ser permeável às soluções preservantes). *Eucalyptus citriodora e Eucalyptus grandis Fonte: Madeira: Uso Sustentável na Construção Civil, 2a edição, IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo), São Paulo, 2009. NOVEMBRO 2009 – GUIA DA CONSTRUÇÃO 100 – 29