JORNAL DIÁRIO INSULAR | FUNDADO EM 1946 | Jornal Diário | Terceira - Açores | Ano LXIX | N.º 21623 | PREÇO 0,60 EUROS | DIRECTOR JOSÉ LOURENÇO | www.diarioinsular.com PUB. base das lajes FaP Vs câmara da Praia Um mecanismo na Lei do A Força Aérea embargou Orçamento da Defesa é duas obras na Praia, por se visto com maus olhos pela encontrarem na zona de Casa Branca. Tudo pode servidão militar. A autar- atrasar nas Lajes. [06] quia critica a decisão. [08] Obama pode vetar lei Embargo contestado fotografia esPaço talassa DIÁRIO INSULAR empresa mais antiga de whale watching nos açores vai deixar de mergulhar com a espécie golfinhos sob pressão [página 12] PUB. sáB | 10.10.15 |02| RegIãO 10.out.2015 DIÁRIO INSULAR tânia Rocha, nutRicionista Ora entãO diga lá... diga lá vOcê O resultado da primeira reunião de três horas entre a coligação PSD/ CDS-PP e o Partido Socialista foi o esperado: NADA! As declarações de ambos, no fim da ronda, são de bradar aos céus: o líder do PS lamenta-se depois de uma reunião “inconclusiva” de que a coligação não apresentou propostas concretas e o líder da coligação lamentase ao achar que deveria ser o PS a apresentar as suas condições. E pronto! Nova reunião agendada para terça-feira, com Passos ainda a adiantar estar disponível para fazer uma “adivinhação” das medidas que os socialistas desejam ver aprovadas para garantir um acordo. Poucos saberão o que se discutiu durante três horas, mas a julgar por estas declarações, o mais provável é que tenha sido o sexo dos anjos, para ganhar tempo. Do lado dos socialistas, para reunirem à esquerda e pressionarem à direita; do lado da coligação, ganhar tempo para desgastar a improvável solução de um governo de esquerda e assim pressionar os socialistas para se chegarem ao centro. Haverá certamente implícitas muitas outras estratégias que não cabem nestas linhas e todas elas legítimas, têm é de despachar-se e quebrar com a tradição lusa de tudo demorar, de deixar as questões a marinar, para dar aquele ar de tudo muito pensado, negociações muito ponderadas, conquistas de terreno pedregoso a pulso, e minado a passo, como se não soubéssemos que é pura perda de tempo e que, se quisessem, tudo se passaria diferente e muito mais simplesmente. Alguém acredita que se tenham sentado à mesa sem propostas na mão e que se tivessem apenas discutido a questão da iniciativa? Mas isto é de gente que pretende chegar a um acordo? Não é assim que se conquistam os portugueses para a participação cívica, nomeadamente a mandatar através do voto os representantes que hão de negociar soluções para o país. Enquanto não derem sinais de empenhamento nas negociações que não se podem arrastar indefinidamente, significa que não querem acordo e muito menos põem o interesse do país à frente do interesse partidário. Obviamente que este estado de coisas é um gozo para os comentadores que diariamente nos brindam com cenários, onde tudo vale e tudo vende. Admiram-se depois que os portugueses tenham dos políticos uma ideia quase indecorosa! São eles próprios através destes comportamentos que dão o pau para as colheres e... colheres cheias de coisa nenhuma. frAnciscO mAdurO-diAs [10] Água quente precisa-se “Existe água quente subterrânea... nesta ilha...” m. pAtrãO neves [10] Entendam-se, o país está primeiro! “O tempo não é de jogos, mas de consensos.” nunO melO Alves [11] Breve análise sobre os resultados eleitorais “A vitória do PS nos Açores é relativa e curta.” frAnciscO cOelhO [11] Cavaco “Ele continua a fazer das suas...” Escola tem papel fulcral na alimentação das crianças A nutricionista Tânia Rocha fala ao DI sobre o facto de os Açores serem a região do país com mais crianças com baixo peso e deixa conselhos aos pais e às escolas. Os AçOres sãO A regiãO dO pAís cOm mAis criAnçAs cOm bAixO pesO, segundO A AssOciAçãO pOrtuguesA cOntrA A ObesidAde infAntil. Que cAusAs vê pArA este fenómenO? Os dados apresentados resultam do estudo “Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI)” que monitoriza a obesidade infantil em vários países europeus. Atualmente na terceira fase do COSI Portugal (2012/2013) os dados indicam que nos Açores, de acordo com os critérios da OMS, 24% das crianças (6 aos 8 anos) apresenta excesso de peso, 10% obesidade e 4% baixo peso. O facto de se verificar um aumento de crianças com baixo peso na região é preocupante e este fenómeno pode dever-se à situação socioeconómica das famílias. Se por um lado, muitas famílias passam por dificuldades económicas, por outro, ainda existe falta de informação sobre escolhas alimentares saudáveis, que inevitavelmente se reflete nos hábitos alimentares e estado nutricional das crianças. cOmO se pOde cOntOrná-lO? Muito já tem sido feito. Por exemplo em 2009 a Presidência do Governo Regional criou um projeto de Prevenção e Tratamento da obesidade infantil na Região Autónoma dos Açores, criando equipas multidisciplinares de intervenção, onde garantiu a contratação de um nutricionista em todas as Unidades de Saúde da Região. Por outro lado, e de acordo com o Plano Regional de Saúde 2014-2016, a promoção da alimentação saudável surge em várias áreas de intervenção, como na área da saúde infanto-juvenil e promoção da saúde em contexto RegIãO |03| DIÁRIO INSULAR 10.out.2015 escolar. Ainda temos muito trabalho pela frente, é verdade, e um novo desafio será prevenir o aparecimento de crianças com baixo peso, para tal, deveremos repensar nos apoios a estas famílias, bem como apostar na sua educação alimentar, no sentido de conhecerem os alimentos mais nutritivos e saudáveis, que não são necessariamente os mais caros. Por outro lado, a escola tem um papel fulcral, uma vez que é onde as crianças passam uma grande parte do seu dia, sendo portanto aí que ingerem uma parte substancial de alimentos. Qual é a diferença entre uma criança magra e saudável e uma com Que nos devemos preocupar? Ainda existe muito a ideia que uma criança mais magra é mais saudável e, pelo contrário uma criança que está acima do peso não o é. É preciso perceber que a deficiência nutricional pode ocorrer independente do peso, isto porque essa deficiência acontece quando se come muito ou se come pouco, ocorrendo em ambos os casos um desequilíbrio entre as necessidades energéticas e a ingestão dos nutrientes. Por exemplo, existem crianças geneticamente magras, mesmo quando a alimentação é feita de forma adequada. Por outro lado, o aumento de peso pode resultar do sedentarismo e não necessariamente do excesso de comida. Podemos então diferenciar uma “criança magra saudável” de uma “criança magra não saudável”, ou seja, uma criança “magra saudável” é aquela que apesar de magra, alimenta-se bem, tem uma alimentação saudável, pratica atividade física, não tem problemas de saúde. Por outro lado, uma “criança magra não saudável” é aquela que mesmo magra, pode apresentar um perfil metabólico alterado, como alterações no perfil lipídico (colesterol, triglicerídeos,…), tensão arterial mais elevada, maus hábitos especialmente no intervalo das refeições, o excesso de consumo de sal e gordura, nomeadamente na confeção das refeições, incentivar que as crianças não fiquem mais de três horas sem comer, evitando Fruta deve ser grátis em todas as escolas alimentares e um estilo de vida sedentário. A preocupação passa por garantir uma alimentação saudável a todas as crianças. Que conselhos deixa aos pais e encarregados de educação para Que tenhamos crianças mais saudáveis? De um modo geral passa por evitar o excesso de consumo de açúcares, períodos prolongados de jejum, muitas vezes por imposição dos horários dos adultos, incentivar a toma do pequeno-almoço completo e equilibrado, incluindo uma fonte de lacticínios, farináceos (pão, bolachas, cereais,..) e fruta. Estabelecer regras e limites às crianças no consumo de guloseimas, gelados, batatas fritas, refrigerantes. Promover uma alimentação equilibrada, evitando o consumo excessivo de proteínas (nutriente encontrado principalmente na carne, peixe e ovos) e incentivando o consumo de produtos hortícolas (legumes e hortaliças) e fruta e incentivar as crianças a praticar atividade física. o Que gostava de ver acontecer nas escolas? É fundamental a promoção de uma Alimentação Saudável nas escolas e para tal seria importante, por exemplo, regulamentar e monitorizar o funcionamento das cantinas escolares, com o objetivo de garantir que seja oferecido as crianças refeições equilibradas, saudáveis e atrativas. Incentivar também a formação profissional dos cozinheiros e auxiliares, para que adquiram conhecimentos e técnicas sobre alimentação saudável. Por outro lado, gostaria que fosse distribuído fruta gratuitamente em todas as escolas, à semelhança do que já se verifica em algumas escolas a nível nacional e regional (projeto “Heróis da fruta”), com o objetivo de sensibilizar os mais novos e respetivas famílias, para a importância de uma alimentação saudável e promovendo o consumo de fruta. Através desta medida poderíamos também envolver os produtores locais. Seria também importante disponibilizar mais apoio nutricional nas escolas, a crianças com excesso peso e baixo peso, bem como sessões de educação alimentar, de caris mais prático, como ensinar a leitura dos rótulos, a ida ao supermercado, escolhas alimentares saudáveis, workshops de culinária saudável… para as crianças e respetivas famílias. |04| RegIãO 10.out.2015 DIÁRIO INSULAR EmprEitada adjudicada por 400 mil Euros décima Edição Selagem da lixeira do Corvo avança antes do final do ano Angra Night Runners na próxima quarta-feira fotogrAfiA fernAndo ferreirA A décima edição do evento Angra Night Runners, organizado pela Junta de Freguesia da Sé e pela Associação Prazer em Correr da Ilha Terceira, decorre na próxima quarta-feira, a partir das 19h30, com concentração na Praça Velha. Está prevista uma caminhada de cinco quilómetros e uma corrida de cinco, oito e doze quilómetros. Os percursos têm passagem pelo Monte Brasil. Segundo a organização do evento, “tratando-se de uma atividade noturna, a utilização de lanterna é obrigatória e, por questões de segurança, também um colete ou roupa refletora”. EntrE 14 E 17 dEstE mês Mercado de Artesanato em Ponta Delgada corVo Aterro de inertes vai dotar a ilha de condições para a deposição de resíduos de construção e demolição não perigosos A selagem da lixeira do Corvo arranca até ao final do ano. A empreitada vai custar 400 mil euros e tem um prazo de execução de cerca de sete meses. indispensável e que os atuais locais de deposição sejam objeto de intervenções de selagem e recuperação paisagística. livro dE ramiro carrola GrAciosA e Flores A selagem da lixeira e a construção de um aterro de inertes na ilha do Corvo avança “antes do final deste ano”, anunciou ontem o Governo Regional. A empreitada de selagem da lixeira e de construção de um aterro de inertes no Corvo foi adjudicada pelo Governo Regional à empresa Tecnovia Açores, Sociedade de Empreitada S. A, por cerca de 400 mil euros. A obra, inscrita na Carta Regional de Obras Públicas, tem um prazo de execução de cerca de sete meses e enquadra-se no Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Açores, tendo como principal objetivo resolver os problemas ambientais decorrentes da lixeira a céu aberto, nomeadamente os impactes sobre a qualidade do ar e das águas, na saúde pública e na qualidade da paisagem. Aterro de inertes Segundo o executivo açoriano, a construção do aterro de inertes vai dotar o Corvo das condições necessárias para a deposição dos resíduos de construção e demolição produzidos na ilha, que atualmente não dispõem de destino final adequado. Este aterro destina-se apenas a depósito dos resíduos de construção e demolição não perigosos e que não podem ser reutilizados ou reciclados noutras obras. As opções do Governo Regional em matéria de gestão dos resíduos, com a construção e pleno funcionamento dos centros de processamento em sete das nove ilhas -, apontam para que a deposição de resíduos em aterro seja reduzida ao mínimo A terceira edição deste ano do Mercado Urbano de Artesanato (MUA) decorre em Ponta Delgada de 14 a 17 deste mês. O MUA, promovido pelo Centro Regional de Apoio ao Artesanato, em parceria com a Associação Anda & Fala, integra 10 espaços expositivo-comerciais a cargo de artesãos de áreas como as fibras vegetais, as escamas de peixe, a bijuteria, as queijadas da vila, o chá da Gorreana, os acessórios de moda, os vimes em papel, a tecelagem e a fotografia. De acordo com o executivo açoriano, as empreitadas referentes à selagem de aterros na Graciosa e Flores estão em fase de conclusão, seguindo-se agora a obra de selagem no Corvo. No início de 2016 arranca a selagem do aterro de Santa Maria, já adjudicada. Também no próximo ano serão desencadeados os procedimentos para abertura dos concursos das selagens nas ilhas do Faial e São Jorge. Até 2020, a Região pretende preparar para reutilização e reciclagem pelo menos 50 por cento dos resíduos urbanos. A ilha do Corvo, classificada como Reserva da Biosfera pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), é a mais pequena do arquipélago dos Açores e conta com cerca de 400 habitantes. “A Calúnia - o milagre” lançado em Angra O livro “A Calúnia - o milagre”, da autoria de Ramiro Carrola, é lançado na próxima segunda-feira, pelas 20h30, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Angra do Heroísmo. Luís Rafael Martins do Carmo, professor do Seminário Maior de Angra, será o orador convidado da sessão de lançamento do livro, editado pela Chiado Editora. DIÁRIO INSULAR 10.OUt.2015 pUbLIcIDADe |05| |06| RegIãO 10.out.2015 DIÁRIO INSULAR Lei do orçamento da defesa dos estados unidos da amÉriCa Para 2016 Possível veto de Barack Obama pode atrasar reavaliação das Lajes bASE DAS lAJES Lei aprovada pelo Senado volta a colocar hipótese da criação de centro de informações Uma estratégia para contornar tetos orçamentais é mal vista pela Casa Branca. Se a Lei do Orçamento da Defesa for vetada, tudo fica atrasado nas Lajes. roberto monteiro sobre eConomia indePendente das Lajes Ilha não deve cruzar os braços O presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Roberto Monteiro, defende que a aprovação da Lei do Orçamento da Defesa dos EUA para 2016 pelo Senado é “uma etapa ganha”, mas alerta para a necessidade da Terceira não “cruzar” os braços no esforço de construção de uma economia para a ilha que não esteja dependente da Base das Lajes. “É mais uma pequena etapa ganha em prol de um processo que desejamos que a curto, médio prazo venha a produzir os seus efeitos. No entanto, tenho medo que as pessoas da Terceira desarmem quanto à luta que estão a travar para criar uma nova economia, porque surgiram perspetivas claramente positivas”, reforçou o autarca. Quanto à reavaliação das valências da base, prevista na lei, Roberto Monteiro avançou ter “fé e esperança de que seja caminhar no sentido de uma solução”. “No memorando de entendimento resultante da última Bilateral ficou, no seu ponto número cinco, a resolução de quer o governo português como o americano trabalharem afincadamente no sentido de encontrarem novas soluções para a Base das Lajes, orientadas para o século XXI. Qualquer uma das propostas que estão em avaliação vão neste sentido”, afirmou. O presidente dos Estados Unidos da América pode estar a prepararse para vetar a Lei do Orçamento da Defesa para 2016 (National Defense Authorization Act), o que atrasaria o processo de reavaliação de valências para a Base das Lajes. De acordo com os media norte-americanos, a aprovação da lei, quartafeira, no Senado, desafiou a ameaça de veto de Barack Obama. No centro da discórdia está um mecanismo incluído na lei que permite contornar tetos orçamentais e adicionar mais 89,2 biliões de dólares à despesa na área militar. Em concreto, a medida a que a Casa Branca se opõe transfere biliões de dólares para uma categoria pensada para emergências militares, deixando o Departamento da Defesa introduzir esses custos no défice. O senador democrata Jack Reed, da comissão das Forças Armadas do Senado dos EUA, considerou já que esta lei pretende ignorar o verdadeiro propósito dessa categoria e tratá-la como um “estratégia orçamental” para contornar os limites de financiamento. “Porque estão os democratas a opor-se a uma lei que autoriza o financiamento de que as nossas tropas precisam para operar?”, questionou, por outro lado, o senador republicano John Tune. A concretizar-se, este seria o quinto veto do mandato presidencial de Obama. Recorde-se que o National Defense Authorization Act compromete o Secretário da Defesa a submeter, até março, às comissões responsáveis por estas pasta nas duas câmaras do Congresso uma avaliação da viabilidade operacional da utilização das Lajes para acolher serviços de informação militar, para treino ar-ar de pilotos de caça e para a presença rotativa de forças navais. Até um de abril, se o Secretário da Defesa considerar que as Lajes são uma opção viável para uma ou mais destas valências, deve submeter às comissões da Defesa do Congresso um plano de utilização. Sublinhe-se que a referência a novas valências para a base militar não é colocada em causa pela Casa Branca. Porém, o diferendo sobre o mecanismo orçamental pode atrasar o processo das Lajes. RegIãO |07| DIÁRIO INSULAR 10.out.2015 trabalhadores da infraestrutura militar queixam-se de falta de informação sobre a sua situação laboral Ordenados na Base das Lajes baixam com novas colocações base das lajes Pensa-se que estejam garantidos, isto é, sem alteração das especificações de serviço, apenas 100 postos de trabalho Com a reorganização laboral na Base das Lajes, são expectáveis quebras nos ordenados dos trabalhadores. Ainda não há, contudo, informações oficiais. Os ordenados dos trabalhadores da Base das Lajes devem baixar com as novas colocações. Os funcionários ainda não têm informações oficiais da FEUSAÇORES, mas sublinham que a tendência e a perceção que têm é essa. Na verdade, a falta de informações é, de acordo com Luís Moniz, da Comissão Representativa de Trabalhadores Portugueses da Base das Lajes, um dos maiores entraves que se colocam à tomada de decisões por parte dos próprios funcionários. “A FEUSAÇORES ainda não nos forneceu a lista de todas as posições e qualificações. Já pedimos todas essas informações”, sublinhou o responsável. A lista em causa já foi pedida há meses. Esta semana, altura em que ficou fechada a primeira fase das colocações diretas, a Comissão Representativa dos Trabalhadores Portugueses da Base das Lajes voltou a pedir essa documentação. “Disseram-nos que estão à espera de ordens superiores, mas este é um direito da Comissão de Trabalhadores que nos está a ser negado”, avançou. Só conhecendo os dados, frisa Luís Moniz, será possível saber de que forma é que o processo está a decorrer. É que nem o número de colocações diretas é oficialmente conhecido. Pensa-se que, neste momento, haja apenas 100 postos de trabalho garantidos, isto é, postos em que não se verifica a alteração das especificações de serviço. “É intenção da Comissão que todos os trabalhadores que não querem ir para casa sejam colocados. Se o processo estiver a ir nesse sentido, muito bem. Se, pelo contrário, o processo estiver a decorrer com percalços, como parece, então é sinal que se calhar as coisas não estão a correr bem”, sustentou Luís Moniz. Embora os trabalhadores tenham assistido a sessões de esclarecimento, não se conhecem, do mesmo modo, os critérios da reorganização laboral. “Não nos dizem quais são os critérios para as colocações. Falam muito em qualificar... Resta saber o que é que isso quer dizer”, afirmou o responsável. Recorde-se que os trabalhadores da Base das Lajes que rescindiram por mútuo acordo começaram a sair no final do mês de setembro. Neste momento, a infraestrutura militar tem menos 140 funcionários portugueses. trabalhadores FEUSAÇORES ainda não deu listas de posições e qualificações |08| RegIãO 10.out.2015 DIÁRIO INSULAR autarquia diz que a decisão foi baseada num mapa desatualizado Duas obras embargadas na Praia pelo Ministério da Defesa base das lajes Obras realizadas na zona de servidão militar necessitam da autorização do Ministério da Defesa Para o Ministério da Defesa, as casas encontram-se na zona de servidão militar à Base das Lajes. A autarquia da Praia diz que a pista não existe há 50 anos. O Ministério da Defesa embargou duas obras na Praia da Vitória, por considerar que se encontravam dentro da zona de servidão militar. A autarquia contesta a decisão e alega que os mapas em que o ministério se baseia estão desatualizados. Em causa estão duas casas em construção na zona do Pico Celeiro, na Praia da Vitória, próximo de onde existiam antes tanques de combustíveis, agora desativados. Uma estava a começar a ser construída, mas a outra já estava quase concluída e as duas famílias encontram-se numa situação complicada, porque têm compromissos com a banca e veem agora as obras paradas. Para Roberto Monteiro, presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória os embargos são “atos de abuso de poder do Ministério da Defesa”. “Nota-se que como os pareceres estão a ser emitidos em Lisboa, há um desconhecimento total da realidade”, acusou. Segundo o autarca, o ministério considera que as casas estão numa zona de servidão a um cone de uma pista “que já não existe há 50 anos”. Antes, a autorização da realização de obras na zona que rodeia a Base das Lajes era da competência da Força Aérea, na ilha Terceira, mas agora as decisões estão centralizadas em Lisboa, no Ministério da Defesa. Para Roberto Monteiro, para além de atrasar o processo, esta centralização faz com que os decisores olhem para mapas “que não correspondem à realidade”. A zona de servidão militar à Base das Lajes foi decidida na década de 50 e desde então o mapa não foi alterado. Há cerca de um ano que foi apresentada uma proposta de revisão da servidão militar, que na altura foi contestada pela autarquia da Praia da Vitória, mas o processo ainda não teve desfecho. Os proprietários já enviaram um documento de recurso e se o Ministério da Defesa não revogar a decisão, a autarquia ameaça pedir uma providência cautelar para suspender os efeitos do embargo. “Não tenho dúvidas nenhumas de que o tribunal está do lado das famílias e do município, tendo em conta que até nem houve por parte do Ministério da Defesa uma coerência de processo”, salientou Roberto Monteiro, alegando que existem casas ao lado das obras embargadas que tiveram autorização para serem construídas. DI tentou obter uma reação da Força Aérea, mas até ao fecho da edição não recebeu resposta ao email enviado. PUBLICIDADE RegIãO |09| DIÁRIO INSULAR 10.out.2015 cds-pp propõe reforço de auxiliares, governo diz que já o fez na freguesia do raminho Pró-sucesso tem medidas de combate ao bullying governo adjudica obra na Ribeira Francisco Vieira proteção de crianças Avelino Meneses diz que as escolas são seguras Questionado pelos deputados, Avelino Meneses admitiu que nem tudo nas escolas é perfeito, mas disse que são dos lugares mais seguros para as crianças. O secretário regional da Educação garante que a tutela está atenta ao bullying nas escolas e que reforçou o número de auxiliares e de professores de educação especial. As políticas de proteção de crianças não são perfeitas, mas para Avelino Meneses a perfeição só existe no céu. “Estou em crer que no arquipélago dos Açores, as escolas são efetivamente dos lugares mais seguros para crianças, quer em termos de segurança propriamente dita, quer em termos de muitos outros aspetos. É também nas escolas, nas cantinas escolares, que eles aprendem a comer devidamente e muitas vezes essas aprendizagens são estragadas nalgumas casas”, salientou. Avelino Meneses foi ouvido, ontem, num grupo de trabalho da Comissão de Assuntos Sociais, criado para analisar e avaliar as políticas de proteção de crianças na Região. Questionado pela deputada do CDS-PP, Graça Silveira, sobre a coordenação entre as equipas multidisciplinares de intervenção, Avelino Meneses disse que as respostas não são ótimas, mas são boas, garantindo que tanto nas equipas de intervenção precoce, como nas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) existe uma “articulação boa” entre os membros dos vários departamentos do Governo Regional (Saúde, Solidariedade Social e Educação). Graça Silveira alertou o secretário para o problema do bullying nas escolas, defendendo um reforço do número de auxiliares e a sua formação. Segundo o governante, o programa Pró-Sucesso, que começou a ser implementado este ano, contempla medidas de combate ao bullying, em parceria com outros departamentos do Governo, incluin- do mecanismos de sinalização. Avelino Meneses adiantou que a tutela contratou neste ano letivo “mais de 80 assistentes técnicos e operacionais”, alegando que esse reforço, mesmo colmatando a saída de outros, permitiu “o rejuvenescimento dessa categoria profissional”. A deputada do CDS questionou ainda o secretário sobre o facto dos docentes de educação especial serem muitas vezes colocados a fazer substituição de docentes. Avelino Meneses admitiu que isso acontece, mas salientou que já foram discutidas soluções com os sindicatos, no âmbito da discussão do Estatuto da Carreira Docente, que passam pelo reforço de pessoal e pela criação de “mecanismos que favoreçam a não deslocação de professores de apoio”. O governante acrescentou que no âmbito do concurso extraordinário de integração de professores no quadro, em 2015, foram abertas 29 vagas para professores de educação especial, que passaram de 222 para 244. O grupo de trabalho ouviu ainda a presidente da equipa de Coordenação Regional da Intervenção Precoce, Anabela Faria, que disse que as equipas de intervenção precoce começam agora a ter os meios adequados às necessidades, porque passaram a ser seguidos critérios de elegibilidade, que reduziram o número de crianças apoiadas por estas equipas. Em 2013/2014 foram apoiadas 352 crianças, apenas em seis concelhos das ilhas Terceira e São Miguel. No início de 2015, em todas as ilhas, contavam-se 258 crianças apoiadas, sendo que atualmente esse número desceu para as 180. Anabela Faria defendeu a necessidade de um reforço da formação das equipas e a formalização de parcerias com hospitais e autarquias, por exemplo. Face à falta de verbas para reforçar os meios humanos, a responsável considerou que é preciso fazer uma melhor gestão dos recursos existentes e promover uma maior articulação com as CPCJ e com o Instituto da Segurança Social dos Açores, para evitar a sobreposição de recursos. O Governo Regional adjudicou ontem a empreitada de intervenção na Ribeira Francisco Vieira, na freguesia do Raminho, por 551 mil euros, à empresa Transjet-Construções e Transportes, Lda. A empreitada, inscrita na Carta Regional de Obras Públicas, tem um prazo de execução de seis meses e prevê a proteção, regularização e controlo das cheias na ribeira, assim como a requalificação ambiental do leito e das margens. A linha de água irá sofrer uma intervenção ao longo do seu trajeto de forma a facilitar o melhor escoamento dos caudais afluentes, consolidando os muros já existentes, construindo e reconstruindo alguns muros de suporte lateral e criando duas bacias de retenção. A intervenção prevê ainda o reperfilamento das margens laterais com taludes estáveis e a criação de acessos às pastagens. Está também previsto o desassoreamento do leito, sendo que as operações de limpeza e desobstrução do leito e margem da ribeira serão realizadas ao longo de todo o traçado a intervencionar. na próxima semana governador nacional dos Lions nos Açores O governador nacional do Distrito 115 Centro Sul dos Lions de Portugal desloca-se aos Açores na próxima semana para uma visita oficial às ilhas das Flores, Terceira e São Miguel. Carlos Manitto Torres estará nos três grupos do arquipélago, entre os dias 13 e 17 deste mês, para se inteirar da atividade localmente desenvolvida pelo maior movimento mundial de clubes de serviço cívico, num programa que inclui ainda contatos com autoridades e visitas a instituições. Na ilha Terceira, o governador dos Lions visita a cidade da Praia da Vitória durante a manhã de terçafeira, enquanto na tarde do dia seguinte apresenta cumprimentos ao presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, visita a Santa Casa da Misericórdia de Angra e participa na assembleia solene do Lions Clube da Terceira, presidido por Manuel Areias Amaral. Carlos Torres visita ainda o Diário Insular, na manhã da próxima quintafeira. |10| OpINIãO Diário Insular informa os estimados leitores que os artigos de opinião não devem exceder os 3.500 caracteres, incluindo espaços. franciscO madUrO-dias [email protected] D ei de caras, há pouco tempo, com um cartaz de divulgação de um investimento feito na Graciosa, no edifício das termas do Carapacho. Pomposamente falava em turismo termal. Sem grande trabalho de memória lembrei-me que os Açores têm, além das termas do Carapacho, as termas do Varadouro, no Faial e as das Furnas, em São Miguel. As dinâmicas são diferentes e as dimensões também, do mesmo modo que as possibilidades de acesso e o conhecimento existente e divulgado à volta de cada uma delas não é o mesmo. No entanto e em resumo é um recurso que não existe, existindo embora e, sobretudo, não está nem integrado, nem coordenado, nem assumido, apesar do dinheiro que se tem gasto e do que m. PaTrãO neves Q uando quase uma semana depois das eleições legislativas não temos um Primeiro-Ministro indigitado para formar Governo, num país frágil, muito frágil, vulnerável, muito vulnerável, é impossível que me proponha reflectir publicamente sobre qualquer outro tema que não o do rescaldo das eleições. Quando os acontecimentos políticos se sucedem em catadupa, com múltiplos actores e emitindo sinais contrários, qualquer reflexão sobre o momento presente é rapidamente ultrapassada por nova bizarrice e torna-se desactualizada da manhã para a tarde. Mas, todavia, há factos que perduram e há gestos que marcam… A voracidade de interpretações criativas, ditadas por uma militância cega e inconsequente, não apaga a realidade dos factos: a coligação PSD/CDS ganhou as eleições legislativas e em 40 anos de democracia portuguesa, como aliás em qualquer país democrático, quem ganha as eleições é responsável pela iniciativa de formar governo. É incompreensível, além de incoerente e contraditório, que quem perdeu as eleições se coloque agora “em bicos 10.OUT.2015 DIÁRIO INSULAR Água quente precisa-se se tem dito em torno. O resultado é a inexistência de uma verdadeira rede de locais, estabelecida, identificada, divulgada, estudada, dinamizada e capaz. É claro que a “maior hidrópole do mundo”, como já ouvi dizer, poderia ser suficiente para o que se quisesse fazer, neste campo, se os Açores se resumissem a São Miguel, mas como não é assim a realidade, resta saber o que se pretende/pode/quer/acha relevante fazer quanto ao resto, acreditando que será um poucochinho mais do que requalificar as requalificações, de vez em quando. Desde logo não conheço qualquer tipo de efectiva dinâmica governamental nesse sentido, que integre e dinamize um recurso onde as valências de ambiente, saúde e turismo, interno e externo, se encontram. Por outro lado não encontro esforço público ou privado actual no que toca à investigação e conhecimento das propriedades dessas águas, sejam elas mais quentes ou mais mornas, conducente à sua efectiva promoção e uso. Resulta daí que a divulgação é pobre, desconexa, desinteressante, desligada do esforço global que interessaria fazer e fora do conceito holístico que deveria existir. Entro agora aqui com a ilha Terceira. Não sendo propriamente uma nascente de água quente e, por isso mesmo, não podendo ser apelidada de termal, no sentido estrito da palavra, existe água quente subterrânea, já analisada, descoberta e identificada nesta ilha, só que o poço que a descobriu está selado. Ora isso permite colocar a possibilidade de se ter, a prazo, mais um ponto possível de usufruto da génese vulcânica das ilhas, o que permitiria ter uma rede de quatro pontos no arquipélago, variada e diversificada. Tenho para mim que a valorização desse recurso, aqui, desequilibraria a nosso favor este impasse em que vivemos, há décadas, pois este tipo de actividade tanto pode ser interessante para quem queira ficar quinze dias, como para quem queira passar por lá em um ou durante os dois ou três dias que resolva passar numa dada ilha e, sem dúvida, estabelece uma ponte muito sólida entre a natureza e o ser humano, nestas ilhas. Geoparque Açores, Parques Naturais dos Açores, Governo Regional dos Açores, Universidade dos Açores, Autarquias, Câmara de Comércio…; Não faltam entidades que podem ser responsabilizadas pelo impasse ou que devem ser envolvidas no sucesso. Entendam-se, o país está primeiro! de pés” para chegar ao poder, maquinando estratagemas que rotulam de democráticos para estropiar o voto livre dos portugueses. O Presidente Cavaco Silva ainda não indigitou o líder da coligação vencedora a formar Governo (apesar da nossa esquerda, e até comentadores supostamente informados e sérios, o criticarem despudoradamente por o ter feito). E podia tê-lo feito. Era, aliás, o que esperava a maioria das pessoas que se mantêm racionais e objectivas, na alucinação retórica que tomou conta do nosso país. Porém, o Presidente voltou a surpreender, pela positiva (a história não deixará de lhe fazer justiça!), tal como já antes o tinha feito, pressionando os partidos políticos para um amplo consenso nacional de governo. É coerente e coloca o país acima de todos os interesses partidários, o que parece incomodar muita gente. Qual será a resposta dos partidos…? E a resposta esboça-se sob a forma de gestos que vão assinalando um caminho e que não se apagam. Quem esqueceu, por exemplo, o gesto de desencadear uma luta fratricida pelo poder socialista com o pretenso argumento de que a vitória do então líder era “poucochinha”, ou o de agora de, perante uma derrota estrondosa, não se demitir? É este líder, enfraquecido pela derrota e descredibilizado pela incoerência das atitudes, que traça gestos no presente em nome de um partido que se reivindica de charneira mas que está a reboque de um mau perdedor. E ele multiplica gestos que colocam em causa a herança do partido socialista de que (apesar de efemeramente) deveria ser fiel guardião mas que ameaça comprometer. Primeiro critica o Presidente da República sem que se perceba porquê, uma vez que reconhece não ter este indigitado um Primeiro-Ministro e estar a exercer a pressão para que os partidos do arco da governação, isto é também o PS, construam uma plataforma de entendimento estável para a governação do país. O desrespeito institucional não é uma estratégia em que partidos responsáveis se revejam; neste caso é esquizofrénico pois a opção presidencial favorece o PS. Outro gesto intencionalmente marcante foi começar por se reunir com o PCP, provavelmente o partido comunista mais ortodoxo da Europa e mera quinta força política no actual espectro nacional com um total de 8% de votos. É esta a prioridade do partido socialista?!. Só posso supor que se trate de uma estratégia para ganhar força negocial com a coligação mas mesmo como tal é arriscada. É arriscada para o PS, sendo impensável que militantes ou simpatizantes advoguem maioritariamente ligações à esquerda radical em que o partido nunca se reviu. O risco já iminente de fractura interna aumenta o que sendo negativo para o PS, arrastará consigo o seu líder, de forma mais rápida e hostil do que a já inevitável. É, pois, arriscada também para o líder socialista. Mas importome muito mais por ser arriscada para o país: internamente, protela a construção de um caminho necessário e urgente, externamente, acrescenta uma nota de indefinição e instabilidade que afectará a credibilidade a custo de todos nós conquistada. O tempo não é de jogos mas de consensos. Entendam-se a bem do país! www.mpatraoneves.pt DIÁRIO INSULAR 10.OUT.2015 Diário Insular informa os estimados leitores que os artigos de opinião não devem exceder os 3.500 caracteres, incluindo espaços. OpINIãO |11| Cavaco nUnO MelO alves Breve análise sobre os resultados eleitorais franciscO cOelhO O s resultados das eleições confirmaram parte das tendências que se formaram nos meses que antecederam o ato eleitoral. A coligação Portugal à Frente (PaF) ganhou inequivocamente as eleições: elegeu mais deputados e teve mais votos, sendo a força política concorrente mais votada. Mesmo tendo perdido a maioria absoluta, a vitória da PaF é anda mais significativa e evidente tendo em conta que nas últimas eleições, para o Parlamento Europeu, a coligação foi derrotada pelo PS, embora, nessa altura, a vitória socialista foi considerada “poucochinho” pelo próprio PS. Esse vitória amarga levou ao derrube de António José Seguro na liderança do Partido e quando António Costa assumiu a liderança do PS, quer as sondagens, quer as expectativas dos eleitores, indiciavam uma expressiva vitória nas legislativas sobre a PaF, tendo até hipótese de chegar à maioria absoluta. Mas o PS viria a ser o grande derrotado das eleições, por falhar redondamente todos os seus objetivos. Ao longo do ano que antecedeu as eleições o PS andou sem estratégia política e ao reboque dos acontecimentos, oscilando entre apresentar-se como responsável, defendendo que o País respeite e assuma os seus compromissos, e entre piscar o olho à extrema esquerda insurgindo-se contra a austeridade e “colando-se” à vitória do Siryza na Grécia, até percebe que o Syriza não conseguiria nada do que prometera aos gregos, e que teria que recuar aceitando as imposições dos resgates. Esta falta de clareza quando à sua estratégia para a solução do problema nacional - talvez provocada pelas franjas da extrema esquerda dentro do PS - em vez de revelar aos eleitores um PS com capacidade de ser alternativa revelou antes um Partido à deriva e sem as suas referências. O eleitorado insatisfeito e revoltado com a situação imposta pela Troika, em vez de votar PS - por saber as responsabilidades o PS tivera nessa matéria - optou por votar na esquerda radical (nas europeias esse eleitorado tinha premiado Marinho e Pinto). E o Bloco de Esquerda registou uma subida notória, tendo beneficiado de votos que fugiram ao PS. A coligação PaF, por ter sido sempre clara nos seus propósitos - de não deixar o País cair numa deriva demagógica - conseguiu transmitir confiança e propósito. Conseguiu passar a mensagem que fez o que necessitava de ser feito e que esse rumo começara a dar frutos, com impactos positivos na economia. O PS mostrou-se hesitante nas suas convicções - nunca se sabendo se tentaria ser alternativa na forma de atingir os objetivos ou se pretendia ser alternativa nos objetivos (como o BE quer ser). Nos Açores o cenário foi um bocadinho diferente. No caso do BE nos Açores, foi idêntico, tendo sido catapultado, pela mesma tendência nacional, para um resultado também histórico na Região. Ao contrário do que aconteceu a nível nacional, o PS ganhou nos Açores, tendo eleito mais deputados e obtido mais votos. Porém, nos Açores, a coligação PaF concorreu separada. O CDS-PP até concorreu coligado com o PPM na Aliança Açores, algo que não surtiu os efeitos desejados. Nos Açores o CDS-PP foi eleitoralmente castigado pelo voto útil: a distância que cultivou em relação à PaF fez com o PSD recebesse os votos destinados a manter a coligação PSD/CDS no poder. Na Madeira ocorreu o mesmo: o CDS tinha tentado distanciar-se da coligação da República e como tal, também foi castigado, perdendo o deputado eleito em 2011.Diria até que passouse com o CDS nos Açores aquilo que aconteceu ao PS no todo nacional: a ambiguidade em relação ao projeto nacional ajudou ao voto útil noutras forças políticas (PSD e BE respetivamente). Contudo, nos Açores, há uma nuance interessante: a vitória do PS nos Açores é relativa e curta. A soma dos votos do CDS e do PSD iguala, praticamente, a votação obtida pelo PS. Ou seja, pode-se inferir que, caso a coligação PaF tivesse sido extensível aos Açores, dissipando ambiguidades, haveria uma forte probabilidade da PaF ter ganho também na Região. Agora resta-nos esperar para sabermos se as ambiguidades já passaram ao PS e se será um partido do centro-esquerda ou se embarcará em radicalismos que não representam nem a maioria da população que votou no dia 4, nem a maioria dos próprios socialistas. Será o PS a decidir se Portugal será desgovernado pela extrema esquerda ou se manterá o rumo da consolidação orçamental e económica. Que decida bem. É verdade que, em Março, livramo-nos dele. Até lá, ele continua a fazer das suas… Cavaco não foi ao 5 de Outubro. Embora tivesse rudo pensado, andou meditando pelo pátio dos bichos… Depois chamou o líder do seu partido e encarregou-o de amanhar uma solução de Governo. Quer dizer: meteu a Constituição em banho-maria, fez-se de moderno, e declarou clara preferência por uma solução. Mas depois de quatro anos e meio de austeritaria, o povo trabalhador arriscou novas opções, novas experiências. O tabu da esquerda incapaz de construir uma solução de governo, no entanto, move-se. O PS, referencial incontornável para a estabilidade, bem resolveu fazer aquilo que a Cavaco doía: pôs-se a dialogar, à esquerda e à direita, à cata duma solução estável e consentânea com o cerne do seu programa. E Belém, agora, já chamou Costa… E voltaram os tempos da Política! Noutra sede, Cavaco resolveu propor uma revisão constitucional. Para além do reforço dos poderes do PR, queria os seus vigários (Representantes da República) sentadinhos no Conselho de Ministros… Esqueceu-se o saudoso porque a “graça” da figura perdeu o “ministro”? Eis outro assunto que também ao Parlamento competirá a seu tempo resolver… |12| RegIãO 10.out.2015 DIÁRIO INSULAR empresa mais antiga de whale watching da região vai deixar atividade Mergulho com golfinhos pode estar a pressionar a espécie nos Açores fotografia Espaço talassa Há regras, mas não há fiscalização e isso, diz Serge Viallelle, serve de pouco. O Espaço Talassa, nas Lajes do Pico, vai deixar de mergulhar com golfinhos em 2018. A empresa mais antiga de whale watching nos Açores, o Espaço Talassa, das Lajes do Pico, vai deixar de mergulhar com golfinhos. Serge Viallelle, proprietário, diz que não quer participar da crescente pressão que está a ser colocada sobre a espécie na Região. Em declarações ao DI, o responsável sublinhou que a situação tem vindo a agravar-se nos últimos anos. Ainda que, nas ilhas, as regras sobre a observação de cetáceos e sobre o mergulho sejam apertadas, não há fiscalização, pelo que é habitual ver-se quase 30 mergulhadores em barcos que, sublinha Serge Viallelle, com certeza passam mais de três horas na água com os animais - o que não é permitido. E ainda que esses casos sejam conhecidos, refere, sem provas suficientes - e, mais uma vez, sem fiscalização - não é fácil avançar com ações judiciais sobre esses observadores. “É um comportamento irresponsável e eu não quis que a minha empresa participasse disso”, sustentou. O respeito pela lei e pelos animais é, de acordo com o proprietário, um código de honra para o Espaço Talassa que, ao longo dos anos, tem aplicado as suas próprias medidas de proteção aquando do mergulho com golfinhos. “Em 2001 estabelecemos o código de ‘soft encounter’. Nós é que vamos mergulhar com eles, não são eles que estão ali para nós. Mas no fundo, quisémos também, com isso, limitar os riscos para os clientes: pedimos atestados, não fazemos saídas no dia-a-dia, temos pacotes de uma semana para termos tempo - porque o tempo é a chave -, te- mergulho com golfinhos Empresas transportam mais de 20 mergulhadores e passam mais de três horas dentro de água mos uma tripulação especializada”, avançou, sustentando, contudo, que já não é possível continuar a vender esta atividade e, ao mesmo tempo, apelar a uma atitude sustentável e ao turismo responsável quando não é isso que acontece. É por isso que, em 2018, o Espaço Talassa vai deixar de mergulhar com golfinhos. Essa alteração vai ocorrer apenas daqui a dois anos porque, entretanto, a empresa já conta com marcações e sabe que, com uma importância de 12% no total da faturação, seria “impossível” deixar de vender a atividade agora, sem que isso tivesse impactos financeiros graves. Apesar disso, Serge Viallelle acredita que será possível, depois, remediar os impactos da cessação de atividade, nomeadamente com a substituição por outras iniciativas. Neste momento, frisou, o Espaço Talassa está a apostar em passeios a pé e, no próximo ano, vão ser oferecidos pacotes que incluem apresentações sobre temáticas que vão desde a cultura da vinha, passando pela baleação ou pelo aparecimento de baleias azuis. “Já comecei a contactar com os meus clientes, agências na Alemanha, na Inglaterra e no Canadá e até agora o impacto tem sido muito positivo e se calhar não vou perder assim tanto, se calhar até ganho, porque é a imagem da empresa que está em causa: uma imagem séria, ligada à sustentabilidade e ao turismo responsável”, referiu. Serge Viallelle espera que outras empresas sigam as mesmas pisadas e que, ao mesmo tempo, as autori- dades cumpram o seu trabalho. “Uma nova lei é nada se não houver controlo. Uma nova lei nunca será justa se os nossos representantes continuarem a fechar os olhos perante atividades ilegais. E não estou a referir-me só às embarcações que estão sedeadas nos Açores, mas também a algumas, o que já denunciei, que ostentam bandeiras estranhas e que operam de forma impune nas águas dos Açores”, escreve na carta difundida na internet. O proprietário do Espaço Talassa chama ainda a atenção para a necessidade de regular o mergulho com tubarões, uma atividade que “emergiu de um dia para o outro, sobretudo na Horta e na Madalena, que dá um bom dinheiro - e ainda bem -, mas que não tem os riscos calculados para os clientes”. pUbLIcIDADe |13| DIÁRIO INSULAR 10.OUt.2015 |14| OpINIãO 10.OUT.2015 DIÁRIO INSULAR DIA MUNDIAL DOS CUIDADOS pALIATIVOS 10 de OUTUbrO de 2015 Sandra MarTinS Pereira (1) & PablO Hernández-MarrerO (2) Implementação dos Cuidados Paliativos nos Açores: necessidades, desafios e potencialidades numa Região Ultraperiférica, por vezes, “escondida” na sua “açorianidade”. Em jEito dE introdução… Este ano, o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos celebra-se a 10 de outubro sob o lema “Vidas escondidas, doentes escondidos”. Numa tentativa de “trazer à luz os mais escondidos” e, como tal, os mais vulneráveis, esta iniciativa assenta numa visão de acesso universal aos cuidados paliativos para todos os que deles necessitem. Segundo a Worldwide Hospice and Palliative Care Association, promotora habitual do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, são os mais vulneráveis (crianças, idosos, pessoas seropositivas e/ou ou SIDA, homo e transsexuais, presidiários, soldados, residentes em meios rurais) os que menos acesso têm a cuidados paliativos de qualidade. A este grupo de “escondidos” acrescentamos os exilados, repatriados e migrantes, os quais, em virtude das suas condições e formas únicas de vida, estão em risco de ficar privados dos cuidados de que necessitam e aos quais têm direito. Também menos visíveis e, como tal, mais “escondidos” estão aqueles que residem em regiões ultraperiféricas, remotas e arquipelágicas, como é o caso das ilhas açorianas. É sobre estes e o desenvolvimento de cuidados paliativos neste contexto que esta reflexão incide maior enfoque. o quE são cuidados paliativos? Os cuidados paliativos são cuidados ativos e globais, prestados a pessoas em intenso sofrimento decorrente de doença grave, incurável, progressiva, sobretudo quando em fase avançada e/ou terminal. Este tipo de cuidados tem por objetivo melhorar a qualidade de vida, promover a dignidade da pessoa doente e apoiar os seus familiares, durante toda a trajetória de doença e no luto. Note-se, porém, que os cuidados paliativos não devem confinar-se à fase final da vida (1-2). Cada vez mais, a evidência científica tem demonstrado os benefícios duma introdução precoce dos cuidados paliativos, conjuntamente e de modo integrado com tratamentos com intencionalidade curativa, repercutindo-se em termos de quantidade e qualidade de vida (3). Acresce ainda que os cuidados paliativos têm contribuído para uma redução de hospitalizações desnecessárias, sobretudo no final da vida, estando ainda associados a uma redução de custos inerentes a medidas diagnósticas e tratamentos agressivos, muitas vezes desproporcionados (3). Neste sentido, o contributo dos cuidados paliativos estende-se para além do controlo sintomático, já que potencia uma melhor gestão da situação do doente e uma eficiente gestão de recursos. “Hidden lives, hidden patients” – vidas escondidas, doentes escondidos quais as nEcEssidadEs dE cuidados paliativos nos açorEs? Estima-se que cerca de 60% das pessoas falecidas em determinada região, por ano, teriam necessitado, em algum momento, de cuidados paliativos; esta percentagem aumenta para 80% nas situações de doença oncológica. Mais, é recomendado que, por cada 100.000 habitantes, deveria haver 10 camas de cuidados paliativos (nível especializado), em termos de assistência domiciliária deveria haver, em média, 1-1,5 equipas, e todos os hospitais deveriam ter uma equipa intra-hospitalar de suporte (4-8). Em 2011, a população açoriana era de 246.102 habitantes, dos quais 137.699 residiam na ilha de São Miguel, 56.062 na ilha Terceira, 15.038 na ilha do Faial, 14.144 na ilha do Pico e, os demais cidadãos eram residentes nas ilhas de São Jorge, Santa Maria, Flores, Graciosa e Corvo (9). Considerando as estimativas acima enunciadas e com bases nestes dados, haveria, nos Açores e em 2011, uma necessidade de, pelo menos, 24 camas de cuidados paliativos. Acresce ainda que, em 2012, 76,1% das pessoas que morrem na Região Autónoma dos Açores (RAA) tiveram, como causa de morte, uma situação passível de causar necessidades múltiplas e complexas, suscetíveis de beneficiar de cuidados paliativos (i.e., 32,7% dos óbitos foram devidos a doenças do aparelho circulatório, 25,2% por tumores malignos, 13,4% por doenças do aparelho respiratório, e 4,8% por diabetes) (10). Face ao exposto, denota-se a necessidade premente de implementação de cuidados paliativos na RAA. Esta situação impõe, pois, desafios transformacionais para os profissionais de saúde e requer o estabelecimento dum enquadramento ético que integre os princípios dos cuidados paliativos na gestão, acompanhamento e cuidado à pessoa em situação crónica e/ou paliativa. como consagrar o dirEito univErsal aos cuidados paliativos para todos os açorianos? Em Portugal e, como tal, nos Açores, o direito aos cuidados paliativos está consagrado, por lei (Lei nº 52/2012 de 5 de setembro). Não obstante, o acesso a cuidados paliativos carateriza-se por assimetrias de cariz diverso: geográficas, económicas, de diagnóstico, e de idade (2). A RAA é uma das regiões do país aonde o desenvolvimento dos cuidados paliativos é pautado de maior complexidade, sobretudo devido aos desafios inerentes a uma grande dispersão geográfica, à insularidade e localização ultraperiférica. Conscientes da necessidade de implementação e desenvolvimento de cuidados paliativos, diversas iniciativas foram realizadas, ao longo da última década, nesta matéria. A título de exemplo, destacam-se as iniciativas seguintes: programas de formação pós-graduada em cuidados paliativos promovidos pelo Governo Regional (regime de b-learning) e pela Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores (regime presencial e por videoconferência); atividades formativas de curta duração organizadas por diversas entidades, nomeadamente pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos – Núcleo Regional dos Açores; e Proposta de Programa Regional de Cuidados Paliativos elaborado e apresentado pela Secção Regional da RAA da Ordem dos Enfermeiros. Em nosso entender, pese embora as necessidades e desafios reconhecidos, há, como resultado destas iniciativas, potencialidades e elementos facilitadores a uma efetiva implementação e desenvolvimento de cuidados paliativos nos Açores. As complexas caraterísticas de insularidade e localização ultraperiférica dos Açores (à semelhança de outros arquipélagos da Macaronésia e/ou de países com grande dispersão geográfica e áreas remotas como o Canadá e Austrália) implicam que as estimativas quanto aos tipos de números de camas, equipas e serviços de cuidados paliativos sejam definidos no âmbito de um plano estratégico devidamente definido, e que inclua um ‘Modelo Integrado de Serviços de Cuidados Paliativos’. Acresce ainda a necessidade de perspetivar os cuidados paliativos como uma necessidade e matéria de saúde pública, implementando políticas de saúde que promovam a qualidade e acesso a este tipo de cuidados (11). As seguintes recomendações podem ser particularmente úteis para o desenvolvimento do modelo integrado de cuidados paliativos acima enunciado: (i) Integração, mediante definição e implementação de abordagens e níveis de cuidados paliativos diversos, mudança de paradigma de conceção de cuidados, colaboração inter-profissional, inclusão dos cuidados paliativos na agenda política e abordagens comunitárias; (ii) Formação, com a implementação de programas formativos de níveis distintos, de cariz interdisciplinar e com a integração dos cuidados paliativos na formação pré-graduada de todos os profissionais de saúde; (iii) Clarificação de conceitos; (iv) Avaliação e monitorização efetiva da oferta de cuidados paliativos já existente e das decisões éticas e cuidados prestados em fim de vida; (v) Investigação, para uma prática de cuidados e definição de intervenções com base em evidência (11). Em jEito dE conclusão… Os cuidados paliativos são uma necessidade e direito de todos os cidadãos que padecem de doença grave, incurável, progressiva, geradora de intenso sofrimento e/ou que ameace a vida. Em Portugal, este direito está consagrado por lei e é independente da idade, género, etnia, diagnóstico, sexualidade, residência/geografia. Neste sentido, há que focar a atenção no risco que certas vidas têm de ficar “escondidas” e, como tal “esquecidas”, como é o caso das vidas daqueles que vivem (n)a “Açorianidade”. As recomendações, plano estratégico e modelo integrado aqui sumariamente apresentados darão, no nosso entender, ênfase a um ‘Modelo específico-flexível-açoriano, centrado no cidadãocliente’ que garanta a acessibilidade, justiça, dignidade e continuidade de cuidados dentro dum contexto arquipelágico peculiar como os Açores. rEfErências: (1) MARTINS PEREIRA, Sandra – Cuidados Paliativos. Confrontar a morte. Lisboa: Universidade Católica Editora, 2010. (2) MARTINS PEREIRA, Sandra – Palliative Care in Portugal and Europe: Different Concepts and Organizational Models, Different Levels of Development, Different Needs and (Potential for) Further Development. Atención Primaria, 46(Espec Cong 1) (2014), p.2. (3) HAINES, Ian E – Managing patients with advanced cancer: the benefits of early referral for palliative care. Medical Journal of Australia, Vol. 194, Nº 3, p.107-108. (4) CAPELAS, Manuel Luís – Cuidados Paliativos: Uma Proposta para Portugal. Cadernos de Saúde, Vol. 2, N.º 1 (2009), p.51-57. (5) FERRIS, Frank et al. – A Model to Guide Patient and Family Care: Based on Nationally Accepted Principles and Norms of Practice. Journal of Pain and Symptom Management, Vol. 24, Nº 2 (2002), p.106-123. (6) FRANKS, Peter J et al. – The level of need for palliative care: a systematic review of the literature. Palliative Medicine, Vol. 14, Nº 2 (2000), p.93-104. (7) GÓMEZ-BATISTE, Xavier et al. – Organización de Servicios y Programas de Cuidados Paliativos. Madrid: Arán Ediciones, 2005. (8) HERRERA, Emilio et al. – Regional Palliative Care Program in Extremadura: An Effective Public Health Care Model in Sparsely Populated Region. Journal of Pain and Symptom Management, Vol. 33, Nº 5 (2007), p.591-598. (9) SERVIÇO REGIONAL DE ESTATÍSTICA DOS AÇORES. Censos 2011. [Consult. 27 março. 2015]. Disponível na internet:<URL: http:// estatistica.azores.gov.pt/upl/%7B93c000f3e5fc-4083-9efb-86f5138810e7%7D.pdf. (10) INE, DGS/MS, PORDATA – Óbitos por algumas causas de morte. [Consult. 27 março. 2015]. Disponível na internet:<URL: http://www.pordata.pt/Municipios/ % C3%93bitos+por+algumas+causas+de+mort e+(percentagem)-373. (11) MARTINS PEREIRA, Sandra et al. – A public health approach to improving palliative care for older people. In: VAN DEN BLOCK, Lieve et al. Palliative Care for Older People. A Public Health Perspective. Oxford: Oxford University Press, 2015; p.275-291. (1) Enfermeira, Licenciada em Ciências da Educação, Mestre e Doutora em Bioética, Pósdoutoramento em Investigação em Cuidados Paliativos. Co-coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Formação em Cuidados Paliativos em Enfermagem da European Association for Palliative Care. (2) Enfermeiro, Mestre em Saúde Pública, Mestre e Doutor em Investigação em Serviços de Saúde, especialidade de Organização e Gestão de Serviços de Saúde. Professor na Universidade de Las Palmas de Gran Canaria. Membro do Grupo de Trabalho sobre Formação em Cuidados Paliativos em Enfermagem da European Association for Palliative Care. OpINIãO |15| DIÁRIO INSULAR 10.OUT.2015 ‘Tás sentada de esplanada? Terra Chã, 3 de Outubro de 2015 Sabemos da visita dos sogros e logo planeamos descalcificar a máquina de café. Não a usamos há meses, e eles gostam daquele ritual do cafezinho. A ver se não nos esquecemos de tocar as pilhas ao relógio da sala. E ao da cozinha. Ou então de substituí-los aos dois, que devem ter avariado. De resto, mudar a rede de descanso para a outra parede, prender o varão do duche e transferir o bengaleiro para o escritório. E chega. A não ser que pintemos os quartos. Há que tempos falamos nisso. Dávamos um jeito ao salitre, pintávamos tudo e mudávamos a cortinas. Aliás, já que mudávamos as cortinas dos quartos, mudávamos as da casa toda. Recuperávamos a cómoda velha, colávamos as mesas-de-cabeceira e trocávamos as fitas aos estores. Bom, mesmo, era pôr portadas. E vidros duplos. Haverá tempo? Felizmente, no corredor não há muito que fazer. Dávamos uma pintadela, só para lavar a cara, e mudávamos os candeeiros. Podíamos centrar melhor a foto da Sandra. E pintar a tijoleira. Ou arrancá-la. As portas também precisavam de uma pinturinha, que os cães arranham-nas. Mas, nesse caso, atacávamos já os tectos falsos também. E encomendávamos uma estante. Precisamos de mais uma estante. Uma para o corredor, duas para o escritório e ficava tratado. Entretanto, recarregávamos os extintores, mudávamos o sofá e comprávamos uma máquina de sopas. Lá fora, semeávamos relva no curro, arranjámos novas cepas de beladonas e entrelaçávamos melhor as eras. E estava feito. Feito! Quando tivéssemos tempo, então sim, tratávamos do WC suplementar, do conservatory, do canil, do apartamento na garagem e da limpeza da mata. Fazíamos nova fossa e levantávamos uma sebe a Oeste. Talvez os primos quisessem vender o cerrado. Mas, para já, vou só descalcificar a máquina do café. Não me esqueci de comprar kits, pois não? Terra Chã, 6 de Outubro de 2015 Em miúdo, ia muito ao futebol. O meu pai tinha um gratificado e levava-me na camioneta da Polícia. Sentávamo-nos, eu no meio dos agentes e ele ao lado do condutor, muito sério, e ressoavam de imediato na minha cabeça as primeiras flautas do Semper Fidelis, de John Philip Sousa. Eu não sabia que se chamava Semper Fidelis ou quem era John Philip Sousa. Conhecia apenas aquelas flautas, que imaginava tocadas por raparigas. O sussurro dos trompetes. Clarinetes e cornetins num frémito. A explosão dos trombones, homens agora – bombos, pratos e tambores, e trompas, e fagotes, em glória e fidelidade. Na verdade, eu também não sabia o que era um cornetim. Gostava daquela marcha. Era a marcha do Campo de Jogos Municipal de Angra, em dia de jogo do Lusitânia. Tocava antes, ao intervalo e depois da partida. Ainda hoje consigo assobiá-la. Chegávamos muito cedo, a tempo de abrir os portões. E era naquelas primeiras duas horas, ainda os jogadores não tinham chegado, que acontecia o meu jogo. Os velhos estacionavam na cabeceira, onde deixavam senhoras fazendo renda. Os pais de família enchiam a bancada, com os seus rádios e as suas almofadinhas de napa. Os durões ficavam no peão, fumando e insultando o árbitro. Às vezes eu percorria o perímetro todo de uma vez, como se os humores das diferentes tribos compusessem eles próprios uma marcha de John Philip Sousa, com a sua húbris e a sua anagnórise, o seu pathos e o seu clímax. Outras vezes sentava-me apenas, comendo amendoins, até que aquele lugar me parecia a montanha cósmica, o axis mundi, a libertação do fluxo da vida no corpo da Terra. Mais tarde fui jogador. Jornalista desportivo. Até convidado de honra. Nunca mais encontrei a verdade definitiva que se escondia naquelas tardes do Municipal. Já ninguém toca as marchas de John Philip Sousa. Terra Chã, 7 de Outubro de 2015 São oito da manhã quando começamos a subir a Canada da Serra. Hoje o céu acordou desanuviado, com a limpidez feérica que sempre faz suceder aos longos dias de chuva. E, antes mesmo de chegarmos às charolesas do Zé Maria da Adega, há dois cerrados com angus e ramo-grandes dispostas como que num xadrez, muito pretas umas, vermelhíssimas as outras. Pastam numa serenidade conformada, até feliz. Mas a certa altura passamos na curva e duas delas erguem a cabeça, com um ar inquiridor. E eu pergunto-me: o que vêem os animais quando nos vêem passar? O que vê um bicho quando olha um homem? O que vêem estas bezerras destinadas ao matadouro quando passamos os dois, eu e a Catarina, com roupas desportivas e cães presos a trelas? Conhecemos o que dos animais nos disse tanta literatura, mas em todos os casos o homem manteve-se no centro. A ratazana de Gunther Grass, o cão de Thomas Mann, até a baleia de Ahab – todos eles existiram primeiramente em função de nós. A quinta de Orwell foi uma metáfora para a nossa sociedade. Os patos e os ratos de Walt Disney assumiram formas humanas. Mas alguma coisa eles hão-de ver quando nos olham. Continuará o homem no centro do planeta? Continuará o sol no centro do sistema? O que serão a dor e o prazer, exactamente? E o desejo, e a humildade, e o medo, e a melancolia? E essa fome sem remédio a que se chama poesia? A ciência estuda os animais sencientes, prova-nos que eles podem sentir e garante-nos que esse estado não está tão distante do pensamento quanto isso. Mas que papel representa num encontro assim a consciência? Que curiosidade, que perplexidade há naqueles olhares? Sobretudo: o que vêem os outros animais quando olham os nossos cães e se apercebem que eles vivem connosco, na nossa casa, segundo as nossas regras, comendo a nossa comida? Terra Chã, 9 de Outubro de 2015 Amanhã vou ao transitário buscar umas paletes. Chegou a hora de fazer uma poltrona para a Jasmim. Não me iludo quanto à originalidade do empreendimento. Já toda a gente aprendeu a fazer móveis a partir de paletes. Mas desde que tenho dois cães que a poltrona do Melville é o único motivo de discórdia entre eles. Os casais sem filhos podem ser bastante ridículos. Nós não disfarçamos nada bem. De maneira que, na terça-feira, passei na Construtora e comprei pregos e parafusos, colchetes e cantoneiras. Creio que não precisarei da serra circular, mas se precisar peço ao Chico. De resto, o berbequim, a lixadeira e o serrote já ali estão de lado, e fitas métricas é o que aí não falta. A pistola de pregos dispenso – carpintaria sem martelo nem parece carpintaria. É natural que venha a precisar de mais lixa, mas logo se vê. Quanto aos colchetes, a ver se não acabo por usar cantoneira em tudo. De qualquer modo, se não sobrassem peças não teria graça. Vou começar por escolher a palete mais feia para a base e depois afixarlhe outra por cima. Para os braços e as costas, estou quase certo de que uma inteira é de mais, pelo que estou preparado para cerrar. Lixar será trabalhoso, mas com paciência chega-se lá. Só pintar me chateia. Ainda não sei que acabamento aplicarei, mas o Celso da CIN costuma ter boas ideias. Seja como for, eu teria sempre de passar na cidade a comprar as esponjas. A ver se não me esqueço de avisar a minha pobre mãe de que vai ter de forrar almofadas outra vez. Mas primeiro ainda preciso de arranjar uma carrinha emprestada, que no carro não consigo enfiar uma palete sequer. Vou dar um toque ao João. Se correr bem, ainda faço mais umas quantas poltronas para o jardim, que não tarda aí a Primavera. Acho que vou comprar uma serra eléctrica. E um creme hidratante. |16| OpINIãO 10.OUT.2015 DIÁRIO INSULAR AçOriAnOs nO QUébec (1) JOsé AndrAde (*) A Casa dos Açores com sotaque francês N o segundo maior país do mundo, na segunda mais populosa província do Canadá, na segunda maior cidade do país, a primeira Casa dos Açores em terras canadianas simboliza há 37 anos os açorianos do Québec que são quase 80% dos portugueses de Montreal. Das nossas 15 Casas em 6 nacionalidades, esta é a única que fala açoriano com pronúncia francesa… Sucede ao primeiro Rancho de Cantares e Bailares da Casa dos Açores do Québec, criado em 1992 por iniciativa de José de Sousa, José Cordeiro e Tony Melo, e convive com outros cinco ranchos resistentes – Campinos do Ribatejo, Cana Verde, Estrelas do Atlântico, Rancho Folclórico de Santa Cruz e Praias de Portugal. privando com Bill gates Uma grande comUnidade O Canadá foi o último grande destino da emigração açoriana, na sequência do Brasil e dos Estados Unidos da América ou mesmo da Bermuda e do Havai. A nossa emigração sistemática para este país conta apenas 62 anos, considerando o protocolo assinado em 1953 entre Portugal e Canadá, mas foi tão intensiva que já corresponde à grande maioria dos cerca de meio milhão de portugueses em geral (de primeira, segunda e terceira gerações) registados na estatística canadiana de 1991. Os portugueses, especialmente açorianos, radicaram-se sobretudo na província do Ontário (202.000), mas também no Québec (43.000) e na Columbia Britânica (23.000) ou até nas províncias de Alberta (9.700) e Manitoba (9.500). Em Montreal, estima-se que 78% dos portugueses residentes são oriundos dos Açores, maioritariamente da ilha de São Miguel. São da Ribeira Grande, de Rabo de Peixe, da Lagoa, concentraram-se inicialmente no chamado “bairro português” mas, nas últimas três décadas, dispersaram para cidades próximas como Laval ou Sainte-Thérèse. Foi aqui que se estabeleceu a primeira Casa dos Açores do Canadá, em 1978, ainda antes das do Ontário (1985) ou do Winnipeg (1992). a primeira no canadá A Casa dos Açores do Québec foi fundada a 18 de julho de 1978, na cidade de Montreal, por iniciativa dos açorianos Tadeu Rocha, Carlos Saldanha, Maria Elvira Saldanha-Teixeira, Joviano Vaz e Manuel Contente. A sua comissão instaladora ficou constituída pelos cinco fundadores e ainda Aires Whytton da Silva, António Bairos, Guilherme Álvares Cabral e Norberto Aguiar, procedendo à elaboração dos primeiros estatutos. Só 13 anos depois foi eleita a primeira direção efetiva, em assembleia geral de sócios realizada a 18 de novembro de 1991, na sua sede provisória da rua St-Joseph. Ficou constituída por Guilherme Álvares Cabral (presidente), António Tavares (vice-presidente), Manuel António Pereira (secretário), Benjamim Moniz (tesoureiro) e ainda Carlos Saldanha, Norberto Aguiar, Alfredo Ponte, Victor Puim e José Coelho (vogais). Guilherme Cabral, o primeiro presidente eleito, nasceu em 1939, na Bélgica, mas depressa viajou para a ilha de São Miguel, a terra da sua família. Com 25 anos de idade, emigrou para o Canadá, residindo primeiro na cidade de Toronto, em 1964, e fixando-se depois na cidade de Montreal, em 1973. Fez carreira profissional no ramo imobiliário, mas foi também presidente da Caixa Portuguesa de Montreal. Sob a sua presidência, a Casa dos Açores transferiu-se para uma segunda sede provisória, na rua StDominique, inaugurada em fevereiro de 1992. A primeira direção aqui eleita era presidida por Manuel António Pereira, que conduziu os destinos da instituição até ao ano 2000. Filarmónicas e Folclore Manuel Pereira nasceu em 1942 na freguesia de S. José, em Ponta Delgada, e emigrou para o Canadá em 1967, recém-casado. Começou por trabalhar no aeroporto de Montreal e, dois anos depois, transferiu-se com a família para os Estados Unidos da América, como supervisor de uma fábrica de tecidos em New Bedford. Regressado a Montreal em 1971, fez os cursos de mecânica e imobiliária, mas foi no departamento de compras da companhia de aviação KLM que estabilizou a sua atividade profissional até aposentarse em 1998. Desde sempre e ainda hoje ligado à Casa dos Açores do Québec, adquiriu a atual sede própria em 1996, pelo valor de 170 mil dólares, graças a um empréstimo por 10 anos com a sua responsabilidade pessoal e a de Guilherme Cabral, João Reis, Eduardo Leite e Alfredo Ponte. Esta sede, localizada no número 229 da rua Fleury Oeste e inaugurada a 22 de março de 1997, dispõe de bar, salão e biblioteca, dispensando ainda parte do edifício para instalação provisória da Filarmónica do Divino Espírito Santo de Laval. Outras duas filarmónicas encontram-se formalmente constituídas no seio da comunidade lusitana da província do Québec – a Filarmónica Portuguesa de Montreal, agora em fase de inatividade, e a Banda de Nossa Senhora dos Milagres. Na sede atual funciona também o Rancho Folclórico “Ilhas de Encanto” da Casa dos Açores do Québec, o oitavo grupo de folclore existente na comunidade portuguesa, que foi fundado em 1997 com 27 dançarinos, nove músicos e quatro cantadeiras, sob a direção de João Rebelo. A nossa “embaixada açoriana” em Montreal tem recebido a visita oficial de diversas entidades, como sejam o presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Alberto Romão Madruga da Costa (1994), o presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César (1997), o Bispo de Angra, D. António Sousa Braga (1999), o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário (2003) ou o presidente da Assembleia da República, João Bosco Mota Amaral (2003). Depois de Guilherme Álvares Cabral, Manuel António Pereira, Emanuel Martins, Gil do Couto, Damião de Sousa e Dora Barão, a Casa dos Açores do Québec é atualmente presidida, desde 2010, por Benjamim Moniz. Benjamim Moniz nasceu em Rabo de Peixe, em 1949, e emigrou com a família em 1966. Primeiro viveu nos Estados Unidos da América, em East Providence, com a esposa natural da Ribeira Grande, onde tiveram os primeiros dois de três filhos. Depois radicou-se no Canadá, em Montreal, desde que em 1975 recebeu uma “carta de chamada” para reunir a família, agora já com cinco netos. Filho de carpinteiro, trabalhou sempre numa companhia de construção de móveis de alta qualidade, chegando mesmo a construir a secretária do escritório de Bill Gates em Manhattan e a biblioteca da sua mansão em Long Island. “Ele era tão simpático que até me ajudou a acartar as madeiras”, explica o marceneiro micaelense que privou com o magnata americano... (Continua) (*) Deputado no Parlamento dos Açores (*) No âmbito da deslocação realizada à XVIII Assembleia Geral do Conselho Mundial das Casas dos Açores DeSpORtO |17| DIÁRIO INSULAR 10.OUt.2015 NAS ESCOLAS DO CONCELHO DE ANGRA Terceira Basket realiza ações de captação CARtAZ pARA O FIM De SeMANA FUTEBOL NACIONAL SENIORES SÁBADO, 15:00 Angrense/Praiense (municipal de Angra) LIGA MEO AÇORES DOMINGO, 11:30 Barreiro/Vitória (campo do Barreiro) DOMINGO, 15:00 Rabo Peixe/Lusitânia (campo Bom Jesus) Marítimo/Vilanovense (estádio de Sta. Cruz) TAÇA AFAH DOMINGO, 15:00 Marítimos/Fontinhas (campo São Mateus) Lajense/Boavista (campo das Lajes) BASqUETEBOL LIGA MASCULINA SÁBADO, 16:30 Barcelos/Lusitânia (escola de Barcelos) FORMAÇÃO DESPORTIVA é uma prioridade no projeto do Terceira Basket Club DOMINGO, 17:00 Oliveirense/Lusitânia Eventos tiveram como palco as escolas do 1.º ciclo de São João de Deus e da Terra Chã. Terceira Basket Club fala em sucesso desportivo e social. Prosseguindo o trabalho efetuado na época desportiva 2014/15, com vista à almejada captação e fixação de atletas, o prestigiado Terceira Basket Club já levou a efeito esta temporada (2015/16) mais duas ações de captação, dirigidas, na circunstância, ao escalão etário de minis e realizadas nas escolas do 1.º ciclo de São João de Deus, na freguesia de Santa Luzia, e da Terra Chã. 1.ª AÇÃO DE CAPTAÇÃO Deste modo, a designada 1.ª ação de divulgação e captação de basquetebol levada a cabo pelo Terceira Basket na campanha em curso aconteceu no passado dia 22 de setembro, na Escola EB1 de São João de Deus. Estiveram então presentes os treinadores e atletas da coletividade, Francisco Simões, Daniel Brandão, Fe Tomassi, Eduardo Sousa, Filipe Pinheiro, Matt Smith e Tiago Rai- mundo. Segundo o emblema angrense, “a iniciativa processou-se com muita dinâmica e alegria, tendo os 60 alunos das quatro turmas presentes ficado bastante satisfeitos e agradados com a atividade efetuada. No final, teve lugar a tradicional foto de família, bem como um período de perguntas e respostas aos nossos atletas seniores”. O clube promotor da diligência deixa ainda um agradecimento à professora Luísa Silva “que nos deu abertura e condições para que esta ação fosse um verdadeiro sucesso”. 2.ª AÇÃO DE CAPTAÇÃO Entretanto, a segunda iniciativa do género sucedeu no dia 24 de setembro, na Escola EB1/JI Professor Maximino F. Rocha, na freguesia da Terra Chã, igualmente no concelho de Angra do Heroísmo. Colaboraram os treinadores e atle- tas do Terceira Basket, Francisco Simões, Fe Tomassi, Eduardo Sousa, Filipe Pinheiro, Matt Smith e Tiago Raimundo. Tendo outra vez por base fonte do clube, “a ação decorreu com imensa dinâmica e alegria, tendo os 80 alunos das quatro turmas presentes ficado bastante satisfeitos e agradados com a atividade desenvolvida. No final teve lugar a foto de família, assim como um período de perguntas e respostas aos nossos atletas seniores”. Também aqui, a agremiação sediada na cidade açoriana Património Mundial deixa um agradecimento à professora Ângela Abreu “que nos deu abertura e condições para que esta ação fosse, tal como a anterior, um enorme êxito desportivo e social”. Mantendo aquela que é a sua linha de atuação (em que a formação humana e desportiva é uma espécie de bandeira), o Terceira Basket, cuja comissão de gestão é liderada por Vítor Soares, deve apostar em outros projetos semelhantes ao longo da temporada vigente, os quais, em boa verdade, também funcionam como um excelente meio de promoção da prestigiada modalidade. (Salvador Machado) LIGA FEMININA SÁBADO, 15:30 Olivais/Boa Viagem (pav. Augusto Correia) PROLIGA SÁBADO, 20:00 Benfica “B”/Terceira (pav. Fidelidade) DOMINGO, 13:15 Estoril/AngraBasket (pav. Salesianos) vOLEIBOL PRIMEIRA DIvISÃO SÁBADO, 16:30 AJFB/Sp. Espinho (Vitorino Nemésio) TéNIS DE MESA ETTU CUP (SeXtA A DOMINGO) GDCSJ/DT/Yroni/GSK (Luxemburgo) DIvISÃO DE HONRA SÁBADO, 14:00 Porto Salvo/USFC (Leões Porto Salvo) |18| DeSpORtO 10.OUt.2015 DIÁRIO INSULAR COMO DEStINO DE NAtUREZA Trail Run promove imagem dos Açores fotografia www.epictrailrunazores.com TRAIL RUN em clara expansão nas ilhas do arquipélago açoriano Governo destaca a importância de eventos de ‘Trail Run’ para a promoção do arquipélago. ‘Epic Trail Run Azores – ETRA’ decorre este fim de semana. O Diretor Regional do Turismo realçou, em Ponta Delgada, a importância dos eventos de ‘Trail Run’ para a promoção dos Açores, salientando a divulgação que permitem das paisagens da Região como cenários de competição e, simultaneamente, como produto turístico de lazer, através dos trilhos. João Bettencourt, que falava na apresentação do ‘Epic Trail Run Azores – ETRA’, frisou que este evento “além de trazer à Região centenas de pessoas, com impacto direto na economia local, permite mostrar aquilo que de melhor os Açores têm para oferecer e para cativar muitos amantes do turismo de natureza por esse mundo fora”. “Está provado que a visibilidade deste tipo de eventos, que tiram partido dos nossos recursos naturais e potenciam a sua qualidade ambiental, associando a vertente lúdica e competitiva, contribui eficazmente para atrair praticantes deste tipo de desportos, mas também um nicho de mercado de turistas que privilegiam o contato com a natureza, que consequentemente se traduzirá no aumento de fluxos turísticos para a Região”, frisou. João Bettencourt afirmou que o Governo dos Açores apoia a realização deste tipo de eventos, que colocam em destaque a Região “através da sua diversidade e particularidade paisagística, e da sua especial apetência para a prática de desportos em contato com a Natureza”, resultando assim “num enorme sucesso na promoção dos Açores e na criação de notoriedade do arquipélago como destino de turismo de nature- za nos mercados internacionais”. Na sua intervenção, o Diretor Regional salientou que este segmento tem grandes perspetivas de crescimento a nível mundial, acrescentando que os Açores têm todas as condições para se posicionarem internacionalmente como destino de turismo de natureza. Nesse sentido, destacou a importância dos trilhos terrestres, um produto de ano inteiro e transversal a todas as ilhas, recordando que existem atualmente no arquipélago 80 trilhos homologados, com uma extensão total superior a 716 quilómetros. “Apesar da oferta já consolidada, os Açores ainda podem crescer neste produto, tanto em oferta, como em procura, agora mais do que nunca, face a esta nova realidade que o turismo açoriano vive atualmente”, afirmou, aludindo ao melhoramento das acessibilidades na Região em virtude da revisão do modelo de transporte aéreo ocorrido em março e que impulsionou o crescimento do setor do turismo a níveis de dois dígitos. “Acreditamos sinceramente que esta nova realidade, associada à realização de eventos como este, que acrescentam valor ao destino Açores, tornando-o numa referência internacional de turismo de natureza, irá influenciar positivamente a captação de fluxos turísticos”, salientou. O Epic Trail Run Azores é disputado ao longo de dois dias, tendo início hoje com um trail noturno de 15 quilómetros ao longo da Reserva Florestal do Pinhal da Paz. Amanhã é realizado um trail diurno de 27 quilómetros, que atravessará a Lagoa do Fogo, entre outras paisagens, terminando nas Portas do Mar, em Ponta Delgada. “Estamos perante um projeto que nasce com a ambição de se tornar uma referência no panorama internacional do ‘Track Running’, uma modalidade de atletismo com grande projeção mediática e que tem vindo a conquistar adeptos de todas as partes do Mundo”, disse João Bettencourt, afirmando que o ETRA “é mais um evento que nasce nos Açores para o Mundo”. DeSpORtO |19| DIÁRIO INSULAR 10.OUt.2015 4.ª JORNADA DA LIGA MEO AÇORES BASQUEtEBOL Lusitânia e Vilanovense com viagens complicadas Jogos nacionais sem árbitros oficiais fotografia pedro alves/di “B”, Lajense “A” – Lusitânia “A”, Lusitânia “B” – Lajense “B”, Angrense “A” – Barreiro e Vilanovense – Fontinhas. Terça-feira, 19:00, Praiense “B” – Barreiro. Quinta-feira, 18:30, Boavista – Marítimos. FUTSAL LUSITÂNIA E VILANOVENSE querem contrariar dificuldades e somar pontos Equipa de João Eduardo Alves visita Rabo de Peixe, ao passo que os subordinados de Nuno Janeiro atuam na ilha branca, ante o líder Marítimo. Está agendada para amanhã, domingo, a quarta jornada da Liga Meo Açores, em futebol. Conferimos, a propósito, os jogos em exibição e respetivas equipas de arbitragem: São Roque – Vale Formoso, 15:00, campo de São Roque. Árbitro: José Pereira. Assistentes: João Medeiros e Luís Fundo. Prainha – Sporting de Guadalupe, 15:00, campo do Vitória (Pico). Árbitro: Duarte Travassos. Assistentes: Nuno Medeiros e Fábio Oliveira. Observador: Paulo Sousa. Rabo de Peixe – Lusitânia, 15:00, campo do Bom Jesus. Árbitro: Hélio Duarte. Assistentes: Nuno Costa e Marco Silva. Observador: Hélder Medeiros. Barreiro – Vitória, 11:30, campo do Barreiro. Árbitro: Dioclécio Ávila. Assistentes: João Paulo Medeiros e Rodrigo Pereira. Marítimo – Vilanovense, 15:00, estádio de Santa Cruz da Graciosa. Árbitro: Márcio Duarte. Assistentes: José Valério e Rogério Sousa. AFAH Vejamos agora o programa para o fim de semana, sob a égide da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo (AFAH): Taça AFAH: amanhã, 15:00, Marítimos – Fontinhas e Lajense – Boavista. Taça Fernando Pacheco Pereira de Juniores “A”: hoje, Lajense – Angrense (15:00) e Lusitânia – Praiense (15:30). Campeonato de Juniores “B”: hoje, 13:00, Barreiro – Angrense e Lusitânia – Lajense; quarta-feira, 19:00, Angrense – Lajense e Barreiro – Lusitânia. Torneio de Abertura de Juniores “C”: amanhã, 11:30, Angrense – Lusitânia e Praiense – Lajense. Torneio de Abertura de Juniores “D”: hoje, 10:00, Fontinhas – Lusitânia “B”, Boavista – Angrense “B”, Lusitânia “A” – Vilanovense e Lajense – Praiense. Torneio de Abertura de Juniores “E”: amanhã, 09:30, Praiense “A” – Boavista, Marítimos – Angrense Continuando na área de jurisdição da AFAH, viramos agulhas para o futsal: Torneio de Abertura de Seniores: hoje, Grupo “A”, União Praiense – Porto Judeu (19:00, Vitorino Nemésio) e São Sebastião – São Carlos (19:00, São Sebastião). Grupo “B”, São Brás – Casa da Ribeira (19:00, Casa da Ribeira) e Posto Santo – Lusitânia (19:00, pavilhão municipal de Angra). Grupo “C”, Porto Martins – Matraquilhos (19:00, Porto Martins) e Ladeira Grande – União Sebastianense (21:00, pavilhão municipal de Angra). Grupo “D”, Agualva – Biscoitos (21:00, Vitorino Nemésio) e Barbarense – Doze Ribeiras (19:00, Santa Bárbara). Torneio de Abertura de Juniores “A”: hoje, 17:00, Casa da Ribeira – Marítimo (final), Matraquilhos – São Sebastião (3.º/4.º lugares), União Praiense – Barbarense (5.º/6. º lugares) e Biscoitos – Posto Santo (7.º/8.º lugares). Torneio de Abertura de Juniores “B”: amanhã, Ladeira Grande – Porto Judeu (15:00), Posto Santo – Marítimo (14:00), Barbarense – Matraquilhos (14:00) e Biscoitos – Casa da Ribeira (14:00). Terça-feira, Matraquilhos – Posto Santo (19:30). Quarta-feira, Casa da Ribeira – Porto Judeu (20:00). Torneio de Abertura de Juniores “C”: hoje, 15:00, Barbarense – Posto Santo e Agualva – União Praiense. Torneio de Abertura de Juniores “D”: amanhã, Casa da Ribeira – Posto Santo (10:00), Matraquilhos – Lusitânia (11:30), Biscoitos – São Sebastião (10:00) e Porto Judeu – Barbarense (10:00). Torneio de Abertura de Juniores “E”: hoje, Posto Santo – Casa da Ribeira (10:00), São Sebastião – Biscoitos (10:00), Barbarense – Ladeira Grande (10:00) e Matraquilhos – Cabo da Praia (11:30). Quarta-feira, São Sebastião – Ladeira Grande (17:00). Uma vez que Federação Portuguesa de Basquetebol e Associação Nacional de Juízes de Basquetebol continuam sem chegar a acordo relativamente ao pagamento dos valores em falta às equipas de arbitragem, tudo aponta para que os jogos da primeira jornada dos diversos campeonatos nacionais não contem com a presença dos juízes. Ainda assim, o Conselho de Arbitragem da Federação procedeu às respetivas nomeações, o que, segundo conseguimos apurar, deixa em aberto a possibilidade de um entendimento de última hora (o que, inclusive, pode ter acontecido já depois do fecho desta edição). FUtEBOL Santa Clara segue na taça O Santa Clara, da Liga de Honra, apurou-se quinta-feira para a terceira eliminatória da Taça de Portugal, ao vencer no terreno do Pedras Rubras, no desempate por grandes penalidades (7-6), depois da igualdade sem golos no final do prolongamento. Na próxima fase da prova rainha, a equipa das ilhas de bruma volta a visitar uma formação do Campeonato Nacional de Seniores, deslocando-se agora ao campo do Trofense. AtLEtISMO Associação promove curso e reciclagem A Associação de Atletismo da Ilha Terceira (AAIT) leva a efeito, entre 23 e 25 de outubro, na escola básica e secundária Tomás de Borba, um curso de admissão de juízes de atletismo e uma reciclagem de juízes. O evento funciona no seguinte horário: 23/10 – 20:00/23:00; 24/10 – 09:00/13:00 e 14:00/17:00; 25/10 – 09:00/13:00 e 14:00/15:30. São requisitos a escolaridade mínima obrigatória; 16 anos de idade à data do exame; e bom comportamento moral, cívico e desportivo. A ficha de inscrição deve ser enviada para o endereço eletrónico [email protected] ou, então, entregue na sede da AAIT, sita ao Jardim dos Cortes-Reais, n.º 30, Espaço F – Estrada Gaspar Corte-Real, 9700-030 Angra do Heroísmo. |20| DeSpORtO 10.OUt.2015 DIÁRIO INSULAR PRIMEIRA DIVISÃO DE FUtSAL Dupla terceirense no Gualtar/Braga DUPLA TERCEIRENSE continua em grande estilo na arbitragem nacional Os árbitros terceirenses Sérgio Silva e José Silveira, ambos filiados no Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo, integram a equipa de arbitragem que dirige esta tarde, a partir das 16:30, o dérbi entre Gualtar e Sporting de Braga, válido para a sexta jornada da fase regular do Campeonato Nacional da Primeira Divisão de Futsal Masculino, temporada 2015/16. A aguardada peleja concretiza-se no pavilhão desportivo da escola EB 2/3 de Gualtar, na cidade dos arcebispos, sendo que o Gualtar ocupa o 10.º lugar da classificação geral e o Sporting de Braga o terceiro, daí o natural favoritismo dos forasteiros. Sérgio Silva desempenha as funções de primeiro árbitro e José Silveira as de segundo juiz de campo. O cronometrista indicado é o internacional Ruben Guerreiro, o qual pertence aos quadros do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol do Algarve. TORNEIO DE ABERTURA Por outro lado, em desafio em atraso da primeira ronda do Torneio de Abertura de Futsal da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo, escalão de seniores masculinos, Grupo “C”, a Ladeira Grande, atuando na condição de visitada (pavilhão da escola da Ribeirinha), bateu, na noite da passada quartafeira, o Porto Martins, por duas bolas a uma. Olhando para o quadro da classificação geral, lidera o Matraquilhos FC, com seis pontos acumulados (2V0E0D) – que confirma, deste modo, o estatuto de favorito do grupo. Ladeira Grande e Porto Martins somam três pontos (1V0E1D). O União Sebastianense ainda não pontuou (0V0E2D). A primeira fase da competição termina já este fim de semana, conforme, aliás, peça publicada também nesta edição. FotograFia pedro alves/di PRIMEIRA DIVISÃO DE VOLEIBOL Fonte alberga Sp. Espinho (16:30) Encontro realiza-se hoje, às 16:30, no complexo Vitorino Nemésio. Associação de Jovens da Fonte do Bastardo e Sporting Clube de Espinho (dois históricos do voleibol luso) rivalizam hoje, sábado, a partir das 16:30, no pavilhão do complexo desportivo Vitorino Nemésio, cidade da Praia da Vitória, em peleja válida para a ronda inaugural do aguardado Campeonato Nacional da Primeira Divisão de Voleibol Masculino. Como sempre acontece, a entrada é livre. Para além do embate a efetuar na ilha Terceira – com certeza o mais emotivo do dia, atendendo ao previsível equilíbrio de forças –, que envolve dois sérios pretendentes ao almejado título, a jornada comporta ainda os jogos que se seguem: Hoje: Esmoriz – Castêlo da Maia, Sporting das Caldas – Académica de Espinho, SL Benfica – Ginásio Vilacondense e Vitória de Guimarães – Académica de São Mamede. O duelo Leixões – Atlântico da Madalena foi adiado para o dia 21 de outubro. FEMININOS Em relação ao género feminino, quadro competitivo em que militam as picoenses do Clube Desportivo Ribeirense, a abertura da magna prova é sinónimo de rodada dupla. Partidas em cartaz: Hoje: Castêlo da Maia – Belenenses, Boavista – Santo Tirso, Lusófona – Ribeirense do Pico, Sporting de Braga – Leixões, Atlético VC – Porto Vólei 2014 e Escola Pedro E. Lobato – Gueifães. Amanhã: Belenenses – Lusófona, Sporting de Braga – Boavista, Atlético VC – Castêlo da Maia, Gueifães – Santo Tirso, Escola Pedro E. Lobato – Ribeirense do Pico e Porto Vólei 2014 – Leixões. ALEXANDRE AFONSO pretende recolocar a Fonte na rota dos títulos pUbLIcIDADe |21| DIÁRIO INSULAR 10.OUT.2015 cLUbe NÁUtIcO De ANgRA 80º aniversário do clube MUNICIPIO DE ANGRA DO HEROÍSMO câmara Municipal de Angra do Heroísmo Informamos todos os SÓCIOS que o nosso CLUBE vai festejar o seu aniversário no dia 24 de OUTUBRO DE 2015 (Sábado), tendo início o almoço às 13H00. Os sócios que desejem participar no nosso convívio com familiares e amigos devem proceder à sua inscrição no CLUBE. No dia 24 de Outubro, o CLUBE estará reservado até às 17H00 para sócios, familiares e convidados inscritos para o convívio. aViso n.º 65/2015 suspensÃo de trÂnsito A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo avisa a população em geral que será suspenso o trânsito a partir das 22:00 horas do dia 11 de outubro até às 16:00 horas do dia 12 de outubro de 2015, na Rua do Salinas, freguesia da Sé, destinado à remoção de bens móveis, do edifício n.º 21. Contactar: Tel.: 295 212 051 Angra do Heroísmo, 9 de outubro de 2015. O Presidente da Câmara Municipal José Gabriel do Álamo de Meneses arrenda-se Apartamento T1 mobilado, perto do Liceu, lugar tranquilo. Preço: 280,00e com água, luz e TV Cabo incluído. Contactar: 963 447 546 2085 (Todos os dias das 17H00 às 22H00) Telemóvel: 962 497 110 (Todos os dias) Email: [email protected] 2041 2086 carpinteiro | marceneiro (Reformado) Executa trabalhos de carpintaria e restaura móveis. Deslocação à casa do cliente. 969 511 704 2082 procura de emprego Pessoa com experiência para cuidar de idosos, com capacidade para cozinhar e cuidar das lides domésticas. 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Telefone: 295401050 | Telefax: 295214246. [email protected] | www.diarioinsular.com | [email protected] Diretor: José Lourenço. chefe de Redação: Armando Mendes. Redação: Hélio Jorge Vieira, Fátima Martins, Helena Fagundes, Carina Barcelos e Oriana Barcelos. Desporto: Mateus Rocha (coordenador), Luís Almeida, Daniel Costa, José Eliseu Costa e Carlos do Carmo. colaboradores: António Bulcão, João Bosco Mota Amaral, Francisco dos Reis Maduro-Dias, Ramiro Carrola, Luiz Fagundes Duarte, Gustavo Moura, José Guilherme Reis Leite, Eduardo Ferraz da Rosa, António Ventura, António Vallacorba, Diniz Borges, Jorge Moreira, Paulo Gomes, Daniel de Sá, Soares de Barcelos, José Eduardo Machado Soares, Fábio Vieira, Arnaldo Ourique, José Decq Mota, Artur Lima, Cláudia Cardoso, Berto Messias, Luís Couto, José Aurélio Almeida, João Bruto da Costa, Aníbal Pires, Mário Cabral e Luís Filipe Miranda Fotografia: António Araújo, João Costa,Fausto Costa e Pedro Alves. Design gráfico: António Araújo. Agência e Serviços: Lusa. Edição Eletrónica: Rui Azevedo. Sócios-Gerentes com mais de 10% de capital: Paula Cristina Lourenço, José Lourenço, Carlos Raulino, Manuel Raulino e Paulo Raulino. Tiragem desta edição: 3.500 exemplares; Tiragem média do mês anterior: 3.500 exemplares; Assinatura mensal: 12 euros. |22| pUbLIcIDADe 10.OUT.2015 DIÁRIO INSULAR centro dietético internacional de F. pacheco rua de São João n.º 54 angra do heroísmo tel. 295 214 969 ADAPTA-SE A QUALQUER TELHA osteopatia 960 477 843 924 475 132 A sua casa merece caleiras. Temos em aluminio lacado com várias cores, decorativas. Montagem para telha e para cemalha. Fazemos orçamentos grátis. Veja a diferença. 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À venda nas livrarias do país. 1956 pai mariValdo de xanGÔ Problemas com saúde, amor, espiritual e de trabalho? Pai Marivaldo de Xangô vindo de Salvador Bahia BR com reconhecimento em Lisboa por seus trabalhos e por sua loja de búzios. Estará de passagem na Ilha Terceira entre 15 a 21 de Outubro. MUNICIPIO DE ANGRA DO HEROÍSMO câmara Municipal de Angra do Heroísmo A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo avisa a população em geral que será suspenso o trânsito, nos dias 12 e 13 de outubro de 2015, na Rua Prof. José de Melo, freguesia da Ribeirinha, em virtude da reposição do pavimento asfáltico. Angra do Heroísmo, 9 de outubro de 2015. O Presidente da Câmara Municipal José Gabriel do Álamo de Meneses Angra. Novidade açoriana. Olhos de gata, tu és, eu sou aquilo que procuras. Toda boa, irresistivel, momentos de loucura inesqueciveis, adoro 69 delirante. 24H00. 918 496 604 2077 2069 Contactar: 966 314 041 2043 Primeira vez na ilha, loirinha, 27 anos, sexy, simpática. atende nas calmas. 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Do Mundo Gp Japão Moto3 Direto 00:00 Sport.tv2 Wnba Indiana X Minnesota Direto 00:55 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Motogp Direto 01:00 Sport.tv3 Wrestling 01:55 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Moto2 Direto 03:00 Sport.tv3 Desportos De Combate Direto 03:35 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Moto3 Direto 04:30 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Motogp Direto 04:30 Sport.tv2 Ténis Atp World Tour 500 Pequim Direto 05:00 Sport.tv4 Golfe Presidents Cup Direto 06:00 Sport.tv3 Desportos Radicais Direto 09:00 Sport. tv5 Camp. Mundo F1 2015 Formula 1 Russian Grand Prix Direto 11:00 Sport.tv4 Golfe European Tour British Masters Direto 11:30 Sport.tv5 Informação Camp. Mundo F1 2015 Formula 1 Russian Grand Prix Direto 12:00 Sport.tv5 Camp. Mundo F1 2015 Formula 1 Russian Grand Prix Direto 13:00 Sport.tv3 Voleibol Camp. Da Europa Sérvia X Finlândia Direto 13:30 Sport.tv5 Rugby Camp. Do Mundo Samoa X Escócia Direto 15:30 Sport.tv1 Informação Uefa Euro 2016 Qualificação Direto 15:45 Sport.tv5 Rugby Camp. Do Mundo Austrália X P.gales Direto 16:00 Sport.tv3 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Islândia X Letónia Direto 16:00 Sport.tv1 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Azerbaijão X Itália Direto 16:00 Sport.tv2 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Cazaquistão X Holanda Direto 16:00 Sport.tv4 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Noruega X Malta Direto 16:50 Sport.tv3 Informação Uefa Euro 2016 Qualificação Direto 18:00 Sport.tv1 Informação Uefa Euro 2016 Qualificação Direto 18:45 Sport.tv3 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Andorra X Bélgica Direto 18:45 Sport.tv2 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Bósnia E Herzegovina X P. Gales Direto 18:45 Sport.tv1 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Rep. Checa X Turquia Direto 18:45 Sport.tv4 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Croácia X Bulgária Direto 19:00 Sport.tv5 Rugby Camp. Do Mundo Inglaterra X Uruguai Direto 19:30 Sport.tv3 Informação Uefa Euro 2016 Qualificação Direto 22:00 Sport.tv1 Informação Últimas Notícias Direto 22:30 Sport.tv1 Rugby Camp. Do Mundo Resumo Do Dia Direto DOMINGO00:10 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Moto2 Warm Up Direto 00:40 Sport.tv5 Gp Japão Motogp Warm Up Direto 01:30 Sport.tv4 Golfe Presidents Cup Direto 02:00 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Moto3 Corrida Direto 03:20 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Moto2 Corrida Direto 04:00 Sport.tv2 Ténis Atp World Tour 500 Tóquio Final Direto 04:30 Sport.tv5 Informação Moto Gp Gp Japão Direto 05:00 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Motogp Corrida Direto 05:00 Sport.tv4 Golfe Presidents Cup Direto 05:00 Sport. tv2 Ténis Atp World Tour 500 Tóquio Final Direto 06:00 Sport.tv3 Desportos Radicais Direto 10:00 Sport.tv2 Informação Camp. Mundo F1 2015 Formula 1 Russian Grand Prix Direto 10:30 Sport. tv2 Camp. Mundo F1 2015 Formula 1 Russian Grand Prix Pré Grelha Direto 11:00 Sport.tv2 Camp. Mundo F1 2015 Formula 1 Russian Grand Prix Corrida Direto 11:00 Sport.tv4 Golfe European Tour British Masters Direto 11:00 Sport.tv5 Rugby Camp. Do Mundo Argentina X Namíbia Direto 11:30 Sport. tv3 Ténis Atp World Tour 500 Pequim Final Direto 13:30 Sport.tv5 Rugby Camp. Do Mundo Itália X Roménia Direto 15:10 Sport.tv3 Andebol Camp. Da Europa Portugal X Dinamarca Qualificação Feminina Direto 15:45 Sport.tv5 Rugby Camp. Do Mundo França X Irlanda Direto 16:00 Sport.tv2 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Ilhas Faroé X Roménia Direto 16:00 Sport.tv4 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Arménia X Albânia Direto 16:00 Sport.tv1 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Grécia X Hungria Direto 16:50 Sport.tv2 Informação Uefa Euro 2016 Qualificação Direto 18:45 Sport.tv4 Futebol Jogo De Preparação Dinamarca X França Direto 18:45 Sport.tv2 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Polónia X Rep. Irlanda Direto 18:45 Sport. tv3 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Gibraltar X Escócia Direto 18:45 Sport.tv1 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Alemanha X Geórgia Direto 19:00 Sport.tv5 Rugby Camp. Do Mundo Estados Unidos X Japão Direto 19:30 Sport.tv4 Informação Uefa Euro 2016 Qualificação Direto Fonte: http://www.sporttv.pt/ InfOrmaçõES FARMÁCIAS DE SERVIÇO Angra do Heroísmo | Misericórdia Praia da Vitória | Cabral DOMIngO Angra do Heroísmo | Central Praia da Vitória | Silva TAp pORTugAl 295 540 047 Partidas para Lisboa: 17h40/20h40 SATA AIR-AÇORES | 295 540 047 Partidas: 10h00, 14h15, 14h20, 20h55 Ponta Delgada; 11h30 S. Jorge; 16h25 Horta; 11h30 Graciosa; 15h45 Pico. MISSAS SÁBADOS Angra 16:00 Estabelecimento Prisional; 17:00 Lar de Idosos (Santa Casa); 18:00 Sé, São Pedro e São Luís; 17:00 São Gonçalo; 19:00 Santuário Conceição, S. Bento e S. João de Deus; 20:00 Santa Luzia. Praia 20h00 3º e 4º Sáb de cada mês Igreja de S. Pedro - Biscoitos; 19h00 Igreja do Coração Imaculado de maria - Biscoitos; 16:00fontinhas; 17:00 Lajes; 17:30 matriz da Praia; 18:00 Capela do Bairro Joaquim alves, S. Brás e Vila nova; 19:00 Casa da ribeira, Lajes e agualva; 19:30 Santa rita. SERVIÇOS RElIgIOSOS - Igreja Evangélica Baptista Angra DOmInGOS - rua Jacinto Cândido, 3. 19:30 Culto Q. - Feira Estudo Bíblico e Oração. Praia DOmInGOS - rua da Estrela, 41 11:30 Culto - www.iebpv.org. gRupO OCIDEnTAl CORVO FLORES 3-2 METROS 20/40 KM/H Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros. Vento norte fraco (05/12 km/h), tornando-se gradualmente fresco (30/40 km/h) com rajadas até 50 km/h e rodando para leste. Mar encrespado, tornandose gradualmente cavado. Ondas noroeste de 3 metros, tornando-se norte de 2 metros. STA CRuz DAS FlORES Água do mar 21ºC 16ºC 20ºC gRupO CEnTRAl GRACIOSA FAIAL TERCEIRA PICO S. JORGE 3-2 METROS 20/30 KM/H Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros. Vento norte moderado (20/30 km/h) durante a madrugada, tornando-se bonançoso (10/20 km/h) e rodando para nordeste. Mar de pequena vaga a cavado. Ondas noroeste de 3 metros, tornando-se norte de 2 metros. AngRA DO HEROíSMO Água do mar 21ºC 18ºC 22ºC gRupO ORIEnTAl S. MIGUEL SANTA MARIA 3-2 METROS 10/30 KM/H Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros fracos durante a madrugada e manhã. Vento noroeste fresco (30/40 km/h) com rajadas até 50 km/h durante a madrugada, tornando-se gradualmente bonançoso (10/20 km/h) rodando para nordeste. Mar cavado, tornando-se gradualmente de pequena vaga. Ondas oeste de 3 metros, tornando-se noroeste de 2 metros. pOnTA DElgADA 17ºC 22ºC Água do mar 22ºC MARÉS 06:53 Baixa-mar | 12:58 Preia-Mar 19:14 Baixa-mar | - - : - - Preia-Mar Centro Cultural de Angra do Heroísmo “RICKI E OS FLASH .2D” De 08 a 12 de outubro, 21h00 Auditório do Ramo Grande “MAZE RUNNER: PROVAS DE FOGO” 16 e 17 outubro, 21h00 FAROl DAS COnTEnDAS Visita todas as quartas-feiras Hora de Inverno - 13.30 às 16.30 PUB. PUB. opinião eduArdo FerrAz dA roSA Artur LimA, Líder do CdS/PP-AçoreS Açorianos não perceberam proposta da Aliança Açores Do Ponto De vista Do CDs-PP, qUe PrinCiPais fatores terão ContriBUíDo Para os resUltaDos eleitorais na “aliança açores” (CDP-PP/PPM) nos açores? em primeiro lugar, entendo que os Açorianos não perceberam que a “Aliança Açores” e a candidatura do Professor Félix rodrigues poderia contribuir para garantir a maioria de estabilidade que o País precisava para continuar a sair da recessão, como tem vindo a acontecer. Se tivesse sido eleito o candidato desta coligação sentar-se-ia na bancada do CdS na Assembleia da república, assegurando a maioria que se perdeu. Por outro lado, o facto de o PSd não ter feito coligação com o CdS-PP nos Açores, à semelhança da coligação nacional, foi decisivo para que, em contraciclo com o restante território nacional, a direita ter perdido as eleições nos Açores. Basta fazer as contas aos resultados e percebe-se que, mesmo com o baixo resultado da “Aliança Açores”, dava para o PSd manter os três deputados que tinha elegido nas Legislativas de 2011. mas as consequências das decisões que foram tomadas ficam para quem as tomou. entendo ainda que dada a confusão que se instalou PUB. nos eleitores, fruto de não existir nos Açores uma candidatura que replicasse a coligação nacional, levou a que o voto útil funcionasse para o PSd, em vez de para a candidatura CdS/PPm. Nas regiões Autónomas verificou-se ainda outro fenómeno: é que o sentido de voto dos eleitores seguiu a tendência nacional para algumas forças políticas. É Possível tirar ConClUsões Destes resUltaDos Para as legislativas regionais Do PróxiMo ano? Não. Nunca se conseguem fazer extrapolações de resultados nacionais para resultados regionais. Basta ver na história democrática açoriana que nunca os mesmos partidos conseguiram ter resultados iguais ou semelhantes em eleições distintas. os Açorianos conseguem perfeitamente distinguir os atos eleitorais e isto é patente nos resultados eleitorais. qUal a sUa leitUra Dos resUltaDos naCionais Da aliança PsD-PP? Foi uma grande vitória da coligação “Portugal a Frente” tendo em conta a conjuntura nacional. importa não esquecer que os socialistas afundaram o País e que o Governo PSd/CdS herdou um programa imposto por entidades externas (que nos emprestaram dinheiro para pagar salários e pensões) e teve que adotar medidas de austeridade para conseguir mandar embora a troika e devolver a soberania a Portugal. todos os sacrifícios que os Portugueses fizeram já começam a dar sinais de retoma que são evidentes a nível nacional e os portugueses perceberam que não vale a pena cair em tentação e repetir aventuras. Neste sentido, espera-se que o PS tenha agora a capacidade de ler os resultados eleitorais e, acima de tudo, assuma uma postura responsável para não voltar a atirar Portugal para a bancarrota. na sUa PersPetiva, CoMo evolUirá a sitUação PolítiCa naCional nos PróxiMos teMPos, tenDo Presente qUe não há Maioria aBsolUta no ParlaMento? António Guterres governou vários anos sem maioria absoluta e a direita portuguesa foi responsável ao ponto de deixar governar o País. o que se espera é que o PS deixe governar quem ganhou as eleições, fazendo propostas válidas e sérias contribuindo para a governação do País. Utopia e Desenganos A atribuição do Prémio Nobel 2015 da Literatura à escritora Svetlana Aleksievitch chamou a atenção do mundo para uma obra singular, que tem vindo a ganhar crescente notoriedade na Europa não só pelo seu carácter propriamente literário e estilo narrativo quanto pela problemática sociopolítica, cultural e filosófica que a atravessa e profundamente modela na vertente ensaística. Nascida em 1948 na Ucrânia, então pertencente à URSS, o seu difícil (e arriscado...) trabalho de pesquisa e escrita (mormente recolha de entrevistas, arquivo de confissões e registo de histórias de vida), oscilando sempre entre textos profundamente realistas (alguns quase surrealistas e para-ficcionais de tão cruamente contados...), numa espécie de investigação antropológica de campo, misto de pesquisa etnológico-civilizacional e de reportagem jornalística –, tem vindo a permitir a Svetlana Aleksievitch abordar, denunciando, fundamentalmente a experiência histórica, ética, espiritual, ideológica e psico-existencial da chamada era pós-soviética e das implicações que as suas mais relevantes fracturas sociopolíticas (Perestroika), ambientais (Chernobyl), bélicas (II Guerra Mundial e guerra do Afeganistão) e institucionais (nomeadamente o regime de Loukachenko e o novo czarismo imperial de Putin), atingindo todas as classes e camadas populacionais da extinta URSS, provocaram na dramática reconfiguração destinal e simbólica do chamado “homem soviético”, na sua mentalidade e desencantos patrióticos ou nacionalistas, porém acima de tudo na sua fixação “utópica” num passado “comunista” perdido e volatilizado, – naquilo que afinal se traduz no desenvolvimento sofredor (pático e amiúde patológico) de uma série de mecanismos compensatórios e ilusórios (ressentidos, frustrados, desenganados mas ao mesmo tempo quase delirantes e regressivos), conforme todos os livros de Aleksievitch o revelam, desde 1985 (sobre testemunhos femininos da II Grande Guerra) até ao mais recente O Fim do Homem Soviético (único livro seu traduzido em português, obra vencedora do Premio Médicis Ensaio e Livro do Ano escolhido pela Revista Lire em 2013), títulos de uma obra muito apelativa e à qual voltaremos aqui.