Complexo de Golgi
Elementos membranosos
1. Cisternas ou sáculos – dictiossoma – é o
elemento mais característico.
2. Vesículas: lisas ou revestidas (por clatrina,
vesículas COP I e COP II)
3. Vacúolos: frequentemente designados por
vesículas de condensação ou grânulos de
secreção.
Cisternas
Vacúolos
Funções
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Armazenamento das proteínas de exportação.
Glicosilação de proteínas e lípidos para exportar. É a principal
modificação química que sofrem as proteínas que passam pelo
complexo.
Formação das lipoproteínas. Embora os componentes das
lipoproteínas sejam sintetizados no RE passam, obrigatoriamente, pelo
complexo de Golgi.
Sulfatação de várias hormonas, particularmente das hormonas
esteróides.
Processamento proteolítico de proproteínas: conversão de
proproteínas em proteínas secretoras, prontas a exocitar (exemplo:
proinsulina, proalbumina, etc)
Biogénese de membranas. Foi verificada a actividade da aciltransferase no complexo de Golgi, enzima implicada na síntese dos
fosfolípidos da membrana.
Recuperação de membranas, as membranas dos grânulos de secreção
voltam ao Golgi, sendo reintegradas.
Tráfico e segregação de produtos de secreção.
Formação de lisossomas.
Lisossomas: corpos densos limitados por uma
membrana ricos em hidrolases ácidas
Lisossoma 2º
Estruturas
concêntricas
resultantes
da
acumulação
de
substâncias
de natureza
lipídica
Tipos de lisossomas
• Lisossoma primário: pequenas vesículas sem
substâncias em digestão.
• Lisossoma secundário: vesículas com
substâncias em digestão.
• Corpo residual: vesículas com resíduos não
digeridos.
Hidrolases ácidas
Proteases:
1. Exopeptidases: hidrolisam especificamente ligações peptídicas
das extremidades da proteína.
2. Endopeptidases: hidrolisam ligações pepetídicas afastadas das
extremidades da cadeia polipeptídica.
Glicosidases:
1. Exoglicosidases: actuam sobre as ligações glicosídicas
terminais
2. Endoglicosidases: actuam sobre as ligações glicosídicas no
interior das cadeias.
Nucleases
Fosfatases
Sulfatases
Lipases
Esterases
Os lisossomas e a digestão intracelular
Autolisossoma:
digere estruturas da
própria célula.
Heterolisossoma:
digere substâncias
provenientes da
endocitose.
Autofagia
Digestão intracelular de organitos e estruturas da própria célula.
Os vacúolos de autofagia formam-se quando uma cisterna de RER,
que perdeu os ribossomas, envolve uma porção de citoplasma
com alguns organitos, dando origem a um vacúolo com
membrana dupla, o autofagossoma, que ainda não possui
hidrolases. Sofre um processo de maturação que o transforma
em autolisossoma.
Neste processo, a membrana exterior adquire proteínas próprias da
membrana lisossomal, o conteúdo é acidificado pela acção de
bombas de protões integradas na membrana e recebem as
hidrolases ácidas.
Vias para a transformação de
autofagossomas em autolisossomas
1ª via – Os autofagossomas poderão adquirir as proteínas
membranares e enzimas lisossomais numa única etapa,
fundindo-se com lisossomas preexistentes.
2ª via – Os autofagossomas fundem-se, em primeiro
lugar, com vesículas golgianas cuja membrana possui
proteínas membranares lisossomais. Estas vesículas, que
não contêm hidrolases, provocam a acidificação dos
autofagossomas. Posteriormente, os autofagossomas, já
acidificados, fundem-se com lisossomas, recebendo
destes as enzimas hidrolíticas. A membrana interna dos
autofagossomas é digerida conjuntamente com o
conteúdo.
Heterofagia
Digestão de substâncias exógenas.
As partículas que são fagocitadas ficam incluídas em vacúolos
designados por fagossomas. Posteriormente, os fagossomas
fundem-se com lisossomas que transportam hidrolases ácidas,
formando-se, assim, um heterolisossoma. As pequenas
moléculas resultantes da digestão, aminoácidos, ácidos gordos ou
açúcares, atravessam a membrana destes lisossomas para serem
utilizadas noutros locais da células.
No final, os heterolisossomas contêm apenas os resíduos não
digeridos, designando-se por corpos residuais, que podem
fundir-se com a membrana celular para lançar os resíduos no
exterior.
Patologias lisossomais
1. A gota – Doença dos Reis
Já não é privativa das
classes altas e pode darse ocasionalmente nas
mulheres, mas sempre
depois da menopausa. É
importante o factor
genético e, nesse sentido,
a população mundial
com maior prevalência
de gota é a maori.
• Resulta da alteração do
metabolismo das
purinas que provoca um
aumento excessivo de
ácido úrico no plasma.
• Formam-se pequenos
cristais de urato de
sódio no líquido
sinovial das articulações,
os quais são fagocitados
pelos granulócitos.
Articulações
frequentemente
afectadas:
•
•
•
•
•
•
Dedo grande do pé
Tornozelos
Joelhos
Pulsos
Cotovelos
Dedos
• É assimétrica, aparece
na articulação esquerda
ou direita não nas duas,
ao contrário da artrose.
• Muito perigosa antes
dos 21 anos.
2. A silicose
• É a doença profissional mais antiga que se conhece.
• As partículas de sílica são fagocitadas pelos
macrófagos. Estas partículas provocam a ruptura
dos heterolisossomas, causando a libertação das
hidrolases e a destruição dos macrófagos.
• A destruição de macrófagos estimula a produção de
colagénio provocando uma fibrose pulmonar.
3. Doença de Tay-Sachs
• Doença autossómica recessiva.
• Os lisossomas secundários das células nervosas
acumulam um glicolípido, o gangliosídeo GM2,
devido à ausência de uma glicosidase.
• Nas crianças atingidas por esta doença, ao fim
de alguns meses de vida começam a aparecer
sinais de deterioração motora e mental, que
conduzem à paralisia e à cegueira. O
agravamento progressivo da doença causa a
morte entre os 3 e os 5 anos de vida.
4. Glicogenose de tipo II
• Doença autossómica recessiva. Embora a deficiência seja ubíqua,
expressa-se apenas em determinados órgãos, principalmente
coração e/ou músculo esquelético.
• É uma doença de sobrecarga lisossomal devido a deficiência de
a-1,4-glucosidase. Esta enzima hidrolisa o glicogénio em glucose e
sua acção deficiente resulta na acumulação de glicogénio no
lisossoma.
• A forma infantil, ou doença de Pompe, tem início antes dos três
meses de idade com hipotonia marcada, dificuldades na
amamentação e deglutição. É fatal dentro de um período máximo
de dois anos.
• As formas juvenis e adultas apresentam-se como distrofia muscular
das cinturas com início nos membros inferiores. O resultado final
depende da falência dos músculos respiratórios.
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