UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - CAMPUS XVIII - EUNÁPOLIS NÚCLEO DE PESQUISA E EXTENSÃO CADERNO DE RESUMOS 2 3 II SINTEPE Simpósio de Integração: Ensino, pesquisa e extensão DEMANDAS CONTEMPORÂNEAS DA TRÍADE ACADÊMICA CADERNO DE RESUMOS Eunápolis-Bahia 2014 4 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA REITOR José Bites de Carvalho VICE-REITORA Carla Liane Nascimento Santos DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS DCHT - CAMPUS XIII DIRETORA Maria Jacilda Farias da Silva Laurindo COORDENADORA DO NÚCLEO DE PESQUISA E EXTENSÃO Juliana Alves dos Santos Ficha Catalográfica - Biblioteca Campus XVIII da UNEB Bibliotecária: Ivone Marambaia dos Santos - CRB: 5/498 Simpósio de Integração: ensino, pesquisa e extensão (1: 2012: Eunápolis, BA.) Caderno de resumos [do] II simpósio de integração: ensino, pesquisa e extensão de 05 a 07 de novembro de 2014, Eunápolis/Organizado por Pedro Daniel dos Santos Souza ... [et al]. – Eunápolis: DCHT XVIII, 2014. 114 p. ISSN 2316 -2295 Ficha Catalográfica - Biblioteca Campus XVIII da Uneb 1. Transdiciplinaridade. 2. Educação Congressos. 3. Pesquisa. 4. Memória Bibliotecária: Ivone Marambaia- dos Santos - CRB:5/498 5. Extensão universitária. I. Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, UNEB, Campus XVIII CDD: 013.0901 ______________________________ Observação Editorial Os títulos e textos aqui incluídos são de responsabilidade dos autores. Comissão Organizadora ___________________________________ 5 COMISSÃO ORGANIZADORA COMISSÃO CIENTÍFICA Airton Souza Santos Charles Nascimento de Sá Fernanda dos santos Caló Juliana Alves dos Santos Márcio Santana Santos Pedro Daniel dos Santos Souza Salete Vieira Alex Sandro Macedo Francisco Eduardo Torres Cancela Jacquelyne Taís Queiroz Joceneide Cunha dos Santos Lorena Michelli Silva dos Santos Mayne da Silva Santos Pedro Daniel dos Santos Souza Rejane Cristine da Cunha Renata C. Oliveira de Carvalho Sandra Regina Mendes Vânia Rita Donadio Araújo MONITORES Amarilton Morais Santos Ana Paula dos Santos Andreia Santos da Silva Aniele Silva Bruna Rocha Martins Carolayne Soares Almeida Caroline Santos Lima Débora Santos Carvalho Emily Amorim Gonçalves Fernando da Cruz Lima Flávio Prates Cruz Helisson Santos Ribeiro Hiago Lima Vieira Ivanildo de Jesus Santana Janai Lila Andrade Serra Jhenifer Aguilar Santos Lisiane N. de Almeida Polliana Souza Santos Vaniele Souza Coutinho ORGANIZAÇÃO E REVISÃO Juliana Alves dos Santos Lorena Michelli Silva dos Santos Pedro Daniel dos Santos Souza Salete Vieira Thaís dos Santos Vinhas 6 SUMÁRIO SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 08 7 Simpósio 1 - ENSINO: PROPOSTAS, OLHARES E PRÁTICA PEDAGÓGICA 11 Simpósio 2 - PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL 28 Simpósio 3 - PLANEJAMENTO E GESTÃO EM TURISMO 32 Simpósio 4 - MEMÓRIA, ESPAÇO E LINGUAGEM 50 Simpósio 5 - SUJEITOS, EXPERIÊNCIAS E FONTES HISTÓRICAS 86 8 APRESENTAÇÃO 9 Prezado participante, A indissociabilidade da tríade ensino, pesquisa e extensão permite à Universidade produzir conhecimento, desenvolver sua tarefa pedagógica e de inserção social. Essas funções básicas devem ter valor equivalente, sendo tratadas igualmente, proporcionando uma Universidade verdadeiramente útil para a sociedade. O II Simpósio de Integração: Ensino, Pesquisa e Extensão (SINTEPE) é um evento para a apresentação de resultados de pesquisas, de projetos em andamento e a serem desenvolvidos, além de relatos de experiências dos cursos de extensão oferecidos pela comunidade acadêmica do Campus XVIII e das instituições de ensino superior da região. Nesse sentido, foram definidos cinco simpósios temáticos, além de minicursos, palestra, minicursos. Os simpósios temáticos se inscrevem em abordagens diversas, com vsita a tender a produção acadêmica em diversas áreas e linhas de investigação, quais sejam: Simpósio 1 -Ensino: Propostas, Olhares e Prática Pedagógica - pretende-se refletir sobre as múltiplas experiências de aproximação do conhecimento construído pela Universidade com a Educação Básica, bem como criar um espaço para o relato dos resultados dos projetos de extensão universitária e vivências que envolvam práticas pedagógicas nas diversas áreas. Simpósio 2 -Patrimônio Histórico e Cultural - busca-se refletir sobre o patrimônio histórico-cultural e sua importância para o desenvolvimento turístico, analisando o Turismo enquanto fenômeno e manifestação da cultura moderna capitalista. Também são objetos de discussão a interação entre os povos e a noção do outro, identidade cultural na modernidade tardia, cultura entre o local e o global. Simpósio 3- Planejamento e Gestão em Turismo - agregatrabalhos sobre planejamento e gestão em turismo de forma a destacar as metodologias utilizadas, os desafios a enfrentar e práticas inovadoras nos destinos para atração de fluxo. Desta forma, inclui-se formatação de roteiros, captação de eventos, envolvimento comunitário, empreendedorismo, gestão compartilhada. 10 Simpósio 4 -Memória, Espaço e Linguagem- reúnem-se estudos dedicados a pesquisas que tematizem a linguagem e suas múltiplas relações, nas mais diversas formas de manifestação, sujeitos, memórias e espaços, oralidades e cultura escrita. Além disso, também agrega trabalhos sobre ensino, discursos e representação, estudos em cultura, políticas públicas e turismo, constituindo, portanto, num espaço de discussões transdisciplinares. Simpósio 5 - Sujeitos, experiências e fontes de pesquisa - pretende-se reunir estudos dedicados às pesquisas de história social e cultural, nas suas mais diversas dimensões, temporalidades e espaços. A atuação de diferentes sujeitos receberá atenção privilegiada, bem como suas experiências no cotidiano, nas relações de trabalho, no exercício do poder, tramas comerciais, nas relações de gênero, nas tensões étnicas, na vivência religiosa, entre outras. Além disso, também ocupará espaço neste eixo os trabalhos que articulam a relação entre História e Memória, assim como a discussão sobre fontes e acervos para a história regional e local. O evento está previsto para os dias 05, 06 e 07 de novembro de 2014 e integra as áreas relacionadas aos quatro cursos de graduação do Campus: História, Turismo, Administração e Letras, além dos dois cursos de Pós-graduação. A comissão organizadora convida a professores, pesquisadores e estudantes, bem como demais interessados a participarem do II SINTEPE nas diversas atividades programadas. Comissão organizadora. 11 SIMPÓSIO 1 - Ensino: Propostas, olhares e prática pedagógica 12 FORMAÇÃO ACADÊMICA E PRÁTICAS DOCENTES: UMA RELAÇÃO QUE PERPASSA O ENSINO DE HISTÓRIA Cleria Moreira da Silva1 Sandra Regina Mendes2 Autores como Vasconcellos (2002), Bittencourt (2011), Demo (2000) e Schmidt (2008), colocam que a formação docente deve desenvolver a capacidade de atuar de forma reflexiva nas práticas cotidianas da sala de aula, onde professores possam mediar e construir saberes. Assim, o saber escolar passa a ser resultado de uma construção coletiva e não a reprodução de um produto acabado e imposto a ser aprendido. Este estudo pretende analisar a formação docente no curso de licenciatura em História da Universidade do Estado da Bahia- UNEBCampus XVIII, em Eunápolis, promovendo uma reflexão sobre Ensino de História, relacionando a formação acadêmica e as práticas de ensino docente. O curso tem oferecido aos discentes uma formação que os permitam exercer um papel ativo na construção de saberes que viabilizem a modificação da realidade do ensino de história em seus espaços de atuação? Pretende-se, portanto, estabelecer reflexões sobre formação acadêmica e práticas docentes, no processo de reflexão e ação, em que: “o saber passa a ser construído por docentes e discentes se contrapondo a um produto acabado a ser imposto e aprendido”. (SCHMIDT, 2008). Os pressupostos metodológicos estão fundamentos na pesquisa bibliográfica e pesquisa documental que utilizarão como fontes: “Projeto Político Pedagógico”, de autorização e reconhecimento, do curso de licenciatura em história da UNEB- Campus XVIII, organização do Programa Curricular dos docentes, ementas das disciplinas, atas das reuniões do Conselho de Departamento e do colegiado de História, além de entrevistas semiestruturadas com a comunidade acadêmica e os egressos do curso que estão atuando no município de Eunápolis. É preciso esclarecer que a pesquisa se situa em um campo social, portanto, deverão ser consideradas nas análises variáveis, subjetividades inerentes do “ser professor”, seu compromisso pessoal forjado pela sua história de vida, além da cultura escolar que é específica de cada instituição. Palavras-chave: Ensino de História. Práticas Docentes. Formação de Professores. 1 Graduanda do oitavo semestre do curso de licenciatura da UNEB - Campus XVIII, Bolsista de Iniciação a Docência/PIBID. E-mail: [email protected]. 2 Professora da área de ensino e formação de professores da UNEB- Campus XVIII. E-mail: [email protected]. 13 LETRAMENTOS SOCIAIS: ANÁLISE DAS PRÁTICAS SOCIAIS DE LEITURA E ESCRITA EM LÍNGUA PORTUGUESA Tathiane da Silva Teixeira1 A Linguística Aplicada tem como uma de suas preocupações analisar, na perspectiva acadêmica, como os estudantes interagem nas práticas de letramento inerentes ao seu contexto social. Dessa forma, este projeto de pesquisa tem como objetivo compreender o letramento como prática social onde as práticas de leitura e escrita estão inseridas em significados culturais, em posições ideológicas e nas relações de poder a ele associadas, com base nos estudos de Brian Street (2014). O autor considera o letramento crítico, no sentido de dar ênfase aos aspectos ideológicos da prática social. Essa visão ideológica de Street leva ao termo letramentos, no plural, como letramentos múltiplos a que o sujeito fica exposto no seu contexto social. Assim, busca-se reconhecer a multiplicidade de práticas letradas, em vez de supor que um letramento único tem de ser transferido, entender os letramentos nos contextos escolares, a fim de refletir sobre o ensino e a aprendizagem da língua materna, a partir de eventos reais, configurando o papel do professor como um mobilizador de práticas nesse processo. Palavras-chave: Letramento. Linguística Aplicada. Práticas sociais. Língua Portuguesa. Ensino. 1 Graduada em Letras – Habilitação em Português e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia.Pós-graduanda em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia, campus XVIII – Eunápolis. 14 A OBRA FÍLMICA EM SALA DE AULA: UMA PROPOSTA DE TRABALHO PARA AS AULAS DE LINGUA PORTUGUESA Cleide Santo silva1 João Augusto Bonfim2 Regiane Soares Santos3 O presente artigo tem por finalidade discutir a utilização da obra fílmica em sala de aula, refletindo sobre uma proposta de trabalho pedagógico a partir da utilização desse instrumento inovador. Nessa direção, consideramos que o filme pode ser um grande aliado na dinamização das aulas de língua portuguesa, na medida em que possibilita um trabalho com diversos gêneros textuais e com aspectos da língua, propiciando a interação entre discentes e docentes a partir de uma prática produtiva que contribuirá com o processo de ensino-aprendizagem do aluno a partir da mediação entre recurso midiático e as tipologias textuais, sobretudo contando com a participação ativa do docente que é imprescindível neste processo, pois todo recurso convencional deve ser problematizado. Refletimos ainda que a utilização inadequada do filme pode se tornar algo improdutivo para as aulas, uma vez que o cinema não deve ser um substituto do professor e sim um suporte a ser trabalhado. Após uma experiência realizada em sala de aula, por meio da obra fílmica, observamos a possibilidade e a importância de se trabalhar esse gênero com alunos da rede pública de ensino, reconhecendo a sua relevância no processo educativo. Em termos teórico-metodológicos, empregamos como base norteadora a discussão sobre o filme, a interpretação e análise da língua de forma contextualizada, utilizando como referenciais as discussões desencadeadas por Antunes (2003), Santomé (1995), Almeida (2001) e Napolitano (2010). O presente trabalho foi realizado no período das aulas de Estágio Supervisionado I, acreditando na assertiva de que a aplicação de forma adequada do filme para o componente curricular de língua portuguesa seja de grande valia tanto para os professores da área como para os alunos que estão em processo de formação. Palavras-chave: Obra fílmica. Gêneros textuais. Ensino e aprendizagem 1 Graduanda do VI semestre em Letras - Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB).(E-mail: [email protected]). 2 Graduando do VI semestre em Letras - Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB).( E-mail: [email protected]). 3 Graduanda do VI semestre em Letras - Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). ( E-mail: [email protected]). 15 HISTÓRIA DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO (PNLEM) Phernanda Ferreira e Santana1 Sandra Regina Mendes2 O livro didático ainda está presente como um dos principais recursos utilizados pelos professores em sua prática pedagógica. Assim, longe de representar um tema esgotado, as obras didáticas, configuram-se um objeto com diversas possibilidades de pesquisa. O Programa Nacional do Livro Didático do Ensino Médio (PNLEM) de História, iniciado em 2008, está em seu terceiro Edital, sendo os demais de 2012 e 2015. A escolha do livro didático envolve diversas etapas desde o lançamento dos Editais até a seleção, compra e distribuição das coleções nas escolas. Os documentos referentes a cada Edital traz elementos importantes para pesquisas sobre a relação Estado, livro didático, editoras e ensino de História, sendo por isso a produção e análise de acervo documental sobre o PNLEM tão importante. A este estudo, a partir da produção do acervo, interessa saber sobre os critérios de avaliação em relação as políticas públicas, tais como: o reconhecimento de exclusão histórica dos afro-brasileiros e indígenas (11.645/08), a estruturação curricular por áreas (DCNEM/ 1998 e 2012) e o foco no desenvolvimento de habilidades e competências propostas pela Matriz de Referência do Enem (2009). Teoricamente, esta pesquisa tem como base Bittencourt (2011), Munakata (2010), Matos e Senna (2013), Rüsen (2010). Como fundamento metodológico serão utilizadas a pesquisa bibliográfica e a documental, centrada na análise dos Editais e relatórios onde constam dados como: número de coleções adquiridas, recursos destinados, distribuição por região, editoras contempladas, além do Manual do Professor, que apresenta os aspectos pedagógicos da obra. Palavras-chave: Acervo. Livro Didático. Ensino de História. 1 Graduanda do curso de História da UNEB, Campus XVIII. Bolsista de Iniciação Científica. E-mail: [email protected] 2 Professora da área de ensino e formação de professores da UNEB, Campus XVIII. 16 O PAPEL DO AVA (AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM) NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESTADO DA BAHIA: EXPERIÊNCIA DO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS (HTTP://WWW.AVATE.UNEB.BR/) Márcio Jesus Dias1 Este trabalho tem como objetivo analisar o AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) construindo e administrado pela UNEB-BA referente ao curso de Aperfeiçoamento de Tecnologias Educacionais e seus possíveis desdobramentos na formação do docente de educação básica da Bahia, descortinando as possibilidades que as TICs (Tecnologias da Informação e da Comunicação) propõe enquanto didáticas e metodologias na influência da prática pedagógica. O debruçar sobre esse curso é de suma importância, pois ele tem uma dimensão extraordinária, pois é para todos os professores efetivos do ensino fundamental II e ensino médio regular e integrado da rede de ensino do estado da Bahia e de longa duração e “obrigatório” para valorização dos docentes em termos de remuneração, além da capacitação em detrimento a eminência da utilização das tecnologias no espaço escolar, uma vez que é sugerida nas atividades do AVA; planos de aula, avaliações, atividades colaborativas, sequências didáticas entre outras, com o uso das tecnologias aliado a uma problematização e reflexão dos métodos tradicionais frente a outros novos que requer a utilização de internet, ciber espaços, redes sociais, e-mail, hipertextos, blogs, vídeos, smartphone, tablete educacional, data show e outras tantas ferramentas físicas e virtuais disponíveis e que precisam ser familiarizadas ao professor, já que muitas dessas fazem parte do cotidiano dos alunos e que bem mediado e direcionado pode dá um bom uso daquilo que os atrai, a tecnologia. É percebido que os professores do Colégio Estadual Baden Powel do Município de Eunápolis-Ba por meio do curso de aperfeiçoamento de tecnologias educacionais demostra uma mudança em suas metodologias e didáticas aplicadas em sala de aula como bem uma maior familiarização com as TICs. Palavras-chave: AVA. Tecnologias Educacionais. Formação do Professor. Metodologias. TICs. 1 Especialista em Educação à Distância, Pós graduando em Estudos Transdisciplinares em Cultura, Graduado em História e Técnico em Meio Ambiente. Professor do Colégio Estadual Baden Powell em Eunápolis-BA/ participante do PIBID e também professor da Escola Municipal Hélio Vicente Lanza de Stª Cruz de Cabrália. 17 O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA LOCAL ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: REFLEXÕES SOBRE UM PROJETO PEDAGÓGICO Márcio Ramalho Ribeiro1 Priscilla Luiza Satturnino2 O presente artigo apresenta algumas reflexões sobre uma experiência desenvolvida no ensino de história e cultura local, realizado pelo subprojeto de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES), uma parceria colaborativa entre a Universidade do Estado da Bahia – UNEB / Campus XVIII e o Centro Territorial de Educação Profissional da Costa do Descobrimento – CETEP, escola pública estadual na modalidade de ensino técnico, situada no município de Eunápolis/BA. O projeto mencionado atua numa turma de primeiro ano do ensino médio no curso Técnico em Hospedagem, mais precisamente na disciplina específica de História e Cultura Local. A proposta do projeto é a práxis colaborativa entre o universo acadêmico e o escolar para mobilizar saberes científicos e saberes escolares no intuito de ressignificar os processos de formação docente através de uma visão crítica acerca do Ensino de História. Partindo desse pressuposto, desenvolveram-se propostas de pesquisas com os discentes centradas no patrimônio histórico-cultural local. Sendo assim, utilizando a Educação Patrimonial como metodologia de ensino, foram identificadas algumas evidências que revelassem a trajetória histórica do município, entre elas, o Bar do Paraíba, estabelecimento localizado na principal praça da cidade há mais de trinta anos, que mantém características da sua estrutura original e revela um momento inicial de desenvolvimento da cidade, resistindo às transformações do tempo. Este patrimônio local constitui-se como uma janela de possibilidades para vislumbrar a história eunapolitana bem como o entrecruzamento de sujeitos, memórias, identidades e culturas. A potencialização do ensino de história através da educação patrimonial, tendo o bar do Paraíba como fonte primária para observação, registro, exploração e apropriação, permitiu aos alunos o conhecimento, compreensão, apreensão e, consequentemente, a valorização da cultura local através da identificação de seus múltiplos lugares de memória e história. Palavras-chave: Ensino de História. História e Cultural Local. Educação Patrimonial. Consciência Histórica. 1 Discente do Curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado da Bahia-Campus XVIII e bolsista de Iniciação à Docência do subprojeto PIBID-CAPES “A práxis colaborativa na formação do professor de História: compartilhando diálogos e ressignificando práticas entre a Universidade e a Educação Escolar”. 2 Discente do Curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado da Bahia-Campus XVIII e bolsista de Iniciação à Docência do subprojeto PIBID-CAPES “A práxis colaborativa na formação do professor de História: compartilhando diálogos e ressignificando práticas entre a Universidade e a Educação Escolar”. 18 O USO DE WEB SITES E SOFTWARES EDUCATIVOS NO ENSINO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Eli Neves de Assis Marco Aurélio Ferreira de Assis1 As mudanças que vêm ocorrendo na sociedade, principalmente as decorrentes das novas descobertas e inovações tecnológicas vêm exigindo uma reorganização nas atividades escolares, uma educação de qualidade e um professor preparado para enfrentar desafios e propor soluções. Essa comunicação trata-se de um relato de experiência de um projeto de extensão que buscou desenvolver habilidades no uso de ferramentas da internet, para o aprimoramento do ensino de Língua Portuguesa na educação básica. A metodologia concentrou-se em proposição de oficinas e aulas teóricas, distribuídas nos espaços da universidade e da Escola Estadual Monte Pascoal. Entre as ferramentas ensinadas e produzidas podem ser citadas: a plataforma edmodo, aplicativos como atubecatcher, MovieMaker, uso de ferramentas móbiles: tablet, smartphone, ipod, TV pen drive, ferramentas online como o prezi, assim como o uso das TICs como interface para o ensino de língua portuguesa. O público atingido constituiu um universo de aproximadamente 30 pessoas. Foi possível perceber que, mesmo interessados no aprendizado das tecnologias, os participantes sentiram-se com certa dificuldade em acompanhar tanta novidade. Um dos principais questionamentos foi em relação à própria capacidade de assimilar o conteúdo, pois ainda não tinham conhecimento das plataformas, e como colocar isso em prática seria um obstáculo ainda maior. Boa parte dos alunos são pessoas ocupadas, dentre eles educadores e estudantes universitários. O curso nos proporcionou aprender e aperfeiçoar novas ferramentas. Além disso, os recursos tecnológicos são facilitadores e, portanto, vale a pena nos dedicar a aprender, aperfeiçoar e nos atualizar nas diversas interfaces e aparatos tecnológicos. O resultado desse aprendizado refletirá em uma melhor qualidade e desempenho profissional, além de proporcionar melhores resultados e possibilidades para executar tarefas diárias. Palavras-chave: Tecnologia no ensino de língua portuguesa. Web Sites e Softwares Educativos. Experiência. 1 Graduandos do 4º Semestre de Letras pela UNEB, Campus XVIII- Eunápolis. Monitores do PROJETO DE EXTENSÃO:O uso de Web Sites e Softwares educativos como interface para o ensino na Educação Básica. 19 ANÁLISE DOS GENÊROS TEXTUAIS PRESENTES NO LIVRO DIDÁTICO UPGRADE VOLUME 1 Eluana dos Santos Alves1 Este trabalho se insere no âmbito educacional, precisamente, no ensino e aprendizagem de língua estrangeira. O ensino de Língua Estrangeira (LE), em especial, o inglês, é indicado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) como a língua estrangeira que a escola deve oferecer aos alunos do ensino fundamental até o ensino médio. Porém, o processo de ensinoaprendizagem de uma língua estrangeira não é tarefa simples, nem para o professor nem para o aluno, já que este último apresenta dificuldades relacionadas à própria língua materna.Uma das habilidades que os alunos tem mais dificuldades em desenvolver é a habilidade escrita. Para a qual, muitas vezes, é dedicado pouco ou nenhum tempo nos materiais. Assim, a apreensão dos gêneros textuais em sua modalidade escrita, torna-se um obstáculo na aprendizagem de LE. Sendo assim, no presente trabalho será discutido o tratamento dado aos gêneros textuais da modalidade escrita no ensino de Língua Estrangeira a partir da análise do livro didático de Língua Inglesa, Upgrade volume 1, utilizado como recurso no Ensino Médio em escolas públicas. Dessa forma, este projeto tem por objetivo analisar o tratamento dado aos gêneros textuais nas atividades de produção escrita propostas pelo livro Upgrade volume 1.O estudo do livro didático na perspectiva dos gêneros textuais mostra-se importante para que o professor, conhecendo melhor essas habilidades, possa mediar a aprendizagem com mais segurança, mostrando que, além de tradução de palavras a LE tem um caráter social e cultural que deve ser explanado. Além disso, a língua inglesa exerce uma função predominante no mundo, sendo uma língua universal e, portanto, necessária para a expansão da linguagem e do conhecimento cultural do aluno nas sociedades contemporâneas. Ademais, o livro didático de língua inglesa torna-se muitas vezes, na sala de aula, o único instrumento de apoio do professor. Palavras-chave: Língua Inglesa. Livro didático. Gênero textual. Escrita. 1 Graduanda em Letras pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). 20 EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS DE PROFESSORES-ALUNOS PARTICIPANTES DO PARFOR/INGLÊS DA UESC Roselma Vieira Cajazeira1 Rodrigo Camargo Aragão2 O presente trabalho faz parte de uma pesquisa em andamento do programa de pós-graduação da UESC (Metrado em Letras: Linguagens e Representações) e tem como objetivo apresentar os resultados parciais da análise dos relatos de experiências profissionais dos professoresalunos do PARFOR3/Inglês da UESC. Acreditamos que as reflexões sobre experiências, crenças e paradigmas podem possibilitar mudança de postura em relação às metodologias adotadas por estes professores para o ensino de inglês nas escolas públicas. Ao realizarmos esta pesquisa, buscamos colaborar com trabalhos no campo da Linguística Aplicada tais como, Moita Lopes (2013) e Paiva (2005), com o objetivo de refletir sobre o ensino e aprendizagem de línguas na educação básica. Analisamos também a proposta do PARFOR enquanto curso de formação inicial e continuada para professores, resultante de uma política pública educacional e instrumento de colaboração entre os municípios, o estado e o governo federal (AZEVEDO, 2003; MORORÓ, 2012). Serão apresentadas as discussões baseadas em Aragão (2007, 2009); Barcelos (2004, 2007) e Brasil (2002) sobre a importância da formação continuada como um dos caminhos para ampliação da educação no país. A pesquisa realizada para a construção desse trabalho foi etnográfica e qualitativa e teve como metodologia o uso de narrativas (TELLES, 2002), escritas pelos professores-alunos do PARFOR. Apesar da pequena quantidade de dados analisados, observamos que os professores-alunos acreditam que cursos de formação para professores, a exemplo do PARFOR/Inglês da UESC, constituem um importante espaço de reflexão e indagação sobre a prática de ensino e aprendizagem de inglês nas escolas públicas. Além disso, ao terem oportunidade de refletir sobre suas práticas profissionais, esses professores podem proporcionar um ensino dinâmico e interdisciplinar de maneira que contemple as questões políticas, sociais e culturais nas quais a língua está inserida. Palavras-chave: PARFOR/Inglês. Pesquisa narrativa. Reflexão sobre a prática de ensino. 1 Graduada em Letras/ Inglês - UESC. Fez parte do programa de bolsa - Iniciação Científica (fluxo contínuo) nº 4838/ 2008. Mestranda em Letras (Linguagens e Representações) na UESC. Pós-graduanda em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa - Universidade do Estado da Bahia. Participa do grupo de pesquisa FORTE. Atualmente é professora de Inglês do Ensino Fundamental II na Escola Municipal Gabriel José Pereira na cidade de Eunápolis-BA. CV: http://lattes.cnpq.br/5743778974318249. 2 Doutor em Linguística (UFMG/2007) - linguagem, cognição e cultura - com estágio na Universidade de Sevilha. Professor/pesquisador no Mestrado em Letras e no Mestrado Profissional em Letras da UESC no qual coordena o grupo de Pesquisa FORTE, nas linhas: ensino/aprendizagem de línguas; linguagem e tecnologias. Participa do corpo editorial da Revista Brasileira de Linguística Aplicada e da Revista Gláuks. Foi avaliador do PNLD/Inglês (2010) e Diretor de Educação a Distância e Tecnologias Educacionais do Instituto Anísio Teixeira (2011-2013), da Secretaria da Educação do Estado da Bahia. CV: http://lattes.cnpq.br/1643952376890753. 3 Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica. 21 LEITURAS E RELEITURAS ATRAVÉS DE OLHARES ESPECIAIS Gilka Sayuri Magami1 O presente resumo trata-se de um relato do projeto desenvolvido na disciplina de estágio de intervenção durante o curso de Letras Vernáculas na Universidade do Estado da Bahia UNEB, Campus X. O trabalho foi desenvolvido na Escola Especial Nova Flor/ Associação Pestalozzi, na cidade de Teixeira de Freitas – Bahia, durante os meses de março e abril de 2008, na turma NASO I (Núcleo de Atividades Sócio Ocupacionais). O objetivo era proporcionar aos participantes do projeto (alunos) maior aproximação ao universo da leitura (poesia e poemas) para pessoas portadoras de necessidades especiais através de atividades pedagógicas, integrando teoria e prática, culminando em um livro de poesias ilustrado por eles. Dessa forma, serão relatadas as atividades desenvolvidas durante o projeto e os resultados alcançados; e principalmente a importância da prática, como consciência da realidade e das experiências adquiridas. E para embasamento teórico utilizamos: Maria Emília Silva e Gleisy Regina Fachin (2002) descrevem a importância da leitura para alunos portadores de necessidades especiais que favorecem um maior desenvolvimento crítico e intelectual, estimulando o seu imaginário, permitindo que algumas barreiras e conceitos sejam quebradas; Maria Tereza Montoan (2007) com orientações pedagógicas; e sobre as concepções de educação e leitura, Paulo Freire (2002) e Magda Soares (1995). Palavras-chave: Leitura. Educação Especial. Estágio. Relato de experiência. 1 Graduada em Letras Vernáculas e Pós-graduanda de Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa da Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – Campus XVIII – Eunápolis. E-mail: [email protected] 22 O USO DE WEBSITES E SOFTWARES EDUCATIVOS COMO INTERFACE PARA O ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA Gilberto Pereira Fernandes 1 Vânia Rita Donadio Araújo2 O presente relato de experiência é fruto das ações do projeto de extensão desenvolvido no Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – CAMPUS XVIII/UNEB, Eunápolis, de fomento a mediação pedagógica no processo de ensino/aprendizagem na Educação Básica, levando em consideração algumas potencialidades do uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC). A metodologia adotada consistiu na seleção e aplicabilidade de Websites e outras ferramentas da WEB que propiciam o ensino/aprendizagem na educação básica por meio da realização de oficinas pedagógicas em ambiente virtual, porém na modalidade presencial no laboratório de informática do Campus XVIII. O objetivo central consistiu em apresentar possibilidades de ensino/aprendizagemmediada por computador através de ferramentas inovadoras e possíveis no ensino das disciplinas da matriz curricular do município de Eunápolis/BA. Pelos objetivos propostos e o desenvolvimento do projeto observou em seus resultados finais ter oportunizado aos envolvidos um olhar mais atento e cauteloso nas questões pertinentes a utilização destes recursos. Nessas oficinas ficou evidente que as TIC ganharam espaço no processo de ensino/aprendizagem, constituindo-se como elemento significativo de mediação pedagógica na formação do cidadão. Palavras-chave: Web. TIC. Educação básica. Extensão. 1 Mestrando em Educação de Jovens e Adultos pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e Formador do Projeto de extensão “O uso de Web Sites e Softwares educativos como interface para o ensino na Educação Básica”. Endereço eletrônico: [email protected]. 2 Mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor Assistente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), com experiência nas áreas de Formação docente e Educação Ambiental. Endereço eletrônico: [email protected] 23 ALFABETIZAR SEM A BARREIRA DO TEMPO: UM RESGATE DA CIDADANIA NA TERCEIRA IDADE Evely Lorena Lisboa Almeida1 Vânia Rita Donadio Araújo2 A alfabetização deve ser compreendida como processo que vai muito além da aquisição do código. Ser alfabetizado significa, para os órgãos governamentais, poder assinar o nome e reconhecer as letras do alfabeto, entretanto, esse grau de conhecimento do sistema escrito não é suficiente no dia a dia. Alfabetizar letrando é o desafio posto para a educação de jovens e adultos. Diversos autores consideram distintos os conceitos de alfabetização e letramento, embora entendamos que são processos que se interpenetram, uma vez que a leitura do mundo precede a leitura da palavra e aprender a ler e a escrever é também compreender o mundo no seu contexto, vinculando linguagem e realidade (FREIRE, 1983). Daí a importância deste projeto, que tem como foco central, através de práticas de alfabetização, promover a inserção dos alfabetizandos na cultura da leitura e da escrita, buscando prepará-los para o exercício da cidadania, mediante uma formação que irá viabilizar uma atuação plena desses, na comunidade a qual está inserido, despertando assim o desejo de aprender cada vez mais, promovendo sua integração social. O Projeto teve início em setembro de 2010 e término previsto para dezembro de 2014. Os encontros são semanais com carga horária de quatro horas, as segundas e quartas-feiras, com aulas teóricas e atividades práticas, através de metodologias participativas. Foram elaborados materiais e atividades criativas, como complementação da aprendizagem, com níveis diferenciados de dificuldades e orientação de estudos, que são desenvolvidos individualmente ao longo do processo educativo. Tem como público-alvo pessoas não alfabetizada dos bairros circunvizinhos ao Campus XVIII. Por entender que estar alfabetizado significa atribuir significado e sentido às funções sociais vinculadas à escrita, e por se tratar de grupo de pessoas na terceira idade, realizar esse projeto tem sido um convite ao desafio de superar as barreiras do tempo e torná-lo significante no processo de ensino aprendizagem. Palavras-chave:Educação. Alfabetização. Cidadania. Extensão. 1 Graduanda em Letras pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e Monitora do Projeto de extensão “ALFABETIZAÇÃO QUE TRANSFORMA: construindo cidadania através da integração social”. Endereço eletrônico: [email protected] 2 Mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor Assistente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), com experiência nas áreas de Formação docente e Educação Ambiental. Endereço eletrônico: [email protected] 24 GÍRIA: A LINGUA QUE SE TRANSFORMA Eluana dos Santos Alves1 No presente trabalho serão apresentadas as descrições das experiências vivenciadas no período de regência em sala de aula que foi realizada na Escola Municipal Horácio de Matos na turma do 8° ano do Ensino Fundamental II, composta por 25 alunos, turno vespertino. Essa experiência no estágio serviu para ligarmos a teoria apreendida durante o curso à prática docente. O estágio de regência teve como tema “Gíria: a língua que se transforma”, que buscou passar para os alunos a relação da língua escrita e língua falada, mas deixando claro, que na linguagem escrita, o texto exige uma elaboração mais adequada e assim há a preocupação com a excelência no conteúdo. Há inúmeras variações linguísticas de grupos sociais (jovens) e até mesmo, há variação quando um único indivíduo, em situações diferentes, usa diferentemente a língua, de forma a se adequar ao contexto de comunicação. Neste sentido o objetivo principal do projeto foi levar aos alunos um pouco sobre as variações existentes na língua, mostrando que a mesma varia no tempo e no espaço e que podemos utilizá-la de maneiras diversas, em situações diferentes, mas sempre as adequando ao contexto de comunicação. Tivemos como foco, as gírias, variação em que se apresentam em produção textual, e mais frequentemente na oralidade, mas ressaltando que existem situações específicas para o uso das mesmas. Os resultados obtidos com esse trabalho foi muito gratificante. Notou-se o quanto se identificaram com os assuntos uma vez que partimos de temas voltados para o cotidiano dos alunos. Trabalhar com essa temática em sala de aula foi importante, para que percebessem a relevância do estudo da língua, no sentido de compreender de como se dá essa variação tanto na fala quanto na escrita. Palavras-chave: Estágio Supervisionado. Variação Linguística. Gírias. Linguagem. 1 Graduanda em Letras pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). 25 O ENSINO DE HISTÓRIA DA ÁFRICA E AFRO-BRASILEIRA E O MATERIAL DIDÁTICO IDEAL: INVESTIGANDO PROCESSOS DE CONSCIÊNCIA HISTÓRICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DE EUNÁPOLIS-BA Ângelo Bento Leite dos Santos1 A linha de pesquisa deste projeto é o Ensino de História. No presente, as pesquisas baseadas na linha teórica da consciência histórica, basicamente na concepção teórica do alemão JörnRüsen, têm dialogado e contribuído na reflexão e proposta de um melhor ensino da História. Em suma, a consciência histórica na perspectiva de Rüsen estabelece que ela seja um processo mental, inerente à humanidade, em que há uma atribuição de sentidos ao passado, condicionando o presente e projetando o futuro dos sujeitos. Rüsen, também salienta que a consciência histórica se faz por meio de diferentes estágios ou formas de geração de sentido histórico (ele aponta quatro: tradicional, exemplar, crítico e genético), não hierárquicas, em que a expressão dessas formas se dá por meio da narrativa. Assim essa comunicação, busca discutir como se articulam as atribuições de sentidos sobre a temática sobre o ensino da história africana e afro-brasileira na Educação de Jovens e Adultos (salientando que os sujeitos da EJA são, em grande parte, pobres e afro-brasileiros), tendo no material didático a fonte básica dessa investigação. Palavras-chave: Educação de jovens e Adultos. Consciência Histórica. Material didático. História da África e Afro-brasileira. 1 Graduando em História do Campus XVIII da Universidade do Estado da Bahia - UNEB. 26 PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM OFICINA DE BRINQUEDOS PEDAGÓGICOS COM MATERIAIS REUTILIZÁVEIS Simone Teles da Silva Santos1 Maria Célia S. Aguiar Ribeiro2 O presente artigo objetivou analisar o efeito da aplicação de uma oficina de confecção de brinquedos pedagógicos, utilizando materiais recicláveis e reutilizáveis, destinados a crianças na Educação Infantil. A oficina foi aplicada aos discentes do Curso de Pedagogia do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias - DCHT, Campus XVII, como atividade do componente curricular Educação Ambiental. Nesse sentido, o texto apresenta e discute qual a importância da confecção dos brinquedos pedagógicos produzidos com materiais reutilizáveis para os discentes em formação inicial, da turma 2011.1, enquanto meio de sensibilizar os mesmos para o cuidado com a preservação do meio ambiente. Para o embasamento teórico utilizou-se Carvalho (2012), Capra (2006), Reigota (2001), Araújo (2009) e Kishimoto(2003), Leff (2003). A metodologia aplicada pautou-se numa abordagem qualitativa do tipo pesquisa participante e como instrumento de coleta de dados, utilizou-se a observação e a entrevista semi estruturada. Entre os brinquedos produzidos, estavam a caixa de formas e o fogão feitos com caixa de papelão, jogo de panelas e as tartarugas feitos com garrafa pet, carros, jogos interativos, bonecos feitos com tampa de garrafa pet, entre outros. Os resultados evidenciaram que os discentes consideraram relevante a atividade, pois ao confeccionar os brinquedos para fins pedagógicos, utilizando materiais reutilizáveis, perceberam que, não só contribuíam para o meio ambiente, mas também, estimulavam a própria criatividade, além de ser um meio econômico. Os mesmos foram doados para integrar os recursos da ludoteca de uma creche da rede pública. Práticas como essa devem fazer parte dos cursos de formação, pois instrumentaliza o professor a utilizar recursos alternativos na confecção de brinquedos pedagógicos, ao tempo em que contribui para minimizar a geração de resíduos para o meio ambiente. Palavras-chave: Brinquedos pedagógicos. Materiais reutilizáveis. Educação ambiental. Formação docente. 1 Graduanda do curso de Pedagogia do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – DCHT Campus XVII. Bom Jesus da Lapa - Bahia. 2 Orientadora, docente do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – DCHT Campus XVII. Bom Jesus da Lapa - Bahia. 27 A LEI 10.63903, NO INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA - CAMPUS EUNÁPOLIS SEUS LIMITES E POSSIBILIDADES Dandara dos Santos Silva1 Ao compreender a dimensão da Lei 10.639/03, que está pautada em medidas voltadas pelas políticas de Ações Afirmativas, uma vez que estas tem como principio a garantia do direito a construção histórica da diversidade étnico-racial na educação escolar, que visa quebrar a estrutura de uma educação eurocêntrica. O presente trabalho pretende analisar os conteúdos e temas formativos utilizados nos planos de curso da disciplina de História, do Instituto Federal da Bahia (IFBA) Campus Eunápolis. A partir da aplicabilidade da Lei, 10.639/03, bem como seus desdobramentos na pratica para a formação da consciência histórica e da identidade dos alunos no seu espaço escolar, buscando perceber de que forma se dá a perspectivas dos professores, alunos e do Instituto Federal a partir do ensino de história com a aplicação da Lei 10.639/03. A construção metodológica deste trabalho será através dos relatos orais, que serão obtidos por meio de um questionário diagnóstico, que será aplicado aos professores do IFBA e aos alunos, por meio da analise dos planos de curso da disciplina de história, com o objetivo de traçar um paralelo entre a realidade vivida nas praticas junto às discussões teóricas acerca da problemática proposta. Palavras Chave: Ensino de História. Ações Afirmativas. Lei 10.639/03. 1 Graduanda do curso de Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Campus XVIII. 28 SIMPÓSIO 2 - Patrimônio Histórico e Cultural 29 EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: UM DIÁLOGO COM A HISTÓRIA, FORMAÇÃO CULTURAL E SUAS IDENTIDADES Fernando da Cruz Lima1 Maiara Conceição Castro2 Este estudo tem como objetivo principal estabelecer uma relação sobre a educação patrimonial e sua capacidade de explicar os fatos formadores da cultura e de suas identidades. A comunicação possui características próprias que definem as inter-relações humanas. Em suas diversas esferas, destaca-se a comunicação interpretativa como um fator de promoção da diversidade histórica e conhecimento do homem sobre si mesmo e o espaço em que está inserido. Essa vertente caracteriza-se por ser considerada como uma maneira de ação educativa sobre o espaço histórico-cultural e, como o mesmo é visto por seus moradores e visitantes, porém sob uma perspectiva de um indivíduo motivado a conhecer o processo de formação cultural, sem as devidas informações no qual possa integra-lo sobre história da localidade, os conjuntos expostos (edificações, esculturas, etc.) tornam-se iguais e sem valor de transformação das concepções sociais existentes no cotidiano, consequentemente, o sujeito acaba perdendo as múltiplas faces do saber histórico-cultural, pois os patrimônios apresentam diversas fontes de saberes que são indissociáveis para compreensão das identidades, guardando as memórias, ideologias, fenômenos políticos e sociais de determinada época. Portanto, a falta de informações sobre os bens patrimoniais impossibilitam o conhecimento sobre esses determinados bens, o que torna a visita menos prazerosa e proveitosa. A metodologia para o desenvolvimento deste trabalho foi pautada em pesquisa bibliográfica e documental, visando informar sobre o referido assunto. Assim, a consolidação da comunicação interpretativa em sua perspectiva global, como processo de compreensão de bens patrimoniais, difundiu-se pelo mundo, buscando inserir a educação patrimonial em sítios históricos, objetivando o desenvolvimento de uma consciência e afirmação identitária sobre os aspectos culturais. Por fim, observa-se que a educação patrimonial, constiui-se em recurso imensurável para a construção da consciência do indivíduo sobre os elementos históricoculturais, que determinam a formação ideológica impressa nas diferentes sociedades. Palavras-chave: Educação Patrimonial. Cultura. Identidades. 1 Graduando do curso de Bacharelado em Turismo (UNEB), Campus XVIII, Eunápolis (BA). E-mail: [email protected]. 2 Bacharel em Turismo (UNEB), Campus XVIII, Eunápolis (BA).). E-mail: [email protected]. 30 DE CAPELA À DIOCESE: MEMÓRIAS, HISTÓRIAS E PATRIMÔNIO CULTURAL (1959 - 2000) Clemilda do Carmo Matos1 Josilene Silva Quaresma2 Reinan Mota Costa3 Este trabalho tem como objetivo, apresentar as memorias e histórias do principal patrimônio cultural da cidade de Eunápolis-Ba construídas ao decorrer dos anos de 1959 a 2000. Analisase a transição da Capela Nossa Senhora Auxiliadora em Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora Catedral Diocesana. A igreja possui um imenso valor cultural, político e econômico, trazendo para a mesma um espaço onde se percebe uma história de conquistas e devoção. A Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora Catedral Diocesana tem sido um dos maiores patrimônios da cidade, além de beneficiar os futuros pesquisadores das regiões vizinhas, por se tornar fonte historiográfica. Palavras-Chaves: Memoria. Patrimônio. Cultura. Igreja. Sociedade. 1 Graduando em Licenciatura em História, pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus XVIII. Email: [email protected] 2 Graduando em Licenciatura em História, pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus XVIII. Email: [email protected] 3 Graduando em Licenciatura em História, pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus XVIII. Email: [email protected] 31 PATRIMÔNIO DOCUMENTAL: PRESERVANDO MEMÓRIA E HISTÓRIA Yuri Souza Pereira1 O historiador encontra na análise de documentos uma via para realizar levantamentos de fatos e dados. A documentação pode ser considerada uma forma de patrimônio material e imaterial, podemos mencionar como exemplo: A Carta de Pero Vaz de Caminha, A Lei Áurea, testamentos, dentre outros. Cada documento tem sua história e com os avanços tecnológicos as formas de registros ganharam novas visibilidades, como o arquivamento digital, documentação fotográfica e audiovisual, atas e editais computorizados. O objetivo desse trabalho é compreender os procedimentos adequados que devem ser adotados durante o processo de arquivamento de determinado documento e como elaborar de forma correta um arquivo documental para futuras pesquisas e fontes historiográficas. Palavras-chave: Documentação. Memória. Patrimônio. 1 Graduando em História pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus XVIII – Eunápolis. E-mail para contato: [email protected]. 32 SIMPÓSIO 3 - Planejamento e Gestão do Turismo 33 A MOTIVAÇÃO COMO PERSPECTIVA NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL: UM OLHAR SOBRE O SETOR DE RECEPÇÃO Ericer de Jesus Piloto1 Salete Vieira2 O Vela Branca Grand Hotel é um dos primeiros hotéis do município de Porto Seguro e um dos mais importantes da Costa do Descobrimento, com uma área de 120 mil metros quadrados. Com uma ocupação diversificada e crescente durante todo ano o setor exigido é a recepção. A discussão sobre qualificação da mão de obra na hotelaria e a relevância que o setor de recepção adquire importância pelo fato de ser o cartão de visitas do estabelecimento na promoção do hotel. Diante desta temática, a pesquisa tem como objetivo analisar e diagnosticar as lacunas do setor de recepção do Vela Branca Grand Hotel. A pesquisa é qualitativa, de caráter descritivo exploratório e bibliográfico, utilizando a pesquisa de campo. Como instrumentos para coleta de dados trabalhou-se com aplicação de questionários estruturados com perguntas abertas e fechadas, com 70% dos colaboradores, e entrevista com o gerente durante o mês de outubro. Após a coleta de dados foram obtidas por resultados as seguintes informações de perfil: todos são de gênero masculino, com idade entre 20 e 30 anos, com nível médio de escolaridade e 20% dos entrevistados possui outro idioma e com um tempo médio de um ano de experiência no setor de recepção. Em relação á qualificação, todos sentem-se motivado pelo setor a qualificar-se melhor para atender ás necessidades do mercado turístico, sendo que 70% destes possui plano de carreira e ressaltam a preocupação da empresa em investir em qualificação, com cursos de idioma e bolsas parciais de estudo. No diz respeito á motivação e desempenho profissional os mesmos destacaram a participação na tomada de decisão, realização profissional e promoção e reconhecimento como fatores determinantes em suas motivações. Verifica-se, portanto, que é necessário investir na educação profissional dos colaboradores do setor visando melhor qualificação. Palavras-chave: Hotelaria. Motivação. Qualificação. 1 Graduanda no Curso de Bacharelado em Turismo no Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias no Campus XVIII da UNEB. E-mail: [email protected] 2 Mestre em Cultura e Turismo – UESC. Profª do Curso de Turismo da UNEB- Universidade do Estado da Bahia, Campus XVIII, Eunápolis. Grupo de Pesquisa MEL–UNEB – DCHT Campus XVIII. 34 ESTUDO DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS E PRINCIPAIS METODOLOGIAS UTILIZADAS NO CURSO DE TURISMO DA UNEB/CAMPUS XVIII Clarissa Almeida de Santana1 Ericer de Jesus Piloto2 A preocupação com a qualidade do aprendizado dos discentes do curso de Turismo da UNEB/ Campus XVIII, motivou o desenvolvimento desta pesquisa. Visando mapear as produções científicas do curso desde sua criação em 2005. Desta forma a pesquisa justifica-se pela necessidade de quantificar tais produções, identificando-as, destacando suas temáticas e a relação com as disciplinas ofertadas no curso. De forma que alguns teóricos discutem a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, enfatizando o papel da universidade em angariar o desenvolvimento científico dos discentes. A investigação é de cunho exploratório, como técnicas de pesquisa foram utilizadas a pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica com objetivo de coletar informações das produções analisadas. Durante a pesquisa foram analisadas 183 produções científicas, sendo que 80 destas pesquisas foram identificadas como relatório de estágio supervisionado, 35 pesquisas como monitoria de ensino, 16 pesquisas de monitoria de extensão, 3 de iniciação científica, 5 pesquisas de professores de dedicação exclusiva e 44 trabalho de conclusão de curso. Enquanto ás temáticas investigadas nas investigações ganharam destaques nos relatório de estágio as disciplinas de meios de hospedagens e agências de viagens; nas monitorias de ensino a disciplina de teoria geral do turismo; na monitoria de extensão a disciplina de comunicação social e no que diz respeito ás monografias a disciplina obteve notória exploração cientifica foi a disciplina de planejamento municipal do turismo. Através deste projeto de iniciação científica foi diagnosticado que a maioria dos discentes do curso conhece a investigação cientifica no momento de escrever seu trabalho de conclusão de curso, sendo que a investigação é uma habilidade que deveria ser incentivada desde a inserção na universidade a partir de projetos de pesquisas de iniciação científica, monitorias e projetos de extensão. Desta forma a pesquisa retrata a dificuldade do discente na articulação entre ensino e pesquisa, distanciando-o da produção do conhecimento. Palavras-chave: Produção do Conhecimento. Ensino. Pesquisa Científica. 1 2 Mestre em Administração – UFBA. E-mail: [email protected] Graduanda em Bacharelado em Turismo- DCHT Campus XVIII- UNEB. Email: [email protected] 35 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS VISITANTES DA FEIRA DE NEGÓCIOS EM EUNÁPOLIS-BA Jilcelia Pinheiro de Oliveira1 StefanieFabiula Araújo Mendes2 Salete Vieira3 O município de Eunápolis localizado no Extremo Sul da Bahia, inserido na Costa do Descobrimento, realiza já na sexta edição uma feira de negócios, a EUNAFEIRA, sob direção da Câmara de Dirigentes Lojistas de Eunápolis - CDL e SEBRAE, com finalidade de promover divulgação de produtos, empresas e serviços. O objetivo da pesquisa é analisar a percepção dos visitantes quanto à realização do evento. A importância justifica-se na ação de atrair investimentos para o município e fortalecer o comércio, a partir daí identificar a proporção e expectativas geradas pelo evento. A pesquisa é de caráter descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa. Foram entrevistados 283 visitantes, ou seja, 15 % do universo da pesquisa, durante os três dias do evento. Do total entrevistado 54% são mulheres, atentando para a importância de aprimorar os aspectos que atraem esse público. Para 44% é a primeira vez que participa e apenas 15% estiveram em todas as edições, simbolizando preocupação em motivar as pessoas a participarem das próximas edições, em função de melhores preços e produtos. Cerca de 88% dos participantes são de Eunápolis. Quanto à motivação, 58% apontaram o entretenimento, e apenas 11% negócios resultado este que demonstra à participação poder estar ligada ao lazer oferecido, sendo propostos shows culturais e animações. Em relação à satisfação dos preços, 33% consideraram muito atrativos, devendo ser observado por cada parceiro, o interesse do público, e como atraí-los, interligado à qualidade dos produtos, onde 54% consideraram boa. Cerca de 91% apontou o evento como importante, vendo grandes oportunidades de negócios. Dentre os aspectos, observa-se a necessidade dos organizadores atentarem para esses dados, já que a finalidade é a promoção, que conseqüentemente ajudará o comércio. O planejamento do turismo de negócios carregado de estratégias pode definir uma política de sustentação da atividade, refletindo no desenvolvimento local e regional. Palavras-chave: Turismo de Negócios. Planejamento. Desenvolvimento Local. 1 Graduanda do Curso de Turismo da Universidade do Estado da Bahia - Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – Campus XVIII. 2 Graduanda do Curso de Turismo da Universidade do Estado da Bahia - Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – Campus XVIII. 3 Mestre em Cultura e Turismo pela Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC/BA e Profª do Curso de Turismo da Universidade do Estado da Bahia – UNEB Campus XVIII. 36 ANÁLISE DO PERFIL DO TURISTA DE EVENTOS DE PORTO SEGURO-BAHIA Gabriela Propércio1 Thiago B Lima2 Salete Vieira3 O turismo de eventos vem se destacando em função de mobilizar o trade turístico, reduzir a sazonalidade e obter maiores gastos que o turista de lazer. Verifica-se que atividade de eventos depende diretamente do perfil de seus participantes para seu planejamento e gestão. Porto Seguro, Bahia, município que vem reestruturando-se para se tornar cada vez mais reconhecida, nacional e internacionalmente como um importante centro receptor de eventos, necessita de um estudo para dar continuidade as suas ações. Nesta perspectiva, este trabalho buscará analisar o perfil do turista de eventos no município de Porto Seguro, apontando suas percepções e sugestões sobre a oferta da cidade, as quais poderão contribuir para o planejamento do turismo local. Esta pesquisa está em execução e realizou, nesta primeira etapa, a revisão de literatura onde foram investigados livros, artigos, dissertações e teses que fornecessem informações acerca do objeto de estudo e sua fundamentação teórica. Para a coleta dos dados primários estão sendo estabelecidas parcerias com a Secretaria de Cultura e Turismo de Porto Seguro e com o Porto Seguro Convetion Bureau, órgão responsável pelo fomento e captação de eventos da região, para possibilitar a aplicação do questionário da pesquisa junto aos turistas de eventos. Pretende-se realizar as abordagens presenciais dentro dos eventos com a colaboração de pesquisadores voluntários. Após a tabulação os dados serão codificados e servirão de fonte para a geração de relatórios com as quantidades e os percentuais de ocorrência das variáveis em relação ao conjunto amostral. A partir do relatório inicial, serão feitas tabelas e gráficos para condensação dos percentuais a fim de facilitar a apresentação dos resultados e as análises das informações. Espera-se, como resultados desta pesquisa, além de traçar o perfil do turista, criar um banco de dados para futuras pesquisas na área. Palavras-chave: Turismo de Eventos. Planejamento. Demanda. Perfil. 1 Discente do Curso de Bacharelado em Turismo pela Universidade do Estado da Bahia, Campus XVIII em Eunápolis – BA. E-mail: [email protected]. Grupo de Pesquisa MEL-UNEB/DCHT XVIII 2 Discente do Curso de Bacharelado em Turismo pela Universidade do Estado da Bahia, Campus XVIII em Eunápolis – BA. E-mail: [email protected]. Grupo de Pesquisa MEL-UNEB/DCHT XVIII 3 Mestre em Cultura e Turismo – UESC. Bacharel em Turismo – UNIOESTE – PR. Prof.ª Auxiliar do Curso de Bacharelado em Turismo UNEB – Campus XVIII, Eunápolis – BA. E-mail: [email protected]. /grupo de Pesquisa MEL – UNEB DCHT XVIII. 37 PLANEJAMENTO TURÍSTICO E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE Aparecida Fernandes da Silva1 Renata Coppieters Oliveira de Carvalho2 Sandra Couto Santana3 Este trabalho objetivou analisar a participação da comunidade no planejamento de turismo para o município de Porto Seguro – Bahia. O município faz parte da Zona Turística Costa do Descobrimento a 707 km de Salvador. É tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, congrega riquezas culturais, arquitetônicas e naturais formando o Museu Aberto do Descobrimento. Sua economia consiste em dois produtos econômicos distintos turismo e celulose (SUDETUR, 2002). O contexto de desenvolvimento do turismo no Brasil se dá através de políticas públicas, assim, Porto Seguro passou a receber mais investimentos inerentes ao turismo, tornando-se um dos 65 destinos indutores de Desenvolvimento do Turismo no Brasil e o segundo destino mais visitado da Bahia. A metodologia utilizada na pesquisa foi análise documental e bibliográfica, buscou-se identificar a participação da comunidade nos planos turísticos vigentes, visto que à participação social nesse processo é relevante. Evidenciou-se que a comunidade participou pouco no processo de planejamento do turismo no município, porém as políticas obtém potencial para progredir e expandir a atividade na região. Palavras-chave: Turismo. Políticas públicas. Participação social. 1 Bacharel em Turismo pela Universidade do Estado da Bahia/Eunápolis; [email protected] Msc. em Cultura e Turismo pela Universidade de Santa Cruz; Profª do Curso de Turismo na Universidade do Estado da Bahia/Eunápolis; [email protected] 3 Graduanda do curso de Bacharelado em Turismo na Universidade do Estado da Bahia/Eunápolis; [email protected] 2 38 ANÁLISE DOS EVENTOS DO CURSO DE TURISMO NA UNEB, CAMPUS XVIII Gabriela Propércio1 Thiago B Lima2 Salete Vieira3 Os eventos acadêmicos configuram-se como ferramentas indispensáveis para a produção, incentivo e divulgação de conhecimentos dentro da Universidade. Por meio disso no Campus XVIII da Universidade do Estado da Bahia – UNEB em Eunápolis são realizados pelo Curso de Turismo, eventos abertos à comunidade acadêmica e à sociedade eunapolitana. Dentre as variadas temáticas que permeiam as áreas de interesse ligadas ao fenômeno turístico, estão incluídas as seguintes tipologias de eventos: fóruns, seminários, palestras, congressos, minicursos além de eventos socioculturais. Para que estes eventos sigam um padrão de qualidade progressivo é necessário que haja rotineiramente uma análise do que vem sendo feito e novas metas a serem alcançadas. Diante disso, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a percepção dos discentes em relação aos eventos realizados no curso de Turismo, bem como as principais preferências dos discentes fazendo um apontamento sobre a qualidade dos eventos realizados no período de 2010 a 2014. Este trabalho tem caráter descritivoexploratório e contou com pesquisa bibliográfica e documental para a análise dos dados secundários. Para os dados primários foi realizada uma pesquisa de campo de caráter quantitativo com aplicação de questionários com participação de 33,4% dos discentes do curso de Turismo do 2º ao 8º semestre. Observa-se, através do referencial teórico estudado, que as pesquisas com os participantes de eventos são importantes instrumentos para a melhoria dos mesmos, contudo, esta prática não é aplicada nos eventos promovidos. Com o questionário constatou-se que a maioria dos discentes encontram-se satisfeitos com a organização, participam com frequência de eventos realizados pelo curso de História e entre os principais motivos para esta participação estão os assuntos abordados e alcançar a carga horária complementar para conclusão do curso. Portanto verifica-se que é necessário, além de aumentar a frequência, diversificar os temas e tipologias atendendo as preferências dos entrevistados. Palavras-chave: Curso deTurismo. Organização de Eventos. Discentes. 1 Discente do Curso de Bacharelado em Turismo pela Universidade do Estado da Bahia, Campus XVIII em Eunápolis – BA. E-mail: [email protected]. Grupo de Pesquisa MEL-UNEB/DCHT XVIII 2 Discente do Curso de Bacharelado em Turismo pela Universidade do Estado da Bahia, Campus XVIII em Eunápolis – BA. E-mail: [email protected]. Grupo de Pesquisa MEL-UNEB/DCHT XVIII 3 Mestre em Cultura e Turismo – UESC. Bacharel em Turismo – UNIOESTE – PR. Profª Auxiliar do Curso de Bacharelado em Turismo UNEB – Campus XVIII, Eunápolis – BA. E-mail: [email protected]. /grupo de Pesquisa MEL – UNEB DCHT XVIII. 39 CARACTERIZAÇÃO E POTENCIALIDADES DO TURISMO SUSTENTÁVEL NA COSTA DO DESCOBRIMENTO: O CASO DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE TRANCOSO, PORTO SEGURO, BAHIA Wilson Alves de Araújo1 O objetivo desta pesquisa é demonstrar que os arranjos produtivos locais (clusters), notadamente do setor do turismo, voltados para o mercado internacional e nacional, poderão ser transformados em geradores de emprego e renda, induzindo o crescimento e o desenvolvimento de uma região, identificando os seus aspectos de sustentabilidade. Pretendese apontar que na localidade de Trancoso existe uma cadeia produtiva do turismo, já instalada e em pleno funcionamento. Este estudo centra a discussão nas aglomerações produtivas, como fator de desenvolvimento sustentado de uma economia. Concebe-se que a problemática ambiental está centrada na relação sociedade-natureza. Sendo assim, o ponto de partida deste trabalho é obter respostas para a seguinte questão: A atividade turística desenvolvida em Trancoso, Porto Seguro, Bahia é sustentável, podendo ser classificada como Arranjo Produtivo Local? Neste contexto, concebe-se que a atividade turística desenvolvida em Trancoso, Porto Seguro, Bahia é sustentável, podendo ser classificada como Arranjo produtivo Local. Do ponto de vista teórico-metodológico a estruturação desta pesquisa é classificada quanto aos fins como pesquisa descritiva e metodológica. Quanto aos meios, trata-se de pesquisa ao mesmo tempo bibliográfica, documental e de campo. O universo (população) da pesquisa estará delimitado às empresas de turismo, notadamente representadas pelos meios de hospedagens, que compõem o território de Trancoso, BA. A amostra será definida como não probabilística, utilizando-se o critério de acessibilidade. Espera-se que os resultados possam contribuir para a análise das políticas de desenvolvimento regional, particularmente, na localidade de Trancoso, BA e suas respectivas áreas de influência, considerando os aspectos conceituais e empíricos a partir dos dados analisados. Palavras-chave: Arranjo Econômico. Trancoso. 1 produtivo Local. Turismo Sustentável. Desenvolvimento Mestre em Economia Empresarial. Doutorando em Desenvolvimento e Meio Ambiente – UESC. Professor Assistente – Universidade do Estado da Bahia - UNEB E-mail: [email protected] 40 PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO: UMA ANÁLISE DO TURISMO DE URUÇUCA - BAHIA Mayne da Silva Santos1 Esta pesquisa foi construída a partir da necessidade de uma análise dos processos de participação no turismo do município de Uruçuca. Objetivou-se analisar a percepção e as expectativas dos diferentes atores sociais, a fim de contribuir para o melhoramento da gestão turística participativa, de modo a otimizar as possibilidades locais relativas ao turismo e minimizar os impactos socioambientais que tal atividade pode gerar ao se desenvolver sem o planejamento adequado. Trata-se de um estudo descritivo, de natureza quali-quantitativa. O referencial teórico foi construído a partir de fontes secundárias como livros, dissertações, artigos, que tratam das questões de política pública turística, planejamento turístico, participação, identidade e capital social. A coleta de dados primários foi feita através de ferramentas específicas para cada sujeito da pesquisa: poder público, setor acadêmico, empresários e/ou responsáveis pelas empresas turísticas, comunidade e visitantes. Para tratar e discutir os dados, foi utilizado o Pacote Estatístico para Ciências Sociais – SPSS e análise de conteúdo. O estudo identificou que o município de Uruçuca tem características que contribuem para o desenvolvimento do turismo, bem como, que os munícipes consideram a atividade como elemento capaz de oferecer melhorias. Todavia requer que sejam desenvolvidos mecanismos adequados de planejamento e participação para o alcance da sustentabilidade da atividade turística e comunidade receptora, visto que identificou-se que, até o momento, a participação e o envolvimento dos diferentes segmentos da sociedade no planejamento turístico é baixo. Espera-se a partir deste estudo, oferecer subsídios teóricos que possam servir como fonte de referência para as iniciativas de planejamento participativo do turismo de Uruçuca, de forma a contribuir não apenas para o desenvolvimento do setor, mas também para o alcance de melhorias para a comunidade. Palavras-chave:Turismo. Planejamento. Participação. Desenvolvimento. 1 Mestre em Cultura e Turismo - UESC. Professora Substituta – Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Email: [email protected] 41 CORREDOR PACATÁ: UM ESPAÇO CULTURAL CRIATIVO EM PORTO SEGURO - BAHIA Ericer de Jesus Piloto1 Fernanda dos Santos Caló2 Esta pesquisa busca apresentar uma investigação acerca da potencialidade cultural do Corredor Pacatá em Porto Seguro e suas inclinações em promover um Turismo Criativo. Para alcançar êxito na pesquisa serão realizadas análises descritivas e exploratórias, visando enfatizar o estudo e caracterizar seu objeto. Este trabalho trata-se de um projeto cujo estudo que será elaborado a partir da visitação exploratória no Corredor Cultural Pacatá, visando conhecer o objeto de estudo, dentro de suas limitações e particularidades será feita ainda uma pesquisa bibliográfica, para se trabalhar temáticas que enriqueceram o proposito da pesquisa, bem como leitura de teóricos especialistas no tema que deram sustentação para o estudo. Vale registrar que por ser ainda uma temática recente e em construção, as referencias bibliográficas acerca do tema são escassas e o estudo em questão vem contribuir para o aumento de uma bibliografia especializada. Como dado alcançado até o momento da investigação, defende-se o turismo como fenômeno social, mutável e capaz de interligar culturas que se convergem, mas que na essência se completam com características interculturais que ocorrem na troca com o outro. Esta é uma das premissas do turismo criativo. Além de o estudo inicial identificar a Economia Criativa como a grande aliada para o desenvolvimento socioeconômico, cultural e ambiental do território em questão. Palavras-chave: Turismo Criativo. Economia Criativa. Corredor Cultural Pacatá. 1 Graduanda no Curso de Bacharelado em Turismo no Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – Campus XVIII – da UNEB. Pesquisadora no Grupo de Pesquisa: Memória, Espaço e Linguagem. E-mail: [email protected] 2 Graduanda no Curso de Bacharelado em Turismo no Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – Campus XVIII – da UNEB. Pesquisadora no Grupo de Pesquisa: Memória, Espaço e Linguagem. E-mail: [email protected] 42 A SINALIZAÇÃO TURÍSTICA E URBANA COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM TURISMO DE QUALIDADE NAS LOCALIDADES RECEPTORAS: UM ESTUDO DE CASO DE TRANCOSO-BA Janai Lila Andrade Serra1 Os seres humanos se comunicam por diversas formas de linguagem. Entre as formas de comunicação, é perceptível cada vez mais a utilização da linguagem não-verbal, constituída por gestos, símbolos, sinais, entre outros que auxiliem na comunicação. Partindo deste pressuposto o objetivo do estudo é analisar a sinalização turística e urbana como ferramenta essencial na qualidade do turismo da localidade receptora, tendo como objeto de estudo Trancoso, localizado no extremo sul da Bahia na Costa do Descobrimento à 26 km de Porto Seguro. Atualmente, o turismo é avaliado como uma das alternativas de desenvolvimento econômico mais viável para os locais com baixo potencial de industrialização. A comunicação, dentro do enfoque turístico, pode ser entendida como a mola propulsora do processo. Sem a informação e a mensagem, não haveriam condições de se promover qualquer produto, equipamento ou serviço turístico, visto que são as relações humanas que permeiam as relações econômicas, sociais, histórico-culturais e ambientais do turismo. Desta forma, o presente estudo norteou-se por registros fotográficos, bem como o levantamento e análise de depoimentos, por meio de entrevista, com turistas que estavam deixando a localidade e com moradores no período de 17 a 20 de outubro de 2014. Para embasar a análise quantitativa de como esses recursos de linguagem não-verbal em Trancoso-BA viabilizam e/ou dificultam a comunicação e mobilidade do turista na localidade. Constatou-se que o distrito não possui um sistema de sinalização turístico adequado, dificultando o deslocamento dos turistas pela localidade, gerando insatisfação aos turistas.Conclui-se que a sinalização é um elemento de valorização do lugar, devendo ser adequadamente integrada ao planejamento de desenvolvimento do turismo em busca da qualidade e da melhoria dos produtos/serviços ofertados aos habitantes da localidade e aos turistas, que forneça todas as informações necessárias para garantir sua comodidade, segurança e satisfação. Palavras-chave: Turismo receptivo. Planejamento Municipal. Sinalização turística e urbana. 1 Estudante do Curso de Bacharelado em Turismo na Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias. 43 QUERMESSE DE NOSSA SENHORA AUXILIADORA: UM PRODUTO PARA O TURISMO CULTURAL-RELIGIOSO EM EUNÁPOLIS/BAHIA Fabiana Nery dos Santos1 Fernanda dos Santos Caló2 O presente artigo tem por objetivoanalisar como a manifestação cultural, festa religiosa pode ser trabalhada como atrativo para o turismo cultural na cidade de Eunápolis. O Turismo Cultural Religioso é um seguimento do setor do turismo que merece ser estudado, formatado e ofertado como produto para comercialização turística na Costa do Descobrimento, em especial no município de Eunápolis-Bahia. A pesquisa que se segue teve como motivação apresentar a Quermesse de Nossa Senhora Auxiliadora como um possível atrativo para o setor de turismo nesta região. O método foi à pesquisa de campo, com análise SWOT. Assim, obteve-se a constatação da existência dessa manifestação cultural na cidade. Ficou evidente que este seguimento pode ser apresentado como atrativo para o turismo além de, promover a preservação e a valorização da Cultura Religiosa no município. Palavras-chave: Manifestações Culturais. Turismo Religioso. Matriz Swot. Costa do Descobrimento. 1 Graduanda no curso de Bacharel em Turismo do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – Campus XVIII/Eunápolis da Universidade do Estado da Bahia-UNEB. E-mail: [email protected] 2 Graduanda no curso de Bacharel em Turismo do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – Campus XVIII/Eunápolis da Universidade do Estado da Bahia-UNEB. E-mail: [email protected] 44 TENDÊNCIAS DO TURISMO NACIONAL NO ANO DE 2014 Ericer de Jesus Piloto1 Fernanda dos Santos Caló2 Este trabalho tem como objetivo apresentar as projeções e tendências no setor de turismo no Brasil no ano de 2014, visto que, em virtude da importância do turismo para a economia nacional percebe-se que a atividade turística sofre constantes modificações para atenderem as necessidades e aspirações da demanda. Desta forma todo o mercado turístico engloba em seu contexto eficiência e habilidade para adaptarem e desenvolverem tendências turísticas que satisfaçam as referidas necessidades, satisfazendo o novo perfil do turista. Foi solicitado, que ligasse o tema do trabalho ao tema de monografia e como o trabalho é em grupo, buscou-se acolher os dois temas trabalhados que foi colocado no corpo do texto, eventos e turismo criativo. Deste modo, buscou-se especificamente através de sites oficiais (órgãos responsáveis pelo planejamento do turismo no Brasil) e outros que trabalham neste setor, no período de dez a quinze de julho de 2014. A pesquisa revelou que uma das maiores tendências para o setor turístico nacional será o uso das novas tecnologias nas empresas turísticas afim de, atrair novos consumidores, e que as mesmas devem se adaptar a essa nova realidade para ganhar pontos no mercado competitivo. Para o setor de eventos têm-se diversas tendências, dentre elas, o hibridismo, a consciência ambiental, as regalias, entre outras. Neste trabalho também foi possível constatar uma nova tendência que invadiu o Brasil nos últimos anos que foi o Turismo Criativo e o Turismo de Experiências. Palavras-chaves Turismo Nacional. Tendências. Eventos. Turismo Criativo. 1 Graduanda no Curso de Bacharelado em Turismo do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – Campus XVIII/Eunápolis, da Universidade do Estado da Bahia. E-mail: [email protected] 2 Graduanda no Curso de Bacharelado em Turismo do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – Campus XVIII/Eunápolis, da Universidade do Estado da Bahia. E-mail: [email protected] 45 ESTUDO DO POTENCIAL TURÍSTICO CULTURAL DO SÃO JOÃO CALÇA CURTA PARA O MUNICÍPIO DE MIGUEL CALMON BAHIA Fabiana Nery dos Santos1 Thaís dos Santos Vinhas2 A inserção de expressões da cultura como recurso para a atividade turística tem revelado o potencial das manifestações culturais na formatação e dinamização de destinos turísticos. Estudos específicos nas áreas da Cultura e do Turismo têm sinalizado os limites e possibilidades dessa relação, tendo como fundamento a valorização dos modos de ser, viver e expressar dos diferentes grupos culturais em suas especificidades, que devem ser considerados no processo de desenvolvimento turístico. Assim, o presente artigo tem como objetivo analisar o potencial do São João Calça Curta, manifestação cultural do município de Miguel Calmon-Bahia, enquanto produto turístico cultural da localidade. Deste modo, buscou-se, especificamente, refletir sobre as manifestações culturais populares enquanto atrativos turísticos para alguns destinos, apresentar as características artístico-culturais do festejo Junino “São João Calça Curta” enquanto manifestação cultural. Como procedimento metodológico para o levantamento de dados para o estudo, utilizou-se pesquisas secundárias, partindo de revisão bibliográfica sobre a temática abordada, e a pesquisa de campo. As técnicas de coleta de dados foram a observação in loco e a entrevista semiestruturada, realizada com pessoas envolvidas na organização do evento. O estudo revelou que o São João Calça Curta possui potencial enquanto produto turístico cultural para o município, isso devido à variedade de atrativos que o mesmo contém e dentre outros fatores, pela inserção da comunidade local na realização da festa. Palavras-chave: Turismo. Manifestações culturais. Festejo junino. Potencialidade. 1 Graduanda no curso de Turismo da Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Departamento de Ciências Humanas e tecnologias-campus XVIII. E-mail: [email protected] 2 Docente do curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado da Bahia, Campus XVIII – Eunápolis. E-mail: [email protected] 46 A COMUNICAÇÃO E SEUS DESDOBRAMENTOS COMO FERRAMENTA DO TURISMO Fernando da Cruz Lima1 Maiara Conceição Castro2 Este trabalho tem como finalidade compreender como a comunicação e seus desdobramentos contribuem para o desenvolvimento da atividade turística. O turismo caracteriza-se como um dos mais influentes fenômenos mundiais, desenvolvendo regiões em diversas partes do mundo. Essa, tem como características promover a propagação de dados sobre determinadas regiões, países, cidades e comunidades, diagnosticar potenciais de desenvolvimento econômico através da realização da atividade, acionar novas expectativas nos âmbitos socioculturais e econômicos, esta ainda pode ser entendida como atividade de caráter humanista que serve como meio de comunicação promovendo a interação entre os diversos povos. A comunicação por sua vez, é um importante processo que constitui interações sociais essenciais para as fundamentações da convivência em sociedade. Esse fenômeno caracterizase como um processo ativo e constante, já que este se delineia entre as relações humanas. A comunicação e seus desdobramentos constituem-se em importantes processos veiculadores de informações na qual o turismo se apropria de modo a promover, divulgar, difundir e comercializar os destinos turísticos utilizando-se dos diversos meios de comunicação e das técnicas incorporadas nos processos comunicacionais. A metodologia empregada para a elaboração desse trabalho foi pautada na pesquisa bibliográfica e documental visando aprofundar-se nas relações de interligação entre a comunicação e o turismo e o efeito/causa emergido entre a combinação das referidas analogias. Assim, observa-se que os processos comunicacionais possuem um importante papel na propagação e desenvolvimento da atividade turística por contribuir para a construção do imagético do destino, divulgarem seus atrativos e atraírem cada vez mais turistas utilizando-se de discursos de efeitos persuasivos com o intuito de manipular e promover o interesse por determinado destino. Palavras-chave: Turismo. Comunicação. Destinos. Processos comunicacionais. 1 Discente do 2º semestre do curso de Bacharelado em Turismo (UNEB). E-mail: [email protected] Fone: (75)9174-2116. 2 Graduada em Bacharelado em Turismo (UNEB). Discente do 2º Semestre do Curso de Bacharelado em Administração (UNEB). E-mail: [email protected]. Fone: (73) 9165-1755. 47 ANÁLISE DOCUMENTAL DOS PROCESSOS DE GESTÃO PÚBLICA E PLANEJAMENTO DO TURISMO NA COSTA DO DESCOBRIMENTO, BAHIA Renata Coppieters Oliveira de Carvalho1 O objetivo desta pesquisa2 é analisar os processos de gestão pública e planejamento do turismo na Costa do Descobrimento3, entre os anos de 2000 à 2013. Assim, desdobrou-se em dois subprojetos4, de forma a identificar os documentos que evidenciem a participação da comunidade na gestão pública, a existência de redes institucionais e suas relações, bem como identificar planos, programas e projetos executados no país, na Bahia e nos municípios estudados. O método utilizado foi o exploratório descritivo com abordagem qualitativa e análise documental. Para o tratamento de dados utilizou-se a análise do conteúdo5 e confronto com referencial teórico. Foi identificada pequena participação da comunidade local, existência de redes nacionais para a formação de mão de obra, porém pequena execução e continuidade nos municípios. Porto Seguro6 lidera na recepção de turistas, investimentos federais e estaduais. Possui Secretaria de Turismo e diversos projetos em execução. Belmonte, Santa Cruz de Cabrália e Eunápolis criaram seus conselhos municipais de Turismo e Secretarias, entre 2009 à 2013. Itabela não tem representação política no turismo. Nenhum dos cinco municípios possui Inventário Turístico. Desta forma, se observa que os municípios desenvolvem ações isoladas, desarticulada na região, que geram desenvolvimento pontual e aleatório. PALAVRAS-CHAVE: Participação. Turismo. Gestão pública. 1 Mestre em Cultura e Turismo – UESC, Professora Auxiliar do Curso de Bacharelado em Turismo, Campus XVIII – Eunápolis, BA. Integra o grupo de pesquisa MEL, Campus XVIII. 2 Pesquisa no primeiro ano de execução, referente ao regime de Dedicação Exclusiva, no Campus XVIII. 3 Composta pelos municípios de Eunápolis, Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália, Itabela e Belmonte. 4 O primeiro subprojeto analisa os municípios de Santa Cruz de Cabrália e Belmonte sendo ganhador do prêmio de melhor trabalho de Iniciação Científica da UNEB, no Grupo de Ciências Sociais aplicadas, edital n°28/2013 com a discente do Curso de Turismo Jilcélia Pinheiro de Oliveira. O segundo subprojeto analisa os municípios de Porto Seguro, Eunápolis e Itabela. 5 (BARDIN, 2000) 6 É o destino indutor segundo o Programa de Regionalização do Ministério do Turismo (2009) e município mais antigo da Costa em fomentar o turismo, como prioridade econômica. 48 TERMINAIS E ACESSIBILIDADE: A PERCEPÇÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NO TERMINAL RODOVIÁRIO DE EUNÁPOLIS/BA Aurenilza de Almeida Colares1 Aniele Silva Santos2 Salete Vieira3 O Terminal Rodoviário de Eunápolis, município localizado no Extremo Sul do Estado da Bahia, recebe um grande fluxo de passageiros em períodos de feriados e nos meses de alta estação (junho, dezembro e janeiro) e é considerado a entrada de turistas à Costa do Descobrimento, um dos principais destinos turísticos do Brasil. Muitos destes passageiros necessitam adaptações na estrutura dos equipamentos para atender suas necessidades especiais. Assim, esta pesquisa buscou analisar a percepção dos Portadores de Necessidades Especiais – PNE´s em relação à acessibilidade no Terminal Rodoviário de Eunápolis. Este artigo tem caráter descritivo-exploratório com pesquisa qualitativa. Para coleta dos dados secundários foi realizada análise das normativas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, artigos e livros. Para a coleta de dados primários foi elaborada uma entrevista semiestruturada com o diretor do terminal rodoviário, registro fotográfico e uma visita guiada com três PNE´s (um cadeirante, um deficiente visual e um deficiente auditivo.) durante o mês de maio de 2014. Os PNE´s relataram suas percepções sobre o Terminal Rodoviário de Eunápolis em relação à acessibilidade e a partir do referencial teórico consultado foi realizada a análise. Quanto à acessibilidade, observaram-se barreiras físicas dificultando o acesso como falta de pisos táteis de alerta, direcional, rampas, banheiros devidamente adaptados, falta de guichês, de bebedouros, balcão de informações em Braille/Libras, pessoas capacitadas para atender os PNE´s, ausência de orientação e sinalização. A direção do terminal relatou que recebem uma muitos turistas de várias regiões do país e que vários destes necessitam de estruturas e equipamentos adaptados. Existe intenção de reforma porém sem previsão para tal. Concluiu-se que o espaço apresenta significativa falta de acessibilidade dificultando o deslocamento no Terminal Rodoviário de Eunápolis e indica-se, sobretudo, que a administração do terminal esteja atenta à legislação vigente para que as adaptações possam ser realizadas. Palavras-chave: Terminal Rodoviário. Acessibilidade. Portadores de Necessidades Especiais. 1 Discente do curso de Bacharelado em Turismo da UNEB- Universidade do Estado da Bahia Campus XVIIIEunápolis.E-mail: [email protected] 2 Discente do curso de Bacharelado em Turismoda UNEB- Universidade do Estado da Bahia Campus XVIIIEunápolis. E-mail: [email protected]. 3 Mestre em Cultura e Turismo - UESC. Bacharel em Turismo – UNIOESTE – PR. Profª Auxiliar do Curso de Bacharelado em Turismo, UNEB – Campus XVIII, Eunápolis-Ba. E-mail: [email protected]. Grupo de Pesquisa MEL-UNEB DCHT XVIII. 49 PROJETO - GRUPO DE ESTUDO POLÍTICAS PÚBLICAS E PLANEJAMENTO TURÍSTICO Sandra Couto Santana1 O grupo de estudo tem como objetivo desenvolver discussões e pesquisas acerca de políticas públicas, planejamento turístico e gestão pública da atividade, como meio de pensar o turismo enquanto propulsor de desenvolvimento socioeconômico. A metodologia utilizada será análise documental e bibliográfica. Para realização do estudo será indispensável à pesquisa por meio de livros, artigos, revistas e documentos, realizar pesquisas de campo e promover eventos científicos, para discussão de resultados. Observa-se que estudos sobre o assunto podem ser ampliados, visto que a atividade turística é uma atividade abrangente no mundo. Estudiosos afirmam que o processo de deslocamentos de pessoas gera um movimento no espaço, no qual provoca encontro e confronto, interação e troca de relações entre as culturas, consumo de bens e serviços. O turismo é considerado um fenômeno social ocasionado pelo turista. Funciona de forma sistêmica, alinhado a aspectos sociais, culturais, ecológicos e econômicos, tornando-se dinâmico e complexo. Nesse viés, a promoção do turismo apresenta a necessidade de organização e adequação aos meios legais de gestão pública, com legislação, políticas públicas e planejamento, como instrumentos de mudanças efetivas para o setor, esses temas são pertinentes frente ao desenvolvimento do turismo. Dessa forma, a expectativa incide em poder contribuir de forma proveitosa e sustentável com os parâmetros de uso e prática da atividade turística nos lugares. Palavras-chave: Turismo. Política de planejamento. Gestão pública do turismo. 1 Graduanda do curso de Bacharelado em Turismo na Universidade do Estado da Bahia/Campus XVIII – Eunápolis. E-mail: [email protected] 50 SIMPÓSIO 4 - Memória, Espaço e Linguagem 51 LÍNGUA, VARIAÇÃO E LIVRO DIDÁTICO DA EJA: REFLEXÕES SOBRE A NOÇÃO DE ERRO Marlúcia de Jesus Pereira Ribeiro1 Pedro Daniel dos Santos Souza2 A temática da variação linguística encontra-se no cerne das discussões contemporâneas da linguística aplicada, fomentando, assim, a necessidade de refletir sobre a língua falada pelos alunos – o português brasileiro – e seu ensino, sem perder de vista a relação entre língua e identidade. Dada sua relevância no espaço escolar, espera-se que o livro didático veicule concepções adequadas quanto às questões de língua e, específico, da variação linguística, não reforçando o preconceito linguístico presente na sociedade brasileira, como indiciam os discursos presentes na mídia que, ao estabelecer uma correlação entre a gramática normativa e a língua, reforçam uma concepção equivocada que desconsidera que o “certo” e o “errado” não são conceitos absolutos. Essa questão se torna evidente quando um livro didático direcionado a falantes de variedades estigmatizadas, como é o caso dos alunos da educação de jovens e adultos (EJA), ao abordar a variação linguística e assumir a legitimidade de variantes estigmatizadas, torna-se o centro de uma polêmica marcada por discursos representativos de uma concepção de “erro” que se associa a usos linguísticos não legitimados pelo padrão normativista. Fundamentando-se nos princípios teóricos da Sociolinguística e que, como propõe Scherre (2002, p. 219), “em matéria de linguagem, temos a tendência a rotular de ‘erradas’ predominantemente as formas que fazem correlação estreita com classe social, mesmo que, consciente ou inconscientemente, façamos uso destas mesmas formas na fala espontânea e na escrita revisada”, pretendemos refletir sobre a proposta apresentada no livro didático Por uma vida melhor, destinado à EJA, e discursos da mídia sobre a noção de “erro”. Partimos do pressuposto de que valorizar a diversidade de usos linguísticos é importante para que se reconheça a riqueza de uma língua, diminuindo o crescimento das desigualdades sociais, pois, quando se discrimina uma variedade, consequentemente, se discrimina seu falante, favorecendo, assim, os estigmas formados pela sociedade. Palavras-chave: Sociolinguística. Ensino. Variação linguística. Livro didático. Educação de jovens e adultos. 1 Graduada em Letras - Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Pós-graduanda em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Professora da rede municipal de ensino de Porto Seguro - BA. Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL). E-mail: [email protected] 2 Mestre em Letras, Área de concentração - Linguística Histórica, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor Assistente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), com experiência nas áreas de Linguística e Formação do Professor de Língua Portuguesa. Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL), onde desenvolve pesquisa nas áreas de Linguística Histórica e História da Cultura Escrita no Brasil. E-mail: [email protected] 52 AS REPRESENTAÇÕES IDEOLÓGICAS NAS CANTIGAS DE NINAR Marcela Fontes Nascimento1 Lindinalva Z. Fernandes2 Este trabalho é de abordagem qualitativa e constitui-se de um estudo documental, com análise interpretativa de cantigas de ninar. Objetiva-se examinar 125 cantigas, a fim de analisar as representações ideológicas manifestas pelo discurso que constitui essa prática social. Os dados foram coletados no estudo do etnógrafo Leite de Vasconcelos (1907) e nos estudos de Castro (1990) e de Freyre (2003), autores que apresentam a ressemiotização das cantigas portuguesas pela voz das mulheres negras, amas de leite. Como suporte teórico, a pesquisa apoia-se no princípio dialógico da linguagem, advindo da filosofia da linguagem, com Bakhtin (1981); na Análise Crítica do Discurso, pelos estudos de Fairclough (2001), representado por Pedrosa (2005), e subsidiado pelos princípios teórico-metodológicos da Gramática Sistêmico-Funcional, de Halliday (1994), representado por Gouveia (2009). As análises apontam que, embora as cantigas de ninar sejam práticas de linguagem utilizadas na interação mãe-bebê – consequentemente, pueril – o discurso que as constitui não é ingênuo, mas carregado de ideologia que expressam as representações da mulher branca e negra; da mulher-mãe que canta; da religiosidade; e do medo, as quais são passadas de geração a geração. A análise na perspectiva crítica contribuiu para a compreensão e o entendimento de que todo discurso se constitui com “o dito” e o “não-dito”, entremeados na linguagem, e para desmitificação de que o discurso das cantigas é cantado apenas ‘para fazer menino dormir’. Palavras-chave: Análise Crítica do Discurso. Representações ideológicas. Cantigas de ninar. 1 Linguística Sistêmico-Funcional. Graduada em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), campus XVIII, estudante do curso de pós- graduação lato sensu em Linguística Aplicada ao ensino de Língua Portuguesa (PPGLA)(UNEB), campus XVIII. 2 Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestre em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É professora do Instituto de Linguagens da Universidade Federal de Mato Grosso, ministrando as disciplinas Teorias do Discurso e Estágio Supervisionado no Curso de Letras. 53 ALGUNS ASPECTOS SEMÂNTICOS DA MORTE NA DEMANDA DO SANTO GRAAL Lícia da Silva Sobral1 O estudo, a ser apresentado, insere-se em um projeto de investigação semântica do lexema “morte”, como esta se apresenta nos capítulos 1 (um) a 46 (quarenta e seis) da versão portuguesa da A Demanda do Santo Graal de Irene Freire Nunes.Embora seja umromance de cavalaria, a obra é escrita, nitidamente, sob a influência religiosa. A morte permeia as ações de todos os personagens da trama, o próprio Graal, o Santo Vaso que conteria o sangue derramado por Cristo crucificado, é a representação simbólica da morte do Salvador. Considerando que no âmbito do discurso é possível constatar que uma expressão pode ser conceitualizada em diferentes níveis de especificidades, para efetivação de um estudo semântico de um determinado item lexical, poderemos tomar por base dois princípios distintos: o semasiológico ou o onomasiológico. Estes dois princípios se contrapõem. A semasiologia parte da palavra para examinar todas as formas ou significantes que o realizam enquanto Onomasiologia parte do conceito no contexto em que está inserido termo. Todavia, os dois pontos de vista se complementam, explicitando diretamenteumdeterminadoreferente a ser utilizado de formamenosdireta criando uma novaimagem de um determinado lexema. Para isso, serão utilizados,como base teórica, os conceitos de semântica de Guiraud (1980) em que cada sistema de signos, existem regras especificas referentes à sua natureza e à sua função. Baldinger (1977) no qual a Onomasiologia ou estudos das várias relações de significado em que uma palavra ou conceito adquirem no contexto que estão inseridos e a Semasiologia os diversos conteúdos ou significados pertinentes ao termo linguístico. Palavras-chave: Semântica. Onomasiologia. Semasiologia. 1 Bacharel em Letras pela UFBA, Especialista em Linguística e Literatura pela UFBA.Grupo de Pesquisa de Pesquisa: Memória, Espaço e Linguagem.Profª Substituta de Linguística Histórica Campus XVIII-Eunápolis UNEB. 54 A LITERATURA INFANTOJUVENIL DE ADONIAS AGUIAR FILHO SOB A ÓTICA DA CRÍTICA TEXTUAL Amanda Kerolainy Braga Santos 1 Kélly Santos Muniz da Costa 2 Irlena Moreira Lopes de Sousa 3 O presente estudo é oriundo dos resultados obtidos durante o Projeto de Iniciação Científica, “O Espaço da Crítica Textual nas obras de Adonias Aguiar Filho”, do grupo de pesquisa Memória, Espaço e Linguagem em que visamos contribuir para o cultivo da língua e literatura do Sul e Extremo Sul Baiano, através do resgate das obras de Adonias Filho, sob a perspectiva da Crítica Textual. Em suas criações literárias, Adonias Filho agiu como narrador do homem e de seus conflitos existenciais, denunciando-se como um escritor que é sensível ao mundo que o cerca e, especialmente conhecedor de si, e do outro. O sujeito que antes estava à margem, suscitará ao centro da narrativa adoniana, com a oportunidade de revelar suas angústias, seu discurso de pertencimento, sonhos e sua historicidade, não é por acaso que ele é concebido como uma das perpendiculares da literatura brasileira. Ao escrever para o público infantojuvenil, escolheu temas do cotidiano no interior da Bahia, da infância vivida no campo, peripécias e inquietações dessa fase tão relevante em sua memória. Adonias utilizou uma linguagem rica de significações e impregnada de sentimentos, apresentando um humor comedido, com abertura para o lúdico e fluência da imaginação. Com a obra infantojuvenil “Os Bonecos de Seu Pope”, cujo texto datiloscritotivemos acesso no Memorial Adonias Filho, em Itajuípe, foi possível estabelecer através da aplicabilidade de normas filológicas, o texto crítico segundo critérios de transcrição, próprio de edições críticas. Por meio de cotejo entre o texto inicial “Os Bonecos de Seu Pope”, e as obras “Fora da Pista” e “Um Coquinho de Dendê”, encontramos nas temáticas discursivas, tempo, espaço e memória, utilizadas frequentemente pelo autor, processos de linguagem que extrapolaram a mera função de informar, apresentando um estilo próprio que contrasta entre o emocional e o intelectivo, identificando o autor e sua obra. Palavras-chave: Crítica Textual. Adonias Filho. Literatura Infantojuvenil. 1 Amanda Kerolainy Braga Santos. Graduanda em Letras. Membro do Grupo de Pesquisa Memória, Espaço e Linguagem. ([email protected]). 2 Kélly Santos Muniz Costa. Graduanda em Letras. Membro do Grupo de Pesquisa Memória, Espaço e Linguagem. ([email protected]). 3 Irlena M. Lopes de Sousa. Professora Mestre da UNEB. Membro do Grupo de Pesquisa Memória, Espaço e Linguagem. ([email protected]). 55 A REPRESENTAÇÃO DA FALA NA ESCRITA EM REDES SOCIAIS: ASPECTOS FONÉTICOS E SUAS DIFERENÇAS FONOLÓGICAS Jhéssika Simões Bonfim1 Steffane Suzi de jesus Santos2 Lícia Sobral3 O presente trabalho busca expor as diferentes manifestações da fala, apresentadas durante o processo de comunicação escrito em redes sociais, em que os participantes representam graficamente a forma como usam o termo linguístico durante seu processo de oralidade comunicacional. Compreendendo que linguagem verbal, elemento fundamental da interação social, atualmente tem sido influenciada por diversas formas do uso da língua, e que um dos fatores que contribui para isto é a internet, buscamos, através das teorias advindas da fonética e fonologia, explicar tais fenômenos. Nesse sentido, serão utilizados os conceitos de fonética e os processos articulatórios do uso dos sons na língua em comparação com a transcrição fonológica e as regras que determinam estes usos na seleção dos sons, para surgimentos de novos termos, comentando os contextos e as regras determinantes da efetivação dos fenômenos no processo de escrita. Segundo Marcuschi (2005), há alguns gêneros que mesclam a escrita com a fala, em função de similaridades no processamento, como o corpus deste estudo que são os comentários on-line do Facebook, definido como uma rede social em que falantes se comunicam através da escrita. Para isso, nosso embasamento teórico se apoia nos conceitos constantes das obras de Tais Cristofaro (2003), Diná Callou e Yonne Leite (2003), e Izabel Christine Seara (2011), dentre outros autores que trabalham com a escrita e gênero nas redes sociais. Palavras-chave: Fonética. Fonologia. Fala. Escrita. 1 Graduanda em Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas, pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus XVIII. Do Grupo de Pesquisa em Memória, espaço e linguagens. E-mail: [email protected] 2 Graduanda em Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas, pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus XVIII. Do Grupo de Pesquisa em Memória, espaço e linguagens. E-mail: [email protected] 3 Bacharel em Letras pela UFBA, Especialista em Linguística e Literatura pela UFBA. Do Grupo de Pesquisa em Memória, espaço e linguagens. E-mail: [email protected] 56 A BAIANIDADE DOS CORDÉIS DE CUÍCA DE SANTO AMARO: O CAMPO LÉXICO-SEMÂNTICO DAS REPREXENTAÇÕES IDENTITÁRIAS Gerson Assis dos Santos Junior1 Pedro Daniel dos Santos Souza2 Estabelecendo um diálogo entre a teoria de campo léxico-semântico e a literatura de cordel, o presente trabalho analisa as lexias que fazem parte do campo das representações identitárias relacionado à baianidade em cordéis de Cuíca de Santo Amaro, abrindo caminhos para leituras acerca do espaço urbano e as características culturais das cidades de Salvador e de Santo Amaro, entre as décadas de 1940 a 1960, que, de certa forma, marcam as representações sobre uma ideia de Bahia. Para a análise e discussão das lexias e seus respectivos campos semântico-lexicais, optamos por uma abordagem de cunho qualitativo, através do enquadre da pesquisa documental e bibliográfica. As reflexões teóricas que direcionam a presente investigação fundamentam-se nos conceitos desenvolvidos no âmbito da semântica e da lexicologia, especificamente o aporte sobre campo léxico-semântico, além de discussões sobre a baianidade e suas representações. Nessa perspectiva, os cordéis de Cuíca de Santo Amaro se tornam uma rica fonte de análise léxico-semântica por representar, através das lexias escolhidas, fatos e acontecimentos de parte do território baiano, contribuindo assim para a construção de algumas representações identitárias de baianidade através da leitura que o cordelista faz a respeito das singularidades socioculturais do espaço onde está inserido. Desta forma, procuramos, neste trabalho, estabelecer um limite entre os textos cordelísticos de Cuíca de Santo Amaro e a teoria de campo léxico-semântico com a finalidade de interpretar as lexias e seus possíveis significados que trazem o sentido de baianidade a partir do contexto, demonstrando ainda como determinadas lexias recorrentes nos folhetos tomados como corpus de análise contribuem para a construção de uma ideia de Bahia e suas respectivas representações identitárias. Palavras-chave: Literatura de Cordel. Representações identitárias. Baianidade. Campo léxico-semântico. 1 Graduado em Letras - Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Pós-graduando em Estudos Transdisciplinares em Cultura pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). E-mail: [email protected] 2 Mestre em Letras, Área de concentração - Linguística Histórica, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor Assistente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), com experiência nas áreas de Linguística e Formação do Professor de Língua Portuguesa. Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL), onde desenvolve pesquisa nas áreas de Linguística Histórica e História da Cultura Escrita no Brasil. E-mail: [email protected] 57 O SABER HISTÓRICO: CONCEPÇÕES, APRENDIZAGENS E IMPLICAÇÕES Charles Nascimento de Sá1 Luiz Cláudio Zumaêta Costa2 O presente texto é um estudo de historiografia e da construção dos conceitos da ciência histórica. Discute e aponta os caminhos que essa ciência trilhou entre os séculos XIX e XX e a contribuição dos sujeitos e seus conhecimentos os quais, ao longo desse período, consolidaram essa área assinalando seu desenvolvimento. Procura destacar características de diferentes correntes de pensamento historiográfico, relacionando-as ao ensino de História, afinal, enquanto disciplina a ser lecionada nas mais diferentes instâncias da Educação nacional. A história, enquanto ciência, tem trilhado caminhos muitas vezes contraditórios, compreendê-los é passo fundamental para seu melhor ensino e estudo. Palavras-chave: Historiografia. Conhecimento histórico. Ensino. 1 Historiador, Mestre em Cultura. Professor do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, DCHT, UNEB, Campus XVIII. Membro do Grupo de Pesquisa Memória, Espaço e Linguagem – GpMEL. [email protected] 2 Historiador e Administrador, Especialista em História do Brasil e Gestão Pública Municipal. Professor dos Ensinos Fundamental e Médio. Membro da Academia Grapiúna de Letras (AGRAL). 58 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E SOCIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO: UMA EXPERIÊNCIA COM EXPOSIÇÃO CIENTÍFICO-CULTURAL Laís Souza1 Rafael Ribeiro2 Thaís dos Santos Vinhas3 A extensão universitária, dimensão constitutiva da tríade acadêmica, tem como fundamento a integralização da Universidade com a sociedade através do desenvolvimento de ações que viabilizem a democratização do conhecimento produzido a partir de suas investigações científicas. Esse processo de socialização do saber pode ser realizado de diferentes formas, dentre elas, a realização de atividades culturais. Nesse sentido, esse trabalho configura um relato de experiência de extensão universitária realizada no formato de exposição cultural, que teve como objetivo rememorar o processo de constituição histórica da Matriz do Sagrado Coração de Jesus, localizada no município de Itajuípe-BA, evidenciando a relação entre memória, história, identidade e patrimônio cultural. Para alcançar esse objetivo, foi realizada uma investigação histórica utilizando os métodos e técnicas da história oral, análise documental e pesquisa iconográfica. Os dados levantados no processo de investigação foram organizados em formato de uma exposição intitulada “A Igreja do Sagrado Coração de Jesus: Fé, História, Memória”, que foi apresentada à comunidade local e regional na abertura do ano jubilar de comemoração aos 90 anos de construção do templo. Ao final das atividades, foi possível perceber que configurar um espaço expositivo requer uma articulação integradora das esferas fundamentais da academia: o ensino, a pesquisa e a extensão, compreendendo o resultado dessa interação como a razão de ser da Universidade enquanto espaço efetivo de produção, difusão e reflexão dialógica de saberes que se quer democrático, portanto, acessível a todos os sujeitos. Palavras-chave: Extensão Universitária. Exposição cultural. Socialização do conhecimento. 1 Graduanda do Curso de Licenciatura em História na Universidade do Estado da Bahia – Campus XIII Eunápolis. E-Mail: [email protected] 2 Graduando do Curso de Licenciatura em História na Universidade do Estado da Bahia – Campus XIII Eunápolis. E-Mail: [email protected] 3 Docente do curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado da Bahia, Campus XVIII – Eunápolis. E-mail: [email protected] 59 PROJETO UNIVERSIDADE PARA TODOS - UPT: IMPACTO EDUCACIONAL NO TERRITÓRIO DE IRECÊ Jorge Luiz Santiago Rocha1 O artigo “Projeto Universidade Para Todos - UPT: Impacto Educacional no território de Irecê” teve por objetivo analisar em que medida este projeto tem cumprido a sua finalidade de inclusão de alunos egressos das Escolas Públicas no Ensino Superior, considerando as políticas públicas educacionais e o projeto no âmbito da atuação do polo de Irecê na busca da reflexão a cerca da importância e o que mudou após a implantação e execução no território. Para responder as questões apresentadas utilizamos uma abordagem qualitativa, por meio de um estudo de caso desenvolvido em oito cidades do território atendidas pelo Projeto, onde coletamos material que subsidiou a pesquisa, traçando o perfil desses sujeitos e as questões socioeconômicas. Palavras-chave: Políticas Educacionais. Ensino Médio. Universidade para Todos. 1 Graduado em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia Campus XVI (UNEB), [email protected]. 60 PRIMEIRO PERFIL DOS/AS EGRESSOS/AS CAMPUS XVIII – ASPECTOS SÓCIODEMOGRÁFICOS E EFEITOS DA FORMAÇÃO SUPERIOR André Heloy Avila1 A pesquisa, cujos resultados apresentaremos, percorreu um longo caminho até ser possível traçarmos este primeiro perfil geral dos egressos e egressas do Campus XVIII da Universidade do Estado da Bahia. Falaremos aqui das alunas e alunos das primeiras turmas que realizaram sua graduação superior em uma instituição pública na cidade de Eunápolis, na 8ª Região Administrativa do estado da Bahia. O interesse norteador foi observar os desdobramentos da obtenção do diploma e da formação profissional realizada no Campus XVIII, por isto geramos esforços para reconhecer as pessoas que se formaram conosco e dar-lhes voz, de modo que tanto pudemos conhecer alguns efeitos/contribuições que a formação teve em suas vidas, quanto torná-los públicos, assim como suas avaliações de aspectos do trabalho realizado no Campus XVIII. Esta pesquisa, utilizando um questionário, buscou as informações básicas (idade, gênero etc.) e tudo o que se pudesse apreender de um quadro geral das mudanças que os anos de estudo e a obtenção do título acadêmico trouxeram para a vida profissional dos egressos. 1 Professor Adjunto da Universidade do Estado da Bahia – Campus XVIII. Membro da Setorial XVIII da Comissão Própria de Avaliação Institucional da Universidade do Estado da Bahia. 61 FORMAÇÃO DE PALAVRAS: PROCESSOS DE DERIVAÇÃO SUFIXAL NA TELENOVELA SARAMANDAIA DA REDE GLOBO Jares Gomes Lima1 Este trabalho tenta apontar prováveis ocorrências neológicas na telenovela Saramandaia (2013), uma adaptação da novela de Dias Gomes apresentada em 1976, por Ricardo Linhares e reexibida na Rede Globo de Televisão. Objetiva-se, pois selecionar para análise palavras consideradas invenções lexicais. O estudo da formação de palavras no português possibilita entender o processo de criação delas, cuja produtividade garante a construção de sentidos diversos, a depender do autor. Deste modo, torna-se necessário investigar os processos de formação de palavras no português brasileiro para melhor compreender a constituição e estabelecimento de seu léxico, já que no cotidiano fazem-se reduções de palavras, criam-se gírias, acrescentam e subtraem-se prefixos ou sufixos, dentre outras ações. Os neologismos são criações lexicais inerentes a cada língua (FERRAZ, 2007), pois a língua em evolução tanto deixa de usar palavras arcaicas quanto utiliza de suas possibilidades morfossintáticas para criar novos vocábulos. No corpus selecionado percebe-se um apelo bastante significativo quanto à função da expressividade na formação de novas palavras, sendo assim verificou-se o fato de que aconteciam regularidades em se tratando da criação das novas palavras. Havia, então, um aspecto a ser privilegiado dentro dos processos de formação de palavras no português. Decidiu-se por abordar a derivação sufixal, devido recorrência na fala das personagens da telenovela, sendo utilizada principalmente, para formar adjetivos, advérbios e substantivos através de sufixos como - ento, - mento, - ncia. Quanto aos procedimentos metodológicos este estudo atenta-se para: i) levantamento das palavras consideradas neologismos formados por derivação sufixal; ii) descrição e classificação das criações neológicas, assim como análise das funções que a palavra assumiu na fala das personagens. Como suporte teórico o estudo se ampara nos postulados de Alves (2004) e Carvalho (1984), acerca dos neologismos; Basílio (1987), Kehdi (1992) e Rocha (2003), quanto aos conceitos sobre as estruturas morfológicas do português. Palavras-chave: Léxico. Saramandaia. Neologismos. 1 Licenciado em Letras: Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Departamento de Educação – Campus X, Teixeira de Freitas – BA e membro do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Cultura, Educação e Linguagens – GEICEL. E-mail: [email protected]. 62 O DISCURSO UNIFICADOR: POBREZA E RIQUEZA ENTRE PENTECOSTAIS E NEOPENTECOSTAIS (1990-2010) Gilvan Monteiro da Rocha1 Entre 1990 e 2010 houve uma profunda mudança no campo religioso do pentecostalismo. A Teologia da prosperidade que enfatizava uma relação de troca com Deus para que o fiel pudesse alcançar o sucesso na vida financeira estava quase que restrita ao universo neopentecostal. No início da década de 1990 os pentecostais, no caso desse estudo os assembleianos, ainda insistiam em uma ênfase nos dons de línguas, a volta de cristo e comportamento dos fiéis, com pouca ênfase para questões que diziam respeito a uma vida de prosperidade financeira. No entanto, na década de 2000 o discurso pentecostal, tanto nas músicas, como nas pregações e até nas revistas da escola dominical, passou cada vez mais a se alinhar aos neopentecostais, defendendo que um dos maiores propósitos de Deus para o indivíduo que crê é o bem estar material. Nesse sentido o discurso sobre pobreza e riqueza antes uma marca dos neopentecostais, passa cada vez mais a ser assumido e defendido nos meios pentecostais. Estudar as transformações no pensamento desses grupos religiosos a respeito dos conceitos de pobreza e de riqueza e a ideia de superação das condições de pobreza para alcançar a ascensão social e econômica, a partir da análise do teor das revistas dominicais e das letras dos cânticos oficiais é o proposito desta pesquisa. Para isso serão utilizadas técnicas de análise de conteúdo, bem assim análise semântico-histórica dos elementos conceituais. Palavras-chave: Pentecostal. Neopentecostal. Pobreza. Riqueza. Prosperidade. 1 Gilvan Monteiro da Rocha é concluinte do Curso de Licenciatura Plena em História pela UNEB – Universidade do Estado da Bahia – Campus XVIII – Eunápolis-Ba. 63 DE FONTES DOCUMENTAIS PARA A SÓCIO-HISTÓRIA DO PORTUGUÊS BRASILERO: LÍNGUA, CULTURA ESCRITA E POPULAÇÕES INDÍGENAS BRASILEIRAS Camila Santos de Oliveira1 Cláudia Bahia2 Pedro Daniel dos Santos Souza3 A compreensão da história da cultura escrita no Brasil, considerando as condições particulares de formação do português brasileiro (PB), língua que emergiu de diversas histórias de contato linguístico havidas entre o português europeu transplantado e as línguas autóctones e alóctones, fundamenta-se na necessidade de mapeamento e exploração de arquivos e acervos, supostamente raros, que preservem a memória de como índios, africanos, imigrantes e seus respectivos descendentes não só adquiriram o português na oralidade, mas, sobretudo através dessa língua, foram também paulatinamente adentrando um mundo de cultura escrita. Nesse sentido, o presente estudo se inscreve no âmbito do projeto de pesquisa que objetiva identificar, catalogar e editar documentos existentes no Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), disponibilizados através do Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco, que tratem de questões relativas ao ensino-aprendizagem de língua portuguesa pelas populações indígenas e, consequentes, processos de letramentos, no período pós Diretório Pombalino – 1757 a 1834. Atuando no campo de investigação da História da Cultura Escrita, enquanto uma subespecialidade da História Cultural, buscamos apresentar novas perspectivas de investigação sobre a história da penetração da língua escrita no Brasil, como proposto por Antonio Houaiss (1985) no ensaio O português no Brasil. Para tanto, discutimos a necessidade de uma maior reflexão sobre a história social do PB a partir do “garimpo” de indícios, na documentação, que possibilitem uma reconstrução das histórias de penetração das populações indígenas brasileiras no mundo da cultura escrita, os processos de letramentos e linguageiros havidosa partir (e mesmoantes, paracom os indígenas) dos inícios da colonização. Esperamos, ainda, estimular a produção de novas sínteses historiográficas, buscando respostas para questões diversas, tais como por que aprenderam a ler e escrever, como liam e escreviam,o que liam e escreviam, para quem liam e escreviam e que tipos de textos escreviam. Palavras-chave: Sócio-História Linguística. Cultura escrita. Populações indígenas. Brasil colônia. 1 Graduanda em Letras - Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL). 2 Graduanda em Letras - Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL). 3 Mestre em Letras, Área de concentração - Linguística Histórica, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor Assistente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), com experiência nas áreas de Linguística e Formação do Professor de Língua Portuguesa. Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL), onde desenvolve pesquisa nas áreas de Linguística Histórica e História da Cultura Escrita no Brasil. E-mail: [email protected] 64 EVASÃO DISCENTE NOS CURSOS DE BACHARELADO EM TURISMO E LICENCIATURA EM HISTÓRIA E LETRAS DO CAMPUS XVIII DA UNEB Salete Vieira1 Renata Coppieters Oliveira de Carvalho2 Vanusa Mascarenhas Santos3 O objetivo desta pesquisa4 é estudar a evasão discente nos cursos de Bacharelado em Turismo, Licenciatura em História e Letras do Campus XVIII da UNEB. Como objetivos específicos: verificar a compatibilidade entre os anseios profissionais dos ingressantes e o perfil dos egressos previsto nos projetos político pedagógico dos cursos; identificar os possíveis fatores que dificultam a permanência dos discentes nos cursos; investigar entre os evadidos as causas do abandono do curso; categorizar as causas da evasão nos cursos; analisar as políticas no Campus para o desenvolvimento das competências cognitivas e sociais dos estudantes que favoreçam a permanência do discente nos cursos e sugerir ações político pedagógicas para o enfrentamento da evasão nos cursos, articuladas às práticas cotidianas de ensino, pesquisa e extensão. A natureza do estudo é descritiva com uma abordagem qualiquantitativaque busca identificar e analisar as motivações da evasão nos referidos cursos e propor ações que possam minimizar a questão. Os sujeitos para pesquisa foram divididos em 04 categorias levando em consideração o tempo de permanência na Universidade de acordo com o ano de implantação dos cursos, até o final do ano de 2013, obtendo uma amostra de 173 indivíduos. Para coleta de dados primários foram elaborados 4 questionários para cada grupo populacional definido, atendo as seguintes variáveis: projeto político pedagógico de cada curso; espaço físico do Campus; visibilidade da instituição na região; campo de atuação do futuro profissional; tempo disponível dedicado pelo discente para a formação de sua graduação e formação docente. Para análise e tratamento de dados, estes serão tabulados e representados em gráficos em forma de pizza, onde será feita a inferência de cada questão neles representadas. Palavras-chave: Evasão discente. Formação. Ações político-pedagógicas. 1 Mestre em Cultura e Turismo – UESC. Bacharel em Turismo. Professora Auxiliar do Curso de Turismo Campus XVIII. Grupo de Pesquisa MEL UNEB Campus XVIII. 2 Mestre em Cultura e Turismo – UESC. Bacharel em Turismo e Hotelaria - UNEB. Professora Auxiliar do Curso de Turismo Campus XVIII. Grupo de Pesquisa MEL UNEB Campus XVIII. 3 Doutora e Mestre em Linguística – UFBA. Licenciada em Letras Vernáculas UFBA. Professora Assistente do Curso de Letras da UNEB Campus XVIII. Grupo de Pesquisa MEL UNEB Campus XVIII. 4 Pesquisa aprovada pelo Edital 024/2013 do Programa Prodocência Universitária da UNEB em fase de elaboração de questionários. Previsão de término 2016. 65 A ÁFRICA E OS AFRO-BRASILEIROS NO ENEM Ana Gleica Neves Rodrigues1 O principal problema encontrado no processo de ensino e aprendizado da história da África, bem como a cultura afro-brasileira de forma geral, não é relativo à sua historia e a sua complexidade, mas é com relação ao racismo adquiridos num processo de informação distorcida sobra à África e os africanos. É necessário desfazer da mentalidade racista e discriminadora secular, superando o etnocentrismo europeu, onde a África é um simples objeto de manejo, nunca o sujeito, sempre manipulado e inimizado pelo seu oponente. É preciso mudar esse posicionamento, conhecer e reconhecer as lutas dos africanos pelo seu território, que não se mantiveram imparciais aos acontecimentos, divulgar e respeitar os processos de resistência negra desencadeados pelos africanos, de seus descendentes escravizados no Brasil e por seus descendentes na atualidade. Nessa linha de ações afirmativas para a desconstrução do pensamento etnocêntrico, questionaremos como Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), instrumento avaliativo da educação básica e pré-requisito para a participação em importantes programas do Governo Federal e porta de acesso das principais instituições de ensino superior, está trabalhando África e os afro-brasileiros na suas provas de Ciências Humanas e suas tecnologias, que abrange os conteúdos de Geografia, História, Filosofia, Sociologia e conhecimentos gerais. A importância desse olhar sobre a África e dos afro-brasileiros nas provas do Enem esta na possibilidade de contribuição para o fim desse racismo enraizado na cultura brasileira, na medida em que é necessário que todos mudem os discursos, raciocínios, lógicas, posturas e modos de tratar a África e os afrobrasileiros. Palavras-chave: África. Afro-brasileiros. Enem. Racismo. 1 Graduanda em História pela Universidade do Estado da Bahia Campus XVIII Eunápolis-Ba. 66 A HISTÓRIA DE ITAJUÍPE NO CONTO “O BRABO E SUA ÍNDIA” DE ADONIAS FILHO Amanda Kerolainy Braga Santos1 Kélly Santos Muniz Costa2 Lícia da Silva Sobral3 A cidade de Itajuípe é oriunda da região do Sequeiro do Espinho, que pertencia a Ilhéus e se estendia até o município de Igauí. Sua história é marcada pela chegada dos primeiros exploradores, por volta de 1892, que lutaram com os índios pela ocupação das terras, gerando assim, um genocídio dos nativos mais bravios, pois os serenos não eram vistos como uma ameaça. É nesse tempo/espaço que nasce a narrativa de Adonias Filho, trazendo em seu texto os acordes do nascimento do povoado, antigo distrito de Pirangi, atual município de Itajuípe. Adonias Filho é considerado um escritor que transita por vários cenários, brasileiros ou estrangeiros, mas seu enfoque maior será para a região do sul da Bahia. É nesse trânsito entre espaço e tempo que o presente artigo se constrói, analisando no conto o “O Brabo e Sua Índia” as relações entre História e Literatura, a partir do discurso do texto ficcional advindo das memórias do autor e discurso do texto histórico. O conto está contido no livro “Histórias Dispersas de Adonias Filho”, editado pela UESC em 2011. Como aporte teórico, utilizamos Mattos (2011), autor que estuda as histórias dispersas e a vida adoniana; Hutcheon (1991), autora que discorre sobre a relação da história e literatura; e, para melhor conceituar o gênero literário utilizado no presente estudo utilizamos Cortázar (2004), que aborda alguns aspectos do conto. Adonias Filho se apropriou dos relatos dos seus ancestrais para embasar sua escrita, e nesse orquestramento de vozes descreve, através da narrativa de “O Brabo e Sua Índia”, as suas raízes na região cacaueira; o desmatamento e o povoamento da região; o genocídio indígena que houve nesse período e, bem como, a enchente do rio que destruiu e o mudou a localização do povoado. Palavras-chave: Literatura. História. Itajuípe. Memória. 1 Amanda Kerolainy Braga Santos. Graduanda em Letras. Membro do Grupo de Pesquisa Memória, Espaço e Linguagem. ([email protected]). 2 Kélly Santos Muniz Costa. Graduanda em Letras. Membro do Grupo de Pesquisa Memória, Espaço e Linguagem. ([email protected]). 3 Lícia da Silva Sobral. Orientadora e Professora da UNEB. Membro do Grupo de Pesquisa Memória, Espaço e Linguagem. ([email protected]). 67 ORALIDADE E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: COM A PALAVRA, O LIVRO DIDÁTICO Luciene Silva Nascimento1 Pedro Daniel dos Santos Souza2 Embora a linguagem oral, ou seja, o ato da fala esteja presente em todos os contextos e situações que envolvem as pessoas no seu dia-a-dia, podemos observar que o ensino de língua portuguesa não tem privilegiado a oralidade em sala de aula. A questão se torna mais complexa quando, nos livros didáticos, dada a sua importância para a prática pedagógica dos professores, constatamos que a oralidade é abordada apenas de forma pontual, como um pretexto para a continuidade de atividades escritas, como evidenciado pelos trabalhos de Marcuschi (2003), sendo reservado um pequeno espaço para que o aluno verbalize o que escreveu sobre o que foi questionado. Nesse sentido, a oralidade não vem sendo tomada como objeto de ensino, como proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Considerando essa realidade e com a inserção da educação de jovens e adultos (EJA) no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), evidenciamos a necessidade de também investigar o espaço que a oralidade tem ocupado nos livros didáticos direcionados aos sujeitos dessa modalidade de ensino. Assim, embasando-se nas concepções apresentadas Marcuschi (2003, p. 25), sobretudo quanto ao fato de que “Dedicar-se ao estudo da fala é também uma oportunidade singular para esclarecer aspectos relativos ao preconceito e à discriminação lingüística, bem como suas formas de disseminação”, pretendemos refletir sobre a necessidade de estudos que analisem livros didáticos de língua portuguesa direcionados para falantes de variedades estigmatizadas, nesse caso, em específico, os alunos da EJA, cujas histórias de negação de direitos se estendem ao direito à voz, sua fala, sua variante também legítima, embora estigmatizada, marginalizada. A variação linguística entra nesse contexto mostrando que, principalmente na fala, deve ser respeitada e tomada como objeto de estudo e que, na contemporaneidade, os usos da oralidade configuram-se como fatores de inclusão ou exclusão social. Palavras-chave:Ensino. Linguagem oral. Escrita. Livro didático. Educação de jovens e adultos. 1 Graduada em Letras - Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Pós-graduanda em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Professora da rede municipal de ensino de Eunápolis - BA. Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL). 2 Mestre em Letras, Área de concentração - Linguística Histórica, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor Assistente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), com experiência nas áreas de Linguística e Formação do Professor de Língua Portuguesa. Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL), onde desenvolve pesquisa nas áreas de Linguística Histórica e História da Cultura Escrita no Brasil. E-mail: [email protected] 68 “DE” OU “DA”? O EMPREGO DA PREPOSIÇÃO COMO INDICADOR DE POSSE Bruna Rocha Martins1 Débora Santos Carvalho2 Lindinalva Zagoto Fernandes3 É consensual entre os estudiosos da língua portuguesa que o emprego da preposição “de” é muito versátil, uma vez que está condicionada ao contexto. Uma das possibilidades de uso é o emprego de “de” para designar posse. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é examinar comentários do facebook a fim de verificar as condições linguísticas em que a preposição ‘de’ é empregada com sentido de posse. A pesquisa está inserida em uma abordagem qualitativa, com estudo documental e análise interpretativa de 4292 comentários de 3019 fotos contidos em 86 álbuns extraídos do facebook. Fundamentamos o estudo na Gramática Tradicional, com Celso e Cintra (1985), Faraco e Moura (1999) e Almeida (2009); e na Gramática Funcional, com Neves (2000). As análises mostraram o emprego da preposição “de” como posse com 56% sem o artigo e 44% do emprego da preposição “de” como posse com o artigo. O alto índice de emprego da preposição ‘de’, combinada com artigo antes de nomes próprios, pode estar relacionado ao uso facultativo de artigo nessa condição. Diferentemente do que ocorre com os substantivos comuns. Palavras-chave: Língua Portuguesa. Emprego de preposição. Posse. Facebook. 1 Graduanda curso de Letras Vernáculas do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, Campus XVIII – Eunápolis, da Universidade do Estado da Bahia. [email protected] 2 Graduanda do curso de Letras Vernáculas do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, Campus XVIII – Eunápolis, da Universidade do Estado da Bahia. [email protected] 3 Doutorado em Linguistica Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professora da Universidade Federal de Mato [email protected] 69 SOBRE O ENCAIXAMENTO HISTÓRICO DA VARIAÇÃO DA CONCORDÂNCIA: USOS LINGUÍSTICOS EM CARTAS BRASILEIRAS Camila Santos de Oliveira1 Pedro Daniel dos Santos Souza2 O uso de cartas para pesquisas sobre a sócio-história do português brasileiro (PB) tem se mostrado relevante, visto que, para estudos sobre usos linguísticos de períodos anteriores ao século XX, não dispomos de dados de fala e a produção epistolar, enquanto prática de uma cultura escrita, apresenta-se como testemunho linguístico de base empírica, que nos permite refletir sobre questões teóricas fundamentadas em usos reais da língua. Nesse sentido, no presente estudo, vinculado ao projeto de pesquisa Exercitando a “arte de interpretar”ou “para fazer o melhor uso dos maus dados”: a sintaxeda concordância na história do português brasileiro, analisamos o fenômeno da concordância verbal em português, a partir de corpus constituído por 83 cartas particulares, em edição semidiplomática, do Recôncavo baiano, extraídas de Lobo (2001), datadas do século XIX, e se revela como uma amostra primorosa para a realização de estudos numa perspectiva sociolinguística. Objetivando investigar a variação quanto aos usos da concordância verbal no PB e fundamentando-se nos pressupostos teórico-metodológicos da teoria da variação e mudança linguística, inicialmente desenvolvida por Weinreich, Labov e Herzog (1968), a análise do corpus envolve uma descrição do perfil sociolinguístico dos informantes, representantes de variedades cultas e variedades populares, e os respectivoscontextos linguísticos e extralinguísticos favorecedores da aplicação da regra variável. Para tanto, realizamos uma coleta e sistematização dos dados que nos possibilitaram refletir sobre os usos linguísticos e definir possíveis fatores que favorecem a aplicação ou não das regras de concordância, a saber: saliência fônica, posição do sujeito em relação ao verbo e caracterização semântica do sujeito. Nessa perspectiva, a pesquisa desenvolvida se inscreve numa tentativa de somar forças às investigações que vêm sendo realizadas com vistas a discutir o encaixamento histórico da variação da concordância verbal, tema que tem sido tomado como “pedra de toque” do português brasileiro. Palavras-chave:Sócio-História. Concordância Verbal. 1 Português Brasileiro. Escrita Epistolar. Variação. Graduanda em Letras - Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL). 2 Mestre em Letras, Área de concentração - Linguística Histórica, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor Assistente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), com experiência nas áreas de Linguística e Formação do Professor de Língua Portuguesa. Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL), onde desenvolve pesquisa nas áreas de Linguística Histórica e História da Cultura Escrita no Brasil. E-mail: [email protected] 70 O QUESTIONÁRIO COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA UMA PESQUISA DISCURSIVA SOBRE O LETRAMENTO ACADÊMICO Emerson Tadeu Cotrim Assunção1 Fernanda de Castro Batista Coelho2 Os estudos sobre o letramento acadêmico apontam para a necessidade de considerar a sala de aula universitária como lugar de e para mobilização de conhecimentos pertinentes à construção de saberes, tendo em vista habilidades de discursivização requeridas em comunidades discursivas específicas (Matencio, 2002; Kleiman, 2002; Marinho, 2010; Fiad, 2013, Souza; Bassetto, 2008). Nesta comunicação, trazemos dadosde um estudo exploratório vinculado a uma pesquisa de mestrado em andamento que toma a disciplina Seminário Interdisciplinar de Pesquisa (SIP) da graduação em Letras de uma universidade estadual no interior baiano como um evento situado de letramento. A Disciplina, que evoca em sua ementa uma tematização explícita dos mecanismos de produção-recepção de práticas acadêmicas escritas e oral,registra uma aposta curricular de ensino-aprendizagem em um continuum, visto que se estende do 1º ao 7º semestres do Curso. Os dados da pesquisa de mestrado têm sido gerados a partir de dois diferentes enquadres metodológicos, o da pesquisaação (Flick, 2002) no qual o mestrando se desdobra nas funções de professor e pesquisador de sua própria prática e de observador em uma abordagem etnográfica (Erickson, 1993) de pesquisa, situações essas nas quais observa práticas de outros no interior da disciplina SIP. Como corpus, trazemos, nesta comunicação, respostas a um mesmo questionário discursivo de dois diferentes grupos de alunos, de semestres letivos correspondentes, de duas diferentes universidades estaduais baianas, tendo o 1º grupo experenciado as disciplinas SIP e o segundo não. O exercício de calibragem do instrumento de pesquisa atestou a produtividade do instrumento para o mapeamento e tratamento discursivo- processual de representações acerca do gênero-objeto de exame. A análise dos dizeres dos sujeitos aponta para a relevância da Disciplina como espaço interacional e discursivo necessário para a tematização e evocação dos gêneros acadêmicos como objeto de ensino e de discurso no interior do curso de Letras. Palavras-chave: Seminário Interdisciplinar de Pesquisa. Artigo Científico. Questionário. Letramento Acadêmico. 1 Professor auxiliar do curso de Letras da UNEB, campus XVIII, Eunápolis. Mestrando do Programa de PósGraduação em Letras: Educação, Cultura e Linguagens – PPGCEL, UESB, campus Vitória da Conquista. 2 Professora adjunta do curso de Letras da UESB, campus Vitória da Conquista. Docente do Programa de PósGraduação em Letras: Educação, Cultura e Linguagens – PPGCEL, UESB, campus Vitória da Conquista. 71 ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO: UMA REFLEXÃO COM A “LINGUÍSTICA APLICADA: PERSPECTIVAS PARA UMA PEDAGOGIA CRÍTICA” Andréia Mendes Silva1 Marlúcia de Jesus Pereira Ribeiro2 Juliana Alves dos Santos3 A Linguística Aplicada Crítica (LAC) pressupõe "um objeto múltiplo e complexo" (SIGNORINI, 1998, p. 107). Já para Celani (2000, p. 133) a LA apresenta caráter transdisciplinar, visto sua preocupação com o social, com o humano, que vem sendo objeto de pesquisas em Linguística Aplicada e, de fato, é componente fundamental na definição da disciplina. Os documentos que regem a elaboração, seleção e escolha do livro didático (LD) pressupõem que as práticas de uso da linguagem, as atividades de leitura e compreensão de textos, de produção escrita e de compreensão oral, em situações contextualizadas de uso, devem ser prioritárias nas propostas dos livros didáticos (BRASIL, 2008, p. 12). Ainda, o LD atua como importante instrumento utilizado em sala de aula, sendo, muitas vezes o ditador desse ambiente, devendo ser material dinâmico e interativo. Partindo desses pressupostos, objetiva-se investigar se os textos e atividades propostas no LD estão contextualizados com alguns dos pressupostos da LAC. A análise desse aspecto em Livros Didáticos torna-se importante para saber se tal instrumento traz significação para os alunos que o utilizam, contemplando algumas de suas necessidades de aprendizagem. Para atingir os objetivos a metodologia foi pautada nos princípios da Análise de Conteúdo. Escolhemos para análise desse trabalho a subseção “Discutindo ideias, construindo valores”, alocada na seção Estudo do Texto do LD “Vontade de saber/ Português” do 6° ano do ensino fundamental II, tendo como embasamento teórico as discussões apresentadas por Kanavillil Rajagopalan (2003). Segundo o autor, primeiramente o compromisso do pedagogo crítico é com a comunidade, da qual a sala de aula é, embora pequena, fiel amostra. Ao finalizar, observou-se que o manual didático, em sua maioria está de acordo com as propostas de Rajagopalan, uma vez que possibilitam ao educador, mediar discussões que levam o aluno a refletir questões que fazem parte do seu cotidiano. Palavras-chave:Livro didático. Contextualização. Linguística Aplicada Crítica. Pedagogia Crítica. 1 Graduada em Letras – Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia. Pós-graduanda em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia. Professora da Rede Municipal de Ensino de Eunápolis – BA. Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL). E-mail: [email protected]. 2 Graduada em Letras – Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia. Pós-graduanda em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia. Professora da Rede Municipal de Ensino de Porto Seguro – BA. Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL). E-mail: [email protected]. 3 Professora auxiliar do Colegiado de Letras e docente do Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem. (GpMEL). E-mail: [email protected]. 72 DEVOÇÃO E SOCIABILIDADE EM FOLIAS DE REIS DE EUNÁPOLIS Edvânia Souza Sena1 Na contemporaneidade presenciamos uma relegação e resistência para com as manifestações culturais e formas textuais produzidas pelas vozes marginalizadas nos espaços periféricos das cidades a exemplo da folia de reis. Essa resistência acontece principalmente no meio acadêmico, espaço onde há um fortalecimento histórico e valorização apenas das manifestações culturais tidas como eruditas, que admite sem ressalvas e como saberes dignos da universidade, aqueles produzidos através de pressupostos eurocêntricos e modernos. O presente trabalho é uma mostra dos resultados parciais do subprojeto Devoção e sociabilidade em Folias de Reis de Eunápolis, iniciado em agosto de dois mil e quatorze, com término previsto para outubro de dois mil e quinze. A pesquisa pretende estudar como as Folias de Reis são significadas pelos sujeitos pertencentes às classes populares nos espaços urbanos de Eunápolis. Desta forma, esse trabalho surge como uma proposta de dar voz a esses fazedores de cultura popular, aproximando-os do espaço acadêmico e fomentando um encontro de experiências instigantes para a produção de aprendizagens desconstrutoras de um padrão de poder (QUIJANO, 2005), além de aproximar esses saberes, estimulando uma reflexão crítica dos mesmos e dos acontecimentos discursivos que lhes garantiram um lugar à margem da cultura hegemônica. Serão discutidos nessa comunicação os conceitos de Folia de Reis de Brandão (2004), Classes Populares de Hall (2003) e Canclini (1989),e performance de Paul Zumthor (2003), denominações que nortearão a pesquisa de iniciação científica e que serão imprescindíveis para o entendimento dessa manifestação popular. A metodologia utilizada para alcançar o objetivo do projeto, partirá do mapeamento dos grupos de folias de reis nos espaços urbanos de Eunápolis, das performances e depoimentos dados pelos mesmos. Palavras-chave: Folia de Reis. Classes Populares. Performance. 1 Graduanda no Curso de Licenciatura em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus XVIII; e Bolsista de Iniciação Científica PICIN/UNEB. E-mail: [email protected]. 73 EVOLUÇÃO DOS DISCURSOS DA ESQUERDA LATINO AMERICANA: UM OLHAR SOBRE O CONE SUL (2003-2014) Manuela Almeida Oliveira1 Muitos são os caminhos possíveis para refletir a História Política da América Latina neste início de século. Neste trabalho buscaremos enfocar as experiências políticas vivenciadas nas nações latino-americanas nos primeiros anos do século XXI a partir da análise dos discursos de posse de presidentes de tendência esquerdo-progressista no Cone Sul desde 2003. O objetivo é investigar a evolução do teor político-ideológico presente nesses pronunciamentos oficiais. Para construir uma reflexão mais consistente da evolução semântica desses discursos, serão observadas também as reais transformações sócio-econômicas e culturais ocorridas nesses países no mesmo período. Para tanto, lançaremos mão de técnicas qualitativas de pesquisa documental baseadas na análise de conteúdo propostas por Aróstegui, bem assim a análise da semântica dos conceitos em uma relação linguístico-histórica na perspectiva de Koselleck. Para uma melhor contextualização histórica, nos apropriaremos dos conceitos de Esquerda do Norberto Bobbio e de densidade democrática de Mª Celina D’Araújo. Palavras-chave:América Latina. Esquerda. Democracia. Ideologia. 1 Acadêmica do curso de Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia. 74 O SERTÃO E SEUS PERSONAGENS: AS REPRESENTAÇÕES DO CANGACEIRISMO, MESSIANISMO E DO SERTANEJO NA LITERATURA Michele Soares Santos1 Objetiva-se apresentar a comunidade acadêmica os resultados do subprojeto de iniciação científica O sertão e seus personagens: as representações do cangaceirismo, messianismo e do sertanejo na literatura, iniciado em agosto de 2013 e findado em julho de 2014, fruto do projeto O cineasta em busca da Brasilidade Perdida: o cinema, os literatos e as representações do cangaço. O referido subprojeto pautou-se na análise da produção literária referente à temática da seca, cangaço e messianismo. As literaturas examinadas foram: Os sertões, (1902) de Euclides da Cunha, Luzia homem (1903) de Domingos Olímpio, A bagaceira (1928) de José Américo e Gabriela cravo e canela (1958) de Jorge Amado. Durante a análise dessas produções buscou-se identificar os estereótipos consolidados em torno do sertão, sertanejos, cangaço e as influências destas obras nos filmes do ciclo nordestern. A metodologia utilizada baseou-se em três etapas, a primeira a revisão bibliográfica da temática História, literatura, cangaço, sertão e cinema, contando com o arcabouço teórico: Rui Facó (1963), Matheus Andrade (2008), Roger Chartier (1985), Marcelo Dídimo (2010), Caroline Araújo (2010), Valdeci Borges (2010), José D Assunção Barros (2008) e Marc Ferró (2006). A segunda etapa consistiu-se no levantamento das literaturas e na análise destas e o terceiro momento foi os cruzamentos dos dados obtidos da análise literária com as fontes fílmicas do ciclo nordestern: O cangaceiro (1953) de Victor Lima Barreto, Deus e o diabo na terra do sol (1964) de Glauber rocha e Lampião, o rei do Cangaço, (1964) de Carlos Coimbra. Durante esse processo analítico constatou-se que ao mesmo tempo em que esses literatos e cineastas se referiram ao espaço do nordeste, sertão, contribuíram para construção de um modelo padrão de vê-la, apresentando um nordeste quase inexistente sem a presença da seca, miséria, cangaceirismo, injustiças e atraso. Palavras-chave: Cangaço. Beato. Literatura. Cinema. 1 Bolsista pelo programa de Iniciação Cientifica-PICIN-UNEB. Graduanda do VIII semestre do curso de Licenciatura em História pela Universidade do estado da Bahia, campus XVIII. ([email protected]) 75 (DES)CONSTRUINDO AS FRONTEIRAS DO INGLÊS SEM FRONTEIRAS Steffane Suzi de Jesus Santos1 Juliana Alves dos Santos2 Devido à amplitude do acesso à Língua Inglesa, lhe é conferido na atualidade o status de Língua Internacional. Esse caráter adjudica a esse idioma algumas características peculiares, tais como uma língua que se desnacionaliza e que absorve características semânticas, sintáticas e fonéticas por onde passa (SIQUEIRA, 2008). Apesar de estar inserida na matriz curricular do sistema educacional brasileiro desde o século XIX, muitas são as ações criadas para amenizar a defasagem no ensino-aprendizagem dessa Língua. Uma dessas ações é o Inglês sem Fronteiras (IsF), curso gratuito e online para estudantes da graduação e pósgraduação onde são disponibilizados alguns materiais didáticos, tais como e-book e livro de leituras. Essa pesquisa, que encontra-se em andamento, visa (des)construir as fronteiras do IsF no que diz respeito a (não)apresentação de aspectos multiculturais e de variação linguística nos textos verbais e não verbais dos livros disponibilizados para os níveis básico e avançado. Para isso, faremos uso da análise de conteúdo e dos filtros de análise cultural propostos por Byram (1991), buscando categorizar qualitativamente e quantitativamente os aspectos culturais e linguísticos exibidos nesses livros. Nesse momento, a pesquisa encontra-se na fase da delimitação teórica, que está sendo pautada em autores como Choppin (2004) que trata da história das edições didáticas; Castro (2005) o qual nos embasa acerca da história dos materiais didáticos no Brasil e Batista (2004) que trata das políticas públicas para o ensino de língua no país. Espera-se que os resultados encontrados contribuam para uma melhoria e aprimoramento desses livros além de possibilitar que discentes aprimorem seu senso crítico em relação aos materiais que lhe são disponibilizados. Palavras-chave:Inglês sem fronteiras. Língua Internacional. Material didático. 1 Discente do curso de Letras Vernáculas do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, Campus XVIII – Eunápolis, da Universidade do Estado da Bahia; Pesquisadora de iniciação científica (PICIN/UNEB) do Grupo de Pesquisa em Memória, espaço e linguagens. 2 Professora auxiliar do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, Campus XVIII – Eunápolis, da Universidade do Estado da Bahia; Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Memória, espaço e linguagens. 76 A LITERATURA CONTEMPORÂNEA COMO LINGUAGEM DE REPRESENTAÇÃO DO SUJEITO PÓS-MODERNO NO ROMANCE BUDAPESTE DE CHICO BUARQUE Rozemberg Guimarães Silva1 A literatura brasileira contemporânea tem apresentado personagens pouco convencionais. O modelo de protagonista centrado, decidido e exemplar tem sido desestabilizado pela velocidade e liquidez dos valores pós-modernos. A representação identitária segura e unificada parece ter se tornado insustentável mesmo na ficção literária, que passou a representar sujeitos intempestivos, não apegados às regras sociais tradicionais, destituídos de uma identidade e de um lugar fixo, indecisos e nômades. Atravessados por mudanças de cenários das próprias vidas, esses sujeitos passam a abrigar em si novas realidades, identificações silenciadas e múltiplas visões do mundo que se projetam à sua frente. Por essas razões, tendem a requisitar outras representações no âmbito da literatura. Partindo destes pressupostos, o presente artigo objetiva estudar no romance Budapeste, de Chico Buarque, as estratégias utilizadas pelo autor para textualizar as identificações do personagem central, José Costa, no decorrer da obra. Assim, pretende-se ao longo trabalho, a partir das contribuições teóricas de ZygmuntBauman (2004), e Stuart Hall (2011), apresentar e discutir marcas que possam identificar José Costa como personagem pós-moderno da ficção brasileira contemporânea, marcada pelo deslocamento do eu, das ideologias, das identidades e predominância dos espaços urbanos, onde se misturam, no caos do dia e da noite, transeuntes urbanos com suas relações conflituosas e identidades líquidas. Palavras-chave: Budapeste. Identidade líquida. Pós-modernidade 1 Graduando em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa e Literatura pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Campus XVIII, integrante do grupo de pesquisa SIPE (Seminário Interdisciplinar de Pesquisa), orientado pela professora Vanusa Mascarenhas Santos. 77 O CENÁRIO DOS 180 ANOS DA ESCOLA DE BELAS DA UFRJ E AS DIVERSIDADES ARTÍSTICAS E CULTURAIS DAS CIDADES DO RIO JANEIRO E NITERÓI: UM OLHAR SOBRE AS ARTES VISUAIS Lícia Sobral1 Maria Erotides Morem Machado2 Sob a ótica da arte visual, buscou-se estabelecer um elo entre o cenário que se construiu, a partir dos 180 anos da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Janeiro, e o desenvolvimento artístico e cultural das duas cidades que se avizinham e se ligam através de uma ponte que rompe o mar carioca: Rio de Janeiro e Niterói. O presente trabalho foi elaborado a partir do projeto intitulado “Panorama das Artes Visuais nos 180 anos da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro,” erigido pelos docentes do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Formação de Professores da Educação Básica, da Universidade do Estado da Bahia –UNEB Campus XVIII - Eunápolis. Assim procurou-se, através de visitas técnicas, a integração de ações que reconhecessem nos espaços da Escola de Belas Artes, Centros Culturais, Museus, pontos turísticos da capital carioca, dentre outras diferentes manifestações artísticas e culturais das cidades do Rio de Janeiro e Niterói, o desenvolvimento, o reconhecimento da diversidade que se apresenta nas artes visuais destes dois espaços que se consolidam como difusores das artes culturais no Brasil. Palavras-chave: Artes. Cultura. Educação Básica. Formação. Integração. 1 Graduação em Bacharelado em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia (2003). Atualmente é professor da Universidade do Estado da Bahia Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Lingüística Histórica, atuando principalmente nos seguintes temas: variedades, formação discursiva, ideologia, ensino e pesquisa. Lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/3891274200786957 2 Mestre em Ciências da Educação - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias - ULHT- Lisboa Portugal, Especialização em Educação, Desenvolvimento e Políticas pelo Centro Integrado de Tecnologia e Pesquisa, CINTEP (2009), Docência do Ensino Superior, ISED (2006), Professora Coordenadora Local do Curso de Artes Visuais/PARFOR UNEB/BA -Campus XVIII-Eunápolis Lattes:http://lattes.cnpq.br/5471702452214194. 78 LITERATURA ORAL POPULAR: TRADIÇÃO E SUBJETIVIDADE EM MOVIMENTO Suzana Santana de Souza1 A arte de contar estórias oralmente é uma prática secular. No entanto, a partir da reconfiguração das relações socioculturais entre os séculos XVI e XVII, há um esforço sistemático das elites no sentido de se distanciarem dos costumes dos demais. Assim, abandona-se a cultura, até então partilhada pela maioria, às pessoas desfavorecidas economicamente, fazendo surgir uma outra que as diferenciasse. De acordo com Peter Burke (1989), nas sociedades modernas, a cultura popular passa a ser vista como a tradição dos incultos, por extensão, as manifestações orais caracterizariam uma classe social desprestigiada, a dos iletrados. A escrita, por sua vez, tornou-se a marca da minoria culta, sendo priorizada como fonte dos estudos literários, fato que contribuiu para o não reconhecimento da voz como fenômeno artístico literário por um longo tempo. A partir dos estudos de Paul Zumthor, por volta de 1950, a poesia oral entra no cenário das problematizações, sendo a voz valorizada como um elemento que lhe é constitutivo. Dessa forma, estudar a poética oral em sua ambiência de produção envolve o entendimento da tradição e dos condicionamentos poéticos reconfigurados no momento da performance. A comunicação em questão, pretende, com base no conceito de performance formulado por Paul Zumthor (2000), demonstrar a importância da performance como elemento atualizador das práticas tradicionais, da memória e o do imaginário coletivo da sociedade atual. Discute também a importância de se estudar a literatura oral popular no contexto do século XXI, observando quais suportes cooperam para sua perpetuação, uma vez que estamos imersos em um cenário multifacetado, tecnológico e de culturas híbridas. Palavras-chave:Performance. Poética Oral. Classes populares. Memória. Tradição. 1 Graduanda em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia - Campus XVIII; Bolsista de Iniciação Científica - PICIN/UNEB, vinculada ao projeto Práticas Culturais Populares: desafios contemporâneos. 79 O LEGADO DE PALAVRAS INDÍGENAS DO TRONCO MACRO-JÊ NO LÉXICO DA CIDADE DE EUNÁPOLIS Jaene Nascimento dos Santos1 Rejane Cristine Santana Cunha2 O presente trabalho se propõe a fazer um estudo sobre a influência das línguas indígenas na formação do português brasileiro. Diante de uma perspectiva na linguística histórica podemos perceber que várias palavras utilizadas pela população brasileira tem, em sua origem, a língua indígena que por sua vez são originadas do tronco Tupi. A região do extremo sul tem uma representação significativa de comunidades indígenas, tendo em vista que Eunápolis é uma cidade que está inserida nesta região, onde vive parte da comunidade indígena Pataxó. Para tanto, sugeri a hipótese de que na referida cidade há expressões e palavras que tenham origem na língua indígena Maxakali. Partindo do pressuposto de que a língua indígena Pataxó tem origem no tronco macro-jê na família Maxakali, viemos a indagar se há heranças da língua indígena Maxakali do tronco macro- jê no léxico do português brasileiro utilizado pelos habitantes da cidade de Eunápolis no extremo sul Baiano? Buscando essas respostas tenho como objetivo analisar o uso de palavras do léxico do português brasileiro utilizadas no extremo sul baiano e compará-las a palavras da língua indígena Maxakali do tronco macro-jê. Esta pesquisa encontra-se em andamento na fase de fundamentação teórica (Silva neto, 1986), que abordam a proximidade das línguas indígenas ao português brasileiro, (Rodrigues, 2002) que relata a situação da língua indígena no Brasil na atualidade, mostrando que há vários aspectos linguísticos e culturais que evidenciam os povos indígenas. Espera-se com esse estudo contribuir para ampliar o conhecimento na área da pesquisa em linguística histórica, no curso de letras vernáculas, e que o mesmo se torne referência para pesquisadores de outras áreas do conhecimento que dialogam com os estudos de língua e cultura indígenas. Palavras-chave: Língua indígena. Linguística Histórica. Tronco Macro-jê. 1 Graduanda do curso de Letras pela Universidade do Estado da Bahia. Endereço eletrônico: [email protected] 2 Professora auxiliar do colegiado de Letras, do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias da Universidade do Estado da Bahia campus XVIII. Mestre em História Regional e Local - UNEB. Endereço eletrônico: [email protected] 80 CIDADE E MEMÓRIA: URBANIZAÇÃO E CONFLITOS NA EUNÁPOLIS DOS ANOS DE 1970 A 1988 Levi Sena Cunha1 O presente trabalho pretende analisar como se deu o processo de urbanização do povoado de Eunápolis, entre os anos de 1970 a 1988, período que ficou conhecida como “ maior povoado do mundo” e como importante polo demográfico e econômico do Extremo Sul da Bahia. A intenção é identificar e analisar através das reformas urbanas a relação social dos sujeitos com o lugar e a memória. Também pretendemos refletir a partir das reformas urbanas como uma elite dominante pensa a normatização e organização dos usos do espaço, tentando ordenar as práticas da população e enquadrar a memória local de acordo com os seus ideais de progresso. Serão utilizadas como fontes para a problematização do nosso problema: documentos administrativos da prefeitura de Santa Cruz Cabrália, jornais e revistas do período, o Código de Posturas Municipais de Santa Cruz Cabrália, o Plano de Desenvolvimento Urbano de Eunápolis e fotografias. Palavras-chave: Cidade. Memória. Eunápolis. 1 Graduando do curso de Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Campus XVIII. 81 DA FORMAÇÃO CONTINUADA GESTAR II PARA UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA REFLEXIVA NO ENSINO DOS GÊNEROS DISCURSIVOS Andréia Mendes Silva1 Pedro Daniel dos Santos Souza2 As novas perspectivas para o ensino dos gêneros discursivos na contemporaneidade têm aberto caminhos para a ampliação dos aportes teórico-práticos da formação continuada para os professores de Língua Portuguesa, buscando atender às mudanças incorporadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). A partir das concepções bakhtinianas sobre os gêneros do discurso e que são os instrumentos de construção do letramento escolar que permite ao aluno agir eficazmente em situações sociais de comunicação, sendo que cada grupo social em sua época possui um conjunto de formas de discurso que reflete a realidade ou o cotidiano em transformação, o texto/discurso passa a ser tomado como objeto de ensino pautado em sua função social, seu contexto de produção na interação dos sujeitos, bem como suas regularidades. Nessa direção, o Ministério da Educação (MEC) tem oferecido curso de formação continuada pelo Programa Gestar II de Língua Portuguesa que objetiva proporcionar aos docentes participantes a utilização de estratégias não tradicionais, na tentativa de superar paradigmas que ainda norteiam as práticas pedagógicas, perpassando de um ensino descontextualizado para uma prática reflexiva concernente à aprendizagem dos gêneros discursivos em sala de aula, como proposto nos documentos oficiais do Programa. O presente artigo, em função disso, pauta-se numa proposta de investigação que parte da análise do material didático utilizado na formação continuada Gestar II de Língua Portuguesa quanto ao trabalho com gêneros discursivos, fundamentando-se na teoria de gêneros do discurso de Bakhtin (2003 [1979]) e nos estudos de Marcuschi (2008). Uma questão que se coloca é verificar até que ponto o Programa, através da formação proposta, pode contribuir para o processo de ensino-aprendizagem dos gêneros discursivos que focalize a linguagem como fenômeno cultural, na qual a língua é elemento constituinte, porém, não isolado e, consequentemente, toda a discussão não se deve fazer por intermédio do texto, mas no texto/discurso. Palavras-chave: Formação continuada. Gestar II. Práticas pedagógicas. Gêneros do discurso. 1 Graduada em Letras - Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Pós-graduanda em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Professora contratada pela rede municipal para o ensino fundamental II, do município de Eunápolis - BA. 2 Mestre em Letras, Área de concentração - Linguística Histórica, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor Assistente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), com experiência nas áreas de Linguística e Formação do Professor de Língua Portuguesa. Membro do Grupo de Pesquisa em Memória, Espaço e Linguagem (GpMEL), onde desenvolve pesquisa nas áreas de Linguística Histórica e História da Cultura Escrita no Brasil. E-mail: [email protected] 82 IDENTIDADE AFRODESCENDENTE Mª. Erotides Morem S. Machado1 As identidades negras tem sido parte dos muitos desafios da contemporaneidade que tentamos compreender, sobretudo após a promulgação da Constituição Federal de 1988. Na sequência, as novas leis determinantes nessa Carta Magna foram alavancadas por outras que vieram fortalecer os movimentos sociais, principalmente, no setor educacional. Nesse contexto, coube aos órgãos institucionais de educação um movimento amplo para cumprir o projeto-lei, 10.639/2003, que acirrou o debate, transformando-o na Lei 12.288, de 20 de julho de 2010, com a designação de “Estatuto da Igualdade Racial”. Portanto, às conquistas dos movimentos negros e de outros movimentos sociais, na tentativa de reconhecimento e valorização da verdadeira identidade brasileira, com toda a diversidade cultural ao respeitar e apoiar todos, quer sejam negros, índios e brancos, visando o equilíbrio das condições sociais dos negros em nossa sociedade, para que as características dessa população formadora do povo brasileiro, vinda do continente africano como mão-de-obra escravizada, seja vista hoje, com outro olhar. Nesse sentido, faz-se necessário analisar/conhecer/entender e compreender como confrontar conceitos sobre os diferentes traços identitários dos negros/negras, afrodescendentes, deste país e a forma como eles se apresentam no plano institucional da educação brasileira. Palavras-chave: Identidade. Negros. Afrodescendentes. Educação. 1 Mestre em Ciências da Educação Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias - ULHT- Lisboa Portugal, Especialização em Educação, Desenvolvimento e Políticas pelo Centro Integrado de Tecnologia e Pesquisa, CINTEP (2009), Docência do Ensino Superior, ISED (2006), Professora Coordenadora Local do Curso de Artes Visuais/ PARFOR - UNEB/BA -Campus XVIII-Eunápolis - Lattes:http://lattes.cnpq.br/547170245 2214194. 83 AS HISTORIAS EM QUADRINHOS COMO VEICULAÇÕES IDEOLÓGICAS Carlos Henrique Silva Leite1 Evertton Lima2 O presente trabalho tem por objetivo explanar as formas como as histórias em quadrinho são utilizadas para veicular as ideologias vigentes num determinado contexto, numa determinada sociedade. No primeiro momento, será abordado brevemente quando surgiu as historias em quadrinhos e seu apogeu. Logo após, serão apresentados conceitos de meios de propagação da ideologia, bem como apresentar o público alvo e como se dá a compreensão de sua faixa etária a partir dos conceitos de Coelho(1993). E por fim, faremos um paralelo apresentando na pratica como esse gênero literário é usado na disseminação ideológica. Para este fim, analisaremos uma revista em quadrinho do gênero de super-aventura de bastante circulação entre os adolescentes amantes de histórias em quadrinhos. Esta revista, que é produzida pela Marvel, tem como personagem principal o Capitão América, personagem que utiliza as cores da bandeira norte americana em seu uniforme e seu escuto como proteção e arma ofensiva, que na ficção foi o principal guerreiro estadunidense nos campos de batalha. Palavras-chave:Literatura infanto-juvenil. Quadrinhos. Ideologia. 1 Estudante do 4° semestre do curso de Letras vinculado à Universidade do Estado da Bahia, Coordenador Geral do Diretório Acadêmico Raquel de Queiroz. 2 Estudante do 4° semestre do curso de Letras vinculado à Universidade do Estado da Bahia. 84 A ORDEM DOMINICANA E ADITADURA MILITAR NA BAHIA: ENTRE O CÉU E A TERRA, A ARMA E A CRUZ Geiza Ferreira Ramos1 O período do regime militar no estado da Bahia ainda é pouco estudado pelos pesquisadores, diferentemente do que acontece em outros estados brasileiros, recentemente começaram a surgir algumas publicações de alguns livros com um enfoque mais regional. Este artigo tem como objetivo analisar e discutir as causas que levaram a Igreja Católica, mas precisamente um grupo de freis da Ordem dos Dominicanos a se opor ao regime militar na Bahia, inclusive apoiando e auxiliando a Aliança Libertadora Nacional, sendo que esses frades eram ligados diretamente á Igreja Católica e foram os únicos da esquerda que se envolveram com os movimentos guerrilheiros,no entanto faz si necessário primeiramente entender como estava estruturada a Igreja Católica no Brasil na década de 1960 e quais eram as suas relações com o poder. Palavras-chave: Regime militar. Ordem dos Dominicanos. Guerrilheiros. 1 Graduanda em História pela Universidade do Estado da Bahia- (UNEB Campus XVIII) Eunápolis- Ba. 85 O DIALOGISMO NO FILME “O NÁUFRAGO” Crislandia Souza Damacena1 Claudia Santos Oliveira2 O dialogismo bakhtiniano é o princípio fundador constitutivo da linguagem e do ser humano como sujeitos histórico-social. Nesse domínio, este estudo foi desenvolvido a partir da analise do filme “Náufrago” em uma perspectiva dialógica, baseada nos conceitos de Bakhtin, e tem por finalidade verificar como o dialogismo se manifesta no discurso das personagens e suas relações com a ideologia. A hipótese é a de que esses pressupostos permeiam todo o filme, evidenciando como o contexto ideológico imediato interfere no sujeito e em suas atividades mentais e relações sociais. Para confirmar ou refutar essa hipótese, buscamos responder as seguintes perguntas: (i) em quais cenas o dialogismo se manifesta?; (ii) com que recurso dialógico se materializa?; (iii) quais suas relações com a ideologia? Na busca de responder a essas perguntas, embasamo-nos no pensamento filosófico e linguístico de Bakhtin (1929) e nos estudos desenvolvidos por Authier-Revuz (1982) sobre os postulados do autor. Para tanto, a pesquisa está inserida em uma abordagem qualitativa, com estudo documental e análise interpretativa dos dados. No final deste estudo conclui-se que as analises evidenciam que o dialogismo perpassa todo o fio discursivo do filme, por meio da heterogeneidade constitutiva e da cronotopia, tornando-se uma cadeia de metáforas, com as quais dialogamos ideologicamente. Deste modo percebemos que, somos quem somos porque nossa consciência é histórica e social e dialoga com as diversas situações cotidianas e que não são repetíveis e acabadas, mas que estão em constante processo de evolução. Nesse sentido, estudar o dialogismo é estudar o sujeito em suas relações sociais e interpessoais. Palavras Chave: Dialogismo. Ideologia. “Náufrago”. 1 Graduanda no Curso de Letras com habilitação em Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e em Pedagogia pela Unidade de Ensino Superior do Sertão da Bahia (UESSBA). Bolsista do PIBID pela FAPESB. E-mail: [email protected]. 2 Graduanda no Curso de Letras com habilitação em Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Bolsista do PIBID pela FAPESB. E-mail: [email protected] 86 SIMPÓSIO 5 -Sujeitos, experiências e fontes de pesquisa 87 “CUIDADO QUE O MARIGHELLA É VALENTE”: UMA ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES DE CARLOS MARIGHELLA 1964-1969 Sandro Leite Souza1 O período da ditadura civil militar no Brasil foi uma época em que os movimentos sociais e as guerrilhas foram fundamentais para o declínio do Regime Militar implantado no nosso país a partir de 1964. Além disso, era uma época em que o mundo iniciava sua fase neoliberal e também, era um momento em que a esquerda mundial estava abalada pelo fim do “Socialismo”. Então, verificar como se posicionava os sujeitos históricos participantes desses movimentos sociais e de contestação à ditadura é fundamental para o que aqui almeja, ou seja, fazer uma análise das representações construídas sobre Carlos Marighella, buscando compreender os aspectos politicas, sociais e cidadão entre 1964 e 1969. Carlos Marighella foi um grande líder brasileiro durante o período da ditadura, suas ações revelam sua autenticidade e a crença na libertação nacional apenas através da luta armada e da guerrilha urbana. O regime ditatorial seria derrubado através das armas. Além de um grande militante político, foi também um grande escritor e poeta. Seus livros e poesias revelam sua inteligência e preocupação com o futuro das classes sociais brasileiras. Assim, para nos auxiliar no que é proposto neste trabalho, utilizaremos como fonte algumas reportagens da Revista Veja, documentos escritos por Marighella e algumas Biografias que tratam sobre ele. Palavras-chave: Marighella. Ditadura. Representações. 1 Graduando em História pela Universidade do Estado da Bahia UNEB - Campus XVIII - Eunápolis. sandroleite6@hotm,ail.com 88 “A CIDADE DAS MULHERES”: O PODER FEMININO NO CANDOMBLÉ DA CIDADE DE EUNÁPOLIS André de Jesus Lima1 Os estudos acerca do poder feminino no Candomblé e suas implicações no meio social, ideológico e político geralmente centram-se na capital baiana, Salvador, e nas cidades que compõe a região do Recôncavo Baiano. A massiva produção antropológica e historiográfica sobre a religião afro nestas localidades relega a segundo plano as características afro religiosas particulares a outras regiões do estado, que deixam de ser observadas em sua cosmologia e passam a fazer parte de uma generalização. Ao trazer à tona a história e a tradição dos candomblés baianos de outras localidades, a saber, da região extremo sul mais precisamente na cidade de Eunápolis, abre-se uma porta para que estudos afro religiosos acerca de outras cidades baianas apareçam no intuito de evidenciar a pluralidade dentro do universo já plural do Candomblé Baiano. Os terreiros de Candomblé da cidade de Eunápolis são, em sua maioria, liderados por forças femininas. A imagem das sacerdotisas faz parte da história local, uma vez que as mesmas viram a cidade se expandir e se desenvolver. Através da trajetória de vida de duas sacerdotisas, será possível compreender um aspecto peculiar do candomblé com a ótica voltada para a cidade de Eunápolis, a saber: o poder feminino, suas peculiaridades e a influência dos terreiros tanto na comunidade ao qual se inserem como fora dela, analisando as relações de gênero no interior do terreiro e nas relações familiares e como essas mulheres exercem o poder e a autoridade sacerdotal não apenas dentro do espaço religioso, mas também como líderes e chefes da família carnal. Palavras-chave: Candomblé Eunapolitano. Poder Feminino. Mulheres. 1 Acadêmico no curso de Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia- Campus XVIIIEunápolis. 89 “A FLOR E A POESIA NASCEM DA MISTURA”? - Eugenia, Raça e Identidade Nacional n’O País do Carnaval” Mauricio Dias1 No que se refere a sua trajetória, Jorge Amado parece ter deixado uma imagem cristalizada no imaginário social. Só em se tratando de personagens femininas mulatas, quando se fala no autor logo vem à mente a eterna Grabriela, cravo e canela, Dona flor e seus dois maridos, Tieta do agreste etc. Na Bahia/Pelourinho/interior Amado consegue unir passado, presente e futuro tanto em sua imagem, quanto, e pincipalmente, em sua vasta produção literária. A presente pesquisa objetiva analisar o processo de construção do pensamento de Jorge Amado sobre a identidade nacional nas obras escritas entre as décadas de 1930-35, mais especificamente, visa compreender essa construção a partir das relações tecidas pelo autor com seu contexto histórico, reservando lugar central para as influências tanto políticas, sociais e, principalmente, culturais, ideológicas e “científicas” em torno do campo intelectual a qual Amado estava integrado no início de sua carreira literária. Metodologicamente, este trabalho adotou a pesquisa bibliográfica e a representação social. Também recorreu-se as estudos de Magalhães (2011), Meucci (2006), Goldstein (2003), Calixto (2011), Schwarcz (1994), Patricio (1999), Chalhoub (1998), Albuquerque Júnior (1999), Mello e Souza (2006), Souza (2008), Linhares (1990), Fausto (2006) e outros foram fundamentais na tessitura desta pesquisa. Em O país do carnaval, distante daquela imagem “saborosa” sobre a trajetória de Jorge Amado, o autor assume nesse romance uma postura extremamente diferente das suas obras posteriores. Aqui vemos um intelectual que reflete um pessimismo quanto à visão determinista sobre a configuração racial brasileira. Palavras-chave: Jorge Amado. Identidade Nacional. Regionalismo. Mestiçagem. Literatura e História. 1 Graduado do curso de Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB e membro do grupo de pesquisa “Mulheres e Memória” na mesma instituição de ensino, Departamento de Educação Campus X. [email protected]. 90 NAS DUAS MARGENS DO RIO REAL: UM ESTUDO SOBRE AS RELAÇÕES ECONÔMICAS EXISTENTES ENTRE AS CAPITANIAS DA BAÍA DE TODOS OS SANTOS E A DE SERGIPE DEL REY NOS SETECENTOS Joceneide Cunha1 Ainda não são frequentes estudos sobre temas nos Setecentos, diferentemente dos temas localizados nas centúrias seguintes que são mais pesquisados e trabalhados. Em Sergipe poucos são os trabalhos existentes sobre o período Colonial. Associado a esse fato, não há trabalhos que versem especificamente sobre as relações existentes entre a Capitania da Baía de Todos os Santos e a de Sergipe Del Rey. Ressalto que as relações extrapolavam as do campo administrativo, pois as ordens terceiras, irmandades e comerciantes dos dois lados do rio Real também se relacionavam. A exemplo do convento da Soledade em Salvador que possuía inúmeras mulheres cujas famílias residiam na Capitania de Sergipe. E dentre os comerciantes estavam os traficantes de escravos que comercializavam em diversos pontos do Atlântico. Assim, com essa pesquisa, estudamos algumas das relações entre a Capitania da Baía e uma das suas subordinadas. Enfatizando, sobretudo as relações comerciais entre os comerciantes das duas capitanias. As fontes históricas utilizadas foram os testamentos, inventários post-mortem e alguns dos documentos do Projeto Resgate. O método utilizado foi o indiciário proposto por Ginzburg bem como o de cruzamento de fontes. Alguns dos resultados que conseguimos foi o de identificar alguns traficantes de escravizados da Praça baiana que atuavam nas terras sergipanas, bem como alguns caminhos e por fim alguns comerciantes que também mercadejavam na Capitania de Sergipe Del Rey. Palavras-chave: Sergipe. Economia. Setecentos. , Capitanias. 1 Doutora em História Social e professora da Universidade do Estado da Bahia - Campus XVIII. 91 AS MULHERES ESCRAVIZADAS NA VILA DE PRÍNCIPE DE SANT’ANNA DE CAETITÉ: AS POSSIBILIDADES DE ALFORRIAS NO SÉCULO XIX (1830-1860) Ana Claudia Cerqueira Gomes Ivanice Teixeira Silva Ortiz O objetivo central deste artigo é definir os tipos de alforrias e os meios empreendidos pelas mulheres para alcança-las. Portanto procura apresentar a luta das mulheres escravizadas que se posicionaram frente à instituição escravista lutando por liberdade. Protagonizaram ações e diferentes estratégias que culminaram em alforrias condicionais, por pagamento ou gratuitas que foram fundamentais para alinhar novos caminhos e espaços na sociedade escravista de Caetité no Alto Sertão da Bahia, entre 1830-1860. Com a finalidade de compreender os tipos de concessões das alforrias, recorremos à leitura minuciosa das “cartas de liberdade” garimpando dados quantitativos e qualitativos que permitissem definir não só os tipos de manumissões, como as relações entre os sujeitos envolvidos. Esses dados possibilitaram evidências que apontam a participação de mulheres escravizadas em atividades que angariavam recursos ou em redes de sociabilidades que lhes possibilitaram conquistar a liberdade. Para a realização da pesquisa transcrevemos e analisamos 365 cartas de alforriais disponíveis no arquivo público do estado da Bahia. Estabelecemos um diálogo entre os dados encontrados nas fontes com o bibliográfico sobre a região e sobre a temática. Para tanto o artigo foi dividido em três subtítulos. Primeiro o contexto da região de Caetité; Segundo, O perfil das mulheres escravizadas nas “cartas de liberdade” e por Ultimo, Os tipos de alforrias. Palavras-chave: Mulheres. Alforria. Escravidão. Liberdade. 92 PESQUISA ETNOGRÁFICA EM EDUCAÇÃO: ELEMENTOS E PRINCÍPIOS PARA A CONFIGURAÇÃO DO ATO INVESTIGATIVO Stéfano Couto Monteiro1 Jeanes Martins Larchert2 O presente texto visa expor sobre a construção metodológica da Pesquisa em Educação a partir da adoção da perspectiva etnográfica, uma vez que o referido método tem suas origens na Antropologia. Nesse ínterim, apresentar-se-á aqui indicativos de que a construção metodológica a partir da adoção do método etnográfico dá-se a partir da interação entre pesquisador e sujeitos da pesquisa de modo co-participativo e colaborativo. A comunicação ora aqui exposta versa sobre as experiências decorrentes do itinerário da pesquisa – do momento de definição à obtenção e análise de dados – os quais expressam o percurso da ação pesquisadora decorrente do Projeto de Mestrado intitulada “Saberes curriculares em escolas tradicionais: o caso da Escola Indígena Pataxó Coroa Vermelha”. Por fim, expõe-se uma reflexão sobre o ato etnográfico da pesquisa, como elemento de reconfiguração do olhar do pesquisador para a compreensão da ação investigadora, sobretudo em decorrência de tal trabalho desenvolver-se em espaço educativo de uma cultura específica, a saber, dos Pataxós de Coroa Vermelha. Palavras-chave: Método. Etnografia. Pataxó. 1 Graduado em Letras (UNEB). Pós-Graduado em Literatura Brasileira (UNIVERSO). Mestrando em Educação (UESC) - [email protected]; http://lattes.cnpq.br/5650711362870777 2 Doutora em Educação (UFSCAR). Professora do PPGE/UESC - [email protected] 93 ESCRAVIDÃO E LIBERDADE NA VILA DE PORTO SEGURO: 1873-1885 Francimaura Coutinho Mendes1 Escravidão é um tema que tem despertado o interesse de grandes pesquisadores onde podemos citar Walter F. Filho, João J. Reis, Sidney Chalhoub, Isabel Reis, dentre outros, que vem alavancando as produções sobre essa temática nas várias regiões do Brasil. Porém, essa temática na região da Bahia, onde se localiza a vila de Porto Seguro, tem sido relegada ao esquecimento nas produções acadêmicas. Esta pesquisa busca contribuir para o preenchimento desta lacuna e certificar a partir de documentos a existência de escravidão na vila de Porto Seguro com elementos de resistência e lutas comuns ao regime escravista no Brasil e algumas formas de se tornar livre neste período. A partir das fontes buscamos identificar meios pelos quais os escravos conquistavam a sua liberdade sendo de forma gratuita, onerosa ou através de ações judiciais, que começaram a ocorrer com maior frequência devido as Leis abolicionistas. É uma pesquisa de natureza qualitativa, e procura utilizar método indiciário proposto por Ginzburg que nos dá a perspectiva de aumentar o aproveitamento do potencial informativo das fontes ao máximo, sem perder valiosas informações sobre o assunto. (GINSBURG, 1989). A possibilidade de se fazer uma pesquisa a partir fontes como documentos abre um leque de possibilidades de estudos devido ao fato de serem registros que carregam dados importantes e reveladores. Nos documentos pesquisados já encontramos indícios de homens e mulheres escravizados conquistando a alforria e lutando por ela. A partir das informações encontradas nesses e em outros documentos que continuam sendo analisados busco observar as formas de como se davam as negociações pela liberdade e as estratégias presentes na relação entre senhores e escravos. Palavras-chave: Porto Seguro. Escravidão. Documentos. Liberdade. 1 Discente do curso de Licenciatura em História da UNEB Campus XVIII-Eunápolis – BA. Pesquisa sendo desenvolvida no TCC. [email protected] 94 MEMÓRIA E NARRATIVA EM O FUNDADOR DE EUNÁPOLIS: A ESCRITA DA HISTÓRIA COMO LEITURA DA EXPERIÊNCIA DO TEMPO João Rafael Santos Rebouças1 O presente trabalho tem por objeto de pesquisa a produção escrituraria de Alcides Góbiras Lacerda (1929-2006), especificamente o livro intitulado O Fundador de Eunápolis, Sessenta e Quatro, as Treze Marias e os Anjos da Traição (lançado em 2003). Neste livro o autor relata a história da “fundação” da cidade de Eunápolis, Bahia, que teria se iniciado a partir do ano de 1942, com a chegada de Joaquim Quatro. Essa produção será problematizada enquanto uma prática de escrita da história, compreendida como a configuração narrativa de uma experiência do tempo que tem no trabalho sobre a memória um de seus aspectos fundamentais. Dessa prática emerge a narrativa memorialística onde é possível depreendermos questões relativas aos modos de vida de seus “primeiros” habitantes, o processo de ocupação da região e as formas de sociabilidade desse novo espaço de experiência que surge com a “fundação” do que viria a ser a cidade de Eunápolis. Nesse sentido nos perguntamos o que marcaria a singularidade da narrativa memorialística e onde ela se localizaria com relação ao debate teórico que trata da narrativa histórica e da narrativa de ficção. Palavras-chave: Memória. Narrativa. Historicidade. Experiência. Eunápolis 1 Graduando do Curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado da Bahia, Campus XVIII Eunápolis; [email protected] 95 MISSÃO VIETNÃ: ORIENTE, ORIENTALISMO E RAMBO Yuri Souza Pereira1 O Cinema se tornou um meio de comunicação de massa através da indústria cultural, ao longo dos anos esse instrumento foi se modernizando e se tornou forma de entretenimento para diversos públicos. Por causa da sua força se tornou um objeto de pesquisa, principalmente de historiadores que seguindo a Escola de Frankfurt, explica que o filme representa uma corrente de pensamento com a função de transmitir ao telespectador uma ideologia que atenda os interesses dos produtores, estúdio e até do governo. Durante o governo Reigan, os EUA produziram diversos filmes abordando a guerra do Vietnã como eixo central, exaltando a força do exército, fortalecendo a imagem do veterano de guerra e reforçando o estereótipo da sociedade oriental e do comunismo. Filmes como Apocalipse Now2 e Platoo3se tornaram referências sobre o tema, porém nenhum criou um herói que se tornaria um modelo de soldado perfeito como Rambo, que influenciava não só a sociedade norte-americana, mas outros países como: Brasil, França, Inglaterra e entre outros. Rambo era o soldado que estava disposto a dar sua vida pela sua pátria e que lutava contra um regime autoritário que ameaçava o mundo, graças a uma política socialista/comunista que tentava derrubar o modelo capitalista e as nações que a defendia, representando uma ideologia que é combatida pelos autores como Edward Said e Helder Macedo em relação ao orientalismo. Então, o projeto tem como objetivo entender à utilização do cinema como via para popularização das intenções ideológicas que fomentavam o imperialismo norte-americano através do filme Rambo II – A Missão4. Palavras-chave: Cinema. Rambo. Vietnã. 1 Graduando em História pela Universidade do Estado da Bahia UNEB – Campus XVIII – Eunápolis. E-mail: [email protected]. 2 APOCALYPSE now. Direção e produção Francis Ford Coppola. Roteiro: Francis Ford Coppola e John Milius. Narração: MichalHerr. Manaus: Studio Canal, 2012. 1 DVD (153 min), son., color. 3 PLATOON. Direção de Oliver Stone.EUA: Cinema 86, 1986. 1DVD (120min): NTSC, DD, color. 4 RAMBO II First Blood Part II. Direção: George P. Cosmatos. Roterista: David Morrell Kevin Jarre ,Sylvester Stallone, James Cameron. Produtor: Mel Dellar, Buzz Feitshans, Mario Kassar, Andrew G. Vajna. 1985, 96 min. 96 A BIOGRAFIA DE MOISÉS REIS - SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS PELA MEMÓRIA Luiz Moisés Reis1 Francisco Torres Cancela2 Este trabalho tem por objetivo estudar a trajetória de vida de Moisés Reis, como recurso para compreensão do processo de formação do município de Eunápolis. Vê-se por uma nova perspectiva em comparação com outros trabalhos acadêmicos sobre a História Local. Moisés Reis faz um registro de sua trajetória de vida, uma autobiografia. Portanto, Pode-se ainda ter essa nova concepção de estudo da trajetória a partir da Escola dos Analles, dando um novo dinamismo ao estudo da Biografia muito criticado no passado, sendo entendida como a possibilidade de explicação para a realidade social vivida o particular só interessa quando informa sobre o coletivo. Trabalho importante sobre a História do município de Eunápolis que visa preencher algumas lacunas a respeito da História que se tem hoje, onde se irá trabalhar conceitos de memória, biografias, trajetórias de vida e documentos pessoais. Usando autores como Reinhart Koselleck, Carlo Ginzburg, José de Assunção Barros dentre outros nas áreas citadas. Palavras-chave: Moisés Reis. Memória. Biografia. Trajetória de vida. 1 2 Luiz Moisés Reis discente formando no curso Licenciatura em História pela Uneb. Campus XVIII. Francisco Torres Cancela Dr. Em História Colonial pela Universidade Federal da Bahia UFBA. 97 HOMEM TAMBÉM TEM CADEIRA: AS INSTÂNCIAS DO PODER MASCULINO DENTRO DO CANDOMBLÉ - ESTUDO DE VIDA DO BABALORIXÁ KABILA DE OXOSSI Danilo de Souza Serafim1 Grande número dos estudos acerca da religião do Candomblé dão ênfase à imagem das Yalorixáse do legado matriarcal, em que muitas vezes o homem não é bem visto como sacerdote. Nas representações criadas em torno do Candomblé predominam a das grandes “mães de santo” da Bahia, deixando de lado o homem no exercício do sacerdócio dentro desta religião afro brasileira. Assim esta pesquisa visa mostrar o destaque que os Babalorixás têm conquistado dentro da religião dos Orixás. Assim, é possível abordar as transformações e adaptações que a religião tem sofrido para se adequar a realidade dos seus adeptos. Assim o objetivo deste trabalho é analisar a participação do homem na religião dos Orixás, através do estudo biográfico acerca da vida e trajetória do Babalorixá Kabila de Oxossi, líder do Ilê AlaketuAséOdéAkueràn, situado na cidade de Barueri, zona metropolitana de São Paulo. Assim, realiza-se uma análise dos estudos dentro do Candomblé da figura masculina, ou seja, da imagem do Babalorixá, pois muito se pesquisa sobre a supremacia feminina dentro da religião, as grandes Yalorixás, as grandes Egbons, e pouco se fala sobre os grandes sacerdotes. Palavras-chave: Candomblé. Homem. Poder masculino. 1 Graduando em História pela Universidade do Estado da Bahia UNEB Campus XVIII. Eunápolis-BA. E-mail [email protected] 98 IDEALIZADAS OU MASCULINIZADAS: AS MULHERES COMUNISTAS E SUAS REPRESENTAÇÕES NO CINEMA DE RETOMADA BRASILEIRO Priscilla Luiza Saturnino1 O Cinema de Retomada Brasileiro ou Cinema Brasileiro da Retomada caracteriza-se pelas grandes produções nacionais - propiciado pelas novas leis de incentivos fiscais - e seu novo modo de competição e disputa mercadológica, iniciado no ano de 1994. Esta atividade se mostrou rentável e de grande importância para o resgate do otimismo perdido pelos cineastas durante o governo Collor, responsável por extinguir órgãos estatais que por muitas décadas foram responsáveis pela produção e distribuição dos filmes brasileiros. Além dessas particularidades a retomada foi fundamental para o auge de obras voltadas para a exaltação e denúncias sociais, política e econômicas vivenciadas pela população brasileira, reforçando a busca pela construção de uma identidade de cunho nacional. Os novos ventos democráticos vividos pelo país durante aquele momento possibilitaram que temas como a ditadura militar, fosse produzida pelas grandes telas, adquirindo grande interesse do público que outrora presenciou o cerceamento da liberdade de expressão. Considerando essas produções esta pesquisa tem por foco analisar como as mulheres comunistas que vivenciavam o contexto de revolução sexual e do movimento contracultural durante a ditadura militar no Brasil (1960/1970) foram representadas durante o contexto democrático, através das fontes fílmicas Lamarca (1994) de Sérgio Rezende e O que é isso companheiro? (1997) de Bruno Barreto. Palavras-chave: Cinema de Retomada. Representação. Mulheres Comunistas. 1 Graduanda do curso de história (licenciatura), turma 2010.1. da Universidade do Estado da Bahia - Campus XVIII, Município de Eunápolis. É bolsista no projeto de Iniciação a Docência (Pibid), deste o mês de Março do corrente ano de 2014. E-mail: [email protected] 99 POLÍTICAS INDIGENISTAS E POLÍTICAS INDÍGENAS NA CAPITANIA DE PORTO SEGURO Cláudio Andrade das Virgens1 Francisco Eduardo Torres Cancela2 Este resumo tem como finalidade apresentar os resultados finais do trabalho do projeto de Iniciação Científica denominado de Políticas Indigenistas e Políticas Indígenas na Antiga Capitania de Porto Seguro entre 1808-1819 e centra em compreender a influencia da reforma colonial Joanina no período oitocentista e como esta refletiu de maneira clara nas condições politicas e culturais na capitania de Porto Seguro, e como se deram as formações das políticas indigenista adotadas pelos representantes da metrópole e política indígenas encabeçada pelos nativos da região. Buscamos analisar também o lugar social dos grupos indígenas dentro da política colonizadora bem como perceber os pontos de vistas e jogos de interesses entre os vários povos existentes na região. O projeto teve como características identificar as formas de lutas empreendidas pelos povos nativos indígenas frente á politica indigenista, priorizando aos índios um lugar de destaque nos processos políticos podendo perceber que tais povos se constituíram como agentes ativos durante a colonização portuguesa. Assim, buscamos entender que o período de reformulação política existente no período colonial se caracterizou por diferentes esferas de interesses pessoais na Antiga Capitania, buscando identificar os diferentes grupos existentes. A política reformista encontrou forte dificuldade em se afirmar enquanto processo administrativo uma vez que a mesma não passou pelo o processo de aceitação dos povos nativos. 1 Bolsista PICIN, Pela Universidade Estadual da Bahia, Discente em Licenciatura em História pela Universidade Federal da Bahia – Campus XVIII, Eunápolis. 2 Doutor em Historia Social pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, Professor e ministrante da Disciplina História da América Portuguesa Pela Universidade Estadual da Bahia – UNEB. 100 A CONSTRUÇÃO IMAGÉTICA SOBRE A IGREJA CATÓLICA INGLESA DO SÉCULO XII NA MINISSÉRIE OS PILARES DA TERRA Rafael Ribeiro1 A Idade Média com infinitas características, conceitos, imaginários e símbolos, criados sob seus diferentes aspectos sociais, sempre foi objeto de estudo de diferentes campos da ciência. A historiografia em especial, vem se apropriando e problematizando seus diferentes objetos através do trabalho com uma variedade de fontes, entre elas as audiovisuais, como filmes e minisséries. Autores como Marc Ferro e José Rivair Macedo têm demonstrado como essas fontes podem contribuir significativamente para o estudo da construção imagética sob os diferentes temas do período, dentre eles a Igreja Católica e suas relações com a sociedade medieval. Pensando nesta relação do medievo com o audiovisual, essa pesquisa pretende analisar e compreender a construção imagética sobre a Igreja Católica do Reino da Inglaterra do Século XII através dos cenários, figurinos, trilha sonora e personagens da minissérie Os Pilares da Terra. O estudo problematizaráainda através do diálogo com a historiografia medieval os desejos e anseios da sociedade contemporânea presentes na produção da minissérie, que tem como pano de fundo de sua narrativa histórica ficcional a guerra de sucessão ao trono de Winchester e a construção fictícia da Catedral medieval de Kingsbridge, no Reino da Inglaterra. Palavras-chave: Idade Média. Construção imagética. Audiovisual. 1 Graduando do Curso de Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia Campus XVIII – Eunápolis, Bahia. E-mail: [email protected] 101 A TRAJETÓRIA DE UM CONTADOR DE CAUSOS: MEMÓRIA E SABER ATRAVÉS DA CULTURA POPULAR Regiomar Santos Silva1 A pesquisa tem como objetivo à valorização do saber, da memória e da cultura imaterial do distrito de Gabiarra, município de Eunápolis. Esse caminho será construído através do estudo biográfico de seu Deba, antigo cantador e contador de causos, através do entrecruzamento de fontes iconográficas e orais. Em todos os espaços, seja urbano ou rural, são várias as manifestações que caracterizam a vida do homem no meio em que vive, no caso de “Seu Deba”, as cantorias, os causos, as modas de viola, os ritos, as festas, as celebrações, entre outros, ressignificam a interação social da comunidade e constituem um importante objeto de estudo para o trabalho historiográfico. Sendo assim, o estudo do lugar, dos sujeitos e dos seus saberes e memórias permitem que seu Deba possa ser compreendido não simplesmente como um simples homem do interior, mas, como um autêntico representante da cultura popular. Palavras-chave: Gabiarra. Cultura imaterial. Memória. 1 Graduando em História na UNEB – campus XVIII, Eunápolis - BA. 102 “ESTA TERRA É NOSSA EMPRESA”: JESUÍTAS, ÍNDIOS E COLONOS NA COLONIZAÇÃO DE PORTO SEGURO (1549-1602) Juliana Sales Rodrigues1 Esta comunicação propõe apresentar algumas considerações iniciais referente ao projeto de pesquisa financiado pelo Programa PICIN-UNEB, que por sua vez, busca analisar as relações estabelecidas entre os índios, colonos e jesuítas no processo de colonização da Capitania de Porto Seguro. Ressalto que se pretende investigar o início da Companhia de Jesus e sua prática evangelizadora, bem como os processos de mediação e tradução culturais que permitiram a presença desses jesuítas na capitania, percebendo as diversas formas de resistência empreendidas pelos grupos indígenas. Por fim, cabe destacar, a importância da catalogação de fontes históricas que evidencie a atuação desses agentes na construção da história porto-segurense. Palavras-chave: Companhia de Jesus. Povos Indígenas. Colonização. Capitania de Porto Seguro. 1 Graduanda do Curso de Licenciatura em História Plena da UNEB- Campus XVIII. Pesquisadora do Grupo de Estudos sobre América Portuguesa (GEAP) e Bolsista de Iniciação Cientifica pelo Programa PICIN-UNEB. E-mail: [email protected]. 103 ESCRAVOS NEGROS EM “TERRAS DE ÍNDIOS”: UM ESTUDO SOBRE A ESCRAVIDÃO DE ORIGEM AFRICANA NA VILA DE PORTO SEGURO NOS OITOCENTOS Simone de Jesus Marques1 Este trabalho ainda em faze inicial, visa estudar a presença da mão de obra escrava de origem africana na Vila de Porto Seguro no período dos Oitocentos, analisando a escravidão e o contexto na qual ela se situa. Pensar a escravidão de origem africana em uma região majoritariamente indígena é trazer um novo olhar sobre a historiografia tradicional. Temos como objetivo trazer à tona as relações entre escravos negros, famílias escravas, negros e forros, sua importância na economia local e nas relações sociais. Neste, buscamos trazer novas perspectivas historiográficas que sirvam de subsídios para implementação da lei 10639/03, onde o ensino de história da África e cultura afro-brasileira torna-se obrigatório em todos os níveis de ensino, incorporando debates nas instituições de ensino da nossa região, através da abordagem de realidades históricas próximas de nosso cotidiano, rompendo com a predominância do eixo Sul e Sudeste, dominante na historiografia tradicional, nos manuais e livros didáticos utilizados nessa região. A história de nossa região abordada nos livros escolares está associada apenas ao fato histórico de 1500 quando os conquistadores aportam, não levando em conta todas as especificidades e relações ocorridas aqui (na Vila de Porto Seguro) nesse período e nos séculos posteriores. No decorrer das investigações serão utilizados como fontes, inventários post-mortem, testamentos, ações de liberdade, livros de registros de batismo, certidões de casamento e óbito. A pesquisa usará como referencial teórico autores que dialogam sobre temas ligados a escravidão além de escritos de viajantes que passaram pela região no período analisado. Palavras-chave: Vila de Porto Seguro. Escravos negros de origem africana. Período Oitocentista. Novas Pesquisas. 1 Estudante do VI semestre de Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia- UNEB campus XVIII e Bolsista de Iniciação Científica pela mesma instituição no projeto “Escravos negros em terras de índios”: Um estudo sobre a escravidão de origem africana nas Vilas de Belmonte e Porto Seguro nos Oitocentos que é coordenado pela professora Dr. Joceneide Cunha, docente da UNEB - Campus XVIII. 104 HISTÓRIA E LITERATURA: OLHARES SOBRE A PRODUÇÃO REGIONALISTA Marlos Candido Souza Rezende1 O presente trabalho apresenta algumas considerações da experiência de monitoria do Projeto de Extensão Sertão em Cena, e de Iniciação Científica “O Cineasta em busca da Brasilidade Perdida: O Cinema, os Literatos e as Representações do Cangaço”, no qual, a partir dos estudos biográficos dos literatos José de Alencar, Euclides da Cunha e José Lins do Rego, e de suas produções literárias, percebeu-se que o discurso desses intelectuais contribuiu para forjar uma realidade regional, onde se objetivava beneficiar grupos políticos de nível local, que para se favorecer politicamente criam um Nordeste marcado pela pobreza. Analisamos a relação e a contradição dos discursos fundados pelos regionalistas, no momento que estes constroem e instituem um Nordeste visto a partir de olhares pretenciosos. Embora a literatura utilize elementos fictícios, observou-se que as produções analisadas estão estreitamente relacionadas com a sociedade que produziu, tornando este gênero artístico uma possibilidade profícua para pesquisa historiográfica. A renovação que ocorre na historiografia após a década 1970, colabora para estimular a interdisciplinaridade, através do diálogo entre fontes diversas, contribuindo para uma análise mais prazerosa da História, além de proporcionar ao historiador compreender a forma como os literatos viam momentos e fatos históricos. Palavras-chave: Literatura. Nordeste. Regionalismo. 1 Graduando de Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia. Bolsista de Iniciação a Docência. VI Semestre. [email protected] 105 O REISADO NA COMUNIDADE ITAGIMIRIENSE: MEMÓRIA, SOCIABILIDADE E DEVOÇÃO (1960 A 1975) Jairo Viana de Castro 1 Os habitantes da comunidade Itagimiriense trazem na bagagem uma herança cultural dos costumes, crenças e tradição. Das trocas de saberes, proporcionada pela memória cultural, transmitido pela oralidade. O festejo a São Sebastião ganhou destaque entre os moradores, e um jeito peculiar de ser praticado. Ao investigar dois centros de umbanda que mantiveram vivo nos dias atuais o ritual religioso a São Sebastião na comunidade Itagimiriense, buscou-se analisar as relações sociais e o processo de transformações. O reisado originou da emigração das pessoas que passaram um período de seca e crise de alimentos nos anos 50 do século vinte. A promessa a São Sebastião que intercedeu por esse povo alegre, possibilitou a união dos moradores, aumentando suas práticas de fé. Com a dinâmica cultural do terreiro de umbanda e a devoção a São Sebastião que foram fundamentais para o desenvolvimento da cidade de Itagimirim/BA nos anos de 1960 a 1975. O festejo é um acontecimento essencial para a localidade, momento de: confraternização e divertimento entre trabalhadores rurais: carpinteiros, pedreiros, vaqueiros, lavadeiras, pessoas que cultiva alimentos, no labor árduo do sol quente e da terra dura. A festividade é uma pausa no cotidiano dos devotos. Alegria e fé se misturam para renovarem as energias, o dançar e o cantar. As fontes usadas foram às memórias coletivas, bibliográficas e os registros fotográficos. Utilizando a oralidade como fonte e método, a partir de Verena Alberti (2005), os conceitos de: memória abordada Michel Pollak (1989), cultura descrito por MartaAbreu (2003) e tradição segundo Eric Hobsbawm (1997). Para investigar o motivo pelo qual homens festejam com devoção a um Santo e o que essas práticas significam para suas vidas, as relações enquanto constitutivas dos modos de vida dos grupos sociais da região. Contribuindo com a historiografia do extremo sul da Bahia. Palavras-chave: Festejo. Itagimirim. São Sebastião. 1 Graduando em Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias Campus XVIII. Eunápolis- BA. 106 A DINÂMICA SOCIAL OITOCENTISTA NO EXTREMO SUL BAIANO: ENTRE FAMÍLIAS E SUJEITOS NA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DO CARMO (1867-1888) Jamilly Bispo Laureano1 O acervo historiográfico sobre escravidão de origem africana, nas últimas décadas tiveram um aumento significativo, essa discursão é possível graças à escola dos Annales, que tornou viável trabalhos que evidencia a população não mais como atores coadjuvantes, e sim como protagonistas de sua própria história. Na região de Belmonte-BA não se tem trabalho exclusivamente voltados para se pensar a família que envolvia homens e mulheres escravos dentro do contexto oitocentista, dentro deste viés um dos pontos que pretendemos nos atentar nesta comunicação é analisar os laços familiares que envolviam homens e mulheres escravos, identificando também os laços construídos pelos escravos através do compadrio. Os dados estão sendo extraídos dos registros de batismo (1867-1888) e óbito (1872-1888), da Freguesia de Nossa Senhora do Carmo. Através dos dados retirados dos livros de batismo, percebemos cerca de 15 família de escravizados que envolviam legalmente mães e filhos. Vale acentuar que são apenas algumas impressões iniciais do projeto. Palavras-chave: Escravidão. Família. Compadrio. Belmonte. 1 Graduanda do Curso de Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia, atualmente bolsista de IC - Iniciação Científica FAPESB, (E-mail: [email protected]) 107 A REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA DO MITO VAMPIRESCO E SEUS REFLEXOS NA INDÚSTRIA CULTURAL CONTEMPORÂNEA Tammara Chaves O proposto artigo vincula-se à área de ciências humanas e usa a semiótica para a interpretação de um fenômeno cultural bastante relevante, sobretudo na contemporaneidade. Tendo em vista que o mito do vampiro tornou-se popular através dos séculos, o presente artigo analisa as mudanças que ocorreram na transição do século XIX para o XX. No filme Entrevista com o Vampiro (Interview withthe Vampire: The vampire chronicles – 1994) há uma amostragem das mudanças sociais que ocorriam no Novo Mundo, na cidade de Nova Orleans, que se espelhava na cultura francesa. Esse artigo baseou-se nos personagens principais da trama, onde foram analisados e comparados com a sociedade europeia e suas transformações num curto espaço de tempo. Nessa análise o personagem Louis é interpretado como a alma do século XX: Ele tem o pensamento à frente do seu tempo e vivencia grandes transformações, como por exemplo, o cinema e consequentemente, o jornal impresso, uma vez que o filme trata de uma entrevista jornalística. Portanto, o proposto artigo visa comparar os personagens centrais do filme Entrevista com o vampiro a grandes mudanças na sociedade europeia do século XIX e começo do século XX. Palavras-chave: Cultura. Interpretação. Vampiro. Cinema. 108 “LER, ESCREVER E SOMAR”: INSTRUÇÃO PÚBLICA NA BAHIA OITOCENTISTA E OS OLHARES AO INTERIOR - 1825 A 1850 Antonio Lisboa1 Este trabalho pretende analisar como se deu o processo educacional na Bahia Oitocentista através do projeto de Instrução Pública do século XIX, durante o Primeiro Reinado. Alguns estudos indicam que em várias províncias havia aulas públicas com existência mista de vários grupos étnicos. Sendo assim, esta pesquisa de TCC2 estabelece o seguinte problema: como foi tratada a inserção dos pobres da província nas aulas públicas? O desafio historiográfico para a Historiografia do Ensino é o de pensar uma história social das aulas públicas, em especial no século XIX. É neste sentido que a pesquisa se faz pertinente. A fundamentação teórica para construção desse estudo consolidou-se através do diálogo com autores (a) como, Galvão (2007); Dias (2009); Cadiou (2007); Cardoso; Vainfas (1997); Inácio (2006); Lopes; Filho, Veiga (2003); Ginzburg (1989). Esta pesquisa consiste inicialmente no uso de documentos diversificados existentes na pasta de Instrução Pública da Província da Bahia no período Imperial (1820/1850), disponível no Arquivo Público da Bahia – APEB, com a análise e transcrição dos mesmos. Encontram-se lidos e analisados os Relatórios do Conselho Geral da Província da Bahia dos anos de 1823 a 1840. Aplica-se a estas análises documentais, o método indiciário apresentado pelo autor Carlo Ginzburg, em que é relevante a investigação dos pequenos vestígios. A partir da leitura dos relatórios destaca-se que a Bahia nos anos iniciais do Império se encontrava [a frente doutras] devido o Método Lencasteriano, com aulas públicas para os menos favorecidos e com bons números para o sexo feminino. Há, todavia, controvérsia. Contrário aos relatórios da província, encontram-se as correspondências, principalmente abaixo assinados que indiciam que nos interiores as aulas públicas sofriam sérios problemas, desde a falta de professores, ‘honorários’, infraestrutura, etc. Ressalto que a pesquisa está em andamento e em fase inicial, não sendo possível apresentar todos os resultados deste estudo. Palavras-chave: Historiografia do Ensino. Aulas públicas nos oitocentos. Instrução para os pobres. Fontes históricas. 1 Graduando em licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Professor monitor do curso Pré-vestibular Universidade Para Todos – UPT / UNEB, na disciplina de História. E-mail: [email protected]. 2 Este trabalho encontra-se em andamento para obtenção do título de graduado em História. Insere-se nos estudos de História Social, e tenho como orientadora a Professora Drª Joceneide Cunha, docente do DCHT/Campus XVIII. 109 ENTRE MARIAS DÉIAS E BONITAS: OLHARES E REPRESENTAÇÕES DAS CANGACEIRAS NA LITERATURA Mirian dos Santos Marques1 Caroline Santos Lima2 O imaginário popular sobre o fenômeno do cangaço inspirou literatos, cordelistas, músicos, cineastas. Diante disso, faz-se necessário a reflexão sobre tais produções, aqui nos limitaremos a refletir sobre a produção literária referente a temática. Este trabalho tem por objetivo estudar a Literatura buscando a presença das mulheres sertanejas e cangaceiras nesta, analisando como foram representadas pelos (as) literatos (as). Tal comunicação é fruto do projeto de Iniciação Científica “O cinema, os literatos e as representações das cangaceiras”, aqui apresentaremos os resultados iniciais do subprojeto, que busca identificar como estas foram estereotipadas, tendo em vista a ausência das cangaceiras na produção historiográfica. Palavras-chave: Cangaceiras. Literatura. Representação. Estereótipos. 1 Graduanda do Curso de História na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – Campus XVIII – Eunápolis. E-mail para contato: [email protected] 2 Mestre em História Regional e Local pela Universidade do estado da Bahia (UNEB) e professora assistente do curso de História na Universidade do estado da Bahia, do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – Campus XVIII – Eunápolis. E-mail-para contato: [email protected] 110 A IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS EM EUNÁPOLIS: ASPECTOS HISTÓRICOS E DAS SIGNIFICAÇÕES DE GÊNERO DO DISCURSO DIRIGIDO ÀS FIÉIS Michele Soares Santos1 Misael Pereira de Macedo Rocha2 Objetiva-se apresentar à comunidade acadêmica o projeto de iniciação científica iniciado em agosto de 2014 intituladoA Igreja Assembléia de Deus em Eunápolis: aspectos históricos e das significações de gênerodo discurso dirigido às fiéis. O referido projeto se propõe a estudar a história da Assembleia de Deus (AD) em Eunápolis, analisando-a pela perspectiva de seu surgimento enquanto congregação religiosa e o crescimento desta alcançado no Brasil, buscando informações sobre sua chegada ao então povoado que viria a ser o município de Eunápolis, selecionando aquelas referentes às relações da Igreja e seus representantes com a sociedade local, em especial, focando nos elementos que apontem para a participação destes na ‘cena política’ que levou à criação do município de Eunápolis e naqueles que informem sobre as significações de gênero que a Assembleia de Deus (AD) oferece às mulheres. A metodologia da pesquisa está baseada na revisão de literatura sobre a história da AD no mundo e no país; com o acesso aos registros da própria igreja local e às publicações oficiais da congregação (como a revista da escola dominical), com as informações dos arquivos da Câmara Municipal, além da realização de entrevistas com membros da AD e outros personagens que a investigação mostre que estiveram ou estão relacionados a pesquisa.A relevância dessapesquisa concentra-se em trazer discussões quanto estudo das religiões, por meio de análise da história da igreja pentencostal Assembleia de Deus em Eunápolis, visto que a referida denominação é uma das que mais cresce no Brasil. De acordo Alencar (2010) a Assembleia de Deus marcada inicialmente pelo seu caráter não-institucional e seu aspecto inter-racial surge no país em 1911 na cidade de Belém do Pará e tem em seus primeiros 38 anos um crescimento de 108.000%, passando de 20 para 120.000 membros. Palavras-chave: Pentecostalismo. Assembleia de Deus. Gênero e Política. 1 Bolsista pelo programa de Iniciação Cientifica-PICIN-UNEB. Graduanda do VIII semestre do curso de Licenciatura em História pela Universidade do estado da Bahia, campus XVIII. ([email protected]) 2 Bolsista pelo programa de Iniciação Cientifica-PICIN-UNEB. Graduando do IV semestre do curso de Licenciatura em História pela Universidade do estado da Bahia, campus XVIII (misaelmacedo.rocha @hotmail.com) 111 TRABALHO, LAÇOS DE FAMÍLIA E LIBERDADE NO ALTO SERTÃO DA BAHIA, CAETITÉ, 1830-1860 Ivanice Teixeira Silva Ortiz1 O objetivo deste trabalho é estudar as relações familiares de negros livres, libertos e cativos na vila do Príncipe e Sant’Anna de Caetité, região do alto sertão da Bahia, entre 1830-1860. Esses laços familiares acionados na luta diária pela sobrevivência apresentaram nuanças e estratégias empreendidas no âmbito do cativeiro e na vida em liberdade que foram fundamentais para tentar entender um pouco da organização socioeconômica da vila e, fundamentalmente, as experiências desses sujeitos. Sendo assim, o trabalho também reflete sobre o papel desses sujeitos negros na dinâmica socioeconômica da vila, tendo em vista sua significativa presença na composição demográfica e nos diferentes negócios da região. No caso dos cativos avança na compreensão dos tipos de estabilidade dos arranjos familiares e na importância dos mesmos para os projetos da liberdade por meio da alforria. Para tanto, foi feito o intercruzamento de fontes variadas, em especial as cartoriais e eclesiásticas, que permitiram vestígios das vivências dessas pessoas, inclusive acompanhando sempre que possível algumas delas no tempo. Palavras-chave: Escravidão. Família. Liberdade. 1 Professora da Universidade do Estado da Bahia, Mestranda no programa de pós-graduação em História Regional e Local da UNEB (já qualificada), membro dos grupos de pesquisa: Núcleo de Estudos AfroBrasileiros do Recôncavo da Bahia-UBRB. Linhas de pesquisa em que atua: escravidão, pós-abolição e trajetórias dos povos afro-descendentes. 112 MULHERES INDÍGENAS E SUA ATUAÇÃO POLÍTICA NO EXTREMO SUL DA BAHIA 1 2 Andreia Silva Francisco Cancela Esta comunicação tem como intuito discutir a essencial presença das mulheres indígenas na liderança das aldeias Pataxó no extremo Sul da Bahia, especificamente nas comunidades de Coroa Vermelha, Aldeia Velha e Jaqueira. O trabalho propõe realizar uma discussão sobre a atuação feminina num espaço que ainda é tido como masculino na sociedade brasileira e nas próprias comunidades indígenas, levando uma reflexão sobre o papel do gênero como instrumento de discussões voltadas para compreensão das especificidades dessas mulheres indígenas. Percebendo suas articulações de autonomia nesse processo de construção dos movimentos indígenas liderados por mulheres no contexto sociopolítico, criando resistências e entendendo que são atuantes no processo de construção histórica do Brasil. Essa pesquisa, que ainda está em andamento, tem se baseado num amplo levantamento bibliográfico que busca mapear os estudos sobre o movimento indígena no Brasil contemporâneo identificando as lacunas e possibilidades de nova investigação sobre a participação política das mulheres indígenas. Até o presente momento, tem sido possível perceber que a mulher indígena, mesmo que inserida na política, ainda sofre com o preconceito e as desigualdades que acarreta o ser mulher. Entretanto, entende sua importância e ativismo na sociedade e procura lutar por seus direitos através da construção de políticas públicas discutindo seus direitos e especificidades, e participando efetivamente dos movimentos sociais indígenas da região do extremo sul da Bahia. Palavras-chave: Mulheres Indígenas. Gênero. Políticas públicas. Aldeia Pataxó. 1 Graduanda do XVIII semestre de História na Universidade do Estado Bahia- UNEB. Francisco Cancela é Doutor em História Social do Brasil pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Bahia. 2 113 POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO JESUÍTA NAS ALDEIAS INDÍGENAS DE PORTO SEGURO Ana Paula Santos Xavier1 A presente comunicação apresenta algumas considerações iniciais sobre uma pesquisa de iniciação científica, desenvolvida na Universidade do Estado da Bahia (DCHT/Campus XVIII) financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB). Ela tem por finalidade analisar o processo de atuação da Companhia de Jesus na capitania de Porto Seguro, no século XVII, desvendando as relações estabelecidas entre padres jesuítas, povos indígenas e os demais agentes coloniais, entre os anos de 1602 à 1693. Nesse sentido, busca investigar o processo de estabelecimento dos aldeamentos jesuíticos na capitania, problematizando as experiências de territorialização, as relações sociais construídas e as disputas de poder existentes, como também examinar a política de evangelização dos padres jesuítas, destacando a atuação dos índios nos processos de mediação e tradução culturais, bem como as diversas formas de resistência empreendidas. Como também examinar as atividades econômicas desenvolvidas na capitania, destacando assim a participação de jesuítas e indígenas na extração de madeiras e no plantio de mandioca e no fabrico de farinha. Palavras-chave: Jesuítas. Aldeamentos. Índios. Porto Seguro. 1 Ana Paula Xavier, graduanda em História do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias da Universidade do Estado da Bahia, bolsista de Iniciação Científica (FAPESB). 114